Você está na página 1de 7

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA BAHIA

ENGENHARIA MECÂNICA

RELATÓRIO DA PRÁTICA DE ENSAIO DE DUREZA

Docente: Mirtânia Leão


Discentes: Danilo Soares
Vinícius Oliveira
Lana Lima

Salvador – BA
2022
1. OBJETIVO

O objetivo deste experimento é comparar as mudanças causadas em dois corpos de


prova de material aço 1045, um com o tratamento temperado a óleo e outro com o tratamento
térmico de recozimento, utilizando como base sua microdureza na escala Vickers e sua
microestrutura.

2. ENSAIO DE DUREZA VICKERS E TRATAMENTO TÉRMICO

O ensaio Rockwell mostrou limitações, por exemplo, suas escalas não têm continuidade
por isso, materiais que apresentam dureza no limite de uma escala e no início de outra não
podem ser comparados entre si quanto à dureza. Outra limitação importante é que o resultado
de dureza no ensaio Rockwell não tem relação com o valor de resistência à tração. Coube a
Smith e Sandland, em 1925, o mérito de desenvolver um método de ensaio que ficou conhecido
como ensaio de dureza Vickers. O ensaio desenvolvido por Smith e Sandland ficou conhecido
como ensaio de dureza Vickers, porque a empresa que fabricava as máquinas mais difundidas
para operar com este método chamava-se Vickers-Armstrong.

A dureza Vickers se baseia na resistência que o material oferece à penetração de uma


pirâmide de diamante de base quadrada e ângulo entre faces de 136º (figura 1), sob uma
determinada carga. O valor de dureza Vickers (HV) é o quociente da carga aplicada (F) pela
área de impressão (A) deixada no corpo ensaiado. Essa relação, é expressa de acordo com a
linguagem matemática mostrada na figura 2.

.
Figura 1 Figura 2

A máquina que faz o ensaio Vickers não fornece o valor da área de impressão da
pirâmide, mas permite obter, por meio de um microscópio acoplado, as medidas das diagonais
(d1 e d2) formadas pelos vértices opostos da base da pirâmide (figura 3).
Figura 3

Em relação aos tratamentos térmicos, na têmpera as peças de aço são aquecidas em


fornos a altas temperaturas, cerca de 800°C até que a temperatura seja homogênea sobre toda a
peça. Logo após resfria-se rapidamente em água, óleo ou jatos de ar. Como resultados o
aumento da dureza do aço e aumento na resistência à tração, bem como redução de tenacidade.
O tratamento térmico de recozimento consiste em um processo o qual o aço é aquecido
a sua temperatura de austenitização seguido por um resfriamento lento. O principal objetivo é
reduzir a dureza em ligas ferrosas, a regeneração de suas estruturas, aumento de ductilidade ou
ainda a remoção de tensões internas causada por laminação, trefilação ou forjamento. O
recozimento também permite a possibilidade de efetuar conformações posteriores na peça
durante o seu processo de fabricação.

3. PROCESSO EXPERIMENTAL

O ensaio foi realizado na sala de Ensaio Destrutivos, utilizando o microdurômetro


Vickers Shimadzu Hmv-27 digital (Figura 4). A máquina é capaz de notar a dureza do corpo
de prova de acordo com a escala Vickers utilizando uma pulsão de formato prismático. De
acordo com a deformação gerada com o impacto do pulsão, que é inversamente proporcional a
dureza, o valor na escala Vickers é definido.
Figura 4

A carga utilizada nesse ensaio foi de 980.7 mN (figura 5). Nesse ensaio foi utilizado três
amostras (figura 6) de aço 1045, mas só constará nesse relatório a observação de duas, as que
possuem o tratamento temperado e recozido, em cada amostra foi realizado dois
puncionamentos.

Figura 5
Figura 6

Para começar o procedimento é necessário seguir alguns passos descritos abaixo:

• Calibrar o microdurômetro conforme a quantidade de testes, nesse caso dois, e


colocar a intensidade da força.

• Ajustar através de um microscópio a área de atuação.

• Posicionar o corpo de prova, ajustá-lo de modo que o material fique visível e


então dar o zoom devido no microscópio.

• Definição do ponto a ser puncionado.

• Puncionamento e medição diagonais do prisma.

• Coleta de dados e finalização do experimento.

É importante citar que os corpos de prova aço 1045 foram polidos previamente para que
tanto a visualização da peça quanto a medição de sua dureza não fossem prejudicados.

4. RESULTADO

No corpo de prova que sofreu o tratamento térmico recozido (figura 7), foram
encontradas as seguintes medições, na primeira 283 HV e na segunda 290 HV, temos uma
média de 286,5 HV.
Figura 7

No corpo de prova que sofreu o tratamento térmico temperado (figura 8), foram
encontradas as seguintes medições, na primeira 537 HV e na segunda 644 HV, temos uma
média de 590,5 HV.

Figura 8
5. CONCLUSÃO

Com os dados apresentados é possível concluir que o corpo de prova que teve o
tratamento térmico recozido reduziu as tensões trativas e compressivas do material,
possibilitando a recristalização dos grãos, como nesse tratamento a peça é resfriada lentamente,
ocorre a diminuição da quantidade de contorno dos grãos, possibilitando que a peça se torne
mais dúctil e com menos resistência mecânica. No corpo de prova que teve o tratamento da
têmpera que produz aços martensíticos, a peça passa pelo processo de resfriamento rápido,
como nesse tratamento o resfriamento não ocorre em tempo hábil para que a amostra resfrie
uniformemente durante sua extensão, as regiões da superfície irão resfriar mais rápido do que
as regiões do interior da peça, tornando sua superfície mais dura. Deste modo é perceptível a
diferença entre o resultado da dureza nas amostras, indicando que os aços tratados pelo
recozimento são mais dúcteis do que os que passam pela têmpera.

Você também pode gostar