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conhecimentos técnicos de excelência.

Tratamento Térmico ▼
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Tratamento Térmico
Olá Pessoal.

Seguem abaixo tabelas de composição química e tratamento térmico dos aços mais
utilizados na cutelaria custom.

IMPORTANTE: Nem todos os aços e ligas de aço damasco abaixo referenciados, foram
utilizados por mim durante a minha carreira. Aqueles com os quais eu nunca
trabalhei, tiveram seus dados de tratamento térmico fornecidos gentilmente por
cuteleiros amigos, que querem colaborar com o crescimento e desenvolvimento da
cutelaria brasileira. Conforme pode-se notar, os dados das tabelas de composição
química dos aços, variam dentro de um parâmetro mínimo/máximo de cada
componente químico, de acordo com o fabricante. Também é importante se considerar
a aferição da temperatura dos fornos a serem usados nos tratamentos térmicos, bem
como a habilidade técnica dos cuteleiros que façam seus tratamentos térmicos nas
forjas, de atingirem com precisão as faixas corretas de temperatura. Todos esses
fatores  podem gerar sutis diferenças de resultado nas diversas etapas de tratamento
térmico e obviamente de desempenho final da faca. Desta forma, os valores abaixo
expostos devem servir como referência, não devendo-se dispensar testes de
desempenho de corte e de quebra de ponta das lâminas para aferição do tamanho dos
grãos do aço.

Abraços e que Deus seja com todos.


Definições:

Recozimento: É o tratamento térmico realizado com o fim de alcançar especialmente


os seguintes objetivos: remover tensões resultantes do forjamento, diminuir a dureza
para melhorar a usinabilidade do aço, alterar as propriedades mecânicas como
resistência.

Normalização: Tratamento térmico onde se aquece o aço acima da temperatura crítica


(formação de austenita), com resfriamento em ar tranquilo, à temperatura ambiente,
resultando em uma estrutura molecular com granulação mais fina. A normalização
visa preparar as lâminas para a têmpera.

Têmpera: Consiste no resfriamento brusco do aço, que deve estar a uma temperatura


superior à sua temperatura crítica, em um meios de resfriamento como óleo, água,
salmoura ou mesmo ar. A velocidade de resfriamento, dependerá do tipo de aço, da
forma e das dimensões das peças. O resultante desejado deste processo é a martensita.
O objetivo dessa operação, sob o ponto de vista de propriedades mecânicas, é o
aumento da dureza. Resultam também da têmpera redução da tenacidade e o
aparecimento de tensões internas. Tais inconvenientes são atenuados ou eliminados
pelo revenimento. 

Revenimento: O revenimento ou revenido é o tratamento térmico que se segue após a


têmpera, visando a eliminação dos inconvenientes resultantes desta, removendo
tensões internas, corrigindo o excesso de dureza e eliminando a fragilidade do aço,
aumentando sua tenacidade e resistência ao choque.

SAE 5160
Carbono: 0,56 - 0,64 %
Manganês: 1,35 - 1,65 %
Cromo: 0,70 - 0,90 %
Dureza Máxima Rockwell C: 60 
Meio de Têmpera: Óleo
Recozimento: Dispensável, pois a normalização o deixa bem macio para usinagem
Normalização: 870 º Célsius
Têmpera: 850 º Célsius
Revenimento: 1 hora entre 180 e 210º Célsius

SAE 6160
Carbono: 0,55 - 0,62 %
Manganês: 0,80 - 1,10 %
Cromo: 0,90 - 1,20 %
Vanádio: 0,07 a 0,12 %
Dureza Máxima Rockwell C: 58 
Meio de Têmpera: Óleo
Recozimento: Dispensável, pois a normalização o deixa bem macio para usinagem
Normalização: 870 º Célsius
Têmpera: 840 º Célsius

Revenimento: 1 hora entre 180 e 210º Célsius

SAE 1070
Carbono: 0,65 - 0,75 %
Manganês: 0,60 - 0,90 %
Dureza Máxima Rockwell C: 60
Meio de Têmpera: Água ou óleo (preferencialmente óleo)
Recozimento: 790º Célsius
Normalização: 820º Célsius
Têmpera: 800º Célsius
Revenimento: 1 hora entre 180 e 210º Célsius

SAE 1075
Carbono: 0,70 - 0,80 %
Manganês: 0,40 - 0,70 %
Dureza Máxima Rockwell C: 60
Meio de Têmpera: Água ou óleo (preferencialmente óleo)
Recozimento: 790º Célsius
Normalização: 820º Célsius
Têmpera: 800º Célsius
Revenimento: 1 hora entre 180 e 210º Célsius

SAE 1080
Carbono: 0,80 %
Manganês: 0,75 %
Dureza Máxima Rockwell C: 60 
Meio de Têmpera: Óleo
Recozimento: 790º Célsius
Normalização: 870º Célsius
Têmpera: 815º Célsius
Revenimento: 1 hora a 205º e 230º Célsius

SAE 1095
Carbono: 0,90 - 1,03 %
Manganês: 0,30 - 0,50%
Dureza Máxima Rockwell C: 60
Meio de Têmpera: Óleo (preferencialmente óleo de baixa densidade)
Recozimento: 790º Célsius
Normalização: 820º Célsius
Têmpera: 800º Célsius
Revenimento: 2 horas entre 205º e 220º Célsius, resfiar, + 2 horas entre 205º e 220º
Célsius

AISI O1 ou VND
Carbono: 0,85 - 1,0 %
Manganês: 1,00 - 1,40 %
Cromo: 0,40 - 0,60 %
Dureza Máxima Rockwell C: 64 
Meio de Têmpera: Óleo
Recozimento: Entre 760º e 790º Célsius (quanto maior a peça maior a temperatura)
Normalização: 870º Célsius
Têmpera: 800º Célsius
Revenimento: 1 hora entre 230º e 260º Célsius

SAE 52100
Carbono: 0,98 - 1,10 %
Manganês: 0,25 - 0,45 %
Cromo: 1,30 - 1,60 %
Dureza Máxima Rockwell C: 64 
Meio de Têmpera: Óleo
Recozimento: Dispensável pois a normalização o deixa bem macio para usinagem
Normalização: 885º Célsius
Têmpera: 800º Célsius
Revenimento: 1 hora entre 250º e 280º Célsius, resfriar, + 1 hora a 250º e 280º Célsius

AISI W2
Carbono: 1,00 %
Vanádio: 0,25 %
Dureza Máxima Rockwell C: 66 
Meio de Têmpera: Água
Recozimento: 760º Célsius
Normalização: 870º Célsius
Têmpera: 790º Célsius
Revenimento: 2 horas a 230º Célsius, resfriar, + 2 horas a 230º Célsius

AISI D2
Carbono: 1,50 %
Manganês: 0,40 %
Cromo: 12,00 %
Molibdênio: 0,90 %
Vanádio: 0,90 %
Dureza Máxima Rockwell C: 64 
Meio de Têmpera: Óleo 
Recozimento: 870º Célsius
Têmpera: 980º Célsius
Revenimento: 1 hora a 250º, resfriar + 1 hora a 250º Célsius (para 60 HRC),  ou 1 hora a
300º, resfriar + 300º Célsius (para 59 HRC)

AISI D6
Carbono: 2,10 %
Manganês: 0,30 %
Cromo: 11,50 %
Vanádio: 0,20 %
Dureza Máxima Rockwell C: 65
Meio de Têmpera: Óleo 
Recozimento: 840º Célsius
Têmpera: 960º Célsius
Revenimento: 1 hora entre 230º e 300º Célsius, resfriar, + 1 hora entre 230º e 300º
Célsius

DIN 1.4116
Carbono: 0,50 %
Cromo: 14,50 %
Molibdênio: 0,50 %
Vanádio: 0,15 %
Dureza Pós Têmpera sem Sub-Zero Rockwell C: 55 - 57
Meio de Têmpera: Óleo ou ar forçado uniforme
Recozimento: Entre 750º e 800º Célsius (resfriamento em forno)
Têmpera: Entre 1020º e 1070º Célsius (encharque mínimo de 10 minutos)
Revenimento: 1 hora entre 200º e 300º Célsius

Sandivik 13C26
Carbono: 0,68 %
Cromo: 13,00 %
Dureza Pós Têmpera sem Sub-Zero Rockwell C: 57 - 59
Meio de Têmpera: Óleo 
Recozimento: Entre 750º e 800º Célsius (resfiamento em forno)
Têmpera: Entre 1050º e 1080º Célsius (encharque mínimo de 10 minutos, resfriamento
no ar forçado ou óleo)
Revenimento: 1 hora entre 150º e 250º Célsius

Bohler N690
Carbono: 1,08 %
Cromo: 17,30 %
Manganês: 0,40 %
Molibdênio: 1,10 %
Vanádio: 0,10 %
Dureza Máxima Rockwell C: 62
Meio de Têmpera: Óleo 
Recozimento: Entre 800º e 850º Célsius (resfiamento em forno)
Têmpera: Entre 1030º e 1080º Célsius (encharque mínimo de 10 minutos)
Revenimento: 1 hora entre 100º e 200º Célsius

Damasco liga de 5160 com 15N20:


Dureza Rockwell C estimada: 58 - 60 
Meio de Têmpera: Óleo
Recozimento: 780º Célsius
Normalização: 850º Célsius
Têmpera: 820º Célsius
Revenimento: 1 hora entre 180 e 210º Célsius
Observação: A tabela de composição química das ligas de damasco irão variar de
acordo com a composição de cada aço utilizado e suas respectivas percentagens
utilizadas.

Damasco liga de 1070 com 15N20:


Dureza Rockwell C estimada: 58 - 60
Meio de Têmpera: Óleo 
Recozimento: Dispensável pois a normalização o deixa bem macio para usinagem.
Normalização: 845º Célsius
Têmpera: 810º Célsius
Revenimento: 1 hora entre 170 e 185º Célsius.
Observação: A tabela de composição química das ligas de damasco irão variar de
acordo com a composição de cada aço utilizado e suas respectivas percentagens
utilizadas.

Damasco liga de 1084 com 15N20:


Dureza Rockwell C estimada: 58 - 60 
Meio de Têmpera: Óleo de baixa ou média densidade
Recozimento: 790º Célsius
Normalização: 860º Célsius
Têmpera: 840º Célsius
Revenimento: 1 hora entre 180 e 200º Célsius, resfriar.
Observação: A tabela de composição química das ligas de damasco irão variar de
acordo com a composição de cada aço utilizado e suas respectivas percentagens
utilizadas.

Damasco liga de 1095 com 15N20:


Dureza Rockwell C estimada: 58 - 60 
Meio de Têmpera: Óleo de baixa densidade
Recozimento: 770º Célsius
Normalização: 840º Célsius
Têmpera: 810º Célsius
Revenimento: 1 hora entre 200 e 210º Célsius, resfriar, + 1 hora entre 200 e 210º Célsius.
Observação: A tabela de composição química das ligas de damasco irão variar de
acordo com a composição de cada aço utilizado e suas respectivas percentagens
utilizadas.

Damasco liga de O1 com 15N20:


Dureza Rockwell C estimada: 58 - 60 
Meio de Têmpera: Óleo
Recozimento: 790º Célsius
Normalização: 870º Célsius
Têmpera: 815º Célsius
Revenimento: 1 hora a 220º Célsius
Observação: A tabela de composição química das ligas de damasco irão variar de
acordo com a composição de cada aço utilizado e suas respectivas percentagens
utilizadas.

Referências de cor do aço nas faixas de temperatura de revenimento

"A sabedoria o fará andar nos caminhos 


dos homens de bem 
e a manter-se nas veredas dos justos.
Pois os justos habitarão na terra, 
e os íntegros nela permanecerão;
mas os ímpios serão eliminados da terra, 
e dela os infiéis serão arrancados."
Provérbios 2:20-22

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14 comentários:

Luiz Soares 27 de julho de 2018 11:22


Excelente, obrigado,
Responder

Unknown 2 de agosto de 2018 19:50


Boa noite, Berardo todo damasco precisa do 15N20? e se fizer por exemplo liga de 5160 e 1070 é
damasco?
Responder

Unknown 15 de outubro de 2018 10:20


eldo2011@hotmail.com
Estou iniciando a cutelaria, mas por um rob algo que aprendi a gostar, e estou querendo aprender
mais sobre esta arte que é tão maguinifica
Responder

Unknown 15 de outubro de 2018 10:21


eldo2011@hotmail.com
Estou iniciando a cutelaria, mas por um rob algo que aprendi a gostar, e estou querendo aprender
mais sobre esta arte que é tão maguinifica
Responder

everton cambraia 26 de dezembro de 2018 23:19


ola berardo!
muito bom teu blog.
eu estou começando a fazer minhas primeiras facas artesanais e vc ja me ajudou muito. obrigado
por compartilhar seu conhecimento.
Responder

Caique 29 de dezembro de 2018 04:43


Grande professor ! Ajudou muito 👍👍
Responder

Unknown 18 de janeiro de 2019 20:55


excelente tópico, mestre, bem esclarecedor, obrigado
Responder

Unknown 1 de fevereiro de 2019 14:39


Muito seu trabalho.
Faz um ano que venho fazendo algumas peças e sua dedicação em difundir a cutelaria custom no
Brasil tem me ajudado e muito. Obrigado irmão .
Responder

Unknown 10 de fevereiro de 2019 14:10


Não sabe como me ajudou ! Só uma pergunta, irei temperar uma lâmina de cerca de de 30 cm, como
3mm de dorso , feita de aço 5160, quanto tempo devo mante-la no oleo ao tempera-la ??

Agradeço o auxilio
Responder

Hugo Santana 3 de março de 2019 23:27


Excelente apanhado de informações já validadas! Obrigado pela iniciativa e por compartilhar!!
Responder

Unknown 14 de março de 2019 21:38


Top!!! Manual 100% explicativo de tratamento térmico para quem vai começar na cutelaria.
Responder
Anônimo 22 de março de 2019 16:33
Adorei seu post, muito legal!!!
http://www.pkmacos.com.br/aco-vnd
Responder

Bea 22 de março de 2019 16:34


Muito legal, gostei!!!
Responder

agente pcsc 3 de abril de 2019 12:09


Material excelente!
Responder

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