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Tratamento térmico.

Aula 2

Profª. Léa Nogueira Nishioka


Objetivos:
Conhecer as técnicas de tratamentos
térmicos de têmpera e revenimento e os
ensaios de temperabilidade.
Conhecer as microestruturas e suas
relações com as propriedades mecânicas.
Tratamento Térmico
 Tratamento Térmico é um ciclo de aquecimento
e resfriamento realizado nos metais com o
objetivo de alterar as suas propriedades físicas
e mecânicas, sem mudar a forma do produto.

 Observação: O tratamento térmico às vezes acontece


inadvertidamente, como “efeito colateral” de um
processo de fabricação que cause aquecimento ou
resfriamento no metal, como nos casos de soldagem e
de forjamento.
(Vicente Chiaverini)
Tratamento Térmico
O tratamento térmico é normalmente associado com o
aumento da resistência do material , mas também
pode ser usado para melhorar a usinabilidade, a
conformabilidade e restaurar a ductilidade depois de
uma operação a frio. Logo, o tratamento térmico é uma
operação que pode auxiliar outros processos de
manufatura e/ou melhorar o desempenho de produtos,
aumentando sua resistência ou alterando outras
características desejáveis.
Têmpera
 Tratamento térmico caracterizado pelo resfriamento em
velocidade superior á velocidade crítica de têmpera, a
partir de uma temperatura acima da zona crítica para
os aços hipoeutetóides e geralmente dentro da zona
crítica, para os aços hipereutetóides, resultando em
transformações da austenita em martensita.

 Objetivo: Utiliza-se para peças que necessitem de alta


dureza, sendo assim as peças temperadas apresentam-
se, quase sempre frágeis.
Têmpera
 Martensita: Solução sólida supersaturada de
carbono. É uma fase metaestável (tetragonal de
corpo centrado) produzida da austenita por uma
transformação cisalhante durante a têmpera.
 Características do material após o tratamento:
Aumento do limite de resistência a tração, alta
dureza e baixa ductilidade e baixa tenacidade,
fato este resulta na necessidade de um
tratamento térmico subseqüente: o revenimento.
Resfriamento rápido da austenita:
Resfriamento rápido

Resfriamento lento

CFC: austenita CCC- ferrita + Tetragonal:martensita


cementita (ortorrômbica)
Fotomicrografia do aço antes a após o
tratamento de tempera

Aço 1045 normalizado Aço 1045 temperado


Microestrutura: ferrita proeutetóide e Microestrutura: martensita
perlita Dureza: 15HRC Dureza: 55HRC

Fonte das imagens: http://www.poli.usp.br/d/pmr2202/arquivos/Tratamento_termico_e_superficial.pdf


Têmpera
Para o sucesso da têmpera:
 1-Velocidade de resfriamento  o resfriamento
dever ser o mais próximo possível da velocidade
crítica, ou seja, deve ser tal que impeça a formação
de qualquer outro produto que não seja martensita
e, ao mesmo tempo, a mais baixa possível para
evitar trincas e empenamento do material.
 OBS: Velocidade critica de resfriamento: menor
velocidade que propícia a formação da martensita.
 2-Teor de carbono maior que 0,3%
 3- Temperatura de aquecimento
Têmpera
Cuidados para o tratamento:
 Elevar o material a temperatura adequada,
(eutetoide, hipoeutetoide e hipereutetoide)
 Deixar o tempo suficiente para que o material seja
austenitizado.
 Tempo em minutos ~ 1,5 X espessura da amostra
em milímetros
 Agitar a peça ou o meio para equalizar a temperatura
de resfriamento evitando bolhas e formação de filmes
ao redor da peça que diminui a velocidade de
resfriamento.
 Para óleos evitar a elevação da temperatura-ponto de
fulgor do óleo é baixa
Revenimento
 É uma etapa do tratamento térmico que
complementa a têmpera; caracterizado por
reaquecimento abaixo da zona crítica e
resfriamento adequado, objetiva aliviar tensões,
ajustar a dureza e diminuir a fragilidade dos aços
temperados visando ajustar as propriedades
mecânicas. A microestrutura obtida é a martensita
revenida.
 A redução da dureza e resistência mecânica é
obtida pela difusão do carbono da martensita.
Revenimento
 Tanto a temperatura de revenimento quanto o
tempo são escolhidos em função da
característica requerida para o material, ou seja:
 Quanto maior a temperatura menor a dureza e
 Quanto maior o tempo de permanência em uma
determinada temperatura menor a dureza.
 OBS- Verificar as curvas de tempo e temperatura
com relação as características mecânicas no livro:
aços e ferros fundidos (autor-Vicente Chiaveriny)
Revenimento

Temperatura e o tempo
deve ser escolhida de
acordo com as
combinações das
propriedades desejadas.

Fonte - Livro: Aços e ferros fundidos Autor: Vicente Chiaveriny


:
Têmpera e Revenimento
 A figura abaixo representa o processo convencional,
conhecido como têmpera e revenimento.

Fonte: http://construtor.cimm.com.br/cgi-win/construt.cgi?configuradorresultado+1255
Tratamento Sub-zero
• Aço, como por exemplo os aços de alta liga, não
conseguem finalizar a transformação de
austenita em martensita em temperaturas
normais de final de processo, logo deve-se
seguir com o tratamento sub-zero.
• O tratamento consiste no resfriamento do aço a
temperaturas abaixo da ambiente, ou seja, na
temperatura abaixo da temperatura de final de
obtenção da martensita.
Temperabilidade
 Temperabilidade: É a capacidade do aço
endurecer ou a profundidade de
endurecimento.
 A temperabilidade depende:
Tamanho de grão
Elemento de liga
Teor de carbono
Temperabilidade

 Os métodos mais conhecidos para medir


a temperabilidade são:
Método Grossman e método Jominy
Temperabilidade
 Método Grossman - Processo para o
ensaio:
1- Resfriar bruscamente uma serie de barras
cilíndricas de diâmetros crescentes a partir do
estado austeníticos em condições
controladas de resfriamento
2-Cortar as barras na secção transversal
3- Medir a dureza de toda a secção e plotar
no gráfico
Temperabilidade- Método Grossman

Constrói-se uma
séries de curvas
com diâmetros
diferentes para
determinar o Dc

Distância ao longo
da amostra

Exemplo: resfriamento em óleo


Temperabilidade- Método Grossman

 Diâmetro crítico: Diâmetro que após resfriada


da temperatura austenítica mostrará no centro
50% de martensítica.
 Barras com diâmetros superiores implicará em
uma quantidade menor de martensita, ou seja
incompletamente endurecida
Exemplo:

• Exemplos: - Perfis de dureza em barras de aço SAE 1045 e 6140


temperadas em água.
Temperabilidade- Método Jominy

Processo para o ensaio:


1- Aquecer o cdp de 1” de Ø e 4” de
comprimento a temperatura austenítica
2- Resfriar o cdp utilizando o dispositivo
Jominy, com jato de água, sob condições
controladas de temperaturas e pressão
Continuação do ensaio de Jominy

3-Cortar o cdp longitudinalmente ou retificar


duas paralelas
4- Medir a dureza a distâncias variadas
(geralmente intervalos de 1/16”) a partir da
extremidade que recebeu o jato
5-Plotar o gráfico: Dureza X distâncias da
extremidade do cdp
Temperabilidade- Método Jominy

1“

4“
Corpo de prova para o ensaio Jominy Dispositivo para ensaio de
temperabilidade Jominy

Fonte da imagem: http://www.poli.usp.br/d/pmr2202/arquivos/Tratamento_termico_e_superficial.pdf


Curvas de resfriamento
contínuo, com diferentes
taxas de resfriamento em
um corpo de
prova de ensaio Jominy

Site da figura: http://www.poli.usp.br/d/pmr2202/arquivos/Tratamento_termico_e_superficial.pdf


Temperabilidade- Método Jominy
Dureza

Distância de Jominy (pol ou mm)

Curva de temperabilidade obtida após ensaio de Jominy


Exemplo de curva de temperabilidade
obtida pelo ensaio Jominy para o aço
SAE 8640

Gráfico de resultados do ensaio de Jominy do aço SAE 8640. As


curvas representam os valores máximos e mínimos permitidos por
norma
Observação: Neste site você
encontrará a simulação para o ensaio
de Jominy.

http://www.matter.org.uk/steelmatter/metallurgy/7_1_1.html

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