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Estudos Midiáticos

Aula 2: Breve história da comunicação


humana
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Prof. Dr. Claudio Abraão Filho


claudioabraaof@uni9.pro.br
2021-2
MENSAGEM

CANAL
EMISSOR RECEPTOR
CÓDIGO

REFERENTE

feedback
Teoria da mídia (Harry Pross)
Mídia primária Mídia secundária Mídia terciária
O próprio corpo; gestos; Instrumentos e ferramentas Exigem equipamentos
expressões; sons vocais. para produzir mensagens. eletrônicos para emissão e
Tinta, caneta etc. recepção de sinais.
Relações face a face.
Cartas, pinturas, fotografias TV, rádio, Internet.
“O corpo fala”. etc.

Toda comunicação (entre humanos) começa e termina no corpo, e portanto pode envolver diferentes tipos de mídia.
Na comunicação primária, os
participantes contam apenas com os
recursos do próprio corpo (os sons e
os ruídos naturais, os gestos e a
aparência, os odores naturais). Sua
principal característica é a presença
imediata dos corpos no mesmo
tempo e no mesmo espaço.
A linguagem é muito difícil de colocar em palavras.
- Voltaire
Na comunicação por meios
secundários, os corpos deixam
marcas sobre outros suportes,
extracorporais, sendo estes suportes
os portadores de mensagens até
outros corpos, que podem estar
distantes uns dos outros, separados
por quilômetros ou por séculos.
As mediações secundárias, por meios
de suportes que recebem e guardam
sinais (as pedras, os ossos, o metal, o
couro, a madeira, o papel), representam
uma enorme expansão no tempo e no
espaço da comunicação, e a escrita
possibilita ao homem uma enorme
expansão de sua memória.
A eletrificação, o cabeamento ou a
construção de redes transmissoras,
retransmissoras e captadoras tornam-se
indispensáveis para o desenvolvimento
da comunicação terciária. Telégrafo,
telefone, rádio, televisão e computador.
Os meios terciários surgem com a
eletricidade, com aparatos que
transmitem mensagens para outros
aparatos similares, instantaneamente,
ou remetem a mensagens gravadas em
suportes que somente podem ser lidos
por aparatos similares (por exemplo:
disco de vinil, fita cassete ou CD).
nossa capacidade
mais especial: a
linguagem
De qual linguagem estamos falando?
Linguagem verbal (falada ou escrita)
Linguagem visual (cores, formas, figuras)
Linguagem corporal (gestos, posturas, expressões faciais)
Linguagem sonora (sons, ruídos, melodias)
Linguagem numérica (números, equações)
etc.
A Revolução Cognitiva
A verdadeira diferença entre nós e os chimpanzés é a cola mítica
que une um grande número de indivíduos, famílias e grupos. Essa
cola nos tornou os mestres da criação.

Desde a Revolução Cognitiva, não houve um único estilo de vida


natural para os sapiens. Existem apenas escolhas culturais, em meio
a uma paleta de possibilidades desconcertante.
Há 70 mil anos os Homo Sapiens começaram a fazer coisas
muito especiais. Eles expulsaram os neandertais e todas as
outras espécies humanas da face da Terra, dominaram o planeta
e levaram as demais espécies humanas a extinção.

O surgimento de novas formas de pensar e se comunicar entre


70 mil a 30 mil anos atrás, constituiu a REVOLUÇÃO
COGNITIVA. Esse período testemunhou a invenção de barcos,
lâmpadas a óleo, arcos, flechas e agulhas para costurar roupas
quentes etc.

HARARI, Y. Sapiens: uma breve história da humanidade.


A teoria mais aceita é que mutações genéticas acidentais mudaram
as conexões internas do cérebro do sapiens, possibilitando que
pensassem de uma maneira sem precedentes e se comunicassem
usando um tipo de linguagem totalmente novo.

O que havia de tão especial na linguagem do sapiens que nos


permitiu conquistar o mundo?

A resposta mais comum é que nossa linguagem é incrivelmente


versátil. Podemos conectar uma série limitada de sons e sinais para
produzir um número infinito de frases, cada uma delas com um
significado diferente. Podemos assim, consumir, armazenar e
comunicar uma quantidade extraordinária de informação sobre o
mundo à nossa volta.
Nossa linguagem singular evoluiu como um meio de partilhar
informações sobre o mundo e sobre os próprios humanos. Nossa
linguagem evoluiu como uma forma de fofoca.

Qual o segredo do sucesso dos sapiens? Como conseguimos nos


instalar tão rapidamente em tantos habitats distantes e tão diversos?
Como condenamos todas as outras espécies humanas ao
esquecimento? Porque nem mesmo os neandertais, fortes, de
cérebro grande e resistentes ao frio, conseguiram sobreviver ao
nosso ataque violento?

A resposta mais provável é propriamente aquilo que torna o


debate possível: O HOMO SAPIENS conquistou o mundo, acima
de tudo, graças a sua LINGUAGEM ÚNICA.
a cooperação e a fofoca estão na
base do desenvolvimento social
da linguagem.

onde fica a árvore com frutos bons? Em


quem podemos confiar?
Comunicologia
Uma ciência da comunicação e da mídia
Objetivos:
● Oferecer uma visão geral da problemática da
comunicação humana;

● Superar a separação entre ciências da natureza


e ciências humanas.
Comunicologia
Uma ciência da comunicação e da mídia
● A comunicação humana trata de armazenar, processar e transmitir
informações adquiridas.

● A cultura é um dispositivo para armazenar informações (em cidades,


países, edifícios, bibliotecas etc.).

● Comunicologia como crítica da cultura. Estrutura da comunicação


como infraestrutura da cultura e da sociedade.
Armazenar: 1. cultura oral
● O homem possui órgãos que permitem transformar
vibrações de ar em fonemas.
● Cordas vocais, língua, lábios, dentes e organizações nervosas
permitem que certos sons designem fenômenos e coisas.
● Na cultura oral, parte das informações se perde já na
transmissão. O restante é armazenado no sistema nervoso
do outro.
Armazenar: 2. cultura material
● São utilizados suportes de memória que conservam
informações por um tempo extraordinariamente longo.

● A informação fica publicada, intersubjetivada, registrada


no suporte.

● Ex: utensílios, ferramentas, construções, pinturas etc.


Armazenar: 3. cultura escrita
● É possível fazer sinais graças aos quais se pode acessar
os sons a partir do visual.

● Pela visualização de fonemas, combinam-se as


vantagens das culturas oral e material.

● Com o alfabeto, surge um novo apoio de memória: a


biblioteca.
Armazenar: 4. cultura digital
● A partir de linguagens digitais, uma grande quantidade
de informação pode ser armazenada e acessada.

● As linguagens digitais são binárias (0 ou 1) e possibilitam


a comunicação entre homem e máquina.

● A digitalização do mundo possibilita a multiplicação das


imagens técnicas em um espaço "nulodimensional".
3 dimensões = esculturas e objetos
Das mídias primárias
às terciárias…
da cultura oral à
cultura digital... 2 dimensões = pinturas e desenhos

vemos uma escalada do nível


de abstração – uma escalada
abstracional
1 dimensão = escrita verbal linear

0 dimensão = código binário


além de armazenar, a
comunicação humana
também tem a função de
processar e transmitir
informações adquiridas
Processar: Diálogo
● Método graças ao qual informações depositadas em duas ou
mais memórias são trocadas para conduzir a novas
informações.

● Quando as informações das memórias se assemelham muito,


o diálogo é redundante. Quando são completamente
diferentes, o diálogo é impossível.
● Se o diálogo prevalece, logo surgem elites, e a massa é cada
vez menos informada.
Transmitir: Discurso
● Método graças ao qual informações depositadas em
uma memória são transmitidas a outros.

● O diálogo produz informações, o discurso as mantém.

● Se o discurso prevalece, como no nazismo ou


stalinismo, as informações se desgastam
rapidamente, caducam, empobrece-se a cultura.
Estruturas de discurso
● Definições são figuras auxiliares, a realidade não pode ser
enquadrada. Diálogo e discurso são conceitos abstratos –
na realidade, eles intervêm continuamente um no outro.

Círculo Semicírculo Pirâmide Feixe Rede


Sugestões
➔ Assistir ao documentário A
caverna dos sonhos
esquecidos (2010), de Werner
Herzog.

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