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Branca, preta, híbrida: Uma outra relação importante efetuada pelos antigos é a associação entre o conceito de
qual é a cor da beleza Belo e as noções de Verdade e Bem. Nesse sentido, será belo tudo o que é verdadeiro,
na propaganda
brasileira hoje? justo e bom. Para o pensamento cristão, Deus como a Verdade e o Bem em si, é também
identificado ao Belo em si. A corporificação da beleza no mundo nada mais é do que a
Ilana Strozenberg
manifestação da divindade. Essas breves observações apontam para o valor ontológico do
Por uma estética da belo no pensamento pré-moderno. A qualificação estética do belo representa, na história
psicanálise ocidental das idéias, uma desvalorização de sua valência original.
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O pintor E. Manet será o responsável por dar corpo a essa noção de beleza em sua Vênus
moderna, Olympia, pintada em 1863. Provocador, Manet retoma o cânone clássico da
Vênus de Urbino de Ticiano para metamorfoseá-la na figura de uma mulher venal. Nessa
tela, a beleza desce de seu céu metafísico, transcendente, para habitar as coisas mais
prosaicas e mundanas. Obra-manifesto, Olympia é definitivamente o maior ícone da
beleza moderna.
No século XX, o conceito de belo é definitivamente desvalorizado no âmbito da arte (e
provavelmente por esse motivo tenha migrado para outras “regiões”). O que não significa
que o público tenha abdicado completamente de uma noção conservadora de beleza em
seus julgamentos estéticos. Na verdade, é conhecida a péssima recepção que as pinturas
de H. Matisse encontravam em sua época. Após a primeira apresentação pública de uma
de suas obras-primas, Dança (II) (1910), a reação foi de espanto e horror, sendo que os
adjetivos utilizados para classificá-la foram: primitiva, grotesca, diabólica, bárbara e
canibalesca (naturalmente em sentido pejorativo).
Evidentemente, uma história de mais de dois mil anos não pode ser apagada da noite
para o dia. Quando afirmamos que o Belo se enfraquece enquanto valor estético ou idéia
reguladora não quer dizer que ele não esteja presente aqui e acolá. Contudo, o que
parece não existir é uma nova concepção, algo que seja próprio do momento
contemporâneo. O que há sim, é uma restituição de algumas das idéias forjadas no
decorrer da história. Uma espécie de sobrevida que irrompe nos locais os mais
inesperados (pensa-se aqui, por exemplo, na arte abstrato-geométrica de Mondrian).
Voltando ao nosso inquiridor inicial, talvez o grande desafio fosse refletir, a partir da
produção exemplar de um artista contemporâneo como é o caso do norte-americano
Matthew Barney, sobre os caminhos às vezes inusuais da sensibilidade atual, habituada
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ao poder de recriação e modificação sem limites das formas naturais, neste caso do
próprio corpo humano.
Taisa Helena P. Palhares é graduada em Filosofia pela Universidade de São Paulo, onde
desenvolve tese de doutoramento desde 2005. Recentemente publicou o livro Aura: a
crise da arte em Walter Benjamin (Editora Barracuda, Fapesp, 2006).
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