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MANUAIS ADMINISTRATIVOS
INTRODUÇÃO
O que analisaremos?
• a utilização dos manuais administrativos pelo analista de sistemas, organização e
métodos;
• as vantagens e desvantagens do uso dos manuais administrativos;
• os tipos mais comuns de manuais administrativos; e
• as fases básicas de elaboração dos manuais administrativos.
• ajudam a fixar critérios e padrões, bem como uniformizam a terminologia técnica básica
do processo administrativo. Com isto, possibilitam a normatização das atividades
administrativas;
• possibilitam adequação, coerência e continuidade nas normas e nos procedimentos
pelas várias unidades organizacionais da empresa;
• evitam discussões e equívocos, muito freqüentemente, nas empresas onde não se
estabeleceu a “versão” oficial da empresa sobre os temas suscetíveis de pontos de vista
conflitantes;
• possibilitam treinamento aos novos e antigos funcionários da empresa;
• possibilitam efetivo crescimento na eficiência e eficácia dos trabalhos realizados;
• representam um instrumento efetivo de consulta, orientação e treinamento na empresa;
• representam uma restrição para a improvisação inadequada que aparece na empresa
nas mais variadas formas;
• aprimoram o sistema de autoridade da empresa, pois possibilitam melhor delegação
mediante instruções escritas, proporcionando ao superior controlar apenas os fatos que
saem da rotina normal, ou seja, o controle por exceção;
• representam um instrumento que pode elevar o moral do funcionário, pois possibilita que
o mesmo tenha melhor visão de sua representatividade na empresa;
• representam um elemento importante de revisão e avaliação objetivas das práticas e dos
processos institucionais;
• aumentam a predisposição do pessoal para assumir responsabilidades, uma vez que
aquilo que tem de ser feito está claramente estabelecido por escrito; e
• representam um legado histórico da evolução administrativa da empresa.
É evidente que este conjunto de aspectos não pode esgotar o assunto inerente a um roteiro
básico para a elaboração do manual administrativo.
Mas é importante o analista de sistemas, organização e métodos ter conhecimento dos
aspectos básicos, para que possa desenvolver o seu trabalho com melhor sustentação
técnica.
A seguir são analisados cada um dos tipos, abordando-se sua finalidades e conteúdos.
MANUAL DE ORGANIZAÇÃO
Este manual também, é denominado, em algumas empresas, Manual de Funções.
Tem por finalidade enfatizar e caracterizar os aspectos formais das relações entre os
diferentes departamentos (ou unidades organizacionais) da empresa, bem como estabelecer
e definir os deveres e responsabilidades relacionados a cada um dos cargos de chefia ou
assessoria da empresa.
Pode-se afirmar que tosa empresa, independentemente do seu tamanho, deve ter o Manual
de Organização. Somente algumas microempresas podem ter uma situação em que a falta
deste manual não venha a afetar a sua eficiência, eficácia e efetividade.
FINALIDADES
As principais finalidades do Manual de Organização são:
• estabelecer as várias unidades organizacionais da empresa;
• identificar o plano organizacional da empresa, incluindo a sua filosofia de gestão e de
atuação;
• identificar de maneira formal e clara como a empresa está organizada;
• estabelecer os níveis de autoridade e as responsabilidades inerentes a cada unidade
organizacional da empresa;
• fazer com que as informações referentes à empresa sejam elaboradas em conformidade
com as políticas e os objetivos gerais da empresa; e
• servir como base para a avaliação do plano organizacional estabelecido para a empresa.
CONTEÚDO
Os principais aspectos que devem fazer parte integrante do Manual de Organização são:
• estabelecimento dos objetivos gerais e dos objetivos setoriais da empresa;
• organograma geral e organogramas parciais, por grande área ou divisão da empresa;
• relação das funções principais a serem executadas pelas unidades organizacionais;
• relações de linha e de assessoria;
• níveis hierárquicos e amplitude de controle;
• grau de autoridade que cada um recebe e pode delegar;
• aspectos de descentralização e centralização;
• interação ao sistema de comunicações; e
• interação ao sistema de informações/decisões.
FINALIDADES
O Manual de Normas e Procedimentos tem as seguintes finalidades principais:
• veicular instruções corretas aos preparadores das informações para serem processadas
por um centro de serviços;
• proporcionar, por intermédio de um ou mais departamentos, métodos que possibilitem a
execução uniforme dos serviços;
• atribuir aos departamentos competência para definição das informações que serão
incluídas no manual; e
• coordenar as atividades dos departamentos, permitindo a consecução racional dos
propósitos da empresa.
CONTEÚDO
Os elementos principais que fazem do Manual de Normas e Procedimentos são:
a) Normas: é a indicação de quem executa ou pode executar (pessoa ou unidade
organizacional) os diversos trabalhos do processo administrativo.
b) Procedimentos: é a indicação de como são executados os trabalhos dentro do processo
administrativo.
c) Formulários: é a indicação dos documentos que circulam no processo administrativo,
bem como da forma de manipulação .
d) Fluxogramas: é a indicação dos gráficos representativos dos diversos procedimentos
descritos.
e) Anexos.
Como a parte dos anexos é a única a não ser detalhada em outras partes deste livro,
apresentam-se, a seguir, os aspectos básicos que o analista de sistema, organização e
métodos deve considerar no seu desenvolvimento.
Uma política pode ser definida como um parâmetro para a tomada de decisão.
Portanto, esse manual deve conter a descrição detalhada e completa das políticas que
devem ser seguidas pelos executivos e funcionários da empresa no processo de tomada de
decisões que levam ao alcance dos objetivos estabelecidos.
As políticas devem ser bem fundamentadas e consistentes, bem como baseadas em uma
exploração muito bem feita das relações de trabalho na empresa.
FINALIDADES
O Manual de Políticas tem as seguintes finalidades básicas:
• padronizar, a um nível desejável, os procedimentos das atividades da empresa;
• criar condições para um adequado nível de delegação na empresa;
• dar condições para que os executivos gastem tempo apenas para as decisões que fujam
dos padrões normais da empresa;
• facilitar a concentração de esforços, visando aos objetivos da empresa; e
• criar condições para melhor avaliação do plano organizacional.
CONTEÚDO
O conteúdo básico são as políticas dos vários níveis e áreas da empresa, tais como:
• políticas de marketing;
• políticas de tecnologia;
• políticas de logística;
FINALIDADES
As principais finalidades do Manual de Instruções Especializadas são:
• possibilitar maior e melhor treinamento e capacitação a determinado grupo profissional
de funcionários; e
• proporcionar um guia de trabalho e consulta para o grupo profissional.
CONTEÚDO
O Manual de Instruções Especializadas pode ter o seguinte conteúdo básico:
• objetivos básicos;
• informações básicas sobre o cargo/função;
• relação das tarefas básicas;
• interação dessas tarefas básicas com as tarefas de outros cargos/funções da empresa;
• instruções básicas para a execução das tarefas; e
• instruções básicas para a avaliação das tarefas.
MANUAL DO EMPREGADO
FINALIDADES
As principais finalidades do Manual do Empregado são:
• propiciar ao novo funcionário seu rápido entendimento da empresa;
CONTEÚDO
O conteúdo do Manual do Empregado varia de empresa para empresa; entretanto, uma
forma mais usual é abordar os seguintes grandes itens:
• atividades desenvolvidas pela empresa;
• breve resumo histórico;
• objetivos gerais perseguidos pela Alta Administração;
• explicação do sistema de autoridades;
• regime de incentivos;
• direitos e obrigações do empregado, de forma geral;
• regime de sanções;
• formas de recorrer à administração da empresa diante de eventuais conflitos;
• normas de comportamento básico e de cumprimento obrigatório para todo o pessoal; e
• serviços que a empresa presta a seus empregados.
Em algumas situações pode ser interessante fazer um único manual, que atenda aos vários
aspectos considerados pelos tipos apresentados anteriormente. Geralmente isto ocorre
devido a:
• volume de atividades;
• número de empregados; e
• simplicidade da estrutura organizacional.
FINALIDADES
As finalidades básicas são:
• informar os empregados sobre os mais variados aspectos da empresa; e
• servir como base de treinamento e avaliação do plano organizacional da empresa.
CONTEÚDO
Num manual deste tipo podem-se encontrar os seguintes aspectos, entre outros:
• título;
• prefácio;
• índice;
• história da empresa;
• políticas gerais da empresa;
• aspectos básicos da organização;
• departamentos da empresa, funções, autoridade e responsabilidade;
• regulamento interno;
• equipamento disponível e sua manutenção; e
• observações sobre o pessoal, tais como contratação, promoções, rescisões, faltas,
benefícios e atividades sociais.
ESTRUTURA DE UM MANUAL
Um manual pode ser elaborado da forma mais completa possível, chegando ao outro
extremo de uma situação bastante simplificada.
A partir desta situação, podem-se ter diferenças na estruturação de um manual.
Entretanto, normalmente um manual pode conter as seguintes partes básicas:
• apresentação;
• índice numérico ou sumário;
• instruções para uso;
• conteúdo básico;
• apêndice;
• glossário;
• índice temático;
• bibliografia.
A – Apresentação
Nesta parte do manual é enfocado o seu objetivo. Geralmente, esta parte corresponde a
uma carta de apresentação assinada pelo Presidente da empresa, que deve redigi-la de
forma que seja comunicada a todos os funcionários a obrigatoriedade de respeito ao
conteúdo do manual.
Esta parte deverá ser suficientemente clara e objetiva para facilitar o seu uso pelos vários
funcionários envolvidos no processo.
É interessante que seja, colocados exemplos para melhor entendimento de cada um desses
assuntos.
D – Conteúdo básico
Corresponde à parte do manual que realmente possui todo o conteúdo principal, ou seja, a
razão de ser do manual. Como conseqüência, é a parte mais extensa do manual.
E – Apêndice
F – Glossário
O glossário é uma espécie de dicionário de termos técnicos que serve para homogeneizar a
conceituação dos termos básicos utilizados no manual.
Os termos são colocados em ordem alfabética.
Como exemplo, pode-se afirmar que o manual de organização pode conter definições de
termos como: autoridade, responsabilidade, decisão, cargo, tarefa, atividade etc.; e o
manual de normas e procedimentos pode conter definições de termos como: norma,
procedimento, formulário, fluxograma etc.
G – Índice temático
H – Bibliografia
É a indicação, em ordem alfabética, de sobrenome dos autores citados, título da obra,
edição, local, editora e ano de publicação.
Para a elaboração de um manual administrativo, devem ser seguidas algumas fases, que
podem representar um procedimento basicamente padrão.
São apresentados, a seguir, os aspectos básicos de cada uma das fases da elaboração do
manual administrativo.
Nesta fase é importante determinar o número de pessoas, bem como o perfil técnico-
comportamental das pessoas que vão trabalhar na elaboração do manual administrativo.
Outro aspecto é que deve ser decidido entre a atuação de analistas internos da empresa
e/ou de consultores externos.
Outro aspecto é o inerente ao uso de comitês ou comissões de trabalho.
Esta é a fase inicial de contato dos analistas internos ou externos à empresa com os futuros
usuários do manual.
Os responsáveis pela tarefa deverão realizar entrevistas com o pessoal de nível superior,
visitas às instalações da empresa, estudo de documentação, tais como organogramas,
manuais preexistentes, balanços, demonstrativos de custos etc. e, em geral, todo tipo de
atividades que lhe permita um conhecimento global da organização na qual tem de
desenvolver sua atividade.
Planejamento
Nesta etapa, o analista deverá projetar seu trabalho no tempo, devendo para isto definir
claramente a qualidade de informação a ser arrecadada, as fontes da mesma, os
colaboradores de que vai necessitar e outros recursos materiais.
Esta fase servirá de base de sustentação para todo o desenvolvimento posterior dos
trabalhos.
Levantamento de informações
• descentralização; e
• níveis de competência.
Somente a partir dos resultados dessas análises é que a informação obtida deve ser
passada para as fases seguintes como válida e definitiva.
Na fase de preparação definitiva do manual, alguns fatores devem ser considerados pelos
analistas. Os principais são:
• redação;
• diagramação; formato;
• codificação;
• impressão;
• encadernação; e
• teste-piloto.
REDAÇÃO
Neste ponto, o analista deve ter em mente que um estilo de redação que seja pesado,
complexo, confuso, prolixo poderá levar o usuário a fugir de sua leitura e consequentemente
de sua utilização como base para seu método de trabalho.
Portanto, o analista deve efetivar uma redação de texto de forma clara e curta, evitar
ambigüidades, utilizar um tom formal, ter uniformidade de estilo, somente utilizar
terminologias técnicas quando for imprescindível e entendível, ser específico e não geral,
ser concreto e não abstrato, e preferir os verbos na voz ativa à forma passiva.
Existem diversos tipos de redação que podem ser utilizados com êxito segundo o tipo de
manual que se tem em mente. De acordo com Schicker (1972:79), estes são os mais
importantes:
• de livro de cozinha;
• narrativa convencional;
• de estilo teatral;
• de títulos e cabeçalhos;
• de matriz; e
• de fluxogramas.
A – De livro de cozinha
Este tipo de redação é ideal para manuais de instruções ou para todos aqueles de cuja
leitura se espera ação imediata. Caracteriza-se pela utilização da voz ativa, modo
imperativo, que guia a forma pela qual a tarefa deverá ser executada. Este estilo reduz ao
mínimo a possibilidade de julgamento da pessoa à qual está dirigido. A título de exemplo
apresentam-se a seguir algumas redigidas desta forma:
B – Narrativa convencional
É o estilo ideal para transmitir informações a serem levadas em conta durante as atividades
do leitor, porém não incita a ação apenas através de sua leitura. Tem caráter enunciativo. É
o mais adequado para manuais de políticas ou de organização.
C – Estilo teatral
É uma adaptação do estilo de redação utilizado nas obras de teatro, com a diferença de que
os diálogos são substituídos pela diversas tarefas a realizar e os atores por empregados,
quando se está descrevendo um procedimento interno de um departamento, ou mesmo se o
processo se desenvolve entre várias unidades organizacionais.
O exemplo a seguir é um fragmento de um manual de procedimentos na parte relativa à
reposição de estoques:
D – Títulos e cabeçalhos
Departamento de Almoxarifado
Localização estrutural: depende
hierarquicamente da gerência de
produção e funcionalmente da gerência
financeira de controle interno.
Estrutura Funções:
1. Recebimento dos materiais.
2. Controle da qualidade e quantidades
dos mesmos.
3. Conservação dos estoques em perfeito
estado.
4. atendimento das requisições de
materiais provenientes do departamento
de produção.
5. Controle de estoque através de
sistemas de inventário permanente.
6. Realizações de contagens físicas
periódicas.
E - Matriz
Este estilo é algumas vezes utilizado em manuais de procedimentos para orientar atividades
cuja realização é conseqüência de múltiplas variáveis. Possibilita a rápida identificação das
variáveis às quais está sujeita a ação.
Como exemplo apresenta-se uma matriz para o cálculo de salários de acordo com o
cumprimento das normas sobre ausência e pontualidade.
F – Fluxograma
• gastos inúteis; e
• interferências desnecessárias de quem não está envolvido no assunto.
Esta tarefa é de responsabilidade dos analistas e dos chefes das unidades organizacionais
envolvidas no processo. Em alguns casos, poderá ser envolvida a área de treinamento da
empresa.
Uma forma prática e amena de cumprir esta tarefa é criar situações cujas soluções
dependam da utilização do manual e mostrar, então, aos usuários como recorrer a ele.
Acompanhamento do uso
• revisão;
• re-emissão; e
• cancelamento.
A – Revisão
Sempre que houver alterações que afetem parte do manual administrativo, devem ser
emitidas revisões para substituir as partes emendadas.
A revisão é uma nova impressão das folhas corridas. Neste caso, as folhas revistas
substituem as de número correspondente nas publicações existentes.
A revisão do manual deve ser utilizada com a antecedência necessária em relação a data de
entrada em vigor, com o objetivo de que o pessoal tome conhecimento da mudança
ocorrida. A inserção de folha revisada pode ser realizada:
Se uma revisão contiver matéria adicional que não possa ser inteiramente incluída na folha
revista, devem ser emitidas folhas adicionais identificadas com o mesmo número da folha
acrescido de uma letra do alfabeto.
B – Re-emissão
A re-emissão é uma nova edição completa do corpo do manual administrativo e/ou dos
elementos adicionais, que substitui a publicação original e inclui todas as revisões.
A re-emissão de uma Norma Administrativa deve ocorrer sempre que as revisões afetarem
mais de 2/3 da publicação anterior.
C – Cancelamento