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INTERFERÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS

EM CULTIVADAS

Prof. Anderson Luis Cavenaghi


O QUE É INTERFERÊNCIA ?

CONJUNTO DE PROCESSOS PELOS QUAIS


AS PLANTAS DANINHAS PODEM
INTERFERIR SOBRE UMA CULTURA

QUAL INTENSIDADE ?
QUANTO A PRESENÇA DA PLANTA
DANINHA REDUZ DESENVOLVIMENTO E
PRODUÇÃO DA CULTURA
COMPETIÇÃO POR FATORES DE
CRESCIMENTO DISPONÍVEIS NO MEIO
AMBIENTE

DIFÍCIL SEPARAR UM ÚNICO FATOR

NORMALMENTE TRABALHOS REMETEM AO


CONJUNTO DE FATORES
COMPETIÇÃO POR FATORES DE
CRESCIMENTO DISPONÍVEIS NO MEIO
AMBIENTE

ÁGUA
NUTRIENTES
LUZ
ESPAÇO
ALELOPATIA

INTERFERÊNCIA INDIRETA

HOSPEDEIROS INTERMEDIÁRIOS DE
INSETOS
DOENÇAS
NEMATÓIDES
Segundo PITELLI (1985), a competição ocorre
quando duas plantas disputam suprimentos
limitados dos vários fatores de crescimento.

A competição é um processo fundamentalmente


recíproco, ou seja, as limitações em termos de
disponibilidade de recursos atingem os dois
competidores.

As plantas apresentam eficiência competitiva


diferenciada e diferentes sensibilidades a diferentes
fatores limitantes do meio
Os fatores de crescimento e por conseqüência os
recursos passíveis de serem envolvidos no
processo competitivo entre plantas são:
água, luz, nutrientes, espaço e “CO2”.

Quanto mais similares forem as duas plantas quanto


às quantidades necessárias dos vários fatores de
crescimento, quanto ao posicionamento de raízes e
folhas e finalmente, quanto aos períodos em que
serão máximas as demandas por tais fatores, mais
intensos serão os efeitos do processo competitivo
sobre o crescimento das mesmas.
COMPETIÇÃO POR CO2

A atmosfera é um imenso reservatório de CO2, de


sorte que, em condições normais de campo, pode
ser considerada desprezível a competição por tal
fator de crescimento.

A competição por CO2 é possível em comunidades


muito densas, envolvendo populações em intenso
crescimento vegetativo, durante períodos de
elevada luminosidade, baixa movimentação de ar e
em condições térmicas e hídricas adequadas.
COMPETIÇÃO POR ESPAÇO

A competição por espaço é de difícil quantificação e


mesmo compreensão.

Contudo, deve-se admitir que a mesma ocorra


sempre que uma planta for forçada a assumir uma
arquitetura que não lhe é característica, mudando o
posicionamento dos seus órgãos, porque os
espaços que elas deveria ocupar já se encontram
ocupados por outras plantas.
COMPETIÇÃO POR ÁGUA

A suscetibilidade à competição por água depende


muito da espécie considerada, pois esta varia na
eficiência do uso da água, ou seja, na quantidade de
matéria seca produzida por unidade de água
absorvida.

William (1973), citado por Durigan (1984), relata que


a maioria das plantas C3 e C4 consomem,
respectivamente, entre 700 a 1000 g e 250 a 500 g de
água para a produção de uma unidade de matéria
seca.
COMPETIÇÃO POR ÁGUA

Um acúmulo de matéria seca de mato de 100g/m2,


valor este facilmente ultrapassável por ocasião da
colheita de culturas anuais se o controle das plantas
daninhas for deficiente, implicaria em um consumo
de água de 70-100 l/m2 (C4)e 25-50 l/m2 (C3),
respectivamente.
COMPETIÇÃO POR ÁGUA

Normalmente déficit hídrico no início do


desenvolvimento da cultura associado à presença
de plantas daninhas pode comprometer o
desenvolvimento normal da cultura

No entanto, Domingues (1981), Velini (1983) e Souza


(1992), trabalhando com arroz, nos dois primeiros
casos, e com cevada, no último, observaram que,
em períodos de acentuada deficiência hídrica, foram
verificados maiores teores de água no solo e nas
plantas cultivadas, quando estas foram mantidas na
presença das plantas daninhas.
COMPETIÇÃO POR ÁGUA

É provável que o efeito mais importante seja a


redução da movimentação de ar em função da
presença do mato, permitindo a formação de uma
camada com elevada quantidade de água
envolvendo a cultura, as plantas daninhas e
cobrindo o solo reduzindo a evapotranspiração.

Mas mesmo assim os trabalhos apresentaram


redução na produção das culturas, principalmente
devido a fatores de competição além da água.
COMPETIÇÃO POR ÁGUA
CONSUMO DE ÁGUA PARA A PRODUÇÃO DE MATÉRIA SECA C4 E C3

Nome Científico Nome Comum Consumo de Água


Panicum spp Capim-colonião 267
Sorghum spp Sorgo 153
Zea mays Milho 174
Setaria spp Capim-rabo-de-raposa 285
Amaranthus spp Caruru 152
Portulaca oleracea Beldroega 281
Triticum aestivum Trigo 542
Chenopodium album Ançarinha-branca 658
Oryza sativa Arroz 682
Polygonum arviculare Erva-de-bicho 339
Ambrosia artimisiaefolia Ambrósia 456
Gossypium hirsutum Algodão 568
Phaseolus vulgaris Feijão 700
COMPETIÇÃO POR NUTRIENTES

A COMPETIÇÃO POR NUTRIENTES É MAIS


RECONHECIDA E ESTUDADA

OS TEORES DE NITROGÊNIO ENCONTRADOS EM


PLANTAS DANINHAS OSCILAM ENTRE 1,0 E 3,8%,
SENDO NORMALMENTE SUPERIORES AOS
ENCONTRADOS EM PLANTAS CULTIVADAS.
COMPETIÇÃO POR NUTRIENTES

OS TEORES DE FÓSFORO GERALMENTE SÃO


PRÓXIMOS A 0,5%, E SIMILARES AOS
ENCONTRADOS NAS CULTURAS.

OS TEORES DE POTÁSSIO OSCILAM ENTRE 1,5 E


5% E TAMBÉM SÃO SUPERIORES AOS
NORMALMENTE ENCONTRADOS NAS CULTURAS.

O PORTE DA PLANTA DEVE SER CONSIDERADO


COMPETIÇÃO POR NUTRIENTES
Quantidades teóricas de nutrientes extraídas pelas plantas
daninhas, calculadas com base nos dados apresentados por
Alkamper (1976) e considerando acúmulos de matéria seca da
comunidade infestante de 100 e 500 g/m2.
2
Nutrientes Teores Acúmulos de M. S. de mato (g/m )

100 500

Nitrogênio 1,0 - 3,8 -- 10,0 - 38,0 50 - 190

Fósforo 0,50% P 5 25

P2O5 11,5 57,7

Potássio 1,5 - 5,0% K 15 - 50 75 - 250

K2O 18 - 60 90 - 300
COMPETIÇÃO POR NUTRIENTES

NA AUSÊNCIA DE CONTROLE, AS PLANTAS


DANINHAS PODEM EXTRAIR QUANTIDADES DE
NITROGÊNIO, FÓSFORO E POTÁSSIO SUPERIORES
ÀS DOSES EM QUE ESTES NUTRIENTES SÃO
APLICADOS NA MAIORIA DAS CULTURAS

A COMUNIDADE INFESTANTE É NORMALMENTE


COMPOSTA POR VÁRIAS ESPÉCIES, SENDO
ALGUMAS DE CICLO BASTANTE CURTO,
ATINGINDO PICOS DE EXTRAÇÃO DE NUTRIENTES
ANTES DAS PLANTAS CULTIVADAS
Amplitude das concentrações de nutrientes nos
tecidos de soja e plantas daninhas desenvolvidas
em condições similares de nutrição mineral.

Concentração (g/kg de matéria seca)


Plantas N P K Ca Mg S
G. max- BR-16 16,8 - 25,4 1,57 - 3,06 9,0 - 15,0 16,9 - 21,5 5,2 - 7,1 1,3 - 2,2
Guanxuma 23,0 - 73,2 1,70 - 3,70 19,2 - 29,7 10,5 - 18,1 3,4 - 14,8 1,1 - 1,8
Leiteiro 22,5 - 32,6 1,21 - 3,18 27,2 - 41,5 20,2 - 28,3 2,8 - 4,0 1,1 - 1,5
Fedegoso 22,3 - 33,8 0,94 - 3,41 17,3 - 27,6 14,5 - 18,8 2,6 - 4,6 1,6 - 4,5
Desmódio 21,4 - 34,6 1,70 - 2,70 18,9 - 47,3 7,0 - 15,4 3,3 - 4,9 2,7 - 4,4
Maria-Pretinha 22,3 - 33,8 2,04 - 3,68 28,1 - 52,0 17,0 - 27,2 5,1 - 6,4 1,7 - 2,8

Adaptado de Bianco (2003)


COMPETIÇÃO POR NUTRIENTES

MELHOR PREVENÇÃO

ADUBAÇÃO NO SULCO DA SEMEADURA

FACILITAR O ACESSO DA CULTURA AOS


NUTRIENTES
COMPETIÇÃO POR LUZ

DESENVOLVIMENTO INICIAL

CULTURA X PLANTA DANINHA

SEMENTES PEQUENAS E PLÂNTULAS PEQUENAS

CAPACIDADE DE ESTIOLAMENTO QUANDO


SOMBREADAS
COMPETIÇÃO POR LUZ

A INTERCEPTAÇÃO DE LUZ PELA CULTURA

REDUÇÃO DA AMPLITUDE TÉRMICA NA


SUPERFÍCIE DO SOLO

MODIFICAÇÃO DO BALANÇO ENTRE OS


COMPRIMENTOS DE ONDA CORRESPONDENTES
AO VERMELHO E VERMELHO DISTANTE,
CONDICIONANDO A DORMÊNCIA DAS SEMENTES
DE ALGUMAS ESPÉCIES
% de interceptação de luz
100 Solo
90
80
Soja
70 Losna
60
50
40
30
20
10
0
42 56 70 84

Dias após a emergência

Qual a altura final de:


Desmodium tortuosum em soja

Panicum maximum em cana-de-açúcar

Brachiaria decumbens em cana-de-açúcar


HOSPEDEIRAS DE PRAGAS E DOENÇAS

QUANTO MAIS PRÓXIMAS AS CARACTERÍSTICAS


DAS PLANTAS DANINHAS EM RELAÇÃO À
CULTURA, MAIOR A PROBABILIDADE DESTA
HOSPEDAR PRAGAS E DOENÇAS QUE POSSAM
SER TRANSFERIDAS PARA AS PLANTAS
CULTIVADAS
HOSPEDEIRAS DE PRAGAS E DOENÇAS

HOSPEDEIRAS NA AUSÊNCIA DA CULTURA

CONTINUIDADE NO CICLO DE PRAGAS E


DOENÇAS

FOCO PARA DISSEMINAÇÃO


HOSPEDEIRAS DE PRAGAS E DOENÇAS

Espécie de nematóide Número de hospedeiros

Meloidogyne arenaria 18

Meloidogyne javanica 56

Meloidogyne incognita 81

Ferraz et al (1983)
HOSPEDEIRAS DE PRAGAS E DOENÇAS

Mosaico Dourado - Guanxuma - Soja, Feijão e Algodão.

Mosaico Anão - Leiteiro, guanxuma - Feijão.

Nem. de Cisto da Soja (Formas Juvenis) - Mentrasto,


Desmódio - Soja.
HOSPEDEIRAS DE PRAGAS E DOENÇAS
kudzu (Pueraria lobata)

Palmeira, PR, 14. 02. 2004 Paraguai 2002


SOJA KUDZU
ALELOPATIA

MOLISH (1937): toda interação bioquímica entre


plantas, incluindo microrganismos.

do grego allelon = mútuo e phatos = prejuízo

RICE (1974) definiu, qualquer efeito prejudicial,


direto ou indireto, de uma planta sobre outra pela
produção de compostos químicos que são
liberados no meio.

WHITTAKER (1970) sugeriu o termo aleloquímicos.


ALELOPATIA

Diferença ALELOPATIA e COMPETIÇÃO

COMPETIÇÃO REDUZ OU REMOVE DO AMBIENTE


UM FATOR DE CRESCIMENTO NECESSÁRIO A
AMBAS AS PLANTAS (LUZ, ÁGUA,
NUTRIENTES, ETC.)

ALELOPATIA ADIÇÃO DE UM FATOR AO MEIO.


ALELOPATIA

NÃO É UM PROCESSO RECÍPROCO

NÃO CESSA NECESSARIAMENTE COM A


MORTE DA PLANTA
ALELOPATIA

EXISTEM VÁRIOS EXEMPLOS DE PLANTAS


DANINHAS QUE OCORREM NO BRASIL COM
POTENCIAL ALELOPÁTICO COMPROVADO; SÃO
EXEMPLOS: BRACHIARIA DECUMBENS,
AGERATUM CONYZOIDES, RICHARDIA
BRASILIENSIS, SOLANUM AMERICANUM,
CYPERUS ROTUNDUS E DIGITARIA HORIZONTALIS.
Brachiaria decumbens Digitaria horizontalis
Richardia brasiliensis Cyperus rotundus
ALELOPATIA

COMPOSTOS ALELOPÁTICOS:

COMPOSTOS PRIMÁRIOS (CARBOIDRATOS E


PROTEÍNAS) E SECUNDÁRIOS (ORIGINADOS NAS
ROTAS DO ÁCIDO CHIQUÍMICO E DO ACETATO)

SECUNDÁRIOS: TERPENÓIDES VOLÁTEIS,


FENILPROPANÓIDES, QUINONAS, CUMARINAS,
FLAVONÓIDES, TANINOS E OUTROS ÁCIDOS
FENÓLICOS E GLICOSÍDEOS CIANOGÊNICOS
ALELOPATIA

COMPOSTOS ALELOPÁTICOS:

NORMALMENTE ESTES COMPOSTOS ESTÃO


ENVOLVIDOS NO METABOLISMO CELULAR
(VACÚOLO) OU EM METABOLISMOS ESPECÍFICOS
DA PLANTA UTILIZADOS EM DEFESA PRÓPRIA

A INTENSIDADE DE ESTRESSE POR DIVERSOS


FATORES PODEM AUMENTAR A PRODUÇÃO
DESTES COMPOSTOS
ALELOPATIA

FATORES QUE PODEM AFETAR A PRODUÇÃO DE


ALELOQUÍMICOS:

LUZ

ÁGUA

TEMPERATURA

NUTRIÇÃO MINERAL

OUTROS FATORES
ALELOPATIA

PRINCIPAIS MODOS DE LIBERAÇÃO DE


ALELOQUÍMICOS:

VOLATILIZAÇÃO
Maior parte aleloquímicos voláteis são compostos
terpenóides, principalmente monoterpenos e
sesquiterpenos (EINHELLIG, 1986).

EXUDAÇÃO RADICULAR
Maior parte aleloquímicos exsudados pelas raízes também
são compostos terpenóides (EINHELLIG, 1986).
ALELOPATIA
PRINCIPAIS MODOS DE LIBERAÇÃO DE
ALELOQUÍMICOS:
LIXIVIAÇÃO
Remoção das substâncias químicas das plantas, vivas ou
mortas, por ação da água, o que na natureza se processa
através principalmente de chuva e orvalho.
DECOMPOSIÇÃO
Liberação direta de compostos dos tecidos da planta
Microrganismos - produção de compostos tóxicos por
degradação enzimática dos conjugados ou polímeros
presentes nos tecidos (PUTNAM, 1985).
ALELOPATIA

• ALELOQUÍMICOS SÃO ENCONTRADOS EM


(PUTNAM, 1985):

FOLHAS, CAULES, RAÍZES, RIZOMAS, FLORES,


FRUTOS E SEMENTES

SEGUNDO, MOREIRA (1979):

CONCENTRAM SE MAIS NAS FOLHAS, SEGUIDAS


DO CAULE, FLORES E RAÍZES.
ALELOPATIA
TRANSFERÊNCIA DOS ALELOQUÍMICOS

• Uma vez liberados no meio pelas plantas, os


aleloquímicos podem se transferir da planta doadora
para a planta receptora direta ou indiretamente.

• Lixiviados ou Volatilizados, diretamente entre


plantas, pela absorção pela epiderme foliar ou até
mesmo pelas raízes, ou indiretamente pela atividade
microbiana no solo.

• Decomposição e Exsudação radicular, pela atividade


e metabolismo microbiano, mas o contato entre
raízes pode ser um meio para transferência direta.
ALELOPATIA
MODO DE AÇÃO DOS ALELOQUÍMICOS
• EFEITOS NA ABSORÇÃO DE NUTRIENTES
ÎBetta vulgaris induziu deficiência de zinco em milho, soja
e sorgo pela adição de toxinas ao solo (BOAWN, 1965).

• REGULAÇÃO DE CRESCIMENTO
ÎA mitose em raízes é reduzida ou inibida por ácido
parasórbico, coumarina e escopoletina (CORNMAN, 1946;
AVERS & GOODWIN, 1956).

• INIBIÇÃO DA FOTOSSÍNTESE
ÎCompostos coumáricos e fenólicos reduzem a
fotossíntese por diminuirem o conteúdo de clorofilas,
sendo que os compostos coumáricos induzem, ainda, o
fechamento dos estômatos.
ALELOPATIA
MODO DE AÇÃO DOS ALELOQUÍMICOS
• EFEITOS SOBRE A RESPIRAÇÃO
ÎAleloquímicos podem inibir ou estimular a respiração e
são prejudiciais a respiração – produtor de energia.

• ALTERAÇÕES NA PERMEABILIDADE DE MEMBRANAS


ÎOs ácidos caféico, ferúlico e gálico causaram redução no
potencial hídrico (EINHELLIG, 1986).

• EFEITOS NA SÍNTESE PROTÉICA E NA ATIVIDADE


ENZIMÁTICA
ÎO ácido salicílico inibe a atividade da redutase do nitrato
em milho, enquanto que os ácidos caféico e gálico inibem
a síntese da fenilalanina amonialiase (RICE, 1984;
PUTNAM, 1985; EINHELLIG, 1986).
ALELOPATIA

ALELOPATIA DE PLANTAS DANINHAS X CULTIVADAS

Planta daninha Cultura Efeito observado


Extrato aquoso inibe hipocótilo em
A. retroflexus Milho e soja
soja e coleóptilo em milho
Alface, milho e Exsudado de raiz inibe o crescimento
Bidens Pilosa
sorgo de plântulas
Amendoim, soja, Exsudado da raiz afeta a germinação
Euphorbia hirta
trigo e trigo e crescimento de plantas testes
Resíduo e extrato inibem peso seco
C. esculentus Soja e milho
de plantas testes
Alface, tomate e Extrato aquoso reduz a sobrevivência
C. rotundus
rabanete de plantas testes
Reduz porte de plantas recém
C. dactylon pêssego
plantadas

Adaptado de Oliveira Jr e Constantin (2001)


ALELOPATIA

ALELOPATIA DE CULTIVADAS X CULTIVADAS

Planta daninha Cultura Efeito observado


Folhas secas, quando misturadas
Girassol Soja e sorgo ao solo reduzem crescimento das
plântulas
Resíduos da cultura no campo
Girassol Trigo reduzem de 4 a 33% na
germinação
Resíduos da cultura no campo
Sorgo Trigo reduzem de 10 a 31% na
germinação
Resíduos da cultura no campo
Trigo Algodão reduzem a germinação e peso de
matéria seca

Adaptado de Oliveira Jr e Constantin (2001)


ALELOPATIA

“APESAR DOS DIVERSOS TRABALHOS


EXISTENTES RELATANDO O EFEITO DE
ALELOQUÍMICOS, VÁRIOS
PESQUISADORES CONSIDERAM QUE
MUITOS DELES NÃO PERMITEM UMA
CONCLUSÃO CABÍVEL E QUE OUTRAS
CAUSAS PODEM EXPLICAR OS EFEITOS
OBSERVADOS”.
ALELOPATIA

HARPER (1977), afirma que há muitas dificuldades na


demonstração de que efeitos de toxicidade não sejam
mais do que artefatos laboratoriais e que há, talvez,
algumas razões para admitir que as interações
alelopáticas não sejam comuns em plantas superiores:

a) Tem-se demonstrado que as plantas superiores desenvolvem


rapidamente tolerância a toxinas ambientais como chumbo, níquel,
cobre e zinco. De modo idêntico, já há relatos do desenvolvimento de
formas tolerantes aos herbicidas em espécies previamente
susceptíveis.

b) Muitas moléculas orgânicas altamente complexas são rapidamente


degradadas no solo, particularmente depois das populações
microbianas terem se adaptado a presença dessas. Seria
surpreendente se compostos regularmente liberados pelas plantas
não fossem do mesmo modo afetados com rapidez.
ALELOPATIA

Sugeriu-se que se adote o postulado de Koch, semelhante


ao utilizado por fitopatologistas, na metodologia de
estudos desta natureza (PUTNAM & TANG, 1986;
WILLIAMSON, 1990). Para tanto, os seguintes passos são
necessários:

1) Demonstrar a existência da interferência, descrever


seus sintomas e quantificar o grau de interferência;

2) Isolar, testar, caracterizar e sintetizar a toxina. O


isolamento da toxina é um passo importante para obter a
evidência de que a interferência é causada por agentes
químicos;
ALELOPATIA
3) Os sintomas da interferência previamente
diagnosticados podem ser repetidos pela aplicação da(s)
toxina(s), em quantidade presente na natureza, no
estágio apropriado de crescimento. Isso poderá mostrar
que os sintomas podem, de fato, serem reproduzidos
(quantitativamente, se possível) pela toxina ou por
combinações de toxinas;

4) A liberação, movimento e absorção da toxina podem ser


monitorados e demonstrados que são suficientes para
causar a interferência observada. A reunião destes
critérios pode permitir a conclusão de que a toxina é
liberada em concentração suficiente para se mover
através das barreiras do meio, seja através do solo ou do
ar, e ser absorvida em quantidades suficientes para
causar a toxicidade na planta receptora.
GRAU DE INTERFERÊNCIA
FATORES RELATIVOS À CULTURA

MÉTODOS DE CONTROLE – UTILIZADOS EM FASES DO


CICLO DA CULTURA ONDE ESTA NÃO CONSEGUE
CONTROLARA SOZINHA O MATO

É DE FUNDAMENTAL IMPORTÂNCIA PARA CONFERIR


VANTAGEM INICIAL À CULTURA

ADUBAÇÃO, ESPAÇAMENTO, POPULAÇÃO VARIEDADE

CULTIVARES – RÁPICO CRESCIMENTO INICIAL E


COBERTURA DO SOLO

MENORES ESPAÇAMENTOS E MAIORES POPULAÇÕES


GRAU DE INTERFERÊNCIA
FATORES RELATIVOS À INFESTANTE

PORTE

SIMILARIDADE DE ESPÉCIES

DENSIDADE

DISTRIBUIÇÃO

ESPÉCIES DE DIFÍCIL CONTROLE


GRAU DE INTERFERÊNCIA
FATORES RELATIVOS AO AMBIENTE

TEMPERATURA

PRECIPITAÇÃO

SOLOS, ETC

NECESSIDADE DE ESTUDOS REGIONAIS


ALELOPATIA

Cobertura do solo com plantas daninhas (%)

90 90 87 Gramíneas Latifoliadas Tr: tremoço


Nf: nabo-forrageiro
69
Er: ervilhaca

49 50 Li: linho
45 46 47
Se: serradela
Erv: ervilha
19 20 20
Ce: centeio
7 6 9 9
5 4
Ap: aveia-preta
Tr Nf Er Li Se Ev Ce Ap Tri
Tri: trigo
Efeitos de coberturas vegetais sobre o controle de plantas daninhas
em lavouras de plantio direto (Almeida, 1991)
Almeida (1991)
Capim-marmelada & plântulas de trigo.
Almeida (1988)

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