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1º Grupo

Acta João Almoço

Filomena Hener Hibraimo

Manuel Júnior Esmael Nhavene

Soda Vasco Soda

Tony Tomé Magival Matende

Zacarias Bato Jô

Equipamento de Protecção Individual e Lei 23/2007 de 1 de Agosto

Licenciatura em Gestão de Recursos Humanos com Habilitação em HST- 3º Ano Pós-Laboral

Universidade Púngè

Tete

2022
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1º Grupo

Acta João Almoço

Filomena Hener Hibraimo

Manuel Júnior Esmael Nhavene

Soda Vasco Soda

Tony Tomé Magival Matende

Zacarias Bato Jô

Equipamento de Protecção Individual e Lei 23/2007 de 1 de Agosto

Licenciatura em Gestão de Recursos Humanos com Habilitação em HST- 3º Ano Pós-


Laboral

Trabalho de carácter avaliativo a ser apresentado no


Departamento de Ciências Económicas e Contábeis na
cadeira de Legislação de HST, recomendado pela
docente MSC: Juliana Luísa Manuel Paulo.

Universidade Púnguè

Tete

2022
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Índice
1. Introdução...................................................................................................................... 3
1.1. Objectivos .............................................................................................................. 4
1.1.1. Objectivo geral ............................................................................................... 4
1.1.2. Objectivos Específicos ................................................................................... 4
1.2. Metodologia ........................................................................................................... 4
1.3. Estrutura do trabalho .............................................................................................. 4
2. Equipamento de protecção individual (EPI) ................................................................. 5
2.1. Origem do EPI ....................................................................................................... 5
2.2. Evolução do EPI .................................................................................................... 5
2.3. Normalização do uso do EPI ................................................................................. 6
2.4. Objectivo da utilização de EPI............................................................................... 6
2.5. O uso de EPI .......................................................................................................... 6
2.5.1. Alguns exemplos de riscos no ambiente de trabalho: .................................... 7
2.5.2. Pode-se exemplificar a presença de riscos de acidentes por: ......................... 7
2.6. Tipos de EPI........................................................................................................... 8
2.7. Competências na escolha de EPI por actividade ................................................... 8
2.7.1. Obrigações da Empresa .................................................................................. 9
2.7.2. Obrigação do colaborador: ............................................................................. 9
2.8. Consequências de má utilização do EPI ................................................................ 9
2.8.1. Consequências para o trabalhador ................................................................ 10
2.8.2. Consequências para o empregador ............................................................... 10
2.9. Lei 23/2007 .......................................................................................................... 11
2.9.1. Higiene, segurança e saúde dos trabalhadores.............................................. 11
2.9.2. Acidentes de trabalho ................................................................................... 12
2.9.3. Descaracterização do acidente de trabalho ................................................... 12
2.9.4. Doença profissional ...................................................................................... 13
2.9.5. Direitos e garantias resultantes de acidente de trabalho e doença profissional . 13
3. Conclusão .................................................................................................................... 15
4. Referências Bibliográficas .......................................................................................... 16
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1. Introdução
Com o intuito de proteger a integridade física e mental do trabalhador, existem normas e
procedimentos que chamamos de higiene do trabalho. Ela está directamente relacionada ao
diagnóstico e prevenção de doenças ocupacionais e para isso, observa e analisa o
comportamento humano em suas actuações no ambiente de trabalho. A higiene do trabalho se
preocupa também com as condições de trabalho que muito influenciam no desenvolvimento e
comportamento do homem no sector de trabalho onde desempenha sua função.

A higiene do trabalho está ligada ao diagnóstico e à prevenção das doenças ocupacionais, a


partir do estudo e do controle do homem e seu ambiente de trabalho. Ela tem carácter
preventivo por promover a saúde e o conforto do funcionário, evitando que ele adoeça e se
ausente do trabalho. Envolve, também, estudo e controle das condições de trabalho. Já a
segurança do trabalhador durante o desenvolvimento de suas actividades necessita,
principalmente, de medidas por parte das empresas, que visem o treinamento e a
conscientização dos mesmos.

É preciso mudar os hábitos e as condições de trabalho para que a higiene e a segurança no


ambiente de trabalho se tornem satisfatórios. Nessas mudanças se faz necessário resgatar o
valor humano. A motivação para o trabalho é um dos factores mais importantes a ser
pontuado, pois impulsiona o homem a trabalhar por prazer e desperta nele os mais valorosos
sentimentos A higiene do trabalho compreende normas e procedimentos adequados para
proteger a integridade física e mental do trabalhador, preservando-o dos riscos de saúde
inerente às tarefas do cargo e ao ambiente físico onde são executadas.

Daí que neste trabalho iremos abordar sobre Equipamentos de protecção individual e a lei
23/2007 (Lei do Trabalho).
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1.1.Objectivos

1.1.1. Objectivo geral


 Proporcionar matérias sobre a Higiene e Segurança no Trabalho, focando nos
equipamentos de protecção individual e a regulamentação da lei 23/2007.

1.1.2. Objectivos Específicos


 Descrever o conceito de equipamentos de protecção individual;
 Conhecer a origem, evolução e normalização;
 Identificar os tipos de equipamento de proteção;
 Citar na lei 23/2007 sobre a higiene, segurança e saúde dos trabalhadores.

1.2.Metodologia
Para a elaboração do presente trabalho, primeiramente efetuou-se uma investigação e leitura
de alguns manuais relacionados ao tema abordado, que visou no levantamento de informações
contundentes. Quanto à tipologia, o presente trabalho classifica-se em Bibliográfica.

1.3. Estrutura do trabalho

O presente trabalho está organizado em 4 partes, da seguinte forma: a primeira parte encontra-
se a introdução, na qual fazemos uma breve apresentação sobre o desenvolvimento do tema e
também apresentamos os objectivos e a metodologia usada para a elaboração do trabalho. Na
segunda parte está o desenvolvimento do tema que foi possível elaborar através de revisões
bibliográficas. Na terceira parte encontra-se a conclusão do trabalho, na qual trazemos uma
ideia ou uma conclusão do grupo após o desenvolvimento do tema. Na quarta e última parte
apresentamos as referências bibliográficas.
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2. Equipamento de protecção individual (EPI)


Segundo CUNHA (2006), Equipamento de Proteção Individual (EPI), refere-se a um
equipamento de uso particular, tendo como função a de minimizar certos acidentes e também
a proteger contra certas doenças que poderiam ser ocasionadas pelo ambiente de trabalho (ver
fig.1). Devem-se utilizar tais equipamentos quando as medidas de proteção colectiva não
solucionam os inconvenientes. No entanto, normalmente ocorre o contrário, no qual grande
parte utiliza o EPI como opção prioritária para a segurança dos operários, sem existir uma
análise global da situação (LOPES NETO; BARRETO, 1996).

Figura 1. EPI

2.1.Origem do EPI
O surgimento dos equipamentos de proteção individual de acordo com BARSANO apud
BARBOSA (2014) remonta a época dos homens das cavernas, quando os mesmos vestiam-se
de peles de animais para se protegerem de intempéries, como a chuva e o frio, e utilizavam-se
pedras e lanças como forma de defesa contra os animais selvagens.

2.2.Evolução do EPI
A evolução dos equipamentos de protecção individual, segundo LEAL (2010), pode ser
observada desde a Idade Média, quando os cavaleiros medievais se protegiam dos seus
inimigos com armaduras. Percebe-se assim que em cada momento o homem instintivamente e
de acordo com a necessidade foi buscando protecção para si e sua família.
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2.3.Normalização do uso do EPI


Foi na Revolução Industrial do século XVIII, com o advento da máquina a vapor, conforme
lição de SALIBA (2008), que o trabalhador passou a conviver com um ambiente nunca antes
visto, no qual existia um trabalho agressivo, com divisões de tarefas e concentração de várias
pessoas num mesmo local, surgindo assim, os riscos de acidentes e doenças do trabalho.

Tal cenário contribuiu, de acordo com BARSANO apud BARBOSA (2014), para a
diminuição da expectativa de vida dos trabalhadores, em virtude das circunstâncias precárias
de trabalho e do risco enfrentado na execução das atividades laborais. Insurgindo desta
maneira a necessidade de criação de normas para regulamentar as condições de trabalho,
inclusive as próprias Leis Trabalhistas conforme destaca o mesmo autor a seguir:

"As reivindicações foram tamanhas que o poder público percebeu a necessidade


de ser criar uma norma que assegurasse esse tão importante direito, culminando
com a aprovação do Decreto-lei nº 5.452, de 1 de maio de 1943, que hoje
conhecemos como a Consolidação da Lei de Trabalho (CLT) ", BARSANO apud
BARBOSA(2014).

2.4.Objectivo da utilização de EPI


O EPI tem a função de proteger individualmente cada trabalhador de possíveis lesões quando
há ocorrência de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Portanto, o EPI não evita os
acidentes em si, mas protege o trabalhador quando o risco estiver ligado à função ou ao cargo
do trabalhador e à exposição ao agente. O risco está ligado ao tipo e à quantidade do agente,
ao tempo de exposição e à sensibilidade do organismo do trabalhador.

2.5.O uso de EPI


Antentes da realização de cada actividade deve-se fazer o estudo dos riscos que possam
ocorrer, para a posterior definir o tipo de EPI que possa servir para a redução dos riscos
previstos.

A adoção de equipamento de proteção individual será realizada pela empresa nas seguintes
circunstâncias:

 Sempre que as medidas de protecção colectiva (EPC) não oferecerem completa


proteção contra os riscos de acidentes no trabalho ou de doenças profissionais.
 Enquanto as medidas de protecção colectiva estiverem sendo implantadas;
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 Em situações de emergência;
 Quando a actividade do trabalhador apresentar risco ocupacional.

2.5.1. Alguns exemplos de riscos no ambiente de trabalho:


 Físicos: ruídos, radiações ionizantes e não ionizantes, frio, calor, pressões anormais,
umidade;
 Químicos: poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases, substâncias, compostos ou
produtos químicos em geral;
 Biológicos: bactérias, fungos, vírus, etc;
 Ergonômicos: movimentos repetitivos, postura inadequada, etc.

2.5.2. Pode-se exemplificar a presença de riscos de acidentes por:


 Arranjo físico inadequado;
 Máquinas e equipamentos sem proteção;
 Iluminação inadequada;
 Eletricidade;
 Probabilidade de incêndio ou explosão;
 Armazenamento de produtos de forma inadequada, como os agentes tóxicos ou
resíduos químicos;
 Presença de animais peçonhentos.

Para agentes tóxicos, característica que não pode ser modificada pelo trabalhador, o uso de
EPI é a única maneira concreta de reduzir o risco, aliado à diminuição da exposição. Nesse
caso, não basta apenas usar o EPI, mas também é necessário manusear o agente tóxico com
cuidado, bem como utilizar equipamentos para sua aplicação.

Independentemente da atividade que necessita uso de EPI, o empregado deverá receber


informações gerais como:

 Riscos ou danos que pode sofrer se não usar o EPI;


 Conhecer as finalidades e o modo de uso de cada EPI recomendado;
 Conhecer a forma de limpeza e conservação do EPI;
 Conhecer o tempo de vida útil do EPI;
 Conhecer outras especificações do EPI;
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 Denunciar a falta de EPI no local de trabalho, a não utilização ou a má utilização por


parte dos empregados.

2.6. Tipos de EPI


Existem vários tipos de EPI, cada qual com sua finalidade e modo de usar, com especificações
muito particulares dependendo da atividade laboral a ser executada. Citam-se aqui alguns
exemplos gerais:

 Luvas: destinadas à proteção das mãos, dedos e braços contra riscos mecânicos,
térmicos e químicos. São confeccionadas em vários materiais, dependo da proteção
desejada.
 Botas: destinados à proteção dos pés, dedos, e pernas contra riscos térmicos,
umidade, produtos químicos, quedas e animais peçonhentos.
 Aventais, capas, calças e blusas: destinados à proteção do corpo em geral contra
calor, frio, produtos químicos e umidade.
 Óculos: destinados à proteção dos olhos contra partículas, luz intensa, radiação e
respingos de produtos químicos.
 Cintos de segurança: proteção contra quedas com diferença de nível.
 Máscaras: proteção da face contra partículas, respingos de produtos químicos e ainda
proteção respiratória contra poeiras, névoas, gases e vapores.
 Capacetes: proteção do crânio contra impacto, choque elétrico e combate a incêndio.
 Gorros: proteção dos cabelos contra respingos de produtos químicos e proteção do
ambiente contra partículas do cabelo.
 Capuz: proteção do crânio contra riscos térmicos, respingos de produtos químicos e
contato com partes móveis de máquinas.
 Cremes diversos: proteção da pele contra a ação de produtos químicos em geral.

2.7. Competências na escolha de EPI por actividade


Compete ao Sector de Gestão de Recursos Humanos da Empresa, por meio da Segurança do
Trabalho:

 Indicar o EPI adequado ao risco existente em cada atividade;


 Elaborar e fornecer o catálogo de distribuição de EPI por cargo/ função/sector;
 Avaliar o uso geral dos EPI por função/sector na Unidade;
 Proporcionar e avaliar treinamentos para uso de EPI;
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 Avaliar acidentes de trabalho relacionados à falta de EPI ou a sua não utilização na


Unidade;
 Avaliar as medidas administrativas e outras intervenções realizadas no âmbito da
segurança dos trabalhadores relacionados ao uso de EPI.

2.7.1. Obrigações da Empresa


 Adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade;
 Substituir imediatamente o EPI danificado ou extraviado, inclusive em caráter
emergencial, se necessário;
 Exigir o uso do EPI de forma correta, aplicando as sanções previstas em leis para os
trabalhadores que não cumprirem a ordem;
 Fornecer ao empregado gratuitamente EPI aprovado;
 Instruir e treinar quanto ao uso dos EPI;
 Substituir o EPI de acordo com periodicidade apropriada.

2.7.2. Obrigação do colaborador:


 Utilizar o EPI apenas para a finalidade a que se destina durante a jornada de trabalho;
 Receber os EPIs recomendados assinando a ficha de controlo individual de
distribuição de EPI;
 Responsabilizar-se pela guarda e conservação do EPI;
 Cumprir as determinações da Segurança do Trabalho sobre o uso adequado guarda e
conservação do EPI;
 Solicitar ao Supervisor imediato a requisição para efetuar a troca do EPI impróprio
para uso;
 Devolver o EPI reutilizável à Segurança do Trabalho, quando o trabalhador se
desligar da Unidade.

2.8. Consequências de má utilização do EPI


A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA deve orientar o trabalhador quanto à
obrigatoriedade do uso de EPI e comunicar o supervisor a falta da utilização do mesmo. Cabe
ao Supervisor imediato orientar o trabalhador e tornar obrigatório o uso do EPI, bem como
tomar ações corretivas, se necessário.
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2.8.1. Consequências para o trabalhador


 Demissão por justa causa- quando o trabalhador deixa de usar os equipamentos de
proteção previstos para a sua função, pode surgir uma série de impactos negativos,
inclusive legalmente.

De acordo com o artigo que torna obrigatória a utilização de EPI, quando houver riscos na
função e o trabalhador simplesmente se recusar a utilizá-los, injustificadamente, poderá sofrer
sanções disciplinares, inclusive ver seu contrato rescindido por justa causa.

Portanto, é permitido à empresa demitir o trabalhador por justa causa se ele se recusar a aderir
as normas de segurança contempladas nas leis trabalhistas.

 Risco de acidentes de trabalho- o mau uso de EPI também aumenta os riscos de


acidentes de trabalho, inclusive os fatais. Isso porque, as possibilidades de lesão ou de
desenvolvimento de uma doença em decorrência das atividades potencialmente
perigosas sem proteção são bem maiores.
 Impactos na saúde- mesmo que não haja um acidente de trabalho propriamente dito,
os EPIs protegem o trabalhador em condições de trabalho que são nocivas à saúde. A
sua correta utilização minimiza ou mesmo elide totalmente os impactos na saúde. Por
exemplo, pode haver a perda parcial da audição em um ambiente com alto nível de
ruídos se não houver o uso constante de um protector auricular.

2.8.2. Consequências para o empregador


 Multas- a empresa precisa obrigar os seus colaboradores a utilizar os equipamentos
de segurança, caso contrário, pode ter que pagar multas se houver fiscalização ou
perícia nos ambientes de risco.
 Interdição- se houver uma vistoria na empresa e os colaboradores forem flagrados
em condições irregularidades, por estarem utilizando ou fazendo mau uso dos EPIs
necessários às suas funções, os Órgãos Fiscalizadores podem até mesmo interditar o
estabelecimento.
 Processos judiciais, indemnizações e pensões- além de sofrer penalidades
administrativas, como apontadas acima, a empresa pode chegar a responder
judicialmente caso um de seus colaboradores solicite compensação por ter a sua saúde
impactada de alguma forma pelo fornecimento inadequado de EPIs em seu ambiente
de trabalho, ou por falta de orientações por parte do empregador.
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A empresa também fica sujeita ao pagamento de indemnizações de acidentes de trabalho, sem


contar que, em casos mais extremos, quando há morte do empregado devido ao mau uso de
EPI ou à falta deles, a família da vítima tem direito a uma pensão que pode ser cobrada do
empregador.

2.8.3. Periodicidade de troca dos EPI

Não há norma que indique o tempo de validade de EPI, pois como é um item de protecção, a
qualquer momento pode sofrer alguma alteração oriunda de um acidente. Assim, o EPI pode
fazer seu papel, mesmo com minutos de utilização.

Os Equipamentos de Protecção como luvas, calçados, aventais, capas de chuva, óculos sofrem
desgaste natural decorrente do uso e muitas vezes, basta um exame visual para se notar que
precisam ser trocados.

Todo EPI deve passar por testes visuais que devem ser realizados diariamente, se apresentar
qualquer deterioração que possa prejudicar seu desempenho e segurança, deve ser solicitada
sua substituição junto à área de Segurança do Trabalho.

2.9. Lei 23/2007


2.9.1. Higiene, segurança e saúde dos trabalhadores

Por força da lei o trabalho deve ser prestado dentro de condições de higiene, segurança e
saúde adequadas para que trabalhador se encontre física e psiquicamente apto para prestar o
trabalho, (Nº 1 do artigo 216 LT).

A criação de tais condições é imposta ao empregador, para além de informar aos


trabalhadores sobre os riscos que o posto de trabalho comporta, instruindo sobre o
comportamento e procedimentos a adoptar, (Nº 2 do artigo 216 LT).

Para empresas onde se corre maior risco, pondo em causa as condições de higiene, segurança
e saúde, a lei estabelece a criação de comissões de trabalho, nas quais integram representantes
dos trabalhadores e do empregador com objectivo de observar o cumprimento de normas
relativas à protecção dos trabalhadores, (Nº 1 e 2 do artigo 217 LT).

Nas empresas com mais de 100 trabalhadores, o empregador deve proporcionar, directa ou
indirectamente, serviços de primeiros socorros, (Nº 1 do artigo 219).
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Associações empresarias e organizações sindicais têm a obrigação de estabelecer códigos de


boa conduta em matéria de higiene e segurança no trabalho, (Nº 2 do artigo 219 LT).

2.9.2. Acidentes de trabalho

É acidente de trabalho, o sinistro que se verifica, no local e durante o tempo de trabalho que
produza directa ou indirectamente no trabalhador subordinado lesão corporal, perturbação
funcional ou doença de que resulte a morte ou redução na capacidade de trabalho, (Nº 1 do
artigo 222 LT).

Também é acidente de trabalho quando:

 O sinistro que ocorra no circuito normal da ida e regresso do local de trabalho quando
utilizado meio de transporte fornecido pelo empregador, ou quando o acidente seja
consequência de particular perigo do percurso normal, (alínea a do nº 2 do artigo 222
LT);
 O sinistro que ocorre antes ou depois da prestação do trabalho, desde que directamente
relacionado com a preparação ou termo de prestação de actividade, (alínea b do nº 2
do artigo 222 LT);
 Por ocasião da prestação do trabalho fora do local e tempo do trabalho normal, se
verifica um sinistro enquanto o trabalhador executa ordens ou realiza serviços sob
direcção e autoridade do empregador, (alínea c do nº 2 do artigo 222 LT);
 A execução de serviços, ainda que não profissionais, fora do local de trabalho,
prestados espontaneamente pelo trabalhador ao empregador de que possa resultar
proveito económico, (alínea d do nº 2 do artigo 222 LT).
Caso a lesão resultante do acidente de trabalho não seja reconhecida imediatamente, cabe ao
trabalhador ou aos beneficiários legais provar que foi consequência dele, (Nº 3 do artigo 222
LT).
2.9.3. Descaracterização do acidente de trabalho

Não são considerados acidentes do trabalho os factos que intencionalmente provocados pelo
próprio sinistrado, o resultado de negligência indesculpável do sinistrado por cumprir mal ou
incumprimento dos seus deveres recebidas de pessoa a quem estiver subordinado, os actos da
vítima que diminuam as condições de segurança estabelecidas pelo empregador ou exigidas
pela natureza particular do trabalho, se o acidente advir da privação do uso da razão do
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sinistrado, permanente ou ocasional, excepto se a privação ter por origem da própria


actividade a que está engajado, caso em que o acidente provier de caso de força maior, salvo
se constituir risco normal da profissão, entre outros, (Artigo 223 LT).

2.9.4. Doença profissional

A lei dá o conceito de doença profissional, toda a situação clínica que surge localizada ou
generalizada no organismo, de natureza tóxica ou biológica, que resulte de actividade
profissional e directamente relacionada com ela, (Nº 1 do artigo 224 LT).

Existem casos em que a doença profissional se manifesta depois da cessação do contrato de


trabalho. Ainda que assim seja, a lei confere ao trabalhador o direito de assistência e
indemnização, cabendo ao trabalhador o esforço de provar que a doença de que padece
resultou do trabalho que prestou, (Nº 1e 2 do artigo 225 LT).

2.9.5. Direitos e garantias resultantes de acidente de trabalho e doença profissional

A lei preceitua o dever de assistir ao trabalhador sinistrado, prestando lhe os primeiros


socorros e fornecendo-lhe o transporte para um centro médico ou hospitalar onde possa ser
tratado, (Nº 1 do artigo 228 LT).

O trabalhador sinistrado tem direito à assistência médica e medicamentosa e outros cuidados


necessários, (Nº 2 do artigo 228 LT).

Instituições sanitárias têm a obrigação de participar aos tribunais do trabalho sobre o


falecimento de qualquer trabalhador sinistrado e, da mesma forma, participar a pessoa ao
cuidado de quem ele estiver.
Cabe igualmente ao trabalhador sinistrado, o direito à reparação, excepto se resultar de
embriaguez, estado de drogado ou de intoxicação voluntária da vítima, (Nº 1 do artigo 229
LT). O direito à reparação pode preconizar:
 Ocupar o trabalhador sinistrado num posto adequado ao seu estado, (Nº 2 do artigo
229 LT);
 Indemnizar, caso em que não seja possível o seu enquadramento, sendo que para
incapacidade permanente absoluta ou parcial é dado uma pensão; e para o caso de
incapacidade temporária absoluta ou parcial é dado uma indemnização, (Nº 3 do artigo
229 LT).
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Para minimizar estes efeitos, a lei impõe ao empregador a compra de seguro colectivo dos
seus trabalhadores que cobre a eventualidade de acidentes de trabalho ou doença profissional,
(artigo 231 e 232 LT). O direito à reclamação da indemnização prescreve decorridos doze
meses após o sinistro, por outro lado, o direito ao recebimento dos valores de indemnização
prescreve decorridos três anos, (Nº 1 e 2 do artigo 236 LT).

Não há lugar ao direito à indemnização, o trabalhador que agravar a sua lesão, ou pelo
desleixo, ou ainda contribuir ao seu agravamento, (artigo 235 LT).
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3. Conclusão
Terminada esta pesquisa, verificamos que uma gestão eficaz da segurança e saúde no trabalho
é um dos principais factores de êxito duradouro de qualquer empresa. Líderes de segurança
também enfatizaram que essas acções são mais eficazes quando direccionadas a incidentes e
acidentes menores com alto potencial de perda futura.

Dai que é preciso mudar os hábitos e as condições de trabalho para que a higiene e a
segurança no ambiente de trabalho se tornem satisfatórios. Nessas mudanças se faz necessário
resgatar o valor humano.

Pois, a partir do momento que a organização está preocupada com a higiene e a segurança do
trabalhador, ele está sendo valorizado. E quando os colaboradores percebem o facto de serem
valorizados, reconhecidos, isso os torna mais motivados para o trabalho.

Pois, a partir do momento que a organização está preocupada com a higiene e a segurança do
trabalhador, ele está sendo valorizado. E quando os colaboradores percebem o fato de serem
valorizados, reconhecidos, isso os torna mais motivados para o trabalho.

Se as organizações atenderem os princípios que norteiam a Higiene e Segurança no Trabalho


decerto que estarão a conceder condições de trabalho favoráveis aos seus colaboradores e que
terão um impacto significativo na saúde dos mesmos e garante da produtividade
organizacional.

A observação das regras de Higiene e Segurança no Trabalho diminui com a probabilidade de


acidentes de trabalho e consequente os encargos que a organização terá no caso dos mesmos.
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4. Referências Bibliográficas
BARSANO, Paulo Roberto; BARBOSA, Rildo Pereira; SOARES, Suerlane Pereira da Silva.
Equipamentos de Segurança. 1. ed. São Paulo: Érica, 2014.

CUNHA, Marco Aurélio Pereira da. Análise do uso de EPI’s e EPC’s em obras verticais.
Tese (Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho) – Universidade Federal de
Mato Grosso, Cuiabá, 2006.

LEAL, João Tiago Porto Veloso. A evolução dos EPI. Risco Zero, Treinamentos e Programas
de Segurança do Trabalho. Disponível em:
http://riscozerotreinamentos.blogspot.com.br/2010/07/evolucao-dos-epi.html. Acesso em 20
de fevereiro de 2017.

Lei 23/2007 de 1 de Agosto. Lei do trabalho

LOPES NETO, André; BARRETO, Maria de Lourdes. A utilização do EPI neutraliza a


Insalubridade. Revista CIPA - Caderno Informativo de Prevenção de Acidentes. São Paulo:
CIPA Publicações, ano xvii, n. 187, 1996.

SALIBA, Tuffi Messias. Curso Básico de Segurança e Higiene Ocupacional. 2. ed. São
Paulo: LTr, 2008. LEGOSH, OIT:
http://www.ilo.org/dyn/legosh/en/f?p=14100:1100:0::NO:1100:P1100_ISO_CODE3,P1100_
YEAR:MOZ,2014:NO

WIKIPÉDIA, enciclopédia Livre. Higiene Ocupacional - Conceitos. Disponível em:


http://pt.wikipedia.org/wiki/Higiene_do_trabalho . Ano 2014.

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