1) A displasia epitelial gástrica (DEG) é uma lesão pré-cancerosa confinada ao epitélio gástrico, caracterizada por alterações citológicas e arquitecturais.
2) A DEG é classificada em baixo ou alto grau, dependendo da gravidade das alterações, com o alto grau associado a maior risco de cancro.
3) Perante um diagnóstico de DEG, recomenda-se realizar nova endoscopia com múltiplas biópsias para excluir cancro e avaliar a ext
1) A displasia epitelial gástrica (DEG) é uma lesão pré-cancerosa confinada ao epitélio gástrico, caracterizada por alterações citológicas e arquitecturais.
2) A DEG é classificada em baixo ou alto grau, dependendo da gravidade das alterações, com o alto grau associado a maior risco de cancro.
3) Perante um diagnóstico de DEG, recomenda-se realizar nova endoscopia com múltiplas biópsias para excluir cancro e avaliar a ext
1) A displasia epitelial gástrica (DEG) é uma lesão pré-cancerosa confinada ao epitélio gástrico, caracterizada por alterações citológicas e arquitecturais.
2) A DEG é classificada em baixo ou alto grau, dependendo da gravidade das alterações, com o alto grau associado a maior risco de cancro.
3) Perante um diagnóstico de DEG, recomenda-se realizar nova endoscopia com múltiplas biópsias para excluir cancro e avaliar a ext
intensas, daqui derivando a classificação das lesões A displasia epitelial gástrica (DEG) deve actualmente displásicas - proposta por um grupo de patologistas ser entendida como uma lesão inequivocadamente reunidossob a égide da SociedadePortuguesade Anatomia neoplásicaconfinadaao epitéliode supeifície do estômago. Patológica(ChavesP e col, GE - J Port Gastrenterol1997, O que destingue a DEG do carcinoma gástrico 4:53) - nas três categorias seguintes: Lesão indefinida intramucoso, é o facto, biologicamente relevante,de nesta para displasia, displasia de baixo grau e displasia de alto categoria de cancro inicial, as alterações neoplásicas grau. ultrapassarem a membrana basal do epitélio de superfície, Perante a coexistência de alterações arquitecturais e ) ) citológicas, por um lado, com alterações inflamatórias penetrandona lâmina própria da mucosa, com a decorrente ) aquisição de uma capacidade invasora e metastizante. elou regenerativas, haverá que questionar o diagnóstico de displasia, devendo a lesão ser rotulada como indefinida para displasia. Esta designação deve ser entendida pelo CARACTERIZAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO clínico como uma caracterização temporária e circunstancial, até que novas biópsias permitam clarificar A DEG, como lesão histológica que é, caracteriza-se a situação. morfologicamentepor um conjuntode alteraçõescitológicas Por seu turno, a graduação das lesões inequivocamente RECOMENDAÇÕES e arquitecturais, resultantes de anomalias verificadas nas displásicas em apenas duas categorias - baixo e alto grau, actividades proliferativa e de diferenciação do epitélio apresenta,de acordo com os seus proponentes,as seguintes gástrico. virtualidade: apoia-se em estudos morfométricos; é potencialmente mais reprodutível, podendo, deste modo, CARACTERIZAÇÃO DA DISPLASIA contribuir para minimizar as evidentes discrepâncias de .EPITELIAL GÁSTRICA graduaçãoda displasiaverificadasinter e intra-patologistas; satisfaz,por último,a necessidadede decidirentre vigilância
apertada ou ressecção completa da lesão. Esta necessidade decorre do significadoclínico diversode cada um dos dois ) e estratificação nuclear; l' da relação núcleo/citoplasma; graus de DEG, demonstrado em vários estudos perda da polaridade nuclear; alteração ou .J.- da secreção; catamnésicos, mormente no que respeita ao seu potencial .J.- das células de Paneth e caliciformes no epitélio maligno. Com efeito, enquanto a DEG de alto grau se metaplásico. associa, em mais de 80% dos casos, com carcinoma .Alterações Arquitecturais: amontoamento de células; sincrónico ou iminente, a DEG de baixo grau apresenta irregularidade, ramificação e geminação das criptas; um valorprognósticomais controversoe incerto,parecendo glândulas lado a lado; aspectos cribiformes; papilas regredir ou, ao invés, progredir para carcinoma, ainda que intraluminais ou no epitélio de superfície. de forma aparentemente lenta, num processo evolutivo que pode demorar décadas. ATITUDE CLÍNICA ser sistematicamente colhidos um mínimo de 6 espécimes Nestas situações, se as lesões forem localizadas e pouco de biópsia: 2 no antro, numa área de 3 cm proximal ao extensas, o procedimento de escolha é a mucosectomia Perante um relatório inicial de DEG haverá que piloro, nas faces anterior e posterior; 2 na incisura angular, endoscópica, enquanto que nas lesões multifocais e/ou de proceder, logo que possível, à execução de uma nova sobre a pequena e a grande curvatura; e, por último, 2 no dimensões superiores a 20 mm se poderá optar pela gastroscopia com biópsias múltiplas visando dois terço médio do corpo, interessando cada uma das faces do terapêutica fotodinâmica com os raios LASER. objectivos: I) Excluir a presença de um carcinoma estômago. sincrónico; 2) Averiguar o carácter uni ou multifocal das As lesões displásicas devem ser avaliadas, como já lesões displásicas. A fiabilidade do diagnóstico e da referimos, no que diz respeito à sua extensão, tanto em graduação histológica da DEG implica o cumprimento, superfície como em profundidade. O mapeamento em ) por parte do endoscopista, dos seguintes pressupostos: a) superfície resulta muito facilitado pela técnica de ) ) Colheita de.biópsiasde boa qualidadetécnicae em número cromoscopia vital com azul de metileno, a qual, no entanto, suficiente; b) Descrição circunstanciada dos achados apresenta o inconveniente de uma morosidade excessiva. endoscópicos e informação resumida sobre a envolvência Tal poderá ser eventualmente, minimizado pelo uso da clínica do caso; c) Avaliação da extensão da lesão em cromoscopia de contraste com indigo carmin. A avaliação superfície e profundidade; d) Sinalização, com tinta da extensão em profundidade, por seu turno, poderá ser indelével, das lesões comprovadamentedisplásicas, tendo tentada através da utilização preferencial da ecoendoscopia em vista o seu controlo ulterior, muito em particular nos tridimensional de alta resolução (12 a 20 MHz), cuja casos em que a displasia se enxerta em afecções difusas acuidade no diagnóstico do carcinoma gástrico intramucoso da mucosa gástrica. se aproxima dos 100%. As biópsias, para serem de boa qualidade técnica, O que fazer perante uma DEG de baixo grau? Muito deverão interessar toda a espessura da mucosa, incluindo embora a maioria dos autores norte americanos - estribados a "muscularis mucosa". Tal é imprescindível, de facto, na muito baixa incidência de DEG nos EUA - defenda a para distinguir a DEG de alto grau do carcinoma intramucoso. O número de biópsias a efectuar dependerá sua remoção sistemática, nomeadamente por mucosectomia das características macroscópicas das lesões em que a endoscópica, parece-nos ser mais aconselhável recomendar DEG se exerta.Assim, nas lesões deprimidas e ulceradas, a vigilância semestral ou anual das alterações displásicas ) ) ) deverão ser efectuadas um mínimo de 6 biópsias: 2 na de baixo grau, até comprovação da sua regressão completa base das lesões e 4 nos bordos, ou seja, uma por cada em dois controlos endoscópicos e biópsicos sucessivos. quadrante. Nas lesões polipóides ou planas, de dimensões Mais radical, todavia, deverá ser a atitude perante a inferiores a 20 mm, haverá que proceder, sempre que DEG de alto grau. Nestes casos - e após um segundo possível, à exérese completa da lesão, através, exame endoscópicolbiópsico ter confirmado a presença respectivamente, da polipectomia ou mucosectomia de DEG de alto grau - aconselha-se, sempre que possível, endoscópica, com o intuito de evitar possíveis erros de a realização imediata duma gastrectomia. Poderá acontecer, amostragem. Finalmente, nas lesões difusas da mucosa no entanto, que alguns doentes com DEG de alto grau gástrica, mormente nos casos de gastrite crónica, deverão recusem a cirurgia ou apresentem um alto risco operatório. PUBLICAÇÃO DA SPED - N.o 14 - MARÇO/2003