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TATIANE KSYVICKAS MATHIAS

Política Nacional de Educação Especial: Equitativa, inclusiva e de aprendizagem ao


longo da vida.

Professor(a): Maria Tereza Carneiro Soares.

Curitiba
2020
RESUMO

Neste trabalho é mostrado o avanço da Educação Especial ao longo dos tempos até o atual
Decreto nº 10.502, de 30 de Setembro de 2020. Nele fica instituída a Política Nacional de
Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da Vida, que
implementa programas e ações com vistas à garantia dos direitos à educação e ao atendimento
educacional especializado aos educandos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. Esse Decreto contém medidas
retrocessivas e de cunho preconceituoso, pois além das medidas que atropelaram a Convenção
sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
Deficiência, algumas palavras usadas no decreto são ultrapassadas e hoje consideradas
antipáticas. Neste trabalho é feito um estudo de oposição ao Decreto nº 10.502 afim de
mostrar ao Estado Brasileiro que diferenciar para excluir é discrimicação.
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1 Marcos históricos

A educação especial se organizou como atendimento educacional especializado


substitutivo ao ensino comum, com diferentes compreensões, terminologias e modalidades que
levaram à criação de instituições especializadas, escolas especiais e classes especiais. No Brasil,
o atendimento às pessoas com deficiência teve início na época do Império, com a criação de
duas instituições: o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, em 1854, atual Instituto Benjamin
Constant – IBC, e o Instituto dos Surdos Mudos, em 1857, hoje denominado Instituto Nacional
da Educação dos Surdos – INES, ambos no Rio de Janeiro.
A Lei nº 5.692/71, define “tratamento especial” para os estudantescom “deficiências
físicas, mentais, os que se encontram em atraso considerável quanto à idade regular de matrícula
e os superdotados”, não promove a organização de um sistema de ensino capaz de atender aos
estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades/superdotação e acaba reforçando o encaminhamento dos estudantes para as classes
e escolas especiais. Em 1973, o MEC cria o Centro Nacional de Educação Especial – CENESP,
responsável pela gerência da educação especial no Brasil.
Pela Constituição Federal de 1988, o artigo 205, da define a educação como um direito
de todos, garantindo o pleno desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a
qualificação para o trabalho. No seu artigo 206, inciso I, estabelece a “igualdade de condições
de acesso e permanência na escola” como um dos princípios para o ensino e garante como dever
do Estado, a oferta do atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede
regular de ensino.
O Plano Nacional de Educação – PNE, Lei nº 10.172/2001, destaca que “o grande
avanço que a década da educação deveria produzir seria a construção de uma escola inclusiva
que garanta o atendimento à diversidade humana”.
Na perspectiva da educação inclusiva, a Resolução CNE/CP nº 1/2002, que estabelece
as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica,
define que as instituições de ensino superior devem prever a formação de docente voltada para
a atenção à diversidade e que contemple conhecimentos sobre as especificidades dos estudantes
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. A
Lei nº 10.436/02 reconhece a Língua Brasileira de Sinais – Libras como meio legal de
comunicação e expressão, determinando que sejam garantidas formas institucionalizadas de
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apoiar seu uso e difusão, bem como a inclusão da disciplina de Libras como parte integrante do
currículo nos cursos de formação de professores e de fonoaudiologos.
Em 2003, é implementado pelo MEC o Programa Educação Inclusiva: direito à
diversidade, para apoiar a transformação dos sistemas de ensino em sistemas educacionais
inclusivos, promovendo um amplo processo de formação de gestores e educadores nos
municípios brasileiros para a garantia do direito de acesso de todos à escolarização, à oferta do
atendimento educacional especializado e à garantia da acessibilidade.
Em 2004, o Ministério Público Federal publica o documento ‘O Acesso de Estudantes
com Deficiência às Escolas e Classes Comuns da Rede Regular’, com o objetivo de disseminar
os conceitos e diretrizes mundiais para a inclusão, reafirmando o direito e os benefícios da
escolarização de estudantes com e sem deficiência nas turmas comuns do ensino regular.
Em 2007, é lançado o Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE, que tem como
objetivo a formação de professores para a educação especial, a implantação de salas de recursos
multifuncionais, acessibilidade arquitetônica dos prédios escolares, acesso e a permanência das
pessoas com deficiência na educação superior e o monitoramento do acesso à escola dos
favorecidos pelo Beneficio de Prestação Continuada – BPC. No documento do MEC, é
reafirmada a visão que busca superar a oposição entre educação regular e educação especial.
Na resolução CNE/CEB n°04/2010, que institui Diretrizes Curriculares Nacionais da
Educação Básica, em seu artigo n° 29, os sistemas de ensino devem matricular os estudantes
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas
classes comuns do ensino regular e no Atendimento Educacional Especializado - AEE,
complementar ou suplementar à escolarização, ofertado em salas de recursos multifuncionais
ou em centros de AEE da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou
filantrópicas sem fins lucrativos.
Pelo Decreto nº 10.502, de 30 de Setembro de 2020, Art. 1º fica instituída a Política
Nacional de Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da Vida,
por meio da qual a União, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
implementará programas e ações com vistas à garantia dos direitos à educação e ao atendimento
educacional especializado aos educandos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. Incluso nesse decreto, a educação
especial, a educação bilíngue de surdos, a política educacional equitativa, a política educacional
inclusiva, a política de educação com aprendizado ao longo da vida, as escolas e classes
especializadas, as escolas e classes bilingues de surdos e o plano de desenvolvimento individual
e escolar.
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2 POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA


EDUCAÇÃO INCLUSIVA

2.1 PRINCÍPIOS
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva tem
como princípios:
I - educação como direito para todos em um sistema educacional equitativo e inclusivo;
II - aprendizado ao longo da vida;
III - ambiente escolar acolhedor e inclusivo;
IV - desenvolvimento pleno das potencialidades do educando;
V - acessibilidade ao currículo e aos espaços escolares;
VI - participação de equipe multidisciplinar no processo de decisão da família ou do educando
quanto à alternativa educacional mais adequada;
VII - garantia de implementação de escolas bilíngues de surdos e surdocegos;
VIII - atendimento aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e
altas habilidades ou superdotação no território nacional, incluída a garantia da oferta de
serviços e de recursos da educação especial aos educandos indígenas, quilombolas e do
campo;
IX - qualificação para professores e demais profissionais da educação.
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2.2 OBJETIVOS
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva tem
como objetivos:
I - garantir os direitos constitucionais de educação e de atendimento educacional
especializado aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades ou superdotação;
II - promover ensino de excelência aos educandos da educação especial, em todas as etapas,
níveis e modalidades de educação, em um sistema educacional equitativo, inclusivo e com
aprendizado ao longo da vida, sem a prática de qualquer forma de discriminação ou
preconceito;
III - assegurar o atendimento educacional especializado como diretriz constitucional, para
além da institucionalização de tempos e espaços reservados para atividade complementar ou
suplementar;
IV - assegurar aos educandos da educação especial acessibilidade a sistemas de apoio
adequados, consideradas as suas singularidades e especificidades;
V - assegurar aos profissionais da educação a formação profissional de orientação equitativa,
inclusiva e com aprendizado ao longo da vida, com vistas à atuação efetiva em espaços
comuns ou especializados;
VI - valorizar a educação especial como processo que contribui para a autonomia e o
desenvolvimento da pessoa e também para a sua participação efetiva no desenvolvimento da
sociedade, no âmbito da cultura, das ciências, das artes e das demais áreas da vida;
VII - assegurar aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e
altas habilidades ou superdotação oportunidades de educação e aprendizado ao longo da vida,
de modo sustentável e compatível com as diversidades locais e culturais.
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2.3 ALUNOS ATENDIDOS PELA EDUCAÇÃO ESPECIAL

A Política Nacional de Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado


ao Longo da Vida tem como público-alvo os educandos que, nas diferentes etapas, níveis e
modalidades de educação, em contextos diversos, nos espaços urbanos e rurais, demandem a
oferta de serviços e recursos da educação especial.
Na perspectiva da educação inclusiva, a educação especial passa a constituir a
proposta pedagógica da escola, definindo como seu público-alvo os alunos com deficiência,
transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. Nestes casos e
outros, que implicam em transtornos funcionais específicos, a educação especial atua de
forma articulada com o ensino comum, orientando para o atendimento às necessidades
educacionais especiais desses alunos.
Consideram-se alunos com deficiência àqueles que têm impedimentos de longo
prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, que em interação com diversas
barreiras podem ter restringida sua participação plena e efetiva na escola e na sociedade. Os
alunos com transtornos globais do desenvolvimento são aqueles que apresentam alterações
qualitativas das interações sociais recíprocas e na comunicação, um repertório de interesses e
atividades restrito, estereotipado e repetitivo. Incluem-se nesse grupo alunos com autismo,
síndromes do espectro do autismo e psicose infantil. Alunos com altas
habilidades/superdotação demonstram potencial elevado em qualquer uma das seguintes
áreas, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes.
Também apresentam elevada criatividade, grande envolvimento na aprendizagem e realização
de tarefas em áreas de seu interesse.
As definições do público alvo devem ser contextualizadas e não se esgotam na mera
categorização e especificações atribuídas a um quadro de deficiência, transtornos, distúrbios e
aptidões. Considera-se que as pessoas se modificam continuamente transformando o contexto
no qual se inserem. Esse dinamismo exige uma atuação pedagógica voltada para alterar a
situação de exclusão, enfatizando a importância de ambientes heterogêneos que promovam a
aprendizagem de todos os alunos.
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3 DIRETRIZES DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA


PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

A educação especial é uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis,


etapas e modalidades, realiza o atendimento educacional especializado, disponibiliza os
serviços e recursos próprios desse atendimento e orienta os alunos e seus professores quanto a
sua utilização nas turmas comuns do ensino regular.
O atendimento educacional especializado e de qualidade identifica, elabora e
organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena
participação dos alunos, considerando as suas necessidades específicas.
Oferecem o atendimento educacional especializado e de qualidade, em classes e
escolas regulares inclusivas, classes e escolas especializadas ou classes e escolas bilíngues de
surdos a todos que demandarem esse tipo de serviço, para que lhes seja assegurada a inclusão
social, cultural, acadêmica e profissional, de forma equitativa e com a possibilidade de
aprendizado ao longo da vida. Além disso, garantem a viabilização da oferta de escolas ou
classes bilíngues de surdos aos educandos surdos, surdocegos, com deficiência auditiva,
outras deficiências ou altas habilidades e superdotação associadas, e garantem, nas escolas ou
classes bilíngues de surdos, a Libras como parte do currículo formal em todos os níveis e
etapas de ensino e a organização do trabalho pedagógico para o ensino da língua portuguesa
na modalidade escrita como segunda língua. Cabe aos sistemas de ensino, ao organizar a
educação especial na perspectiva da educação inclusiva, disponibilizar as funções de instrutor,
tradutor/intérprete de Libras e guia intérprete, bem como de monitor ou cuidador aos alunos
com necessidade de apoio nas atividades de higiene, alimentação, locomoção, entre outras que
exijam auxílio constante no cotidiano escolar.
A Política Nacional de Educação Especial prioriza a participação do educando e de
sua família no processo de decisão sobre os serviços e os recursos do atendimento
educacional especializado, considerados o impedimento de longo prazo e as barreiras a serem
eliminadas ou minimizadas para que ele tenha as melhores condições de participação na
sociedade, em igualdade de condições com as demais pessoas.
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4 A PROPOSIÇÃO

Foi considerado, o decreto nº 10.502, de 30 de setembro de 2020 que dispõe sobre o


sistema estadual de educação, para a análise. Esse Decreto contém medidas retrocessivas, pois
as medidas atropelaram a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e a Lei
Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. O Decreto não é claro sobre o que são e
como se diferenciam os seguintes tópicos da Política Nacional: princípios, diretrizes e
objetivos. Em consequência, alguns exemplos de cada tópico aparecem em outros tópicos,
gerando confusão de entendimentos.
Entre os princípios (art. 3º, insivo VI), é um retrocesso a “alternativa educacional
mais adequada”. Essa expressão camufla o termo “escola especial”.
Entre os objetivos, alguns são citados como exclusividade dos “educandos da
educação especial”, tais como: “promover ensino de excelência”, “assegurar acessibilidade a
sistemas de apoio adequados”, “valorizar o processo que contribui para a autonomia, o
desenvolvimento e a participação efetiva no desenvolvimento da sociedade, no âmbito da
cultura, das ciências, das artes e das demais áreas da vida”. Sendo assim, um equívoco ao se
pensar que se os alunos não forem da “educação especial” não serão atendidos com esses
objetivos.
A classificação do público-alvo (art. 5º) precisaria ser refeita para eliminar a
superposição de pessoas com deficiência e outras condições, por um lado, e a ausência de
pessoas com determinada deficiência, por outro. “Educandos com deficiência e transtornos
globais do desenvolvimento” (TGD), entendem que os alunos com TGD não são alunos com
deficiência. “Educandos com deficiência e educandos com altas habilidades ou
superdotação”, entendem que os educandos com deficiência não têm altas habilidades, sendo
de forma preconceituosa, pois o que impede de um aluno com altas habilidades ter
deficiência? Além disso, o termo “superdotação”, que na verdade já é um termo antigo e não
mais utilizado, sendo esse substituído por “pessoa com altas habilidades”.
Entre as diretrizes, as mais retrocessivas são, “oferecer atendimento educacional
especializado e de qualidade, em classes e escolas inclusivas, classes e escolas especializadas
ou classes e escolas bilíngues de surdos a todos que demandarem esse tipo de serviço”. Sendo
a condição “de qualidade” somente citada quando é relacionado ao AEE, insinuando que
somente as escolas especializadas oferecem qualidade.
O termo ‘equidade’ para os formuladores do Decreto está sendo usado como um
sinônimo de igualdade. Entretanto, equidade significa “julgamento justo”. Assim, para
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respeitar o direito à mesma igualdade em pessoas e situações tão diferentes entre si, podemos
praticar a ‘igualdade autêntica’ aplicando a equidade, ou seja, um julgamento justo na medida
das necessidades singulares de cada caso.
O tema ‘Aprendizado ao Longo da Vida’, tirado da LBI, diz: “Compete ao poder
publico garantir a dignidade da pessoa com deficiência ao longo de toda a vida” , garantinodo
a dignidade da pessoa com deficiência. Já no Decreto, não há nenhum artigo explicando como
e quando será realizado o “aprendizado do aluno ao longo da sua vida”. O artigo n°2 diz:
“política de educação com aprendizado ao longo da vida: conjunto de medidas planejadas e
implementadas para garantir oportunidades de desenvolvimento e aprendizado ao longo da
existência do educando, com a percepção de que a educação não acontece apenas no âmbito
escolar, e de que o aprendizado pode ocorrer em outros momentos e contextos, formais ou
informais, planejados ou casuais, em um processo ininterrupto”. Dependendo de como e onde
será realizado o aprendizado, o dito “em outros momentos e contextos” será simultâneos com
a vida escolar? Ou será posteriormente a ela? Além disso, extrapola o tempo de duração da
vida escolar.
Também no artigo n°2 diz: “classes especializadas - classes organizadas em escolas
regulares inclusivas, com acessibilidade de arquitetura, equipamentos, mobiliário, projeto
pedagógico e material didático, planejados com vistas ao atendimento das especificidades do
público ao qual são destinadas, e que devem ser regidas por profissionais qualificados para o
cumprimento de sua finalidade”. A adoção de um sistema educacional inclusivo pressupõe
que todas as classes são inclusivas, não havendo necessidade ou justificativa para a instalação
de classes especializadas, sendo assim o Decreto mostra que não está entendendo
corretamente a diferença entre uma sala de aula e o espaço ocupado pelo AEE.
Outro equívoco do Decreto é sobre o termo “escola regular inclusiva”, onde é escrito 8
vezes no artigo n°2, sendo aquela que oferta o atendimento educacional especializado. Essa
visão é totalmente equivocada sobre a Educação Inclusiva, pois toda escola deve ser inclusiva,
levando em consideração as especificidades de cada aluno, por isso que a Educação Especial é
um campo de conhecimento fundamental para que a Educação Incluiva realmente aconteça, e
que não seja um processo paralelo.
O documento publicado contraria todos os esforços empreendidos por diversos
grupos de pessoas com deficiência e suas famílias, bem como o de organizações de pessoas
com deficiência, a fim de que em nosso país, os estudantes público alvo da Educação Especial
não sofressem discriminação e violação de seus direitos. Estudantes com e sem deficiência
têm ritmos diferentes, como qualquer pessoa em processo de ensino, de aprendizagem e de
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desenvolvimento humano. Não é pertinente que os alunos público-alvo da Educação Especial


sejam separados nem privados de convívio com outros alunos, já que é confirmado que se
aprende em coletividade.
À luz dessas considerações, reafirmo o repúdio ao Decreto 10.502, ressaltando que o
caminho não é alterar a política de inclusão vigente no sentido de retrocedê-la, mas
compreender tecnicamente como transformar os problemas em oportunidades, aprendizados e
afirmação da inclusão. Avançar com financiamento, pesquisas e conhecimento e,
principalmente, com a implementação de políticas públicas de inclusão social.
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REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. LDB


5.692, de 11 de agosto de 1971.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Imprensa Oficial,


1988.

BRASIL. Ministério da Educação. Lei nº 10.172, de 09 de janeiro de 2001.

BRASIL. Ministério da Educação. Decreto Nº 3.956, de 8 de outubro de 2001.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Lei Nº. 10.436, de 24


de abril de 2002.

BRASIL. Decreto n°10.502, de 30 de setembro de 2020.

HOUAISS, Antônio. Instituto Antônio Houaiss. Dicionário Houaiss da língua portuguesa,


p. 1183

SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão: acessibilidade no lazer, trabalho e educação. Revista


Nacional de Reabilitação (Reação), São Paulo, Ano XII, mar./abr. 2009, p. 10-16.

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