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17 e 18 de abril de 2020
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1 A Engenharia em Portugal e no mundo
3 Ética e Deontologia
Operação
Manutenção
Projeto
Produção Planeamento
Coordenação
Estradas de Segurança
Materiais
Internet
Automóveis
Indústria
Wi-Fi
Pontes
Aeroportos
Túneis
Mobilidade
Aviões
Energia
Agricultura Edifícios
Resíduos Robótica
Saúde
Gás Portos Indústria 4.0
Transportes
Barragens Água
Telecomunicações
AIA
Urbanismo GIS
Eletrónica
Logística
Barcos Moda Florestas
Alimentação
Diretor
Diretor
Geral
Técnico
CEO Administrador Diretor Comercial Diretor Financeiro
3
Nesta sessão vamos falar de dilemas, de decisões entre opções que têm inconvenientes.
Escolher entre uma opção moralmente certa e outra errada não é um dilema, é uma
tentação moral, que na maioria dos casos é também uma tentação para fazer algo ilegal
e que, portanto, não deve de modo algum ser feito.
Relativamente ao primeiro, com pessoas a guiar, umas virariam o volante, outras não.
Num carro autónomo, a decisão sobre quem vai morrer está no programa, feito por
alguém, que terá decisão de vida ou de morte.
Onde há Eng. Mecânica? Airbus A380/ Prancha de surf/ Sado 550/ Carrinho de criança/ Satélite artificial/ Fórmula 1/ Energias renováveis/ Transportes
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Topografia
GNSS
Laser
GPS/GALILEU
Scanning
ENGENHARIA
Deteção GEOESPACIAL Sistemas
Informação
Remota
Geográfica
Fotogrametria
Proximidade Fotogrametria
Aérea
UAV/Drones
Detroit antes
Detroit em 2012
Detroit em 2019
Favela que vai perdurar; há quem esteja pior e que se mudará para a favela para ocupar
casas que são abandonadas por pessoas que conseguem mudar para zonas de
urbanização formal
Barcelona, exemplo de cidade europeia rica, em que as casas são renovadas com
frequência
31
Casa reabilitada em dois dias, o sonho realizável de qualquer pessoa, uma oportunidade
para engenheiros
São Paulo, a cidade mais rica do Brasil, com o rio Tieté poluidíssimo por falta de
saneamento e com margens betonadas, solução que hoje não seria provavelmente
seguida.
AVERAGE
11.2
billion
7.6 7.6
billion LOW
billion
1.0
billion
A população vai provavelmente aumentar muito, pode duplicar nos próximos 50 anos.
O consumo vai também aumentar muito, sobretudo nos países menos desenvolvidos, o
que se traduz em grandes desafios e oportunidades em termos de engenharia
Fossil Carbon
Temperature (ºC)
56
Environment Energy
WATER
Consumption Climate
change
Opções quanto ao ambiente, por exemplo poderão levar a construir mais barragens e a
fazer transvases (artificializar) ou a renaturalizar os rios;
Quanto à energia, poderemos ter energia muito mais barata que hoje, mas por razões
fiscais o preço pode não seguir os custos.
Quanto à população, poderemos ser seis ou doze biliões de pessoas na Terra.
Poderemos ter alterações climáticas mais ou menos profundas.
Poderemos ter mais ou menos dinheiro disponível, a nível dos estados e das pessoas, o
que fará toda a diferença em termos dos padrões de consumo e da nossa relação com a
água.
Isto foi o que aprendemos e ainda se ensina na escola, que só podíamos contar com
menos de 1% da água que existe no planeta.
Felizmente hoje sabemos que não é assim, podemos ter acesso a novas origens de água.
WTP
WWTP
River
WTP
WWTP
Podemos reutilizar infinitamente a água nas cidades e nas indústrias e, assim, ter
sempre água, mesmo com alterações climáticas e, também, muito menos poluição.
Que acha de beber água que já foi esgoto? Mesmo que tecnologicamente tal seja
possível?
Estamos a evoluir para casas autónomas em termos de energia, pelo menos à escala do
quarteirão, do bairro ou da cidade.
É possível reutilizar água para potabilização a menos de 50 cêntimos por metro cúbico,
valor que também é atingido com dessalinização, desde que as instalações funcionem
continuamente e não só em situações de secas prolongadas e severas.
SUNDROP FARMS
Agricultura no deserto já é uma realidade. Com energia solar é possível bombar água do
mar e dessalinizar. Com água e calor, as culturas passam a ser possíveis, o Sahara
poderia alimentar o mundo.
GREENPROPHET
EARTHMAGAZINE.ORG
Operação
Manutenção
Projeto
Produção Planeamento
Coordenação
Estradas de Segurança
Materiais
Internet
Automóveis
Indústria
Wi-Fi
Pontes
Aeroportos
Túneis
Mobilidade
Aviões
Energia
Agricultura Edifícios
Resíduos Robótica
Saúde
Gás Portos Indústria 4.0
Transportes
Barragens Água
Telecomunicações
AIA
Urbanismo GIS
Eletrónica
Logística
Barcos Moda Florestas
Alimentação
Diretor
Diretor
Geral
Técnico
CEO Administrador Diretor Comercial Diretor Financeiro
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S W
• Procura contínua de novos produtos, materiais, processos .
O T
• Crescimento da população (habitação, água, transportes, energia).
• Retração da economia (menos investimento).
• Crescimento económico (infraestruturas, edifícios, carros, software, …).
• Globalização (mas constitui uma oportunidade para os bons
• Ajuda internacional no combate da pobreza (um bilião de pessoas sem
profissionais de países em desenvolvimento).
água, dois biliões sem saneamento), biliões sem casa condigna
• Atração cíclica dos melhores alunos para outras profissões
• Guerra e desastres naturais (reconstrução).
(atualmente em Portugal os melhores alunos escolhem de novo
• Novas áreas de atividade (ambiente, alterações climáticas, gestão de
engenharia).
risco, sustentabilidade, cidades verdes, cidades inteligentes)
• Otimização e medidas de eficiência ( perdas de água, eficiência
energética).
• Indústria 4.0, Construção Lean, BIM, Machine Learning, Internet das
coisas, IA. 83
Análise dos pontos fortes e fracos, das oportunidades e ameaças para a profissão de
engenheiro.
Pela positiva, e mais importante, engenharia é uma excelente profissão, com imensas
oportunidades em Portugal e no mundo.
Haver engenharia em tudo o que há é um ponto forte mas também uma fraqueza. Não
existe o ato de engenharia, como existe ato médico, só passível de ser exercido por
médicos.
Há muitos atos de engenharia de exercício livre.
Até há pouco tempo os cursos de engenharia eram de cinco anos, já foram de seis anos,
como continua a ser o de medicina.
The Vision for Civil The American Society of Civil Engineers (ASCE) organized a gathering of thought leaders from diverse
backgrounds and countries – civil engineers, engineers from other disciplines, architects, educators,
Curso de Ética e Deontologia Profissional | 17 e 18 de abril de 2020
Engineering in 2025 and other leaders – to ask: What will the civil engineering world be like in 2025? What aspirational
role will civil engineers play in that radically transformed world?
84
The Vision for Civil The civil engineer is knowledgeable. He or she understands the theories, principles, and/or
fundamentals of:
Engineering in 2025 • Mathematics, physics, chemistry, biology, mechanics, and materials, which are the foundation of
engineering
• Design of structures, facilities, and systems
• Risk/uncertainty, such as risk identification, data-based and knowledge-based types, and
probability and statistics
• Sustainability, including social, economic, and physical dimensions
• Public policy and administration, including elements such as the political process, laws and
regulations, and funding mechanisms
• Business basics, such as legal forms of ownership, profit, income statements and balance sheets,
decision or engineering economics, and marketing
• Social sciences, including economics, history, and sociology
• Ethical behavior, including client confidentiality, codes of ethics within and outside of engineering
societies, anticorruption and the differences between legal requirements and ethical expectations,
and the profession’s responsibility to hold paramount public health, safety, and welfare
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87
88
89
A formação inicial deve produzir engenheiros que saibam não só resolver mas também
definir problemas.
Os engenheiros têm de aprender durante toda a vida, para não ficarem obsoletos.
Estarão atuais?
91
93
O que poderia ter sido diferente se, à data, se os engenheiros envolvidos estivessem
sujeitos à disciplina de uma ordem profissional?
99
100
Erros de conceção
• Incompreensão da geologia do terreno
• Aumento da altura da parede sem reforçar a estrutura e a fundação
Erros de execução
• Qualidade dos betões
• Largura da fundação executada com menos 6 metros que o projeto
101
102
103
104
76 mortos + 24 feridos.
33 serralheiros da reserva Mohawk entre
os mortos.
107
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109
Fontes: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Pont_de_Qu%C3%A9bec,_vue_est.jpg?uselang=fr
• Au Canada et dans plusieurs autres pays, les effondrements du pont de Québec ont
démontré les dangers de l'autorité absolue d'un ingénieur sur un projet, amenant
http://www.thecanadianencyclopedia.ca/en/article/quebec-bridge-disaster-feature/
plusieurs commentateurs à reconsidérer l'exercice de cette autorité. Les ingénieurs
ont précédé une possible intervention gouvernementale en créant de multiples
associations d'ingénieurs indépendantes
• Ces groupes se sont finalement rassemblés dans leurs domaines respectifs en
créant des ordres professionnels tel l'Ordre des Ingénieurs du Québec (OIQ) dont le
rôle principal est la protection du public d'abord, et la préservation de la crédibilité
des ingénieurs ensuite. Les exigences générales de ce type d'ordre professionnel
incluent un code de déontologie, une standardisation de la formation et un système
de mentorat avec des ingénieurs certifiés.
113
114
Consulte os estatutos.
O que é a A3ES?
O que é N1 e N2?
E um engenheiro conselheiro?
E um especialista?
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CONHECIMENTO
+
COMPETÊNCIA = APTIDÕES
Ferramentas para
aplicar o conhecimento
+
ATITUDES
Diferente combinação de
Comportamentos do
conhecimento + aptidões = profissional relacionados com
diferentes perfis de competência valores e responsabilidade 120
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Manutenção do título
• Formação ao longo da vida
• Avaliações periódicas
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128
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131
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• A licenciatura pós-Bolonha, de apenas três anos, dá acesso a todos os níveis de qualificação de Engenheiros e de Engenheiros Técnicos
• São atribuídas competências plenas ou muito alargadas imediatamente após a passagem a membro efetivo, N1 ou N2
• A distinção N1/N2 é inconsequente, o regime de qualificações (Lei 31/2009) ignora-a
• O perfil do antigo Engenheiro Técnico faz falta no mercdo
136
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138
Estruturas
360 Requisitos para resolução dos problemas dos engenheiros:
• conhecimento transversal nas áreas da especialidade
240
• profundidade na área de trabalho
Planeamento
Construções
Territorial
120 Resposta tradicional – competências plenas só no 2º ciclo
• 300 ECTS de Banda larga nas 6 áreas tradicionais da
Eng. Civil
0
• Equilíbrio de Ciências de Base e Ciências de
Engenharia
• Largura nas 6 áreas e profundidade numa delas
Hidráulica Geotecnia • Competências idênticas no grau
140
141
• Há atividades que o exigem, para engenheiros ou • Mas, se não há dúvida que o desenvolvimento
não, por exemplo ITED, ITUR, técnicos de frio profissional ao longo da vida é um fator de
competitividade de cada um no seu exercício
profissional, cada vez mais global, é também um
imperativo ético
142
143
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146
148
149
Institution of Civil
Engineers
1828
2015
1869 1936 1981 1992
Estatuto OE Lei nº 123/2015
Associação dos Criação da OE 2 níveis: Estatuto OE de 2.09 que introduz a
Engenheiros DL nº 27288 Nacional DL nº 119/92 tutela administrativa
Civis de 24.11 e Regional de 30.06 (Lei n.º 2/2013)
152
Regiões Colégios
155
Nacional Centro
Coimbra (sede)
Aveiro; Castelo Branco; Guarda; Leiria e Viseu
OE Lisboa (sede)
Sul Beja, Évora, Faro, Portalegre, Santarém e Setúbal
Regional
Açores Ponta Delgada (sede)
156
V R R R R
157
158
160
Civil
Direção e gestão da construção;
Estruturas;
Especializações Hidráulica e recursos hídricos;
Planeamento e ordenamento do território;
Verticais Segurança no trabalho da construção.
(exclusivas de
1 só Colégio) Eletrotécnica
Luminotecnia;
Telecomunicações.
161
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166
167
168
169
E a moral?
170
Antiético Ético
171
Constituição
Leis, Decretos,
Jurisprudência
Atos normativos:
Portarias, Resoluções, etc.
174
FATORES A TER
EM CONTA:
DILEMA:
SIM OU NÃO : Fácil Tempo/Dinheiro
Difícil, escolher o mal menor Família
Carreira
Reputação
177
178
179
Abordagens possíveis:
• Refutar o dilema: A situação deve ser analisada
cuidadosamente e, em alguns casos, a existência do dilema
pode ser logicamente refutada .
• Teoria do valor: escolher a alternativa que oferece o bem
maior e o mal menor.
• Encontrar soluções alternativas: em alguns casos, o
problema pode ser reconsiderado e novas soluções
alternativas podem surgir.
180
da Engenharia
Perante uma
irregularidade que Prática
possa prejudicar
terceiros, o da Engenharia
engenheiro debate-se
frequentemente com
um triângulo de Lealdade ao
deveres e direitos. Respeito empregador
pelos colegas e/ou cliente
Vida pessoal,
familiar e social
182
183
Ao longo dos tempos, filósofos têm-se debruçado sobre a distinção entre o bem e o mal,
o que devemos fazer e evitar.
Público
Empregador/Cliente
Outros profissionais
e partes interessadas • Não são mutuamente exclusivas
• Têm de ser consideradas em paralelo
184
Informação
Conhecimento
Sabedoria
185
187
Informação
Conhecimento
Sabedoria
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Justificação
Corrupção Tenho direito a …
• Dados em excesso
• Ambiguidade
• Mais de uma resposta para a mesma pergunta
• Resposta não completamente correta
Islão
“Um crente não deseja para
um seu seu irmão o que não
deseja para si mesmo…”
191
192
193
194
194
196
197
198
2. Transparência
3. Comportamento ético
200
201
202
pg.
203
• Devemos sempre recusar cumprir uma ordem para cometer uma ilegalidade.
pg.
204
206
207
208
209
210
211
212
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222
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225
226
A explosão do Challenger
• Acidente na descolagem, 73 segundos após o
lançamento,
• Explosão da nave e morte dos seus sete tripulantes.
Falhas éticas:
• Fornecedor dos vedantes de borracha omitiu
problemas de fissuração:
• Risco de derrame do combustível e
consequente explosão.
• Risco agravado no lançamento com
temperaturas muito baixas.
• Engenheiros recomendaram o adiamento do
lançamento para corrigir a falha.
• Decisão de lançamento ignorou avisos dos
engenheiros sobre riscos de acidente . 227
228
• análise custo-benefício:
Indemnizações a suportar com os acidentes previsíveis (custo)
232
234
• 11 Penas aplicadas
• 7 Advertências
• 4 Repreensões Registadas
• 3 Absolvições
• 89 Arquivamentos do processo
235
236
237
238
A) RELATÓRIO:
1. Deu entrada na Ordem dos Engenheiros – Região Norte, um ofício proveniente de uma Câmara Municipal
participando factos praticados por um engenheiro, na sua qualidade de diretor técnico da obra de
construção civil de uma habitação unifamiliar, suscetíveis de constituírem infração disciplinar
2. Naquela participação e documentos anexos, foi alegado que o engenheiro teria prestado falsas declarações
no termo de responsabilidade e no livro de obra que subscreveu, uma vez que declarou que a obra estava
concluída de acordo com o projeto aprovado. Ora, em vistoria realizada pelo serviços municipais,
verificou-se existir um desajustamento em matéria de ordenamento do território, pois a edificação foi
implantada em local diferente daquele que foi fixado pelo projeto aprovado.
239
A) RELATÓRIO:
4. O engenheiro prestou esclarecimentos confirmando os factos participados, afirmando não ter tido
qualquer intenção de prestar falsas declarações e ludibriar o município participante, tendo sido o
empreiteiro que implantou o edifício, o engenheiro não se apercebeu do erro existente e não teve a devida
preocupação de verificar, pois desconhecia que no município a implantação não era efetuada pelos
respetivos serviços de topografia.
5. Verificou-se, quer em face da participação, quer em face das declarações prestadas pelo engenheiro que
existiam fortes indícios que este não agira com a diligência que lhe era exigível.
6. Foi proferida acusação, nos termos do Regulamento Disciplinar, acusando-se o Engenheiro ora arguido da
prática de uma infração disciplinar consistente na violação culposa de uma norma deontológica prevista
no Estatuto da Ordem dos Engenheiros.
240
B) FUNDAMENTAÇÃO:
1. Os factos acima indiciados permitem sustentar que o engenheiro não agiu com a diligência que lhe era
exigível, uma vez que não verificou se a implantação do projeto no terreno invadia as áreas que se
encontravam delimitadas na planta de condicionantes do município como REN e RAN e em consequência,
acabou por prestar falsas declarações no termo de responsabilidade que subscreveu.
2. Tal conduta do engenheiro configura uma violação culposa, sob a forma de negligência, do dever
deontológico, a que estava obrigado a conhecer e respeitar, de prestar os seus serviços com diligência e
pontualidade de modo a não prejudicar o cliente nem terceiros, previsto no Estatuto da Ordem dos
Engenheiros.
241
C) DECISÃO:
Face à fundamentação acima exposta e tendo em conta o grau de culpa do arguido, a gravidade da
infração praticada, bem como, a circunstância deste não ter quaisquer antecedentes disciplinares,
condena-se o arguido numa pena de repreensão registada, prevista no Estatuto da Ordem dos
Engenheiros, pela prática da infração disciplinar acima descrita, consistente na violação, com
negligência, da norma deontológica do Estatuto da Ordem dos Engenheiros
242
O caso anterior evidencia que, além das competências técnicas específicas da especialidade, é indispensável
que os engenheiros tenham, entre outros, conhecimento jurídico básico para poderem atuar com autonomia e
subscrever termos de responsabilidade.
Legislação fundamental
Regulação Profissional
Estatuto das OE
Regime de qualificação para os atos da construção Conceitos fundamentais de Direito
(Lei 31/2009 e específicas) • Hierarquia dos diplomas legais
Direitos de autor
• Limitações legais à vontade das partes na
Regulação das atividades contratação pública e privada
Legislação Específica da atividade económica
Regime Jurídico da Urbanização e da Edificação • Limitações legais à regulamentação e
(RJUE) e do ordenamento do território conceito de nulidade
Regulamentação Técnica geral e específica
• Responsabilidade Cível e Criminal
Legislação de SHT / Ambiente
Código dos Contratos Públicos (CCP)
Código Civil 243
245
A) RELATÓRIO:
Deu entrada na Ordem dos Engenheiros – Região Norte, uma comunicação proveniente de uma Câmara
Municipal a participar factos suscetíveis de configurarem violação de normas deontológicas por parte de dois
Engenheiros: A - Diretor Residente e B – Diretor de Obra.
Foi aberto processo disciplinar ao Engenheiro B por alegadas falsas declarações no termo de responsabilidade
que subscreveu atestando que a obra se encontrava concluída com base no qual foi emitida a respetiva licença
de utilização. Com efeito:
• O Engenheiro B declarou, através de um termo de responsabilidade por si assinado, que a obra em questão
se encontrava concluída em conformidade com o projeto aprovado, com as condicionantes da licença, com
o alvará de loteamento, com a utilização prevista no alvará e que as alterações efetuadas ao projeto
estavam em conformidade com normas legais e regulamentares aplicáveis.
• Ora, de acordo com o relatório técnico elaborado pelos serviços da Câmara Municipal, na data de
subscrição do termo de responsabilidade, na sequência de vistoria realizada à obra, o referido edifício
ainda se encontrava em fase de construção.
246
A) RELATÓRIO:
O Engenheiro B esclareceu:
1. ter sido, efetivamente, o diretor da obra em causa e ter subscrito o respetivo termo de responsabilidade na
qual atestava que a obra se encontrava concluída.
2. Que só o fez porque se encontrava em vésperas de gozar férias e a obra se encontrava na sua fase final,
faltando apenas concretizar alguns pormenores de acabamento cuja execução não deveria ultrapassar
oito dias, uma vez que todos esses pormenores se encontravam contratados e adjudicados a terceiros.
3. que o termo de responsabilidade assinado antecipadamente por si, só deveria ter sido entregue ao dono
da obra quando todos os trabalhos estivessem concluídos.
4. Tal não se veio a verificar porque o dono da obra, após a receção do referido termo, instruiu de imediato o
requerimento para emissão da licença de utilização junto da Câmara Municipal.
5. O que motivou uma informação do Serviço de Finanças competente e a consequente fiscalização
camarária, através de uma vistoria.
247
A) RELATÓRIO:
Concluiu-se assim:
• Os factos apurados e acima reproduzidos demonstravam, portanto, a existência de indícios de que o
engenheiro B tinha subscrito o termo de responsabilidade como diretor da obra, nele afirmando que a
obra se encontrava concluída, quando, na verdade, sabia que esta ainda se encontrava em fase de
construção.
• Relativamente ao Engenheiro A, o Conselho Disciplinar considerou que os factos participados não
integravam a prática de qualquer conduta que pudesse ser considerada infração disciplinar, pelo que, em
relação a este engenheiro participado foi proferido, no presente processo Despacho de Arquivamento.
• Relativamente ao Engenheiro B o Conselho Disciplinar deliberou proferir acusação, acusando o arguido
da prática de uma infração disciplinar consistente na violação culposa do dever deontológico de pugnar
pelo prestígio da profissão e de se impor por uma conduta irrepreensível, usando sempre boa-fé, bem
como o dever de emitir os seus pareceres profissionais com objetividade e isenção.
248
A) RELATÓRIO:
• O arguido apresentou defesa escrita, na qual manteve a versão anteriormente apresentada de
que foi à sua revelia que o termo de responsabilidade antecipadamente assinado por si em
vésperas de início de férias foi entregue na Câmara Municipal.
• Invocou em sua defesa o seu irrepreensível percurso técnico profissional de engenheiro
competente, zeloso e diligente.
• Pugnando pela sua absolvição e arrolando quatro testemunhas de defesa.
249
A) RELATÓRIO – TESTEMUNHAS:
As testemunhas foram convocadas para inquirição, tendo comparecido três delas, que prestaram
depoimento.
Testemunha 1 (Engenheiro A)
• Afirmou conhecer o arguido há cerca de dez anos, trabalhando ambos na empresa X, onde o
arguido é diretor de produção, chefiando a testemunha, que é diretor de obra.
• Disse lembrar-se da obra em causa, pois foi ele o diretor residente, ou seja, o representante do
empreiteiro na obra, embora não fosse o diretor técnico da obra, que era o engenheiro arguido.
• Confirmou que o engenheiro arguido, assinou antecipadamente o termo de responsabilidade e
o termo de encerramento do livro de obra, apesar de saber que a obra não estava concluída
mas partindo do princípio que ela ficaria concluída no prazo de uma semana ou duas.
• Deixou estes documentos à testemunha porque esta é que se encontrava efetiva e
assiduamente na obra e também, porque estava em vésperas de um período de férias.
• Faltavam concluir na obra alguns acabamentos interiores e exteriores, sendo previsível que
ficassem prontos no prazo de uma semana.
250
A) RELATÓRIO – TESTEMUNHAS:
Testemunha 1 (Engenheiro A) – cont.
• entregou os documentos a um colaborador do dono de obra, não se lembrando quem foi, mas fê-lo
apenas para que esta verificasse se os documentos estavam em ordem, prevenindo essa pessoa no
sentido de que o dono de obra não os entregasse na Câmara Municipal antes da obra estar concluída.
• O dono de obra acabou por entregar os documentos na Câmara Municipal antes da obra estar
concluída, ignorando assim o aviso que lhe tinha sido feito pela testemunha, mas a testemunha não
soube dizer a razão porque isto aconteceu.
• A obra não ficou pronta no prazo previsto de uma semana, porque ocorreram problemas de
enquadramento com os subcontratados do empreiteiro, que a testemunha não soube especificar, pois
já não se lembrava.
• A testemunha afirmou que o engenheiro arguido, que é o seu chefe, é uma pessoa responsável e
cumpridora da deontologia profissional.
251
A) RELATÓRIO – TESTEMUNHAS:
Testemunha 2
• Também engenheiro civil, declarou conhecer o arguido desde a universidade, pois foi um dos seus
orientadores na monografia de fim de curso, e que há cerca de um ano e meio que trabalha na empresa X,
sendo o engenheiro arguido seu chefe, isto é, diretor de produção.
• Disse lembrar-se da obra em causa nos presentes autos, pois fez parte da equipa técnica que a executou,
como adjunto do engenheiro A.
• Quando ingressou na equipa técnica que dirigia a obra, a obra ainda não se encontrava concluída, faltando
alguns trabalhos, designadamente, aplicação de louças sanitárias (que já estavam aprovisionadas na obra),
podendo existir outros trabalhos de que não se recorda.
• A obra não ficou pronta no prazo previsto porque, possivelmente, como a frente de trabalho era composta
por vários lotes, o lote em causa poderá ter sofrido algum atraso na execução.
• Afirmou ainda que o engenheiro arguido, que é o seu chefe, lhe parece uma pessoa séria e competente.
252
A) RELATÓRIO – TESTEMUNHAS:
Testemunha C
• Também engenheiro civil, disse conhecer o arguido desde a universidade e que trabalhava com ele há
cerca de vinte anos.
• Afirmou não ter tido qualquer intervenção na obra em causa e disse que o engenheiro arguido é um
engenheiro competente e uma pessoa que sempre teve uma grande preocupação com a sua conduta
profissional, cumprindo irrepreensivelmente as exigências deontológicas a que está obrigado, sendo que
este padrão de comportamento sempre fez parte da cultura da empresa, e que o exige a todos os seus
colaboradores.
253
B) FUNDAMENTAÇÃO
1. Dos factos provados, conclui-se que o engenheiro arguido não agiu com o cuidado que lhe seria exigível
no que diz respeito à assunção de responsabilidade como diretor da obra no termo de responsabilidade
por ele subscrito, pois aí declarou que a obra estava concluída quando tal não correspondia à verdade.
2. Apesar das circunstâncias apuradas, que levam a crer que o engenheiro arguido quis facilitar o
andamento do processo de conclusão da obra com vista à emissão da respetiva licença de utilização,
confiando antecipadamente a outrem os documentos previamente assinados e falhando na previsão da
data efetiva de conclusão dos trabalhos, a verdade é que assinou aqueles documentos numa data em
que sabia não corresponder à verdade aquilo que neles se encontrava declarado, o que configura uma
violação do dever deontológico de pugnar pelo prestígio da profissão e de se impor por uma conduta
irrepreensível, usando sempre de boa-fé, bem como do dever de emitir os seus pareceres profissionais
com objetividade e isenção previsto no Estatuto da Ordem dos Engenheiros.
254
B) FUNDAMENTAÇÃO (cont.)
3. Nos termos do Regime Jurídico da Urbanização e Edificação, o Diretor de uma obra de construção civil,
apesar de poder ser funcionário do dono de obra ou do empreiteiro, assume uma responsabilidade
profissional independente, de natureza pública, cujo exercício menos rigoroso pode, na medida em que
corresponde a uma alienação da confiança que a comunidade deposita nos engenheiros, causar danos no
prestígio e credibilidade de toda a classe profissional.
4. O diretor de obra assume esta responsabilidade de natureza pública em dois planos:
• perante a Câmara Municipal que licenciou a respetiva construção, atestando a conclusão da obra com
vista à emissão, sem necessidade de vistoria prévia, do alvará de licença de utilização e competindo-lhe
assegurar que a construção decorra em conformidade com o projeto aprovado e as condições do
licenciamento com a utilização dos métodos construtivos especificados no projeto;
• e perante a sua associação pública profissional, competindo-lhe cumprir escrupulosamente as normas
deontológicas a que está obrigado nos termos do Estatuto da Ordem dos Engenheiros.
255
C) DECISÃO
Face à fundamentação e tendo em conta o grau de culpa do arguido, a gravidade da infração por ele
praticada, que é significativa, desde logo pelo abalo que causou na confiança pública que é reconhecida
aos engenheiros e, em seu favor, a circunstância de ter ficado provado que se trata de um engenheiro com
uma boa reputação técnica e ética e que não tem qualquer condenação disciplinar anterior, condena-se o
arguido numa pena de repreensão registada, prevista no Estatuto da Ordem dos Engenheiros, pela prática
da infração disciplinar acima descrita, consistente na violação, com negligência, das normas deontológicas
previstas no Estatuto da Ordem dos Engenheiros.
256
Revi pequenos pormenores do texto para o tornar mais claro e alguns pontos em que a
cor das letras estaria trocada.
257
A) RELATÓRIO:
• Deu entrada no Conselho Disciplinar da Região Norte da Ordem dos Engenheiros uma participação, enviada
pela Senhora A denunciando o facto do Engenheiro B ter assinado com o nome da Participante
documentação para o licenciamento de uma obra a realizar num prédio de que esta é proprietária.
• O Engenheiro ora arguido, através de carta que dirigiu ao Presidente do Conselho Disciplinar, solicitou uma
audiência no sentido de prestar de viva voz os esclarecimentos sobre a situação, que classificou de injusta.
• Esta audiência teve lugar, tendo o engenheiro prestado declarações perante o instrutor do processo:
• “Não conhece a participante, nunca tendo falado com ela diretamente.
• Afirma não ter falsificado a sua assinatura, mas ter-se limitado a manuscrever o nome da participante
num requerimento feito à Câmara Municipal no âmbito de um processo de licenciamento que o
inquilino de um imóvel pertencente à participante, lhe solicitou que ajudasse a concretizar.”
258
A) RELATÓRIO:
• Declarou ainda ter sido contactado pelo referido inquilino da participante, para elaborar os projetos de
especialidade de um restaurante a instalar no imóvel arrendado, bem como para colaborar na preparação da
documentação necessária à obtenção da respetiva licença de construção e, posteriormente, de utilização, do
mencionado restaurante.
• No âmbito desta colaboração profissional, o engenheiro, declarou que, por amizade para com o inquilino e
para lhe evitar o incómodo de ir a Lisboa recolher a assinatura da senhoria, tornando mais célere a obtenção
da licença de construção junto da Câmara Municipal de Algures, manuscreveu num requerimento de junção
de documentos o nome da participante, sem imitar a assinatura desta, consoante se pode verificar pela
simples análise do documento em causa.
• Disse ainda tratar-se de um documento sem grande importância, visto que se destinava apenas a dar
entrada dos projetos necessários no processo acima referido, da responsabilidade do inquilino da
participante, que era o dono do restaurante.
259
A) RELATÓRIO:
• Finalmente, referiu que a participação que deu origem ao presente processo disciplinar terá sido motivada
pelo facto da participante ter recebido uma comunicação do advogado do participado no sentido de
proceder ao pagamento dos honorários dos projetos de especialidade elaborados pelo engenheiro
participado para o referido inquilino, uma vez que este não pagou aqueles honorários e o advogado do
participado entendeu que, assim sendo, a participante devia ser responsabilizada subsidiariamente pelo
pagamento dos honorários, já que, na qualidade de senhoria, também beneficiaria da concessão da licença
ao supramencionado restaurante.
• Em face das declarações do engenheiro, acima reproduzidas, foi proferida acusação, acusando-se o arguido
da prática de uma infração disciplinar consistente na violação culposa do dever deontológico de pugnar
pelo prestígio da profissão e de se impor pelo valor da sua colaboração e por uma conduta irrepreensível,
previsto no Estatuto da Ordem dos Engenheiros.
260
B) FUNDAMENTAÇÃO:
1. Os factos provados demonstram que o engenheiro arguido, não conhecendo a participante e não tendo
obtido o seu consentimento, assinou com o nome dela um requerimento feito à Câmara Municipal no
âmbito de um processo de licenciamento.
2. O engenheiro arguido foi contactado pelo inquilino da participante para elaborar os projetos de
especialidade de um restaurante a instalar no imóvel arrendado, bem como para colaborar na preparação
da documentação necessária para a obtenção da respetiva licença de construção e, posteriormente, de
utilização daquele restaurante. Foi no âmbito dessa colaboração profissional, que o engenheiro arguido,
por amizade para com o inquilino e para lhe evitar o incómodo de ir recolher a assinatura da senhoria,
manuscreveu num requerimento de junção de documentos o nome da participante no sentido de tornar
mais célere a obtenção da licença de construção junto da Câmara Municipal. É certo que o fez sem
procurar imitar a assinatura da participante, consoante se pode verificar pela simples análise do
documento em causa, que se destinava a dar entrada dos projetos necessários no processo acima referido,
da responsabilidade do inquilino da participante, que era o dono do restaurante, mas a verdade é que este
ato não pode deixar de merecer censura ética.
261
B) FUNDAMENTAÇÃO:
3. Acresce que o engenheiro arguido, tendo consciência que a participante nada sabia acerca dos projetos
por si elaborados para o inquilino, lhe solicitou posteriormente, através do seu advogado, o pagamento dos
respetivos honorários, alegando que a participante deveria ser responsabilizada subsidiariamente pelo
pagamento daqueles honorários, uma vez que, na qualidade de senhoria, também beneficiava da
concessão da licença ao supramencionado restaurante, em cujo requerimento, refira-se, o engenheiro
arguido tinha aposto, sem consentimento, a assinatura dela
4. Pese embora as circunstâncias do caso, suscetíveis de atenuar a gravidade da conduta adotada pelo
engenheiro e de afastar a possibilidade deste ter atuado com intenção dolosa, a verdade é que tal conduta,
por si confessada, não deixa de revestir alguma gravidade deontológica, na medida em que consubstancia
uma atitude negligente no exercício da atividade profissional, com prejuízo dos valores da boa-fé e da
necessidade de adoção de uma conduta irrepreensível, previstos no Estatuto da Ordem dos Engenheiros.
262
C) DECISÃO:
• Nos termos da fundamentação e tendo em conta as consequências da infração, o grau de culpa do
engenheiro arguido e o seu percurso profissional, sem qualquer antecedente de natureza disciplinar,
condena-se o arguido na pena de repreensão registada, prevista no Estatuto da Ordem dos Engenheiros,
pela prática da infração disciplinar acima descrita, consistente na violação culposa da norma deontológica
prevista no Estatuto da Ordem dos Engenheiros.
263
264
A) RELATÓRIO:
Deu entrada na Ordem uma participação enviada pelo Senhor F na qual era imputada ao engenheiro X a violação
de deveres deontológicos na medida em que tinha protelado a conclusão de um trabalho encomendado pelo
participante, que consistia no licenciamento da ampliação da construção de uma habitação do participante
situada na Rua X, freguesia Y, município A.
1. O engenheiro, respondeu confirmando que foi efetivamente contratado pelo participante para elaborar um
aditamento ao projeto, com vista a legalizar a construção, que tinha sido executada com uma área superior à
inicialmente licenciada.
2. Afirma que o projeto foi elaborado e entregue na Câmara Municipal B em 20 de maio de 1996.
3. Mas entretanto, a freguesia de Y, onde se situa o prédio do participante foi integrada no novo concelho A,
criado em 19 de novembro de 1998.
4. Tendo sido constatada, em 2010, a necessidade de elaborar um novo projeto, a entregar na Câmara
Municipal A, por caducidade do processo de licenciamento iniciado na Câmara Municipal B.
265
A) RELATÓRIO (cont.):
5. O engenheiro ora arguido solicitou então os dados necessários para a execução do novo projeto de
aditamento, pois o mesmo não existia digitalizado e tinha de ser todo redesenhado e admite que o trabalho
demorou mais tempo porque exerce atualmente a sua profissão, a tempo inteiro, na firma xxxx, tendo
pouco tempo disponível para outras atividades.
6. Finalmente, o engenheiro participado afirmou que, face à participação apresentada já não tinha condições
de terminar o trabalho.
Foi então solicitado ao participante que se pronunciasse sobre a resposta do engenheiro participado.
7. O participante alega que se o engenheiro sabia efetivamente que não dispunha de capacidade para executar
atempadamente o trabalho que lhe foi confiado, deveria tê-lo recusado e não ter solicitado um
adiantamento pecuniário, que lhe foi prontamente pago pelo participante.
8. A verdade é que, contactado várias vezes para dar andamento ao assunto, o engenheiro nunca comunicou ao
participante a sua indisponibilidade de tempo.
9. Finalmente, admira-se o participante que, com os meios tecnológicos disponíveis nesta segunda década do
século XXI, o engenheiro ora arguido demore tantos meses a executar este projeto, que indubitavelmente,
não se reveste de especial complexidade.
266
B) FUNDAMENTAÇÃO:
1. Os factos provados permitem concluir que o engenheiro, ao não realizar em tempo útil o trabalho que lhe foi
encomendado pelo participante, violou, com negligência, a obrigação deontológica de prestar os seus
serviços com diligência e pontualidade, de modo a não prejudicar o cliente nem terceiros, prevista no
Estatuto da Ordem dos Engenheiros.
2. Por outro lado, tendo aceite realizar aquele trabalho e solicitando que o participante lhe entregasse um
adiantamento para despesas, sabendo que a sua disponibilidade de tempo se tinha tornado mais reduzida, o
engenheiro violou, também com negligência, a obrigação deontológica de não aceitar trabalhos ou exercer
funções que ultrapassem a sua competência ou exijam mais tempo do que aquele que disponha, prevista no
Estatuto da Ordem dos Engenheiros.
267
C) DECISÃO:
Nos termos da fundamentação, acima exposta, e tendo em conta o grau de culpa do arguido e as
circunstâncias supra referidas, condenou-se o arguido na pena de advertência, prevista no Estatuto da
Ordem dos Engenheiros, pela prática da infração disciplinar acima descrita, consistente na violação,
com negligência, das normas deontológicas estabelecidas no Estatuto da Ordem dos Engenheiros.
268
269
270
271
Ramiro realizou o seu estágio numa média empresa • As alterações induziriam elevadíssimos custos,
de construção. provocando grande prejuízo;
Ainda estagiário, passando por uma obra a cargo da • Temia que tais prejuízos pudessem
sua empresa, já em fase de conclusão, detetou um comprometer o futuro da empresa e os postos
grave erro de construção. de trabalho;
Embora sabendo que a vida dos futuros moradores
• Mas também admitiu que, se “desse com a
não corria perigo, o Ramiro compreendeu haver
língua nos dentes”, poderia colocar o seu
riscos sérios de que a humidade invadisse alguns
estágio em risco e adiar o seu ingresso, como
dos apartamentos. Nessa noite, quase não dormiu
membro efetivo, na OE;
com as preocupações:
• Colocou a questão à Carla, engenheira sénior
• Sentia que era seu dever alertar os
da empresa, que aconselhou “Não metas a
responsáveis pela obra, de modo a prevenir
foice em seara alheia”.
danos para os futuros moradores;
272
Volvidos seis anos, já Ramiro deixara a empresa, Quando o juiz o indagou sobre as razões pelas quais
visitando a sua amiga Sónia num dos apartamentos ele não denunciara a situação enquanto era
do referido prédio, apercebeu-se de que a estagiário, respondeu:
humidade impregnava as paredes da sala e um dos
quartos. Soube, também, que a maior parte dos “ Eu era um simples estagiário. Essa não era a minha
apartamentos situados daquele lado da rua padecia função. A culpa é do sistema, porque nos torna
muito dependentes da empresa onde realizamos o
do mesmo problema.
nosso estágio.”
Dado que Sónia instaurou um processo judicial à
empresa, Ramiro foi arrolado como testemunha.
273
274
275
• Possuir uma boa preparação, de modo a desempenhar com competência as suas funções.
• Contribuir para o progresso da engenharia e da sua melhor aplicação ao serviço da Humanidade.
• Defender o ambiente e os recursos naturais.
• Garantir a segurança do pessoal executante, dos utentes e do público em geral.
• Opor -se à utilização fraudulenta, ou contrária ao bem comum, do seu trabalho.
• Procurar as melhores soluções técnicas, ponderando a economia e a qualidade.
• Combater e denunciar práticas de discriminação social e trabalho infantil, assumindo uma atitude de
responsabilidade social.
276
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No seguimento de um insistente convite, que desde há cerca de mês e meio, lhe foi
dirigido por uma empresa concorrente da sua, decidiu aceitar o pedido de prestação
de serviços de consultoria, sem conhecimento da sua entidade profissional.
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À mulher de César…
• Deve evitar posições de conflito de interesses
• O conflito existe, mesmo que apenas potencial, pois as
empresas são concorrentes
• Em situação de concurso de ambas as empresas, como
atuaria?
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Empregado:
• Viola o dever de só assinar o trabalho que faz.
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Analisar e comentar.
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• Substituindo materiais selecionados pelo projetista da obra por outros de pior qualidade.
• Dando ordens diretas aos trabalhadores que obriga a cumprir,
A Madalena está perturbada com a situação, encontra-se indecisa sobre o que deverá fazer, não sabendo o que
escrever no livro de obra e receando que a obra venha a apresentar problemas sérios, pelos quais ela, na
qualidade de diretora técnica, possa ser responsabilizada.
O que faria, na posição da Madalena?
289
• Possuir uma boa preparação, de modo a desempenhar com competência as suas funções.
• Contribuir para o progresso da engenharia e da sua melhor aplicação ao serviço da Humanidade.
• Defender o ambiente e os recursos naturais.
• Garantir a segurança do pessoal executante, dos utentes e do público em geral.
• Opor -se à utilização fraudulenta, ou contrária ao bem comum, do seu trabalho.
• Procurar as melhores soluções técnicas, ponderando a economia e a qualidade.
• Combater e denunciar práticas de discriminação social e trabalho infantil, assumindo uma
atitude de responsabilidade social.
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294
295
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Quatro princípios
Honestidade e
fundamentais que
integridade de caráter
devem nortear os
engenheiros: Respeito pela vida, pela lei
e pelo interesse público
Liderança responsável:
escutar e informar
297
www.engc.org.uk/professional-ethics
@ordem_dos_engenheiros_norte
/OERNorte
/oern