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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense (IF-SUL).

HISTÓRIA I, professor Rafael de Oliveira.


TURMAS 1P e 1T.
AULA 2 (EaD)
6/04/2020

Nessa aula continuaremos estudando o tema da formação do sistema capitalista,


vamos aprofundar a discussão sobre processo de transformação que conduziu do modo
de produção feudal ao modo de produção capitalista. Lembro que esse foi um processo
longo, que nos países pioneiros pode ser situado entre os séculos XV e XIX (alguns
autores colocam como marco inicial o século X). Estou encaminhando o resumo de um
texto clássico do professor Darcy Ribeiro, chamado O Processo Civilizatório no qual ele
acompanha cerca de 10 mil anos de transformação social, analisando os processos que
desencadearam a sociedade industrial. O resumo que vocês estão recebendo trata do
terceiro capítulo, a chamada "Revolução Mercantil", que segundo ele teria conduzido a
formação do sistema capitalista. Leiam o texto com atenção, e respondam as questões
ao final.

Ribeiro, Darcy. A Revolução Mercantil. IN RIBEIRO, Darcy. O PROCESSO


CIVILIZATÓRIO: etapas da evolução sócio-cultural. Vozes: Petrópolis, 1981.

Por volta do século XVI amadureceu uma nova tecnologia1 produtiva e militar,
isso é, novos instrumentos e técnicas de trabalho e de guerra, que promoveram uma
revolução tecnológica, a chamada "revolução mercantil". Essa nova base tecnológica
está na origem de duas novas formações sociais, os Impérios Mercantis Salvacionistas e
o Capitalismo Mercantil. Vamos observar cada uma dessas formações: é importante que
vocês concentrem-se na tentativa de compreender os mecanismos que permitem a
transformação das sociedades feudais nos modelos sociais aqui apresentados, nosso
interesse é a passagem de um modelo produtivo para o outro.

1
A expressão "tecnologia" em Darcy Ribeiro pode ser pensada como sinônimo da expressão "meio de
produção" em Marx, tal conceito foi apresentado no texto anterior. Vários termos utilizados aqui remetem
à explicações daquele texto, sempre que necessário voltem a ele para melhor compreensão do debate
proposto.
As tecnologias que caracterizaram a "revolução mercantil", portanto que
estiveram na base da transformação das sociedades feudais em Impérios Mercantis
Salvacionistas e Capitalistas Mercantis foram as mesmas, elas estão ligadas às
seguintes atividades de trabalho: navegação oceânica com o aperfeiçoamento da
bússola magnética, do quadrante, do astrolábio, das cartas celestes e dos cronômetros,
também com a invenção das naus, caravelas e barcos de guerra, com a incorporação da
vela latina, dos lemes fixos e das carretilhas na navegação, além da descoberta de
procedimentos mecânicos como as bielas-manivelas, e os eixos-cardan. Tecnologias
revolucionárias também desenvolveram-se na guerra: o aperfeiçoamento das armas de
fogo como canhões, morteiros e espingardas, que permitiam enfrentar a mobilidade das
cavalarias armadas2, e criar a artilharia naval3. A revolução tecnológica afetou também o
trabalho na produção de alimentos e meios de produção, nesse caso ela se baseou na
generalização de modelos aperfeiçoados de moinhos de vento e rodas hidráulicas
impulsionadas pela força da gravidade, que eram aplicadas para impulsionar serras,
martelos e outras ferramentas de construção, proporcionou ainda a instalação de
diversas fábricas de papel e tipografias, além dos avanços na fabricação de instrumentos
óticos.
Essas inovações nos meios produtivos, que Darcy Ribeiro caracteriza como uma
"revolução tecnológica", possibilitaram (isso é, criaram condições, condicionaram) uma
ruptura com o feudalismo, mas elas não explicam sozinhas essas transformações. Ao
contrário, na sequência veremos que elas originaram sociedades distintas entre si.

1 Os Impérios Mercantis Salvacionistas


Estes impérios surgem na virada do século XV para o XVI na Península Ibérica
(Portugal e Espanha) e na Rússia4. Utilizando as tecnologias da navegação
anteriormente citadas, portugueses e espanhóis se lançaram à conquista de novas terras
e povos na África, Ásia e América; os russos estenderam seu domínio sobre a Eurásia

2
Durante o período medieval a cavalaria era a principal parte dos exércitos, ela reunia os guerreiros de
elite e promovia os ataques decisivos.
3
Durante o período medieval não existiam propriamente batalhas navais, embarcações aproximavam-se
umas das outras e os soldados saltavam para uma batalha "corpo a corpo".
4
A Rússia não será tratada nesse texto: primeiro porque sua atuação não foi decisiva na expansão do
capitalismo em nível mundial, e segundo porque trataremos da Rússia de maneira específica durante o
segundo semestre, quando trabalharmos a Revolução Russa.
chegando à América pelo Alasca: "a Europa explode lançando as bases da primeira
civilização mundial" (Ribeiro, 1981, p.131). A "revolução mercantil" fez com que pela
primeira vez modelos de sociedade existentes em um continente tenham a capacidade de
se espalhar por todo globo, podemos dizer que esse é o início da "globalização".
Portugal e Espanha formaram-se no processo de expulsão dos muçulmanos que
por séculos haviam dominado a península, por isso sua origem enquanto países está
intimamente ligada à religião, neles não existe separação entre economia, política e
religião durante os séculos aqui abordados. A chamada "Reconquista" foi o nome dado
às guerras de expulsão dos muçulmanos, guerras travadas sob a direção dos nobres
locais e dos papas, essas guerras transformaram as sociedades existentes ali,
moldando-as a este objetivo: os nobres que dirigiam os exércitos proclamaram-se os
primeiros reis5 assessorados por poderosas autoridades católicas. A força de tal
associação pode ser exemplificada no título de domínio exclusivo que o Papa concedeu
a portugueses e espanhóis sob todas as terras que viessem a ser descobertas e
conquistadas além-mar; no privilégio das monarquias de erigir a Santa Inquisição
transformando-a em instrumento de poder político; no direito de cristianizar as
populações locais dos territórios dominados; e no direito de cobrar dízimos e outras
rendas pela igreja.
Os novos senhores católicos se apoderam das terras anteriormente exploradas
pelos muçulmanos e transformaram-nas em pastagens para a criação de rebanhos de
ovelhas, isso fez com que a fome atingisse grande parte da população antes sustentada
pela produção alimentícia camponesa. "Multidões de camponeses foram enxotados e
reduzidos à mendicância e a própria população entrou a diminuir drasticamente, tanto
no campo quanto nas cidades" (Ribeiro, 1981, p.132). Assim estruturadas as monarquias
da Espanha e de Portugal puderam absorver e generalizar a tecnologia da "revolução
mercantil" fazendo-se uma das matrizes da formação do capitalismo, embora elas
próprias não atingissem o estágio de formação capitalista antes do século XIX.

5
A primeira guerra de reconquista foi travada entre 718 e 722, mas os cristãos só começaram a obter
sucesso séculos depois: o primeiro rei de Castela (que daria origem à Espanha) foi Fernando I (1037) e o
primeiro rei português Afonso Henriques (1139). O processo de reconquista só foi concluído em 1492,
mesmo ano da chegada de Cristóvão Colombo à América, daí tomarmos o século XV como marco do
início das transformações aqui discutidas.
No plano ideológico essas monarquias formaram-se como movimentos
messiânicos de expansão da cristandade, se lançaram à conquista de territórios na
América, África e Ásia como "híbridos" de comerciantes (que buscavam o lucro) e
cruzados (que buscavam converter povos ao cristianismo), daí a expressão Impérios
Mercantis Salvacionistas: "impérios" porque conquistavam territórios estrangeiros,
impondo o governo de seu monarca (rei); "mercantis" porque um dos objetivos dessa
conquista era o acúmulo de riquezas através das trocas comerciais; "salvacionistas"
porque diziam que seu movimento estava ligada à salvação das almas, das suas por
cumprir o "mandamento divino" de expansão da fé, e a das gentes conquistadas que
abandonaram as heresias e se converteriam a "verdadeira" religião.
No plano interno (dentro de Portugal e Espanha) dedicaram-se igualmente ao
"combate das heresias", perseguindo, executando ou expulsando, centenas de milhares
de judeus e mouros que haviam convivido por séculos com os cristãos da península sob
o domínio muçulmano. Tal êxodo dos não-católicos proporcionou as classes dominantes
ibéricas (isso é, a nobreza, os grandes comerciantes e a alta hierarquia da Igreja
Católica) extraordinária oportunidade de enriquecimento pelo confisco dos bens de
judeus e muçulmanos. Isso foi acompanhado de um enorme retrocesso econômico para
a maioria das pessoas, já que quase todos os setores intermediários6 como artesãos,
comerciantes e pequenos granjeiros eram "infiéis", isso é, não-católicos. A destruição
desse estrato fez cair o nível técnico das atividades agrícolas e manufatureiras
desmontando o sistema da economia nacional que integrava os diferentes setores
produtivos.
Acima do empresariado, isso é, dos comerciantes e mestres-aretsãos que se
aproximavam das práticas capitalistas, se implantou uma vasta burocracia controladora
do poder político e militar, ela acabou expandindo o monopólio estatal sob diversos
setores econômicos, e criando o que Darcy Ribeiro chama de "estado-empresário", isso
é, o próprio governo aparecia como um "capitalista", tomando o lugar de investidores
individuais. Assim as coroas portuguesa e espanhola exploraram minas, fábricas,

6
Como discutido no texto anterior, os setores básicos no modo de produção feudal eram os "nobres"
(senhores feudais) proprietários de terras, e o "camponeses" (servos) que trabalham para esse senhores em
regime de servidão. Os sujeitos que se colocam entre essas duas classes são chamados "intermediários",
isso é, pequenos agricultores proprietários de suas terras (granjeiros), artesãos, comerciantes, médicos,
advogados, etc...
estancos de sal, de diamantes, produção de fumo, o comércio externo, além de distribuir
regalias e títulos honoríficos (isso é, títulos de nobreza, que passaram a ser comprados, e
não apenas herdados).
Na América, as colônias de Portugal e Espanha conformaram uma nova
organização sócio-cultural estruturada como contraparte da formação
mercantil-salvacionista. Configuraram-se então as colônias escravistas como partes
complementares do complexo que tinha as potências ibéricas como centro.
A população do Continente Americano foi desgastada numericamente, vendo-se
degradada pela contingência de servir como mera força de trabalho que não existia para
si mesma, mas como força produtiva de poucos artigos que interessavam à economia
metropolitana, principalmente metais preciosos. Na área dos impérios inca e asteca os
espanhóis utilizaram a numerosa população local, nas outras os portugueses restauraram
o escravismo greco-romano em sua forma mais crua, primeiro escravizando indígenas
locais e depois importando massas de africanos. "Criou-se, deste modo, uma enorme
força de trabalho escravo, de cuja capacidade de produção, nas condições mais
espoliativas, passaram a viver espanhóis e portugueses" (Ribeiro, 1981, p.135).
Em toda a Ibero-América a Igreja reviveu o papel que exerceu no medievo
europeu tornando-se a maior monopolizadora de terras, de índios escravizados, e de
capitais financeiros. As fontes desse enriquecimento eram as contribuições diretas da
Coroa a título de dízimo, doações, legados, reservas de direitos (como a capelania e a
mão morta), além da extorsão inquisitorial sobre os suspeitos de heresia.

2 O Capitalismo Mercantil
As forças da "revolução mercantil" desencadearam um outro processo
civilizatório, que originou as formações sócio-culturais do Capitalismo Mercantil. A
adoção de novos procedimentos técnicos e institucionais permitiram a reimplantação
de manufaturas nas cidades italianas, flamengas7, holandesas e francesas, mais tarde
também na Inglaterra e Espanha.
Inicialmente (por volta dos séculos XIV e XV) essas manufaturas eram simples
ajuntamentos de artesãos, proprietários de seus próprios instrumentos que trabalhavam

7
Refere-se à região que hoje é ocupada majoritariamente pela Bélgica.
para um "capitalista" responsável por fornecer matéria-prima e/ou vender a produção8.
Com o desenvolvimento do comércio, especialmente o marítimo, as manufaturas
transformaram-se em unidades maiores com divisão interna de trabalho, nelas o artesão
já não era mais proprietário de suas ferramentas e o capitalista não era mais apenas um
comerciante, era também proprietário dos instrumentos de trabalho e responsável por
organizar a produção, pagando salários fixos e lucrando não apenas com a venda, mas
também com o aumento de produtividade do trabalho.
Inicialmente as manufaturas centralizadas instalaram-se no campo, para fugir do
controle das corporações artesanais9 da cidade. Ocupavam-se em negócios de fiação,
tecelagem, serraria, mais tarde refinarias de açúcar, fábricas de sabão, de tintas,
estaleiros, metalurgia, e papelaria. As riquezas monetárias acumuladas no comércio, na
usura, e na exploração das finanças públicas, passaram a ser aplicadas nessas grandes
manufaturas que foram transferidas para as cidades, e com apoio das monarquias
passaram a competir com as corporações artesanais. Concentrando muitos trabalhadores
nas cidades elas geraram um mercado interno, isso é, um mercado dentro das fronteiras
do próprio país, com as pessoas da cidade comprando produtos de subsistência (como
alimentos e roupas) que vinham do campo. Isso não era muito comum antes do século
XV, porque a população urbana era muito pequena e não estimulava a produção de
alimentos para a venda.
Isso gerou transformações nas relações de servidão no campo: os proprietários
de terra começaram a se interessar em produzir para esse mercado urbano, forçando os
agricultores a plantar aqueles produtos com maior possibilidade de venda, e forçando
aqueles agricultores que consumiam a maior parte de sua safra, isso é, não conseguiam
produzir muitas mercadorias, a abandonar as terras. Os governos passam a incentivar a
conversão dessas atividades, decretam o direito dos nobres de cercar suas propriedades,
anulando direitos tradicionais dos camponeses como o acesso à terras comunais de
pasto e plantio. Desagregaram-se assim as estruturas feudais que primavam pela
produção de subsistência, e contingentes cada vez maiores de camponeses foram

8
Lembrem-se da distinção feita no texto anterior: as pessoas envolvidas na atividade artesanal poderiam
ser classificadas em "mestre-artesão", "oficial" ou "aprendiz". A manufatura é uma forma ampliada dessa
loja artesã, onde um mestre-artesão (chamado por Darcy Ribeiro de "capitalista") contrata vários oficiais
(artesãos) visando uma produção em grande quantidade.
9
Caso não esteja lembrado, procure no texto anterior o que eram as corporações artesanais.
desvinculados da economia natural para serem jogados no trabalho assalariado,
obrigados a abandonar o trabalho produtor de valores de uso.
A reação dos camponeses a essas transformações deu-se em centenas de guerras
e revoltas, reivindicavam a permanência do antigo modo de vida, ou a propriedade das
terras em que viviam, para que pudessem trabalhar sem pagar nenhum tributo aos
nobres. Suas lutas assumiram quase sempre formas "milenaristas", isso é, ao se
lançarem contra a ordem e os poderes existentes buscavam justificativas religiosas e
acreditavam na chegada de um novo tempo de justiça, bondade e abundância, o
"Milênio". Costumavam voltar-se contra a Igreja e os clérigos, tradicionais defensores
dos direitos aristocráticos, lembre-se que a Igreja era grande proprietária de terras
durante o regime feudal e participante ativa dos governos. Nesse contexto o conteúdo
do sagrado e da fé em deus passou a ser redefinido, ao invés de aceitarem as
interpretações dos sacerdotes vinculados ao alto clero, os camponeses passaram à
formular suas próprias visões, muitas vezes apoiados por padres se rebelavam contra a
hierarquia da Igreja Católica. Destroem-se os mecanismos de preservação do regime
feudal, "ensejando o alastramento de insurreições camponesas à medida que a
estruturação capitalista marchava de região a região" (Ribeiro, 1981, p.138).
Nas cidades, progressiva e lentamente, iam sendo abolidas as corporações
artesanais de ofício, isso é, o controle dos preços, das matérias primas, e dos tempos de
aprendizagem, deixavam de ser reguladas pelos grêmios artesanais e passavam a ser
ordenadas pelas leis de concorrência, pelo ideário liberal de igualdade perante a lei, e
pelo livre direito de estabelecer contratos entre capitalistas e empregados. Isso tornou
possível montar estruturas urbanas de produção e comércio que se expandiam e
ampliavam cada vez mais.
A formação Capitalista Mercantil implantou-se primeiro na Holanda governada
por comerciantes e banqueiros na guerra de independência contra os espanhóis (1609),
seguiu-se na Inglaterra com a revolução de Cromwell (1652-79). A França se integrou à
nova formação a partir de um lento amadurecimento que começa no século XVI com
manufaturas de artigos de luxo em Lyon, Reims e Paris, se expande com tipografias e
metalúrgicas, e consolida-se com a Revolução de 1789.
Para assumir essa posição pioneira, todos esses países ativaram suas economias
internas rompendo com as relações feudais e reorganizando a distribuição de poder
entre as classe sociais: confiscaram parte dos bens da Igreja e os redistribuíram entre
proprietários dispostos a investir na produção mercantil; criaram empresas públicas para
investir nos setores da economia voltados à produção em grandes manufaturas e à
venda; incentivaram a qualificação da força de trabalho a partir da reutilização dos
saberes dos antigos artesãos medievais. Todas as formações capitalistas mercantis
apelaram também para o colonialismo, submetendo territórios e populações na África,
Ásia e América, onde produziam bens tropicais e escravizavam populações nativas ou
importadas da África.
A inovação do Capitalismo Mercantil foi implantar - além das colônias
escravistas, que foram comuns a todas as formações aqui analisadas - "colônias de
povoamento" a partir do transplante de parcelas da população europeia, elas tinham
como objetivo aliviar a Europa dos excedentes populacionais gerados no processo de
transformação de suas sociedades no sentido capitalista, construíram assim pequenos
núcleos de povoamento interessados em ocupar gente marginalizada cuja presença na
Europa representava um risco permanente de insurreição. Uma dessas colônias daria
origem a um dos países pioneiros do capitalismo mercantil - os Estados Unidos da
América.
Assim podemos dizer que o capitalismo mercantil nasce bipartido em dois
complexos complementares. O primeiro é o "complexo metropolitano" assentado sobre
uma economia rural produtora de mercadorias e uma economia urbana de manufaturas
mercantis, comerciantes importadores e exportadores, e agências financeiras que
operavam no mercado mundial. O segundo é o "complexo colonial", que gera as
colônias mercantis das feitorias de comércio na Ásia, de suprimento de mão de obra
escrava na África, e as colônias escravistas das áreas americanas de exploração de
metais preciosos e plantações tropicais. Por meio dessas faces complementares o
sistema capitalista passa a atuar em escala mundial, gerando em de um lado os
capitalistas contrapostos a massas de trabalhadores assalariados, e no outro as camadas
gerenciais implantadas pelas elites metropolitanas, contrapostas a massas de
trabalhadores escravizados.
O segundo complexo (o "complexo colonial") gerou uma acumulação de capital
muito maior do que o primeiro (o "complexo metropolitanos"), revertendo para as
economias metropolitanas os recursos necessários à sua plena conversão em economias
capitalistas. Com o capitalismo mercantil estabeleceram-se as bases para a
"despersonalização das relações de trabalho", isso é, para a transformação da força de
trabalho em um bem livremente negociável, esse processo colocou no poder uma classe
empresarial de novo tipo (os capitalistas) que passaram a comandar um modelo
econômico marcadamente venal. Em sua forma amadurecida o capitalismo mercantil
assenta-se (1) na propriedade privada das empresas, (2) na aguda competição entre elas
pelo acesso aos consumidores, (3) em uma lógica de espontaneísmo do ponto de vista
econômico, e de (4) completa irresponsabilidade social com o destino dos trabalhadores.

RESPONDA
1 - Por que os acontecimentos discutidos neste texto são relevantes para quem
vive no Brasil? Porque o Brasil foi uma colônia de Portugal, e passamos por todo o
processo citado no texto acima.
2- O que mudou na vida dos camponeses dos países envolvidos na "revolução
mercantil"? Foram forçados a mudar seu estilo de vida para produzir coisas para vender
e não somente para subsistência.
3 - Quais são os sujeitos históricos apontados nesse texto? Por que eles podem
ser considerados sujeitos históricos? Portugal e Espanha, pois foram os pioneiros na
descoberta das colônias e na implantação do capitalismo mercantil.
4 - Destaque semelhanças e diferenças entre os Impérios Mercantis
Salvacionistas e as sociedades de Capitalismo Mercantil. Semelhanças: as bases para
suas formações foram as mesma, nos dois sistemas o governo era quem mandava na
produção e no trabalho.
Diferenças: Nos Impérios Salvacionistas predominavam as colônias escravistas,
já nas nações capitalistas comerciantes existiam, não somente colônias escravistas mas
também colônias de povoamento. Os Impérios Salvacionistas investiram pesadamente
na descoberta de novas terras, já as nações comerciantes tentavam dominar terras ja
conhecidas pelos impérios.
Enviar para o e-mail rafaeloliveira@sapucaia.ifsu.edu.br até o dia 13 de
abril. As respostas devem vir anexadas ao e-mail em documento no formato word,
no assunto do e-mail deve ser indicada a turma e o nome completo do aluno
(Turma X, Nome Completo). É fundamental preencher o espaço referente ao
assunto corretamente, trabalhos fora desse padrão não serão considerados.

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