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Professor de Direito Internacional Público e Privado do curso de graduação em Direito da
Faculdade de Direito de Sorocaba; Professor de Direito Internacional Público e Privado do curso de
graduação em Direito da Faculdade de Direito da Universidade Católica de Santos (UniSantos);
Coordenador e Professor de Direito Ambiental Internacional do curso de doutorado do Programa de
Mestrado e Doutorado em Direito Ambiental Internacional da UniSantos, na cidade de Santos/SP,
Brasil. E-mail: ffernandes@unisantos.br
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Doutorando em Direito Ambiental Internacional e Mestre em Direito Ambiental – UNISANTOS, na
cidade de Santos/SP, Brasil; Bolsista CAPES/PDSE – Proc. n° 2208/14-8; Professor Universitário
(Faculdade Santa Lúcia – Mogi Mirim/SP - Brasil e Faculdade Municipal Prof. Franco Montoro – Mogi
Guaçu/SP – Brasil); Advogado e Consultor Jurídico; e-mail: vanzellasartori@hotmail.com
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SILVA, Fernando Fernandes da; SARTORI, Marcelo Vanzella. A desapropriação e a proteção dos
bens culturais no Direito Brasileiro. Revista Eletrônica Direito e Política, Programa de Pós-
Graduação Stricto Sensu em Ciência Jurídica da UNIVALI, Itajaí, v.10, n.1, edição especial de
2015. Disponível em: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791.
INTRODUÇÃO
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SILVA, Fernando Fernandes da; SARTORI, Marcelo Vanzella. A desapropriação e a proteção dos
bens culturais no Direito Brasileiro. Revista Eletrônica Direito e Política, Programa de Pós-
Graduação Stricto Sensu em Ciência Jurídica da UNIVALI, Itajaí, v.10, n.1, edição especial de
2015. Disponível em: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791.
Como ensina José Afonso da Silva: “Tais bens se convertem em bens jurídicos na
medida em que são objeto de tutela jurídica, precisamente para a preservação
de sua qualificação de bens destinados a satisfazer o interesse da cultura
nacional.”3
3
SILVA José Afonso da. Ordenação Constitucional da Cultura. São Paulo: Malheiros Editores,
2001, p. 153.
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bens culturais no Direito Brasileiro. Revista Eletrônica Direito e Política, Programa de Pós-
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2015. Disponível em: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791.
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SOARES, Inês Virgínia Prado. Direito ao (do) Patrimônio Cultural Brasileiro. Belo Horizonte:
Editora Fórum, 2009, p. 111.
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MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 26ª edição. São Paulo:
Malheiros Editores, 2008, p. 858.
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FARIA, Márcia. O Direito Urbanístico e o Direito de Propriedade Norte-Americanos:
Planejamento Urbano e Desapropriação para Fins de Interesse Público após a Decisão do
Caso Kelo vs. City of New London. Direito Público. Ano IV, número 14, outubro-novembro de
2006, p. 41.
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bens culturais no Direito Brasileiro. Revista Eletrônica Direito e Política, Programa de Pós-
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Cf. art. 5º, inciso XXIV, da Constituição Federal de 1988.
8
Cf. art. 37, caput, da Constituição Federal de 1988.
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Cf. art. 5º, alínea “k”, do Decreto-Lei nº 3.365/41.
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PIRES, Maria Coeli Simões. Da Proteção ao Patrimônio Cultural. Belo Horizonte: Del Rey
Editora, 1994, p. 250.
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SILVA, Carlos Medeiros. Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Tombamento –
Notificação do Proprietário – Registro – Nulidade (Parecer) Revista de Direito Administrativo.
Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas. Volume 120, abril/junho de 1975, p. 459.
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Neste sentido, ficou claro que havia uma incompatibilidade entre a obrigação
prevista no art. 17, do Decreto-Lei número 25/37, de proteger todo o pico na sua
integridade, e o direito do proprietário e do eventual concessionário de executar
a lavra do bem, ou seja, o próprio Pico do Itabirito.
No início dos anos sessenta, do século passado, o jurista Carlos Medeiros Silva
sustentou a tese da desapropriação, como alternativa ao tombamento
compulsório por gerar “na negação ou restrição total do direito de
propriedade”17.
15
SILVA, José Afonso da. Ordenamento Constitucional da Cultura. São Paulo: editora
Malheiros, 2001, p. 162.
16
SILVA, Carlos Medeiros. Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Tombamento –
Desapropriação – Concessão de Lavra – Ato Administrativo – Revogação. (Parecer). p.
248-258.
17
(i) SILVA, Carlos Medeiros. Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Tombamento –
Desapropriação – Concessão de Lavra – Ato Administrativo – Revogação. (Parecer), p.
248.
(ii) Ainda conforme, o próprio jurista relatou: “Em conclusão, como procurei demonstrar, o
tombamento, relatado na consulta, é nulo porque impossibilita a lavra do maciço, assegurada por
ato administrativo válido e eficaz, criador de direitos individuais, irrevogável por motivo de
conveniência, reconhecida posteriormente; somente a desapropriação, com indenização prévia e
justa em dinheiro, poderá extinguir os direitos patrimoniais decorrentes da situação jurídica
constituída na forma da Lei de Minas, salvo infração desta, de que se não cogita.” Cf. Carlos
Medeiros Silva. “Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Tombamento – Desapropriação –
Concessão de Lavra – Ato Administrativo – Revogação. (Parecer).” Revista de Direito
Administrativo. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, volume 67, janeiro-março de
1962, p. 257.
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Esta interpretação nos parece mais adequada, pois não se trata necessariamente
de “esvaziamento econômico do bem”, e sim a perda, pelo titular do direito de
propriedade, de exercer o direito de uso, de gozo ou de fruição de forma plena.
Dependendo da medida de proteção, o titular do direito de propriedade poderá
ser proibido de determinados atos: uma casa tombada não poderá ser destruída
para dar lugar a um estacionamento. Conforme o referido exemplo, o
aproveitamento econômico pelo proprietário não poderá ser pleno se comparado
a outros proprietários em condições similares; porém, a situação jurídica criada
pelo tombamento não retira totalmente o valor econômico da casa que se
mantém por razões diversas: uma delas pelo fato de possuir um valor cultural
que pode ser a base para a instituição de um museu ou de local de exposições de
obras artísticas.
(iii) A Doutrina sustenta a tese da aplicação do artigo 5º, alíneas “k” e “l”, do Decreto-Lei
3.365/41, como fundamento da desapropriação sobre bens culturais em tais condições.
18
Cf. artigo 182, “caput”, da Constituição Federal de 1988.
19
Cf. art. 2º, inciso XII, da Lei nº 10.257/2001.
20
Cf. art. 182, parágrafo terceiro, da Constituição Federal de 1988 e art. 4º, inciso V, alínea “a”, da
Lei nº 10.257/2001.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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2015. Disponível em: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791.
Interesse Público Após a Decisão do Caso Kelo vs. City of New London.
Direito Público. Ano IV, número 14, outubro-novembro de 2006;
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