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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

13. NÓNIOS RETILÍNEOS E CIRCULARES

Nónios retilíneos e circulares

Uma grande parte dos instrumentos de medição de comprimentos, utiliza processos


que permitem dividir a menor divisão de uma escala (régua), em partes ainda mais
pequenas.
Através desses processos é possível obter valores de medição mais exatos, que de
outra forma não seria possível a olho nu.
Consegue dividir um milímetro da régua, em 10 partes iguais a olho nu e fazer uma
leitura correta do valor da medição?

Então para resolver essa questão, vamos aprender um processo que se baseia na
aplicação do nónio à régua principal do instrumento de medição.

Por exemplo, o paquímetro é um instrumento de medição de comprimentos que utiliza


a régua do nónio.

Sabendo o que é o nónio, para que serve e como funciona, estará preparado para
estudar e utilizar todos os instrumentos que o utilizam.

António Dias Pinto


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13.1. O que é o nónio?

O nónio é uma pequena escala, destinada a avaliar frações da menor divisão da


escala principal.
Essa escala pode ser retilínea ou circular.

13.2. Nónios retilíneos


A escala do nónio, normalmente, desliza sobre a escala principal.

menor divisão Escala principal (mm)


nesta escala (1mm)

0 5 10
1

1
0 5 10
nónio

0 5 10
1

1
0 5 10

0,1 mm

Com este nónio posso medir frações do milímetro, ou seja, consigo medir décimas de
milímetro (1/10=0,1mm).
Posso dizer que a régua do nónio funciona como se fosse uma “lupa”, permitindo-me a
“olho nu” medir 0,1 mm.
António Dias Pinto
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13.2.1. Cálculo da natureza (x) do nónio retilíneo

Chama-se natureza (x) do nónio ao menor comprimento que se pode


medir com o nónio.

Nota: também há quem chame, em vez de natureza, resolução do nónio.

A natureza (x) do nónio pode calcular-se pelas seguintes formulas:

x - natureza (x) do nónio


Ndn  Nde
x Ndn- Número de divisões do nónio
Ndn
Nde- Número de divisões na escala principal

OU

valor da menor divisão da escala principal vmd


x 
número divisões da régua do nónio Ndn

x - natureza (x) do nónio


vmd – valor da menor divisão da escala principal
Ndn – número de divisões da régua do nónio

Mais prático

António Dias Pinto


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Exemplo mais comum:


menor divisão Escala principal (mm)
nesta escala (1mm)

0 5 10
1

1
0 5 10

nónio
Linha de fé
Ou traço testemunho

Neste caso, temos 10 divisões na régua do nónio que estão para 9 divisões da régua
principal. Para que assim seja, cada divisão da régua do nónio é mais pequena 1/10
(0,1mm) em relação a cada divisão da escala principal.

Então para saber qual a natureza do nónio (o menor comprimento que posso medir) ou
por outras palavras:
Quanto vale cada divisão da régua do nónio, faço:

Cálculo da natureza do nónio


Número de Número de divisões (menor comprimento que posso medir)
divisões do correspondentes na
nónio escala principal vmd
x Ndn Nde
Ndn N
Ndn
(Ndn) (Nde)

10 9 1 10  9 1
x  0,1 mm x   0,1 mm
10 10 10

Conclusão:
Esta régua do nónio, divide (1mm) em 10 partes, permitindo-me medir frações do milímetro.
Cada uma das 10 partes do milímetro vale 0,1mm, o que quer dizer que com esta régua do
nónio posso fazer medições até 0,1 mm.
Sem a régua do nónio, seria muito difícil dividir 1 mm em 10 partes (10 tracinhos) e conseguir ler
0,1 mm!…

António Dias Pinto


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13.3. Outras naturezas do nónio:

Diferentes naturezas (x) do nónio

Podemos ter diferentes naturezas do nónio, mediante o comprimento da régua do nónio


e o número de divisões em que está dividida, em relação á escala principal.

Nota: todos os exemplos que vamos abordar, fazem a comparação do número de


divisões da régua do nónio com o número de divisões da escala principal.
Para facilitar essa comparação devemos alinhar a linha de fé do nónio a zero (conforme
o primeiro exemplo dado).

Exemplos:

Número de Numero de divisões Cálculo da natureza do nónio


divisões do correspondentes na (menor comprimento que posso medir)
nónio escala principal
vmd
x Ndn  Nde
(Ndn) (Nde) Ndn N 
Ndn

20 19 1 2019 1
x  0,05 mm x   0,05 mm
20 20 20

1
50 49
x  0,02 mm 50 49 1
50 x   0,02mm
50 50

António Dias Pinto


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Natureza (x) do nónio aplicado a uma régua graduada em polegadas (“).

nónio

menor divisão 1"


nesta escala (1mm)
0 8
16
7
0
1”

Escala principal em polegadas (“)

Número de Número de divisões Cálculo da natureza do nónio


divisões do correspondentes na (menor comprimento que posso medir)
nónio escala principal
vmd
x Ndn  Nde
(Ndn) (Nde) Ndn N 
Ndn

"
1
"
8 7 " 8 7 1 16  1
1 x  
1 " 8 8 8 128
x  16 
8 128

Nota: Neste nónio, consider-se a menor divisão da escala principal, em polegadas =


1/16 “

António Dias Pinto


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13.4. Nónios circulares

O nónio com escala circular aplica-se muito nas sutas universais. Aqui o nónio está
dividido em 12 partes iguais, para a direita e para a esquerda da divisão zero da
escala principal.

13.4.1. Cálculo da natureza (x) do nónio circular:

valor da menor divisão da escala principal vmd 1º 60'


N     5' (minutos)
número divisões da régua do nónio Ndn 12 12

António Dias Pinto


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13.5. Quando a régua do nónio tem menor número de divisões relativamente à


escala principal.

Se repararmos, até aqui temos vindo a analisar situações em que o número de divisões da régua do
nónio é superior ao número de divisões da escala principal. Superior em uma divisão, para o mesmo
comprimento. Essa comparação faz-se mais facilmente quando a linha de fé da régua do nónio está
alinhada com o zero da escala principal.

Esca la principa l (mm)

0 5 9 10
1

1
0 5 10

Linh a de f é nónio
Ou traço te stemunho

Contudo existem nónios onde o número de divisões é menor em relação à escala


principal, isto para que o espaço entre as divisões se torne maior e facilite a leitura
dos valores.

Exemplo:
Escala principal (mm)

0 10 20 30 40

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Linha de fé ou
traço testemunho Nónio

António Dias Pinto


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13.5.1. Como se calcula a natureza (x) do nónio nestes casos?

Faz-se do seguinte modo: (chamado artifício)


Multiplica-se o número de divisões da régua do nónio (neste caso tínhamos 20 divisões)
pelo menor número inteiro (2,4,…) que faça com que o número de divisões do nónio
seja superior ao número de divisões da escala principal. Para o nosso caso, vamos
escolher o número (2), que multiplicado por 20 divisões do nónio perfaz 40
divisões, o que é superior às 39 da escala principal.
O valor que vamos obter não é o valor real da natureza (x) do nónio, real, mas sim um
valor artificial.
Para obtermos o valor real, multiplicamos o resultado obtido, novamente pelo menor
número inteiro que tínhamos considerado (que neste caso foi o 2).
Número de Numero de divisões Cálculo da natureza do nónio
divisões do correspondentes (menor comprimento que posso medir)
nónio na escala principal
vmd
x Ndn Nde
(Ndn) (Nde) Ndn N
Ndn
20 x (2) = 40
40  39 1
1 x
40

40
 0,025 mm
x  0,05mm
20 x  0, 025  2  0, 05 mm
o nónio tem
39
20 divisões

Então a natureza (x) real deste nónio é 0,025x2=0,05 mm

Escala principal (mm)

0 10 20 30 40

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Linha de fé
Ou traço testemunho nónio
António Dias Pinto
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13.6. Efetuar leituras com o Nónio

Leitura D=P + n x .
Natureza do nónio 1

Traço da escala principal Traço do nónio que coincide com


que fica imediatamente um dos traços da escala principal 3
atrás da fé do nónio 2

 Se nenhum traço do nónio, coincidir rigorosamente com


um traço da escala principal, considera-se coincidente
aquele que estiver mais próximo.
 Se vários traços do nónio, parecerem coincidir com
traços da escala principal, considera-se coincidente o traço
médio do grupo.

Nota: Seguir a ordem de operação: 1,2,3. O ponto(.) entre o n e o x, vale de multiplicação.

Exemplo:
menor divisão
nesta escala (1mm) Escala principal (mm)

0 5 10 15
1

1 2
0 5 10
5,1 mm
Linha de fé
Ou traço testemunho
nónio

vmd Ndn  Nde


x N 
Ndn
Ndn
1 x Natureza (x) do nónio
1 10 9 1
x  0,1mm x   0,1 mm
10 10 10

Traço da escala que fica imediatamente


2 P 5 mm
atrás da fé do nónio
Traço do nónio que coincide com um
3 n 1
dos traçõs da escala principal

D Leitura D = P + n.x= 5 + 1 x 0,1 = 5,1 mm

António Dias Pinto


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14. INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO

Dispositivos destinados à execução da medição, isolado ou em


conjunto com equipamentos suplementares.

Nesta altura já compreendemos que para medir é fundamental que exista o:

 Objecto a medir
 Instrumento de medição (IM)
 Observador

Objecto a medir:
O objecto a medir fornece-no os dados através das suas propriedades:

 Físicas e químicas (cor, densidade…)


 Mecânicas (dureza, elasticidade…)

Instrumento de medição
É o dispositivo destinado à execução da medição. Fornece-nos a informação relativa á
grandeza que se esta a medir.
Essa informação será tão fiel quanto o permitam as características do instrumento e as
variáveis de influência.

Observador:
O observador é um interveniente fundamental.
O papel do observador é observar, registar e julgar, mas sem que haja da sua parte
qualquer influência, nos resultados medidos.
O observador nunca se pode esquecer de que o valor da grandeza que obtém é
sempre algo mais ou menos aproximado.

“Uma estimativa do valor verdadeiro”

António Dias Pinto


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14.1. Elementos constituintes dos Instrumentos de Medição (IM)

Instrumento de Medição Analógico


(IM)

25,36 Digital

Grandeza Indicação

Sensores
Detectores

14.2. Caraterísticas dos Instrumentos de Medição

Vamos analisar algumas características, importantes, associadas aos instrumentos de


medição.
Estas características permitem sensibilizar o utilizador para determinados factores que
se serão importantes na escolha do instrumento de medição.

Amplitude de medição
Módulo da diferença entre os dois limites da gama nominal.
Exemplo: aparelho mede desde –10 V a 10 V (gama=20V)

Resolução (de um dispositivo indicador)


Menor diferença entre indicações de um dispositivo indicador que se podem distinguir
significativamente.

Estabilidade:
Aptidão de um instrumento de medição para conservar no tempo as suas
características metrológicas.

António Dias Pinto


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Neutralidade:
Aptidão do instrumento de medição para não alterar o valor da grandeza a medir.
Exemplo: força que o instrumento faz a medir, não deforma a peça e por isso não
influência o resultado.

Exatidão (de um instrumento de medição)


Aptidão de um instrumento de medição para dar indicações próximas do verdadeiro
valor da grandeza medida.

Classe de exatidão (de um instrumento de medição)


Classe de instrumentos de medição que satisfazem certos requisitos metrológicos com
vista a manter os erros dentro de limites especificados.
Nota: uma classe de exactidão é habitualmente indicada por um número ou símbolo
adoptado por convenção e denominado índice de classe.
A exactidão é um conceito qualitativo e por isso não devo dizer que a exactidão de um
instrumento é de 2 mg ou 10m, mas sim, exemplo: classe de exactidão 0,1;0,5;2.

Erro de indicação (de um instrumento de medição)


Diferença entre a indicação de um instrumento de medição e o valor verdadeiro da
correspondente grandeza de entrada.

Repetibilidade:
Aptidão do instrumento de medição para dar, em condições de utilização definidas,
respostas muito próximas quando se aplica repetidamente o mesmo sinal de entrada.

Incerteza de medição
Parâmetro que procura caracterizar o “grau de confiança” que se tem nas medições
efectuadas.
Dá-nos um intervalo indicador dos limites máximos (superior e inferior) para o erro que
o instrumento pode cometer na medição.
Como não é possível prever o sinal dos erros, a incerteza é sempre indicada como o
sinal “±”.

António Dias Pinto


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Exemplo:

Uma resistência marca 100 . (valor nominal)


O valor da resistência foi medido com um instrumento de medição chamado
(ohmímetro).
O valor obtido foi de 101,3  (ohms)
O fabricante diz que aquele aparelho tem um incerteza de ± 2 , o que quer dizer que
o valor real da resistência não é 101,3 , mas que está entre 99,3  e 103,3 , o
que é verdade.

101,3 ,

101,3 – 2 = 99,3 
100
101,3 + 2 = 103,3 ,

99,3  103,3 

Daqui podemos tirar as seguintes conclusões:

 Que o instrumento está de acordo com o que diz o fabricante.


 Que o instrumento está em boas condições e podemos ter confiança no
resultado obtido.
 O erro absoluto foi de: ea= |101,3-100|=1,3 

A questão, está no erro que o instrumento dá, pois, pode satisfazer ou não as
necessidades.

António Dias Pinto


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15. Diferença entre precisão e exactidão

Imagine 2 atiradores ao alvo.

Atirador A – triângulos pretos Precisão (distância identica entre si)

Atirador B – bolas azuis Exactidão (mais próximo do objectivo)

António Dias Pinto


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16. ALGUNS INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO

Os instrumentos de medição são, regra geral, frágeis. Devem ser tratados com todo o
cuidado e segundo os conselhos dos fabricantes.
Ao cuidarmos bem dos instrumentos estamos a contribuir para que cumpram o que
dele esperamos: “uma boa medição”.

16.1. PAQUÍMETRO

Nota: Por vezes também chamado “craveira”

O paquímetro é um instrumento de medição, constituído por uma régua ou haste


rígida em milímetros na parte inferior, sobre a qual se desloca um conjunto móvel
chamado “cursor” onde está gravado o nónio.
O paquímetro é considerado um instrumento de medição de exactidão.

Nomenclatura do Paquímetro analógico (comum)

1- Maxilas para medição de exteriores


2- Maxilas para medição de interiores
3- Haste para medição de profundidades
4- Superfície para medição de desníveis
5- Régua/corpo
6- Cursos
7- Escala principal
8- Nónio
9- Dispositivo bloqueador
10- Guias do cursor

António Dias Pinto


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16.2. Exemplos de utilização dos paquímetros

16.2.1. Alguns cuidados a ter com o paquímetro

 Armazenamento em caixa adequada e em locais sem humidade


 Não misturar o instrumento com outros, para evitar empenos, riscos nas
escalas, etc.
 Não deixar cair o instrumento
 Limpeza e lubrificação segudo instruções do fornecedor.
 Não colocar o instrumento em cima de superfícies quentes (problemas
dilatação, etc.)

António Dias Pinto


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16.3. Vários tipos de paquímetros

Existem vários tipos de paquímetros, como seguidamente podemos ver:

Vários tipos de paquímetros

Bico tipo lâmina, faces de


medição de metal dura
com haste de
profundidade

Bico ajustável e com haste


de profundidade

Bico móvel e haste de


profundidade

Com relógio

António Dias Pinto


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Vários tipos de paquímetros

Digital

Digital com faces tipo


lâmina para medições
externas e arredondadas
para medições internas

Bico tipo ponta

Digital com bico tipo


lâmina que entra em frisos
pequenos

António Dias Pinto


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Vários tipos de paquímetros

Digital com bico tipo ponta,


com haste de
profundidade e impulsor

Bico tipo faca

Tipo gancho

De profundidade

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Vários tipos de paquímetros

Profundidades de escatéis

Nónio duplo

De alturas ou graminho

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16.4. Blocos padrão para calibração/verificação de paquímetros

Podemos verificar se o nosso paquímetro está medir nas devidas condições, fazendo a
comparação com blocos padrão.

Blocos padrão Aplicação

Características

Blocos padrão feitos em ligas de grande qualidade, resistentes, tratadas e de muito


bom acabamento superficial.

António Dias Pinto


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16.5. Como efectuar medições com o paquímetro

Exteriores Interiores

 Verificar sempre o zero (quando as maxilas estão


encostadas, fechadas, o zero da régua do nónio tem que
estar certo pelo zero da régua principal).
1 Quando isso não acontece, temos que fazer a respectiva
compensação ao resultado da medição.

 Identificar a natureza do nónio

Colocar os objectos a medir dentro das


testeiras, o mais junto possível da base
das testeiras, mas dentro da zona
2
destinada á medição, de forma a evitar a
situação de deformação.

2.1

Colocar o componente entre as maxilas Colocar as maxilas entre as superfícies

2.2

Encostar a maxila fixa à superfície


Encostar o componente à maxila fixa

António Dias Pinto


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2.3

Encosto da maxila móvel ao componente Encosto da maxila móvel à superfície e

e fazer a medição fazer medição

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16.6. Medições com o paquímetro

Exemplos:

0 10 0 20
5 15
1

1
0 5 10 0,1 mm

Leitura =
4,2 mm Normalmente o instrumento diz qual é a natureza do nónio, ou
seja, quanto vale cada divisão da escala do nónio. Neste caso 0,1
mm.
Quando não disser temos que calcular …
D=P+n.x vmd 1
x   0,1 mm
P=4 Ndn 10
n=2
x= 1/10 = 0,1 Neste caso o (vmd) valor da menor divisão da escala principal é
de 1 mm.
O (Ndn) número de divisões do nónio são 10.
A natureza (x) do nónio, é 0,1 mm.

Ou seja cada divisão do nónio vale 0,1 mm


D=4+2x0,1=4,2mm

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50
0 10 20 30 40

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
12,4 mm
0,05 mm

Normalmente o instrumento diz qual é a natureza do nónio, ou seja, quanto

D=P+n.x vale cada divisão da escala do nónio. Neste caso 0,05 mm.
Quando não disser temos que calcular …
P = 12
n = 16
vmd 1
x   0,05 mm
x= 1/20 = 0,05 Ndn 20
Neste caso o (vmd) valor da menor divisão da escala principal é de 1 mm.
D= 12+16x0.05=12,8 mm O (Ndn) número de divisões do nónio são 20.
Ou A natureza (x) do nónio, é 0,05 mm.
D=12+8x0,1=12,8 mm
Ou seja cada divisão do nónio vale 0,05 mm

António Dias Pinto


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Exemplos em polegadas (“)

29/64”

1/128 “
0 8

7
0 1” 2”

Normalmente o instrumento diz qual é a natureza do nónio, ou seja, quanto


vale cada divisão da escala do nónio. Neste caso 1/128”.
Quando não disser temos que calcular …
D=P+n.x
1
P = 7/16
n=2 vmd 16 1
x  
Ndn 8 128
1"
x Neste caso o (vmd) valor da menor divisão da escala principal é de 1/16 “.
128 O (Ndn) número de divisões do nónio são 8.
A natureza (x) do nónio, é 1/128 “.

Ou seja cada divisão do nónio vale 0,05 mm


" " " " " "
7 1 56 2 58 29
D 2    
168 128 128 128 128 64

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Leitura: 1 39/128 “

0 8

7
0 1” 2”

4 " 1 " 32 " 7 " 39 "


D  1"  7  1"   1
16 8  128 128 128 128

16.7. Leitura no sistema métrico


Na escala fixa ou principal do Paquímetro, a leitura feita antes do zero do nónio
corresponde à leitura em milímetro.
Em seguida, deve contar os traços do nónio até ao ponto em que um deles coincidir
com um traço da escala fixa.
Depois, soma o número que leu na escala fixa ao número que leu no nónio.
Para entender o processo de leitura no Paquímetro, são apresentados, a seguir, dois
exemplos de leitura.

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a) 59,4 mm b) 13,5 mm c) 1,3 mm

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a) 3,65 mm b) 17,45 mm

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a) 17,56 mm b) 39,48 mm

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16.8. Leitura de polegada milesimal

No Paquímetro em que se adopta o sistema inglês, cada polegada da escala fixa


divide-se em 40 partes iguais. Cada divisão corresponde a:

O procedimento para leitura é o mesmo que para a escala em milímetro.


Contam-se as unidades .025" que estão à esquerda do zero (0) do nónio e, a seguir,
somam-se os milésimos de polegada indicados pelo ponto em que um dos traços do
nónio coincide com o traço da escala fixa.

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a) .064" b) .471" c) 1.721"

16.9. Leitura de polegada fraccionária


No sistema inglês, a escala fixa do Paquímetro é graduada em polegada e fracções de
polegada. Os valores fraccionários da polegada são complementados com o uso do
nónio.
Para utilizar o nónio, precisamos saber calcular sua resolução:

António Dias Pinto


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Para medir em polegada fraccionária exige operações mentais. Para facilitar a leitura
desse tipo de medida, recomendamos os seguintes procedimentos:
1º Passo - Verifique se o zero (0) do nónio coincide com um dos traços da escala fixa.
Se coincidir, faça a leitura somente na escala fixa.

2º Passo - Quando o zero (0) do nónio não coincidir, verifique qual dos traços do nónio
está nessa situação e faça a leitura do nónio.

3º Passo - Verifique na escala fixa quantas divisões existem antes do zero (0) do nónio.

António Dias Pinto


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5º Passo - Multiplique o número de divisões da escala fixa (3º passo) pelo numerador
da fracção escolhida (4º passo). Some com a fracção do nónio (2º passo) e faça a
leitura final.

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16.10. Colocação de uma medida no Paquímetro em polegada fraccionária

Para abrir um paquímetro numa medida dada em polegada fraccionária, devemos:

1º Passo - Verificar se a fracção tem denominador 128. Se não tiver, deve-se substituí-
la pela sua equivalente, com denominador 128.
Exemplo:

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17. MICRÓMETRO

É um instrumento de medição, que permite medir com resoluções na ordem os


0.01mm; 0,005; 0,002 e 0,001 (leitura digital).
O micrómetro é considerado um instrumento de medição de exactidão.
Por vezes chamam ao micrómetro “palmer”.

O princípio de funcionamento é o sistema parafuso e porca.

Um parafuso de alta precisão, roda numa porca, avançando ou recuando “apertando ou


desapertando”.
Por cada volta completa, avança ou recua, uma distância igual ao passo do parafuso.

Passo

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17.1. Nomenclatura de um micrómetro analógico (comum)

1- Estribo
2- Espera fixa
3- Parafuso micrométrico com ponta de metal duro
4- Porca de ajuste
5- Lingueta do roquete
6- Roquete para aproximação rápida
7- Casquilho interior
8- Roquete de ajustamento
9- Tambor de leitura
10- Casquilho graduado
11- Dispositivo de travagem
12- Anel de travagem
13- Placa isolante

António Dias Pinto


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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

17.2. Alguns cuidados a ter com o micrómetro

 As faces do micrómetro deverão ser bem limpas antes da sua utilização

 Não forçar demasiado o aperto da peça entre o parafuso e a espera fixa.

 Nota: Existem instrumentos que têm um sistema limitador de binário para


controlar a força de aperto.

 Armazenamento em caixa adequada e em locais sem humidade

 Não misturar o instrumento com outros, para evitar empenos, riscos nas
escalas, etc.

 Não deixar cair o instrumento

 Limpeza e lubrificação segudo instruções do fornecedor.

 Não colocar o instrumento em cima de superfícies quentes (problemas


dilatação, etc.)

António Dias Pinto


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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

17.3. Vários tipos de micrómetros

Vários tipos de micrómetros

Exteriores

Digital de exteriores

Com batentes
intercambiáveis para uma
maior capacidade de
medição

António Dias Pinto


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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

Vários tipos de micrómetros

Externos com pontas finas

Para engrenagens

Profundidades

Medidores de interiores ex:


superfícies paralelas

Interiores de 3 pontos

Interiores, com braços

António Dias Pinto


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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

17.4. Blocos padrão para calibração/verificação de micrómetros

Podemos verificar se o micrómetro está a medir nas devidas condições, fazendo a


comparação com blocos padrão.

Blocos padrão Aplicação

Aço

Cerâmica

Características

Blocos padrão feitos em ligas de grande qualidade, resistentes, tratadas e de muito


bom acabamento superficial.

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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

17.5. Como efectuar medições com o micrómetro

 Verificar o zero do instrumento (zero da escala e


zero do tambor alinhado na linha de fé). Caso não
esteja alinhado, deve-se regulá-lo, usando uma
pequena chave que é fonecida com o micrómetro.
1
Não sendo possível regular o instrumento, devemos
de ter em consideração a diferença no resultado da
medição.

 Verificar qual é a natureza (x) do parafuso.

 Avanço rápido do parafuso micrométrico à peça a


2 medir.

 Avanço ajustado do parafuso micrométrico à peça a


3 medir.

António Dias Pinto


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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

17.6. Determinação da natureza (x) do parafuso micrómetro

Situações mais frequentes:

x (natureza do parafuso)
quanto vale cada divisão
n (número de do tambor
P (passo do parafuso)
divisões do tambor)
p
x
n
0,5
0,5 50 x  0,01 mm
50
1
1 100 x  0,01 mm
100
Para saber o passo do parafuso
micrométrico:
Acertar o micrómetro pelo zero (zero da
escala principal com o zero do tambor)
ou numa posição que me der jeito.
Rodar uma volta completa no tambor (de Normalmente o instrumento
0 a 0 por exemplo) indica qual a natureza (x) do
Para saber o número
Verificar quanto se deslocou o parafuso parafuso.
de divisões do
em relação à escala principal. Contudo se não disser
tambor:
Exemplo: temos que cálcula-la, antes
Acertar o zero do micrómetro (zero do de fazer qualquer medição!
Contar em quantas
tambor com zero da escala principal) Para isso precisamos de
divisões esta dividido
Rodar uma volta completa o tambor (de 0 saber o passo do parafuso
o tambor.
a 0) micrométrico e o número de
Verificar se o parafuso se deslocou 0,5 divisões do tambor.
mm na escala principal.
Então o passo é do parafuso é 0,5mm.

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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

Leitura

resolução

Amplitude

Escala Tambor
Escala principal

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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

17.7. Medições com o micrómetro

Exemplo:

Leitura .
D=P + n x
Natureza do
parafuso 1

Traço da escala Traço do tambor que coincide


principal com a linha de fé da escala 3
que fica visível, principal
imediatamente atrás
do tambor.  Se nenhum traço do tambor, coincidir rigorosamente
2 com um traço da escala principal, considera-se
coincidente aquele que estiver mais próximo.

Nota: Seguir a ordem de operação: 1,2,3. O ponto(.) entre o n e o x, vale de multiplicação.

Linha de
fé Traço escala principal
Escala tambor

P= 0,5 mm (passo)
n = 50 divisões (tambor)

0,5
x  0,01 mm
50
cada divisão tambro vale 0,01
D= 7+24x0,01=7,24 mm mm

António Dias Pinto


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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

António Dias Pinto


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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

1.3 Sobre efectuar leituras com o Nónio

Exercício n.º 1

0 10 0 20
5 15
1

1
0 5 10

Exercício n.º 2

50
0 10 20 30 40

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

Exercício n.º 3

0 8

7
0 1” 2”

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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

1.4 Medições com o paquímetro

Nota: o paquímetro usa a régua do nónio (ver estudo do nónio)


A primeira coisa a fazer antes da medição é:

 Verificar o zero do instrumento (zero da escala e zero do nónio(linha de fé alinhado). Caso não esteja
alinhado, deve-se regulá-lo. Não sendo possível regular o instrumento, devemos de ter em consideração a
diferença no resultado da medição.
 Verificar qual é a natureza (x) do parafuso

0 100 20
5 15
1

1
0 5 10

Leitura =

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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

0 100 20
5 15
1

1
0 5 10

Leitura =

António Dias Pinto


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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

0 100 20
5 15
1

1
0 5 10

Leitura =

0 100 20
5 15
1

1
0 5
10

Leitura =

António Dias Pinto


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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

50
0 10 20 30 40

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

0,05 mm

Leitura:

50
0 10 20 30 40

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

0,05 mm
Leitura:

António Dias Pinto


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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

Leitura:

0 8

7
0 1” 2”

0 8

7
0 1” 2”

António Dias Pinto


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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

Leitura:

0 8

7
0 1” 2”

António Dias Pinto


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TECNOLOGIA E PROCESSOS – CONVERSÃO DE UNIDADES

1.4 Medições com o micrómetro

Nota: A primeira coisa a fazer antes da medição é:

 Verificar o zero do instrumento (zero da escala e zero do tambor


alinhado na linha de fé). Caso não esteja alinhado, deve-se regulá-lo,
usando uma pequena chave que é fonecida com o micrómetro. Não
sendo possível regular o instrumento, devemos de ter em
consideração a diferença no resultado da medição.
 Verificar qual é a natureza (x) do parafuso

O passo do parafuso é de 0,5 mm


O número de divisões do tambor é de 50

António Dias Pinto


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