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Aula 01 - Filoso a

A loso a se apresenta como uma integração da experiência de vida em relação ao


conhecimento acerca da própria realidade. Para que ela pudesse surgir e, conseqüentemente, ser
desenvolvida até os dias de hoje, foi preciso um pontapé inicial.

Este início se deu com o observar a realidade como um todo, a natureza, a civilização, a cultura
e, mais importante, a própria vida humana. Os antigos tinham sua capacidade perceptiva muito
aguçada e graças a essa habilidade nós, hoje, podemos usufruir de todo o conhecimento
fundado anteriormente. Um grande exemplo disso é a nossa noção de determinados conceitos
como amor, vingança, justiça, maldade, esperteza, inteligência, consciência, sabedoria, egoísmo
e assim por diante.

Mas como assim? Como só podemos saber do que se tratam essas palavras por causa do
conhecimento antigo?

Ora, para que possamos compreender determinados conceitos, como os ditos acima, é preciso
primeiro que os percebamos como algo concreto, tangível, palpável, é como se tivéssemos que
tocar nessas coisas, senti-las com os nossos sentidos, para que depois essas sensações
possam ganhar espaço em nossa imaginação e a partir daí podemos formular de modo abstrato
e universal um conceito, ou seja, uma de nição geral do que aquilo quer dizer.

Os gregos zeram isso através da mitologia. A mitologia é a forma do conhecimento humano


expressar tudo o que precisamos saber acerca da vida de modo sensível, material e concreto
a m de armazenarmos a memória dessas percepções em nossa imaginação. Tudo isso para que
depois sejamos capazes de formular conceitos universais acerca desses conhecimentos
adquiridos. Essa formulação geral se dá propriamente com os lósofos pré-socráticos e,
principalmente, com Sócrates. Ou seja, é a loso a propriamente dita, que cria as de nições e
re exões conceituais sobre as coisas a partir do imaginário herdado da mitologia grega.

Aqui iremos aprender a coisa do começo e iniciaremos nossas aulas com o conhecimento
mitológico. Cada elemento nas histórias míticas signi cam algo importante das características
humanas. Um exemplo disso está em várias dos mitos dos heróis. Estes sempre estão
sossegados em seus cantos e, de repente, algo acontece, algo em suas vidas acontece que os
chama para sair de suas zonas de confortos para enfrentarem uma jornada difícil pela frente.

E no iniciar dessa jornada sempre aparecem pessoas que guiam os heróis pelos caminhos
corretos, seja aconselhando para tomarem as melhores decisões, seja treinando-os para
travarem as piores batalhas de suas vida. Essas batalhas, por sua vez, são geralmente travadas
contra algum monstro aterrorizador, como é o caso de Perseu contra a Medusa, de Belerofonte
contra a Quimera, de Édipo contra a Es nge e vários outros.

Ora, todos esses elementos indicam para nós sempre um ciclo de repetição e constância. O que
o mito quer dizer com isso é que sempre em nossas vidas seremos chamados a sair de nossas
zonas de conforto para fazer alguma coisa. E nesta coisa a ser feita, muitas vezes, dependendo
da di culdade, não conseguiremos fazer sozinhos e, por isso, precisaremos de conselhos,
precisaremos de algum tipo de suporte para que possamos enfrentar as situações mais difíceis.
Isto nada mais é do que os monstros que enfrentam os heróis que a mitologia representa em
nossos próprios con itos reais. Sempre teremos de ser um Hércules que derrota a Hidra de sete
cabeças, um Jasão que derrota o Touro de Maratona ou um Teseu que derrota o Minotauro.
Porque o que a mitologia grega nos mostra realmente em suas histórias é que a vida é sempre
um ciclo de saída para um enfrentamento de um problema a m de encontrar a solução para
resolvê-lo.
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