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TJSP
1ª a 10ª Câmaras
São Paulo - 11ª Câmara de Direito Privado - Relator: Alberto Marino Neto -
08/02/2021 - 32446 - Unânime)
efetiva prestação, devendo, portanto, sua cobrança ser restituída à autora - Reconhecida
a ilegalidade da cobrança da tarifa - Sentença de parcial procedência mantida - Recurso
improvido. (Apelação Cível n. 1001451-20.2020.8.26.0268 - Itapecerica da Serra - 13ª
Câmara de Direito Privado - Relator: Heraldo de Oliveira Silva - 05/02/2021 - 47765 -
Unânime)
não teria assinado os contratos que constituíram as dívidas em questão - Dúvida acerca
da efetiva assinatura ou não dos instrumentos questionados - Necessidade de produção
de prova pericial verificada - Cerceamento de defesa evidenciado - Sentença anulada -
Instrução processual determinada - Recurso parcialmente provido. (Apelação Cível n.
1011239-35.2020.8.26.0114 - Campinas - 21ª Câmara de Direito Privado - Relator:
Ademir de Carvalho Benedito - 22/02/2021 - 51813 - Unânime)
casu" - Artigo 30 da Lei Federal n. 9514/97 que autoriza a reintegração liminar na posse
do bem após a consolidação da propriedade, com prazo de 60 dias para desocupação -
Liminar concedida - Decisão reformada - Recurso provido. (Agravo de Instrumento n.
2248123-16.2020.8.26.0000 - Guarulhos - 24ª Câmara de Direito Privado - Relator:
Walter Rocha Barone - 10/02/2021 - 23558 - Unânime)
causalidade entre o sinistro e a morte comprovado nos autos por meio de atestado de
óbito e laudo pericial indireto realizado pelo IMESC - Indícios que apontam o nexo causal
entre o acidente de trânsito e a morte do filho da demandante - Indenização integral
devida - "Decisum" mantido na íntegra - Aplicação do artigo 252 do Regimento Interno
deste Tribunal - Negado provimento ao apelo da requerida - Embargos declaratórios
opostos pela requerida - Alegada contradição no que toca ao termo inicial dos juros
moratórios - Intelecção da Súmula n. 426 do Colendo Superior Tribunal de Justiça e do
artigo 405 do Código Civil - Embargos declaratórios acolhidos, reconhecendo-se que os
juros moratórios têm incidência a partir da citação. (Embargos de Declaração Cível n.
1001347-19.2017.8.26.0596/50000 - Serrana - 27ª Câmara de Direito Privado - Relator:
Paulo Miguel de Campos Petroni - 05/02/2021 - 38169 - Unânime)
contas devidamente prestadas - Pretensão de exigir contas que não se limita à obtenção
de documentos, abrangendo a clara especificação dos débitos e dos créditos envolvidos
na administração de bens ou direitos alheios, com o posterior julgamento das contas e,
eventualmente, com o pagamento do saldo devedor, motivo pelo qual não é cabível a
ação de exibição de documentos - No tocante aos documentos que a ré trouxe com a sua
contestação e em outras manifestações, não se prestam a avaliar as contas, pois muitos
deles não especificam a qual dos imóveis se referem e nem se efetivamente se referem a
um dos imóveis pertencentes ao autor, também não servindo para explicar o pagamento
de tributos em atraso e outras dúvidas levantadas pelo autor - A prestação de contas não
é uma mera apresentação de documentos, sendo necessário evidenciar, de forma
detalhada, a administração dos bens ou interesses alheios - Sentença que condenou o
réu a prestar contas ao autor, na forma mercantil, no prazo de 15 dias a contar da
intimação para o cumprimento da sentença, sob pena de não lhe ser lícito impugnar as
que o autor apresentar - Honorários advocatícios que foram fixados no percentual mínimo
previsto legalmente, não sendo hipótese que permita sua fixação por equidade, motivo
pelo qual não podem ser reduzidos - Apelação da ré desprovida. (Apelação Cível n.
0058319-35.2012.8.26.0100 - São Paulo - 30ª Câmara de Direito Privado - Relator:
José Roberto Lino Machado - 08/02/2021 - 43775 - Unânime)
enjeitada por vícios ou defeitos ocultos que a tornem imprópria ao uso a que é destinada,
ou lhe diminuam o valor) - Desta forma, é o caso de se declarar inexigíveis as parcelas de
financiamento com a consequente rescisão do contrato, devendo os réus, solidariamente,
devolverem o valor pago corrigido desde cada desembolso, conforme descrito na inicial -
O autor de boa-fé comprou um veículo achando tê-lo adquirido na versão 1.6, sendo
induzido a erro ao não lhe ser informado a procedência do bem, ou seja, que se tratava
de veículo proveniente de leilão, o que dificultou a contratação do seguro - Não são mero
dissabor ou fatos do cotidiano - Houve má-prestação do serviço, desorganização,
omissão de informações, e até desrespeito ao consumidor - Assim, é o caso de se
reconhecer o dano moral, fixando-o no valor postulado pelo autor de R$ 9.980,00,
suficiente para reparar os danos causados e impingir aos réus o dever de aprimorar a
prestação dos seus serviços - Recurso provido. (Apelação Cível n. 1033960-
23.2019.8.26.0564 - São Bernardo do Campo - 30ª Câmara de Direito Privado -
Relator: Maria Lúcia Ribeiro de Castro Pizzotti M - 05/02/2021 - não consta -
Unânime)
comunicação formal - Ademais, em sua petição inicial, ambos os autores deixaram claro o
efetivo conhecimento da designação das datas, tanto que pleitearam a suspensão da
realização do ato - Julgamento de improcedência - Litigância de má-fé não caracterizada,
pois a atuação processual dos autores traduziu apenas o exercício do direito processual,
o que determina seja afastada a imposição das sanções respectivas - Diante do resultado
deste julgamento, por incidência do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, eleva-se
o valor da verba honorária a 15% do valor atualizado da causa, prevalecendo a ressalva
da inexigibilidade decorrente da gratuidade judicial - Dado parcial provimento ao recurso,
com observação. (Apelação Cível n. 1008118-60.2019.8.26.0590 - São Vicente - 31ª
Câmara de Direito Privado - Relator: Antonio Rigolin - 02/02/2021 - 46834 - Unânime)
STF
PLENÁRIO
Tese fixada:
Resumo:
Parte 1 -
Parte 2 -
STJ
Informativo nº 0684
Publicação: 5 de fevereiro de 2021
RECURSOS REPETITIVOS
Diante desse contexto, em obediência aos ditames da Lei n. 9.656/98, que admite a
coparticipação de algumas despesas, e aos princípios orientadores da internação
segundo a Lei n. 10.216/2001, o Conselho Nacional de Saúde Complementar - CONSU e
a Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS, a fim de regulamentarem a questão,
editaram diversas Resoluções Normativas para o trato da matéria ao longo das últimas
duas décadas.
REsp 1.809.486-SP, Rel. Min. Marco Buzzi, Segunda Seção, por unanimidade,
julgado em 09/12/2020, DJe 16/12/2020 (Tema 1032)
A existência do crédito está diretamente ligada à relação jurídica que se estabelece entre
o devedor e credor, o liame entre as partes, pois é com base nela que, ocorrido o fato
gerador, surge o direito de exigir a prestação (direito de crédito). Assim, a prestação do
trabalho, na relação trabalhista, faz surgir o direito ao crédito; na relação de prestação de
serviços, a realização do serviço.
modo, ocorrido o ato lesivo, surge o direito ao crédito relativo à reparação dos danos
causados.
Nessa linha, foi editado o Enunciado n. 100 da III Jornada de Direito Comercial, que tem o
seguinte teor: "Consideram-se sujeitos à recuperação judicial, na forma do art. 49 da Lei
n. 11.101/2005, os créditos decorrentes de fatos geradores anteriores ao pedido de
recuperação, independentemente da data de eventual acordo, sentença ou trânsito em
julgado."
Diante disso, conclui-se que a submissão do crédito aos efeitos da recuperação judicial
não depende de sentença que o declare ou o quantifique, menos ainda de seu trânsito em
julgado, bastando a ocorrência do fato gerador, conforme defende a segunda corrente
interpretativa mencionada e o entendimento adotado pela iterativa jurisprudência desta
Corte.
REsp 1.842.911-RS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Segunda Seção, por
unanimidade, julgado em 09/12/2020, DJe 17/12/2020 (Tema 1051)
Assim, nos termos do art. 1.036 e seguintes do CPC/2015, fixa-se a seguinte tese jurídica:
Cabe agravo de instrumento de todas as decisões interlocutórias proferidas no processo
de recuperação judicial e no processo de falência, por força do art. 1.015, parágrafo único,
do CPC/2015.
REsp 1.717.213-MT, Rel. Min. Nancy Andrighi, Segunda Seção, por unanimidade,
julgado em 03/12/2020, DJe 10/12/2020 (Tema 1022)
CORTE ESPECIAL
Cinge-se a controvérsia a definir se, após a publicação do acórdão em que se fixou a tese
referente ao tema repetitivo 988, é admissível, ainda que excepcionalmente, a impetração
de mandado de segurança para impugnar decisões interlocutórias.
Inicialmente, é preciso reconhecer desde logo a premissa no sentido de que ser inócuo e
inútil impugnar, apenas em apelação ou em contrarrazões, a decisão interlocutória que
indefere a designação da audiência de conciliação pretendida pelas partes.
De fato, de nada adiantará, do ponto de vista prático, uma eventual impugnação diferida
sobre um ato processual que se pretende seja praticado no início do processo,
especialmente porque diante da irreversibilidade dos efeitos que serão produzidos com a
referida decisão e dos danos alegadamente sofridos pelas partes.
RMS 63.202-MG, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, Rel. Acd. Min. Nancy Andrighi,
Terceira Turma, por maioria, julgado em 01/12/2020, DJe 18/12/2020
Trata-se de ação coletiva que tem como causa de pedir a invocação de que a Resolução
n. 13/1998 do Conselho de Saúde Suplementar - Consu, reproduzida em cláusulas de
contratos de planos e seguros de saúde das rés, alegadamente extrapolou os lindes
estabelecidos pela Lei n. 9.656/1998, ao impor o limite, no período de carência contratual,
de 12 horas para atendimento aos beneficiários dos planos ambulatoriais e hospitalares.
Com efeito, o exame da higidez do ato administrativo é questão prejudicial ao acolhimento
do pedido, que implica tacitamente obstar seus efeitos, ao fundamento de violação de
direito de terceiros (beneficiários de planos e seguros de saúde).
Por um lado, o art. 4º, incisos I, XXIX e XXX, da Lei n. 9.961/2000 estabelece que
compete à Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS: I - propor políticas e diretrizes
gerais ao Conselho de Saúde Suplementar - Consu para a regulação do setor de saúde
suplementar; XXIX - fiscalizar o cumprimento das disposições da Lei n. 9.656, de 1998, e
de sua regulamentação; XXX - aplicar as penalidades pelo descumprimento da Lei n.
9.656, de 1998, e de sua regulamentação. Por outro lado, o contrato (o regulamento
contratual) não se confunde com o instrumento contratual, sendo as normas legais e os
atos das autoridades constituídas - notadamente em se tratando de relação contratual a
envolver a saúde suplementar, que sofre forte intervenção estatal -, juntamente com a
vontade das partes (que exprime o poder de autonomia), os agentes típicos das
limitações à liberdade contratual dos particulares, isto é, são as fontes do regulamento
contratual, para cuja concreta determinação, segundo as circunstâncias e em diferentes
medidas, podem concorrer.
Assim, orienta a doutrina que parte legítima para a causa é quem figura na relação como
titular dos interesses em lide ou, ainda, como substituto processual. No tocante aos
substituídos da ação civil pública e às inúmeras seguradoras e operadoras de planos de
saúde rés, o pedido mediato da ação, bem como o decidido pelas instâncias ordinárias,
pretensamente esvazia os efeitos do ato regulamentar administrativo (que vincula
fornecedores e consumidores), a par de ensejar a possibilidade de coexistência de
decisões inconciliáveis, caso o ato administrativo venha a ser questionado na Justiça
Federal e considerado hígido.
Nessa linha, não se tratando de ação coletiva visando dar cumprimento à regulamentação
legal e/ou infralegal - hipótese mais frequente, em que é inquestionável a competência da
Justiça Estadual e a ausência de interesse institucional da União e da ANS -, mas de
tentativa, por via transversa, sem a participação das entidades institucionalmente
interessadas, de afastar os efeitos de disposição cogente infralegal, ocasionando
embaraço às atividades fiscalizatórias e sancionatórias da ANS, sem propiciar às
entidades da administração pública federal o exercício da ampla defesa e do contraditório,
até mesmo para eventualmente demonstrarem o interesse público na manutenção dos
efeitos da norma, devem integrar o polo passivo da demanda a União e a ANS.
REsp 1.188.443-RJ, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, Rel. Acd. Min. Luis Felipe
Salomão, Quarta Turma, por maioria, julgado em 27/10/2020, DJe 18/12/2020
SEGUNDA SEÇÃO
À vista disso, constata-se que o acórdão embargado, proferido pela Quarta Turma do STJ
reformou o acórdão estadual sob o fundamento de que a jurisprudência desta Corte
Superior entende que o reembolso das despesas efetuadas pelo usuário do plano de
saúde fora da rede conveniada somente é admitido em casos excepcionais, conforme
prevê o art. 12, VI, da Lei n. 9.656/1998.
Por sua vez, os acórdãos paradigmas, proferidos pela Terceira Turma do STJ,
entenderam que a exegese do artigo supracitado deve ser extensiva, em homenagem aos
princípios da boa-fé e da proteção da confiança nas relações privadas.
Importante deixar assente que o contrato de plano de assistência à saúde, por definição,
tem por objeto propiciar, mediante o pagamento de um preço (consistente em prestações
antecipadas e periódicas), a cobertura de custos de tratamento médico e atendimentos
médico, hospitalar e laboratorial perante profissionais, rede de hospitais e laboratórios
próprios ou credenciados.
Dessa forma, a estipulação contratual que vincula a cobertura contratada aos médicos e
hospitais de sua rede ou conveniados é inerente a esta espécie contratual e, como tal,
não encerra, em si, nenhuma abusividade.
EAREsp 1.459.849-ES, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, Segunda Seção, por
maioria, julgado em 14/10/2020, DJe 17/12/2020
Informativo nº 0685
Publicação: 22 de fevereiro de 2021
TERCEIRA TURMA
Quanto à propriedade fiduciária de bem imóvel, regida pela Lei n. 9.514/1997, verifica-se
que a garantia somente se constitui com o registro do contrato que lhe serve de título no
registro imobiliário do local onde o bem se situa.
REsp 1.835.598-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por maioria, julgado
em 09/02/2021
Para além disso, nesse aspecto em específico, relembre-se uma vez mais, que a mens
legis é manter o companheiro - ou cônjuge - vinculado ao local que lhe serve de convívio
familiar. É possível afirmar, então, que esse instituto também visa a evitar que, além da
morte daquele com quem compartilhava a sua vida, o convivente supérstite também tenha
de suportar a perda do lar.
que não se pode negar a existência de vínculo afetivo e psicológico estabelecido pelos
cônjuges com o imóvel em que, no transcurso de sua convivência, constituíram não
somente residência, mas um lar".
REsp 1.846.167-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade,
julgado em 09/02/2021
Esta Corte, da mesma forma, nas duas oportunidades em que foi instada a se manifestar
sobre o assunto, denegou a pretensão dos herdeiros de extinguir o condomínio e alienar o
imóvel indivisível.
Nesse sentido a Quarta Turma destaca que "dada a reserva pelo acórdão do direito real
vitalício de habitação, limitado, como não poderia deixar de ser, a venda à nua
propriedade (50%), recebida em partilha, tênue se apresenta a ofensa à norma legal em
apreço que, em princípio, não proíbe taxativamente o ato de disposição, com as ressalvas
já declinadas, mas que, de qualquer forma, ainda que indiretamente pode deixar ao
desabrigo o cônjuge, neste caso, contra a vontade da lei" (REsp 234.276/RJ, Rel. ministro
Fernando Gonçalves, Quarta Turma, julgado em 14/10/2003, DJ 17/11/2003).
REsp 1.846.167-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade,
julgado em 09/02/2021
Informativo nº 0686
Publicação: 1º de março de 2021
TERCEIRA TURMA
No caso de ação de anulação de partilha, parece que o mesmo raciocínio deve orientar a
verificação quanto à necessidade de participação do cônjuge do herdeiro no processo.
Assim, se houver a possibilidade de ser atingido negativamente o patrimônio do casal,
com a alienação (perda) de bem imóvel, o cônjuge do herdeiro deve ser chamado para
integrar a lide. Caso contrário, é dispensada sua participação.
Nessa situação, em que os imóveis recebidos pelos recorrentes por conta da anterior
partilha já foram levados a registro, integrando o patrimônio comum do casal, mostra-se
indispensável a citação do cônjuge do herdeiro para a ação de anulação de partilha. Isso
porque poderá haver a perda do imóvel que atualmente pertence a ambos, devendo a lide
ser decidida de forma uniforme para ambos.
Vale lembrar, ainda, que de acordo com o artigo 10, §1º, I, do CPC/1973 (art. 73, § 1º, I,
do CPC/2015), os cônjuges serão necessariamente citados para a ação que trate de
direitos reais imobiliários (art. 1.225 do CC). Nesse contexto, se o imóvel passou a
integrar o patrimônio comum, a ação na qual se pretende a anulação da partilha envolve a
anulação do próprio registro de transferência da propriedade do bem, mostrando-se
indispensável a citação.
REsp 1.706.999-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma, por
unanimidade, julgado em 23/02/2021
REsp 1.872.048-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade,
julgado em 23/02/2021
O fato de a sociedade ter somente dois sócios não é suficiente para afastar a
proibição de o administrador aprovar suas próprias contas.
Nos termos do artigo 115, § 1º, da Lei n. 6.404/1976 (LSA), o acionista não poderá votar
nas deliberações da assembleia-geral relativas à aprovação de suas contas como
administrador. O artigo 134, § 6º, do mesmo diploma legal, entretanto, ressalva a situação
em que os diretores forem os únicos acionistas da companhia fechada, autorizando,
nesse caso, que participem da votação relativa aos documentos elencados no artigo 133,
dentre os quais, os relatórios da administração, os demonstrativos financeiros e o parecer
do conselho fiscal.
O texto legal não faz nenhuma ressalva quanto aos acionistas serem diretores somente
em certo período do exercício. Ademais, ao se adotar esse entendimento, estaria se
inaugurando um questionamento acerca de qual seria o prazo mínimo para ser afastada a
proibição do artigo 115, § 1º, da LSA (uma semana, um mês, um trimestre), esvaziando o
conteúdo legal.
Dessa forma, o fato de a sociedade ter somente 2 (dois) sócios não é suficiente para
afastar a proibição de o administrador aprovar suas próprias contas, pois o acionista
minoritário deverá proferir seu voto no interesse da sociedade, podendo responder por
eventual abuso.
REsp 1.692.803-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma, por
unanimidade, julgado em 23/02/2021
Embora o dispositivo legal colacionado faça referência à alienação, não se pode olvidar
que a arrematação se trata de um ato complexo que, nos termos do art. 903 do
CPC/2015, só se considera perfeita e acabada no momento da assinatura do auto de
arrematação pelo juiz, pelo arrematante e pelo leiloeiro.
Logo, a arrematação do imóvel não impede o devedor de remir a execução, caso o auto
de arrematação ainda esteja pendente de assinatura.
REsp 1.862.676-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade,
julgado em 23/02/2021
O art. 826 do CPC/2015 exige, para a remição da execução, que o executado pague ou
consigne "a importância atualizada da dívida, acrescida de juros, custas e honorários
advocatícios". Assim, é imprescindível que o executado deposite o montante integral do
crédito e seus acessórios.
É axiomático que a importância a que se refere a lei diz respeito ao valor da dívida exigida
no processo de execução cuja remissão é pretendida. Intepretação diversa importaria na
imposição de ônus adicional ao executado e, consequentemente, em restrição a direito
que lhe é assegurado, sem qualquer respaldo na legislação processual vigente. Se mais
de uma execução estiver em trâmite em face do executado, caso assim o deseje, ele
poderá remir aquela que melhor lhe aprouver.
REsp 1.862.676-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade,
julgado em 23/02/2021