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ENSAIOS MECÂNICOS – AULA-3

ENSAIOS DE
COMPRESSÃO

Prof. Carlos Triveño Rios

INTRODUÇÃO AOS ENSAIOS DE COMPRESSÃO


Introdução:
Æ Podemos observar o esforço de compressão na construção mecânica,
principalmente em estruturas e em equipamentos como suportes, bases de
máquinas, barramentos etc. Às vezes, a grande exigência requerida para um
projeto é a resistência à compressão.

Peso da Estrutura Peso da Estrutura

σavg = N/A

Corte Imaginario

Æ Nesses casos, o projetista deve especificar um material que possua boa


resistência à compressão, que não se deforme facilmente e que assegure boa
precisão dimensional quando solicitado por esforços de compressão.
Æ O ensaio de compressão é o mais indicado para avaliar principalmente
materiais frágeis, como ferro fundido, madeira, pedra e concreto (E não
adequado para materiais dúcteis). É também recomendado para produtos
acabados, como molas e tubos.

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PARTES BÁSICAS - MÁQUINA PARA ENSAIO DE COMPRESSÃO
ÆAo igual que no ensaio de tração, o ensaio de compressão pode ser executado em
máquina universal, com a adaptação de duas placas lisas - uma fixa e outra móvel. É entre
elas que o corpo de prova é apoiado e mantido firme durante a compressão.
Sistema de aplicação de carga
ÆPlacas lisas para colocação do corpo de prova
ÆSensores que permitam medir a tensão aplicada e a deformação promovida
ÆDispositivo computadorizado com software para monitorar o ensaio.

compressão

ÆAs medidas de tensão são feitas por meio de uma célula de carga.
ÆA deformação é medida por meio de extensômetros ou diretamente sobre o corpo
de prova ou indiretamente. Porém, a medida de deformação é mais complicada devido
ao comprimento dos CP. Geralmente a deformação é realizada em ensaios de tração.
Æ Corpos de prova podem ser de seção circular ou quadrada: L/D.

Representação do Ensaio de Compressao

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Outros sistemas de ensaios mecânicos a quente

ENSAIO DE COMPRESSÃO
ÆEnsaio de compressão é a aplicação de carga compressiva uniaxial para
dentro de em um corpo de prova (CP). A carga é distribuída de modo uniforme
em toda a seção transversal do corpo de prova.
ÆBastante utilizado nas industrias de construção civil e de materiais
cerâmicos. Permite análises de controle estatístico para quantificar o
comportamento mecânico do concreto, da madeira, dos compósito e de
materiais de baixa ductilidade.
ÆNa industria de conformação, o é utilizado para parametrizar condições de
processo que envolvam laminação, forjamento, extrusão e semelhantes.
ÆQuando um material é submetido a cargas de compressão, as relações entre
tensão e deformação são semelhantes a aquelas obtidas no ensaio de tração.
Isso significa que um corpo submetido a compressão, também sofre uma
deformação elástica e a seguir uma deformação plástica.
Æ Curvas do modulo elástico, resistência ao escoamento e de deformação
plástica permanente, apresentam as mesmas características em tensão e
compressão.

ÆAté a tensão de escoamento, o material comporta-se elasticamente.


Ultrapassado esse valor, ocorre deformação plástica, ocorre endurecimento do
material (encruamento) e aumento no diâmetro da seção transversal do CP.

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O que a compressão e a tração têm em comum?

Na fase de deformação
elástica, o corpo volta ao
tamanho original quando se
retira a carga de compressão.

Na fase de deformação
plástica, o corpo retém uma
deformação residual depois
de ser descarregado

O que a compressão e a tração têm de diferente?


ÆResistência à fratura, resistência à tração e ductilidade dependem sob
mecanismos localizados de deformação e de fratura e geralmente são diferentes
em ensaios de tração e de compressão.
ÆA deformação permanente (encruamento) de preferência é analisada em
compressão. Erros sistemáticos causados pela deformação elástica das placas
ou do equipamento são insignificantes comparado quando às grandes
deformações plásticas nos ensaios de compressão.
ÆA resistência a fratura (σr) de um material é diferente:
-Durante a tração determina-se pelo comportamento de estricção, que
concentra deformação plástica em pequenas regiões e gera um estado triaxial
de tensões e propaga-se desde a região central até que ocorra a fratura dúctil.
-Durante a compressão de um material dúctil a fratura dúctil pode ocorrer,
sobre a superfície barrelada (formação de trincas superficiais). Essas fraturas
geralmente crescem de forma lenta e não conduzem a uma completa
separação da amostra. Como resultado: não existe definição da resistência à
fratura em compressão de materiais dúcteis. A formação de trincas superficiais
vão a depender do tipo de material e da razão L/D do CP.
-Durante a compressão de um material frágil ou de baixa ductilidade, a
fratura ocorre de forma catastrófica por cisalhamento ocorrendo ao longo de
planos de cisalhamento, conduzindo a uma completa separação, ou, pode
ocorrer completa trituração do material.

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O que a compressão e a tração têm de diferente?
ÆO limite de resistência à tração de um material dúctil, é facilmente definido,
com a identificação do inicio da estricção no CP. Já no material frágil, é
identificado quando ocorre a fratura.
ÆDevido a que não ocorre estricção em ensaios de compressão, não existe
resistência máxima à compressão em materiais dúcteis, e em materiais frágeis
a resistência máxima à compressão ocorre na fratura.
ÆEm função de trincas submicroscópicas, os materiais frágeis são ainda, mais
fracos em condições de tração. Já que as tensões de tração tendem a propagar
essas trincas de forma perpendicular ao eixo da tração. Assim, a resistência à
tração è baixa e varia consideravelmente com a amostra utilizada. Por outro lado,
esses materiais são resistentes à compressão.

COMPORTAMENTO DE TRAÇÃO E DE COMPRESSÃO DE DOIS MATERIAIS FRÁGEIS

Ensaio de compressão em materiais dúcteis


ÆEm materiais dúcteis o ensaio de compressão provoca uma deformação lateral
apreciável de forma continua, até o corpo de prova se transforma em um disco (bolacha),
sem que ocorra a ruptura.
ÆPor isso que o ensaio de compressão de materiais dúcteis fornece dados quantitativos
sobre as propriedades mecânicas referente à zona elástica, ou seja, as mais avaliadas são:
o limite de proporcionalidade, modulo de elasticidade e limite de escoamento.
ÆMateriais dúcteis: Usualmente têm resistência a compressão semelhante à tração Æ
Esse tipo de comportamento é chamado de materiais uniformes.

Ensaio de compressão em materiais frágeis


Æ O ensaio de compressão é mais utilizado para materiais frágeis. Devido a que a fase
elástica é muito pequena, não é possível determinar com precisão as propriedades
relativas a esta fase.
ÆA única propriedade mecânica que é avaliada nos ensaios de compressão de materiais
frágeis é o seu limite de resistência à compressão (σ = carga máxima/Ao).
ÆMateriais frágeis: Rompem-se durante o ensaio. A fratura é característica e se apresenta
superfície áspera e inclinada.

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Propriedades nos Ensaios de Compressão
Æ Nos ensaios de compressão, a lei de Hooke também vale para a fase
elástica da deformação, e é possível determinar o módulo de elasticidade para
diferentes materiais.

Descreve uma relação linear entre


σ = E.ε tensão (σ) e deformação compressiva (ε)
σ
E= Kgf/mm2 ou Pa ou GPa
ε
ÆNa compressão, as fórmulas para cálculo da tensão, da deformação e do
módulo de elasticidade são semelhantes. A seguir são mostradas de maneira
resumida:

σ
σ

ho - h ho - h
ho ho
σ σ

Relações de Tensão Convencional e Real


Æ Analisando a figura, pode-se determinar
as tensões e deformações atuantes:
P 4.P
Tensão Convencional: σc = =
S o π .Do2

P 4. P
Tensão Real: σr = =
S π .D 2f

Æ O volume da amostra permanece Cte.


durante todo o ensaio: Vo = Vf
π .Do2 π .D 2f D 2f = D02 .(
ho
)
Obtendo: .ho = .h hf
4 4
4.P.h f
Substituindo em σr, obtemos o valor da Tensão Real: σr =
π .Do2 .ho
h − ho
A Deformação Convencional pode ser obtida por: εc = ∆h = f
h
= −(1 − f )
ho ho ho
Î A Deformação Real pode ser obtida h dh h h
εr = ∫ = ln f = − ln f
f

integrando a diferencial da altura dada, por: h h ho ho


o

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Tensão de escoamento (σe)

σ
ÆPara se determinar a limite de
escoamento, em materiais sem patamar σe B
de escoamento nítido, utiliza-se a
mesma metodologia empregada no
ensaio de tração:
ÆAdota-se um deslocamento da origem
no eixo da deformação um valor: n =
0,2% ou 0,002 de deformação, a partir
desse ponto, construi-se uma linha
paralela à região elástica da curva
tensão–deformação.
ε
ÆNa interseção da reta paralela com a
curva tensão-deformação (ponto B),
defini-se o limite de escoamento, σe. n=0,2%

O limite de Resistência à Compressão (σu )


Æ É a máxima tensão que o material pode Pmáx 4.Pmáx
suportar antes da fratura, essa máxima tensão é σc = =
So π .Do2
determinada dividindo-se a carga máxima pela
área inicial do corpo de prova. Tensão Convencional

Dilatação Transversal
Æ A dilatação transversal equivale ao coeficiente de estricção determinado
no ensaio de tração e esta relacionado com a plasticidade do material. É
determinada por:

Sf − So Área. final − Área.Inicial


φ= =
So Área.Inicial

ÆMateriais extremamente dúcteis são raramente submetidos a ensaios de


compressão: Æ sofrem esforços de atrito junto às placas da máquina
durante a deformação Æ complicado estado de tensões.

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Exercício:
Um corpo de prova de aço com diâmetro φ = 20 mm e comprimento de 60mm
será submetido a um ensaio de compressao. Se for aplicada uma força F de
100000N, qual a tensão absorvida pelo corpo de prova e qual a deformaçao
do mesmo. O modulo de elasticidade do aço é igual a 210000MPa.
σ =T = ?
ε =?

Æ1ro. Calcular a área da seção do corpo de prova;

Æ2do. Calcular a tensão;

Æ 3ro. Calcular a deformação (ε) pela equação; E = T/ε,


Modulo de Elasticidade de aço, E= 210000 MPa

ε = 0,15165%
ÆIsso significa que o corpo sofreu uma deformação de 0,15165%, ou seja, foi reduzido em
seu comprimento em 0,09099 mm. No ensaio de compressão, esta variação é no sentido
do encurtamento. Portanto, o comprimento final do corpo de prova será de 59,909 mm.
Lf = Lo - Lo.ε = 60mm – 60mm.0,0015165
Lf = 59,909mm

Uma placa de ferro fundido cinzento, medindo 250x250x60 mm é submetido a


ensaio de compressão com carga distribuída uniformemente. O limite de
resistência à compressão do material é de 24kgf/mm2 e a deformação medida
no instante da ruptura foi de 0,05 mm/mm. Calcular (a) a carga total para
produzir a ruptura no corpo de prova e (b) a contração do mesmo.

Solução a:
σ = F/A Æ F = σ.A = 24kgfx250x250 mm2 = 1500.000 kgf/mm2
Solução b:

ε = ∆l/lo Æ ∆l = ε.lo = (0,05mm/mm).60mm = 3 mm

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Embarrilhamento
Quando um CP cilíndrico é comprimido, ocorre a expansão de Poisson. Se
essa expansão é freada por atrito nas faces carregadas da amostra, estados
não uniformes de tensão e deformação ocorrem, assim, a amostra adquiri a
forma barrilada.
ÆGeralmente, efeitos de distribuições de tensão e deformação, ocorre,
quando somente a deformação esta acima de 10%.

Embarrilhamento de amostra com coeficiente de atrito igual 1 na face carregada.


Observar, que quando aumenta a deformação, os pontos A, B e C sobre o lado lateral
da amostra se deslocam para a face carregada.

Embarrilhamento
ÎO efeito do atrito pode ser reduzido
ÎPor uso de lubrificantes de alta pressão na superfície carregada, tal
como folhas de teflon (0,1 mm de espessura).
ÆA ação do lubrificante pode ser melhorado se a superfície de suporte
que aplica a carga é dura e altamente polida..
ÆBlocos de carbeto de tungstênio são recomendados para serem usados
como materiais de suporte para todos os materiais que sofrem ensaios
de compressão.

(a) (b) (c)

Liga de alumínio 2024-T35: (a) Não deformado, (b) compressão


com atrito (trincado), e (c) Compressão sem atrito (sem trinca).

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Micrografia mostrando a deformação interna de um material dúctil,
em ensaio de compressão com atrito superficial de alto-contato.

I
III
II

ÆZona I: Pouco ou nenhuma deformação.


ÆZona II: Zona de entrecruzamento de regiões de intensa deformação por
cisalhamento.
ÆZona III: Regiões moderadamente deformadas próximas à superfície
saliente.
ÎA severidade do embarrilhamento e diferenças no grau de deformação entre
as três regiões aumenta quando o atrito na superfície em contato CP-substrato,
aumenta.

Cilindro de Cobre (Cu) fundido em resfriamento lento


Grãos grosseiros Æ ↑↑↑dúctil

-Comprimido em cerca de 40%


-Carga máx. compressão: 588N (60kgf).
-Grãos exibem próprias linhas de escorregamento.
-Deformação bastante irregular.

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Modos de Deformação em Compressão
Podem ser:
a) Flambagem, quando L/D > 5.
b) Cisalhamento, quando L/D > 2,5.
c) Dobro embarrilhamento, quando L/D > 2,0 e o efeito do atrito esta presente
em contato com as superfícies.
d) Embarrilhamento, quando L/D < 2,0 e o efeito do atrito esta presente em
contato com as superfícies.
e) Compressao homogênea quando L/D < 0, sem atrito entre as superfícies em
contato
f) Instabilidade compressiva devido à perda de resistência do material

Modos de Deformação em Compressão


O atrito é uma fonte de deformação anômala em ensaios de compressão de
materiais dúcteis.
ÆO atrito entre os extremos do CP e as placas da máquina forçam um
escoamento lateral, que pode conduzir ao embarrilhamento ou à flambagem.
Æ O embarrilhamento, indica que a deformação não é uniforme (por ex. tensão
e deformação variam através do todo o CP, e os ensaios não são válidos para
medidas de propriedades elásticas e plásticas de um material. Porém, podem
ser úteis para medidas de propriedades de fratura localizada.
ÆQuando não existe atrito, não ocorre embarrilhamento e a deformação é
uniforme ou homogênea.
ÆA flambagem considerada como instabilidade de um CP dúctil em
compressao, é devido a erros no dimensionamento do CP.
ÆA flambagem, também é sensível, à uniformidade de aplicação da carga, que é
controlado pelo paralelismo das placas da máquina e à heterogeneidade do CP.

ÆA instabilidade em compressao axial, é o contrário à estricção em tração.


Neste caso, a instabilidade ocorre devido à perda de resistência por deformação
mecânica do material e toma a forma de uma expansão localizada.

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Outras Informações Sobre Ensaios de Compressao
ÆNorma usada Æ E9-89a da ASTM (Americam Society for Testing and Materials)
ÆDurante o ensaio, devem ser monitorados continuamente tanto a aplicação da carga,
quanto ao deslocamento das placas ou a deformação do CP.

ÆAlgumas precauções devem ser tomadas para a determinação correta das propriedades
durante o ensaio, como; instabilidades elásticas por falta de uniaxialidade na aplicação da
carga, excessivo L/D, torção do CP no inicio da aplicação da carga.

ÆOs CP deveram, preferencialmente, ser na forma cilíndrica e divididos em 03 categorias,


segundo a tabela.
Dimensões dos corpos de prova ensaiados em
compressao (Segundo: ASTM E9-89a)
Corpo-de-Prova Diâmetro (mm) Comprimento (mm)
Pequeno 30±0,2 25±1,0
13±0,2 25±1,0
Médio 13±0,2 38±1,0
20±0,2 60±3,0
25±0,2 75±3,0
30±0,2 85±3,0
Grande 20±0,2 160±3,0
32±0,2 320

ÆNo caso de chapas, podem-se utilizar CP com seções retangulares ou quadradas,


ÆNormalmente as velocidades de ensaio ou de deslocamento são na ordem de 0,005
mm/(mm.min),

CARACTERÍSTICA DA FRATURA EM ENSAIO DE COMPRESSAO


ÆPara materiais dúcteis (Cu), em relação à fratura, apresentam uma
deformação excessiva, resultante da dilatação transversal pronunciada,
causando um aumento irregular no diâmetro do CP, sendo maior na região
central e menor nas regiões em contato com as placas da máquina, dando-lhe
a forma de um barril.
ÆEm materiais frágeis, a ruptura ocorre nos planos de máximas tensões
cortantes, normalmente a 45º do eixo da aplicação da carga, como é o caso de
fratura de ferro fundido e concreto.

Material Dúctil Material Frágil

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TABELA DE ENSAIOS DE TRAÇÃO E COMPRESSÃO

Observação:
Os valores das tensões LP e LC na compressão são em geral maiores do que os
valores correspondentes na tração.

Características Mecânicas da Madeira no Ensaio de Compressão


Æ A madeira, além de ser o material mais antigo, barato, leve, e bastante
utilizado na industria civil, tecnologicamente a estrutura da madeira deve
ser considerada como um material tipo compósito.

Æ Madeiras compósitos são constituído por fibras complexas e


reforçadas, onde uma série de tubos concêntricos de material polimérico
se ajusta na matriz, também, polimérica. Essa estrutura confere excelentes
características mecânicas, principalmente na direção longitudinal dos
tubos.

Detalhe interno da
estrutura das células
ÆBasicamente as células da com 01 ano de
crescimento (verão e
madeira são compostas de primavera)
microfibras de celulose e de
lignina.
Em geral a tensão de ruptura
longitudinal média das fibras Macroestrutura
mostrando
pode chegar a valores em torno camadas de
de 690MPa, com densidade de anéis em
crescimento Lignina
1,45ton/m3. (microfibra
alinhada)
apresentando
Estrutura de uma célula
a estrutura
mostrando camadas
cristalina das
compostas de
cadeias
microfibras e celulose

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Fatores que podem influenciar as propriedades finais da madeira:

Æ O mais importante é a água, cuja % é dada por:

Peso( H 2 O )
H 2O = .100%
Peso( madeira. sec a )

Æ A quantidade e tipo de imperfeições contidos na estrutura.

Madeiras isentas de imperfeições podem chegar a tensões entre 69 a 138


MPa, porém, geralmente as madeiras contém muitas imperfeições e a
tensão a de ruptura pode cair para valores inferiores a 35 MPa.

Relação entre o teor da água e a


tensão de ruptura em compressao
longitudinal em madeiras

- A madeira, pode apresentar razoável rigidez em


condições de compressão, até que a tensão seja
suficiente para causar um empilhamento elástico das
paredes das células, seguidamente, verifica-se uma
deformação considerável sem aumento significativo
da tensão. Voltando a aumentar a rigidez quando as
células ficam bem compactadas.

- Outros materiais não cristalinos, como o vidro ou


alguns polímeros, podem apresentar elasticidade
linear. Nos elastômeros, geralmente é observado
um comportamento elástico não linear.
ÆAs tensões de compressão aplicadas aos
elastômeros causam inicialmente maior eficiência no
preenchimento de espaços internos do material.
Quando reduzido esse espaço, aumenta a resistência
a uma compressão, ainda maior, até que finalmente,
as forças de ligação primária dentro das cadeias dos
elastômeros começam a se opor à tensão aplicada.
Assim, a curva tensão-deformação em compressão
aumenta mais rapidamente sua inclinação à medida
que a deformação cresce.

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Características Mecânicas do Concreto no Ensaio de Compressão
ÆO concreto é o material mais comumente utilizado na industria da construção
civil. E pode ser chamado, tecnologicamente, de um compósito cerâmico-
cerâmico, ou de compósito fibroso cerâmico-metal (reforço barras de aço).
ÆO concreto é composto de um agregado de pedregulhos (granalhas) e areia
em uma matriz de cimento (Portland) e água. Quando misturados ocorre uma
reação química entre os minerais que compõem o cimento e a água, e em
função dessa reação, a massa endurece, atingindo as propriedades mecânicas
desejadas.
ÆO concreto é capaz de suportar elevadas cargas compressivas, más é
bastante fraco quando se trata de cargas de tração.
ÆPara uma aplicação segura na construção civil, é necessário conhecer as
principais propriedades dos concretos, como: trabalhabilidade, efeitos de mistura
de massa, contração, efeitos da temperatura, resistência à propagação de
trincas e resistência à abrasão.
ÆUma das características importantes é a dependência da resistência à
compressão em função da %m de água contida na mistura e a relação com o
tempo de cura de corpos de prova de ensaio.
ÆConstituintes básicos do concreto: cimento, água, ar, agregado e aditivos
especiais que servem como catalisadores da reação de endurecimento.

ÆMinerais presentes no cimento Portland (segundo norma técnica);


C3S Æ tricálcio de silicato, 3CaO.SiO2;
C2S Æ dicálcio de silicato, 2CaO.SiO2;
C3A Æ tricálcio de aluminatoo, 3CaO.Al2O3,e,
C4AF Æ tetracálcio aluminefrrite, 4CaO.Al2O3.Fe2O3

Categorias principais da composição do cimento Portland (ASTM – Flinn, 1990)

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Composições de cimento com diferentes Variação típica da tensão de compressao do
reações de hidratação em função da tensão concreto com a razão mássica de água na
compressiva mistura (Ashby, 1988)

ÆAs propriedades finais do composto dependem da composição relativa do tipo de


mineral constituinte, assim, como do conteúdo da água que influi na trabalhabilidade
da massa.
ÆQuanto maior a %m da água na mistura menor a resistência compressiva. Além de
implicar elevadas taxas de contração na secagem.
ÆTipicamente, a melhor relação %m da água e mistura, encontra-se na faixa de 45-55%
da massa de água na composição.

Æ Para a correta aplicação do ensaio de compressao em corpos-de-prova de


concreto, o engenheiro deverá observar as características de agregado do
concreto, a consistência da massa, as especificações do fabricante do cimento
e principalmente, a confecção e a cura dos corpos de prova.

Normas de importância para aplicação do ensaio em concreto

NBR-5734 Æ Peneiras para ensaio (Especificações),


NBR-5738 Æ Confecção e cura de CP de concreto cilíndricos ou prismáticos
(método de ensaio),
NBR-5739 Æ Ensaio de compressao de CP de concreto cilíndricos (método de
ensaio)
NBR-5750 Æ Amostragem de concreto fresco produzido por betoneiras
estacionárias (métodos de ensaio)
NBR-7211 Æ Agregados para concreto (especificações)
NBR-7215 Æ Ensaio de cimento Portland (Método de ensaio)
NBR-7222 Æ Argamassa e concretos - Determinação da resistência à tração por
compressao diametral de CP cilíndricos (método de ensaio),
NBR-7223 Æ Consistência do concreto pelo abatimento do tronco de cone
(método de ensaio).

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Ensaio de compressão em produtos acabados

ÆEnsaios de achatamento em tubos - Consiste em colocar uma


amostra de um segmento de tubo deitada entre as placas da máquina
de compressão e aplicar carga até achatar a amostra.

ÆA distância final entre as placas, que varia conforme a dimensão do


tubo, deve ser registrada. O resultado é avaliado pelo aparecimento
ou não de fissuras, ou seja, rachaduras, sem levar em conta a carga
aplicada.

ÆEste ensaio permite avaliar qualitativamente a ductilidade do


material, do tubo e do cordão de solda do mesmo, pois quanto mais o
tubo se deformar sem trincas, mais dúctil será o material.

Outras variantes do ensaio de achatamento são:

ÆEnsaio de achatamento reverso, para aplicação em tubos soldados


eletricamente, onde se observam possíveis defeitos de soldagem. O
ensaio é realizado em segmento de tubo de tamanho especificado com
forma de meia cana. E consiste em achatar essa meia cana até torná-la
uma placa reta, com a solda no ponto de máximo esforço de dobramento.

Ensaio de amassamento: aplicado em tubos que serão submetidos a


alta pressão, e o ensaio é semelhante ao ensaio de achatamento (a
exceção, que o tubo é colocado de pé).

ÆOutros ensaios em tubos; ensaio de flangeamento (capacidade de


resistência ao dobramento em 90º), ensaio de expansão (alternativo do
ensaio de flangeamento).

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Ensaios em molas
ÆUsada para determinar a constante elástica de uma mola, ou para
verificar sua resistência. Para determinar a constante da mola,
constrói-se um gráfico tensão-deformação, obtendo-se um coeficiente
angular que é a constante da mola, ou seja, o módulo de elasticidade.

ÆPor outro lado, para verificar a resistência da mola, aplicam-se


cargas predeterminadas e mede-se a altura da mola após cada carga.
Verifica-se se o resultado obtido confere com a resistência indicada.

Breve abordagem da Norma NBR 5739/1980


Aparelhagem de ensaio:
-A máquina de ensaio pode ser de qualquer tipo, desde que possibilite aplicação de
carga continua e sem choques.
-As placas de aplicação de carga devem ser de aço e ter espessura suficiente para evitar
deformações durante o ensaio.
-Uma das placas deve assentar-se em rótula esférica (no caso de prensas verticais), e a
outra deve apresentar referencias-guia para facilitar a centralização dos CP.
-A placa de carga assentada na rótula esférica deve rodar livremente e ter liberdade para
girar livremente (pelo menos 5º) em todas as direções.
-A porcentagem de erro não deve ser maior que ±1%, para cargas entre 10 e 100% da
carga máxima.
-Nos laboratórios instalados em campo (obra), especificamente para controle particular, é
permitida o uso de máquinas de ensaio que apresentem % de erro de até ±1%.
-O erro da máquina de ensaio obtido na aferição é dado por: V −V
ε (%) = máquina aferiçao

Vaferiçao

-A máquina de ensaio deve ser aferida pelo menos uma vez ao ano.
-A cura para os CP de concreto é obtido de 2 tipos: cura úmida, quando a superfície do
CP é mantida permanentemente úmida. E cura saturada quando o CP é mantido
permanentemente imerso em água saturada de cal.

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Cuidados a serem tomados antes do ensaio:
-Os CP que receberam cura úmido, ou cura saturada, devem ser submetidos a ensaios, ainda úmidos.
O teste deve ser realizado imediatamente após a remoção do CP do seu local de cura. Ou
conservados sob panos molhados para evitar evaporação.
-As faces de aplicação de carga dos CP devem ser capeadas de modo que se tornem planas e
paralelas.
-As dimensões de CPdevem ser determinados com precisão de ±1mm pela média de duas leituras de
cada medida.

Cuidados a serem tomados durante o ensaio:


-As faces do CP e das placas devem estar limpas. E os CP devem ser cuidadosamente centralizados
na placa que contem as referencia-guia.
-A carga deve ser aplicada continuamente. Nenhum ajuste deve ser feito no controle da máquina,
quando o CP estiver se deformando rapidamente.
-O carregamento deve cessar, somente quando o recuo do ponteiro de carga for em torno de 10% do
valor da carga máxima atingida. Esse valor deve ser anotado como a carga de ruptura do CP.
-A tensão de ruptura â compressao é obtida dividindo-se a carga de ruptura pela área de seção
transversal do CP, devendo o resultado ser expresso com a aproximação de 0,1 MPa.
O Certificado de resultados de ensaio deve conter as seguintes informações:
-Procedência de corpo de prova
-Nº de identificação do CP no laboratório
-Nº de identificação do CP na obra
-Data de moldagem
-Idade do CP, -data de ensaio
-área da seção transversal em cm2
-Tensão de ruptura à compressao expressa com a aproximação de 0,1 MPa,
-Informações adicionais (por ex.: marca do cimento, origem dos agregados, defeitos eventuais no CP.

Informações adicionais

Æ Aplica-se, também, para ensaios de compressão.

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Limitações do ensaio de compressão

- Dificuldades para medir as propriedades avaliadas neste tipo de ensaio:


Os valores numéricos são de difícil verificação, podendo levar a erros.
- Existência de atrito entre o corpo de prova e as placas da máquina de
ensaio. Barra a deformação lateral do corpo de prova. é barrada pelo
atrito entre as superfícies do corpo de prova e da máquina. Para diminuir
esse problema.
- Ocorrências de flambagem, isto é, encurvamento do corpo de prova: Æ
comprimento maior em relação ao diâmetro e não garantem paralelismo
entre as faces do corpo de prova com as placas do equipamento.
- Os corpos de prova, devem ter de 3 a 8 vezes o valor de seu diâmetro.
Em alguns materiais muito dúcteis esta relação pode chegar a 1:1 (um por
um). Para materiais frágeis ou de baixa ductilidade, o comprimento deve
ter entre 2 a 3 vezes o valor de seu diâmetro.
- Outro cuidado a ser tomado para evitar a flambagem é de garantir o
perfeito paralelismo entre as placas do equipamento.

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