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REFLEXÃO SOBRE A ARTE DA REGÊNCIA – A FUNÇÃO DO

ENCARREGADO DE ORQUESTRA COMO REGENTE NA CCB

Por simples palavras podemos descrever a regência como uma arte de conduzir
(condutor) um conjunto instrumental ou vocal através do conteúdo rítmico e
expressivo de uma obra musical, utilizando gestos convencionais. (Regras
universais de regência musical). O maestro é, portanto, o precursor dos efeitos
editados pelo compositor na peça musical, levando seus efeitos na execução
instrumental através dos músicos.

A música é uma arte milenar. Já nos primórdios das gerações passadas, a música se
fazia presente, e na sua essência, exigia ordem, uniformidade e equilíbrio na
condução do conjunto instrumental. A vista desse pensamento, observamos a
formação musical no governo do Rei Davi, formada por 4.000 cantores. Dentre
esses 4.000, 400 (10%) eram instrumentistas, e seguido por uma organização
visível, tinha o responsável pelos ensaios e estudos das peças a serem executadas.
Assim como estariam na apresentação nos dias dos eventos musicais.

No decorrer dos tempos, a figura do maestro formal surgiu com o crescimento dos
conjuntos musicais, de cuja ordem e uniformidade exigia igualdade rítmica e
expressiva. Unidade sonora sendo visível a dificuldade de todos tocarem ao mesmo
tempo, no mesmo ritmo e em equilíbrio.

Até a metade do século XVIII, o maestro geralmente era o próprio compositor da


obra musical. Quando no século XIX, mais a final, surgiu a pessoa do maestro
profissional, escolhido dentre um músico com conhecimentos musicais destacados,
e com expressão e habilidade para conduzir um conjunto instrumental. Dotado de
facilidade na manutenção do equilíbrio sonoro dos instrumentos, servindo de
interprete do quanto o compositor havia expressado na obra musical.

A música, tanto quanto os costumes e a vida moderna, evoluiu, e passou a exigir


(do regente) precisão na marcação dos tempos, somando-se a um conhecimento
amplo da peça musical, sobressaindo a qualidade de comando final.
Consequentemente, a qualificação na execução musical exige estudos específicos
sobre todos os ângulos musicais. Principalmente, sobre sua finalidade de
apresentação.

A posição visual do regente à frente da orquestra ou grupo musical influi


seriamente na execução da obra. Primeiro, porque o regente deve conservar uma
atitude de autoridade e de respeito diante dos seus comandados. Os gestos de
comando devem ser vistos por todos os integrantes do conjunto instrumental, de
forma compreensiva dentro das regras e conceitos musicais.

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Sugestão de postura do regente, com as seguintes observações:

• Manter o corpo ereto, sem as características da posição militar de sentido.

• Braços acima da cintura, ligeiramente arqueados, numa posição confortável e


visível a todos os músicos.

• O tórax poderá acompanhar os movimentos dos braços, porém, nunca deverá


ser curvado para frente, como alguém que queira tocar o chão com as mãos.

• Como a regência em si é transmitida pelas mãos, geralmente a direita marca os


tempos do compasso e a esquerda indicará as entradas e a dinâmica, sempre
procurando obter dos músicos o colorido orquestral na execução da obra
musical.

• Deixar os músculos dos braços relaxados para uma fácil flexibilidade dos
movimentos.

• Exercitar a dissociação de movimentos simultâneos dos braços.

A entrada, o que denominamos “levare” deve ser preciso e compreensivo,


garantindo a entrada dos músicos uniformes. A finalização, da mesma forma, de
suma importância, deve conduzir o conjunto a finalizar juntos, sem permitir falta
ou sobra de tempo.

O uso da batuta precisa ser coordenado dentro das regras de regência, como um
prolongamento da mão, servindo como maior precisão na marcação dos tempos,
entradas e finalizações.

“A regência atinge a sua plenitude quando se liberta da uniformidade rítmica e


emerge da imaginação criadora do intérprete numa descrição altamente expressiva
da obra” (Baptista, 2000:79). Cabe, pois, ao regente, trabalhar os seus gestos
expressivos da própria interpretação da obra musical.
Diante desses conceitos, passamos então, a analisar nossas funções como
encarregados de orquestras na Obra de Deus.

Nos grupos e orquestras musicais profissionais, a figura do regente é parte


integrante do espetáculo a ser apresentado, portanto, os ensaios específicos
ocorrem nos bastidores. Na maioria dos casos, os regentes profissionais promovem
os ensaios por parte da peça musical, individualizando, inicialmente, as famílias
instrumentais, para a final, em conjunto, preparar a apresentação oficial do evento.
O estudo e ensaio é específico da essência da obra musical a ser apresentada.
Conjunto instrumental certo e indivisível.
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Na Obra de Deus, o trabalho do encarregado de orquestra, como figura do regente,
ao contrário (as vezes solitário), é mais profundo e exige: 1)- dedicação elevada,
somando a vida espiritual exemplar, buscando a guia e fontes divinas no seu
trabalho; 2)- Profundo conhecimento musical. Neste conceito de profundo
conhecimento musical, se encaixa a necessidade de estudos diários de nossos
hinos, em específico, aqueles que foram anotados com dificuldades durante os
cultos do mês.

Ao contrario do mundo musical profissional, não fazemos apresentação nem


apresentamos espetáculo musical com nossas orquestras. Nossos ensaios não
ocorrem nos bastidores, e o trabalho de uniformidade, equilíbrio musical e sonoro,
se dá nas nossas casas de orações, como conhecemos, por “ensaios locais” e ou
“ensaios regionais”. Portanto, para um bom desempenho no nosso trabalho na
Obra de Deus, exige-se a formalização de ensaios planejados. E a parte musical se
destaca na Obra de Deus em toda a terra pelo próprio operar de Deus como forma
de compreendermos que o Senhor está no comando de tudo, e Se agradando do
nosso esforço.

A Obra de Deus tem uma natural organização vinda de Deus. O Ministério


Espiritual – A Obra da piedade – A Administração física e material de todo o
complexo patrimonial – Registros contábeis transparentes – E a parte musical
formada por conhecimentos específicos musicais. Importante frisar: Não há
remuneração financeira pelos trabalhos desenvolvidos na Obra de Deus. Não
somos contestados por nenhuma autoridade civil ou militar.

Na parte musical temos como material de estudo, os métodos indicados no


denominado “programa mínimo” e ou outros deliberados pelo Ministério; MTS;
Hinários, os quais nos auxiliam e nos aperfeiçoam nos efeitos sonoros de nossas
orquestras. Temos o MOO, como um manual organizacional das orquestras.
Ordem e perfeição, como provem dos nossos ensinamentos.

Um alerta. De forma isolada, se propagam nas redes sociais alguns eventos em


algumas unidades diversas. Como disse, isolada. Devemos orar e vigiar buscando
de Deus a guia e direção, evitando participar ou copiar esses eventos, os quais, tem
sido alvo de grandes prejuízos na Santa Obra de Deus. Onde o homem se destaca,
Deus não é diminuído, mas com certeza ali não se faz presente. Nenhum ato de
grandeza humana diminui o nosso Deus. Ou seja, não afetam a Deus, mas resultam
em prejuízo para o homem em um horizonte perdido. Sim. O homem por si mesmo
percorre um caminho de cujo destino não conhece e estará em perigo eminente.

Prezados e queridos Irmãos. Não somos indicados a dar conselhos, mas falamos de
uma boa reflexão individual, visando dar continuidade a uma caminhada (nos
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trabalhos musicais) em um horizonte desconhecido e cada dia mais perigoso para
aqueles que desejam servir a Deus. Rumo à Sião celestial. Vamos REFLETIR?
Deus abençoe a todos.

Luiz de Oliveira
Encar Regional – Uberlândia-MG.

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