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PREFEITURA MUNICIPAL DE SINOP

PLANO DIRETOR
DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO
DO MUNICÍPIO DE SINOP

SINOP
2006
2

SUMÁRIO

TÍTULO I DA CONCEITUAÇÃO, DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS GERAIS


DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DO
MUNICÍPIO DE SINOP

CAPÍTULO I DA CONCEITUAÇÃO

CAPÍTULO II DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS GERAIS DO PLANO DIRETOR

TÍTULO II DA POLÍTICA URBANA DO MUNICÍPIO DE SINOP

CAPÍTULO I DOS OBJETIVOS E DAS DIRETRIZES

CAPÍTULO II DA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE URBANA

TÍTULO III DO DESENVOLVIMENTO URBANO E AMBIENTAL

CAPÍTULO I DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO


Seção I Da Política e Gestão
Subseção I Das Disposições Gerais
Subseção II Das Micro, Pequenas e Médias Empresas
Subseção III Do Setor Industrial
Subseção IV Do Setor Agrícola
Subseção V Dos Programas
Seção II Do Turismo

CAPÍTULO II DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL


Seção I Da Política Municipal da Habitação
Subseção I Dos Objetivos, Diretrizes e Ações Estratégicas
Subseção II Da Habitação de Interesse Social
Subseção III Dos Programas Habitacionais
Subseção IV Dos Instrumentos da Política Habitacional
Seção II Da Política Municipal da Educação
Subseção I Dos Objetivos, Diretrizes e Ações Estratégicas
Seção III Da Política Municipal da Saúde
Subseção I Dos Objetivos, Diretrizes e Ações Estratégicas
Seção IV Da Política Municipal da Assistência Social
Subseção I Dos Objetivos, Diretrizes e Ações Estratégicas
Seção V Da Política Municipal do Esporte e do Lazer
Subseção I Dos Objetivos, Diretrizes e Ações Estratégicas
Seção VI Da Política Municipal da Cultura
Subseção I Dos Objetivos, Diretrizes e Ações Estratégicas
Seção VII Da Política Municipal do Abastecimento Alimentar
Seção VIII Da Política Municipal da Segurança Pública e Defesa Social

CAPÍTULO III DA POLÍTICA DO MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO AMBIENTAL


Seção I Da Política Ambiental
Subseção I Dos Objetivos, Princípios e Diretrizes
Seção II Do Saneamento Ambiental
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CAPÍTULO IV DA POLÍTICA MUNICIPAL DA MOBILIDADE URBANA


Seção I Das Disposições Gerais
Seção II Das Definições
Seção III Dos Princípios, Objetivos e Diretrizes
Seção IV Do Sistema de Transporte Urbano
Seção V Dos Sistemas: Viário, Cicloviário e de Circulação
Subseção I Da Malha Viária
Seção VI Do Sistema de Transporte Público de Passageiros
Seção VII Do Sistema de Transporte de Cargas
Seção VIII Da Política Municipal de Trânsito
Seção IX Do Plano Municipal de Mobilidade e Transporte Urbano Integrado

TÍTULO IV DO ORDENAMENTO TERRITORIAL DO MUNICÍPIO

CAPÍTULO I DAS DIRETRIZES GERAIS

CAPÍTULO II DO MACROZONEAMENTO E DO ZONEAMENTO

CAPÍTULO III DA MACROZONA URBANA


Seção I Zona Urbana Consolidada
Seção II Zona Urbana Intermediária
Seção III Zona Urbana de Expansão I
Seção IV Zona Urbana de Expansão II

CAPÍTULO IV DA MACROZONA RURAL

CAPÍTULO V DA MACROZONA ESPECIAL


Seção I Zona Especial de Interesse Social - ZEIS
Seção II Zona Especial de Interesse Ambiental - ZEIA
Seção III Zona Especial de Interesse Turístico - ZEITUR
Seção IV Zona Especial de Interesse Urbano - ZEIU
Seção V Zona Especial de Desenvolvimento Econômico e Cultural – ZEDEC

TÍTULO V DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA URBANA.

CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS

CAPÍTULO II DOS INSTRUMENTOS DE CONTROLE URBANO E AMBIENTAL


Seção I Do Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança
Seção II Do Estudo Prévio de Impacto Ambiental

CAPÍTULOIII DOS INSTRUMENTOS DE INDUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO


URBANO
Seção I Do Parcelamento, Edificação ou Utilização Compulsórios
Seção II Do IPTU Progressivo no Tempo
Seção III Da Desapropriação com Pagamento em Títulos
Seção IV Do Consórcio Imobiliário
Seção V Do Direito de Preempção
Seção VI Da Outorga Onerosa do Direito de Construir
Seção VII Das Operações Urbanas Consorciadas
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Seção VIII Da Transferência do Direito de Construir


Seção IX Do Direito de Superfície

CAPÍTULO IV DOS INSTRUMENTOS DE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

TÍTULO VI GESTÃO DA POLÍTICA URBANA

CAPÍTULO I DO SISTEMA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E GESTÃO URBANA


Seção I Do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano
Seção II Do Fundo Municipal do Desenvolvimento Urbano
Seção III Do Sistema Municipal de Informação

CAPÍTULO II DA ORGANIZAÇÃO INSTITUCIONAL


Seção I Disposições Gerais
Seção II Da Integração dos Órgãos e Entidades Municipais

CAPÍTULO III DOS INSTRUMENTOS DA DEMOCRATIZAÇÃO DA GESTÃO


Seção I Da Conferência Municipal da Cidade
Seção II Das Assembléias Territoriais da Política Urbana

TÍTULO VII DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

ANEXOS
I- Mapa 01 – Delimitação do Novo Perímetro Municipal;
II - Descrição Perimétrica do Novo Perímetro Municipal;
III - Mapa 02 – Macrozoneamento Urbano e Rural, e Mapa 03 – Macrozoneamento
Especial;
IV - Mapa 04 – Microzoneamento da Macrozona Urbana;
V- Descrição Perimétrica do Microzoneamento Urbano;
VI - Mapa 05 – Zoneamento da Zona Urbana Consolidada;
VII - Quadro 01 – Parâmetros Urbanísticos para Ocupação do Solo na Macrozona
Urbana;
VIII - Quadro 02 – Índices, Recuos e Demais Restrições de Uso;
IX - Mapa 06 – Zonas Especiais (ZE’s);
X- Mapa 07 – Zona Especial de Interesse Ambiental (ZEIA) no Perímetro Municipal;
XI - Mapa 08 – Zona Especial de Interesse Ambiental (ZEIA) no Perímetro Urbano;
XII - Mapa 09 – Zona Especial de Interesse Turístico (ZEITUR);
XIII - Mapa 10 – Hierarquização Viária;
XIV - Quadro 03 – Hierarquização Viária;
XV - Mapa 11 – Instrumentos de Indução ao Desenvolvimento – IPTU Progressivo;
XVI - Mapa 12 – Instrumentos de Indução ao Desenvolvimento – Direito de Preempção;
XVII - Mapa 13 – Instrumentos de Indução ao Desenvolvimento – Outorga Onerosa;
XVIII - Quadro 04 – Índices, recuos e demais restrições para Outorga Onerosa;
XIX - Mapa 14 – Instrumentos de Indução ao Desenvolvimento – Operações Urbanas
Consorciadas;
XX - Glossário.
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LEI COMPLEMENTAR Nº 029/2006


DATA: 18 de dezembro de 2006
SÚMULA: Institui o Plano Diretor de Desenvolvimento
Integrado do Município de Sinop, Estado de
Mato Grosso e dá outras providências.

NILSON LEITÃO, PREFEITO DE SINOP, ESTADO


DE MATO GROSSO, no uso de suas atribuições legais, faz saber que a Câmara
Municipal de Vereadores aprovou e ele sanciona a seguinte Lei Complementar:

TÍTULO I

DA CONCEITUAÇÃO, DOS PRINCÍPIOS E DOS


OBJETIVOS GERAIS DO PLANO DIRETOR DE
DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DO
MUNÍCIPIO DE SINOP

CAPÍTULO I
DA CONCEITUAÇÃO

Art. 1º. Fica instituído, em atendimento às disposições do


Artigo 182 da Constituição Federal e às diretrizes e instrumentos instituídos pela Lei
Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001 – Estatuto da Cidade – e ainda, de acordo com o
Artigo 33, inciso VI da Lei Orgânica Municipal de Sinop, o Plano Diretor de
Desenvolvimento Integrado.

Art. 2º. O Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado do


Município Sinop é o principal instrumento básico, global e estratégico da política de
desenvolvimento urbano e ambiental, sob o aspecto físico, social, econômico e
administrativo, objetivando o desenvolvimento sustentável do Município, para propiciar
melhores condições para o desenvolvimento integrado e harmônico e o bem-estar social da
comunidade de Sinop, sendo aplicável a todo o território municipal e referência obrigatória
para os agentes públicos e privados que atuam no Município.

§ 1º. O Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes


Orçamentárias e o Orçamento Anual deverão incorporar as diretrizes e as prioridades
contidas neste Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado do Município Sinop,
instrumento básico do processo de planejamento municipal.

§ 2º. Sem prejuízo à autonomia municipal, o Plano


Diretor de Desenvolvimento Integrado do Município de Sinop deverá ser compatível
com os seguintes instrumentos:
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I- planos nacionais, regionais e estaduais de ordenação


do território e de desenvolvimento econômico e social;
II - planejamento macrorregional do Município de Sinop.
§ 3º. Além do Plano Diretor de Desenvolvimento
Integrado do Município de Sinop, o processo de planejamento municipal compreende, nos
termos do Artigo 4º da Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001 – Estatuto da Cidade,
os seguintes itens:

I- disciplina do parcelamento e do uso e ocupação do


solo;
II - zoneamento ambiental;
III - plano plurianual;
IV - diretrizes orçamentárias e orçamento anual;
V- gestão orçamentária participativa;
VI - planos, programas e projetos setoriais;
VII - planos de projetos regionais e planos de bairros;
VIII - programas de desenvolvimento econômico e social.

Art. 3º. O Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado


Município de Sinop abrange a totalidade do território do Município, estabelecendo
diretrizes para:

I- a política de desenvolvimento urbano do município;


II - a função social da propriedade urbana;
III - o desenvolvimento urbano e ambiental;
IV - o ordenamento territorial do município;
V- os instrumentos da política urbana;
VI - a gestão da política urbana.

CAPÍTULO II
DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS GERAIS DO
PLANO DIRETOR

Art. 4º. O Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado do


Município de Sinop rege-se pelos seguintes princípios:

I- justiça social e redução das desigualdades sociais e


regionais;
II - inclusão social, compreendida pela oportunidade
como garantia de acesso a bens, serviços e políticas sociais, trabalho e renda a todos os
munícipes;
III - direito à cidade para todos, compreendendo o direito
à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte,
aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer;
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IV - respeito às funções sociais da cidade e à função


social da propriedade;
V- transferência para a coletividade de parte da
valorização imobiliária inerente à urbanização;
VI - direito universal à moradia digna;
VII - universalização da mobilidade e acessibilidade;
VIII - prioridade ao transporte coletivo público na
mobilidade urbana;
IX - preservação e recuperação do ambiente natural;
X- fortalecimento do setor público, recuperação e
valorização das funções de planejamento, articulação e controle;
XI - descentralização da administração pública;
XII - participação da população nos processos de decisão,
planejamento e gestão;
XIII - democratização da participação técnica da população
nos projetos a serem desenvolvidos.

Art. 5º. São objetivos gerais decorrentes dos princípios


elencados:

I- consolidar a cidade de Sinop como centro e pólo


regional e sede de atividades produtivas e geradoras de emprego e renda;
II - elevar a qualidade de vida da população,
particularmente no que se refere à saúde, à educação, à cultura, às condições
habitacionais, à infra-estrutura e aos serviços públicos, de forma a promover a inclusão
social, reduzindo as desigualdades que atingem diferentes camadas da população e regiões
da cidade;
III - promover o desenvolvimento sustentável, a justa
distribuição das riquezas e a eqüidade social no Município;
IV - elevar a qualidade do ambiente urbano, por meio da
preservação dos recursos naturais e da proteção do patrimônio histórico, arquitetônico,
artístico, cultural, urbanístico, arqueológico e paisagístico;
V- garantir a justa distribuição dos benefícios e ônus
decorrentes das obras e serviços de infra-estrutura urbana;
VI - aumentar a eficiência econômica de forma a ampliar
os benefícios sociais e reduzir os custos operacionais para os setores público e privado,
inclusive por meio do aperfeiçoamento administrativo do setor público;
VII - promover e tornar mais eficiente, em termos sociais,
ambientais, urbanísticos e econômicos, os investimentos dos setores público e privado;
VIII - racionalizar o uso da infra-estrutura instalada, em
particular a do sistema viário e de transportes, evitando sua sobrecarga ou ociosidade;
IX - democratizar o acesso a terra e à habitação,
estimulando os mercados acessíveis às faixas de baixa renda;
X- prevenir distorções e abusos no desfrute econômico
da propriedade urbana e coibir o uso especulativo da terra como reserva de valor, de modo a
assegurar o cumprimento da função social da propriedade;
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XI - aumentar a eficácia da ação governamental,


promovendo a integração e a cooperação com os governos federal, estadual e com os
municípios da região, no processo de planejamento e gestão das questões de interesse
comum;
XII - permitir a participação da iniciativa privada em ações
relativas ao processo de urbanização, mediante o uso de instrumentos urbanísticos
diversificados, quando for de interesse público e compatível com a observação das funções
sociais da cidade;
XIII - implantar regulação urbanística baseada no
interesse público.

TÍTULO II
DA POLÍTICA URBANA DO MUNICÍPIO DE SINOP

CAPÍTULO I
DOS OBJETIVOS E DAS DIRETRIZES

Art. 6º. É objetivo da Política Urbana ordenar o pleno


desenvolvimento e distribuição das funções sociais do Município e o uso socialmente justo e
ecologicamente equilibrado e diversificado de seu território, de forma a assegurar o bem-
estar e a melhoria da qualidade de vida de seus habitantes mediante:

I- a recuperação para a coletividade dos investimentos


feitos pelo poder público municipal na realização de infra-estrutura pública que
proporcione a valorização de imóveis urbanos;
II - a regularização fundiária e a urbanização de áreas
ocupadas por população de baixa renda;
III - a redução dos deslocamentos entre a habitação e o
trabalho;
IV - a melhoria no abastecimento, na saúde, na educação
e no lazer;
V- a incorporação da iniciativa privada no
financiamento dos custos de urbanização e da ampliação e transformação dos espaços
públicos do Município, quando for de interesse público e subordinado às funções sociais do
Município;
VI - a preservação, proteção e recuperação do meio
ambiente e da paisagem urbana;
VII - a promoção de estratégias de financiamento que
possibilitem o cumprimento dos planos, programas e projetos em condições de máxima
eficiência;
VIII - a promoção social, econômica e cultural da cidade
pela diversificação, atratividade e competitividade das atividades;
IX - a integração e complementaridade das ações
públicas e privadas, locais e regionais através de programas e projetos de atuação;
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X- o fortalecimento do setor público, a recuperação e


valorização das funções de planejamento, articulação e controle;
XI - a articulação das estratégias de desenvolvimento do
Município de Sinop no contexto regional;
XII - a regulação pública sobre o solo urbano mediante a
utilização de instrumentos para redistribuição da renda urbana e da terra e controle sobre o
uso e ocupação do espaço do Município;
XIII - a integração horizontal entre os órgãos e conselhos
municipais, promovendo a atuação coordenada no desenvolvimento e aplicação das
estratégias e metas de planos, programas e projetos;
XIV - o privilégio dos gastos públicos nas áreas que
melhor proporcionem a melhoria da qualidade de vida a todos os cidadãos.

Art. 7º. A Política Urbana obedecerá às seguintes diretrizes:

I- a consolidação do Município de Sinop como centro


regional integrado de desenvolvimento sustentável nos setores industrial, educacional e de
serviços e como pólo competitivo de inovação tecnológica, sede de atividades produtivas e
geradoras de emprego e renda;
II - a implementação do direito à moradia, saneamento
ambiental, infra-estrutura urbana, transporte e serviços públicos, trabalho e lazer;
III - a utilização racional dos recursos naturais de modo a
garantir uma cidade sustentável, social, econômica e ambiental, para as presentes e futuras
gerações;
IV - a gestão democrática por meio da participação da
população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade na formulação,
execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano,
principalmente aqueles que trazem mais riscos ao ambiente natural ou construído;
V- a cooperação entre os governos municipal, estadual e
federal, iniciativa privada e os demais setores da sociedade no processo de urbanização, em
atendimento ao interesse social;
VI - o planejamento do desenvolvimento do Município, da
distribuição espacial da população e das atividades econômicas do Município de modo a evitar e
corrigir as distorções do crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio ambiente;
VII - a oferta de equipamentos urbanos e comunitários,
transportes e serviços públicos adequados aos interesses e necessidades da população;
VIII - o ordenamento e o controle do uso do solo, de forma
a combater e evitar:
a) a utilização inadequada dos imóveis urbanos;
b) proximidade ou conflitos entre usos incompatíveis ou
inconvenientes;
c) o parcelamento do solo, a edificação ou o uso
excessivo ou inadequado em relação à infra-estrutura urbana;
d) a instalação de empreendimentos ou atividades que
possam funcionar como pólos geradores de tráfego, sem a previsão da infra-estrutura
correspondente;
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e) a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulta


na sua subutilização ou não-utilização;
f) a deterioração das áreas urbanizadas e os conflitos
entre usos e a função das vias que lhes dão acesso;
g) a poluição e a degradação ambiental;
h) a excessiva ou inadequada impermeabilização do
solo;

IX - a integração e complementaridade entre as atividades


urbanas e rurais, tendo em vista o desenvolvimento socioeconômico do Município de Sinop
e do território sob sua área de influência;
X- a adoção de padrões de produção e consumo de bens
e serviços e de expansão urbana compatíveis com os limites da sustentabilidade ambiental,
social e econômica do Município;
XI - a adequação dos instrumentos de política econômica,
tributária e financeira e dos gastos públicos aos objetivos do desenvolvimento urbano, de
modo a privilegiar os investimentos geradores de bem-estar geral e a fruição dos bens pelos
diferentes segmentos sociais;
XII - a proteção, preservação e recuperação do meio ambiente
natural e construído, do patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico, arqueológico e
urbanístico;
XIII - a regularização fundiária e urbanização de áreas
ocupadas por população de baixa renda, mediante o estabelecimento de normas especiais
de urbanização, uso e ocupação do solo e edificação, consideradas a situação
socioeconômica da população e as normas ambientais;
XIV - a revisão e simplificação da legislação de parcelamento,
uso e ocupação do solo e das normas edilícias, com vistas a adequar distorções entre leis e a
realidade urbana, assim como facilitar sua compreensão pela população;
XV - o retorno para a coletividade da valorização de imóveis
decorrente de legislação de uso e ocupação do solo.

CAPÍTULO II
DA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE URBANA

Art. 8º. A propriedade urbana cumpre sua função social


quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no Plano
Diretor de Desenvolvimento Integrado do Município de Sinop, assegurando o atendimento
das necessidades dos cidadãos quanto à qualidade de vida, à justiça social e ao
desenvolvimento das atividades econômicas e sociais, respeitadas as diretrizes previstas
nesta Lei e no Artigo 2º do Estatuto da Cidade, Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de
2001, e os seguintes requisitos:

I- o atendimento das necessidades dos cidadãos


quanto à qualidade de vida, à justiça social, o acesso universal aos direitos sociais e ao
desenvolvimento econômico;
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II - a compatibilidade do uso da propriedade com a


infra-estrutura, equipamentos e serviços públicos disponíveis;
III - a compatibilidade do uso da propriedade com a da
preservação da qualidade do ambiente urbano e natural;
IV - a compatibilidade do uso da propriedade com a
segurança, bem-estar e a saúde de seus usuários e vizinhos;
V- a distribuição de usos e intensidades de ocupação
do solo de forma equilibrada em relação à infra-estrutura disponível, aos transportes e ao
meio ambiente, de modo a evitar ociosidade e sobrecarga dos investimentos coletivos.

Parágrafo único. São funções sociais do Município de Sinop:

I- proporcionar condições gerais para melhor habitar e


desempenhar atividades econômicas, sociais e o pleno exercício da cidadania;
II - garantir qualidade ambiental e paisagística;
III - facilitar o deslocamento e acessibilidade com
segurança e conforto para todos, priorizando o transporte público coletivo;
IV - criar pontos de atratividade, com a implantação de
equipamentos de turismo, eventos e negócios;
V- promover infra-estrutura básica do saneamento
ambiental.

TÍTULO III
DO DESENVOLVIMENTO URBANO E AMBIENTAL

CAPÍTULO I
DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

Art. 9º. A Política Municipal de Desenvolvimento


Econômico, entendida em sua ampla vinculação com a de desenvolvimento social, tem o
compromisso com a contínua melhoria da qualidade de vida da população, com o bem-
estar da sociedade e deverá ser promovido a partir da dinamização e diversificação das
atividades econômicas que integram o sistema produtivo no Município com base nos
princípios da inclusão social, da sustentabilidade ambiental e do desenvolvimento local.

Art. 10. São objetivos gerais para o desenvolvimento


econômico de Sinop:
I- promover a dinamização, o fortalecimento e a
diversificação da economia local, favorecendo a oferta de emprego e a geração de renda
para a população de Sinop, atendendo exigências de proteção ambiental;
II - potencializar os benefícios das atividades agrícola,
comercial, industrial, agroindustrial e do turismo, harmonizando as interferências e
minimizando os impactos negativos no meio ambiente rural e urbano;
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III - identificar e desenvolver outras vocações


econômicas no Município e fomentar investimentos autônomos;
IV - consolidar a posição do Município como Centro de
Referência em Negócios;
V- aperfeiçoar continuamente o modelo adotado a
partir da perspectiva sistêmica, considerando os desafios do crescimento econômico, a
eqüidade social e o respeito ao meio ambiente;
VI - apoiar e incentivar o desenvolvimento e
aperfeiçoamento das iniciativas individuais e coletivas com a finalidade de desenvolver e
consolidar a economia solidária.

Art. 11. Os programas, projetos e ações na área de


desenvolvimento econômico das atividades produtivas em Sinop observarão as seguintes
diretrizes:
I- o estímulo à organização da produção local e à
diversificação dos setores produtivos;
II - o fortalecimento de pólos produtivos em diferentes
áreas do Município baseados nas vocações e potencialidades locais;
III - o incentivo às parcerias e às ações de cooperação
entre agentes públicos e privados, incluindo as instituições de ensino e de pesquisa;
IV - a integração dos órgãos e entidades municipais,
estaduais e federais de apoio às atividades produtivas e culturais para o desenvolvimento
regional;
V- a articulação com municípios vizinhos para
dinamização da economia regional;
VI - o apoio à melhoria da qualidade das mercadorias
produzidas no Município;
VII - a incorporação de parcelas da população à produção
econômica formal e organização e regulamentação das atividades do setor informal,
utilizando mecanismos de apoio dos órgãos e entidades governamentais;
VIII - a promoção da qualificação profissional da
população e criação de ambientes para disseminar o conhecimento;
IX - a consolidação da atividade turística municipal
como atividade econômica e a cidade de Sinop como pólo do turismo regional e de
atividades produtivas relacionadas ao turismo;
X- a busca de parcerias com os atores do
desenvolvimento econômico local, estabelecendo consenso e a adesão criativa às
iniciativas de promoção econômica;
XI - a promoção da infra-estrutura necessária e
adequada ao desenvolvimento econômico, turístico e social da cidade;
XII - a intensificação na promoção do desenvolvimento e
aplicação de tecnologias vinculadas às necessidades e possibilidades do sistema produtivo
do Município;
XIII - a fomentação nas atividades econômicas baseadas
em inovação tecnológica e em uso intensivo de conhecimento;
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XIV - a maximização na sinergia dos ativos da Indústria


de Sinop potencializando a criação, difusão e uso do conhecimento e inovação;
XV - o desenvolvimento nas relações nacionais e
internacionais com associações e instituições multilaterais, empresariais, bem como, com
organismos governamentais de âmbito Federal e Estadual, no intuito de ampliar as
parcerias e a cooperação;
XVI - o incremento na participação do setor produtivo no
mercado mundial e diversificar a pauta de exportações, favorecendo o aumento da
competitividade regional;
XVII - a disponibilização dos serviços públicos em meios
avançados de tecnologia, proporcionando economia e rentabilidade temporal, espacial e
ambiental;
XVIII - a articulação nas ações para a ampliação da sintonia
entre a oferta e demanda de capacitação profissional, em especial nas áreas prioritárias de
desenvolvimento socioeconômico do Município;
XIX - a constituição de instrumentos de apoio aos micro e
pequenos empreendimentos, individuais ou coletivos, na forma de capacitação gerencial,
transferência tecnológica e fornecimento de crédito;
XX - a integração com projetos e programas federais e
estaduais voltados para a produção local;
XXI - a elaboração do Plano Municipal de
Desenvolvimento Econômico baseado em “territórios socioeconômicos”, estruturado em
programas, projetos e ações locais e compatibilizado com as diretrizes de estruturação
urbana e de proteção do ambiente natural e cultural, observando a integração e
complementaridade ao Plano Municipal de Desenvolvimento Social.

Seção I
Da Política e Gestão

Subseção I
Das Disposições Gerais

Art. 12. Deverá fazer parte constitutiva e fundamental da


política de desenvolvimento produtivo local, a relação com as políticas sociais e a
integração aos programas sociais de distribuição de renda, sem as quais não será possível
alcançar a inclusão social.
Art. 13. São diretrizes para orientar a política e gestão do
desenvolvimento econômico:

I- o estímulo à produção local com instalação e


operação adequadas do ponto de vista ambiental;
II - o incentivo a dinamização das atividades de
comércio e de serviços, priorizando as atividades voltadas à educação, saúde e ao turismo;
III - o estímulo à implantação e dinamização de micro,
pequenas e médias atividades produtivas;
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IV - o estímulo à produção industrial, em unidades


fabris e em cooperativas;
V- o incentivo à produção agrícola e às hortas
comunitárias;
VI - a articulação dos órgãos e entidades municipais
responsáveis pela produção econômica com entidades de apoio às atividades artesanais,
pesqueiras, hortifrutigranjeiras e de floriculturas, entre outras que possam ser
desenvolvidas no Município;
VII - o estímulo à criação de cooperativas de produção
artesanal;
VIII - o estímulo ao desenvolvimento de atividades
peculiares em cada comunidade de baixa renda, levando em conta as origens da população
e suas aptidões;
IX - o incentivo à integração da agricultura de produção
comunitária no abastecimento do Município, inclusive através do fortalecimento dos
mercados e feiras de bairro que comercializam produtos locais;
X- o incentivo ao desenvolvimento turístico do Rio
Teles Pires;
XI - o incentivo à implementação de um núcleo para o
desenvolvimento sustentável abrangendo as áreas de pesquisa e de formação da
comunidade local para a nova realidade econômica.

Art. 14. As diretrizes para a política e gestão do sistema


produtivo deverão ser implementadas mediante:

I- a elaboração da política e do plano de


desenvolvimento tecnológico e científico de Sinop;
II - a formulação de projetos de desenvolvimento
econômico para captação de financiamentos públicos e privados;
III - a promoção de apoio técnico às áreas produtivas;
IV - o estudo das potencialidades econômicas
proporcionadas na Zona Especial de Interesse Turístico (ZEITUR) e em áreas afins;
V- os estudos de viabilidade de implantação de um
Instituto Politécnico em Sinop;
VI - o apoio técnico às estruturas produtivas locais a
serem instaladas nas oficinas do presídio local, em instituições de reeducação para jovens
infratores ou outras instituições educacionais;
VII - a realização de eventos que promovam a divulgação
e a comercialização de produtos artesanais e dos artistas plásticos locais e da região;
VIII - a priorização para apresentações de produtos e
manifestações da cultura popular local nos eventos oficiais;
IX - o apoio à organização das atividades do setor
informal.

Subseção II
Das Micro, Pequenas e Médias Empresas
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Art. 15. São medidas específicas para o estímulo ao


desenvolvimento das micro, pequenas e médias empresas de produção local:
I- a criação de centros integrados de fomento ao
comércio e serviços nas unidades descentralizadas de gestão urbana;
II - a efetivação do apoio ao micro crédito para
produção econômica, associado a programa de capacitação profissional e empresarial;
III - a constituição de parcerias do setor público e
privado com as entidades associativas como SEBRAE, SESC, SENAI, SENAC e
CEPROTEC, dentre outras, para assessorar micro, pequenas e médias atividades
produtivas e qualificar a mão-de-obra local;
IV - a utilização de benefícios fiscais para estimular o
surgimento de pequenos negócios;
V- a criação ou ativação de programas e projetos de
apoio às atividades produtivas de pequeno e médio porte, a serem apresentados para
agentes financiadores;
VI - a viabilização da formação de cooperativas de
pequenos produtores locais, com prioridade para as cooperativas de produção artesanal
situadas nas comunidades onde reside população de baixa renda.

Subseção III
Do Setor Industrial

Art. 16. São medidas específicas para o desenvolvimento


industrial:

I- a elaboração de um plano estratégico de


desenvolvimento industrial de Sinop;
II - o desenvolvimento de programas de capacitação
industrial para população residente nos assentamentos precários, para aproveitamento da
mão-de-obra local;
III - a implantação de melhorias infra-estruturais nos
Distritos Industriais;
IV - a efetivação de maior controle e fiscalização das
atividades industriais perigosas e causadoras de impactos ambientais;
V- o reaproveitamento dos resíduos da madeira.

Subseção IV
Do Setor Agrícola

Art. 17. São medidas específicas para o desenvolvimento


agrícola:

I- a elaboração de projetos para aproveitamento das


áreas agricultáveis, para produção de hortaliças, de fruticultura e para criação de pequenos
animais, de forma integrada ao meio ambiente;
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II - o desenvolvimento de atividades rurais baseadas


nos princípios da agroecologia;
III - a diversificação na produção agrícola.

Subseção V
Dos Programas

Art. 18. Complementam as medidas previstas para o


desenvolvimento da produção econômica local, os seguintes programas:

I- programas de incentivo à instalação de hortas


comunitárias, com a integração a outros programas municipais;
II - programas de distribuição e comercialização dos
produtos hortifrutigranjeiros produzidos em Sinop;
III - programas de incentivo à otimização da produção
utilizando a matéria-prima local;
IV - programas de manejo florestal sustentável;
V- programas de extração da madeira de forma
sustentável;
VI - programas de manejo florestal comunitário;
VII - programas de geração de trabalho e renda com
apoio às tarefas da reciclagem do lixo urbano e aproveitamento de resíduos orgânicos e
inorgânicos, como garrafas PET, dentre outros;
VIII - programa de melhoria da qualidade da produção
local;
IX - programa de qualificação da mão-de-obra local,
incluindo:
a) desenvolvimento de núcleos de formação baseados
nas vocações profissionais e produções locais;
b) implementação de cursos de formação profissional
para população de baixa renda;
c) apoiar a organização e a formação permanente do
setor informal na fabricação de produtos tradicionais e apoio na sua comercialização.

Parágrafo único. Complementam o programa previsto no


inciso IX deste Artigo, as seguintes medidas:

I- criação de balcão de atendimento municipal com


cadastramento e classificados de emprego;
II - apoio a programas de inserção social.

Seção II
Do Turismo

Art. 19. São objetivos da política do turismo:


17

I- realizar o desenvolvimento sistêmico do turismo


em suas diversas modalidades;
II - estabelecer política de desenvolvimento integrado ao
turismo, articulando-se com os municípios vizinhos;
III - aumentar e manter o índice de permanência do turista
no Município.

Art. 20. São diretrizes para desenvolver a atividade turística


de forma sustentável:

I- a integração das ações de promoção ao turismo com


programas de geração de trabalho e renda e conscientização ambiental;
II - a integração de programas e projetos de incentivo à
produção local e às políticas de estímulo ao turismo;
III - o estímulo ao turismo ecológico aproveitando os
recursos naturais municipais;
IV - o fortalecimento do turismo cultural e científico
com dinamização de centros de excelência de ensino e pesquisa;
V- a integração do turismo ao desenvolvimento da
produção cultural local, especialmente ao artesanato e às manifestações folclóricas, para
gerar trabalho e renda para a população e preservar a identidade cultural de Sinop;
VI - a integração de ações do Município aos programas
federais e estaduais;
VII - a sistematização do levantamento e atualização de
dados e informações de interesse para o desenvolvimento turístico no Município;
VIII - a garantia da oferta e qualidade na infra-estrutura de
serviços e informação ao turista;
IX - a consolidação da política municipal de turismo;
X- o incentivo nas ações de formação, capacitação e
aperfeiçoamento de recursos humanos, visando o aprimoramento da prestação de serviços
vinculados ao turismo;
XI - a criação de condições para a melhoria dos recursos
turísticos, mediante estímulos às iniciativas afins, estabelecendo critérios de caracterização
das atividades de turismo, de recreação e de lazer;
XII - a promoção e a orientação adequada para a expansão
de áreas, equipamentos, instalações, serviços e atividades ligadas ao turismo;
XIII - a consolidação da Política Municipal de Turismo, por
meio do Conselho Municipal de Turismo, conforme a Lei Municipal nº 704/2002.

Art. 21. As diretrizes para o desenvolvimento do turismo


deverão ser implementadas mediante:
I- o aprimoramento e a atualização dos estudos
realizados para a atividade turística para elaboração do plano municipal do turismo;
II - a criação de roteiros turísticos para a região e
integrando as diversas modalidades de transportes rodoviário e aeroviário;
18

III - o estabelecimento de consórcios e associações


enfocando o turismo com municípios vizinhos, tendo Sinop como núcleo de serviços da
região;
IV - o apoio à instalação de terminais turísticos em
pontos estratégicos no Município de Sinop;
V- a promoção do turismo de negócios em Sinop,
integrando o Aeroporto e Rodoviária Municipal de Sinop, Casa da Cultura, rede hoteleira e
atividades de serviços;
VI - a implantação da pesca esportiva no Rio Teles
Pires;
VII - a revisão da localização e da configuração dos
pontos de venda do artesanato local;
VIII - o apoio à implantação do projeto hotel-escola no
Município;
IX - a constituição de parcerias entre o Poder Executivo
Municipal e entidades privadas para promover campanhas de informação e capacitação da
população, inclusive como guias turísticos, para melhoria de atendimento ao turista;
X- o fomento de convênios e de parcerias com outras
cidades, estados e países;
XI - a estruturação da Zona Especial de Interesse
Turístico (ZEITUR) e áreas afins com equipamentos de segurança e primeiros socorros.

Art. 22. São ações estratégicas para o turismo:

I- apoiar e criar incentivos ao turismo cultural e de


negócios em âmbito municipal, estadual, federal e internacional;
II - desenvolver programas de trabalho, por meio de
ações coordenadas entre o Poder Público e a iniciativa privada, com o objetivo de criar a
infra-estrutura necessária à execução de atividades relacionadas direta ou indiretamente ao
turismo, abrangendo suas diversas modalidades, eventos, negócios, lazer, aventura, cultura,
gastronomia e o agroecoturismo;
III - captar, promover e incentivar a realização de eventos
mobilizadores para demanda de turismo;
IV - desenvolver roteiros e implantar sinalização turística
conforme padrões e especificações técnicas pertinentes em âmbito nacional e internacional;
V- divulgar as facilidades operacionais, técnicas e
estruturais dedicadas ao desenvolvimento do turismo no Município;
VI - promover encontros, seminários e eventos
específicos para os profissionais e operadores de turismo no Município;
VII - produzir projetos e desenvolver atividades
promocionais contemplando os atrativos naturais do Município;
VIII - instalar postos de informação turística;
IX - estabelecer parceria entre os setores público e
privado, visando o desenvolvimento do turismo no Município;
19

X- disponibilizar informações turísticas atualizadas para


o mercado operador e para o turista, visando subsidiar o processo de tomada de decisão e
facilitar o desfrute da infra-estrutura, serviços e atrações da cidade;
XI - promover atividades culturais, estimulando a dança,
a música, as artes plásticas, o teatro e o cinema;
XII - promover a expansão e o aprimoramento do
Aeroporto Municipal com equipamento de serviço internacional;
XIII - implantar sistema permanente de animação turístico-
cultural e de lazer, orientando a população para a prática de atividades em espaços livres e
maximizando a utilização turística e recreativa dos recursos naturais, físicos, humanos e
tecnológicos disponíveis;
XIV - fomentar o turismo junto à Zona Especial de
Interesse Turístico (ZEITUR) e áreas afins;
XV - fomentar o turismo de aventura;
XVI - estimular o aprendizado de espanhol e inglês nas
escolas municipais para preparo de pessoal especializado;
XVII - incrementar os convênios entre municípios,
estimulando o intercâmbio social, político, cultural e ecológico.

CAPÍTULO II
DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL

Art. 23. A Política Municipal de Desenvolvimento Social


tem como objetivo geral a promoção social e econômica, de forma a gerar melhoria na
qualidade de vida da população, preservando e incentivando as potencialidades locais,
através da articulação das políticas públicas em suas várias dimensões.

Art. 24. A Política Municipal de Desenvolvimento Social


visa o pleno desenvolvimento das funções sociais do Município a fim de proporcionar aos
seus habitantes, em especial à família, à criança, ao adolescente, ao idoso e ao portador de
necessidades especiais, vida digna e saudável, resgatando-os para o exercício de uma
cidadania responsável.

Art. 25. A Política de Desenvolvimento Social do


Executivo, que para os efeitos deste Plano Diretor, vem traduzida no seu elenco de
diretrizes, será implementada de forma global e integrada pelos setores específicos, e
permeará todas as ações da Administração Municipal no seu objetivo de desenvolver as
funções sociais do Município.

Art. 26. Os planos setoriais serão elaborados pelos


respectivos órgãos do Poder Executivo Municipal, observando as diretrizes estipuladas
neste Plano Diretor, sob a coordenação da Secretaria Municipal da Assistência Social,
Trabalho e Habitação, juntamente com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano
e Meio Ambiente.
20

Art. 27. As ações de governo e os programas


assistencialistas, pela sua natureza emergencial e compensatória, não deverão prevalecer
sobre a formulação e aplicação das políticas sociais básicas nas áreas de saúde, da
educação, da habitação, da cultura, da assistência social, da segurança, do abastecimento e
do esporte e lazer constante neste Plano Diretor.

Art. 28. São diretrizes gerais da política de desenvolvimento


social:

I- o respeito e a valorização do indivíduo como


cidadão, independentemente da condição socioeconômica, raça, cor ou credo;
II - a ação social como processo sistêmico e integrado,
a partir de base territorial e com foco na família, na cultura local e na inclusão
socioeconômica de cada cidadão;
III - a descentralização intersetorial do processo
administrativo;
IV - a excelência em serviços públicos de assistência e
promoção social, através de práticas inovadoras;
V- a integração e complementação dos programas,
projetos e ações entre os diversos órgãos de governo e a sociedade civil;
VI - o estímulo à autonomia da população em situação
de risco e vulnerabilidade social, em especial na educação, na formação profissional e
geração de oportunidades de trabalho e renda;
VII - a elaboração do Plano Municipal de
Desenvolvimento Social de maneira integrada e complementar ao Plano Municipal de
Desenvolvimento Econômico e demais planos setoriais.

Seção I
Da Política Municipal da Habitação

Subseção I
Dos Objetivos, Diretrizes e Ações Estratégicas

Art. 29. A Política Municipal de Habitação tem por objetivo


orientar as ações do Poder Público e da iniciativa privada propiciando o acesso à moradia
digna, a todos os segmentos da população, entendida como necessidade básica dos
cidadãos, bem como garantir infra-estrutura urbana, equipamentos comunitários e
condições de habitabilidade para a população de baixa renda, contribuindo, assim, para a
inclusão social, a fim de reduzir o déficit e as necessidades habitacionais e conter a
produção de moradias irregulares, num processo integrado às políticas de desenvolvimento
urbano e regional e demais políticas municipais.

Parágrafo único. Entende-se por habitação os componentes


que integram a moradia, a infra-estrutura, os serviços urbanos, os equipamentos urbanos e
comunitários, permitindo uma vida digna à população residente em Sinop.
21

Art. 30. São objetivos da política de habitação do


Município:

I- universalizar o direito à moradia digna como direito


social, conforme definido no Artigo 6º da Constituição Federal e incorporando o direito à
infra-estrutura, e serviços urbanos, garantindo assim o direito pleno à cidade;
II - articular a política de habitação de interesse social
com as políticas sociais, para promover a inclusão social das famílias beneficiadas;
III - articular de forma democrática as instâncias
municipal, estadual e federal de política e financiamento habitacional, para otimizar os
recursos e para enfrentar as carências habitacionais;
IV - promover a melhoria das habitações existentes das
famílias de baixa renda e viabilizar a produção de Habitação de Interesse Social (HIS), de
forma a reverter a atual tendência de periferização e ocupação dos espaços inadequados;
V- garantir a diversidade dos programas e dos agentes
promotores da política de habitação de interesse social (HIS), de acordo com as
características diferenciadas da demanda;
VI - promover o uso habitacional nas áreas consolidadas e
dotadas de infra-estrutura, utilizando, quando necessário, os instrumentos previstos na Lei
Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001 - Estatuto da Cidade;
VII - coibir novas ocupações por assentamentos
habitacionais inadequados nas áreas de preservação ambiental e de mananciais, nas
remanescentes de desapropriação, nas de uso comum do povo e nas áreas de risco,
oferecendo alternativas habitacionais em locais apropriados e a destinação adequada a essas
áreas;
VIII - criar condições para a participação da iniciativa
privada na produção de Habitação de Interesse Social (HIS), especialmente na área central e
nos espaços vazios e subutilizados da cidade;
IX - propiciar a participação da sociedade civil na
definição das ações e prioridades e no controle social da política habitacional;
X- contribuir para o fortalecimento e organização
independente dos movimentos populares que lutam por moradia digna, pelo acesso à cidade
e pela garantia da função social da propriedade urbana;
XI - garantir a captação de recursos financeiros,
institucionais, técnicos e administrativos destinados a investimentos habitacionais de
interesse social, promovendo-a em fontes privadas e governamentais, incluindo aquelas
externas ao Município;
XII - garantir o acesso e a permanência das famílias de
baixa renda às linhas de financiamento público de habitação de interesse social;
XIII - promover a urbanização, regularização e inserção
dos assentamentos precários à cidade;
XIV - fortalecer o papel do Município na gestão da
política e na regulação dos agentes privados;
XV - promover o acesso a terra urbanizada para viabilizar
programas habitacionais de interesse social (HIS);
22

XVI - promover a produtividade e melhorar a qualidade na


produção habitacional;
XVII - incentivar a geração de empregos e renda,
dinamizando a economia, apoiando-se na capacidade que a indústria da construção
apresenta em mobilizar mão-de-obra.

Parágrafo único. Entende-se por moradia digna aquela


que dispõe de instalações sanitárias adequadas, que garanta as condições de habitabilidade, e
que seja atendida por serviços públicos essenciais, entre eles: água, esgoto, energia elétrica,
iluminação pública, coleta de lixo, pavimentação e transporte coletivo, com acesso aos
equipamentos sociais básicos.

Art. 31. A Política Habitacional do Município de Sinop será


implementada por meio de programas e projetos habitacionais contemplando as seguintes
diretrizes:
I- a integração da política habitacional à política de
desenvolvimento urbano, ambiental e programas de geração de trabalho e renda,
saneamento ambiental e regularização urbanística e fundiária;
II - a priorização no atendimento à habitação de
interesse social (HIS);
III - a consonância da política habitacional aos
condicionantes ambientais do Município, à capacidade de infra-estrutura e serviços
urbanos;
IV - a articulação da política habitacional municipal às
políticas e programas federais e estaduais, de agências internacionais e de outros agentes
intervenientes da cidade, para otimizar os recursos e melhor enfrentar as carências
habitacionais;
V- a articulação com os municípios vizinhos e com os
órgãos estaduais e federais para integração das políticas de desenvolvimento que evitem o
êxodo rural;
VI - a participação, fiscalização e controle pelos
moradores locais e poder público nas intervenções de habitação de interesse social;
VII - a formação de um controle social na atuação
pública na habitação de interesse social;
VIII - a promoção ao cumprimento da função social da
terra urbana respeitando o meio ambiente, em consonância com o disposto na Lei Federal
nº 10.257/2001 – Estatuto da Cidade e neste Plano Diretor;
IX - a viabilização na produção de lotes urbanizados e
de novas moradias, com vistas à redução do déficit habitacional e ao atendimento da
demanda constituída por novas famílias;
X- o desenvolvimento de projetos habitacionais que
considerem as características da população local, suas formas de organização, condições
físicas e econômicas;
XI - o desenvolvimento de programas de melhoria da
qualidade de vida dos moradores de habitações de interesse social, nas unidades
habitacionais, com infra-estrutura urbana e equipamentos, estimulando programas geradores
23

de emprego e renda, a valorização do espaço público, assegurando a integração desses


programas com a perspectiva de desenvolvimento das comunidades;
XII - a produção de unidades habitacionais para a
população de baixa renda, com qualidade e conforto, assegurando níveis adequados de
acessibilidade, de serviços de infra-estrutura básica, equipamentos sociais, de educação,
saúde, cultura, assistência social, segurança, abastecimento, esportes, lazer e recreação;
XIII - a consolidação da moradia social nas áreas
consolidadas, mediante a ação conjunta da população e dos Poderes Públicos Municipal,
Estadual e Federal, contribuindo para os programas de reabilitação dessas áreas,
compatibilizando-as com a inclusão social e urbana da população de baixa renda que habita
a região ou nela trabalha, de modo a evitar sua expulsão;
XIV - a utilização de parte dos recursos provenientes da
valorização imobiliária em programas habitacionais de interesse social nas áreas bem
dotadas de infra-estrutura e serviços urbanos;
XV - a promoção da regularização física e fundiária de
assentamentos já consolidados e das unidades construídas, garantindo moradia digna às
famílias de baixa renda;
XVI - a intervenção em áreas degradadas e de risco, de
modo a garantir à integridade física, o direito à moradia e à recuperação da qualidade
ambiental dessas áreas;
XVII - a garantia, nos programas habitacionais, de
atividades conjuntas de proteção ao meio ambiente e de educação ambiental, de modo a
assegurar a preservação das áreas de mananciais e a não-ocupação das áreas de risco e dos
espaços destinados a bens de uso comum da população, através de parcerias de órgãos de
governo e organizações não governamentais;
XVIII - o impedimento da ocupação irregular de novas áreas
mediante a aplicação de normas e de instrumentos urbanísticos e de fiscalização;
XIX - o estabelecimento de parâmetros físicos de moradia
social, índices urbanísticos e de procedimentos de aprovação de projetos, de forma a facilitar
a produção habitacional pela iniciativa privada;
XX - o estímulo às alternativas de associação ou
cooperação entre moradores para a efetivação de programas habitacionais, incentivando a
participação social e a autogestão como controle social sobre o processo produtivo e medida
para o barateamento dos custos habitacionais e de infra-estrutura, além da produção
cooperativada;
XXI - o respeito ao meio ambiente, buscando adotar
tecnologias de projeto, construção e manutenção dos empreendimentos habitacionais
voltados para os princípios do desenvolvimento sustentável, incluindo-se alternativas de
conservação de água e de disposição de resíduos sólidos, além de recuperação de áreas
verdes, preservação ambiental e de reciclagem dos resíduos inerentes aos empreendimentos;
XXII - o estímulo à realização de parcerias com
universidades e institutos de pesquisa para desenvolvimento de alternativas de menor custo e
maior qualidade e produtividade das edificações habitacionais;
XXIII - a facilitação do acesso da população de baixa renda à
moradia, por meio de mecanismos de financiamento de longo prazo, investimento de
24

recursos orçamentários a fundo perdido, permissão de uso e subsídio direto, pessoal,


intransferível e temporário na aquisição ou locação social;
XXIV - a promoção de serviços de assessoria técnica,
jurídica, ambiental, social, arquitetônica e urbanística gratuita a indivíduos, entidades,
grupos comunitários e movimentos na área de habitação de interesse social, no sentido de
promover a inclusão social desta população;
XXV - a garantia de informação atualizada sobre a situação
habitacional do Município, especialmente em relação ao déficit e às necessidades
habitacionais;
XXVI - o reassentamento da população local, no caso de
necessidade de remoção de área de risco à vida ou de desadensamento por necessidade de
obra de urbanização, garantindo relocação do atendimento habitacional das famílias a
serem removidas, para áreas preferencialmente na mesma região ou, na impossibilidade,
em outro local, com a participação das famílias no processo de decisão, juntamente com a
Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente e a Secretaria
Municipal de Assistência Social, Trabalho e Habitação.

§ 1º. Como melhoria das moradias entende-se programas e


projetos que intervenham em situações habitacionais precárias para garantir condições
dignas de habitabilidade.

§ 2º. Como produção de novas moradias entende-se a


provisão de novas unidades em empreendimentos habitacionais.
§ 3º. A Lei Municipal estabelecerá os equipamentos
mínimos necessários à implantação dos empreendimentos habitacionais de interesse social.
XXVII - a elaboração do Plano Municipal de Habitação de
Interesse Social, com a criação da Lei do Fundo Municipal de Habitação de Interesse
Social e do Conselho Gestor do Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social
conforme Lei Federal 11.124, de 16 de junho de 2005;
XXVIII - o desenvolvimento de estudos e pesquisas
destinados a estabelecer critérios que melhor traduzam a diferenciada realidade
socioeconômica das famílias objeto dos programas a serem patrocinados pela política
pública;
XXIX - a promoção e apoio a mecanismos de transferências
de recursos não onerosos para atender a parcela de população sem capacidade de
pagamento de moradia, identificada como pertencente à faixa de população abaixo da linha
de pobreza;
XXX - a delimitação de áreas para a implantação de
programas habitacionais de interesse social;
XXXI - a promoção e a implantação de planos, programas e
projetos, por meio de cooperativas habitacionais, com utilização do processo de autogestão
e capacitação por meio de assessorias técnicas;
XXXII - o estímulo de formas consorciadas de produção de
moradias populares, inclusive verticais, com a participação do Poder Público Municipal e
da iniciativa privada;
25

XXXIII - a promoção por meio de programas específicos


a serem definidos em Lei para a utilização de edificações residenciais nos programas
habitacionais destinados à população de baixa renda.

Art. 32. Qualquer produção habitacional deverá contemplar


as variáveis socioculturais, de geração de trabalho e renda, de serviços e de infra-estrutura
urbana, de desenvolvimento e organização comunitária, que compõem o contexto da vida
urbana.
Art. 33. A implementação da política habitacional no
Município de Sinop se dará mediante:

I- o aperfeiçoamento da legislação municipal relativa


à Política Habitacional;
II - a implantação de um sistema de informações de
habitação de interesse social que inclua os tipos de irregularidades e a localização dos
assentamentos precários e um cadastro socioeconômico unificado;
III - a ação conjunta das secretarias responsáveis pelo
planejamento, construção, meio ambiente, ação social, saúde e educação;
IV - a integração de agendas e programas afins à
habitação de interesse social com órgãos e entidades federais e estaduais e com os
municípios vizinhos;
V- a caracterização das várias condições dos
assentamentos precários e dos programas e critérios adequados a cada situação;
VI - a definição e implementação de programas voltados
para:
a) a eliminação dos riscos na moradia relacionados à
vida ou à saúde;
b) as melhorias habitacionais;
c) a promoção de novas unidades habitacionais de
interesse social;

VII - a regularização urbanística e fundiária;


VIII - a disponibilização de informações, realização de
campanhas educativas e apoio às organizações de base.

Art. 34. A criação de um banco de terras para provisão de


habitação de interesse social ou implantação de equipamentos urbanos ou comunitários
priorizados pela população.
Art. 35. São ações estratégicas da Política Habitacional:
I- realizar o diagnóstico das condições de moradia no
Município identificando seus diferentes aspectos, de forma a quantificar e qualificar no
mínimo os problemas relativos às moradias em situação de risco, loteamentos irregulares,
sem-teto, cortiços, co-habitações e casas de cômodos, áreas que apresentam ocorrências de
epidemias, áreas com alto índice de homicídios, áreas com solo contaminado, áreas de
interesse para preservação ambiental ocupadas por moradia em bairros com carência de
infra-estrutura, serviços e equipamentos;
26

II - atuar em conjunto com o Estado, a União e a Caixa


Econômica Federal para a criação de um banco de dados de uso compartilhado com
informações sobre a demanda e oferta de moradias, programas de financiamento, custos de
produção e projetos;
III - o Poder Executivo Municipal elaborará o Plano
Municipal de Habitação (PMH), através da Secretaria Municipal de Assistência Social,
Trabalho e Habitação em parceria com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano
e Meio Ambiente, com base nos objetivos e diretrizes enunciados nesta Lei e com a
participação social e que considere:

a) o diagnóstico das condições de moradia no


Município;
b) a articulação com os planos e programas do
Município;
c) a definição de metas de atendimento da demanda até
2008;
d) os objetivos, diretrizes e ações estratégicas para a
Política Municipal de Habitação definida nesta Lei;
e) a definição de metas de atendimento da demanda,
com prazos, priorizando as áreas mais carentes;
f) a definição de diretrizes e a identificação de
demandas por região, subsidiando a formulação dos planos regionais;
g) a revisão da legislação habitacional do Município,
compatibilizando os parâmetros de uso, ocupação e parcelamento do solo das Zonas
Especiais de Interesse Social (ZEIS) com as normas construtivas de Habitação de Interesse
Social (HIS).
IV - buscar a integração dos três níveis de governo para a
formulação de um plano de ação conjunta para a promoção de Habitação de Interesse Social
no Município;
V- destinar parcela das unidades habitacionais para o
atendimento aos idosos, aos portadores de necessidades especiais e à população em situação
de risco;
VI - aplicar nas Zonas Especiais de Interesse Social
(ZEIS), os instrumentos relativos à regularização fundiária e, quando couber, a concessão
especial para fim de moradia, previstos na Medida Provisória nº 2220, de 04 de setembro de
2001;
VII - divulgar, de forma acessível, a legislação pertinente a
empreendimentos e projetos habitacionais;
VIII - priorizar os empreendimentos de interesse social
estabelecendo acordos de cooperação técnica entre os órgãos envolvidos;
IX - investir no sistema de fiscalização integrado nas
áreas de preservação e proteção ambiental constantes deste plano, de forma a impedir o
surgimento de ocupações irregulares;
X- implementar subsídio direto, pessoal, intransferível e
temporário na aquisição ou locação social, bem como criar instrumentos que possibilitem a
inserção de todos os segmentos da população no mercado imobiliário;
27

XI - compatibilizar a legislação de Habitação de


Interesse Social (HIS) com as diretrizes estabelecidas neste plano;
XII - realizar, a cada 2 (dois) anos a Conferência
Municipal de Habitação para definição da política municipal de habitação em conjunto com
o Conselho Municipal de Habitação.

Subseção II
Da Habitação de Interesse Social

Art. 36. Compete ao Município de Sinop promover a


Habitação de Interesse Social.
§ 1º. Habitação de interesse social é a habitação para os
segmentos da população em situação de maior vulnerabilidade social, abrangendo:
I- famílias em situação de miséria absoluta, residentes
em assentamentos precários, em unidades sujeitas à desocupação ou sem condições de
habitabilidade, incapazes de arcar com quaisquer ônus financeiros com a moradia;
II - famílias cuja capacidade aquisitiva possibilitem
arcar com um dispêndio irregular e insuficiente com a moradia, que sem subsídios permite
residência em assentamentos precários;
III - famílias residentes ou não em assentamentos
precários cujas capacidades aquisitivas possibilitam arcar com um dispêndio regular com a
moradia, por meio de financiamentos especiais, menos onerosos que os praticados no setor
privado.
§ 2º. Considera-se assentamento precário a ocupação
urbana que possui pelo menos uma das seguintes características:
I- irregularidade urbanística e dominial, em
decorrência da ausência ou insuficiência de infra-estrutura urbana e de equipamentos
urbanos e comunitários, assim como ausência de título em nome do possuidor
correspondente ao imóvel;
II - insalubridade, por falta de saneamento básico;
III - inadequação da moradia, pela execução com
materiais construtivos ou com área de construção abaixo de padrões mínimos de
habitabilidade;
IV - situação de risco, em decorrência das moradias
estarem:
a) sujeitas a enchentes nos rios, riachos e canais ou em
fundos de vale e linhas de drenagem natural;
b) sob as redes de alta tensão;
c) sobre canais e galerias de águas pluviais;
d) junto ao local de destino final de resíduos sólidos.
Art. 37. A promoção da Habitação de Interesse Social no
Município de Sinop tem como objetivos:
I- elevar a qualidade de vida da população,
particularmente no que se refere às condições habitacionais, de forma a promover a
inclusão social e ampliar a cidadania;
28

II - minimizar os efeitos negativos causados no


Município pela migração de população pobre das áreas rurais;
III - diminuir o impacto social provocado pela
transferência de famílias residentes em situação de risco para áreas afastadas do centro
urbano, sem infra-estrutura e condições de trabalho;
IV - aumentar a oferta de habitação de interesse social
na cidade e nos assentamentos rurais através de:
a) financiamentos de longo prazo;
b) investimentos de recursos orçamentários a fundo
perdido.
V- melhorar as condições de infra-estrutura urbana e
de equipamentos urbanos e comunitários, bem como de oportunidades de trabalho, nas
áreas de transferência da população removida de assentamentos precários;
VI - qualificar os espaços habitados por população de
baixa renda, abrangendo a moradia e o seu entorno;
VII - otimizar os recursos para implantar programas e
projetos de melhorias habitacionais;
VIII - evitar a expansão da ocupação por população de
baixa renda em áreas de preservação ou de interesse ambiental;
IX - diminuir a situação de irregularidade urbanística e
fundiária dos imóveis no Município;
X- ampliar o acesso da população a serviços,
equipamentos e condições de trabalho e renda próximos a sua moradia.

Art. 38. Os objetivos relativos à Habitação de Interesse


Social (HIS) serão alcançados mediante:
I- a implementação da política habitacional de Sinop;
II - a identificação e delimitação de Zonas Especiais de
Interesse Social;
III - a promoção de programas e projetos habitacionais e
a implementação de instrumentos que incluam a regularização urbanística e fundiária.

Art. 39. São diretrizes gerais da Política Municipal de


Habitação de Interesse Social:
I- a diversificação nas modalidades de acesso à
moradia, tanto nos produtos quanto nas formas de comercialização, adequando o
atendimento às características socioeconômicas das famílias beneficiadas;
II - o estabelecimento de normas especiais de
urbanização, de uso e ocupação do solo e de edificações para assentamentos de interesse
social, regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de menor
renda, respeitadas a situação socioeconômica da população e as normas ambientais;
III - a instituição de Zonas Especiais de Interesse Social
(ZEIS);
IV - o estabelecimento de critérios para a regularização
de ocupações consolidadas e promover a titulação de propriedade aos seus ocupantes;
29

V- a promoção na relocação de moradores residentes


em locais impróprios ao uso habitacional e em situação de risco, recuperando o meio
ambiente degradado;
VI - o incentivo na produção de moradias e lotes
urbanizados destinados ao atendimento de famílias de menor renda;
VII - a permissão no parcelamento e ocupação do solo de
interesse social com parâmetros diferenciados, como forma de incentivo à participação da
iniciativa privada na produção de habitação para as famílias de menor renda;
VIII - a promoção na regularização fundiária e a
urbanização de áreas de assentamentos, adequando-as aos parâmetros urbanísticos e
ambientais estabelecidos e incluindo-os no contexto da cidade formal;
IX - a promoção de melhores condições de
habitabilidade às moradias já existentes, tais como salubridade, segurança, infra-estrutura e
acesso aos serviços e equipamentos urbanos;
X- a promoção na assistência técnica e jurídica para a
comunidade de baixa renda de ocupações irregulares, visando à regularização da ocupação;
XI - a promoção na melhoria da capacidade de gestão
dos planos, programas e projetos habitacionais de interesse social;
XII - a busca na auto-suficiência interna dos programas
habitacionais, propiciando o retorno dos recursos aplicados, respeitando as condições
socioeconômicas das famílias.

Subseção III
Dos Programas Habitacionais

Art. 40. A implementação dos programas de atendimento à


habitação de interesse social, visa ampliar a oferta de habitação e deverá propiciar
parcerias e cooperação técnica com órgãos governamentais, entidades e associações,
públicas e privadas, financiamento de diversas fontes e doações, possibilitando ações de
fortalecimento da capacidade produtiva das comunidades e sua inserção social, garantindo
a infra-estrutura adequada, a qualificação ambiental e oferecimento dos serviços
necessários para a promoção da qualidade de vida.
Art. 41. No atendimento à variedade de situações detectadas
nos assentamentos precários deverá ser priorizada a combinação de métodos construtivos
que privilegiem:
I- autoconstrução e o mutirão com utilização de mão-
de-obra local;
II - créditos para aquisição de materiais para autogestão
da habitação;
III - lotes devidamente urbanizados.

Art. 42. Os programas deverão observar padrões específicos


e técnicas de construção que apresentem soluções tanto na promoção de novas construções
quanto na melhoria habitacional, privilegiando o uso de processos e materiais construtivos
locais.
30

Art. 43. Os programas deverão prever assessoria técnica aos


moradores dos assentamentos, fiscalização e procedimentos de manutenção das obras.

Subseção IV
Dos Instrumentos da Política Habitacional

Art. 44. Constituem instrumentos da política habitacional,


sem prejuízo de outros previstos nesta Lei Complementar e na legislação federal, estadual
e municipal:
I- as Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS);
II - a política municipal de aquisição e gestão de terras
para habitação;
III - a política municipal de financiamento e de
subsídios à habitação.
Art. 45. As Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS)
estão previstas no Título IV, Capítulo IV, Seção I, neste Plano Diretor.

Seção II
Da Política Municipal da Educação

Subseção I
Dos Objetivos, Diretrizes e Ações Estratégicas

Art. 46. A Política Municipal de Educação tem como


fundamento assegurar ao aluno educação de qualidade para o exercício da cidadania, com
os seguintes objetivos:
I- atender à demanda da educação infantil, conforme
os parâmetros do Plano Nacional da Educação;
II - universalizar o atendimento à demanda do Ensino
Fundamental, garantindo o acesso e permanência na escola;
III - promover a erradicação do analfabetismo;
IV - compatibilizar as propostas educacionais com as
necessidades oriundas do processo de desenvolvimento sustentável da cidade;
V- melhorar os indicadores de escolarização da
população;
VI - implementar no Município política de integração das
Redes Escolares, municipal, estadual e particulares;
VII - potencializar a integração das redes escolares,
através do zoneamento escolar, favorecendo o atendimento a demanda;
VIII - articular a política educacional ao conjunto de
políticas públicas, em especial a política cultural, compreendendo o indivíduo enquanto ser
integral, com vistas à inclusão social e cultural com eqüidade;
IX - superar a fragmentação, por meio de ações integradas
que envolvam as diferentes modalidades de ensino, profissionais e segmentos a serem
atendidos;
31

X- assegurar a autonomia de instituições educacionais


quanto aos projetos pedagógicos e aos recursos financeiros necessários à sua manutenção,
conforme Artigo 12 da Lei Federal nº 9394, de 20 de dezembro de 1996 – Lei de Diretrizes
e Bases da Educação e a Lei Orgânica do Município.

Art. 47. A Educação, direito inalienável de todos, abrange


os processos educativos que se efetivam na convivência humana, na família, nas
instituições de ensino, no trabalho, no esporte, no lazer, nas manifestações culturais, nos
movimentos sociais, organizações da sociedade civil e no contato com os meios de
comunicação social.

Art. 48. São diretrizes da política educacional:

I- a promoção à expansão e à manutenção da rede


pública de ensino, oferecendo Educação Infantil (0 a 5 anos), Ensino Fundamental de 9
anos (a partir do ano de 2006), Ensino Fundamental de 8 anos, a Educação de Jovens e
Adultos ( E.J.A.) e a Educação Especial, de forma a cobrir a demanda;
II - a promoção à distribuição espacial de recursos,
serviços e equipamentos, para atender à demanda em condições adequadas, cabendo ao
Município o atendimento em creches, a educação pré-escolar e ao ensino fundamental;
III - a promoção na melhoria da qualidade de ensino,
dando condições para progressão do aluno e sua permanência até a conclusão do ensino
fundamental;
IV - a promoção ao desenvolvimento de centros de
excelência em educação, voltados para a modernização do padrão de ensino e a formação de
recursos humanos;
V- a expansão e descentralização gradativa das
atividades e os equipamentos do sistema educacional, incluídas as creches e as pré-escolas;
VI - a promoção nos programas de integração entre a
escola e a comunidade: inclusão digital, Educação de Jovens e Adultos (EJA), AABB
Comunidade, parcerias com Secretaria Municipal de Esportes e Lazer, Secretaria Municipal
de Assistência Social, Trabalho e Habitação, Secretaria Municipal de Saúde, Coordenadoria
de Cultura, e outros projetos e programas a serem desenvolvidos através da Secretaria
Municipal de Educação e Cultura e escolas;
VII - o acesso às escolas e da população às novas
tecnologias;
VIII - a expansão do programa inclusão digital para
comunidade;
IX - a ampliação e consolidação da autonomia
administrativa, financeira e pedagógica das unidades escolares, garantindo agilidade na
qualidade do atendimento de acordo com o Sistema de Ensino e do Decreto Municipal nº
080/2005 de Gestão Democrática;
X- a promoção à participação da sociedade nos
programas educacionais da cidade;
XI - a promoção à articulação e à integração das ações
voltadas à criação de ambientes de aprendizagem;
32

XII - a promoção de programas de inclusão e de


educandos portadores de necessidades educacionais especiais, preferencialmente na rede
regular de ensino, dando complementação e suplementação aos mesmos, aplicados nas
salas de apoio e recursos;
XIII - a promoção de ações que motivem a permanência
das crianças e adolescentes no ambiente escolar, em especial àquelas em situação de risco
ou vulnerabilidade social;
XIV - a democratização do acesso e a garantia da
permanência do aluno na escola, inclusive em relação àqueles que não os tiveram em idade
apropriada;
XV - o seguimento das metas do Plano Nacional de
Educação e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, articulando valores locais e
regionais realizados pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura através da
Coordenadoria de Cultura e escolas, em parcerias com Instituições de Ensino Superior;
XVI - a promoção do Município de Sinop a Pólo
Educacional;
XVII - a implementação de equipamentos específicos e de
materiais didáticos pedagógicos para o atendimento aos portadores de necessidades
educacionais especiais (PNEE);
XVIII - a formação de novas parcerias para o atendimento e
encaminhamento aos portadores de necessidades educacionais especiais (PNEE), para a
inclusão no mercado de trabalho;
XIX - a implantação, construção, urbanização e ampliação
de Centros de Apoio ao Deficiente Visual (DV) e Deficiente Auditivo (DA);
XX - a capacitação aos professores e adequação das salas
de aula com recursos especiais de apoio ao ensino regular, para o atendimento aos alunos
com necessidades educacionais especiais;
XXI - a adaptação curricular, visando atender as
necessidades específicas dos alunos portadores de necessidades educacionais especiais
(PNEE);
XXII - a garantia da acessibilidade aos alunos que
apresentem necessidades educacionais especiais, mediante a eliminação de barreiras
arquitetônicas, nas escolas, incluindo instalações, equipamentos e mobiliários adequados;
XXIII - a parceria entre Secretaria Municipal de Educação e
Cultura e Secretaria Municipal de Esportes e Lazer para desenvolvimento de atividades
esportivas que favoreçam atendimento aos portadores de necessidades educacionais
especiais (PNEE);
XXIV - a implementação de palestras de orientação e
acompanhamento aos familiares dos portadores de necessidades educacionais especiais
(PNEE), bem como transporte para visita aos mesmos;
XXV - a criação da Associação dos Deficientes Visuais e
apoio às demais associações;
XXVI - a criação da Lei de Incentivo à Profissionalização
do Deficiente;
XXVII - a criação do Conselho Municipal de Educação;
33

XXVIII -a aprovação do organograma da Secretaria


Municipal de Educação e Cultura;
XXIX - a elaboração do regimento interno da Secretaria
Municipal de Educação e Cultura.
Art. 49. São ações estratégicas no campo da Educação:

I- relativas à democratização do acesso e permanência


na escola:
a) realizar um censo educacional na cidade com o
objetivo de detectar as reais demandas existentes;
b) criar comissões permanentes de atendimento à
demanda junto às instâncias regionais da educação;
c) acompanhar projetos de Renda Mínima –
transferência de renda a famílias de baixa renda, vinculada à permanência dos dependentes
na escola - articulados com as demais Secretarias;
d) estabelecer planejamento conjunto com outras
instâncias para atendimento à demanda;
e) consolidar e acompanhar os programas de transporte
escolar;
f) disponibilizar os espaços das escolas municipais nos
finais de semana, feriados e períodos de recesso para a realização de atividades
comunitárias, de lazer, cultura e esporte, em conjunto com outras Secretarias;
g) rever a metodologia para a permanência da criança e
do adolescente na sala de aula.
II - relativas à democratização da gestão da Educação:

a) dar continuidade na elaboração e na conclusão do


Plano Municipal de Educação, em conjunto com representações da sociedade civil e outras
esferas de governo;
b) realizar a Conferência Municipal de Educação, para
aprovação dos objetivos e metas levantados pelos segmentos, para a conclusão do Plano
Municipal de Educação;
c) garantir a manutenção do orçamento participativo na
Educação, envolvendo as diferentes instâncias que compõem o sistema municipal de ensino;
d) propor e incentivar através da Secretaria Municipal
de Educação e Cultura, orientação, o acompanhamento e a execução do Plano de
Desenvolvimento Escolar, do Plano Anual de Metas (PAM), do Plano Individual de
Trabalho (PIT) e do Projeto Político Pedagógico (PPP) das escolas da Rede Municipal com
a participação da comunidade escolar e Associação de Pais Mestres das escolas (APM);
e) fortalecer os Conselhos Deliberativos das Escolas
reorganizando-os e incentivando a troca de experiências entre diferentes regiões do
Município;
f) incentivar a auto-organização dos estudantes por
meio da participação na gestão escolar, em associações coletivas, grêmios e outras formas de
organização;
34

g) descentralizar recursos financeiros e orçamentários


para unidades escolares;
h) criar os grêmios estudantis.

III - relativas à democratização do conhecimento e à


construção da qualidade social da Educação:
a) habilitar os professores e demais profissionais da
educação, condicionar o ingresso de novos profissionais à titulação mínima de nível médio e
profissionalizar os funcionários quanto à utilização dos equipamentos de educação infantil;
b) garantir 9 (nove) anos de escolaridade no Ensino
Fundamental;
c) fortalecer a formação continuada aos profissionais
que atuam na Educação Infantil, Ensino Fundamental de 9 anos (a partir do ano 2006),
Ensino Fundamental (8 anos), Educação de Jovens e Adultos (EJA) e Educação Infantil e
Educação Especial.
IV - relativas a todos os níveis de ensino:
a) promover as Avaliações Externas (Diagnóstica, de
Processo e de Resultados), acompanhando o nível de aprendizagem dos educandos da Rede
Municipal de Ensino;
b) promover o processo de reorientação curricular que
permita a revisão permanente do trabalho pedagógico em todas as escolas;
c) assegurar a autonomia de instituições educacionais
quanto a projetos pedagógicos e recursos financeiros, através da Lei 725/2003;
d) implantar as novas tecnologias de informação em
todas as escolas;
e) instituir programas de estímulo à permanência das
crianças na escola;
f) fortalecer as instâncias de representação e
participação da população no sistema educacional;
g) trabalhar a comunidade escolar para o respeito e
valorização às diferenças.
§ 1º. São ações estratégicas para o Ensino Fundamental:

I- implantar e ampliar o quadro de atividades nas


escolas municipais a fim de aumentar o tempo de permanência das crianças, através de
atividades culturais, esportivas e sociais;
II - promover a articulação das escolas de ensino
fundamental com outros segmentos sociais e culturais do Município e com organizações da
sociedade civil, de modo a proporcionar atenção integral.

§ 2º. São ações estratégicas para a Educação de Jovens e


Adultos (EJA):

I- promover ampla mobilização para a superação do


analfabetismo, reconstruindo experiências positivas já realizadas e reivindicando a
colaboração de outras instâncias de governo;
35

II - ampliar a oferta de vagas em Suplência de primeiro


segmento;
III - apoiar as iniciativas que permanecerem sob o
comando de organizações comunitárias;
IV - implementar a Alfabetização de Jovens e Adultos,
voltado ao ensino de novas tecnologias de informação, articulado a projetos de
desenvolvimento local e regional;
V- promover esforços para a ampliação de cursos no
período noturno, adequados às condições do aluno que trabalha;
VI - apoiar novos programas comunitários de educação de
jovens e adultos e fomentar a qualificação dos já existentes;
VII - promover a articulação das escolas com outros
segmentos sociais e culturais do Município e com organizações da sociedade civil voltados a
jovens e adultos, de modo a ampliar o atendimento a suas necessidades no campo
educacional;
VIII - assegurar a permanência do aluno da EJA (Educação
de Jovens e Adultos) na escola, oferecendo, projetos como: teatro, curso de culinária,
esporte, artes, aula de informática e outros.

§ 3º. São ações estratégicas para a Educação Especial:

I- promover reformas nas escolas regulares, dotando-as


com recursos físicos, materiais, pedagógicos e humanos para o ensino aos portadores de
necessidades educacionais especiais;
II - capacitar os profissionais da educação na perspectiva
de incluir os portadores de necessidades educacionais especiais nas escolas regulares,
resgatando experiências bem sucedidas de processos de inclusão social;
III - implantar Centros de Atenção visando o apoio
psicopedagógico a professores e aos alunos com necessidades educacionais especiais e seus
familiares;
IV - desenvolver projetos em parcerias com diferentes
entidades para realização de cursos profissionalizantes, visando atender os cidadãos da
região com maior índice de exclusão social.

§ 4º. São ações estratégicas para o Ensino


Profissionalizante:

I- promover a flexibilização dos cursos


profissionalizantes, permitindo sua adequação a novas demandas do mercado de trabalho e
sua articulação com outros projetos voltados à inclusão social;
II - criar centros de formação e orientação profissional
nas regiões do Município com maiores índices de exclusão social;
III - promover a articulação dos agentes de cursos
profissionalizantes na Cidade com vistas a potencializar a oferta de educação dessa natureza;
IV - implantação de novos cursos para os profissionais
voltados para a vocação econômica da região.
36

§ 5º. São ações estratégicas para o Ensino Superior:


I- manter entendimentos com as esferas estadual e
federal visando à implantação descentralizada de cursos de nível superior, voltados à
vocação econômica da região;
II - apoiar e estimular a implantação de novos cursos nas
Universidades Públicas e Particulares;
III - manter parcerias para o atendimento aos
profissionais da educação visando a implantação de cursos de nível superior e cursos de pós-
graduação voltados as necessidades da demanda existente.

Seção III
Da Política Municipal da Saúde

Subseção I
Dos Objetivos, Diretrizes e Ações Estratégicas

Art. 50. A Política Municipal de Saúde objetiva garantir à


população plenas condições de saúde física e psíquica, observados os seguintes princípios:
I- acesso universal e igualitário às ações e serviços de
saúde, para sua promoção, proteção e recuperação, sem qualquer discriminação;
II - ênfase em programas de ação preventiva;
III - humanização do atendimento;
IV - gestão participativa do sistema municipal de saúde.

Parágrafo único. Entende-se como saúde o bem-estar


físico, social e mental do ser humano.
Art. 51. A Política Municipal da Saúde visa a promoção da
saúde da população pela gestão e regulação dos serviços próprios e conveniados, pelo
monitoramento de doenças e agravos, pela vigilância sanitária, integrada às políticas de
controle da qualidade ambiental do ar e das águas, dos resíduos orgânicos e inorgânicos,
tendo como objetivos:
I- promover a saúde, reduzir a mortalidade e aumentar
a expectativa de vida da população;
II - promover a melhoria do Sistema Único de Saúde
(SUS);
III - implantar a gestão plena do Sistema de Saúde;
IV - consolidar o controle social;
V- promover a melhoria da gestão, do acesso e da
qualidade das ações, serviços e informações de saúde;
VI - consolidar e garantir a participação social no Sistema
Único de Saúde;
VII - implementar equipamentos de primeiros socorros em
empreendimentos de grande porte.

Art. 52. São diretrizes gerais da política municipal da saúde:


37

I- o asseguramento da implantação dos pressupostos


do Sistema Único de Saúde, mediante o estabelecimento de condições urbanísticas que
propiciem a descentralização, a hierarquização e a regionalização dos serviços que o
compõem;
II - a organização da oferta pública de serviços de
saúde e estendê-la a todo o Município;
III - a afirmação de melhoria na qualidade dos serviços
prestados e o acesso da população a eles;
IV - a promoção da distribuição espacial de recursos,
serviços e ações, conforme critérios de contingente populacional, demanda, acessibilidade
física e hierarquização dos equipamentos de saúde em centros de saúde, policlínicas,
hospitais gerais, pronto-socorros e hospitais especializados;
V- a garantia, por meio do sistema de transporte
urbano, de condições de mobilidade e acessibilidade às áreas onde estejam localizados os
equipamentos de saúde;
VI - a promoção do desenvolvimento de centros
detentores de tecnologia de ponta, de forma a atender a demanda de serviços
especializados;
VII - a garantia de boas condições de saúde para a
população, por meio de ações preventivas que visem à melhoria das condições ambientais,
como o controle dos recursos hídricos, da qualidade da água consumida, da poluição
atmosférica e da sonora;
VIII - a promoção política da educação na área de saúde,
conscientizando e estimulando a participação nas ações de saúde, visando o auto-cuidado,
a prevenção e a co-responsabilidade da população por sua saúde;
IX - a cooperação técnica e ações articuladas com os
setores de saneamento, educação e controle da poluição ambiental da União, Estado e
Município;
X- a participação popular na organização, controle e
avaliação do Sistema Único de Saúde no Município, através do Conselho Municipal de
Saúde e apoio para a realização da Conferência Municipal de Saúde;
XI - a promoção na melhoria constante da infra-
estrutura pública dos serviços de saúde;
XII - a promoção na melhoria do quadro epidemiológico,
reduzindo os principais agravos, danos e riscos à saúde da população;
XIII - a promoção de ações estratégicas destinadas em
atenção à mulher, à criança, ao adolescente, ao adulto, ao idoso e ao portador de
necessidades especiais;
XIV - a viabilização nas ações de prevenção, promoção,
proteção e atenção à saúde, no âmbito municipal;
XV - a promoção da melhoria dos índices de morbidade e
mortalidade no município, especialmente das patologias de enfrentamento contínuo;
XVI - a democratização do acesso da população aos
serviços de saúde, de modo a:
38

a) promover a implantação integral do Programa de


Saúde da Família, articulado aos demais níveis de atuação do Sistema Único de Saúde
(SUS);
b) desenvolver programas e ações de saúde tendo como
base a territorialização, a priorização das populações de maior risco, a hierarquização dos
serviços e o planejamento ascendente das ações;
c) adotar o Programa de Saúde da Família como
estratégia estruturante da atenção à saúde juntamente com a assistência odontológica.
XVII - a aplicação de abordagem intersetorial no
entendimento do processo de saúde-doença e nas intervenções que visem à proteção, à
promoção e à reparação da saúde;
XVIII - a implementação da rede hierarquizada de
atendimento hospitalar, de modo a:
a) reconstruir, redimensionar e ampliar os serviços
hospitalares em relação à sua demanda potencial;
b) reestruturar o atendimento pré-hospitalar;
c) equilibrar a oferta de leitos hospitalares utilizando
como indicador o número de leitos por mil habitantes.

XIX - a ampliação da rede física de atendimento,


adequando-a as necessidades da população;
XX - a implantação da Vigilância à Saúde no Município de
Sinop, incorporando a vigilância sanitária, epidemiológica, ambiental e saúde do
trabalhador;
XXI - a elaboração do Plano Municipal de Saúde e sua
discussão com representações da sociedade civil e outras esferas de governo;
XXII - a elevação do padrão de qualidade e eficiência do
atendimento em saúde prestado à população, por meio de:

a) implantação da gestão plena municipal do sistema de


saúde;
b) incentivo ao desenvolvimento gerencial do Sistema
de Saúde Único no Município;
c) a modernização e a incorporação de novas
tecnologias ao Sistema Único de Saúde (SUS).

XXIII- a implementação de um Centro de Zoonose.

Art. 53. São ações estratégicas no campo da Saúde:

I- integrar as redes municipais com a rede estadual e


federal já unificada ao Sistema Único de Saúde (SUS);
II - habilitar o Município para a gestão plena do sistema,
promovendo a integração da rede pública com a rede privada contratada, com e sem fins
lucrativos;
39

III - implantar no Município projetos que visem a


melhoria do atendimento à Saúde através do Cartão Saúde;
IV - implantar processos gerenciais fundados na
utilização de sistemas informatizados;
V- conceder autonomia administrativa e de organização
às unidades de serviço de saúde do Município, respeitados os compromissos já acordados
entre os níveis de gestão;
VI - efetivar na área da saúde o planejamento
descentralizado no nível regional, com foco nas necessidades de saúde da população local;
VII - promover a formação, capacitação e ampliação dos
recursos humanos da Secretaria Municipal da Saúde;
VIII - estruturar e capacitar as equipes dos Programas de
Saúde existentes como o da Saúde da Família;
IX - promover a melhoria nas ações de vigilância,
prevenção, diagnóstico, tratamento e assistência aos portadores de DST/AIDS, incluindo
treinamento de profissionais e parcerias com a sociedade civil;
X- promover ações para os portadores de necessidades
especiais nos diferentes níveis de atenção à saúde, visando à melhoria de qualidade de vida;
XI - promover ações intersecretariais de prevenção à
violência, abuso sexual, alcoolismo e drogas;
XII - implantar serviços de referência voltados ao combate
da violência sexual e doméstica;
XIII - promover a reabilitação e inserção social das pessoas
acometidas de transtorno mental;
XIV - promover a melhoria do programa de assistência
farmacêutica básica no Município;
XV - promover ações de atenção à saúde bucal e de
assistência odontológica;
XVI - promover a melhoria da saúde ambiental da cidade,
no âmbito do controle da qualidade do ar e dos níveis de ruído nos locais pertinentes;
XVII - implantar ações emergenciais de saúde, em
conformidade com as demandas de significativo impacto social;
XVIII - implantar a formação de consórcios intermunicipais
da saúde;
XIX - promover programas e ações que visem atender as
famílias distantes dos centros estruturados com serviços da saúde e a implantação de postos
de saúde em pontos estratégicos no território municipal;
XX - promover campanha de cunho educativo e
informativo pela mídia, além de programas específicos nas escolas municipais de todos os
níveis sobre os princípios básicos de higiene, saúde e cidadania.

Seção IV
Da Política Municipal da Assistência Social

Subseção I
40

Dos Objetivos, Diretrizes e Ações Estratégicas

Art. 54. A Política Municipal de Assistência Social visa


assegurar a universalização dos direitos sociais, com base nas Constituições Federal e
Estadual, na Lei Orgânica do Município, na Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) e
tem como objetivos:
I- promover a proteção e a defesa dos direitos da
população em situação de risco e vulnerabilidade social;
II - realizar ações de promoção à família e de apoio ao
desenvolvimento comunitário;
III - implementar ações que possibilitem a criação de
oportunidades de trabalho e renda à população em situação de risco ou vulnerabilidade
social;
IV - investir e incentivar a educação profissional,
priorizando a população de risco ou vulnerabilidade social;
V- prover recursos e atenção, garantindo a proteção
social e a inclusão da população no circuito dos direitos da cidadania;
VI - atuar de forma preventiva, no que se refere a
processos de exclusão social.
Art. 55. A responsabilidade pelo cumprimento da Política
Municipal de Assistência Social compete ao Poder Executivo Municipal, através da
Secretaria Municipal de Assistência Social, Trabalho e Habitação em regime de
colaboração com a União, Estado e com o Conselho Municipal de Assistência Social,
órgão colegiado com estrutura e atribuições já definidas em Lei.

Art. 56. A Política Municipal de Assistência Social será


definida a partir das necessidades identificadas através de estudos da Secretaria Municipal
de Assistência Social, Trabalho e Habitação com base no Mapa de Exclusão Social, pelo
Conselho Municipal de Assistência Social e demais entidades da sociedade civil
organizada através de representação, conforme as diretrizes gerais estabelecidas neste
Plano Diretor.

Art. 57. A Política Municipal de Assistência Social será


implementada garantindo o desenvolvimento social de forma articulada, com a
participação da comunidade e com outros órgãos com atuação no Município, evitando-se
duplicidade de ações no trato das questões da assistência social.

Art. 58. A Política Municipal de Assistência Social


obedecerá as seguintes diretrizes:

I- a vinculação da Política de Assistência Social do


Município de Sinop ao sistema único nacional de provisão de serviços, benefícios,
programas e projetos de assistência social, determinada pelos Artigos 203 e 204 da
Constituição Federal, e Lei Orgânica da Assistência Social – Lei nº 8.742/93, de 7 de
setembro de 1993;
41

II - a implantação do processo de Inclusão Social em


todas as ações, como instrumento de emancipação do cidadão;
III - o asseguramento aos cidadãos ao direito à Política
de Assistência Social;
IV - o estímulo à livre organização da comunidade
através da valorização das associações de bairro, dos movimentos populares e de toda
organização que garanta o pleno direito de participação da sociedade;
V- o estímulo e o assessoramento às organizações
comunitárias no redimensionamento de sua concepção e função a fim de instrumentalizá-
las para o exercício de uma co-gestão social em relação aos equipamentos sociais do
Município;
VI - o desenvolvimento das políticas sociais no âmbito
de sua competência, no sentido da valorização dos cidadãos;
VII - a garantia das ações articuladas e integradas entre o
Poder Executivo Municipal, através da Secretaria Municipal de Assistência Social,
Trabalho e Habitação e as entidades sociais;
VIII - o planejamento das ações de Assistência Social
objetivará, sempre que possível, sua integração com as diretrizes das áreas da educação, da
saúde, da cultura, do esporte, do lazer , da habitação, do meio ambiente, da segurança e do
abastecimento alimentar;
IX - o estímulo para que todas as ações estejam pautadas
na integração comunitária para a construção da identidade pessoal e convivência social do
destinatário da Assistência Social;
X- a promoção da integração entre o poder público e
os segmentos sociais organizados que atuam na área de ação social;
XI - a promoção de ações orientadas para a defesa
permanente dos direitos humanos;
XII - a promoção de programas que visem à reabilitação
e reintegração social dos menores infratores;
XIII - a promoção de programas de capacitação
profissional dirigidos aos segmentos carentes;
XIV - a participação popular efetiva na elaboração das
políticas de ação social;
XV - a promoção, junto à comunidade, do
desenvolvimento e da melhoria das creches existentes e a implantação de creches públicas;
XVI - a promoção para a implantação de centros de
convivência para idosos;
XVII - a realização de triagem para o encaminhamento
social, de pesquisa e formação de educadores sociais, para dar apoio comunitário a
portadores de ADIS e toxicômanos;
XVIII - a promoção ao acesso dos portadores de
necessidades especiais aos serviços regulares prestados pelo Município, mediante a
remoção das barreiras físicas, de locomoção e de comunicação e a promoção na melhoria
das estruturas arquitetônicas destinadas a estes;
42

XIX - a promoção, no âmbito da Assistência Social, ao


enfrentamento à violência, à exploração e abuso sexual, e ao atendimento à população de
rua;
XX - o desenvolvimento de programas de convívio, de
caráter socioeducativo voltado às crianças, adolescentes e jovens, idosos, portadores de
necessidades especiais, direcionados ao exercício da cidadania, à ampliação do universo
cultural e ao fortalecimento dos vínculos familiares e societários;
XXI - a criação, no âmbito da competência da Assistência
Social de políticas de prevenção e de combate a toda e qualquer violência contra a mulher, o
adolescente e o idoso.
Art. 59. Os instrumentos básicos para o cumprimento da
Política de Assistência Social do Município, além de outros previstos nas legislações
Federal, Estadual e Municipal, são:
I- a organização e implantação dos centros de
capacitação contínua a fim de articular, interdisciplinarmente, a produção do
conhecimento, sua atualização e acompanhamento da equipe técnica e de apoio da
Secretaria Municipal de Assistência Social, Trabalho e Habitação para todas as suas ações;
II - os estudos técnicos integrados com os órgãos do
Poder Executivo Municipal sobre as condições socioeconômicas do Município e da
Região, visando gerar indicadores que fundamentem as ações do planejamento social;
III - o Fundo Municipal de Assistência Social vinculará
todas as receitas e despesas orçamentárias da Assistência Social;
IV - a assessoria técnica, parceria, gestão e co-gestão de
bens públicos às ações das associações de moradores e movimentos populares em geral;
V- os convênios e os intercâmbios com organizações
locais, regionais, estaduais, federais e internacionais, públicas e privadas;
VI - desenvolver estudos de caráter regional visando
ações articuladas entre os municípios com relação ao seguimento migrante.

Art. 60. São ações estratégicas da Assistência Social:

I- implantar serviços de caráter intergeracional


favorecendo o desenvolvimento socioeducativo e a convivência societária;
II - manter parcerias com entidades da sociedade civil na
implantação de ações conjuntas com vistas à organização da rede de serviços da Assistência
Social;
III - instalar sistema unificado com o Conselho Municipal
de Assistência Social para cadastro das organizações privadas de Assistência Social e de
usuários dos serviços, benefícios, programas e projetos de Assistência Social;
IV - realizar o atendimento social à população vitimada
por situações de emergência ou de calamidade pública, em ação conjunta com a defesa civil.

§ 1º. São ações estratégicas relativas à democratização da


gestão da Assistência Social:
43

I- fortalecer as instâncias de participação e de controle


da sociedade civil sobre as políticas desenvolvidas no campo da assistência social, como os
Conselhos Municipais, Conselho Tutelar dos Direitos da Criança e do Adolescente,
Conselho do Idoso e demais organizações relacionadas à luta pela melhoria da qualidade de
vida;
II - elaborar o Plano Municipal de Assistência Social,
com a participação de outras esferas de governo e representantes da sociedade civil;
III - organizar e promover a realização da Conferência
Municipal de Assistência Social a cada 2 (dois) anos;

§ 2º. São ações estratégicas relativas à proteção da criança


e do adolescente:

I- implementar ações e campanhas de proteção e de


valorização dos direitos da criança e do adolescente, com prioridade para temas relacionados
à violência, abuso e assédio sexual, prostituição infanto-juvenil, erradicação do trabalho
infantil de risco, proteção ao adolescente trabalhador, combate à violência doméstica e uso
indevido de drogas;
II - implantar programas de caráter socioeducativo em
meio aberto, dirigidos ao adolescente que tenha cometido ato infracional;
III - implantar unidades de atendimento que promovam
ações de orientação e apoio sócio-familiar, a crianças e adolescentes em situação de risco
pessoal ou social;

§ 3º. São ações estratégicas relativas aos idosos e aos


portadores de necessidades especiais:

I- instituir o controle e avaliação do Benefício de


Prestação Continuada destinado tanto à população idosa como o com deficiência, de âmbito
federal;
II - estender aos que necessitam dos benefícios da
Assistência Social, vinculados às outras áreas de ação governamental;
III - integrar programas de âmbito intersecretarial para
que seja incorporado o segmento da terceira idade e aos portadores de necessidade nas
políticas públicas de habitação, transporte e outras de alcance social, nelas garantindo o
respeito e o atendimento às especificidades do idoso;
IV - priorizar o atendimento aos idosos e portadores de
necessidades especiais em salas de atendimento em Secretarias Municipais, Empresas,
Companhias e Autarquias do Município.

Seção V
Da Política Municipal do Esporte e do Lazer

Subseção I
Dos Objetivos, Diretrizes e Ações Estratégicas
44

Art. 61. A Política Municipal de Esporte e Lazer têm como


fundamento a promoção de ações que possibilitem a utilização do tempo livre, a prática
esportiva, a melhoria e conservação da saúde por meio da atividade física e sociabilização,
com os seguintes objetivos:
I- alçar o esporte e o lazer à condição de direito dos
cidadãos e considerá-lo dever do Estado;
II - formular, planejar, implementar e fomentar práticas
de esporte, lazer e atividades físicas para o desenvolvimento das potencialidades do ser
humano e de seu bem-estar;
III - desenvolver cultura esportiva e de lazer junto à
população, com práticas cotidianas baseadas em valores de integração do homem com a
natureza e da sua identificação com a cidade de Sinop;
IV - manter em funcionamento pleno as áreas livres
municipais destinadas ao esporte e ao lazer;
V- oferecer acesso universal e integral às práticas
esportivas, promovendo bem-estar e melhoria da qualidade de vida.

Art. 62. São diretrizes gerais da política municipal do


esporte e lazer:
I- a promoção da distribuição espacial de recursos, o
acesso aos equipamentos esportivos municipais e às suas práticas esportivas, objetivando a
implantação de áreas multifuncionais para esporte, lazer e de atividades físicas,
proporcionando bem-estar e melhoria da qualidade de vida;
II - a ampliação e consolidação dos programas nos
segmentos de esporte, educação e rendimento como fator de promoção social;
III - a ampliação e consolidação dos programas
destinados à disseminação de práticas saudáveis junto à comunidade;
IV - a ampliação da rede municipal de equipamentos
para o esporte, lazer e atividades físicas, de acordo com as necessidades atuais e
projetadas;
V- a promoção de competições olímpicas e
paraolímpicas de caráter municipal, regional e estadual;
VI - o incentivo à prática do esporte olímpico nas
escolas municipais;
VII - a orientação da população para a prática de
atividades em áreas verdes, parques, praças e áreas livres;
VIII - a promoção de revitalizações e reurbanizações de
áreas propícias às práticas esportivas e o diagnóstico de áreas potenciais, possíveis a serem
destinadas a estas práticas, em parceria com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento
Urbano e Meio Ambiente – SDU;
IX - o estímulo à prática de jogos tradicionais populares;
X- a recuperação dos equipamentos de esportes,
adequando-os à realização de eventos e espetáculos esportivos;
XI - a garantia do acesso dos portadores de necessidades
especiais a todos os equipamentos esportivos municipais;
45

XII - a elaboração de diagnósticos, identificando áreas que


necessitam de equipamentos esportivos e de lazer visando a ampliação das redes de
equipamentos da Administração Direta e Indireta;
XIII - a implantação de um sistema regionalizado de
administração dos equipamentos esportivos e de lazer;
XIV - a implantação de programas estruturantes de esporte
e lazer para portadores de necessidades especiais voltados ao fortalecimento da noção de
cidadania.
XV - O incentivo fiscal para a realização de projetos
esportivos, a ser concedido às pessoas físicas ou jurídicas domiciliadas no município, de
acordo com a Lei nº885/05.
Art. 63. São ações estratégicas no campo dos Esportes e
Lazer:

I- assegurar o pleno funcionamento de todos os


equipamentos de administração direta, garantindo a manutenção de suas instalações;
II - revitalizar os equipamentos esportivos municipais
por ordem de prioridade;
III - promover jogos e torneios que envolvam o conjunto
das regiões do Município;
IV - implantar unidades esportivas e áreas de lazer em
todas as regiões do município, com atenção especial as Zonas Especiais de Interesse Social
(ZEIS);
V- elaborar e propor legislação de incentivo às
atividades de esporte e lazer, com parcerias público-privadas;
VI - atualizar a legislação que rege o Conselho Municipal
de Esportes e Lazer e implantar o Fundo Municipal de Esportes e Lazer;
VII - revitalizar e assegurar pleno funcionamento dos
Centros Desportivos Municipais;
VIII - apoiar, na medida do possível, a administração
comunitária dos Clubes Desportivos Municipais, oferecendo apoio de corpo técnico
competente que permita auxiliar na fase de construção e manutenção de equipamentos;
IX - incentivar a organização de competições amadoras
nas diferentes modalidades esportivas, utilizando a rede pública direta e indireta de
equipamentos esportivos;
X- implantar programa de ruas, de lazer, com prioridade
nas Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS);
XI - criar e apoiar o pleno funcionamento dos Centros
Desportivos Municipais (CDMs) e garantir sua administração pela comunidade;
XII - elaborar um calendário anual de eventos esportivos,
que garantam a continuidade sem a interrupção dos eventos de maior tradição e
popularidade.

Seção VI
Da Política Municipal da Cultura
46

Subseção I
Dos Objetivos, Diretrizes e Ações Estratégicas

Art. 64. A Política Municipal de Cultura, em cooperação


com a União e o Estado, garantirá a livre, plural e democrática manifestação das ciências,
artes e letras, com amplo acesso às fontes da cultura, estimulando a participação de todos
os grupos, sociais, em todos os níveis, e em suas diversas formas de expressão, tem como
objetivos:

I- contribuir para a construção da cidadania cultural no


Município de Sinop, que significa:
a) universalizar o acesso à produção e fruição de bens e
atividades culturais, especialmente na perspectiva da inclusão cultural da população de baixa
renda;
b) garantir a todos os espaços e instrumentos
necessários à criação e produção cultural;
c) democratizar a gestão da cultura, estimulando a
participação dos segmentos responsáveis pela criação e produção cultural nos processos
decisórios, garantindo a formação e informação cultural do cidadão.

II - assegurar o pleno funcionamento de equipamentos e


serviços culturais municipais;
III - construir políticas públicas de cultura e contribuir
para a constituição de esfera pública da cultura com a participação da sociedade;
IV - articular a política cultural ao conjunto das políticas
públicas voltadas para a inclusão social, especialmente as educacionais e de juventude;
V- apoiar manifestações culturais que se situam à
margem da indústria cultural e dos meios de comunicação;
VI - promover o aperfeiçoamento e valorização dos
profissionais da área da cultura;
VII - reformar e criar leis, instituições e mecanismos
destinados ao financiamento e fomento à cultura.

Art. 65. O cumprimento da Política Municipal de Cultura


compete ao Poder Executivo Municipal, especialmente através de:

I- a promoção, proteção e preservação do patrimônio


cultural do Município como um todo;
II - a aquisição e manutenção dos mais diversos e
variados equipamentos que promovam cultura;
III - a informação, valorização e manutenção de arquivo
cultural próprio para formação dos valores culturais da cidade, da região e do Estado;
IV - a proteção, em sua integridade e desenvolvimento,
das manifestações de cultura popular, de origem étnica e de grupos participantes da
constituição da nacionalidade brasileira.
47

Art. 66. A Política Municipal da Cultura nortear-se-á pelas


seguintes diretrizes:

I- a estimulação e a criação de centros culturais para a


produção e difusão das várias formas de expressão artística e de valores culturais, visando
também tornar-se um pólo exportador dessas atividades;
II - a estimulação, a criação e a ampliação da rede de
bibliotecas públicas, particulares e cooperativas, concebidas como elementos de apoio para
os núcleos estudantis e para uso da população em geral e implantar sistema de atualização
permanente de seus acervos;
III - a estimulação e a implantação de áreas culturais
através de projetos específicos;
IV - a estimulação na formação, produção e difusão de
áreas como artesanato, teatro, dança, música, literatura, artes plásticas, vídeo, fotografia e
atividades folclóricas entre outras;
V- o aproveitamento dos espaços institucionais como
centros culturais e estimular a produção cultural;
VI - o asseguramento da participação democrática das
entidades, organizações culturais e da sociedade civil, através de seus conselhos
representativos e dos agentes culturais na elaboração e discussão dos planos e projetos
culturais, e na produção de bens e equipamentos necessários à área cultural.
VII - a fomentação para elaboração, execução e a
construção do Teatro Municipal, em parceria com o Governo Estadual e Federal;
VIII - a implantação de programas de formação e estímulo
à criação, fruição e participação na vida cultural, especialmente nas regiões mais carentes e
também com atenção especial aos jovens, adolescentes e idosos e portadores de
necessidades especiais;
IX - o apoio a movimentos e manifestações culturais que
contribuam para a qualidade da vida cultural;
X- o apoio às manifestações institucionais ou não,
vinculadas à cultura popular, grupos étnicos e outros que contribuam para a construção da
cultura, da paz e de uma sociedade solidária;
XI - a consolidação da cidade como referência na
promoção de eventos culturais na área da música, do teatro, das artes plásticas, do cinema e
da literatura;
XII - a ampliação e a consolidação das possibilidades de
convivência cotidiana do cidadão com atividades artísticas e culturais, considerando novas
formas de expressão e a inserção da arte no âmbito comunitário;
XIII - a promoção e a utilização dos equipamentos
municipais e dos espaços públicos como mecanismo de descentralização e universalização
da atividade cultural;
XIV - a ampliação as possibilidades de produção, difusão
e acesso aos bens e atividades culturais, incentivando as relações entre a arte e a
tecnologia;
XV - a preservação e conservação do patrimônio cultural
da cidade;
48

XVI - o incentivo fiscal para a realização de projetos


culturais, a ser concedido às pessoas física ou jurídica domiciliada no Município, de acordo
com a Lei nº 582/99.
Art. 67. São ações estratégicas no campo da Cultura:

I- elaborar o Plano Municipal de Cultura em conjunto


com representações da sociedade civil e outros setores do governo;
II - organizar e promover a Conferência Municipal de
Cultura envolvendo todos os segmentos culturais da cidade de Sinop;
III - manter ativo o Conselho Municipal de Cultura, com
a participação de todos os segmentos culturais;
IV - garantir a inserção da política cultural no processo de
orçamento participativo;
V- estimular a ocupação cultural dos espaços públicos
da cidade;
VI - recuperar e revitalizar os equipamentos culturais da
cidade, como centros culturais, bibliotecas, casa de cultura e centros de terceira idade;
VII - construir nas regiões a ação cultural descentralizada,
conjuntamente com movimentos sociais e agentes culturais;
VIII - implantar unidades culturais nas Zonas Especiais de
Interesse Social (ZEIS);
IX - utilizar os equipamentos municipais como:
bibliotecas, centros culturais e casa de cultura como espaços e mecanismos de
descentralização e inclusão cultural;
X- promover, de modo descentralizado, a realização de
mostras de cinema, teatro e música;
XI - criar a fundação cultural de Sinop para a fomentação
de recursos e gestão de ações culturais do Município;
XII - informar e orientar a população sobre patrimônio
artístico, arquitetônico e cultural, incentivando assim sua fruição e preservação;
XIII - revitalizar edifícios de interesse histórico e cultural,
por meio de utilização, para finalidade adequada à sua preservação e valorização;
XIV - preservar, atualizar, ampliar e divulgar a
documentação e os acervos que constituem o patrimônio cultural do Município;
XV - promover, em conjunto com a comunidade escolar,
visando desenvolver programas de artes;
XVI - estabelecer o mapeamento cultural com a contagem
de equipamentos culturais públicos e privados no Município.

Art. 68. Os instrumentos básicos para o cumprimento da


política democrática cultural do Município, além de outros previstos nas legislações
Federal, Estadual e Municipal são:

I- a manutenção e ampliação dos equipamentos


públicos e serviços prestados na área cultural;
49

II - os contratos, convênios e acordos entre o Poder


Público Municipal e outros agentes intervenientes no processo cultural;
III - a garantia de participação, através dos processos de
gestão, co-gestão e parceria, da sociedade civil em geral, nas ações culturais.

§1º. As ações culturais no Município de Sinop serão


desenvolvidas sob o gerenciamento dos órgãos previstos no Parágrafo 2º, sempre que
possível, em integração com outros setores e órgãos Municipais, especialmente os ligados
à área social.
§2º. O Município exercerá sua competência na área da
cultura, de acordo com a Lei Orgânica do Município de Sinop, através da Secretaria
Municipal de Educação e Cultura e do Conselho Municipal de Cultura.

Seção VII
Da Política Municipal do Abastecimento Alimentar

Art. 69. A Política Municipal de Abastecimento tem como


objetivo garantir e ampliar o acesso aos diversos segmentos da população a alimentos de
qualidade e ao atendimento das necessidades nutricionais da população de Sinop,
especialmente àquelas em situação de risco social, melhorando o seu padrão nutricional e
facilitando o acesso a produtos alimentícios básicos de qualidade, em quantidade suficiente
e a preços acessíveis à população, especialmente a de baixa renda.

Art. 70. São diretrizes gerais da Política Municipal do


Abastecimento:
I- o planejamento e a execução dos programas de
abastecimento alimentar, de forma integrada com os programas especiais de nível Federal,
Estadual e Municipal;
II - a implantação e a ampliação das feiras livres e
similares;
III - a criação de projetos de apoio e estímulo às
cooperativas de compra para feirantes, pequenos e médios comerciantes;
IV - a criação de programas, em convênio com as
prefeituras da região e com o governo estadual e federal, no aprimoramento e ampliação da
estrutura logística para dar suporte para o micro, pequeno e médio agricultor;
V- a criação de um programa específico para o
desenvolvimento de hortas domésticas, educacionais comunitárias e institucionais, com
finalidade econômica e educacional;
VI - a criação de meios de condições para que o Horto
Municipal seja um pólo com fins educacionais, nas áreas de agricultura, abastecimento e
meio ambiente;
VII - o fortalecimento das ações do Poder Executivo
Municipal nas áreas de defesa sanitária, classificação de produtos, serviço de informações
de mercado, controle higiênico das instalações públicas e privadas de comercialização de
alimentos e fiscalização em geral;
50

VIII - a estruturação de um sistema de abastecimento


destinado à melhoria das condições de atendimento à população, em termos de qualidade,
quantidade e preços de produtos de primeira necessidade, mediante políticas de apoio à
produção e à distribuição;
IX - a consolidação e a ampliação do sistema de
abastecimento, por meio:
a) da construção de um mercado municipal;
b) da implantação de mini-mercados e de restaurantes
populares;
c) da ampliação e da modernização do programa de
abastecimento municipal;
d) da criação da Cooperativa de Produtores de
Hortifrutigranjeiros.
X- a promoção da implantação de hortas comunitárias,
principalmente em regiões nas quais possam representar suplementação da renda familiar;
XI - o desenvolvimento do programa de gestão
compartilhada entre o Poder Executivo Municipal e os permissionários dos equipamentos
públicos de abastecimento;
XII - a promoção de políticas sociais para a população
hipossuficiente;
XIII - a promoção para a criação de centro comercial de
abastecimento e distribuição de hortifrutigranjeiros nas regiões;
XIV - a ampliação e a consolidação da Rede Social de
Abastecimento;
XV - a oferta de produtos mais baratos e de qualidade à
comunidade de baixa renda;
XVI - a promoção à educação alimentar que vise a forma
correta e mais econômica de assegurar uma alimentação saudável;
XVII - o incentivo a produção de hortaliças, grãos e
plantas medicinais em imóveis públicos e privados;
XVIII - a promoção de ações de combate à fome;
XIX - a viabilização de alimentos em situações
emergenciais e de calamidade.

Seção VIII
Da Política Municipal da Segurança Pública e Defesa Social

Art. 71. A política municipal de segurança pública e defesa


social tem como fundamento desenvolver e implantar medidas que promovam a proteção
do cidadão, articulando e integrando os organismos governamentais e a sociedade, para
organizar e ampliar a capacidade de defesa da comunidade e dos próprios munícipes, com
os seguintes objetivos:

I- potencializar as ações e os resultados de segurança


pública mediante a articulação com a instância pública, federal e estadual e com a
sociedade organizada;
51

II - articular as instâncias responsáveis pela proteção da


população, dos bens, dos serviços e dos próprios do Município;
III - ampliar a capacidade de defesa social da
comunidade;
IV - coordenar as ações de defesa civil no Município,
articulando os esforços das instituições públicas e da sociedade.

Art. 72. São diretrizes gerais da política municipal de


segurança pública e defesa social:
I- o estímulo, a parceria e a co-responsabilidade da
sociedade com o Poder Público Municipal nas ações de segurança pública, defesa
comunitária e proteção do cidadão;
II - a promoção à educação e a prevenção na área de
segurança pública e defesa social;
III - a intervenção em caráter preventivo nos ambientes
e situações potencialmente geradores de transtornos sociais;
IV - a promoção e a implantação descentralizada dos
equipamentos necessários à melhoria as condições de segurança pública, objetivando a
redução dos índices de criminalidade e dos sinistros;
V- a promoção de programas de prevenção de
incêndio, inclusive no âmbito das áreas não edificadas;
VI - a implantação de sistema de controle e proteção dos
bens municipais;
VII - a elaboração do Plano Municipal de Segurança e
Defesa Social.

CAPÍTULO III
DA POLÍTICA DO MEIO AMBIENTE E DO
SANEAMENTO AMBIENTAL

Seção I
Da Política Ambiental

Subseção I
Dos Objetivos, Princípios e Diretrizes

Art. 73. A Política Ambiental objetiva garantir a todos o


direito a um ambiente ecologicamente equilibrado, regulando a ação do Poder Público
Municipal e sua relação com os munícipes e instituições públicas e privadas e constituindo
a plataforma de orientação e referência dos agentes para viabilizar formas de
desenvolvimento sustentável, a fim de preservar o meio ambiente para as presentes e
futuras gerações.

Art. 74. A Política Ambiental Municipal é orientada pelos


seguintes princípios:
52

I- garantia de não-exaustão e equilíbrio na interação


de elementos naturais e antrópicos para abrigar, proteger, conservar e promover a vida em
todas as suas formas e níveis de organização, sejam os indivíduos, as populações, as
comunidades, o ecossistema e a ecosfera;
II - racionalização do uso do solo, subsolo, da água, do
ar e da produtividade no uso dos recursos naturais para a satisfação das necessidades
humanas;
III - controle e zoneamento das atividades
potencialmente ou efetivamente poluidoras;
IV - ação local contextualizada no ambiente global;
V- responsabilidade civil e criminal dos agentes
responsáveis pelas interferências ambientais;
VI - interação com as demais esferas de governo para
sinergia no desenvolvimento e aplicação das políticas ambientais;
VII - liberdade e acesso sem restrição, do cidadão e de
suas organizações, às informações sobre o meio ambiente e da sua participação na
definição e orientação da política ambiental do Município;
VIII - valorização do desenvolvimento, da consciência
ecológica e dos movimentos culturais alinhados com o desenvolvimento sustentado.

Art. 75. São objetivos da Política Ambiental:

I- implementar as diretrizes contidas na Política


Nacional do Meio Ambiente, Política Nacional de Recursos Hídricos, Política Nacional de
Saneamento, Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar, Lei Orgânica do
Município, Lei da Política Ambiental do Município e demais normas correlatas e
regulamentares da legislação federal, da legislação estadual e da legislação municipal no que
couber;
II - proteger e recuperar o meio ambiente e a paisagem
urbana;
III - controlar e reduzir os níveis de poluição e de
degradação em quaisquer de suas formas;
IV - pesquisar, desenvolver e fomentar a aplicação de
tecnologias orientadas ao uso racional e à proteção dos recursos naturais;
V- incentivar a adoção de hábitos, costumes, posturas,
práticas sociais e econômicas que visem à proteção e restauração do meio ambiente;
VI - preservar os ecossistemas naturais e as paisagens
notáveis;
VII - garantir a produção e divulgação do conhecimento
sobre o meio ambiente por um sistema de informações integrado.

Art. 76. Constituem diretrizes da Política Ambiental do


Município:
53

I- a aplicação dos instrumentos de gestão ambiental,


estabelecidos nas legislações federal, estadual e municipal, bem como a criação de outros
instrumentos, adequando-os às metas estabelecidas pelas políticas ambientais;
II - a elaboração do zoneamento ambiental do Município
compatível com as diretrizes para ocupação do solo e com a definição das áreas de proteção
ambiental;
III - a elaboração de legislação específica para
disciplinar as atividades desenvolvidas no ambiente urbano;
IV - a compatibilização do desenvolvimento econômico
e social com a preservação e conservação ambiental;
V- a proteção do Patrimônio Cultural, Natural e
Ambiental do Município;
VI - a elaboração da Agenda 21 local;
VII - a implantação de programas de educação ambiental,
integrando ações governamentais e não governamentais;
VIII - a criação de canais de participação das
comunidades na solução de seus problemas ambientais;
IX - o desenvolvimento de programas de capacitação
técnica dos recursos humanos do Poder Público Municipal e da comunidade;
X- a instituição de meios administrativos e técnicos,
visando a consolidação da gestão municipal do meio ambiente;
XI - a articulação, a integração e cooperação das ações e
atividades ambientais desenvolvidas pelos diversos órgãos e entidades ambientais do
Município com as dos órgãos federais e estaduais;
XII - a articulação e integração das ações e atividades
ambientais intermunicipais, favorecendo consórcios e outros instrumentos de cooperação
na aplicação e desenvolvimento de políticas ambientais de âmbito regional;
XIII - a elaboração de uma base de dados ambientais para
o Município, incluindo inventário e mapeamento das coberturas vegetais nativas e
antrópicas, hidrologia, pedologia, geologia, geomorfologia, biodiversidade, fauna e
patrimônio genético, dentre outras, em escalas apropriadas para utilização em
levantamentos das potencialidades e restrições na utilização dos recursos naturais e para
adoção de medidas especiais de proteção;
XIV - o controle das atividades produtivas, ou quaisquer
outras, que acarretem danos efetivos ou potenciais ao meio ambiente e à qualidade de vida
da população;
XV - o estabelecimento de normas e padrões de
qualidade ambiental, compatibilizando-os com a legislação específica e com as inovações
tecnológicas;
XVI - a criação, ampliação e gestão de unidades de
proteção e conservação ambiental incluindo parques, reservas, estações ecológicas, áreas
de proteção ambiental e de interesse paisagístico, urbano ou rural, no Município, dotando-
as da infra-estrutura necessária para o cumprimento de suas finalidades;
XVII - a promoção da recuperação ambiental das áreas
degradadas do Município, seja pela ação direta ou indiretamente, através do estímulo e da
54

obrigação da participação dos agentes degradadores na recuperação ambiental de áreas


degradadas;
XVIII - a promoção do tratamento e disposição adequada
dos resíduos sólidos, esgotos domésticos e industriais produzidos no Município;
XIX - a elaboração de programas integrados para a
redução da produção de resíduos oriundos de todo tipo de atividade antrópica, seja
doméstica, comercial, industrial ou de lazer;
XX - a promoção da educação e do marketing ambiental,
visando ao desenvolvimento da consciência social para que se encontre padrão de
desenvolvimento sustentado no âmbito municipal;
XXI - a garantia de taxas satisfatórias de permeabilidade
do solo e das calçadas no território urbano, através de Lei Municipal específica;
XXII - o monitoramento permanente das condições das
áreas de risco e adoção de medidas preventivas pertinentes;
XXIII - a proteção das áreas de mananciais, limitando,
racionalizando a ocupação;
XXIV - a impedimento ou restrição da ocupação urbana em
áreas impróprias à urbanização, bem como em áreas de valor paisagístico;
XXV - a garantia da integridade do patrimônio ecológico,
genético e paisagístico do Município;
XXVI - a utilização de espécies adequadas ao clima local na
arborização dos logradouros públicos;
XXVII - a criação de mecanismos de fomento para:
a) estudos e pesquisas acerca do Meio Ambiente,
visando preferencialmente a elaboração do Código Ambiental do Município de Sinop;
b) florestamento e reflorestamento com a finalidade de
suprir a demanda de produtos lenhosos, ocupar área com vocação florestal e estimular o
desenvolvimento da agroindústria florestal no Município e de minimizar o impacto da
exploração dos adensamentos vegetais nativos;
c) programas de conservação de solos e dos
mananciais aqüíferos para minimizar a erosão e o assoreamento de corpos d’água interiores
naturais ou artificiais;
d) programas de defesa e recuperação da qualidade
das águas, do ar e do clima;
e) programas de florestamento com espécies nativas
para fins de composição das áreas de reservas legais;
f) programas de estímulo ao consumo e produção de
energia oriunda de fontes renováveis, inclusive as de biomassa em substituição das de
origem fóssil;
g) projetos de pesquisas para o desenvolvimento
tecnológico, dando prioridade para a utilização de espécies nativas nos programas de
reflorestamento do município.

XXVIII - a orientação e o controle do manejo do solo nas


atividades agrícolas;
55

XXIX - o controle da poluição da água, do ar e a


contaminação do solo e subsolo;
XXX - a definição de metas de redução da poluição;
XXXI - a implementação do controle de produção e
circulação de produtos perigosos.

Seção II
Do Saneamento Ambiental

Art. 77. São elementos referenciais para o saneamento


ambiental de Sinop, de modo a melhorar as condições de vida da população no Município
e impedir a degradação dos seus recursos naturais, os seguintes sistemas:

I- abastecimento de água;
II - esgotamento sanitário;
III - drenagem das águas pluviais;
IV - gestão integrada de resíduos sólidos;
V- controle da poluição ambiental.

Art. 78. A implantação de qualquer projeto público ou


privado, no Município, deverá obedecer às disposições e aos parâmetros urbanísticos e
ambientais estabelecidos na legislação municipal vigente.

Art. 79. Constituem prioridades para a implementação da


gestão do saneamento ambiental no Município de Sinop:

I- elaboração e implementação do Plano Municipal de


Gestão e Saneamento Ambiental - PLAGESAN, como instrumento da gestão do
saneamento ambiental, a ser elaborada e levada a Câmara Municipal através de lei
complementar a este Plano Diretor em consonância com as políticas municipal, estadual e
federal de saneamento;
II - elaboração e implementação do Plano Municipal de
Esgotamento Sanitário de Sinop;
III - elaboração e implementação do Plano Municipal de
Drenagem Urbana e a criação de um sistema de captação de águas pluviais;
IV - implantação de um sistema de gerenciamento dos
resíduos sólidos que adote uma gestão integrada e participativa, com a definição de um
local adequado para destinação final, promovendo a recuperação ambiental de áreas
degradadas, com a inserção social dos catadores de materiais recicláveis;
V- elaboração do Plano Municipal de Águas
Superficiais e Subterrâneas, com identificação das áreas de contribuição das bacias
hidrográficas e das áreas de preservação das águas utilizáveis para o abastecimento da
população;
VI - elaboração de programas e de estudos baseados nas
condicionantes ambientais e socioculturais locais para a definição do destino final do lixo e
do esgoto, priorizando-se a coleta seletiva do lixo;
56

VII - definição de critérios para aplicação, no Município,


dos recursos oriundos da prestação de serviços de abastecimento de água e saneamento
básico.
Art. 80. São diretrizes gerais para a gestão do saneamento
ambiental no Município de Sinop:

I- a integração das políticas, programas e projetos de


abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos, drenagem pluvial, coleta e
disposição final de resíduos sólidos;
II - a integração nos programas e projetos da infra-
estrutura de saneamento básico, componentes de educação ambiental, de melhoria da
fiscalização, do monitoramento e da manutenção das obras;
III - a adequação das características tecnológicas e do
dimensionamento da infra-estrutura dos sistemas de saneamento básico às características
do meio ambiente e às condições de ocupação do solo no Município;
IV - a articulação dos órgãos responsáveis pelo
planejamento e controle urbano com a concessionária de água e esgoto para integrar as
diretrizes e medidas relativas ao uso do solo à capacidade de infra-estrutura implantada e
prevista para o Município;
V- a articulação com municípios vizinhos para ações
conjuntas de apoio na implantação ou adequação dos sistemas de saneamento básico;
VI - o atendimento dos serviços de saneamento básico
de acordo com a vulnerabilidade ambiental das áreas urbanas e da intensidade da
ocupação, especialmente por população de baixa renda;
VII - o apoio no cadastramento e mapeamento de
equipamentos e serviços de infra-estrutura de saneamento básico.

Art. 81. Deverão ser contempladas na legislação urbanística


as seguintes medidas relativas ao saneamento básico:

I- a implantação de faixas sanitárias com arborização


nas vias de fundo de vales;
II - as reservas de áreas para implantação de sistemas
de tratamento de esgotos em regiões não servidas por rede coletora em novos
empreendimentos;
III - a exigência de sistemas alternativos de tratamento
de esgotos para novos empreendimentos nas áreas não servidas por rede coletora e de
acordo com a densidade populacional prevista;
IV - as exigências quanto à permeabilidade do solo,
compatíveis com as necessidades de absorção das águas pluviais, especialmente para
empreendimentos de grande porte e nas áreas alagáveis da cidade;
V- a preservação das áreas de recarga de aqüíferos,
restringindo o uso e a ocupação urbana.

Art. 82. São diretrizes específicas para a gestão do sistema


de abastecimento de água:
57

I- a adoção de sistema misto de captação de água,


incluindo sistemas superficiais e subterrâneos, equilibrando as ofertas e buscando a
universalização do acesso ao uso da água;
II - a implantação de cobrança diferenciada do serviço
de abastecimento de água, de acordo com a faixa de renda dos segmentos da população, o
consumo dos usuários e a qualidade da infra-estrutura instalada;
III - o apoio aos órgãos e entidades estaduais na
fiscalização de operações irregulares de captação de água, superficiais ou de subsolo, e no
cumprimento de medidas rígidas para controle de perfuração de poços por particulares;
IV - o apoio ao controle, à institucionalização e ao
monitoramento da abertura de poços profundos de captação para preservação da qualidade
e quantidade da água subterrânea, através de parcerias com as empresas perfuradoras, e dos
poços rasos, por convênios com a concessionária;
V- a conscientização da população para a necessidade
de diminuir o consumo e racionalizar o uso de água, através de campanhas de educação e
ações técnicas específicas;
VI - o asseguramento do abastecimento de água no
Município, segundo a distribuição espacial da população e das atividades sócio-
econômicas;
VII - o asseguramento na qualidade da água dentro dos
padrões sanitários.
Art. 83. São diretrizes específicas para a gestão do sistema
de esgotamento sanitário:
I- a universalização da rede coletora de esgoto;
II - a prioridade do atendimento às áreas de
vulnerabilidade ambiental e de alta densidade populacional;
III - a utilização de recursos dos instrumentos
urbanísticos para a melhoria do sistema de esgotamento sanitário.

Art. 84. São diretrizes específicas para a gestão do sistema


de drenagem urbana:
I- a adequação do sistema de drenagem urbana com a
ampliação e recuperação das galerias de águas pluviais existentes;
II - a articulação entre órgãos municipais e entidades
comunitárias para implementação de um programa de prevenção à obstrução das galerias
de águas pluviais, através da educação ambiental;
III - a ampliação do conhecimento das condições de
drenagem com a identificação e mapeamento das principais áreas de recarga de aqüíferos
de Sinop.
Art. 85. São diretrizes específicas para a gestão dos resíduos
sólidos:
I- a conscientização da população para a necessidade
de minimizar a produção dos resíduos sólidos;
II - a ampliação e fortalecimento das ações para coleta
seletiva na cidade;
58

III - o incentivo à formação de cooperativas de


catadores de materiais recicláveis.

Art. 86. São diretrizes relativas à limpeza urbana:

I- a promoção da articulação do Município no tocante


a coleta, transporte, tratamento e destinação dos resíduos sólidos;
II - a implantação de programas especiais de coleta e
destinação final do lixo em áreas ocupadas por população de baixa renda;
III - o incentivo de estudos e pesquisas direcionados
para a busca de alternativas tecnológicas e metodológicas para coleta, transporte,
tratamento final do lixo, visando a prolongar ao máximo a vida útil dos aterros sanitários;
IV - a garantia da adequada prestação de serviço de
limpeza urbana, segundo a distribuição espacial da população e das atividades sócio-
econômicas;
V- a complementação e consolidação da
descentralização das atividades de limpeza urbana, particularmente no que concerne às
unidades de recepção, triagem e reprocessamento de resíduos recicláveis, bem como de
tratamento e destinação final dos resíduos não recicláveis;
VI - a criação de condições urbanísticas para a
implantação do sistema de coleta seletiva dos resíduos sólidos urbanos, dando especial
atenção ao tratamento e à destinação final do lixo hospitalar;
VII - o incentivo de sistemas de monitorização para o
controle de contaminação do lençol freático nas áreas de depósito de resíduos industriais e
de aterros sanitários.

CAPÍTULO IV
DA POLÍTICA MUNICIPAL DA MOBILIDADE URBANA

Seção I
Das Disposições Gerais

Art. 87. A política de mobilidade urbana é o instrumento da


política de desenvolvimento urbano de que trata o Artigo 182 da Constituição Federal, e
tem como objeto a interação dos deslocamentos de pessoas e bens com a cidade.

Art. 88. A política de mobilidade urbana tem como objetivo


contribuir para o acesso amplo e democrático à cidade, por meio do planejamento e
organização do sistema de mobilidade urbana e a regulação dos serviços de transportes
urbanos.

§ 1º. O Sistema de Mobilidade Urbana é definido neste


Plano como o conjunto estruturado e coordenado de modos, serviços e infra-estruturas que
garantem os deslocamentos de pessoas e bens na cidade.
§ 2º. Para os fins dispostos neste Plano, considera-se:
59

I- Modos de transporte urbano:

a) coletivos;
b) privados motorizados;
c) não-motorizados.

II - Serviços de transporte urbano:

a) coletivos;
b) táxi;
c) transporte de bens;
d) especiais de pessoas.

III - Infra-estruturas de mobilidade urbana:

a) calçadas, passarelas, passagens e faixas de


pedestres;
b) estacionamentos;
c) rede viária urbana;
d) terminais ou estações, inclusive de integração intra
ou intermodal de transporte urbano;
e) pontos de paradas para embarque e desembarque de
passageiros;
f) ciclovias e ciclofaixas;
g) sinalização viária;
h) sistemas de informação;
i) equipamentos e instalações;
j) garagens e pátios.

Seção II
Das Definições

Art. 89. Para os fins deste Plano, considera-se:

I- transportes coletivos: transporte público de pessoas


utilizado simultaneamente por vários usuários e acessível a toda população mediante
pagamento individualizado com base em preços pré-fixados pelo Poder Público Municipal;
II - transportes privado motorizado: transporte de
pessoas por veículos motorizados de propriedade privada, utilizado sem fins comerciais;
III - transportes não-motorizados: deslocamentos
realizados a pé e por veículos movidos pelo esforço humano ou tração animal;
IV - táxi: serviço de transporte de pessoas por
automóvel com condutor, utilizado por qualquer pessoa ou grupo de indivíduos mediante
pagamento;
60

V- transportes de bens: serviço de movimentação de


bens ou mercadorias, incluindo as operações de carga e descarga;
VI - transportes urbanos: são definidos neste Plano
como o conjunto dos meios apropriados para o deslocamento de pessoas e bens na cidade e
integra a política de mobilidade urbana;
VII - serviços especiais de transporte urbano de pessoas:
a) por fretamento, realizado por meio de contrato
público ou entre particulares, com características operacionais exclusivas para cada linha e
demanda;
b) escolar urbano, destinado ao transporte de
estudantes mediante contrato público ou entre particulares;
c) destinados a pessoas com necessidades especiais,
mobilidade reduzida ou socialmente vulneráveis.

VIII - subsistema viário: conjunto de vias e logradouros


de uma área urbana onde transitam veículos, pessoas e semoventes;
IX - acessibilidade urbana: a facilidade, em distância,
tempo e custo, de se alcançar fisicamente os destinos desejados na cidade.

Seção III
Dos Princípios, Objetivos e Diretrizes

Art. 90. A Política de Mobilidade Urbana Sustentável está


fundamentada nos seguintes princípios:

I- o direito ao acesso universal, seguro, equânime,


democrático ao espaço urbano de circulação, vias e logradouros;
II - a transparência e participação social no
planejamento, controle e avaliação da política de mobilidade urbana;
III - o desenvolvimento da cidade, por meio da
mobilidade urbana sustentável;
IV - a universalização do acesso ao transporte público
coletivo;
V- a acessibilidade das pessoas com necessidades
especiais;
VI - as políticas públicas de transporte e trânsito,
política municipal de mobilidade urbana sustentável, articuladas entre si e com a política
de desenvolvimento urbano e a do meio ambiente;
VII - a mobilidade urbana centrada no deslocamento das
pessoas;
VIII - o transporte coletivo urbano como um serviço
público essencial;
IX - a eficiência e eficácia na prestação dos serviços de
transporte urbano;
X- a justa distribuição dos benefícios e ônus
decorrentes do uso dos diferentes modos de transporte urbano;
61

XI - a transparência e participação social no


planejamento, controle e avaliação da política de mobilidade urbana;
XII - a paz e educação para cidadania no trânsito como
direito de todos.
Art. 91. A Política Municipal de Mobilidade Urbana
Sustentável tem por objetivos:
I- contribuir para a promoção do desenvolvimento
sustentável do Município, buscando compatibilizar o crescimento, a eficiência econômica
com a conservação ambiental;
II - promover e qualificar o planejamento dos
transportes como viabilizador da redistribuição do espaço e da circulação;
III - garantir a apropriação do uso do espaço urbano
para a parcela mais numerosa e vulnerável: pedestres, ciclistas, passageiros de transporte
coletivo urbano, pessoas com deficiência, portadoras de necessidades especiais e idosos;
IV - promover a plena acessibilidade aos meios de
transportes, sem barreiras;
V- estimular a participação cidadã, de forma a
fomentar o efetivo controle social das políticas públicas de transporte e trânsito;
VI - promover a universalização do acesso ao transporte
público;
VII - expandir, promover e melhorar o uso dos
transportes não motorizados;
VIII - garantir a acessibilidade das pessoas portadoras
com deficiência ou com restrição de mobilidade.

Parágrafo único. Entende-se por Mobilidade Urbana


Sustentável o resultado de um conjunto de políticas de transporte, circulação,
acessibilidade e trânsito, além das demais políticas urbanas, cujo objetivo maior está em
priorizar o cidadão na efetivação de seus anseios e necessidades, melhorando as condições
gerais de deslocamento na cidade, com o mínimo de impacto ambiental.

Art. 92. São diretrizes gerais da política de mobilidade


urbana sustentável:
I- a priorização de pedestres, ciclistas, passageiros de
transporte coletivo, pessoas com necessidades especiais e idosos, no uso do espaço urbano
de circulação;
II - a promoção ampla na participação cidadã, de forma
a garantir o efetivo controle social das políticas de Mobilidade Urbana;
III - a promoção no barateamento das tarifas de
transporte coletivo, de forma a contribuir para o acesso dos menos favorecidos;
IV - a articulação e a definição, em conjunto com os
Estados, Distrito Federal e Municípios, de fontes alternativas de custeio dos serviços de
transporte público, incorporando recursos de beneficiários indiretos no seu financiamento;
V- a promoção ao acesso das populações de baixa
renda, especialmente dos desempregados e trabalhadores informais, aos serviços de
transporte coletivo urbano;
62

VI - a promoção à proteção aos cidadãos nos seus


deslocamentos através de ações integradas, com ênfase na educação;
VII - a promoção e o apoio a implementação de sistemas
cicloviários seguros, priorizando aqueles integrados à rede de transporte público;
VIII - a promoção e o apoio para a melhoria da
acessibilidade, facilitando o deslocamento no Município, através de uma rede integrada de
vias, ciclovias e ciclofaixas e ruas exclusivas de pedestres, com segurança, autonomia e
conforto, especialmente aos que têm dificuldade de locomoção;
IX - o incentivo e a difusão de medidas de moderação de
tráfego e de uso sustentável e racional do transporte motorizado individual;
X- o apoio a planos e projetos que ordenem à
circulação de mercadorias de maneira racional e segura, principalmente em relação às
cargas perigosas;
XI - a promoção à preservação do Patrimônio Histórico,
Cultural e Ambiental dos centros urbanos, regulando a circulação de veículos;
XII - a promoção e a viabilização da associação e a
coordenação entre a política municipal de mobilidade sustentável e de transporte e trânsito
em consonância com as políticas de promoção habitacional, desenvolvimento urbano, meio
ambiente e saneamento ambiental em especial as de drenagem de águas pluviais e resíduos
sólidos;
XIII - a promoção de políticas de mobilidade urbana e
valorização do transporte coletivo e não-motorizado no sentido de contribuir com a
reabilitação das áreas urbanas centrais;
XIV - a promoção na capacitação dos agentes públicos e o
desenvolvimento institucional dos setores ligados à mobilidade;
XV - a promoção e o apoio à regulamentação adequada
dos serviços de transporte público;
XVI - a promoção ao desenvolvimento do transporte
público, com vistas à melhoria da qualidade e eficiência dos serviços;
XVII - o estímulo a adoção de novas tecnologias que
visem a redução de poluentes, resíduos ou suspensão e de poluição sonora, priorizando a
adoção de combustíveis renováveis;
XVIII - o desenvolvimento de modelos alternativos de
financiamentos para a implementação de projetos da mobilidade urbana;
XIX - o equacionamento no abastecimento e a
distribuição de bens dentro do Município de modo a reduzir seus impactos sobre a
circulação viária e o meio ambiente;
XX - o apoio e a promoção de medidas para coibir o
transporte ilegal de passageiros;
XXI - a integração com a política de uso e controle do
solo urbano;
XXII - a diversidade e complementaridade entre serviços e
modos de transportes urbanos;
XXIII - a priorização a proteção individual dos cidadãos e
do meio ambiente no aperfeiçoamento da mobilidade urbana, circulação viária e dos
transportes;
63

XXIV - a promoção no controle, monitoramento e


fiscalização, diretamente ou em conjunto com órgãos da esfera estadual ou federal, da
circulação de cargas perigosas e dos índices de poluição atmosférica e sonora nas vias do
Município;
XXV - a priorização no espaço viário ao transporte
coletivo em relação ao transporte individual;
XXVI - a elaboração e a implementação do Plano
Municipal de Mobilidade e Transporte Urbano Integrado.

Parágrafo único. As diretrizes gerais da política municipal de


mobilidade urbana e transporte são voltadas para o conjunto da população do Município,
com diretrizes específicas para os seus principais componentes.

Seção IV
Do Sistema de Transporte Urbano

Art. 93. O sistema de transporte urbano de Sinop é o


conjunto formado por infra-estrutura, veículos e equipamentos utilizados para o
deslocamento de pessoas e bens na área urbana, que possibilita o acesso ao direito de ir e
vir dos indivíduos ao processo produtivo, aos serviços, aos bens e ao lazer.

Art. 94. O sistema de transporte urbano é formado:

I- pelo sistema de circulação: conjunto de elementos


voltados para a operação do sistema viário, compreendendo os equipamentos de
sinalização, fiscalização e controle de tráfego;
II - pelo sistema viário: constituído pela infra-estrutura
física das vias e logradouros que compõem a malha por onde circulam os veículos;
III - pelo sistema de transporte coletivo de passageiros:
constituído pelos veículos de acesso coletivo, pelas estações de passageiros e abrigos, pelas
linhas de ônibus, pelas empresas operadoras e pelos serviços de táxi;
IV - pelo sistema de transporte de carga: constituído
pelos veículos, centrais, depósitos, armazéns e operadores de cargas;
V- pelo sistema cicloviário: constituído pelas
ciclofaixas e ciclovias interligadas.

Seção V
Dos Sistemas: Viário, Cicloviário e de Circulação

Art. 95. O planejamento do sistema viário tem por objetivo


assegurar a melhoria das condições de mobilidade da população, seja de pedestres, ou de
veículos automotores, e tem como principal instrumento, o sistema de classificação viária.

Art. 96. Todos os planos programas e projetos que se


relacionem, direta ou indiretamente, com o sistema viário do município, deverão ser
64

submetidos à apreciação da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes Urbanos


juntamente com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente.

Art. 97. O sistema cicloviário constitui-se de ciclovias e


ciclofaixas, assim definidas:

I- Ciclovias: são vias destinadas exclusivamente ao


uso de bicicletas, separadas fisicamente das vias destinadas ao tráfego motorizado;
II - Ciclofaixas: são faixas destinadas exclusivamente
ao uso de bicicletas, separadas por marcação e contíguas às faixas de tráfego motorizado.

Art. 98. O sistema de circulação compreende as funções de


apoio aos diversos tipos de vias, ou seja, seus equipamentos e sua sinalização a saber:
I- Gráfica:
a) Horizontal;
b) Vertical.
II - Semafórico.

Art. 99. Os sistemas Viário, Cicloviário e de Circulação têm


os seguintes objetivos:
I- assegurar o fácil deslocamento de pessoas e bens no
Município;
II - induzir a ocupação adequada e desejada do solo
urbano;
III - ampliar a acessibilidade às diversas áreas da cidade,
com especial atenção para os setores descentralizados de comércio e serviços que
propiciem a consolidação dos subcentros urbanos;
IV - garantir a fluidez adequada dos veículos conforme
o tipo de via;
V- garantir sinalização e fiscalização viária eficientes;
VI - prever a área para futura implantação de sistema de
veículos de transporte de passageiros de alta capacidade;
VII - incentivar a utilização da bicicleta como meio de
transporte e sua utilização como lazer;
VIII - minimizar os efeitos nocivos da poluição do ar e
sonora gerada pelos veículos automotivos.

Art. 100. São diretrizes dos sistemas viário, cicloviário e de


sinalização:
I- a estruturação e a hierarquização do sistema viário
através do plano viário, permitindo condições adequadas de mobilidade do cidadão nas
vias conforme o seu tipo;
II - a continuidade à implantação de sistema de
sinalização indicativa e informativa nas vias de circulação;
65

III - o desenvolvimento de programas educativos nas


escolas e criar campanhas de educação do trânsito, no sentido de promover a segurança de
pedestre, ciclista e motorista;
IV - o desenvolvimento de um programa cicloviário
municipal que permita a utilização segura da bicicleta como meio de transporte, através da
implantação do Plano Cicloviário para a cidade juntamente com a elaboração de normas,
regras e campanhas educativas para sua correta utilização;
V- a demarcação de áreas de interesse urbanístico, para
equipamentos destinados à mobilidade e acessibilidade no município, como:

a) terminal rodoviário;
b) terminais de transportes urbanos;
c) terminais de carga.

VI - a demarcação de pontos estratégicos para o sistema


viário e para a implementação de pontos, paradas e transbordos;
VII - a priorização na circulação do transporte coletivo
nos investimentos de expansão do sistema viário com a segregação em relação ao
transporte individual, quando necessário;
VIII - o asseguramento no cumprimento do disposto no
Código de Trânsito Brasileiro, com aplicação de rigorosa fiscalização voltada para a
segurança do trânsito;
IX - o direcionamento nas ações de engenharia,
operação e fiscalização do trânsito para a priorização da circulação do transporte coletivo e
para a segurança dos pedestres, estendendo-se às áreas periféricas;
X- a importância da circulação no conjunto da gestão
urbanística, em particular no que se refere à preservação ambiental e uso e ocupação do
solo com a avaliação de pólos geradores de tráfego;
XI - o planejamento, a execução e a manutenção do
sistema viário, segundo critérios de segurança e conforto da população, respeitando o meio
ambiente, obedecidas às diretrizes de uso e ocupação do solo e do transporte de
passageiros;
XII - a promoção e a continuidade ao sistema viário por
meio de diretrizes de arruamento a serem implantadas e integradas ao sistema viário
oficial, especialmente nas áreas de urbanização incompleta;
XIII - a promoção no tratamento urbanístico adequado nas
vias e corredores da rede de transportes, de modo a proporcionar a segurança dos cidadãos
e a preservação do patrimônio histórico, ambiental, cultural, paisagístico, urbanístico e
arquitetônico da cidade;
XIV - o melhoramento na qualidade do tráfego e da
mobilidade, com ênfase nas ações de educação, engenharia, policiamento e fiscalização do
trânsito de forma integrada;
XV - o planejamento e a operação na rede viária
municipal, priorizando o transporte público de passageiros, em consonância com o Plano
Municipal de Mobilidade Urbana e Transporte Integrado;
66

XVI - o aperfeiçoamento e a ampliação do sistema de


circulação de pedestres e de pessoas portadores de necessidades especiais, propiciando
conforto, segurança e facilidade nos deslocamentos;
XVII - a implantação de estruturas para controle da frota
circulante e do comportamento dos usuários.

Subseção I
Da Malha Viária

Art. 101. Malha Viária é o conjunto de vias do Município,


classificadas e hierarquizadas segundo critério funcional.

§ 1º Malha Viária Básica é o conjunto das vias de


transição, arteriais e coletoras, constituindo o principal suporte físico à mobilidade urbana.
§ 2º Função da Via é o seu desempenho de mobilidade,
considerando aspectos da infra-estrutura, do uso do solo, dos modais de transporte e do
tráfego veicular.
Art. 102. As vias abertas à circulação são classificadas em
conformidade com o Artigo 60, inciso I, da Lei Federal nº 9.503/97 do Código de Trânsito
Brasileiro, em:
I- Via de Trânsito Rápido: aquela caracterizada por
acessos especiais com trânsito livre, sem interseções em nível, sem acessibilidade direta
aos lotes lindeiros e sem travessia de pedestres em nível;
II - Via Arterial: aquela caracterizada por interseções
em nível, geralmente controlada por semáforo, com acessibilidade aos lotes lindeiros e às
vias secundárias e locais, possibilitando o trânsito entre as regiões da cidade;
III - Via Coletora: aquela destinada a coletar e distribuir
o trânsito que tenha necessidade de entrar ou sair das vias de trânsito rápido ou arteriais,
possibilitando o trânsito dentro das regiões da cidade;
IV - Via Local: aquela caracterizada por interseções em
nível, não semaforizadas, destinadas apenas ao acesso local ou áreas restritas.

Parágrafo único. Os novos projetos de construção e reformas


de vias, obedecerão obrigatoriamente o disposto no sistema de classificação viária a que se
refere este Artigo.

Seção VI
Do Sistema de Transporte Público de Passageiros

Art. 103. O Sistema de Transporte Público de Passageiros é


formado pelo Serviço de Transporte Coletivo, Táxi, e Escolar.

Art. 104. O Transporte Coletivo tem os seguintes objetivos:

I- garantir transporte coletivo urbano eficiente e


seguro;
67

II - promover a contínua melhoria dos serviços


objetivando o aumento da oferta e aumento da velocidade operacional do sistema;
III - estabelecer um novo padrão de atendimento que
considere o desenvolvimento tecnológico de veículos e equipamentos e garanta qualidade,
quantidade adequada e preço socialmente justo.

Art. 105. O Sistema de Transporte de Táxi e Transporte


Escolar tem os seguintes objetivos:

I- implantar programas de melhoria constante do


serviço de Táxi, visando o aumento de qualidade dos veículos e melhor capacitação dos
condutores;
II - desenvolver ações para a melhoria da qualidade dos
Transportes Escolares através de adoções de novas tecnologias veiculares e de capacitação
de condutores;
III - elaborar regulamento para o transporte por
fretamento.

Art. 106. São diretrizes específicas do Sistema de


Transporte Coletivo Urbano:

I- a otimização das taxas de ocupação do sistema de


transporte público de passageiros;
II - a integração do sistema de transporte coletivo
urbano ao setor de serviços, assegurando que itinerários estabelecidos facilitem ao
munícipe o seu acesso à escola, posto de saúde, farmácias, correios, bancos, lazer;
III - a conciliação dos traçados das linhas de transporte
coletivo às vias com melhores condições de fluidez e segurança, menor intensidade de uso
residencial e maior acessibilidade a comércio e serviços;
IV - o desenvolvimento de ações visando ganhos de
eficiência do transporte coletivo diminuindo o custo de prestação do serviço e buscando
novas formas de financiamento para o setor que resulte na redução do gasto dos usuários;
V- a articulação aos meios de transporte coletivo que
operam no Município em uma rede única, integrada física e operacionalmente;
VI - o estabelecimento de critérios de planejamento e
operação de forma integrada aos sistemas estadual e interestadual, atendendo aos interesses
e necessidades da população e características locais;
VII - a promoção aos meios institucionais adequados
para a perfeita harmonia no planejamento e gerenciamento dos serviços públicos de
transporte de passageiros no âmbito federal e estadual;
VIII - a ordenação ao sistema viário, através de
mecanismos de engenharia, legislação e capacitação da malha viária, priorizando a
circulação do transporte coletivo sobre o transporte individual;
IX - a adoção de tecnologias apropriadas de baixa,
média e alta capacidade, de acordo com as necessidades de cada demanda;
68

X- a promoção na atratividade do uso do transporte


coletivo por intermédio de deslocamentos rápidos, seguros, confortáveis e custos
compatíveis;
XI - o estabelecimento de políticas tarifárias que
preservem o equilíbrio econômico e social do sistema de transporte coletivo;
XII - o estabelecimento na excelência de padrões de
qualidade que proporcionem aos usuários do transporte coletivo crescente grau de
satisfação do serviço;
XIII - a racionalização ao sistema de transporte e as
formas de gerenciamento e controle de operação;
XIV - a adequação na oferta de transportes à demanda,
compatibilizando seus efeitos indutores com os objetivos e diretrizes de uso e ocupação do
solo e da circulação viária;
XV - a possibilidade na participação da iniciativa privada
na operação e implantação de infra-estrutura do sistema, sob a forma de investimento,
concessão ou permissão de serviço público ou obra;
XVI - a promoção e a possibilidade às pessoas portadores
de necessidades especiais, e aos idosos a terem condições adequadas e seguras de
acessibilidade autônoma aos meios de transporte urbano;
XVII - a estruturação às medidas reguladoras para o uso de
outros sistemas de transporte de passageiros.

Seção VII
Do Sistema de Transporte de Cargas

Art. 107. O Sistema de Transporte de Cargas compreende:

I- as rotas;
II - os veículos;
III - os pontos de carga e descarga;
IV - os terminais:
a) Públicos;
b) Privados.

Art. 108. São objetivos da Política Municipal de Sistema de


Transporte de Cargas:

I- normatizar a circulação e o funcionamento do


transporte de cargas atendendo as Legislações Federal e Estadual, visando minimizar os
efeitos do tráfego de veículos de carga nos equipamentos urbanos e na fluidez do tráfego;
II - indicar áreas para implantação de terminais de
carga visando à integração intermodal.

Art. 109. São diretrizes específicas do Sistema de


Transporte de Cargas:
69

I- a elaboração do Plano de Transporte de Cargas e de


Terminais de Integração definindo rotas, tipo de veículos, horários de circulação e
localização dos pontos de carga e descarga e dos terminais públicos e privados, inclusive
para cargas perigosas, compatíveis com os Sistemas Viário e de Circulação e com as
atividades geradoras de tráfego;
II - o incentivo na criação de terminais próximo a
entroncamentos rodoviários não congestionados e distantes das zonas residenciais;
III - a estruturação às medidas reguladoras para o
transporte de carga;
IV - a promoção na integração do sistema de transporte
de cargas rodoviárias aos terminais de grande porte, compatibilizando-o com os programas
de desenvolvimento aéreo e ferroviário e com a racionalização das atividades de carga e
descarga na cidade;
V- a definição das principais rotas, os padrões de
veículos e os pontos de carga e descarga a serem utilizados no abastecimento e na
distribuição de bens dentro do Município;
VI - o estabelecimento de horários especiais de tráfego
de veículos de transporte de cargas bem como restrições de tonelagem nos principais eixos
ou áreas da cidade;
VII - a promoção nas medidas reguladoras para o uso de
veículos de propulsão humana e tração animal;
VIII - a viabilização na implantação de terminais
integração e de centros de distribuição no âmbito urbano.

Seção VIII
Da Política Municipal de Trânsito

Art. 110. A Política Municipal do Trânsito busca atingir 5


(cinco) grandes objetivos, priorizados em razão de seus significados para a sociedade e
para o cidadão brasileiro e de seus efeitos multiplicadores, em consonância com as demais
políticas públicas. Sendo eles:
I- priorizar a preservação da vida, da saúde e do meio
ambiente, visando a redução do número de vítimas, dos índices e da gravidade dos
acidentes de trânsito e da emissão de poluentes e ruídos;
II - efetivar a educação contínua para o trânsito, de
forma a orientar cada cidadão e toda a comunidade, quanto a princípios, valores,
conhecimentos, habilidades e atitudes favoráveis e adequadas à locomoção no espaço
social, para uma convivência no trânsito de modo responsável e seguro;
III - promover o exercício da cidadania, incentivando o
protagonismo da sociedade com sua participação nas discussões dos problemas e das
soluções, em prol da consecução de um comportamento coletivo seguro, respeitoso e não
agressivo no trânsito, de respeito ao cidadão, considerado como o foco dos esforços das
organizações executoras da Política Municipal de Trânsito;
IV - estimular a mobilidade e a acessibilidade a todos os
cidadãos, propiciando as condições necessárias para sua locomoção no espaço público, de
70

forma a assegurar plenamente o direito constitucional de ir e vir, e possibilitando


deslocamentos ágeis, seguros, confortáveis, confiáveis e econômicos;
V- promover a qualificação contínua de gestão dos
órgãos e aprimorando e avaliando a sua gestão.

Art. 111. São diretrizes gerais da Política Municipal do


Trânsito:
I- o aumento na segurança do trânsito;
II - a promoção da educação para o trânsito, através de
programas, ações e equipamentos;
III - o asseguramento na mobilidade e acessibilidade
com segurança e qualidade ambiental a toda população;
IV - a promoção do exercício da cidadania, a
participação e a comunicação com a sociedade;
V- o fortalecimento do Sistema Municipal de Trânsito.

Seção IX
Do Plano Municipal de Mobilidade e Transporte Urbano
Integrado

Art. 112. O Plano Municipal de Mobilidade e Transporte


Urbano Integrado - PMTUI, nos termos da legislação federal aplicável, visa melhorar a
gestão dos transportes e as condições de circulação e acessibilidade no Município de
Sinop, priorizando os transportes coletivos, não motorizados e a circulação de pedestres.

Parágrafo único. O Plano Municipal de Mobilidade e


Transportes Urbano Integrado deverá ser revisado preferencialmente em conjunto com os
órgãos e entidades federais e estaduais no que se refere ao planejamento das redes
rodoviária, e cicloviária e sua integração no sistema de mobilidade de Sinop, atendendo às
diretrizes e normas estabelecidas nesta Lei.

Art. 113. O Plano Municipal de Mobilidade e Transporte


Urbano Integrado deverá prever:

I- ações a serem implementadas em curto, médio e


longo prazo para melhoria da qualidade do transporte coletivo no Município, incluindo:

a) estudo do sistema integrado de transporte coletivo


de passageiros, com definição dos custos operacionais;
b) itinerários e modalidades de transportes públicos;
c) regulamentação das condições de funcionamento,
segurança, horários e tarifas;
d) procedimentos de fiscalização e controle social;
e) condições para a concessão de serviços públicos.
71

II - critérios para qualificação dos equipamentos de


suporte do transporte coletivo que incluam a distribuição dos locais de parada e de
integração do transporte rodoviário;
III - prioridades para a implantação e melhoria nos
terminais rodoviários e futuras instalações de terminais de integração, na cidade e nas áreas
rurais de Sinop;
IV - ações específicas para melhoria e manutenção das
estradas vicinais;
V- ações específicas para melhoria do transporte
rodoviário intramunicipal e intermunicipal;
VI - definição da hierarquia viária urbana;
VII - normas para a qualificação da circulação e
acessibilidade, estabelecendo minimamente:
a) critérios para operação do tráfego de veículos;
b) padronização da sinalização das vias urbanas e das
estradas e rodovias localizadas no território municipal, em complementação às normas
federais.
VIII - normas para o transporte de cargas, considerando a
natureza das cargas transportadas e o porte do veículo;
IX - identificação de áreas destinadas à implantação de
terminais integração.
Art. 114. Dever-se-ão adequar às diretrizes do Plano
Municipal de Mobilidade e Transporte Urbano Integrado:

I- órgãos municipais da administração direta e


indireta;
II - instrumentos de regulação e controle urbano;
III - programas, planos e projetos municipais relativos à
mobilidade e à estruturação e qualificação urbana;
IV - ações dos órgãos responsáveis pelo planejamento e
gestão do sistema viário e transporte municipal;
V- concessionários de transporte público.

Art. 115. O Plano Municipal de Mobilidade e Transporte


Urbano Integrado complementa-se com os seguintes planos, programas, campanhas e
projetos:

I- plano para regularização e qualificação de calçadas


que contemple entre outros aspectos:

a) promoção da acessibilidade universal;


b) larguras mínimas, considerando a implantação de
baias de ônibus nas vias de maior fluxo;
c) padronização das calçadas e dos passeios públicos,
quanto à declividade máxima, os materiais e revestimentos adequados;
72

d) regras para o acesso de veículos;


e) definição de locais e tipos de arborização;
f) implantação de faixas de serviço e de percurso
seguro livre de obstáculos;
g) proteção física no limite entre calçadas, fossos e
canais;
h) implantação de faixas de alerta tátil e ilhas de
serviço com agrupamento de mobiliário urbano;
i) adequação de meio-fio com rebaixamento adequado
à travessia de pessoas com mobilidade reduzida;
j) sinalização e comunicação eficiente.

II - programas de adequação do sistema viário e dos


meios de transportes, com ênfase na acessibilidade para portadores de necessidades
especiais;
III - programa de educação para o trânsito no currículo
escolar;
IV - campanhas de educação de trânsito com amplo
alcance para população de Sinop;
V- campanhas educativas com os usuários dos
transportes coletivos.
VI - programa de melhoria dos terminais urbanos de
transporte coletivo, considerando:

a) acessibilidade para portadores de necessidades


especiais;
b) comunicação e informação aos usuários;
c) segurança e conforto dos usuários;
d) operacionalidade do transporte coletivo.

VII - projeto cicloviário, nos padrões e normas técnicas


recomendadas pelo governo federal, abrangendo:

a) criação de ciclovias ou ciclofaixas nos principais


corredores de tráfego;
b) regulamentação de dimensões mínimas e condições
de segurança;
c) interligação de ciclovias;
d) integração do sistema cicloviário com outras
modalidades de transporte;
e) estacionamento para bicicletas em terminais de
transporte coletivo e equipamento urbano;
f) sinalização horizontal e vertical nos cruzamentos.

TÍTULO IV
73

DO ORDENAMENTO TERRITORIAL DO MUNICÍPIO

CAPÍTULO I
DAS DIRETRIZES GERAIS

Art. 116. O Macrozoneamento e o Zoneamento do


Município de Sinop deverão atender às seguintes diretrizes:

I- a discriminação e a delimitação das zonas especiais,


urbanas e rurais;
II - a definição das áreas urbanas e rurais, com vistas à
localização da população e de suas atividades;
III - a designação das unidades de conservação
ambiental e outras áreas protegidas por Lei, discriminando as de preservação permanentes
ou temporárias, ainda, nas áreas de drenagem das captações utilizadas ou reservadas para
fins de abastecimento de água potável e estabelecendo suas condições de utilização;
IV - a restrição da utilização de áreas de riscos
geológicos;
V- a preservação das áreas de exploração agrícola e
pecuária e o estímulo a essas atividades primárias;
VI - a preservação, a proteção e a recuperação do meio
ambiente natural e construído;
VII - a exigência, para a aprovação de quaisquer projetos
de mudança de uso do solo, alteração de coeficientes de aproveitamento, parcelamentos,
remembramento ou desmembramentos, será necessária prévia avaliação dos órgãos
competentes do Poder Executivo Municipal;
VIII - a exigência, para o licenciamento de atividades
modificadoras do meio ambiente, a elaboração prévia de Estudo de Impacto Ambiental
(EIA) e do respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), bem como sua aprovação
pelos órgãos competentes do Poder Público, observada a legislação específica;
IX - a exigência do Estudo de Impacto de Vizinhança
(EIV), e suas ações complementares, para regularização ou licenciamento das atividades
ou empreendimentos, potencialmente incômodos ou impactantes, instalados no território
do Município de Sinop;
X- a regulamentação da licença para construir,
condicionando-a, nos casos de grandes empreendimentos habitacionais, industriais ou
comerciais, ao adequado provimento de infra-estrutura, de equipamentos urbanos e
comunitários necessários;
XI - o estabelecimento na compensação de imóvel
considerado pelo Poder Público como de interesse do patrimônio cultural, histórico,
arqueológico, artístico ou paisagístico;
XII - a definição dos critérios para autorização de
implantação de equipamentos urbanos, comunitários e definir sua forma de gestão;
XIII - a definição no tipo de uso, a taxa de ocupação, o
coeficiente de aproveitamento e o coeficiente de permeabilidade dos terrenos, nas diversas
áreas.
74

Art. 117. O ordenamento e o controle do uso do solo


devem evitar:
I- a utilização inadequada de imóveis urbanos e
rurais;
II - a proximidade de usos incompatíveis ou
inconvenientes, especialmente junto aos usos residenciais;
III - o adensamento inadequado à infra-estrutura urbana
e aos equipamentos urbanos e comunitários existentes ou previstos;
IV - a ociosidade do solo urbano edificável ou utilizável;
V- a deterioração de áreas urbanizadas e não
urbanizadas;
VI - a especulação imobiliária.

CAPÍTULO II
DO MACROZONEAMENTO E DO ZONEAMENTO

Art. 118. Macrozoneamento é o estabelecimento de áreas


diferenciadas de adensamento, uso e ocupação do solo visando dar a cada região melhor
utilização em função das diretrizes de crescimento, da mobilidade urbana e transportes, das
características ambientais e locacionais, objetivando o desenvolvimento harmônico da
comunidade e o bem-estar social de seus habitantes.

Art. 119. O Macrozoneamento divide o território do


Município de Sinop considerando:

I- a infra-estrutura instalada;
II - as características de uso e ocupação do território do
Município;
III - as características do meio ambiente natural e
construído;
IV - a implementação de ações de planejamento,
consolidado nesta Lei.

Art. 120. As normas do Macrozoneamento são regras


fundamentais de ordenação do território municipal, de modo a atender os princípios
constitucionais da política urbana da função social da cidade e da propriedade.

Art. 121. As normas de Zoneamento como estratégia da


política urbana, consistem no estabelecimento de zonas com características semelhantes
com o propósito de favorecer a implementação tanto dos instrumentos de ordenamento e
controle urbano, quanto das Zonas Especiais de Interesse.

Art. 122. O macrozoneamento tem como objetivo o


ordenamento territorial do Município de forma a permitir:
75

I- a identificação e exploração dos seus potenciais;


II - a preservação do patrimônio natural, histórico,
cultural, arqueológico e paisagístico;
III - a contenção da expansão da área urbana que
acarrete degradação sócio-ambiental;
IV - a minimização dos custos de implantação,
manutenção e otimização da infra-estrutura urbana e dos serviços públicos essenciais;
V- o cumprimento das funções sociais da cidade e da
propriedade urbana;
VI - a instalação dos múltiplos usos e convivência entre
os diferentes grupos sociais;
VII - a constituição do mapeamento agroambiental do
Município para que o uso rural seja compatibilizado com os recursos naturais.

Art. 123. O território do Município de Sinop divide-se em:

I- Macrozonas;
II - Microzonas;
III - Zonas, a fim de ordenar a ocupação do território e
dirigir a produção do espaço no Município.

Art. 124. O território do Município de Sinop, definido nesta


Lei, passa a ter seu Macrozoneamento composto de:

I- Macrozona Urbana;
II - Macrozona Rural;
III - Macrozona Especial.

§ 1º. A delimitação da Macrozona Urbana e da


Macrozona Rural está definida em conformidade ao Anexo III, no Mapa 02, desta Lei.
§ 2º. A Macrozona Especial está superposta às outras
áreas do macrozoneamento, em conformidade ao Anexo III, no Mapa 03, desta Lei.

CAPÍTULO III
DA MACROZONA URBANA

Art. 125. A Macrozona Urbana é composta por áreas


dotadas de infra-estrutura, serviços e equipamentos públicos e comunitários, apresentando
maior densidade construtiva e populacional, requerendo uma qualificação urbanística do
seu perímetro.
§ 1º. A Macrozona Urbana é subdividida em quatro
microzonas urbanas que são:
I- Zona Urbana Consolidada;
II - Zona Urbana Intermediária;
III - Zona Urbana de Expansão I;
76

IV - Zona Urbana de Expansão II.

§ 2º. O Microzoneamento Urbano terá seus perímetros


delimitados no Anexo IV, Mapa 04, e no Anexo V, Descrição Perimétrica do
Microzoneamento Urbano desta Lei.
§ 3º. Os parâmetros urbanísticos para a Macrozona
Urbana são aqueles definidos no Anexo VII, Quadro 1 e no Anexo VIII, Quadro 2 desta
Lei.
§ 4º. Deverá ser elaborada Lei Municipal de Uso e
Ocupação do Solo da Macrozona Urbana, detalhando e complementando os parâmetros
definidos nesta Lei.
§ 5º. O parcelamento do solo da Macrozona Urbana será
regulado em Lei Municipal específica.

Art. 126. São diretrizes específicas para o uso e a ocupação


do solo da Macrozona Urbana:
I- a adequação da legislação urbanística às
especificidades locais;
II - o adensamento controlado nas áreas com maior
potencial de infra-estrutura urbana;
III - o controle ao adensamento nos bairros onde o
potencial de infra-estrutura urbana é insuficiente;
IV - o controle à ocupação nas áreas não servidas por
redes de abastecimento de água e esgotamento sanitário, evitando altas densidades
populacionais;
V- o incentivo à ocupação dos vazios urbanos situados
em áreas com infra-estrutura urbana;
VI - a descentralização de atividades, ordenando centros
de comércio e serviços na cidade;
VII - a compatibilização do adensamento ao potencial de
infra-estrutura urbana e aos condicionantes ambientais;
VIII - a promoção de um sistema eficiente de
acompanhamento da dinâmica urbana;
IX - a conscientização da população sobre os benefícios
da regularidade urbanística, inclusive através de campanhas temporárias de regularização
edilícia;
X- a adoção de mecanismos permanentes de
divulgação e informação da legislação urbanística à população;
XI - a adequação do quadro técnico dos órgãos de
planejamento, meio ambiente, controle e fiscalização às necessidades municipais,
promovendo o aumento quantitativo e qualitativo em relação ao estágio atual.

Seção I
Zona Urbana Consolidada
77

Art. 127. A Zona Urbana Consolidada, ZUC, é composta


pelas áreas do território urbano que possuem as melhores condições de infra-estrutura da
cidade e requerem qualificação urbanística.

Art. 128. A Zona Urbana Consolidada apresenta as


seguintes características:
I- loteamentos urbanos;
II - estrutura viária consolidada;
III - áreas dotadas de infra-estrutura urbana;
IV - ocorrência de bolsões com deficiência de áreas
públicas ou de equipamentos públicos;
V- áreas de uso misto com predominância de comércio
e serviços, em detrimento do uso habitacional na área central;
VI - concentração de imóveis de interesse cultural,
urbano, e de imóveis não edificados, não utilizados e subtilizados.

Art. 129. A Zona Urbana Consolidada tem como diretrizes:


I- a prevenção quanto à saturação do sistema viário;
II - a permissão do adensamento populacional onde
este ainda for possível, como forma de aproveitar a infra-estrutura disponível;
III - a ampliação da disponibilidade de equipamentos
públicos, os espaços verdes e de lazer;
IV - a requalificação na paisagem;
V- a valorização e a proteção do patrimônio cultural;
VI - a garantia da diversidade de usos, em especial o
habitacional, restringindo os conflitos de vizinhança;
VII - o equacionamento nos conflitos de uso e
preservação da diversidade social;
VIII - a destinação de áreas com infra-estrutura para uso
de habitação de interesse social (HIS);
IX - a promoção na ocupação de glebas, lotes vazios e
de imóveis vagos e subutilizados;
X- a promoção na preservação do patrimônio histórico
e arquitetônico urbano;
XI - a promoção no controle da permeabilidade do solo;
XII - o estabelecimento de que os novos parcelamentos
garantam o provimento da infra-estrutura de acordo com o impacto que sua implantação
acarrete nas imediações, além das exigências previstas na legislação que trata do
parcelamento do solo.

Parágrafo único. Ficam enquadrados na Zona Urbana


Consolidada os perímetros delimitados no Anexo VI, Mapa 05 desta Lei.

Seção II
Zona Urbana Intermediária
78

Art. 130. A Zona Urbana Intermediária, ZUI, é a área


adjacente à Zona Urbana consolidada (ZUC), com características e condições físicas para a
pronta expansão do município, sendo composta por áreas onde a indisponibilidade ou a
falta de infra-estrutura básica não permite uma intensificação do uso e ocupação do solo
imediata.

Parágrafo único. A Zona Urbana Intermediária terá em suas


áreas não parceladas a implementação do Plano Piloto de Expansão Urbana com grande
diversidade de padrão ocupacional.

Art. 131. A Zona Urbana Intermediária apresenta as


seguintes características:
I- parcelamentos rurais;
II - parcelamentos irregulares;
III - fragmentação e descontinuidade do sistema viário;
IV - presença de áreas com carência de infra-estrutura
básica urbana;
V- ocorrência de bolsões com deficiência de áreas
públicas ou de equipamentos públicos;
VI - ocorrência de bairros que exigem a transposição das
barreiras da mobilidade urbana em razão da Rodovia Federal – BR 163;
VII - ocorrência de loteamentos com uso misto
consolidado ferindo o disposto nos contratos de loteamentos a serem regularizados por
decreto.

Art. 132. A Zona Urbana Intermediária tem como


diretrizes:

I- a promoção de áreas com infra-estrutura para uso


de habitação de interesse social (HIS);
II - a garantia na diversidade de uso e de padrão social;
III - o equacionamento dos conflitos de uso e ocupação
do solo;
IV - a adequação do sistema viário nas regiões de
morfologia fragmentada;
V- a estruturação do sistema de infra-estrutura urbana;
VI - a promoção da readequação viária;
VII - a implantação do Plano Piloto de Expansão Urbana
nas áreas não ocupadas;
VIII - a manutenção dos usos consolidados;
IX - a promoção das medidas necessárias para assegurar
as condições urbanísticas e ambientais adequadas, visando atender as demandas dos
equipamentos urbanos e coletivos a serem implantados;
X- a implantação de loteamentos, conjuntos e projetos
habitacionais de interesse social (HIS) com respectivos equipamentos e serviços
comunitários;
79

XI - garantia de que os novos parcelamentos possam ter


o provimento da infra-estrutura de acordo com o impacto que sua implantação acarrete nas
imediações, além das exigências previstas na legislação que trata do parcelamento do solo.
XII - a instituição de Zonas Especiais de Interesse Social
(ZEIS).

Seção III
Zona Urbana de Expansão I

Art. 133. A Zona Urbana de Expansão I, ZUE I,


compreende as áreas adjacentes à Zona Urbana Intermediária (ZUI) e a Zona Urbana
Consolidada (ZUC), e constitui-se de áreas livres e destinadas à expansão dos núcleos
urbanos nos próximos 10 anos, com características e condições físicas para a expansão
urbana do Município, porém com infra-estrutura ainda deficiente ou praticamente
inexistente.

Art. 134. A Zona Urbana de Expansão I apresenta as


seguintes características:

I- parcelamentos rurais;
II - propriedades rurais;
III - infra-estrutura deficitária ou inexistente;
IV - parcelamentos irregulares localizados em áreas
isoladas com precariedade de interligação viária com a malha urbana.

Art. 135. Na Zona Urbana de Expansão I devem ser


observadas as seguintes diretrizes:

I- a recuperação ambiental;
II - a garantia da diversidade de usos para atrair
comércio, serviços e atividades que gerem trabalho e renda;
III - a definição de parâmetros urbanísticos que sejam
compatíveis com as características mencionadas;
IV - a promoção das medidas necessárias para assegurar
as condições ambientais e urbanísticas adequadas;
V- a promoção dos trabalhos de educação ambiental na
comunidade;
VI - a instituição de Zonas Especiais de Interesse Social
(ZEIS);
VII - a regulamentação e a disciplina do uso e a ocupação
do solo para proteção dos mananciais de água da superfície.

Seção IV
Zona Urbana de Expansão II
80

Art. 136. A Zona Urbana de Expansão II, ZUE II, são áreas
adjacentes à Zona Urbana de Expansão I (ZUE I), constituí-se de áreas livres e destinadas à
expansão dos núcleos urbanos nos próximos 20 anos, com características e condições
físicas para a uma futura expansão urbana do Município, porém não havendo nenhuma
infra-estrutura urbana.
Art. 137. A Zona Urbana de Expansão II apresenta as
seguintes características:
I- parcelamentos rurais;
II - propriedades rurais;
III - inexistência de infra-estrutura urbana.

Art. 138. Na Zona Urbana de Expansão II devem ser


observadas as seguintes diretrizes:

I- a garantia da proteção ambiental;


II - a regulamentação e a disciplina do uso e a ocupação
do solo para proteção dos mananciais de água da superfície;
III - a implementação na legislação específica de
proteção dos mananciais de águas superficiais;
IV - a garantia da diversidade de usos para atrair
comércio, serviços e atividades que gerem trabalho e renda;
V- a promoção das medidas necessárias para assegurar
as condições ambientais e urbanísticas adequadas;
VI - a instituição de Zonas Especiais de Interesse Social
(ZEIS).

CAPÍTULO IV
DA MACROZONA RURAL

Art. 139. A Macrozona Rural é composta por áreas de uso


agrícola, extrativista ou pecuário, com áreas significativas de vegetação natural, condições
de permeabilidade próximas aos índices naturais, por áreas de preservação ambiental
formadas por reservas florestais, parques e reservas biológicas, bem como por áreas de
usos não agrícolas, como chácaras de recreio, lazer, turismo e indústrias compatíveis com
atividades agrícolas.

Art. 140. São diretrizes específicas para o uso e a ocupação


do solo na Macrozona Rural:

I- a compatibilização do uso e da ocupação rural com


a proteção ambiental, especialmente à preservação das áreas de mananciais e de bacias
hidrográficas;
II - o incentivo e estímulo às atividades agropecuárias
que favoreçam a fixação do trabalhador rural no campo;
81

III - a atualização das informações relativas à


Macrozona Rural, inclusive com o seu mapeamento e o levantamento de dados sobre o
domínio fundiário;
IV - o desenvolvimento de técnicas, para a agricultura
local;
V- o incentivo na parceria público-privado com
relação a empreendimentos de pesquisa para o desenvolvimento de sistemas de cultivo
agrícola;
VI - o desenvolvimento sustentável para o setor
madeireiro local;
VII - a elaboração do plano de zoneamento
agroambiental.

Parágrafo único. As diretrizes para a Macrozona Rural serão


implementadas mediante:
I- a implantação e preservação de cinturões verde ao
redor da Macrozona Urbana, permitindo a convivência das atividades agrícolas à
proximidade da ocupação urbana;
II - a elaboração de normas legais específicas para o
parcelamento, uso e a ocupação do Solo da Macrozona Rural;
III - a criação dos sistemas para captação de água para
sustentabilidade ao abastecimento da Macrozona Urbana e Rural mediante a identificação
e delimitação das áreas de mananciais;
IV - a adequação do quadro técnico dos órgãos de
planejamento, meio ambiente, controle e fiscalização às necessidades municipais,
promovendo-se o aumento quantitativo e qualitativo em relação ao estágio atual.

CAPÍTULO V
DA MACROZONA ESPECIAL

Art. 141. A Macrozona Especial compreendem áreas com


características próprias voltadas para o desenvolvimento racional dentro das suas melhores
potencialidades.
§1º. A Macrozona Especial é subdividida em zonas
especiais, que compreendem as porções do território que exigem tratamento especial por
destacar determinadas especificidades, cumprindo funções especiais no planejamento e no
ordenamento do território, complementando o zoneamento por meio de normas especiais
de parcelamento, uso e ocupação do solo, disciplinadas em Lei Municipal e classificando-
se em:
I- Zona Especial de Interesse Social –ZEIS;
II - Zona Especial de Interesse Ambiental – ZEIA;
III - Zona Especial de Interesse Turístico – ZEITUR;
IV - Zona Especial de Interesse Urbano – ZEIU;
V- Zona Especial de Desenvolvimento Econômico e
Cultural – ZEDEC.
82

§ 2º. Salvo o explicitamente disposto em contrário nesta


Lei, as Zonas Especiais deverão obedecer aos parâmetros de uso do solo e os coeficientes
de aproveitamento da Zona onde se localizam e definidos no Anexo VII, Quadro 1 desta
Lei.
§ 3º. Os demais parâmetros urbanísticos para as Zonas
Especiais serão definidos nas Leis Municipais que regulamentarão cada uma das classes
nomeadas nos incisos de I a V.
§ 4º. As Leis referidas no parágrafo anterior deverão
estabelecer diretrizes para compatibilização entre diferentes classes de zonas especiais, na
hipótese de sobreposição das mesmas.

Art. 142. Leis Municipais específicas podem definir outras


áreas do território como Zonas Especiais de Interesse Social, Zonas Especiais de Interesse
Ambiental, Zonas Especiais de Interesse Urbano, Zonas Especiais de Interesse Turístico e
Zonas Especiais de Desenvolvimento Econômico e Cultural.

Seção I
Zona Especial de Interesse Social – ZEIS

Art. 143. A Zona Especial de Interesse Social é constituída


por porções do território destinadas prioritariamente à regularização fundiária, à
urbanização, à produção e manutenção de habitação de interesse social (HIS), bem como à
produção de loteamentos de interesse social.
Art. 144. A Zona Especial de Interesse Social (ZEIS)
subdividem-se em três categorias na seguinte conformidade:

I- ZEIS I – áreas públicas ou particulares com


assentamentos irregulares ou clandestinos ocupados por população de baixa renda, na
Macrozona Urbana, com atendimento parcial das demandas por infra-estrutura, serviços
urbanos e equipamentos comunitários, devendo o poder público e/ou em parceria com o
privado para promover, a regularização fundiária e urbanização complementar;
II - ZEIS II – áreas públicas ou particulares não
edificadas e imóveis não utilizados, subutilizados localizado na Macrozona Urbana,
dotados parcialmente de infra-estrutura e serviços urbanos, necessários à implantação de
loteamentos, conjuntos e projetos habitacionais de interesse social com respectivos
equipamentos comunitários e urbanização complementar;
III - ZEIS III – áreas públicas ou particulares com
assentamentos pela população de baixa renda, localizado na Macrozona Urbana em áreas
de Preservação Ambiental, significativamente precários do ponto de vista urbanístico e
habitacional, com acessibilidade inadequada, riscos e demandas por serviços urbanos e
equipamentos comunitários, devendo o Poder Público e/ ou em parceria com o privado
promover, quando possível a regularização fundiária e urbanística.

§ 1º. Nas ZEIS II será exigido que, no mínimo, 70 %


(setenta por cento) do lote (terreno) seja reservado para habitação de interesse social (HIS)
para o comércio e serviços de caráter local na fração restante.
83

§ 2º. As Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS)


estão delimitadas no Anexo IX, Mapa 06 desta Lei.

Art. 145. O Plano de Urbanização para cada Zona Especial


de Interesse Social (ZEIS) será estabelecido por Decreto do Poder Executivo Municipal e
deverá prever:
I- as diretrizes, índices e parâmetros urbanísticos
específicos para o parcelamento, uso e ocupação do solo;
II - o diagnóstico da Zona Especial de Interesse Social
(ZEIS) deverá conter no mínimo: análise físico-ambiental, análise urbanística e fundiária e
caracterização sócio-econômica da população;
III - os planos e projetos para as intervenções
urbanísticas necessárias à recuperação física da área, incluindo, de acordo com as
características locais: sistema de abastecimento de água e de coleta de esgotos, drenagem
de águas pluviais, coleta regular de resíduos sólidos, iluminação pública, adequação dos
sistemas de circulação de veículos e pedestres, eliminação de situações de risco,
estabilização de taludes e de margens de córregos, tratamento adequado das áreas verdes
públicas, instalação de equipamentos sociais e os usos complementares ao residencial;
IV - instrumentos aplicáveis para a regularização
fundiária;
V- condições para o remembramento de lotes;
VI - forma de participação da população na
implementação e gestão das intervenções previstas;
VII - fontes de recursos para a implementação das
intervenções;
VIII - atividades de geração de emprego e renda;
IX - plano de ação social;
X- a relocação das famílias que ocupam imóvel
localizado em Áreas de Proteção Ambiental ou em áreas de risco para áreas dotadas de
infra-estrutura, devendo ser garantido o direito à moradia digna, preferencialmente em
empreendimentos de habitação de interesse social (HIS) implementados nas ZEIS III.

Art. 146. Nas ZEIS II poderão ser implantados loteamentos


de interesse social ou empreendimentos de habitação de interesse social (HIS).

§ 1º. Consideram-se loteamento de interesse social


aquele destinado à produção de lotes, com tamanho mínimo de 160 m2 ,(cento e sessenta
metros quadrados) destinados a famílias com renda igual ou inferior a 03 (três) salários
mínimos.
§ 2º. Consideram-se empreendimentos de habitação de
interesse social (HIS), aqueles destinados a famílias com renda igual ou inferior a 03 (três)
salários mínimos, com padrão de unidade habitacional com no máximo 60m² (sessenta
metros quadrados) de área construída, e tamanho mínimo de lote de 160 m².(cento e
sessenta metros quadrados).
Art. 147. Deverão ser constituídos em todas as ZEIS,
Conselhos Gestores ou comissões compostas por representantes dos atuais conselhos de
84

bairros ou futuros moradores e do Poder Executivo Municipal, que deverão participar de


todas as etapas de elaboração do Plano de Urbanização e de sua implementação.

Parágrafo único. Os proprietários de lotes ou glebas e as


entidades representativas dos moradores das ZEIS poderão apresentar ao Poder Executivo
Municipal, propostas para o Plano de Urbanização de que trata este Artigo.

Art. 148. Na Zona Especial de Interesse Social (ZEIS)


deverão ser aplicados os seguintes instrumentos:

I- Transferência do direito de construir;


II - Consórcio imobiliário;
III - Direito de preempção;
IV - Direito de superfície;
V- Concessão de direito real de uso;
VI - Concessão de uso especial para fins de moradia;
VII - Cessão de posse;
VIII - Parcelamento, edificação e utilização compulsórios;
IX - Autorização de uso;
X- Direito à propriedade.

Seção II
Zona Especial de Interesse Ambiental – ZEIA

Art. 149. A Zona Especial de Interesse Ambiental (ZEIA) é


constituída por áreas públicas ou privadas destinadas à proteção e recuperação da paisagem
e do meio ambiente.
Art. 150. A Zona Especial de Interesse Ambiental
subdividem-se em duas categorias:

I- Zona de Proteção Permanente (ZPP): áreas de


proteção permanente, públicas ou privadas, cujo objetivo é a preservação da natureza,
sendo admitido apenas o uso que não envolve consumo, coleta, dano ou destruição dos
recursos naturais;
II - Zona de Conservação e Recreação (ZCR): áreas
públicas ou privadas, cujo objetivo é compatibilizar a conservação da natureza com
atividades recreativas para a população.

Parágrafo único. A Zona Especial de Interesse Ambiental


(ZEIA) está delimitada no Anexo X, Mapa 07 e Anexo XI, Mapa 08, desta Lei.

Art. 151. O Município poderá criar mecanismos de


incentivo visando à preservação da Zona Especial de Interesse Ambiental.
85

Art. 152. A delimitação da Zona Especial de Interesse


Ambiental poderá ser feita por Lei Municipal específica, desde que obedeça a classificação
proposta pelo Plano Diretor.
Art. 153. Para a implementação da Zona Especial de
Interesse Ambiental serão aplicados, dentre outros, os seguintes instrumentos:
I- Direito de preempção;
II - Transferência do direito de construir;
III - Direito superfície;
IV - Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV);
V- Estudo Prévio de Impacto Ambiental.

Art. 154. São parâmetros urbanísticos para a Zona Especial


de Interesse Ambiental:
I- ZEIA de Proteção Permanente (ZEIA PP): não será
permitido parcelamento, uso e ocupação do solo;
II - ZEIA de Conservação e Recreação (ZEIA CR): não
será permitido parcelamento do solo, somente uso de apoio ao lazer e à recreação.

Seção III
Zona Especial de Interesse Turístico – ZEITUR

Art. 155. A Zona Especial de Interesse Turístico, ZEITUR,


compreende as áreas adjacentes ao Rio Teles Pires, em ambas as margens, bem como uma
parcela das margens do Rio Caiabi, são áreas com relevantes recursos naturais ou de infra-
estrutura, capazes de originar correntes turísticas nacionais, regionais e internacionais.

§ 1º A dinâmica econômica baseia-se principalmente no


desenvolvimento da atividade turística, permitido a preservação ecológica,
desenvolvimento das potencialidades turísticas, culturais, ambientais e econômicas do
município, destinando a realização de planos e projetos de desenvolvimento turístico.
§ 2º A Zona Especial de Interesse Turístico (ZEITUR)
está delimitada no Anexo XII, Mapa 09 desta Lei.

Art. 156. A Zona Especial de Interesse Turístico apresenta


as seguintes características:
I- recursos naturais de extrema relevância;
II - potencialidade turística;
III - possibilidades de empreendimentos turísticos e de
apoio ao setor.

Art. 157. A Zona Especial de Interesse Turístico apresenta


as seguintes diretrizes:
86

I- a elaboração de uma legislação de parcelamento


específica aos interesses turísticos, ambientais e econômicos;
II - a promoção ao desenvolvimento turístico em
função de sua localização geográfica;
III - o incentivo de atividades que contribuam para o
desenvolvimento turístico, ambiental e econômico;
IV - a capacitação de mão-de-obra local para a absorção
desta no processo de desenvolvimento turístico;
V- a promoção dos atrativos turísticos locais, bem
como a aproximação com a cultura e os produtos locais.

Seção IV
Zona Especial de Interesse Urbano – ZEIU

Art. 158. Consideram Zonas Especiais de Interesse Urbano,


ZEIU, as frações do território municipal que, em razão de sua singularidade e função,
constituem áreas destinadas à implementação de equipamentos urbanos, comunitários e
atividades de interesse urbanístico coletivo.

Parágrafo único. A Zona Especial de Interesse Urbano


(ZEIU) encontra-se mapeada no Anexo IX, no Mapa 06, desta Lei.

Art. 159. Consideram-se características da Zona Especial


de Interesse Urbano:
I- porções territoriais com localização estratégica para
empreendimentos urbanos;
II - porções territoriais com equipamentos urbanos de
caráter coletivo;
III - equipamentos urbanos pré-existentes que
necessitem reestruturação urbana;
IV - áreas que desempenham funções especiais em
relação à cidade e que por suas características peculiares requerem tratamentos urbanos
específicos.

Art. 160. Consideram-se diretrizes da Zona Especial de


Interesse Urbano:
I- a garantia da qualidade dos espaços urbanos;
II - o incentivo das vocações diferenciadas do caráter e
da paisagem edificada;
III - a garantia da qualidade de vida e melhoria da infra-
estrutura urbana para a população municipal;
IV - a implementação de equipamentos urbanos
coletivos que tragam significativas benfeitorias ao município.
87

Seção V
Zona Especial de Desenvolvimento Econômico e Cultural
– ZEDEC

Art. 161. Consideram-se Zona Especial de


Desenvolvimento Econômico e Cultural, ZEDEC, aquelas em que será estimulado o
crescimento e a diversificação de atividades econômicas e culturais.

Parágrafo único. A Zona Especial de Desenvolvimento


Econômico e Cultural (ZEDEC), encontra-se mapeada no Anexo IX, no Mapa 06, desta
Lei.

Art. 162. Constituem objetivos da Zona Especial de


Desenvolvimento Econômico e Cultural:

I- dinamizar a economia geral do município;


II - induzir a realização das potencialidades e vocações
econômicas e culturais que melhor aproveitem, desenvolvam e preservem os atributos
físicos, ambientais, culturais e humanos da cidade;
III - promover a geração de emprego e renda;
IV - promover e fortalecer centralidades regionais e
locais.

Art. 163. Constituem diretrizes da Zona Especial de


Desenvolvimento Econômico e Cultural:
I- a construção de equipamentos culturais que
objetivem a preservação e divulgação das tradições culturais do Município;
II - o incentivo para a criação de espaços destinados às
atividades de eventos culturais e econômicos;
III - a adoção de incentivos fiscais que estimulem as
empresas privadas a investirem na produção cultural e artística do Município, e na
preservação do seu patrimônio histórico, artístico e cultural como forma de
desenvolvimento econômico;
IV - a implantação de unidades culturais como: centros
culturais, bibliotecas, teatros, etc;
V- a reestruturação de unidades de relevância cultural
e histórica para o município.

TÍTULO V
DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA URBANA

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
88

Art. 164. Para ordenar o pleno desenvolvimento das


funções sociais da cidade e da propriedade urbana, e para o planejamento, controle, gestão
e promoção do desenvolvimento urbano, serão adotados, dentre outros, os seguintes
instrumentos de política urbana:
I- Instrumentos de Planejamento:
a) Plano Plurianual;
b) Lei de Diretrizes Orçamentárias;
c) Lei de Orçamento Anual;
d) Planos de desenvolvimento econômico e social;
e) Planos, programas e projetos setoriais;
f) Programas, projetos e planos especiais de
urbanização;
g) Zoneamento ambiental.

II - Instrumentos Jurídicos e Urbanísticos:

a) Parcelamento, Edificação ou Utilização


Compulsória;
b) Imposto Territorial e Predial Urbano (IPTU)
Progressivo no Tempo;
c) Desapropriação com pagamento em títulos da
dívida pública;
d) Zona Especial de Interesse Social;
e) Outorga Onerosa do Direito de Construir;
f) Transferência do Direito de Construir;
g) Operações Urbanas Consorciadas;
h) Consórcio Imobiliário;
i) Direito de Preempção;
j) Direito de Superfície;
k) Licenciamento Ambiental;
l) Tombamento de Imóveis;
m) Desapropriação;
n) Compensação Ambiental;
o) Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV);
p) Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de
Impacto do Meio Ambiente (RIMA).

III - Instrumentos de Regularização Fundiária:


a) Concessão de Direito Real de Uso;
b) Concessão de Uso Especial para fins de Moradia;
c) Usucapião Urbano;
d) Autorização de Uso,
e) Cessão de Posse;
f) Direito de Preempção;
g) Direito de Superfície;
89

h) Assistência técnica e jurídica gratuita para as


comunidades e grupos sociais menos favorecidos, especialmente na propositura de ações
de usucapião.
IV - Instrumentos Tributários e Financeiros:

a) Impostos municipais diversos;


b) Taxas, tarifas e preços públicos específicos;
c) Contribuição de melhorias;
d) Incentivos e benefícios fiscais e financeiros;
e) Fundo Municipal de Desenvolvimento Local.

V- Instrumentos Jurídicos-Administrativos:

a) Servidão Administrativa e limitações


administrativas;
b) Concessão, Permissão ou Autorização de uso de
bens públicos municipais;
c) Contratos de concessão dos serviços públicos
urbanos;
d) Contratos de gestão com concessionária pública
municipal de serviços urbanos;
e) Convênios e acordos técnicos, operacionais e de
cooperação institucional;
f) Termo administrativo de ajustamento de conduta;
g) Dação de imóveis em pagamento da dívida;
h) Gestão de serviços urbanos com organizações
sociais, assim declaradas pelo Poder Público Municipal.
VI - Instrumentos de Democratização da Gestão Urbana:
a) Conselhos municipais;
b) Fundos municipais;
c) Gestão orçamentária participativa;
d) Audiências e consultas públicas;
e) Conferências municipais;
f) Iniciativa Popular de Projetos de Lei;
g) Referendo popular e plebiscito.

CAPÍTULO II
DOS INSTRUMENTOS DE CONTROLE URBANO E
AMBIENTAL

Seção I
Do Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança

Art. 165. Lei Municipal definirá os empreendimentos e


atividades privadas ou públicas em área urbana que dependerão da elaboração de estudo
prévio de impacto de vizinhança (EIV), como instrumento de análise para obter as licenças
90

ou autorizações de construção, ampliação, renovação ou funcionamento, bem como


parâmetros e os procedimentos a serem adotados para sua avaliação a cargo do Poder
Público Municipal.

Art. 166. O Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança (EIV)


e o Relatório de Impacto Vizinhança (RIV) serão executados de forma a contemplar os
efeitos positivos e negativos do empreendimento ou atividade quanto à qualidade de vida
da população residente na área e suas proximidades, incluindo a análise, no mínimo, das
seguintes questões:

I- adensamento populacional e aumento de demanda


de infra-estrutura;
II - equipamentos urbanos e equipamentos
comunitários, como os de saúde, educação;
III - uso e ocupação do solo;
IV - valorização imobiliária;
V- geração de tráfego e demanda por transporte
público;
VI - ventilação e iluminação;
VII - paisagem urbana e patrimônio natural e cultural;
VIII - poluição ambiental;
IX - risco a saúde e a vida da população;
X- periculosidade;
XI - riscos ambientais.

§ 1º. Além de outros empreendimentos e as atividades


privadas ou públicas na área urbana, que a Lei Municipal venha estabelecer nos termos do
caput deste Artigo, será exigido o Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança (EIV) e o
Relatório de Impacto Vizinhança (RIV), para os seguintes empreendimentos ou atividades
públicas ou privadas na área urbana:
I- aterro sanitário e usinas de reciclagem de resíduos
sólidos;
II - cemitérios e necrotérios;
III - postos de abastecimento e de serviços para
veículos;
IV - matadouros e abatedouros;
V- hospitais e unidades de pronto atendimento,
atendimento emergencial e casas de saúde;
VI - escolas, teatros e ginásios esportivos.
VII - casas de festas, shows e eventos;
VIII - gráficas;
IX - oficinas mecânicas, elétricas, serralharias e
congêneres;
X- academias de esportes
XI - bares, restaurantes e supermercados;
XII - depósitos de gás liquefeito;
91

XIII - presídios, quartéis, corpo de bombeiros;


XIV - terminal rodoviário e aeroviário;
XV - terminais de carga.

§ 2º. Poderão ser definidos, através de Lei Municipal,


outros empreendimentos e atividades que dependerão de elaboração Estudo Prévio de
Impacto de Vizinhança (EIV) e aprovação do Relatório de Impacto de Vizinhança ( RIV),
para obter as licenças ou autorizações para parcelamento, construção, ampliação,
renovação ou funcionamento, bem como os parâmetros e procedimentos a serem adotados
para sua avaliação.
Art. 167. O Poder Executivo Municipal, com o objetivo de
eliminar ou minimizar impactos negativos a serem gerados pelo empreendimento, deverá
solicitar como condição para aprovação do projeto, alterações e complementações no
mesmo, bem como a execução de melhorias na infra-estrutura urbana e de equipamentos
comunitários, tais como:
I- melhoria ou ampliação das redes de infra-estrutura
urbana;
II - área de terreno ou área edificada para instalação de
equipamentos comunitários, em percentual compatível com o necessário para o
atendimento da demanda a ser gerada pelo empreendimento;
III - ampliação e adequação do sistema viário, faixas de
desaceleração, ponto de ônibus, faixa de pedestres, semaforização, necessários a mitigação
provocado pelo empreendimento;
IV - proteção acústica, uso de filtros e outros
procedimentos que minimizem incômodos da atividade;
V- manutenção de imóveis, fachadas ou outros
elementos arquitetônicos ou naturais considerados de interesse paisagístico, histórico,
artístico ou cultural, bem como de recuperação ambiental da área;
VI - cotas de emprego e cursos de capacitação
profissional, dentre outros, para a população do entorno;
VII - percentual de lotes ou habitações de interesse social
no empreendimento;
VIII - possibilidade de construção de equipamentos
comunitários em outras áreas da cidade;
IX - possibilidade de construção de equipamentos
sociais, comunitários e mobiliários urbanos em locais a serem definidos pela
Administração Municipal.
§ 1º. As exigências previstas nos incisos anteriores
deverão ser proporcionais ao porte e ao impacto do empreendimento.
§ 2º. A aprovação do empreendimento ficará
condicionada à assinatura de Termo de Compromisso de Conduta, por parte do interessado,
devendo este se comprometer a arcar com as despesas decorrentes das obras e serviços
necessários à minimização dos impactos decorrentes da implantação do empreendimento e
demais exigências apontadas pelo Poder Executivo Municipal, antes da conclusão do
empreendimento.
92

§ 3º. O Visto de Conclusão da Obra ou o Alvará de


Funcionamento só serão emitidos, mediante comprovação da conclusão das obras previstas
no parágrafo anterior.
Art. 168. Para definição de outros empreendimentos ou
atividades, públicas ou privadas, que causem impacto de vizinhança, deverá observar, pelo
menos, a presença de um dos seguintes aspectos:

I- a interferência significativa na infra-estrutura


urbana;
II - a interferência significativa na prestação de
serviços públicos;
III - a alteração significativa na qualidade de vida na
área de influência do empreendimento ou atividade, afetando a saúde, segurança,
mobilidade, locomoção ou bem-estar dos moradores e usuários;
IV - a ameaça à proteção especial instituída para a área
de influência do empreendimento ou atividade;
V- a necessidade de parâmetros urbanísticos especiais;
VI - os causadores de poluição sonora, atmosférica e
hídrica.
Art. 169. O Município, com base na análise do Relatório de
Impacto de Vizinhança apresentado, poderá exigir a execução de medidas atenuadoras ou
compensatórias relativas aos impactos decorrentes da implantação da atividade ou
empreendimento, como condição para expedição da licença ou autorização solicitada.

Parágrafo único. Não sendo possível a adoção de medidas


atenuadoras ou compensatórias relativas ao impacto de que trata o caput deste Artigo, não
será concedida sob nenhuma hipótese ou pretexto a licença ou autorização para o
parcelamento, construção, ampliação, renovação ou funcionamento do empreendimento.

Art. 170. A elaboração e apreciação do Relatório de


Impacto de Vizinhança, incluindo a fixação de medidas atenuadoras e compensatórias,
observarão:

I- diretrizes estabelecidas para a área de influência do


empreendimento ou atividade;
II - estimativas e metas, quando existentes,
relacionadas aos padrões de qualidade urbana ou ambiental fixados nos planos
governamentais ou em outros atos normativos federais, estaduais ou municipais aplicáveis;
III - programas e projetos governamentais propostos e
em implantação na área de influência do empreendimento ou atividade.

Art. 171. Dar-se-à publicidade aos documentos integrantes


do Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança (EIV), que ficarão disponíveis para consulta
por qualquer interessado, no órgão competente do Poder Público Municipal responsável
pela liberação da licença ou autorização de construção, ampliação ou funcionamento.
93

§ 1º. Serão fornecidas cópias do Estudo de Impacto de


Vizinhança (EIV) e Relatório de Impacto de Vizinhança (RIV), quando solicitadas pelos
moradores da área afetada ou por suas associações, mediante pagamento do preço público
devido, nos termos da legislação municipal vigente.
§ 2º. O órgão público responsável pelo exame do Estudo
de Impacto de Vizinhança (EIV) / Relatório de Impacto de Vizinhança (RIV) deverá
realizar audiência pública, antes da decisão sobre o projeto, sempre que requerida, pelos
moradores da área afetada ou por suas associações e também submeterá o resultado de sua
análise à deliberação do órgão de planejamento urbano do Município.

Art. 172. A elaboração do Estudo Prévio de Impacto de


Vizinhança (RIV) não substitui a elaboração e a aprovação do Estudo Prévio de Impacto
Ambiental (EIA), requeridas nos termos da legislação ambiental.

Art. 173. Os empreendimentos e as proposições para a


eliminação de impactos sugeridos pelo Relatório de Impacto do Meio Ambiente (RIMA),
deverão ser aprovados pelo Poder Executivo Municipal mediante apreciação dos
Conselhos Municipais competentes, nos casos definidos em Lei específica.

Art. 174. O Poder Executivo Municipal regulamentará os


critérios e procedimentos para aplicação deste instrumento.

Seção II
Do Estudo Prévio de Impacto Ambiental

Art. 175. O Estudo Prévio de Impacto Ambiental aplica-se,


no contexto do licenciamento ambiental, à construção, instalação, reforma recuperação,
ampliação e operação de empreendimentos, atividades ou obras potencialmente causadoras
de significativa degradação do meio ambiente, de acordo com os termos da legislação
federal, estadual e municipal.
§ 1º. A exigência do Estudo Prévio de Impacto
Ambiental e respectivo Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente não dispensa o
empreendimento ou atividades mencionadas no caput deste Artigo de outras licenças
legalmente exigíveis.

§ 2º. As atividades ou empreendimentos sujeitos ao


Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente
serão dispensados do Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança e respectivo Relatório de
Impacto de Vizinhança, quando o objeto de Estudo de Impacto de Vizinhança tiver sido
incorporado no Relatório de Impacto Ambiental.

CAPÍTULO III
DOS INSTRUMENTOS DE INDUÇÃO AO
DESENVOLVIMENTO URBANO
94

Seção I
Do Parcelamento, Edificação ou Utilização Compulsórios

Art. 176. Nas áreas situadas na Zona Urbana Consolidada,


delimitada no Anexo IV, Mapa 4, desta Lei, será exigido do proprietário do solo urbano
não edificado, subutilizado ou não utilizado que promova o seu adequado aproveitamento
mediante parcelamento, edificação ou utilização compulsórios nos termos do Artigo 182, §
4º da Constituição Federal e dos Artigos 5º e 6º da Lei Federal nº 10.257/01, de 10 de julho
de 2001.
§ 1º. Considera-se solo urbano passível de ser realizado
parcelamento compulsório as glebas com área igual ou maior do que 10.000 m² (dez mil
metros quadrados).
§ 2º. Considera-se solo urbano não edificado, terrenos e
lotes urbanos com área igual ou superior a 360 m² (trezentos e sessenta metros quadrados)
cujo coeficiente de aproveitamento do terreno verificado seja igual a zero, desde que seja
legalmente possível a edificação, pelo menos para uso habitacional.
§ 3º. Considera-se solo urbano subutilizado terrenos e
lotes urbanos com área igual ou superior a 360 m² (trezentos e sessenta metros quadrados),
onde o coeficiente de aproveitamento de terreno não atingir o mínimo definido no Anexo
VII, Quadro 1, desta Lei.
§ 4º. Considera-se solo urbano subutilizado todo tipo de
edificação que tenha, no mínimo, 80% (oitenta por cento) de sua área construída sem
utilização há mais de 5 (cinco) anos, ressalvados os casos em que a situação decorra de
restrições jurídicas.
§ 5º. Considera-se solo urbano não utilizado todo tipo de
edificação que esteja comprovadamente desocupada há mais de 5 (cinco) anos, ressalvados
os casos dos imóveis integrantes de massa falida.
§ 6º. Ficam excluídos da obrigação estabelecida no
"caput" os imóveis:
I- utilizados para instalação de atividades econômicas
que não necessitem de edificações para exercer suas finalidades;
II - imóveis utilizados como postos de abastecimento e
serviços para veículos;
III - exercendo função ambiental essencial,
tecnicamente comprovada pelo órgão municipal competente;
IV - de interesse do patrimônio cultural ou ambiental;
V- ocupados por clubes ou associações de classe;
VI - de propriedade de cooperativas habitacionais;
VII - utilizados como estacionamento nas Zonas
Comerciais – ZC I e ZC II, com área inferior a 1.000m2 (mil metros quadrados);
VIII - imóveis onde haja incidência de restrições jurídicas,
alheias à vontade do proprietário, que inviabilizem atingir o coeficiente de aproveitamento
mínimo.

§ 7º. A Lei Municipal específica também definirá a


forma de utilização, edificação e parcelamento compulsórios dos imóveis mencionados no
95

caput deste Artigo, fixará as condições e prazos para a implementação da referida


obrigação e estabelecerá a forma de participação do Conselho Municipal de
Desenvolvimento Urbano nas diversas etapas de aplicação deste instrumento urbanístico.
§ 8º. O prazo máximo para protocolo e aprovação do
projeto e início das obras para utilização, edificação e parcelamento compulsórios dos
imóveis citados no caput deste Artigo será de 37 (trinta e sete) meses, contados a partir da
notificação referida no § 1º do Artigo 177.
§ 9º. Independentemente do Imposto Predial e Territorial
Progressivo no Tempo, o Município poderá aplicar alíquotas progressivas ao IPTU em
razão do valor, localização e uso do imóvel, conforme o Artigo 156, § 1º, da Constituição
Federal.

Art. 177. Para a aplicação do disposto no Artigo 176 desta


Lei, o Poder Executivo Municipal deverá expedir notificação, para o cumprimento da
obrigação do proprietário, acompanhado de laudo técnico, que ateste a situação do imóvel
ser subutilizado, não utilizado, não edificado ou não parcelado, devendo fixar as condições
e os prazos para implementação da referida obrigação.
§ 1º. A notificação de que trata o caput deste Artigo
deverá ser averbada no Cartório de Registro de Imóveis, e far-se-á da seguinte forma:

I- por funcionário do Poder Público Municipal, ao


proprietário do imóvel ou, no caso de este ser pessoa jurídica, a quem tenha poderes de
gerência geral ou administração;
II - por edital quando frustrada, por três vezes, a
tentativa de notificação na forma prevista pelo inciso I.
§ 2º. Os prazos a que se refere o caput não poderão ser
inferiores a:
I- um ano, a partir da notificação, para que seja
protocolado o projeto no órgão municipal competente;
II - dois anos, a partir da aprovação do projeto, para
iniciar as obras do empreendimento.

Art. 178. Os empreendimentos de grande porte localizados


em terrenos objeto da notificação prevista no Artigo 177 desta Lei, poderão ser,
excepcionalmente, executados em etapas, em prazo superior ao previsto na Lei Municipal
específica, desde que o projeto seja aprovado na íntegra, juntamente com o cronograma de
execução de todas as etapas.
Parágrafo único. A paralisação das obras ou o não
atendimento do cronograma de obras previsto no caput, sem justificativa aceita pelo Poder
Executivo Municipal, implicará na imediata caracterização do imóvel como não edificado,
subutilizado, não utilizado ou não parcelado, sujeitando o proprietário às cominações
legais aplicáveis a espécie.

Art. 179. Poderão ser aceitas como formas de


aproveitamento de imóveis não edificados, subutilizados ou não utilizados a construção de
equipamentos comunitários ou espaços livres arborizados, desde que seja assegurado o uso
96

público e garantida a melhoria da qualidade ambiental, conforme diretrizes fornecidas pela


Administração Municipal.
Art. 180. Lei Municipal específica deverá estabelecer, entre
outras regras:
I- prazo e a forma para apresentação de defesa por
parte do proprietário;
II - casos de suspensão do processo;
III - órgão competente para, após apreciar a defesa e
decidir pela aplicação do parcelamento, ocupação ou utilização compulsórios do imóvel.

Art. 181. Fica facultado aos proprietários dos imóveis de


que trata este Artigo propor ao Poder Executivo Municipal o estabelecimento de Consórcio
Imobiliário, conforme previsto no Artigo 185 desta Lei.

Art. 182. No caso das Operações Urbanas Consorciadas, as


respectivas leis poderão determinar regras e prazos específicos para a aplicação do
parcelamento, edificação e utilização compulsórios.

Seção II
Do IPTU Progressivo no Tempo

Art. 183. O Poder Executivo Municipal procederá à


aplicação do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) Progressivo
no Tempo, mediante a majoração da alíquota pelo prazo de cinco anos consecutivos, nos
casos em que a obrigação de parcelar, edificar ou utilizar não estejam em conformidade
com a legislação em vigor.
§ 1º. O valor da alíquota a ser aplicado a cada ano será
fixado na Lei específica e não excederá a duas vezes o valor referente ao ano anterior,
respeitada a alíquota máxima de 15% (quinze por cento).
§ 2º. Caso a obrigação de parcelar, edificar ou utilizar
não esteja atendida em 5 (cinco) anos, o Município manterá a cobrança pela alíquota
máxima, até que se cumpra a referida obrigação, garantida a prerrogativa de proceder à
desapropriação do imóvel, com pagamento em títulos da dívida pública, conforme o
permissivo dado pelo Artigo184, desta Lei.
§ 3º. É vedada à concessão de isenções ou de anistia
relativas ao IPTU Progressivo de que trata este Artigo.

Seção III
Da Desapropriação com Pagamento em Títulos

Art. 184. Decorridos cinco anos de cobrança do IPTU


Progressivo no Tempo sem que o proprietário tenha cumprido a obrigação de
parcelamento, edificação ou utilização, do imóvel urbano, o Município poderá, de acordo
com a conveniência e oportunidade, proceder a desapropriação do imóvel, com pagamento
em títulos da dívida pública, de acordo com o que dispõe a legislação federal aplicável.
97

§ 1º. Os títulos da dívida pública terão prévia aprovação


pelo Senado Federal e serão resgatados no prazo de até 10 (dez) anos, em prestações
anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais de 6%
(seis por cento) ao ano.
§ 2º. O valor real da indenização:

I- refletirá o valor da base de cálculo do IPTU,


descontado o montante incorporado em função de obras realizadas pelo Poder Público
Municipal na área onde o mesmo se localiza após a notificação de que trata o § 1º, do
Artigo 177, desta Lei;
II - não comportará expectativas de ganhos, lucros
cessantes e juros compensatórios.

§ 3º. Os títulos de que trata esse Artigo não terão poder


liberatório para pagamento de tributos.
§ 4º. O Município procederá ao adequado
aproveitamento do imóvel no prazo máximo de 5 (cinco) anos, contados a partir da sua
incorporação ao patrimônio público.
§ 5º. O aproveitamento do imóvel poderá ser efetivado
diretamente pelo Poder Público Municipal ou por meio de alienação ou concessão a
terceiros, observando-se, nesses casos, o devido procedimento licitatório.
§ 6º. Para o adquirente do imóvel nos termos do
parágrafo anterior, ficam mantidas as mesmas obrigações de parcelamento, edificação ou
utilização previstas no Artigo 176, desta Lei.

Seção IV
Do Consórcio Imobiliário

Art. 185. Fica facultado aos proprietários de qualquer


imóvel, inclusive os atingidos pela obrigação de que trata o Artigo 176, desta Lei, propor
ao Poder Executivo Municipal o estabelecimento de Consórcio Imobiliário, conforme
Artigo 46 da Lei Federal nº 10.257/01, de 10 de julho de 2001.

§ 1º. Entende-se Consórcio Imobiliário como a forma de


viabilizar a urbanização ou edificação por meio da qual o proprietário transfere ao
Município seu imóvel e, após a realização das obras, recebe, como pagamento, unidades
imobiliárias devidamente urbanizadas ou edificadas.
§ 2º. O valor das unidades imobiliárias a serem entregue
ao ex-proprietário do terreno será correspondente ao valor do imóvel antes da execução das
obras.

Art. 186. Para ser estabelecido, o Consórcio Imobiliário


deverá ser:
I- submetido à apreciação do órgão responsável pelo
controle do convívio urbano e do órgão responsável pelo planejamento urbano municipal;
98

II - objeto de Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança


(EIV), quando se enquadrar nas hipóteses previstas na Lei Municipal referida no
Artigo166, desta Lei.
Art. 187. A instituição do Consórcio Imobiliário dependerá
do juízo de conveniência e oportunidade e deverá atender a uma das seguintes finalidades:

I- promover habitação de interesse social ou


equipamentos urbanos e comunitários em terrenos vazios;
II - melhorar a infra-estrutura urbana local;
III - promover a urbanização em áreas de expansão
urbana.

Seção V
Do Direito de Preempção

Art. 188. O Direito de Preempção confere ao Poder Público


Municipal preferência para aquisição de imóvel urbano objeto de alienação onerosa entre
particulares, conforme disposto nos Artigos 25, 26 e 27 do Estatuto da Cidade.
§ 1º. Lei Municipal específica delimitará as áreas
situadas na Zona Urbana Consolidada, na Zona Urbana Intermediária e na Zona Especial
Interesse Ambiental em que incidirá o Direito de Preempção e fixará prazo de vigência,
não superior a cinco anos, renovável a partir de um ano após o decurso do prazo inicial de
vigência.
§ 2º. O Direito de Preempção fica assegurado durante o
prazo de vigência fixado na forma do § 1º, independentemente do número de alienações
referentes ao mesmo imóvel.
Art. 189. O Direito de Preempção será exercido sempre que
o Município necessitar de áreas para:

I- regularização fundiária;
II - execução de programas e projetos habitacionais de
interesse social;
III - constituição de reserva fundiária;
IV - ordenamento e direcionamento da expansão urbana;
V- implantação de equipamentos urbanos e
comunitários;
VI - criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes;
VII - criação de unidades de conservação ou proteção de
outras áreas de interesse ambiental;
VIII - proteção de áreas de interesse histórico, cultural ou
paisagístico.

Parágrafo único. Lei Municipal específica prevista no § 1º do


Artigo 188, desta Lei deverá enquadrar cada área em que incidirá o Direito de Preempção
em uma ou mais das finalidades enumeradas por este Artigo.
99

Art. 190. O Poder Executivo Municipal deverá notificar o


proprietário do imóvel localizado em área delimitada para o exercício do Direito de
Preferência, dentro do prazo máximo de 30 (trinta) dias a partir da vigência da Lei que a
delimitou.
Art. 191. O proprietário deverá notificar sua intenção de
alienar o imóvel, para que o Município, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, manifeste por
escrito seu interesse em comprá-lo.

§ 1º. À notificação mencionada no caput será anexada


proposta de compra assinada por terceiro interessado na aquisição do imóvel, da qual
constarão preço, condições de pagamento e prazo de validade.
§ 2º. A declaração de intenção de alienar onerosamente o
imóvel, deve ser apresentada com os seguintes documentos:

I- proposta de compra apresentada pelo terceiro


interessado na aquisição do imóvel, da qual constarão preço, condições de pagamento e
prazo de validade;
II - endereço do proprietário, para recebimento de
notificação e de outras comunicações;
III - certidão de inteiro teor da matrícula do imóvel,
expedida pelo cartório de registro de imóveis da circunscrição imobiliária competente;
IV - declaração assinada pelo proprietário, sob as penas
da Lei, de que não incidem quaisquer encargos e ônus sobre o imóvel, inclusive os de
natureza real, tributária ou executória.

Art. 192. Recebida a notificação a que se refere o Artigo


anterior, a Administração Pública Municipal poderá manifestar, por escrito, dentro do
prazo legal, o interesse em exercer a preferência para aquisição de imóvel.

§ 1º. A Prefeitura Municipal fará publicar, em órgão


oficial e em pelo menos um jornal local ou regional de grande circulação, edital de aviso
da notificação recebida, nos termos do Artigo 191 desta Lei, e da intenção de aquisição do
imóvel nas condições da proposta apresentada.
§ 2º. O decurso de prazo de 30 (trinta) dias após a data
de recebimento da notificação do proprietário sem a manifestação expressa do Poder
Executivo Municipal de que pretende exercer o direito de preferência faculta o proprietário
a alienar onerosamente o seu imóvel ao proponente interessado nas condições da proposta
apresentada sem prejuízo do direito do Poder Executivo Municipal exercer a preferência
em face de outras propostas de aquisições onerosas futuras dentro do prazo legal de
vigência do Direito de Preempção.

Art. 193. Concretizada a venda a terceiro, o proprietário


fica obrigado a entregar ao órgão competente do Poder Executivo Municipal cópia do
instrumento particular ou público de alienação do imóvel dentro do prazo de 30 (trinta)
dias após sua assinatura.
100

§ 1º. O Poder Executivo Municipal promoverá as


medidas judiciais cabíveis para a declaração de nulidade de alienação onerosa efetuada em
condições diversas da proposta apresentada.
§ 2º. Em caso de nulidade da alienação efetuada pelo
proprietário, o Poder Executivo Municipal poderá adquirir o imóvel pelo valor base de
cálculo do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) ou pelo valor indicado na proposta
apresentada, se este for inferior àquele.

Art. 194. Lei Municipal específica com base no disposto no


Estatuto da Cidade definirá todas as demais condições para aplicação do instrumento.

Seção VI
Da Outorga Onerosa do Direito de Construir

Art. 195. O Poder Executivo Municipal poderá exercer a


faculdade de outorgar onerosamente o exercício do direito de construir, mediante
contrapartida financeira a ser prestada pelo beneficiário, conforme disposições dos artigos
28, 29, 30 e 31 do Estatuto da Cidade e de acordo com os critérios e procedimentos
definidos na lei do Plano Diretor.
Parágrafo único. A concessão da Outorga Onerosa do Direito
de Construir poderá ser negada pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano caso
se verifique possibilidade de impacto não suportável pela infra-estrutura ou o risco de
comprometimento da paisagem urbana.

Art. 196. A Outorga Onerosa do Direito de Construir


propicia maior adensamento de áreas já dotadas de infra-estrutura, sendo que os seus
recursos serão aplicados para as seguintes finalidades:

I- execução de programas e projetos habitacionais de


interesse social e regularização fundiária;
II - aquisição de terrenos destinados à promoção de
habitação de interesse social;
III - melhoria da infra-estrutura urbana nas áreas de
maior carência na cidade;

IV - promoção, proteção e preservação do patrimônio


histórico, cultural, natural e ambiental;
V- ordenamento e direcionamento da ocupação urbana;
VI - criação de espaços de uso público de lazer e áreas
verdes;
VII - implantação de equipamentos urbanos e
comunitários.

Parágrafo único. A aplicação da Outorga Onerosa será


admitida apenas nas edificações que apresentem condições de abastecimento de água e de
esgotamento sanitário aprovadas pela concessionária de água e esgoto de Sinop.
101

Art. 197. As áreas passíveis de Outorga Onerosa são


aquelas onde o Direito de Construir poderá ser exercido acima do permitido pela aplicação
do Coeficiente de Aproveitamento Básico (CAB) até o limite estabelecido pelo uso do
Coeficiente de Aproveitamento Máximo (CAM), mediante contrapartida financeira, de
acordo com o Anexo VII, Quadro 1, desta Lei.

Art. 198. Lei Municipal específica estabelecerá as


condições a serem observadas para as concessões de Outorga Onerosa do Direito de
Construir, determinando, entre outros itens:

I- fórmula de cálculo para a cobrança da Outorga


Onerosa do Direito de Construir;
II - casos passíveis de isenção do pagamento da
outorga;
III - contrapartidas do beneficiário;
IV - competência para a concessão.

§ 1º. Os imóveis incluídos em Zonas Especiais de


Interesse Social estarão isentos da cobrança de Outorga Onerosa do Direito de Construir.

§ 2º. Ato do Poder Executivo Municipal regulamentará o


procedimento administrativo para aprovação da Outorga Onerosa do Direito de Construir.

§ 3º. Os recursos auferidos deverão ser utilizados


exclusivamente para as finalidades expressas nos incisos I a VII, do Artigo 196, desta Lei.

Art. 199. O valor da Outorga Onerosa do Direito de


Construir será correspondente a 10% (dez por cento) do valor de mercado da parte a ser
edificada, além dos limites estabelecidos no CAB (coeficiente de aproveitamento básico).

Art. 200. As obras, os serviços, ou quaisquer outros


benefícios resultantes da contrapartida proveniente da Outorga Onerosa do Direito de
Construir, deverão ocorrer de forma concomitante à implantação do respectivo
empreendimento.

Art. 201. Os recursos auferidos com a adoção da Outorga


Onerosa do Direito de Construir serão destinados ao Fundo Municipal de Desenvolvimento
Urbano.

Seção VII
Das Operações Urbanas Consorciadas

Art. 202. Considera-se Operação Urbana Consorciada o


conjunto de intervenções e medidas coordenadas pelo Poder Público Municipal, com a
102

participação dos proprietários, moradores, usuários permanentes e investidores privados,


com o objetivo de alcançar em uma área específica transformações urbanísticas estruturais,
melhorias sociais e de infra-estrutura, com ampliação dos espaços públicos e do sistema
viário e da valorização ambiental.

Parágrafo único. Poderão ser previstas nas Operações


Urbanas Consorciadas, entre outras medidas:

I- a modificação de coeficientes e características de


parcelamento, uso e ocupação do solo e subsolo, bem como alterações das normas
edilícias, considerado o impacto ambiental delas decorrente;
II - a regularização de construções, reformas ou
ampliações executadas em desacordo com a legislação vigente.

Art. 203. Ficam permitidas Operações Urbanas


Consorciadas nas áreas delimitadas no Anexo XIX, Mapa 14, desta Lei.

Art. 204. Cada Operação Urbana Consorciada será criada


por Lei Municipal específica que de acordo com as disposições dos Artigos 32 a 34 do
Estatuto da Cidade, conterá, no mínimo:

I- definição da área a ser atingida;


II - programa básico de ocupação da área;
III - programa de atendimento econômico e social para a
população diretamente afetada pela operação;
IV - finalidades da operação;
V- estudo prévio de Impacto de Vizinhança (EIV) e,
quando for o caso, apresentação do Relatório de Impacto de Vizinhança (RIVI);
VI - contrapartida a ser exigida dos proprietários,
usuários permanentes e investidores privados em função da utilização dos benefícios;
VII - solução habitacional dentro de seu perímetro ou
vizinhança próxima, no caso da necessidade de remover os moradores de favelas e
cortiços;
VIII - garantia de preservação dos imóveis e espaços
urbanos de especial valor cultural e ambiental, protegidos por tombamento ou Lei;
IX - forma de controle e monitoramento da operação,
obrigatoriamente compartilhado com representação da sociedade civil;
X- conta ou fundo específico que deverá receber os
recursos de contrapartidas financeiras decorrentes dos benefícios urbanísticos concedidos.

§ 1º. Os recursos obtidos pelo Poder Público Municipal


na forma do inciso VI, deste Artigo serão aplicados exclusivamente no programa de
intervenções, definido na Lei de criação da Operação Urbana Consorciada.
§ 2º. O Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano
acompanhará a implementação das Operações Urbanas Consorciadas e apreciará os
relatórios acerca da aplicação dos recursos e da implementação de melhorias urbanas.
103

§ 3º. A partir da publicação da Lei de que trata o caput,


perderão a eficácia as licenças e autorizações a cargo da Prefeitura Municipal expedidas
em desacordo com o Plano de Operação Urbana Consorciada.

§ 4º. As autorizações e licenças a serem expedidas pelo


Poder Público Municipal deverão observar a Lei Municipal específica para cada Plano de
Operação Urbana Consorciada.

Art. 205. O Projeto de Lei da Operação Urbana


Consorciada deverá ser aprovada previamente pelo Conselho Municipal de
Desenvolvimento Urbano, para posterior protocolo junto à Câmara de Vereadores.

Art. 206. As Operações Urbanas Consorciadas terão pelo


menos duas das seguintes finalidades:

I- implantação de programas de habitação de interesse


social (HIS);
II - regularização de assentamentos precários;
III - implantação de equipamentos urbanos e
comunitários estratégicos para o desenvolvimento urbano;
IV - ampliação e melhoria da rodovia ou das vias
estruturais do sistema viário urbano;
V- recuperação e preservação de áreas de interesse
ambiental, paisagístico e cultural;
VI - implantação de centros de comércio e serviços para
valorização e dinamização de áreas visando a geração de trabalho e renda;
VII - recuperação de áreas degradadas através de
requalificação urbana;
VIII - ampliação e melhoria da rede estrutural de
transporte público coletivo;
IX - implantação de espaços públicos.

Art. 207. Lei Municipal específica que aprovar a Operação


Urbana Consorciada poderá prever a emissão pelo município de quantidade determinada
de Certificados de Potencial Adicional de Construção (CEPAC), que serão alienados em
leilão ou utilizados diretamente no pagamento das obras, desapropriações necessárias à
própria operação.

§ 1º. Os Certificados de Potencial Adicional de


Construção (CEPAC) serão livremente negociados, mas conversíveis em direito de
construir unicamente na área objeto da operação.
§ 2º. A vinculação dos Certificados de Potencial
Adicional de Construção (CEPAC) poderá ser realizada no ato da aprovação de projeto de
edificação específico para o terreno.
104

§ 3º. Os Certificados de Potencial Adicional de


Construção (CEPACs), poderão ser vinculados ao terreno por intermédio de declaração da
municipalidade, os quais deverão ser objeto de certidão.
§ 4º. A Lei a que se refere o "caput" deverá estabelecer:

I- a quantidade de Certificados de Potencial


Construtivo Adicional de Construção (CEPACs), a ser emitida, obrigatoriamente
proporcional ao estoque de potencial construtivo adicional previsto para a operação;
II - o valor mínimo do CEPAC;
III - as formas de cálculo das contrapartidas;
IV - as formas de conversão e equivalência dos CEPACs
em metros quadrados de potencial construtivo adicional;
V- o limite do valor de subsídio previsto no "caput"
deste Artigo será para aquisição de terreno para construção de habitação de interesse social
(HIS).

Seção VIII
Da Transferência do Direito de Construir

Art. 208. Lei Municipal específica poderá autorizar o


proprietário do imóvel urbano, privado ou público, a exercer em outro local, ou alienar,
mediante escritura pública, o direito básico de construir previsto neste Plano Diretor ou em
legislação urbanística dele decorrente, quando o referido imóvel for considerado necessário
para fins de:

I- implantação de equipamentos urbanos e


comunitários;
II - preservação, quando o imóvel for considerado de
interesse histórico, ambiental, paisagístico, social e cultural;
III - implementação de programas de regularização
fundiária, urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda e de assentamentos
precários e de habitação de interesse social.

§ 1º. A mesma faculdade poderá ser concedida ao


proprietário que doar ao Poder Público seu imóvel, ou parte dele, para fins previstos nos
incisos I e III do caput.
§ 2º. Lei Municipal referida no caput estabelecerá as
condições relativas à aplicação da Transferência do Direito de Construir definindo:

I- as áreas da cidade aptas a oferecer e a receber o


potencial construtivo a ser transferido;
II - as formas de registro e de controle administrativo;
III - as formas e mecanismos de controle social;
IV - a previsão de avaliações periódicas.

Seção IX
105

Do Direito de Superfície

Art. 209. O proprietário urbano poderá conceder a outrem o


Direito de Superfície do seu terreno, por tempo determinado ou indeterminado, mediante
escritura pública registrada no cartório de registro de imóveis, conforme disposto no Artigo
21 do Estatuto da Cidade.

§ 1º. O Direito de Superfície abrange o direito de utilizar


o solo, o subsolo ou o espaço aéreo relativo ao terreno, na forma estabelecida no contrato
respectivo, atendida a legislação urbanística.
§ 2º. A concessão do Direito de Superfície poderá ser
gratuita ou onerosa.
§ 3º. O superficiário responderá integralmente pelos
encargos e tributos que incidirem sobre a propriedade superficiária, arcando, ainda,
proporcionalmente à sua parcela de ocupação efetiva, com os encargos e tributos sobre a
área objeto da concessão do Direito de Superfície, salvo disposição em contrário do
contrato respectivo.
§ 4º. O Direito de Superfície pode ser transferido a
terceiros, obedecidos aos termos do contrato respectivo.
§ 5º. Por morte do superficiário, os seus direitos
transmitem-se a seus herdeiros.

Art. 210. Em caso de alienação do terreno, ou do direito de


superfície, o superficiário e o proprietário, respectivamente, terão direito de preferência,
em igualdade de condições à oferta de terceiros.

Art. 211. Extingue-se o direito de superfície:


I- pelo advento do termo;
II - pelo descumprimento das obrigações contratuais
assumidas pelo superficiário.

Art. 212. Extinto o Direito de Superfície, o proprietário


recuperará o pleno domínio do terreno, bem como das acessões e benfeitorias introduzidas
no imóvel, independentemente de indenização, se as partes não houverem estipulado o
contrário no respectivo contrato.

§ 1º. Antes do termo final do contrato, extinguir-se-á o


Direito de Superfície se o superficiário der ao terreno destinação diversa daquela para a
qual for concedida.
§ 2º. A extinção do Direito de Superfície será averbada
no Cartório de Registro de Imóveis.

CAPÍTULO IV
DOS INSTRUMENTOS DE REGULARIZAÇÃO
FUNDIÁRIA
106

Art. 213. A regularização fundiária compreende um


processo de intervenção pública, sob os aspectos jurídico, físico e social, que objetiva
legalizar a permanência de populações moradoras de áreas urbanas ocupadas em
desconformidade com a lei, para fins de habitação, implicando melhorias no ambiente
urbano do assentamento, no resgate da cidadania e da qualidade de vida da população
beneficiária.

Art. 214. Para regularização fundiária de assentamentos


precários e imóveis irregulares, o Poder Executivo Municipal poderá aplicar os seguintes
instrumentos:
I- concessão de direito real de uso, de acordo com o
estabelecido no Decreto-Lei nº 271, de 20 de fevereiro de 1967;
II- concessão de uso especial para fins de moradia, nos
termos da Medida Provisória 2.220/01;
III- autorização de uso, nos termos da Medida
Provisória 2.220/01;
IV- da cessão de posse para fins de moradia, nos termos
da Lei Federal nº 6.766/79;
V- do usucapião especial de imóvel urbano;
VI- direito de preempção;
VII- direito de superfície.

Art. 215. O Poder Executivo Municipal, visando


equacionar e agilizar a regularização fundiária, poderá se articular com os agentes
envolvidos nesse processo, tais como os representantes do:

I- Ministério Público;
II - Poder Judiciário;
III - Cartórios de Registro de Imóveis;
IV - Governo Estadual;
V- Defensoria Pública;
VI - Grupos sociais envolvidos.

§ 1º. O Município poderá celebrar preferencialmente


convênio com o Governo do Estado, de modo a permitir a melhoria do atendimento pela
Defensoria Pública para fins de regularização fundiária.

§ 2º. Em caso de inviabilidade de acordo com o Estado,


ou mesmo em caráter suplementar, o Município poderá celebrar convênio com a Ordem
dos Advogados ou com entidades sem fins lucrativos que possam colaborar nas ações de
regularização fundiária para população de baixa renda.

Art. 216. O Município poderá outorgar o título de


concessão de uso especial para fins de moradia àquele que, até 30 de junho de 2001,
possuiu como seu, por 5 (cinco) anos, ininterruptamente e sem oposição, imóvel público
municipal localizado na Área Urbana e com área inferior ou igual a 250m² (duzentos e
107

cinqüenta metros quadrados), desde que utilizado para moradia do possuidor ou de sua
família, de acordo com o Art. 1º da Medida Provisória nº 2.220/01.

§ 1º. É vedada a concessão de que trata o caput deste


Artigo caso o possuidor:
I- seja proprietário ou possuidor de outro imóvel
urbano ou rural em qualquer localidade;
II - tenha sido beneficiado pelo mesmo direito em
qualquer tempo, mesmo que em relação a imóvel público de qualquer entidade
administrativa.

§ 2º. Para efeitos deste Artigo, o herdeiro legítimo


continua, de pleno direito, na posse de seu antecessor, desde que já resida no imóvel por
ocasião da abertura da sucessão.
§ 3º. O Município poderá promover o desmembramento
2
ou desdobramento da área ocupada, de modo a formar um lote com, no máximo de 250m
(duzentos e cinqüenta metros quadrados), caso a ocupação atenda às demais condições
para a concessão prevista no caput deste Artigo.

Art. 217. A Concessão de Uso Especial para Fins de


Moradia aos possuidores será conferida de forma coletiva em relação aos imóveis públicos
2
municipais situados em Áreas Urbanas com mais de 250m (duzentos e cinqüenta metros
quadrados) que sejam ocupados por população de baixa renda e utilizados para fins de
moradia, por 5 (cinco) anos, ininterruptamente e sem oposição, quando não for possível
identificar os terrenos ocupados por cada possuidor.

§ 1º. A Concessão de Uso Especial para Fins de Moradia


poderá ser solicitada de forma individual ou coletiva.
§ 2º. Na concessão de uso especial de que trata este
Artigo, será atribuída igual fração ideal de terreno a cada possuidor, independentemente da
dimensão do terreno que cada um ocupe, salvo hipótese de acordo escrito entre os
ocupantes, estabelecendo frações ideais diferenciadas.
§ 3º. A fração ideal atribuída a cada possuidor não poderá
2
ser superior a 250m (duzentos e cinqüenta metros quadrados).

§ 4º. Buscar-se-á respeitar, quando de interesse da


comunidade, as atividades econômicas locais promovidas pelo próprio morador, vinculadas
à moradia, tais como, entre outros:
I- pequenas atividades comerciais;
II - indústria doméstica;
III - artesanato;
IV - oficinas de serviços;
V- agricultura familiar.
108

§ 5º. O Município continuará com a posse e o domínio


sobre as áreas destinadas a uso comum do povo.
§ 6º. Não serão reconhecidos como possuidores, nos
termos tratados neste Artigo, aqueles que forem proprietários ou concessionários, a
qualquer título, de outro imóvel urbano ou rural em qualquer localidade.

Art. 218. O Município assegurará o exercício do direito de


concessão de uso especial para fins de moradia, individual ou coletivamente, em local
diferente daquele que gerou esse direito, nas hipóteses da moradia estar localizada em área
de risco cuja condição não possa ser equacionada e resolvida por obras e outras
intervenções.

Art. 219. É facultado ao Poder Público Municipal assegurar


o exercício do direito de que tratam os Artigos 216, 217, 218 desta Lei, em outro local na
hipótese do imóvel ocupado estar localizado em áreas de:

I- uso comum do povo com outras destinações


prioritárias de interesse público;
II - destinação ao projeto de urbanização;
III - preservação ambiental e da proteção dos
ecossistemas naturais.

§ 1º. Extinta a concessão de uso especial para fins de


moradia, o Poder Público Municipal recuperará o domínio pleno do imóvel.
§ 2º. É dever do Poder Público Municipal promover as
obras de urbanização nas áreas onde foi obtido título de concessão de uso especial para fins
de moradia.

Art. 220. O Poder Executivo Municipal poderá promover


plano de urbanização com a participação dos moradores de áreas usucapidas coletivamente
para fins de moradia, para a melhoria das condições habitacionais e de saneamento
ambiental nas áreas habitadas por população de baixa renda, nos termos da Lei Federal nº
10.257, de 10 de julho de 2001 - Estatuto da Cidade.

TÍTULO VI
GESTÃO DA POLÍTICA URBANA

CAPÍTULO I
DO SISTEMA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E
GESTÃO URBANA

Art. 221. Fica criado o Sistema Municipal de Planejamento


e Gestão Urbana (SMPGU), instituindo estruturas e processos democráticos e
109

participativos, que visam permitir o desenvolvimento de um processo contínuo, dinâmico e


flexível de planejamento e gestão da política urbana.

Art. 222. O Sistema Municipal de Planejamento e Gestão


Urbana possui os seguintes objetivos:

I- aumentar a eficácia da ação governamental,


promovendo:

a) integração entre órgãos e entidades municipais


afins ao desenvolvimento territorial;
b) cooperação com os governos federal, estadual e
com os municípios da região, no processo de planejamento e gestão das questões de
interesse comum.

II - promover a participação de setores organizados da


sociedade e da população nas políticas de desenvolvimento territorial, voltando às ações do
Governo para os interesses da comunidade e capacitando a população de Sinop para o
exercício da cidadania;
III - viabilizar parcerias com a iniciativa privada no
processo de urbanização mediante o uso de instrumentos da política urbana quando for do
interesse público e compatível com a observância das funções sociais da cidade;
IV - instituir mecanismos permanentes para
implementação, revisão e atualização do Plano Diretor de Sinop, articulando-o com o
processo de elaboração e execução do orçamento municipal;
V- instituir processo de elaboração, implementação e
acompanhamento de planos, programas, anteprojetos de lei e projetos urbanos, assim como
sua permanente revisão e atualização;
VI - criar canais de participação da sociedade na gestão
municipal da política urbana;
VII - garantir eficiência e eficácia à gestão, visando à
melhoria da qualidade de vida.
Parágrafo único. Entende-se por Sistema Municipal de
Planejamento e Gestão Urbana o conjunto de instituições, normas e meios que organizam
institucionalmente as ações voltadas para o desenvolvimento de Sinop e integram as
políticas, os programas e os projetos setoriais afins.

Art. 223. Constituem-se diretrizes para o Sistema


Municipal de Planejamento e Gestão Urbana:

I- a ampliação da rede institucional envolvida com o


planejamento e a gestão da política urbana para promover maior articulação e integração
entre as áreas;
II - a clareza na definição das competências de cada
órgão envolvido com a política urbana, bem como as regras de integração da rede
institucional, de modo a agilizar o processo decisório;
110

III - a elaboração de Leis Municipais que facilitem os


processos de regularização urbana e possibilitem a melhoria da ação do poder público tanto
nas atividades de planejamento quanto nas de fiscalização e monitoramento;
IV - a compatibilização da legislação municipal;
V- a adequação da política tributária de forma a torná-
la também instrumento de ordenação do espaço coerente com disposições do Plano
Diretor;
VI - o fortalecimento dos canais de comunicação
intersetorial, intergovernamental e com os municípios vizinhos;
VII - as parcerias com entidades e associações, públicas e
privadas, em programas e projetos de interesse da política urbana;
VIII - a interação com lideranças comunitárias;
IX - a otimização dos recursos técnicos, humanos e
materiais disponíveis;
X- o estudo para ampliação do quadro de servidores da
Prefeitura Municipal voltados para atuação no planejamento e gestão do desenvolvimento
territorial mediante concurso público para o preenchimento de cargos de natureza técnica
ou administrativa;
XI - o aprimoramento constante dos servidores
responsáveis pelo planejamento e gestão do desenvolvimento territorial, com ênfase na
atualização do conhecimento dos conteúdos relativos à gestão urbana e à perspectiva de
abordagem integrada do ambiente urbano;
XII - a sistematização da informação de modo a
favorecer o planejamento e a gestão do desenvolvimento urbano e ambiental.

Art. 224. O Sistema Municipal de Planejamento e Gestão


Urbana é composto por:

I- Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano;


II - Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano;
III - Sistema Municipal de Informação.

Seção I
Do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano

Art. 225. Fica criado o Conselho Municipal de


Desenvolvimento Urbano, órgão consultivo e deliberativo em matéria de natureza
urbanística e de política urbana, composto por representantes do Poder Público Municipal
e da sociedade civil.

Parágrafo único. O Conselho Municipal de Desenvolvimento


Urbano será vinculado a Secretária Municipal de Desenvolvimento Urbano e Meio
Ambiente.
111

Art. 226. O Conselho Municipal de Desenvolvimento


Urbano será paritário, composto por 36 (trinta e seis) membros e seus respectivos
suplentes, de acordo com os seguintes critérios:

I- 18 (dezoito) representantes de órgãos


governamentais assim distribuídos:
a) 4 (quatro) representantes da Secretaria Municipal
de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, sendo necessariamente, 01(um) da
diretoria de planejamento, 01(um) da diretoria de engenharia, 01 (um) da diretoria do meio
ambiente e 01(um) da Secretaria;
b) 1 (um) representante da Secretaria Municipal de
Governo;
c) 1 (um) representante da Secretaria Municipal de
Administração;
d) 2 (dois) representantes da Secretaria Municipal de
Assistência Social, Trabalho e Habitação;
e) 1 (um) representante da Secretaria Municipal da
Indústria, Comércio e Turismo;
f) 1 (um) representante da Secretaria Municipal de
Trânsito e Transportes Urbanos;
g) 2 (dois) representantes da Secretaria de Educação e
Cultura;
h) 1 (um) representante da Secretaria Municipal de
Infra-Estrutura;
i) 1 (um) representante da Secretaria Municipal de
Saúde;
j) 1 (um) representante da Procuradoria Geral do
Município;
k) 1 (um) representante da Sema;
l) 1 (um) representante do Ibama; e
m) 1 (um) representante da Câmara Municipal.

II - 18 (dezoito) representantes da sociedade civil,


assim distribuídos:
a) 5 (cinco) representantes dos empresários, sendo,
necessariamente, 1 (um) do setor imobiliário, 1 (um) do setor madeireiro, 1(um) da
construção civil e 2 (dois) dos demais setores econômicos;
b) 5 (cinco) representantes dos movimentos sociais,
sendo necessariamente, 1 (um) dos movimentos de habitação, 2 (dois) de associações de
bairros, 1 (um) do sindicato de trabalhadores urbanos e 1 (um) de sindicato ou cooperativa
de trabalhadores rurais;
c) 6 (seis) representantes de organizações não
governamentais, instituições de ensino ou pesquisa e associação civil sem fins lucrativos,
sendo 2 (dois) de ONG’s: a Ecodam e Ensinop, 2 (dois) de Universidades Públicas e 1
(um) de Universidade Particular e 1 (um) do CODENORTE – Conselho de
Desenvolvimento do Norte de Mato Grosso; e
112

d) 2 (dois) representantes de entidades profissionais,


sendo necessariamente: 1(um) representante da OAB – Ordem dos Advogados do Brasil,
1(um) representante do CREA – Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e
Agronomia.

Parágrafo único. As deliberações do Conselho ora criado


serão feitas por 2/3 (dois terços) dos presentes.

Art. 227. Compete ao Conselho Municipal de


Desenvolvimento Urbano:

I- acompanhar a implementação do Plano Diretor,


analisando e deliberando sobre questões relativas à sua aplicação;
II - deliberar e emitir pareceres sobre proposta de
alteração da Lei do Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado do Município de Sinop;
III - acompanhar a execução de planos e projetos de
interesse do desenvolvimento urbano, inclusive os planos setoriais;
IV - aprovar e deliberar sobre Projetos de Lei de
interesse do desenvolvimento urbano, antes de seu encaminhamento à Câmara Municipal;
V- monitorar a concessão de Outorga Onerosa do
Direito de Construir e a aplicação da Transferência do Direito de Construir;
VI - aprovar e acompanhar a implementação das
Operações Urbanas Consorciadas;
VII - acompanhar a implementação dos demais
instrumentos urbanísticos;
VIII - zelar pela integração das políticas setoriais;
IX - deliberar sobre as omissões e contradições da
legislação urbanística municipal;
X- avaliar as políticas urbanas municipal, estadual e
nacional;
XI - convocar, organizar e coordenar as conferências e
assembléias territoriais;
XII - convocar, organizar e coordenar as Conferências
Municipais da Cidade, a serem realizadas em caráter extraordinário;
XIII - convocar audiências públicas;
XIV - gerir os recursos oriundos do Fundo Municipal de
Desenvolvimento Urbano;
XV - elaborar e aprovar o regimento interno.

Art. 228. No Regimento Interno do Conselho Municipal de


Desenvolvimento Urbano constar, no mínimo:

I- suas atribuições gerais;


II - número e qualificação de seus membros, conforme
disposto no Artigo 226;
113

III - modo de indicação, eleição e nomeação de seus


membros e respectivos suplentes;
IV - procedimentos para nomeação de sua presidência
ou coordenação;
V- procedimentos para a realização de sua sessão de
instalação e posse.

Art. 229. As atividades realizadas pelos membros do


Conselho ora criado, não serão remuneradas, a qualquer título, sendo consideradas de
relevância para o Município.

Art. 230. O Conselho Municipal de Desenvolvimento


Urbano poderá instituir câmaras técnicas e grupos de trabalho específicos.

Art. 231. O Conselho Municipal de Desenvolvimento


Urbano revoga a Lei nº 915, de 31 de maio de 2006, que criou o Conselho Municipal de
Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente.

Seção II
Do Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano

Art. 232. Fica criado o Fundo Municipal de


Desenvolvimento Urbano, formado pelos seguintes recursos:

I- recursos próprios do Município;


II - transferências intergovernamentais;
III - transferências de instituições privadas;
IV - transferências do exterior;
V- transferências de pessoa física;
VI - receitas provenientes da Concessão do Direito Real
de Uso de áreas públicas, exceto nas ZEIS;
VII - receitas provenientes de Outorga Onerosa do
Direito de Construir;
VIII - receitas provenientes da Concessão do Direito de
Superfície;
IX - rendas provenientes da aplicação financeira dos
seus recursos próprios;
X- doações;
XI - outras receitas que lhe sejam destinadas por Lei.

§ 1º. O Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano


será gerido pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano.
§ 2º. Os recursos especificados no inciso VII serão
aplicados:
114

I- na produção de Habitação de Interesse Social (HIS)


em todo o Município;
II - em infra-estrutura e equipamentos públicos na Zona
Urbana Consolidada e Zona Urbana Intermediária.

Seção III
Do Sistema Municipal de Informação

Art. 233. O Sistema Municipal de Informação tem como


objetivo fornecer informações para o planejamento, o monitoramento, a implementação e a
avaliação da política urbana, subsidiando a tomada de decisões ao longo do processo.

§ 1º O Sistema Municipal de Informação deverá conter


e manter atualizados dados, informações e indicadores sociais, culturais, econômicos,
financeiros, patrimoniais, administrativos, físico-territoriais, inclusive cartográficos,
ambientais, imobiliários e outros de relevante interesse para o Município.
§ 2º Para maior eficácia na formulação de estratégias, na
elaboração de instrumentos e no gerenciamento das ações, o órgão responsável pelo
planejamento e desenvolvimento Municipal, manterá atualizado o Sistema Municipal de
Informação.

Art. 234. O Sistema Municipal de Informação terá, entre


outras funções:

I- apoiar a implantação do planejamento do


desenvolvimento urbano e ambiental;
II - auxiliar no controle e na avaliação da aplicação
desta Lei e da legislação urbanística e ambiental;
III - orientar permanentemente a atualização do Plano
Diretor de Sinop e os processos de planejamento e gestão territorial municipal;
IV - propiciar o estabelecimento de iniciativas de
democratização da informação junto à sociedade, permitindo à população avaliar os
resultados alcançados, aumentando o nível de credibilidade das ações efetivadas pelo
Poder Executivo Municipal.
Art. 235. São diretrizes específicas para o Sistema
Municipal de Informação:

I- integração das bases cadastrais municipais e


compatibilização com os cadastros de órgãos e entidades de outras esferas governamentais
e entidades privadas de prestação de serviços à população;
II - cooperação intermunicipal para possível
compartilhamento de cadastros e de informações regionais;
III - prioridade à qualidade da informação através da
obtenção de dados consistentes, adequação da modelação do sistema e integração dos
sistemas disponíveis;
115

IV - incorporação de tecnologias apropriadas e


disponíveis para a melhoria da produtividade das atividades relativas ao sistema municipal
de informação;
V- atualização permanente do mapeamento da cidade e
de outras informações indispensáveis à gestão do território;
VI - adoção da divisão administrativa em bairros como
unidade territorial básica para agregação da informação;
VII - ampliação do conhecimento da população sobre a
legislação urbanística e aplicação de recursos da Prefeitura, através da criação de um
sistema comunicacional de atendimento único, aumentando a credibilidade nas ações do
poder público.
Art. 236. A implementação do Sistema Municipal de
Informação se dará mediante:

I- elaboração e implementação de um Programa


Municipal de Informação voltado para a criação de uma base de informação
multifinalitária e única do Município, a partir da organização de banco de dados
alfanumérico e mapa georeferenciado, integrando informações de natureza imobiliária,
tributária, judicial, patrimonial, ambiental e outras de interesse para a gestão municipal,
inclusive sobre planos, programas e projetos;
II - parceria com órgãos e entidades municipais,
estaduais, federais e privadas de prestação de serviços à população para modelação de uma
base integrada de dados;
III - convênio com órgãos e entidades estaduais para
obtenção de informações para o planejamento e a gestão do desenvolvimento urbano e
ambiental;
IV - montagem de uma base de dados consistentes, a
partir do levantamento do estado atual da informação, recadastramento e atualização da
informação;
V- manutenção dos dados através de sistema
adequadamente normatizado e modelado que reflita as condições reais da cidade, ou seja, a
divisão em bairros, quadras, faces de quadras e trechos com lotes;
VI - constituição de equipe de profissionais de
informática capazes de realizar adequações aos sistemas informatizados da Prefeitura
Municipal, de acordo com os interesses dos usuários;
VII - criação de um banco de projetos para o Município,
de orientação às propostas a serem implementadas pelo Poder Executivo Municipal;
VIII - criação de um banco de talentos, contendo dados
sobre os servidores existentes para otimizar seu aproveitamento.

Art. 237. O Sistema Municipal de Informação deverá


obedecer aos seguintes princípios:

I- simplificação, economicidade, eficácia, clareza,


precisão e segurança, a fim de evitar a duplicação de meios e instrumentos para fins
idênticos;
116

II - democratização, publicidade e disponibilidade das


informações, em especial daquelas relativas ao processo de implementação, controle e
avaliação do Plano Diretor.

Art. 238. O Poder Executivo Municipal dará ampla


publicidade a todos os documentos e informações produzidos no processo de elaboração,
revisão, aperfeiçoamento e implementação do Plano Diretor de Sinop.

CAPÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO INSTITUCIONAL

Seção I
Disposições Gerais

Art. 239. Comporão o Sistema Municipal de Planejamento


e Gestão Urbana:

I- órgãos da administração direta e entidades da


administração indireta envolvidos na elaboração de estratégias e políticas de
desenvolvimento urbano e ambiental, responsáveis por:

a) planejamento urbano;
b) proteção do meio ambiente;
c) controle e convívio urbano;
d) habitação de interesse social;
e) saneamento ambiental;
f) transporte e tráfego;
g) obras e infra-estrutura urbana;
h) finanças municipais;
i) administração municipal;
j) Procuradoria do Município.

Art. 240. São atribuições do Sistema Municipal de


Planejamento e Gestão Urbana:

I- coordenar o planejamento do desenvolvimento


urbano do Município de Sinop;
II - coordenar a implementação do Plano Diretor de
Sinop, e os processos de sua revisão e atualização;
III - elaborar e coordenar a execução integrada de
planos, programas e projetos necessários à implementação do Plano Diretor de Sinop,
articulando-os com o processo de elaboração e execução do orçamento municipal;
IV - monitorar e controlar a aplicação dos instrumentos
da política urbana previstos nesta Lei e avaliar os efeitos das ações municipais voltadas
para o desenvolvimento urbano;
117

V- instituir e integrar o sistema municipal de


informação do desenvolvimento urbano e ambiental;
VI - promover a melhoria da qualidade técnica de
projetos, obras e intervenções promovidas pelo Poder Executivo Municipal, inclusive
mediante a adequação quantitativa e qualitativa do quadro técnico e administrativo de
servidores envolvidos no desenvolvimento urbano;
VII - implantar procedimentos eficientes para o controle
e a fiscalização do cumprimento da legislação urbanística;
VIII - promover e apoiar a formação de colegiados
comunitários de gestão territorial, ampliando e diversificando as formas de participação no
processo de planejamento e gestão urbana e ambiental;
IX - apoiar a elaboração de um plano turístico regional
que estimule parcerias com outros municípios vizinhos e enfatize a formação de roteiros
turísticos, o resgate de manifestações folclóricas e do artesanato local.

Seção II
Da Integração dos Órgãos e Entidades Municipais

Art. 241. As responsabilidades relativas à coordenação do


sistema municipal de planejamento e gestão urbana competem ao órgão responsável pelo
planejamento e desenvolvimento municipal.

Parágrafo único. Cabe à coordenação do Sistema


Municipal de Planejamento e Gestão Urbana:

I- comandar o processo de avaliação e reformulação


da política urbana, incluindo a revisão do Plano Diretor de Sinop e da legislação
urbanística, quando necessário;
II - monitorar e analisar os efeitos das medidas e ações
efetivadas;
III - formular estudos, pesquisas, planos locais e
projetos urbanos, visando instrumentalizar as ações a serem executadas pelo sistema de
planejamento;
IV - captar recursos financeiros, para o planejamento e a
implementação da política urbana;
V- convocar quando necessária às instâncias de
articulação do Sistema Municipal de Planejamento e Gestão Urbana;
VI - propor a celebração de convênios ou consórcios
para a viabilização de planos, programas e projetos para o desenvolvimento urbano e
ambiental, inclusive com municípios vizinhos;
VII - alimentar o sistema municipal de informação com
dados relativos ao desenvolvimento territorial.

Art. 242. Cabe aos órgãos de administração direta e


entidades da administração indireta integrantes do Sistema Municipal de Planejamento e
Gestão Urbana:
118

I- apoio técnico de caráter interdisciplinar, na


realização de estudos ou pareceres destinados a dar suporte ao planejamento e à gestão
urbana;
II - levantamento de dados e fornecimento de
informações técnicas relacionadas à área de atuação específica, destinadas a alimentar o
sistema municipal de informação;
III - disponibilização de dirigentes e técnicos em grupos
de trabalho responsáveis pela elaboração e implementação de planos locais, programas e
projetos de desenvolvimento urbano e ambiental.

Art. 243. A Coordenação do Plano Diretor de Sinop,


integrante da Diretoria de Planejamento, da Secretaria Municipal de Desenvolvimento
Urbano e Meio Ambiente, terá caráter permanente, visando o apoio técnico, de caráter
interdisciplinar, ao planejamento, a implementação e à gestão.

Parágrafo único. São atribuições da Coordenação de


Gestão do Plano Diretor de Sinop:

I- examinar e apresentar justificativas técnicas sobre a


aplicação dos instrumentos da política urbana, inclusive a concessão de Outorga Onerosa
do Direito de Construir, e sobre outras matérias relativas ao desenvolvimento urbano, nos
termos desta Lei e da legislação urbanística;
II - opinar sobre matérias específicas estabelecidas na
legislação urbanística e ambiental;
III - elaborar e coordenar os planos locais e setoriais,
programas e projetos previstos nesta Lei.

Art. 244. A Coordenação do Plano Diretor de Sinop poderá


se articular com representantes dos órgãos e entidades municipais responsáveis pelo:
I- patrimônio natural e cultural;
II - controle e convívio urbano;
III - habitação de interesse social;
IV - saneamento ambiental;
V- transporte e tráfego;
VI - obras e infra-estrutura urbana;
VII - finanças municipais;
VIII - administração municipal;
IX - Procuradoria do Município.

CAPÍTULO III
DOS INSTRUMENTOS DA DEMOCRATIZAÇÃO DA
GESTÃO
119

Art. 245. Fica assegurada a participação da população em


todas as fases do processo de gestão democrática da política urbana, mediante as seguintes
instâncias de participação:

I- Conferência Municipal da Cidade;


II - Conselho da Cidade;
III - Assembléias territoriais de política urbana;
IV - Audiências públicas;
V- Orçamento Participativo;
VI - Fórum de conselhos;
VII - Plebiscitos e referendos populares;
VIII - Conselhos municipais relacionados à política
urbana.

Art. 246. Anualmente, o Poder Executivo Municipal


submeterá ao Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano relatório de gestão do
exercício e plano de ação para o próximo período.

Parágrafo único. Uma vez analisado pelo Conselho, o Poder


Executivo Municipal o enviará à Câmara Municipal e dará publicidade ao mesmo, por
meio do jornal de maior circulação no Município.

Seção I
Da Conferência Municipal da Cidade

Art. 247. As Conferências Municipais da Cidade terão


como finalidade proporcionar um fórum de ampla discussão sobre a política urbana
municipal, regional, e estadual e ocorrerão ordinariamente a cada 02 (dois) anos, sendo sua
convocação, organização e coordenação realizadas pelo Poder Executivo Municipal em
conjunto com o Poder Executivo Estadual, com exceção das realizadas em caráter
extraordinário, quando então serão convocadas, organizadas e coordenadas pelo Conselho
Municipal do Desenvolvimento Urbano.

§ 1º. As conferências serão abertas à participação de toda


a população, serão compostas para debate sobre propostas de alterações e ampliações das
diretrizes gerais previstas no Plano Diretor do Município de Sinop.
§ 2º. A Conferência Municipal da Cidade terá, dentre
outras as seguintes atribuições:

I- apreciar as diretrizes da política urbana e ambiental


do Município;
II - formular propostas para os programas federais e
estaduais de política urbana;
III - debater os relatórios anuais de gestão da política
urbana, apresentando críticas e sugestões;
120

IV - sugerir ao Poder Executivo Municipal adequações


nas ações estratégicas, destinadas à implementação dos objetivos, diretrizes, planos,
programas e projetos;
V- deliberar sobre plano de trabalho para o biênio
seguinte;
VI - sugerir propostas de alteração da Lei do Plano
Diretor de Desenvolvimento Integrado do Município de Sinop, a serem consideradas no
momento de sua modificação ou revisão.

Seção II
Das Assembléias Territoriais da Política Urbana

Art. 248. As Assembléias Territoriais de Política Urbana se


realizarão, sempre que necessário, com o objetivo de consultar a população das unidades
territoriais de planejamento, visando:

I- fazer o levantamento dos problemas e demandas


das unidades territoriais, identificando as prioridades de cada região;
II - implementar as diretrizes e ações definidas pelo
Conselho da Cidade e pelo Conselho de Desenvolvimento Urbano.

TÍTULO VII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 249. Esta Lei será revisada, pelo menos a cada 5


(cinco) anos a partir da data de sua publicação, respeitando-se os mesmos procedimentos
estabelecidos no parágrafo 4º do Artigo 40, da Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de
2001.

§ 1º. Considerar-se-á cumprida a exigência prevista no


caput deste Artigo com o envio do Projeto de Lei por parte do Poder Executivo Municipal
à Câmara Municipal, assegurada à participação popular.
§ 2º. Qualquer proposição de alteração ou revisão do
Plano Diretor deverá ser formulada com a participação do Conselho Municipal do
Desenvolvimento Urbano.
Art. 250. Fica, pelo período de 6 (seis) meses, assegurada a
validade das licenças e dos demais atos praticados antes da vigência desta Lei, de acordo
com a legislação aplicável à época.

Parágrafo único. Extinguindo-se os efeitos do ato, por


qualquer motivo, qualquer novo requerimento deverá ser apreciado nos termos desta Lei.

Art. 251. A regulamentação, a gestão e a complementação


deste Plano Diretor, serão feitas através do Poder Executivo Municipal, via Decretos
121

Municipais e através de Projetos de Leis, que serão encaminhados à Câmara Municipal,


que tratarão de:

I- Projeto de Lei do Plano do Macrozoneamento do


Solo Rural;
II - Projeto de Lei do Plano Municipal de Gestão e
Saneamento Ambiental;
III - Projeto de Lei do Plano de Drenagem Urbana;
IV - Projeto de Lei do Plano Municipal de Esgotamento
Sanitário;
V- Projeto de Lei do Plano Municipal de Águas
Superficiais e Subterrâneas;
VI - Projeto de Lei do Plano Municipal de Mobilidade e
Transporte Urbano Integrado;
VII - Projeto de Lei do Plano Municipal de
Desenvolvimento Econômico e Social;
VIII - Projeto de Lei do Plano Municipal de Habitação -
PMH;
IX - Projeto de Lei do Plano Municipal de Habitação de
Interesse Social - PMHIS;
X- Projeto de Lei do Plano Municipal de Educação;
XI - Projeto de Lei do Plano Municipal de Cultura;
XII - Projeto de Lei do Plano Municipal de Saúde;
XIII - Projeto de Lei do Plano Municipal do Turismo;
XIV - Projeto de Lei das Zonas Especiais;
XV - Projeto de Lei específica para aplicação do IPTU
Progressivo no Tempo;
XVI - Projeto de Lei delimitando áreas em que incidirá o
Direito de Preempção;
XVII - Projeto de Lei para implementação da outorga
onerosa do direito de construir;
XVIII - Projeto de Lei regulando o instrumento do Estudo
de Impacto de Vizinhança;
XIX - Projeto de Lei do Plano de Zoneamento
Agroambiental;
XX - Código de Obras e Edificações;
XXI - Código de Posturas;
XXII - Lei de Parcelamento do Solo;
XXIII - Lei de Uso e Ocupação do Solo;
XXIV - Projeto Piloto de Expansão Urbana do Município.

Parágrafo único. Caso haja necessidade, poderão ser


encaminhados outros Projetos de Leis que tratem acerca dos dispositivos e dos
instrumentos legais constantes do presente Plano Diretor.
122

Art. 252. Somente após a sanção das leis que tratam sobre
as normas elencadas nos incisos e parágrafo único do art. 251 deste Plano Diretor, é que as
legislações anteriores que versam sobre o mesmo assunto serão revogadas.

Art. 253. Fazem parte integrante desta Lei, os seguintes


anexos:
I- ANEXO I – Mapa 01 – Delimitação do Novo
Perímetro Municipal;
II - ANEXO II – Descrição Perimétrica do Novo
Perímetro Municipal;
III - ANEXO III – Mapa 02 – Macrozoneamento
Urbano e Rural, e Mapa 03 – Macrozoneamento Especial;
IV - ANEXO IV – Mapa 04 – Microzoneamento da
Macrozona Urbana;
V- ANEXO V – Descrição Perimétrica do
Microzoneamento Urbano;
VI - ANEXO VI – Mapa 05 – Zoneamento da Zona
Urbana Consolidada;
VII - ANEXO VII – Quadro 01 – Parâmetros
Urbanísticos para Ocupação do Solo na Macrozona Urbana;
VIII - ANEXO VIII – Quadro 02 – Índices, Recuos e
Demais Restrições de Uso;
IX - ANEXO IX – Mapa 06 – Zonas Especiais (ZE’s);
X- ANEXO X - Mapa 07 – Zona Especial de Interesse
Ambiental (ZEIA) no Perímetro Municipal;
XI - ANEXO XI – Mapa 08 – Zona Especial de
Interesse Ambiental (ZEIA) no Perímetro Urbano;
XII - ANEXO XII – Mapa 09 – Zona Especial de
Interesse Turístico (ZEITUR);
XIII - ANEXO XIII – Mapa 10 – Hierarquização Viária;
XIV - ANEXO XIV – Quadro 03 – Hierarquização
Viária;
XV - ANEXO XV – Mapa 11 – Instrumentos de Indução
ao Desenvolvimento – IPTU Progressivo;
XVI - ANEXO – XVI – Mapa 12 – Instrumentos de
Indução ao Desenvolvimento – Direito de Preempção;
XVII - ANEXO – XVII – Mapa 13 – Instrumentos de
Indução ao Desenvolvimento – Outorga Onerosa;
XVIII - ANEXO XVIII – Quadro 04 – Índices, recuos e
demais restrições para Outorga Onerosa;
XIX - ANEXO XIX – Mapa 14 – Instrumentos de
Indução ao Desenvolvimento – Operações Urbanas Consorciadas;
XX - ANEXO – XX – Glossário.

Art. 254. O Município de Sinop fica autorizado a firmar


convênios com os Municípios da região visando viabilizar soluções comuns para a coleta,
123

manejo, destinação final e tratamento de lixo domiciliar, industrial e outros considerados


rejeitos especiais.

Art. 255. O Município de Sinop fica autorizado a promover


consórcio intermunicipal com os Municípios da região visando garantir a manutenção das
características hídricas e ambientais da região.

Art. 256. Esta Lei entra em vigor a partir da data de sua


publicação, revogadas as disposições em contrário.

GABINETE DO PREFEITO MUNICIPAL DE SINOP,


ESTADO DE MATO GROSSO.
EM, 18 de dezembro de 2006.

NILSON LEITÃO
Prefeito Municipal
124

PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DO


MUNICÍPIO DE SINOP

SDU

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO


E MEIO AMBIENTE

ANEXOS
125
126

ANEXO II

DESCRIÇÃO PERIMÉTRICA DO NOVO PERÍMETRO MUNICIPAL

DESCRIÇÃO

LEI Nº. 7.640, de 30 DE JANEIRO DE 2002.

Autor: Deputado Riva

Incorpora ao Município de Sinop área pertencente


ao Município de Ipiranga do Norte.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE MATO GROSSO, tendo em


vista que dispõe o art. 42 da Constituição Estadual, sanciona a seguinte lei:

Art. 1º. Fica incorporada ao Município de Sinop, a área


desmembrada do Município de Ipiranga do Norte, compreendida entre os seguintes
limites: “Inicia na barra do rio Possesso, no Rio Teles Pires ou São Manoel, segue pelo
Rio Teles Pires ou São Manoel acima até a ponte por onde passa a rodovia MT-220,
deste ponto segue por esta rodovia, no sentido Sinop – Porto dos Gaúchos, até o
entroncamento com a estrada Municipal de acesso a União da Serra, no ponto de
coordenadas geográficas 11º39’08”S e 55º45’16”WGr, deste ponto segue por linha reta
até a barra do córrego da Paca, no córrego do Suplício, segue pelo córrego do Suplício
acima até a sua cabeceira, de coordenadas geográficas 11º27’36”S e 55º47’03”WGr,
deste ponto segue pelo espigão divisor de águas dos afluentes da margem direita do rio
dos Peixes e margem esquerda do Rio Teles Pires ou São Manoel até confrontar a
cabeceira do córrego Caldeirão, deste ponto segue por uma linha reta no sentido leste-
oeste até a cabeceira do córrego Caldeirão, de coordenadas geográficas 11º18’32”S e
127

55º47’50”WGr, deste ponto segue por uma linha reta até a cabeceira do rio Índio
Possesso, de coordenadas geográficas 11º19’47”S e 55º45’07”WGr, segue por este rio
abaixo até a sua barra, no rio Teles Pires ou São Manoel, ponto de partida”.

Art. 2º. Os limites do Município de Sinop serão os seguintes:


“Inicia na confluência do Rio Teles Pires ou São Manoel com o rio Roquete, segue pelo rio
Roquete acima até a barra do ribeirão Baixada Morena, segue por este ribeirão acima até a
sua cabeceira, de coordenadas geográficas 11º35’41”S e 55º17’46”WGr, deste ponto segue
por uma linha reta até a cabeceira do rio Renato de coordenadas geográficas 11º39’50”S e
55º17’05”WGr, deste ponto segue por outra linha reta até a cabeceira do rio Cristiane, de
coordenadas geográficas 11º40’12”S e 55º09’53WGr, segue por este ribeirão abaixo até a
sua Foz do rio Azul, segue por este rio acima até a barra do córrego Guilhermina, segue
por esse córrego acima até o ponto em que ele é cortado pela estrada Dona Rosa, deste
ponto segue por uma linha reta até a acabeceira do córrego Norma, de coordenadas
geográfica 12º05’24”S e 55º18’21”WGr, deste ponto segue por uma linha reta até a barra
do córrego Andréia, no rio Caiabi, segue por este rio abaixo até a sua barra no rio Teles
Pires ou São Manoel, segue pelo rio Teles Pires ou São Manoela baixo até a ponte sobre a
rodovia MT-220, deste ponto, segue por esta rodovia, no sentido Sinop-Porto dos Gaúchos,
até o cruzamento com a estrada municipal de acesso à União da Serra, no ponto de
coordenadas geográfica 11039’08”S e 55º45’16”, deste ponto segue por uma linha reta até
a barra do córrego da Paca, no córrego do Suplício, segue pelo córrego do Suplício acima
até a sua cabeceira, de coordenadas geográfica 11º27’36”S e 55º47’03”WGr, deste ponto
segue pelo espigão divisor de águas dos afluentes da margem direita do Rio dos Peixes, e
da margem esquerda do Rio Teles Pires ou São Manoel, até confrontar com a cabeceira do
córrego Caldeirão, deste ponto segue por uma linha reta, no sentido oeste-leste, até a
cabeceira do córrego Caldeirão, de coordenadas geográficas 11º18’32”S e 55º47’50”WGr,
deste ponto segue por uma linha reta até a cabeceira do rio Índio Possesso, de coordenadas
geográficas 11º19’47”S e 55º45’07”WGr, segue por este rio abaixo até a sua barra no rio
Teles Pires ou São Manoel, segue pelo rio Teles Pires ou São Manoel acima até a barra do
rio Roquete, ponto de partida”.
128
129
130
131

ANEXO V
DESCRIÇÃO PERIMÉTRICA DA MACROZONA URBANA E
MICROZONEAMENTO

MACROZONA - Área do Perímetro Urbano

DESCRIÇÃO

Inicia-se se no ponto com as coordenadas Plano Retangulares


Relativas, Sistema UTM: E=667294.5326 m e N=8710007.4652 m ; Daí segue por Áreas
particulares até o próximo ponto (E=669243.8997 m e N=8708756.3557 m); Daí segue
pela Rodovia BR 163 até o próximo ponto (E=669272.0297 m e N=8708868.8257 m); Daí
segue por Áreas particulares até o próximo ponto (E=669805.5771 m e N=8708868.9193
m); Daí segue pela Estrada Clotilde até o próximo ponto (E=672738.6001 m e
N=8705815.2806 m); Daí segue por Áreas particulares até o próximo ponto
(E=671956.9055 m e N=8704008.4907 m); Daí segue pela margem direita do Córrego (A)
no sentido água abaixo até o próximo ponto (E=670155.0197 m e N=8702867.7657 m);
Daí segue pela margem direita do Ribeirão Helena no sentido água abaixo até o próximo
ponto (E=668305.5910 m e N=8703669.7838 m); Daí segue por Áreas particulares até o
próximo ponto (E=667118.2316 m e N=8699187.7323 m); Daí segue por Áreas
particulares até o próximo ponto (E=668181.3612 m e N=8698799.7928 m); Daí segue
uma parte por Áreas de particulares e outra pela Estrada Silvana até o próximo ponto
(E=670177.8497 m e N=8686356.0257 m); Daí segue pela Estrada Rosalia até o próximo
ponto (E=668829.0799 m e N=8684350.7737 m); Daí segue por Áreas Particulares até o
próximo ponto (E=666332.6667 m e N=8680524.4936 m); Daí segue pela Estrada Cirene
até o próximo ponto (E=663359.9065 m e N=8678085.0167 m); Daí segue pela margem
esquerda do Córrego Ursula no sentido água acima até o próximo ponto (E=664152.9439
m e N=8675065.1458 m); Daí segue por Áreas particulares até o próximo ponto
(E=664017.1373 m e N=8670732.0433 m); Daí segue pela margem Direita do Córrego
Rossana no sentido água abaixo até o próximo ponto (E=657092.2581 m e
132

N=8671627.9294 m); Daí segue por Áreas particulares até o próximo ponto
(E=656468.0327 m e N=8677702.3057 m); Daí segue por Áreas particulares até o próximo
ponto (E=656199.5087 m e N=8680315.3296 m); Daí segue por Áreas particulares até o
próximo ponto (E=655188.2460 m e N=8691741.0809 m); Daí segue pela Estrada Nanci
até o próximo ponto (E=651861.3397 m e N=8695826.9157 m); Daí segue parte por Áreas
particulares, parte pela Estrada Virginia e parte novamente por Áreas particulares até o
próximo ponto (E=659533.4486 m e N=8701955.4446 m); Daí segue pela Estrada Ilka até
o próximo ponto (E=665795.9922 m e N=8699670.2218 m); Daí segue ainda pela Estrada
Ilka até o próximo ponto (E=666606.9970 m e N=8699375.9607 m); Daí segue por Áreas
particulares até o próximo ponto (E=667739.5006 m e N=8703546.3936 m); Daí segue
pela margem direita do Ribeirão Helena no sentido água abaixo até o próximo ponto
(E=665793.2241 m e N=8703065.0673 m); Daí segue por Áreas particulares até o próximo
ponto (E=666123.3157 m e N=8705351.6967 m); Daí segue por Áreas particulares até o
próximo ponto (E=666518.4073 m e N=8707209.2728 m); Daí segue por Áreas
particulares até o próximo ponto (E=667294.5326 m e N=8710007.4652 m); início de
descrição, fechando assim o perímetro do polígono acima descrito.

ZUC – Zona Urbana Consolidada

DESCRIÇÃO

Inicia-se se no ponto com as coordenadas Plano Retangulares


Relativas, Sistema UTM: E=662517.7548 m e N=8692662.9035 m ; Daí segue pela
Avenida Perimetral Norte até o próximo ponto (E=664968.0620 m e N=8692023.8428 m);
Daí segue pela Estrada Ruth até o próximo ponto (E=666646.3489 m e N=8689028.0571
m); Daí segue pela Estrada Ruth até o próximo ponto (E=666140.1435 m e
N=8687088.4015 m); Daí segue pela Estrada Ruth até o próximo ponto (E=663191.2670
m e N=8685269.7428 m); Daí segue pela Avenida Perimetral Sul até o próximo ponto
(E=660737.9669 m e N=8685916.0171 m); Daí segue pela Avenida Vitória Regia até o
próximo ponto (E=660672.0048 m e N=8689542.2531 m); Daí segue pela Avenida Vitória
133

Regia até o próximo ponto (E=662517.7548 m e N=8692662.9035 m); início de descrição,


fechando assim o perímetro do polígono acima descrito.

ZUI – Zona Urbana Intermediária

DESCRIÇÃO

Inicia-se se no ponto com as coordenadas Plano Retangulares


Relativas, Sistema UTM: E=668356.9909 m e N=8709324.2537 m ; Daí segue por áreas
particulares até o próximo ponto (E=669243.8997 m e N=8708756.3557 m); Daí segue
pela BR 163 até o próximo ponto (E=669272.0297 m e N=8708868.8257 m); Daí segue
por áreas particulares até o próximo ponto (E=669805.5771 m e N=8708868.9193 m); Daí
segue por áreas particulares até o próximo ponto (E=670204.8967 m e N=8708453.1782
m); Daí segue por áreas particulares até o próximo ponto (E=669780.1462 m e
N=8706705.7786 m); Daí segue pela margem direita do Córrego Faustina no sentido água
abaixo até o próximo ponto (E=670241.3024 m e N=8705783.8889 m); Daí segue por
Áreas particulares até o próximo ponto (E=669543.5823 m e N=8705732.5677 m); Daí
segue por áreas particulares até o próximo ponto (E=668952.3903 m e N=8703300.2157
m); Daí segue pela margem direita do Ribeirão Helena no sentido água abaixo até o
próximo ponto (E=668305.5910 m e N=8703669.7838 m); Daí segue por Áreas
Particulares até o próximo ponto (E=667118.2316 m e N=8699187.7323 m); Daí segue
por Áreas particulares até o próximo ponto (E=666181.5692 m e N=8695676.9047 m);
Daí segue pela margem esquerda do Ribeirão Curupy no sentido água acima até o próximo
ponto (E=664877.5547 m e N=8685602.0139 m); Daí segue por Áreas particulares até o
próximo ponto (E=664799.2719 m e N=8684733.7836 m); Daí segue pela Estrada Rosalia
até o próximo ponto (E=664018.2438 m e N=8684808.0158 m); Daí segue pela Estrada
Sabrina até o próximo ponto (E=663913.6745 m e N=8683718.9715 m); Daí segue ainda
pela Estrada Sabrina até o próximo ponto (E=6637360.7974 m e N=8682998.9240 m); Daí
segue pela margem direita do Córrego Vânia no sentido água abaixo até o próximo ponto
(E=662006.4697 m e N=8677963.9157 m); Daí segue pela margem direita do Ribeirão
134

Preto no sentido água acima até o próximo ponto (E=662517.0015 m e N=8677767.2505


m); Daí segue por Áreas particulares até o próximo ponto (E=662476.1490 m e
N=8671587.9389 m); Daí segue pela margem direita do Córrego Rossana no sentido água
abaixo até o próximo ponto (E=657092.2581 m e N=8671627.9294 m); Daí segue por
Áreas particulares até o próximo ponto (E=656468.0327 m e N=8677702.3057 m); Daí
segue pela margem esquerda do Ribeirão Preto no sentido água acima até o próximo ponto
(E=660658.3397 m e N=8677776.2957 m); Daí segue pela margem esquerda do Ribeirão
Concordia no sentido água acima até o próximo ponto (E=661449.3597 m e
N=8683584.8762 m); Daí segue por Áreas particulares até o próximo ponto
(E=660932.8924 m e N=8684547.7684 m); Daí segue pela Estrada Alzira até o próximo
ponto (E=657957.1027 m e N=8682880.0396 m); Daí segue por Áreas particulares até o
próximo ponto (E=657711.2097 m e N=8684669.0857 m); Daí segue pela margem direita
do Córrego (C) no sentido água abaixo até o próximo ponto (E=657415.1195 m e
N=8685418.9850 m); Daí segue pela margem direita do Ribeirão Nilza no sentido água
abaixo até o próximo ponto (E=657130.3453 m e N=8685249.4595 m); Daí segue por
Áreas particulares até o próximo ponto (E=656860.5197 m e N=8688477.0457 m); Daí
segue pela Estrada Glória até o próximo ponto (E=657070.9997 m e N=8688535.6457 m);
Daí segue pela Estrada Nanci até o próximo ponto (E=655996.7123 m e N=8689706.7818
m); Daí segue por Áreas particulares até o próximo ponto (E=656873.1297 m e
N=8690471.1357 m); Daí segue por Áreas partriculares até o próximo ponto
(E=657427.7247 m e N=8692416.8457 m); Daí segue por Áreas particulares até o
próximo ponto (E=657904.1330 m e N=8693529.4399 m); Daí segue por Áreas
particulares até o próximo ponto (E=659302.6097 m e N=8695877.3357 m); Daí segue
pela Estrada Selene até o próximo ponto (E=660764.3297 m e N=8694857.8857 m); Daí
segue pela Estrada Selene até o próximo ponto (E=661683.5547 m e N=8694370.3407 m);
Daí segue pela Estrada Claudia até o próximo ponto (E=662217.4497 m e
N=8695319.9757 m); Daí segue pela Estrada Ana até o próximo ponto E=664495.4796 m
e N=8694215.9557 m); Daí segue pela margem direita do Córrego Iva no sentido água
abaixo até o próximo ponto (E=665826.8028 m e N=8696370.6205 m); Daí segue por
Áreas particulares até o próximo ponto (E=666606.9970 m e N=8699375.9607 m); Daí
segue por Áreas particulares até o próximo ponto (E=667739.5006 m e N=8703546.3936
135

m); Daí segue pela margem direita do Ribeirão Helena no sentido água abaixo até o
próximo ponto (E=666956.0431 m e N=8703586.4817 m); Daí segue por Áreas
particulares até o próximo ponto (E=668356.9909 m e N=8709324.2537); início de
descrição, fechando assim o perímetro do polígono acima descrito.

ZUE I – Zona Urbana de Expansão I-A

DESCRIÇÃO

Inicia-se se no ponto com as coordenadas Plano Retangulares


Relativas, Sistema UTM: E=663359.9065 m e N=8678085.0167 m ; Daí segue pela
margem esquerda do Córrego Ursula no sentido água acima até o próximo ponto
(E=664152.9439 m e N=8675065.1458 m); Daí por Áreas particulares até o próximo
ponto (E=664017.1373 m e N=8670732.0433 m); Daí segue pela margem direita do
Córrego Rossana até o próximo ponto (E=662476.1490 m e N=8671587.9389 m); Daí
segue por Áreas Particulares até o próximo ponto (E=662517.0015 m e N=8677767.2505
m); Daí segue pela margem do Ribeirão Preto até o próximo ponto (E=663359.9065 m e
N=8678085.0167 m); início de descrição, fechando assim o perímetro do polígono acima
descrito.

ZUE I – Zona Urbana de Expansão I-B

DESCRIÇÃO

Inicia-se se no ponto com as coordenadas Plano Retangulares Relativas, Sistema UTM:


E=660932.8924 m e N=8684547.7684 m ; Daí segue por Áreas particulares até o próximo
ponto (E=661449.3597 m e N=8683584.8762 m); Daí segue pela margem direita do
Ribeirão Concórdia no sentido água abaixo até o próximo ponto (E=660658.3397 m e
N=8677776.2957 m); Daí segue pela margem direita do Ribeirão Preto no sentido água
abaixo até o próximo ponto (E=658166.8565 m e N=8677585.3251 m); Daí segue pela
136

Estrada Débora até o próximo ponto (E=659291.3576 m e N=8683627.7992 m); Daí segue
pela Estrada Alzira até o próximo ponto (E=660932.8924 m e N=8684547.7684 m); início
de descrição, fechando assim o perímetro do polígono acima descrito.

ZUE I – Zona Urbana de Expansão I-C

DESCRIÇÃO

Inicia-se se no ponto com as coordenadas Plano Retangulares


Relativas, Sistema UTM: E=666380.8482 m e N=8696423.8489 m ; Daí segue pela
Estrada Silvana até o próximo ponto (E=667144.3918 m e N=8696084.8057 m); Daí segue
pela Estrada Adalgiza até o próximo ponto (E=668620.6697 m e N=8686726.9527 m); Daí
segue pela Estrada Adalgiza até o próximo ponto (E=667092.6922 m e N=8684515.8073
m); Daí segue pela Estrada Rosalia até o próximo ponto (E=665987.8094 m e
N=8684620.8200 m); Daí segue por Áreas particulares até o próximo ponto
(E=665786.7089 m e N=8682603.5486 m); Daí segue pela margem esquerda do Córrego
Vânia no sentido água acima até o próximo ponto (E=663730.7974 m e N=8682998.9240
m); Daí segue pela Estrada Sabrina até o próximo ponto (E=663913.6745 m e
N=8683718.9715 m); Daí segue pela Estrada Sabrina até o próximo ponto
(E=664018.2438 m e N=8684808.0158 m); Daí segue pela Estrada Rosalia até o próximo
ponto (E=664799.2719 m e N=8684733.7836 m); Daí segue ainda por Áreas particulares
até o próximo ponto (E=664877.5547 m e N=8685602.0139 m); Daí segue pela margem
direita do Ribeirão Curupy no sentido água abaixo até o próximo ponto (E=666181.5692 m
e N=8695676.9047 m); Daí segue por Áreas particulares até o próximo ponto
(E=666380.8482 m e N=8696423.8489 m); início de descrição, fechando assim o
perímetro do polígono acima descrito.
137

ZUE I – Zona Urbana de Expansão I-D

DESCRIÇÃO

Inicia-se se no ponto com as coordenadas Plano Retangulares


Relativas, Sistema UTM: E=665795.9922 m e N=8699670.2218 m ; Daí segue pela
Estrada Ilka até o próximo ponto (E=666606.9970 m e N=8699375.9607 m); Daí segue por
Áreas particulares até o próximo ponto (E=665826.8028 m e N=8696370.6205 m); Daí
segue pela margem direita do Ribeirão Curupy no sentido água abaixo até o próximo ponto
(E=665445.6996 m e N=8696410.2557 m); Daí segue pela margem esquerda do Córrego
Iva no sentido água acima até o próximo ponto (E=664495.4796 m e N=8694215.9557 m);
Daí segue pela Estrada Ana até o próximo ponto (E=662217.4497 m e N=8695319.9757
m); Daí segue pela Estrada Claudia até o próximo ponto (E=661683.5547 m e
N=8694370.3407 m); Daí segue pela Estrada Selene até o próximo ponto (E=660764.3297
m e N=8694857.8857 m); Daí segue pela Estrada Selene até o próximo ponto
(E=659302.6097 m e N=8695877.3357 m); Daí segue por Áreas particulares até o próximo
ponto (E=657904.1330 m e N=8693529.4399 m); Daí segue pela margem direita do
Ribeirão Neuza no sentido água abaixo até o próximo ponto (E=656153.9107 m e
N=8694638.0076 m); Daí segue por Áreas particulares até o próximo ponto
(E=658177.5497 m e N=8696700.8257 m); Daí segue pela Estrada Selene até o próximo
ponto (E=658181.6897 m e N=8696783.0257 m); Daí segue por Áreas particulares até o
próximo ponto (E=661226.2297 m e N=8698800.9457 m); Daí segue pela margem direita
do Ribeirão Curupy no sentido água acima até o próximo ponto (E=664753.6797 m e
N=8697220.0257 m); Daí segue pela margem esquerda do Córrego (B) no sentido água
acima até o próximo ponto (E=664400.0797 m e N=8698814.0257 m); Daí segue por
Áreas particulares até o próximo ponto (E=664772.9475 m e N=8698644.6965 m); Daí
segue por Áreas particulares até o próximo ponto (E=665795.9922 m e N=8699670.2218
m); início de descrição, fechando assim o perímetro do polígono acima descrito.
138

ZUE II – Zona Urbana de Expansão II-A

DESCRIÇÃO

Inicia-se se no ponto com as coordenadas Plano Retangulares


Relativas, Sistema UTM: E=667118.2316 m e N=8699187.7323 m ; Daí segue por Áreas
particulares até o próximo ponto (E=668181.3612 m e N=8698799.7928 m); Daí segue
pela Estrada Silvana até o próximo ponto (E=670177.8497 m e N=8686356.0257 m); Daí
segue pela Estrada Rosalia até o próximo ponto (E=668829.0799 m e N=8684350.7737
m); Daí segue por Áreas particulares até o próximo ponto (E=666332.6667 m e
N=8680524.4936 m); Daí segue pela Estrada Cirene até o próximo ponto (E=663359.9065
m e N=8678025.0167 m); Daí segue pela margem direita do Ribeirão Preto no sentido
água abaixo até o próximo ponto (E=662006.4697 m e N=8677963.9157 m); Daí segue
pela margem esquerda do Córrego Nalva no sentido água acima até o próximo ponto
(E=665786.7089 m e N=8682603.5486 m); Daí segue por Áreas particulares até o próximo
ponto (E=665987.8094 m e N=8684620.8200 m); Daí segue pela Estrada Rosalia até o
próximo ponto (E=667092.6922 m e N=8684515.8073 m); Daí segue pela Estrada
Adalgiza até o próximo ponto (E=668620.6697 m e N=8686726.9257 m); Daí segue pela
Estrada Adalgiza até o próximo ponto (E=667144.3918 m e N=8696084.8057 m); Daí
segue pela Estrada Silvana até o próximo ponto (E=666380.8482 m e N=8696423.8489
m); Daí segue por Áreas particulares até o próximo ponto (E=667118.2316 m e
N=8698187.7323 m); início de descrição, fechando assim o perímetro do polígono acima
descrito.

ZUE II – Zona Urbana de Expansão II-B

DESCRIÇÃO

Inicia-se se no ponto com as coordenadas Plano Retangulares


Relativas, Sistema UTM: E=659533.4486 m e N=8701955.4446 m ; Daí segue pela
139

Estrada Ilka até o próximo ponto (E=665795.9922 m e N=8699670.2218 m); Daí segue por
Áreas particulares até o próximo ponto (E=664772.9475 m e N=8698644.6965 m); Daí
segue por Áreas particulares até o próximo ponto (E=664400.0797 m e N=8698814.0257
m); Daí segue pela margem direita do Córrego (B) no sentido a água abaixo até o próximo
ponto (E=664753.6797 m e N=8697220.0257 m); Daí segue pela margem direita do
Ribeirão Curupy no sentido água abaixo até o próximo ponto (E=661226.2297 m e
N=8698800.9457 m); Daí segue por Áreas particulares até o próximo ponto
(E=658181.6897 m e N=8696783.0257 m); Daí segue pela estrada Selene até o próximo
ponto (E=658177.5497 m e N=8696700.8257 m); Daí segue por Áreas particulares até o
próximo ponto (E=656153.9107 m e N=8694638.0076 m); Daí segue pela margem direita
do Ribeirão Neuza no sentido água acima até o próximo ponto (E=657904.1330 m e
N=8693529.4399 m); Daí segue por Áreas de particulares até o próximo ponto
(E=657427.7247 m e N=8692416.8457 m); Daí segue por áreas particulares até o próximo
ponto (E=656873.1297 m e N=8690471.1357 m); Daí segue por Áreas Particulares até o
próximo ponto (E=655996.7123 m e N=8689706.7818 m); Daí segue pela Estrada Nanci
até o próximo ponto (E=657070.9997 m e N=8688535.6457 m); Daí segue pela Estrada
Glória até o próximo ponto (E=656860.5197 m e N=8688477.0457 m); Daí segue por
Áreas particulares até o próximo ponto (E=657130.3453 m e N=8685249.4595 m); Daí
segue pela margem esquerda do Ribeirão Nilza no sentido água acima até o próximo ponto
(E=657415.1195 m e N=8685418.9850 m); Daí segue pela margem esquerda do Córrego
(C) no sentido água acima até o próximo ponto (E=657711.2097 m e N=8684669.0857 m);
Daí segue por Áreas particulares até o próximo ponto (E=657957.1027 m e
N=8682880.0396 m); Daí segue pela Estrada Alzira até o próximo ponto (E=659291.3576
m e N=8683627.7992 m); Daí segue pela Estrada Débora até o próximo ponto
(E=658166.8565 m e N=8677585.3251 m); Daí segue pela margem direita do Ribeirão
Preto no sentido água abaixo até o próximo ponto (E=656468.0327 m e N=8677702.3057
m); Daí segue por Áreas particulares até o próximo ponto (E=656199.5087 m e
N=8680315.3296 m); Daí segue por Áreas particulares até o próximo ponto
(E=655188.2460 m e N=8691741.0809 m); Daí segue pela Estrada Nanci até o próximo
ponto (E=651861.3397 m e N=8695826.9157 m); Daí segue parte por Áreas particulares,
parte pela Estrada Virginia e parte novamente por Áreas particulares até o próximo ponto
140

(E=659533.4486 m e N=8701955.4446 m); início de descrição, fechando assim o


perímetro do polígono acima descrito.

ZUE II – Zona Urbana de Expansão II-C

DESCRIÇÃO

Inicia-se se no ponto com as coordenadas Plano Retangulares


Relativas, Sistema UTM: E667294.5326 m e N=8710007.4652 m ; Daí segue por Áreas
particulares até o próximo ponto (E=669356.9909 m e N=8709324.2537 m); Daí segue por
Áreas particulares até o próximo ponto (E=666956.0431 m e N=8703586.4817 m); Daí
segue pela margem direita do Ribeirão Helena no sentido água abaixo até o próximo ponto
(E=665793.2241 m e N=8703065.0673 m); Daí segue por Áreas particulares até o próximo
ponto (E=666123.3157 m e N=8705351.6967 m); Daí segue por Áreas partriculares até o
próximo ponto (E=666518.4073 m e N=8707209.2728 m); Daí segue por Áreas
particulares até o próximo ponto (E=667294.5326 m e N=8710007.4652 m); início de
descrição, fechando assim o perímetro do polígono acima descrito.

ZUE II – Zona Urbana de Expansão II-D

DESCRIÇÃO

Inicia-se se no ponto com as coordenadas Plano Retangulares


Relativas, Sistema UTM: E=670204.8967 m e N=8708453.1782 m ; Daí segue pela
Estrada Clotilde até o próximo ponto (E=672738.6001 m e N=8705815.2806 m); Daí
segue por Áreas particulares até o próximo ponto (E=671956.9055 m e N=8704008.4907
m); Daí segue pela margem direita do Córrego (A) no sentido água abaixo até o próximo
ponto (E=670155.0197 m e N=87002867.7657 m); Daí segue pela margem direita do
Ribeirão Helena no sentido água abaixo até o próximo ponto (E=669907.6377 m e
141

N=8703077.0451 m); Daí segue pela margem esquerda do Córrego Faustina até o próximo
ponto (E=668952.3903 m e N=8703300.2157 m); Daí segue por Áreas Particulares até o
próximo ponto (E=669543.5823 m e N=8705732.5677 m); Daí segue por Áreas
Particulares até o próximo ponto (E=670241.3024 m e N=8705783.8889 m); Daí segue
pela margem direita do Córrego Faustina no sentido água acima até o próximo ponto
(E=669780.1462 m e N=8706705.7786 m); Daí segue por Áreas particulares até o
próximo ponto (E=670204.8967 m e N=8708453.1782 m); início de descrição, fechando
assim o perímetro do polígono acima descrito.
142
143
144

ANEXO VIII

QUADRO 2 - ÍNDICES, RECUOS E DEMAIS RESTRIÇÕES DE USO

Coeficiente de Taxa de Taxa de Recuos Mínimos


Usos Altura Aproveitamento Ocupação Permeabilidade Obrigatórios (metros)
Máxima (*) (CA) (TO) Mímina
Frente Lateral Fundos

Residencial 2 pavimentos 1,34 67% 20% 5,0 1,5 3,0


(térreo + 1)

Comercial 2 pavimentos 1,34 67% 20% 5,0 1,5 3,0


(térreo + 1)
2 pavimentos
Industrial (**) (térreo + 1,40 70% 20% 6,0 2,5 4,0
1)
Diversos de 3 à 4 2,00 55% 20% 5,5 2,0 3,5
pavimentos

Diversos de 5 à 6 2,50 50% 20% 6,5 3,0 4,5


pavimentos
Diversos de 7 à 8 3,00 40% 20% 7,5 4,0 5,5
pavimentos

Diversos de 9 à 12 3,50 33% 25% 9,0 5,5 7,0


pavimentos

Diversos de 13 à 15 3,75 25% 25% 11,0 7,5 9,0


pavimentos

(*) Considera-se a altura máxima de 4,50m para o pavimento térreo e de 3,50m para os demais
pavimentos
(**) Considera-se a altura máxima de 4,50m para cada pavimento.
145
146
147
148
149
150
151
152
153
154

ANEXO XVIII

QUADRO 04 - ÍNDICES, RECUOS E DEMAIS RESTRIÇÕES PARA A APLICAÇÃO DA


OUTORGA ONEROSA

Altura Altura Máxima Coeficiente de Taxa de Recuos Mínimos


Taxa de Obrigatórios (m)
permitida Adicional Aproveitamento Ocupação Permeabilidade
(*) Permitida (*) máximo (CAm) (TO) Frente Lateral Fundos
10
2 pavimentos 3,50 30% 25% 10,0 6,5 8,0
pavimentos
12
3 pavimentos 3,75 25% 25% 12,0 8,5 10,0
pavimentos
15
5 pavimentos 4,00 20% 30% 14,0 10,5 12,0
pavimentos

(*) Considera-se a altura máxima de 4,50m para o pavimento térreo e de 3,50m para os demais pavimentos
155
156

ANEXO XX

GLOSSÁRIO

ACESSIBILIDADE: é a medida da facilidade de atingir um local pré-


determinado, por meio da utilização de qualquer modo de transporte.

ACESSIBILIDADE URBANA: a facilidade, em distância, tempo e custo, de se


alcançar fisicamente os destinos desejados na cidade.

ALINHAMENTO: linha divisória entre o terreno de propriedade particular ou


pública e o logradouro público.

ÁREA ARBORIZADA: área que contém vegetação de porte, e dotada de atributos


naturais antropizados. Ou ainda de valores paisagísticos, que tem como funções ambientais
contribuir para a permeabilidade dos solos, a recarga de aqüíferos, o controle das erosões e
dos alagamentos, o conforto climático, sonoro e visual, a qualidade do ar e a imagem
ambiental da Cidade e servir para o lazer e a recreação da população.

ÁREA COMPROMETIDA: espaço correspondente ao assentamento urbano,


incluindo todas as formas de ocupação residencial e não residencial urbanas e não urbanas,
a infra-estrutura viária, os espaços livres institucionalizados como unidades de
conservação, aqueles afetados por restrições de segurança, e também as superfícies
inacessíveis à ocupação, como lagos e encostas íngremes.

ÁREA CONSTRUÍDA: somatório das áreas dos pisos cobertos de todos os


pavimentos de uma edificação, com exceção das projeções de beiral e marquises que não
caracterizarem varandas ou cômodos.

ÁREA DE CONSERVAÇÃO: áreas de relevância ambiental, dotadas de


diversidade biológica, de sítios naturais raros. Singulares, de notável beleza cênica, com
funções de proteção dos mananciais de abastecimento de água ou dos ecossistemas
notáveis, manutenção da qualidade dos recursos hídricos, conservação de espécies
157

vegetais relevantes e da fauna específica, controle de erosão, equilíbrio climático, cuja


importância se deve ao seu valor ecológico, sociocultural ou à sua significância para a
melhoria da qualidade urbano-ambiental.

ÁREA DE LAZER: área livre de preservação ambiental destinada à implantação


de áreas para esportes, cultura e lazer, praças e parques.

AFASTAMENTOS ou recuos: representam as distâncias mínimas que devem ser


observadas entre as edificações e as divisas do lote, constituindo-se em afastamento
frontal, lateral e de fundos.

ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE: são porções do território


municipal onde estão localizadas florestas de preservação permanente, que poderão ser
definidas por lei ou por ou ato declaratório do Poder Público Municipal, respectivamente,
nos termos dos arts. 2º e 3º da Lei Federal 4.771/65 e suas alterações.

ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL (APA): categoria de área, integrante do


Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), geralmente extensa, com um
certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou
culturais, especialmente importantes para o desenvolvimento sustentável e o bem-estar das
populações humanas, e que tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica,
disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos
naturais.

ÁREA INSTITUCIONAL: área destinada à instalação de edificações e/ou


equipamentos públicos comunitários.

AUDIÊNCIA PÚBLICA: é uma instância de discussão, na qual a Administração


Pública informa, esclarece e discute temas, projetos ou programas de interesse da
coletividade, assegurada a participação dos cidadãos, os quais podem exercer seu direito de
manifestação, apresentando sugestões para adequação ou alteração das propostas
inicialmente apresentadas.

BAIXA RENDA: população com renda de zero a três salários mínimos.


158

BENEFÍCIO ECONÔMICO: é a valorização do lote decorrente da obtenção de


Potencial Construtivo Adicional.

CALÇADA: parte da via, normalmente segregada e em nível diferenciado,


reservada ao trânsito de pedestres e, quando possível, à implantação de mobiliário urbano,
engenhos de sinalização e publicidade, vegetação e outros fins.

CENTRALIDADE: espaços multifuncionais, para onde convergem e onde se


articulam os principais fluxos estruturadores do ambiente urbano, sejam sociais,
econômicos ou culturais.

CENTRO DA CIDADE: espaço simbólico e material das principais relações de


centralidade do Município, tradicionalmente vinculado às atividades governamentais,
manifestações culturais e cívicas, à atividade econômica, em especial o comércio e
serviços diversificados, e ao lazer e turismo.

CERTIFICADO DE POTENCIONAL CONSTRUTIVO ADICIONAL


(CEPAC): é uma forma de contrapartida financeira da Outorga Onerosa do Potencial
Construtivo Adicional para uso específico nas Operações Urbanas Consorciadas.

CHÁCARAS DE LAZER: os empreendimentos imobiliários resultantes de


parcelamento do solo rural para fins urbanos.

CICLOFAIXA: são faixas destinadas exclusivamente ao uso de bicicletas,


separadas por marcação e contíguas às faixas de tráfego motorizado.

CICLOVIAS: são vias destinadas exclusivamente ao uso de bicicletas, separadas


fisicamente das vias destinadas ao tráfego motorizado;

COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO (Ca): é a relação entre a área


edificada, excluída a área não computável, e a área do lote.
159

COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO BÁSICO (Cab): define o potencial


construtivo de um lote ou terreno, adotado como referência básica para cada zona,
conforme estabelecido no Plano Diretor.

COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO MÁXIMO (Cam): define o limite


máximo acima do potencial construtivo estabelecido pelo Cab, que poderá ser autorizado
pelo Poder Público, mediante contrapartida do beneficiário, por meio dos instrumentos de
política urbana definidos neste Plano Diretor.

COEFICIENTE DE PERMEABILIDADE: relação entre a área permeável de um


determinado terreno e a sua área total.

CONCESSÃO DE USO PARA FINS DE MORADIA: nos termos da Medida


Provisória 2.220/01, é direito subjetivo do ocupante de imóvel público que tenha possuído
até 30 de junho de 2001 como seu, por 05 (cinco) anos, ininterruptamente, e sem oposição,
imóvel de até 250 m² (duzentos e cinqüenta metros quadrados), situado em área urbana,
utilizando-a para sua moradia ou de sua família, desde que não seja proprietário ou
concessionário, a qualquer título, de outro imóvel urbano ou rural.

CONCESSÃO DE DIREITO REAL DE USO: nos termos do Decreto-Lei nº


271/67 é um direito real resolúvel, aplicável a terrenos públicos ou particulares, de caráter
gratuito ou oneroso, por tempo certo ou indeterminado, para fins de urbanização,
industrialização, edificação, cultivo da terra ou outra utilização de interesse social.

CONDOMÍNIO: o empreendimento imobiliário destinado a abrigar conjunto de


edificações verticais ou horizontais, em unidades autônomas, dispondo de espaços de uso
comum e/ou vias de circulação interna privada, caracterizados como bem de condomínio,
cuja propriedade comum é indivisível e fracionada em partes ideais.

CONSELHO DA CIDADE: é um órgão colegiado de natureza deliberativa e


consultivo, que tem por finalidade propor diretrizes para a formulação e implementação da
política municipal de desenvolvimento urbano, bem como acompanhar e avaliar a sua
160

execução, sendo composto por representantes do Poder Público e da sociedade civil,


conforme dispõe a Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001 – Estatuto da Cidade.

CONSÓRCIO IMOBILIÁRIO: é a forma de viabilização de planos de


urbanização ou edificação, por meio da qual o proprietário transfere ao Poder Público
Municipal seu imóvel e, após a realização das obras, recebe como pagamento, unidades
imobiliárias devidamente urbanizadas ou edificadas. Constitui-se em instrumento de
cooperação entre o Poder Público e a iniciativa privada para fins de realizar urbanização
em áreas carentes de infra-estrutura e serviços urbanos e nas quais existam imóveis
urbanos subutilizados, não utilizados ou não edificados.

CONSULTA PÚBLICA: é uma consulta direta à coletividade, que poderá ocorrer


através da realização de assembléias, nas quais a Administração Pública tomará decisões
baseadas no conjunto de opiniões expressas pela população interessada.

CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA: nos termos do inciso III, do art. 145, da


Constituição Federal, o Município poderá instituir este tributo toda vez que ocorrer
valorização imobiliária decorrente de obra pública, como forma de recompor os gastos
originados pela realização da obra.

CULTURA: conjunto de traços distintos, espirituais e materiais, intelectuais e


afetivos, que caracterizam uma sociedade ou um grupo social, englobando não só as artes e
as letras, mas também os modos de vida, os direitos fundamentais do ser humano, os
sistemas de valores, as tradições e as crenças.

DAÇÃO DE IMÓVEIS: termo jurídico para a entrega de bens em pagamento de


dívidas.

DÉFICIT HABITACIONAL: quantidade de habitações que deveria estar


disponível para atender à demanda, anualmente renovada, resultante do crescimento
demográfico.
161

DENSIDADE CONSTRUÍDA: massa edificada em uma porção do território


municipal e que caracteriza o tecido urbano.

DENSIDADE POPULACIONAL BRUTA: relação entre o número de habitantes


e a porção de território correspondente ao seu local de residência, excluídas as superfícies
inacessíveis (lagoas, rios caudalosos, etc).

DENSIDADE POPULACIONAL LÍQUIDA: relação entre o número de


habitantes e a porção de território correspondente ao seu local de residência, contabilizados
apenas os espaços destinados às edificações (lotes e quadras).

DENSIDADE TERRITORIAL: relação entre o número de habitantes e uma


unidade de território, sem exclusão de qualquer parcela.

DESAPROPRIAÇÃO COM PAGAMENTO EM TÍTULOS DA DÍVIDA


PÚBLICA: poderá ocorrer a desapropriação do imóvel com pagamento de indenização em
títulos da dívida pública, quando o proprietário do imóvel subutilizado, não utilizado ou
não edificado, deixar de parcelar ou edificar no referido bem, já tendo incorrido na
tributação pelo IPTU progressivo, pelo prazo de 05 (cinco) anos consecutivos, pela
alíquota máxima.

DESDOBRO: a divisão do lote em dois ou mais lotes resultantes de loteamento ou


desmembramento aprovado, com acesso para a via pública e que constituam novas
unidades independentes de propriedade devidamente registradas.

DESENVOLVIMENTO LOCAL: desenvolvimento que se faz a partir das


características próprias do local, assentadas nas competências e saberes acumulados ao
longo do tempo pelos atores produtivos (empresários, trabalhadores, entidades
representativas, universidade, poder público local etc.).

DESMEMBRAMENTO: a divisão de gleba ou lote em lotes destinados à


edificação, com aproveitamento do sistema viário existente, desde que não implique na
162

abertura de novas vias públicas e logradouros públicos, nem o prolongamento, a


modificação ou a ampliação dos já existentes.

DIREITO DE PREEMPÇÃO: instituto que confere ao Poder Público municipal


preferência para aquisição de imóvel urbano, objeto de alienação onerosa entre
particulares, respeitado seu valor de mercado, desde que haja manifestação prévia, na
forma da Lei, a partir de indicações do Plano Diretor e conforme disposto nos artigos 25,
26 e 27 do Estatuto da Cidade, Lei Federal n.º 10.257/01.

DIREITO DE SUPERFÍCIE: instituto mediante o qual o proprietário de imóvel


urbano concede a outrem o direito para utilizar o solo, subsolo ou espaço aéreo relativo ao
terreno de sua propriedade, por tempo determinado ou indeterminado, através de escritura
pública registrada no cartório de registro de imóveis, conforme dispositivo nos artigos 21,
22, 23 e 24 do Estatuto da Cidade, Lei Federal n.º 10.257/01.

DIVERSIDADE CULTURAL: variedade de linguagens, gêneros, formas, estilos


e modos de expressão no contexto da heterogeneidade de formas de vida, incluindo as
diversas formas de estruturação do espaço.

EMPREENDEDOR: o proprietário privado ou público da gleba ou do lote


responsável pela implantação do parcelamento. Equipara-se ao empreendedor:
a) o compromissário comprador ou o superficiário, desde que o proprietário
expresse a sua anuência em relação ao empreendimento e à assunção de sub-rogação nas
obrigações do compromissário comprador ou do superficiário, em caso de rescisão do
contrato;
b) o Poder Público, quando proprietário da gleba ou lote ou nos casos de imissão
prévia na posse para fins de implantação de parcelamento para fins residenciais ou de
regularização fundiária;
c) a pessoa física ou jurídica contratada pelo proprietário da gleba ou lote ou pelo
Poder Publico para executar o parcelamento do solo ou a regularização fundiária em forma
de parceria através de contrato firmado entre as partes, o qual deverá ser averbado na
matrícula do imóvel no Cartório de Registro de Imóveis competente.
163

EMPREENDIMENTO DE HABITAÇÃO DE INTERESSE LOCAL: são os


empreendimentos elaborados, desenvolvidos e implantados por entidades públicas,
privadas ou agentes promotores, autorizados por lei, destinados a assegurar moradia à
população de baixa renda, quando caracterizado o interesse público e vinculado à Política
Habitacional do Município, de acordo com padrões urbanísticos e construtivos
estabelecidos neste plano e em legislação específica.

EQUIPAMENTOS COMUNITÁRIOS: são as instalações públicas destinadas às


atividades relacionadas à educação, à cultura, à saúde, segurança, esporte, lazer e similares.

EQUIPAMENTOS CULTURAIS: edificações e espaços, públicos ou privados,


destinados, ou freqüentemente utilizados, para a realização de atividades relacionadas à
cultura.

EQUIPAMENTOS URBANOS: os equipamentos de abastecimento de água


potável, disposição adequada de esgoto sanitário, energia elétrica, manejo das águas
pluviais, rede telefônica, rede de fibra ótica e gás canalizado;

ESPAÇOS ABERTOS URBANIZADOS: áreas livres de uso público utilizadas


para o convívio social, o lazer, a prática de esportes e a recreação da população,
responsáveis pelo conforto climático, sonoro, visual, pela qualidade do ar e pela imagem
da Cidade.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO (DA COBERTURA VEGETAL): indicador


utilizado para avaliação da qualidade ecológica das diversas tipologias de cobertura
vegetal, que considera a conservação da estrutura dos solos, o grau de contaminação dos
mananciais hídricos superficiais e subterrâneos, estados de consolidação e irreversibilidade
dos usos estabelecidos na área e as possibilidades de recuperação.

ESTOQUE: é o limite do potencial construtivo adicional definido para a zona,


passível de ser adquirido mediante Outorga Onerosa.
164

ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL/ RELATÓRIO DE IMPACTO


AMBIENTAL (EIA - RIMA) – instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente
exigidos para o licenciamento de determinadas atividades consideradas efetiva ou
potencialmente causadoras de significativa degradação do meio ambiente.

ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHAÇA (EIV): é o estudo técnico que deve


ser executado de forma a analisar os efeitos positivos e negativos de um empreendimento
ou atividade quanto à qualidade de vida da população residente na área e suas
proximidades, devendo observar no mínimo as questões de adensamento populacional,
equipamentos urbanos e comunitários, uso e ocupação do solo, valorização imobiliária,
geração de tráfego e demanda por transporte público, ventilação iluminação, paisagem
urbana e patrimônio natural e cultural.

FAIXA LATERAL DE DOMÍNIO DE VIAS: área compreendida entre o bordo


externo da via e a linha de gradil dos terrenos lindeiros, destinada à implantação de
canteiros laterais, urbanização, via marginal, estacionamentos, baias de ônibus, passeios,
estando inclusa na faixa de domínio da via.

FLUIDEZ: é o nível de facilidade que um modo de transporte requer para se


deslocar sem impedimentos.

FRACIONAMENTO: a subdivisão de área rural ou urbana em glebas. Quando o


fracionamento visar a urbanização, serão aplicadas as mesmas exigências requeridas para
os parcelamentos.

FRENTE DO LOTE OU TESTADA: é a dimensão da face do lote voltada para o


logradouro.

FUNÇÃO DA VIA: é o seu desempenho de mobilidade, considerando aspectos da


infra-estrutura, do uso do solo, dos modais de transporte e do tráfego veicular.

FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE: a propriedade urbana cumpre sua


função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da Cidade expressas
165

neste Plano Diretor, assegurando o atendimento das necessidades dos cidadãos quanto à
qualidade de vida, à justiça social e ao desenvolvimento das atividades econômicas e
sociais, respeitadas as diretrizes previstas nesta lei e no art. 2º do Estatuto da Cidade, Lei
Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001.

GABARITO: limite máximo de altura das construções, definido em número de


pavimentos.

GESTÃO PLENA: condições que o município possui, como: legislação


urbanística própria aprovada, Conselho de Desenvolvimento Urbano e de Meio Ambiente
ou similar, órgão de aprovação e fiscalização urbana e ambiental próprio ou município
participa de consórcio com esta finalidade.

GLEBA: o imóvel que ainda que não foi objeto de parcelamento do solo para fins
urbanos.

GRANDES EDIFICAÇÕES E COMPLEXOS URBANOS: tipologia de


ocupação do solo não residencial, correspondente a edificações de grande porte ou
complexos de edificações, podendo apresentar-se integrados em concentrações
homogêneas ou na forma de unidades relativamente isoladas, que se distinguem da
ocupação do entorno.

HABITAÇÃO DE INTESSE SOCIAL (HIS): é aquela destinada a famílias com


renda igual ou inferior a 03 (três) salários mínimos, com padrão de unidade habitacional
com no máximo 60 m² (sessenta metros quadrados) de área construída e com tamanho
mínimo de lote de 160 m2 (cento e sessenta metros quadrados).

IMPACTO: alteração da condição urbanística claramente perceptível em relação à


situação anterior a esta incidência.

IMPACTO URBANÍSTICO: impacto físico-funcional, na paisagem urbana,


sócio-econômica e cultural, causado por um empreendimento ou uma intervenção urbana.
166

ÍNDÍCES DE CONTROLE URBANÍSTICO: é o conjunto de normas que


regulam o uso a que se destinam as edificações e seu dimensionamento em relação ao
terreno onde serão erigidas.

INFRA-ESTRUTURA URBANA: são as instalações que contemplam


equipamentos de abastecimento de água, serviços de esgotos, energia elétrica, coleta de
águas pluviais, rede telefônica, gás canalizado, transporte e outros de interesse público.

INFRA-ESTRUTURA BÁSICA: aquela necessária para garantir a saúde da


população e a prevenção dos riscos ambientais, incluindo-se necessariamente o
abastecimento público ou coletivo de água potável, a solução para captação e disposição
dos esgotos, o sistema para manejo das águas pluviais e a recuperação, quando couber, da
vegetação degradada nas áreas de preservação permanente.

ILUMINAÇÃO PÚBLICA: serviço a cargo do Município, que abrange a


iluminação de logradouros públicos, espaços abertos, edificações e monumentos públicos e
de valor histórico.

IMPACTO AMBIENTAL: qualquer alteração das propriedades físicas, químicas


e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia
resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetem: a saúde, a
segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as
condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais.

IMPACTO DE VIZINHANÇA: qualquer alteração no ambiente urbano resultante


da implantação de empreendimentos ou do exercício de atividades, públicas ou privadas,
cujos efeitos possam afetar positiva ou negativamente a área de implantação e as suas
proximidades, em todos os seus aspectos.

INCÔMODO: potencialidade ou efeito gerado pela atividade incompatível com o


bem - estar coletivo e os padrões definidos para uma determinada área.
167

ÍNDICES URBANÍSTICOS: expressões matemáticas de relações estabelecidas


entre grandezas espaciais nas áreas urbanas.

INÓCUO: inofensivo à saúde, à segurança e ao bem-estar da sociedade.

IPTU PROGRESSIVO NO TEMPO: é a majoração da alíquota do IPTU, pelo


prazo máximo de 05 (cinco) anos consecutivos, imposta pelo Poder Público Municipal, na
hipótese do proprietário do imóvel, após ter sido notificado, deixar de cumprir os prazos
para parcelar, edificar ou utilizar compulsoriamente seu imóvel.

LOTE: o terreno resultante do parcelamento do solo para fins urbanos, resultante


de loteamento, desmembramento, desdobro ou remembramento, servido por infra estrutura
básica, com acesso pela via oficial de circulação, que constitua unidade independente de
propriedade devidamente registrada.

LOTEAMENTO: a divisão de gleba ou lotes em lotes destinados ao uso urbano


para edificação, com abertura de novas vias de circulação ou logradouros públicos, com
prolongamento, modificação ou ampliação de vias públicas de circulação ou de
logradouros públicos existentes.

LOTEAMENTO CLANDESTINO: é aquele implantado sem o conhecimento do


poder público.

LOTE DEFRONTE: são considerados lotes defrontantes aqueles que estão


situados na face da quadra oposta.

LOTEAMENTO DE INTERESSE SOCIAL: é aquele destinado a famílias com


renda igual ou inferior a 03 (três) salários mínimos, com tamanho mínimo de lote de 160
m2 (cento e sessenta metros quadrados).

LOTEAMENTO IRREGULAR: é aquele que foi aprovado e não cumpriu uma


ou mais das determinações estabelecidas na legislação na qual se pautou o processo de
aprovação.
168

LOTE LINDEIRO: são considerados lotes lindeiros aqueles limítrofes com outro
lote ou logradouro público.

MACROZONEAMENTO: divisão de caráter administrativo do território


municipal, com diretrizes de ocupação específicas estabelecidas neste Plano Diretor.

MALHA VIÁRIA: é o conjunto de vias do Município, classificadas e


hierarquizadas segundo critério funcional.

MALHA VIÁRIA BÁSICA: é o conjunto das vias de transição, arteriais e


coletoras, constituindo o principal suporte físico à mobilidade urbana.

MANEJO: todo e qualquer procedimento que vise assegurar a conservação da


diversidade biológica e dos ecossistemas.

MANEJO FLORESTAL COMUNITÁRIO: em sentido amplo engloba todas as


atividades de manejo dos recursos florestais que tem como propósito fundamental
melhorar as condições sociais, econômicas, emocionais e ambientais das comunidades
rurais, a partir de sua própria realidade e de suas próprias perspectivas.

MOBILIDADE: é a medida da capacidade de um indivíduo se locomover,


utilizando-se tanto da infra-estrutura instalada como dos meios de transporte à disposição.

MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL: é o resultado de um conjunto de


políticas de transporte, circulação, acessibilidade e trânsito, além das demais políticas
urbanas, cujo objetivo maior está em priorizar o cidadão na efetivação de seus anseios e
necessidades, melhorando as condições gerais de deslocamento na cidade, com o mínimo
de impacto ambiental.

OPERAÇÕES URBANAS CONSORCIADAS: é o conjunto de intervenções e


medidas coordenadas pelo Poder Público Municipal, com a participação dos proprietários,
moradores, usuários permanentes e investidores privados, com o objetivo de alcançar em
uma área específica, transformações urbanísticas, melhorias sociais e a valorização
ambiental.
169

OUTORGA ONEROSA DO DIREITO DE CONSTRUIR: também denominado


solo criado, é a concessão emitida pelo Poder Público municipal, para edificar acima do
coeficiente de aproveitamento básico mediante de aproveitamento básico até o coeficiente
de aproveitamento máximo, mediante contrapartida financeira a ser prestada pelo
beneficiário, na forma da Lei, atendendo os limites máximos e critérios definidos pelo
Plano Diretor e conforme disposto nos artigos 28, 29. 30 e 31 do Estatuto da Cidade.

PARCELAMENTO DO SOLO: é o instituto regido pela Lei Federal nº 6.766/79,


o qual poderá ser feito mediante loteamento ou desmembramento, observadas as
disposições constantes daquele mesmo diploma legal e das legislações estaduais e
municipais pertinentes.

PARCELAMENTO, EDIFICAÇÃO OU UTILIZAÇÃO COMPULSÓRIOS: é


o instrumento que permite ao Poder Público Municipal impor o parcelamento, a edificação
ou a utilização compulsórios, ao proprietário do imóvel que deixou de realizar seu
adequado aproveitamento.

PARQUE DA NATUREZA: espaço dotado de ecossistemas naturais excepcionais


e beleza cênica, que possui um ou mais ecossistemas inalterados ou parcialmente alterados
pela ação do homem, que se destinam prioritariamente à preservação da natureza.

PARQUE DE RECREAÇÃO: área, em geral, de pequena extensão, que se


constitui em espaço aberto, inserido em áreas densamente ocupadas, destinado
integralmente ao lazer e à recreação ativa ou contemplativa da população nas diversas
faixas etárias.

PARQUE URBANO: área com pouca ou nenhuma ocupação humana, que guarda
características naturais extraordinárias, ou que abriga exemplares raros da biota regional, e
tem como objetivo manter os ecossistemas naturais de importância regional ou local e
regular o uso admissível, de modo a compatibilizá-lo com os objetivos de conservação da
natureza.
170

PASSEIO: parte da calçada ou da pista de rolamento da via, neste último caso,


separada por pintura ou elemento físico, livre de interferências, destinada à circulação
exclusiva de pedestres e, excepcionalmente, de ciclistas.

PATRIMÔNIO HISTÓRICO, CULTURAL E ARQUITETÔNICO DO


MUNICÍPIO: é o conjunto de bens imóveis existentes no território do Município de Sinop
que, por sua vinculação a fatos pretéritos memoráveis e a atuais significativos ou por seu
valor sócio-cultural, ambiental, arqueológico, histórico, científico, artístico, estético,
paisagístico ou turístico, seja de interesse público protegê-los, preservá-los e conservá-los.

PAVIMENTO: espaço construído em uma edificação, compreendido entre dois


pisos sobrepostos ou entre o piso e o teto.

PLESBISCITO: é um instrumento de consulta prévia ao povo, antes da aprovação


de um ato legislativo ou administrativo sobre matéria de acentuada relevância
constitucional, legislativa ou administrativa, cabendo ao povo, pelo voto, aprovar ou
denegar o que lhe tenha sido submetido.

PILOTIS: espaço livre sob a edificação.

POTENCIAL CONSTRUTIVO: é o produto resultante da multiplicação de sua


área pelo Coeficiente de Aproveitamento.

POTENCIAL CONSTRUTIVO ADICIONAL: é a diferença entre o Potencial


Construtivo igual ou inferior ao Máximo e o Potencial Construtivo Básico.

POTENCIAL CONSTRUTIVO BÁSICO: é o produto resultante da


multiplicação de sua área pelo Coeficiente de Aproveitamento Básico fixado para a zona
onde está localizado.

POTENCIAL CONSTRUTIVO MÁXIMO: é o produto resultante da


multiplicação de sua área pelo Coeficiente de Aproveitamento Máximo fixado para a zona
onde está localizado.
171

POTENCIAL CONSTRUTIVO MÍNIMO: é o produto resultante da


multiplicação de sua área pelo Coeficiente de Aproveitamento Mínimo fixado para a zona
onde está localizado.

POTENCIAL CONSTRUTIVO NÃO UTILIZADO: é o potencial dos Imóveis


de Interesse do Patrimônio, ou de lindeiros ou defrontantes a parques, e, de interesse para a
regularização fundiária, passível de ser transferido para outras áreas.

POTENCIAL CONSTRUTIVO UTILIZADO: é a área construída computável.

PRESERVAÇÃO: conjunto de métodos, procedimentos e políticas que visem a


proteção, no longo prazo, das espécies, habitats e ecossistemas, além da manutenção dos
processos ecológicos, prevenindo a simplificação dos sistemas naturais.

QUADRA: é a área resultante de um parcelamento, delimitada por vias de


circulação de veículos.

QUALIDADE HÍDRICA: características químicas, físicas e biológicas da água,


relacionadas com o seu uso para um determinado fim.

RECUOS: ver afastamento.

RECUPERAÇÃO AMBIENTAL: restituição de um ecossistema ou de uma


população silvestre degradada a uma condição não degradada, ainda que diferente da sua
condição original.

RECURSO AMBIENTAL/ RECURSO NATURAL: trata-se da atmosfera, águas


interiores, superficiais e subterrâneas, estuários, mar territorial, solo, subsolo, e dos
elementos da biosfera.

REFERENDO: é um instrumento de consulta a posteriori ao povo, após a


aprovação de um ato legislativo ou administrativo sobre matéria de acentuada relevância
constitucional, legislativa ou administrativa, cumprindo ao povo, pelo voto, ratificar ou
rejeitar a medida aprovada.
172

REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA: é uma política pública traduzida em um


conjunto de ações que conciliem e articulem a regularização jurídica, urbanística,
ambiental e social nos termos estabelecidos pela Constituição Federal, Estatuto da Cidade
e MP 2.220/01. Os demais casos de regularização tratam de ação discricionária do Poder
Público que deve estabelecer critérios e condições.

REMEMBRAMENTO (ou unificação de glebas ou lotes): a soma das áreas de


duas ou mais glebas ou lotes para a formação de novas glebas ou lotes que constituam
novas unidades independentes de propriedade, devidamente registrada.

SISTEMA CICLOVIÁRIO: constituído pelas ciclofaixas e ciclovias interligadas.

SISTEMA DE CIRCULAÇÃO: conjunto de elementos voltados para a operação


do sistema viário, compreendendo os equipamentos de sinalização, fiscalização e controle
de tráfego.

SISTEMA DE TRANSPORTE DE CARGA: constituído pelos veículos, centrais,


depósitos, armazéns e operadores de cargas.

SISTEMA DE TRANSPORTE COLETIVO DE PASSAGEIROS: constituído


pelos veículos de acesso coletivo, pelas estações de passageiros e abrigos, pelas linhas de
ônibus, pelas empresas operadoras e pelos serviços de táxi.

SISTEMA DE TRANSPORTE URBANO DE SINOP: é o conjunto formado por


infra-estrutura, veículos e equipamentos utilizados para o deslocamento de pessoas e bens
na área urbana, que possibilita o acesso ao direito de ir e vir dos indivíduos ao processo
produtivo, aos serviços, aos bens e ao lazer. O sistema de transporte urbano é formado:
sistema de circulação, sistema viário, sistema de transporte coletivo de passageiros, sistema
de transporte de carga e sistema cicloviário.

SISTEMA AUXILIAR DE TRANSPORTES: voltados para o atendimento dos


pedestres, cumpre, sobretudo a função de facilitar a acessibilidade aos diversos modos de
173

transporte, vencendo percursos verticais, a exemplo de: elevadores, plano inclinado e


escadas rolantes.

SISTEMA COMPLEMENTAR DE TRANSPORTES: atende à população das


áreas/bairros localizados fora das áreas de influência do transporte de maior capacidade,
integrando-os à rede estrutural, ou operando ligações diretas não atendidas pela rede
estrutural.

SISTEMA DE LAZER: área pública destinada à implantação de equipamentos de


lazer como quadras, praças, campos de jogos, "playground", parques, áreas de convívio
com adequação paisagística.

SISTEMA DE MOBILIDADE URBANA: é definido neste Plano como o


conjunto estruturado e coordenado de modos, serviços e infra-estruturas que garantem os
deslocamentos de pessoas e bens na cidade.

SISTEMA VIÁRIO: compreende a rede de infra-estrutura de vias existentes e


projetadas, correspondentes às modalidades de transporte considerado e as suas instalações
quer sejam municipais, estaduais e federais, e que se constitui na planta oficial do
município.

SUBSISTEMA VIÁRIO: conjunto de vias e logradouros de uma área urbana onde


transitam veículos, pessoas e semoventes.

TAXA DE OCUPAÇÃO: é a relação percentual entre a área da projeção


horizontal da edificação e a área do lote.

TAXA DE PERMEABILIDADE: é a relação percentual entre a parte permeável,


que permita infiltração de água no solo, livre de qualquer edificação, e a área do lote.

TÁXI: serviço de transporte de pessoas por automóvel com condutor, utilizado por
qualquer pessoa ou grupo de indivíduos mediante pagamento.
174

TESTADA: comprimento da frente do lote ou gleba expressa em metros, medida


entre as divisas laterais do lote ou gleba.

TOMBAMENTO: é a declaração editada pelo Poder Público acerca do valor


histórico, artístico, paisagístico, arqueológico, turístico, cultural ou científico de bem
móvel ou imóvel com o fito de preservá-lo.

TRÁFEGO MISTO: tráfego constituído pela circulação de veículos de passeio,


transporte coletivo e transporte de carga.

TRANSFERÊNCIA DO DIREITO DE CONSTRUIR: é o instrumento que


faculta ao proprietário de imóvel urbano, privado ou público, a exercer em outro local ou
alienar, mediante escritura pública, o direito de construir previsto no Plano Diretor ou em
legislação urbanística dele decorrente, quando o imóvel for considerado necessário para
fins de implantação de equipamentos urbanos e comunitários, preservação histórica,
ambiental, paisagística, social, cultural, para servir a programas de regularização fundiária,
urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda e habitação de interesse
social.

TRANSPORTES COLETIVOS: transporte público de pessoas utilizado


simultaneamente por vários usuários e acessível a toda população mediante pagamento
individualizado com base em preços pré-fixados pelo Poder Público.

TRANSPORTE DE BENS: serviço de movimentação de bens ou mercadorias,


incluindo as operações de carga e descarga.

TRANSPORTE PRIVADO MOTORIZADO: transporte de pessoas por veículos


motorizados de propriedade privada, utilizado sem fins comerciais.

TRANSPORTES NÃO-MOTORIZADOS: deslocamentos realizados a pé e por


veículos movidos pelo esforço humano ou tração animal.
175

TRANSPORTES URBANOS: são definidos neste Plano como o conjunto dos


meios apropriados para o deslocamento de pessoas e bens na cidade e integra a política de
mobilidade urbana.

UNIDADE DE CONSERVAÇÃO: espaço territorial e seus recursos ambientais,


incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente
instituído pelo Poder Público com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime
especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção.

UNIDADE HABITACIONAL: edificação ou parte da edificação destinada a


moradia de caráter permanente, com acesso independente e contendo pelo menos 1 (uma)
instalação sanitária.

UNIFICAÇÃO DE GLEBAS OU LOTES: ver Remembramento

URBANIZAÇÃO: qualquer forma de parcelamento do solo que implique em


loteamento, desmembramento, desdobro, remembramento ou empreendimento em regime
condominial.

USO MISTO: é a utilização da mesma via, do mesmo bairro, do mesmo


loteamento, do mesmo lote ou da mesma edificação por mais de uma categoria de uso.

USO SUSTENTÁVEL: exploração do ambiente de maneira a garantir a


perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a
biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa e
economicamente viável.

USUCAPIÃO ESPECIAL DE IMÓVEL URBANO: nos termos do art. 183 da


Constituição Federal, o ocupante de terra particular que possuir como sua área ou
edificação urbana de até 250m2, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição,
utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não
seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
176

VAZIOS URBANOS: áreas urbanas não ocupada ou considerada subutilizadas por


este Plano Diretor, de acordo com os princípios e diretrizes do Estatuto da Cidade e
passíveis de serem incorporados ao assentamento urbano para fins residenciais ou não
residenciais.

VIA ARTERIAL: é aquela caracterizada por interseções em nível, geralmente


controlada por semáforo, com acessibilidade aos lotes lindeiros e às vias secundárias e
locais, possibilitando o trânsito entre as regiões da cidade; promovendo ligações intra-
urbanas de média distância, articulando-se com as vias expressas e com outras, de
categoria inferior. Juntamente com as vias expressas, definem os bolsões onde se localizam
os assentamentos residenciais e de atividades econômicas, os quais contornam, separando
o tráfego de passagem do local.

VIA COLETORA: é aquela destinada a coletar e distribuir o trânsito que tenha


necessidade de entrar ou sair das vias de trânsito rápido ou arteriais, possibilitando o
trânsito dentro das regiões da cidade.

VIA DE USO EXCLUSIVO DOS PEDESTRES: compreende: as calçadas de


pedestres (“passeios”); os calçadões implantados em áreas de fluxo intenso de pedestres; as
escadarias para acesso em regiões de topografia acentuada; e as passarelas e passagens
subterrâneas, nas travessias de intenso fluxo de veículos.

VIA DE TRÂNSITO RÁPIDO: aquela caracterizada por acessos especiais com


trânsito livre, sem interseções em nível, sem acessibilidade direta aos lotes lindeiros e sem
travessia de pedestres em nível.

VIA EXPRESSA: utilizada para promover a ligação entre o sistema rodoviário


interurbano e o sistema viário urbano, constituindo-se no sistema de penetração urbana.

VIA LOCAL: é aquela caracterizada por interseções em nível não semaforizadas,


destinadas apenas ao acesso local ou áreas restritas; têm a função de dar acesso às
moradias, às atividades comerciais e de serviços, industriais, institucionais, e a
estacionamentos, parques e similares.
177

ZONA DE AMORTECIMENTO: o entorno de uma unidade de conservação,


onde as atividades humanas estão sujeitas as normas e restrições específicas, com o
propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade.

ZONA ESPECIAL DE INTERESSE SOCIAL (ZEIS): categoria de área


especial a ser institucionalizada visando à produção, manutenção ou qualificação da
Habitação de Interesse Social (HIS).

ZONEAMENTO: divisão de caráter administrativo do território municipal, com


diretrizes e parâmetros de uso, ocupação e urbanização do solo específicos, estabelecidos
por esta Lei.

ZONEAMENTO EDUCACIONAL: compreende o levantamento da demanda,


com a finalidade de garantir a oferta de vagas nas escolas mais próximas da residência do
aluno, otimizando o gasto das despesas com transporte escolar.

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