Você está na página 1de 13

CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

Júlio Cesar Ferreira

Leonardo Alves de Oliveira

Leonardo de Sá Visoto

RELATÓRIO DE
ENSAIO LABORATORIAL DE MATERIAIS

Santa Cruz do Sul, 16 de junho de 2014.


Júlio Cesar Ferreira

Leonardo Alves de Oliveira

Leonardo de Sá Visoto

MATERIAIS PARA CONSTRUÇÃO MECÂNICA – ENSAIO DE MATERIAIS

Relatório da aula pratica realizado no laboratório 5100


na disciplina de Materiais para Construção Mecânica
do curso de Engenharia Mecânica na Universidade de
Santa Cruz do Sul para obtenção do melhor conhecimento
da parte teórica realizando na pratica.

Orientador: Ricardo Edler Rotta

Santa Cruz do Sul

2014
SUMÁRIO

1. Introdução....................................................................................................................4

2. Ensaio de Materiais.....................................................................................................5

2.1. Tratamento Térmico e Termoquimico........................................................................5

2.1.1. Descrição do ensaio...........................................................................................................5-6

2.2. Análise da Dureza.......................................................................................................7

2.2.1. Descrição do ensaio..............................................................................................................7

2.2.2. Escala de dureza Rockowell normal e suas aplixações........................................................7

2.2.3. Valores encontrados nas medições.......................................................................................8

2.3. Análise Metalográfica.................................................................................................9

2.3.1. Descrição do ensaio..............................................................................................................9

2.3.2. Corte.....................................................................................................................................9

2.3.3. Embutimento........................................................................................................................9

2.3.4. Lixamento...........................................................................................................................10

2.3.5. Polimento............................................................................................................................10

2.3.6. Ataque Quimico..................................................................................................................10

2.3.7. Análise Óptica....................................................................................................................11

3. Conclusão...................................................................................................................12

4. Referências Bibliograficas........................................................................................13
4

1. INTRODUÇÃO:

Esse relatório consta sobre o ensaio de materiais, mais propriamente os aços


1020 e 1045, no que diz respeito a processos como tratamento térmico de normalização,
têmpera, tratamento termoquímico de cementação em caixa, teste de dureza nos
mesmos utilizando o durômetro, e ensaio metalográfico.

Esse tipo de atividade possibilitou relacionar a teoria aprendida na sala de aula


com a prática laboratorial.
5

2. ENSAIO DOS MATERIAS:

A sequência usada no tipo do ensaio foi a utilização de pequenas barras de aço


(corpos de prova) 1020 e 1045. Os mesmos foram expostos a dois tipos de tratamento:
cementação em caixa, e têmpera, para depois serem identificados os tipos de diferenças
encontradas na estrutura do material tratado.

Os corpos de prova utilizados no ensaio e seus devidos tratamentos estão


descritos conforme tabela abaixo:

CORPO DE PROVA AÇO TRATAMENTO


A1 1020 Normalizado
A2 1020 Cementado e têmpera em água
A3 1020 Cementado e têmpera em salmoura
A4 1020 Cementado e têmpera em óleo
A5 1020 Cementado
B1 1045 Normalizado
B2 1045 Cementado e têmpera em água
B3 1045 Cementado e têmpera em salmoura
B4 1045 Cementado e têmpera em óleo

2.1. Tratamento Térmico e Termoquímico

2.1.1. Descrição do ensaio:

A normalização consiste em um tratamento necessário para retirar o


encroamento superficial do material, e necessário antes da aplicação de qualquer outro
tipo de tratamento, neste procedimento o corpos de prova A1 e A2 foram levados ao
forno elétrico com temperatura média de 850ºC (austenita 800ºC mais 50ºC) conforme
diagrama ferro carbono. Após a homogeneização da temperatura das peças as mesmas
são retiradas do forno e rapidamente introduzidas em uma caixa coberta com pasta de
areia, que tem como finalidade impedir a descarbonetação do material e proporcionar
um resfriamento de maneira mais lenta.

A cementação é um processo termoquímico, que altera as propriedades químicas


do material e que tem por finalidade aumentar a dureza da parte externa da peça. Neste
experimento todos os corpos de prova foram colocados em uma caixa de aço,
respeitando uma distância mínima entre eles, envoltos por carvão e vedada com massa
6

refrataria comum. Essa caixa fica dentro de um forno movido a resistência elétrica em
torno de 900º C, o tempo de aquecimento varia (6h no forno para 0,8 mm de
cementação, em média).

Os processos de tratamento térmico, são aqueles que acarretam mudanças de


fase na estrutura do material, o de têmpera especificamente tem como objetivo principal
é obter uma estrutura martensítica ou seja aumentar ainda mais a dureza da peça. Neste
ensaio os corpos de prova A2, A3, A4, B2, B3, B4 já cementados, retornaram ao forno
aquecido à temperatura média de 900º C (de acordo com o percentual de carbono), até a
homogeneização da temperatura das peças.

A partir deste momento os corpos de prova tiveram os seus respectivos tipos de


resfriamento, onde A4 e B4 foram resfriados em óleo (resfriamento lento), A2 e B2
resfriados em água (resfriamento médio), A3 e B3 resfriados em salmoura (resfriamento
rápido). Nesta etapa do processo alguns fatores devem ser observados para que se
obtenham resultados satisfatórios, são eles: logo após a remoção do forno a peça deve
ser rapidamente introduzida no banho e constantemente agitada, e no caso de uma maior
quantidade de peças a temperatura do banho deve ser monitorada através de um
termômetro para que estes valores estejam sempre iguais. Outro tratamento térmico
importante que deve sempre ser seguido após a têmpera é o revenimento, neste processo
a peça é submetida novamente ao forno elétrico mas desta vez com temperaturas na
faixa entre 150º a 600º (abaixo da linha austenita), e resfriados ao ar, para que assim os
carbonos retornem a origem fazendo com que o material se torne mais tenaz, neste caso
é importante relacionar dureza/tenacidade de acordo com o resultado desejado.
7

2.2. Análise de Dureza

2.2.1. Descrição do ensaio:

Após os tratamentos térmicos e termoquímicos relatados anteriormente, os


corpos de prova foram submetidas a testes primários realizados em sala de aula
utilizando o durômetro, aparelho destinado a verificação do nível de dureza de
diferentes tipos de materiais de aço carbono, liga, não ferrosos, etc. É preciso observar
alguns pontos antes da utilização do aparelho, como por exemplo o tipo de ponteira que
será flexionada sobre a peça (no ensaio laboratorial foi usada ponteira de diamante), a
pré-carga (seguindo cálculos pré- definidos com valores da tabela abaixo), tipo de
medição, neste ensaio foi usado Rockwell (escala A e C).

2.2.2. Escala de dureza Rockwell normal e suas aplicações.

Escala Cor da Carga Penetrador Faixa de Aplicação


Escala Utilização
HRA Preta 60 kgf Diamante 20 a 88 HRA Superfície de aço
Cone temperado, chapa
laminada
HRC Preta 150 kgf Diamante 20 a 70 HRC Aço temperado,
Cone cementado
HRD Preta 100 kgf Diamante 40 a 77 HRD Aço temperado,
Cone chapa laminada

Vale salientar que escala de dureza A é uma faixa de dureza inferior a classe C, e
que todas as amostras foram submetidas a três medições, obtendo assim suas respectivas
médias e escalas.
8

2.2.3. Valores encontrados nas medições:

Corpo de Tratamento Resultados Média


Prova
A1 Normalizado 51,0 50,5 52,5 51,3
HRA HRA HRA HRA
A2 Cementado e têmpera em 60,5 60,0 60,5 60,3
água
HRC HRC HRC HRC
A3 Cementado e têmpera em 64,0 62,0 65,0 63,6
salmoura
HRC HRC HRC HRC
A4 Cementado e têmpera em 46,0 47,0 48,0 47,0
óleo
HRC HRC HRC HRC
A5 Cementado 55,0 55,5 50,0 53,5
HRA HRA HRA HRA
B1 Normalizado 41,0 39,0 39,5 39,8
HRA HRA HRA HRA
B2 Cementado e têmpera em 61,0 60,0 61,0 60,6
água
HRC HRC HRC HRC
B3 Cementado e têmpera em 64,0 63,0 61,0 62,6
salmora
HRC HRC HRC HRC
B4 Cementado e têmpera em 40,0 41,0 42,0 41,0
óleo
HRD HRD HRD HRD

As medições realizadas sobre o corpo de prova B4, resultaram em valores de 19


HRC, 20 HRC e 19,5 HRC ou seja abaixo do limite da escala, logo as mesmas se
enquadram na escala HRD. Com base em experimentos anteriores constatou-se
resultados inferiores aos esperados, fato este que sugere algum eventual problema no
tratamento térmico.
9

2.3. Análise Metalográfica

Este ensaio descreve o preparo e ensaio metalográfico, do corpo de prova A2


(AÇO SAE 1020 cementado e temperado em água), através da análise óptica de uma
amostra, permitindo visualizar a sua microestrutura, na qual podemos definir as suas
respectivas fases, podemos ainda a partir deste ensaio realizado em laboratório
identificar e definir os tipos de estruturas encontradas a partir da análise microscópica e
analisar de acordo com os tratamentos térmicos, mecânicos, processos de fabricação e
outros processos a que o material já tenha sido submetido.

2.3.1. Descrição do ensaio:

Inicialmente o corpo de prova necessita de alguns tratamentos básicos que


antecedem a análise metalográfica, para que a amostra possa ter a textura e tamanho
adequado, para futura interpretação no microscópio. Por tanto algumas etapas devem ser
seguidas:

2.3.2. Corte

Dependendo do tamanho ou do formato de uma peça, ela pode precisar ser


seccionada, sempre levando em conta o que se deseja analisar para a uma melhor
escolha no corte. Uma superfície plana, com a menor deformação possível, é preferida,
de modo a facilitar e acelerar preparações futuras. O método utilizado neste ensaio foi o
corte abrasivo lubrificado que emprega um disco de corte que introduzirá uma
quantidade mínima de danos em relação ao tempo necessário para o corte. O líquido
refrigerante molha o disco para evitar danos à amostra devido ao calor gerado pela
fricção e também auxilia na remoção da sujeira na área de corte.

2.3.3. Embutimento

O propósito do embutimento é de proteger os materiais frágeis ou revestidos


durante a preparação, facilitar o manuseio da amostra, além de produzir amostras de
tamanho uniforme. Neste experimento utilizamos a técnica do embutimento a quente no
qual a amostra e inserida no centro do pistão da embutidora, adiciona-se baquelite e
10

fecha-se a tampa é aplicada uma pressão de 100kg/cm², através de uma alavanca lateral
que aciona um pistão hidráulico, associado a isso tem-se a temperatura, após
aproximadamente cinco minutos, aguardamos o resfriamento e retira-se a amostra.

2.3.4. Lixamento

O lixamento tem como objetivo remover a superfície danificada ou deformada


do material, para obter uma superfície plana com danos mínimos que possam ser
removidos facilmente durante o polimento. Foram usadas lixas em formatos de discos
em um equipamento chamado politriz. Lixa-se primeiramente com lixas grossas,
conforme os defeitos vão sendo reduzidos, troca-se para lixas de granulometria mais
finas, tentando reduzir bastante as deformações da amostra, respeitando o ângulo de 90°
em relação aos planos criados nos processos anteriores. Todos os processos de
lixamento foram realizados com lubrificação de água, evitando o aquecimento do corpo
de prova, sempre mantendo o esforço no centro da amostra para não criar planos.

2.3.5. Polimento

Como no lixamento, o polimento deve remover os danos introduzidos pelas


etapas anteriores. Isto é obtido através de aplicação de partículas abrasivas mais finas
neste caso a alumina que consegue a mais rápida remoção de material e a melhor
planicidade possível. Esta etapa também é realizada na politriz revestida com um disco
de feltro, até a superfície da amostra ficar espelhada e sem nenhum arranhado.

2.3.6. Ataque Químico

Acabado o polimento o corpo de prova foi lavado com álcool para que se
remova a umidade e alguma outra impureza, e secado com secador elétrico. Para o
ataque químico foi utilizado uma solução ácida que reage com determinado elemento da
amostra durante aproximadamente sete segundos, tempo suficiente para revelação da
microestrutura do material em análise. Remove-se os resíduos do processo através de
11

lavagem em água corrente, álcool, e posteriormente seca-se através de jato de ar quente.

2.3.7. Análise Óptica

Nesta parte através em um microscópio óptico, com o auxílio de um monitor que


reproduz a imagem, analisamos a micrografia do aço para que possam ser reconhecidos
os microconstituintes, e através de comparações podemos determinar e identificar os
constituintes da textura do aço analisado, as proporções dos constituintes, suas
dimensões, sua distribuição, estruturas anormais e elementos estranhos.

Periferia

Núcleo
12

3. CONCLUSÃO:

É possível concluir que mesmo se tratando de um pequeno ensaio de materiais


realizado em sala de aula e em laboratório, de forma bruta, os materiais podem sofrer
diferentes tipos de tratamento térmico e termoquímico, alterando sua resistência
mecânica e física, podendo assim serem usados das mais diversas formas, podendo
tornar-se maleável, dúctil, quebradiço, elástico, tenaz, etc., Mas respeitando sempre seus
valores nominais e onde serão empregados.

Conclui-se também que os tratamentos térmicos e termoquímicos são de grande


eficácia quando realizados de maneira adequada, e que os valores obtidos na análise de
dureza estão em perfeito acordo com a teoria aprendida em sala de aula, assim como a
análise metalográfica comprova a região martensítica formada na extremidade do corpo
de prova, fato este proveniente dos tratamentos por ela sofrida.

A análise metalográfica se mostra uma prática complexa porém necessária, pois


os materiais apresentam diferentes morfologias dependendo dos tratamentos térmicos
que lhe foram aplicados e também da composição química empregada, devendo ser
analisado antes de sua aplicação. Através da análise metalográfica do aço é possível
determinar não só a classificação do aço, como também, sua composição física, química
e mecânica.
13

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] COLPAERT, P. H. Metalografia dos Produtos siderúrgicos comuns. 3. ed. São


Paulo: Editora Edgard Blucher Ltda., 1989.

[2] Livro "Metalografia dos produtos siderúrgicos comuns"; COLPAERT;

Você também pode gostar