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Caderno de Introdução à Filosofia: Ética

De João Vitor de Castro Ruas


Ética 05/04/2022

 A colonização portuguesa, a partir de 1530, trouxe uma ética / moral e realizaram


um holocausto indígena
 A nova ética portuguesa se impôs brutalmente, ao contrário de outros momentos
históricos, como Roma
 Em locais fora da América, houve uma assimilação paulatina de éticas e costumes,
ao contrário do continente americano, onde ainda não houve uma assimilação
 O jeitinho brasileiro é uma ética brasileira, que apresenta contradição entre a fala
esperada e a ação que permite a sobrevivência
 A Ética na filosofia é a práxis (ação) – enquanto há o intelecto e a técnica
 “para inglês vê”: há uma força impositiva tão grande sobre o brasileiro que nos foi
imposta violentamente que se arrasta o problema para debaixo do tapete porque
se aprendeu a fazer assim e porque se faz de pirraça contra o opressor
 A Ética é pensar em um modo de vida que seja bom para todos e dar instrumentos
para refletir sobre a ação
 Na nossa vida coletiva e ética, nos unimos naturalmente a grupos
 Grupos mais éticos geralmente têm melhores resultados
Resumo “EXPERIÊNCIA E ALTERIDADE EM EDUCAÇÃO”, de Jorge Larrosa

 Experiência: “isso que me passa”


 “isso”: algo que não sou eu nem depende direta ou indiretamente de mim >
“princípio de exterioridade / alteridade / alienação” (o prefixo “ex” é comum à
experiência e à exterioridade, por indicar aquilo que é estranho ao indivíduo. A
alteridade nasce do fato de que esse objeto de experiência deva ser algo que seja
radicalmente diferente de mim. A alienação vem do fato de que a experiência tem
de ser com algo completamente alheio a mim, que fuja à lógica do “meu” afetivo
ou possessivo).
 A exterioridade, a alteridade e a alienação devem manter-se como tais
 A experiência sustenta a irredutibilidade do acontecimento
 “me”: “o local da experiência sou eu” (“princípio de subjetividade / reflexividade /
transformação”
 Reflexividade: “me” (pronome reflexivo) > a experiência exige exteriorização (ir ao
encontro do acontecimento) e afetos da experiências em mim (alterações no
próprio sujeito)
 Subjetividade: “a experiência é sempre subjetiva” e individual, não havendo
experiência coletiva, geral ou de ninguém. algo passa a fazer parte das ações,
palavras, ideias, saberes etc. do sujeito “aberto, sensível, vulnerável, ex/posto”
 Transformação: o sujeito está colocado em condição da sua própria mudança
interior. “a experiência me forma e me transforma”. O sujeito da formação é o
sujeito da experiência, e menos o da aprendizagem e da educação.
 “passar”: experiência com o radical indo-europeu “per”, relacionado com a
passagem e a travessia, que nos conduz ao “isso”. A passagem oferece
necessariamente um risco. > princípio de passagem
 O sujeito da experiência é paciente e passional, sofrendo impressões deixadas por
algo que passa por mim ou em mim. “A experiência não se faz, mas se padece” >
princípio de paixão.
 Na leitura, “o importante não é o texto, senão a relação com o texto” > há sempre
algo de ilegível no texto para que haja experiência. Daí uma alfabetização da
experiência, e não uma alfabetização da compreensão.
 Na leitura, há uma experiência com algo exterior (o livro), que gera um impacto
subjetivo (a reflexão)
 A partir da experiência, o importante não são as manifestações do autor, nem o
que posso manifestar sobre o que foi manifestado, mas a transformação que
vivenciei a partir da leitura
 A leitura não é apenas um passatempo (que não afeta a subjetividade sensata e
diurna que comanda o indivíduo) ou um veículo para adquirir conhecimentos (em
que a leitura apenas nos provém de uma aquisição intelectual que não nos forma /
transforma)
 A leitura transformadora tem uma relação íntima com a subjetividade, pois tem de
nos passar com profundidade, e não apenas na superficialidade.
 A leitura exige a experiência da escuta, e não da apropriação, para que possamos
ver no outro ele mesmo e não apenas uma projeção de nós mesmos
 Experiência como conhecimento: “um saber que revela ao homem singular sua
própria finitude”. Pessoal. Define uma ética e uma estética.
 A experiência não pode ser planejada tecnicamente, ao contrário do experimento.
 “A experiência da leitura é também o acontecimento da pluralidade”

 O professor deve transmitir sua experiência da leitura (inquietude, abertura,
escuta), e não seu experimento (saberes obtidos)
 Princípio de singularidade: a experiência é uma para cada indivíduo, ao contrário
do experimento, cuja leitura deve ser igual para todos
 Princípio de irrepetibilidade: as experiências são irrepetíveis, ao contrário dos
experimentos, que devem ter o mesmo significado todas as vezes
 Princípio de pluralidade: a experiência é o espaço onde se desdobra a pluralidade,
pois são possíveis uma pluralidade de experiências diante do mesmo
acontecimento, enquanto o experimento é homogêneo
 A partir do princípio de singularidade, percebe-se que não se pode fazer ciência da
experiência, pois ela é singular, enquanto a ciência lida com o que é geral, mas sim
uma paixão (afeto pelo singular)
 A experiência exige a contenção de uma série de vontades
 A experiência singulariza o acontecimento e o sujeito, impedindo a opção de uma
posição genérica
 Princípio da incerteza: a experiência, ao contrário do experimento, não é
antecipável
 Princípio da liberdade ou do talvez: a experiência é o “lugar da liberdade”
 A informação é o contrário da experiência
 A opinião tornou-se um imperativo
 O trabalho também é contrário à experiência, pois se baseia na vontade das
pessoas de conformar a si e ao mundo a sua vontade
 A experiência não depende da ação, da vontade ou da técnica do sujeito
 Platão: mundo sensível = experiência (inferiorização)
 Aristóteles: a experiência (empiria) é um pressuposto necessário à ciência, mas
inferior a esta, à arte (techné).
 A ciência e a experiência são incompatíveis
 A experiência, no entanto, ocorre nos espaços e tempos educativos, pois está
ligada aos limites do saber e da linguagem
 Saber da experiência: necessidade de se criar, em educação, um saber que dê lugar
à sensibilidade, alteridade
Ética 07/04/2021

 As instituições nos formam e nos deformam, cortando nossa subjetividade ao


uniformizar: Estado, família, universidade e escola
 A formação / curso / percurso deve ser objetiva e subjetiva
 O individual deve ceder ao coletivo, mas até que ponto?
 Existe uma linha tênue entre individual e coletivo
 O texto indica que há uma relação com o real (texto, contexto e vida) que vai além
do objetivo
 O texto é uma crítica à Modernidade
 Aquilo que há além da objetividade é a experiência
 A Modernidade transformou a experiência em experimento, retirando a
subjetividade
 A Modernidade começa com a queda de Constantinopla (triunfo da democracia, da
técnica, do Ocidente diante do Oriente)
 O Humanismo e o Renascimento tira a centralidade do mundo de Deus para o
homem
 A racionalidade é o que o texto chama de objetividade, que traz benefícios
imensos (como Estado leigo)
 Descartes é o fundador da filosofia moderna (pai da racionalidade, ao criar o
método): “cogito ergo sum” (toda a instância do real está no pensamento, ou seja,
a razão é o real. Quem pensa sou eu, por isso eu tenho a instância do real.
Segundo Descartes, se eu parar de pensar, as coisas deixam de existir. Quando eu
mudo, o mundo muda, pois sou eu que dou existência ao real.)
 A psicologia é a objetivação do subjetivo (quando está difícil lidar com a
subjetividade, procura-se o tratamento objetivo e racional, que standardiza o ser
humano dentro de um padrão)
 O homem moderno se isolou do mundo e se fechou no seu pensamento, e tudo
passa a ser algo dominável ao pensamento. O eu entende o texto apenas pelo que
o eu dá conta, não permitindo a fala do outro, isolando aquilo que não entra nas
estruturas do eu.
 O eu cria seus grupos e se isola neles.
 O subjetivo de Descartes e Kant se submete à razão universal (aquilo que todos
pensam / falam / sentem). O sujeito devia se submeter à razão universal, de modo
que, se você não existe de maneira racional, você é posto de lado / linguagem
comum. Isso não é negativo, mas o problema é quando as individualidades são
desrespeitadas.
 O pacto moderno é o pacto da razão.
 Linguagem, pensamento e sentimento mudam com a experiência
 Há a leitura objetiva e subjetiva do texto, contexto e a vida
 Crise da razão: pós-modernidade
 Fenomenologia: ramo da Filosofia que traz o mundo como um conjunto de
fenômenos (aquilo que se mostra / está fora de mim), em resposta ao
individualismo cartesiano excessivo.
 A educação deve unir razão e experiência

Ética 12/04/2021
 Cada um que lê um texto, lê um texto diferente
 Ao falar o texto, cada um empregará seu próprio vocabulário
 O professor é apenas um suporte, mas a educação é autônoma, pois a leitura é
individual
 Pessoas com família de maior educação, formação e pensamento sofisticado
tendem a gerar crianças com pensamento mais sofisticado mais prematuramente
 Pensamento sofisticado não é uma noção de classe > pessoas de classe alta podem
ter pensamento “tosco”, enquanto pessoas de baixa renda podem ter pensamento
muito sofisticados
 O texto não traz grande quantidade de informação, mas o texto devora essa
crítica, pois o importante é a qualidade
 O jornal recebe uma crítica de Larrosa, pois a quantidade de informação que ele
veicula não tem grande significado
 Axe (eixo / espinha dorsal) do texto: “isso que me passa”
 Na Modernidade, no inconsciente individual e coletivo está estabelecido a tese do
“penso, logo existo”
 O problema da Modernidade é que ela define a realidade propriamente dita pelo
pensamento
 A percepção individual revela o mundo interior, mas não é de fato o que o objeto é
 Se defino o mundo como sendo da forma que eu o vejo, há a anulação dos outros
que pensam diferente de mim. Assim, reconhecer que a realidade pode não ser da
forma como a percebemos revela que há legitimidade na individualidade dos
outros, dando possibilidade às regras de convivência.
 Temos vários recursos dentro de nós além do mental e do racional
 Tem de haver ligação entre tradição e inovação
 O “isso” fala
 Muitos vivem no tempo do racionalismo puro
 Leitura opcional: “O muro”, de Sartre
 Como fazer as pausas? Como ler as entrelinhas?
 Se o mundo é cheio de movimento, como fazer esses esforços?
 “A experiência não reduz o acontecimento”: acontecimento (novidade, algo que
ocorre fora do cotidiano). A experiência não diminui as várias facetas e implicações
do acontecimento, apenas traz a faceta do acontecimento que estava inacessível.
A experiência não tira a face do conceito (único), sendo a experiência mutável e
múltipla.
 A experiência coloca o sujeito no mundo, relativizando e tornando o mundo menos
solitário e mais aberto.
 Pessoa sentimental: pessoa que se agarra ao sentimento, faltando análise
científica.
 O texto não propõe que você seja sentimental, mas propõe que você também
tenha sentimento, intuição, percepção, criatividade, aceitação da ambiguidade
 Parmênides: pai da lógica (“o Ser é, e o não Ser não é”)
 Taoísmo: o fang-yang (os dois polos opostos se misturam)
 O primado da razão está sendo ferido: interesse pela religião, simbolismo,
subjetivismo, arte, arquitetura
 Atenção ao obscurantismo e ao fundamentalismo
 O professor sabe mais, e deve trazer seu conhecimento na forma de verdade; mas
tudo o que for levado deve passar por alguma crítica dos alunos.
 Os alunos têm que se deixar afetar pela aula.
 O professor não deve dizer o que “é”, mas “uma parte do que é”, pois uma parte
não chegará ao professor.
 A fala do professor não é o todo.
 Antigamente, a fala do professor, dos pais e das autoridades era o todo.
 O professor deve trazer a informação, mas deixar espaço para a liberdade da
construção de algo novo, para a crítica, para a reflexão de cada um.
 “A exterioridade não deve ser interiorizada”: o texto não pode ser colocado dentro
de mim (controlado), pois ele deve continuar falando algo além.
 “A alteridade não deve ser identificada”: identificar = tornar idêntico. O outro não
deve ser considerado igual o tempo inteiro.
 “A alienação não pode ser apropriada”: o texto é público; não devemos nos
apropriar dos outros (nos identificamos demais com quem gostamos). Ética: é a
relação e a prática do sujeito no mundo.
 Ética fala de bem e mal
 A experiência é singular, porque ela é própria para cada indivíduo, mas também é
plural, pois é a soma das diferentes particularidades.
Ética 14/04/2022

 Há correntes antiéticas bem intencionadas


 O poder se reveste de uma corrente ética para justificar
 A massa não pensa
 O efeito de massa leva as pessoas a não andar na ética
 O uso do autor de Ética segundo uma conveniência momentânea é outro risco
 A disciplina irá tratar de princípios e embasamentos teóricos
 Outro risco do ensino de ética é a abstração teórica excessiva sem falar da vida
diária
 A Ética está em tudo
 A Política e a Ética caminham juntas
 Para Aristóteles, a Ética é o agir individual e a Política é o agir coletivo
 Para entender a Ética, é preciso ter noção de Sociologia
 O entendimento da sociologia é derivado de uma compreensão da pessoa dentro
de uma noção de classe, que influencia o comportamento das pessoas e determina
uma Ética
 A Ética é a mesma para todos, ao mesmo tempo que não é
 A Ética também se relaciona com a Psicologia (devemos compreender eticamente
o papel do inconsciente na noção de julgamento ético das pessoas)
 Ao mesmo tempo, fazer essas avaliações sem perder os princípios
 História: como se formaram as instituições? Origens do Estado de Direito moderno
 Administração: administração do Estado > o Estado entrou em esferas que não são
dele > invasão do espaço privado > conflito entre o privado e público
 Antropologia: mitos, cultura, traços comuns > como a cultura interfere na ética?
 Relação dos sentimentos com a Ética > “Noções de Ética”, Tughendat
 O autor discute como que culturas diferentes reagem diferentemente a uma
mesma situação, com sentimentos variados, como vergonha
 As pessoas também têm diferença entre si na forma como sentem as situações
diante de um mesmo comportamento, determinando eticamente nossas ações
 O curso é um curso de fundamentos da Ética
 A grande pergunta é: “quais são os meus grandes princípios?”, “quais são os
grandes princípios que eu quero formar?”
 É preciso adicionar novos princípios e descartar outros
 Sociedade justa é aquela que permite o desenvolvimento das capacidades do
indivíduo (habilidades artísticas, bom coração, facilidade de ouvir o outro etc.)
 Contudo, alguns pais não compreendem as características pessoais da pessoa,
matando suas vantagens
 É preciso mudar a homogeneidade das coisas, é preciso trabalhar e incentivar a
heterogeneidade
 O bem-estar geral: conceito do séc. XIX-XX
 Welfare state / séc. XX: Estado de bem-estar social > previdência social e serviços
sociais
 Utilitarismo: o que serve é bom, o que não serve não é bom
 Paz geral: interior e coletiva > é outro valor
 Preservação da espécie: valor muitas vezes questionável > extinção das espécies
não humanas, casamentos forçados, etc.
 Lebenborn: bebês arianos > mulheres arianas eram colocadas para reproduzir
incessantemente pela SS nazista, para que os bebês fossem criados desde
pequenos com as ideias do nazismo
 Como se preservar da adesão a correntes antiéticas?
 Existem princípios que precisam ser universais, mas questões que são relativas
 O problema é não tentar universalizar o relativo
 O respeito incondicional à vida é um valor
 O conflito entre público e privado existe, mas precisa-se cuidar da não hipocrisia
(limiar tênue)
 A questão de avaliação das situações deve partir dos princípios Até que ponto
respeitamos a violência para não ser violento ou não respeitar para não ser
violento?
 Liberdade como princípio da Ética
 Universalidade VS relativismo
 Tradição VS modernidade
 Conservador VS progressista
 O Estado moderno é invadido / ocupado por grupos
 A grande ágora pública é o Congresso
 Pequenos grupos invadiram / dominaram / ocuparam o Congresso, supostamente
representando a sociedade
 O problema não é representar todos os grupos, o problema é quando grupos
minoritários ocupam o espaço todo
 No Brasil, persiste uma imposição colonial no Brasil > a forma como os brasileiros
olham o país ao irem ao exterior
 Os brasileiros veem o país como sinônimo de atraso, reproduzindo aquilo que foi
colocado pelos colonizadores
 Isso vai contra os próprios brasileiros, e favorece o estrangeiro
 As éticas são milhares e se interpõem no sujeito
 Ética profissional > escolher uma profissão é escolher um mundo (fala,
pensamento, objeto com que se lida, comportamento, postura, olhar para si e para
os outros, fala, crença, tom de voz) A mesma pessoa tem diferentes papéis em
diferentes contextos sociais
 O certo e o errado de acordo com o contexto muda
 Culturas
 Sexualidades: como a questão sexual é uma questão moralizante? Como a moral
entrou na parte sexual para dizer o que pode e que não pode? Até que ponto ela
precisa ser e deve ser ou não? Até que ponto a regulação é importante? Há uma
ética sexual que não pode ser negada.
 Ecologia: a relação do humano com o planeta > A reversão do desequilíbrio
ecológico é o produto de diversas ações individuais.
 Ética animal: os animais são totalmente dependentes de nós e vulneráveis às
nossas ações (abandono, maus-tratos etc.).
 Na China, em certos locais no interior, os pais idosos são convidados a saírem de
casa no inverno e morrerem na rua, já que os idosos não podem mais trabalhar,
mas ainda configuram gastos. Muitas vezes os próprios idosos fazem isso por
vontade própria.
Resumo do livro I de “Ética a Nicômacos”, de Aristóteles

ética a Nicômacos UNB tradução Mário da Gama Kury

(prefácio: José Reinaldo de Lima Lopes)

 O livro I define, quanto à Ética: objeto, método, bem, felicidade e a melhor vida
para o ser humano
 “Ética a Nicômacos” traz um tratado científico-filosófico das virtudes
 A Ética é uma ciência prática
 Ética das virtudes (Aristóteles) VS ética do dever (Kant): bem VS dever

Livro I

 “O bem é aquilo a que todas as coisas visam”


 Existem várias finalidades das atividades
 Algumas artes e ciências se subordinam a outras por conta de sua finalidade
 A finalidade de todas as ações é o bem e o melhor dos bens
 A ciência política é a principal na organização da cidade, pois tem como fim o bem
comum e determina a utilidade das demais artes e ciências (o que devemos fazer
ou não)
 O bem do homem deve ser a finalidade última
 O bem comum (finalidade da cidade) é mais importante que o bem individual
(finalidade do homem)
 A ciência política deriva da convenção, e não da natureza
 Alguns bens podem gerar maus efeitos, de modo que as conclusões aqui tiradas
são válidas apenas em linhas gerais
 A precisão de uma conclusão não pode ser maior que a precisão do objeto daquela
mesma ciência em que a discussão se insere
 Os homens são bons juízes dos assuntos de que conhecem
 A Política não deve ser estudada por jovens, pois falta-lhes a experiência,
indispensável, pois a finalidade de tal ciência é a ação, e não o conhecimento
 Jovem nesse sentido não é cronológico, mas imaturidade
 “... este bem supremo é a felicidade, e consideram que viver bem e ir bem
equivale a ser feliz”
 O princípio é evidente por si mesmo, dispensando explicações
 Três tipos de vida feliz: agradável, política e contemplativa
 A maioria vive como animais
 As pessoas mais qualificadas e atuantes têm as honrarias como objetivo de vida e
da política > superficial
 “O bem é algo pertencente ao seu possuidor e não lhe pode ser facilmente tirado”

 Vida à procura do dinheiro > vida por compulsão
 O filósofo, em nome da verdade e do dever, deve sacrificar até as relações
pessoais
 O bem não é uma coisa única universalmente
 Alguns bens são “bens em si”, e outros são “bens em função destes [bens em si]”
 “O bem, portanto, não é uma generalidade correspondente a uma forma única”
 O importante para a Ética ou para a Política não é o bem em si, mas o bem do
homem
 O fim de todas as ações e propósitos é o bem atingível pela atividade
 “Chamamos absolutamente final aquilo que é sempre desejável em si, e nunca por
causa de algo mais”
 A felicidade é esse bem supremo
 “O homem é por natureza um animal social”
 A felicidade é autossuficiente para dar sentido à vida
 As ações visam à felicidade
 O bem está no exercício excelente das ações / atividades
 Os princípios são notados por: indução, percepção, habitualidade etc.
 Bem supremo = posse / exercício VS estado de espírito / atividade
 “O agradável para cada pessoa é aquilo que se costuma dizer que ela ama”
 A excelência e o belo são agradáveis em si mesmos
 “a felicidade é o melhor, mais belo e mais agradável dos bens”
 A felicidade depende de bens exteriores para se concretizar
 A felicidade pode ser fruto do aprendizado e do esforço
 “O principal empenho dessa ciência [política] é infundir um certo caráter nos
cidadãos”
 Animais e crianças não podem ser considerados felizes por não serem capazes da
política e da ética
 “A felicidade, em nossa opinião, é algo permanente e não facilmente sujeito a
mudanças”
 O homem feliz contempla a excelência, não estando sujeito às vicissitudes em
relação à felicidade, pois age da forma mais nobre e boa possível dentro das
circunstâncias
 É preciso bastante tempo para alterar o estado de felicidade
 Louvamos homens e deuses pelos seus atributos que remetem à felicidade e à
excelência
 A felicidade é o primeiro princípio e é a causa dos bens
 A felicidade é a excelência perfeita
 Os legisladores têm como fim de suas ações tornar os homens bons e obedientes
às leis
 A excelência e a felicidade são da alma, não do corpo
 Parte vegetativa da alma: nutrição e crescimento > impulso de todos os seres vivos
 A excelência está na parte racional da alma, própria dos seres humanos, capaz de
se impor sobre as partes concupiscente e vegetativa (parcialmente racional e
irracional)

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