Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
AUTOR
O livro apresenta Daniel como autor em vários
trechos, como 9.2 e 10.2. O fato de Jesus confirmar
essa autoria fica claro quando se refere ao
“sacrilégio terrível”, do qual falou o profeta
Daniel (Mt 24.15), citando 9.27, 11.31 e 12.11. O
livro foi provavelmente finalizado em 530 a.C.,
pouco anos depois de Ciro conquistar a Babilônia, em
539.
UM LIVRO POLÊMICO
Daniel é um dos livros mais polêmicos e complexos
do Antigo Testamento. Na Bíblia Hebraica aparece
entre os “Escritos” e, no cânon cristão das
Escrituras, entre os “Proféticos”. O livro de
Daniel é o único livro apocalíptico do Antigo
Testamento. Por essa razão, de forma rigorosa, o
Livro de Daniel para os hebreus, não cabe no cânon
dos profetas. O livro enfatiza o controle divino
sobre as potencias mundiais, e destina-se a animar
os judeus na fé e esperança em Deus diante das
perseguições de Antíoco Epífanes (Dn 8.23-25).
DATA E COMPOSIÇÃO
Os argumentos apresentados para datar o livro no
tempo de Antíoco IV Epifânio envolvem três pontos
básicos:
1 – A natureza da profecia do Antigo Testamento;
2 – Problemas históricos;
3 – As línguas hebraica e aramaica do livro.
CONTEXTO HISTÓRICO
Em 626 a.C., Nabopolassar foi entronizado na
Babilônia quando os babilônios declararam
independência do Império Assírio em declínio.
Aliando-se aos medos no leste, começaram a testar a
força dos assírios. Em 612, a capital Nínive caiu e,
com o colapso do governo após queda da Carquêmis em
605, os assírios antigamente poderosos só ficaram na
lembrança do povo do Oriente Médio ao qual
aterrorizaram durante quase 150 anos.
TEMA
O temo teológico do livro é a soberania de Deus: “o
Deus Altíssimo domina sobre os reinos dos homens”
(5.21). As visões de Daniel sempre demonstram Deus
triunfando (7.11,26,27; 8.25; 9.27; 11.45; 12.13). O
apogeu de sua soberania é descrito em Apocalipse: “O
reino do mundo se tronou de Nosso Senhor e do seu
Cristo, e Ele reinará para todo o sempre” (Ap 11.15;
Dn 2.44; 7.27).
DIFICULDADES DE INTERPRETAÇÃO
A autoria e data do livro de Daniel não são as
únicas dificuldades do texto. Há divergências
significativas na abordagem do livro. Essas
divergências se dividem em três categorias
principais.
PROPÓSITO E MENSAGEM
A soberania de Deus é o centro deste livro e pode
ser vista em ação nos âmbitos espirituais e
políticos. No relato dos acontecimentos da vida de
Daniel e de seus amigos, a ênfase está na vida de fé
em um mundo cada vez mais hostil. A soberania de
Deus é vista pela ótica da capacidade de fazer
prosperar ou livrar os fiéis.
O UNGIDO
Há compreensão entre grande parte dos estudiosos que
o “Ungido” é uma clara referencia a Jesus. Ligando
as “sete semanas” (49 anos) e as “sessenta e duas
semanas” (434 anos) como uma seqüência contínua,
resulta em 483 anos, a partir de 457 a.C. até 27
d.C., ou seja, até aproximadamente o começo dos três
anos do ministério público de Jesus. Mas há os que
entendem que os 483 anos começam com a “ordem” de
Artaxerxes no ano vigésimo de seu reinado, para a
reconstrução dos muros de Jerusalém (Ne 2), ou seja,
no ano 444 a.C., em lugar de sétimo ano de seu
governo (Ed 7.12-26). Em 457 a.C. Tomando-se por
base o ano lunar de 360 dias (como acontece com o
calendário judaico), essa aproximação atinge a data
da crucificação de Jesus em 33 d.C. Essa data da
crucificação é possível, embora discutível.
CONCLUSÃO
O livro de Daniel serviu para lembrar ao povo judeu
que suas angústias não terminariam quando voltassem
do exílio. Por isso as expectativas ficariam de lado
por um tempo e a angústia continuaria. Contudo Deus
sempre dá esperanças a seu povo, eles ressuscitariam
(12.2). Deus os incentivou a perseverarem em meio a
este período importante de purificação (12.10-13).