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FACULDADE ANHANGUERA EDUCACIONAL

GRADUAÇÃO SEMI PRESENCIAL EM ENGENHARIA MECÂNICA

Lamark Eder Souza Oliveira – 5º Período

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICA


RELATÓRIO TÉCNICO DE AULA PRÁTICA:
TRATAMENTOS TÉRMICOS

Junho – 2022
Mossoró – RN
RESUMO

O tratamento em têmpera consiste no resfriamento rápido do aço de uma


temperatura superior à sua temperatura crítica em um meio como óleo, água,
salmoura ou mesmo ar.
Como na têmpera o constituinte final desejado é a martensita, o objetivo, dessa
operação, sob o ponto de vista de propriedades mecânicas, é o aumento da dureza.
Nos procedimentos em laboratório foi utilizado o aço 1045 classificado como aço
de médio teor de carbono com temperatura de 820˚C conseguida em forno elétrico
para elevar a temperatura do forno e obter assim uma atmosfera com carbono, pois
deve-se evitar dois fenômenos comuns e indesejados nos procedimentos como: a
oxidação que resulta na formação de “casca de óxido” e a descarbonetação que pode
provocar a formação de uma camada mais mole na superfície do metal. A amostra
permaneceu no forno em torno de 20 minutos para se transformar em austenita, e o
resfriamento foi realizado em óleo mineral desenvolvido para têmpera.
Após a retirada do forno a amostra foi resfriada em óleo, onde permaneceu no
fluido em torno de 3 a 4 minutos. Sendo assim, a próxima etapa foi realizar o ensaio
de dureza.

Palavras-chave: Tratamento térmico, tempera, ensaio de dureza.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 4

2 OBJETIVO DO ESTUDO ..................................................................................... 5

2.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................ 5

2.1.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................... 5

3 REFERÊNCIAL TEÓRICO ................................................................................... 5

3.1 CONCEITO .................................................................................................... 6

3.1.1 TRATAMENTO TÉRMICO ...................................................................... 6

4 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................... 8

4.1 MATERIAIS .................................................................................................... 8

4.1.1 FORNO MUFLA....................................................................................... 8

4.1.2 DURÔMETRO ......................................................................................... 9

4.1.3 MOLDES DE AMOSTRA AÇO 1045 ..................................................... 10

4.1.4 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVUDAL (EPI’s) ....................... 10

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ....................................................................... 11

6 CONCLUSÃO .................................................................................................... 14
1 INTRODUÇÃO

As propriedades mecânicas e desempenho em serviço de um metal ou liga


metálicas dependem da sua composição química, estrutura cristalina, histórico de
processamento e dos tratamentos térmicos realizados. De forma simplificada, os
tratamentos térmicos podem ser descritos como ciclos de aquecimento e resfriamento
controlados (em material metálico) que causam modificações na microestrutura e
propriedades mecânicas dos mesmos.
Entretanto, esta mudança de propriedades mecânicas, principalmente em
relação ao tratamento térmico denominado têmpera, ocorre de maneira diferente para
cada material. E é a partir disso que se define a temperabilidade dos aços como sendo
a capacidade ou habilidade de aumento de resistência mecânica (por exemplo,
aumento da dureza) através da formação de martensita (que é uma microestrutura
que apresenta dureza elevada). Uma liga que possui alta temperabilidade forma
martensita não apenas na sua superfície, mas em elevado grau também em todo o
seu interior e comprimento.
2 OBJETIVO DO ESTUDO

Nessa seção se contempla a descrição do objetivo geral do estudo e os


objetivos específicos.

2.1 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral desse trabalho é compreender como realizar o tratamento


térmico da tempera no material aço, alterando a microestrutura e, como consequência,
as propriedades dos materiais.

2.1.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Para se alcançar o objetivo geral é necessário atender os seguintes objetivos


específicos:

• Preparar a fundamentação teórica para o estudo em questão;


• Remoção de tensões internas;
• Aumento ou diminuição da dureza;
• Aumento da resistência mecânica;
• Melhora da ductibilidade;
• Melhora da usinabilidade;
• Melhora da resistência ao desgaste, e entre outros.

3 REFERÊNCIAL TEÓRICO

Nessa seção se contempla o embasamento teórico acerca da tensão e


deformação verdadeira, assim como as formulações necessárias para a obtenção do
melhor resultado proposto nesse estudo.
3.1 CONCEITO

3.1.1 TRATAMENTO TÉRMICO

As operações que utilizam técnicas de aquecimento e resfriamento são


conhecidas como “Tratamentos térmicos”. Aços de ligas medias e altas são
submetidos a temperaturas controladas como: atmosfera, tempo, e velocidade de
resfriamento com a finalidade de alterar suas propriedades (CHIAVERINI,2008).

Os principais objetivos para realizar–se tratamento térmico são:

• Remoção de tensões internas;


• Aumento ou diminuição da dureza;
• Aumento da resistência mecânica;
• Melhorar a ductibilidade;
• Melhorar a usinabilidade;
• Aumentar a resistência ao desgaste;
• Melhorar a resistência a corrosão;
• Modificação das propriedades elétricas e magnéticas.

Segundo Chiaverini (2008), considerando o tratamento térmico como um ciclo


tempotemperatura, os fatores a serem considerados são:

• Aquecimento;
• Tempo de permanência à temperatura desejada;
• Resfriamento;
• Atmosfera de aquecimento

3.1.1.1 AQUECIMENTO

No aquecimento elevamos a temperatura do aço ate a temperatura crítica para


que se tenha austenitizaçao por completa. A austenitizaçao é o ponto inicial para as
transformações da estrutura do aço, e assim serão determinados pela sua velocidade
de resfriamento. A temperatura a qual o aço é submetido é um fator fixo, depende do
processo e das propriedades da estrutura final desejada, assim como a composição
química do aço, principalmente o seu teor de carbono. Quanto mais alta a temperatura
de aquecimento acima da zona crítica, mais homogenia a dissolução do aço em
austenita e maior serão seus grãos. Como um tamanho de grão excessivo é ruim, na
prática admite-se 50°C acima da temperatura crítica (CHIAVERINI, 1990,pg.82).

3.1.1.2 RESFRIAMENTO

Podemos concluir que este é considerado um dos mais importantes, visando


que através do resfriamento que que se determina a microestrutura final do aço a
estrutura final que vai desde a perlita grosseira até a martensita. O resfriamento pode
ser realizado por ambiente do forno, ar e meios líquidos sendo o mais lento através
do ambiente do forno, ar e o mais rápido através de líquidos. Escolhe-se o melhor
meio dependendo da microestrutura que desejamos alcançar e também o formato da
peça (CHIAVERINI, 1990,pg.83).

3.1.1.3 RECOZIMENTO

O processo se dá pelo aquecimento das peças, e o tempo e temperatura e


calculado em função da peça ou lote. Este tratamento visa remover tensões internas
da peça reduz a dureza melhorando a usinabilidade do aço, também visa eliminar os
efeitos de qualquer tratamento térmico ou mecânico que o aço tenha sido submetido.
(CHIAVERINI, 1986, pg.96).

3.1.1.4 NORMALIZAÇÃO

Trata-se de um aquecimento do aço até a temperatura da zona critica, porem


com resfriamento mais rápido, temperatura ambiente, visa reduzir o tamanho do grão
das peças (CHIAVERINI, 1986, pg.96).

3.1.1.5 TEMPERA
Consiste em aquecimento até uma temperatura 50˚c acima da temperatura
critica, e em seguida e resfriada bruscamente em água, óleo ou em meios de tempera
de composição química especial. A finalidade desse procedimento é a obtenção da
melhora das propriedades mecânicas, aumentar a capacidade de resistência à tração
do aço e também da sua dureza, porem em contrapartida temos a redução de
ductilidade, tenacidade e aparecimento de tensões residuais. (CHIAVERINI, 2008).

4 MATERIAIS E MÉTODOS

Inicialmente o trabalho consistiu na revisão bibliográfica acerca de assuntos


diretamente relacionados ao tema em estudo. Realizando um mapeamento por meio
de pesquisas que possibilite o conhecimento, baseado em estudos, em áreas afins,
com a função de auxiliar e nortear o entendimento dessas áreas para a obtenção do
melhor resultado. Dessa forma, essa seção destina-se a contextualizar todos os
aspectos que serão considerados ao longo dos experimentos.

4.1 MATERIAIS

Para a realização do ensaio foram utilizados alguns materiais disponibilizados


no laboratório. Inicialmente foi-se apresentado o tipo de aço a ser utilizado no ensaio
(Figura 4). Em seguida conhecemos o forno utilizado para a realização do ensaio, e
foi nos ensinado como operar esse equipamento. Deve-se salientar a importância do
uso dos EPI’s (equipamentos de proteção individual) na condução do ensaio,
seguindo todas as orientações de segurança.

4.1.1 FORNO MUFLA


O Forno Mufla consiste basicamente em uma câmara metálica externa com um
revestimento composto por material refratário. É um forno elétrico que atinge
temperaturas na ordem de 1200°C, indicado para uso em laboratório onde se tem a
necessidade de altas temperaturas. A Figura 1 a seguir mostra um forno mufla.
Figura 1 – Máquina Universal de ensaio 10TON

Fonte: Foto do autor, 2022

4.1.2 DURÔMETRO
O Durômetro é responsável por medir a dureza de materiais. O equipamento
mede a profundidade de impressão nos objetos com a aplicação de carga, sendo
dependente também de outras condições como de propriedades visco elásticas,
duração do ensaio e etc. As figuras 2 e 3 a seguir mostram um durômetro digital e um
durômetro de bancada.

Figura 2 – Durômetro digital

Fonte: Foto do autor, 2022


Figura 3 – Durômetro de bancada

Fonte: Foto do autor, 2022

4.1.3 MOLDES DE AMOSTRA AÇO 1045


O material utilizado no ensaio foi o aço 1045, submetido a uma temperatura
de 820º C, durante um período de tempo de 20 minutos. A Figura 4 a seguir mostra
amostras do aço 1045 após sua retirada do forno.

Figura 4 – Amostra de aço 1045

Fonte: Foto do autor, 2022

4.1.4 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVUDAL (EPI’s)


No ensaio foram utilizados os seguintes equipamentos de proteção individual.
• Luvas em couro;
• Avental em couro;
• Viseira de proteção dos olhos.

A Figura 5 a seguir mostra os equipamentos de segurança individual (EPI).

Figura 5 – Equipamentos de segurança individual (EPI)

Fonte: Foto do autor, 2022

Para a realização do ensaio primeiramente ligamos o forno por um determinado


período de tempo ate atingir a temperatura desejada, no nosso caso será de 820º C.
Em seguida realizamos o teste de dureza da amostra usando o durômetro digital ou
analógico. Logo após, colocamos a amostra no forno a uma temperatura de 820º C,
por um período de aproximadamente 20 minutos. Após isso retira-o e o esfria
rapidamente em óleo. Após essa etapa é feito o teste de dureza e compara com os
valores coletados antes e depois do tratamento térmico. Observa que no caso da
tempera a dureza do material aumenta significativamente.

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Com a realização da prática conforme os procedimentos do processo de têmpera


dos corpos de prova, pode observar através de comparação das amostras e das
análises de dureza os resultados obtidos. A tabela 1 e 2 mostram os valores obtidos
no ensaio.
TABELA 1: Valores ensaio da dureza aço SAE 1045
DUREZA AÇO 1045 SEM O TRATAMENTO
MEDIDA 1 MEDIDA 2 MÉDIA
23,0 22,5 22,75
Fonte: Foto do autor, 2022

TABELA 1: Valores ensaio da dureza aço SAE 1045


DUREZA AÇO 1045 COM O TRATAMENTO
MEDIDA 1 MEDIDA 2 MÉDIA
19,5 20,0 19,75
Fonte: Foto do autor, 2022

O aço SAE 1045 ao realizar-se a têmpera superficial a camada externa atinge


valores de alta dureza, porem depois a mesma a dureza apresentada tem valores
mais baixos, indicando uma baixa penetração da têmpera. A baixa temperabilidade
do SAE 1045 esta ligada com sua pequena concentração de elementos de liga
(GERDAU, 2020).

Já no seu tratamento térmico de tempera o aço SAE 1045 é aquecido em uma


faixa de temperatura entre 820 a 850 ºC (dependendo da composição química do aço,
e sua temperatura de austenitização), mantendo-se neste intervalo de temperatura
por 5 a 10 minutos por cada centímetro de espessura da peça e resfriar em água ou
em outro meio refrigerante que retire calor rapidamente da peça provocando a
transformação martensítica total, com o menor tensionamento possível .Por exemplo,
em meios como óleo ou ao ar, normalmente dependendo da espessura da peça. Este
tratamento térmico visa aumentar a dureza e resistência a tração do material (AÇO
ESPECIAL, 2020).

Segundo Chiaverini (2008) o tratamento térmico de têmpera do aço SAE 1045


deverá ser precedido de, ao menos, um revenimento, pois toda vez que o constituinte
final do tratamento for a martensita é indispensável que o revenimento seja realizado.

Os objetivos de realizar revenimento do aço SAE 1045:


• Corrigir as tensões decorrentes da têmpera sem prejudicar os resultados desta;
• Ajustar o material para a dureza objetivada;
• Atenuar as tensões geradas na têmpera melhorando a ductilidade e tenacidade
do material.

As mudanças nos valores de módulo de elasticidade, tensão de ruptura,


tenacidade do aço SAE 1045, entre outros, têm uma grande mudança ao se comparar
materiais em uma mesma faixa de dureza onde um tenha passado somente pelo
processo de têmpera e o outro pelo processo correto de têmpera e revenimento. A
figura 6 mostra o gráfico da dureza x temperatura aço SAE 1045.

Figura 6: Gráfico da dureza x temperatura aço SAE 1045

Fonte: GERDAU, 2022


6 CONCLUSÃO

A têmpera em óleo usada como elemento para o resfriamento, mesmo fornecendo


um resfriamento mais lento, possibilitou a formação de martensita no aço 1045, nestes
meios o calor é removido de modo mais uniforme, diminuindo as distorções
dimensionais e a ocorrência de trincas que fica limitado um uma espessura rasurável
que permite o estudo do ensaio de dureza mais aplicado em cada caso estudado.
REFERÊNCIAS

CALLISTER, William D. Ciência e Engenharia de Materiais: uma introdução. Salt Lake


City, Utah: Ltc, 1999.

CANALE, Lauralice. Temperabilidade. Universidade Estadual de Campinas,


Campinas, 2004. Centro de Informação Metal Mecânica. Materiais didáticos
relacionados à disciplina de Materiais. Disponível em: < http://www.cimm.com.br >.

CHIAVERINI, Vicente. Tecnologia Mecânica: materiais de construção mecânica. 2.


ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 1986.

MACHADO, I. F. Tratamentos térmicos e de superfície. Notas de aula PMR2202.


Escola Politécnica da USP, São Paulo.

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