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Análise dos efeitos de tração e dureza após o tratamento
térmico de recozimento em um aço SAE 1020
 
Disciplina:  
Propriedades
Mecânicas 
 
Professor: 
Saulo Brinco
 
Aluno: 
Darllan Pacheco da Matta 
 
 
 
 
Angra dos Reis 
Agosto de 2022
Resumo
O presente trabalho teve como objetivo a análise dos efeitos que ocorrem em relação a
propriedades mecânicas por um aço SAE 1020 após um tratamento térmico de recozimento,
analisando os valores gerados pelos ensaios de tração e microdureza e sua decorrente
microestrutura após sofrer o tratamento.

Introdução
O aço SAE 1020 é um dos aços ao carbono mais comum utilizado como aço para cementação
com excelente relação custo-benefício comparado com aços mais ligados para o mesmo
propósito. É um aço de baixo carbono que tem pelo menos 0,20%C e 0,3%Mn. Possui uma
boa combinação de resistência e ductilidade. Devido ao seu baixo teor de carbono, é difícil o
endurecimento por indução ou endurecimento por chama, e devido também à falta de
elementos de liga, não é adequado para nitretação. O aço ALISI 1020 pode ser facilmente
usinado e pode ser soldado facilmente usando todos os métodos tradicionais. É utilizado em
componentes mecânicos de uso como engrenagens, eixos, virabrequins, eixos-comando,
pinos guia, anéis de engrenagem, colunas, catracas, capas. Tem sua composição química
representada pela tabela a seguir:

Os diferentes tipos de tratamentos térmicos em metais são empregados na metalurgia para


melhorar as propriedades das peças metálicas. Qualquer tratamento térmico é definido como
o aquecimento ou resfriamento controlado dos metais com o objetivo de alterar as
propriedades físicas e mecânicas, sem alterar a forma do produto final, e através deles é
possível: amolecer (reduzir a dureza e melhorar a tenacidade); endurecer (aumentar a
resistência mecânica); e/ou modificar as propriedades do metal (maximizar a vida útil do
metal e suas propriedades).
Este presente trabalho tem ênfase no tratamento térmico de recozimento do material. O
recozimento é utilizado para restaurar estruturas e características e para homogeneizar e
refinar as estruturas internas do aço. Com o objetivo de diminuir a dureza aumentando a
usinabilidade, muito comum para aços ferramentas e ferro branco, esse tratamento térmico
conta com um resfriamento lento dentro do forno. Para o aço SAE 1020, este tratamento deve
ser realizado na temperatura entre 850 e 870ºC por no mínimo 1 hora para cada 25 mm,
seguido de um resfriar lentamente dentro do forno. Há outros tipos de tratamentos térmicos
que podem serem feitos, porém, o foco deste trabalho é somete o processo de recozimento.

Materiais e métodos
Para o início do trabalho, nos foi apresentado uma peça de aço SAE 1020 com propriedades
originas de fábrica. Esta peça então foi dividida em três pedaços, cada um com um
comprimento de 60mm por 100mm para realizarmos o tratamento térmico selecionado por
cada aluno. Abaixo vemos uma imagem do corte realizado na amostra:

Após a realização do corte, cada aluno ficou com um pedaço da chapa de aço SAE 1020 para
iniciar o tratamento térmico selecionado. Foram divididos em 3 tratamentos: Recozimento,
Normalização e tempera, todavia, este último citado acabou não sendo realizado uma vez que
o aluno responsável se absteve da tarefa.
Como já falado, o tratamento realizado por este trabalho foi o de recozimento, onde a amostra
foi colocada dentro do forno em uma temperatura média aproximada de 870°C por uma hora,
e após esse período, foi-se deixado a amostra em processo de resfriamento dentro do forno.
Após 24 horas, retirou-se a amostra do forno, já quase em temperatura ambiente, e marcada
para um novo corte onde seriam retirados um corpo de prova para o ensaio de tração e outro
para o ensaio de dureza e análise de microscopia. Abaixo, vemos uma foto do forno utilizado,
da temperatura dele e das 3 amostras, sendo uma recozida, uma normalizada e a outra em
estado original.
As dimensões da amostra a ser cortada foram respectivamente 15mm x 60mm, onde será
usinado o corpo de prova para o ensaio de tração, e 30mm x 45mm, onde será lixado e polido
para o ensaio de dureza e análise de microestrutura. Abaixo temos outra foto antes do corte
da amostra.

A amostra destinada ao ensaio de tração, após o corte, foi levada para a usinagem, com o
objetivo de se criar um corpo de prova, criando-se uma parte útil na amostra, e na sequência
deveria ser lixada e polida como preparação antes do ensaio de tração, porém, o corpo de
prova foi somente usinado criando a parte útil e após isto, foi diretamente direcionado para o
ensaio de tração, sem as especificações da ABNT. Abaixo vemos uma foto do corpo de prova
finalizado:
A outra parte da amostra que foi cortada, é designada para uma politriz, onde foi lixada com
lixas de granumetria 80, 120, 240, 440, 660. Esse lixamento é feito para a preparação antes de
realizar teste de dureza. Após polida, a amostra é atacada para realização da analisa da
microestrutura. Na figura abaixo veremos o processo de lixamento da amostra:
Todo o processo sendo feito, dirigiu-se então para os ensaios de tração e dureza.

Ensaios
Ensaio de tração
Com toda preparação anterior, seguimos como ensaio de tração, abaixo vemos a curva tensão
x deformação do material e mais alguns gráficos que foram plotados após o tratamento dos
dados feito no Excel:
Analisando os dados acima, vemos que o limite de resistência a tração do material foi de
379MPa e seu modulo de elasticidade de 12,3 Gpa. Seu limite de escoamento é de 205Mpa e
uma deformação média de entorno de 4% do seu tamanho original. Vemos também a seção
de estricção do material rompido.
Ensaio de dureza
Agora visando o ensaio de dureza, a escala determina por consulta previa escolhida foi a
Rockwell A, onde realizamos 3 medições da mesma. Abaixo vemos os resultados da mesma:
Como foram achados 3 valores diferenciados, para se obter um valor, tiramos uma média
aritmética, obtendo um valor de 33,2 HRA de dureza para o material recozido.
Análise de Microestruturas
As microestruturas observadas não foram condizentes com o esperado, uma vez que a peça
não foi lixada com todas as granumetrias corretas de lixa, fora o fato de o material está com
pequenos traços de oxidação. Todavia, segue as imagens obtidas após um ataque com Nital
3% por 3 segundos, que além de todos os problemas, ainda queimou a superfície da peça:
Discussão e Conclusão
Para efeito comparativo, começando analisando os dados de referência sobre o efeito de
tração com os do material após de sofrer o tratamento térmico, vemos que seu limite de
resistência a tração do material foi de 379MPa, enquanto os referencias antes do tratamento,
temos este mesmo limite em uma faixa de 410MPa. Por sua vez, seu limite de escoamento foi
de 205Mpa, enquanto o da liga anteriormente era de 300MPa e por último, a amostra teve
uma deformação média de entorno de 4%, enquanto os dados do material anteriormente
demonstram uma deformação média de 33% do seu tamanho original.
Seu ensaio de dureza também nos demonstra um declive nas propriedades deste material,
uma vez que comparamos a mesma antes do material ser recozido, que contém uma dureza
média de 42HRA, enquanto, o valor obtido após uma média retirada das durezas medidas, foi
de 33,2HRA.
Outra eventualidade foi a obtenção da microestrutura do aço após o tratamento. Como
analisado nas fotos, não é possível analisar perfeitamente as fases presentes no material, isso
devido a superfície está com diversos arranhões e pontos de oxidações que comprometeram
ainda mais essa obtenção.
Contudo, diante de todas os dados obtidos, pode-se concluir que conjunto com todos os
problemas obtidos durante a realização do trabalho, os dados gerados nos levam mostram um
decréscimo nas propriedades do material. Esse resultado é decorrente ou da presença elevada
da fase ferrita no material, ou pela falta de usinagem e acabamento nas amostras, uma vez
que não foram preparadas nos padrões que deveriam ser seguidos.

Bibliografia
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Disponível em: <https://www.acosporte.com.br/aco-sae-1020#:~:text=O%20a%C3%A7o
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QUAIS os tipos de tratamentos térmicos em metais?. São Paulo: Monferrato, 2021.
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LUZ, Gelson. Aço SAE 1020 Propriedades (e Fornecedores do Aço 1020). Blog Materiais,
[s. l], 2017. Disponível em: <https://www.materiais.gelsonluz.com/2017/10/aco-sae-1020-
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