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TRATAMENTOS TÉRMICOS
I
Alunos: Antônio Diego S. Carvalho
TRATAMENTOS TÉRMICOS
II
Sumário
Conceito V
Procedimentos VII
Classificação e tipos IX
Microestruturas X
III
Lista de Figuras
1 tratamento térmico no aço . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . V
2 processo de recozimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . VII
3 processo de normalização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . VIII
4 processo de têmpera . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . VIII
5 processo de revenimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . IX
6 processo de cementação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . IX
7 tratamento térmico no aço . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . XI
8 tratamento térmico no aço . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . XI
9 tratamento térmico no aço . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . XII
10 tratamento térmico no aço . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . XIII
11 diagrama Fe-C . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . XIV
12 diagrama curvas TTT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . XV
IV
Conceito
Os tratamentos térmicos são amplamente utilizados em metais e ligas, sendo aplicados em indústrias
como a automobilística, aeroespacial, siderúrgica, entre outras. Através desses processos, é possível
obter modificações significativas nas características dos materiais, tornando-os mais adequados às
necessidades específicas de cada aplicação.
É importante ressaltar que a seleção do tratamento térmico adequado depende das propriedades
desejadas para o material e das condições de aplicação específicas. Cada tipo de material e aplicação
requer uma abordagem personalizada para alcançar as características desejadas. A compreensão dos
princípios e mecanismos subjacentes aos tratamentos térmicos é essencial para garantir resultados
consistentes e controlados.
Um fator crítico a ser considerado é a taxa de resfriamento durante o tratamento térmico. A taxa de
resfriamento determina a velocidade com que as transformações estruturais ocorrem e, portanto, afeta
a microestrutura final do material. Resfriamentos rápidos, como os utilizados na têmpera, resultam
na formação de estruturas martensíticas, que são caracterizadas por alta dureza e fragilidade. Por
outro lado, resfriamentos mais lentos, como os empregados no recozimento, permitem a formação de
estruturas ferríticas ou perlíticas, que são mais maleáveis e tenazes.
V
Além disso, a temperatura de tratamento também é um parâmetro crítico. A temperatura crítica do
material é o ponto em que ocorrem as transformações estruturais importantes. Aquecimentos acima
da temperatura crítica permitem a homogeneização da estrutura e a recuperação de defeitos, enquanto
temperaturas abaixo da temperatura crítica limitam as transformações estruturais.
É importante mencionar que os tratamentos térmicos devem ser realizados dentro de faixas de tempe-
ratura controladas com precisão, garantindo a obtenção das propriedades desejadas sem comprometer
a integridade do material. Para isso, é necessário levar em consideração o tipo de material, sua
composição química, espessura e geometria, bem como o objetivo final do tratamento térmico.
Em resumo, os tratamentos térmicos são procedimentos controlados que visam modificar as proprieda-
des físicas e mecânicas dos materiais metálicos. Esses tratamentos envolvem aquecimento, resfriamento
e manipulação das temperaturas para obter a microestrutura desejada, resultando em melhorias nas
características mecânicas dos materiais. O conhecimento dos princípios e técnicas dos tratamentos tér-
micos é essencial para a produção de materiais com desempenho otimizado e adequados para diversas
aplicações industriais.
VI
Procedimentos
Um dos processos mais comuns é o recozimento, no qual o material é aquecido a uma temperatura
adequada e, em seguida, resfriado lentamente. Esse processo tem como finalidade principal aliviar as
tensões internas do material, tornando-o mais maleável e facilitando sua conformação. Além disso, o
recozimento também promove a homogeneização da estrutura e a redução de impurezas, resultando
em um material mais uniforme e de melhor qualidade.
Outro processo importante é a normalização, que envolve o aquecimento do material acima de sua
temperatura crítica, seguido de resfriamento no ar ambiente. A normalização visa principalmente
obter uma estrutura mais refinada e homogênea, eliminando as tensões residuais e melhorando a
usinabilidade do material. Esse processo é frequentemente utilizado após operações de soldagem,
forjamento ou têmpera, visando restaurar as propriedades do material afetadas por esses processos.
VII
Figura 3: processo de normalização
A têmpera é um processo que consiste em aquecer o material a uma temperatura acima de sua
temperatura crítica e resfriá-lo rapidamente em um meio de resfriamento, como óleo, água ou ar
forçado. Esse resfriamento rápido promove a formação de uma estrutura endurecida, conhecida como
martensita, que confere ao material maior dureza e resistência. A têmpera é frequentemente aplicada
em aços e ligas metálicas para aumentar sua resistência mecânica.
No entanto, a têmpera também pode tornar o material frágil, e é nesse ponto que o processo de reve-
nimento se torna crucial. O revenimento é um tratamento térmico realizado após a têmpera, no qual
o material é aquecido a uma temperatura abaixo da temperatura crítica e resfriado em condições con-
troladas. Esse processo tem como objetivo principal aliviar as tensões internas e reduzir a fragilidade
do material temperado, melhorando sua tenacidade e ductilidade.
VIII
Figura 5: processo de revenimento
Além desses processos, a cementação é outro tratamento térmico amplamente utilizado. A cementação
envolve a exposição do material a uma atmosfera rica em carbono, geralmente em temperaturas mais
baixas. O carbono se difunde na superfície do material, formando uma camada endurecida chamada
de casca ou camada cementada. Esse processo é amplamente aplicado em componentes sujeitos a
desgaste, proporcionando maior resistência superficial.
É importante ressaltar que a escolha do processo de tratamento térmico adequado depende das carac-
terísticas do material, suas propriedades desejadas e a aplicação final. Cada processo de tratamento
térmico requer uma combinação específica de temperatura, tempo e taxa de resfriamento para alcan-
çar os resultados desejados. Portanto, é essencial contar com profissionais especializados e seguir as
diretrizes e procedimentos adequados para obter os melhores resultados no tratamento térmico dos
materiais metálicos.
IX
Classificação e tipos
Como foi falado anteriormente sobre os tipos de tratamentos térmicos, agora vamos classificar dentro
de cada procedimento.
Têmpera por imersão direta: O material é aquecido a uma temperatura acima da temperatura
crítica e resfriado rapidamente em um meio de resfriamento, como óleo, água ou ar forçado.
Têmpera por resfriamento em jato: O material é aquecido e resfriado rapidamente por um jato
de líquido refrigerante.
Cementação líquida: O material é imerso em um meio líquido rico em carbono, como uma pasta
de carboneto de cálcio, e aquecido para promover a difusão de carbono na superfície.
Tratamento isotérmico: O material é mantido a uma temperatura constante para permitir a trans-
formação completa de sua estrutura, visando obter propriedades específicas.
X
Microestruturas
o tratamento térmico dos materiais metálicos, a manipulação da microestrutura é uma etapa es-
sencial para alcançar propriedades mecânicas e físicas desejadas. Através do controle cuidadoso das
condições de aquecimento e resfriamento, é possível obter diferentes arranjos e fases microestruturais,
cada uma com características específicas e influências distintas nas propriedades do material.
Uma das microestruturas mais comuns é a ferrita, que é formada durante o resfriamento lento abaixo
da temperatura crítica de transformação. A ferrita é composta por átomos de ferro arranjados em uma
estrutura cristalina cúbica de corpo centrado (CCC). Essa microestrutura apresenta baixa resistência
mecânica, mas boa ductilidade e tenacidade.
Outra microestrutura importante é a perlita, que é obtida durante o resfriamento controlado de aços. A
perlita é uma estrutura lamelar composta por camadas alternadas de ferrita e cementita, um composto
de ferro e carbono (F e3 C). A proporção e a distribuição dessas camadas podem variar dependendo
das condições de tratamento térmico. A perlita combina dureza moderada com uma certa ductilidade,
tornando-a adequada para aplicações em que se busca um equilíbrio entre resistência e tenacidade.
XI
A martensita é uma microestrutura formada durante o resfriamento rápido de aços, geralmente através
de um processo de têmpera. Ela possui uma estrutura tetragonal de corpo centrado (TCC) e é
conhecida por sua dureza excepcionalmente alta. No entanto, a martensita também é extremamente
frágil e apresenta baixa ductilidade. É importante ressaltar que a formação de martensita depende da
taxa de resfriamento e da composição química do material.
A bainita é outra microestrutura que pode ser obtida durante o tratamento térmico. Ela se forma
durante o resfriamento moderado de aços e é composta por agulhas finas de ferrita e pequenas par-
tículas de carboneto dispersas. A bainita combina propriedades de dureza e tenacidade, sendo uma
alternativa intermediária entre a perlita e a martensita.
Além das microestruturas mencionadas, outras fases e estruturas podem estar presentes nos materiais
metálicos, dependendo das condições de tratamento térmico. A cementita, por exemplo, é uma fase
rica em carbono que ocorre como uma fase secundária em algumas microestruturas, como a perlita.
XII
Figura 10: tratamento térmico no aço
A manipulação das microestruturas nos tratamentos térmicos permite ajustar as propriedades dos
materiais metálicos de acordo com as necessidades específicas de cada aplicação. Por exemplo, a ob-
tenção de uma alta dureza pode ser alcançada por meio do resfriamento rápido para formar martensita,
enquanto a busca por maior tenacidade pode envolver a formação controlada de perlita ou bainita.
É importante destacar que a seleção adequada dos parâmetros de tratamento térmico, como tem-
peratura, tempo e taxa de resfriamento, é essencial para obter as microestruturas desejadas e as
propriedades resultantes. A compreensão das relações entre os parâmetros de tratamento térmico, as
transformações microestruturais e as propriedades finais é fundamental para garantir o desempenho
adequado dos materiais.
Além das microestruturas mencionadas, outros fatores podem influenciar as transformações microes-
truturais durante o tratamento térmico. A composição química do material, incluindo elementos de
liga presentes, desempenha um papel crucial na formação e estabilidade das diferentes fases microes-
truturais. Elementos como carbono, silício, manganês, níquel, cromo e molibdênio podem afetar as
taxas de transformação e as características das microestruturas resultantes.
XIII
disponíveis e os equipamentos utilizados.
No contexto industrial, normas e especificações técnicas, como as desenvolvidas por organizações como
a ASTM International, a SAE International e a ABNT, fornecem diretrizes e critérios para a realização
dos tratamentos térmicos e a avaliação das microestruturas resultantes, garantindo a conformidade e
a qualidade dos produtos finais.
XIV
O diagrama Fe-C é um gráfico que representa as fases presentes em uma liga de ferro-carbono em
diferentes composições de carbono e temperaturas. O eixo vertical do diagrama representa a porcen-
tagem de carbono na liga, enquanto o eixo horizontal representa a temperatura em graus Celsius. O
diagrama é composto por três regiões principais: ferrita, austenita e cementita.
A ferrita é uma fase de ferro alfa (α) que possui baixo teor de carbono e é macia e dúctil. A austenita
é uma fase de ferro gama (γ) que tem alto teor de carbono e é uma solução sólida de carbono no ferro.
A cementita, por sua vez, é um composto de ferro e carbono (F e3 C) com alto teor de carbono e é
extremamente dura e frágil.
O diagrama Fe-C é essencial para prever as fases que estarão presentes em uma liga de ferro-carbono em
diferentes condições de temperatura e composição. Isso é importante porque as propriedades mecânicas
e as características de processamento do material dependem das fases presentes. Por exemplo, a
presença de ferrita ou cementita pode afetar a resistência e a dureza do aço, enquanto a austenita é
importante para a têmpera e o revenimento.
As curvas TTT, por sua vez, complementam o diagrama Fe-C ao fornecerem informações sobre as
taxas de transformação das fases durante o tratamento térmico. As curvas TTT são obtidas traçando-
se a evolução das transformações de fase em uma liga de ferro-carbono em função do tempo e da
temperatura. Cada curva TTT é específica para uma composição de carbono particular.
As curvas TTT mostram as temperaturas críticas de transformação e o tempo necessário para que
as transformações ocorram. Além disso, revelam as fases resultantes de acordo com as condições de
tratamento térmico, como a formação de perlita, bainita e martensita. Essas informações são cruciais
para ajustar os parâmetros do tratamento térmico e obter as propriedades desejadas do material.
XV
cidade e outras características do material para diversas aplicações, desde estruturas metálicas até
componentes de máquinas e ferramentas.
Em resumo, o diagrama Fe-C e as curvas TTT são ferramentas valiosas para a compreensão e con-
trole das transformações microestruturais em ligas de ferro-carbono durante os tratamentos térmicos.
Essas informações são essenciais para a indústria metalúrgica, pois permitem a seleção adequada dos
tratamentos térmicos para otimizar as propriedades dos materiais.
XVI
Referências bibliográficas
XVII
Rio de Janeiro-RJ, Junho de 2023.
Professor: Fabio de Oliveira Campos
Alunos: Antônio Diego S. Carvalho
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