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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO

BOLETIM DE DIREITO PRIVADO - Fevereiro de 2021

TJSP

1. CÂMARAS DE DIREITO PRIVADO

1ª a 10ª Câmaras

2021437-34.2021.8.26.0000 - GRATUIDADE DA JUSTIÇA - Requisitos - Relativa


presunção de veracidade da alegação de insuficiência de recursos - Necessidade de
comprovação da situação de hipossuficiência para o deferimento da gratuidade de justiça
- Hipótese em que os elementos constantes nos autos indicam que a agravante não
dispõe de recursos suficientes para o pagamento das despesas e custas processuais -
Benefício que é pessoal, sendo irrelevante a condição financeira dos familiares da menor
- Pensão alimentícia que, ainda que de alto valor, deve ser destinada apenas ao sustento
da requerida - Benefício concedido - Agravo provido. (Agravo de Instrumento n.
2021437-34.2021.8.26.0000 - Mogi das Cruzes - 1ª Câmara de Direito Privado -
Relator: Luiz Antonio de Godoy - 22/02/2021 - 53381 - Unânime)

2284592-61.2020.8.26.0000 - TUTELA PROVISÓRIA - Ação de obrigação de fazer -


Plano de saúde - Obesidade mórbida - Negativa de custeio de cirurgia plástica reparadora
pós-bariátrica - Cirurgia posterior à bariátrica não é meramente estética, mas sim
complementar à primeira e se encontra coberta - Observância dos princípios da boa-fé
objetiva e equilíbrio contratual - Súmula 97 do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
- Embora a cirurgia bariátrica tenha sido realizada há mais de um ano, a recomendação
médica de cirurgia plástica reparadora é recente, assim como o laudo psicológico -
Inexistência "a priori" antinomia entre a realização de cirurgia e a pandemia - Cabe ao
médico e à própria paciente a avaliação dos riscos em submeter-se a procedimento
cirúrgico nesse período - Situação de urgência configurada - Liminar concedida - Caso a
autora opte por profissionais fora da rede credenciada, deverá arcará com as despesas
desses profissionais não conveniados, podendo pedir o reembolso à operadora de saúde,
observados os limites fixados no contrato - Recurso provido. (Agravo de Instrumento n.
2284592-61.2020.8.26.0000 - Paulínia - 1ª Câmara de Direito Privado - Relator:
Francisco Eduardo Loureiro - 11/02/2021 - 37428 - Unânime)

2259216-73.2020.8.26.0000 - CUMPRIMENTO DE SENTENÇA - Impugnação de cálculos


- Descabimento - Cálculos elaborados pela exequente que cumpriram com exatidão o
disposto no título executivo judicial - Valor real do contrato corretamente considerado para
a aferição do valor econômico obtido com a ação - Ausência de óbice no cálculo dos juros
de mora "pro rata die" - Recurso desprovido. (Agravo de Instrumento n. 2259216-
73.2020.8.26.0000 - São Paulo - 1ª Câmara de Direito Privado - Relator: Luiz Antonio
de Godoy - 02/02/2021 - 53217 - Unânime)

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1013943-51.2020.8.26.0007 - AÇÕES DE FAMÍLIA - Multiparentalidade - Pretensão de


reconhecimento de maternidade socioafetiva sem exclusão de registro dos pais biológicos
- Viabilidade reconhecida em teoria na doutrina, tese de repercussão geral do Supremo
Tribunal Federal e enunciados do Conselho da Justiça Federal - Possibilidade, em
abstrato, que permite, no caso, maior dilação probatória para examinar a veracidade dos
fatos alegados e o interesse da menor, cuja proteção é prioritária constitucional e
legalmente - Sentença anulada, determinando-se a realização da devida instrução
processual - Recurso parcialmente provido. (Apelação Cível n. 1013943-
51.2020.8.26.0007 - São Paulo - 2ª Câmara de Direito Privado - Relator: Álvaro
Augusto dos Passos - 22/02/2021 - 35156 - Unânime)

2272958-44.2015.8.26.0000 - COMPETÊNCIA - Ação de indenização - Seguro


habitacional - Danos decorrentes de vícios de construção - Artigo 1030, II, do Código de
Processo Civil/2015 - Reapreciação - Nova conclusão ao Relator, por determinação do
DD. Presidente da Seção de Direito Privado - Tema 1011 do Supremo Tribunal Federal
(código 80718) - Recurso Extraordinário n. 827.996/PR - Apólice pública (Ramo 66) -
Competência da justiça federal - Acórdão reformado - Recurso provido. (Agravo de
Instrumento n. 2272958-44.2015.8.26.0000 - Cerqueira César - 2ª Câmara de Direito
Privado - Relator: Álvaro Augusto dos Passos - 19/02/2021 - 35168 - Unânime)

1003808-72.2019.8.26.0020 - COISA COMUM - Condomínio - Extinção - Propriedade


comum advinda de união estável - Indivisibilidade - Alienação judicial - Necessidade -
Arbitramento de aluguéis - Cabimento - Alegação da ré, de pendência de financiamento
sobre o bem, que não tem o condão de afastar o direito do autor - Sentença de
procedência mantida - Ratificação dos fundamentos do "decisum" - Aplicação do artigo
252 do RITJSP/2009 - Recurso improvido. (Apelação Cível n. 1003808-
72.2019.8.26.0020 - São Paulo - 2ª Câmara de Direito Privado - Relator: Álvaro
Augusto dos Passos - 19/02/2021 - 35191 - Unânime)

1002563-76.2018.8.26.0629 - REGISTRO DE IMÓVEIS - Adjudicação Compulsória -


Insurgência contra o reconhecimento do direito da autora em obter a escritura definitiva do
imóvel - Descabimento - Quitação - Prova - Pagamento devidamente efetuado - Alegação
de existência de saldo remanescente e interesse da CEF, em compor a lide, que não
prosperam - Sentença mantida - Ratificação dos fundamentos do "decisum" - Aplicação
do artigo 252 do RITJSP/2009 - Recurso improvido. (Apelação Cível n. 1002563-
76.2018.8.26.0629 - Tietê - 2ª Câmara de Direito Privado - Relator: Álvaro Augusto
dos Passos - 16/02/2021 - 35190 - Unânime)

2295888-80.2020.8.26.0000 - DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA -


Descabimento - Motivos elencados insuficientes - Inexistência de provas sobre abuso ou
fraude - Necessidade de busca de bens em nome da executada - Decisão reformada -
Recurso provido. (Agravo de Instrumento n. 2295888-80.2020.8.26.0000 - Cardoso - 2ª
Câmara de Direito Privado - Relator: Luiz Beethoven Giffoni Ferreira - 02/02/2021 -
31198 - Unânime)

1019797-55.2018.8.26.0602 - RECURSO - Apelação - Ação de Divórcio cumulada com


partilha, guarda, visitas e alimentos - Apelo interposto pelo advogado, em nome próprio,
para tutela de interesse do representado, que veio a óbito no curso do procedimento -

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Descabimento - Ação que ventila direitos e pretensões personalíssimos (artigos 1571, I, e


1582, ambos do Código Civil) - Falta de legitimação do apelante, ordinária e extraordinária
(artigo 18, Código de Processo Civil) - Jurisprudência desta Corte - Recurso não
conhecido. (Apelação Cível n. 1019797-55.2018.8.26.0602 - Sorocaba - 3ª Câmara de
Direito Privado - Relator: Artur Cesar Beretta da Silveira - 22/02/2021 - 46344 -
Unânime)

1007516-12.2018.8.26.0006 - CONTRATO - Plano de Saúde - Ação de obrigação de


fazer c/c reparação por danos morais - I. Reexame da matéria (artigo 1030, inciso II,
Código de Processo Civil) - Incidência do artigo 108, inciso IV, do Regimento Interno
deste Tribunal - II. Internação psiquiátrica - Conduta negocial que limita o custeio da
internação em clínica psiquiátrica em período superior a trinta dias, com a imposição de
custos de coparticipação - Atuação reputada abusiva - Procedência decretada na origem -
Irresignação da ré - Acolhida - III. Cláusula contratual que prevê a possibilidade de
cobrança de custos de coparticipação das despesas médico-hospitalares, superior a 30
dias, decorrentes de transtornos psiquiátricos, que não se revela abusiva - Entendimento
jurisprudencial da Colenda Corte Superior, firmado em sede de recursos repetitivos (Tema
1032 STJ, REsp n. 1.809.486/SP) - Observância, no entanto, da limitação da
coparticipação ao máximo de 50% do valor contratado entre a operadora de planos
privados de assistência à saúde e o respectivo prestador de serviços de saúde, conforme
indicado no precedente - Improcedência que se impõe - IV. Indenização por danos
morais, por consequência, que resta afastada - ACÓRDÃO, QUANTO AO TEMA,
RETIFICADO. (Apelação Cível n. 1007516-12.2018.8.26.0006 - São Paulo - 3ª Câmara
de Direito Privado - Relator: Carlos Eduardo Donegá Morandini - 16/02/2021 - 49653 -
Unânime)

2245018-31.2020.8.26.0000 - CUMPRIMENTO DE SENTENÇA - Decisão agravada que


rejeitou a impugnação à penhora de imóvel apresentada, tendo em vista a
intempestividade da peça ofertada e a preclusão consumativa - Insurgência - Não
acolhimento - Opera-se a preclusão consumativa quanto à impenhorabilidade do bem de
família quando houver decisão anterior acerca do tema, mesmo em se tratando de
matéria de ordem pública - Precedentes do Superior Tribunal de Justiça - Caso em que a
impenhorabilidade do bem de família foi afastada por decisão anterior, na ocasião da
apreciação da exceção de pré-executividade apresentada, da qual não houve recurso -
Preclusão consumativa operada - Decisão preservada - Recurso não provido. (Agravo de
Instrumento n. 2245018-31.2020.8.26.0000 - Praia Grande - 3ª Câmara de Direito
Privado - Relator: Dácio Tadeu Viviani Nicolau - 12/02/2021 - 35224 - Unânime)

1001361-76.2016.8.26.0292 - USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIO - Bem imóvel -


Requisitos autorizadores do direito pleiteado pelos Autores que não se mostram
presentes - Ausente comprovação do "animus domini" - Ausência ainda de demonstração
do requisito temporal - Autores que não demonstraram o exercício da posse mansa,
pacífica, contínua e sem oposição de terceiros - Sentença de improcedência mantida -
Honorários sucumbenciais majorados para 15% do valor da causa (artigo 85, § 11, do
Código de Processo Civil), observada a gratuidade processual concedida aos Autores -
Recurso não provido. (Apelação Cível n. 1001361-76.2016.8.26.0292 - Jacareí - 3ª
Câmara de Direito Privado - Relator: João Pazine Neto - 10/02/2021 - 27327 -
Unânime)

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2157585-86.2020.8.26.0000 - INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA


PERSONALIDADE JURÍDICA - Insurgência dos sócios contra deferimento da
desconsideração e inclusão no polo passivo - Acolhimento - Desconsideração nos termos
do artigo 28, § 8º, do Código de Defesa do Consumidor - Descabimento - Inexistência de
relação de consumo - Imóveis adquiridos para exploração econômica, segundo
reconhecimento dos próprios autores - Aplicação da teoria finalista a respeito da
configuração do consumidor - Precedentes - Inexistência dos requisitos do artigo 50 do
Código Civil - Excepcionalidade da desconsideração - Recurso provido. (Agravo de
Instrumento n. 2157585-86.2020.8.26.0000 - Campinas - 3ª Câmara de Direito Privado
- Relator: Carlos Alberto de Salles - 02/02/2021 - 22220 - Unânime)

1013803-59.2019.8.26.0554 - OBRIGAÇÃO DE FAZER - Contrato - Plano de saúde


coletivo empresarial - Sentença de procedência - Aplicação das normas do Código de
Defesa do Consumidor (CDC) - Possibilidade de atribuir à ré a obrigação em manter o
autor no plano de saúde coletivo, mesmo diante da saída dos demais beneficiários - Réu
que se encontra em tratamento oncológico - Sentença mantida - Recurso não provido.
(Apelação Cível n. 1013803-59.2019.8.26.0554 - Santo André - 4ª Câmara de Direito
Privado - Relator: Marcia Regina Dalla Déa Barone - 25/02/2021 - 28777 - Unânime)

1003873-21.2019.8.26.0003 - ALIMENTOS - Revisional - Ajuizamento pelo pai contra os


dois filhos menores - Pretensão à redução da pensão - Sentença de improcedência -
Inconformismo - Descabimento - Ausência de comprovação da modificação financeira
capaz de reduzir a pensão - Fortes indícios de ocultação das possibilidades financeiras -
Recurso desprovido. (Apelação Cível n. 1003873-21.2019.8.26.0003 - São Paulo - 4ª
Câmara de Direito Privado - Relator: Fábio de Oliveira Quadros - 19/02/2021 - 41734 -
Unânime)

2002195-89.2021.8.26.0000 - CUMPRIMENTO DE SENTENÇA - Ação declaratória com


restituição de valores - Decisão que rejeitou a impugnação ao cumprimento de sentença e
homologou os cálculos periciais - Insurgência - Descabimento - Questões postas pela
agravante que foram corretamente refutadas pelo perito que explicou, de forma precisa,
detalhada e satisfatória, cada uma delas - Correta rejeição da impugnação e
homologação do laudo pericial - Recurso não provido. (Agravo de Instrumento n.
2002195-89.2021.8.26.0000 - São Caetano do Sul - 4ª Câmara de Direito Privado -
Relator: Fábio de Oliveira Quadros - 05/02/2021 - 41351 - Unânime)

1007343-29.2020.8.26.0196 - ALVARÁ JUDICIAL - Expedição - Encerramento de


empresa familiar - Contrato social que prevê a continuidade da atividade empresarial em
caso de falecimento de sócio - Falecida que deixou bens e herdeiro - Inadequação da via
eleita - Fundamentos da sentença que dão sustentação às razões de decidir - Aplicação
do artigo 252 do Regimento Interno do Tribunal de Justiça de São Paulo - Precedentes do
Superior Tribunal de Justiça - Decisão mantida - Recurso não provido. (Apelação Cível n.
1007343-29.2020.8.26.0196 - Franca - 5ª Câmara de Direito Privado - Relator:
Erickson Gavazza Marques - 22/02/2021 - 35568 - Unânime)

1005395-05.2019.8.26.0320 - SEPARAÇÃO JUDICIAL - Ação declaratória de separação


de fato dos pais do autor - Varão falecido - Conjunto probatório produzido nos autos que

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não comprova de maneira inequívoca a separação de fato do casal - Ação improcedente -


Fundamentos da sentença que dão sustentação às razões de decidir - Aplicação do artigo
252 do Regimento Interno do Tribunal de Justiça de São Paulo - Precedentes do Superior
Tribunal de Justiça - Sentença mantida - Recurso não provido. (Apelação Cível n.
1005395-05.2019.8.26.0320 - Limeira - 5ª Câmara de Direito Privado - Relator:
Erickson Gavazza Marques - 22/02/2021 - 35749 - Unânime)

1026236-02.2019.8.26.0100 - OBRIGAÇÃO DE FAZER - Contrato - Pretensão de


contratação de plano de saúde em favor das coautoras menores, mediante
responsabilidade financeira da coautora madrinha das crianças - Sentença de
procedência, com condenação da operadora de saúde por litigância de má-fé - Apela a
corré Qualicorp sustentando ilegitimidade passiva e ausência de guarda - Apela a corré
Sul América sustentando falta de elegibilidade das apeladas, inexistência de litigância de
má-fé e ter deixado de comercializar contratos individuais - Descabimento dos reclamos -
Legitimidade passiva da administradora do contrato coletivo - Ausente justificativa
plausível para recusar a contratação - Instrumento firmado entre a coautora maior e a
genitora em que resta demonstrada a responsabilidade financeira daquela em relação às
crianças - Inexistência de prejuízo pela responsabilidade de quem detém hipótese
assemelhada à guarda de fato - Inocorrente falta de elegibilidade - Proposta originária de
contratação de plano coletivo por adesão subscrita por meio da entidade estudantil UBES
- Condição de "estudante" das autoras beneficiárias não restou afastado pelas rés -
Litigância de má-fé - Fixação com base em pesquisa realizada pelo magistrado
sentenciante que identificou a alteração da verdade dos fatos - Ausência de impugnação
específica - Recursos improvidos. (Apelação Cível n. 1026236-02.2019.8.26.0100 - São
Paulo - 5ª Câmara de Direito Privado - Relator: James Alberto Siano - 12/02/2021 -
38969 - Unânime)

1053445-46.2019.8.26.0002/50000 - RECURSO - Embargos de Declaração - Interposição


apontando omissão em relação à ausência de prescrição médica para tratamento com
fonoaudiólogo; omissão quanto ao fato de a prescrição médica ter sido feita por médico
especialista em cirurgia torácica; omissão em relação à melhora no quadro do menor, que
teria deixado de necessitar de todos os tratamentos que lhe vinham sendo assegurados
em "home care" - Cabimento do pedido de esclarecimentos, para sanar omissão,
entretanto, sem efeitos modificativos - É critério do médico assistente prescrever o
tratamento cabível a depender do quadro do paciente, bem como a razoável duração -
Havendo melhoras no quadro de saúde do paciente, fica a critério de seu médico avaliar a
necessidade de prorrogar o tratamento - Não cabe aos julgadores deliberarem a respeito
da necessidade ou não, do tratamento (fonoaudiologia), que ocorrerá de acordo com a
prescrição do médico assistente - O fato de o profissional que acompanha o menor ser
especialista em cirurgia torácica não altera o julgamento da necessidade de observância
das prescrições médicas - Embargos acolhidos para sanar a omissão, mas sem efeitos
modificativos. (Embargos de Declaração Cível n. 1053445-46.2019.8.26.0002/50000 -
São Paulo - 5ª Câmara de Direito Privado - Relator: James Alberto Siano -
09/02/2021 - 39029 - Unânime)

1011179-26.2015.8.26.0506 - COMPROMISSO DE VENDA E COMPRA - Bem imóvel -


Promitente comprador que pleiteia a restituição de valores pagos a título serviços de Taxa
de Assessoria Técnico-Imobiliária (SATI) - Sentença de parcial procedência - Ausência de

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demonstração da cobrança e quitação da referida taxa - Valores pagos apenas em


relação à intermediação da venda do imóvel - Sentença mantida - Recurso desprovido.
(Apelação Cível n. 1011179-26.2015.8.26.0506 - Ribeirão Preto - 5ª Câmara de Direito
Privado - Relator: João Francisco Moreira Viegas - 05/02/2021 - 29600 - Unânime)

1009678-27.2014.8.26.0068 - CONTRATO - Plano de saúde - Colocação de prótese de


quadril - Exclusão da cobertura - Reapreciação do recurso nos termos do artigo 1030, II,
do Código de Processo Civil/2015 - Contrato anterior à Lei Federal n. 9656/1998 ou não
adaptado - Tese firmada pelo Supremo Tribunal Federal em sede de repercussão geral -
Tema 123 - Mantido o reconhecimento da abusividade da recusa da cobertura, tendo em
vista a legislação consumerista, não sendo dado interpretar o contrato em apreço com
total desprezo por sua funcionalidade - Cobertura devida - Acórdão mantido, para negar
provimento ao apelo. (Apelação Cível n. 1009678-27.2014.8.26.0068 - Barueri - 6ª
Câmara de Direito Privado - Relator: Marcelo Fortes Barbosa Filho - 26/02/2021 -
16971 - Unânime)

1004225-43.2016.8.26.0048 - NOTIFICAÇÃO - Extrajudicial - Expedição via cartório de


registro de imóveis - Ação de nulidade do procedimento de retificação de área - Sentença
de procedência - Notificação do confrontante mediante envio de correspondência com
aviso de recebimento - Comprovação de que a correspondência foi enviada ao endereço
dos autores - Recebimento pelo filho de 17 anos que não se presta a invalidar o
procedimento - Sentença reformada - Ação julgada improcedente - Recursos providos.
(Apelação Cível n. 1004225-43.2016.8.26.0048 - Atibaia - 6ª Câmara de Direito
Privado - Relator: José Carlos Costa Netto - 23/02/2021 - 11303 - Unânime)

1001811-61.2018.8.26.0514 - ALIMENTOS - Obrigação alimentar - Pleito em favor de


filha maior, matriculada em curso superior de fisioterapia - Alimentos fixados em 30% dos
vencimentos líquidos, se empregado, ou 1(um) salário mínimo, se desempregado -
Insurgência do alimentante para reduzir os alimentos - Descabimento - Alimentos devidos
para filha maior, matriculada em curso superior, com gastos de mensalidade
comprovados - Ausência de provas da incapacidade financeira do alimentante - Pensão
alimentícia devida - Valor fixado com razoabilidade, observando-se o binômio
necessidade/possibilidade - Sentença mantida - Recurso desprovido. (Apelação Cível n.
1001811-61.2018.8.26.0514 - Itupeva - 6ª Câmara de Direito Privado - Relator: José
Carlos Costa Netto - 23/02/2021 - 11336 - Unânime)

1007530-63.2016.8.26.0362 - NEGÓCIO JURÍDICO - Anulação - Ação cumulada com


indenização por danos materiais e morais - Improcedência - Inconformismo - Não
acolhimento - Ação que tem por objeto o reconhecimento da nulidade do distrato de
permuta de imóveis celebrado entre as rés, sob a alegação de que o mesmo não foi
realizado através de escritura pública, e não contou com a assinatura e anuência da
autora, uma das permutantes - Contrato de permuta desfeito também efetivado por
instrumento particular - Transações envolvem imóveis cujos valores são superiores a 30
salários mínimos - Hipótese em que, tanto a permuta como seu posterior distrato, não
constituíram direitos reais entre as partes, porquanto não revestidos da formalidade
prevista em lei - Escritura pública - Controvérsia que deverá ser apreciada sob o prisma
da relação obrigacional existente entre as litigantes - Embora não tenha a requerente
participado do distrato, ela firmou recibo no qual indica ter recebido o valor que lhe cabia

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em decorrência do desfazimento da permuta, dando plena e geral quitação, o que supre a


ausência de sua assinatura - Inexistência de prova da alegada coação - Contexto fático
suficiente para afastar a anulação postulada - Danos morais não evidenciados - Autora
que não trouxe sequer indício de prova de que teria sido agredida fisicamente pela pelas
rés e terceiros - Inexistência de respaldo para a condenação das requeridas à
indenização por prejuízos imateriais - Sentença mantida - Recurso desprovido. (Apelação
Cível n. 1007530-63.2016.8.26.0362 - Mogi-Guaçu - 6ª Câmara de Direito Privado -
Relator: Paulo Alcides Amaral Salles - 08/02/2021 - 41484 - Unânime)

2240410-87.2020.8.26.0000 - MENOR - Guarda - Pedido formulado em ação de divórcio -


Genitor que pretende a concessão da guarda unilateral dos filhos - A despeito da
gravidade dos fatos ventilados pelo agravante, é indispensável o aprofundamento da
prova, inexistindo no momento indícios de que os menores, há mais de um ano sob a
guarda fática da agravada, estejam em situação de risco - Inexistência, por ora, de indício
da prática de maus tratos - Circunstância da genitora dos menores apresentar problemas
psicológicos/psiquiátricos que, por si, não permite concluir pela incapacidade de exercer
os cuidados necessários aos filhos - Estando os menores no momento sob os cuidados
da genitora, cabível a fixação de alimentos - Ainda que os menores não integrem o polo
ativo da demanda, sua guardiã fática propôs o presente feito, não se vislumbrando
qualquer prejuízo - Recurso improvido. (Agravo de Instrumento n. 2240410-
87.2020.8.26.0000 - Ribeirão Preto - 7ª Câmara de Direito Privado - Relator: Luis
Mario Galbetti - 22/02/2021 - 29580 - Unânime)

1000164-31.2020.8.26.0168 - DANO MORAL - Responsabilidade Civil - Demora


exagerada para liberação de procedimento cirúrgico cardíaco (quase um ano do pedido
médico e cinco meses após as cobranças por escrito) - Inadmissibilidade - Associada que
não pode ficar indefinidamente aguardando a apreciação de seu pedido - Descaso -
Danos morais configurados - Indenização devida - Decisão reformada - Recurso provido.
(Apelação Cível n. 1000164-31.2020.8.26.0168 - Dracena - 7ª Câmara de Direito
Privado - Relator: Luis Mario Galbetti - 12/02/2021 - 28466 - Unânime)

1002740-10.2020.8.26.0196 - ASSOCIAÇÃO - Desconto de contribuição em benefício


previdenciário - Pretensão da autora a restituição de valores cobrados pela associação ré,
bem como indenização por danos morais - Sentença de parcial procedência - Apelo da
autora - Possibilidade - Aposentada com idade já avançada que foi vítima de descontos
indevidos em sua aposentadoria, perpetrados por entidade cuja finalidade deveria ser a
defesa dos direitos dos aposentados - Associação que, como outras similares, figura
como ré em diversos processos fundados na mesma cobrança indevida - Conduta ilegal e
reiterada de violação aos direitos dos aposentados que deve ser coibida - Danos morais
que devem ser fixados em "quantum" adequado ao caráter punitivo e compensatória da
medida - Recurso provido, com determinação para expedição de oficio ao MP. (Apelação
Cível n. 1002740-10.2020.8.26.0196 - Franca - 7ª Câmara de Direito Privado - Relator:
Mary Grun - 08/02/2021 - 21707 - Unânime)

2022410-86.2021.8.26.0000 - GRATUIDADE DA JUSTIÇA - Custas processuais - Ação


de exoneração de alimentos - Decisão que indeferiu o benefício da gratuidade -
Inconformismo - Rejeição - Presunção legal de insuficiência de recursos que foi afastada
por elementos dos autos - Rendimentos acima daqueles considerados como condizentes

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para a concessão da benesse - Decisão mantida - Recurso desprovido. (Agravo de


Instrumento n. 2022410-86.2021.8.26.0000 - São Paulo - 8ª Câmara de Direito Privado
- Relator: Luiz Fernando Salles Rossi - 23/02/2021 - 45547 - Unânime)

1007050-03.2018.8.26.0011 - CONTRATO - Cláusula Contratual - Plano de Saúde


Coletivo - Revisão - Sentença que declarou a nulidade dos reajustes do prêmio por
sinistralidade - Ônus da ré de comprovar a origem dos respectivos aumentos - Regra
prevista no artigo 6º, inciso VIII do Código de Defesa do Consumidor - Possibilidade, em
tese, de reajustes por sinistralidade e variação dos custos médicos hospitalares, pois têm
o escopo de manter o equilíbrio do contrato - Prova pericial constatou falta de divulgação
por parte da operadora das variáveis que compõem a fórmula aritmética de cálculo do
reajuste - Violação do princípio da informação, anexo à boa-fé objetiva - Cláusula do
contrato abusiva - Substituição pelos índices divulgados pela ANS no período em
discussão - Preservação das cláusulas para futuros reajustes - Precedentes desta 8ª
Câmara de Direito Privado - Não houve recurso do autor contra o capítulo da sentença
que deixou de declarar a nulidade das correspondentes cláusulas do contrato - Sentença
mantida - Recurso desprovido. (Apelação Cível n. 1007050-03.2018.8.26.0011 - São
Paulo - 8ª Câmara de Direito Privado - Relator: Theodureto de Almeida Camargo
Neto - 19/02/2021 - 26263 - Unânime)

0022747-43.2019.8.26.0562 - COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA - Rescisão de


contrato cumulada com indenização - Atraso na entrega do imóvel - Patente a
legitimidade do corréu, uma vez que admite ser cessionário dos créditos decorrentes do
financiamento ao empreendimento - Ademais, a responsabilidade solidária do fundo ficou
restrita aos valores que recebeu, justamente por não ter estabelecido relação direta com a
conduta da construtora ou incorporadora - Cerceamento de defesa afastado - O atraso na
obra é incontroverso - A tolerância de 180 dias após o prazo para entrega do imóvel é
justamente pelas possíveis ocorrências de caso fortuito ou força maior - Novos prazos,
além desta prorrogação, já se tornam abusivos, e criam uma vantagem excessiva ao
promitente comprador - O inadimplemento do contrato por uma parte dá à outra o direito
de resolvê-lo, e isso implica retornar às partes ao "status quo ante" - De rigor a
condenação das rés na devolução integral dos valores pagos para aquisição do imóvel,
acrescidos de atualização monetária a partir de cada desembolso e juros legais a partir da
citação - Ainda que esta Câmara entenda pela inexistência de danos morais em caso de
inadimplemento contratual, no caso específico houve o abandono da obra, e não mero
atraso, o que justifica a condenação imposta em sentença - Recursos desprovidos.
(Apelação Cível n. 0022747-43.2019.8.26.0562 - Santos - 8ª Câmara de Direito
Privado - Relator: João Batista Silvério da Silva - 03/02/2021 - 21657 - Unânime)

1003343-96.2020.8.26.0224 - CONTRATO - Plano de saúde - Negativa de custeio de


tratamento para "Transtorno do Espectro Autista" - Procedência decretada - Abusividade
reconhecida - Alegação de que o tratamento, em especial as sessões, possuem limitação
contratual, de acordo com a ANS e o contrato - Inadmissibilidade - Empresa prestadora
de serviços de assistência médica que não pode interferir na indicação feita pelo médico -
Aplicação de novas técnicas que decorrem da evolução da medicina, sendo exigível, para
defesa do consumidor a especificação de não cobertura nos contratos - Pedido médico
que justifica a necessidade de realização do número de sessões - Dever da ré de
disponibilizar ou custear o tratamento indicado à autora, sem limite de sessões - Recurso

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desprovido. (Apelação Cível n. 1003343-96.2020.8.26.0224 - Guarulhos - 9ª Câmara de


Direito Privado - Relator: Galdino Toledo Júnior - 19/02/2021 - 30022 - Unânime)

1000267-02.2020.8.26.0180 - ALIMENTOS - Avoengos - Sentença de improcedência -


Inconformismo do autor - Genitor do autor dependente químico - Constantes internações
compulsórias e prisões - Subsidiariedade configurada - Impossibilidade da genitora de
arcar com as necessidades do autor sem a ajuda do genitor demonstrada - Avó paterna
que, apesar de limitados recursos, eis que percebe mensalmente valor aproximado de
R$1.600,00 (Um mil e seiscentos reais), tem também quatro filhos, três desempregados e
um neto menor que com ela vivem, pode arcar com contribuição módica ao autor -
Alimentos, entretanto, estabelecidos em 10% sobre os rendimentos líquidos da ré, com
piso de 10% sobre o salário mínimo - Recurso parcialmente provido. (Apelação Cível n.
1000267-02.2020.8.26.0180 - Espírito Santo do Pinhal - 9ª Câmara de Direito Privado
- Relator: Walter Piva Rodrigues - 10/02/2021 - 38989 - Unânime)

1025199-09.2019.8.26.0562 - RESPONSABILIDADE CIVIL - Ação de indenização por


dano moral - Alegação de que réu, ex-namorado e genitor da filha comum havido com a
autora, teria proferido agressões, injúrias e ameaças verbais ofensivas contra a honra da
autora e à filha comum das partes, por meio de aplicativo de mensagens - Sentença de
improcedência - Inconformismo da parte autora - Não provimento - Sentença mantida por
seus próprios fundamentos (artigo 252, RITJSP) - 1. Ausência de dano moral indenizável
(artigo 5º, inc. V e X, Constituição Federal/88, cumulado com os artigos 927, 186, 187,
Código Civil/02) - Não preenchimento dos requisitos de dever de indenizar, em especial
conduta ilícita - Além da ausência de apresentação, pela autora, do integral teor da
conversa mantida com o réu, de modo a contextualizar a finalidade e intenção das
mensagens, observa-se que ambas as partes trocaram ofensas e agressões verbais
recíprocas - Comportamento contraditório da parte autora, ao tentar reaproximação do
réu-apelado, a evidenciar que resultado da suposta violência psicológica e moral não foi
ensejador de dano à sua integridade física ou psicológica - 2. Recurso da autora
desprovido. (Apelação Cível n. 1025199-09.2019.8.26.0562 - Santos - 9ª Câmara de
Direito Privado - Relator: Walter Piva Rodrigues - 01/02/2021 - 38942 - Unânime)

2243177-98.2020.8.26.0000 - MENOR - Guarda - Ação de divórcio litigioso - Demanda


ajuizada pelo varão - Pretendida a regulamentação de guarda das filhas em favor da
genitora e regime de convivência ao autor-agravante - Indeferimento - Necessária
observância ao disposto no artigo 300, do Código de Processo Civil/2015 - Dilação
probatória apurará, de forma segura, o que for melhor para as menores diante das
circunstâncias apresentadas pelo caso concreto, inclusive no tocante ao campo afetivo -
Agravo improvido. (Agravo de Instrumento n. 2243177-98.2020.8.26.0000 - Campinas -
10ª Câmara de Direito Privado - Relator: Elcio Trujillo - 18/02/2021 - 39460 -
Unânime)

2243177-98.2020.8.26.0000 - ALIMENTOS - Provisórios - Obrigação devida pelo genitor


em favor das filhas - Pretendida a redução do encargo alimentar arbitrado -
Impossibilidade - Matéria a envolver mérito diante argumentos das partes no sentido de
se apurar o equilíbrio entre a possibilidade do alimentante em prestar os alimentos e a
necessidade daquelas que dependem da prestação - Pequena adequação, apenas,
quanto à base de cálculo da verba alimentar - Decisão parcialmente reformada - Agravo

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parcialmente provido. (Agravo de Instrumento n. 2243177-98.2020.8.26.0000 -


Campinas - 10ª Câmara de Direito Privado - Relator: Elcio Trujillo - 18/02/2021 -
39460 - Unânime)

2250019-31.2019.8.26.0000/50000 - RECURSO - Agravo Interno - Alegação de que o


recurso foi interposto contra nova decisão do Juízo, e não contra pedido de
reconsideração - Inocorrência - Recorrente que claramente requereu a reconsideração da
decisão - A falta de nova deliberação a respeito significa que o Juízo entendeu inexistirem
elementos suficientes para alterar sua convicção a respeito - Inexistência de oposição de
Embargos de Declaração contra a alegada omissão do Juízo ou a interposição de Agravo
de Instrumento, tempestivamente - Interposição tardia do recurso, quando já escoado o
prazo legal - Decisão mantida - Agravo Interno não provido. (Agravo Interno Cível n.
2250019-31.2019.8.26.0000/50000 - Andradina - 10ª Câmara de Direito Privado -
Relator: João Carlos Saletti - 12/02/2021 - 32369 - Unânime)

1002444-72.2017.8.26.0590 - REGISTRO DE IMÓVEIS - Adjudicação Compulsória -


Outorga da escritura definitiva do imóvel - Cabimento - Existência de interesse processual
da parte adquirente - Quitação do imóvel e não localização dos promitentes vendedores
diante da notícia de falecimento - Prova da quitação e da cadeia registraria - Sentença
mantida - Recurso desprovido. (Apelação Cível n. 1002444-72.2017.8.26.0590 - São
Vicente - 10ª Câmara de Direito Privado - Relator: Luiz Antonio Coelho Mendes -
01/02/2021 - 28193 - Unânime)

11ª a 24ª Câmaras

1010564-35.2020.8.26.0482 - SEGURO - Ação regressiva - Prestação de serviços de


energia elétrica - Ação movida por seguradora em face de concessionária de serviço
público - Danos causados em equipamentos eletroeletrônicos de segurado, segundo a
seguradora, decorrentes de "distúrbio ou sobrecarga de energia elétrica" - Sentença de
procedência - Inconformismo da ré - Cabimento - Embora objetiva a responsabilidade da
concessionária, é necessária a demonstração do nexo de causalidade entre os danos
anunciados e a conduta omissiva ou comissiva da companhia de energia - Nexo causal
não demonstrado - Recurso provido para reforma da sentença e improcedência do
pedido. (Apelação Cível n. 1010564-35.2020.8.26.0482 - Presidente Prudente - 11ª
Câmara de Direito Privado - Relator: Gil Ernesto Gomes Coelho - 17/02/2021 - 35117
- Unânime)

1119274-68.2019.8.26.0100 - RESPONSABILIDADE CIVIL - Transporte aéreo -


Passageiros - Voo internacional - De Buenos Aires, na Argentina a São Paulo, no Brasil -
Atraso - Ação de indenização por danos materiais e morais - Sentença de improcedência -
Inconformismo - Descabimento - Tornado e greve de aeroportuários que atingiu Buenos
Aires, na Argentina, tumultuando o tráfego aéreo da região - Atraso no voo dos autores
que alcançou dezessete horas até conseguirem chegar a São Paulo - Caso fortuito ou de
força maior - Danos morais e materiais não evidenciados - Indenizações indevidas -
Sentença mantida - Recurso improvido. (Apelação Cível n. 1119274-68.2019.8.26.0100 -

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São Paulo - 11ª Câmara de Direito Privado - Relator: Alberto Marino Neto -
08/02/2021 - 32446 - Unânime)

0002704-19.1988.8.26.0224 - HONORÁRIOS DE ADVOGADO - Sucumbência -


Execução por título extrajudicial - Cédula de crédito comercial - Pronúncia da prescrição
intercorrente da pretensão formulada na inicial - Condenação do exequente ao
pagamento de honorários de sucumbência - Inconformismo - Cabimento - Executados
que deram causa à propositura da ação - Inadmissível que o credor, além de não receber
o crédito que lhe cabe o qual foi fulminado pela prescrição intercorrente seja ainda
condenado ao pagamento dos honorários de sucumbência - Não se hão de fixar
honorários de sucumbência em detrimento do credor que se valeu do meio processual
adequado para obter a satisfação de seu crédito - Condenação afastada - Recurso
provido. (Apelação Cível n. 0002704-19.1988.8.26.0224 - Guarulhos - 12ª Câmara de
Direito Privado - Relator: Sandra Maria Galhardo Esteves - 11/02/2021 - 26222 -
Unânime)

1009454-26.2017.8.26.0637 - COMPETÊNCIA RECURSAL - Ação versando sobre a


constituição de servidão administrativa utilizada para passagem de linha de transmissão
de energia elétrica em imóvel particular - Competência da Seção de Direito Público (1ª a
13ª Câmaras), deste Tribunal, conforme artigo 3º, inciso I.7, "b" e I.11, da Resolução n.
623/2013 - Recurso não conhecido, com determinação de redistribuição. (Apelação Cível
n. 1009454-26.2017.8.26.0637 - Tupã - 12ª Câmara de Direito Privado - Relator: José
Jacob Valente - 04/02/2021 - 32378 - Unânime)

1001022-91.2019.8.26.0590 - SENTENÇA - Nulidade - Cerceamento de defesa -


Inocorrência - Provas produzidas que autorizavam o julgamento antecipado do processo,
sem necessidade de produção de outras provas - Prova oral inócua ao deslinde da
controvérsia - Ausência de intimação do réu para manifestar-se sobre avaliação
imobiliária juntada pelo autor - Convencimento do Juízo "a quo" que não se baseou no
referido documento, mas nas demais provas produzidas - Preliminares rejeitadas.
(Apelação Cível n. 1001022-91.2019.8.26.0590 - São Vicente - 13ª Câmara de Direito
Privado - Relator: Francisco Giaquinto - 10/02/2021 - 33794 - Unânime)

1001022-91.2019.8.26.0590 - POSSESSÓRIA - Reintegração de posse - Bem imóvel -


Ocupação pelo réu sem permissão do autor proprietário - Esbulho possessório
caracterizado - Autor proprietário do imóvel que notificou o réu quando ocorreu a invasão -
Prova pericial que comprovou o esbulho praticado pelo réu - Requisitos do artigo 561 do
Código de Processo Civil e artigo 1210 do Código Civil preenchidos, autorizando a
reintegração do autor na posse do imóvel - Réu que não comprovou posse mansa e
pacífica do imóvel pelo tempo necessário, impedindo o reconhecimento da usucapião
como meio de defesa - Cabível a condenação ao pagamento de danos materiais, pela
indevida ocupação do imóvel - Sentença de procedência mantida - Recurso improvido.
(Apelação Cível n. 1001022-91.2019.8.26.0590 - São Vicente - 13ª Câmara de Direito
Privado - Relator: Francisco Giaquinto - 10/02/2021 - 33794 - Unânime)

1001451-20.2020.8.26.0268 - TARIFA - Serviços bancários - Avaliação do bem - Ação


revisional de contrato bancário - Financiamento de veículo - Aplicabilidade do Código de
Defesa do Consumidor - Ausência de documento nos autos para que se comprovasse sua

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efetiva prestação, devendo, portanto, sua cobrança ser restituída à autora - Reconhecida
a ilegalidade da cobrança da tarifa - Sentença de parcial procedência mantida - Recurso
improvido. (Apelação Cível n. 1001451-20.2020.8.26.0268 - Itapecerica da Serra - 13ª
Câmara de Direito Privado - Relator: Heraldo de Oliveira Silva - 05/02/2021 - 47765 -
Unânime)

1004524-53.2018.8.26.0176 - RESPONSABILIDADE CIVIL - Instituição financeira - Ação


de reparação por danos material e moral - Sentença de improcedência - Pleito de reforma
- Cabimento em parte - Autor que fora contatado por fraudador para renegociação de
mútuo em aberto, vindo a realizar pagamento - Falha na prestação do serviço de um
Banco apelado, que permitiu o acesso a dados por terceiro - Outro Banco apelado que
deve responder solidariamente por ter viabilizado a abertura de conta corrente por
delinquente, providenciando, inclusive, serviço de cobrança via boleto - Responsabilidade
objetiva das instituições financeiras - Súmula 479, do Superior Tribunal de Justiça - Risco
do negócio - Danos material e moral evidenciados - Indenizações devidas - Valor pelo
dano extrapatrimonial a ser arbitrado em consonância com os princípios da razoabilidade
e proporcionalidade - Recurso parcialmente provido. (Apelação Cível n. 1004524-
53.2018.8.26.0176 - Embu das Artes - 14ª Câmara de Direito Privado - Relator: Carlos
Henrique Abrão - 10/02/2021 - 50031 - Unânime)

1004478-21.2019.8.26.0082 - CONTRATO - Prestação de serviços - Ensino - Serviços


educacionais de ensino superior - Parte demandada que assumiria a garantia de
pagamento das prestações do Fies (fundo de financiamento estudantil) - Ação de
obrigação de fazer cumulada com indenização por danos morais e tutela antecipada -
Sentença de improcedência - Inconformismo - Alegação de propaganda enganosa
praticada pelos réus que implicaria em que devessem arcar com o pagamento integral
das parcelas do financiamento que firmou - Cabimento - Abusividade da contratação que
deve ser reconhecida, nos termos do Código de Defesa do Consumidor, carecendo de
clareza, outrossim, as cláusulas contratuais que estabelecem as condições para obtenção
desta garantia - Obrigação de quitação do empréstimo que deve ser cumprida pela
instituição de ensino - Ocorrência de dano moral também configurada, face a negativação
indevida do nome da demandante - Legitimidade passiva do Banco do Brasil que atuou
como agente financeiro do Fundo Nacional de Desenvolvimento Estudantil (FNDE) -
Competência da Justiça Federal para processamento da ação não configurada, pois não
restou evidenciado interesse da União no caso vertente - Ação que deve ser julgada
procedente - Recurso da autora provido. (Apelação Cível n. 1004478-21.2019.8.26.0082
- Boituva - 14ª Câmara de Direito Privado - Relator: Sebastião Thiago de Siqueira -
03/02/2021 - 45503 - Unânime)

1022921-29.2020.8.26.0100 - RESPONSABILIDADE CIVIL - Transporte aéreo -


Passageiros - Voo internacional - De Buenos Aires, na Argentina para Belo Horizonte, no
Brasil - Ação de indenização por danos morais - Atraso de quinze horas do voo
originalmente contratado -Alegação de condições climáticas - Descabimento - Fato que
caracteriza fortuito interno - Reponsabilidade objetiva da ré, nos termos do artigo 14 do
Código de Defesa do Consumidor, ínsita ao contrato de transporte aéreo - Indiscutível o
aborrecimento e incômodo daí decorrentes, não se tratando, pois, de mero dissabor -
Dano moral evidenciado - Indenização devida, com valor majorado em oito mil reais e
juros da citação (responsabilidade contratual) - Recurso da ré improvido, parcialmente

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acolhido o adesivo. (Apelação Cível n. 1022921-29.2020.8.26.0100 - Barueri - 15ª


Câmara de Direito Privado - Relator: Edison Vicentini Barroso - 16/02/2021 - 25946 -
Unânime)

1020561-27.2020.8.26.0002 - CONTRATO BANCÁRIO - Financiamento para aquisição


de veículo automotor livremente pactuado - Ação revisional - Descabida a cobrança da
despesa com seguro de proteção financeira, posto que foi imposta sua contratação com
seguradora do mesmo grupo econômico da ré, retirando da autora a liberdade de
escolher aquela de seu interesse, que pudesse lhe oferecer melhores vantagens -
Ausência de juntada de apólice - Cobrança indevida (REsp n. 1639259/SP) - Imposição
de aquisição de título de capitalização, que não guarda qualquer relação com
financiamento de veículo e tampouco com os serviços que são prestados por ocasião da
aquisição do bem - Operação casada - Caracterização - Infringência ao artigo 39, I, do
Código de Defesa do Consumidor - Juros moratórios previstos em contrato que não
podem ultrapassar o percentual de um por cento ao mês, nos termos da Súmula 379 do
Superior Tribunal de Justiça - Correção monetária, que é mera recomposição do poder de
compra da moeda, com incidência a partir do desembolso - Hipótese de ilícito contratual -
Juros de mora devidos a partir da citação, quando a devedora foi constituída em mora
(artigo 240 do novo Código de Processo Civil) - Recurso parcialmente provido a fim de
que a correção monetária incida a partir do desembolso, mantida, no mais, a sentença.
(Apelação Cível n. 1020561-27.2020.8.26.0002 - São Paulo - 15ª Câmara de Direito
Privado - Relator: Carlos Alberto de Campos Mendes Pereira - 13/02/2021 - 23644 -
Unânime)

1011974-33.2018.8.26.0019 - PROVA - Ônus - Contrato bancário - Restituição de valores


e indenização por dano moral - Sentença de improcedência - Pleito de reforma -
Descabimento - Comprovação por parte da instituição financeira da inexistência de saldo
nas contas do autor, bem como a longa ausência de movimentação - Permanência do
ônus do autor em comprovar a existência de saldo após o resgate ocorrido e comprovado
pela ré - Sentença mantida - Majoração da verba nos termos do artigo 85, § 11º do novo
Código de Processo Civil - Recurso improvido. (Apelação Cível n. 1011974-
33.2018.8.26.0019 - Americana - 16ª Câmara de Direito Privado - Relator: Mauro
Conti Machado - 07/02/2021 - 43239 - Unânime)

1001453-93.2019.8.26.0439 - DANO MORAL - Responsabilidade civil - Contrato bancário


cancelado antes do ajuizamento da presente demanda, sem que qualquer desconto tenha
sido realizado sobre os proventos da autora - Autora que não comprovou ter sofrido
qualquer abalo psicológico ou restrição de crédito, ou alteração do seu comportamento
habitual, em razão dos contratempos, não estando configurada ofensa à sua honra e
tampouco abalo do seu conceito perante a sociedade - Dano moral não evidenciado -
Indenização indevida - Sentença de improcedência mantida - Recurso improvido.
(Apelação Cível n. 1001453-93.2019.8.26.0439 - Pereira Barreto - 16ª Câmara de
Direito Privado - Relator: José Roberto Coutinho de Arruda - 05/02/2021 - 38620 -
Unânime)

1002634-53.2018.8.26.0120 - CONTRATO BANCÁRIO - Cartão de crédito - Ação de


obrigação de fazer cumulada com repetição de indébito e indenização por danos morais -
Sentença de improcedência - Pleito de reforma - Autora sustenta que esperava a

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contratação do empréstimo consignado convencional, no entanto, o Banco realizou na


modalidade de cartão de crédito, efetuando descontos em seu benefício previdenciário,
descritos como reserva de margem consignável (RMC), sem prestar as devidas
informações - Alegação de vício do consentimento - Descabimento - Quadro probatório
que demonstra que a autora tinha plena ciência dos termos pactuados - Documentos que
comprovam a utilização do cartão em diversos estabelecimentos comerciais -
Improcedência da ação mantida - Recurso improvido. (Apelação Cível n. 1002634-
53.2018.8.26.0120 - Cândido Mota - 17ª Câmara de Direito Privado - Relator:
Teodozio de Souza Lopes - 16/02/2021 - 38434 - Unânime)

1002923-65.2020.8.26.0071 - RESPONSABILIDADE CIVIL - Dano material - Prestação


de serviços - Fornecimento de energia elétrica - Equipamento da autora danificado por
descarga de energia elétrica - Ação indenizatória - Sentença de procedência - Pleito de
reforma - Descabimento - Laudo pericial conclusivo na existência do dano e do nexo de
causalidade - Responsabilidade objetiva da concessionária de serviço público - Artigo 37,
§ 6º, da Constituição Federal - Dano evidenciado - Indenização devida - Sentença
mantida - Recurso improvido. (Apelação Cível n. 1002923-65.2020.8.26.0071 - Bauru -
17ª Câmara de Direito Privado - Relator: Afonso Celso Nogueira Braz - 04/02/2021 -
33091 - Maioria de votos com voto declarado)

1007788-43.2020.8.26.0068 - DANO MORAL - Banco de dados - Inscrição indevida - Não


reconhecimento - Comprovação da existência da contratação, das compras de cartão de
crédito realizadas e da assinatura do contrato com apresentação dos documentos
pessoais, além do pagamento de faturas - Inocorrência de fraude - Regularidade do
débito - Inadimplência configurada - Negativação - Exercício regular de direito - Dano
moral não evidenciado - Indenização indevida - Improcedência e sucumbência exclusiva
da parte autora - Sentença mantida - Artigo 252, do Regimento Interno do Tribunal de
Justiça de São Paulo - Artigo 23, do Assento Regimental n. 562/2017 - Recurso
improvido. (Apelação Cível n. 1007788-43.2020.8.26.0068 - Barueri - 18ª Câmara de
Direito Privado - Relator: Henrique Rodriguero Clavisio - 10/02/2021 - 39595 -
Unânime)

1001923-05.2017.8.26.0663 - EXTINÇÃO DO PROCESSO - Título executivo judicial -


Execução individual - Sentença de extinção - Apelação - Juiz deixou de intimar o Banco
para o pagamento do débito remanescente - Aludido pedido foi reiteradamente formulado
pelo exequente - Violação ao devido processo legal, previsto no inciso LV, do artigo 5º da
Constituição Federal - Nulidade caracterizada - Todavia, observa-se que previamente à
referida intimação, os cálculos devem ser refeitos - Exequente que não pleiteou os juros
remuneratórios por ocasião da exordial - Juízo "a quo" que extrapolou os limites da lide ao
determinar a incidência do referido encargo - Compete ao Magistrado proceder à
verificação dos cálculos - Erro de cálculo pode ser corrigido a qualquer tempo, eis que
não se sujeita aos efeitos da preclusão - Inteligência do inciso I, do artigo 494 do Código
de Processo Civil - Recurso provido para anular a sentença, com observação. (Apelação
Cível n. 1001923-05.2017.8.26.0663 - Votorantim - 18ª Câmara de Direito Privado -
Relator: Carlos Alberto Lopes - 01/02/2021 - não consta - Unânime)

1022759-37.2020.8.26.0002 - CONTRATO BANCÁRIO - Cédula de crédito bancário -


Ação revisional - Sentença de parcial procedência para reconhecer a nulidade da

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contratação do seguro prestamista - Pleito de reforma - Descabimento - Cobrança


descabida do prêmio do seguro prestamista, nos termos de recurso repetitivo (REsp
1.639.320/SP), que traçou orientação no sentido de que, nos contratos bancários em
geral, o consumidor não pode ser compelido a contratar seguro com a instituição
financeira ou com seguradora por ela indicada - Hipótese em que a instituição financeira e
a seguradora integram o mesmo grupo econômico - Sentença mantida - Recurso
improvido. (Apelação Cível n. 1022759-37.2020.8.26.0002 - São Paulo - 19ª Câmara de
Direito Privado - Relator: João Camillo de Almeida Prado Costa - 15/02/2021 - 40592
- Unânime)

1001121-58.2019.8.26.0009 - DANO MORAL - Banco de dados - Anotação em cadastro


de proteção ao crédito - Ação declaratória cumulada com indenizatória - Sentença de
rejeição dos pedidos - Irresignação improcedente - Elementos dos autos convencendo de
que a autora contratou e utilizou o cartão de crédito cujo débito, não satisfeito, foi inscrito
no cadastro restritivo - Dano não evidenciado - Indenização indevida - Má-fé processual,
contudo, não caracterizada - Recurso improvido. (Apelação Cível n. 1001121-
58.2019.8.26.0009 - São Paulo - 19ª Câmara de Direito Privado - Relator: Ricardo
Pessoa de Mello Belli - 03/02/2021 - 36554 - Unânime)

1012148-40.2020.8.26.0482 - SEGURO - Ação regressiva de ressarcimento - Oscilação


da corrente elétrica - Sentença de improcedência - Pleito de reforma - Descabimento -
Ausência de prova do pagamento pela seguradora apelante aos segurados da
indenização - Nenhum dos documentos juntados pela seguradora autora veio
acompanhado por comprovante de depósito, transferência bancária ou de outro meio de
pagamento e ausente recibos de quitação da indenização, firmado pela segurada, prova
esta que era de fácil produção - Ademais, telas de sistema interno da seguradora não têm
o condão de demonstrar o pagamento efetivado ao segurado - Julgamento de
desprovimento do recurso, com observação de que fica alterado o dispositivo da sentença
recorrida, de improcedência da ação, para o de julgamento de extinção do processo, sem
resolução do mérito, com base no artigo 485, VI e § 3º, do Código de Processo Civil de
2015, por ilegitimidade ativa e falta de interesse processual - Recurso improvido, com
observação. (Apelação Cível n. 1012148-40.2020.8.26.0482 - Presidente Prudente -
20ª Câmara de Direito Privado - Relator: Manoel Ricardo Rebello Pinho - 22/02/2021 -
37378 - Unânime)

1006361-18.2017.8.26.0132 - POSSESSÓRIA - Reintegração de posse - Bem imóvel -


Sentença de improcedência - Inconformismo da parte autora - Descabimento - Existência
de ação anterior que anulou todos os registros de doação ou venda realizados pelos
antigos proprietários - Herdeiras que não mais têm direito a reivindicar a posse do imóvel,
tendo em vista que o registro da escritura pública, que embasou o pedido nesta ação
possessória, foi declarado ineficaz - Sentença mantida - Recurso improvido. (Apelação
Cível n. 1006361-18.2017.8.26.0132 - Catanduva - 20ª Câmara de Direito Privado -
Relator: Roberto Maia Filho - 02/02/2021 - 22519 - Unânime)

1011239-35.2020.8.26.0114 - PROVA - Produção - Ação declaratória de inexistência de


débito cumulada com indenizatória por danos morais - Empréstimos consignados
firmados com os dados da requerente, com desconto das parcelas em seu benefício
previdenciário - Sentença de improcedência - Inconformismo - Alegação da autora de que

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não teria assinado os contratos que constituíram as dívidas em questão - Dúvida acerca
da efetiva assinatura ou não dos instrumentos questionados - Necessidade de produção
de prova pericial verificada - Cerceamento de defesa evidenciado - Sentença anulada -
Instrução processual determinada - Recurso parcialmente provido. (Apelação Cível n.
1011239-35.2020.8.26.0114 - Campinas - 21ª Câmara de Direito Privado - Relator:
Ademir de Carvalho Benedito - 22/02/2021 - 51813 - Unânime)

1000972-67.2020.8.26.0481 - RESPONSABILIDADE CIVIL - Instituição financeira -


Contrato bancário - Empréstimos - Transações não reconhecidas - Ônus do réu, do qual
não se desincumbiu, de provar que as operações foram realizadas de forma lícita -
Afronta ao disposto no artigo 373, inciso II, do Código de Processo Civil - Fraude
caracterizada - Responsabilidade objetiva - Inteligência da Súmula 479 do Superior
Tribunal de Justiça - Inexigibilidade do débito reconhecida - Dano moral configurado -
"Quantum" indenizatório bem fixado - Sentença mantida - Recurso improvido. (Apelação
Cível n. 1000972-67.2020.8.26.0481 - Presidente Epitácio - 21ª Câmara de Direito
Privado - Relator: Wellington Maia da Rocha - 09/02/2021 - 38956 - Unânime)

1003907-62.2020.8.26.0002 - RESPONSABILIDADE CIVIL - Transporte aéreo -


Passageiros - Voo internacional - De Curitiba (PR) a La Serena, no Chile - Cancelamento
de voo - Ação de indenização por danos morais - Sentença de parcial procedência - Pleito
de reforma - Alegação de que o noticiado cancelamento do voo se deu pela necessidade
de adaptação da malha área ocorrida no dia - Afirma ter prestado toda assistência à
apelada, em conformidade com a Resolução da Agência Nacional de Aviação Civil
(ANAC), e que, apesar do atraso na chegada ao destino, não foram comprovados os
supostos danos - Descabimento - Autora que chegou ao destino dezessete horas depois
do horário inicialmente previsto, sem o recebimento de qualquer auxílio material por parte
da ré - Alegada readequação da malha aérea pela autoridade aeroportuária não
comprovada - Eventual alteração da malha aérea representaria fortuito interno, abrangido
pelo risco da atividade desenvolvida - Falha na prestação de serviços configurada - Dano
moral caracterizado - Indenização devida e arbitrada em um mil e duzentos direitos
especiais de saque - Valor adequado que não discrepa do usualmente adotado por esta
Câmara - Sentença mantida - Recurso improvido. (Apelação Cível n. 1003907-
62.2020.8.26.0002 - São Paulo - 22ª Câmara de Direito Privado - Relator: Edgard
Rosa - 16/02/2021 - 30886 - Unânime)

1002498-41.2013.8.26.0020 - RESPONSABILIDADE CIVIL - Transporte rodoviário -


Coletivo de passageiros - Ação de indenização - Queda de passageira no interior de
ônibus após freada repentina - Sentença de parcial procedência - Inconformismo - Pedido
de redução da indenização por danos morais - Cabimento - Valor reduzido para oito mil
reais, diante das circunstâncias e consequências do evento danoso - Inexistência de
excludente de responsabilidade - Manutenção da distribuição dos encargos de
sucumbência fixada na sentença - Inteligência da Súmula 326 do Superior Tribunal de
Justiça - Recurso parcialmente provido. (Apelação Cível n. 1002498-41.2013.8.26.0020 -
São Paulo - 22ª Câmara de Direito Privado - Relator: Gastão Toledo de Campos
Mello Filho - 04/02/2021 - 77803 - Unânime)

1002800-77.2020.8.26.0003 - RESPONSABILIDADE CIVIL - Transporte aéreo -


Passageiros - Voo nacional - De São Paulo (SP) a Navegantes (SC) - Atraso de

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aproximadamente nove horas - Ação de indenização por danos morais - Sentença de


procedência - Pleito de reforma - Pedido de majoração - Cabimento - Hipótese em que a
autora só embarcou na manhã seguinte, tendo que pernoitar no aeroporto - Falta de
assistência - Transtornos que ultrapassaram o mero aborrecimento - Dano evidenciado -
Indenização devida - Majoração do valor fixado na sentença em dois mil reais para cinco
mil reais - Recurso provido. (Apelação Cível n. 1002800-77.2020.8.26.0003 - São Paulo
- 23ª Câmara de Direito Privado - Relator: José Benedito Franco de Godoi -
16/02/2021 - 49733 - Unânime)

1003529-33.2019.8.26.0070 - RESPONSABILIDADE CIVIL - Transporte aéreo -


Passageiros - Voo nacional - Atraso de aproximadamente quatro horas no trecho de volta
entre Guarulhos (SP) a Ribeirão Preto (SP) - Ação de indenização por dano moral -
Sentença de improcedência - Pleito de reforma - Descabimento - Pretensão dos apelantes
revela-se mais fruto da cupidez humana e do desejo de obtenção de vantagem indevida
do que de efetivo abalo moral - Inexistência de comprovação de situações de grande
humilhação ou vexame - Danos extrapatrimoniais não configurados - Indenização
indevida - Sentença mantida - Recurso improvido. (Apelação Cível n. 1003529-
33.2019.8.26.0070 - Batatais - 23ª Câmara de Direito Privado - Relator: Marcos Gozzo
- 04/02/2021 - 10894 - Unânime)

1023579-06.2019.8.26.0224 - JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA - Procedimento especial de


notificação e interpelação - Apelação da sentença que indeferiu a petição inicial por falta
de interesse processual e de pressuposto de constituição e desenvolvimento válido e
regular do processo - Acolhimento - Notificações destinadas a mais de 160 (cento e
sessenta) pessoas instaladas em imóvel de propriedade dos requerentes - Ato que visa
concretizar acordo idealizado em processo judicial anterior, mas que não foi homologado
por motivo alheio à vontade dos transigentes - Escopo, outrossim, de instar os
desinteressados na composição a deixar o local, interrompendo prazo de prescrição
aquisitiva - Propósitos que condizem com a via eleita - Inteligência dos artigos 726 a 729
do Código de Processo Civil - Consideração acerca da condução judicial no procedimento
de jurisdição voluntária - Mitigação do princípio da legalidade estrita em prestígio ao
binômio oportunidade e conveniência - Artigo 723, parágrafo único, do Código de
Processo Civil - Inércia dos requerentes em incluir novos interessados ao feito e retificar o
valor da causa - Possibilidade de renovação da intimação - Apelantes que reafirmaram o
interesse de agir - Solução que se mostra em harmonia com os princípios da economia
processual e da duração razoável do processo (artigos 4º e 8º do Código de Processo
Civil) - Sentença anulada - Recurso provido. (Apelação Cível n. 1023579-
06.2019.8.26.0224 - Guarulhos - 24ª Câmara de Direito Privado - Relator: Jonize
Sacchi de Oliveira - 11/02/2021 - 11411 - Unânime)

2248123-16.2020.8.26.0000 - ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA - Bem imóvel - Ação de


reintegração de posse - Decisão que indeferiu a liminar pleiteada - Irresignação da autora
- Cabimento - O inadimplemento das parcelas do contrato enseja o início dos
procedimentos de retomada do imóvel, na forma da Lei Federal n. 9514/97 - Devedor
fiduciário constituído em mora - Consolidada a propriedade em nome do credor fiduciante,
a permanência do devedor no imóvel caracteriza ato de esbulho - Consolidação da
propriedade averbada junto à matrícula do imóvel - Irrelevância de eventual ausência de
intimação do devedor quanto à realização de leilões, os quais, aliás, foram negativos "in

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casu" - Artigo 30 da Lei Federal n. 9514/97 que autoriza a reintegração liminar na posse
do bem após a consolidação da propriedade, com prazo de 60 dias para desocupação -
Liminar concedida - Decisão reformada - Recurso provido. (Agravo de Instrumento n.
2248123-16.2020.8.26.0000 - Guarulhos - 24ª Câmara de Direito Privado - Relator:
Walter Rocha Barone - 10/02/2021 - 23558 - Unânime)

25ª a 38ª Câmaras

1009005-77.2019.8.26.0482 - CONTRATO - Rescisão - Promessa de compra e venda de


imóvel - Recurso da ré - Cerceamento de defesa - Inocorrência - Teoria do livre
convencimento motivado ou da persuasão racional do juiz - Inteligência do artigo 370 do
Código de Processo Civil - Provas documentais colacionadas aos autos que se mostram
suficientes para o correto deslinde da demanda - Mérito - Arras - A retenção integral
pretendida pela ré se mostra abusiva, mormente porque, na hipótese, trata-se de arras
confirmatórias, caracterizando princípio de pagamento, marcando o início da execução do
contrato, e não se confundem com a prefixação de perdas e danos, tal como ocorre com o
instituto das arras penitenciais - Devolução em parcela única - Inteligência da Súmula 2
deste Tribunal de Justiça e da Súmula 543 do Superior Tribunal de Justiça - Artigo 32-A
da Lei Federal n. 6766/79 que é fruto de recente alteração legislativa, somente tendo
entrado em vigor em dezembro de 2018, e assim não possuindo força retroativa para
atingir os contratos celebrados anteriormente, em observância ao ato jurídico perfeito -
Juros moratórios - Pedido de restituição das quantias pagas de modo diverso daquele
previsto no contrato - Inexistência de mora da compromissária vendedora anteriormente à
rescisão da avença - Juros de mora incidentes a partir do trânsito em julgado - Questão
pacificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça - Sucumbência - Requerida
que deu causa à propositura da demanda e sucumbiu em maior parte - Manutenção de
sua condenação ao pagamento da integralidade dos ônus sucumbenciais - Majoração dos
honorários recursais - Recurso parcialmente provido. (Apelação Cível n. 1009005-
77.2019.8.26.0482 - Presidente Prudente - 25ª Câmara de Direito Privado - Relator:
Hugo Crepaldi Neto - 03/02/2021 - 26220 - Unânime)

1001390-46.2017.8.26.0663 - RESPONSABILIDADE CIVIL - Prestação de serviços -


Vigilância patrimonial - Indenização por danos materiais - Furto em residência localizada
em associação residencial - Autor que é consumidor por equiparação, na forma do artigo
17 do Código de Defesa do Consumidor - Falha na prestação dos serviços verificada -
Responsabilidade da empresa de vigilância contratada pela associação que restou
verificada - Procedência parcial - Improcedência da ação quanto à associação residencial
- Condenação da parte ré ao pagamento, em favor da autor, do valor de R$ 10.907,91,
corrigido monetariamente pela Tabela Prática do Tribunal de Justiça de São Paulo a partir
do ajuizamento da ação, e acrescido de juros de mora de 1% ao mês a contar da citação -
Majoração da verba honorária de 10% para 15% sobre o valor da condenação, nos
termos do artigo 85, § 11 do Código de Processo Civil - Litigação de má-fé afastada -
Recurso provido apenas para afastar a multa imposta em sede de embargos de
declaração. (Apelação Cível n. 1001390-46.2017.8.26.0663 - Votorantim - 25ª Câmara
de Direito Privado - Relator: Claudio Hamilton Barbosa - 02/02/2021 - 23767 -
Unânime)

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1010386-46.2019.8.26.0248 - DANO MORAL - Responsabilidade civil - Prestação de


serviços - Sentença de parcial procedência - Interposição de apelação por ambas as
partes - Preliminar de inadmissibilidade da apelação da ré - Rejeição - Observância do
princípio da dialeticidade - Exame do mérito - Elementos constantes nos autos que
revelam a ocorrência de falhas nos serviços que a ré prestou no veículo dos autores -
Surgimento de vício na roda dianteira direita, consistente em barulho decorrente da
quebra de parafusos, em menos de dois meses contados da prestação do serviço da
troca de pneus - Soltura do pneu da mesma roda em menos de três meses contados da
data da prestação do serviço, ocasião em que ainda vigorava o prazo da garantia
oferecida pela ré - Transtorno decorrente da impossibilidade de utilização do veículo para
o exercício de sua atividade laborativa, bem como a exposição ao risco de acidente em
razão da soltura do pneu da roda dianteira, que caracterizam experiências emocionais
desagradáveis, e que justificam a pretensão de reparação por danos morais - Fixação da
indenização por danos morais no importe de R$ 5.000,00, sendo R$ 2.500,00 para cada
autor - Pretensões de alteração do montante indenizatório - Rejeição - Pretensão de
alteração do termo inicial dos juros moratórios - Rejeição - Pretensão de majoração dos
honorários advocatícios arbitrados em favor da patrona dos autores - Rejeição -
Manutenção da respeitável sentença - Apelações não providas. (Apelação Cível n.
1010386-46.2019.8.26.0248 - Indaiatuba - 26ª Câmara de Direito Privado - Relator:
Carlos Dias Motta - 08/02/2021 - 19541 - Unânime)

2256980-51.2020.8.26.0000 - LOCAÇÃO - Bem imóvel - Execução de título extrajudicial


ajuizada em 2008 e direcionada contra o locatário e o casal de fiadores - Exame de
questões processuais com base no Código de Processo Civil de 1973, então vigente -
Nulidades alegadas pela fiadora em 2019 - Matérias de ordem pública que devem ser
examinadas em qualquer tempo e grau de jurisdição - Inicial instruída com acordo e
contrato de locação - Assinatura dos devedores em ambos os documentos - Título
executivo extrajudicial caracterizado (artigo 585, V) - Regularidade da instrução -
Execução ajuizada no foro de domicílio dos executados - Adequação - Acordo firmado no
âmbito da ação de despejo - Irrelevância, pois o título é o contrato e o acordo nele
embasado - Ausência da sentença homologatória que exclui a hipótese de execução de
título judicial e de cumprimento de sentença - Desnecessidade de direcionamento da
execução para o juízo onde se processou a ação de despejo - Prescrição - Crédito
oriundo de aluguel de prédio urbano - Prazo trienal (Código Civil, artigo 206, § 3º, I) -
Saldo do acordo vencido há mais de três anos da data do ajuizamento - Necessidade de
exclusão - Excesso de execução - Inicial que indica duas datas distintas para o início do
inadimplemento - Caracterização de erro material de digitação de fácil verificação e que
não compromete a defesa da executada - Tabela discriminada do débito incluída em um
tópico da inicial que deve prevalecer em detrimento do texto cursivo no parágrafo anterior
- Pagamento não comprovado - Parcelas plenamente exigíveis - Agravo de instrumento
parcialmente provido para o fim indicado. (Agravo de Instrumento n. 2256980-
51.2020.8.26.0000 - São Paulo - 26ª Câmara de Direito Privado - Relator: Tarcísio
Ferreira Vianna Cotrim - 01/02/2021 - 45830 - Não consta)

1001347-19.2017.8.26.0596/50000 - SEGURO - Obrigatório (DPVAT) - Acidente de


trânsito com evento fatal - Cobrança ajuizada pela herdeira (genitora) do falecido -
Respeitável sentença de procedência, com apelo só da seguradora ré - Nexo de

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causalidade entre o sinistro e a morte comprovado nos autos por meio de atestado de
óbito e laudo pericial indireto realizado pelo IMESC - Indícios que apontam o nexo causal
entre o acidente de trânsito e a morte do filho da demandante - Indenização integral
devida - "Decisum" mantido na íntegra - Aplicação do artigo 252 do Regimento Interno
deste Tribunal - Negado provimento ao apelo da requerida - Embargos declaratórios
opostos pela requerida - Alegada contradição no que toca ao termo inicial dos juros
moratórios - Intelecção da Súmula n. 426 do Colendo Superior Tribunal de Justiça e do
artigo 405 do Código Civil - Embargos declaratórios acolhidos, reconhecendo-se que os
juros moratórios têm incidência a partir da citação. (Embargos de Declaração Cível n.
1001347-19.2017.8.26.0596/50000 - Serrana - 27ª Câmara de Direito Privado - Relator:
Paulo Miguel de Campos Petroni - 05/02/2021 - 38169 - Unânime)

1025097-18.2019.8.26.0002 - AÇÃO MONITÓRIA - Contrato - Prestação de serviços -


Assistência médica - Serviços hospitalares em caráter particular para realização de
procedimento cirúrgico de "colectomia parcial" - Adimplemento parcial da dívida pelo
marido da paciente - Hospital demandante que reclama o saldo devedor pendente de
pagamento na soma de R$ 39.581,57 - Demandada que opõe Embargos Monitórios,
arguindo preliminares de carência da ação e de ilegitimidade passiva, pugnando quanto
ao mérito pela rejeição do pleito monitório, formulando, ainda, pedido reconvencional de
devolução da quantia cobrada indevidamente com a dobra, além de indenização moral -
Sentença de rejeição dos Embargos Monitórios com a constituição do título executivo
judicial - Apelação da embargante que insiste nas preliminares arguidas nos Embargos,
pugnando subsidiariamente pela rejeição da pretensão monitória e pelo reconhecimento
do deferimento tácito do benefício da justiça gratuita, com a suspensão da exigibilidade
dos ônus sucumbenciais - Exame - Benefício da justiça gratuita que, embora pleiteado
pela embargante quando da oposição dos Embargos, não foi objeto de exame pelo
respeitável Juízo de origem, tampouco impugnado de forma específica pelo Hospital
embargado, circunstância que implica o deferimento tácito da gratuidade à apelante -
Aplicação do artigo 98, § 3º, do Código de Processo Civil, e da orientação traçada pela
Corte Especial do Colendo Superior Tribunal de Justiça, adotado por esta Câmara -
Interesse de agir e legitimidade da paciente para figurar no polo passivo da ação bem
configurados, haja vista a narrativa e o pedido formulado na inicial, ante a aplicação da
"teoria da asserção", além de ter sido ela a beneficiária direta dos serviços hospitalares
prestados pelo Hospital embargado, comprovados pela prova escrita sem eficácia de
título executivo - Relação contratual havida entre as partes que restou incontroversa no
caso vertente - Acervo probatório constante dos autos que revela com segurança a
liquidez e a certeza do saldo devedor objeto da ação, mediante o "Termo de Autorização
para Internação e/ou Atendimento Médico Hospitalar", assinado pela embargante, a
"Fatura Individual" e o "Consumo Faturado", que contêm as informações da contratante e
a descrição detalhada dos serviços e insumos utilizados na cirurgia a que ela foi
submetida, além da "Nota Fiscal" emitida pelo Hospital, e o orçamento prévio elaborado
pelo prestador que contém mera "previsão mínima, podendo ser alterado conforme
solicitação médica, intercorrências, realização de exames", com exclusão expressa dos
"honorários médicos (cirurgião, anestesista, auxiliares, visitas médicas), diárias de UTI e
CTI, exames SADT, fisioterapia, hemoderivados, prótese e órtese, anátomo, patológico,
materiais especiais (caso não estejam acima descritos), serviços de telefonia, gastos com
refeição do acompanhante" - Impossibilidade de definição precisa e antecipada por parte
do Hospital embargado de todos os custos necessários para a devida prestação dos

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serviços contratados, envolvendo o estado de saúde e a integridade física da paciente e


os protocolos médicos a serem estabelecidos pelos profissionais responsáveis pela
intervenção cirúrgica - Mero pedido formulado pela embargante no apelo para a
procedência dos pedidos da reconvenção, sem rebater especificamente as razões de
decidir constantes da sentença ou justificar de maneira fundamentada o motivo do
inconformismo em relação ao julgado, que não comporta conhecimento nesta sede -
Rejeição dos Embargos Monitórios que era mesmo de rigor, com a formação do título
executivo judicial pelo valor do saldo devedor reclamado na inicial - Verba honorária
devida ao Patrono do Hospital que comporta majoração para doze por cento (12%) do
valor atualizado do título judicial, "ex vi" do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil,
observada a gratuidade reconhecida em sede recursal - Sentença parcialmente reformada
- Recurso parcialmente provido na parte conhecida. (Apelação Cível n. 1025097-
18.2019.8.26.0002 - São Paulo - 27ª Câmara de Direito Privado - Relator: Daise
Fajardo Nogueira Jacot - 03/02/2021 - 19455 - Unânime)

1004931-78.2019.8.26.0223 - RESPONSABILIDADE CIVIL - Direito de vizinhança -


Condomínio - Demanda de condenação de obrigação de fazer e pagamento de
indenização material e moral - Alegação pela autora de que há aproximadamente um
década o seu apartamento tem sido deteriorado por infiltrações e vazamentos
provenientes do apartamento do réu, e que, apesar de notificado, não empreendeu
esforços para sanar o problema - Admissibilidade, em parte - Perícia que concluiu que os
danos causados no apartamento da autora devem ser atribuídos ao réu - Em face da
origem das infiltrações no apartamento da autora, o de baixo, o réu, titular do apartamento
de cima, obriga-se a refazer a impermeabilização da laje do piso do seu terraço e a
reparar o apartamento dela - Afasta-se, porém, a sua condenação ao pagamento de
indenização material "extra petita" e, nas circunstâncias, de indenização moral - Redefine-
se a disciplina das verbas de sucumbência e, antes, repele-se reclamo de cerceamento
de defesa - Dado parcial provimento ao apelo. (Apelação Cível n. 1004931-
78.2019.8.26.0223 - Guarujá - 28ª Câmara de Direito Privado - Relator: Celso José
Pimentel - 12/02/2021 - 43442 - Unânime)

1005500-02.2020.8.26.0011 - RESPONSABILIDADE CIVIL - Condomínio - Roubo de


objetos do interior de unidade condominial - Ação de indenização por danos materiais e
morais - Cerceamento de defesa - Inocorrência - Produção de prova testemunhal
desnecessária, tendo em vista os contornos da matéria fática delineados na inicial - O
condomínio não responde pelo roubo de objetos do interior de unidade condominial se
ausente previsão expressa na convenção de que tenha ele se responsabilizado por
eventuais subtrações ocorridas nas áreas privativas - Alegação de negligência do porteiro
que somente enseja a responsabilidade do condomínio se configurada culpa grave - Caso
concreto em que os condôminos sequer acenam com a existência de previsão na
convenção condominial de responsabilidade do condomínio em caso de roubo ou furto
nas áreas privativas, nem fornecem informação alguma acerca de como os assaltantes
ingressaram em seu apartamento e, ausente alegação de arrombamento, presume-se
que o ingresso foi permitido ou que a porta estava aberta, conduta imprudente que
facilitou a ação dos meliantes, a corroborar o entendimento da ausência de culpa grave -
Arbitramento de honorários sucumbenciais recursais que ficam majorados de 10% para
12% do valor atualizado da causa - Recurso não provido. (Apelação Cível n. 1005500-

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02.2020.8.26.0011 - São Paulo - 28ª Câmara de Direito Privado - Relator: Cesar


Lacerda - 05/02/2021 - 38424 - Unânime)

2151957-19.2020.8.26.0000 - COMPETÊNCIA - Conexão - Agravo de instrumento acerca


de decisão que rejeitou preliminar de reunião de feitos por conexão - Conhecimento do
recurso, sem embargo de não inserida a decisão no rol do artigo 1015 do Código de
Processo Civil, tendo em vista não se mostrar razoável a perspectiva de tolerar o
desenvolvimento de todo o processamento perante juiz potencialmente equivocado,
frustrando reunião eventualmente útil - Sistema de recorribilidade diferida que somente se
justifica desde que seja capaz de permitir o controle eficaz, no momento próprio, da
justiça da decisão interlocutória - Orientação do Superior Tribunal de Justiça formada sob
a técnica dos recursos repetitivos - Flexibilização do rol imperiosa no caso - Agravo
conhecido - Prorrogação de competência - Conexão - Demanda de arbitramento de
honorários advocatícios - Existência de contrato de assessoria jurídica entre pessoa
jurídica de titularidade dos autores e pessoas jurídicas de propriedade dos réus,
integrantes de grupo econômico - Discussão entre as partes quanto a estarem os serviços
objeto da presente demanda inseridos no objeto daquele negócio ou não - Existência de
outra demanda de arbitramento de honorários, também proposta pelos aqui autores,
figurando como ré pessoa jurídica integrante do grupo econômico dos réus, em que
travada idêntica discussão - Demanda que por seu turno foi reunida para processamento
conjunto com processo relativo a demanda de rescisão do negócio de assessoria -
Conexão a rigor inexistente entre as ações, visto que não há propriamente identidade de
pedidos ou causas de pedir - Temas discutidos, entretanto, diretamente entrosados,
girando em torno do contrato de assessoria, com defesas em linhas idênticas em ambas
as demandas de arbitramento de honorários - Risco de decisões conflitantes em torno do
alcance a ser dado aos serviços de assessoria - Conveniência do julgamento conjunto
dos feitos à luz do artigo 55, § 3º, do Código de Processo Civil - Decisão agravada que se
reforma - Agravo de instrumento dos réus provido para tal fim. (Agravo de Instrumento
n. 2151957-19.2020.8.26.0000 - Ribeirão Preto - 29ª Câmara de Direito Privado -
Relator: Fábio Guidi Tabosa Pessoa - 05/02/2021 - 17884 - Unânime)

1013372-19.2014.8.26.0451 - COMPROMISSO DE VENDA E COMPRA - Bem imóvel -


Rescisão - Financiamento bancário não obtido - Retenção do sinal e cobrança de multa
pelos vendedores - Ação de rescisão contratual cumulada com restituição de valores
pagos proposta contra a imobiliária e os vendedores - Sentença de extinção sem
resolução do mérito em relação à imobiliária por ilegitimidade passiva e de improcedência
em relação aos vendedores - Apelo dos autores - Atuação da imobiliária como simples
intermediária - Ilegitimidade passiva caracterizada - Quantias cuja restituição é pleiteada
que foram recebidas somente pelos vendedores - Inexistência de justa motivação a
ensejar a rescisão pleiteada pelos compradores - Recusa da Caixa Econômica Federal
em conceder o financiamento fundada em motivo relevante - Impossibilidade da recusa do
agente financeiro ser oponível aos vendedores - Descabimento dos pedidos de devolução
do sinal e da multa - Apelação desprovida. (Apelação Cível n. 1013372-
19.2014.8.26.0451 - Piracicaba - 29ª Câmara de Direito Privado - Relator: Carlos
Henrique Miguel Trevisan - 03/02/2021 - 17346 - Unânime)

0058319-35.2012.8.26.0100 - AÇÃO DE EXIGIR CONTAS - Administração imobiliária -


Afirmação pela ré de que as contas foram prestadas com a contestação - Inexistência de

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contas devidamente prestadas - Pretensão de exigir contas que não se limita à obtenção
de documentos, abrangendo a clara especificação dos débitos e dos créditos envolvidos
na administração de bens ou direitos alheios, com o posterior julgamento das contas e,
eventualmente, com o pagamento do saldo devedor, motivo pelo qual não é cabível a
ação de exibição de documentos - No tocante aos documentos que a ré trouxe com a sua
contestação e em outras manifestações, não se prestam a avaliar as contas, pois muitos
deles não especificam a qual dos imóveis se referem e nem se efetivamente se referem a
um dos imóveis pertencentes ao autor, também não servindo para explicar o pagamento
de tributos em atraso e outras dúvidas levantadas pelo autor - A prestação de contas não
é uma mera apresentação de documentos, sendo necessário evidenciar, de forma
detalhada, a administração dos bens ou interesses alheios - Sentença que condenou o
réu a prestar contas ao autor, na forma mercantil, no prazo de 15 dias a contar da
intimação para o cumprimento da sentença, sob pena de não lhe ser lícito impugnar as
que o autor apresentar - Honorários advocatícios que foram fixados no percentual mínimo
previsto legalmente, não sendo hipótese que permita sua fixação por equidade, motivo
pelo qual não podem ser reduzidos - Apelação da ré desprovida. (Apelação Cível n.
0058319-35.2012.8.26.0100 - São Paulo - 30ª Câmara de Direito Privado - Relator:
José Roberto Lino Machado - 08/02/2021 - 43775 - Unânime)

0058319-35.2012.8.26.0100 - PRESCRIÇÃO - Ação de exigir contas - Administração


imobiliária - Alegação de prescrição - Inocorrência - Inexiste prazo prescricional específico
para a hipótese, motivo pelo qual se aplica à pretensão de exigir contas o prazo genérico
contido na regra prevista no artigo 205 do Código Civil (prescrição decenal), pois se trata
de pretensão fundada em obrigação de natureza pessoal - Jurisprudência do Colendo
Superior Tribunal de Justiça que orienta-se nesse sentido, ainda que as relações jurídicas
que dão origem ao litígio sejam disciplinadas pelo Código de Defesa do Consumidor -
Alegação impertinente. (Apelação Cível n. 0058319-35.2012.8.26.0100 - São Paulo - 30ª
Câmara de Direito Privado - Relator: José Roberto Lino Machado - 08/02/2021 -
43775 - Unânime)

1033960-23.2019.8.26.0564 - RESPONSABILIDADE CIVIL - Vício redibitório - Aquisição


de veículo - Ação de rescisão contratual cumulada com indenização material e moral -
Informações omitidas - Relação entre as partes que é de consumo, pois o apelante se
adapta perfeitamente à definição de consumidor, e os apelados, à de fornecedor -
Hipossuficiência jurídica da parte apelante que é incontestável - A prova está nas mãos
dos apelados, especificamente da loja de automóveis, visto que ela é a responsável pela
aquisição, armazenamento e comercialização do veículo adquirido pelo autor, e a
instituição financeira por conceder o financiamento, estando o veículo alienado ao banco -
Descumprimento pelos apelados do dever de informação, porque é dever da empresa
informar o consumidor sobre o produto que está sendo adquirido, no caso, se o veículo
era de 1.0 ou 1.6 cilindradas, e mais a sua procedência, sabendo ou devendo saber que
se tratava de veículo oriundo de leilão, nos exatos termos estipulados no artigo 31 do
Código de Defesa do Consumidor - Respeitado o entendimento diverso, o veículo
proveniente de leilão pode até não apresentar defeitos mas, ao se tentar fazer o seguro,
as companhias, verificando tratar-se de veículo proveniente de leilão, asseguram o bem
com redução de 70% do seu valor, e no caso dos autos, reduziram para 65% do valor
original - Diante deste cenário, evidente a ocorrência de vício, conforme estipula o artigo
441 do Código Civil (A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser

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enjeitada por vícios ou defeitos ocultos que a tornem imprópria ao uso a que é destinada,
ou lhe diminuam o valor) - Desta forma, é o caso de se declarar inexigíveis as parcelas de
financiamento com a consequente rescisão do contrato, devendo os réus, solidariamente,
devolverem o valor pago corrigido desde cada desembolso, conforme descrito na inicial -
O autor de boa-fé comprou um veículo achando tê-lo adquirido na versão 1.6, sendo
induzido a erro ao não lhe ser informado a procedência do bem, ou seja, que se tratava
de veículo proveniente de leilão, o que dificultou a contratação do seguro - Não são mero
dissabor ou fatos do cotidiano - Houve má-prestação do serviço, desorganização,
omissão de informações, e até desrespeito ao consumidor - Assim, é o caso de se
reconhecer o dano moral, fixando-o no valor postulado pelo autor de R$ 9.980,00,
suficiente para reparar os danos causados e impingir aos réus o dever de aprimorar a
prestação dos seus serviços - Recurso provido. (Apelação Cível n. 1033960-
23.2019.8.26.0564 - São Bernardo do Campo - 30ª Câmara de Direito Privado -
Relator: Maria Lúcia Ribeiro de Castro Pizzotti M - 05/02/2021 - não consta -
Unânime)

1003272-05.2017.8.26.0126 - LOCAÇÃO - Bem imóvel - Ação de cobrança - Pleito de


restituição de caução prestada em contrato de locação - Encerramento da relação
contratual sem a devolução da caução ofertada pelo locatário - Extinção da lide em razão
do reconhecimento da prescrição trienal, com fundamento no artigo 206, § 3º, do Código
Civil (pretensão de ressarcimento por enriquecimento sem causa) - Inaplicabilidade -
Hipótese dos autos que melhor se amolda ao § 5º, I, do mesmo dispositivo legal
(cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento particular) - Prazo quinquenal -
Caução em valor líquido e certo que figurou expressamente no ajuste firmado entre as
partes - Prescrição afastada - Necessidade do ressarcimento que decorre do contrato de
locação - Retenção arbitrária e imotivada - Procedência da lide que ora se decreta -
Recurso provido. (Apelação Cível n. 1003272-05.2017.8.26.0126 - Caraguatatuba - 31ª
Câmara de Direito Privado - Relator: Francisco Antonio Casconi - 05/02/2021 - 36033
- Unânime)

1008118-60.2019.8.26.0590 - ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA - Bem imóvel - Ação anulatória


de procedimento extrajudicial - Matéria regida na legislação anterior - Alegação de vício
por falta de intimação da realização de leilão - Inocorrência - Improcedência do pedido -
Aplica-se ao caso a Lei Federal n. 9514/97, com a sua redação anterior à alteração
introduzida pela Lei Federal n. 13465/2017, nos termos do acórdão proferido por esta
Corte no incidente de resolução de demandas repetitivas (Tema 26, processo n.
2166423-86.2018.8.26.0000) - De acordo com a disciplina fixada por essa Lei, que se
reporta expressamente ao artigo 34 do Decreto-lei n. 70/66, é perfeitamente admissível o
exercício da emenda da mora até a oportunidade da arrematação - Ainda, em virtude da
expressa referência ao procedimento previsto no Decreto-lei Federal n. 70/66, faz-se
necessária a intimação do devedor da designação dos leilões - Portanto, não encontra
razão de ser a argumentação da ré quanto à desnecessidade da notificação pessoal, pois
essa medida é indispensável, à luz da interpretação da Lei Federal n. 9514/97, segundo o
posicionamento reiteradamente manifestado pelo Colendo Superior Tribunal de Justiça -
No caso, alega-se a existência de vício, pois a notificação teria sido endereçada apenas a
um dos devedores fiduciantes - Entretanto, constata-se que eles, na oportunidade da
contratação, outorgaram mandatos recíprocos, atribuindo poderes de representação para
o recebimento de intimações, o que afasta a possibilidade de se cogitar da ausência de

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comunicação formal - Ademais, em sua petição inicial, ambos os autores deixaram claro o
efetivo conhecimento da designação das datas, tanto que pleitearam a suspensão da
realização do ato - Julgamento de improcedência - Litigância de má-fé não caracterizada,
pois a atuação processual dos autores traduziu apenas o exercício do direito processual,
o que determina seja afastada a imposição das sanções respectivas - Diante do resultado
deste julgamento, por incidência do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, eleva-se
o valor da verba honorária a 15% do valor atualizado da causa, prevalecendo a ressalva
da inexigibilidade decorrente da gratuidade judicial - Dado parcial provimento ao recurso,
com observação. (Apelação Cível n. 1008118-60.2019.8.26.0590 - São Vicente - 31ª
Câmara de Direito Privado - Relator: Antonio Rigolin - 02/02/2021 - 46834 - Unânime)

1006929-28.2020.8.26.0003 - AÇÃO MONITÓRIA - Contrato - Prestação de serviços -


Assistência médica - Ação de cobrança - Ré apelante que alega que todos os serviços,
materiais e medicamentos listados foram elaborados unilateralmente pela apelada e que
não aparecem acompanhados de quaisquer outros documentos que comprovem as
despesas lançadas - Inadmissibilidade - Serviços e materiais utilizados nos
procedimentos médico-hospitalares que foram minuciosamente discriminados, lançando-
se os respectivos valores para cada item - Responsabilidade pelo pagamento das
despesas que foi assumida voluntariamente pela ré - Termo de Responsabilidade que não
é específico para um determinado procedimento, mas abrange a totalidade da internação
- Gravidade do estado de saúde do paciente que, por si só, não acarreta a nulidade do
contrato - Estado de perigo não caracterizado, diante da ausência de onerosidade
excessiva e dolo de aproveitamento por parte do hospital, que prestou os serviços em
caráter particular e, portanto, com a justa expectativa de receber a prestação pecuniária
correspondente - Verba devida - Sentença mantida - Recurso da ré improvido. (Apelação
Cível n. 1006929-28.2020.8.26.0003 - São Paulo - 32ª Câmara de Direito Privado -
Relator: Ruy Coppola - 08/02/2021 - 46135 - Unânime)

1063153-57.2018.8.26.0002 - RESPONSABILIDADE CIVIL - Prestação de serviços -


Assessoria para aquisição de imóvel - Auto de infração lavrado em nome do autor em
razão de recolhimento de ITBI a menor - Ação de obrigação de fazer cumulada com
indenização por danos morais - Alegação de falha na prestação dos serviços - Ação
julgada parcialmente procedente - Relação de consumo evidenciada - Falha na prestação
de serviços, contudo, não caracterizada - ITBI calculado e recolhido sobre a fração do
terreno e sobre o qual seria realizada construção - Posterior recálculo da Prefeitura e
cobrança de diferença sobre a base de cálculo do tributo - Orientação da ré que se afina
com as Súmulas 110 e 470 do Supremo Tribunal Federal - Jurisprudência deste Tribunal
no mesmo sentido - Ausência, ainda, de ilícito passível de reparação moral - Ofensa ao
direito de personalidade não caracterizado - Pelo negócio firmado, a ré se incumbiu de
orientar e assessorar o autor no cálculo, preenchimento de guias e pagamento de
impostos, taxas e emolumentos de cartório (cláusula 1º), assumindo, portanto, a
responsabilidade de promover cálculo e recolhimento do imposto de transmissão entre
pessoas vivas de bem imóvel - Posteriormente, a Secretaria Municipal da Fazenda apurou
que foi adotado como base de cálculo apenas o valor da fração ideal de terreno, sem
levar em consideração a parte do preço referente à construção, cobrando a diferença com
os acréscimos, o que levou o autor a postular a responsabilização da ré pelos prejuízos -
No entanto, o que se observa é que a ré fez interpretação embasada nas Súmulas 110 e
470 do Supremo Tribunal Federal e em jurisprudência deste Tribunal, o que afasta a

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assertiva de falha na prestação de serviços - Não se cuida de erro grosseiro ou de


interpretação divorciada do entendimento majoritário, o que afasta eventual indenização
por danos materiais, cuidando-se de assunto que a parte deveria ter discutido com a
Fazenda Pública - O episódio narrado pelo autor não repercute no direito de
personalidade e, quando muito, configura consequências de fatos da vida em sociedade,
sendo indevida a indenização pleiteada a título de danos morais - Dado provimento ao
recurso. (Apelação Cível n. 1063153-57.2018.8.26.0002 - São Paulo - 32ª Câmara de
Direito Privado - Relator: Kioitsi Chicuta - 04/02/2021 - 44818 - Unânime)

1015287-90.2019.8.26.0625 - INTERVENÇÃO DE TERCEIROS - Chamamento ao


processo - Dano moral - Prestação de serviços - Instituição de ensino - Demora na
entrega de diploma - Ato ilícito inconteste - Reconhecimento do pedido de obrigação de
fazer - Expectativa de apresentação em emprego público do diploma registrado frustrada -
Transcurso do prazo estabelecido para a expedição - Descumprimento contratual que não
pode ser considerado de reflexo razoável - Presentes os pressupostos para a indenização
- Danos morais caracterizados - Responsabilização de terceiro que seria entidade
parceira da prestadora de serviços - Relação de consumo - Vício do serviço - Descabido o
chamamento ao processo de terceiro - Ausente qualquer uma das hipóteses legais
previstas no artigo 130 do Código de Processo Civil - Relação mantida entre as partes
que é de consumo e só admite chamamento ao processo de entidade seguradora,
situação diversa da dos autos - Questão a ser discutida eventualmente em ação de
regresso entre as empresas - Precedentes - Apelação da ré não provida e apelação da
autora provida. (Apelação Cível n. 1015287-90.2019.8.26.0625 - Taubaté - 33ª Câmara
de Direito Privado - Relator: João Carlos Sá Moreira de Oliveira - 05/02/2021 - 35459
- Unânime)

1053095-55.2019.8.26.0100 - CONTRATO - Promessa de venda e compra - Rescisão -


Apelação interposta contra a sentença que julgou parcialmente procedentes os pedidos
formulados na ação de rescisão contratual cumulada com restituição de valores pagos,
com pedido de tutela antecipada - Promessa de venda e compra de unidades imobiliárias
- Preliminares afastadas - Cerceamento de defesa não configurado - Sentença combatida
devidamente motivada e fundamentada - Mérito - Pedido de rescisão do contrato que
partiu da parte autora, adquirente, sem culpa da vendedora - Devolução das quantias
pagas em contrato de compromisso de compra e venda de imóvel que deve ser feita de
uma só vez, não se sujeitando à forma de parcelamento prevista para a aquisição e,
portanto, não prevalecendo a cláusula contratual a respeito - Entendimento em
consonância com o consagrado na Súmula n. 543 do Superior Tribunal de Justiça e na
Súmula n. 2 do Tribunal de Justiça de São Paulo - Precedentes - Valor das arras ou sinal
que integra o montante a ser restituído - Verbas de sucumbência corretamente fixadas -
Honorários advocatícios majorados em grau recursal, nos termos do artigo 85, § 11, do
Código de Processo Civil de 2015 - Sentença mantida - Apelação não provida. (Apelação
Cível n. 1053095-55.2019.8.26.0100 - São Paulo - 33ª Câmara de Direito Privado -
Relator: Mario Antonio Silveira - 01/02/2021 - 44623 - Unânime)

2297421-74.2020.8.26.0000 - TUTELA DE URGÊNCIA - Responsabilidade civil - Acidente


de trânsito - Ação de indenização - Pedido de tutela de urgência para fixação de pensão
mensal provisória e pagamento de tratamento de fisioterapia e dos custos com a
locomoção da autora até a clínica de reabilitação - Inadmissibilidade - A concessão da

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tutela de urgência está condicionada à presença dos pressupostos da probabilidade do


direito e do perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo (artigo 300 do Código
de Processo Civil) - Necessidade da instauração do contraditório para esclarecimento da
dinâmica do acidente - Ademais, é necessário que a medida cuja antecipação se pretende
seja reversível (§ 3º), o que não se verifica no caso vertente, em que o provimento liminar
implica satisfação e esvaziamento de parte do próprio objeto principal da ação - Some-se
a isso a afirmação da agravante de que atravessa situação financeira delicada, o que
indica que dificilmente terá condições de ressarcir os agravados se houver revogação da
liminar pretendida, ou se for julgada improcedente a demanda - Recurso improvido.
(Agravo de Instrumento n. 2297421-74.2020.8.26.0000 - Mairinque - 34ª Câmara de
Direito Privado - Relator: Luiz Augusto Gomes Varjão - 08/02/2021 - 35733 -
Unânime)

2203716-22.2020.8.26.0000 - POSSESSÓRIA - Imissão de posse - Tutela de urgência -


Agravo de instrumento com pedido de atribuição de efeito suspensivo interposto contra
decisão que deferiu a desocupação de imóvel arrematado em 60 (sessenta) dias -
Inadmissibilidade - Inexistência de liminar judicial com eficácia a obstar os efeitos da
respeitável ordem monocrática de desocupação - Tutela de urgência em ação de
consignação em pagamento posteriormente revogada - Irrelevância da conclusão da
arrematação ter ocorrido após o horário previsto, eis que iniciada a disputa dentro do
período regulamentar da hasta - Incompetência do juízo não caracterizada - Hipóteses de
conexão que estão previstas no artigo 55 do Código de Processo Civil, não se ajustando
ao caso, ausente causa de pedir ou pedido comum entre a presente imissão na posse e
as ações de consignação em pagamento (esta inclusive já julgada) e revisional de
contrato - Inadimplemento incontroverso que não decorre da crise financeira
consequência da pandemia de Covid-19 - Revogados o efeito suspensivo e a assistência
judiciária anteriormente concedidos por falta dos pressupostos legais para a obtenção da
benesse - Agravo improvido. (Agravo de Instrumento n. 2203716-22.2020.8.26.0000 -
Campinas - 34ª Câmara de Direito Privado - Relator: Cláudio Antonio Soares Levada
- 04/02/2021 - 41253 - Unânime)

1028069-32.2016.8.26.0562 - CONTRATO - Prestação de serviços - Publicidade - Ação


de cobrança - Sentença de procedência - Apelo da ré - Contratos que instruíram a inicial
que foram regularmente assinados pelo representante legal da ré e neles constou,
expressamente, que a praça de veiculação da propaganda seria Campinas e Santos,
roborando a alegação da autora de que ela, que também é afiliada ao SBT, prestou os
serviços de publicidade pactuados em favor da ré nessas praças, que estão sob sua área
de cobertura - Todavia, não há nos contratos descrição de valores e de data de
vencimentos das parcelas que, segundo a autora, foram pactuadas e vinham sendo
pagas normalmente pela ré, e não há também prova de que a ré realizou qualquer
pagamento diretamente à autora - O fato de não haver sido celebrado contrato
diretamente entre a autora e a ré não elidiria o direito daquela de postular os valores
relativos aos serviços de veiculação de propaganda que prestou - Todavia, tendo a ré
alegado e demonstrado a realização dos pagamentos diretamente à empresa com a qual
contratou, a saber, a TV Studios Jaú S/A, à autora caberia a prova de que os valores dos
contratos vinham sendo, efetivamente, pagos diretamente pela ré, e não por eventual
intermediária, ônus do qual não se desincumbiu - Improcedência da ação que se impõe -
Apelação provida. (Apelação Cível n. 1028069-32.2016.8.26.0562 - Santos - 35ª

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Câmara de Direito Privado - Relator: Antonio Carlos Morais Pucci - 10/02/2021 -


24776 - Unânime)

1015827-04.2018.8.26.0002 - DANO MORAL - Responsabilidade civil - Mandato -


Prestação de serviços advocatícios - Ação de reparação de danos - Levantamento de
numerário pelo mandatário sem repasse ao mandante - Retenção indevida - Conduta
abusiva e censurável - Violação ao dever de ética e diligência profissional - Danos morais
caracterizados - Indenização devida - Quantia fixada em R$ 30.000,00, a ser corrigida
monetariamente a partir da sentença - Juros de mora que são devidos desde o momento
em que a apelante deveria proceder ao repasse do valor recebido durante o cumprimento
do mandato, à ordem de 1% ao mês, o que se altera de ofício - Honorários advocatícios -
Redução - Ação procedente - Reconvenção improcedente - Recurso parcialmente
provido. (Apelação Cível n. 1015827-04.2018.8.26.0002 - Diadema - 35ª Câmara de
Direito Privado - Relator: Fernando Melo Bueno Filho - 09/02/2021 - 48235 -
Unânime)

1002499-43.2020.8.26.0032 - DANO MORAL - Responsabilidade civil - Condomínio -


Ação indenizatória aforada por condôminos contra condomínio e síndico fundada na
alegação de terem sofrido danos morais devido à imputação de que praticavam comércio
de entorpecentes dentro das dependências do condomínio - Moradores do condomínio
que foram notificados pelo síndico acerca da denúncia de terceiro por conduta antissocial
(tráfico de drogas) registrada em livro de ocorrências - Inadmissibilidade - Ausência de
exposição pública do assunto - Proceder do síndico decidido pelo Conselho Consultivo e
que retratou exercício regular de direito, já que lhe cabia praticar os atos necessários à
defesa dos interesses comuns - Ato ilícito não caracterizado - Ademais, os autores foram
grandemente beneficiados por terem os réus optado por apenas notificá-los da denúncia,
eis que bem mais gravoso lhes seria se o síndico tivesse repassado a suspeita
diretamente à Polícia para sigilosamente investigá-los, como soe ocorrer - Aplicação dos
artigos 186 e 927 do Código Civil - Improcedência da ação mantida - Apelação improvida.
(Apelação Cível n. 1002499-43.2020.8.26.0032 - Araçatuba - 36ª Câmara de Direito
Privado - Relator: José Henrique Arantes Theodoro - 11/02/2021 - 39262 - Unânime)

1009493-80.2020.8.26.0002/50000 - SEGURO - Responsabilidade civil - Ressarcimento


de danos - Veículo segurado que foi objeto de furto em estacionamento disponibilizado
pela ré - Seguradora que, ao efetuar o pagamento, se sub-rogou nos direitos da segurada
- Valor previsto na apólice (105% da tabela FIPE) que supera o prejuízo efetivamente
imputável à ré - Ajuste entre seguradora e segurada que não pode ser ampliado em
detrimento da ré - Juros corretamente estipulados em primeiro grau - Responsabilidade
contratual - Fluência a partir da citação - Embargos de declaração - Inexistência de
omissão no acórdão - Via inadequada para a manifestação de inconformismo quanto aos
fundamentos da decisão, quando não conjugada com erro material, omissão, obscuridade
ou contradição - Natureza integrativo-recuperadora não demonstrada - Embargos
rejeitados. (Embargos de Declaração Cível n. 1009493-80.2020.8.26.0002/50000 - São
Paulo - 36ª Câmara de Direito Privado - Relator: Milton Paulo de Carvalho Filho -
02/02/2021 - 28678 - Unânime)

1004744-65.2020.8.26.0278 - CONTRATO - Prestação de serviços bancários - Ação


ordinária - Cédula de Crédito Bancário - Financiamento para aquisição de veículo -

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Alegação de onerosidade excessiva com cobrança de juros remuneratórios abusivos -


Descabimento - Incidência de correção monetária por indexador livremente pactuado e
eleito pelas partes - Súmula n. 596 do Supremo Tribunal Federal - Legislação aplicável
declarada constitucional pelo Colendo Supremo Tribunal Federal - Possibilidade de
aplicação da tabela "Price", por ser possível, no contrato em questão, a capitalização de
juros com periodicidade inferior à anual - Tarifa de cadastro e IOF - Possibilidade de
cobrança (Recursos Especiais Repetitivos n. 1.251.331/RS e n. 1.255.573/RS) - Tarifas
de avaliação do bem e registro de contrato - Validade da contratação, ressalvadas a
abusividade da cobrança por serviço não efetivamente prestado e a possibilidade de
controle da onerosidade excessiva em cada caso concreto - Registro de contrato no órgão
de trânsito que observou a Resolução do CONTRAN n. 320/09 - Tarifas legítimas -
Abusividade não configurada - CET (Custo Efetivo Total) - Valor global da negociação -
Percentual que não está limitado à reprodução da taxa de juros remuneratórios - Seguro
de Proteção Financeira - Seguro contratado em instrumento separado do financiamento -
Admissibilidade da cobrança, nos termos decididos no Recurso Especial n. 1.639.320-SP
- Comissão de Permanência cumulada com outros encargos - Ausência de demonstração
da cobrança - Matéria que não comporta conhecimento - Sentença mantida - Recurso
conhecido em parte e, na parte conhecida, desprovido. (Apelação Cível n. 1004744-
65.2020.8.26.0278 - Itaquaquecetuba - 37ª Câmara de Direito Privado - Relator: Ana
Catarina Strauch - 08/02/2021 - 16243 - Unânime)

1042965-69.2020.8.26.0100 - RESPONSABILIDADE CIVIL - Cartão de crédito - Ação


declaratória de inexistência de débito cumulada com restituição de valores e indenização
por danos morais - Furto de cartão magnético - Sentença de parcial procedência -
Cerceamento de defesa - Julgamento antecipado da lide - Rejeição - Desnecessária é a
prova oral - Suficiência da prova documental - Aplicação do Código de Processo Civil de
2015, artigos 370 e 355, I - Alegação de saque e compras a débito e a crédito após o furto
do cartão bancário - Hipótese em que as operações foram efetuadas mediante o uso do
cartão magnético e da senha pessoal - Conjunto probatório que demonstra que não houve
negligência da instituição financeira e nem fortuito interno (Superior Tribunal de Justiça,
Súmula n. 479), mas sim fortuito externo - Excludente caracterizada (Código de Defesa do
Consumidor, artigo 14, § 3º, II) - Ação improcedente - Sentença substituída - Recurso
provido. (Apelação Cível n. 1042965-69.2020.8.26.0100 - São Paulo - 37ª Câmara de
Direito Privado - Relator: José Wagner de Oliveira Melatto Peixoto - 08/02/2021 -
16262 - Unânime)

1028304-02.2018.8.26.0506 - COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA - Bem imóvel -


Repetição de indébito - Emolumentos atinentes ao cancelamento da hipoteca constituída
pela promissária vendedora para financiamento do empreendimento que foram
repassados à promissária compradora - Encargo que não pode ser repassado à
consumidora - Restituição devida - Aplicação da Súmula n. 308 do Superior Tribunal de
Justiça e precedentes deste Egrégio Tribunal de Justiça - Sentença reformada -
Honorários sucumbenciais - Pretensão à majoração da verba com fundamento no § 11 do
artigo 85 do Código de Processo Civil - Descabimento - Provimento do recurso que
apenas autoriza o redimensionamento da verba - Recurso provido, com observação.
(Apelação Cível n. 1028304-02.2018.8.26.0506 - Ribeirão Preto - 38ª Câmara de
Direito Privado - Relator: Fernando Luiz Sastre Redondo - 12/02/2021 - 25837 -
Unânime)

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2210808-51.2020.8.26.0000 - PENHORA - Bem de família - Execução de título


extrajudicial - Leilão eletrônico de bem penhorado - Insurgência da agravante, terceira
interessada, alegando tratar-se de bem de família por residir e ser coproprietária do
imóvel e ter o juízo enviado a totalidade do bem a leilão, sendo o executado titular de
apenas metade do bem - Impenhorabilidade não caracterizada - Dívida contraída com o
objetivo de quitar o financiamento do imóvel pertencente à agravante e seu ex-marido,
cujas prestações estavam atrasadas - Benefício da entidade familiar - Imóvel que deve
responder integralmente pela obrigação, pois a agravante e o executado eram casados
pelo regime da comunhão parcial de bens (Código Civil, artigo 1664) - Impenhorabilidade
não oponível à execução de dívida contraída para a aquisição do bem (Código de
Processo Civil, art. 833, § 1º) - Recurso não provido. (Agravo de Instrumento n.
2210808-51.2020.8.26.0000 - Vargem Grande Paulista - 38ª Câmara de Direito
Privado - Relator: Spencer Almeida Ferreira - 02/02/2021 - 27182 - Unânime)

2. CÂMARAS RESERVADAS DE DIREITO EMPRESARIAL

1137632-86.2016.8.26.0100 - RESPONSABILIDADE CIVIL - Ação de obrigação de fazer


cumulada com indenização por danos materiais e morais - Concorrência desleal -
Sentença de parcial procedência - Reforma - Autora que não se desincumbiu de
demonstrar atos de concorrência desleal - Ônus da prova que lhe competia - Ausência de
comprovação de vinculação indevida ou confusão que pudesse caracterizar desvio de
clientela e concorrência desleal, e, portanto, dever de reparação - Apelação dos réus
provida e desprovido o recurso da autora. (Apelação Cível n. 1137632-
86.2016.8.26.0100 - São Paulo - 1ª Câmara Reservada de Direito Empresarial -
Relator: Eduardo Azuma Nishi - 11/02/2021 - 11084 - Unânime)

1018432-04.2016.8.26.0224 - CONTRATO - Trespasse - Avença de compensação -


Cláusula 4ª, § § 2º e 3º do instrumento - Possibilidade de abatimento de débitos pré-
existentes ao trespasse do preço estipulado pela compra do estabelecimento comercial -
Débitos taxativamente descritos pela autora na inicial - Os valores referentes às notas
promissórias incluídas pelo juiz sentenciante, contudo, não foram pleiteados pelos autores
- Exclusão deste montante - Adstrição da sentença aos limites objetivos da lide -
Inteligência do artigo 492 do Código de Processo Civil - Princípio da Congruência -
Sentença parcialmente reformada - Recurso parcialmente provido. (Apelação Cível n.
1018432-04.2016.8.26.0224 - Guarulhos - 1ª Câmara Reservada de Direito
Empresarial - Relator: Eduardo Azuma Nishi - 11/02/2021 - 11242 - Unânime)

1029474-56.2019.8.26.0576 - CONTRATO - Franquia - Ação inibitória e indenizatória -


Decreto de parcial procedência - Mútua imputação de descumprimento de deveres
obrigacionais - Ausência de reconvenção - Cabimento de pronunciamento apenas acerca
do pedido e causa de pedir constantes na peça inaugural - Regularidade da apresentação
de documentos com o ajuizamento da réplica, aplicado o artigo 435 do Código de
Processo Civil de 2015 - Cláusula de não concorrência prevista no contrato de franquia -
Violação - Demonstração da atuação de ex-franqueado no mesmo ramo de atividade e no

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mesmo logradouro - Reconhecimento da prática de ato ilícito - Ordem judicial deferida


com o fim de que o réu encerre a atividade concorrente - Alegada cumulação de multas -
Inexistência - Sentença mantida - Questões preliminares de cerceamento de defesa e
inépcia de petição inicial rejeitadas - Recurso improvido. (Apelação Cível n. 1029474-
56.2019.8.26.0576 - São José do Rio Preto - 1ª Câmara Reservada de Direito
Empresarial - Relator: Marcelo Fortes Barbosa Filho - 10/02/2021 - 16938 - Unânime)

0022333-73.2010.8.26.0008 - RECURSO - Deserção - Ocorrência - Pagamento do


preparo que deve ser comprovado no ato de interposição do recurso, nos termos do artigo
1007 do Código de Processo Civil - Dada a possibilidade para o recolhimento das custas
recursais, diante do indeferimento do benefício da assistência judiciária gratuita e do
recolhimento parcial do preparo, a recorrente quedou-se inerte - Recurso não conhecido.
(Apelação Cível n. 0022333-73.2010.8.26.0008 - São Paulo - 1ª Câmara Reservada de
Direito Empresarial - Relator: Alexandre Alves Lazzarini - 08/02/2021 - 25326 -
Unânime)

2234813-40.2020.8.26.0000 - FALÊNCIA - Classificação de Créditos - Quadro geral de


credores - Decisão que indeferiu pedido de inclusão do credor no plano de rateio, à luz do
artigo 10, § 3º, da Lei Federal n. 11101/05 - Insurgência do credor que deve ser
parcialmente provida, para autorizar o pagamento do crédito com os recursos que foram
reservados (artigo 10, § 4º, da Lei n. 11101/05), conforme havia sido determinado pelo
magistrado - Impugnação apresentada pelo credor antes do plano de rateio e que não
discutia o valor do crédito, mas apenas sua natureza - Caso não tenha havido reserva
suficiente, porém, o credor deverá aguardar próximo rateio - Recurso parcialmente
provido. (Agravo de Instrumento n. 2234813-40.2020.8.26.0000 - São Paulo - 1ª
Câmara Reservada de Direito Empresarial - Relator: Alexandre Alves Lazzarini -
03/02/2021 - 25372 - Unânime)

1005579-98.2019.8.26.0048 - DECADÊNCIA - Prazo - Ação denominada indenizatória,


todavia, que contém pedido de cunho anulatório - Suposta inclusão do autor como sócio e
administrador de empresa mediante erro e dolo essencial - Sentença que extinguiu o
processo, com resolução do mérito, reconhecendo a decadência do pleito anulatório
reivindicado pelo autor - Inconformismo - Não acolhimento - Cerceamento de defesa não
configurado - Pedidos indenizatórios que pressupunham o acolhimento da pretensão de
anulação do negócio jurídico - Decadência confirmada - Inteligência do artigo 178, II,
Código Civil - Sentença mantida - Majoração dos honorários advocatícios - Recurso
desprovido. (Apelação Cível n. 1005579-98.2019.8.26.0048 - Atibaia - 2ª Câmara
Reservada de Direito Empresarial - Relator: Paulo Roberto Grava Brazil - 23/02/2021
- 33473 - Unânime)

1001811-09.2019.8.26.0132 - RECURSO - Apelação - Habilitação de crédito em


recuperação judicial - Interposição de apelação contra sentença que julga incidente de
habilitação de crédito - Recurso inadequado e inadmissível - Agravo de instrumento
cabível - Inteligência do artigo 17, da Lei Federal n. 11101/2005 - Inaplicabilidade do
princípio da fungibilidade recursal - Erro inescusável - Preliminar acolhida - Recurso não
conhecido. (Apelação Cível n. 1001811-09.2019.8.26.0132 - Catanduva - 2ª Câmara
Reservada de Direito Empresarial - Relator: Ricardo José Negrão Nogueira -
17/02/2021 - 40722 - Unânime)

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0007258-21.2019.8.26.0576 - NEGÓCIO JURÍDICO - Nulidade - Franquia - Restituição de


valores pagos a título de taxa de franquia - Possibilidade - Partes que não formalizaram
contrato escrito - Exigência de forma solene - Inobservância do artigo 6º da Lei Federal n.
8955/94 - Reconhecimento da nulidade, nos termos do artigo 166, IV, do Código Civil -
Necessidade de devolver as partes à fase anterior das tratativas - Recurso desprovido.
(Apelação Cível n. 0007258-21.2019.8.26.0576 - São José do Rio Preto - 2ª Câmara
Reservada de Direito Empresarial - Relator: José Araldo da Costa Telles - 05/02/2021
- 42994 - Unânime)

1047182-58.2020.8.26.0100 - SUCUMBÊNCIA - Custas - Embargos de terceiro -


Desconstituição da penhora - Verbas de sucumbência - Embargantes deram causa à
penhora indevida em virtude de não terem registrado o título aquisitivo da propriedade
imobiliária - Princípio da causalidade - Súmula 303 do Superior Tribunal de Justiça -
Condenação dos embargantes ao pagamento das verbas da sucumbência - Sentença
reformada para esse fim - Recurso provido. (Apelação Cível n. 1047182-
58.2020.8.26.0100 - São Paulo - 2ª Câmara Reservada de Direito Empresarial -
Relator: Maurício Pessoa - 03/02/2021 - 15504 - Unânime)

STF

Brasília, 8 a 12 de fevereiro de 2021 Nº 1005


INFORMATIVO STF. Brasília: Supremo Tribunal Federal, Secretaria de Altos
Estudos, Pesquisas e Gestão da Informação, n. 1004/2021. Disponível em:
http://portal.stf.jus.br/textos/verTexto.asp?servico=informativoSTF . Data de
divulgação: 19 de fevereiro de 2021.

PLENÁRIO

Direito ao esquecimento - RE 1010606/RJ (Tema 786 RG)

Tese fixada:

“É incompatível com a Constituição a ideia de um direito ao esquecimento,


assim entendido como o poder de obstar, em razão da passagem do tempo, a
divulgação de fatos ou dados verídicos e licitamente obtidos e publicados em
meios de comunicação social analógicos ou digitais. Eventuais excessos ou
abusos no exercício da liberdade de expressão e de informação devem ser
analisados caso a caso, a partir dos parâmetros constitucionais – especialmente os
relativos à proteção da honra, da imagem, da privacidade e da personalidade em
geral – e as expressas e específicas previsões legais nos âmbitos penal e cível”.

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Resumo:

O ordenamento jurídico brasileiro não consagra o denominado “direito ao


esquecimento”, entendido como a pretensão apta a impedir a divulgação de fatos
ou dados verídicos e licitamente obtidos, mas que, em razão da passagem do
tempo, teriam se tornado descontextualizados ou destituídos de interesse público
relevante. A previsão ou aplicação de um “direito ao esquecimento” afrontaria a
liberdade de expressão.

O “direito ao esquecimento” caracteriza restrição excessiva e peremptória às


liberdades de expressão e de manifestação de pensamento e ao direito que todo cidadão
tem de se manter informado a respeito de fatos relevantes da história social, bem como
equivale a atribuir, de forma absoluta e em abstrato, maior peso aos direitos à imagem e à
vida privada, em detrimento da liberdade de expressão, compreensão que não se
compatibiliza com a ideia de unidade da Constituição.

O ordenamento jurídico brasileiro está repleto de previsões constitucionais e legais


voltadas à proteção da personalidade, com repertório jurídico suficiente a que esta norma
fundamental se efetive em consagração à dignidade humana. Em todas essas situações
legalmente definidas, é cabível a restrição, em alguma medida, à liberdade de expressão,
sempre que afetados outros direitos fundamentais, mas não como decorrência de um
pretenso e prévio direito de ver dissociados fatos ou dados por alegada
descontextualização das informações em que inseridos, por força da passagem do tempo.

A existência de um comando jurídico que eleja a passagem do tempo como


restrição à divulgação de informação verdadeira, licitamente obtida e com adequado
tratamento dos dados nela inseridos, precisaria estar prevista, de modo pontual, em lei.

Ademais, a ordem constitucional ampara a honra, a privacidade e os direitos da


personalidade, bem como, oferece, pela via da responsabilização, proteção contra
informações inverídicas, ilicitamente obtidas ou decorrentes do abuso no exercício da
liberdade de expressão, com reflexos no âmbito penal e cível.

Com base nesse entendimento, o Plenário, ao apreciar o Tema 786 da


repercussão geral, por maioria, negou provimento ao recurso extraordinário e indeferiu o
pedido de reparação de danos formulado contra a recorrida. Vencidos, parcialmente, os
ministros Nunes Marques, Edson Fachin e Gilmar Mendes.

RE 1010606/RJ, relator Min. Dias Toffoli, julgamento finalizado em 11.2.2021

Parte 1 -
Parte 2 -

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STJ
Informativo nº 0684
Publicação: 5 de fevereiro de 2021

RECURSOS REPETITIVOS

REsp 1.809.486-SP - Plano de saúde. Cláusula de coparticipação à razão máxima de


50% (cinquenta por cento). Informação e ajuste ao consumidor. Transtorno
psiquiátrico. Internação superior a 30 (trinta) dias por ano. Abusividade afastada.
Validade. Equilíbrio financeiro. Tema 1032.

Nos contratos de plano de saúde não é abusiva a cláusula de coparticipação


expressamente ajustada e informada ao consumidor, à razão máxima de 50%
(cinquenta por cento) do valor das despesas, nos casos de internação superior a 30
(trinta) dias por ano, decorrente de transtornos psiquiátricos, preservada a
manutenção do equilíbrio financeiro.

Cinge-se a controvérsia a definir se é legal ou abusiva a cláusula que impõe


coparticipação para a hipótese de internação psiquiátrica, uma modalidade de tratamento
para indivíduos acometidos por transtornos mentais, comorbidades ou dependência
química, que corresponde a um serviço de saúde de enorme relevância pública.

Ao contratar um plano de saúde e despender mensalmente relevantes valores na sua


manutenção, o consumidor busca garantir, por conta própria, acesso a um direito
fundamental que, a rigor, deveria ser prestado pelo Estado de modo amplo, adequado,
universal e irrestrito.

Ocorre que, se a universalização da cobertura - apesar de garantida pelo constituinte


originário no artigo 198 da Constituição Federal e considerada um dos princípios basilares
das ações e serviços públicos de saúde nos termos do artigo 7º da Lei n. 8.080/90 que
dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a
organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências -
não é viabilizada pelo Estado no tempo e modo necessários para fazer frente às
adversidades de saúde que acometem os cidadãos, tampouco pode ser imposta de modo
completo e sem limites ao setor privado, porquanto, nos termos do artigo 199 da
Constituição Federal e 4º, § 1º, da Lei n. 8.080/90, a assistência à saúde de iniciativa
privada é exercida em caráter complementar.

A presente discussão vincula-se, exatamente, às entidades privadas de assistência à


saúde que, embora prestem - de modo secundário e supletivo - serviços de utilidade
pública relacionados a direito fundamental estabelecido na Carta Constitucional, exercem,
no âmbito do sistema da livre iniciativa, o seu mister com foco na obtenção de lucro
inerente à atividade exercida, ressalvadas aquelas instituições filantrópicas ou sem fins
lucrativos.

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Assim, diferentemente do Estado, que tem o dever de prestar assistência ampla e


ilimitada à população, a iniciativa privada se obriga nos termos da legislação de regência
e do contrato firmado entre as partes, no âmbito do qual são estabelecidos os serviços a
serem prestados/cobertos, bem como as limitações e restrições de direitos.

A Lei n. 9.656/98 rege os planos e seguros privados de assistência à saúde e permite à


operadora dos respectivos serviços custear, total ou parcialmente, a assistência médica,
hospitalar e odontológica de seus clientes, estabelecendo no artigo 16, inciso VIII, que os
contratos, regulamentos ou produtos colocados à disposição dos consumidores podem
fixar "a franquia, os limites financeiros ou o percentual de co-participação do consumidor
ou beneficiário".

Como se vê da lei de regência, os planos de saúde podem ser coparticipativos ou não,


sendo, pois, lícita a incidência da coparticipação em determinadas despesas, desde que
informado com clareza o percentual deste compartilhamento, nos termos dos artigos 6º,
inciso III e 54, §§ 3o e 4o da Lei n. 8.078/90, nos quais estabelecido que eventuais
limitações a direitos, ressalvas e restrições de cobertura, bem como estipulações e
obrigações carreadas aos consumidores devem ser redigidos de modo claro, com
caracteres ostensivos e legíveis e com o devido destaque a fim de permitir a fácil
compreensão pelo consumidor.

A prescrição da internação em virtude de transtornos psiquiátricos ou doenças mentais é


considerada uma medida terapêutica excepcional, a ser utilizada somente quando outras
formas de tratamento ambulatorial ou em consultório se mostrarem insuficientes para a
recuperação do paciente/consumidor.

Diante desse contexto, em obediência aos ditames da Lei n. 9.656/98, que admite a
coparticipação de algumas despesas, e aos princípios orientadores da internação
segundo a Lei n. 10.216/2001, o Conselho Nacional de Saúde Complementar - CONSU e
a Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS, a fim de regulamentarem a questão,
editaram diversas Resoluções Normativas para o trato da matéria ao longo das últimas
duas décadas.

Consoante os ditames legais e regulamentares acerca da questão jurídica, verifica-se que


não é abusiva a cláusula de coparticipação expressamente contratada e informada ao
consumidor, limitada ao máximo de 50% do valor contratado entre a operadora de planos
privados de assistência à saúde e o respectivo prestador de serviços de saúde, para a
hipótese de internação superior a 30 (trinta) dias decorrente de transtornos psiquiátricos,
pois destinada à manutenção do equilíbrio entre as prestações e contraprestações que
envolvem a gestão dos custos dos contratos de planos privados de saúde.

REsp 1.809.486-SP, Rel. Min. Marco Buzzi, Segunda Seção, por unanimidade,
julgado em 09/12/2020, DJe 16/12/2020 (Tema 1032)

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REsp 1.842.911-RS - Recuperação judicial. Crédito. Existência. Sujeição aos efeitos


do processo de soerguimento. Art. 49, caput, da Lei n. 11.101/2005. Data do fato
gerador. Tema 1051.

Para o fim de submissão aos efeitos da recuperação judicial, considera-se que a


existência do crédito é determinada pela data em que ocorreu o seu fato gerador.

A questão controvertida consiste em definir, a partir da interpretação do artigo 49, caput,


da Lei n. 11.101/2005, se a existência do crédito é determinada pela data de seu fato
gerador ou pelo trânsito em julgado da sentença que o reconhece.

Conforme se percebe da leitura do referido artigo, nem todos os credores estão


submetidos aos efeitos da recuperação judicial, mas somente aqueles titulares de créditos
existentes na data do pedido, ainda que não vencidos, e que não foram excepcionados
pelo artigo 49, §§ 3º e 4º, da Lei n. 11.101/2005. Além disso, os créditos de natureza fiscal
estão excluídos da recuperação judicial (art. 6º, § 7º, da Lei n. 11.101/2005).

Diante dessa opção do legislador de excluir determinados credores da recuperação


judicial, mostra-se imprescindível identificar o que deve ser considerado como crédito
existente na data do pedido ainda que não vencido. A matéria ganha especial dificuldade
no que respeita aos créditos que dependem de liquidação.

Os créditos ilíquidos decorrentes de responsabilidade civil, das relações de trabalho e de


prestação de serviços, entre outros, dão ensejo a duas interpretações quanto ao momento
de sua existência, que podem ser assim resumidas: (i) a existência do crédito depende de
provimento judicial que o declare (com trânsito em julgado) e (ii) a constituição do crédito
ocorre no momento do fato gerador, pressupondo a existência de um vínculo jurídico
entre as partes, o qual não depende de decisão judicial que o declare.

A primeira corrente interpretativa parte do pressuposto de que somente nas situações em


que a obrigação é descumprida, sendo necessária a intervenção do Poder Judiciário para
que a prestação seja satisfeita, é que se poderia falar em existência do crédito. No
entanto, o crédito pode ser satisfeito espontaneamente, a partir da quantificação acordada
pelas partes, extinguindo-se a obrigação.

Disso decorre que a existência do crédito não depende de declaração judicial. Na


verdade, confunde-se o conceito de obrigação e de responsabilidade.

A existência do crédito está diretamente ligada à relação jurídica que se estabelece entre
o devedor e credor, o liame entre as partes, pois é com base nela que, ocorrido o fato
gerador, surge o direito de exigir a prestação (direito de crédito). Assim, a prestação do
trabalho, na relação trabalhista, faz surgir o direito ao crédito; na relação de prestação de
serviços, a realização do serviço.

Na responsabilidade civil contratual, o vínculo jurídico precede a ocorrência do ilícito que


faz surgir o dever de indenizar. Na responsabilidade jurídica extracontratual, o liame entre
as partes se estabelece concomitantemente com a ocorrência do evento danoso. De todo

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modo, ocorrido o ato lesivo, surge o direito ao crédito relativo à reparação dos danos
causados.

Ou seja, os créditos submetidos aos efeitos da recuperação judicial são aqueles


decorrentes da atividade do empresário antes do pedido de recuperação, isto é, de fatos
praticados ou de negócios celebrados pelo devedor em momento anterior ao pedido de
recuperação judicial, excetuados aqueles expressamente apontados na lei de regência.

Nessa linha, foi editado o Enunciado n. 100 da III Jornada de Direito Comercial, que tem o
seguinte teor: "Consideram-se sujeitos à recuperação judicial, na forma do art. 49 da Lei
n. 11.101/2005, os créditos decorrentes de fatos geradores anteriores ao pedido de
recuperação, independentemente da data de eventual acordo, sentença ou trânsito em
julgado."

Em resumo, ocorrido o fato gerador, surge o direito de crédito, sendo o adimplemento e a


responsabilidade elementos subsequentes, não interferindo na sua constituição.

Diante disso, conclui-se que a submissão do crédito aos efeitos da recuperação judicial
não depende de sentença que o declare ou o quantifique, menos ainda de seu trânsito em
julgado, bastando a ocorrência do fato gerador, conforme defende a segunda corrente
interpretativa mencionada e o entendimento adotado pela iterativa jurisprudência desta
Corte.

REsp 1.842.911-RS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Segunda Seção, por
unanimidade, julgado em 09/12/2020, DJe 17/12/2020 (Tema 1051)

REsp 1.717.213-MT - Recuperação judicial e falência. Decisões interlocutórias.


Hipóteses de cabimento do agravo de instrumento previstas na Lei n. 11.101/2005.
Risco de lesão grave e de difícil reparação exigidos pelo CPC/1973. Ressignificação
do cabimento à luz do CPC/2015. Natureza jurídica do processo recuperacional.
Liquidação e execução negocial. Natureza jurídica do processo falimentar.
Liquidação e execução coletiva. Aplicabilidade da regra do Art. 1.015, parágrafo
único, do CPC/2015. Cabimento de agravo de instrumento contra todas as decisões
interlocutórias proferidas nos processos recuperacionais e falimentares.
Modulação de efeitos. Segurança jurídica e proteção da confiança. Tema 1022.

Cabe agravo de instrumento de todas as decisões interlocutórias proferidas no


processo de recuperação judicial e no processo de falência, por força do art. 1.015,
parágrafo único, do CPC/2015.

No regime recursal adotado pelo CPC/2015, há dois diferentes modelos de recorribilidade


das decisões interlocutórias: (i) para as decisões proferidas na fase de conhecimento,
será cabível o agravo de instrumento nas hipóteses listadas nos incisos do art. 1.015,
observado, ainda, o abrandamento da taxatividade desse rol em razão da tese fixada por
ocasião do julgamento do Tema Repetitivo 988 (tese da taxatividade mitigada); (ii) para as
decisões proferidas nas fases de liquidação e cumprimento da sentença, no processo

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executivo e na ação de inventário, será cabível o agravo de instrumento contra todas as


decisões interlocutórias, por força do art. 1.015, parágrafo único.

O regime recursal diferenciado para as decisões interlocutórias proferidas nas fases de


liquidação e cumprimento de sentença, no processo executivo e na ação de inventário se
justifica pela impossibilidade de rediscussão posterior da questão objeto da interlocutória,
na medida em que nem sempre haverá apelação nessas espécies de fases
procedimentais e processos, inviabilizando a incidência da regra do art. 1.009, §1º, do
CPC/2015 e também pela altíssima invasividade e gravidade das decisões interlocutórias
proferidas nessas espécies de fases procedimentais e processos, uma vez que, em regra,
serão praticados inúmeros e sucessivos atos judiciais de índole satisfativa (pagamento,
penhora, expropriação e alienação de bens, etc.) que se revelam claramente
incompatíveis com a recorribilidade apenas diferida das decisões interlocutórias.

Conquanto a Lei n. 11.101/2005 preveja o cabimento do agravo de instrumento em


específicas hipóteses, como, por exemplo, o art. 17, caput, art. 59, §2º e art. 100, não se
pode olvidar que, por ocasião da edição da referida lei, vigorava no Brasil o CPC/1973,
cujo sistema recursal, no que tange às decisões interlocutórias, era diametralmente
oposto ao regime recursal instituído pelo CPC/2015, de modo que a escolha, pelo
legislador, de apenas algumas específicas hipóteses de recorribilidade imediata das
interlocutórias proferidas nos processos recuperacionais e falimentares deve ser
interpretada como o reconhecimento de que, naquelas hipóteses, estava presumidamente
presente o risco de causar à parte lesão grave e de difícil reparação, requisito exigido pelo
art. 522, caput, do CPC/1973.

Ao se reinterpretar a questão relacionada à recorribilidade das decisões interlocutórias


proferidas nos processos recuperacionais e falimentares à luz do regime instituído pelo
CPC/2015, conclui-se que, tendo o processo recuperacional a natureza jurídica de
liquidação e de execução negocial das dívidas da pessoa jurídica em recuperação e tendo
o processo falimentar a natureza jurídica de liquidação e de execução coletiva das dívidas
da pessoa jurídica falida, a esses processos deve ser aplicada a regra do art. 1.015,
parágrafo único, do novo CPC.

Assim, nos termos do art. 1.036 e seguintes do CPC/2015, fixa-se a seguinte tese jurídica:
Cabe agravo de instrumento de todas as decisões interlocutórias proferidas no processo
de recuperação judicial e no processo de falência, por força do art. 1.015, parágrafo único,
do CPC/2015.

Para propiciar segurança jurídica e proteger as partes que, confiando na irrecorribilidade


das decisões interlocutórias fora das hipóteses de cabimento previstas na Lei n.
11.101/2005, não interpuseram agravo de instrumento com base no art. 1.015, parágrafo
único, do CPC/2015, faz-se necessário estabelecer que: (i) as decisões interlocutórias
que não foram objeto de recurso de agravo de instrumento poderão ser objeto de
impugnação pela parte em eventual e hipotética apelação ou em contrarrazões, como
autoriza o art. 1.009, §1º, do CPC/2015, se entender a parte que ainda será útil o
enfrentamento da questão incidente objeto da decisão interlocutória naquele momento
processual; (ii) que a presente tese jurídica vinculante deverá ser aplicada a todas as
decisões interlocutórias proferidas após a publicação do acórdão que fixou a tese e a

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todos os agravos de instrumento interpostos antes da fixação da tese e que ainda se


encontrem pendentes de julgamento ao tempo da publicação deste acórdão, excluindo-se
aqueles que não foram conhecidos por decisão judicial transitada em julgado.

REsp 1.717.213-MT, Rel. Min. Nancy Andrighi, Segunda Seção, por unanimidade,
julgado em 03/12/2020, DJe 10/12/2020 (Tema 1022)

CORTE ESPECIAL

RMS 63.202-MG - Decisão que indefere requerimento consensual de designação da


audiência de conciliação prevista no art. 334 do CPC. Impugnação imediata. Via
adequada após tema repetitivo 988. Agravo de instrumento. Excepcional utilização
do Mandado de Segurança. Impossibilidade absoluta.

Não é admissível, nem excepcionalmente, a impetração de mandado de segurança


para impugnar decisões interlocutórias após a publicação do acórdão em que se
fixou a tese referente ao tema repetitivo 988, segundo a qual "o rol do art. 1.015 do
CPC é de taxatividade mitigada, por isso admite a interposição de agravo de
instrumento quando verificada a urgência decorrente da inutilidade do julgamento
da questão no recurso de apelação".

Cinge-se a controvérsia a definir se, após a publicação do acórdão em que se fixou a tese
referente ao tema repetitivo 988, é admissível, ainda que excepcionalmente, a impetração
de mandado de segurança para impugnar decisões interlocutórias.

Inicialmente, é preciso reconhecer desde logo a premissa no sentido de que ser inócuo e
inútil impugnar, apenas em apelação ou em contrarrazões, a decisão interlocutória que
indefere a designação da audiência de conciliação pretendida pelas partes.

De fato, de nada adiantará, do ponto de vista prático, uma eventual impugnação diferida
sobre um ato processual que se pretende seja praticado no início do processo,
especialmente porque diante da irreversibilidade dos efeitos que serão produzidos com a
referida decisão e dos danos alegadamente sofridos pelas partes.

Quanto a via impugnativa adequada, a decisão judicial que, a requerimento do réu,


indefere o pedido de designação da audiência de conciliação prevista no art. 334, caput,
do CPC, ao fundamento de dificuldade de pauta, proferida após a publicação do acórdão
que fixou a tese da taxatividade mitigada, somente é impugnável por agravo de
instrumento e não por mandado de segurança.

Conquanto seja excepcionalmente admissível a impugnação de decisões judiciais lato


sensu por mandado de segurança, não é admissível, nem mesmo excepcionalmente, a
impugnação de decisões interlocutórias por mandado de segurança após a tese firmada
no tema repetitivo 988, que estabeleceu uma exceção ao posicionamento há muito
adotado nesta Corte, especificamente no que tange à impugnabilidade das interlocutórias,
de modo a vedar, em absoluto, a impugnação dessa espécie de decisão pelas partes

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mediante mandado de segurança, porque há via impugnativa recursal apropriada, o


agravo de instrumento.

RMS 63.202-MG, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, Rel. Acd. Min. Nancy Andrighi,
Terceira Turma, por maioria, julgado em 01/12/2020, DJe 18/12/2020

REsp 1.188.443-RJ - Planos e seguros de saúde. Ação coletiva vindicando


descumprimento de norma emitida pela ANS. Litisconsórcio passivo necessário da
União e da ANS. Imprescindibilidade.

Há litisconsórcio passivo necessário da União e da Agência Nacional de Saúde em


ação coletiva que afete a esfera do poder regulador da entidade da Administração
Pública.

Trata-se de ação coletiva que tem como causa de pedir a invocação de que a Resolução
n. 13/1998 do Conselho de Saúde Suplementar - Consu, reproduzida em cláusulas de
contratos de planos e seguros de saúde das rés, alegadamente extrapolou os lindes
estabelecidos pela Lei n. 9.656/1998, ao impor o limite, no período de carência contratual,
de 12 horas para atendimento aos beneficiários dos planos ambulatoriais e hospitalares.
Com efeito, o exame da higidez do ato administrativo é questão prejudicial ao acolhimento
do pedido, que implica tacitamente obstar seus efeitos, ao fundamento de violação de
direito de terceiros (beneficiários de planos e seguros de saúde).

Por um lado, o art. 4º, incisos I, XXIX e XXX, da Lei n. 9.961/2000 estabelece que
compete à Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS: I - propor políticas e diretrizes
gerais ao Conselho de Saúde Suplementar - Consu para a regulação do setor de saúde
suplementar; XXIX - fiscalizar o cumprimento das disposições da Lei n. 9.656, de 1998, e
de sua regulamentação; XXX - aplicar as penalidades pelo descumprimento da Lei n.
9.656, de 1998, e de sua regulamentação. Por outro lado, o contrato (o regulamento
contratual) não se confunde com o instrumento contratual, sendo as normas legais e os
atos das autoridades constituídas - notadamente em se tratando de relação contratual a
envolver a saúde suplementar, que sofre forte intervenção estatal -, juntamente com a
vontade das partes (que exprime o poder de autonomia), os agentes típicos das
limitações à liberdade contratual dos particulares, isto é, são as fontes do regulamento
contratual, para cuja concreta determinação, segundo as circunstâncias e em diferentes
medidas, podem concorrer.

Nos termos do art. 47 do CPC/1973, há litisconsórcio necessário quando, por disposição


de lei "ou pela natureza da relação jurídica", o juiz tiver de decidir a lide de modo uniforme
para todas as partes. E o art. 114 do CPC/2015 também estabelece que o litisconsórcio
será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação jurídica
controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser
litisconsortes. Já o art. 115, I, do CPC/2015 dispõe que a sentença de mérito, quando
proferida sem a integração do contraditório, será nula, se a decisão deveria ser uniforme
em relação a todos que deveriam ter integrado o processo.

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Assim, orienta a doutrina que parte legítima para a causa é quem figura na relação como
titular dos interesses em lide ou, ainda, como substituto processual. No tocante aos
substituídos da ação civil pública e às inúmeras seguradoras e operadoras de planos de
saúde rés, o pedido mediato da ação, bem como o decidido pelas instâncias ordinárias,
pretensamente esvazia os efeitos do ato regulamentar administrativo (que vincula
fornecedores e consumidores), a par de ensejar a possibilidade de coexistência de
decisões inconciliáveis, caso o ato administrativo venha a ser questionado na Justiça
Federal e considerado hígido.

Consoante a jurisprudência da Primeira Seção do STJ, há litisconsórcio passivo


necessário quando o pedido formulado na inicial da ação afetar a esfera do poder
regulador de entidade da administração pública.

Nessa linha, não se tratando de ação coletiva visando dar cumprimento à regulamentação
legal e/ou infralegal - hipótese mais frequente, em que é inquestionável a competência da
Justiça Estadual e a ausência de interesse institucional da União e da ANS -, mas de
tentativa, por via transversa, sem a participação das entidades institucionalmente
interessadas, de afastar os efeitos de disposição cogente infralegal, ocasionando
embaraço às atividades fiscalizatórias e sancionatórias da ANS, sem propiciar às
entidades da administração pública federal o exercício da ampla defesa e do contraditório,
até mesmo para eventualmente demonstrarem o interesse público na manutenção dos
efeitos da norma, devem integrar o polo passivo da demanda a União e a ANS.

REsp 1.188.443-RJ, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, Rel. Acd. Min. Luis Felipe
Salomão, Quarta Turma, por maioria, julgado em 27/10/2020, DJe 18/12/2020

SEGUNDA SEÇÃO

EAREsp 1.459.849-ES - Plano de saúde. Despesas médico-hospitalares realizadas


fora da rede credenciada. Reembolso. Restrição a situações excepcionais.
Inexistência ou insuficiência de estabelecimento ou profissional credenciado no
local. Urgência ou emergência do procedimento. Art. 12, VI da Lei n. 9.656/1998.

O reembolso das despesas médico-hospitalaes efetuadas pelo beneficiário com


tratamento/atendimento de saúde fora da rede credenciada pode ser admitido
somente em hipóteses excepcionais, tais como a inexistência ou insuficiência de
estabelecimento ou profissional credenciado no local e urgência ou emergência do
procedimento.

A Segunda Seção, em apreciação aos embargos de divergência, pacificou o


entendimento que encontrava dissonância no âmbito do Tribunal com relação ao
reembolso das despesas efetuadas pelo usuário do plano de saúde fora da rede
conveniada.

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À vista disso, constata-se que o acórdão embargado, proferido pela Quarta Turma do STJ
reformou o acórdão estadual sob o fundamento de que a jurisprudência desta Corte
Superior entende que o reembolso das despesas efetuadas pelo usuário do plano de
saúde fora da rede conveniada somente é admitido em casos excepcionais, conforme
prevê o art. 12, VI, da Lei n. 9.656/1998.

Por sua vez, os acórdãos paradigmas, proferidos pela Terceira Turma do STJ,
entenderam que a exegese do artigo supracitado deve ser extensiva, em homenagem aos
princípios da boa-fé e da proteção da confiança nas relações privadas.

Importante deixar assente que o contrato de plano de assistência à saúde, por definição,
tem por objeto propiciar, mediante o pagamento de um preço (consistente em prestações
antecipadas e periódicas), a cobertura de custos de tratamento médico e atendimentos
médico, hospitalar e laboratorial perante profissionais, rede de hospitais e laboratórios
próprios ou credenciados.

Dessa forma, a estipulação contratual que vincula a cobertura contratada aos médicos e
hospitais de sua rede ou conveniados é inerente a esta espécie contratual e, como tal,
não encerra, em si, nenhuma abusividade.

Não obstante, excepcionalmente, nos casos de urgência e emergência, em que não se


afigurar possível a utilização dos serviços médicos próprios, credenciados ou
conveniados, a empresa de plano de saúde, mediante reembolso, responsabiliza-se pelas
despesas médicas expendidas pelo contratante em tais condições, limitada, no mínimo,
aos preços de serviços médicos e hospitalares praticados pelo respectivo produto.

Trata-se, pois, de garantia legal mínima conferida ao contratante de plano de assistência


à saúde, a ser observada, inclusive, no denominado plano-referência, de cobertura
básica, de modo que não se pode falar em ofensa ao princípio da proteção da confiança
nas relações privadas, já que os beneficiários do plano estarão sempre amparados, seja
pela rede credenciada, seja por outros serviços de saúde quando aquela se mostrar
insuficiente ou se tratar de situação de urgência.

EAREsp 1.459.849-ES, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, Segunda Seção, por
maioria, julgado em 14/10/2020, DJe 17/12/2020

Informativo nº 0685
Publicação: 22 de fevereiro de 2021

TERCEIRA TURMA

REsp 1.835.598-SP - Rescisão de contrato particular de compra e venda de imóvel.


Cláusula de alienação fiduciária em garantia. Ausência de registro. Garantia não
constituída. Venda extrajudicial do bem. Desnecessidade.

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A ausência do registro do contrato de compra e venda de imóvel impede a


constituição da garantia fiduciária.

No ordenamento jurídico brasileiro, coexiste um duplo regime jurídico da propriedade


fiduciária: a) o regime jurídico geral do Código Civil, que disciplina a propriedade fiduciária
sobre coisas móveis infungíveis, sendo o credor fiduciário qualquer pessoa natural ou
jurídica; b) o regime jurídico especial, formado por um conjunto de normas extravagantes,
dentre as quais a Lei n. 9.514/1997, que trata da propriedade fiduciária sobre bens
imóveis.

Quanto à propriedade fiduciária de bem imóvel, regida pela Lei n. 9.514/1997, verifica-se
que a garantia somente se constitui com o registro do contrato que lhe serve de título no
registro imobiliário do local onde o bem se situa.

Dessa maneira, sem o registro do contrato no competente Registro de Imóveis, há


simples crédito, situado no âmbito obrigacional, sem qualquer garantia real nem
propriedade resolúvel transferida ao credor.

Assim, na ausência de registro do contrato, não é exigível do adquirente que se submeta


ao procedimento de venda extrajudicial do bem para só então receber eventuais
diferenças do vendedor.

REsp 1.835.598-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por maioria, julgado
em 09/02/2021

REsp 1.846.167-SP - Direito real de habitação. Cobrança de aluguéis da


companheira supérstite e sua filha. Descabimento.

Os herdeiros não podem exigir remuneração do companheiro sobrevivente pelo


uso do imóvel.

O art. 1.414 do CC/2002 assegura ao detentor do direito real a prerrogativa de habitar a


residência com sua família. Assim, para fins de aplicação dessa norma, a doutrina propõe
seu alargamento, para incluir nesse conceito "membros de suas relações, desde que não
satisfaçam estes algum pagamento pela hospedagem".

Para além disso, nesse aspecto em específico, relembre-se uma vez mais, que a mens
legis é manter o companheiro - ou cônjuge - vinculado ao local que lhe serve de convívio
familiar. É possível afirmar, então, que esse instituto também visa a evitar que, além da
morte daquele com quem compartilhava a sua vida, o convivente supérstite também tenha
de suportar a perda do lar.

Como sabiamente a Terceira Turma acentuou no julgamento do REsp 1.582.178/RJ, "o


objetivo da lei é permitir que o cônjuge sobrevivente permaneça no mesmo imóvel familiar
que residia ao tempo da abertura da sucessão como forma, não apenas de concretizar o
direito constitucional à moradia, mas também por razões de ordem humanitária e social, já

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que não se pode negar a existência de vínculo afetivo e psicológico estabelecido pelos
cônjuges com o imóvel em que, no transcurso de sua convivência, constituíram não
somente residência, mas um lar".

Sendo assim, não podem os herdeiros exigir remuneração da companheira sobrevivente,


nem da filha que com ela reside no imóvel.

REsp 1.846.167-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade,
julgado em 09/02/2021

REsp 1.846.167-SP - Direito real de habitação. Companheira supérstite. Extinção de


condomínio e alienação de imóvel comum. Inviabilidade.

Aos herdeiros não é autorizado exigir a extinção do condomínio e a alienação do


bem imóvel comum enquanto perdurar o direito real de habitação

A doutrina civilista tem defendido a impossibilidade de os herdeiros postularem a extinção


do condomínio e a alienação do bem comum.

Esta Corte, da mesma forma, nas duas oportunidades em que foi instada a se manifestar
sobre o assunto, denegou a pretensão dos herdeiros de extinguir o condomínio e alienar o
imóvel indivisível.

Nesse sentido a Quarta Turma destaca que "dada a reserva pelo acórdão do direito real
vitalício de habitação, limitado, como não poderia deixar de ser, a venda à nua
propriedade (50%), recebida em partilha, tênue se apresenta a ofensa à norma legal em
apreço que, em princípio, não proíbe taxativamente o ato de disposição, com as ressalvas
já declinadas, mas que, de qualquer forma, ainda que indiretamente pode deixar ao
desabrigo o cônjuge, neste caso, contra a vontade da lei" (REsp 234.276/RJ, Rel. ministro
Fernando Gonçalves, Quarta Turma, julgado em 14/10/2003, DJ 17/11/2003).

Tem-se, então, que a autorização de extinção do condomínio sobre o imóvel e venda do


bem comum contraria a própria essência do direito real de habitação decorrente da
sucessão.

REsp 1.846.167-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade,
julgado em 09/02/2021

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Informativo nº 0686
Publicação: 1º de março de 2021

TERCEIRA TURMA

REsp 1.706.999-SP - Partilha. Anulação. Imóveis. Registro. Herdeiros. Comunhão


universal de bens. Citação. Cônjuges. Necessidade. Litisconsórcio necessário.

No caso de a anulação de partilha acarretar a perda de imóvel já registrado em


nome de herdeiro casado sob o regime de comunhão universal de bens, a citação
do cônjuge é indispensável, tratando-se de hipótese de litisconsórcio necessário.

Conforme determina o art. 1.647 do Código Civil, a alienação, a cessão, a desistência e a


renúncia de bens imóveis necessitam de outorga uxória.

O que norteia a conclusão de que o cônjuge do herdeiro deve participar do processo é a


correspondência entre a renúncia, a cessão e a desistência com a alienação de bem
imóvel. Essa situação fica ainda mais preponderante nos casos em que o herdeiro é
casado sob o regime de comunhão universal de bens, pois tudo o que houver sido
adquirido por herança passa imediatamente a integrar o patrimônio comum, cabendo ao
outro cônjuge por metade.

No caso de ação de anulação de partilha, parece que o mesmo raciocínio deve orientar a
verificação quanto à necessidade de participação do cônjuge do herdeiro no processo.
Assim, se houver a possibilidade de ser atingido negativamente o patrimônio do casal,
com a alienação (perda) de bem imóvel, o cônjuge do herdeiro deve ser chamado para
integrar a lide. Caso contrário, é dispensada sua participação.

Na hipótese dos autos, o regime de casamento dos herdeiros é a comunhão universal de


bens e a partilha anteriormente realizada contemplou bens imóveis.

Nessa situação, em que os imóveis recebidos pelos recorrentes por conta da anterior
partilha já foram levados a registro, integrando o patrimônio comum do casal, mostra-se
indispensável a citação do cônjuge do herdeiro para a ação de anulação de partilha. Isso
porque poderá haver a perda do imóvel que atualmente pertence a ambos, devendo a lide
ser decidida de forma uniforme para ambos.

Vale lembrar, ainda, que de acordo com o artigo 10, §1º, I, do CPC/1973 (art. 73, § 1º, I,
do CPC/2015), os cônjuges serão necessariamente citados para a ação que trate de
direitos reais imobiliários (art. 1.225 do CC). Nesse contexto, se o imóvel passou a
integrar o patrimônio comum, a ação na qual se pretende a anulação da partilha envolve a
anulação do próprio registro de transferência da propriedade do bem, mostrando-se
indispensável a citação.

REsp 1.706.999-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma, por
unanimidade, julgado em 23/02/2021

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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO

REsp 1.872.048-RS - Compra e venda de mercadoria pela internet. Recusa ao


cumprimento da oferta. Art. 35 do CDC. Ausência de produto em estoque.
Cumprimento forçado da obrigação. Possibilidade.

O mero fato de o fornecedor do produto não o possuir em estoque no momento da


contratação não é condição suficiente para eximi-lo do cumprimento forçado da
obrigação.

Como se infere do art. 35 do CDC, a recusa à oferta oferece ao consumidor a prerrogativa


de optar, alternativamente e a sua livre escolha, pelo cumprimento forçado da obrigação,
aceitar outro produto, ou rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia
eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, somada a perdas e danos.

O CDC consagrou expressamente, em seus arts. 48 e 84, o princípio da preservação dos


negócios jurídicos, segundo o qual se pode determinar qualquer providência a fim de que
seja assegurado o resultado prático equivalente ao adimplemento da obrigação de fazer,
razão pela qual a solução de extinção do contrato e sua conversão em perdas e danos é
a ultima ratio, o último caminho a ser percorrido.

As opções do art. 35 do CDC são intercambiáveis e produzem, para o consumidor, efeitos


práticos equivalentes ao adimplemento, pois guardam relação com a satisfação da
intenção validamente manifestada ao aderir à oferta do fornecedor, por meio da previsão
de resultados práticos equivalentes ao adimplemento da obrigação de fazer ofertada ao
público.

A impossibilidade do cumprimento da obrigação de entregar coisa, no contrato de compra


e venda, que é consensual, deve ser restringida exclusivamente à inexistência absoluta
do produto, na hipótese em que não há estoque e não haverá mais, pois aquela espécie,
marca e modelo não é mais fabricada.

Assim, a possibilidade ou não do cumprimento da escolha formulada livremente pelo


consumidor deve ser aferida à luz da boa-fé objetiva, de forma que, sendo possível ao
fornecedor cumprir com a obrigação, entregando ao consumidor o produto anunciado,
ainda que obtendo-o por outros meios, como o adquirindo de outros revendedores, não há
razão para se eliminar a opção pelo cumprimento forçado da obrigação.

REsp 1.872.048-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade,
julgado em 23/02/2021

REsp 1.692.803-SP - Sociedade anônima fechada. Aprovação das contas. Sócio


administrador. Impossibilidade.

O fato de a sociedade ter somente dois sócios não é suficiente para afastar a
proibição de o administrador aprovar suas próprias contas.

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO

Nos termos do artigo 115, § 1º, da Lei n. 6.404/1976 (LSA), o acionista não poderá votar
nas deliberações da assembleia-geral relativas à aprovação de suas contas como
administrador. O artigo 134, § 6º, do mesmo diploma legal, entretanto, ressalva a situação
em que os diretores forem os únicos acionistas da companhia fechada, autorizando,
nesse caso, que participem da votação relativa aos documentos elencados no artigo 133,
dentre os quais, os relatórios da administração, os demonstrativos financeiros e o parecer
do conselho fiscal.

O texto legal não faz nenhuma ressalva quanto aos acionistas serem diretores somente
em certo período do exercício. Ademais, ao se adotar esse entendimento, estaria se
inaugurando um questionamento acerca de qual seria o prazo mínimo para ser afastada a
proibição do artigo 115, § 1º, da LSA (uma semana, um mês, um trimestre), esvaziando o
conteúdo legal.

Dessa forma, o fato de a sociedade ter somente 2 (dois) sócios não é suficiente para
afastar a proibição de o administrador aprovar suas próprias contas, pois o acionista
minoritário deverá proferir seu voto no interesse da sociedade, podendo responder por
eventual abuso.

REsp 1.692.803-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma, por
unanimidade, julgado em 23/02/2021

REsp 1.862.676-SP - Execução de título extrajudicial. Termo final para remição.


Assinatura do auto de arrematação.

O termo final para a remição da execução é a assinatura do auto de arrematação.

A remição da execução consiste na satisfação integral do débito executado no curso do


processo e impede a alienação do bem penhorado. Essa prerrogativa está prevista no art.
826 do CPC/2015, cuja primeira parte estabelece que "antes de adjudicados ou alienados
os bens, o executado pode, a todo tempo, remir a execução (...)".

Embora o dispositivo legal colacionado faça referência à alienação, não se pode olvidar
que a arrematação se trata de um ato complexo que, nos termos do art. 903 do
CPC/2015, só se considera perfeita e acabada no momento da assinatura do auto de
arrematação pelo juiz, pelo arrematante e pelo leiloeiro.

Nessa linha de pensamento, a doutrina pondera que "mesmo depois de encerrado o


pregão, mas enquanto não se firma o auto de arrematação, ou não se publica a sentença
de adjudicação, ainda é possível ao devedor remir a execução".

Logo, a arrematação do imóvel não impede o devedor de remir a execução, caso o auto
de arrematação ainda esteja pendente de assinatura.

REsp 1.862.676-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade,
julgado em 23/02/2021

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REsp 1.862.676-SP - Execução de título extrajudicial. Objeto do depósito remissivo.


Integralidade da dívida executada e seus acessórios.

Para a remição da execução, o executado deve depositar o montante


correspondente à totalidade da dívida executada, acrescida de juros, custas e
honorários de advogado.

O art. 826 do CPC/2015 exige, para a remição da execução, que o executado pague ou
consigne "a importância atualizada da dívida, acrescida de juros, custas e honorários
advocatícios". Assim, é imprescindível que o executado deposite o montante integral do
crédito e seus acessórios.

É axiomático que a importância a que se refere a lei diz respeito ao valor da dívida exigida
no processo de execução cuja remissão é pretendida. Intepretação diversa importaria na
imposição de ônus adicional ao executado e, consequentemente, em restrição a direito
que lhe é assegurado, sem qualquer respaldo na legislação processual vigente. Se mais
de uma execução estiver em trâmite em face do executado, caso assim o deseje, ele
poderá remir aquela que melhor lhe aprouver.

Essa tese encontra suporte, analogicamente, no entendimento doutrinário segundo o qual


mesmo existindo diversas penhoras sobre o imóvel, "o depósito do devedor não precisa
abranger, necessariamente, o crédito de todos os participantes do concurso de
preferências (art. 908). É lícito ao executado escolher a dívida que pretende pagar, talvez
com o propósito de extinguir a execução mais adiantada, em que se realizarão os atos
expropriatórios. A penhora dos demais credores subsistirá com plena eficácia. O devedor
assume o risco de remir logo adiante outra execução, se credor diverso retomar a
expropriação do bem penhorado.

Em resumo, para a remição da execução, o executado deve depositar o montante


correspondente à totalidade da dívida executada, acrescida de juros, custas e honorários
de advogado, não sendo possível exigir-lhe o pagamento de débitos executados em
outras demandas.

REsp 1.862.676-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade,
julgado em 23/02/2021

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