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A arte da regência é uma ciência como qualquer outra, utilizada como um meio de fazer arte,
no entanto a esta arte são impostas implicações técnicas que devem ser desvendadas e
dominadas por todos os candidatos a regentes, não importa que tipo de grupo se predispõe a
dirigir. Não ha diferença no dirigir um coro, orquestra ou banda. A técnica do dirigir é igual
para todos os tipos de grupo, o que muda são os conhecimentos específicos de cada uma. O
que é a regência?
Dirigir é muito mais que abanar os braços. É acima de tudo saber se relacionar com as pessoas.
É lembrar que do outro lado de uma estante de musica encontra-se um ser humano, que tem
alegrias, tristezas, preocupações e problemas como todos, inclusive o maestro, e que ele seve
ser tratado com respeito.
quando falamos em regência, só "lembramos" do gestual, na verdade ele tem sua importância
mas não é o mais importante ...
Gestual
- Conhecimentos Musicais
- Conhecimentos Gerais
60% Humano
20% Geral
15% Musical
3% Específico
2% Gestual
Isto quer dizer que o gesto encontra-se no alto da pirâmide da arte da regência, mas que para
que ele aconteça é necessário que na base da pirâmide haja os demais conhecimentos.
Os valores apresentados nas porcentagens são fictícios, mas servem como sugestão para a
reflexão que se pretende. A formação da regência é composta por uma pirâmide, formada da
seguinte forma: o maior valor de porcentagem corresponde a base da pirâmide e o menor
valor da porcentagem corresponde ao vértice superior da pirâmide.
O ato de dirigir está mais intimamente ligado a como se relaciona o maestro com seus
comandos que com o gestual propriamente dito. O gesto tem sua importância na
comunicação. Observe esta palavra: Table. O que significa? Como se pronuncia? O significado
é um só: table = mesa, mas a pronúncia vai depender do idioma: francês ou inglês. O que
desejo mostrar é que cada um tem seus meios de expressão, mas o significado é o mesmo. Há
diversas maneiras de dizer a mesma coisa, dependendo apenas como você a diz. No entanto a
linguagem que você usa deve ser compreensível a todos.
O gesto tem um padrão universal, que pode variar dependendo do contexto da obra. O gesto
não é um símbolo independente, ele está associado ao domínio e conhecimento da partitura,
adquirido pelo estudo diário e pela dedicação ao que faz. Dirigir, não é apenas conduzir os
elementos melódicos. Alguns maestros se tornam maestros dos primeiros violinos, dos
sopranos ou das palhetas solistas. Dirigir é muito mais que dirigir uma linha melódica, com
toda a certeza ela é importante, mas nem sempre a regência deverá se ater a linha melódica,
visto que algumas linhas melódicas dependem de alguns elementos rítmicos ou harmônicos, e
é aí que o maestro deverá verificar a importância destes elementos: a melodia, ritmo ou
harmonia.
Só para clarear um pouco mais, muitas vezes a linha melódica depende do bom desempenho
de uma passagem rítmica ou de uma passagem harmônica. O maestro se preocupa tanto com
o desempenho melódico e esquece de observar o que lhe dá sustentação.
O olhar, as mãos, os braços, dedos, enfim o corpo todo deve participar na função da regência e
estes não devem ser desperdiçados.
A comunicação do maestro é feita por meios não verbais, e por este motivo os sinais devem
ser claros, objetivos e preciso. Todo processo de reger exige do maestro muito estudo e
dedicação. O gesto deve ter objetivos claro e possuir uma estratégia bem definida. Tudo o que
se faz a mais é desperdício e desvia a atenção podendo induzir ao erro. Todo processo gestual,
não acontece por acaso. Alguns regentes se preocupam com a marcação dos compassos, mas
o ato de reger envolve muito mais que marcar compassos. Os músicos não desejam que um
maestro marque compassos e som que dirija a obra.
O que desejo mostrar aqui é justamente o que está por trás de uma partitura simples ou
complexa. O gesto é portador de uma ideia, de uma frase, de um efeito, de uma dinâmica, de
uma passagem ou de um encadeamento harmônico. É pra isso que serve o gestual.
Vou trabalhar numa abordagem sucinta de alguns tópicos, aspectos importantes da regência
válidos para todo e qualquer tipo de grupo que necessite de um regente:
a - O poder que temos em nossas mãos ao nos colocarmos frente a um grupo, pode de alguma
forma contribuir ou prejudicar a eficiência do trabalho. Como desfrutar dos benefícios da
autoridade, sem agredir nossos músicos, e sem prejudicar o resultado de nosso trabalho?
b - A memória e a importância que ela desempenha na direção musical?
c - A percepção do maestro frente aos fatos que se sucedem a cada instante dentro do grupo
que dirigimos.
f - As técnicas do gestual.
A - Poder
A autoridade do maestro frente ao grupo de trabalho pode ser resumida em dois aspectos:
Autoridade Pessoal
Autoridade Técnica
Na atividade humana raras as vezes o poder de um único indivíduo se mostra tão evidente nas
exigências de obediência e lealdade. O gestual do maestro é dominador e sua imagem exprime
suas intenções e expressões que devem ser seguidas. Exercer a atividade da regência
pressupõe ter virtudes de liderança, poder de comunicação, precisão técnica e senso de
autoridade.
O regente moderno não tem mais a ascedência autoritária como Karajan (Maestro Austríaco),
que era chamado de Pontifex Maximus, que usava de mão de ferro para dirigir seus músicos.
O maestro Carlo Maria Giulini, falando sobre a autoridade do maestro: Não nos sentimos
absolutos sobre o podium. Devemos pedir constantemente aos músicos que executem e aos
cantores que cantem.
O maestro Pierre Monteaux fala sobre o assunto da seguinte forma: O maestro nunca deve
faltar com o respeito aos seus músicos, que tem o direito a ter os direitos? O autoritarismo
absoluto não existe mais, mantendo-se o respeito, o diálogo, sem abdicar de nosso senso de
perfeição e musicalidade.
B - Memória
Nesse sentido a memorização, segundo a psicologia, passa por três etapas principais:
a. a aquisição do conhecimento
b. tratamento da informação
O maestro Von Bülow sempre dirigia de memória e exigia que seus músicos o fizessem. Ele
sempre afirmava que:
“mais vale a pena ter a partitura na cabeça, que ter a cabeça na partitura”.
O século XX tornou-se célebre que os grandes maestros dirijam seus concertos de memória,
com a ascensão do maestro virtuose.
Muitos regentes gostam de dirigir seus concertos totalmente de memória e outros, como
Mendelssohn-Bartholdy (Maestro Alemão), usava a partitura apenas como apoio, não
necessitando utilizar o texto para toda a direção. No entanto, alguns regentes podem possuir
lapsos, déficits ou perturbações de memória que o impedem de dirigir sem a partitura.
Muitos consideram que dirigir de memória é um ato de exibicionismo e outros consideram que
é um ato que demonstra o talento do maestro, no entanto não há uma unanimidade sobre o
assunto. Cabe ao maestro considerar os riscos e os caprichos de dirigir com ou sem a partitura
durante uma apresentação pública. De qualquer forma conhecer a obra de memória, com ou
sem a partitura na sua frente no ato do espetáculo, é extremamente importante para o bom
desempenho do maestro. Quando o uso da partitura for necessário, deve ser utilizada
somente como apoio para eventuais consultas durante a execução.
C - Percepção
B. Indicar o tempo.
D. Indicar os andamentos.
E. Indicar as dinâmicas.
J. Dirigir os fraseados.
K. Linhas melódicas.