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- 11º ano -
Depois de quatro anos de destruição e morte, a Primeira Guerra Mundial chegou ao fim
em 11 de setembro 1918, quando a Alemanha capitulou perante os Aliados.
A Conferência de Paz, que ocorreu em Paris teve início em janeiro de 1919 e contou
apenas com a presença das potências vencedoras, entre essas França, Grã-Bretanha e EUA.
- TRATADO DE VERSALHES
Dentre os tratados de paz elaborados após a Primeira Guerra Mundial, destaca-se o que foi
assinado entre a Alemanha, acusada de ser a principal causadora da guerra, e os Aliados,
tratado esse conhecido como Diktat (“paz imposta”) ou tratado de Versalhes, assinado em
28 de janeiro de 1919. Seu caráter punitivo ia de encontro com aquilo que era defendido pelo
presidente norte-americano, Thomas Wilson, no documento “A mensagem em 14 pontos”,
documento esse que outrora servirá de base para a elaboração desses tratados.
Essas medidas correspondiam a limitação do poder económico alemão com perda do controlo
de regiões naturais (europeias e coloniais) e de mercados consumidores, juntamente com o
pagamento de indemnizações de guerra.
Infelizmente, como todo plano feito em papel, a Sociedade das Nações deparou-se com
várias falhas após ao ser colocada em prática, nomeadamente: a não participação de todos os
países como estados-membros, tendo a sua organização unicamente composta inicialmente
pelos países vencedores e neutrais; a não adesão dos EUA, apesar de que a organização ter sido
idealizada por um presidente norte-americano, Thomas Wilson. A não participação do país se
deu devido ao mesmo discordar das ambições interesseiras das grandes potências europeias,
que pretendiam reconstruir os seus países à custa dos vencidos e por não estarem disposto a
abdicar da sua soberania e dos interesses americanos em prol de uma comunidade alargada.
(atitude isolacionista); e por último, mas não menos importante, a ausência de um mecanismo
para evitar as violações territoriais (nomeadamente uma força militar própria) e a insuficiência
de recursos humanos e materiais.
- A PAZ FRÁGIL
A paz que resultou da Conferência de Paris não foi estabelecida em bases sólidas e duradoras.
Fatores como a imposição aos países vencidos de duras condições de paz, firmadas nos tratados
de paz e que cuja elaboração estes [os países vencidos] não estavam presentes, foram sentidos
como forma de humilhação e que, por isso, maioritariamente não foram cumpridos, evidenciam
isso.
Outras situações também faziam notar essa paz quebradiça e vulnerável, situações como a
insatisfação de alguns países vencedores da guerra com os tratados de paz, pelo incumprimento
de algumas das suas reinvindicações - quer por terem obtido os territórios prometidos (ex.
Itália), quer por não serem contemplados pelas reparações que esperavam (ex. Portugal).
Também as dificuldades na regulamentação das fronteiras, muitos delas sem atender a situação
das minorias nacionais, decorrentes do desmembramento dos grandes impérios centrais e a
aplicação parcial das nacionalidades faziam sentir as tensões desse clima de paz instável.
Por fim, as pretensões hegemónicas dos países vencedores, preocupados apenas com os
seus ganhos e poder (com o aumento das fronteiras e/ou alargamento do seu domínio a
territórios retirados aos vencidos e com a reconstrução pós-guerra à custa dos derrotados,
nomeadamente através do pagamento de indemnização de guerra) foi o golpe final na avença
débil estabelecida e que sabemos que, mais tarde, resultará num segundo grande conflito
mundial.
Por fim, houve um desequilíbrio das finanças públicas (ou ruína financeira) dos países
beligerantes devido ao colapso do setor produtivo, do défice da balança comercial e das
elevadas despesas gastas durante a guerra, o que levou ao abandono do padrão-ouro e
inconversibilidade das moedas europeias, o que também pode ser traduzida como
desvalorização monetária.