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Tratamento térmico.

Aula 3

Profª. Léa Nogueira Nishioka


Objetivos:
Conhecer as técnicas dos tratamentos
térmicos de: Recozimento, normalização,
martêmpera e austempera.
Conhecer as microestruturas após os
tratamentos e suas relações com as
propriedades mecânicas.
Recozimento
Pleno
Isotérmico
Alivio de tensões
Esferoidização/ coalescimento
Normalização
Austêmpera
Martêmpera
Recozimento:
O objetivo do recozimento é:
 Remover as tensões devido aos tratamentos
mecânicos a frio ou a quente
 diminuir a dureza (melhorar a usinabilidade)
 alterar as propriedades mecânicas tais como:
resistência mecânica, ductilidade...
 Ajustar o tamanho de grão
 remover gases, eliminar defeitos de quaisquer
tratamentos térmicos.
Recozimento:

Tipos de recozimento:
 Total ou pleno;
 isotérmico ou cíclico;
 esferoidização;
 sub critico.
Recozimento total ou pleno.

Aquecimento do aço acima da zona


critica com tempo suficiente para a
total austenitização, seguido de um
resfriamento, normalmente, muito
lento (controlando a temperatura de
resfriamento ou simplesmente
desligando o forno).
Recozimento total ou pleno.

Microestruturas obtidas:
Hipoeutetóides → ferrita proeutetóide
e perlita grossa
Aços eutetóides → perlita grossa
Hipereutetóides → cementita proeutetóide
e perlita grossa
Recozimento total ou pleno.

Temperaturas para a astenitização:


Hipoeutetoides → ± 50 C acima da linha A3
Aços eutetoides → ± 50 C acima da linha A1
Hipereutetoides → ± 50 C acima da linha A1
Obs-Para os aços hipereutetoides não se deve
ultrapassar a linha Acm, pois como o resfriamento
é muito lento forma-se nos contornos de grãos de
austenita um invólucro frágil de carbeto.
Recozimento total ou pleno

A1
Temperatura

Curva de resfriamento
para o tratamento

Ms

Ferrita proeutetóide
+ Perlita

Tempo (esc. Log.)


Recozimento cíclico ou isotérmico

 O tratamento térmico de recozimento isotérmico tem como


objetivo diminuir o tempo de tratamento e homogenizar a
microestrutura.
 O aquecimento do aço é, normalmente, acima da zona critica
até a total austenitização seguido de um resfriamento rápido
até uma temperatura que propicie a formação da perlita.
Deve-se permanecer nesta temperatura até que toda a
transformação da austenita em perlita ocorra, em seguida é
feito um resfriamento até a temperatura ambiente.
 As microestruturas obtidas são iguais, porem são mais
homogênias, pois todas as perlitas são formadas a mesmas
temperaturas.
Recozimento cíclico ou isotérmico

A1
Curvas de
resfriamento
Curva de resfriamento
para o tratamento
Temperatura

isotérmico

Ms

Ferrita proeutetóide
+ Perlita
Tempo (esc. Log.)
Recozimento para alívio de tensões

• Tem como objetivo aliviar as tensões provenientes da


solidificação ou produzidas em operações de
deformação mecânica a frio (exemplo: estampagem,
usinagem, corte por chama, etc...)
• O processo consiste no aquecimento do aço a
temperatura abaixo do limite inferior da zona crítica.
As tensões começam a ser aliviadas logo acima da
temperatura ambiente, mas são mais eficientes se
aquecermos lentamente a 5000C.
Esferoidização/ Coalescimento
 Tratamento térmico no qual a cementita lamelar é
transformada em esferóides, originando a perlita
esferoidizada.
 O objetivo deste processo é melhorar a usinabilidade de
aços de alto carbono
 Principais métodos:
 Aquecimento em tempo prolongado a uma temperatura
abaixo de A1→sendo este processo tb. chamado de sub
crítico.
 Aquecimento e resfriamento alternados entre as
temperaturas que estão logo acima e logo abaixo da linha
de transformação A1.
Esferoidização/ Coalescimento
Temperatura ºC

Temperatura F

Fotomicrografia do aço após tratamento


térmico de esferoidização

Tempo
Normalização

 Consiste no aquecimento do material para a


total austenitização, seguido de um
resfriamento, normalmente, no ar.
Normalização

 Temperaturas para a astenitização:


 Hipoeutetoides → ± 50 C acima da linha A3
 Aços eutetoides → ± 50 C acima da linha A1
 Hipereutetoides → ± 50C acima da linha Acm
Normalização
 Indicado para:
 - Refino de grão;
 - Melhoria na usinabilidade e
 - Refino da estrutura bruta de fusão e
homogeneização da microestrutura após
forjamento.
Normalização
 Estrutura dos aços após a normalização
 Hipoeutetoides → ferrita proeutetóide e perlita
fina
 Aços eutetoides → perlita fina
 Hipereutetoides → cementita proeutetóide e
perlita fina
 Obs- sendo assim os aços normalizados quando
comparados com os materiais com estruturas
recozidas são mais resistentes, mais duros e
apresentam ductilidade e tenacidade menores.
Normalização
Curva de resfriamento
AG3
Temperatura

Curva de resfriamento
para o tratamento de normalização

Ce
Su

ntro
per
f í ci
e

Mi

Mf
Produto (perlita fina ou perlita e
ferrita ou perlita e cementita)

Tempo esc. Log.


%C Normalização Recozimento

Dureza Dureza
e t e t Brinell
Brinell

0,20 31,5 45,0 120 25,0 41,0 115


0,40 35,5 59,5 165 31,0 52,5 145

0,60 42,0 76,5 220 34,5 67,0 190

0,80 49,0 94,0 260 36,5 80,5 220


Martêmpera

 Objetivo: endurecer sem trincar obtendo


assim a estrutura martensítica.
Martêmpera
Processo para o tratamento:
 Tratamento térmico isotérmico que consiste no aquecimento
do material para a total austenitização, seguido de um
resfriamento brusco, sem tocar o cotovelo da curva (evitando
assim a formação das fases proeutetoides e perlíticas) até
uma temperatura acima da temperatura de início da
formação da martensita, interromper por alguns instantes o
resfriamento logo acima de Ms (martensita inicial) até que a
temperatura se equalize e após a equalização reiniciar o
resfriamento a uma taxa mais baixa através da faixa
martensítica até a temperatura ambiente de tal forma que a
superfície e o centro da peça transformem-se mais ou menos
simultaneamente evitando assim as trincas.
Martêmpera
Após o tratamento térmico da martêmpera o material
deve ser revenido.

Utiliza-se para peças propensas a sofrerem


empenamentos e que necessitam das mesmas
propriedades alcançáveis pela têmpera seguida de
revenimento.
Exemplo, 4340, 8640.
Martêmpera

Curva de resfriamento e
reaquecimento
para o tratamento de
martêmpera e revenimento

Fonte imagem: http://construtor.cimm.com.br/cgi-win/construt.cgi?configuradorresultado+1255


Austêmpera
 Este processo substitui a têmpera e o revenimento e
seu objetivo é obter a microestrutura bainítica
através de uma transformação isotérmica, na qual
consiste em um aquecimento até a temperatura de
austenitização, permanência nesta temperatura até
completa transformação em austenita, resfriamento
rápido até a faixa de formação da bainita,
permanência nesta temperatura até a completa
transformação, ou seja a temperatura logo abaixo do
cotovelo e antes da linha Ms (martensita inicial) nas
curvas TTT, normalmente é usado sal fundido ou
chumbo fundido dependendo do material.
Austêmpera
 As microestruturas bainíticas tem dureza e
resistência equivalentes ao dos aços temperados e
revenidos, mas com ductilidade e tenacidade
superiores.
 Após o tratamento térmico de austêmpera não é
feito o tratamento térmico de revenimento, pois o
material austemperado não apresenta fragilidade
excessiva.
Austêmpera
• Este tratamento é feito somente para aços que
apresentem a curva TTT bem deslocadas para a
direita, ou seja, com elementos de liga ou no caso de
aços comuns somente para aços com mais de 0,5%
de carbono, pois o cotovelo deve ser distantes do
eixo de temperatura (eixo Y) e peças com espessuras
finas.
• Este processo pode durar de horas a dias até que
toda a austenita se transforme em bainita, sendo
assim este fato é uma desvantagem para este
processo.
Austêmpera
 Para os aços carbono ou de baixa liga a peça a ser
tratada deve ter espessura pequena.
 A microestrutura bainita é uma microestrutura de
cementita dispersa em ferrita.
 Este tratamento é muito utilizado para peças que
necessitam de alta dureza e alta tenacidade.
Austêmpera
Curva para o tratamento
de austêmpera

Fonte: http://construtor.cimm.com.br/cgi-win/construt.cgi?configuradorresultado+1255
Figura 1- Bainita inferior de Figura B- Microscopia eletrônica
um aço AISI-1080 de uma bainita superior

Fonte das imagens:http://www.brasimet.com.br/artigos/Austempera.pdf


 As propriedades das peças austemperadas poderão ser
melhor compreendidas quando comparadas àquelas obtidas
por peças, do mesmo aço, temperadas e revenidas.
 Exemplo: dois corpos de prova de  10mm x 100mm, de aço
AISI 5160, submetido aos seguintes tratamentos térmicos:

Têmpera e Aquecimen Resfriamento no óleo 460ºC


reveniment to a 8300 (reaquecimento para o
o revenimento por 20’
(TR) seguido de resfriamento
no ar )
Austêmpera Aquecimen Resfriamento no sal Resfriamento no ar
(AT) to a 8300 fundido a 320ºC
( 40’ )
Resultados dos tratamentos:

PROPRIEDADES TR AT

limite de resistência (MPa) 1.530 1.590


limite de escoamento (MPa) 1.400 1.210
alongamento (%) 4,8 8,2
estricção (%) 9,5 36,0
resistência ao impacto (J/cm2) 38 a 43 72 a 76
resistência à fadiga (ciclos) 8.150 17.060

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