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Sociedade Antiga
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
A ARTE NA PRÉ-HISTÓRIA...................................................................................................................... 10
CAPÍTULO 1
AS POPULAÇÕES PRÉ-HISTÓRICAS: CARACTERIZAÇÃO............................................................. 11
CAPÍTULO 2
A ARTE EM SOCIEDADES PRÉ-HISTÓRICAS, CAÇADORAS E COLETORAS................................... 15
CAPÍTULO 3
ARTE EM TRANSIÇÃO: SOCIEDADES PRÉ-HISTÓRICAS PRÉ-AGRÍCOLAS.................................... 24
UNIDADE II
A ARTE NA GRÉCIA ANTIGA.................................................................................................................. 36
CAPÍTULO 1
A ANTIGA ARTE GREGA: CARACTERIZAÇÃO............................................................................. 37
CAPÍTULO 2
A ARTE GREGA ARCAICA........................................................................................................ 41
CAPÍTULO 3
A ARTE GREGA CLÁSSICA....................................................................................................... 49
CAPÍTULO 4
A ARTE HELENÍSTICA................................................................................................................ 55
UNIDADE III
A ARTE NA ROMA ANTIGA..................................................................................................................... 63
CAPÍTULO 1
A ANTIGA ARTE ROMANA: CARACTERIZAÇÃO.......................................................................... 63
CAPÍTULO 2
A ARTE NO IMPÉRIO ROMANO................................................................................................ 71
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 84
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
6
Saiba mais
Sintetizando
7
Introdução
Seja bem-vindo à disciplina Arte na Pré-História e Sociedade Antiga.
Desejamos convidá-lo para participar ativamente nesta viagem a épocas passadas muito
remotas e que acabaram elaborando formas de expressão humana que representavam
aspectos organizacionais, simbólicos, ideológicos e culturais extremamente significativos
das populações que as criaram.
8
Em sequência, daremos um pulo temporal de cerca de mais de 10 mil anos para começar
a percorrer aspectos da arte no mundo ocidental, em sociedades que alçaram o patamar
cultural de civilização, em especial a civilização grega.
Objetivos
»» Delinear as características gerais dos estilos da arte desde a pré-história
até a antiguidade clássica.
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A ARTE NA UNIDADE I
PRÉ-HISTÓRIA
Seja bem-vindo.
Boa leitura.
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CAPÍTULO 1
As populações pré-históricas:
caracterização
A nossa história como homo sapiens foi lentamente passando por modificações, durante
a maior parte de nossos 200 mil anos de existência. Nossa expectativa de vida era
relativamente curta, e mortalidade infantil era alta; a satisfação de nossas necessidades
alimentares – indispensáveis para a sobrevivência – eram urgentes, impondo
frequentemente deslocamentos e reassentamentos; nossa cultura era relativamente
prosaica, e as funções sociais pouco diversificadas; os artefatos e a linguagem eram
muito rudimentares.
O ritmo das alterações tecnológicas e da cultura também foi muito lento. Entre 200
mil anos antes do presente e, aproximadamente, 12 mil anos atrás, as transformações
na cultura das diversas populações humanas na Terra ocorreram muito lentamente. A
partir da chamada Revolução da Agrícola, com a crescente domesticação de plantas e
animais úteis à alimentação e à produção, o ritmo das mudanças passou a ser intenso,
permitindo o surgimento de sociedades agrícolas, sedentárias, altamente complexas,
hierarquizadas, culturalmente civilizadas, associadas ao desenvolvimento urbano.
De 12 mil anos antes do presente para adiante, as mudanças passam a ser frenéticas,
com expressões no campo das artes e da cultura, vinculadas às sociedades sedentárias
intimamente viabilizadas pela disseminação da agricultura, pelo adensamento
populacional e pela complexificação das relações sociais.
Para pensarmos em uma História da Arte nas sociedades primitivas de períodos muito
remotos (antes de maior complexificação social e produtiva), é necessário levarmos em
consideração alguns elementos, uma vez que a nossa ideia atual de arte, muito associada
ao campo das artes eruditas ou popular (artes plásticas, arte musical, arte escultórica,
entre outras), é pouco útil para perceber a expressividade dessas sociedades, que não
compartimentavam as atividades da vida em segmentos ou setores bem delineados,
como fazemos atualmente.
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UNIDADE I │ A ARTE NA PRÉ-HISTÓRIA
Isso quer dizer que aquilo que hoje reconhecemos como arte nas sociedades primitivas
era algo profundamente integrado e significante à vida daquela sociedade e, muito
provavelmente, o objeto observado como arte, por nós, não ocupava esse lugar de
objeto, mas sim algo profundamente enraizado ou significativo na cultura vivida deste
ou daquele grupo.
13
UNIDADE I │ A ARTE NA PRÉ-HISTÓRIA
Mas, afinal de contas, qual era a arte produzida nessas sociedades pré-históricas,
caçadoras e coletoras?
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CAPÍTULO 2
A arte em sociedades pré-históricas,
caçadoras e coletoras
Falar de modo definitivo de como os povos pré-históricos viviam ou, sobretudo, como
pensavam e enxergavam o mundo é tarefa difícil, para não dizer impossível, porque
os registros arqueológicos não permitem acessar precisamente o imaginário dessas
pessoas e suas culturas. O que os arqueólogos propõem são hipóteses de estruturas de
pensamento e visões de mundo que reverberavam também nas manifestações artísticas
(ver Quadro 3).
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UNIDADE I │ A ARTE NA PRÉ-HISTÓRIA
Quadro 3. Classificação da Arte Pré-Histórica no Paleolítico Superior (30 mil anos), a partir do sistema crono-
estilístico de A. Leroi-Gourhan.
Diz Harari, sobre a estrutura animista do pensamento dos humanos pré-históricos, que:
Exatamente por conta da relação íntima entre as expressões das hoje consideradas
artes pré-históricas com outras dimensões estruturantes da vida cotidiana dessas
sociedades arcaicas, é difícil falarmos de uma arte como um setor dotado de autonomia.
Nesse sentido, segundo Hauser, qualquer explicação da arte paleolítica, como forma
decorativa ou expressiva, por exemplo, é “insustentável” (HAUSER, 2010, p. 6). Nessa
época, a vida era profundamente prática, e quase todas as dimensões da vida desses
indivíduos “gravitava em torno da mera subsistência, e nada justifica supormos que
a arte servia a qualquer outro propósito que não fosse o de constituir um meio para a
obtenção de alimentos” (HAUSER, 2010, p. 4).
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A ARTE NA PRÉ-HISTÓRIA │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ A ARTE NA PRÉ-HISTÓRIA
Fonte: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/1e/Lascaux_painting.jpg>.
De fato, a caverna de Lascaux congrega uma série de expressões que são fruto de uma
história do aprimoramento técnico de suas formas, cores e temas, materializado nos
contornos e traços firmes que atribuem concretude e vivacidade aos animais, entre
os quais bisões e veados; no emprego de cores com tonalidades intensas que dão um
refino estético aprimorado e belo ao naturalismo; no mistério do sentido que as figuras
suportam e que se relacionam com dimensões da vida e da sobrevivência da comunidade.
18
A ARTE NA PRÉ-HISTÓRIA │ UNIDADE I
Fonte: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/0d/Chauvet%C2%B4s_cave_horses.jpg>.
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UNIDADE I │ A ARTE NA PRÉ-HISTÓRIA
A aparente espontaneidade não pode iludir o observador, pois nada tem de fator
ocasional, ou de um aspecto meramente espontâneo/natural pelo fato do artista ser
pré-histórico. Não! A espontaneidade tem espaço em uma técnica e uma cultura que já
sabia fazer e expressar-se no sentido apontado na caverna. Não forma pinturas ao acaso;
foram registros irmanados na história sociocultural das populações que a produziram e
que, em dado momento tiveram a capacidade de produzir e sintetizar as obras-primas
observadas tanto na Caverna de Chauvet como na Caverna de Lascaux.
20
A ARTE NA PRÉ-HISTÓRIA │ UNIDADE I
de Roger Bastide, confirma a percepção de que a “arte só podia ter nascido duma
colaboração de indivíduos” (BASTIDE, 1979, p. 45). Ou seja, a arte rupestre, mesmo
com variâncias e dimensões específicas, sempre teve uma origem coletiva. Pensar que
a arte nasce de tradições, se desenvolve técnica e estilisticamente através da história
impõe ao observador a necessidade de sempre considerar relevante e importante pensar
o artista, sua obra, seus temas e seu brilhantismo (eventual) no interior do contexto
histórico da sua sociedade e da História da Arte em geral.
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UNIDADE I │ A ARTE NA PRÉ-HISTÓRIA
Ainda que para a arqueologia sejam hipóteses e conjecturas a relação entre a produção
dos desenhos nas cavernas e aspectos mágico-religiosos, essas hipóteses buscam oferecer
interpretações plausíveis a respeito do caráter da produção artística no paleolítico e
procuram afastar fortemente explicações mirabolantes e instintivas sobre essa mesma
arte, ressaltando a existência de fortes indícios de laços profundos entre os desenhos
e dimensões imaginárias ligadas às crenças e rituais dessas populações pré-históricas.
22
A ARTE NA PRÉ-HISTÓRIA │ UNIDADE I
Para acessar mais informações sobre as Cavernas de Lascaux, veja o site que,
apesar de estar em inglês, é muito descritivo das Cavernas e das pinturas, ver:
<https://www.donsmaps.com/lascaux.html>
Para acessar mais informações sobre as Cavernas de Chauvet, veja o site que,
apesar de estar em inglês, é muito descritivo das Cavernas e das pinturas, ver:
<https://www.donsmaps.com/chauvetcave.html>
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CAPÍTULO 3
Arte em transição: sociedades
pré-históricas pré-agrícolas
O período que envolve o mesolítico (na Europa isso ocorreu, aproximadamente, entre
12 e 9 mil anos antes do presente) e o neolítico (na Europa isso aconteceu entre 9 e 8 mil
e 7 mil anos antes do presente) é caracterizado pelas profundas alterações decorrentes
da crescente domesticação de plantas e animais; da mudança na forma de sobrevivência
que sai da exclusividade da caça-coleta, aproximando-se pouco a pouco da agricultura;
da alteração da dinâmica da vida social, partindo do nomadismo atingindo o incipiente
sedentarismo (pré-condição para a constituição de civilizações) e vida em aglomerações
humanas aldeãs (CARDOSO, 2004, pp. 14 e 15).
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A ARTE NA PRÉ-HISTÓRIA │ UNIDADE I
Isso quer dizer que o campo cultural e da arte se tornará mais complexo e secionado.
O espectro profano é o espaço no qual o artesão e artista domina e navega, através
da experimentação e inovação estética. Nesse sentido, a expressão artística elaborada
é dotada de intencionalidade e acaba construindo referenciais importantes para
compreender o desenvolvimento da História da Arte. A dimensão da cultura/arte
religiosa também sofreu alterações, mas dentro de outro espectro expressivo e de
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UNIDADE I │ A ARTE NA PRÉ-HISTÓRIA
intencionalidade, rico e belo, diferente da arte profana. A arte profana foi sendo
responsável por inscrever mais robustamente as inovações estilísticas que a arte
sagrada que, também, com o tempo, sofre desenvolvimentos, mas responde a outros
mandamentos espirituais e do imaginário religioso.
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A ARTE NA PRÉ-HISTÓRIA │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ A ARTE NA PRÉ-HISTÓRIA
Apesar de, aos olhos atuais, essa representação humana ou de animais através de traços
parecer uma simplificação frente às expressões naturalísticas, uma vez que os animais
e os humanos, como objetos forjados pelos traços, acabam traduzindo uma certa
simplicidade e facilidade construtiva, aproximando-se de uma pobreza de competência
artística (diria uma pessoa não versada na arte – simples traços), tratando-se da
História da Arte e dos estilos, esta simplificação das formas, esta desnecessidade de
parecer que o objeto ou a situação que se quer descrever ou mencionar através da arte
seja próxima ou parecida com o objeto ou situação representada na verdade significa
um extremo aprimoramento estilístico no campo artístico, uma vez que se afasta dos
limites da representação naturalística e amplifica as potencialidades estéticas dos seres
humanos. Com esse afastamento do aspecto naturalístico, que tem expressão inicial
nesse momento, a arte viabiliza toda uma possibilidade de criação do gênio humano,
permite toda uma liberdade criativa antes difícil de ser imaginado.
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A ARTE NA PRÉ-HISTÓRIA │ UNIDADE I
Esses esquemas inovadores visíveis nos exemplos mencionados da Cova del Moros e
da caverna de Rocó Nando não são, entretanto, universalizáveis, ou seja, válidos para
todas as regiões do planeta, indicando, mesmo assim, certas tendências dos estilos
artísticos, em especial na Europa ocidental. Ainda que não seja aplicável a todos os
locais, o desenvolvimento de tendências estilísticas possivelmente relacionou-se
ao desenvolvimento das expressões artísticas de regiões circunvizinhas das áreas
mediterrâneas na África e no Oriente (LOPERA e ANDRADE, 1995, p. 26). Isso quer
dizer que todas essas regiões, relativamente próximas, possivelmente intercambiaram
influências mutuamente, sendo difícil de precisar que os elementos culturais irradiaram
puramente de apenas uma localidade em direção às demais.
Mesmo não sendo um estilo universal, a estética neolítica representa uma importante
alteração de estilo que leva à geração de formas predominantemente ou “inteiramente
abstratas de arte”, sendo condicionada pelas modificações mais amplas no âmbito
cultural e da “civilização”, explicitando uma época de mudança profunda, relacionada
diretamente às novas formas de levar a vida (HAUSER, 2010, p. 13).
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UNIDADE I │ A ARTE NA PRÉ-HISTÓRIA
Diversas grutas, cavernas, paredões e áreas espalhados pelo Brasil contêm registros de
arte rupestre e que manifestam diferentes tradições ou horizontes no nosso território
nacional. Parte dessas áreas está tombada pelo patrimônio arqueológico e acessível à
população, podendo ser visitada presencialmente, como no caso do Lajedo da Saudade,
localizado na cidade de Apodi, no Rio Grande do Norte, com suas significativas pinturas
rupestres datadas de aproximadamente 5 mil anos a. C. (Figura 8). Estima-se que os
registros arqueológicos no país estejam espalhados por mais de 25 mil sítios, distribuídos
em todas as regiões do território nacional, e que na sua grande maioria esses registros
datam de um período posterior a 12 mil anos antes do presente (IPHAN, 2018), sendo
que as mais antigas predominam na região Nordeste.
Fonte: <https://a6ee1d56-a-62cb3a1a-s-sites.googlegroups.com/site/lajedosoledade/home/IMG-20181209-WA0004.
jpg?attachauth=ANoY7cr8W6iIAv4-0CALrl4fbwXq67cl8NOa8EGZc4tVKx7DUcJlvOa6iqxngelI7IZTIuHgUlrjC9GqlzymYrjynKAV8RqJ1Jj
l3i6zaJNiTGRk3mRqJCcLMSNTHSoHRmmQZgi9RiU2mT7h0lz_9Evh3XouiHFz3vQJHAjRl3moZiNgyqcwwDoDcAR3qe63IxNuo7M9Q6TH
0F6YX-S5VwJXCKceWz97aEeKmTNG02mH9UQldK9PoSE%3D&attredirects=0>. Acesso em: 28/5/2019.
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A ARTE NA PRÉ-HISTÓRIA │ UNIDADE I
Ao elegerem guarani e tupi como a cultura mais antiga e a mais representativa das
populações autóctones nacionais, na realidade acabou-se por inventar uma suposta
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UNIDADE I │ A ARTE NA PRÉ-HISTÓRIA
herança cultural, bem como sugeriu-se uma antiguidade para a presença humana no
território brasileiro muito mais recente do que a que os achados arqueológicos hoje
podem confirmar. Isso quer dizer que a arte rupestre e a arte pré-histórica, em suas
diferentes expressões, representam os artefatos mais antigos produzidos com um
sentido próximo de arte dos humanos no país, e são muito mais antigas (pelo menos
datam de 12 mil anos antes do presente) do que os guaranis e tupis dos anos 1500.
As amostras de arte pré-histórica são inúmeras e estão dispersas por todos os quadrantes
do país e, em nível federal, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(IPHAN) é a entidade responsável por financiar, proteger, inventariar e estimular a
valorização do patrimônio arqueológico. Atualmente, o IPHAN possui o cadastro de
mais de 12 mil sítios arqueológicos no território nacional. Mesmo que todos esses
inúmeros sítios arqueológicos tenham a sua importância, alguns deles acabam por se
destacar, como no caso do Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí; do Parque
Arqueológico do Lajedo, no Rio Grande do Norte; e do Parque Nacional das Cavernas
do Peruaçu, em Minas Gerais. Cada qual guardando verdadeiros tesouros arqueológicos
e registros importantíssimos para a História da Arte brasileira.
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A ARTE NA PRÉ-HISTÓRIA │ UNIDADE I
riqueza e intensidade dos humanos que os produziram, sinalizando toda uma vida
intensa (Figura 9).
Fonte: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/7/70/Serra_da_Capivara_-_Several_Paintings_2b.jpg/800px-
Serra_da_Capivara_-_Several_Paintings_2b.jpg>. Acesso em: 28/5/2019.
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UNIDADE I │ A ARTE NA PRÉ-HISTÓRIA
Por fim, nessas pinturas rupestres da Serra da Capivara e em outros registros em regiões
sob sua influência, “o mundo que aparece é o da vida cotidiana da Pré-História, às
vezes trágica e violenta”, outras vezes, é representado “um mundo lúdico e brincalhão”,
materializando uma complexidade social das populações que as produziram muito
significativa.
Após esse passeio pela arte pré-histórica, o que inclui o território brasileiro, nos
próximos capítulos trataremos do desenvolvimento da arte em sociedades agrícolas,
crescentemente urbanizadas e civilizadas, sobretudo da região mediterrânea e do
ocidente europeu.
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A ARTE NA PRÉ-HISTÓRIA │ UNIDADE I
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A ARTE NA GRÉCIA UNIDADE II
ANTIGA
Dando continuidade aos estudos sobre História da Arte Antiga, nesta Unidade
trataremos de:
Boa leitura.
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CAPÍTULO 1
A Antiga Arte Grega: caracterização
A Grécia Antiga, composta por uma série de ilhas e trechos continentais, fazia parte de
uma região extremamente dinâmica em termos culturais – o Mediterrâneo e outros
mares – (conferir a Figura 11 – Mapa atual de países na região do Mar Mediterrâneo),
pela qual as trocas, os intercâmbios, as apropriações de aspectos de uma região eram
comumente incorporados por outra.
por volta do VIII milênio a. C. até meados do VI, o mundo grego estendia
suas colônias da Península Ibérica, no sul da Espanha, à costa oriental
do Mar Negro, a Cirene e seu porto Apolônio, na costa da Líbia, no norte
da África, como também a cidades do próprio Egito como Neucratis, no
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UNIDADE II │ A ARTE NA GRÉCIA ANTIGA
Delta do Nilo. [...] A influência grega não se estendia apenas pela língua,
comércio, cultura ou religião, [...] também na arquitetura, resultado
de séculos de aprendizado com os povos do Mediterrâneo (CUNHA,
2012a, pp. 230-231).
Figura 12. Mapa das áreas sob interferência grega, 800 a. C. a 500 a. C.
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A ARTE NA GRÉCIA ANTIGA │ UNIDADE II
Tratando-se de arte, Goody é ainda mais enfático ao afirmar que “o que é marcante na
questão da herança europeia da Grécia [...] não é tanto esta ter mostrado um caminho,
mas toda a tradição artística ter sido decisivamente rejeitada” ao longo de parte da
antiguidade e na Idade Média, sendo retomada em uma verdadeira “reinvenção do
passado” (GOODY, 2008, pp. 46, 47).no período do Humanismo e Renascença (séculos
XIV, XVI). Essa afirmação de Goody não objetiva desvalorizar a importância da arte
grega nem seus incrementos para a História da Arte, mas tem a intenção de chamar
a atenção para o processo histórico-social de descontinuidade dos fenômenos e da
não “evolução” linear das sociedades e das culturas. Reconhecer a existência de um
“renascimento” é lembrar a necessidade de compreender os processos históricos como
partes integrantes na história das artes.
Seja como for, essas observações por vezes polêmicas de Goody em nada obscurecem
a grandiosidade da produção artística na Grécia Antiga. É comum classificar a arte
grega em dois períodos: o período Arcaico, do século VII a. C. até V a. C., e o período
Clássico, que vai do século V a. C. até IV a. C. Ao lado da divisão entre o Arcaico e o
Clássico, podemos agregar um terceiro momento da “tradição” grega, que foi o período
Helenístico, entre o século IV a. C. o século I a. C. aproximadamente, ainda que o
período Helenístico não seja apenas grego, mas sim uma projeção da arte grega a partir
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UNIDADE II │ A ARTE NA GRÉCIA ANTIGA
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CAPÍTULO 2
A Arte Grega Arcaica
A partir do século VII a. C., a Arte Grega Arcaica aparecerá expressando um grande
processo de síntese cultural e inovação estética, com significativas manifestações na
escultura, na pintura, na arte ornamental, na poesia e na arquitetura, entre outras. O
estilo arcaico refletirá, de certo modo, as inovações nos modos de vida e sociabilidade
dos gregos, sociedade que será marcada pelo alvorecer da dominância das “formas
urbanas” que suplantará as formas de orientação anteriores da “sociedade rural”,
sendo que, em termos estéticos, a “rigidez dos padrões geométricos” anteriores
sofreram um “relaxamento”, iniciando-se “um novo período de esculturas e arquitetura
monumental” (HAUSER, 2010, p. 67-68) que deixarão exemplares extremante ricos
para a posteridade, demarcando suas diferenças em relação aos períodos anteriores.
O desenvolvimento dessa nova fase na arte grega está associado a inúmeros fatores,
como: o “comércio florescente de cidades ricas”; a realização de ações exitosas de
colonização de territórios da região; da cristalização de uma estratificação social
muito importante expressa pela consolidação de uma aristocracia social que encetará
a produção de uma arte direcionada a si, a fim de produzir mecanismos de distinção
social entre os diferentes estratos sociais. Essa nobreza buscará patrocinar uma arte
refinada e elaborada por artesãos profissionais e habilidosos (HAUSER, 2010, pp.
67-68) que alimentará o sentimento do belo, do sensível, do distinto, do culto.
A arte produzida para a aristocracia grega, de acordo com Hauser, estará associada a
uma “sociedade cuja elite [...] de magnatas e de uma aristocracia” começam a “gastar
suas rendas nas cidades e a participar da indústria e do comércio” (2010, p. 68), sendo a
arte um dos lócus para reafirmar hierarquicamente o lugar social desses sujeitos. A arte
buscava sintetizar a urbanidade, a monumentalidade, o caráter cosmopolita (aberto
às influências estrangeiras) sendo desapegada de tradições anteriores, o que abria as
portas para a inventividade e criação fora de parâmetros consolidados, bem como a
possibilidade de artesãos e artistas serem financiados pelos aristocratas e poderem se
dedicar com maior demora e cuidado na confecção de suas obras, entregando resultados
mais expressivos.
No aspecto estético, de acordo com Hauser, as tendências do estilo arcaico são ainda
“muito variadas e dão um passo na direção do naturalismo”, ao tempo que é uma
arte “governada por um certo número de princípios formais, sobretudo os princípios
de frontalidade e simetria, de forma cúbica” e de aspectos do “estilo geométrico”,
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UNIDADE II │ A ARTE NA GRÉCIA ANTIGA
Passamos a comentar, exclusivamente, como esta Arte Grega Arcaica teve expressão
na arte escultórica, que começara com a Escultura Arcaica, por entender que foi a
escultura, ao lado da arquitetura, que melhor expressou as características diferenciais
das inovações artísticas da época.
O papel da escultura grega arcaica e clássica, lembra Bozal, não é uma ilustração, mas
uma “criação que introduz caracteres”, configurando uma “presença” distinta da pessoa
comum, uma “presença” divina, com um “caráter modélico que se afasta do realismo”
mas constrói uma ideia do lugar e da “vida” dos deuses, que “nada escondem”, nem
“necessitam vencer resistência nenhuma” (BOZAL, 1995, p. 86, 87).
42
A ARTE NA GRÉCIA ANTIGA │ UNIDADE II
Os deuses, assim, passam a ganhar corporeidade com feições humanas, ainda que
não de simples humanos, mas de figuras que ganham rosto, dorso, braços, eventual
gestualidade, dinâmica. São deuses que, estando no plano mítico-religioso, no mundo
dos deuses no interior do qual lutam e atuam entre si, falam aos vivos, aos seres
humanos, sejam aristocratas ou não; deuses que encarnam e personificam cenas no
interesse do mundo dos terrenos.
Fonte: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/8a/Model_temple_of_Aphaia_Glyptothek_Munich.
jpg/800px-Model_temple_of_Aphaia_Glyptothek_Munich.jpg>. Acesso em: 29/5/2019.
43
UNIDADE II │ A ARTE NA GRÉCIA ANTIGA
Fonte: <https://it.wikipedia.org/wiki/File:Panorama_of_the_west_pediment_of_the_temple_of_Aphaia_in_the_Glyptothek_
Munich_n1.jpg>. Acesso em: 28/5/2019.
Fonte: <https://it.wikipedia.org/wiki/File:Panorama_of_the_west_pediment_of_the_temple_of_Aphaia_in_the_Glyptothek_
Munich_n1.jpg>. Acesso em: 28/5/2019.
44
A ARTE NA GRÉCIA ANTIGA │ UNIDADE II
45
UNIDADE II │ A ARTE NA GRÉCIA ANTIGA
(BOZAL, 1995, p. 87). Não sendo deus, não sendo qualquer humano, o Kouros coloca-
se no lugar de referencial idealizado, distanciando-se dos simples mortais.
Por outra parte, as Koré, desta fase, terão características como a que se pode observar na
Koré de Peplos, que são: o corpo humano em formato de coluna, à diferença dos Kouros
cujas pernas têm independência; a vestimenta, espécie de túnicas e as suas pregas
caem retilineamente; o corpo está coberto; braços mais contidos que o dos homens;
continuidade do busto, dando “majestosidade” à escultura (BOZAL, 1995, p. 94).
46
A ARTE NA GRÉCIA ANTIGA │ UNIDADE II
Fonte: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/archive/5/5f/20170207232712%21NAMA_3938_Aristodikos_Kouros.JPG>.
Acesso em: 28/5/2019.
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UNIDADE II │ A ARTE NA GRÉCIA ANTIGA
Faça uma visita ao Museu de Acrópoles, veja detalhes e interaja com Koré de
Peplos pintando-a: <https://www.theacropolismuseum.gr/peploforos/>.
Vejamos como teve continuidade essa arte escultórica grega no período Clássico.
48
CAPÍTULO 3
A Arte Grega Clássica
Para Hauser, nessa fase ocorre um certo nivelamento nos interesses entre as classes
altas (nobreza, burguesia) que repercutiu no plano estético, porque a burguesia urbana
tinha o interesse em promover esse nivelamento democrático (que a elevaria de posição
relativa no social, aproximando-a da aristocracia e a distanciando dos plebeus) e a
aristocracia perde “a velha unidade e coerência de princípios e assimila-se à burguesia
racionalista e sem tradições” (2010, p.81).
A vida social ganha uma dinamicidade, “sem restrições, livre de todas as tradições rígidas
e de todos os preconceitos”, e esse romper de amarras acabou favorecendo o “surgimento
de uma arte mundana, impregnada de alegria de viver” o presente. Apesar de todas as
modificações, ainda se manteve, pela força que possuía, uma tendência “conservadora”
(HAUSER, 2010, p. 82). Isso quer dizer que muitas coisas foram ressignificadas, mas
guardavam lastro com tradições que nasceram em períodos pretéritos sem, entretanto,
afastar as inovações.
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UNIDADE II │ A ARTE NA GRÉCIA ANTIGA
Figura 20. Detalhe de Ancião, com ventre flácido, Frontão Oeste do Templo de Zeus em Olímpia, 450 a. C.
Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:GR_08-04-23_Olympia_Museum_Zeustempel_Ostgiebel2.JPG>.
Acesso em: 28/5/2019.
Outro aspecto que ganha visibilidade é a questão do movimento dos sujeitos e das cenas
materializadas nas esculturas. A dinâmica que a inclusão de aspectos indicativos de ação
50
A ARTE NA GRÉCIA ANTIGA │ UNIDADE II
às obras traz foi destacado por Janson, pelo fato de que as inovações produzidas nessa
etapa da arte grega traduziam-se em uma interessante “mobilidade” e “movimentação”,
em especial na “estatuária monumental” cujo resultado fora a “suprema realização” que
permitia a representação, por exemplo, do “arremesso de dardo” na estátua de Poseidon
– um dos deuses olímpicos – , datada entre 460-450 a. C. (Figura 21), em cujo o gestual
“impressiona não como fase de sucessão de movimentos, mas como expressão temível
do poder de um deus”, sendo “o arremesso da arma um atributo divino” (JANSON,
2001, p.189-190). Poseidon, associado ao mar e ao Olimpo, com seu dardo sinaliza o
potencial enérgico cujas forças de um deus o habilitam a utilizar quando necessário. O
movimento aqui não é indicado pela trivialidade do arremessar um dardo, mas reflete
e encena a potencialidade de um deus mobilizar sua força e poder.
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UNIDADE II │ A ARTE NA GRÉCIA ANTIGA
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A ARTE NA GRÉCIA ANTIGA │ UNIDADE II
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Enfim, ao lado das artes do período Arcaico e Clássico, expressas através das esculturas,
existe um intervalo temporal e estilístico que não exploraremos, mas que é denominado
por Janson de “pré-helenístico”, ocorrido entre 400 a. C. e a subida ao poder de Alexandre
Magno (JANSON, 2001, p.189-190). A transição do Clássico para o período Helenístico
é marcada pela Guerra do Peloponeso e pela expansão do Império de Alexandre, o
Grande, entre os séculos IV a. C. e III a. C., caracterizado pela expansão da cultura
grega. Mas, antes desse momento, observa-se na Grécia a crescente “popularidade”, na
“arte de divindades olímpicas mais jovens e mais impulsivas”, em especial com Afrodite
e Artemisa (HAUSER, 2010, p. 100).
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CAPÍTULO 4
A Arte Helenística
A Grécia Antiga não era um país como entendemos nos dias atuais. Entretanto, na
região norte grega, o que compreendia também a Macedônia, sob o reinado de Felipe,
pai de Alexandre Magno – o Grande –, a matiz cultural grega ganha uma expansão
extraordinária, acompanhando exatamente a ampliação das áreas de domínio e interação
do Império Macedônico para o leste (Figura 24 e 25). Com extensão das regiões afetadas
do Império da Macedônia, ocorre um fenômeno de difusão e intercâmbio cultural com
impactos significativos no plano da história da arte e da cultura, uma vez que a cultura
grega é projetada para fora de seus territórios originários gregos, chegando inclusive no
Oriente e na Índia; ao mesmo tempo, essa cultura passa a ser matizada pelas influências
advindas das novas regiões que passam a relacionar-se com os gregos.
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UNIDADE II │ A ARTE NA GRÉCIA ANTIGA
Figura 25. Expansão do Império Macedônico sob Alexandre, o Grande, entre 336 a 323 a. C.
Frente a essa nova época de expansão da cultura e da arte grega, bem como sua interação
e mútua interferência com as culturas e artes do Oriente no período que vai do Império
de Alexandre Magno até a época da expansão do Império Romano (de 336 até +- 100 a.
C.), formatou-se aquilo que se convencionou chamar de cultura e arte helênica, ou, nas
palavras de Hauser (2010, p. 101), a “Era Helenística”. Para Hauser, a Era Helenística
desenvolveu-se “nos três séculos que se seguiram a Alexandre, o Grande”, período no
qual “o centro de gravidade do desenvolvimento artístico deslocou-se acentuadamente
da Grécia para leste”, e esse deslocamento provocou uma nova realidade na qual
“influências recíprocas” estiveram “em ação o tempo todo e, pela primeira vez na
história da humanidade”, é possível perceber a constituição de uma “cultura que é um
híbrido internacional” (HAUSER, 2010, p. 101).
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A ARTE NA GRÉCIA ANTIGA │ UNIDADE II
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Figura 26. Aspecto do Sarcófago de Alexandre, representando batalha contra persas, 305 a. C.
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A ARTE NA GRÉCIA ANTIGA │ UNIDADE II
braços, cruzando-se por diante, partem a estrita frontalidade, como partem as pernas;
cada parte do corpo se prolonga contígua”, não se limitando a “sobrepor nem estar
ao seu lado, conforme uma direção que concentra o movimento e acentua a tensão,
indicando o momento da ação” (BOZAL, 1995, p. 109). Essa composição confere uma
“nova capacidade de movimento tridimensional”, e até o “cabelo emaranhado” explicita
a “nova corrente no sentido de espontaneidade” (JANSON, 2001, p. 207).
Por sua vez, a estátua do Gaulês Moribundo de 230 a. C. (Figura 28) compõe a
representação “comemorativa da derrota” dos gauleses frente a Átalo I (JANSON, 2001,
p. 207), na qual está reproduzida “cuidadosamente o seu tipo étnico, na estrutura facial
e no cabelo hirsuto”, apesar de “em tudo mais” estar associado ao estilo “da heroica
nudez dos guerreiros gregos” e de que sua “agonia parece infinitamente realista, com
uma dignidade”. A morte representada “é um processo físico muito concreto; incapaz
de mover as pernas, o Gaulês concentra todas as suas forças declinantes nos braços”,
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UNIDADE II │ A ARTE NA GRÉCIA ANTIGA
resistindo até o possível ao peso da morte, que tende a levá-lo ao chão e o “esmague
contra o solo” (JANSON, 2001, p. 208).
Entretanto, a estátua Nike de Samotrácia (Figura 29), segundo Janson (2001, p. 212),
representa a “maior obra-prima de toda a escultura helenística” pois congrega todo um
efeito dramático associado a uma encenação pela qual “a deusa acabou de pousar na
proa de um navio com as grandes asas abertas, semissustentada pelo forte vento contra
o qual avança” (JANSON, 2001, p. 211). A resistência do vento e a sua força ficaram
plasmadas no “espantoso movimento”, criando uma representação que congrega uma
“relação ativa entre estátua e o espaço que a envolve, como nunca tínhamos visto antes
e não veremos outra por muito tempo” (JANSON, 2001, pp. 211-212).
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A ARTE NA GRÉCIA ANTIGA │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ A ARTE NA GRÉCIA ANTIGA
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A ARTE NA ROMA UNIDADE III
ANTIGA
Dando continuidade aos estudos sobre História da Arte Antiga, nesta Unidade
trataremos de:
CAPÍTULO 1
A Antiga Arte Romana: caracterização
referencial fundamental da futura cultura do país Itália, mas essa condição esteve no
futuro e não no passado, ao tempo do apogeu do poderio romano.
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A ARTE NA ROMA ANTIGA │ UNIDADE III
com suas bocas abertas sinalizando o exercitar da sucção e a posição ativa dos corpos
infantis e seus detalhes, a higidez muscular daquela que garantiu a sobrevida de futuros
reis – a loba.
Fonte: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/archive/a/aa/20110703134533%21Capitoline_she-wolf_Musei_
Capitolini_MC1181.jpg>. Acesso em: 28/5/2019.
A Roma Antiga e sua afirmação histórica foi dando-se pouco a pouco, como espécie de
cidade-estado que expandiu o seu poderio e áreas de influência inicialmente às regiões
vizinhas, no período da República Romana (509 a 27 a. C) e, posteriormente, no
período do Império Romano (27 a. C. a 476 d. C.) (UPJOHN, 1979, p. 38), a vastíssimas
extensões da Europa, da Ásia e da África, conforme fica evidenciado no mapa que
registra a extensão máxima do Império Romano, aproximadamente em 117 d. C. (Figura
31). Juntamente com o desenvolvimento do poder imperial, observa-se a afirmação de
uma arte ou estética romana formada a partir de influências variadas, especialmente
da arte grega e da arte etrusca, mas sobretudo em uma estética associada diretamente à
grandiosidade, aos feitos, às histórias, aos personagens e ao poderio do império.
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UNIDADE III │ A ARTE NA ROMA ANTIGA
Pensando em uma linha sequencial da História da Arte, Hauser (2010) indica que a
“Era Helenística aos poucos” deu “lugar ao predomínio da arte romana”, em especial
“após o início do Império”, e foi no período do Helenismo, e “não na arte grega”, que
teriam ocorrido “todos os desenvolvimentos importantes” como o “túrgido ‘barroco’ e
o delicado ‘rococó’ ”, expressões que “atingiram um impasse e prosseguiram repetindo
fórmulas desgastadas”. Foi com a “Roma, dos césares”, contudo, “a par da administração
uniforme do império”, que produziu-se um novo referencial artístico e estilístico, ou uma
“arte imperial mais ou menos uniforme”, caracterizada pela capacidade de incorporar
“todas as tendências mais progressistas”, acabando por fixar, com o passar do tempo,
“o padrão universal de moda” (HAUSER, 2010, p. 108) que seria difundida aos quatro
cantos dos territórios submetidos ao Império ou influenciados pelas tendências
imanadas do poderio imperial.
Nesse sentido, Roma por um lado exerceu a capacidade de fazer confluir influências
anteriores grega, helenística e etrusca, e de frente a essas influências, diante de sua
realidade, fazer emergir aspectos estéticos inovadores que evidenciam diferenças
entre a arte romana e as anteriores tradições estéticas associadas a outras histórias
socioculturais.
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A ARTE NA ROMA ANTIGA │ UNIDADE III
mais diferentes, os vencidos foram tomados como escravos” e levados “até a metrópole
para participarem da construção da cidade”. Esses humanos escravizados portavam
inúmeros domínios e capacidades, e carregavam consigo saberes técnicos usualmente
aplicados em suas sociedades originárias. Com a incorporação desses humanos cheios de
competências ao Império, isso acabava ocasionando a introdução de uma “diversidade
de conhecimentos e culturas ligada às artes, à arquitetura e à construção”, circunstância
que permitiu aos romanos apoderarem-se dessas influências e, com o tempo, essas
diversas fontes da arte e estética romana acabaram por dificultar a percepção dos
fatores e elementos que teriam vindo “de fora ou o que foi desenvolvido pela própria
criatividade” romana (CUNHA, 2012b, p. 33). Roma representou, nesse sentido,
um centro que amalgamou diferentes tradições, ao mesmo tempo em que inscreveu
inovações em saberes e técnicas previamente desenvolvidas por outras populações.
Uma das fontes da arte romana foi sem dúvida a arte grega, a qual já foi objeto de
nossas reflexões. Uma outra fonte importante para a produção artística romana foi a
arte etrusca, que, como mencionado acima, se relacionam desde a fundação de Roma e,
como etnia, os etruscos eram vizinhos às populações itálicas. Por sua vez, a arte etrusca
destaca-se pelo recebimento de “influências estrangeiras” desde os séculos VII a. C.,
seja grega, seja “oriental”, entretanto, acaba por expressar “tendências e um espírito
totalmente originais” (UPJOHN, 1979, p. 22). A originalidade etrusca configura toda
uma outra trajetória para a história da sua arte e de suas técnicas. A arte etrusca,
assim como as helenística e grega, participam da emergência de uma arte romana que
diferencia-se de suas fontes exatamente por beber de diferentes origens que não se
influenciaram anteriormente, e que possibilitarão aos romanos fazer fusões inovadoras
a partir de tradições mutuamente estranhas.
No campo da arquitetura, por exemplo, os etruscos pouco utilizavam da pedra que era
“reservada aos túmulos e às fortificações”; os artistas etruscos preferiam “materiais
menos duráveis, como a madeira e o tijolo cru ou cozido” (UPJOHN, 1979, pp. 22-23).
A respeito das esculturas, uma primeira diferença substancial se refere aos materiais,
uma vez que os “escultores helênicos trabalhavam as imagens no mármore, ou até na
pedra, a golpes de cinzel”, os etruscos terão predileção pela “argila” que é extremamente
“moldável”, relativamente fácil de manipular, e “dócil à pressão dos dedos”; apesar
disso, eles também utilizaram da fundição de metais, em especial produziam esculturas
em bronze, como no caso da Loba Capitolina, para as quais são imprescindíveis modelos
pré-elaborados em barro (UPJOHN, 1979, p. 27).
Ainda que com o passar do tempo os romanos realizassem uma maior aproximação
com a forma grega de escultura, é possível notar “desde o início, um interesse particular
pelo rosto humano, em que concentravam toda a sua atenção” (UPJOHN, 1979, p. 27),
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UNIDADE III │ A ARTE NA ROMA ANTIGA
sendo os etruscos considerados por Upjohn “inventores do retrato” (1979, pp. 27-28). A
valorização da expressividade, característica dessa arte, para Janson, tem certa relação
com a escolha do material para fazer a escultura, terracota, viabilizando “formas
elásticas, suavemente arredondadas”, que viabilizam “uma vivacidade e espontaneidade
extraordinária (JANSON, 2001, p. 222), da qual é um exemplo o grande Sarcófago da
Necrópole de Cereteri, de 520 a. C. (Figura 32).
Outra manifestação etrusca que terá repercussão durante o Império e que foi
desenvolvida no período da República Romana é o retrato/busto/cabeça em bronze,
elaborados nos séculos III e II a. C., que, de acordo com Upjohn, congregava em si o
“poder de expressão e o realismo”, características artísticas que estarão presentes, por
exemplo, em retratos da Roma Imperial (1979, p. 32).
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A ARTE NA ROMA ANTIGA │ UNIDADE III
Outra virtude ou característica importante dos retratos etruscos diz respeito ao emprego
da metalurgia na confecção de suas obras, o que implica a necessidade do domínio de
outras técnicas, sendo imprescindível também o emprego de moldes; e, também, ao
fato de que, através da manipulação da fundição, conseguiam resultados significativos
como o retrato de Brutus, que contém uma densidade expressiva e uma riqueza de
traços e detalhes. Sobre retratos como esse, Janson destacou a “excelente qualidade
da fundição e do acabamento”, confirmando a “antiga fama dos etruscos como artífices
magistrais do metal” (2001, p. 229).
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UNIDADE III │ A ARTE NA ROMA ANTIGA
A respeito dos moldes, é importante mencionar que, além de servirem para a produção
de retratos, também eram utilizados na confecção de artefatos em terracota, viabilizando
que uma peça pudesse ser reproduzida e replicada em maior número de exemplares,
vulgarizando a sua divulgação e retirando a exclusividade da peça, por um lado, e,
por outro lado, permitindo a difusão dessas mesmas peças em diferentes localidades
e territórios, viabilizando a circulação de elementos estéticos, referenciais icônicos
que gravitariam para além de um único local. A disseminação de elementos icônicos
produzidos em objetos de arte será utilizada pelo futuro Império Romano e facilitará
a construção de referenciais culturais e de poder nos vastos territórios vinculados a
Roma.
De toda forma, a manutenção de aspectos dos modos de vida e de aspectos culturais dos
etruscos irão desaparecendo com a passagem do tempo durante a fase da república, e
outras referências amadurecerão no desenrolar do Império. Essa transição conformará
e constituirá uma arte que se inspirou em referências passadas, mas que também
proporcionará inovações, sínteses e fusões inventivas, conformando algumas das
contribuições romanas imperiais para a História da Arte.
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CAPÍTULO 2
A Arte no Império Romano
A Arte no Império Romano, ainda que não seja resumida a uma única expressão ou a
uma única síntese, é frequentemente explicada pela dominância de certa tendência de
menor refinamento e, digamos, feições mais populares. Quem melhor exemplifica isso,
resumidamente, é Hauser, ao mencionar que “duas tendências diferentes evoluíram
paralelamente: de um lado, o estilo helenizante, idealista, tipicamente e teatralmente
emocional da aristocracia cortesã, e do outro lado, o estilo naturalista, sóbrio e genuíno
da classe média, dotada de maior mobilidade” (HAUSER, 2010, p. 109). Traduzindo
resumidamente essas tensões e tendências, Proença esclarece que “os romanos
receberam dos etruscos a ideia de que a arte deve expressar a realidade vivida”, e dos
“gregos, herdaram a visão de que a arte deve expressar um ideal de beleza” (PROENÇA,
2012, p. 34).
Para Upjohn, mais do que a escultura ou a pintura, foi a arquitetura que mais esteve
relacionada ao “caráter dos Romanos”, pois, para esse autor, “o romano” seria “mais
um soldado que um poeta, mais um homem ambicioso e realista que um artista, mais
um homem de negócios do que um intelectual ou um pensador” (1979, p. 38). Pensar
nesse sujeito romano com um senso prático, pragmático dotado de menor preocupação
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UNIDADE III │ A ARTE NA ROMA ANTIGA
De certo modo, a ideia de ser um soldado antes que um poeta sintetiza singularmente
as diferenças entre a alma grega e o espírito romano; enquanto o primeiro tem uma
atenção firme pelo belo, pelo culto ao sensível, o segundo preza pela conquista, pelo
senso prático. Essa diferença, entretanto, não quer dizer que uma arte é melhor ou
superior que a outra, apenas busca precisar como que, partindo de perspectivas de
mundo diversas, redunda na produção artística também diferente entre si, arte que
dialoga com a vida e o mundo concreto e não apenas como supostas dimensões etéreas.
Mesmo não sendo demérito dos romanos estruturarem suas obras arquitetônicas
a partir de outros pressupostos que não aqueles emuladores dos arquitetos gregos,
é importante explicitar as diferenças entre ambos e como cada um, de certo modo,
proporcionou novidades e aspectos interessantes na História da Arte.
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A ARTE NA ROMA ANTIGA │ UNIDADE III
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UNIDADE III │ A ARTE NA ROMA ANTIGA
A técnica dos arcos seria também empregada em outra “obra de arte” da arquitetura
romana: os “Arcos de Triunfo” (CUNHA, 2012b, p. 51), “muito difundidos na Roma
Antiga” que eram “grandes monumentos comemorativos que tinham como função
perpetuar grandes feitos dos reis de Roma”; dos inúmeros arcos construídos ao longo
da história romana, cada um estava “relacionado a uma comemoração específica de um
imperador” determinado, “de uma batalha” ou de alguma conquista (CUNHA, 2012b,
p. 51-52).
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A ARTE NA ROMA ANTIGA │ UNIDADE III
O Arco de Constantino contava também com arranjos estéticos elaborados por artesãos
que construíram “cenas” que acabaram preenchendo “inteiramente toda a superfície
disponível”, evitando-se que a “ação parecesse continuar para além da moldura que a
contém e a delimita”, descrições estas que também se faziam presentes em medalhas
comemorativas produzidas para lembrar e cultuar determinado imperador por algum
grande feito (JANSON, 2001, p. 272). Esse exercício de encenação total de um episódio
foi percebido por Janson (2001) como uma inovação significativa da arte romana,
presente nos arcos.
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UNIDADE III │ A ARTE NA ROMA ANTIGA
Fonte: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/e/e8/Arch_of_Constantine_at_Night_%28Rome%29.jpg/800px-
Arch_of_Constantine_at_Night_%28Rome%29.jpg>. Acesso em: 28/5/2019.
Os Arcos de Triunfo foram obras nas quais se encontravam técnicas variadas de diferentes
artes como da arquitetura, das esculturas e dos baixos relevos, entre outros. Esses
arcos memorialísticos oportunizaram um registro sintético de certas características
das concepções artísticas romanas que vão além das inventividades de engenharia e da
arquitetura. Para Upjohn, o “espírito prático dos romanos orientava-se para o prático e
não para o imaginário”, sendo que, na escultura, assim como na arquitetura, “o objetivo
principal foi fixar os traços que governam o Império, continuando com a tradição
etrusco-itálica do retrato fiel, muito expressivo, quase psicológico” (UPJOHN, 1979, p.
68).
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A ARTE NA ROMA ANTIGA │ UNIDADE III
uma vez que foi ao limite técnico e estético da criação, associando fontes da realidade
e da natureza com a sua reelaboração pelo artista, produzindo um artefato da cultura
que não é apenas uma fotografia do real e do natural, mas uma criação de realidade e
de imaginário através da arte. E com os romanos ao longo do tempo, como veremos
abaixo, o retrato passou do realismo/naturalismo para um abandono desses aspectos,
na fase final do Império, aumentando ainda mais a sua importância como sinalizadora
dos aspectos estéticos da arte imperial.
O fato de deixar de pintar os olhos – comum tempos atrás, como no busto de Brutus
–, apesar de ser, aparentemente, apenas uma pequena mudança, na realidade acabou
dando aos retratos/bustos e esculturas o “domínio e concreção do gesto”; eles ganharam
uma “singularidade e temporalidade dos personagens” muito mais “acuradas”, ao
mesmo tempo em que, “sem perder sua natureza temporal”, atribuiu-se uma “tensão
que transcende a mera narração”, elevando-a à “categoria de símbolo” (BOZAL, 1996,
p. 20).
Marco Aurélio, neste busto, está sendo representado no tempo humano dos processos
históricos, e não na temporalidade dos deuses, mas a sua figura, do modo como está
forjada, também não está na condição vulgar dos seres humanos comuns nem na
condição mitológica a-histórica das divindades, ao contrário: Marco Aurélio está
alçado a uma posição entre o mundo dos homens e dos deuses, sem ser completamente
nenhum deles, passando a ser um herói, um ser sobre-humano associado ao mundo do
tempo, dos fatos e dos acontecimentos reais, mas acima deles, como que atuando para
fabricar a história e por isso ser mais que um humano qualquer.
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UNIDADE III │ A ARTE NA ROMA ANTIGA
Para Janson, a obra sobre Constantino foi o “prenúncio do fim do retrato” do modo
como era conhecido até aquele momento – fundindo aspectos do naturalismo e do
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A ARTE NA ROMA ANTIGA │ UNIDADE III
realismo, temperado pela divinização dos grandes homens de Roma –, pois de agora
em diante, algo relevante anteriormente – a “semelhança física” –, pouco importava,
tendo destaque o “sentido” adquirido de “símbolo visível do eu espiritual”, condição
que está associada à situação do rei em questão de ser o “primeiro Imperador cristão e
reorganizador do Estado romano” (JANSON, 2001, p. 270).
Com a escultura da qual a Cabeça faz parte, Constantino adquire, com essa novidade
estética, feições “sobre-humanas, não só por causa do seu tamanho”, mas pela falta de
criação de uma representação sugestiva de suas características anatômicas ou físicas,
equivalentes e proporcionais ao modelo, e também pela transfiguração da figura do
imperador em algo supremo, algo que transcende a dimensão terrena e que coloca
a “majestade imperial” em um patamar equivalente a imagens divinas estilizadas
(JANSON, 2001, p. 270).
Fonte: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Colossal_statue_of_Constantine_-_Palazzo_dei_Conservatori_-_Musei_Capitolini_-_
Rome_2016.jpg>. Acesso em: 28/5/2019.
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UNIDADE III │ A ARTE NA ROMA ANTIGA
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A ARTE NA ROMA ANTIGA │ UNIDADE III
A Estátua Equestre de Marco Aurélio procura fixar uma “imagem do imperador à cavalo,
como invencível conquistador da Terra, como general invicto”; o cavalo, por sua vez, de
“extraordinário vigor e fogosidade” corporifica o “espírito marcial”; o imperador, sem
as vestes de guerra, as armaduras ou armas, sinaliza a postura de “desprendimento” e
de pacificador (JANSON, 2001, p. 254).
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UNIDADE III │ A ARTE NA ROMA ANTIGA
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A ARTE NA ROMA ANTIGA │ UNIDADE III
por “painéis” em que se “desenrolam cenas minúsculas sobre fundos lisos, vermelhos
ou negros”, e os “elementos arquitetônicos em falsa perspectiva tornam-se totalmente
imaginários” (UPJOHN, 1979, pp. 74-77).
As questões relativas à pintura não iremos aprofundar, pois nossa ênfase foi sobre as
esculturas (retratos, estátuas, bustos), tangenciando em aspectos da arquitetura que
dialogavam com o universo das esculturas (arcos do triunfo, arenas – que fornece em
parte a técnica do arco para os arcos do triunfo).
83
Referências
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Paulo: Editora Nacional, 1979.
______. História Geral da Arte. Escultura II. Rio de Janeiro: Ediciones del
Prado, 1996.
CUNHA, José Celso da. A história das construções. Volume 3: das construções
Olmecas, no México, às revelações de Pompeia. Belo Horizonte: Autêntica, 2012a.
HARARI, Yuval Noah. Uma breve história da humanidade: sapiens. 32ª ed.
Tradução de Janaína Marcoantonio. Porto Alegre: L&PM, 2018.
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REFERÊNCIAS
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PROENÇA, Graça. Descobrindo a história da arte. 1ª ed. 12ª reimp. São Paulo:
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UPJOHN, Everard M. et. alli. História mundial da arte. Volume 2: dos Etruscos
ao fim da Idade Média. São Paulo: Martins Fontes, 1979.
Crédito de Imagens:
Figura 6. Dança Ritual na Cova delMoros (Cogul) +- 5 mil a 7 mil a. C. Fonte: <https://
patrimonioculturalandaluciaangela.wordpress.com/category/edad-de-los-metasel/>.
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REFERÊNCIAS
Figura 11. Mapa atual de países na região do Mar Mediterrâneo. Fonte: <https://
pt.wikipedia.org/wiki/Mar_Mediterr%C3%A2neo#/map/0>.
Figura 12. Mapa das áreas sob interferência Grega, 800 a. C. a 500 a. C. Fonte: <https://
upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/26/Location_greek_ancient.svg>.
Figura 14. Aspecto de esculturas do frontão do Templo de Afaia, 500 a 480 a. C. Fonte:
<https://it.wikipedia.org/wiki/File:Panorama_of_the_west_pediment_of_the_
temple_of_Aphaia_in_the_Glyptothek_Munich_n1.jpg>.
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REFERÊNCIAS
Figura 19. Frontão Oeste do Templo de Zeus em Olímpia, 450 a. C. Fonte: <https://
arsartisticadventureofmankind.wordpress.com/tag/greek-temple/>.
Figura 20. Detalhe de Ancião, com ventre flácido, Frontão Oeste do Templo de Zeus em
Olímpia, 450 a. C. Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:GR_08-04-23_
Olympia_Museum_Zeustempel_Ostgiebel2.JPG>.
Figura 24. Império Macedônico sob Felipe II, 336 a. C. Fonte: <https://pt.wikipedia.
org/wiki/Ficheiro:Map_Macedonia_336_BC-pt.svg>.
Figura 25. Expansão do Império Macedônico sob Alexandre, o Grande, entre 336 a 323
a. C. Fonte: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Mapa_de_Alejandr%C3%ADas-
pt.svg>.
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REFERÊNCIAS
Figura 39. Estátua Equestre de Marco Aurélio, de 161 a 180 d. C. Fonte: <https://
pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Rome-MuseeCapitole-ConstantinSurCheval.jpg>.
Crédito de Quadros:
Sites referenciados:
<https://www.donsmaps.com/lascaux.html>
<https://www.donsmaps.com/chauvetcave.html>
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REFERÊNCIAS
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<http://www.lajedodesoledade.org.br/>
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89