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4.

1 DEFINIÇÕES

A utilização de ar comprimido encontra, cada vez mais, campos de aplicações


na Indústria, assim como a água, a energia elétrica etc. Porém, somente na segunda
metade do século XIX é que o ar comprimido adquiriu importância industrial.
Entretanto, existem relatos de sua utilização descritos no Velho Testamento,
onde são encontradas referências ao emprego do ar comprimido: na fundição de
prata, ferro, chumbo e estanho.
Portanto, a história demonstra que há mais de 2000 anos os técnicos
construíam máquinas pneumáticas, produzindo energia pneumática por meio de um
pistão. Como instrumentos de trabalho utilizavam cilindros de madeira dotados de
êmbolos.
Vamos a algumas definições importantes para o estudo desta unidade:

Fluido: é qualquer substância capaz de escoar e assumir a forma do


recipiente que a contém (em pneumática, o fluido de trabalho é o ar).

Pneumática: palavra derivada do termo grego “pneumos” ou “pneuma”


(respiração, sopro, fôlego, vento ou alma). Define-se pneumática como sendo o
ramo da Física que se ocupa da dinâmica e dos fenômenos físicos relacionados com
os gases ou vácuos.

Eletropneumática: ramo da pneumática que passa a utilizar a energia


elétrica, CC ou CA, como fonte de energia para o acionamento de válvulas
direcionais (eletroválvulas) e válvulas proporcionais, utilizando, ainda, sensores
magnéticos de posicionamento, pressostatos, micro-swiths etc.

Pneutrônica: vocábulo utilizado para indicar uma evolução da


eletropneumática, onde se utiliza equipamentos eletrônicos como controladores
lógicos programáveis, sensores digitais e outros equipamentos complexos para
acionar e monitorar os componentes pneumáticos.
Pressão: na pneumática, pressão é a força exercida em função da
compressão do ar em um recipiente, por unidade de área interna desse recipiente.

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Sua unidade de medida no S.I. é dada por N/m² ou Pa (Pascal), embora seja comum
a utilização de outras unidades como atm, bar, kgf/mm², psi etc.

Figura 4.1 Força exercida pelo ar comprimido em um recipiente.

Do ponto de vista de um atuador pneumático, a pressão é definida como


sendo a relação entre a força que se opõe ao movimento de extensão de um
atuador a sua seção transversal interna.

Figura 4.2 Pressão em um atuador pneumático.

A utilização dos sistemas pneumáticos possui diversas vantagens e


desvantagens, dentre as quais, têm-se:

Quantidade: o ar a ser comprimido existe em quantidades ilimitadas.

Transporte: propriedade que o ar comprimido possui de ser transportado por


meio de tubulações, sem que haja a necessidade de linhas de retorno como ocorre
nos sistemas hidráulicos.

Armazenagem: capacidade que o ar comprimido possui de ser armazenado


em um reservatório sem a necessidade de que o compressor trabalhe
continuamente, e sim, somente quando a pressão cair a um determinado valor
mínimo ajustado em um pressostato.

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Temperatura: o ar comprimido é insensível a variações de temperatura,
diferentemente do óleo hidráulico que sofre alterações de viscosidade com a
elevação de sua temperatura as quais alteram sua eficiência. O ar comprimido,
mesmo em condições de temperatura extrema, permite um funcionamento seguro.

Segurança: o ar comprimido não apresenta riscos de explosões ou incêndios


e, ainda, a pressão do ar utilizado na pneumática é relativamente baixa (6 a 12bar),
enquanto que em hidráulica trabalha-se com pressões que chegam à ordem de
350bar.

Limpeza: o fluido utilizado na pneumática é o ar comprimido; então, não


existe risco de poluição ambiental, mesmo que ocorram vazamentos nos elementos
(válvulas, atuadores e demais componentes pneumáticos) mal vedados. Esta
característica torna a pneumática uma excelente e eficiente forma de energia para
aplicação na indústria alimentícia e farmacêutica.

Construção: as pressões de trabalho são relativamente baixas quando


comparadas à hidráulica; seus elementos de comando e atuadores são menos
robustos e mais leves, podendo ser construídos em liga de alumínio, tornando seu
custo relativamente menor, ou seja, mais vantajoso.

Velocidade: a pneumática possui altas velocidades de deslocamento; em


condições normais de funcionamento, as velocidades estão entre 1 e 2m/s, podendo
chegar a 10m/s no caso de cilindros especiais e 500mil rpm no caso de turbinas
pneumáticas.

Regulagem: as pressões de trabalho são reguladas em função da velocidade


e força dos elementos pneumáticos, conforme a necessidade da aplicação, estando
situadas na faixa que vai de zero até ao valor máximo do elemento pneumático.

Preparação: a fim de se obter um melhor rendimento e um aumento na vida


útil dos componentes pneumáticos, é necessário que o ar comprimido possua uma
boa preparação, ou seja, é necessário que o ar comprimido esteja limpo de

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impurezas e umidade, o que é possível com a utilização de filtros, purgadores e
unidades de condicionamento.

Compressibilidade: característica presente no ar e em todos os tipos de


gases, impossibilita a utilização da pneumática em aplicações que necessitem
velocidades uniformes e constantes.

Força: para uma pressão de trabalho de 6bar é possível utilizar o ar


comprimido no acionamento de cilindros para exercer forças de 48250N (capacidade
de erguer uma massa de 494kg).

Escape de Ar: o ar comprimido, ao ser expulso de dentro de um atuador,


passa através do orifício de exaustão (escape) da válvula comutadora causando um
ruído relativamente alto. Para diminuir o ruído causado pelo escape de ar, utiliza-se
um dispositivo denominado silenciador.

Custos: os custos de implantação dos sistemas pneumáticos dentro das


indústrias são significativos uma vez que são necessários componentes e acessórios
para produção, preparação, distribuição e consumo do ar comprimido, além dos
custos de manutenção. Porém, o custo da energia pneumática é em parte
compensado pelos preços vantajosos e pelo rendimento operacional dos
equipamentos.

Tarefa 4.1

Responda às seguintes questões.

Que significa automação pneumática?

177
Apresente três vantagens da utilização da automação pneumática.

Apresente três desvantagens da utilização da automação pneumática.

4.2 ESTRUTURA DOS SISTEMAS PNEUMÁTICOS

Basicamente, os sistemas pneumáticos podem ser divididos em 3 (três)


etapas: produção, distribuição e consumo, conforme mostra a figura a seguir.

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Figura 4.3 Estrutura de um sistema pneumático.

Na etapa de produção estão presentes: a compressão, a drenagem, o


armazenamento, o resfriamento e a secagem. A etapa de distribuição é realizada
através de tubulações e suas conexões e engates. Por fim, na etapa de consumo o
ar comprimido deve ser tratado através de uma unidade de condicionamento,
direcionado, regulado, bloqueado e limitado através de válvulas de controle e, então,
utilizado para realizar um trabalho através dos atuadores pneumáticos.

4.3 PRODUÇÃO DO AR COMPRIMIDO

Para a produção do ar comprimido são necessários compressores, os quais


comprimem o ar até à pressão de trabalho desejada. Na maioria dos acionamentos e
comandos pneumáticos se encontra, geralmente, uma estação de distribuição de ar

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comprimido. A instalação de compressão fornece o ar comprimido aos devidos locais
através de uma rede tubular.
A figura 4.4 mostra a estrutura típica de uma estação de produção de ar
comprimido. Deve-se montá-la dentro de um ambiente fechado, com proteção
acústica para fora e com boa ventilação. O ar sugado deve ser fresco, seco e livre
de poeira, pois o grau de pureza do ar é muito importante uma vez que um ar limpo
garante uma longa vida útil à instalação.
A utilização correta dos diversos tipos de compressores é outro fator
importante que deve ser considerado para a produção do ar comprimido.

Figura 4.4 Estação típica de produção de ar comprimido.

4.3.1 Compressores
Os compressores são os equipamentos responsáveis pela produção do ar
comprimido nos sistemas pneumáticos; são especificados segundo as necessidades
da fábrica ou indústria quanto à pressão a ao volume necessário. Dessa forma, são
empregados diferentes tipos e modelos de compressores de ar que diferem quanto à
construção e funcionamento, conforme mostra a figura 4.5.

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Figura 4.5 Tipos de compressores.

Não é de objetivo neste estudo tratar dos detalhes funcionais dos diversos
tipos de compressores industriais. Porém, nas figuras a seguir são mostrados os
digramas construtivos dos compressores industriais e alguns modelos comerciais.

181
Figura 4.6 Tipos de construções dos compressores industriais.

182
Figura 4.7 Modelos comerciais de dos compressores industriais de diversos fabricantes.

4.3.2 Drenagem de umidade


Dentre os cuidados básicos com o ar comprimido é de fundamental
importância eliminar o condensado, ou seja, eliminar ou reduzir a umidade contida
no ar em caso de condensação da mesma.
Para que a eliminação eventual de umidade seja feita, devem ser instalados
drenos (purgadores), que podem ser manuais ou automáticos, com preferência para
o último tipo.
Os pontos de drenagem devem se situar em todos os locais baixos da
tubulação, fim de linha onde houver elevação de linha etc. Nestes pontos, para
auxiliar a eficiência da drenagem, podem ser construídos bolsões, que retêm o
condensado e o encaminham para o purgador. Os bolsões construídos não devem
possuir diâmetros menores que o da tubulação. O ideal é que sejam de mesmo
diâmetro.
A figura 4.8 mostra a forma de instalação dos componentes para drenagem
de umidade. A figura 4.9 mostra modelos comerciais de drenos pneumáticos.

183
Figura 4.8 Separadores de umidade para ar comprimido (drenos ou purgadores).

Figura 4.9 Modelos comerciais de separadores de umidade


para ar comprimido de diversos fabricantes.

Mesmo após esta etapa de drenagem de umidade, ainda restará no ar


comprimido uma pequena quantidade de vapor de água em suspensão que
não foi eliminada. A supressão dessas impurezas será feita através dos
filtros de condicionamento de ar que serão apresentados adiante

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4.3.3 Refrigeração
Durante a produção do ar comprimido, o atrito do ar com o compressor gera
calor, o qual deve ser dissipado. Conforme o grau de temperatura gerada pelo calor
no compressor, deve-se utilizar uma das técnicas de resfriamento apresentadas a
seguir:
• compressores de baixa potência: aletas de refrigeração;
• compressores de média potência: ventiladores ou exaustores; e
• compressores com mais de 30KW (40HP): refrigeração com água
corrente.

4.3.4 Armazenamento
O armazenamento do ar comprimido tem como objetivo estabilizar a
distribuição do ar comprimido, pois elimina as oscilações de pressão na rede
distribuidora e, quando há, momentaneamente, um alto consumo de ar, constitui-se
numa garantia de reserva de energia.
A grande superfície do reservatório refrigera o ar armazenado. Por isso, o
mesmo deve possuir um anteparo para conter a umidade contida no ar separada
pelo efeito da condensação.

Figura 4.10 Reservatório de ar comprimido.

Conforme mostra a figura 4.11, geralmente os reservatórios de ar comprimido


têm forma cilíndrica e podem ser instalados na vertical ou na horizontal, dependendo
do modelo. Sua escolha depende principalmente dos seguintes fatores: do volume
fornecido pelo compressor, do consumo de ar, da rede de distribuição
(armazenamento secundário), do tipo de regulagem; do diferencial de pressão
desejado, etc.

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Figura 4.11 Modelos comerciais de reservatórios de ar comprimido.

4.3.5 Secagem
A secagem do ar comprimido é uma etapa de fundamental importância. Sua
função é eliminar a água (umidade) que penetra na rede de distribuição através do
ar aspirado pelo compressor. A fim de se diminuir os efeitos negativos causados
pela umidade em um sistema de automação pneumático é necessária especial
atenção à umidade contida no ar comprimido.
Com o intuito de realizar a secagem do ar comprimido, podem-se utilizar as
seguintes técnicas:
• secagem por absorção;
• secagem por adsorção;
• secagem por resfriamento.

a) secagem por absorção


É um processo puramente químico. Neste processo, o ar comprimido
atravessa uma camada solta de um elemento secador. A água ou vapor de água
que entra em contato com esse elemento se combina quimicamente com o mesmo e
se dilui formando uma combinação elemento secador-água. Esta mistura deve ser
removida periodicamente do absorvedor. Esta operação pode ser manual ou
automática.

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Figura 4.12 Funcionamento de um secador por absorção.

b) secagem por adsorção


Está baseada em um processo físico conhecido como adsorção. A adsorção
consiste em admitir uma substância à superfície de outra. Em outras palavras, na
secagem por adsorção o elemento secador é constituído de um material granulado
com arestas ou em forma de pérolas. Este elemento secador é formado quase que
100% por dióxido de silício. Em geral conhecido pelo nome de sílica-gel.
A capacidade de acumulação de umidade através de uma camada de sílica
gel é limitada e, por isso, cada vez que o elemento secador estiver saturado o
mesmo poderá ser regenerado facilmente: fazendo-se fluir ar quente pelo interior de
uma câmara saturada a umidade é absorvida por este ar e eliminada do elemento.
A energia calorífica para a regeneração pode ser obtida por eletricidade
(resistências de aquecimento) ou por ar comprimido quente.

Figura 4.13 Funcionamento de um secador por adsorção.

187
c) secagem por resfriamento
Funciona segundo o princípio da diminuição de temperatura até o ponto de
orvalho. Esta temperatura é aquela em que um gás deve ser esfriado para obter a
condensação do vapor de água nele contido.
No secador por resfriamento, o ar comprimido a ser tratado entra no secador
passando primeiramente pelo elemento trocador de calor ar-ar, o qual contém ar
frio e seco. Devido à troca de calor, ocorre a formação de condensado de óleo e
água o qual é eliminado pelo próprio trocador de calor, o qual também recebe o
nome de vaporizador.
O ar comprimido pré-esfriado circula através do trocador de calor e, então,
sua temperatura é diminuída até aproximadamente 1,7ºC. Dessa forma, o ar
comprimido é submetido a uma segunda separação de condensado de óleo e água.
E, posteriormente, o ar comprimido ainda passa por um filtro fino, a fim de se
eliminar corpos estranhos.

Figura 4.14 Funcionamento de um secador por resfriamento.

Além da umidade, outros tipos de impurezas (partículas de sujeira ou


ferrugem e restos de óleo provenientes das partes móveis do compressor)
originam, muitas vezes, falhas nas instalações e equipamentos
pneumáticos resultando em avarias nos elementos pneumáticos.

A eliminação primária do condensado deve ser feita no separador após o


resfriador e a separação final, filtragem e os demais tratamentos
secundários do ar comprimido devem ser realizados nos locais de consumo
através das unidades de condicionamento.

188
Para finalizar este item de estudo, a figura 4.15 mostra alguns modelos
comerciais de secadores de ar comprimido.

Figura 4.15 Modelos comerciais de secadores de ar comprimido.

Tarefa 4.2

Responda às seguintes questões.

Quais componentes fazem parte da etapa de produção em sistemas


pneumáticos?

Qual é a função dos compressores de ar?

189
Por que é importante drenar a umidade do ar comprimido logo após a sua
produção?

Quais são as funções do armazenamento de ar comprimido?

190
4.4 DISTRIBUIÇÃO DO AR COMPRIMIDO

A utilização de vários compressores, um para cada máquina ou dispositivo


automatizado, é indicada somente em casos esporádicos e isolados. Em processos
automatizados onde existem vários pontos de aplicação, é mais recomendado
distribuir o ar comprimido através de uma rede tubular dotando-a de pontos de
consumo (tomadas de ar).
A rede de distribuição de ar comprimido é formada por todas as tubulações
que saem do reservatório, passando pelo secador, e que, conectadas, orientam o ar
comprimido até os pontos individuais de consumo (utilização).
As redes de distribuição de ar comprimido necessitam de uma manutenção
regular, por isso não podem ser montadas dentro de paredes ou cavidades estreitas,
pois isto dificulta a detecção de fugas de ar (vazamentos). Pequenos vazamentos
são responsáveis por perdas de carga consideráveis.

4.4.1 Formato da rede de distribuição


A montagem da rede de distribuição, em relação ao tipo de linha a ser
executado, pode ser: em anel aberto (circuito aberto), anel fechado (circuito
fechado) ou em anel combinado (circuito combinado). Para cada caso, devem-se
analisar as condições favoráveis e desfavoráveis para sua construção e utilização.
O circuito aberto é indicado para áreas onde são realizados transportes de
materiais e peças devem ser feitos através de linhas aéreas, pontos isolados, pontos
distantes etc. Nestes casos, são estendidas linhas principais para os pontos de
consumo. No circuito aberto, o ar flui em um único sentido a partir da sua produção.

Figura 4.16 Rede de distribuição em circuito aberto.

191
O circuito fechado é o tipo de rede de distribuição de ar comprimido mais
utilizado. Neste tipo de configuração a tubulação forma um anel que parte do
armazenamento, circula em toda a área de utilização do ar comprimido e retorna ao
ponto de armazenamento. Ao longo deste anel partem as ramificações para os
diferentes pontos de consumo. O circuito fechado propicia uma pressão constante,
além de tornar a distribuição do ar comprimido mais uniforme para os consumos
intermitentes. Porém, dificulta a separação da umidade, porque o fluxo não possui
uma direção; dependendo do local de consumo, circula em duas direções.

Figura 4.17 Rede de distribuição em circuito fechado.

Uma rede de distribuição de ar comprimido do tipo combinada também é


uma instalação em circuito fechado, que possui ligações longitudinais e transversais
que possibilitam fornecer ar em qualquer local. Mediante o fechamento de válvulas,
é possível bloquear certas linhas de ar comprimido quando as mesmas não forem
usadas ou mesmo quando for necessário pô-las em manutenção ou reparo.

Figura 4.18 Rede de distribuição em circuito combinado.

192
4.4.2 Divisão da rede de distribuição
A rede de distribuição de ar comprimido é dividida em linha principal
(tronco); tubulação secundária e linha de alimentação. Estas podem ser
confeccionadas com tubos de aço galvanizado ou aço preto.
A escolha do diâmetro da tubulação não é realizada por quaisquer fórmulas
empíricas ou pelo aproveitamento de tubos por acaso existentes no depósito, mas,
sim, levando-se em consideração os seguintes fatores:
• o volume corrente (vazão);
• o comprimento da tubulação;
• o queda de pressão admissível;
• o pressão de trabalho; e
• o número de pontos de estrangulamento na rede.

Toda tubulação deve ser fácil de instalar, resistente à corrosão e de custo


vantajoso. Portanto, a escolha dos tubos que irão compor a tubulação secundária e
os materiais dos quais estes são confeccionados são fatores importantes, como
também os tipos de acessórios ou conexões a serem utilizados. Por isso, devem-se
escolher materiais de alta resistência, durabilidade etc. Os materiais mais utilizados
são:
• cobre;
• latão;
• liga de aço;
• tubo de aço preto;
• tubo de aço zincado (galvanizado);
• borracha;e
• material sintético.

Os materiais da tubulação secundária sofreram uma evolução bastante


rápida. O tubo de cobre, até bem pouco tempo, era um dos mais utilizados. Hoje em
dia, sua aplicação está restrita a instalações mais especificas, montagens rígidas e
locais em que a temperatura e pressão são elevadas. Atualmente são utilizados
tubos sintéticos os quais proporcionam boa resistência mecânica, apresentando uma
elevada força de ruptura e grande flexibilidade.

193
Conforme mostra a figura 4.19, existem conexões e acoplamentos utilizados
nas redes de distribuição de ar comprimido.

TUBOS MANGUEIRAS LISAS MANGUEIRAS ESPIRALADAS


Figura 4.19 Conexões, acessórios, tubos e mangueiras para rede de distribuição de ar comprimido.

As tubulações, em especial nos circuitos abertos, devem ser montadas com


um declive de 1º a 2º na direção do fluxo.

Para interceptar e drenar a água condensada, devem-se instalar derivações


com drenos na parte inferior da tubulação da rede de distribuição. Devido à
formação de água condensada, é necessário que em tubulações
horizontais, as tomadas de ar sejam instaladas na parte superior do tubo
principal.

194
4.5 CONDICIONAMENTO DO AR COMPRIMIDO

Após passar por todo o processo de produção, tratamento e distribuição, o ar


comprimido deve sofrer um último condicionamento, antes de ser colocado para
trabalhar.
Os motivos que evidenciam a necessidade desta etapa são apresentados nos
três parágrafos a seguir.
Como os sistemas pneumáticos são sistemas abertos, o ar, após ser utilizado,
é exaurido para a atmosfera, enquanto que a alimentação aspira ar livre
constantemente. Este ar, por sua vez, está sujeito à contaminação, umidade e às
impurezas procedentes da rede de distribuição. A maioria destas impurezas é retida,
como já foi mencionado, nos processos de preparação, porém partículas pequenas
ficam suspensas e são arrastadas pelo fluxo de ar comprimido, agindo como
abrasivos nas partes móveis dos elementos pneumáticos quando solicitada a sua
utilização. Portanto, é necessário filtrar o ar comprimido antes de ele ser utilizado.
Normalmente, um sistema de produção de ar comprimido atende à demanda
de ar para vários equipamentos pneumáticos. Em todos estes equipamentos está
atuando a mesma pressão. Isto nem sempre é possível, pois, se estivermos atuando
um elemento pneumático com pressão maior do que realmente ele necessita,
estaremos consumindo mais energia que a necessária e podemos até danificá-lo.
Por outro lado, um grande número de equipamentos operando simultaneamente faz
com que a pressão caia, devido à elevação de consumo ocorrida. Portanto, é
necessário ajustar a pressão de trabalho de acordo com as pressões solicitadas
pelos componentes pneumáticos.
Os sistemas pneumáticos e seus componentes são constituídos de partes
móveis que estão sujeitas aos desgastes, às corrosões e, consequentemente, à
inutilização. E para diminuir os efeitos de desgastes, das forças de atrito e facilitar os
movimentos dos componentes pneumáticos, os mesmos devem ser lubrificados
convenientemente.
De acordo com os três últimos parágrafos, pode-se concluir que o objetivo do
condicionamento do ar comprimido é produzir melhores desempenhos dos
componentes e equipamentos pneumáticos uma vez que permite aos mesmos
trabalharem em condições favoráveis, prolongando as suas vidas úteis.

195
O condicionamento de ar comprimido é uma etapa indispensável em qualquer
tipo de sistema pneumático, do mais simples ao mais complexo e está dividida em
quatro partes que são:
• filtragem
• regulagem
• medição e/ou indicação de pressão
• lubrificação.

4.5.1 Filtragem
Esta etapa do condicionamento do ar comprimido tem como função reter as
partículas de impurezas, bem como a água condensada, contidas no ar comprimido
após a sua produção.
A filtragem do ar consiste na aplicação de dispositivos capazes de reter as
impurezas suspensas no fluxo de ar, e em suprimir ainda mais a umidade presente.
É, portanto, necessário eliminar estes dois problemas ao mesmo tempo.
O equipamento normalmente utilizado para este fim é o filtro de ar.

4.5.2 Regulagem
Esta etapa do condicionamento de ar tem como função manter constante a
pressão de trabalho ao longo da rede de distribuição e consumo de ar comprimido.
O equipamento que executa esta função é denominado válvula reguladora
de pressão ou simplesmente regulador de pressão, o qual tem como função:
• compensar automaticamente o volume de ar requerido pelos
equipamentos pneumáticos;
• manter constante a pressão de trabalho (pressão secundária),
independente das flutuações da pressão na entrada (pressão primária)
quando acima do valor regulado. A pressão primária deve ser sempre
superior à pressão secundária, independente dos picos de pressão; e
• funcionar como válvula de segurança.

4.5.3 Indicação ou medição de pressão


Para esta função são utilizados instrumentos como os manômetros. Uma das
funções dos manômetros nos circuitos pneumáticos é indicar o ajuste da intensidade

196
de pressão nas válvulas, que pode influenciar a força exercida sobre os atuadores
pneumáticos.

4.5.4 Lubrificação
Esta etapa do condicionamento de ar tem como função abastecer os
elementos pneumáticos com material lubrificante (óleo especial) a fim de garantir um
desgaste mínimo dos elementos móveis, minimizar as forças de atrito e proteger os
aparelhos contra corrosão. O equipamento responsável pela lubrificação do ar
comprimido é denominado lubrificador de ar comprimido.
A tabela 4.1 mostra alguns tipos de óleos utilizados na lubrificação de
componentes pneumáticos.

Tabela 4.1 Óleos recomendados para lubrificação de componentes pneumáticos.


Fabricante Referência
Shell Shell Tellus C-10
Esso Turbine Oil-32
Esso Spinesso-22
Mobil Oil Mobil Oil DTE-24
Valvoline Valvoline R-60
Castrol Castrol Hyspin AWS-32
Lubrax HR 68 EP
Lubrax Ind CL 45 Of
Texaco Kock Tex-100

A figura 4.13 mostra os componentes pneumáticos responsáveis pelo


condicionamento do ar comprimido.

Figura 4.20 Componentes da unidade de condicionamento de ar comprimido.

197
Tarefa 4.3

Responda às seguintes questões.

Descreva a finalidade das redes de distribuição do ar comprimido.

Qual é a importância do condicionamento de ar comprimido?

Qual é a função dos filtros de ar comprimido?

Qual é a importância da regulação de pressão do ar comprimido?

Qual é a importância da lubrificação do ar comprimido?

198
4.6 VÁLVULAS DE CONTROLE

As válvulas de controle servem para orientar os fluxos de ar, impor bloqueios,


controlar suas intensidades de vazão e pressão. Para facilidade de estudo, as
válvulas pneumáticas foram classificadas em:
• válvulas de controle direcional;
• válvulas de bloqueio;
• válvulas de controle de fluxo; e
• válvulas de controle de pressão.

4.6.1 Válvula de controle direcional


Este tipo de válvula de controle tem como função orientar a direção que o
fluxo de ar deve seguir, a fim de realizar um trabalho proposto. Para um
conhecimento perfeito de uma válvula direcional, devem-se levar em conta os
seguintes dados:
• número de posições;
• número de vias;
• posição inicial;
• tipo de acionamento;
• tipo de retorno; e
• vazão ou pressão de trabalho.

a) número de posições
É a quantidade de manobras distintas que uma válvula direcional pode
executar ou permanecer sob a ação de seu acionamento. O número de posições de
uma VCD é representado graficamente por um retângulo que está dividido em
quadrados. O número de quadrados representados na simbologia é igual ao número
de posições da válvula. Dessa forma, representa-se a quantidade de movimentos
que a VCD executa através dos seus acionamentos.

Figura 4.21 Representação gráfica do número de posições das VCD’s.

199
b) número de vias
É o número de conexões de trabalho que a válvula possui. Consideram-se
como vias: a conexão de entrada de pressão, as conexões de utilização de ar e as
de escape de ar. O número de vias de uma VCD pode ser determinado através dos
símbolos internos que estão presentes em cada quadrado (posição) da mesma.
Como regra prática para determinação do número de vias, separa-se um dos
quadrados e verificam-se quantas vezes o(s) símbolo(s) interno(s) toca(m) os lados
do quadro, obtendo-se, assim, o número de orifícios e em correspondência o número
de vias que a válvula possui. Esses símbolos internos representam uma passagem
de ar ou um bloqueio de ar.

Figura 4.22 Símbolos internos das válvulas de controle.

Para identificar as vias, utilizam-se normas de identificação. A tabela 4.2


apresenta as normas de identificação das vias para as válvulas e controle que
atualmente estão em uso.

Tabela 4.2 Normas para identificação das vias das VCD’s.


Orifício Norma ISO 1219 Norma DIN 24300
Pressão 1 P
Utilização 2 4 6 A B C
Escape 3 5 7 R S T
Pilotagem 10 12 14 X Y Z

c) posição inicial
Corresponde ao quadrado (posição) que possui as vias identificadas por
letras ou números ou, ainda, em esquemas pneumáticos, é a posição que está
interligada a outros dispositivos pneumáticos.

d) tipos de comandos (acionamento e retorno)


Podem ser simples ou combinados. São representados graficamente por
símbolos normalizados e são escolhidos conforme a necessidade de aplicação da
válvula de controle direcional. Os comandos simples podem ser: musculares,
mecânicos, pneumáticos ou elétricos. Como exemplo de comando combinado,

200
temos o comando elétrico e pneumático ou, simplesmente, eletropneumático, dentre
outros.
As tabelas a seguir mostram os símbolos normalizados utilizados para
representação gráfica dos tipos de comandos das válvulas de controle direcional.

Tabela 4.3 Acionamentos musculares. Tabela 4.4 Acionamentos mecânicos.


Símbolo Nome Símbolo Nome

Geral por pino ou apalpador

por botão por mola

por alavanca por rolete

por pedal por gatilho ou rolete escamoteável

Tabela 4.5 Acionamentos elétricos.


Símbolo Nome

por solenoide (bobina simples)

por solenoide (bobina dupla no mesmo sentido)

por solenoide (bobina dupla em sentidos opostos)

Tabela 4.6 Acionamentos pneumáticos.


Símbolo Nome Símbolo Nome
acionamento direto por acionamento indireto por acréscimo de pressão
acréscimo de pressão na válvula de pilotagem (servopiloto positivo)
(positivo)

acionamento direto por acionamento indireto por decréscimo de


decréscimo de pressão pressão na válvula de pilotagem (servopiloto
(negativo) negativo)

acionamento direto por pressão


diferencial

201
Tabela 4.7 Acionamentos combinados.
Símbolo Nome

por solenoide E acréscimo de pressão

por solenoide OU acréscimo de pressão

por solenoide E acréscimo de pressão OU por botão E acréscimo de pressão

A figura a seguir mostra modelos comerciais de válvulas de controle


direcional.

Figura 4.23 Modelos comerciais de válvulas de controle direcional.

Para compreender melhor a classificação e representação de uma válvula de


controle direcional, vamos ao exercício resolvido a seguir!

202
Exercício resolvido 4.1

Seja a válvula de controle direcional representada pela figura a seguir.


Determine o número de vias; o número de posições; o tipo de acionamento e o
tipo de retorno. Em seguida, faça uma breve descrição sobre seu
funcionamento.

Válvula direcional Classificação


Válvula de controle direcional, com 3 vias, 2 posições,
acionamento por pino ou apalpador e retorno por mola.

FUNCIONAMENTO:

Estando o pino desacionado, ou seja, na posição inicial devido à


ação da mola, a sua via 1 está bloqueada e o ar contido em sua
via 2 escapa para atmosfera através da passagem de ar da via 2
para via 3. Ao acionar o pino, a via 3 fica bloqueada e o ar
comprimido passa de sua via 1 para sua via 2.

203
Tarefa 4.4

Para a válvula de controle direcional representada a seguir determine: o


número de vias; o número de posições; o tipo de acionamento e o tipo de
retorno. Em seguida, faça uma breve descrição sobre seu funcionamento.

Válvula direcional Classificação


Nº de vias: ______________________
Nº de posições: ______________________
Acionamento: ______________________
______________________
______________________
Retorno: ______________________
______________________
______________________
Funcionamento:

204
Classifique as válvulas de controle direcional a seguir de acordo com seu
número de vias; número de posições; tipo de acionamento; e tipo de retorno.

Nº de vias: _______________________________________
Nº de posições: _______________________________________
Acionamento: _______________________________________
Retorno: _______________________________________

Nº de vias: _______________________________________
Nº de posições: _______________________________________
Acionamento: _______________________________________
Retorno: _______________________________________

Nº de vias: _______________________________________
Nº de posições: _______________________________________
Acionamento: _______________________________________
Retorno: _______________________________________

Associe as colunas abaixo de acordo com cada tipo de comando das VCD’s.

(a) acionamento muscular (XXX)

(b) acionamento mecânico (XXX)

(c) acionamento elétrico (XXX)

(d) acionamento pneumático (XXX)

(XXX)

205
Associe as colunas abaixo de acordo com a classificação das VCD.
(a) (XXX) 5 vias e 2 posições; normal aberta
(XXX) 4 vias e 3 posições; normal fechada
(XXX) 2 vias e 2 posições; normal fechada
(b) (XXX) 3 vias e 2 posições; normal fechada
(XXX) 2 vias e 2 posições; normal aberta
(XXX) 3 vias e 2 posições; normal aberta
(c)
(XXX) 5 vias e 2 posições; normal fechada
(XXX) 4 vias e 3 posições; normal aberta

(d)

206
4.6.2 Válvulas de bloqueio
Essas válvulas têm como função impedir o fluxo de ar comprimido em um
sentido determinado e possibilitar o livre fluxo no sentido oposto.
As válvulas de bloqueio são divididas em:
• válvula de retenção com mola e sem mola;
• válvula de escape rápido;
• válvula de isolamento (elemento OU); e
• válvula de simultaneidade (elemento E).

Tabela 4.8 Válvulas de bloqueio.


Válvula Funcionamento
Com o fluido no sentido da via 1 para via 2, o ar pressiona o
elemento de vedação, empurrando-o e, então, atravessa o
elemento de vedação através das chamadas janelas circulantes.
retenção com mola

No sentido oposto (isto é, da via 2 para via 1), o fluido encontrará


a mola totalmente distendida e o elemento de vedação estará
localizada em seu assento impedindo a passagem de ar.

A válvula de retenção sem mola possui funcionamento similar a


esta válvula. Também há a válvula de retenção pilotada. Neste
caso, um sinal de comando pneumático libera a passagem do ar.
Quando a entrada (via 1) for pressurizada, então, o ar faz com
que a membrana seja deslocada impedindo a passagem de ar
através da via de escape (via 3); dessa forma, o ar flui passando
através da via de entrada (via 1) para a via de utilização (via 2).
escape rápido

Quando a via de entrada (via 1) for despressurizada, a pressão


do ar existente na via de utilização (via 2) fará com que o
elemento de vedação seja deslocado impedindo a passagem de
ar através da via de entrada; dessa forma, o ar presente na via de
utilização será despejado na atmosfera através da via de escape
(via 3).

207
Tabela 4.8 Válvulas de Bloqueio (continuação).
Válvula Funcionamento
Quando o ar comprimido é aplicado a uma das entradas (via X ou
válvula de isolamento (elemento OU)

via Y), o elemento de vedação desloca-se em direção a outra via


de entrada fechando-a e impedindo a passagem de ar através
desta; então o ar comprimido flui para a via de utilização (via A).

Quando o fornecimento de ar comprimido for encerrado, o


elemento de vedação mantém a posição adquirida e o ar que foi
utilizado retorna pelo mesmo percurso.

Se PX = PY = P ⇒ PA = P (1º sinal de pressão)


Se PX > PY ⇒ PA = PX (pressão mais alta)
Se PX < PY ⇒ PA = PY (pressão mais alta)
Quando o ar comprimido é aplicado a uma das entradas (via X ou
via Y), o elemento de vedação se desloca fechando a própria
válvula de simultaneidade

entrada que recebeu o sinal de pressão, deixando livre a


passagem de ar através da outra entrada (entrada oposta) que,
(elemento E)

ao receber pressão de alimentação, permite a passagem para a


utilização (via A).

Se PX = PY = P ⇒ PA = P (2º sinal de pressão)


Se PX > PY ⇒ PA = PY (pressão mais baixa)
Se PX < PY ⇒ PA = PX (pressão mais baixa)

( a ) retenção ( b ) escape rápido


Figura 4.24 Modelos comerciais de válvulas de bloqueio.

208
Tarefa 4.5

Nas questões a seguir, marque a alternativa correta.

1. Na válvula de isolamento (elemento OU) com pressões iguais nas duas entradas,
a pressão de saída será igual à/ao:
( a ) valor médio das pressões de entrada.
( b ) pressão da primeira entrada pressurizada.
( c ) soma das pressões das entradas.
( d ) pressão da segunda entrada pressurizada.

2. Na válvula de isolamento (elemento OU) com pressões diferentes nas suas


entradas, a pressão de saída será igual à:
( a ) maior pressão de entrada.
( b ) menor pressão de entrada.
( c ) pressão da primeira entrada pressurizada.
( d ) pressão da segunda entrada pressurizada.

3. Na válvula de simultaneidade (elemento E) com pressões iguais nas suas


entradas, a pressão de saída será igual à/ao:
( a ) valor médio das pressões de entrada.
( b ) pressão da primeira entrada pressurizada.
( c ) soma das pressões das entradas.
( d ) pressão da segunda entrada pressurizada.

4. Na válvula de simultaneidade (elemento E) com pressões diferentes nas suas


entradas, a pressão de saída será igual à:
( a ) maior pressão de entrada.
( b ) menor pressão de entrada.
( c ) pressão da primeira entrada.
( d ) pressão da segunda entrada.

209
4.6.3 Válvulas de controle de fluxo
Estas válvulas de controle são utilizadas em situações nos quais ocorre a
necessidade de diminuir a quantidade de ar que passa através de uma tubulação.
Essa situação é mais frequente quando se necessita regular a velocidade de um
cilindro ou formar condições de temporização pneumática. Portanto, esse tipo de
válvula é a solução ideal quando se necessita influenciar o fluxo de ar comprimido.
As válvulas de controle de fluxo podem ser fixas ou variáveis; e estas podem
ser unidirecionais ou bidirecionais. Serão abordados neste estudo os seguintes tipos
de válvulas de controle de fluxo:
• válvula de controle de fluxo fixa bidirecional;
• válvula de controle de fluxo variável bidirecional; e
• válvula de controle de fluxo variável unidirecional.

Tabela 4.9 Válvulas de controle de fluxo.


Válvula Funcionamento
Essa válvula recebe esse nome porque não permite ajuste,
bidirecional

sendo a restrição permanente de mesmo diâmetro, e o fluxo é


fixa

controlado igualmente em ambas as direções (ou seja, Fluxo 1-2

= Fluxo 2-1).

É utilizada quando se necessita variar a intensidade do fluxo de


ar em função de algum ajuste de operação, como, por exemplo,
variável bidirecional

o ajuste de velocidade de um atuador.

Essa válvula possui um parafuso cônico regulável que pode


aproximar-se ou afastar-se de um assento. Essa regulagem
permite a passagem de maior ou menor quantidade de fluido
através da válvula.
Essa válvula é formada por um dispositivo de controle de fluxo
variável e uma válvula de retenção. No sentido de passagem de
variável unidirecional

ar da via 1 para a via 2 (Figura a), o ar flui livremente através da


retenção que se abre.

No sentido inverso (Figura b), a válvula de retenção fecha-se,


impedindo o fluxo de ar e obrigando que o ar passe pela via em
que a restrição é controlada por um parafuso de ajuste.

Nessa válvula Fluxo 1-2 > Fluxo 2-1.

210
A figura 4.25 mostra alguns modelos comerciais de válvulas de controle de
fluxo.

Figura 4.25 Modelos comerciais de válvulas de controle de fluxo.

4.6.4 Válvulas de controle de pressão


Essas válvulas têm como função influenciar ou serem influenciadas por
determinada intensidade de pressão de um sistema. Portanto, essas válvulas podem
limitar a pressão máxima em um reservatório, linha de ar comprimido ou
compressor; podem detectar o fim de um movimento sem a presença de um fim de
curso apenas pela elevação de pressão, e controlar a “energia” pneumática
fornecida a um sistema pneumático.
Dentre as válvulas de controle de pressão serão abordadas, neste estudo, a:
• válvula de alívio ou limitadora de pressão;
• válvula de sequência; e
• válvula reguladora de pressão.

Tabela 4.10 Válvulas de controle de pressão.


Válvula Funcionamento
Seu funcionamento consiste em posicionar um êmbolo ou esfera
sobre uma sede, através de uma mola que teve sua tensão
ajustada por meio de um parafuso e porca de regulagem.
válvula de alívio

Havendo uma elevação de pressão acima do valor regulado, o


êmbolo ou a esfera se desloca da sede, fazendo com que o
excesso de ar tenha caminho livre para a atmosfera.

Com o equilíbrio de pressão, a mola posiciona o êmbolo ou esfera


na sede e a válvula se fecha.

211
Tabela 4.10 Válvulas de controle de pressão (continuação).
Válvula Funcionamento
Seu funcionamento é basicamente o mesmo da válvula de alívio;
porém, a sua saída de ar é utilizada para comandos ou emissão
válvula de sequência

de sinais a qualquer outro elemento pneumático (válvula ou


atuador).

Essa válvula está presente na unidade de condicionamento


apresentada nesta unidade.

O ar comprimido atravessa a válvula apenas se a válvula de


assento estiver aberta.
reguladora de pressão

Se a pressão de saída (via 2) exceder à pressão regulada (ajuste


da mola), o diafragma será deslocado para cima (contra a mola
de regulagem), abrindo a passagem de ar para atmosfera através
da via de escape (via 3).
Quando a pressão de saída normalizar, o diafragma volta a sua
posição de assento e o ar volta a circular normalmente através da
abertura regulável.

Figura 4.26 Modelos comerciais de válvulas de controle de pressão.

Tarefa 4.6

Na questão a seguir, marque a alternativa correta.

1. Para o regulador de pressão funcionar corretamente, a pressão de entrada deve:


( a ) ser sempre igual à pressão de saída.
( b ) ser sempre menor do que a pressão de saída.
( c ) ser sempre maior do que a pressão de saída.
( d ) não influenciar na pressão de saída.

212
4.7 ATUADORES PNEUMÁTICOS LINEARES

Os atuadores pneumáticos são elementos mecânicos que, por meio de


movimentos lineares ou rotativos, transformam a energia cinética gerada pelo ar
pressurizado e em expansão, em energia mecânica, produzindo trabalho.
Serão abordados neste estudo apenas os atuadores pneumáticos de
movimento linear, dentre os quais podemos destacar:
• cilindros de simples ação ou simples efeito;
• cilindros de dupla ação ou duplo efeito;
• cilindros de dupla ação ou duplo efeito com amortecimento; e
• cilindros de dupla ação ou duplo efeito com êmbolo magnético.

4.7.1 Cilindro de simples ação ou simples efeito


Esse tipo de atuador pneumático possui movimento de avanço ou retorno
pela ação de uma mola interna ao seu tubo cilíndrico (ou camisa), podendo ainda ter
retorno por força externa.
As figuras 4.27, 4.28 e 4.29 mostram os funcionamentos dos cilindros de
simples ação com avanço por mola, retorno por mola e retorno por ação de força
externa, respectivamente.

Figura 4.27 Funcionamento do cilindro de simples ação com avanço por mola.

213
Figura 4.28 funcionamento do cilindro de simples ação com retorno por mola.

Figura 4.29 Funcionamento do cilindro de simples ação com retorno por ação de força externa.

214
4.7.2 Cilindro de dupla ação ou duplo efeito
Esse tipo de atuador pneumático possui tanto o avanço como o retorno
comandado através de ar comprimido. A figura 4.19 mostra o funcionamento de um
cilindro de dupla ação.

Figura 4.30 Funcionamento do cilindro de dupla ação.

4.7.3 Amortecimento e êmbolo magnético


A função do amortecimento é absorver a energia cinética excessiva gerada
em função das velocidades de avanço e de retorno que o atuador desenvolve
durante o seu funcionamento. O amortecimento só entra em ação a partir de uma
determinada posição do êmbolo na qual o ar passa através de uma restrição que
pode ser fixa ou variável. Dessa forma o amortecimento será responsável pela
redução do impacto no fim de curso do atuador.

Figura 4.31 Funcionamento amortecimento no retorno de um cilindro.

O êmbolo magnético é utilizado como alternativa em aplicações onde se faz


necessário detectar o fim de curso do atuador. Para isso é necessário instalar junto
ao êmbolo do cilindro um imã permanente e sensores magnéticos na parte externa

215
da camisa do cilindro. A figura 4.21 mostra esse tipo de atuador. Note que o mesmo
também possui amortecimento variável para o avanço e para o retorno!

Figura 4.32 Cilindro de dupla ação com êmbolo magnético e


amortecimento variável no avanço e no retorno.

O amortecimento pode ser fixo ou variável e pode ser instalado no cabeçote


traseiro ou dianteiro do cilindro, ou em ambos. Dessa forma, podemos ter
cilindros com amortecimento no avanço, no retorno ou no avanço e no
retorno do curso da haste do cilindro.

Tanto os cilindros de simples ação, como os cilindros de dupla ação, podem


utilizar o amortecimento e/ou o embolo magnético.

Figura 4.33 Modelos comerciais de cilindros pneumáticos.

216
Tarefa 4.7

Responda às seguintes questões.

Qual é a função dos atuadores pneumáticos?

Qual é a diferença entre cilindros de simples ação e cilindros de dupla ação?

217
4.8 SIMBOLOGIAS DOS COMPONENTES PNEUMÁTICOS

Os símbolos apresentados a seguir estão de acordo com a norma DIN/ISSO


1929 de agosto de 1978, ainda em vigor.

Tabela 4.11 Símbolos pneumáticos.


Denominação Característica Símbolo

produz ar comprimido (fluxo em apenas um


compressor
sentido)

fonte de ar comprimido

linha de trabalho linha para transmissão de energia.

linha para transmissão de energia de comando


linha de comando
(inclusive ajuste e regulagem).
união fixa, por exemplo, soldada, chumbada ou
união de linhas parafusada (inclusive conexões e uniões
rosqueadas).

linhas cruzadas cruzamento de linhas não conectadas.

simples, não conectável (escape livre).


conexão de descarga
rosqueado por conexão (canalizado ou dirigido).

resfriador de ar

silenciador

reservatório de ar

manômetro instrumento de medição de pressão

218
Tabela 4.11 Símbolos pneumáticos (continuação)
Denominação Característica Símbolo

filtro de ar

com dreno manual.


separador
de água
(purgador)
com dreno automático.

filtro com dreno manual.


com separador
de água
(purgador) com dreno automático.

unidade à qual se adicionam pequenas


lubrificador quantidades de óleo ao ar passante para a
lubrificação dos equipamentos.

utilizado para retirar a umidade do ar comprimido


secador
após a sua produção.

composto por filtro; regulador; indicador e


unidade
lubrificador.
de condicionamento
de ar comprimido

símbolo simplificado.

VCD com duas vias e duas posições; posição


normal fechada (NF).
válvulas
de controle VCD com duas vias e duas posições; posição
direcional normal aberta (NA).
(VCD)
VCD com três vias e duas posições; posição
normal fechada (NF).

219
Tabela 4.11 Símbolos pneumáticos (continuação).
Denominação Característica Símbolo

VCD com três vias e duas posições; posição


normal aberta (NA).

VCD com quatro vias e duas posições.

VCD com quatro vias e duas posições.

VCD com cinco vias e duas posições.

VCD com cinco vias e duas posições.

VCD com três vias e três posições. Posição


válvulas
intermediária fechada.
de controle
direcional
VCD com quatro vias e três posições. Posição
(VCD)
intermediária fechada (centro fechado).

VCD com quatro vias e três posições. Posição


intermediária com saídas em exaustão (centro
aberto negativo).
VCD com quatro vias e três posições. Posição
intermediária com saídas em pressão (centro
aberto positivo).
VCD com cinco vias e três posições. Posição
intermediária com saídas em pressão (centro
fechado).
VCD com cinco vias e três posições. Posição
intermediária com saídas em exaustão (centro
aberto negativo).
VCD com cinco vias e três posições. Posição
intermediária com saídas em pressão (centro
aberto positivo).

220
Tabela 4.11 Símbolos pneumáticos (continuação).
Denominação Característica Símbolo

válvula de retenção sem mola.

válvula de retenção com mola.

válvula de escape rápido.


válvulas
de bloqueio

válvula de isolamento (elemento OU).

válvula de simultaneidade (elemento E).

válvula de controle de fluxo fixa bidirecional.

válvulas
de controle válvula de controle de fluxo variável bidirecional.
de fluxo

válvula de controle de fluxo variável


unidirecional.

válvula de sequência.

válvulas
de controle válvula de alívio ou válvula de segurança.
de pressão

válvula reguladora de pressão.

221
Tabela 4.11 Símbolos pneumáticos (continuação).
Denominação Característica Símbolo

cilindro de simples ação com retorno por


mola.

cilindros
de simples ação cilindro de simples ação com avanço por
ou mola.
duplo efeito

cilindro de simples ação com retorno por força


externa.

cilindro de dupla ação com haste unilateral.

cilindro de dupla ação com haste passante.

cilindro de dupla ação com êmbolo


magnético.

cilindro de dupla ação com amortecimento


cilindros
fixo no avanço.
de dupla ação
ou
cilindro de dupla ação com amortecimento
duplo efeito
fixo no recuo.

cilindro de dupla ação com amortecimento


fixo no avanço e no recuo.

cilindro de dupla ação com amortecimento


regulável no avanço e no recuo.

cilindro de dupla ação com amortecimento


regulável no avanço e no recuo e êmbolo
magnético.

222
4.9 CIRCUITOS PNEUMÁTICOS E ELETROPNEUMÁTICOS BÁSICOS

Com as informações expostas nesta unidade, é possível compreender e


realizar montagens de circuitos pneumáticos básicos.
Para simplificar este estudo, vamos, inicialmente, apresentar exemplos de
circuitos pneumáticos simples e de fácil compreensão. Em seguida, apresentaremos
os circuitos eletropneumáticos equivalentes aduzindo-lhes seus respectivos circuitos
de comando elétrico. Tenha um bom estudo!

4.9.1 Comandos diretos para cilindro de simples ação

Exercício resolvido 4.2

Descreva os funcionamentos dos circuitos pneumáticos a seguir.

Circuito pneumático Funcionamento


Quando o botão da válvula direcional 1.1 for acionado, a haste do
cilindro deve avançar; porém, quando o botão for solto, a haste do
cilindro deve retornar devido à ação da mola interna.

Os movimentos de avanço e de retorno do atuador ocorrem em alta


velocidade e causam um impacto forte quando o êmbolo completa seu
movimento.
Figura 4.34 Comando
direto para CSA sem
regulagem de velocidade.

223
Circuito pneumático Funcionamento
O funcionamento desse circuito pneumático será semelhante ao caso
anterior, ou seja, quando o botão da válvula direcional 1.1 for acionado,
a haste do cilindro deve avançar; porém, quando o botão for solto, a
haste do cilindro deve retornar devido à ação da mola interna.

Porém, entre a válvula 1.1 e o atuador 1.0 existe uma válvula de


controle de fluxo variável unidirecional. Esta está montada de maneira
que o atuador terá seu movimento de avanço com ajuste de velocidade
e o seu movimento de retorno sem ajuste de velocidade.
Figura 4.35 Comando
direto para CSA com
regulagem de
velocidade no avanço.

Vamos a uma dica! No circuito pneumático, o símbolo da válvula de


controle de fluxo variável unidirecional estabelece o sentido de controle de
velocidade do movimento do atuador. Isto é, para o circuito pneumático da
figura 4.35, a válvula 1.01 aponta para o cilindro; logo, o cilindro terá seu
movimento de avanço com velocidade controlada e seu movimento de
retorno será rápido.

Com duas válvulas de controle de fluxo variável unidirecional, montadas em


sentidos opostos, forma-se uma válvula de controle de fluxo variável
bidirecional.

224
Tarefa 4.8

Descreva os funcionamentos dos circuitos pneumáticos a seguir.

Circuito pneumático Funcionamento

Figura 4.36 Comando


direto para CSA com
regulagem de
velocidade no recuo.

Circuito pneumático Funcionamento

Figura 4.37 Comando


direto para CSA com
regulagem de
velocidade de avanço e
recuo.

225
4.9.2 Comandos diretos para cilindro de dupla ação

Exercício resolvido 4.3

Descreva os funcionamentos dos circuitos pneumáticos a seguir.

Circuito pneumático Funcionamento


Acionando-se o botão da VCD 1.1 e estando o
botão da VCD 1.2 desacionado, então o cilindro
irá avançar em alta velocidade.

Acionando-se o botão da VCD 1.2 e estando o


botão da VCD 1.1 desacionado, então o cilindro
irá recuar em alta velocidade.
Figura 4.38 Comando direto para CDA
sem regulagem de velocidade. Tanto o avanço como o recuo do cilindro será
interrompido sempre que as VCD’s forem
desacionadas.

Circuito pneumático Funcionamento


Este circuito funciona de maneira similar ao
circuito anterior, porém tanto o avanço como o
retorno podem ter suas velocidades controladas.

Acionando-se o botão da VCD 1.1 e estando o


botão da VCD 1.2 desacionado, então o cilindro
irá avançar com velocidade controlada através da
válvula de controle de fluxo variável unidirecional
1.01.
Figura 4.39 Comando direto para CDA
com regulagem de velocidade Acionando-se o botão da VCD 1.2 e estando o
na direção do cilindro. botão da VCD 1.1 desacionado, então o cilindro
irá recuar com velocidade controlada através da
válvula de controle de fluxo variável unidirecional
1.02.

226
Tarefa 4.9

Descreva os funcionamentos dos circuitos pneumáticos a seguir.

Circuito pneumático Funcionamento

Figura 4.40 Comando direto para CDA


com regulagem de velocidade
na direção da VCD.

Circuito pneumático Funcionamento

Figura 4.41 Comando direto para CDA


com regulagem de velocidade
nas saídas de escape da VCD.

227
4.9.3 Comandos indiretos para cilindros

Exercício resolvido 4.4

Descreva os funcionamentos dos circuitos pneumáticos a seguir.


Circuito pneumático Funcionamento
Ao se acionar o botão da VCD 1.2, o ar comprimido circula da via
1 para a via 2 e é transferido para o interior da câmara traseira do
cilindro através da válvula de isolamento causando, assim, o seu
avanço rápido. No momento em que o botão da VCD 1.2 for
solto, esta retornará a sua posição inicial pela ação de sua mola
interna e o ar que foi utilizado para avançar o cilindro será
expulso do mesmo através da passagem de ar entre as vias 2 e
3 da VCD 1.2. então, a mola interna ao cilindro irá causar seu
recuo imediato.
Caso seja acionada a VCD 1.4, o mesmo efeito descrito para a
Figura 4.42 Comando indireto VCD 1.2 será observado. Portanto, se qualquer uma das duas
para CSA através da válvula de válvulas for acionada (separadamente ou simultaneamente);
isolamento (elemento OU). nesse caso ocorrerá pressurização da câmara traseira do cilindro
e o mesmo avançará, porém, no instante em que as duas
válvulas forem desacionadas, o cilindro será recuado.

Circuito pneumático Funcionamento


Ao se acionar o botão da VCD 1.2, o ar comprimido circula da via
1 para a via 2 e seque em direção a via X da válvula de
simultaneidade a qual fica autobloqueada pelo ar comprimido.
Dessa forma não haverá ar na câmara traseira do cilindro e o
mesmo permanecerá recuado. Para que o cilindro avance, é
necessário acionar o botão da VCD 1.4; assim o ar comprimido
irá circular da via 1 para a via 2 da VCD 1.4 e passará da via Y
para a via A da válvula de simultaneidade, pressurizando a
câmara traseira do cilindro e causando seu avanço. Se qualquer
uma das duas VCD’s for desacionada, então o ar na saída da
Figura 4.43 Comando indireto
válvula de simultaneidade será descartado para a atmosfera e o
para CSA através da válvula de
cilindro então recuará devido à ação de sua mola interna.
simultaneidade (elemento E).
Portanto, neste circuito, o cilindro só será avançado se ambas as
VCD’s 1.2 e 1.4 forem acionadas simultaneamente.

228
Circuito pneumático Funcionamento
Este circuito pneumático possui duas válvulas de pilotagem da
VCD 1.1 para comandar o avanço e o retorno do cilindro de
dupla ação. Quando a VCD 1.2 for acionada, a VCD 1.1 irá
assumir sua posição do quadrado a esquerda e causará o
avanço do cilindro em alta velocidade. Quando a VCD 1.3 for
acionada, a VCD 1.1 irá assumir sua posição do quadrado a
direita e causará o recuo do cilindro em alta velocidade. Em
ambos os casos (avanço ou recuo do cilindro), as vias 12 e 14

Figura 4.44 Comando indireto da VCD 1.1 não necessitam de pressão por longos períodos:

para CDA com VCD pilotada. basta somente um pulso na VCD 1.2 ou na VCD 1.3 para que o
cilindro execute um movimento o qual não será interrompido
pelo desacionamento das VCD’s de pilotagem.

229
Tarefa 4.10

Descreva o funcionamento do circuito pneumático a seguir.

Figura 4.45 Circuito pneumático com pilotagem indireta


através das válvulas de simultaneidade e de isolamento.

230
4.9.4 Comandos repetitivos para cilindros

Exercício resolvido 4.5

Descreva o funcionamento do circuito pneumático a seguir.


Circuito pneumático Funcionamento
Considerando o cilindro inicialmente recuado, então o rolete 1.2
está inicialmente acionado. Ao ser aplicada pressão no sistema
a VCD 1.2 permitirá a passagem de ar para a via 14 da VCD
1.1, e o cilindro avançará. Imediatamente após o cilindro iniciar
seu movimento de avanço, a via 14 da VCD 1.1 será
despressurizada, porém o cilindro irá prosseguir com seu curso
de avanço até que a haste do cilindro acione o rolete 1.3, o qual
fará com que a VCD 1.3 libere a passagem de ar para a via 12

Figura 4.46 Comando indireto da VCD 1.1 que, por sua vez, irá manobrar a mesma para a sua

repetitivo para CDA. posição cuja passagem de ar permite o recuo do cilindro. Como
ocorreu durante o início do movimento de avanço do cilindro, ao
se iniciar o movimento de recuo do cilindro, o rolete 1.3 será
desacionado, porém a VCD 1.1 irá manter sua posição até que
a haste do cilindro acione novamente o rolete 1.2, causando um
novo ciclo de avanço e recuo do cilindro. Essa situação irá
ocorrer automaticamente enquanto houver ar comprimido no
sistema.

231
Tarefa 4.11

No circuito pneumático a seguir, considere inicialmente o cilindro 1.0 e,


então descreva o seu funcionamento quando o sistema for alimentado com
ar comprimido.

232
4.9.5 Circuitos eletropneumáticos
Circuitos eletropneumáticos são os circuitos pneumáticos onde há pelo menos
uma válvula de controle direcional comandada eletricamente ou uma servoválvula
instalada.
Os comandos das VCD’s podem ser simples ou combinados. Nessas
válvulas, o sinal de comando elétrico pode ser um sinal digital em tensão contínua (0
ou 24VDC) ou alternada (0 ou 120VAC e 0 ou 220AC) proveniente de um circuito de
comando elétrico, circuito eletrônico digital, controlador lógico programável et cetera.
Para as servoválvulas, o comando elétrico deve ser variável em corrente
elétrica em geral, pode-se comandar as servoválvulas com correntes de 0 a 1
amperes provenientes de controladores com saída analógica em corrente elétrica
amplificada.
Os circuitos eletropneumáticos possuem as vantagens de minimizar a
utilização de válvulas de controle direcional e, assim, reduzir os custos de instalação
e manutenção do circuito pneumático, pois apresentam menos pontos sujeitos aos
vazamentos de ar comprimido e necessitam de espaços físicos menores para sua
instalação. Outra vantagem é que os circuitos eletropneumáticos podem ser
operados a longas distâncias e em altas velocidades.
Não se deve utilizar um circuito eletropneumático em ares com classificação
de risco de incêndio ou de explosão devido à geração de centelhas causadas pelo
acionamento do solenoide. Nesses casos, deve-se instalar o circuito
eletropneumático dentro de quadros especiais a prova de explosão e, além disso, a
fiação elétrica utilizada para comandar o circuito eletropneumático deve ser instalado
em tubulação metálica devidamente isolada da área de risco.
Para facilitar o entendimento do funcionamento dos circuitos
eletropneumáticos, serão apresentados a seguir os circuitos eletropneumáticos
equivalentes aos circuitos pneumáticos de comandos diretos, indiretos e repetitivos
estudados no tópico anterior desta unidade de estudo.

a) circuitos eletropneumáticos equivalentes para comando direto de CSA


A figura a seguir mostra um exemplo de circuito pneumático de acionamento
direto para cilindro de simples ação com retorno por mola e seu equivalente
eletropneumático. O circuito eletropneumático utiliza uma VCD comanda por
solenoide a qual é acionada pelo circuito de comando elétrico da figura 4.47-c.

233
( a ) circuito pneumático ( b ) circuito eletropneumático ( c ) comando elétrico
Figura 4.47 Circuito pneumático de acionamento direto para CSA
com retorno por mola e seu equivalente eletropneumático.

Através da análise do circuito de comando elétrico da figura 4.47-c, pode-se


concluir que o circuito eletropneumático da figura 4.47-b funciona da seguinte
maneira:
Quando a botoeira B0 for acionada, o solenoide V1 será energizado e o
cilindro avançará. Quando a botoeira B0 for desacionada, o solenoide V1 será
desenergizado, a VCD volta à sua posição inicial e o cilindro recuará imediatamente
pela ação de sua mola interna. Neste circuito, tanto o avanço como o retorno do
cilindro são feitos em alta velocidade.

O mesmo circuito de comando elétrico da figura 4.47-c também pode ser


utilizado para comandar os circuitos eletropneumáticos com regulagem de
velocidade no avanço, no recuo e no avanço e no recuo do cilindro mostrados nas
figuras a seguir.

( a ) controle de velocidades de ( b ) controle de velocidade de ( c ) controle de velocidades de


recuo do CSA. avanço do CSA. avanço e de recuo do CSA.
Figura 4.48 Circuito pneumático de acionamento direto com controle de velocidade
para CSA com retorno por mola e seu equivalente eletropneumático.

234
b) circuitos eletropneumáticos equivalentes para comando indireto de
CSA
A figura a seguir mostra um exemplo de circuito pneumático de acionamento
indireto através de válvula de isolamento para CSA com retorno por mola e seu
equivalente eletropneumático.

( a ) circuito pneumático ( b ) circuito eletropneumático ( c ) comando elétrico


Figura 4.49 Circuito pneumático de acionamento indireto através de válvula de isolamento
para CSA com retorno por mola e seu equivalente eletropneumático.

Pela análise do circuito de comando elétrico da figura 4.49-c, pode-se concluir


que o circuito eletropneumático da figura 4.49-b funciona da seguinte maneira:
Quando a botoeira B0 ou a botoeira B1 for acionada, o solenoide V1 será
energizado e o cilindro avançará. Quando ambas as botoeiras B0 e B1 forem
desacionadas, o solenoide V1 será desenergizado, a VCD voltará à sua posição
inicial, e o cilindro recuará imediatamente pela ação de sua mola interna.

A associação em paralelo das botoeiras B0 e B1, vista no circuito de


comando elétrico da figura 4.49-c, corresponde à função lógica OU
implementada pela válvula de isolamento no circuito pneumático da figura
4.49-a.

A figura a seguir mostra um exemplo de circuito pneumático de acionamento


indireto através de válvula de simultaneidade para CSA com retorno por mola e seu
equivalente eletropneumático.

235
( a ) circuito pneumático ( b ) circuito eletropneumático ( c ) comando elétrico
Figura 4.50 Circuito pneumático de acionamento indireto através de válvula de simultaneidade
para CSA com retorno por mola e seu equivalente eletropneumático.

A análise do circuito de comando elétrico da figura 4.50-c fornece a seguinte


descrição do funcionamento do circuito eletropneumático da figura 4.50-b:
Quando as botoeiras B0 e B1 forem acionadas simultaneamente, o solenoide
V1 será energizado e o cilindro avançará. Quando a botoeira B0 ou a botoeira B1 for
desacionada, o solenoide V1 será desenergizado, a VCD volta à sua posição inicial
e o cilindro recuará imediatamente pela ação de sua mola interna. Portanto, para
manter o cilindro avançado, é necessário manter as duas botoeiras pressionadas ao
mesmo tempo.

A associação em série das botoeiras B0 e B1 vista no circuito de comando


elétrico da figura 4.50-c corresponde à função lógica. E, implementada pela
válvula de simultaneidade no circuito pneumático da figura 4.50-a.

236
c) circuito eletropneumático equivalente para comando direto de CDA
A figura a seguir mostra um exemplo de circuito pneumático de acionamento
indireto através de válvulas de controle direcional para CDA e seu equivalente
eletropneumático.

( a ) circuito pneumático ( b ) circuito eletropneumático ( c ) comando elétrico


Figura 4.51 Circuito pneumático de acionamento direto para CDA
e seu equivalente eletropneumático.

Pelo diagrama de comando elétrico da figura 4.51-c, é possível notar que o


circuito eletropneumático da figura 4.51-b funciona da seguinte maneira:
Quando a botoeira B0 for acionada, o solenoide V1 será energizado e o
cilindro avançará desde que a botoeira B1 não esteja acionada também. Estando o
cilindro em movimento e, se a botoeira B0 for desacionada, o solenoide V1 será
desenergizado e o cilindro para seu movimento de avanço imediatamente de forma
similar; o recuo do cilindro ocorrerá quando a botoeira B1 for acionada. Neste caso,
o solenoide V2 será energizado e o cilindro recuará desde que a botoeira B0 não
esteja acionada. Se durante o movimento de recuo do cilindro a botoeira B1 for
desacionada, o solenoide V2 será desenergizado e o cilindro cessará o seu
movimento de recuo imediatamente.

Neste exemplo, o cilindro realizará um movimento somente se uma das


duas botoeiras for acionada por vez. Para completar o movimento do
cilindro é necessário manter a botoeira correspondente ao movimento
pressionada até o fim do movimento.

237
d) circuito eletropneumático equivalente para comando indireto de CDA
A figura a seguir mostra um exemplo de circuito pneumático de acionamento
indireto através de válvula de controle direcional para CDA e seu equivalente
eletropneumático.

( a ) circuito pneumático ( b ) circuito eletropneumático ( c ) comando elétrico


Figura 4.52 Circuito pneumático de acionamento indireto para CDA
e seu equivalente eletropneumático.

As análises o diagrama de comando elétrico da figura 4.52-c revelam o


seguinte funcionamento do circuito eletropneumático da figura 4.52-b:
Quando a botoeira B0 for acionada, o solenoide V1 será energizado e o
cilindro avançará. Se, durante o curso de avanço do cilindro, a botoeira B0 for
desacionada, o solenoide V1 será desenergizado, porém o cilindro completará o seu
movimento de avanço. Por outro lado, quando a botoeira B1 for acionada, o
solenoide V2 será energizado e o cilindro recuará. Se, durante o curso de recuo do
cilindro, a botoeira B1 for desacionada, o solenoide V2 será desenergizado, porém o
cilindro completará o seu movimento de recuo.

Também neste exemplo, o cilindro só iniciará um movimento se uma das


duas botoeiras for acionada por vez. Porém, para completar o movimento
do cilindro não é necessário manter a botoeira correspondente ao
movimento pressionada até o fim do mesmo.

238
e) circuito eletropneumático equivalente para comando repetitivo de
CDA
A figura a seguir mostra um exemplo de circuito pneumático de comando
repetitivo através de válvulas de controle direcional para CDA e seu equivalente
eletropneumático. Esse circuito terá seu movimento automático iniciado assim que o
sistema for pressurizado.
Os detalhes a respeito do funcionamento do circuito eletropneumático
apresentado na figura 4.x-b deverão ser fornecidas pelo aluno na próxima tarefa.

( a ) circuito pneumático ( b ) circuito eletropneumático ( c ) comando elétrico


Figura 4.53 Circuito pneumático de comando repetitivo para CDA e seu equivalente
eletropneumático.

Tarefa 4.12

Descreva o funcionamento do circuito eletropneumático da figura 4.53-b, de


acordo com a análise do diagrama de comandos elétricos da figura 4.53-c.
Considere o cilindro inicialmente recuado.

239

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