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Neste sentido, segue-se o artigo 1º, da Constituição de 1988, que respalda o que é dito acima:
I – a soberania;
II – a cidadania;
V – o pluralismo político.
Verifica-se no texto do artigo supracitado que a República Federativa do Brasil organiza-se em Estado Democrático
de Direito.
Destacam-se, para este estudo, conforme Moraes (2004, p. 52), três fundamentos do artigo 1º, abordados a seguir.
Concomitante ao papel de objeto e direito fundamental das pessoas, sendo um símbolo de status, emerge a cidadania.
Garantia mínima irrefutável de todo regulamento jurídico, que é próprio e essencial ao ser humano, a dignidade da
pessoa humana abarca o respeito que todos devem ter uns pelos outros, é “um valor espiritual e moral inerente à
pessoa, que se manifesta singularmente na autodeterminação consciente e responsável da própria vida”. As garantias
e direitos fundamentais são por ela unificados.
O trabalho enobrece a pessoa. A liberdade, o respeito e a dignidade ao trabalhador aparecem em vários trechos
constitucionais (por exemplo: CF, arts. 5º, XIII; 6º; 7º; 8º; 194-204). Assim, os valores sociais do trabalho e da livre
iniciativa ratificam que a atividade laboral assegura o crescimento do país e a existência do homem.
Neste universo, insere-se, da mesma forma, o art. 3º da Constituição de 1988, que compreende os objetivos
fundamentais da República Federativa do Brasil, como tais: “construir uma sociedade livre, justa e solidária”;
“garantir o desenvolvimento nacional”; “erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e
regionais”; e “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade, e quaisquer outras
formas de discriminação.” (BRASIL, Constituição 1988, não paginado)
Em virtude da redação dos artigos 1º e 3º da Constituição Federal de 1988 e aqueles exemplificados por Alexandre
de Moraes, nos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, pode-se dizer que a promoção do bem-estar social é
buscada pelo Estado Democrático de Direito. (EDUCAÇÃO..., 2009, p. 8)
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17/01/2022 15:07 Educação Fiscal: noções gerais
Sabe-se, contudo, que a realidade do Brasil não condiz com o que está expresso na norma constitucional. Por não
existir o notório Estado de Bem- Estar Social e para que os princípios constitucionais sejam efetivados, é dever de a
comunidade garanti-los.
Nesse momento, constata-se a relevância de se conhecer e usar a Educação Fiscal como ferramenta. A Educação
Fiscal advém da conscientização do indivíduo, ela compõe a atitude cidadã da pessoa. Todos os fundamentos, aqui
citados, como os da cidadania, da dignidade da pessoa humana e dos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa
nela estão incluídos.
A Educação Fiscal materializa o saber necessário ao exercício da cidadania. Inicialmente, ela apresenta o papel
socioeconômico do tributo, em que se constata o quanto a arrecadação é essencial ao Estado para que serviços de
qualidade, relativos à educação, à saúde e à segurança, sejam disponibilizados aos menos favorecidos e, desse modo,
as injustiças sociais existentes possam diminuir.
Em uma exposição sintética, a Educação Fiscal é a conscientização do cidadão em relação à relevância do tributo
para o Estado a fim de que esse tenha condições de promover o bem-estar social a todos. Por conta disso, a
sonegação fiscal não deve ocorrer, a economia informal não deve ser estimulada, e a base daqueles que contribuem,
deve ser expandida para que, em tese, possa haver uma diminuição da atual carga tributária do país.
Nessa direção, acredita-se que caso a contraprestação de serviços pelo Estado fosse condizente com o que é
arrecadado, os cidadãos não manifestariam a sua insatisfação.
Assim sendo, a Educação Fiscal alcança outra questão, qual seja: o desvio dos recursos públicos. Para que se possa
acompanhar os gastos do Estado, deve haver transparência na aplicação do que se arrecada. O Estado deve fornecer
instrumentos, informações que permitam ao cidadão acompanhar e, até mesmo, opinar quanto à utilização das
receitas públicas por todas as esferas de governo – municipal, estadual e federal.
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http://www.portaltransparencia.gov.br/
Esses propósitos alicerçam a prática de uma nova ética, contemplando reflexões que vão da natureza do capital à
valorização do homem, da produção irracional à preservação ambiental e da convivência justa e pacífica ao respeito
às diferenças.
Uma gestão democrática e participativa só será construída e vivida quando nos permitirmos a desconstrução de
alguns conceitos e preconceitos, mitos e dogmas, pragmatismos e verdades únicas, que por longo período permearam
o universo e adotarmos novas posturas perante um novo contexto social.
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