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RELATÓRIO TÉCNICO DE TRATAMENTO TÉRMICO

1.0 RESPONSÁVEL TÉCNICO:


Nome: ALESSANDRO RUFINO (RA: 0031002123025).
Curso: FABRICAÇÃO MECÂNICA. (TURMA A)
Disciplina: DESENVOLVIMENTO DE TRATAMENTOS TÉRMICOS.
Professor: M.Sc. AMILTON CORDEIRO
2.0 OBJETIVO
Foi realizado um tratamento térmico em três amostras, sendo duas amostras de SAE
1045 e uma amostra de SAE 1020. As amostras de SAE1045 foram temperadas da
mesma forma, mas os resfriamentos foram diferentes, sendo uma amostra em água e
outra em óleo, ambos em temperatura ambiente 25°C. A amostra do SAE1020 foi
temperado como as outras amostras e resfriada em água, também em temperatura
ambiente 25°C. Objetivo de analisar diferentes microestruturas em cada material em
processos de resfriamentos diferente e quantidade de carbono diferentes também.

3.0 PREPARAÇÃO DAS AMOSTRAS


As amostras utilizadas para os três casos, foram preparadas conforme desenho abaixo:
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4.0TRATAMENTO TÉRMICO
4.1 AMOSTRA 1 SAE1045:
 Forno foi pré-aquecido a uma temperatura de 800°C.
 Amostra 1 SAE1045 foi feito ensaio de dureza Rockwell, constatando-se
uma dureza de 97,6HRB em temperatura ambiente 25°C.
 Após o ensaio de dureza inicial, a amostra foi levada ao forno aquecido a
850°C para tratamento térmico total e mantido lá durante 8 minutos, usando
o cálculo 1,5min/mm x 5mm = 7,5min, sendo considerado 8min.
 Após o término do tempo estabelecido, foi retirado a amostra e resfriado
subitamente na água que estava em uma temperatura ambiente de 25°C.
 Após o resfriamento em água, foi feito a limpeza da amostra 1 SAE1045, e
na sequência a remoção de carepas utilizando uma lixa de gramatura 120,
apenas na parte cilíndrica do meio Ø10mm.
 Novamente foi feito um ensaio de dureza Rockwell, constatando-se uma
dureza de 60,7 HRC em uma temperatura ambiente de 25°C.

4.2 AMOSTRA 2 SAE1020:


 Forno foi pré-aquecido a uma temperatura de 800°C.
 Amostra 2 SAE1020 foi feito ensaio de dureza Rockwell, constatando-se
uma dureza de 66,3HRB em temperatura ambiente 25°C.
 Após o ensaio de dureza inicial, a amostra foi levada ao forno aquecido a
920°C para tratamento térmico total e mantido lá durante 8 minutos, usando
o cálculo 1,5min/mm x 5mm = 7,5min, sendo considerado 8min.
 Após o término do tempo estabelecido, foi retirado a amostra e resfriado
subitamente na água que estava em uma temperatura ambiente de 25°C.
 Após o resfriamento em água, foi feito a limpeza da amostra 2 SAE1020, e
na sequência a remoção de carepas utilizando uma lixa de gramatura 120,
apenas na parte cilíndrica do meio Ø10mm.
 Novamente foi feito um ensaio de dureza Rockwell, constatando-se uma
dureza de 36,9HRC em uma temperatura ambiente de 25°C.
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4.2 AMOSTRA 3 SAE1045


 Forno foi pré-aquecido a uma temperatura de 800°C.
 Amostra 3 SAE1045 foi feito ensaio de dureza Rockwell, constatando-se
uma dureza de 98,2HRB em temperatura ambiente 25°C.
 Após o ensaio de dureza inicial, a amostra foi levada ao forno aquecido a
920°C para tratamento térmico total e mantido lá durante 8 minutos, usando
o cálculo 1,5min/mm x 5mm = 7,5min, sendo considerado 8min.
 Após o término do tempo estabelecido, foi retirado a amostra e resfriado
subitamente na óleo que estava em uma temperatura ambiente de 25°C.
 Após o resfriamento em água, foi feito a limpeza da amostra 3 SAE1045, e
na sequência a remoção de carepas utilizando uma lixa de gramatura 120,
apenas na parte cilíndrica do meio Ø10mm.
 Novamente foi feito um ensaio de dureza Rockwell, constatando-se uma
dureza de 21,2HRC em uma temperatura ambiente de 25°C.

5.0 ANÁLISE DOS RESULTADOS

5.1 AMOSTRA 1 SAE1045


A têmpera de um aço SAE1045 a 850°C, seguida de um resfriamento
rápido em água, é um tratamento térmico comum para aumentar a
resistência e a dureza desse tipo de aço. A análise do resultado indica que a
dureza inicial do material era de 97,6HRB, que é relativamente baixa,
enquanto a dureza final após o processo de têmpera em água foi de
60,7HRC, que é considerada alta.

O aumento significativo da dureza indica que o tratamento térmico atingiu


seu objetivo de aumentar a resistência e a dureza do aço SAE1045. Essa
melhora na dureza também pode ser acompanhada de uma diminuição da
tenacidade, o que pode ser um fator importante a considerar em aplicações
que exigem a capacidade de absorver choques ou cargas de alta magnitude.

Em geral, a têmpera em água de um aço SAE1045 a 850°C é um


procedimento bastante comum em aplicações que exigem alta resistência
mecânica. Porém, é importante considerar que a dureza final não é o único
fator importante a ser avaliado, sendo necessário levar em conta outras
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propriedades mecânicas do material para determinar se é apropriado para a
aplicação desejada.

5.2 AMOSTRA 2 SAE1020


A análise do resultado da têmpera de um aço SAE1020 a 850°C, seguida de um
resfriamento rápido em água, mostra uma queda significativa na dureza final
do material. A dureza inicial era de 66,3 HRB, que é relativamente baixa,
enquanto a dureza final após o processo de têmpera em água foi de 36,9 HRC,
que é uma dureza moderada.
A queda na dureza pode ser causada por vários fatores, como taxa de
resfriamento, qualidade da água, espessura da peça, porcentagem de carbono
etc. A queda na dureza pode ser causada por uma taxa de resfriamento muito
rápida ou muito lenta em relação à taxa ideal necessária para transformar a
estrutura do aço em martensita, que é a fase responsável por aumentar a dureza
do material.
Portanto, é importante avaliar outras propriedades mecânicas, como
tenacidade, resistência à tração e ao impacto ao avaliar se o aço SAE1020
endurecido por têmpera é adequado para uma aplicação específica. A queda na
dureza pode ser um impacto negativo nessa avaliação, mas pode ser possível
realizar ajustes no tratamento térmico para melhorar as propriedades desejadas
do material. Sendo assim foi concluído que a têmpera comum não é apropriado
para esse material, pela quantidade de Carbono ser relativamente baixa,
aconselha-se utilizar outra forma de tratamento, como os tratamentos
termoquímicos.

5.3 AMOSTRA 3 SAE1045


A análise do resultado da têmpera de um aço SAE 1045 a 850°C e resfriamento
em óleo apresenta uma redução significativa na dureza do material. A dureza
inicial de 98,2 HRB indica que o aço estava em uma condição relativamente
macia, enquanto a dureza final de 21,2 HRC sugere que o material passou por
um processo de endurecimento, mas não atingiu um elevado grau de dureza.
Uma possível explicação para a redução na dureza pode estar relacionada à
formação de tensões residuais no material durante a têmpera. Essas tensões
residuais podem ter causado uma deformação no material, o que pode ter
reduzido a dureza devido a uma reorganização na estrutura cristalina do aço.
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Outra possibilidade é que o processo de têmpera não tenha sido executado de


forma correta, levando a uma falha na obtenção dos resultados esperados. Por
exemplo, a temperatura de têmpera pode ter sido insuficiente ou o tempo de
resfriamento em óleo pode ter sido inadequado.
De qualquer forma, uma dureza final de 21,2 HRC ainda é considerada
relativamente baixa para o aço SAE 1045, que é comumente utilizado em
aplicações que exigem alta resistência e dureza. Portanto, seria necessário
avaliar outros fatores que podem ter contribuído para a redução na dureza do
material e buscar alternativas para otimizar a têmpera do aço.

6.0 TÊMPERA TOTAL


O tratamento consiste em aquecimento até uma temperatura 50ºC acima da temperatura
crítica (a mesma faixa utilizada apara recozimento pleno) e em seguida resfria-lo bruscamente
em água, óleo ou em meios de têmpera de composição química especial.

O objetivo do tratamento de têmpera é obter martensita na estrutura do aço,


microconstituinte muito duro e frágil. Para tanto, as peças devem ser resfriadas rapidamente,
para evitar a formação de ferrita, perlita, bainita, microconstituintes mais moles que a
martensita.
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Quando se faz o resfriamento brusco do aço, durante a têmpera, ocorre choque térmico
devido à passagem da peça de temperaturas de 850 a 900ºC para a temperatura ambiente, em
poucos segundos. O resfriamento brusco pode causar distorções e até mesmo trincas na peça,
denominadas trincas de têmpera. Entretanto, o resfriamento deve ser rápido o suficiente para
garantir que se forme martensita na superfície do material. O tempo disponível para
resfriamento é dado pela distância do cotovelo da curva RC ao eixo das temperaturas. Quanto
mais deslocada para a direita a curva RC, mais fácil é temperar o aço.

Quando a velocidade de resfriamento é alta, estabelecem-se grandes diferenças de


temperatura entra a superfície e o centro da peça, pois a superfície em contato direto com o
meio refrigerante resfria rápido, enquanto o núcleo resfria mais lentamente.

Assim, quando se faz tratamentos térmicos de peças médias e grandes deve- -se sempre levar
em consideração que o núcleo e a superfície, submetidos a diferentes velocidades de
resfriamento, podem apresentar microestruturas e propriedades mecânicas muito diferentes.

Isso pode ser visto na Curva RC abaixo, em que a superfície da peça apresenta martensita e o
núcleo uma mistura de ferrita, perlita, bainita e martensita.
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7.0 CONCLUSÃO
Em geral, a têmpera em água ou óleo de um aço SAE1045 é um procedimento
comum para aumentar a resistência e dureza do material, porém é importante avaliar
outras propriedades mecânicas como tenacidade, resistência à tração e ao impacto para
determinar se é adequado para a aplicação desejada. Já no caso da têmpera de um aço
SAE1020, a queda na dureza pode ser causada por vários fatores e é necessário avaliar
outras propriedades mecânicas para determinar sua adequação para uma determinada
aplicação. No caso da redução significativa na dureza do aço SAE1045 após a têmpera
em óleo, pode estar relacionada a formação de tensões residuais ou falhas no processo
de têmpera, sendo necessário avaliar outros fatores e buscar alternativas para otimizar o
tratamento térmico.
7.0 REFERÊNCIAS

 Chiaverini; Vicente. Aços e Ferros Fundidos. 1987.


 Souza; Sergio Augusto. Ensaio Mecânicos de Materiais Metálicos. 1982.

Sorocaba 21 de Maio de 2023

Alessandro Rufino

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