Você está na página 1de 6

Olá, investidor!

Tudo bem?
Como todos sabem, o governo brasileiro possui um longo histórico de criação e administração de
companhias estatais nos mais diversos setores da economia. Com o desenvolvimento do mercado de
capitais no País, algumas dessas empresas abriram seu capital e passaram a ter ações negociadas na
Bolsa.
Neste relatório, falaremos sobre as três maiores estatais listadas na Bolsa brasileira: Banco do Brasil,
Eletrobras e Petrobras. Entretanto, antes de falarmos sobre cada uma dessas empresas, precisamos
entender o que é uma estatal com capital aberto na bolsa de valores.

Estatais de capital aberto

Quando uma empresa estatal opta por fazer uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na
Bolsa, ela está dando aos investidores privados, sejam pessoas físicas ou jurídicas, a oportunidade de
adquirirem uma parcela do seu capital social, podendo usufruir de direitos como o recebimento de
dividendos e, a depender da classe de ação, o direito ao voto nas assembleias da companhia.
Ainda assim, o principal acionista dessas
empresas segue sendo o governo federal, que
é quem detém a palavra final sobre a indicação
de nomes para cargos importantes e sobre
decisões corporativas relevantes, que ditarão
os rumos da companhia.
O fato de o Estado deter o controle acionário
dessas companhias representa um risco maior
para o desempenho da empresa em comparação com seus pares do setor privado, uma vez que
estatais podem priorizar interesses políticos em detrimento do interesse dos investidores.
Outro fator que faz com que os investidores tenham cautela antes de investir em estatais é a
imprevisibilidade no longo prazo, já que que o presidente da República é escolhido de quatro em
quatro anos, e um presidente pode ter ideias completamente diferentes das defendidas por seu
antecessor se tratando da gestão de estatais.
Além disso, não podemos ignorar o recente histórico de escândalos de corrupção envolvendo
empresas estatais, com destaque para o caso da Petrobras, que teve perdas bilionárias com desvio de
recursos do caixa da empresa.

1
Histórico recente: a mudança veio para ficar?

Apesar de todos esses riscos que o investidor brasileiro conhece bem, as estatais da Bolsa têm
apresentado excelentes resultados nos últimos anos, adotando modelos de negócio eficientes e
priorizando a redução do endividamento e o crescimento da receita.

O caso mais emblemático talvez seja o da Petrobras, que apresentou uma vigorosa recuperação
desde o início da gestão de Pedro Parente. Ele assumiu o comando da companhia em junho de 2016,
durante o governo do ex-presidente Michel Temer, com a missão de tornar a petrolífera lucrativa
novamente após 4 anos no vermelho.
Sob o comando de Parente, a Petrobras reduziu expressivamente o seu endividamento, iniciou um
processo de venda de ativos não vinculados aos negócios core da empresa e voltou a dar lucros. A
companhia, que havia registrado prejuízo de R$ 34,836 bilhões em 2015, fechou 2018 com lucro
líquido de R$ 25,8 bilhões.
O bom desempenho recente das estatais, entretanto, ainda é cercado por desconfiança. Por se tratar
de empresas de grande porte que atuam em setores considerados estratégicos pela classe política, os
investidores temem que intervenções políticas ou a entrada de governos com uma visão diferente
para as estatais possam colocar em risco os resultados alcançados nos últimos anos.
Por essa razão, é comum ver companhias estatais sendo negociadas com um desconto expressivo em
comparação com empresas privadas do mesmo porte e setor.

Banco do Brasil (BBSA3)

O Banco do Brasil (BBAS3) divulgou seus resultados


referentes ao terceiro trimestre de 2021 no dia 9 de
novembro, e surpreendeu o mercado com números
acima das expectativas.
O banco reportou lucro líquido ajustado de R$ 5,1
bilhões, o que corresponde a um crescimento de 49,4%
na comparação anual, enquanto o retorno sobre
patrimônio líquido (ROE) encerrou o período em 14,3%.
Além disso, a carteira de crédito da instituição atingiu R$

2
814 bilhões em setembro deste ano, alta de 11,4% em comparação com setembro de 2020.
A companhia também revisitou o seu guidance de lucro líquido, margem financeira e expansão da
carteira de crédito para 2021, incorporando perspectivas mais otimistas.

Eletrobras (ELET6)

A Eletrobras (ELET6) divulgou seus resultados referentes ao terceiro trimestre de 2021 no dia 16 de
novembro, com números abaixo das expectativas do mercado, tendo sido prejudicada pela crise
hídrica que assolou o País durante grande parte do ano.
A empresa reportou lucro líquido de R$ 964,5 milhões
no período, queda de 65% em comparação com o
terceiro trimestre de 2020. A queda do lucro se deve,
principalmente, aos ajustes na contabilização de
provisões para contingências, que totalizaram R$ 9,4
bilhões no trimestre.
Apesar da queda do lucro líquido, os resultados
operacionais da companhia cresceram em comparação
com o ano anterior. A receita líquida totalizou R$ 9,9 bilhões no terceiro trimestre deste ano,
crescimento de 50% na comparação anual, enquanto o Ebitda (lucro antes de juros, impostos,
amortização e depreciação) cresceu 186%, somando R$ 5,6 bilhões.
Um fato que desperta o interesse dos investidores é o projeto de privatização da Eletrobras, que
pode sair do papel em 2022. Até lá, porém, existe um longo caminho a ser trilhado, e grupos políticos
contrários à privatização já se mobilizam para tentar impedir o avanço do projeto.

Petrobras (PETR4)

A Petrobras (PETR4) se beneficiou da alta do preço do petróleo no mercado internacional durante o


terceiro trimestre deste ano, além do crescimento das receitas com energia elétrica e gás natural,
decorrentes do maior despacho térmico realizado no trimestre, o que fez com que a empresa
apresentasse resultados acima das projeções do mercado.
O lucro líquido da petrolífera totalizou R$ 31,1 bilhões
no trimestre, impulsionado por efeitos não recorrentes,
revertendo o prejuízo de R$ 1,5 bilhão no mesmo
intervalo em 2020. A receita líquida chegou a R$ 121,6
bilhões, alta de 71,9% na comparação anual, e o Ebitda
atingiu R$ 60,7 bilhões, 81,7% mais alto do que no
terceiro trimestre do ano anterior.

Entretanto, o bom desempenho da Petrobras é


frequentemente visto como uma brecha para que o
governo intervenha na política de preços da companhia, visando atender aos interesses de
determinados setores da sociedade.

3
Nos últimos anos, observamos uma série de manifestações de caminhoneiros reivindicando a
redução do preço do diesel, situação que vem sendo contornada pelo governo até o momento, de
forma a não interferir nos resultados da estatal.

Momento de cautela

Apesar dos resultados sólidos reportados por essas


empresas, acreditamos que o momento demanda cautela
dos investidores. De olho nas eleições de 2022, esperamos
um ano de alta volatilidade na Bolsa, sendo as estatais as
principais afetadas pelos solavancos da política.

Devemos esperar discussões acaloradas em torno da política


de preços da Petrobras, da privatização da Eletrobras e da
administração do Banco do Brasil. Além disso, os debates
eleitorais devem trazer ainda mais instabilidade para os preços dos papéis dessas companhias, que
devem ocupar uma posição de destaque nos discursos dos principais candidatos à presidência da
República.

Ressaltamos que, em 2022, levando em consideração as projeções das companhias e o cenário


econômico que se desenha, os resultados operacionais devem vir fortes. Ainda assim, a incerteza
trazida pelas eleições deve fazer com que os bons resultados não sejam refletidos de maneira
proporcional na precificação dos ativos.

4
Este relatório foi produzido pela equipe da série Carta do Estrategista.
A estratégia é conduzida pessoalmente por Rafael Bevilacqua, fundador e estrategista-chefe da
Levante.
Rafael é economista pela FEA-USP e analista certificado (CNPI, CGA®).
Na série Carta do Estrategista, sua missão é encontrar os investimentos com maior potencial de
retorno e risco controlado.
A série funciona assim: Rafael reúne, em uma carteira recomendada, as ações com maior potencial
de crescimento dentro de sua leitura macroeconômica como foco no médio prazo.
Diz a hora certa de entrar e sair de cada um dos ativos.
Ao assinar a Carta do Estrategista, você recebe:
• As Ações com melhor potencial de retorno para investir agora;
• Relatórios semanais de acompanhamento desses ativos, com análises dos mercados;
• Acesso ao Telegram da série, no qual Rafael coloca seus insights e análises;
• Acesso ao ‘E Eu Com Isso PLUS’, a newsletter diária da Levante com análises do que
pode impactar o seu bolso e dos ativos mais importantes do mercado;
• Acesso a conteúdos exclusivos que te ajudam a começar a investir do zero e a
escolher a corretora certa para realizar seus investimentos.

Preparamos uma condição especial para você, que está lendo este nosso Relatório.
O preço no site da Levante para assinatura anual da série é de 12x de R$ 12,90. Só que você não
pagará esse valor. Quem assinar a série por meio do botão abaixo vai desembolsar bem menos.
Serão apenas 12x de R$ 7,90 por 1 ano de assinatura, um desconto de 38%.

LIBERAR ACESSO À SÉRIE COM 38% DE DESCONTO

Além disso, você terá uma garantia incondicional. Se você assinar a série e achar que não é para você,
poderá cancelar sem nenhum tipo de custo em até 15 dias.
Qualquer dúvida, você pode mandar uma mensagem para o time de atendimento no:
(11) 98435-3455.
Bons investimentos!
Equipe Levante.

5
DISCLAIMER

Este relatório foi elaborado pela Levante e o uso é exclusivo de seu assinante, estando protegido pela Lei de Direitos
Autorais. Este conteúdo não pode ser reproduzido, copiado ou distribuído, no todo ou em parte, a terceiros, sem
prévia e expressa autorização.

Este documento tem como objetivo somente informar os leitores e não tem a finalidade de assegurar, prometer ou
sugerir a existência de garantia de resultados futuros ou isenção de risco para os leitores. O documento não tem o cunho
de ofertar, negociar, comercializar ou distribuir títulos ou valores mobiliários ou qualquer outro instrumento financeiro.

As decisões de investimentos devem ser realizadas pelo próprio leitor.

O analista responsável poderá esclarecer dúvidas de seus leitores através de vídeos ou relatórios que serão enviados
simultaneamente aos assinantes, mantendo e garantindo a isonomia de informações.

As informações deste relatório foram baseadas em fontes públicas e consideradas fidedignas na data de publicação, e
estão sujeitas a mudanças, não implicando necessariamente na obrigação de qualquer comunicação com respeito a tal
mudança.

Conforme o artigo 20, parágrafo único da ICVM 20/2021, a analista Rafael Bevilacqua declara-se inteiramente responsável
pelas informações e afirmações contidas neste relatório de análise.

Nos termos do artigo 21 da ICVM 20/2021, os analistas responsáveis pela elaboração deste relatório declaram que as
recomendações contidas neste relatório refletem única e exclusivamente as suas opiniões pessoais e foram elaboradas de
forma independente e autônoma.
Os valores mobiliários não contam com garantia do Fundo Garantidor de Crédito – FGC.
A reprodução, cópia ou distribuição deste conteúdo, no todo ou em parte, implicará ao infrator sanções cíveis e criminais,
incluindo a obrigação de reparação de perdas e danos causados, nos termos dos artigos 102 e seguintes da Lei 9.610/98.

Você também pode gostar