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Esta pesquisa buscou investigar a contribuição que a aprendizagem por meio de projetos
de trabalho poderia trazer para o ensino de física no Ensino Médio, tendo como pano de
fundo a proposta estabelecida pela LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional) e pelos PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais). A opção pela estratégia
dos projetos de trabalho se deu pela necessidade observada em se promover aos
educandos a formação de atitudes colaborativas com a sua turma, de responsabilidade
com os outros grupos, de se despertar a curiosidade e a vontade de participar; por
desenvolverem atividades diferentes e de se verificar que os conhecimentos encontram-
se relacionados uns com os outros. A pesquisa realizada foi de natureza qualitativa, com
finalidade aplicada e de cunho experimental.
Esperamos que esse objetivo seja alcançado, mas sabemos que o caminho é árduo e
caminharemos em pequenos passos. E para isso, o governo brasileiro nos forneceu um
guia: os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) em 1999 o Ministério da Educação
e Cultura divulgou os PCN’s para o Ensino Médio, com o objetivo de orientar uma
reforma do Ensino Médio.
Vejamos agora, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais [PCN’s] (pág. 48),
sobre o quadro atual da física no ensino médio, temos:
Tendo a escola como objeto de ensino e como local de ação, este projeto visou
observar e interagir com os alunos e avaliar melhorias no desenvolvimento do processo
de aprendizagem, bem como despertar um maior interesse pelas ciências. A pesquisa foi
realizada com três turmas de 3ª série do Ensino Médio de uma escola pública estadual,
situada na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro. O trabalho foi desenvolvido durante
as aulas em sala de aula. A princípio, o projeto seria feito em horário alternativo, fora do
turno escolar, todavia havia a dificuldade de muitos em permanecer na escola fora de
seu horário (trabalho, curso, atividades domiciliares, etc.). Optamos por desenvolvê-lo
durante um bimestre do ano letivo.
Etapas do trabalho
1. Avaliação pré-conceitual e a divisão da turma
Nessa etapa, a sala de aula foi dividida pelos grupos, de maneira a permitir um diálogo
mais isolado. O professor ia de grupo em grupo, conversando e instigando os alunos
sobre a pergunta. A cada reunião, os grupos foram delineando suas estratégias para a
resolução do problema. Tudo era registrado e arquivado em uma pasta.
1ª atividade:
2ª atividade:
3ª atividade:
4ª atividade:
Cada grupo pesquisou e encontrou uma forma de medir a durabilidade das pilhas, e
assim, calcular seu custo-benefício.
Finalizada toda a pesquisa, eles elaboraram um trabalho, onde delinearam a pesquisa e
finalmente, responderam qual era a melhor pilha.
5ª atividade:
Nesta aula, os grupos apresentaram seus trabalhos numa exposição em slides, onde
foram delineando todo o desenvolvimento do trabalho até a sua finalização. Eles
expuseram suas dificuldades e relataram como as superaram.
6ª atividade:
Após a apresentação de todos os grupos, a turma fez um debate sobre tudo o que
aprenderam. Eles perceberam que aprenderam muito mais do que sobre pilhas, mas
questões políticas, econômicas e sociais. E o mais importante foi que eles se sentiram os
atores principais no processo de construção do saber. Muitos não se achavam capazes de
construir um trabalho a partir de seus próprios questionamentos e esforços.
7ª atividade:
Numa última aula a turma fez uma análise crítica sobre essa metodologia de trabalho.
Os trabalhos foram apresentados pelos grupos em slides para toda a turma. Neles foram
apresentadas a síntese de toda a pesquisa feita ao longo do bimestre, buscou-se através
destes verificar as mudanças provocadas e a aprendizagem dos alunos produzidas pela
atividade. Para fazer isto comparou-se as respostas obtidas no pré-teste com o que foi
apresentado nos trabalhos finais.
Os trabalhos apresentaram bons resultados quando comparados as respostas obtidas no
pré-teste, tendo em vista que, mesmo não sendo solicitado, eles pesquisaram sobre os
componentes e o funcionamento das pilhas para poderem diferenciar as pilhas alcalinas,
secas e recarregáveis. A preocupação com a poluição ambiental surgiu ao longo do
processo de pesquisa sobre o custo-benefício, já que os alunos se questionaram sobre o
descarte. Houve a discussão em pesquisar uma pilha que dure mais tempo, para evitar
sua utilização em excesso, mesmo que isso custe mais caro.
Os alunos, ao serem solicitados a avaliar o trabalho com projeto desenvolvido,
consideraram-no importante e necessário, no sentido de melhorar a aprendizagem da
física e fazer seu ensino ter sentido, assim como o “trabalhar diferente”, que os
incentiva a participar e desenvolver tarefas em grupos. Isso corrobora a necessidade de
se implantarem novas estratégias, que satisfaçam a sua curiosidade e diminua a
desmotivação causada muitas vezes pela falta de conhecimentos dos anos anteriores.
Ao desenvolver as várias atividades com os alunos, foi possível perceber que, para o
trabalho com projetos, é preciso uma mudança na postura do educador. Não é simples
vencer o hábito de transferência de conhecimento e trabalhar com a busca pelo
conhecimento. É preciso criar, no aluno, a vontade de querer participar, sentir-se
importante e necessário para o desenvolvimento das atividades, o que foi o primeiro
desafio: fazer com que todos participassem, já que teriam a responsabilidade em suas
mãos para que o trabalho fosse concluído. Com o desenvolvimento das atividades, esse
problema acabou, porque todos se envolveram na busca do mesmo objetivo.