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OS DESAFIOS DE UMA COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA

Elencar todos os desafios encontrados em um Coordenação Pedagógica do Sistema


educacional brasileiro é por si só um grande desafio, mas nesse tópico do estudo, abordaremos
alguns dos desafios mais encontrados, conforme relatos de profissionais de educação que já
ocuparam ou ocupam um cargo de Coordenação pedagógica.
Notadamente, pode ocorrer de outros desafios não serem contemplados nesse item do
estudo, no entanto, nada lhe impede de refletir sobre as possíveis soluções para essas
demandas, por isso, pense em como poderia corrigir essa problemática dentro da sua realidade.
Certamente, essa atitude reflexiva lhe ajudará a pensar em possibilidades de execução, se não
para a solução definitiva, para a amenização da problemática, afinal de constas somente você,
que vive e convive com seus pares no ambiente escolar é que tem autoridade para falar sobre o
assunto, com clareza e principalmente com responsabilidade.
1º Sobrecarga de Trabalho
Por se tratar de um cargo de chefia, seja em escolas públicas ou privadas, a Coordenação
Pedagógica requer um número maior de horas trabalhadas na Instituição de Ensino, bem como
fora dela, haja vista a maioria dos Coordenadores Pedagógicos estarem em plena ação,
praticamente 24 horas por dia.
O cumprimento da sua carga horária, na verdade acaba invadindo o seu lar, e o Coordenador
Pedagógico acaba levando trabalho, que não conseguiu concluir na escola, para casa. E isso, aos
poucos vai interferindo na sua vida familiar.
Hoje, infelizmente quem ocupa um cargo de Coordenação Pedagógica é responsável por boa
parte das atividades escolares, estando presente em todas as ações, inclusive as do campo que
comete a gestão, e isso prejudica o andamento dos procedimento metodológicos, visto que
sobra, quando sobra, pouco tempo para tratar especificamente da questões pedagógicas
propriamente dita.
2º Falta de recursos materiais e humano.
Em um país onde a educação não tem sido prioridade ao longo dos anos, o Coordenador
Pedagógico quase sempre é o único responsável pelo andamento da escola, e a escola não pode
parar. Questões que não competem a sua alçada, quase sempre são solucionadas por este
profissional, mesmo que em alguns momentos de forma improvisada.
Há escolas em que falta quase tudo, isso quando não falta tudo, rotineiramente o
Coordenador Pedagógico se encontra sem professores para dar aula em sua escola, e com isso
vive o dilema de não poder retornar os educandos para suas casas, com isso o próprio
Coordenador Pedagógico vai para sala de aula.
Nas escolas públicas, a escola é a oportunidade que a criança terá de fazer a sua única
refeição durante o dia, por isso o Coordenador Pedagógico tem entre tantas outras
preocupações, ainda tem que ficar atento para que não falte essa alimentação, bem como
orientando aos profissionais que cuidam desse setor para o não desperdício desses alimentos.
Há ainda a falta de recursos materiais que possam ser utilizados durante as aulas, a
precariedade das instituições, muitas vezes impossibilita, mesmo diante de tantos esforços que
faça o melhor do que se pode fazer. Essa angústia do Coordenador Pedagógico é constante,
porque na maioria das vezes isso foge a sua competência, pois certamente se pudesse resolver
essa e outras demandas, ele resolveria.
Contudo, diante de tantas as dificuldades, elas jamais serão motivos para que nós,
Coordenadores Pedagógicos, possamos abandonar o barco, largar a caminhada educacional. Nosso
comprometimento para com os nossos educandos vai muito além da nossa formação acadêmica,
e principalmente compensação salarial, esse último por sua vez, muito aquém das atribuições as
quais somos responsabilizados.
Nosso comprometimento como o processo educacional dos nossos educandos está
implicitamente ligado ao nosso desejo e esperança por dias melhores, por que acreditamos que a
igualdade de direitos está intrinsecamente ligado ao fato de que a educação pode mudar a
realidade de qualquer pessoa, sendo um divisor de águas para uma boa formação do ser
humano
Pode até faltar recursos, sejam eles humanos ou materiais, mas jamais faltará empenho e
dedicação dessa categoria, Coordenadores Pedagógicos, que muitas vezes abrem mão da sua
própria família para cuidar dos seus semelhantes, tendo como bônus a certeza de que cumpriu
com a sua missão de coordenar para transformar.
3º Abando escolar
Hoje, talvez um dos grandes gargalos no ambiente escolar é a evasão cada vez mais
presente de crianças das escolas. Sempre que se nota a ausência dos educandos a escola, cai em
campo o Coordenador Pedagógico como um verdadeiro agente investigativo, em busca de
informações que possam lhe levar ao entendimento do porquê dessa ausência.
Felizmente, em alguns casos, se consegue fazer o resgate dessas crianças a escola, mas o que
se tem percebido é que a justificativa do abandono escolar, na maioria das vezes tem a ver com
as condições sociais em que a família se encontra, e aqui podemos citar, a necessidade de
contribuir com a renda familiar, ficar em casa cuidando dos irmãos para que os país possam
trabalhar, e infelizmente atividades ilícitas, quando algumas dessas crianças são recrutadas pelo
tráfico de drogas.
Na verdade, o abando escolar apenas traz à tona, as mazelas sociais pelas quais nossas
crianças, adolescentes e jovens são submetidas, e infelizmente muitos deles não vislumbram a
educação como uma possibilidade de vencer na vida honestamente.
Nosso trabalho de Coordenação Pedagógica se depara com situações como essa, onde
precisamos resgatar esses educandos para escola, mesmo sabendo que em alguns casos,
corremos até risco de morte, por adentrarmos ao universo que não nos pertence.
4º Ausência da Família
O pouco ou baixo interesse de grande parte das famílias brasileiras pela escola é um reflexo do
que a escola se tornou para essas famílias, ou seja, perderam a referência que a escola tinha. E
esse reflexo é sentido por todos os profissionais de educação, inclusive pela Coordenação
Pedagógica que tem sempre traçado um plano de ação para trazer de volta a família para a
escola, a fim de tornar-se parceiros inseparáveis.
Quando a família não está comprometida com o processo educacional do seu filho (a), a
comunidade escolar passa a ser a própria família do educando, por isso o profissional da
Coordenação Pedagógica tem sua responsabilidade aumentada em proporções alarmantes.
Promover ações para manter a presença das famílias que estão inseridas na escola, bem como
propor ações para trazer as famílias ausentes são necessárias a prática da Coordenação
pedagógica, pois sem a presença da família na escola, todo o processo educacional é colocado em
risco, uma vez que, não é papel da escola educar e sim transmitir conhecimentos, educar compete
a família, primeira instituição educadora.
Quando, esgotadas todas as tentativas da criação de uma parceria da família com a
escola, em persistindo a ausência da família para tratar de assuntos referentes ao seu filho,
aconselha-se aos Coordenadores Pedagógicos a acionar os órgãos competentes, para que os
mesmo possam tomar as devidas providências, inclusive sob pena de perder a guarda da criança.
A princípio aconselha-se a Coordenação Pedagógica a registrar junto ao livro de Ata, ou ao livro
de registro da escola a ausência da família, para quando necessário poder apresentar as
autoridades competentes, inicialmente, o Conselho Tutelar.
Posterior a comunicação com o Conselho Tutelar, aguarda-se o protocolo legal para a
obtenção da resposta, geralmente é de 15 dias. A partir da devolutiva, os transmitis legais ficam
por conta do Ministério Público quando assim achar necessário, o Conselho Tutelar.
Por fim, o que se espera é que a Família se conscientize que a sua participação é
extremamente importante para que possamos modificar a realidade em nosso país e continuar
avançando em busca de dias melhores. Nossa missão de Coordenação Pedagógica se resume a
dar suporte a esse processo educacional, preferencialmente com o auxílio da Família.
Com o passar dos anos novos desafios podem surgir, mas saibam que sempre estaremos
aptos e prontos a contribuir com a Formação Integral do seu filho(a).
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
FREIRE, Paulo. Professora sim, tia não. Cartas a quem ousa ensinar. São Paulo, Olho d’ Água: 1997.
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