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UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA - CURSO DE PSICOLOGIA

Alunos: Fernanda da Silva Guerra 600803005 - João Vitor Dias Gomes 600805122 -
Larissa de Oliveira 600803115 – Luiz Paulo Quintanilha Garcia 600802168.

Os Arquétipos Junguianos

Niterói

2020
Os Arquétipos Junguianos

VT integrado à Disciplina de Psicologia da Personalidade II


do curso de Pedagogia
da Universidade Salgado de Oliveira – UNIVERSO.

Professor: Frederico Max Viana

Niterói

2020
Introdução

O conceito de arquétipo foi criado pelo psicólogo suíço Carl Gustav Jung, um
discípulo de Freud. Para ele, o conceito se refere às imagens primitivas inseridas no
inconsciente desde o princípio da existência, que ajudam a explicar histórias
passadas, vividas por outras gerações. Jung nasceu em 1875 e morreu em 1961.
Ele estudou Medicina na Universidade de Basiléia e direcionou os seus estudos para
a área de psiquiatria. Um dos interesses de Jung era entender qual é o significado
simbólico do conteúdo do inconsciente. Essa questão o levou a fundar a Psicologia
Analítica. Em seus estudos, ele desenvolveu técnicas para estudar a relação dos
sonhos e dos desenhos com o inconsciente humano.

Porém para compreender melhor os arquétipos é necessário compreender outro


conceito atrelado ao estudo da psicologia analítica que é o de Inconsciente Coletivo.
Segundo a psicanálise, a psique humana é composta pelo consciente e pelo
inconsciente. Jung complementou essa ideia ao afirmar que o inconsciente também
é dividido em duas camadas; uma pessoal e outra coletiva. Ele acreditava que o
inconsciente pessoal armazena informações esquecidas e memórias reprimidas de
um sujeito.

Jung também acreditava que o homem não nasce uma tábula rasa. Para ele,
nós chegamos no mundo munidos de padrões de comportamentos que foram
formados a partir de repetições de experiências vividas por várias gerações e que
ficaram guardadas no nosso inconsciente coletivo.
Anima e Animus

Anima é o Arquétipo que constitui o lado feminino da psique masculina; Animus


é o Arquétipo que compõe o lado masculino da psique feminina. Através desse
pensamento, podemos observar que toda pessoa possui qualidades que pertencem
ao sexo oposto, tanto no sentido biológico, como também no sentido psicológico.
Estes dois Arquétipos representam os conteúdos de idealizações inconscientes,
isto é, são modelos de perfeição que são considerados ideais para cada pessoa.
Todo homem leva dentro de si a imagem eterna da mulher, não a imagem desta ou
daquela mulher em particular, mas sim uma imagem feminina bem definida, sendo
inconsciente, tal imagem, é sempre projetada na pessoa amada, e constitui um dos
principais motivos da atração apaixonada ou aversão. Jung nos aponta que a
primeira projeção da Anima sempre é feita na mãe e a primeira projeção do Animus
é feita no pai.
Com o passar do tempo o indivíduo começa a projetar a Anima nas mulheres
que lhe provocam sentimentos que podem ser positivos ou negativos. Isso também
ocorre com as mulheres no caso da projeção da Anima.

É importante ressaltar que no caso da homossexualidade também há projeção


da Anima e do Animus, pois estes Arquétipos nos remetem a ideia do eu e sua
idealização para com o outro, não se limitando apenas às questões da
heterossexualidade.

Algumas pessoas podem ter a Anima ou Animus muito desenvolvido, e não


conseguem aceitar isso muito bem. Por exemplo, para muitos homens, é ainda mais
difícil reconhecer sua Anima do que sua Sombra.

O Herói

Esse arquétipo é muito comum em mitologias, e nos comovemos com suas


histórias pois elas conversam com essa imagem que há em nós. O herói quase
sempre aparece em uma saga, podendo vencer em seus objetivos ou sendo
subjugado. Tem como seu Lema: Onde há uma vontade, há um caminho. Seu
desejo central é provar o valor para alguém através de atos corajosos, com o
objetivo de ser especialista em domínio de um modo que melhore o mundo. Tem
como principal medo a possibilidade de ser um “covarde”, e para que isso não
aconteça tem como estratégia ser tão forte e competente quanto possível. E como
sua fraqueza a arrogância, sempre precisando de mais uma batalha para lutar. O
Herói possui bastante Competência e coragem, também é conhecido como: O
guerreiro, o salvador, o super-herói, o soldado, o matador de dragão, o vencedor e o
jogador da equipe.

O Arquétipo do Herói simboliza a pessoa que percebe um problema no mundo e


sente um chamado interior para resolver esse problema. Encontra um mestre que
lhe ensina poderosas ferramentas e lhe aponta o caminho. Ele então sai de sua
zona de conforto e, vencendo seus medos, caminha em direção ao desconhecido.

Mãe

Esse arquétipo abarca os aspectos positivos e negativos da figura materna. Ela


representa a fertilidade e o poder da vida, mas também pode ser destrutiva e
controladora.

O arquétipo da Grande Mãe é visto em praticamente todas as culturas, lendas e


histórias, que mostram essa figura como sendo capaz de criar e destruir.
grande mãe: O arquétipo da grande mãe é visto como um dos mais primordiais na
relação humana, pois mesmo com indivíduos “desenvolvidos” tende-se a imitar a
relação primeira. Jung (2013, OC 8/2) contempla a relação mãe e filho como uma
das mais profundas na psique de um indivíduo.

Neumann (1995) aponta o arquétipo da grande mãe como uma das fases no
desenvolvimento progressivo do ego, no qual o estágio da uroboros maternal se
caracteriza pela relação entre a criança pequena e a mãe que alimenta. Esse
estágio enfatiza a natureza carente e indefesa da criança e o lado protetor da mãe,
necessária ao desenvolvimento da consciência que a partir dessa simbiose se
distinguirá.

SOMBRA

O arquétipo da sombra está intimamente ligado ao conceito de “subconsciente”


de Freud. Mas possui aspectos únicos que o distinguem de maneira significativa
dessa ideia. Esses aspectos únicos também enriquecem o conceito de Jung.
Segundo ele o arquétipo da sombra representa “o lado sombrio” de sua
personalidade. É um submundo feroz da alma onde você armazena a parte mais
primitiva de si mesmo. Há o egoísmo, os instintos oprimidos e o eu “não aprovado”
que rejeita sua mente consciente.

São as partes de nossa personalidade que nos recusamos a reconhecer, que


tentamos esconder dos outros e até de nós mesmos. Pode ser considerada como o
lado animal de nossa personalidade, mas para Jung, é necessário reconhecer
nossas sombras para sermos inteiros.

O SELF

O Self é a nossa tendência de buscar o autoconhecimento, a perfeição e o


equilíbrio. Ele proporciona nosso senso de unidade, ligando todos nossos
arquétipos, o consciente e inconsciente, e nos leva em busca do nosso objetivo final,
que seria alcançar um estado de autor realização. Jung chama esse processo de
Individuação. Segundo Jung o Arquétipo Self é o princípio organizador da
Personalidade, sendo o principal Arquétipo do Inconsciente Coletivo. O Arquétipo
Self é o Centro, assim como o Sol é o Centro do Sistema Solar. A função desse
Arquétipo de extrema importância consiste na organização e na unificação, pois ele
tem a poderosa missão de atrair e harmonizar os demais arquétipos.

Quando uma pessoa relata estar de bem com a vida e em paz com o mundo a
sua volta, podemos afirmar que o Self está cumprindo o seu papel. No entanto,
quando uma pessoa sente que está tudo fora do lugar e tem a impressão de que o
mundo irá desabar, podemos afirmar que o Self não está atuando de forma clara na
vida dela. O principal objetivo de toda Personalidade, seja ela qual for, chegar à
auto-realização e conhecimento do próprio Self.

O Self tem a capacidade de ser o regulador e o governante de nossa


personalidade. Através do desenvolvimento desse arquétipo, o homem fica motivado
e impulsionado a uma ampliação da consciência e começa a perceber o rumo de
sua própria vida.

Persona

O Termo Persona em sua origem significava máscara utilizada pelo ator no


momento em que atuava numa peça teatral. Na concepção da Psicologia Analítica
de Carl Gustav Jung (1875 – 1961), o Arquétipo Persona dá ao sujeito a
possibilidade de criar um personagem que pode não ser de fato ele mesmo. Este
Arquétipo, nada mais é do que o rosto ou o papel público que o ser humano
apresenta para os outros.

A Persona consiste na intenção que o indivíduo tem em demonstrar para a


sociedade em que ele vive uma impressão que lhe seja favorável e como
conseqüência ser aceito e acolhido. Dentro de cada persona existe um conjunto de
idéias que se originam da sociedade, no qual denominamos regras sociais.

A Persona é muito importante para a sobrevivência humana. Através dela, nos


tornamos capazes de conviver com o outro, inclusive nos ajuda a conviver com
aquelas pessoas que nos são desagradáveis de maneira saudável e equilibrada.
Este Arquétipo é ideal quando ele é flexível, ou seja, não é unilateral. Um exemplo
considerável do Arquétipo Persona nos remete a uma mulher que consegue um
emprego numa grande empresa.

Para que ela possa progredir, terá que descobrir o papel que dela se espera. A
mulher terá que assumir seu papel de funcionária dedicada, responsável e
demonstrar suas habilidades no contexto empresarial. Ela deverá realizar bem o seu
trabalho para que possa ser mantida ou até mesmo promovida, caso contrário sua
presença poderá não ser notada e também corre o sério risco de estar numa lista de
dispensa. No entanto, assim como o papel da persona nos traz inúmeros benefícios,
também pode se tornar prejudicial quando acompanhada com uma dose de
desequilíbrio. Quando a pessoa se preocupa demais com o papel que está
desempenhando, o ego começa a se identificar unicamente com esse
“personagem”, enquanto que os outros aspectos da pessoa são colocados de lado
ou na pior das hipóteses são até esquecidos. Tal fenômeno, Jung denominou
Inflação da Persona, isto é, o ego se identifica com um personagem de maneira
unilateral, gerando desequilíbrio.

A vítima dessa inflação pode experimentar sentimentos de inferioridade e de não


aceitação de si mesma por se sentir incapaz de corresponder tudo aquilo que se
espera dela.

Uma persona rígida pode encobrir a integralidade do eu. Tudo o que rejeitamos
neste Arquétipo se torna aspecto da personalidade com conteúdo escondido.
Quanto mais a persona aderir à pele do ator, mais dolorosa será a operação
psicológica para despi-la, quando se tira a máscara aparece uma face
desconhecida. Será visto nosso lado escuro onde moram as características que nos
desagradam e até mesmo nos assustam. Quando o indivíduo polariza apenas uma
parcela de sua persona, ele adoece.
Conclusão

Os Arquétipos funcionam como centros autónomos que tendem a produzir, em


cada geração, a repetição e a elaboração dessas mesmas experiências. Encontram
entrelaçados na psique, sendo praticamente impossível isolá-los, bem como aos
seus sentidos. Porém, apesar desta mistura, cada arquétipo constitui uma unidade
que pode ser apreendida intuitivamente. É importante ressaltar, todavia, que os
arquétipos não possuem formas fixas ou pré-definidas.

Entender os padrões de personalidade do ser humano nos ajuda a compreender


também nossas próprias motivações, nossas forças e fraquezas. O conhecimento
sobre arquétipos nos ajuda no processo de autoconhecimento, além de nos permitir
entender as motivações dos outros e porque se comportam de determinada
maneira.
Referências Bibliográficas

Artigo: Lista dos Arquétipos, de Psicanalise Clinica.

Texto: Arquétipos de Jung, de Hiper Cultura.

Texto: Grande Mãe, de Liga Junguiana.

Livro: Os arquétipos e o Inconsciente, de C.G. Jung

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