Você está na página 1de 214

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ENGENHARIA MECÂNICA


ENGENHARIA MECÂNICA

GUILHERME MORETE FELIX

ANÁLISE DE RISCOS AMBIENTAIS EM UMA INDÚSTRIA DE


BENEFICIAMENTO DE SOJA COM RELAÇÃO À
INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE:
UM ESTUDO DE CASO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

LONDRINA
2020
GUILHERME MORETE FELIX

ANÁLISE DE RISCOS AMBIENTAIS EM UMA INDÚSTRIA DE


BENEFICIAMENTO DE SOJA COM RELAÇÃO À
INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE:
UM ESTUDO DE CASO

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como requisito parcial à
obtenção do título de Bacharel em
Engenharia Mecânica, do Departamento
Acadêmico de Engenharia Mecânica, da
Universidade Tecnológica Federal do
Paraná.

Orientador: Prof. Dr. Eduardo José Pitelli

LONDRINA
2020
Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Campus Londrina
Diretoria do Campus Londrina
Departamento de Engenharia Mecânica
Engenharia Mecânica

TERMO DE APROVAÇÃO

ANÁLISE DE RISCOS AMBIENTAIS EM UMA INDÚSTRIA DE


BENEFICIAMENTO DE SOJA COM RELAÇÃO À INSALUBRIDADE E
PERICULOSIDADE: UM ESTUDO DE CASO

por
GUILHERME MORETE FELIX

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi apresentado(a) em 26 de Junho de


2020 como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em
Engenharia Mecânica. O candidato foi arguido pela Banca Examinadora
composta pelos professores abaixo assinados. Após deliberação, a Banca
Examinadora considerou o trabalho aprovado.

___________________________________
(Prof. Dr. Eduardo José Pitelli)
Prof. Orientador

___________________________________
(Profª. Dra Regina Lúcia Sanches Malassise)
Membro titular

___________________________________
(Prof. Dr. Bruno Samways dos Santos)
Membro titular

- O Termo de Aprovação assinado encontra-se na Coordenação do Curso -


Dedico esse trabalho primeiramente a
Deus, razão do meu ser e de tudo em
minha vida, aos meus pais Anagela e
Dacio, que são as pessoas que mais amo
nesse mundo, que são o motivo do meu
despertar diário. Esse trabalho também é
dedicado para todos os trabalhadores que
tiveram suas vidas interrompidas por
causa de seu ofício e que foram o motivo
do despertar da ciência para essa área.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por ter me dado o privilégio de poder


abrir os olhos todos os dias e lutar por meus sonhos.
Agradeço a minha família, especialmente aos meus pais, Dacio e
Anagela, por todo apoio que me dão e por todos os ensinamentos que me
transmitiram ao longo de minha vida, vocês são o motivo de minha existência,
se eu almejo algo em minha vida, é porque me ensinaram que isso é possível,
amo vocês.
Agradeço ao meu professor orientador José Eduardo Pitelli, por ter
aceitado fazer parte desse projeto e de toda compreensão e ensinamentos
durante essa pesquisa. Assim como também agradeço a instituição UTFPR por
todos ensinamentos e aprendizados durante esse período.
Agradeço a empresa FAST Consultoria e todo seu quadro de
colaboradores durante esse período, especialmente para Fabio e Anália, sem
vocês esse projeto não seria possível.
Agradeço meus amigos Felipe Costa Teixeira, João Sesti Diniz,
Rafael Oliveira e Willian Farias por todos os momentos bons e ruins que
passamos durante o período de faculdade, aprendi muito com cada um de vocês.
Um agradecimento especial ao meu amigo Victor Theodoro de Souza,
que infelizmente nos deixou tão cedo, no momento da elaboração desse trabalho
e foi morar junto de Deus, foi um privilégio ter você como amigo, levarei para
sempre os momentos que vivemos. No momento que você nos deixou realmente
pensei em desistir, mas lembrei de sua felicidade e isso me deu forças para
passar por esse período e concluir essa etapa, esse trabalho é para você meu
amigo, te amo, até breve!
Por fim, gostaria de agradecer a todos meus amigos e as pessoas que
conheci que de alguma forma contribuíram para que eu chegasse a esse
momento, aprendi muito com cada um de vocês, que Deus abençoe a todos.

MUITO OBRIGADO!
“Finalmente, quando chegar a nossa
última hora, será grande e inefável a
nossa alegria ao vermos que em todos o
nosso trabalho, apenas vislumbramos a
infinitude do Criador.”
(Carl Friedrich Gauss).
RESUMO

FELIX, Guilherme Morete. Análise de riscos ambientais em uma indústria de


beneficiamento de soja com relação a insalubridade e periculosidade: Um
estudo de caso. 2019. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Engenharia
Mecânica. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Londrina, 2019.

Com o crescente número de doenças ocupacionais e acidentes de trabalho, a


preocupação em analisar os riscos ambientais e antecipar possíveis sinistros vem
ganhando importância nas últimas décadas. O presente trabalho visa aplicar uma
metodologia para o reconhecimento dos riscos ambientais laborais que ensejam
periculosidade ou insalubridade em uma unidade de beneficiamento de sementes de
soja, através de pesquisas qualitativas e quantitativas, tendo como base as normas
regulamentadoras e as normas de higiene ocupacional. Com a análise desses riscos,
um estudo foi realizado em uma unidade de beneficiamento de sementes de soja com
o objetivo de caracterização de situações de insalubridade ou periculosidade a qual o
trabalhador esteja exposto. Caso seja caracterizado algum agente acima de seu limite
de tolerância estabelecido pelas normas regulamentadoras, foi sugerido medidas de
mudança no ambiente de trabalho a fim de prevenir e minimizar esses riscos, fazendo
com que o trabalhador esteja mais seguro e que a empresa possa obter uma
economia com adicionais no salário decorrentes de situações de insalubridade ou de
periculosidade.

Palavras-chave: Riscos Ambientais. Periculosidade. Insalubridade. Avaliação de


Riscos. Segurança do Trabalho. Prevenção de Riscos.
ABSTRACT

FELIX, Guilherme Morete. Analysis of environmental risks in a soybean


processing industry in relation to unhealthiness and hazardousness: A case
study. 2019. 65 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Engenharia
Mecânica. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Londrina, 2019.

With the growing number of occupational diseases and accidents at work, the concern
to analyze environmental risks and anticipate possible accidents has been gaining
importance in recent decades. The present work aims to apply a methodology for the
recognition of occupational environmental risks that give rise to dangerous or
unhealthy conditions in a soybean processing unit, through qualitative and quantitative
research, based on regulatory norms and occupational hygiene standards. With the
analysis of these risks, a study was carried out in a soybean processing unit in order
to characterize unhealthy or dangerous situations to which the worker is exposed. If
an agent is characterized above its tolerance limit established by regulatory standards,
measures to change the work environment were suggested in order to prevent and
minimize these risks, making the worker safer and the company can obtain savings
with additional wages due to unhealthy or dangerous situations..

Keywords: Environmental Risks. Hazardousness. Unhealthiness. Risks Assessment.


Work Safety. Risk Prevention.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Mapa de acidente de trabalho no Brasil ...................................... 14


Figura 2 - Fluxograma operacional de uma unidade de beneficiamento..... 19
Figura 3 - Desenho esquemática de tombador empregado para descarga
de caminhões.............................................................................. 20
Figura 4 - Silo Secador estático, à esquerda, e secador intermitente a
direita.......................................................................................... 21
Figura 5 - Selecionador em espiral.............................................................. 22
Figura 6 - Unidade para tratamento de sementes........................................ 23
Figura 7 - Sistema de sacolões (big-bags) utilizado para a armazenagem
da semente de soja...................................................................... 24
Figura 8 - Sistema de sacarias utilizado para a armazenagem de
semente de soja........................................................................... 24
Figura 9 - Expurgo com fosfina em um lote de sementes de soja com uso
de lonas plástica específica para expurgo. A – Lote de sementes
a ser expurgado, B – Lona de expurgo colocada sobre o lote
de sementes, C – Detalhe da vedação da longa
de expurgo................................................................................... 27
Figura 10 - Eixos de direção adotados para medição.................................... 35
Figura 11 - Ilustração de acelerômetros de assento e dos eixos de
medição, posicionados para avaliação da exposição de condutor
de veículo.................................................................................... 52
Figura 12 - Esquema para instalação do dispositiva de coleta no
trabalhador................................................................................... 54

Figura 13 - Armazém da UBS....................................................................... 61

Figura 14 - Processo de expurgo na UBS.................................................... 62


Figura 15 - Linha de produção da UBS......................................................... 63
Figura 16 - Entrada da moega na UBS......................................................... 64
Figura 17 - Secadores do setor moega da UBS........................................... 64
Figura 18 - Secadores de tratamento de sementes da UBS........................ 65
Figura 19 - Cassete de PVC......................................................................... 74
Figura 20 - Ciclone de nylon......................................................................... 76
Figura 21 - Realização de avaliação de poeira total e respirável no
trabalhador.................................................................................76
Figura 22 - Tubo de carvão ativado para coleta............................................78
Figura 23 - Protetor de tubo para coleta....................................................... 78
Figura 24 - Realização de coleta de fosfina no trabalhador......................... 80
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Equilíbrio higroscópico da semente de soja em condições de


diferentes temperaturas e umidade relativa do ambiente............ 25
Tabela 2 - Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente............45
Tabela 3 - Incremento de IBUTG médio para alguns tipos de
vestimentas.......................................................................................48
Tabela 4 - Taxa metabólica por tipo de atividade..............................................48
Tabela 5 - Valor máximo de IBUTG em relação a taxa metabólica...................51
Tabela 6 - Setor, funções e quantidades de funcionários existentes..................69
Tabela 7 - Componentes da nafta aromática e seus respectivos limites de
tolerância pela NR-15 (Anexo XI) e ACGIH (2019)............................79
Tabela 8 - Resultado das dosimetrias de ruído..................................................87
Tabela 9 - Resultado para a avaliação quantitativa de calor...............................88
Tabela 10 - Resultado para avaliação quantitativa de sílica livre cristalizada
(Poeira respirável).............................................................................90
Tabela 11 - Resultado para avaliação quantitativa de sílica livre cristalizada
(Poeira total)......................................................................................91
Tabela 12 - Resultado da avaliação quantitativa de vibração de corpo inteiro......93
Tabela 13 – Componentes da nafta aromática, concentração quantificada e seus
respectivos limites de tolerância pela NR-15 (Anexo XI) e ACGIH
(2019)................................................................................................94
Tabela 14 - Valores normatizados de isolamento acústico..................................97
Tabela 15 - Dados da análise quantitativa de ruído do armazém 1/2..................119
Tabela 16 - Temperatura de globo e de bulbo úmido natural obtida para o
conferente no armazém 1/2.............................................................122
Tabela 17 - Parâmetros de análise de poeira respirável para o armazém 1/2....123
Tabela 18 - Quantificação da amostragem de poeira respirável para o armazém
1/2...................................................................................................123
Tabela 19 - Parâmetros de análise de poeira total para o armazém 1/2.............124
Tabela 20 - Quantificação da amostragem de poeira total para o armazém 1/2.125
Tabela 21 - Temperatura de globo e de bulbo úmido natural obtida para o
operador de empilhadeira no armazém 1/2.....................................126
Tabela 22 - Quantificação da análise de vibração no armazém 1/2....................128
Tabela 23 - Dados da análise quantitativa de ruído do armazém 3/4................129
Tabela 24 - Temperatura de globo e de bulbo úmido natural obtida para o
conferente no armazém 3/4............................................................132
Tabela 25 - Parâmetros de análise de poeira respirável para o armazém 3/4....133
Tabela 26 - Quantificação da amostragem de poeira respirável para o armazém
3/4...................................................................................................133
Tabela 27 - Parâmetros de análise de poeira total para o armazém 3/4.............134
Tabela 28 - Quantificação da amostragem de poeira total para o armazém
3/4...................................................................................................134
Tabela 29 - Temperatura de globo e de bulbo úmido natural obtida para o
operador de empilhadeira no armazém 3/4.....................................136
Tabela 30 - Quantificação da análise de vibração no armazém 3/4....................138
Tabela 31 - Temperatura de globo e de bulbo úmido natural obtida para o
operador de empilhadeira I no armazém 3/4...................................140
Tabela 32 - Quantificação da amostragem de fosfina........................................142
Tabela 33 - Dados da análise quantitativa de ruído do setor de classificação....144
Tabela 34 - Temperatura de globo e de bulbo úmido natural obtida para o
classificador de cereais em locais internos......................................147
Tabela 35 - Temperatura de globo, de bulbo úmido natural e de bulbo seco obtida
para o classificador de cereais em atividades ao ar livre..................147
Tabela 36 - Dados da análise quantitativa de ruído na linha de produção 1/2..149
Tabela 37 - Temperatura de globo e de bulbo úmido natural obtida para a linha
de produção 1/2..............................................................................151
Tabela 38 - Parâmetros de análise de poeira respirável para a linha de produção
1/2...................................................................................................153
Tabela 39 - Quantificação da amostragem de poeira respirável para a linha de
produção 1/2...................................................................................153
Tabela 40 - Parâmetros de análise de poeira total para a linha de produção
1/2...................................................................................................154
Tabela 41 - Quantificação da amostragem de poeira total para a linha de
produção 1/2...................................................................................154
Tabela 42 - Dados da análise quantitativa de ruído na linha de produção 3/4..155
Tabela 43 - Temperatura de globo e de bulbo úmido natural obtida para a linha
de produção 3/4..............................................................................158
Tabela 44 - Parâmetros de análise de poeira respirável para a linha de produção
3/4...................................................................................................159
Tabela 45 - Quantificação da amostragem de poeira respirável para a linha de
produção 3/4...................................................................................159
Tabela 46 - Parâmetros de análise de poeira total para a linha de produção
3/4...................................................................................................160
Tabela 47- Quantificação da amostragem de poeira total para a linha de
produção 3/4...................................................................................160
Tabela 48 - Dados da análise quantitativa de ruído na Moega 19/22................161
Tabela 49 - Temperatura de globo e de bulbo úmido natural obtida para atividade
de monitoramento na moega 19/22................................................164
Tabela 50 - Temperatura de globo e de bulbo úmido natural obtida para atividade
de abastecimento do secador na moega 19/22..............................164
Tabela 51 - Parâmetros de análise de poeira respirável para a Moega 19/22..165
Tabela 52 - Quantificação da amostragem de poeira respirável para a Moega
19/22...............................................................................................165
Tabela 53 - Parâmetros de análise de poeira total para a Moega 19/22...........166
Tabela 54 - Quantificação da amostragem de poeira total para a Moega
19/22...............................................................................................167
Tabela 55 - Dados da análise quantitativa de ruído no tratamento de
sementes........................................................................................168
Tabela 56 - Temperatura de globo e de bulbo úmido natural obtida no setor
tratamento de sementes.................................................................170
Tabela 57 - Parâmetros de análise para naftas aromáticas..............................171
Tabela 58 - Componentes da nafta aromática, concentração quantificada e seus
respectivos limites de tolerância pela NR-15 (Anexo XI) e ACGIH
(2019)..............................................................................................172
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Riscos avaliados e metodologias utilizadas......................................43


Quadro 2 - Atividades / áreas de risco em relação a operações com
eletricidade................................................................................... 55
Quadro 3 - Cronograma para realização do Trabalho de conclusão de curso
1 e posteriormente trabalho de conclusão de curso 2......................59
Quadro 4 - Setores, GHE, funções e riscos associados.....................................84
Quadro 5 - Causa de ruídos em máquinas e encaminhamentos de
manutenção....................................................................................141
LISTA DE SIGLAS

ACGIH American conference of governmental industrial hygienists


are Aceleração resultante de exposição
aren Aceleração resultante de exposição normalizada
CA Certificado de aprovação
CAT Comunicado de acidente de trabalho
CLT Consolidação das leis do trabalho
EPC Equipamentos de proteção coletiva
EPI Equipamentos de proteção individual
E.U.A Estados Unidos da América
FISPQ Ficha de informações de segurança de produtos químicos
GHE Grupos homogêneos de exposição
IBUTG Índice de bulbo úmido termômetro de globo
̅̅̅̅̅̅̅̅̅
𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 IBUTG médio ponderado no tempo
M Taxa metabólica
̅
𝑀 Taxa metabólica média ponderada no tempo
MTE Ministério do trabalho e emprego
NE Nível de exposição
NEN Nível de exposição normalizado
𝑁𝑒𝑞 Nível sonoro médio
NHO Normas de higiene ocupacional
NHO-01 Norma de higiene ocupacional de número 01
NHO-06 Norma de higiene ocupacional de número 06
NHO-08 Norma de higiene ocupacional de número 08
NIOSH National institute for occupational safety and health
NPS Nível de pressão sonora referente ao nível de referência em decibel
NR Normas regulamentadoras
NR-9 Norma regulamentadora de número 9
NR-15 Norma regulamentadora de número 15
PCA Programa de conservação auditiva
PPRA Programa de prevenção de riscos ambientais
SST Saúde e segurança no trabalho
SACPs Solicitações de ações preventivas e/ou corretivas
TIS Tratamento industrial de sementes
UBS Unidade de beneficiamento de sementes
VDVR Valor da dose de vibração resultante
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12
1.1 ASPECTOS DA SEGURANÇA DO TRABALHO................................................. 12
1.2 UNIDADE DE BENEFICIAMENTO DE SOJA ..................................................... 15
1.3 RISCOS OCUPACIONAIS EM UMA UNIDADE DE BENEFICIAMENTO DE SOJA
PARA SEMENTES .................................................................................................... 16
2 OBJETIVOS............................................................................................................17
2.1 OBJETIVO GERAL...............................................................................................17
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................................ 17
3 JUSTIFICATIVA..................................................................................................... 18
4 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA........................................................................... 19
4.1 ETAPAS DO BENEFICIAMENTO DE SOJA ....................................................... 19
4.1.1 Recepção.......................................................................................................... 19
4.1.2 Pré Limpeza...................................................................................................... 21
4.1.3 Secagem........................................................................................................... 21
4.1.4 Limpeza............................................................................................................. 22
4.1.5 Separação E Classificação................................................................................22
4.1.6 Tratamento........................................................................................................ 23
4.1.7 Embalagem....................................................................................................... 24
4.1.8 Armazém........................................................................................................... 24
4.1.9 Expurgo............................................................................................................. 26
4.1.10 Armazém Comercial........................................................................................ 27
4.2 TIPOS DE RISCOS OCUPACIONAIS................................................................. 27
4.2.1 Riscos Ambientais ............................................................................................ 28
4.2.1.1 Agentes Físicos.............................................................................................. 28
4.2.1.2 Agentes Químicos.......................................................................................... 29
4.2.1.3 Agentes Biológicos......................................................................................... 29
4.3 RISCOS RELACIONADOS AO SETOR DE BENEFICIAMENTO DE SOJA ....... 30
4.3.1 Ruído ................................................................................................................ 31
4.3.2 Calor ................................................................................................................. 33
4.3.3 Vibração ........................................................................................................... 34
4.3.4 Produtos Químicos............................................................................................ 37
4.3.5 Sílica................................................................................................................. 38
4.3.6 Espaço Confinado ............................................................................................ 38
4.3.7 Eletricidade....................................................................................................... 39
4.4 INSALUBRIDADE ............................................................................................... 40
4.5 PERICULOSIDADE ............................................................................................. 40
5 METODOLOGIA .................................................................................................... 42
5.1 GRUPO HOMOGÊNEO DE EXPOSIÇÃO (GHE) ............................................... 42
5.2 AVALIAÇÕES PARA CARACTERIZAÇÃO DA INSALUBRIDADE ..................... 42
5.3 RISCOS AVALIADOS E METODOLOGIAS UTILIZADAS .................................. 43
5.4 AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DE RUÍDO........................................................... 43
5.4.1 Caracterização De Insalubridade Por Ruído .................................................... 45
5.5 AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DE CALOR .......................................................... 46
5.5.1 Caracterização De Insalubridade Por Exposição Ao Calor .............................. 50
5.6 AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DE VIBRAÇÃO DE CORPO INTEIRO ................ 51
5.6.1 Caracterização De Insalubridade Por Exposição À Vibração De Corpo Inteiro .......... 53
5.7 AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DE PARTICULADO SÓLIDO SUSPENSO NO AR ........ 53
5.7.1 Caracterização De Insalubridade Por Particulado Sólido Suspenso No Ar ...... 54
5.8 CARACTERIZAÇÃO DE PERICULOSIDADE POR ELETRICIDADE ................. 55
5.9 MEDIDAS DE AMENIZAÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS .................................. 57
6 CRONOGRAMA ................................................................................................... 59
7 RESULTADOS ....................................................................................................... 60
7.1 SETORES EXISTENTES .................................................................................... 60
7.1.1 Armazém .......................................................................................................... 60
7.1.2 Classificação .................................................................................................... 61
7.1.3 Expurgo ............................................................................................................ 61
7.1.4 Linha De Produção ........................................................................................... 62
7.1.5 Moega .............................................................................................................. 63
7.1.6 Tratamento De Sementes ................................................................................ 64
7.2 FUNÇÕES EXISTENTES.................................................................................... 65
7.2.1 Operador De Empilhadeira ............................................................................... 66
7.2.2 Operador De Empilhadeira I ............................................................................. 66
7.2.3 Conferente........................................................................................................ 66
7.2.4 Classificador De Cereais .................................................................................. 67
7.2.5 Auxiliar De Operador De Máquinas .................................................................. 67
7.2.6 Auxiliar de Produção ........................................................................................ 67
7.2.7 Auxiliar de Produção II ..................................................................................... 68
7.2.8 Operador de Máquina I..................................................................................... 68
7.2.9 Operador de Máquina II.................................................................................... 68
7.2.10 Assistente Técnico de Produção .................................................................... 69
7.3 SETORIZAÇÃO DA EMPRESA .......................................................................... 69
7.4 IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS PARA CADA SETOR ................ 70
7.4.1 Ruído ................................................................................................................ 71
7.4.2 Calor ................................................................................................................. 71
7.4.2.1 Armazéns ...................................................................................................... 71
7.4.2.2 Linhas de produção ....................................................................................... 71
7.4.2.3 Moega ........................................................................................................... 72
7.4.2.4 Classificação ................................................................................................. 72
7.4.2.5 Expurgo ......................................................................................................... 72
7.4.2.6 Tratamento de sementes............................................................................... 73
7.4.3 Vibração de Corpo Inteiro................................................................................. 73
7.4.5 Particulado Sólido Suspenso no Ar .................................................................. 73
7.4.5.1 Sílica.............................................................................................................. 73
7.4.5.1.1 Metodologia de Coleta................................................................................ 74
7.4.5.1.2 Método de Amostragem para Poeira Total ................................................. 74
7.4.5.1.3 Limite de Tolerância para Poeira Total ....................................................... 75
7.4.5.1.4 Método de Amostragem para Poeira Respirável ........................................ 75
7.4.5.1.5 Limite de Tolerância para Poeira Respirável .............................................. 76
7.4.5.2 CRUISER OPTI ............................................................................................. 77
7.4.5.2.1 Método de Amostragem para Naftas Aromáticas ....................................... 77
7.4.5.2.2 Limites de Tolerância para Naftas Aromáticas ........................................... 78
7.4.5.3 Gastoxin B57 ................................................................................................. 79
7.4.5.3.1 Método de Amostragem para Fosfina ........................................................ 80
7.4.5.3.2 Limite de Tolerância para Fosfina .............................................................. 80
7.4.6 Eletricidade....................................................................................................... 81
7.5.1 Armazéns 1/2 ................................................................................................... 82
7.5.2 Armazéns 3/4 ................................................................................................... 82
7.5.3 Classificação .................................................................................................... 83
7.5.4 Expurgo ............................................................................................................ 83
7.5.5 Linha de Produção 1/2 ..................................................................................... 83
7.5.6 Linha de Produção 3/4 ..................................................................................... 83
7.5.7 Moega 19/22 .................................................................................................... 84
7.5.8 Tratamento de Sementes ................................................................................. 84
7.5.9 Disposição dos Grupos Homogêneos de Exposição (GHE)............................. 84
7.6 RESULTADOS DAS ANÁLISES DOS RISCOS EM RELAÇÃO À
INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE ................................................................. 86
7.6.1 Ruído ................................................................................................................ 86
7.6.2 Calor ................................................................................................................. 88
7.6.3 Sílica Livre Cristalizada (Poeira Respirável) ..................................................... 89
7.6.4 Sílica Livre Cristalizada (Poeira Total) ............................................................. 91
7.6.4 Vibração De Corpo Inteiro ................................................................................ 92
7.6.5 Fosfina.............................................................................................................. 93
7.6.6 Naftas Aromáticas ............................................................................................ 94
7.6.7 Eletricidade....................................................................................................... 95
7.7 MEDIDAS DE AMENIZAÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS .................................. 95
7.7.1 Ruído ................................................................................................................ 96
7.7.1.1 Eliminação de vibração dos maquinários ...................................................... 96
7.7.1.2 Isolamento da fonte de ruído ......................................................................... 97
7.7.1.3 Programa de conservação auditiva ............................................................... 98
7.7.1.4 Equipamentos de proteção auditiva .............................................................. 98
7.7.2 Calor ................................................................................................................. 99
7.7.3 Eletricidade..................................................................................................... 100
7.7.3.1 Medidas de controle .................................................................................... 100
7.7.3.2 Medidas de proteção coletiva ...................................................................... 100
7.7.3.3 Medidas de proteção individual ................................................................... 101
7.7.4 Produtos Químicos em Geral ......................................................................... 101
7.7.4.1 Relação da empresa com o território em que se localiza ............................ 102
7.7.4.2 Gerenciamento de riscos na esfera coletiva da empresa ............................ 102
7.7.4.3 Prevenção dos riscos químicos nos postos de trabalho .............................. 102
7.7.4.4 Medidas de proteção individual ................................................................... 102
8 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 104
8.1 SUGESTÕES PARA PRÓXIMOS TRABALHOS .............................................. 108
9 REFERÊNCIAS .................................................................................................... 109
APÊNDICE A .......................................................................................................... 118
10 RESULTADOS DAS ANÁLISES DOS RISCOS EM RELAÇÃO À
INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE .............................................................. 119
10.1 ARMAZÉNS 1/2 .............................................................................................. 119
10.1.1 Armazéns 1/2 (Conferente) .......................................................................... 119
10.1.1.1 Ruído ......................................................................................................... 119
10.1.1.2 Calor .......................................................................................................... 121
10.1.1.3 Sílica livre cristalizada (poeira respirável) ................................................. 123
10.1.1.4 Sílica livre cristalizada (poeira total) .......................................................... 124
10.1.2 Armazéns 1/2 (Operador de Empilhadeira) .................................................. 125
10.1.2.1 Ruído ......................................................................................................... 125
10.1.2.2 Calor .......................................................................................................... 126
10.1.2.3 Sílica livre cristalizada (poeira respirável) ................................................. 127
10.1.2.4 Sílica livre cristalizada (poeira total) .......................................................... 127
10.1.2.5 Vibração de Corpo Inteiro.......................................................................... 128
10.2 ARMAZÉNS 3/4 .............................................................................................. 129
10.2.1 Armazéns 3/4 (Conferente) .......................................................................... 129
10.2.1.1 Ruído ......................................................................................................... 129
10.2.1.2 Calor .......................................................................................................... 131
10.2.1.3 Sílica livre cristalizada (poeira respirável) ................................................. 133
10.2.1.4 Sílica livre cristalizada (poeira total) .......................................................... 134
10.2.2 Armazéns 3/4 (Operador de empilhadeira)....................................................135
10.2.2.2 Calor .......................................................................................................... 135
10.2.2.3 Sílica livre cristalizada (poeira respirável) ................................................. 137
10.2.2.4 Sílica livre cristalizada (poeira total) .......................................................... 137
10.2.2.5 Vibração de corpo inteiro........................................................................... 137
10.2.3 Armazéns 3/4 (Operador De Empilhadeira I) .............................................. 138
10.2.3.1 Ruído ......................................................................................................... 138
10.2.3.2 Calor .......................................................................................................... 139
10.2.3.3 Eletricidade ................................................................................................ 141
10.2.3.4 Fosfina....................................................................................................... 142
10.2.3.5 Sílica livre cristalizada (poeira respirável) ................................................. 143
10.2.3.6 Sílica livre cristalizada (poeira total) .......................................................... 143
10.2.3.7 Vibração de corpo inteiro........................................................................... 143
10.3 CLASSIFICAÇÃO ............................................................................................ 144
10.3.1 Classificação (GHE) ..................................................................................... 144
10.3.1.1 Ruído ......................................................................................................... 144
10.3.1.2 Calor .......................................................................................................... 146
10.4 EXPURGO ...................................................................................................... 148
10.5 LINHA DE PRODUÇÃO 1/2 ............................................................................ 148
10.5.1 Linha De Produção 1/2 (GHE)...................................................................... 149
10.5.1.1 Ruído ......................................................................................................... 149
10.5.1.2 Calor .......................................................................................................... 151
10.5.1.4 Sílica livre cristalizada (poeira total) .......................................................... 153
10.6 LINHA DE PRODUÇÃO 3/4 ............................................................................ 155
10.6.1 Linha de produção 3/4 (GHE)....................................................................... 155
10.6.1.1 Ruído ......................................................................................................... 155
10.6.1.2 Calor .......................................................................................................... 157
10.6.1.3 Sílica livre cristalizada (poeira respirável) ................................................. 159
10.6.1.4 Sílica livre cristalizada (poeira total) .......................................................... 160
10.7 MOEGA 19/22 ................................................................................................. 161
10.7.1 Moega 19/22 (GHE) ..................................................................................... 161
10.7.1.1 Ruído ......................................................................................................... 161
10.7.1.2 Calor .......................................................................................................... 163
10.7.1.3 Sílica livre cristalizada (poeira respirável) ................................................. 165
10.7.1.4 Sílica livre cristalizada (poeira total) .......................................................... 166
10.8 TRATAMENTO DE SEMENTES ..................................................................... 167
10.8.1 Tratamento de Sementes (GHE) .................................................................. 167
10.8.1.1 Ruído ......................................................................................................... 167
10.8.1.2 Calor .......................................................................................................... 169
10.8.1.3 Naftas Aromáticas ..................................................................................... 171
ANEXO A ................................................................................................................ 174
12

1 INTRODUÇÃO

Este capítulo aborda a parte introdutória da segurança do trabalho em uma


unidade de beneficiamento de soja, sendo apresentado pelos seguintes tópicos:
aspectos da segurança do trabalho, unidade de beneficiamento de soja e riscos
ocupacionais em uma unidade de beneficiamento de soja para sementes.

1.1 ASPECTOS DA SEGURANÇA DO TRABALHO

Durante toda a sua existência, o ser humano procura satisfazer suas


necessidades ao consumir produtos e utilizar serviços oferecidos por empresas,
pessoas ou organizações. Para que esses produtos e serviços sejam elaborados para
os consumidores, existe a necessidade da realização de um processo de trabalho. O
processo de trabalho pode ser definido como a dimensão material e concreta do
sistema de produção. O mesmo se compõe de uma variável física (tecnologia do
processo produtivo) e de uma variável humana (atividade dos trabalhadores).
(MATTOS; MÁSCULO,2011). A combinação dessas duas variáveis é definida como o
mecanismo elementar do processo de trabalho, cujo resultado é a obtenção dos
produtos ou serviços. (VIDAL,2011). Um processo de trabalho não devidamente
planejado pode resultar em perdas de seus ativos tangíveis e intangíveis.
Em relação às perdas em ativos intangíveis, inclui-se a saúde e segurança
ocupacional, as quais se manifestam na forma de acidentes de trabalho, doenças
ocupacionais e outros agravos à saúde do trabalhador. Sendo assim, um
planejamento insuficiente do processo de trabalho é refletido no alto índice de
ocorrências de acidentes de trabalho no local da atividade. (MATTOS;
MÁSCULO,2011). A lei nº 8.213/1991, que dispõe sobre os planos de benefícios da
previdência social, define o acidente de trabalho como:

“Acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalhador a serviço


da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados (...) provocando
lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou
redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho”
(BRASIL,1991).

A doença ocupacional é denominada como aquela deflagrada em virtude da


atividade laborativa desempenhada pelo trabalhador. Ainda segundo a lei nº
13

8.213/1991, as doenças ocupacionais são consideradas como acidente de trabalho e


se dividem em doença profissional e doença do trabalho, as quais suas respectivas
definições são:
I – Doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo
exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva
relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social (Atual Ministério
da Economia) (BRASIL,1991).
As doenças profissionais são decorrentes de situações comuns aos integrantes
de determinada categoria profissional de trabalhadores.

II – Doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em


função de condições especiais em que o trabalho é realizado (...).
As doenças do trabalho são desencadeadas pelas condições especiais em que
se está executando o trabalho, sendo as condições do ambiente a causadora da
doença, e não a atividade profissional em si.
A elaboração de um processo de trabalho adequado requer a inclusão da área
da “Saúde e segurança no trabalho” (SST) no planejamento. Com a utilização de
ferramentas desse campo para o processo de trabalho, consegue-se prevenir e/ou
controlar os fatores de riscos que possam gerar eventos não desejáveis (acidentes e
doenças ocupacionais), além de aumentar a produtividade do trabalhador (MATTOS;
MÁSCULO,2011).
A saúde e segurança no trabalho (SST) pode ser entendida como uma
disciplina tecnológica, voltada para o estudo e a aplicação de métodos para a
prevenção de acidentes do trabalho, doenças ocupacionais e outras formas de
agravos à saúde do trabalhador (MATTOS; MÁSCULO,2011)
Atualmente, o Brasil ocupa a quarta posição no ranking mundial de acidentes
de trabalho, onde a cada 48 segundos ocorre um acidente de trabalho e a cada
3h38min um trabalhador perde a vida pela falta de uma cultura de prevenção à saúde
e a segurança do trabalho (PROCURADORIA GERAL DO TRABALHO, 2018). No
período de 2012 até 2018, 4.503.631 acidentes de trabalho, com e sem CAT’s
(Comunicado de acidente de trabalho) foram registrados no país (BRASIL, 2019),
observando-se um maior número de acidentes em áreas de grandes centros, como
pode ser observado na figura 1. Desses acidentes, 16.455 acidentes notificados
resultaram em morte.
14

Figura 1 – Mapa de acidente de trabalho no Brasil durante o período de 2012 até 2018

Fonte: Brasil (2019)

Ainda nesse período, aproximadamente 79 bilhões de reais foram gastos da


previdência social com beneficiários acidentários (BRASIL, 2019), o que reflete uma
visão equivocada de parte das empresas brasileiras, aos quais enxergam os gastos
com segurança do trabalho um custo elevado, porém não levam em consideração que
os gastos com encargos trabalhistas oriundos de ações judiciais, afastamentos,
insalubridade e periculosidade são ainda maiores.
Além de fatores econômicos e produtivos, a falta de investimento em um
programa baseado na saúde e segurança do trabalhador traz consequências
devastadoras para os trabalhadores que sofrem algum tipo de sinistro e suas famílias.
O compromisso com o sustento próprio e de seus dependentes fazem com que
os trabalhadores, em uma situação de desemprego, se submetam a condições e
relações de trabalho degradantes, fazendo com que a probabilidade de que algum
sinistro aconteça seja maior e que mude totalmente a vida de seus dependentes,
desde a mudança drástica de rotina para o tratamento e cuidado do trabalhador
adoecido até o desamparo e dificuldade econômica gerada pelo falecimento do
15

trabalhador decorrente de sua atividade ocupacional. (MANGAZ;GÓMEZ;COSTA,


2008).

1.2 UNIDADE DE BENEFICIAMENTO DE SOJA

O Brasil é o segundo maior produtor de soja do mundo, atrás apenas dos


Estados Unidos da América (E.U.A). Na safra de 2016/2017, a cultura ocupou uma
área de 33,89 milhões de hectares, o que totalizou uma produção de 113,92 milhões
de toneladas, com isso, a produtividade média nesse período foi de 3,362 kg/hectare.
(EMBRAPA, 2019).
De acordo com a empresa de consultoria SPARKS (2015):

“Para atuar de forma relevante no cenário global, a agricultura brasileira teve


que buscar evoluções com o uso de tecnologias e a expansão das fronteiras
produtivas, permitindo que a soja ganhasse escala, elevando o país ao
patamar dessa potência agrícola (2015, p.4).”

Para se obter uma lavoura de soja com o padrão adequado, é fundamental a


utilização de sementes com alta qualidade física, fisiológica, genética e sanitária. Para
atingir esse nível, uma das últimas etapas da produção das sementes é o
beneficiamento das mesmas, ao qual podem ser realizadas em uma unidade de
beneficiamento de sementes (UBS). É na unidade do beneficiamento que é realizada
a retirada de contaminantes, dentre eles: Sementes ou grãos imaturos, rachados ou
partidos; sementes de ervas daninhas, material inerte, pedaços de plantas, etc. Em
uma UBS, o beneficiamento é realizado por máquinas projetadas com base nas
características físicas dos produtos e os contaminantes que devem ser retirados, aos
quais os grãos devem passar pelas etapas de pré-limpeza, secagem, limpeza,
classificação e embalagem (SILVA, 2008).
16

1.3 RISCOS OCUPACIONAIS EM UMA UNIDADE DE BENEFICIAMENTO DE SOJA


PARA SEMENTES

O crescimento da produção de grãos requer que o processo de trabalho seja mais


rápido e eficiente, sendo que geralmente essa busca pela melhor eficiência não está
alinhada com as questões de segurança do trabalho.
Apesar do elevado número de trabalhadores em uma UBS, observa-se que a
avaliação de riscos ambientais, das condições de trabalho, adequação do maquinário,
correção ergonômica, além de um programa de prevenção de riscos ambientais
(PPRA), ao qual está disposto na norma regulamentadora de número nove (NR-9) é
pouco discutida, fiscalizada e aplicada em grande parte das unidades de
beneficiamento de sementes brasileiras. (OLIVEIRA,2013). Muitos acidentes podem
acontecer e doenças do trabalho podem se desenvolver em virtude do trabalho em
altura, exposição a agentes químicos, queda de objetos, altos índices de vibrações e
riscos ergonômicos que os trabalhadores estão expostos em uma UBS. As
dificuldades da implantação de uma cultura de segurança do trabalho em uma UBS
esbarram em dificuldades de investimento, vícios comportamentais, cumprimento da
legislação, assim como a necessidade de maior suporte aos profissionais de
segurança do trabalho por parte da empresa.
Em várias UBS, os trabalhadores estão expostos a condições de trabalho que
podem caracterizar uma situação de insalubridade ou periculosidade, como por
exemplo: temperaturas elevadas; vibrações elevadas; ruído elevado; exposição a
agentes químicos, condições perigosas de trabalho, etc. Por falta de um programa de
prevenção de riscos ambientais bem elaborado (PPRA), ao qual todos os fatores de
riscos presentes são avaliados na forma quantitativa ou qualitativa, esses
trabalhadores podem ser expostos a esses fatores de riscos sem a proteção devida e
sem a caracterização de insalubridade ou periculosidade para determinada atividade.
17

2 OBJETIVOS

Neste capítulo é apresentado o objetivo geral do trabalho e os objetivos


específicos que se busca alcançar no decorrer do trabalho.

2.1 OBJETIVO GERAL

Analisar qualitativamente e quantitativamente os fatores de riscos ambientais


existentes em uma unidade de beneficiamento de semente de soja com relação a
insalubridade e a periculosidade

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Aplicar uma metodologia para a obtenção e análise dos riscos ambientais, tanto
qualitativos quanto quantitativos.
 Verificar se os trabalhadores estão expostos a riscos ambientais realcionados a
insalubridade e periculosidade e determinar se a intensidade de tais riscos se
encaixam em um quadro (previsto em leis) de periculosidade ou insalubridade.
 Sugerir medidas de proteção (Medidas adminitrativas operacionais,
equipamentos de proteção coletiva (EPC), equipamentos de proteção individual
(EPI)) na amenização dos riscos ambientais.
.
18

3 JUSTIFICATIVA

O trabalho foi motivado pela necessidade de se apresentar uma metodologia


para a obtenção das informações necessárias para uma análise completa dos riscos
ambientais em uma indústria de grande porte.
Atualmente, o Brasil não possui auditores fiscais do trabalho suficientes para
realizar fiscalizações em todas as empresas (SENADO FEDERAL, 2018). Sendo
assim, muitas indústrias acabam não dando a devida atenção à área de saúde e
segurança do trabalho. Essa situação resulta em condições não apropriadas para a
realização das atividades, grande ocorrência de acidentes e incidentes de trabalho,
assim como o não cumprimento da lei em relação à garantia do adicional de
insalubridade ou periculosidade para o trabalhador, que muitas vezes está exposto a
uma situação que enseja algum adicional, porém não tem conhecimento.
Com o surgimento da ferramenta do eSocial pelo governo federal, as empresas
serão fiscalizadas eletronicamente, ou seja, avaliações dos riscos ambientais,
treinamentos de segurança, equipamentos de proteção individual (EPI) fornecidos,
ficha de registro de funcionários com o salário e os adicionais necessários, etc., serão
inseridos em um único sistema. Caso algum dado for conflitante, ou seja, se a situação
que o ambiente de trabalho se encontra enseja algum tipo de adicional e a empresa
não informar esse valor na folha de pagamento do funcionário, a mesma estará sujeita
a penalizações.
Sendo assim, de acordo com a metodologia a ser aplicada, inicialmente cada
setor da empresa é dividido em grupos homogêneos de exposição (GHE). Em
sequência identifica-se os possíveis riscos ambientais aos quais os trabalhadores
podem estar sujeitos, realiza-se, de acordo com cada risco analisado, a avaliação
qualitativa ou quantitativa dos mesmos, observa-se as medidas de proteção existentes
e configura a atividade que o trabalhador realiza como uma atividade que possa
ensejar periculosidade, insalubridade ou sem caracterização desse tipo de situação.
Esta metodologia pode ser utilizada para análise de qualquer tipo de empresa e neste
estudo foi aplicada em conjunto com uma empresa de consultoria em segurança e
saúde do trabalho situada no norte do Paraná.
19

4 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Neste capítulo está relatado o funcionamento de uma unidade de


beneficiamento de sementes soja, os tipos de riscos decorrentes de trabalho
existentes de uma maneira geral, bem como os riscos observados em uma unidade
de beneficiamento deste commodity, e ainda está descrito o conceito de insalubridade
e periculosidade.

4.1 ETAPAS DO BENEFICIAMENTO DE SOJA

No beneficiamento, as sementes de soja passam por uma série de etapas,


sendo elas: recepção; pré-limpeza; secagem; limpeza; separação e classificação;
tratamento; embalagem; armazém; expurgo e armazém comercial.
A sequência de processos do beneficiamento está disposta no fluxograma da
figura 2.

Figura 2 - Fluxograma operacional de uma unidade de beneficiamento de sementes

Fonte: Adaptado de Silva (2008, p.313)

4.1.1 Recepção

As sementes entram na UBS por meio de moegas, que são estruturas


empregadas para a recepção do produto a granel. Deve-se optar por moegas
vibratórias, as quais tem a vantagem de serem rasas, auto- limpantes, e podem reduzir
20

as impurezas finas, reduzindo a poeira na UBS e prevenindo os trabalhadores de uma


exposição maior de gases tóxicos, que podem se acumular em moegas profundas e
úmidas. (NETO et al., 2016).
Um caminhão com 25 toneladas consegue fazer sua descarga em uma média
de 8 a 15 minutos. Para diminuir esse tempo, para valores em torno de 5 minutos,
algumas unidades empregam um equipamento denominado tambor, em que o veículo
estacionado é submetido a uma inclinação de 40 a 45º, conforme representado na
figura 3 (SILVA, 2015).

Figura 3 - Desenho esquemática de tombador empregado para descarga de caminhões

Fonte: Silva (2015, p.3)

Caso a semente chegue a UBS com mais de 12,5% de umidade, é


recomendável a realização da secagem, etapa que se dá após o processo de pré-
limpeza, até atingir a umidade equivalente a 12%. Em épocas chuvosas, é comum
encontrar as sementes com uma umidade por volta dos 18 a 19%, nessas condições,
o processo de secagem deve ser realizado de forma imediata (NETO et al., 2016).
Quando o setor da secagem não está sendo suficiente para esvaziar as
moegas em tempo hábil, as sementes podem ser alojadas em silos-pulmão, fazendo
com que diminua a extensão da fila de caminhões carregados, ao qual poderia afetar
a qualidade do produto por viabilizar a proliferação de fungos, e, consequentemente,
a metabolização de microtoxinas (SILVA, 2015).
21

4.1.2 Pré Limpeza

Os grãos e sementes recebidos carregam grandes quantidades de impureza,


tais como: Ramos, folhas, torrões, poeira, etc. Para elevar a eficiência de todo o
sistema de beneficiamento, elimina-se totalmente ou parcialmente essas impurezas
(NETO et al., 2016). Nessa operação são utilizados peneirões ou abanadoras, que
são equipamentos constituídos de peneiras cilíndricas ou vibratórias e geralmente
acompanhada de um sistema de ventilação, que tem por objetivo a eliminação de
poeiras e materiais leves. (SILVA,2008).

4.1.3 Secagem

As sementes de soja podem passar pela etapa de secagem em sistemas


estáticos, contínuos ou intermitentes, conforme mostrados na figura 4, tomando
precauções para que a temperatura da massa das sementes não venha a ser superior
a 40ºC, que a umidade relativa em secadores estáticos não seja inferior a 35% e que
em secadores de fluxo contínuo e intermitente não ocorram danos mecânicos devido
ao choque entre as sementes que estão sob a ação desses mecanismos. (NETO et
al., 2016).

Figura 4 - Silo Secador estático, à esquerda, e secador intermitente a direita

Fonte: Neto et al. (2016, p.46)


22

4.1.4 Limpeza

O processo de limpeza visa separar impurezas que resistem ao processo de


pré-limpeza e que são produzidas no processo de secagem. É realizado uma
separação rigorosa de materiais indesejáveis, sendo eles: Sementes de outras
espécies, defeituosas, imaturas, quebradas, etc. (SILVA, 2008). Para este processo,
é utilizado a máquina ventilador e peneira, ao passo que, dependendo do rigor da
separação, o processo pode vir a possuir várias peneiras e mais de um ventilador.

4.1.5 Separação e Classificação

A etapa de separação visa complementar o processo de limpeza, isso ocorre


em casos em que as máquinas de ventilador e as peneiras não conseguem realizar
plenamente a separação dos materiais indesejáveis. Neste processo, utiliza-se uma
máquina chamada separador em espiral, representada na figura 5 (SILVA, 2008). O
uso do separador em espiral, além de melhorar a qualidade física, pode também
melhorar a qualidade fisiológica dos lotes de semente de soja através da separação
das sementes defeituosas, atacadas por insetos e danificadas mecanicamente
(NUNES et al.,2017).

Figura 5 - Selecionador em espiral

Fonte: Rotasilos do Brasil (2019)


23

A classificação das sementes ocorre em duas etapas, sendo elas a passagem


pela máquina padronizadora e a passagem pela mesa de gravidade. A máquina
padronizadora classificará as sementes por tamanhos, sendo recomendado a
classificação em faixas de tamanho de 0,5 mm. Após a passagem pela máquina
padronizadora, as sementes passam também pela mesa de gravidade, ao qual
também complementa o processo de limpeza, realizando a separação das sementes
menos densas, mas de mesmo tamanho e forma (NETO et al., 2016).

4.1.6 Tratamento

O tratamento das sementes com fungicida assegura o melhor estabelecimento


da população de plantas por controlar patógenos importantes transmitidos pelas
sementes. Os fungicidas protegem as sementes contra fungos do solo e controlam
fitopatógenos presentes nas sementes, sendo importante que o fungicida esteja em
contato direto com as sementes no tratamento (NETO et al., 2016).
O tratamento industrial de sementes (TIS), aos quais combinam a aplicação de
fungicidas, inseticidas, micronutrientes, entre outros, vem crescendo no mercado de
sementes de soja, sendo que 30% da safra de 2015/2016 foi tratada nesse sistema.
Esse tipo de tratamento dispõe de máquinas altamente sofisticadas, ao qual o
tratamento é realizado antes do ensaque, armazenamento ou da entrega das
sementes ao produtor, sendo mostrada uma unidade de tratamento de sementes na
figura 6 (NETO et al., 2016).

Figura 6 - Unidade para tratamento de sementes

Fonte: Neto et al. (2016, p.67)


24

4.1.7 Embalagem

Após a realização do tratamento de sementes, as mesmas podem ser


embaladas em sacolões (big bags), conforme a figura 7, ou em sacarias, conforme a
figura 8 (NETO et al., 2016).

Figura 7 - Sistema de sacolões (big-bags) utilizado para a armazenagem da semente de soja

Fonte: Neto et al. (2016, p.51)

Figura 8 - Sistema de sacarias utilizado para a armazenagem de semente de soja

Fonte: Indestel Embalagens (2019)

4.1.8 Armazém

A armazenagem permite a preservação da qualidade e vigor das sementes. A


semente é considerada higroscópica, ou seja, a sua quantidade de água está em
equilíbrio com a umidade relativa do ar, variando conforme a umidade relativa do ar
do ambiente armazenado. Na tabela 1, estão apresentado os valores da umidade ideal
25

para as sementes de soja de acordo com a umidade relativa do ar e temperatura do


espaço armazenado (NETO et al., 2016).
Quando as sementes forem armazenadas em bags, utiliza-se um grau de
umidade para as mesmas 1% menor em relação às sementes armazenadas em
sacarias. Isso ocorre devido a possibilidade de deterioração das sementes em sua
parte central (NETO et al., 2016).

Tabela 1 - Equilíbrio higroscópico da semente de soja em condições de diferentes temperaturas e


umidade relativa do ambiente

Fonte: Adaptado de Neto (2016, p.50) apud França-Neto (1978)

Após o beneficiamento, as sementes ensacadas podem ficar armazenadas em


armazéns convencionais ou climatizados. Armazéns convencionais são construídos
com pisos para barreira de umidade e com isolamento térmico abaixo das tesouras e
com grande quantidade de ar na parte superior para auxiliar no isolamento. Armazéns
climatizados são feitos com chapas metálicas duplas com poliuretano expandido entre
elas, com condicionamento ambiental de 10ºC de temperatura e 50% de umidade
relativa do ar obtido por meio de máquinas específicas para manter o ar ambiental
26

nessas condições. As sementes de soja armazenadas nessas condições se


preservam com qualidade durante um longo período de armazenamento, permitindo
a travessia do período entre safra sem redução de suas qualidades (NETO et al.,
2016).

4.1.9 Expurgo

Várias espécies de fungos, como Penicillium e Aspergillus podem infectar as


sementes de soja, pois esses fungos, desde que a umidade relativa do ar e a
temperatura estejam favoráveis, são capazes de se produzir sobre qualquer tipo de
matéria orgânica (NETO et al.,2016, apud HENNING, 2015).
O expurgo é uma técnica usada para eliminar pragas em sementes
armazenadas mediante uso do gás, geralmente o gás fosfina, ao qual é um gás
altamente tóxico, porém eficiente no controle de pragas, devendo ser realizado
sempre que houver infestações, sendo a técnica representada na figura 9. O gás
liberado ou introduzido dentro do lote de sementes deve ficar nesse ambiente em uma
concentração suficiente para eliminação das pragas, sendo assim, qualquer saída ou
entrada de ar deve ser vedada com materiais próprios, como lona de expurgo com no
mínimo 150 micras de espessura e confeccionada com material impermeável a gases.
(NETO et al., 2016). Para um bom aproveitamento do expurgo, a distribuição do gás
deve ser uniforme em todos os pontos de tratamento, controlando assim todas as
pragas em todos seus ciclos de vida. O tempo necessário para a eliminação total das
pragas e a eficiência do processo de expurgo se dará por meio da taxa de liberação
do gás fosfina proveniente das pastilhas fumegantes. (NETO et al.,2016, apud LORINI
et al., 2013).
27

Figura 9 - Expurgo com fosfina em um lote de sementes de soja com uso de lonas plástica específica
para expurgo. A – Lote de sementes a ser expurgado, B – Lona de expurgo colocada sobre
o lote de sementes, C – Detalhe da vedação da lona de expurgo.

Fonte: Neto et al. (2016, p.57) apud Lorini et al. (2013)

4.1.10 Armazém Comercial

Após o processo de expurgo, as sementes ficam em armazéns para que


possam ser posteriormente transportadas para o cliente. O armazém de sementes
deve possuir um sistema de docas para carga e descarga dos caminhões, sendo que
esses veículos nunca devem adentrar o armazém, pois estaria sujeito ao risco de
rachaduras no piso, rompendo assim a barreira de umidade.

4.2 TIPOS DE RISCOS OCUPACIONAIS

Os riscos que os trabalhadores estão sujeitos em seu local de trabalho são


chamados de riscos ocupacionais, aos quais incluem os riscos de acidentes, riscos
ergonômicos e os riscos ambientais. Com relação ao riscos de acidentes, são
configurados como riscos que podem acarretar possíveis acidentes, tais como:
Arranjo físico deficiente, máquinas e equipamentos sem proteção e ferramentas
deficientes. Por outro lado, os riscos ergonômicos são quaisquer fatores que possam
interferir nas características psicofisiológicas do trabalhador, causando danos mentais
ou físicos, tais como: Ritmo excessivo de trabalho, monotonia, postura inadequada,
repetitividade, entre outros.
Uma análise de riscos ocupacionais baseados na caracterização da
insalubridade e periculosidade é instruída pelas normas regulamentadoras de número
15 e 16, bem como seus anexos. Diante da análise de tais normas, é determinado que
os riscos de acidentes ou ergonômicos não se enquadram em nenhuma análise de
28

insalubridade ou periculosidade, sendo que, apenas os riscos ambientais são


caracterizados como possíveis agentes insalubres ou periculosos.

4.2.1 Riscos Ambientais

Riscos ambientais são, conforme Brasil (1978, p.1) “Os agentes físicos,
químicos e biológicos existentes no ambiente de trabalho que, em função da sua
natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar
danos à saúde do trabalhador”.
O reconhecimento dos riscos ambientais é de extrema importância, pois servirá
de base para ações de prevenção, eliminação ou controle dos riscos. Reconhecer os
riscos está ligado ao fato de identificar, no ambiente de trabalho, fatores ou situações
com potencial de danos à saúde do trabalhador. Para se realizar uma análise dos
potenciais riscos que ocorrem nas diferentes situações de trabalho, é necessária uma
avaliação in loco e criteriosa das condições de trabalho aos quais os trabalhadores
estão expostos (VILELA, 2008).

4.2.1.1 Agentes físicos

São ocasionados por agentes que possam alterar as características físicas do


meio ambiente inserido, sendo que no momento seguinte, ocasionará danos a quem
estiver nele imerso.
Os riscos físicos são caracterizados por:
a) Exigir um meio de transmissão (em geral o ar) para propagar a
nocividade;
b) Agir em todas as pessoas no ambiente, não apenas nas que tem contato
direto com a fonte de risco;
c) Ter a possibilidade de ocasionar lesões crônicas.
Mattos e Másculo (2011), destacam alguns exemplos de riscos físicos: ruído,
iluminação, calor, vibrações, radiações ionizantes, radiações não ionizantes e
pressões anormais.
29

4.2.1.2 Agentes químicos

São ocasionados, de acordo com Mattos e Másculo (2011, p.38) “por agentes
que modificam a composição química do ambiente”.
Os agentes químicos podem atingir tanto as pessoas que estejam ou não em
contato com a fonte, pois podem se propagar pelo ar e podem ser substâncias nocivas
pelo contato direto. Freitas e Arcuri (2018) apontam que esses agentes podem entrar
em contato com o ser humano das mais diversas formas, sendo elas: Respiração,
contato direto, absorção pela pele, contato pela boca.
Podem ser encontrados nos mais diversos estados, tais como: gasoso, líquido,
sólido ou na forma de partículas suspensas no ar, sendo elas sólidas (poeiras e fumos)
ou líquidas (neblinas e névoas).(MATTOS;MÁSCULO,2011).

4.2.1.3 Agentes biológicos

Considera-se risco biológico a probabilidade de exposição ocupacional a


agentes biológicos, sendo os agentes biológicos, de acordo com Brasil (2005, p.1) as
culturas, geneticamente modificadas ou não de células, parasitas, toxinas ou príons.
Esses agentes podem provocar danos à saúde humana, podendo causar
infecções, efeitos tóxicos ou alérgicos, doenças autoimunes e a formação de
neoplasias ou malformações (VILELA, 2008).
A exposição ocupacional a agentes biológicos distingue-se em duas categorias
de exposição, sendo que, de acordo com Vilela (2008, p.14):
I – Exposição derivada da atividade laboral que implique a utilização ou
manipulação do agente biológico, que constitui o objeto principal de trabalho. Nesse
caso, geralmente, o reconhecimento dos riscos já é de conhecimento imediato, pois
tanto as características do agente quanto os procedimentos de manipulação estão
bem determinados, assim como os riscos de exposição.
II – Exposição que decorre da atividade laboral sem que implique na
manipulação direta do agente biológico como objeto principal de trabalho. Exemplos
dessas atividades podem ser: Atendimento em saúde, consultórios odontológicos,
limpeza e lavanderia de serviços em saúde.
A caracterização do tipo de exposição é essencial pois condiciona o método de
análise de riscos e das medidas de proteção a serem adotadas.
30

4.3 RISCOS RELACIONADOS AO SETOR DE BENEFICIAMENTO DE SOJA

Considerando todas as etapas do processo de beneficiamento de sementes de


soja, é notável a quantidade de riscos e possíveis sinistros que os trabalhadores da
área podem estar submetidos.
O nível de ruído decorrente dos sistemas mecanizados é de grande incômodo
para o desenvolvimento do trabalho e uma fonte para o surgimento de doenças.
(LAAN,2010).
O calor proveniente das fornalhas dos secadores gera um grande desconforto
aos trabalhadores, sendo que em grande parte, o abastecimento desses secadores é
feito por lenha, havendo a necessidade de trabalhadores adicionarem mais
combustível aos secadores.
A vibração decorrente de operações com empilhadeiras interfere diretamente o
conforto, eficiência do trabalho, na saúde e em alguns casos na segurança dos
operadores de empilhadeira. (ZUCCO; GOMES, 2009).
Os produtos químicos utilizados no tratamento de sementes podem provocar
danos ao trabalhador pelo contato direto ou inalação. A fosfina, proveniente dos
produtos utilizados no processo de expurgo e os agentes químicos provenientes dos
agrotóxicos utilizados no processo de tratamento de sementes também podem gerar
riscos à saúde do trabalhador por meio de inalação.
A exposição ocupacional à poeira de grãos pode desencadear desde uma
simples sensação de desconforto até alterações crônicas irreversíveis caracterizadas
por problemas respiratórios permanentes e obstruções das vias aéreas. (FILHO, 2004
apud CHAN-YEUNG, 1992).
Partículas de sílica provenientes do solo onde a soja foi colhida podem levar o
trabalhador a desenvolver silicose, doença caracterizada pela formação de um tecido
conjuntivo no pulmão, ao qual se dá o nome de fibrose (BRASIL, 2018).
De acordo com Fidelio e Zandonadi (2014), silos e armazéns são ambientes
onde não foram projetados para a presença contínua de trabalhadores. Como esses
ambientes possuem entradas limitadas e uma ventilação deficiente, caracterizados
como um espaço confinado, as pessoas que estão situadas nesses locais estão
submetidas a risco de explosões, quedas e asfixia.
31

Segundo Mota (2015), os equipamentos elétricos utilizados durante todo o


processo de beneficiamento podem ser fontes de ignição quando estão situados em
uma atmosfera explosiva.

4.3.1 Ruído

A vibração mecânica de um corpo produz deslocamentos oscilatórios das


partículas ao seu redor. Quando essas oscilações se propagam até os ouvidos,
provocam a oscilação dos tímpanos, consequentemente, estimularão os nervos
auditivos, ao qual transmitirão para o cérebro uma sensação percebida como som.
(CALIXTO, 2013).
Pode-se descrever o ruído como um agente físico, sendo um som indesejado
e desta forma, incômodo. Segundo Ganime et. al (2010, p.6) o ruído é “Definido como
o conjunto de sons que em tal amplitude possa ocasionar adoecimentos ou
interferência no processo de comunicação.” Sendo o ruído caracterizado por
deslocamentos das partículas em um meio em torno de sua posição de equilíbrio, as
compressões e expansões no meio causam flutuações de pressão, denominadas de
pressão sonora (CALIXTO, 2013, p.7).
De acordo com Calixto (2013, p.7), o corpo humano é capaz de captar uma
𝑁
faixa de pressão sonora que varia desde o limite inferior da audição de 0,00002 𝑚2 ou
𝑁
20 𝜇𝑃𝑎 até o limite superior de 200 𝑚2 ou 200 𝑃𝑎. Observa-se que, a faixa de valores

para a audição humana é muito ampla, sendo assim a escala seria muito vasta,
dificultando sua utilização de forma linear. Dessa forma, foi adotado uma escala que
representa o nível de pressão sonora utilizando um submúltiplo da escala Bel, o
decibel. A escala Bel busca retratar qualquer nível de potência em relação a um nível
básico de referência. Como a potência sonora é equivalente ao quadrado da pressão
sonora, a expressão que define um nível de pressão sonora em decibel (𝑑𝐵), para
um determinado valor de pressão sonora em relação a pressão mínima de referência
(limite inferior) é (CALIXTO, 2013 apud Rossing,1990; SCHULTZ, 1972):

p12 p
NPS  10 log 2
ou NPS  20 log 1 (1)
p0 p0
32

Onde:
NPS = Nível de pressão sonora referente ao nível de referência em decibel (𝑑𝐵)
𝑁
p1 = Pressão sonora média (𝑚2 )
𝑁
𝑝0 = Pressão de referência igual a 2. 10−5 𝑚2

O ruído é gerado, no caso de ambientes industriais, geralmente por máquinas,


equipamentos, veículos transitando e se transmite através do ar. É relevante destacar
que o ruído é o agente nocivo à saúde mais frequente em todos os ambientes de
trabalho (AMORIM; CAVALCANTE, 2012). Nesses ambientes, geralmente se
encontra uma superposição de sons e ruídos, vindo de diversas fontes e com
diferentes níveis de duração, sendo assim, estabeleceu-se um nível equivalente 𝑁𝑒𝑞 ,
ao qual pode ser definido como o nível sonoro médio baseado na equivalência de
energia durante um certo intervalo de tempo, sendo representado, de acordo com
BRASIL (2001, p.13) por:


 1 2  p(t )  
t 2

N eq  10 log    dt  (2)
 t1  0  
 T p

Onde:
𝑁𝑒𝑞 = Nível sonoro médio (𝑑𝐵)
𝑇 =(𝑡2 − 𝑡1 ) = Tempo total de medição (𝑠)
𝑁
𝑝(𝑡) =Pressão sonora instantânea (𝑚2 )
𝑁
𝑝0 = Pressão de referência igual a 2. 10−5 (𝑚2 )

A exposição excessiva ao ruído, além da possibilidade de provocar perda


auditiva, também pode acarretar em diversos problemas de saúde não aditivos, entre
eles: Perda de atenção, irritabilidade, fadiga, dores de cabeça, elevação da frequência
cardíaca e pressão arterial, aumento da secreção, aumento da mobilidade gástrica e
contrações musculares (AMORIM; CAVALCANTE, 2012).
33

4.3.2 Calor

Calor pode ser considerado uma energia térmica que se propaga por uma
diferença de temperaturas no espaço, sendo que existem três meios de propagação:
Condução, convecção e radiação.
Condução é o meio de transferência de calor pelas quais as partículas com
maior temperatura transferem energia para as de menor temperatura devido a
interações entre as mesmas. Essa transferência de energia está baseada no
movimento de translação e vibração entre as moléculas (INCROPERA, 2008, p.2)
A convecção é definida como a forma de transferência de calor entre um fluido
em movimento e um sólido, ao fato que, existindo um gradiente de temperatura, ocorre
a transferência de calor de um corpo com maior temperatura para o corpo de menor
temperatura.
Radiação é a energia térmica emitida pela matéria por meio de ondas
eletromagnéticas ou partículas. Todo corpo emite radiação e recebe radiação,
inclusive no vácuo. Em relação a energia térmica emitida pela matéria, essa é
chamada de emissão. (INCROPERA,2008,p.6)
Para o bom funcionamento do organismo humano, é necessário que ocorra
equilíbrio entre o calor gerado e recebido do ambiente com o dissipado, mantendo a
temperatura do corpo em valores ideais. Segundo Roscani et al. (2017, p.2),
sobrecarga térmica ocorre quando existe um desiquilíbrio térmico do corpo, ou seja, o
corpo recebe mais calor do que pode dissipar, fazendo com que sua temperatura
corporal passe de 38 º𝐶. A permanência em locais com condições térmicas
desfavoráveis pode causar stress térmico, ao qual resulta em debilidade do estado
geral de saúde, alterações das reações psíquicas e queda de produção.
No tocante às atividades laborais com temperaturas elevadas, as doenças do
calor podem se manifestar por sintomas comportamentais, tais como são citadas por
Roscani et al (2017, p.3), “Irritabilidade, confusão mental, câimbras, fadiga repentina,
entre outros sintomas”. Caso ocorra uma falência do sistema termorregulador do
corpo, pode existir o risco de morte.
De acordo com Silva e Teixeira (2014), é de conhecimento que a umidade e a
velocidade do ar no ambiente de trabalho alteram a intensidade da temperatura,
porém, a Norma Regulamentadora de número 15 (NR-15) considera apenas o valor
34

de IBUTG e do metabolismo dos trabalhadores para estabelecer níveis aceitáveis de


temperaturas de trabalho.
O IBUTG (Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo) é o principal
parâmetro de análise para stress térmico. Esse índice, segundo Roscani et al.
(2017,p.3) foi elaborado por Yaglou & Minard para, a princípio, estudar a relação entre
o calor e suas consequências fisiológicas durante treinamentos militares. De acordo
com a Brasil (1978), o IBUTG é dado em função da temperatura de bulbo, temperatura
de bulbo seco e da temperatura de globo, sendo assim, os equipamentos necessários
para obter esse índice são: Termômetro de bulbo úmido natural, termômetro de globo
e termômetro de mercúrio comum, ou um medidor de stress térmico.
Brasil (2017) mostra que a taxa metabólica é compreendida como a quantidade
de energia por unidade de tempo produzida no interior do corpo humano que leva em
consideração a atividade física exercida.

4.3.3 Vibração

De acordo com Rao (2008, p.6) “Qualquer movimento que se repita durante um
intervalo de tempo pode ser denominado vibração”. Em geral, um sistema vibratório
contém um meio para armazenar energia potencial (mola ou elasticidade), um meio
para armazenar energia cinética (massa ou inércia) e um meio de perda gradual de
energia (amortecedor).
A vibração de um sistema envolve a transferência alternada de sua energia
potencial em energia cinética e vice-versa, com certa quantidade de energia dissipada
em cada ciclo de vibração se o sistema for amortecido (RAO, 2008) É usual, no ponto
de vista da vibração ocupacional, existirem dois tipos de oscilações ao qual o
trabalhador possa estar exposto, sendo elas a que envolvem o corpo como um todo e
as que envolvem alguns segmentos corporais, como mãos e braços. (ZUCCO;
GOMES, 2009).
As vibrações de corpo inteiro geralmente são mais críticas em profissões
relacionadas ao meio de transporte. Segundo Zucco e Gomes (2009). Essas
vibrações são geralmente de baixa frequência e grande amplitude, situando na faixa
de 1 a 80 𝐻𝑧, mais especificamente na faixa de 1 a 20 𝐻𝑧.
A atividade que envolve transporte expõe o ser humano à vibração mecânica,
podendo interferir em seu conforto, eficiência no trabalho, saúde e na segurança. A
35

vibração pode causar no trabalhador, em associação de fatores como má postura e


sua genética, problemas como traumatismos cervicais, abdominais e digestivos,
dificuldades urinárias, desordem visual, dor de cabeça, insônia além de que à vibração
pode ser o fator de maior risco para o desenvolvimento de hérnia de disco para
motoristas e operadores de empilhadeiras (MORAES et al., 2006 apud POPE, 1996)
As vibrações devem ser medidas nas direções apropriadas de um sistema de
coordenadas ortogonal, sendo sua superfície definida na origem do contato, sendo
que, geralmente na biomecânica, utiliza-se o sistema de coordenada relacionado ao
esqueleto humano em posição anatômica normal. Sendo assim, as acelerações que
atuam entre os pés e a cabeça estão situadas no eixo z, as acelerações que atuam
entre o peito e as costas estão no eixo x e as acelerações que atuam entre os ombros
estão situadas no eixo y.

Figura 10 - Eixos de direção adotados para medição

Fonte: BRASIL (2013, p.20) apud ISO 2631 (1997)

De acordo Brasil (1978), a avaliação da vibração de corpo inteiro deve ser feita
com base em dois critérios, sendo eles o valor da aceleração resultante de exposição
normalizada (aren) e do valor da dose de vibração resultante (VDVR).
36

Segundo Brasil (2013), a aceleração resultante de exposição normalizada


(aren) é dada em função da aceleração resultante de exposição (are) convertida para
uma jornada de oito horas, ao qual a aceleração resultante de exposição (are)
corresponde à aceleração média resultante representativa da exposição ocupacional
diária, considerando os três eixos ortogonais e as diversas componentes de exposição
identificadas, sendo definida pela expressão:

1 𝑚
𝑎𝑟𝑒 = √ ∑𝑚 2
𝑖=1 𝑛𝑖 ∗ 𝑎𝑟𝑒𝑝𝑖 ∗ 𝑇𝑖 [ 2 ] (3)
𝑇 𝑠

Onde:
𝑚
𝑎𝑟𝑒𝑝𝑖 =Aceleração resultante da exposição parcial [𝑠2 ]

𝑛𝑖 = Número de repetições da componente de exposição “i” ao longo da jornada de


trabalho.
𝑇𝑖 =Tempo de duração da jornada de trabalho i [𝑠]
𝑚 =Número de componentes de exposição que compõem a exposição diária
𝑇 =Tempo de duração da jornada diária de trabalho [𝑠]

O valor da dose de vibração da exposição (𝑉𝐷𝑉𝑒𝑥𝑝𝑗 ) corresponde ao valor de


dose de vibração representativo da exposição ocupacional diária em cada eixo de
medição, que é dado pela seguinte equação:

1/4
𝑉𝐷𝑉𝑒𝑥𝑝𝑗 = [∑𝑚 4
𝑖=1(𝑉𝐷𝑉𝑒𝑥𝑝𝑗𝑖 ) ] [𝑚/𝑠]1,75 (4)

Onde:
𝑉𝐷𝑉𝑒𝑥𝑝𝑗𝑖 =Valor da dose da exposição representativo a exposição ocupacional diária
no eixo “j”, relativo a componente de exposição “i”. [𝑚/𝑠]1,75
𝑚 =Número de componentes de exposição que compõem a exposição diária

O valor da dose de vibração resultante (VDVR) corresponde ao valor da dose


de vibração representativo de exposição ocupacional diária considerando a resultante
dos três eixos de medição.
37

Os equipamentos utilizados para análise de vibração são os medidores de


vibração e transdutores de vibração, devidamente calibrados e que atendam aos
requisitos da norma ISO 8041 (2005) ou de suas futuras revisões.

4.3.4 Produtos Químicos

Os produtos químicos possuem a capacidade de modificar a composição


química do meio ambiente de trabalho e podem ser absorvidos pelo trabalhador, de
acordo com Diniz et al (2016, p.15), “Por ingestão, inalação ou contato direto, sendo
mais comum a absorção pelas formas cutânea e respiratória”.
Os efeitos causados no trabalhador em decorrência de produtos químicos são
variados e dependem de diversos fatores, inclusive o tempo de exposição e a
composição do produto. Alguns produtos poderão causar queimaduras, asfixias,
problemas na pele, além de problemas de saúde mais graves como o câncer e
asbestose, que podem levar a morte. (FREITAS; ARCURI, 2000).
De acordo com ABNT (2010), todo produto químico deverá conter uma FISPQ
(Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos), ao qual é um documento
que organiza as informações relevantes sobre os riscos do produto para os seres
humanos, seres vivos e para o ambiente. Nesse documento, também está presente
todas as substâncias químicas que contém o produto, sendo essencial essa
informação para a avaliação dos riscos à saúde que o trabalhador possa vir a ter por
executar atividades laborais com esse produto. Além disso, também é informado
medidas de prevenção emergenciais que devem ser tomadas caso o trabalhador sofra
algum acidente imediato ocasionado pelo produto. (PINHEIRO, BALDI, 2012).
A simples presença de produtos químicos em um ambiente de trabalho não
obrigatoriamente irá levar o trabalhador a desenvolver alguma doença ocupacional.
Sobre isso, Dinis et al (2016) argumenta que deve haver uma correlação entre vários
fatores, sendo eles: Tempo de exposição, toxicidade, forma que o produto químico se
apresenta e susceptibilidade individual.
38

4.3.5 Sílica

De acordo com Filho e Santos (2006, p.1), “A sílica ou dióxido de sílico é um


composto natural formado pelos dois elementos mais abundantes do planeta, o
oxigênio e o silício, (...) sendo encontrada na forma mais comum por meio de quartzo”.
Ainda para esses autores (2006, p.2), “A inalação da poeira com sílica pode causar
vários tipos de doenças nos trabalhadores como a silicose, câncer de pulmão,
insuficiência renal e aumento do risco de tuberculose pulmonar e doenças do
colágeno”.
Silicose é o nome dado à fibrose pulmonar causada pela inalação de poeira
contendo sílica cristalina, sendo a principal causa de invalidez entre as doenças
respiratórias ocupacionais. O risco de desenvolvimento de sílica depende de vários
fatores, entre eles: Concentração, superfície, tamanho da partícula, duração de
exposição, tempo de latência, da forma cristalina e do fato de serem recém quebradas.
De acordo com BRASIL (1978), deve-se avaliar a sílica livre cristalizada
levando em consideração a poeira total e a poeira respirável.
O particulado respirável é definido por BRASIL (2009, p.14) da seguinte
maneira:

Particulado Respirável: É a fração de material particulado suspenso no ar


constituídas por partículas de diâmetro menor que 10 𝜇𝑚, capaz de penetrar
além dos brônquios terminais e se depositar na região de troca de gases do
pulmão, causando efeitos adversos nesse local.

Poeira total pode ser definida como a poeira que se obtém em uma bomba de
amostragem sem o separador de partículas, ou seja, é a poeira que contem partículas
maiores, as quais tem uma menor chance de atravessar a fração torácica do corpo,
sendo menos danosa à saúde.

4.3.6 Espaço Confinado

Segundo BRASIL (1978, p.1), “Espaço confinado é qualquer área ou ambiente


não projetado para ocupação humana contínua, que possua meios limitados de
entrada e saída, cuja ventilação existente seja insuficiente para remover
contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento do oxigênio”.
39

Os principais riscos que um trabalhador em espaço confinado pode estar sujeito


estão sujeitos são ligados à ventilação do ambiente, como a deficiência de oxigênio,
intoxicação por agentes químicos e incêndio. Além desses riscos, outros riscos como
soterramentos, quedas, escorregões, quedas de objetos, engolfamentos,
temperaturas anormais, baixa iluminação e ruído excessivo também podem estar
presentes (KLEIN, 2015). Um dos principais problemas de sinistros que ocorrem em
espaços confinados está ligado ao efeito cascata, ou seja, os trabalhadores que vão
fazer o resgaste do trabalhador acidentado também acabam sofrendo o acidente por
estarem submetidos ao risco no momento em que penetram no espaço confinado em
questão.

4.3.7 Eletricidade

Atualmente, a eletricidade é uma das fontes de energia mais utilizadas, sendo


essencial e indispensável a todo momento. Entretanto, pode acarretar riscos as
pessoas que estão diretas ou indiretamente ligados a ela, pois a eletricidade não é
perceptível aos sentidos humanos, sendo assim, as pessoas podem estar submetidas
a situações de riscos de acidentes ignoradas ou subestimadas (BASSETTO et al.,
2017).
A eletricidade é constituída de três grandezas fundamentais, a tensão elétrica,
a corrente elétrica e a resistência elétrica. A proporcionalidade entre a corrente e a
tensão elétrica é conhecida como a primeira lei de Ohm, onde representa a relação
da dificuldade que um circuito apresenta em permitir a passagem de uma corrente
elétrica com o aumento da tensão que deve ser aplicada, expressa pela equação 5 :

𝑉
𝑅 =𝐼 (5)

Onde:
𝑅 =Resistência elétrica (Ω)
𝑉 = Tensão elétrica (𝑉)
𝐼 =Corrente elétrica (𝐴)
40

Segundo Muniz e Silva (2017), quando existe uma diferença de potencial entre
uma parte do corpo e outra, a corrente elétrica fluirá e com ela surgirá o fenômeno do
choque elétrico e, de acordo com Bassetto et al (2017), como a corrente circula pelo
organismo, é possível afirmar que o corpo humano se comporta como uma resistência
elétrica. Esse fenômeno pode provocar: Tetanização (contração muscular contínua),
parada respiratória, fibrilação ventricular do coração e queimaduras.

4.4 INSALUBRIDADE

O conceito legal de insalubridade é exposto por Saliba e Corrêa (2011, p.11),


baseado no artigo 189 da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) por:

Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua


natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregadores a
agentes nocivos de saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão
da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus
efeitos.

Foram estabelecidos limites de segurança para os riscos ambientais, aos quais


representam um valor que se acredita que a maioria dos trabalhadores expostos a
agentes agressivos, durante a sua vida laboral, não contraíra doença ocupacional.
Porém, esses limites não devem ser encarados com rigidez, e sim como parâmetros
para a avaliação e controle dos ambientes de trabalho.
Segundo Saliba e Corrêa (2011), o adicional de insalubridade é de 40%,20% e
10% do salário mínimo da região, quando a insalubridade é caracterizada no grau
máximo, médio e mínimo, respectivamente.

4.5 PERICULOSIDADE

O conceito legal de periculosidade é exposto por Saliba e Corrêa (2011, p.16),


baseado no artigo 189 da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) por:

São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da


regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua
natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com
inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado.
41

Um dos agentes geradores de periculosidade é o contato com energia elétrica,


através da lei nº 7.369/1985 e regulamentada pelo decreto nº 93.412 e atividades ou
operações que envolvam radiações ionizantes ou substâncias radioativas, ao qual foi
incluída por meio da portaria nº 3.393, ao qual foi revogada por ser considerada ilegal
pela portaria nº496 do MTE, sendo essa última portaria revogada pela portaria nº518,
fazendo, dessa forma, valer a caracterização da periculosidade. (SALIBA; CORRÊA,
2011).
Baseado no artigo nº 193 da CLT, Saliba e Corrêa (2011) estabelece que o
adicional pela caracterização de periculosidade é de 30% sobre o valor do salário sem
acréscimos resultantes de lucros ou gratificações da empresa.
42

5 METODOLOGIA

Para se conhecer a intensidade que os trabalhadores em uma unidade de


beneficiamento de sementes de soja estão expostos aos riscos ambientais, foi
realizado um estudo de caso em uma UBS em pleno funcionamento no estado do
Paraná. Neste trabalho, ocorreu uma avaliação dos riscos existentes e houve a
verificação se as medidas de proteção ao trabalhador adotadas na UBS realmente
são satisfatórias, ou seja, se efetivamente protegem os trabalhadores dos possíveis
danos decorrentes dos riscos situados no ambiente.
Para caracterizar quais riscos estariam envolvidos em cada parte do processo
de beneficiamento, foi utilizada a metodologia dos grupos homogêneos de exposição
(GHE).

5.1 GRUPO HOMOGÊNEO DE EXPOSIÇÃO (GHE)

Quando se conhece as prováveis exposições aos trabalhadores, é possível


reuni-los em grupos que possuam as mesmas chances de exposição a um
determinado agente. Esse grupo que contém as mesmas probabilidades de exposição
ao agente provém do desenvolvimento de rotinas e tarefas essencialmente idênticas
do ponto de vista de exposição.
Um GHE permite que um número relativamente pequeno de amostras defina
as tendências de exposição de todo o grupo (FILHO; FANTAZZINI, 2010). Sendo
assim, avaliou-se cada setor da UBS e dividiu-se em seus respectivos GHE.

5.2 AVALIAÇÕES PARA CARACTERIZAÇÃO DA INSALUBRIDADE

Para a caracterização da insalubridade, foi estabelecido dois critérios para a


análise dos riscos ambientais, a avalição quantitativa e qualitativa.
Para realizar uma avaliação quantitativa, deve-se medir a intensidade do
agente de risco e comparar o valor obtido com os valores de tolerância para cada
agente, informações disponíveis nos anexos 1, 2, 4, 5, 8,11 e 12 da Norma
Regulamentadora de Número 15 (NR-15). Para realizar a medição, é necessário a
utilização de técnicas e métodos estabelecidos pelas normas de higiene ocupacional,
que são regulamentadas pelas Normas regulamentadoras (NR) elaboradas pelo
43

Ministério do Trabalho e pelas Normas de higiene ocupacional (NHO) elaboradas pela


Fundacentro.
Para alguns agentes de risco, os anexos 7, 8, 9,10 e 13 não dispõem de um
limite de tolerância, sendo que a real exposição ao risco se dará por meio de uma
avaliação no local de trabalho.
Para a realização de uma avaliação qualitativa, deve-se analisar
detalhadamente o posto de trabalho, levando em conta, entre outros termos, o tempo
de exposição, a forma de contato com o agente, o tipo de proteção usado, a função e
atividade do trabalhador e até mesmo os limites internacionais existentes,
especialmente os determinados pela American Conference of Governmental
Industrial Hygienists (ACGIH) (SALIBÁ; CORRÊA, 2011).

5.3 RISCOS AVALIADOS E METODOLOGIAS UTILIZADAS

O quadro 1 mostra os riscos que foram avaliados no presente trabalho e as


normas regulamentadoras embasadas para a formulação da metodologia de
mensuração.

Quadro 1 – Riscos avaliados e metodologias utilizadas


Risco Metodologia
Ruído NR-15 (Anexo I) / NHO-01
Calor NR- 15 (Anexo VI) / NHO-06
Vibração de corpo inteiro NR- 15 (Anexo VIII) / NHO-09
Particulado sólido suspenso no ar NR-15 (Anexo XI e XII) / ACGIH / NHO-
08
Eletricidade Decreto nº 93.412/1986
Fonte: Autoria própria

5.4 AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DE RUÍDO

Para a avaliação quantitativa de ruído ocupacional, foram utilizados os


seguintes aparelhos, todos com seus respectivos certificados de calibração
disponíveis no anexo A.
 Audiodosímetro, modelo Wed 007, marca 01 dB
 Audiodosímetro, modelo SmartdB, marca Chrompack
 Calibrador acústico, modelo CAL 3000, marca Instrutherm
44

 Calibrador acústico, modelo CAL 4000, marca Instrutherm


A metodologia de avaliação foi realizada de acordo com a NHO 01(BRASIL,
2001) em conjunto com a NR-15 (BRASIL, 1978, Anexo I) para ruído contínuo ou
intermitente, onde deve-se determinar a dose diária de ruído, que é um parâmetro
utilizado para caracterização da exposição diária ao ruído, tendo por referência o valor
máximo da energia sonora diária admitida, ou o nível de exposição, parâmetros
equivalentes e representativos da exposição diária do trabalhador, dados pelas
equações:

480 𝐷
𝑁𝐸 =10 𝑋 log ( 𝑇 𝑋 100) +85 [𝑑𝐵] (6)
𝑒

𝑁𝐸−85
𝑇
𝑒
𝐷 = 480 𝑋 100 𝑋 2( 3
)
[%] (7)

Onde:
𝑁𝐸 =Nível de exposição [𝑑𝐵]
𝐷 =Dose diária [%]
𝑇𝑒 =Tempo de duração da jornada diária de trabalho [𝑚𝑖𝑛
]

Para a avaliação da exposição do trabalhador ao ruído, é necessária relacionar


o valor do nível de exposição (NE) para o nível de exposição normalizado (NEN), que
corresponde ao nível de exposição (NE) convertido para a jornada padrão de 8 horas
diárias, dada pela equação:

𝑒 𝑇
𝑁𝐸𝑁 =𝑁𝐸 +10 𝑙𝑜𝑔 480 [𝑑𝐵] (8)

Onde:
𝑁𝐸𝑁 = Nível de exposição normalizado [𝑑𝐵]

De acordo com BRASIL (2001), os medidores integradores de uso pessoal, ou


seja, ou audiodosímetros utilizados nesse trabalho, permanecem instalados o mais
próximo da região audível do trabalhador durante sua jornada de trabalho e
necessitam ser programados com os seguintes requisitos:
45

 Circuito de ponderação “A”.


 Circuito de resposta lenta (slow)
 Critério de referência – 85 𝑑𝐵(𝐴), que corresponde a dose de 100% para uma
exposição de 8 horas.
 Nível limiar de integração – 80 𝑑𝐵(𝐴)
 Faixa de medição mínima - 80 a 115 𝑑𝐵(𝐴)
 Incremento de duplicação de dose, 𝑞 =3
 Indicação de ocorrências de níveis superiores a 115 𝑑𝐵(𝐴)
Antes de dar início a dosimetria de ruído, deve-se primeiramente realizar a
calibração dos audiodosímetros, posteriormente é necessário que se anote o horário
de início da dosimetria, cheque todas as condições do aparelho, ajuste o microfone
medidor para o mais próximo possível da zona auditiva do trabalhador e anote quais
medidas de proteção o trabalhador está submetido.
Para o cálculo do Nível de exposição normalizado das dosimetrias, utiliza-se os
softwares dos fabricantes Chrompack e 01 dB para seus respectivos equipamentos.
Caso o trabalhador esteja utilizando algum equipamento de proteção individual (EPI),
deve-se anotar o tipo de EPI e seu certificado de aprovação (CA), enquanto que os
softwares disponibilizados pelo fabricante normalizam o valor do NEN levando em
consideração o efeito do EPI utilizando como referência o método longo dado pela
norma ABNT (2012).

5.4.1 Caracterização de Insalubridade por Ruído

De acordo com BRASIL (1978, Anexo I), serão consideradas atividades


insalubres devido ao ruído as atividades que estejam acima do limite de tolerância na
tabela 2.

Tabela 2 - Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente


Nível de Ruído ( dB(A) ) Máxima exposição diária permissível
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
46

Tabela 2 - Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente


(Conclusão)
Nível de Ruído ( dB(A) ) Máxima exposição diária permissível
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 15 minutos
95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos
Fonte: Adaptado de BRASIL (1978, anexo I)

Como o NEN é um nível de exposição normalizado para uma jornada de 8 horas


diárias, entende-se que para qualquer valor de NEN acima de 85 𝑑𝐵(𝐴) irá ocorrer a
caracterização de insalubridade por ruído.
De acordo com a NR-15, o nível de adicional de insalubridade devido a níveis
de ruído superiores aos limites de tolerância no anexo I será de grau médio, ou seja,
20% sobre o salário mínimo da região.

5.5 AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DE CALOR

Para a avaliação quantitativa de calor, foi usado o seguinte aparelho, com seu
respectivo certificado de calibração disponível no anexo A.
 Medidor de stress térmico, modelo TGD-200, marca Instrutherm.

A metodologia de avaliação foi realizada de acordo com a NHO-06 (BRASIL,


2017) em conjunto com a NR-15 (BRASIL,1978), Anexo III, onde o critério adotado
para avaliação da exposição ao calor ocupacional se baseia no Índice de Bulbo Úmido
Termômetro de Globo (IBUTG) relacionado à taxa metabólica (M).
O índice IBUTG é expressado das seguintes maneiras:
 Para ambientes externos ou internos sem carga solar direta:

𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 =0,7 𝑡𝑏𝑛 +0,3𝑡𝑔 [º𝐶] (9)


47

 Para ambientes externos com carga solar direta:

𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 = 0,7 𝑡𝑏𝑛 +0,2𝑡𝑔 +0,1 𝑡𝑏𝑠 [º𝐶] (10)

Onde:
𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 =Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo [º𝐶]
𝑡𝑏𝑛 =Temperatura de bulbo úmido natural [º𝐶]
𝑡𝑔 =Temperatura de globo [º𝐶]
𝑡𝑏𝑠 =Temperatura de bulbo seco [º𝐶]

As leituras de 𝑡𝑏𝑛 , 𝑡𝑔 e 𝑡𝑏𝑠 devem ser realizadas após a estabilização do medidor


de stress térmico na situação térmica avaliada e repetidas a cada minuto. Devem ser
realizadas no mínimo 5 leituras para cada temperatura, sendo que a variação entre
cada leitura deve se situar entre ±0,4 º𝐶.
Caso o trabalhador esteja exposto a duas ou mais situações térmicas
̅̅̅̅̅̅̅̅̅ deve ser considerado levando em conta valores do 𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺
diferentes, o 𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺
representativo de cada situação térmica levando em conta um período dos 60 minutos
para a situação mais crítica de trabalho.
Vale observar que o ciclo de exposição pode ter duração diferente de 60
̅̅̅̅̅̅̅̅̅ leva em consideração as atividades
minutos, porém a determinação do 𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺
normalizadas para um período de 60 minutos pela equação 8.6:

̅̅̅̅̅̅̅̅̅ = 𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺1 𝑡′1 +𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺2 𝑡′2 +⋯𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺𝑖 𝑡′𝑖 +⋯+𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺𝑛𝑡′𝑛


𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 (11)
60

Onde:
̅̅̅̅̅̅̅̅̅ =IBUTG médio ponderado no tempo [º𝐶]
𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺
𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺𝑖 = IBUTG da sensação térmica “i” [º𝐶]
𝑡𝑖 =Tempo total de exposição da sensação térmica “i”, no período de 60 minutos mais
desfavorável [𝑚𝑖𝑛
]
𝑖=Iésima situação
𝑛 =Número de situações térmicas identificadas no ciclo de exposição
48

Na situação em que o trabalhador, em posse de algum EPI que o proteja da


̅̅̅̅̅̅̅̅̅ de acordo com a
exposição ao calor, é realizado um incremento do valor ao 𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺
tabela 3.

Tabela 3 - Incremento de IBUTG médio para alguns tipos de vestimentas


Tipo de roupa Adição ao
̅̅̅̅̅̅̅̅̅
𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 (ºC)
Uniforme de trabalho (Calça e camisa de manga comprida) 0

Macacão de tecido 0
Macacão de polipropileno SMS (Spun-Melt-Spun) 0,5
Macacão de poliolefina 2
Vestimenta ou macacão forrado (Tecido duplo) 3
Avental longo de mão comprida impermeável ao vapor 4

Macacão impermeável ao vapor 10


Macacão impermeável ao vapor sobreposto à roupa de 12
trabalho

Fonte: BRASIL (2017, p.25) apud ACGIH (2016) e ISO DIS 7243 (2014)

A taxa metabólica (M) relativa a atividade do trabalhador deve ser atribuída


utilizando a tabela 4.

Tabela 4 - Taxa metabólica por tipo de atividade


Atividade Taxa metabólica (kcal/h)
Sentado
Em repouso 85,9845
Trabalho leve com as mãos 108,3405
Trabalho moderado com as mãos 131,5563
Trabalho pesado com as mãos 147,0335
Trabalho leve com um braço 139,2949
Trabalho moderado com um braço 170,2493
Trabalho pesado com um braço 201,2037
Trabalho leve com dois braços 185,7265
Trabalho moderado com dois braços 216,6809
Trabalho pesado com dois braços 247,6354
Trabalho leve com braços e pernas 278,5898
Trabalho moderado com braços e pernas 379,1916
Trabalho pesado com braços e pernas 518,4865
Em pé, agachado ou ajoelhado
Em repouso 108,3405
Trabalho leve com as mãos 131,5563
Trabalho moderado com as mãos 154,7721
Trabalho pesado com as mãos 170,2493
49

Tabela 4 - Taxa metabólica por tipo de atividade

(Continuação)

Atividade Taxa metabólica (kcal/h)


Trabalho leve com um braço 162,5107
Trabalho moderado com um braço 193,4651
Trabalho pesado com um braço 224,4195
Trabalho leve com dois braços 208,9423
Trabalho moderado com dois braços 239,8968
Trabalho pesado com dois braços 270,8521
Trabalho leve com o corpo 301,8056
Trabalho moderado com o corpo 402,4075
Trabalho pesado com o corpo 541,7024
Em pé, em movimento
Andar no plano
1. Sem carga
 2 km/h 170,2493
 3 km/h 216,6809
 4 km/h 255,374
 5 km/h 309,5442
2. Atividade com carga
 10 kg, 4 km/h 286,3284
 30 kg, 4 km/h 386,9303
Correndo no plano
 9 km/h 679,698
 12 km/h 750,6447
 15 km/h 851,2446
Subindo rampa
1. Sem carga
 Com 5° de inclinação, 4 km/h 278,5898
 Com 15° de inclinação, 3 km/h 325,0214
 Com 25° de inclinação, 3km/h 464,3163
2. Com carga de 20 kg
 Com 15° de inclinação, 4 km/h 417,8847
 Com 25° de inclinação, 4 km/h 632,8459
Descendo rampa (5km/h) sem carga
 Com 5° de inclinação 208,9423
 Com 15° de inclinação 216,6809
 Com 25° de inclinação 278,5898
Subindo escada (80 degraus por minuto –
altura do degrau de 0,17 m)
 Sem carga 448,8391
 Com carga (20 kg) 557,1756
Descendo escada (80 degraus por minuto –
altura do degrau de 0,17 m)
 Sem carga 239,8968
 Com carga 343,938
Trabalho leve de braços (ex: Varrer, trabalho 275,1504
em almoxarifado)
Trabalho moderado de puxar ou empurrar 300,0859
50

Tabela 4 - Taxa metabólica por tipo de atividade


(Conclusão)

Atividade Taxa metabólica (kcal/h)

Trabalho de empurrar carrinhos de mão, no 336,1994


mesmo plano, com carga

Trabalho de carregar pesos ou com 425,6233


movimentos vigorosos com os braços (ex:
Trabalho com foice)

Trabalho pesado de levantar, empurrar ou 450,5588


arrastas pesos (ex: Remoção com pá,
abertura de valas)
Fonte: Adaptado de BRASIL (2017, p.14)

De acordo com BRASIL (2017), caso o trabalhador desenvolva duas ou mais


̅ ) será determinada utilizando os valores
atividades, a taxa metabólica ponderada (𝑀
representativos da taxa metabólica exercida pelo trabalhador durante um período de
60 minutos.
Ressalta-se que o ciclo de duração pode ter uma duração maior do que 60
minutos, porém a determinação da taxa metabólica ponderada é normalizada para um
período de 60 minutos, dada pela equação:

̅ = 𝑀1 𝑡′1 +𝑀2 𝑡′2 +⋯𝑀𝑖 𝑡′𝑖 +⋯+𝑀𝑚 𝑡′𝑚


𝑀 (12)
60

Onde:
̅ =Taxa metabólica média ponderada no tempo [𝑘𝑐𝑎𝑙/ℎ ]
𝑀
𝑀𝑖 =Taxa metabólica da atividade i [𝑘𝑐𝑎𝑙/ℎ ]
𝑡′𝑖 = Tempo total de exercício da atividade i, no período de 60 minutos corridos mais
desfavorável [𝑚𝑖𝑛
]
𝑖=i-ésima atividade
𝑚 =Número de atividades identificadas na composição do ciclo de exposição

5.5.1 Caracterização de Insalubridade por Exposição ao Calor

Em posse da taxa metabólica média ponderada no tempo, relaciona-se a


̅̅̅̅̅̅̅̅̅ para essa taxa metabólica , ao
mesma com o valor máximo permissível do 𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺
51

qual BRASIL(1978, Anexo III) estabelece, mostrado na tabela 5 e comparado com o


̅̅̅̅̅̅̅̅̅ obtido de acordo com a equação 11 do item 5.5.
𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺

Tabela 5 - Valor máximo de IBUTG em relação a taxa metabólica


M (kcal/h) Máximo IBUTG (ºC)
175 30,5
200 30,0
250 28,5
300 27,5
350 26,5
400 26,0
450 25,5
500 25,0
Fonte: Brasil (1978, anexo III)

De acordo com BRASIL(1978, Anexo III), o nível de adicional de insalubridade


̅̅̅̅̅̅̅̅̅ superiores aos valores máximos permissíveis será de grau
devido a nível de 𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺
médio, ou seja, 20% sobre o salário mínimo da região.

5.6 AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DE VIBRAÇÃO DE CORPO INTEIRO

Para a avaliação quantitativa de vibração de corpo inteiro, foram utilizados os


seguintes aparelhos, com seus respectivos certificados de calibração disponíveis no
anexo A.
 Medidor de vibração, modelo SmartVib, marca Chrompack;
 Acelerômetro de corpo inteiro, modelo CI, marca Chrompack.
De acordo com a NHO-09 (BRASIL,2013), o medidor de vibração de corpo
inteiro utilizado nesse trabalho deve estar instalado de acordo com a figura 11 e
programado com as seguintes configurações:
 Circuito de ponderação:
 Wk para o eixo “z”
 Wd para os eixos “x” e “y”
 Fator de multiplicação “f” em torno do eixo considerado:
 fx = 1,4
 fy= 1,4
 fz = 1,0
 Medição em “rms”.
 A avaliação da vibração de corpo inteiro é feita determinando-se a
aceleração resultante de exposição normalizada (aren) e do valor da
52

dose de vibração resultante (VDVR). O transdutor deve ser posicionado


no ponto de medição de acordo com a figura 11.
.
Figura 11 - Ilustração de acelerômetros de assento e dos eixos de medição, posicionados para
avaliação da exposição de condutor de veículo

Fonte: BRASIL (2013, p.30)

O valor da aceleração resultante de exposição normalizada (aren) é obtido


associando a aceleração resultante de exposição (are) para uma jornada padrão de 8
horas, representada pela equação:

𝑇 𝑚
𝑎𝑟𝑒𝑛 =𝑎𝑟𝑒 √𝑇 [𝑠 2 ] (13)
0

Onde:
𝑚
𝑎𝑟𝑒𝑛 =Aceleração resultante de exposição normalizada [𝑠²]
𝑚
𝑎𝑟𝑒 =Aceleração resultante de exposição [𝑠²]

𝑇 =Tempo de duração da jornada diária de trabalho [𝑚𝑖𝑛


]
𝑇0 =Jornada de trabalho de 480 minutos

A determinação do valor da dose de vibração resultante (VDVR) é feita levando


em consideração a soma dos valores das doses de vibração da exposição (𝑉𝐷𝑉𝑒𝑥𝑝𝑗 )
de todas as atividades, representada pela equação:

1
𝑚
𝑉𝐷𝑉𝑅 = [∑𝐽(𝑉𝐷𝑉𝑒𝑥𝑝𝑗 )4 ]4 [𝑠1,75 ] (14)
53

Para o cálculo do aren e do VDVR, utilizou-se o software do equipamento


Smartvib.

5.6.1 Caracterização de Insalubridade por Exposição à vibração de Corpo Inteiro

De acordo com BRASIL (1978, Anexo VIII), a caracterização de insalubridade


por vibração de corpo inteiro será de nível médio, ou seja, 20% do valor do salário
mínimo regional, quando o valor da vibração for maior que pelo menos um dos
seguintes limites de tolerância:
 Valor da aceleração resultante de exposição normalizada 𝑎𝑟𝑒𝑛 =
𝑚
1,1 [𝑠2 ]
 Valor da dose de vibração resultante 𝑉𝐷𝑉𝑅 =21,0 𝑚/𝑠1,75

5.7 AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DE PARTICULADO SÓLIDO SUSPENSO NO AR

Para a avaliação quantitativa de particulado sólido suspenso no ar, foram


utilizados os seguintes aparelhos, com seus respectivos certificados de calibração
disponíveis no anexo A.
 Bomba de amostragem de ar, modelo BDXII, marca Gilian;
 Calibrador de bomba de amostragem (Alta vazão), marca Zefon
Internacional;
 Termohigrômetro, modelo HK-T240, marca Hikari.
Para a realização da análise quantitativa, deve-se obter informações sobre o
ambiente e processo de trabalho, as operações desenvolvidas, os produtos químicos
utilizados, juntamente com sua composição através da FISPQ. Também deve-se
coletar informações sobre a matéria prima utilizada, bem como as possíveis
interações entre os agentes disponíveis no local e o ser humano.
Para a coleta do material, adota-se o sistema de coleta individual, conforme
metodologia estabelecida pela NHO-08 (BRASIL, 2009), onde é posicionado o
dispositivo de coleta na altura da zona respiratória do trabalhador, conforme a figura
12.
54

Figura 12 - Esquema para instalação do dispositivo de coleta no trabalhador

Fonte: BRASIL (2009, p.28)

Para realizar a coleta das amostras, deve-se entrar em contato com um


laboratório de análise, onde o mesmo deverá informar a metodologia em relação a
vazão da bomba, tipo de cassete para coleta, tempo de coleta, entre outros
parâmetros a serem utilizados e prover o fornecimento de dispositivos e filtros para
coleta. Após a obtenção das amostras em campo, as mesmas são enviadas ao
laboratório, onde seguindo métodos analíticos desenvolvidos por órgãos nacionais e
internacionais, realizam a quantificação dos agentes particulados sólidos no ar.

5.7.1 Caracterização de Insalubridade por Particulado Sólido Suspenso no Ar

De acordo com a NR-15 (BRASIL, 1978, Anexo XI e XII), cada particulado


analisado possui um limite de tolerância diferente e não necessariamente fixo. Caso
a substância em análise não esteja inserida nesses anexos, a própria norma
determina que se use os limites de tolerância estabelecidos pela ACGIH.
Os valores de insalubridade para particulado diferem, podendo ser
enquadrado, caso o valor da análise quantitativa exceda o limite de tolerância, em
grau máximo, médio ou mínimo, com acréscimo de 40%, 20% ou 10% sobre o salário
mínimo regional respectivamente.
55

5.8 CARACTERIZAÇÃO DE PERICULOSIDADE POR ELETRICIDADE

Os artigos 1º e 2º do decreto número 93.412/1986 estabelecem que são


atividades em condições de periculosidade pelo contato com a energia elétrica
aquelas constantes no quadro de atividades/áreas de risco, mostrado no quadro 2
(BRASIL,1986). Portanto, para que faça jus ao adicional de periculosidade de 30%
sobre o salário do trabalhador sem acréscimos de participações, gratificações ou
prêmios por parte da empresa, é necessário que se faça uma avaliação minuciosa da
descrição de função do funcionário e um acompanhamento das atividades
desenvolvidas em sua jornada de trabalho para atestar o contato com atividades
descritas no quadro abaixo:

Quadro 2 - Atividades / áreas de risco em relação a operações com eletricidade


Atividades Áreas de risco
1- Atividades de construção, operação e 1- Estruturas, condutores e equipamentos de
manutenção de redes e linhas aéreas de alta linhas aéreas de transmissão,
e baixa tensão integrantes de sistemas subtransmissão e distribuição, incluindo
elétricos de potência, energizados ou plataformas e cestos aéreos para execução
desernegizados, mas com possibilidade de dos trabalhos.
energização, acidental ou por falha
operacional, incluindo:
 Montagem, instalação, substituição,  Pátio e salas de operações de subestações.
conservação, reparos, ensaios e testes:  Cabinas de distribuição.
Verificação, inspeção, levantamento,  Estruturas, condutores e equipamentos de
supervisão e fiscalização: Fusíveis, redes de tração elétrica incluindo escadas,
condutores, para-raios, postes, torres, plataformas e cestos aéreos usados para
chaves, muflas e isoladores, execução dos trabalhos.
transformadores, capacitores, medidores,
reguladores de tensão, religadores,
seccionalizadores, carrier (onda portadora
via linhas de transmissão), cruzetas, reator,
relé e braço de iluminação pública, aparelho
de medição gráfica, bases de concreto ou
alvenaria de torres, postes e estruturas de
sustentação de redes e linhas aéreas e
demais componentes das redes aéreas.
 Corte e poda de árvores.
 Ligações e cortes de consumidores.
 Manobras aéreas e subterrâneas de redes
e linhas.
 Manobras em subestação.
 Testes de curto em linhas de transmissão.
 Manutenção de fontes de alimentação de
sistemas de comunicação.
 Leitura em consumidores de alta tensão.
 Aferição em equipamentos de medição.
56

Quadro 2 - Atividades / áreas de risco em relação a operações com eletricidade


(Continuação)
Atividades Áreas de risco
 Medidas de campo elétrico, rádio-  Pátio e salas de operações de subestações.
interferência e correntes induzidas.  Cabinas de distribuição.
 Testes elétricos e instalações de terceiros Estruturas, condutores e equipamentos de
em faixas de linhas de transmissão redes de tração elétrica incluindo escadas,
(oleodutos, gaseodutos, etc.) plataformas e cestos aéreos usados para
 Pinturas de estruturas e equipamentos. execução dos trabalhos.

Verificação, inspeção, inclusive aérea,


fiscalização, levantamento de dados e
supervisão de serviços técnicos.
2 – Atividades de construção, operação e 2 – Valas, bancos de dutos, canaletas,
manutenção de redes e linhas subterrâneas condutores, recintos internos de caixas,
de alta e baixa tensão integrantes de sistemas poços de inspeção, câmaras, galerias, túneis,
elétricos de potência, energizados ou estruturas terminais e aéreas de superfícies
desenergizados, mas com possibilidade de correspondentes.
energização acidental ou por falha
operacional, incluindo:
 Montagem, instalação, substituição,  Áreas submersas em rios, lagos e mares.
manutenção e reparos de: Barramentos,
transformadores, disjuntores, chaves e
seccionadoras, condensadores, chaves a
óleo, transformadores para instrumentos,
cabos subterrâneos e subaquáticos, painéis,
circuitos elétricos, contatos, muflas e
isoladores e demais componentes de redes
subterrâneas.
 Construção civil, instalação,
substituição e limpeza de: Valas, bancos de
dutos, dutos, condutos, canaletas, galerias,
túneis, caixas ou poços de inspeção,
câmaras.
 Medição, verificação, ensaios, testes,
inspeção, fiscalização, levantamentos de
dados e supervisão de serviços técnicos.
3- Atividades de inspeção, testes, ensaios, 3- Áreas das oficinas e laboratórios de testes
calibração, medição e reparos em e manutenção elétrica, eletrônica e
equipamentos e materiais elétricos, eletromecânica onde são executados testes,
eletrônicos, eletromecânicos e de segurança ensaios, calibração e reparos de
individual e coletiva em sistemas elétricos de equipamentos energizados possíveis de
potência de alta e baixa tensão. energizamento acidental.
- Sala de controle e casas de
máquinas de usinas e unidades geradoras.
- Pátios e salas de operação,
subestações, inclusive consumidores.
- Salas de ensaios elétricos de alta-
tensão.
- Sala de controle dos centros de
operação.

4- Atividades de construção, operação e 4- Pontos de medição e cabinas de


manutenção nas usinas, unidades geradoras, distribuição, inclusive de consumidores.
subestações e cabinas de distribuição em - Salas de controle, casas de
operações integrantes de sistemas de máquinas, barragens de usinas e unidades
potência, energizados ou desenergizados geradoras.
com possibilidade de voltar a funcionar ou
57

Quadro 2 - Atividades / áreas de risco em relação a operações com eletricidade


(Conclusão)
Atividades Áreas de risco
energizar-se acidentalmente ou por falha
operacional, incluindo:
 Montagem, desmontagem, operação e • Pátios e salas de operações de
conservação de: Medidores, relés, chaves, subestações, inclusive de consumidores.
disjuntores e religadores, caixas de controle,
barramentos, baterias e carregadores,
transformadores, sistemas antiincêndio e de
resfriamento, banco de capacitores,
reatores, reguladores, equipamentos
eletrônicos, painéis, para-raios, áreas de
circulação, estruturas-suporte e demais
instalações e equipamentos elétricos.
 Construção de: Valas de dutos, canaletas,
bases de equipamentos, estruturas, conduto
e demais instalações.
 Serviços de limpeza, pintura e sinalização de
instalações e equipamentos elétricos.
 Ensaios, testes, medições, supervisão,
fiscalizações e levantamentos de circuitos e
equipamentos elétricos, eletrônicos de
telecomunicação e telecontrole.
5- Atividades de treinamento em • Todas as áreas descritas nos itens
equipamentos ou instalações energizadas ou anteriores.
desenergizadas descritas nos itens, mas com
possibilidade de energização acidental ou por
falha operacional.
Fonte: Adaptado de Saliba; Corrêa (2011, p.167) apud BRASIL (1986)

De acordo Brasil (2012), o fornecimento de equipamentos de proteção ou


adoção de técnicas de proteção ao trabalhador eximem a empresa do pagamento de
adicional por periculosidade, salvo quando o risco da atividade do trabalhador não for
eliminado por essas medidas.

5.9 MEDIDAS DE AMENIZAÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS

A metodologia para amenização dos riscos ambientais segue conforme


recomendado em BRASIL (1978), em que se deve primeiramente priorizar medidas
de proteção coletivas, respeitando a seguinte hierarquia:

 Medidas que eliminam ou reduzam a utilização ou formação de agentes


prejudiciais à saúde;
 Medidas que previnam a liberação ou disseminação desses agentes no
ambiente de trabalho;
 Medidas que reduzam os níveis ou a concentração desses agentes no
ambiente de trabalho.
58

Quando é observado a incapacidade de adotar tais medidas, ou quando estas


ainda não forem suficientes para amenizar os riscos, ou encontram-se em fase de
estudo de implementação, deve-se adotar as seguintes medidas, respeitando a
hierarquia:

 Medidas de caráter administrativo ou de organização de trabalho;


 Utilização de equipamentos de proteção individual – EPI.
59

6 CRONOGRAMA

Foi estipulado um cronograma de atividades para a do projeto, apresentado no


quadro 3, considerando o mesmo dividido em duas partes. A primeira parte se tratará
da apresentação, justificativa, revisão bibliográfica e metodologia proposta para
avaliação dos agentes de risco.

Quadro 3 - Cronograma para realização do Trabalho de conclusão de curso 1 e posteriormente trabalho


de conclusão de curso 2.

Fonte: Autoria própria

A revisão bibliográfica será incrementada durante todo o trabalho, pois o estudo


da matéria em questão será constante. Os objetivos e a determinação da metodologia
já estão disponíveis na primeira parte do projeto, sendo que na segunda parte, com o
levantamento dos riscos particulados no ar, será determinada a metodologia
específica para análise de cada componente por via de laboratório.
Para a segunda parte do projeto, será realizado a análise quantitativa e
qualitativa dos riscos ambientais existentes, sua análise em relação ao ensejo de
insalubridade ou periculosidade e as medidas de proteção propostas para a
amenização dos riscos.
60

7 RESULTADOS

Com a metodologia adotada, primeiramente é necessária avaliar a UBS como


um todo, ou seja, quais são os setores existentes, como é a descrição física desses
ambientes em relação ao piso, ventilação, iluminação, cobertura e tamanho, assim
como obter o número de funcionários lotados em cada setor, sua função e a descrição
de função.

7.1 SETORES EXISTENTES

Em vistoria em loco na UBS, foi identificado e analisado a descrição física dos


seguintes setores: Armazém; classificação; expurgo; linha de produção, moega e
tratamento de sementes.

7.1.1 Armazém

Trata-se de um amplo galpão construído em alvenaria com pé direito medindo


cerca de 10 metros.
Piso: O piso é constituído de cimento desempenado.
Ventilação: A ventilação é obtida por meio de porta de acesso ao local.
Cobertura: A estrutura da cobertura, bem como as telhas que a recobrem, são
de material metálico.
Iluminação: A iluminação natural é obtida por meio de porta de acesso ao local,
sendo complementada artificialmente por lâmpadas de vapor de sódio, conforme
mostrado na figura 13.
61

Figura 13 – Armazém da UBS

Fonte: Autoria própria

7.1.2 Classificação

Trata-se de setor construído em alvenaria com pé direito medindo cerca de 3


metros.
Piso: O piso é constituído de cerâmica.
Ventilação: A ventilação é obtida por meio de portas e janelas.
Cobertura: O teto é em laje.
Iluminação: A iluminação natural é obtida por meio de portas e janelas, sendo
complementada artificialmente por lâmpadas fluorescentes.
Vale ressaltar que partes das atividades são realizadas ao ar livre, pois nesse
setor se realiza a recepção de sementes para amostra.

7.1.3 Expurgo

Trata-se de setor construído em alvenaria com pé direito medindo cerca de 10


metros.
Piso: O piso é constituído de cimento desempenado.
Ventilação: A ventilação é obtida por meio de porta de acesso ao local.
62

Cobertura: A estrutura da cobertura, bem como as telhas que a recebem são


de material metálico.
Iluminação: A iluminação natural é obtida por da porta de acesso ao local,
sendo complementada artificialmente por lâmpadas fluorescentes.
Em vistoria, observou-se que o setor de expurgo da UBS se situa dentro de um
armazém, conforme mostrado na figura 14.

Figura 14 – Processo de expurgo na UBS

Fonte: Autoria própria

7.1.4 Linha De Produção

Trata-se de um amplo galpão construído em alvenaria com pé direito medindo


cerca de 10 metros.
Piso: O piso é constituído de cimento desempenado.
Ventilação: A ventilação é obtida por meio da porta de acesso ao local.
Cobertura: A estrutura da cobertura, bem como as telhas que a recobrem são
de material metálico.
Iluminação: A iluminação natural é obtida por meio da porta de acesso ao local
e janelas, sendo complementada artificialmente por lâmpadas fluorescentes e
lâmpadas de vapor de sódio, conforme mostrado na figura 15.
63

Figura 15 – Linha de produção da UBS

Fonte: Autoria própria

7.1.5 Moega

Trata-se de um amplo galpão semiaberto construído em alvenaria com pé


direito medindo cerca de 10 metros, conforme mostrado nas figuras 16 e 17.
Piso: O piso é constituído de cimento desempenado.
Ventilação: A ventilação é obtida por meio da porta de acesso ao local.
Cobertura: A estrutura da cobertura, bem como as telhas que a recobrem são
de material metálico.
Iluminação: A iluminação natural é obtida por meio da porta de acesso ao local
e janelas, sendo complementada artificialmente por lâmpadas fluorescentes e
lâmpadas de vapor de sódio.
64

Figura 16 – Entrada na moega da UBS

Fonte: Autoria própria

Figura 17 – Secadores do setor moega da UBS

Fonte: Autoria própria

7.1.6 Tratamento de Sementes

Trata-se de um amplo galpão construído em alvenaria com pé direito medindo


cerca de 10 metros.
Piso: O piso é em cimento desempenado.
65

Ventilação: A ventilação é obtida por meio de portas e janelas.


Cobertura: A estrutura da cobertura, bem como as telhas que a recobrem são
de material metálico.
Iluminação: A iluminação natural é obtida por meio de portas, janelas e telhas
plásticas translúcidas, sendo complementada artificialmente por lâmpadas
fluorescentes, conforme mostrado na figura 18.

Figura 18 – Setor de tratamento de sementes da UBS

Fonte: Autoria própria

7.2 FUNÇÕES EXISTENTES

Em posse da ficha de registro de funcionários, obteve-se as funções que


compõem a UBS. Tendo a lista de funções, realizou-se uma vistoria e posterior
entrevista com os funcionários para se estabelecer as atividades que os mesmos
realizam no dia a dia.
As funções existentes na UBS são: Operador de empilhadeira; operador de
empilhadeira I; conferente; classificador de cereais; auxiliar de operador de máquinas;
auxiliar de produção; auxiliar de produção II; operador de máquina I; operador de
máquina II e assistente técnico de produção.
66

7.2.1 Operador de Empilhadeira

Praticar os 5'S; fazer a manutenção em dallas; preencher registros pertinentes


à função; fazer a limpeza e manutenção de paletes; verificar vazamentos de goteiras
e calhas; auxiliar na coleta de amostras nos armazéns; fazer o levantamento e controle
de estoque; executar a expedição e recebimento de sementes; remover, transportar e
empilhar estrados e sacolões; efetuar e manter a identificação dos lotes e blocos
(etiquetas); acompanhar e preencher os indicadores de processo da qualidade;
registrar diariamente todas as movimentações dos lotes e blocos; manter a disciplina
dos colaboradores (efetivos, temporários e ensacadores);executar tarefas afins.

7.2.2 Operador de Empilhadeira I

Praticar os 5'S; realizar a manutenção em dallas; preencher registros


pertinentes à função; fazer a limpeza e manutenção de paletes; verificar vazamentos
de goteiras e calhas; auxiliar na coleta de amostras nos armazéns; fazer o
levantamento e controle de estoque; executar a expedição e recebimento de
sementes; fazer a manutenção diária de empilhadeira; remover, transportar e empilhar
estrados e sacolões; fazer manutenção dos armazéns, telhados, calhas e portas;
efetuar e manter a identificação dos lotes e blocos (etiquetas); acompanhar e
preencher os indicadores de processo da qualidade; realizar manutenções mecânicas
e elétricas em empilhadeiras e equipamentos; registrar diariamente todas as
movimentações dos lotes e blocos; fazer pulverização e expurgos dos armazéns e
aplicação de raticidas; manter a disciplina dos colaboradores (efetivos, temporários e
ensacadores); executar tarefas afins.

7.2.3 Conferente

Realizar limpeza geral nos armazéns; realizar limpeza e classificação de


sacarias e big bags; controlar e conferir os estoques de sementes nos armazéns;
realizar o mapeamento dos lotes de sementes nos armazéns; colocar e manter
identificação nos lotes e blocos nos armazéns; monitorar o consumo e executar a
67

reposição de raticidas nos armazéns; acompanhar a descarga e coletar amostras de


sementes adquiridas de terceiros.

7.2.4 Classificador De Cereais

Arquivar amostras; coletar amostras dos produtos; efetuar a pesagem de


caminhões; emitir ticket de balança e romaneio de entrada; organizar o arquivo dos
registros da qualidade; elaborar registro do Sistema de Gestão da Qualidade;
acompanhar e preencher os indicadores de processo da qualidade; solicitar alteração
nos registros do Sistema de Gestão da Qualidade; emitir, tratar e evidenciar a eficácia
das SACPs (solicitações de ações preventivas e/ou corretivas); classificar sementes
de soja , determinar a umidade, impurezas, avariados e danos mecânicos; executar a
calibração dos equipamentos de medição e monitoramento (balanças, determinador
de umidade, termômetros);consultar, cadastrar e/ou alterar dados sobre informações
cadastrais de fornecedores no sistema eletrônico e manter sigilo sobre estas; executar
outras tarefas afins.

7.2.5 Auxiliar de Operador De Máquinas

Acompanhar o processo de pré-limpeza; auxiliar no beneficiamento de


sementes; preencher relatórios pertinentes à função; manter o seu superior informado
do andamento da secagem; executar a secagem acompanhando rigorosamente a
temperatura dos secadores e a umidade das sementes; executar tarefas afins.

7.2.6 Auxiliar de Produção

Recolher lixos; varrer grãos, recolher, abanar e ensacar; auxiliar no


beneficiamento das sementes; fazer a limpeza das máquinas, equipamentos, sacarias
e big bags; executar trabalhos rotineiros de limpeza em geral nos armazéns, casas de
máquinas e pátios; executar tarefas afins.
68

7.2.7 Auxiliar de Produção II

Recolher lixos; varrer grãos, recolher, abanar e ensacar; auxiliar no


beneficiamento das sementes; fazer a limpeza das máquinas, equipamentos, sacarias
e big bags; executar trabalhos rotineiros de limpeza em geral nos armazéns, casas de
máquinas e pátios; executar tarefas afins.

7.2.8 Operador de Máquina I

Praticar os 5'S; Fiscalizar o uso de EPIs; realizar o beneficiamento de


sementes; supervisionar os serviços dos auxiliares; regular as máquinas de
beneficiamento; preencher registros pertinentes à função; recepcionar e controlar os
caminhões na moega; fazer a conferencia de peso das sementes embaladas; efetuar
limpeza e manutenção das máquinas e equipamentos; supervisionar os serviços dos
ensacadores na linha de máquina; controlar a qualidade das embalagens, etiquetas,
costura, aspecto; acompanhar e preencher os indicadores de processo da qualidade;
?coletar amostras de sementes embaladas para enviar ao laboratório; manter a
disciplina dos colaboradores (efetivos, temporários e ensacadores).

7.2.9 Operador de Máquina II

Praticar os 5'S; Fiscalizar o uso de EPIs; realizar o beneficiamento de


sementes; supervisionar os serviços dos auxiliares; regular as máquinas de
beneficiamento; preencher registros pertinentes à função; recepcionar e controlar os
caminhões na moega; fazer a conferencia de peso das sementes embaladas; efetuar
limpeza e manutenção das máquinas e equipamentos; supervisionar os serviços dos
ensacadores na linha de máquina; controlar a qualidade das embalagens, etiquetas,
costura, aspecto; acompanhar e preencher os indicadores de processo da qualidade;
coletar amostras de sementes embaladas para enviar ao laboratório; manter a
disciplina dos colaboradores (efetivos, temporários e ensacadores).
69

7.2.10 Assistente Técnico de Produção

Praticar o 5S; supervisionar o uso de EPI's; apoiar e participar dos eventos


sociais da empresa; participar da seleção de colaboradores temporários; treinar,
disciplinar e avaliar os colaboradores da área; auxiliar no controle de insetos e
roedores nos armazéns; conferir as amostras para análise visual e para o laboratório;
elaborar relatórios periódicos, conforme calendário, para a diretoria; acompanhar e
preencher os indicadores de processo da qualidade; manter informado a gerência
sobre as atividades e resultados da UBS; controlar os registros de todas as atividades
das linhas de máquinas e armazéns; supervisionar, administrar e coordenar as
atividades de recebimento e beneficiamento; emitir, tratar e evidenciar a eficácia das
SACPs (solicitações de ações preventivas e/ou corretivas); supervisionar a
manutenção de máquinas, equipamentos e a calibração dos equipamentos de
medição e monitoramento; elaborar fluxograma para recebimento e beneficiamento
de produtos de acordo com o cronograma de colheita do departamento técnico;
acompanhar diariamente a qualidade dos produtos durante o beneficiamento
(umidade, danos mecânicos, padrão de peneiras, padrão das ligas, aspecto, etc.);
gerenciar e executar todo o processo de tratamento de sementes.

7.3 SETORIZAÇÃO DA EMPRESA

A UBS em questão está estruturada conforme a tabela 6 a seguir , que


apresenta a quantidade de setores com o número de funcionários e as funções
existentes.

Tabela 6 – Setor, funções e quantidades de funcionários existentes


Setor: Armazém 1/2
Função Número de funcionários
Conferente 1
Operador de empilhadeira 3
Setor: Armazém 3/4
Função Número de funcionários
Conferente 1
Operador de empilhadeira 2
Operador de empilhadeira I 1
Setor: Classificação
Função Número de funcionários
Classificador de cereais 1
70

Tabela 6 – Setor, funções e quantidades de funcionários existentes


(Conclusão)
Setor: Expurgo
Função Número de funcionários
Operador de empilhadeira I 1
Setor: Linha de produção 1/2
Função Número de funcionários
Auxiliar de operador de 1
máquinas
Auxiliar de produção 2
Auxiliar de produção II 2
Operador de máquina I 2
Operador de máquina II 2
Setor: Linha de produção 3/4
Função Número de funcionários
Auxiliar de operador de 1
máquinas
Auxiliar de produção 2
Auxiliar de produção II 2
Operador de máquina I 2
Operador de máquina II 2
Setor: Moega 19/22
Função Número de funcionários
Auxiliar de operador de 1
máquinas
Auxiliar de produção 2
Auxiliar de produção II 2
Operador de máquina I 2
Operador de máquina II 2
Setor: Tratamento de sementes
Função Número de funcionários
Assistente técnico de produção 2
Fonte: Autoria própria

7.4 IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS PARA CADA SETOR

Para se identificar os riscos ambientais existentes em cada setor, deve-se


primeiramente analisar como se constitui o ambiente físico do setor, assim como as
funções desempenhadas pelos trabalhadores do mesmo. Caso algum trabalhador
utilize algum tipo de produto químico, deve-se analisar as FISPQS do mesmo com o
objetivo de se determinar se existe a necessidade ou não de uma análise quantitativa.
Com a determinação dos riscos ambientais para cada setor, é possível dividir
os setores em vários GHE e aplicar a metodologia apresentada na seção 5.1. Os GHE
analisados nesse trabalho se encontram na seção 7.5.
71

7.4.1 Ruído

Como apresentado na seção 4.3.1 , o ruído é o agente nocivo à saúde mais


frequente em todos os ambientes de trabalho (AMORIM; CAVALCANTE, 2012) e o
corpo humano é capaz de captar uma faixa de pressão sonora muito ampla, sendo
assim, o ruído se manifesta em toda a UBS, necessitando realizar a análise
quantitativa de ruído em todos os setores da unidade.

7.4.2 Calor

Como apresentado na seção 4.3.2, permanência em locais com condições


térmicas desfavoráveis pode causar stress térmico, resultando em debilidade do
estado geral de saúde, alterações das reações psíquicas e queda de produção. Sendo
assim, em vistoria na UBS, identificou-se, através da condição ambiental presente,
das funções desempenhadas, das máquinas existentes e do arranjo estrutural do
local, quais setores os trabalhadores estariam passíveis de sofrer tais danos pela ação
da carga excessiva de calor, e que estão descritos nas seções a seguir.

7.4.2.1 Armazéns

Seguindo a descrição de ambiente para os armazéns apresentadas em 7.1.1,


a única fonte de ventilação existente é a porta de acesso ao local, e ainda
considerando que a cobertura do setor é em material metálico, somado as funções
que os trabalhadores executam no setor, as quais a maioria são realizadas em pé e
requerem um esforço físico mais elevado em comparação as funções administrativas,
foi observado que os trabalhadores poderiam estar expostos a uma possível carga
térmica que acarretaria danos na saúde dos mesmos. Sendo assim, houve a
necessidade de se realizar uma análise quantitativa de calor nesses setores.

7.4.2.2 Linhas de produção

Seguindo a descrição de ambiente para os armazéns apresentadas na seção


7.1.4, a única fonte de ventilação existente é a porta de acesso ao local, e ainda
72

considerando que a cobertura do setor é em material metálico, somado as funções


que os trabalhadores executam no setor, as quais a maioria são realizadas em pé e
requerem um esforço físico mais elevado em comparação as funções administrativas,
foi observado que os trabalhadores poderiam estar expostos a uma possível carga
térmica que acarretaria danos na saúde dos mesmos. Sendo assim, houve a
necessidade de se realizar uma análise quantitativa de calor nesses setores.

7.4.2.3 Moega

Seguindo a descrição de ambiente para os armazéns apresentadas em 7.1.5,


a única fonte de ventilação existente é a porta de acesso ao local, e ainda
considerando que a cobertura do setor é em material metálico.
É importante observar que os trabalhadores lotados nesse setor realizam a
função de abastecimento dos secadores, ao qual durante essa fase os mesmos estão
expostos a um calor de proporções maiores em comparação as outras atividades,
sendo assim, se faz necessário uma análise quantitativa de calor nesse setor.

7.4.2.4 Classificação

Seguindo a descrição de função do classificador de cereais na seção 7.2.4,


uma das suas atividades é a de coleta de amostras, aos quais é realizada coletando
porções de sementes em caminhões que entram na UBS, sendo assim, parte de sua
atividade está lotada ao ar livre, fazendo com que esteja exposto diretamente a carga
térmica solar, necessitando de uma avaliação quantitativa de calor para este
funcionário.

7.4.2.5 Expurgo

Como citado na seção 7.1.3, o expurgo está situado dentro de um armazém,


fazendo com que o trabalhador que realiza este processo esteja submetido a mesma
carga térmica do armazém analisado.
73

7.4.2.6 Tratamento de sementes

De acordo com a seção 7.1.6, a ventilação obtida no setor de tratamento de


sementes se dá por meio de portas e janelas, fazendo que, em vistoria no local e
conversa com os trabalhadores do setor, não se observou uma carga térmica elevada.
Porém, notou-se que algumas atividades do setor são realizadas em pé e com alguma
movimentação de materiais, fazendo com que a taxa metabólica dos trabalhadores
aumente, sendo assim, é necessário a realização de uma avaliação quantitativa de
calor para os trabalhadores deste setor.

7.4.3 Vibração de Corpo Inteiro

Para uma análise de vibração de corpo inteiro, analisou-se as descrições de


funções de funcionários e as atividades in loco de cada setor. O objetivo desta análise
foi identificar quais funcionários operavam algum equipamento que poderia vir a
causar algum tipo de vibração no corpo. Na UBS em questão, os trabalhadores que
estão expostos à vibração de corpo inteiro são os que realizam a condução de
empilhadeira. Sendo assim, baseado na tabela 6, presente na seção 7.3, que
apresenta os trabalhadores locados em cada setor, os setores que estão sujeitos à
vibração de corpo inteiro são os seguintes: Armazéns e expurgo.

7.4.5 Particulado Sólido Suspenso no Ar

Os particulados sólidos suspensos no ar analisados são a sílica livre


cristalizada em relação à poeira total e poeira respirável, assim como os produtos
químicos utilizados no setor de expurgo e tratamento de sementes.

7.4.5.1 Sílica

A necessidade da avaliação de sílica se dá pelo fato da possibilidade da


existência de sílica cristalizada no solo onde a soja foi coletada, sendo carregada para
dentro da UBS. Sendo assim, realizou-se a análise quantitativa de sílica levando em
74

consideração a fração de poeira total e respirável conforme estabelecido por BRASIL


(1978, Anexo XII).
A sílica foi avaliada nos setores em que os trabalhadores possuem um contato
efetivo com a mesma e durante um longo período de tempo. Sendo assim, os setores
que receberam uma análise quantitativa de sílica livre cristalizada em relação à poeira
respirável e total foram: Armazéns 1/2, armazéns 3/4,expurgo, linha de produção 1/2,
linha de produção 3/4 e moega 19/22.

7.4.5.1.1 Metodologia de coleta

A metodologia de coleta foi dada por meio da coleta individual, conforme


estabelecido por BRASIL (2009), sendo que, os dados de vazão da bomba, tipo de
amostrador e cassete foram estabelecidos pelo laboratório que realizou as análises
da coleta.

7.4.5.1.2 Método de amostragem para poeira total

De acordo com o laboratório responsável pelas análises, foi estabelecido que


o cassete para coleta de poeira total deve ser um com filtro de PVC 5.0 𝜇𝑚, 37 𝑚𝑚 e
pré pesado, conforme mostrado na figura 19.

Figura 19 – Cassete de PVC

Fonte: DaJota (2019)


75

Foi estabelecido que não é necessário a utilização de um amostrador para a


coleta, tendo apenas a vazão da bomba podendo estar na faixa de 1,0 𝑎 2,0 𝐿/𝑚𝑖𝑛
,
podendo ser coletado uma quantidade que pode variar de 400 𝑎 800 𝐿.

7.4.5.1.3 Limite de tolerância para poeira total

O limite de tolerância para poeira total se dá de acordo por BRASIL (1978,


Anexo XII), em que se estabelece de acordo com a equação 15:

24
𝐿. 𝑇 = % 𝑄𝑈𝐴𝑅𝑇𝑍𝑂+3 (15)

Onde:
𝑚𝑔
𝐿. 𝑇 = Limite de tolerância para poeira total [ 𝑚³ ]

% 𝑄𝑈𝐴𝑅𝑇𝑍𝑂 = Percentagem de sílica livre cristalizada [%]

O limite de tolerância obtido deve ser comparado com a quantidade de poeira


total obtido na amostra. Caso o limite de tolerância seja menor que a quantidade de
poeira total obtida na coleta, existe a caracterização de insalubridade de grau médio
(20% do salário mínimo da região).

7.4.5.1.4 Método de amostragem para poeira respirável

De acordo com o laboratório responsável pelas análises, foi estabelecido que


o cassete para coleta de poeira respirável deve ser um com filtro de PVC 5.0 𝜇𝑚,
37 𝑚𝑚 e pré pesado.
Foi estabelecido que o amostrador necessário para a coleta deve ser um do
tipo ciclone de nylon, conforme mostrado na figura 20, com sua vazão fixada em
1,7 𝐿/𝑚𝑖𝑛
, devendo ser coletado no mínimo a quantidade de 400 𝐿, sendo
implementada no trabalhador conforme a figura 21.
76

Figura 20 – Ciclone de nylon

Fonte: CostaVerde (2019)

Figura 21- Realização de avaliação de poeira total e respirável no trabalhador

Fonte: Autoria própria

7.4.5.1.5 Limite de tolerância para poeira respirável

O limite de tolerância para poeira respirável se dá de acordo por BRASIL (1978,


Anexo XII), em que se estabelece de acordo com a equação 16.

8
𝐿. 𝑇 = % 𝑄𝑈𝐴𝑅𝑇𝑍𝑂+2 (16)
77

Onde:
𝑚𝑔
𝐿. 𝑇 = Limite de tolerância para poeira respirável [ 𝑚³ ]

% 𝑄𝑈𝐴𝑅𝑇𝑍𝑂 = Percentagem de sílica livre cristalizada [%]

O limite de tolerância obtido deve ser comparado com a quantidade de poeira


respirável obtido na amostra. Caso o limite de tolerância seja menor que a quantidade
de poeira respirável obtida na coleta, existe a caracterização de insalubridade de grau
médio (20% do salário mínimo da região).

7.4.5.2 Cruiser Opti

O produto utilizado para o tratamento de sementes é o Cruiser Opti, produzido


pela empresa Syngenta. De acordo com Syngenta (2015), o produto é dado pela
seguinte composição: Tiametoxam; glicerina; nafta aromática; propileno glicol e
lambda cialotrina.
Em análise da Syngenta (2015), o produto pode ocasionar leve irritação aos
olhos, reações alérgicas na pele por exposição repetida. O maior risco a saúde
encontrado foi a suspeita de prejuízo a fertilidade ou ao feto devido a presença de
nafta aromática na composição deste produto. Sendo assim, é necessário a realização
de uma avaliação à exposição de nafta aromática para os trabalhadores que
manipulam este produto.

7.4.5.2.1 Método de amostragem para naftas aromáticas

Em contato com o laboratório foi estabelecido que o amostrador necessário


para a coleta deve ser do tipo de tubo de carvão ativado Anarsob CSC, conforme
mostrado na figura 22, com sua vazão podendo estar na faixa de 0,01 𝐿/
min 𝑎𝑡é 0,2 𝐿/𝑚𝑖𝑛
, devendo ser coletado a quantidade de 1,3 𝐿 𝑎𝑡é 20 𝐿.
Para não existir o risco de quebra do tubo de carvão ativado, o mesmo é
inserido dentro de um protetor de tubo de coleta, mostrado na figura 23, garantindo
assim que não ocorra nenhum imprevisto durante a coleta.
78

Figura 22 – Tubo de carvão ativado para coleta

Fonte: ASA (2019)

Figura 23 – Protetor de tubo para coleta

Fonte: Criffer (2020)

7.4.5.2.2 Limites de tolerância para naftas aromáticas

Os limites de tolerância para os constituintes da nafta aromática se dão de


acordo com BRASIL (1978, Anexo XI). Caso a substância em análise não possua
limite de tolerância estabelecido pela norma brasileira, se recorre ao limite de
tolerância estabelecido pela ACGIH (2019).
As substâncias que compõem a nafta e seu respectivo limite de tolerância estão
dispostos na tabela 7. É importante salientar que algumas substâncias não possuem
um limite de tolerância estabelecido.
79

Tabela 7 – Componentes da nafta aromática e seus respectivos limites de tolerância pela NR-15
(Anexo XI) e ACGIH (2019)
Substância Limite de tolerância (NR-15, Limite de tolerância
Anexo XI) (mg/m³) (ACGIH,2019) (mg/m³)
Cumeno 190 246
Trimetilbenzeno - 123
Benzeno - 1,6
Etilbenzeno 340 87
Hexadecano - -
Decano - -
n-Dodecano - -
Heptano - 1640
Hexano Técnico - 176
n-Pentano 1400 2950
Pentadecano - -
Tetradecano - -
Tridecano - -
Undecano - -
Octano - 1401
Nonano - 1050
Metilciclohexano - 1610
Ciclohexano 820 350
Tolueno 290 75
Ciclopentano - 1720
Xileno 340 434
Naftas C5-C16 (PCR) - 100
Fonte: Autoria própria

7.4.5.3 Gastoxin b57

O produto utilizado no processo de expurgo é o Gastoxin b57, produzido pela


empresa Bequisa. De acordo com Bequisa (2019), o produto é dado pela seguinte
composição: Fosfeto de alumínio; carbanato de amônia, agente deslizante,
absorvente de umidade, adsorvente e outros ingredientes.
Em análise de Bequisa (2019), o fosfeto de alumínio presente no produto pode
liberar o gás fosfina (PH3), substância que se inalada pode causar edema pulmonar,
além de efeitos sobre o sistema cardiovascular, sistema nervoso e trato respiratório,
resultando em prejuízo funcional e insuficiência respiratória. Sendo assim, é
necessária a realização de uma avaliação a exposição de fosfina para o trabalhador
que manipula este produto.
80

7.4.5.3.1 Método de amostragem para Fosfina

Em contato com o laboratório foi estabelecido que o amostrador necessário


para a coleta foi deve ser do tipo cassete 37 mm de três seções com dois filtros de
quartzo com Nitrato de Prata e filtro de quartzo tratado com Carbonato de Sódio, com
sua vazão podendo estar na faixa de 1 𝐿/ min 𝑎𝑡é 3 𝐿/𝑚𝑖𝑛
, devendo ser coletado a
quantidade de 15 𝐿 𝑎𝑡é 1440 𝐿, sendo instalado no trabalhador conforme a figura 24.

Figura 24 – Realização de coleta de fosfina no trabalhador

Fonte: Autoria própria

7.4.5.3.2 Limite de tolerância para Fosfina

A fosfina não possui limite de tolerância estabelecido em Brasil (1978), sendo


assim, deve-se recorrer aos valores estabelecidos pela ACGIH (2019), valor esse
dado pelo laboratório de análise.
81

De acordo com o laboratório de análise, o limite de tolerância para fosfina


segundo ACGIH (2019) é de:

𝐿. 𝑇 =0,5 𝑝𝑝𝑚

Onde:
𝐿. 𝑇 = Limite de tolerância para fosfina pela ACGIH, expresso em partículas por milhão
(𝑝𝑝𝑚).

7.4.6 Eletricidade

Para uma análise quantitativa de eletricidade, é necessária a análise das


descrições de funções de todos os funcionários da empresa, tendo o objetivo de
observar se algum funcionário realiza algum tipo de manutenção elétrica ou fica em
contato com uma fonte de eletricidade durante suas atividades. Após essa análise, é
necessária uma vistoria e entrevista com os funcionários que estejam sujeitos a tal
risco para a análise do tempo e intensidade do contato com a eletricidade.
Observando a descrição de função dos funcionários, a função descrita como
“Operador de empilhadeira I” na seção 7.2.2 inclui a manutenção mecânica e elétrica
de máquinas e equipamentos. Sendo assim, esta função possui algum tipo de contato
com a eletricidade, sendo necessária a avaliação das atividades desse trabalhador.
Pela tabela 6 da seção 7.3, observa-se que o trabalhador está locado no
Armazém 3 / 4, sendo então necessária a avaliação quantitativa de eletricidade nesse
setor.

7.5 RECONHECIMENTOS DOS GRUPOS HOMOGÊNEOS DE EXPOSIÇÃO (GHE)

Tendo conhecimento dos setores existentes, dos riscos e dos trabalhadores


locados nos mesmos, foi realizada uma análise com a finalidade de identificar quais
trabalhadores estão expostos a cada risco identificado no setor, ou seja, para cada
setor, foi realizada a divisão do meio em grupos menores, denominados grupos
homogêneos de exposição (GHE).
82

7.5.1 Armazéns 1/2

Conforme a seção 7.4, os trabalhadores dos armazéns 1/2 estão sujeitos ao


risco físico de ruído, calor e vibração, assim como o risco químico de particulado
suspenso no ar, no caso a sílica livre cristalizada em sua fração em relação à poeira
total e à poeira respirável.
Deve-se observar, que conforme a descrição de função na seção 7.2, apenas
os operadores de empilhadeira fazem a condução da empilhadeira, sendo assim, o
conferente não estará sujeito ao risco de vibração de corpo inteiro.
Com essas informações, o setor armazéns 1/2 foi dividido em dois grupos
homogêneos de exposição (GHE), sendo que um GHE contém apenas o conferente
e está sujeito ao risco de ruído, calor e sílica livre cristalizada em relação à poeira total
e respirável e outro GHE contém os três operadores de empilhadeira, aos quais estão
sujeitos aos riscos de ruído, calor, vibração de corpo inteiro e sílica livre cristalizada
em relação à poeira total e respirável.

7.5.2 Armazéns 3/4

Conforme a seção 7.4, os trabalhadores dos armazéns 3/4 estão sujeitos ao


risco físico de ruído, calor e vibração, assim como o risco químico de particulado
suspenso no ar, no caso a sílica livre cristalizada em sua fração em relação à poeira
total e à poeira respirável.
Deve-se observar, que conforme a descrição de função na seção 7.2, apenas
os operadores de empilhadeira e o operador de empilhadeira I realizam a condução
da empilhadeira, sendo assim, o conferente não estará sujeito ao risco de vibração de
corpo inteiro. Observa-se também que neste setor é realizado o processo de expurgo,
porém o mesmo é realizado apenas pelo operador de empilhadeira I, estando exposto
ao risco da inalação de fosfina. O operador de empilhadeira I também é responsável
pela manutenção elétrica e mecânica nas empilhadeiras, sendo assim, também está
exposto ao risco da eletricidade.
Com base nessas informações, o setor armazéns 3/4 foi dividido em três grupos
homogêneos de exposição (GHE), sendo que um GHE contém apenas o conferente
e está sujeito ao risco de ruído, calor e sílica livre cristalizada em relação à poeira total
83

e respirável, outro GHE contém os dois operadores de empilhadeira, aos quais estão
sujeitos aos riscos de ruído, calor, vibração de corpo inteiro e sílica livre cristalizada
em relação à poeira total e respirável e o último GHE contém o operador de
empilhadeira I, ao qual está sujeito ao risco de ruído, calor, vibração de corpo inteiro,
eletricidade e fosfina.

7.5.3 Classificação

Baseado na descrição de função do classificador de cereais da seção 7.4, o


trabalhador situado no setor de classificação está exposto ao risco de ruído e calor.
Como existe apenas um trabalhador neste setor, também irá existir apenas um grupo
homogêneo de exposição (GHE).

7.5.4 Expurgo

O setor do expurgo está instaurado nos armazéns 2/3, sendo assim, o operador
de empilhadeira I está situado em ambos os setores. Com essa informação, os riscos
que o trabalhador está exposto são os mesmos do GHE que cabe ao operador de
empilhadeira I do setor armazéns 2/3.

7.5.5 Linha De Produção 1/2

Com base na seção 7.4, os trabalhadores do setor linha de produção 1/2 estão
expostos ao risco de ruído, calor e a sílica livre cristalizada em relação à poeira
respirável e poeira total. Como todos os trabalhadores realizam funções próximas,
sem nenhum equipamento ou exposição específica para determinado trabalhador,
este setor possui apenas um grupo homogêneo de exposição (GHE).

7.5.6 Linha de Produção 3/4

Com base na seção 7.4, os trabalhadores do setor linha de produção 3/4 estão
expostos ao risco de ruído, calor e a sílica livre cristalizada em relação à poeira
respirável e poeira total. Como todos os trabalhadores realizam funções próximas,
84

sem nenhum equipamento ou exposição específica para determinado trabalhador,


este setor possui apenas um grupo homogêneo de exposição (GHE).

7.5.7 Moega 19/22

Com base na seção 7.4, os trabalhadores do setor moega 19/22 estão expostos
ao risco de ruído, calor e a sílica livre cristalizada em relação à poeira respirável e
poeira total. Como todos os trabalhadores realizam funções próximas, sem nenhum
equipamento ou exposição específica para determinado trabalhador, este setor possui
apenas um grupo homogêneo de exposição (GHE).

7.5.8 Tratamento De Sementes

Com base na seção 7.4, os trabalhadores do setor tratamento de sementes


estão expostos ao risco de ruído, calor a naftas aromáticas em decorrência do produto
Cruiser Opti. Como todos os trabalhadores realizam funções próximas, sem nenhum
equipamento ou exposição específica para determinado trabalhador, este setor possui
apenas um grupo homogêneo de exposição (GHE).

7.5.9 Disposição dos Grupos Homogêneos De Exposição (GHE)

Como resultado da análise, o quadro 4 representa os GHE para cada setor da


UBS, as funções inseridas nos mesmos e os riscos aos que estão sujeitos.

Quadro 4 – Setores, GHE, funções e riscos associados


Setor GHE Função Risco
Ruído
Calor
Armazéns 1/2 Conferente Sílica livre cristalizada
(Conferente) (Poeira respirável)
Sílica livre cristalizada
(Poeira total)
Armazéns 1/2 Ruído
Calor
Armazéns 1/2 Operador de Sílica livre cristalizada
(Operador de empilhadeira (Poeira respirável)
empilhadeira) Sílica livre cristalizada
(Poeira total)
Vibração de corpo
inteiro
85

Quadro 4 – Setores, GHE, funções e riscos associados


(Continuação)
Setor GHE Função Risco
Ruído
Armazéns 3/4 Armazéns 3/4 Calor
(Conferente) (Conferente) Sílica livre cristalizada
(Poeira respirável)
Sílica livre cristalizada
(Poeira total)
Ruído
Calor
Armazéns 3/4 Operador de Sílica livre cristalizada
(Operador de empilhadeira (Poeira respirável)
empilhadeira) Sílica livre cristalizada
(Poeira total)
Vibração de corpo
Armazéns 3/4 inteiro
Ruído
Calor
Eletricidade
Armazéns 3/4 Operador de Fosfina
(Operador de empilhadeira I Sílica livre cristalizada
empilhadeira I) (Poeira respirável)
Sílica livre cristalizada
(Poeira total)
Vibração de corpo
inteiro
Classificação Classificação Classificador de Ruído
cereais Calor
Ruído
Calor
Eletricidade
Fosfina
Expurgo Expurgo Operador de Sílica livre cristalizada
empilhadeira I (Poeira respirável)
Sílica livre cristalizada
(Poeira total)
Vibração de corpo
inteiro
Auxiliar de operador de Ruído
máquinas
Auxiliar de produção Calor
Linha de produção 1/2 Linha de produção 1/2 Auxiliar de produção II Sílica livre cristalizada
(Poeira respirável)
Operador de máquina I Sílica livre cristalizada
Operador de máquina (Poeira total)
II
Auxiliar de operador de Ruído
máquinas
Auxiliar de produção Calor
Linha de produção 3/4 Linha de produção 3/4 Auxiliar de produção II Sílica livre cristalizada
(Poeira respirável)
Operador de máquina I Sílica livre cristalizada
Operador de máquina (Poeira total)
II
86

Quadro 4 – Setores, GHE, funções e riscos associados


(Conclusão)
Setor GHE Função Risco
Auxiliar de operador de Ruído
máquinas
Auxiliar de produção Calor
Moega 19/22 Moega 19/22 Auxiliar de produção II Sílica livre cristalizada
(Poeira respirável)
Operador de máquina I Sílica livre cristalizada
Operador de máquina (Poeira total)
II
Tratamento de Tratamento de Assistente técnico de Ruído
sementes sementes produção Calor
Tratamento de Tratamento de Assistente técnico de Naftas aromáticas
sementes sementes produção
Fonte: Autoria própria

7.6 RESULTADOS DAS ANÁLISES DOS RISCOS EM RELAÇÃO À


INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE

Com o conhecimento dos riscos que os trabalhadores estão expostos em cada


setor da UBS por meio dos GHE, realizou-se as análises qualitativas e quantitativas
dos riscos e a análise se a situação da exposição enseja insalubridade ou
periculosidade. Nessa seção, será mostrada o resultado final das análises dos riscos
ambientais para cada GHE, sendo que, para ter acesso a todo o processo de obtenção
de dados, considerações impostas e obtenção de valores precedentes ao resultado
final, deve-se consultar o Apêndice A, onde consta todos os resultados das análises
de uma forma mais detalhada.

7.6.1 Ruído

O resultado da dosimetria de ruído para cada GHE pode ser observado na


tabela 8. Nessa tabela, para cada ocasião, é mostrada o nível de exposição
normalizado (NEN) do ambiente, seu valor com a atenuação pelos protetores
auriculares e a resposta se enseja à uma situação insalubre ou não. O apêndice A
consta a duração da medição, quais medidas de proteção a empresa toma com
relação ao risco do ruído e todas as configurações realizadas para cada dosimetria.
87

Tabela 8 – Resultado das dosimetrias de ruído


Armazéns 1/2
Armazéns 1/2 Armazéns 3/4
GHE (Operador de
(Conferente) (Conferente)
empilhadeira)
𝑵𝑬𝑵 [𝒅𝑩(𝑨)] 89,7 89,7 82,5
𝑵𝑬𝑵 (𝑨𝒕𝒆𝒏𝒖𝒂çã𝒐 [𝒅𝑩(𝑨)] 72,7/68,7 72,7/68,7 65,4/61,5
𝑳𝒊𝒎𝒊𝒕𝒆 𝒅𝒆 𝒕𝒐𝒍𝒆𝒓â𝒏𝒄𝒊𝒂 [𝒅𝑩(𝑨)] 85 85 85
Ensejo à insalubridade? Não Não Não
Armazéns 3/4 Armazéns 3/4
GHE (Operador de (Operador de Classificação
empilhadeira) empilhadeira I)
𝑵𝑬𝑵 [𝒅𝑩(𝑨)] 82,5 82,5 77,5
𝑵𝑬𝑵 (𝑨𝒕𝒆𝒏𝒖𝒂çã𝒐 [𝒅𝑩 𝑨 ]
( ) 65,4/61,5 65,4/61,5 60,5/56,5
𝑳𝒊𝒎𝒊𝒕𝒆 𝒅𝒆 𝒕𝒐𝒍𝒆𝒓â𝒏𝒄𝒊𝒂 [𝒅𝑩(𝑨)] 85 85 85
Ensejo à insalubridade? Não Não Não
Linha de Linha de
GHE Expurgo
produção 1/2 produção 3/4
𝑵𝑬𝑵 [𝒅𝑩(𝑨)] 82,5 95,6 93,1
𝑵𝑬𝑵 (𝑨𝒕𝒆𝒏𝒖𝒂çã𝒐 [𝒅𝑩(𝑨)]) 65,4/61,5 78,6/74,6 76,1
𝑳𝒊𝒎𝒊𝒕𝒆 𝒅𝒆 𝒕𝒐𝒍𝒆𝒓â𝒏𝒄𝒊𝒂 ([𝒅𝑩(𝑨)]) 85 85 85
Ensejo à insalubridade? Não Não Não
Tratamento de
GHE Moega 19/22
sementes
𝑵𝑬𝑵 [𝒅𝑩(𝑨)] 93,3 87,3
𝑵𝑬𝑵 (𝑨𝒕𝒆𝒏𝒖𝒂çã𝒐 [𝒅𝑩(𝑨)]) 76,3/72,3 70,3/66,3
𝑳𝒊𝒎𝒊𝒕𝒆 𝒅𝒆 𝒕𝒐𝒍𝒆𝒓â𝒏𝒄𝒊𝒂 [𝒅𝑩(𝑨)] 85 85
Ensejo à insalubridade? Não Não
Fonte: Autoria própria

Analisando a tabela 8, os trabalhadores que estão mais expostos ao risco do


ruído são os trabalhadores locados na linha de produção 1/2, com valor do nível de
exposição normalizado (NEN) de 95,6 dB(A), enquanto o GHE com o menor nível de
ruído é o de classificação, com um NEN de 77,5 dB(A). Os valores máximos e mínimos
para a intensidade do ruído são condizentes com as atividades e operações dos
setores. Enquanto a linha de produção abriga todo o maquinário da UBS, as atividades
de classificação são em sua maior parte de cunho administrativo. Durante a vistoria
na UBS, foi detectado que todos os trabalhadores utilizam protetores auriculares, aos
quais atenuam o nível de ruído quando usados corretamente. Considerando o efeito
de atenuação dos protetores auriculares, o nível de ruído da linha de produção 1/2
está na faixa de 78,6 dB(A) até 74,6 dB(A), dependendo do protetor auricular utilizado.
É importante salientar que esse valor está abaixo do limite de tolerância estabelecido
88

de 85 dB(A), ou seja, nenhum trabalhador na UBS, para as condições avaliadas, se


enquadram em uma situação de insalubridade em decorrência do ruído.

7.6.2 Calor

O resultado da avaliação quantitativa do calor para cada grupo homogêneo de


exposição pode ser observado na tabela 9. Nessa tabela, estão expostas a taxa
metabólica de cada grupo, seu valor de IBUTG, o valor do IBUTG máximo permitido
e a resposta se enseja à uma situação insalubre ou não. O apêndice A consta quais
informações foram levadas em consideração para o cálculo da carga metabólica, o
horário e valores das medições para cada GHE, bem como todas as considerações
admitidas na avaliação.

Tabela 9 – Resultado para a avaliação quantitativa de calor


Armazéns 1/2
Armazéns 1/2 Armazéns 3/4
GHE (Operador de
(Conferente) (Conferente)
empilhadeira)
Taxa metabólica
205,516 278,5898 205,516
[𝒌𝒄𝒂𝒍/𝒉]
IBUTG [º𝑪] 21,66 21,66 23,53
IBUTG máximo
28,5 27,5 28,5
permitido [º𝑪]
Ensejo à
Não Não Não
insalubridade?
Armazéns 3/4 Armazéns 3/4
GHE (Operador de (Operador de Classificação
empilhadeira) empilhadeira I)
Taxa metabólica
278,5898 274,29 231,5132
[𝒌𝒄𝒂𝒍/𝒉]
IBUTG [º𝑪] 23,53 24,03 22,03
IBUTG máximo
27,5 27,5 28,5
permitido [º𝑪]
Ensejo à
Não Não Não
insalubridade?
89

Tabela 9 – Resultado para a avaliação quantitativa de calor


(Conclusão)
Linha de produção Linha de produção
GHE Expurgo
1/2 3/4
Taxa metabólica
274,29 228,28 228,28
[𝒌𝒄𝒂𝒍/𝒉]
IBUTG [º𝑪] 24,03 23,56 23,53
IBUTG máximo
27,5 28,5 28,5
permitido [º𝑪]
Ensejo à
Não Não Não
insalubridade?
Tratamento de
GHE Moega 19/22
sementes
Taxa metabólica
212,81 184,4367
[𝒌𝒄𝒂𝒍/𝒉]
IBUTG [º𝑪] 23,22 22,57
IBUTG máximo
28,5 30,0
permitido [º𝑪]
Ensejo à
Não Não
insalubridade?
Fonte: Autoria própria

Analisando a tabela 9, o maior índice IBUTG encontrado na UBS foi o do


operador de empilhadeira I, ao qual está locado nos armazéns 3/4 e no GHE de
expurgo. Esse maior índice IBUTG se deve às atividades realizadas e também ao fato
de se utilizar uma vestimenta especial para realizar o processo de expurgo. A maior
taxa metabólica identificada correspondes aos GHE armazéns 1/2 (Operador de
empilhadeira) e armazéns 3/4 (Operador de empilhadeira). Porém, relacionando a
taxa metabólica de cada GHE para o valor máximo de IBUTG permitido e comparando
com o IBUTG obtido, nenhum valor de tal índice foi superior ao valor máximo, dessa
forma, os trabalhadores na UBS não se enquadram em uma situação insalubre em
decorrência do calor.

7.6.3 Sílica Livre Cristalizada (Poeira Respirável)

O resultado para a avaliação quantitativa de sílica livre cristalizada levando em


consideração à poeira respirável para cada grupo homogêneo de exposição pode ser
observado na tabela 10. Nessa tabela, é apresentado o valor de concentração das
90

partículas respiráveis, a percentagem de quartzo contida, o limite de tolerância


estabelecido e a resposta se enseja à uma situação insalubre ou não. O apêndice A
consta qual foi o volume de ar amostrado, a vazão da bomba, o tempo de amostragem,
bem como a configuração do ambiente na ocasião da coleta e as normativas utilizadas
pelo laboratório de coletas para mensuração.

Tabela 10 – Resultado para avaliação quantitativa de sílica livre cristalizada (Poeira respirável)
Armazéns 1/2
Armazéns 1/2 Armazéns 3/4
GHE (Operador de
(Conferente) (Conferente)
empilhadeira)
Partículas
respiráveis (𝒎𝒈/𝒎³)
0,11 0,11 < 0,02
% Quartzo Ausente Ausente Ausente
Limite de tolerância
(𝒎𝒈/𝒎³)
4 4 4
Ensejo à
Não Não Não
insalubridade?
Armazéns 3/4 Armazéns 3/4
GHE (Operador de (Operador de Expurgo
empilhadeira) empilhadeira I)
Partículas
respiráveis (𝒎𝒈/𝒎³)
< 0,02 < 0,02 < 0,02
% Quartzo Ausente Ausente Ausente
Limite de tolerância
(𝒎𝒈/𝒎³)
4 4 4
Ensejo à
Não Não Não
insalubridade?
Linha de produção Linha de produção
GHE Moega 19/22
1/2 3/4
Partículas
respiráveis (𝒎𝒈/𝒎³)
0,22 0,40 0,17
% Quartzo Ausente Ausente Ausente
Limite de tolerância
(𝒎𝒈/𝒎³)
4 4 4
Ensejo à
Não Não Não
insalubridade?
Fonte: Autoria própria

Analisando a tabela 10, o GHE que se obteve a maior quantidade de poeira


respirável na coleta foi a linha de produção 3/4, ao qual não chega a ser um resultado
surpreendente, pois as linhas de produção são os setores aos quais os trabalhadores
ficam mais expostos às sementes de soja. Em outros GHE, o método adotado pelo
laboratório não foi capaz de identificar concentrações de poeira respirável menores
que seu limite mínimo de detecção (0,02 (mg/m³)). Essa informação não significa que
91

o ambiente não possua poeira respirável, mas sim indica que na amostra realizada,
para aquele momento, a concentração existente é menor que o limite mínimo de
detecção. Todavia, não foi identificado em nenhuma das coletas, para nenhum GHE,
% Quartzo, dessa forma, comparando o limite de tolerância com a concentração de
partículas respiráveis de cada setor, constata-se que não é caracterizado uma
situação insalubre por sílica livre cristalizada em relação à poeira respirável.

7.6.4 Sílica Livre Cristalizada (Poeira Total)

O resultado para a avaliação quantitativa de sílica livre cristalizada levando em


consideração à poeira total para cada grupo homogêneo de exposição pode ser
observado na tabela 11. Nessa tabela, é apresentado o valor de concentração das
partículas totais, a percentagem de quartzo contida, o limite de tolerância estabelecido
e a resposta se enseja à uma situação insalubre ou não. O apêndice A consta qual foi
o volume de ar amostrado, a vazão da bomba, o tempo de amostragem, bem como a
configuração do ambiente na ocasião da coleta e as normativas utilizadas pelo
laboratório de coletas para mensuração.

Tabela 11 – Resultado para avaliação quantitativa de sílica livre cristalizada (Poeira total)
Armazéns 1/2
Armazéns 1/2 Armazéns 3/4
GHE (Operador de
(Conferente) (Conferente)
empilhadeira)
Partículas totais
0,55 0,55 0,18
[𝒎𝒈/𝒎³]
% Quartzo Ausente Ausente Ausente
Limite de tolerância
[𝒎𝒈/𝒎³]
8 8 8
Ensejo à
Não Não Não
insalubridade?
Armazéns 3/4 Armazéns 3/4
GHE (Operador de (Operador de Expurgo
empilhadeira) empilhadeira I)
Partículas totais
0,18 0,18 0,18
[𝒎𝒈/𝒎³]
% Quartzo Ausente Ausente Ausente
Limite de tolerância
[𝒎𝒈/𝒎³]
8 8 8
Ensejo à
Não Não Não
insalubridade?
92

Tabela 11 – Resultado para avaliação quantitativa de sílica livre cristalizada (Poeira total)
(Conclusão)
Linha de produção Linha de produção
GHE Moega 19/22
1/2 3/4
Partículas totais
1,10 2,41 0,28
[𝒎𝒈/𝒎³]
% Quartzo Ausente Ausente Ausente
Limite de tolerância
[𝒎𝒈/𝒎³]
8 8 8
Ensejo à
Não Não Não
insalubridade?
Fonte: Autoria própria

Analisando a tabela 11, o GHE que se obteve a maior quantidade de poeira


total na coleta foi a linha de produção 3/4, ao qual não chega a ser um resultado
surpreendente, pois as linhas de produção são os setores aos quais os trabalhadores
ficam mais expostos às sementes de soja. Os GHE com as menores concentrações
de poeira total são os armazéns, aos quais trabalham com a semente de soja já
ensacada, não tendo contato direto. Todavia, não foi identificado em nenhuma das
coletas, para nenhum GHE, % Quartzo, dessa forma, comparando o limite de
tolerância com a concentração de partículas totais de cada setor, constata-se que não
é caracterizado uma situação insalubre por sílica livre cristalizada em relação à poeira
total.

7.6.4 Vibração de Corpo Inteiro

O valor da avaliação quantitativa de vibração de corpo inteiro para cada grupo


homogêneo de exposição pode ser observado na tabela 12. Nessa tabela, é
apresentado os valores da vibração de corpo inteiro em relação a aren e VDVR, bem
como seus limites de tolerância e a resposta se enseja à uma situação insalubre ou
não. O apêndice A consta qual é o tempo de trabalho sob ação da vibração para cada
grupo homogêneo de exposição, bem como o tempo realizado pela avaliação e todas
as considerações feitas.
93

Tabela 12 – Resultado da avaliação quantitativa de vibração de corpo inteiro


Armazéns 1/2 (Operador Armazéns 3/4 (Operador
GHE
de empilhadeira) de empilhadeira)
aren [𝒎/𝒔²] 0,63 0,62
𝒎
VDVR [𝒔𝟏,𝟕𝟓 ] 10,10 11,30
Limite de tolerância aren
1,1 1,1
[𝒎/𝒔²]
Limite de tolerância
𝒎 21,0 21,0
VDVR [𝒔𝟏,𝟕𝟓 ]
Ensejo à insalubridade? Não Não
Armazéns 3/4 (Operador
GHE Expurgo
de empilhadeira I)
aren [𝒎/𝒔²] 0,62 0,62
𝒎
VDVR [𝒔𝟏,𝟕𝟓 ] 10,10 11,30
Limite de tolerância aren
1,1 1,1
[𝒎/𝒔²]
Limite de tolerância
𝒎 21,0 21,0
VDVR [𝒔𝟏,𝟕𝟓 ]
Ensejo à insalubridade? Não Não
Fonte: Autoria própria

Analisando a tabela 12, os trabalhadores que estão mais expostos ao risco de


vibração em relação ao quesito aren são os trabalhadores do GHE armazéns 1/2, com
valor de 0,63 m/s², enquanto os trabalhadores que estão mais expostos ao risco de
vibração com relação ao quesito VDVR são os trabalhadores locados nos GHE
armazéns 3/4 (Operador de empilhadeira), armazéns 3/4 (Operador de empilhadeira
I) e expurgo, com valores de 11,30 𝑚/𝑠1,75. Porém, comparando esses níveis de
vibração com seus respectivos limites de tolerância estabelecidos, nota-se que não é
caracterizado uma situação insalubre em decorrência da vibração de corpo inteiro.

7.6.5 Fosfina

Após realizada a amostragem, a coleta foi enviada para o laboratório, ao qual


utilizou como base MetroPol (2013) para quantificação, nos retornando o seguinte
resultado da quantidade de fosfina presente:

𝐹𝑜𝑠𝑓𝑖𝑛𝑎=0,00071 𝑝𝑝𝑚
94

De acordo com a seção 7.4.5.3.2, o limite de tolerância para a fosfina é de:

𝐿. 𝑇 =0,5 𝑝𝑝𝑚

Comparando-se o limite de tolerância com a quantidade partículas de fosfina


obtida na amostra, observa-se que a quantidade de fosfina presente está abaixo do
limite de tolerância, sendo assim, não há o ensejo do adicional de 20% do salário
mínimo da região devido a insalubridade por fosfina.

7.6.6 Naftas Aromáticas

Após realizada a amostragem, a coleta foi enviada para o laboratório, ao qual


utilizou como base NIOSH (1994), nos retornando os seguintes resultados, aos quais
estão presentes ao lado de seus respectivos limites de tolerância na tabela 13.

Tabela 13 – Componentes da nafta aromática, concentração quantificada e seus respectivos limites


de tolerância pela NR-15 (Anexo XI) e ACGIH (2019)
Substância Concentração Limite de tolerância Limite de tolerância
(mg/m³) (NR-15, Anexo XI) (ACGIH,2019) (mg/m³)
(mg/m³)
Cumeno < 0,03 190 246
Trimetilbenzeno 0,24 - 123
Benzeno < 0,06 - 1,6
Etilbenzeno < 0,06 340 87
Hexadecano < 0,05 - -
Decano < 0,05 - -
n-Dodecano < 0,05 - -
Heptano < 0,05 - 1640
Hexano Técnico < 0,04 - 176
n-Pentano < 0,04 1400 2950
Pentadecano < 0,05 - -
Tetradecano < 0,05 - -
Tridecano < 0,05 - -
Undecano < 0,05 - -
Octano < 0,06 - 1401
Nonano < 0,05 - 1050
Metilciclohexano <0,04 - 1610
Ciclohexano < 0,04 820 350
Tolueno < 0,06 290 75
Ciclopentano < 0,03 - 1720
Xileno < 0,06 340 434
Naftas C5-C16 (PCR) 0,24 - 100
Fonte: Autoria própria
95

Comparando a quantidade presente de cada componente que compõe a nafta


aromática, observa-se que todos estão abaixo do seu limite de tolerância. Sendo
assim, não há o ensejo ao adicional de insalubridade de 20% do salário mínimo da
região devido ao contato com nafta aromática.

7.6.7 Eletricidade

Analisando as atividades de manutenção elétrica que o trabalhador realiza,


nota-se que as mesmas se enquadram nas atividades descritas no grupo de
atividades 4 do quadro 2, em que se explicita a montagem, desmontagem, operação
e conservação de equipamentos elétricos.
Levando em consideração os artigos 1º e 2º do decreto número 93.412/1986
(BRASIL,1986), exemplificado na seção 5.8, existe a caracterização de periculosidade
para o trabalhador em decorrência de contato com a eletricidade, sendo assim, o
trabalhador tem direito ao adicional de 30 % do valor de seu salário sem acréscimos
de bonificações.

7.7 MEDIDAS DE AMENIZAÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS

Após a coleta e análise dos resultados dos riscos ambientais presentes na


UBS, foi realizada uma análise sobre a situação em que os trabalhadores foram
expostos aos riscos e em consequência, foram estudadas medidas de amenização de
tais agentes.
As medidas de amenização analisadas seguem a hierarquia mencionada na
seção 5.9, onde primeiramente deve-se adotar medidas de amenização dos riscos
nos agentes geradores dos mesmos, seguindo de medidas no ambiente de trabalho
e, para que em última instância, sejam adotadas medidas de prevenção diretamente
nos trabalhadores.
Os riscos ambientais analisados foram os seguintes: Ruído; calor; eletricidade
e produtos químicos em geral.
96

7.7.1 Ruído

As medidas para prevenção do ruído muitas vezes se esbarram em limites


técnicos e financeiros.
De acordo com Mattos e Másculo (2011), o limite técnico se coloca quando a
eliminação de vibrações e atritos causadores do ruído encontram obstáculos de difícil
transposição física ou lógica. Um exemplo poderia ser os equipamentos vibratórios da
UBS, ao qual necessitam gerar vibração, por consequência, ruído, para separação
das sementes.
O limite financeiro ocorre quando a eliminação do ruído da maneira que se
encontra é simplesmente inviável do ponto de vista financeiro, seja em decorrência de
uma reinstalação total dos maquinários da UBS ou pela mudança de maquinário
impensável ou tecnicamente impossível em uma dada conjuntura.
As propostas existentes apresentadas para a amenização do ruído são as
seguintes: Eliminação de vibração dos maquinários; isolamento da fonte de ruído;
programa de controle auditivo e utilização de equipamentos de proteção individual.

7.7.1.1 Eliminação de vibração dos maquinários

A produção de ruído é dificilmente controlável quando se trata de ambientes


industriais. Porém, pode-se observar uma atenuação da intensidade do mesmo
quando é eliminada vibrações não necessárias dos maquinários.
Para a aplicação deste conceito, é necessário um processo criterioso e
aprofundado de manutenção preventiva, examinando cada equipamento com o
objetivo de eliminar atritos e vibrações desnecessárias.
Baseado nisto, Mattos e Másculo (2011) apud Costa (2003) apresenta o quadro
5 com as principais causas de ruídos não fundamentais dos equipamentos e medidas
a serem adotadas pela equipe de manutenção.
97

Quadro 5 – Causa de ruídos em máquinas e encaminhamentos de manutenção


Causas de geração de ruídos Encaminhamento de manutenção
Funcionamento irregular dos motores. Regulagem de motores a combustão;
Alinhamento de escovas em motores síncronos.
Máquinas-ferramenta com dimensionamento Adequação da ferramenta à operação a ser
incorreto executada
Vibração por ressonância por órgão da máquina Alteração de formas, dimensões ou disposição
das peças
Órgãos em desiquilíbrio em movimentos Ajuste, quando possível, do balanceamento dos
rotativos volantes e cilindros rotativos
Acabamento dos órgãos em contato gerando Retifica de órgãos, substituição de rolamentos
atritos e choques dispensáveis por mancais de escorregamento e lubrificação
adequada e periódica
Assentamento do equipamento no solo Verificação da massa da base do equipamento e
instalação de amortecedores de vibração
especialmente projetados
Interligação das máquinas operatrizes com Verificar alinhamento dos eixos de transmissão
máquinas geratrizes por correias e/ou emprego de conexões de
potências flexíveis (tipo Cardan)
Alimentação e exaustão de máquinas Empregar juntas corrugadas, mangueiras de
borracha com reforço metálico e até mesmo
golas de lona
Fonte: Mattos e Másculo (2011, p.249) apud Costa (2003)

7.7.1.2 Isolamento da fonte de ruído

Esse tipo de ação busca isolar o ruído na fonte geradora. Consiste em deixar a
fonte geradora de ruído o mais afastado possível dos trabalhadores e realizar o
isolamento acústico das mesmas, utilizando materiais adequados para o
enclausuramento dos maquinários. A tabela 14 relaciona a propriedade do material
utilizado no isolamento com a atenuação obtida.

Tabela 14 – Valores normatizados de isolamento acústico


Material Isolamento em dB
Alvenaria de tijolo maciço (espessura 10 cm) 45
Alvenaria de tijolo maciço (espessura 20 cm) 50
Alvenaria de tijolo maciço (espessura 30 cm) 53
Alvenaria de tijolo maciço (espessura 40 cm) 53
Alvenaria de tijolo furado (espessura 25 cm) 10
Chapa de madeira tipo soft-board (espessura 12 mm) 18
Chapa de madeira tipo soft-board com camada de ar intermediária de 10 cm 30
Chapas ocas de gesso (espessura de 10 cm) 24
Compensado de madeira (espessura de 6 cm) 20
Compensado de madeira (espessura de 6 cm) com duas placas com camada 25
de ar intermediária de 10 cm
Concreto – laje entre pavimentos 68
Vidro de janela (espessura de 2 a 4 mm) 20 a 24
Vidro grosso (espessura de 4 a 6 cm) 26 a 32
Vidro de fundição (espessura de 3 a 4 mm), uma placa 24
Vidro de fundição (espessura de 4 a 6 mm), duas placas 36
Fonte: Adaptado de Mattos e Másculo (2011, p.252) apud NBR 12179 (1992)
98

7.7.1.3 Programa de conservação auditiva

O programa de conservação auditiva (PCA) é um conjunto de ações que


empresas que possuem trabalhadores expostos a níveis de ruído acima do nível de
ação (nível de exposição normalizado em que se deve tomar iniciativas de prevenção
auditiva, correspondente à 80 dB(a)) devem tomar de modo a minimizar o nível de
ruído e consequentemente a preservação da saúde dos trabalhadores.
De acordo com Cunha et al. (2016), um PCA eficiente deve contemplar os
seguintes parâmetros: Introdução e objetivos; política da empresa com relação ao
PCA; responsabilidades e competências; avaliação da exposição; gerenciamento
audiológico e controle médico; medidas de controle coletivo; gestão de equipamentos
de proteção auditiva; educação, capacitação e motivação de trabalhadores e demais
envolvidos com o PCA.
O programa prega a implantação de um controle médico dos trabalhadores
seguindo Brasil (1978), ao qual possui o objetivo de avaliar a eficácia do programa ao
longo do tempo, tendo como metodologia de acompanhamento da audição dos
trabalhadores definida por Brasil (1978, anexo I).

7.7.1.4 Equipamentos de proteção auditiva

De acordo com Brasil (1978), a empresa deverá selecionar protetores auditivos


tecnicamente adequados ao risco e que possuam atenuações de ruído suficientes
para que o nível de exposição ao trabalhador seja teoricamente abaixo de 85 dB(A),
porém devem deixar os trabalhadores a níveis acima de 70 dB(A), com o intuito de
evitar a supernaturação, efeito qual pode dificultar a audição de sinais de alerta,
veículos, equipamentos em movimento, etc.
De acordo com ANSI (2016), o nível de redução de ruído do protetor
(𝑁𝑅𝑅𝑆𝐹𝑃𝑅𝑂𝑇𝐸𝑇𝑂𝑅 )corresponde a um índice de atenuação de um protetor auditivo.
O nível de exposição com proteção que supostamente chega ao sistema
auditivo do trabalhador é dado pela seguinte equação:

𝑁𝐸𝑝 =𝑁𝐸𝑁 − 𝑁𝑅𝑅𝑆𝑇𝑝𝑟𝑜𝑡𝑒𝑡𝑜𝑟 (17)


99

Onde:
𝑁𝐸𝑝 =Nível de exposição com proteção [𝑑𝐵(𝐴)]
𝑁𝐸𝑁 =Nível de exposição normalizado [𝑑𝐵(𝐴)]
𝑁𝑅𝑅𝑆𝐹𝑃𝑅𝑂𝑇𝐸𝑇𝑂𝑅 = Nível de redução de ruído do protetor [𝑑𝐵(𝐴)]

7.7.2 Calor

Para se precaver contra o excesso de calor, os trabalhadores necessitam estar


protegidos de acordo com os métodos de transferência de calor predominantes
existentes no ambiente. Em ambientes com temperaturas mais elevadas, é necessária
a sinalização adequada sobre os riscos que se encontra no ambiente.
A convecção varia com a velocidade do ar, a resistência das vestes e a
temperatura do ar. De acordo com Mattos e Másculo (2011), em ambientes com altas
temperaturas, porém com a temperatura de bulbo seco menor que a da pele, as
roupas devem ser leves e o ambiente ventilado. Entretanto, se a temperatura de bulbo
seco for maior que a da pele, a velocidade do ar deve ser nula.
A radiação depende das vestimentas e da temperatura das superfícies que
envolvem as pessoas. As superfícies escuras absorvem e emitem mais radiação do
que as superfícies claras. Sendo assim, em um ambiente com temperaturas elevadas
e com superfícies escuras, a pessoa absorve mais calor, elevando seu stress térmico.
Por esse motivo, é sugerido que as paredes dos ambientes sejam pintadas com cores
claras.
Outras medidas de prevenção contra altas temperaturas são a implantação de
programas de aclimatação; reposição hídrica regular; pausas para descanso; evitar a
visualização de altas fontes de calor sem proteção adequada e implementação de
equipamentos de proteção individual.
Os principais equipamentos de proteção individual contra altas temperaturas
são: Óculos com proteção infravermelho e ultravioleta; vestimenta térmica que
envolva todo o corpo; luvas térmicas; máscara de segurança facial e respiradores com
filtros específicos.
100

7.7.3 Eletricidade

Todos os procedimentos que envolvam o contato, diretamente ou indiretamente


com a eletricidade, devem ser norteados por Brasil (1978), ao qual trata de segurança
em instalações e serviços em eletricidade. A norma em questão se baseia em três
grupos de medidas que devem ser tomadas para a segurança na operação com
eletricidade, sendo elas: Medidas de controle; medidas de proteção coletiva e medidas
de proteção individual.

7.7.3.1 Medidas de controle

De acordo com Brasil (1978), em todas as intervenções elétricas devem ser


adotadas medidas preventivas de controle ao risco elétrico e outros riscos adicionais,
medidas essas obtidas mediantes técnicas de análise de risco, buscando garantir a
saúde e segurança no trabalho.
A empresa deverá possuir um prontuário de instalações elétricas, onde
diversas informações relacionadas a forma de trabalho quando se envolve a
eletricidade devem ser informadas, tais como:
 Documentação das inspeções e medições do sistema de proteção contra
descargas atmosféricas e aterramentos elétricos.
 Especificação e certificação dos equipamentos de proteção coletiva, individual
e o ferramental.
 Documentação comprobatória da qualificação, habilitação, capacitação e
autorização dos trabalhadores e dos treinamentos realizados.
 Descrição dos procedimentos de emergências.
Segundo Brasil (1978), é obrigatório que os projetos de instalações elétricas
especifiquem dispositivos de desligamento de circuitos que possuam recursos que
impeçam a reenergização.

7.7.3.2 Medidas de proteção coletiva

De acordo com Brasil (1978), as medidas de proteção coletiva compreendem,


prioritariamente, a desenergização elétrica para a realização de trabalho em
101

equipamentos elétricos. Na impossibilidade da desernização, adota-se outras


medidas de proteção coletiva, tais como: Isolação das partes vivas; obstáculos,
barreiras e sinalização de segurança; sistema de seccionamento automático de
alimentação e bloqueio do religamento automático.

7.7.3.3 Medidas de proteção individual

Segundo Brasil (1978), quando as medidas de proteção coletiva forem


tecnicamente inviáveis ou insuficientes para controlar os riscos, é necessário a adoção
de equipamentos de proteção individual específicos e adequados às atividades
desenvolvidas, devendo contemplar a condutividade, inflamabilidade e influências
eletromagnéticas.
Os principais equipamentos de proteção individual para trabalhos que
envolvam possível contato com a eletricidade são: Calçado de segurança feito de
material dielétrico; Luva de segurança revestida com borracha tipo grossa; manga
isolante de borracha; protetor facial contra arco elétrico e camisetas e calças especiais
que ofereçam proteção contra a carga térmica induzida pelos arcos elétricos.

7.7.4 Produtos Químicos em Geral

Como apresentado por Mattos e Másculo (2011), o princípio de gerenciamento


de riscos químicos deve-se se dar prioritariamente pelo princípio da prevenção. Tal
princípio defende que medidas preventivas que evitam os impactos negativos dos
agentes químicos são opções mais acertadas em relação as ações corretivas, aos
quais conseguem apenas remediar os danos causados. Pode-se tirar como exemplo
a situação em que um trabalhador fica exposto a um determinado produto químico
sem a devida proteção, vindo a contrair um tipo de câncer. Mesmo que se consigo
obter o tratamento e a possível cura do tumor, esse tipo de ação corretiva não impedira
o sofrimento e a dor do trabalhador e sua família durante todo esse período.
O princípio da prevenção pode ser aplicado seguindo quatro níveis de ação,
sendo: Relação da empresa com o território que se localiza; gerenciamento de riscos
na esfera coletiva da empresa; prevenção dos riscos químicos nos postos de trabalho
e medidas de proteção individual. (MATTOS; MÁSCULO,2011).
102

7.7.4.1 Relação da empresa com o território em que se localiza

A integração da empresa com o território em que localiza, bem como as


pessoas que vivem em seu entorno em relação aos agentes químicos deve se basear
em informações para a comunidade sobre os impactos ambientais, a comunicação de
risco e a transparência sobre a situação prevencionista da empresa. (MATTOS;
MÁSCULO,2011).

7.7.4.2 Gerenciamento de riscos na esfera coletiva da empresa

Nesse nível estão locadas as ações relacionadas à qualificação e ao


treinamento dos trabalhadores sobre atuação em situação de emergência, criação e
divulgação de procedimentos de segurança, substituição de tecnologias atrasadas por
outras mais seguras, criação de políticas de responsabilidades na estrutura
hierárquica e análise continuada de riscos, incluindo registros de análise, falhas e
incidentes. (MATTOS; MÁSCULO,2011).

7.7.4.3 Prevenção dos riscos químicos nos postos de trabalho

Conforme explicitado por Mattos e Másculo (2011), no caso de presença de


substâncias perigosas, os postos de trabalho devem possuir, sempre que possível,
sistemas de enclausuramento das fontes de risco e equipamentos de proteção
coletiva, tais como sistemas de exaustão, ventilação e climatização.

7.7.4.4 Medidas de proteção individual

O nível mais básico de prevenção se concretiza do ponto de vista do


trabalhador individual. Neste caso, sempre que as medidas propostas anteriores não
eliminarem o risco, se garanta ao trabalhador o uso de equipamentos de proteção
individual (EPI) compatíveis com a natureza da tarefa, do ambiente e dos próprios
trabalhadores que os usam. (MATTOS; MÁSCULO,2011).
103

Os principais equipamentos de proteção individual para agentes químicos são:


Creme protetor; luva de segurança; calçado de segurança; óculos de segurança;
protetor facial; respirador e macacão de segurança.
104

8 CONCLUSÃO

A metodologia aplicada neste estudo de caso, baseada na divisão funcional da


empresa em grupos homogêneos de exposição (GHE), foi realizada com sucesso. O
reconhecimento e análise dos riscos laborais foi executado através de um processo
organizado que possibilitou avaliações qualitativas e quantitativas. Desta forma foram
caracterizadas possíveis atividades e operações periculosas e insalubres, baseadas
nas leis específicas, e possibilitou as respectivas sugestões das melhores medidas de
proteção aos trabalhadores. Em posse dos resultados obtidos, observa-se que
nenhum trabalhador está situado em uma situação considerada insalubre, sendo
assim, nenhum adicional ao salário proveniente deste tipo de situação é concedido.

O ruído que os trabalhadores estão expostos na maioria dos setores produtivos


estão em um nível acima do limite de tolerância, porém observou-se que os
trabalhadores utilizam protetores auriculares capazes de atenuar o nível de ruído.
Mesmo com os níveis abaixo do nível de ação e tolerância, nota-se a dificuldade em
trabalhar em tais locais devido a medida de proteção existente ser apenas o EPI, ao
qual dificulta a comunicação entre os trabalhadores, fazendo os mesmos muitas vezes
retirarem os protetores auriculares temporariamente para conseguir iniciar um diálogo,
ficando expostos a níveis de ruído muito elevados neste período. Outra dificuldade
observada devido ao trabalho em tais ambientes seria a dificuldade de se ouvir algum
sinal de emergência, pois os níveis de ruído provenientes das máquinas e
equipamentos se sobrepõem a voz humana e as vezes até ao som de alarme emitido
pelas máquinas empilhadeiras.
A carga térmica que os trabalhadores estão submetidos não estão acima dos
valores dos limites de tolerância estabelecidos em função de suas taxas metabólicas
ponderadas no tempo. Vale observar que, mesmo que os valores não estejam acima
dos limites de tolerância, não seria realidade dizer que as operações realizadas pelos
trabalhadores sejam no mínimo confortáveis. As atividades que exigem esforço pelos
trabalhadores, mesmo sendo por curto períodos de tempo, são atividades que
requerem muito esforço físico, observando um cansaço considerável dos
trabalhadores durante este período. Vale também ressaltar que os valores de
temperaturas obtidos para cada GHE são correspondentes apenas para o dia em que
as medições foram realizadas, ou seja, partindo do princípio que um dia nunca será
105

igual ao outro, em outro dia os valores de temperatura poderiam estar muito acima ou
abaixo dos níveis observados.
Com relação à vibração de corpo inteiro, observou-se que os níveis de vibração
estão abaixo dos limites de tolerância tanto para os armazéns 1/2 quanto para o
armazém 3/4, porém, observa-se que os valores estão acima do nível de ação, sendo
necessário que se tomem medidas de controle que possam abaixar esses níveis, tais
como melhorias no piso e/ou obtenção de modelos mais modernos de empilhadeiras.
Todas as amostras de sílica cristalina, tanto em relação à poeira total quanto a
cristalizada mostraram uma concentração abaixo do limite de quantificação, ou seja,
a quantidade de sílica cristalizada presente é menor do que a quantidade que o
método definido pelo laboratório pode quantificar. Esse resultado pode ser
interpretado pelo contato mínimo dos trabalhadores com as sementes e grãos, além
da maneira de como foi manuseada a safra das amostras que estavam contidas na
UBS na ocasião da coleta. Vale ressaltar que esse resultado pode ser considerado
para fins de laudo de insalubridade, porém não se pode dizer que os trabalhadores
não estejam submetidos ao risco da sílica livre cristalizada, ainda mais considerando
que os valores obtidos foram abaixo do limite de quantificação pelo método adotado
pelo laboratório, porém não é certo afirmar que não exista nenhuma concentração
deste agente no local. Sendo assim, nota-se a importância do acompanhamento
periódico do nível de sílica livre cristalina durante todo o ano, assim como o
acompanhamento dos trabalhadores por meio de exames médicos periódicos.
O nível muito baixo de fosfina quantificado se deve pelo fato do trabalhador não
estar sujeito ao produto Gastoxin B57 quando o mesmo se encontra na forma de gás,
sendo que nesse momento, nenhum trabalhador possui a autorização para entrar no
setor. Todavia, o baixo nível de fosfina mensurado não anula o risco de intoxicação
eventual da mesma por meio de alguma abertura nas lonas em que o gás está alojado.
O único componente das naftas aromáticas do produto Cruiser Opti utilizado no
tratamento de sementes que obteve um valor de quantificação foi o “Trimetilbenzeno”,
com um valor de 0,23 mg/m³, valor abaixo do limite de tolerância estipulado pela
ACGIH 2019 de 123 mg/m³. Observa-se também que os outros elementos estiveram
abaixo do limite de quantificação determinado pelo método usado pelo laboratório de
análises e que vários elementos não possuem limites de tolerância nem pela norma
106

brasileira (NR-15) e nem pela norma americana (ACGIH), no entanto, não significa
que tais elementos não possam causar danos à saúde.
No quesito periculosidade, o “Operador de empilhadeira I” situado no armazém
3/4 se encaixa nessa situação devido ao trabalho que o expõe a carga elétrica. Sendo
assim, o mesmo detém o direito de um adicional no valor de 30% do salário. Observa-
se que este mesmo funcionário é o responsável pela realização do processo de
expurgo, sendo assim, é o trabalhador que está sujeito ao maior risco na empresa.
Com todas as análises qualitativas e quantitativa realizada, observa-se que a
quantificação numérica pode ser válida para efeito de lei, porém nem sempre a mesma
pode refletir a realidade. Todas as análises quantitativas mostram que os
trabalhadores não estão sujeitos a situações insalubres. A análise não pode se pautar
simplesmente se a situação enseja um aumento do salário ou não, porém deve-se
considerar se os resultados realmente são válidos no sentido dos trabalhadores
possam não obter danos à saúde pelo exercício de determinadas funções naquela
situação. Um exemplo desta situação poderia ser evidenciado se a análise levasse
em consideração o fator idade. Na UBS analisada, existem trabalhadores nas diversas
faixas etárias e, mesmo não sendo explicitado em nenhuma norma, não é plausível
dizer que os agentes podem causar os mesmos efeitos nos trabalhadores mais jovens
(faixa de 20 anos) e nos trabalhadores mais idosos (faixa de 50 anos). Esse tipo de
situação fica ainda mais complexo se levado em consideração o mercado de trabalho.
Caso os riscos fossem analisados estritamente em cada trabalhador levando em
consideração suas características como idade, sexo, peso, estatura, problemas de
saúde, etc, talvez as empresas se interessassem apenas por trabalhadores com
características que mostrassem um índice menor de ação dos riscos nos mesmos.
Vale ressaltar que um fator determinante no quesito ao impacto da saúde dos
trabalhadores levando em consideração a aplicação das normas regulamentadoras é
a desatualização das mesmas. A norma regulamentadora de número 15 (NR-15), ao
qual se diz respeito a atividades e operações insalubres é datada de 1978, enquanto
seu anexo que trata da questão de poeiras minerais (Anexo XII) tem sua última
modificação datada de 1991, ou seja, existe uma enorme discrepância do
acompanhamento da norma em relação as atualizações científicas sobre os temas
tratados na mesma, o que pode ser observado claramente pela análise realizada in
107

loco na UBS e a quantificação explicitada nas análises quantitativas impostas pela


norma.
De todas as medidas de proteção sugeridas, as medidas de proteção
implementadas pela UBS são em sua maioria a de maneira individual, ou seja, pelo
uso irrestrito de equipamentos de proteção individual, fazendo com que os
trabalhadores possam estar expostos aos efeitos dos riscos do ambiente assim que
deixam de utilizar os equipamentos de proteção fornecidos. Vale ressaltar que em
grande parte das situações, as empresas não possuem nem o conhecimento que
existem outras medidas de proteção que podem ser implementadas, pois a cultura da
implantação irrestrita de medidas de proteção individual infelizmente faz parte de
grande parte das empresas do Brasil.
O presente trabalho é mais uma contribuição acadêmica e prática para a
melhoria da área de saúde e segurança do trabalho, aplicando uma metodologia para
avaliação dos riscos ocupacionais, que pode ser aplicado tanto em UBS de soja (local
em que foi aplicada) quanto em qualquer outro tipo de empresa, cedendo informações
sobre a normatização, como avaliar e como comparar a intensidade de cada tipo de
risco. Por fim, evidencia-se que as análises podem representar a realidade da
empresa em relação a legislação, porém podem ou não mostrar a realidade dos
trabalhadores no ambiente de trabalho. Não se pode dizer que este problema possui
apenas uma vertente, mas sim várias, desde a cultura prevencionista adotada no
Brasil, as normas regulamentadoras desatualizadas, a adoção de metodologias
erradas de quantificação dos riscos e a situação que os trabalhadores se permitem a
estar expostos diante a necessidade de uma renda em um país subdesenvolvido.
Diante de todos estes fatores, conclui-se que o Brasil não está próximo de ser um país
com uma cultura prevencionista tanto na parte de acidentes de trabalho como na
saúde do trabalhador, sendo que para superar este obstáculo, é necessária uma ação
conjunta dos órgãos governamentais, das empresas de “Serviço especializado em
engenharia de segurança e em medicina do trabalho”, as indústrias e dos
trabalhadores em prol da mudança de cultura no quesito saúde e segurança do
trabalho.
108

8.1 SUGESTÕES PARA PRÓXIMOS TRABALHOS

Como mencionado, o processo de elaboração de um programa eficiente de


saúde e segurança do trabalho engloba vários fatores, sendo que, quanto maior o
estudo do efeito de cada ação e medida adotada para preservar a integridade do
trabalhador e da organização como um todo, mais sugestões e metodologias
preventivas serão propostas. Dessa forma, com todas as ponderações citadas no
presente trabalho, segue alguns tópicos que seja de interesse para um maior
aprofundamento.

 Analisar a particularidade de cada indivíduo, especialmente a idade, em relação


à avaliação quantitativa de calor.
 Avaliar o efeito da máxima pressão sonora em um curto período de tempo
(ruído de impacto) nos trabalhadores.
 Avaliar qual é o efeito real das medidas de prevenção propostas.
 Realizar avaliações qualitativas e quantitativas por mais períodos de tempo ao
longo de um ano, tendo como objetivo analisar o efeito da sazonalidade de
trabalho.
109

9 REFERÊNCIAS

ABNT. NBR 16077. Equipamento de proteção individual - Protetores auditivos -


Método de cálculo de nível de pressão sonora na orelha protegida, Rio de
Janeiro, 16 ago. 2012.

ABNT. NBR 14725-4. Produtos químicos — Informações sobre segurança, saúde


e meio ambiente Parte 4: Ficha de informações de segurança de produtos
químicos (FISPQ): Chemicals – Information about safety, health and evironment Part
4: Safety data sheet for chemicals (SDS), Rio de Janeiro, 26 jan. 2010. Disponível em:
https://ww3.icb.usp.br/wp-content/uploads/2019/11/Parte4_NBR_14725-4-2009.pdf.
Acesso em: 24 maio 2020.

American Conference of Governmental Industrial Hygienists – ACGIH. 2019 TLVs ans


BEIs. Tradução: Limites de Exposição Ocupacional (TLVs) para substâncias químicas
e agentes físicos & índice biológico de exposição (BEIs). São Paulo: ABHO, 2019.

ANSI. ANSI/ASA S 12.6: Methods for measuring the real-ear attenuation of hearing
protectors. Disponível em: <
https://webstore.ansi.org/Standards/ASA/ANSIASAS122016?source=blog>. 2016.
Acesso em: 01/11/2019.

AMORIM, R.G; CAVALCANTE, A.F; PEREIRA, S.P. Análise do ruído em oficinas


mecânicas de Luziânia. Revista de Divulgação Científica Sena Aires, Goiás [S. l.],
21 ago. 2012.

ASA. Amostradores. Tubo de carvão ativado 50/100mg, [s. l.], 2019. Disponível em:
https://www.asainstrumento.com.br/seguranca-do-trabalho/bombas-de-
amostragem/amostradores/226-01-tubo-de-carvao-ativado-50100mg. Acesso em: 12
set. 2019.

BASSETTO, P et al. NR-10: Segurança no trabalho com eletricidade. XI Encontro de


engenharia de produção agroindustrial, Campo Mourão, 2017. Disponível em:
<http://anais.unespar.edu.br/xi_eepa/data/uploads/artigos/8/8-05.pdf>. Acesso em: 7
maio 2019.

BRASIL. Decreto nº 93.412, de 14 de outubro de 1986. Revoga o Decreto nº 92.212,


de 26 de dezembro de 1985, regulamenta a Lei nº 7.369, de 20 de setembro de 1985,
que institui salário adicional para empregados do setor de energia elétrica, em
condições de periculosidade, e dá outras providências. Brasília, 14 out. 1986.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/Antigos/D93412.htm>.
Acesso em: 15 maio 2019.

BRASIL. FUNDACENTRO. NHO-01: Avaliação da exposição ocupacional ao ruído.


Disponível em: <http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/normas-de-higiene-
ocupacional/publicacao/detalhe/2012/9/nho-01-procedimento-tecnico-avaliacao-da-
exposicao-ocupacional-ao-ruido>. 2001. Acesso em: 01 maio 2019.
110

______. NHO-06: Avaliação da exposição ocupacional ao calor.2017. Disponível em:


< http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/normas-de-higiene-
ocupacional/publicacao/detalhe/2018/1/nho-06-avaliacao-da-exposicao-ocuacional-
ao-calor>. Acesso em: 26 abr. 2019.

______. NHO-08: Coleta de material particulado sólido suspenso no ar de ambientes


de trabalho. 2009. Disponível em: < http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/normas-
de-higiene ocupacional/publicacao/detalhe/2013/3/nho-0-coleta-de-material-
particulado-solido-suspenso-no-ar-de-ambientes-de-trabalho>. Acesso em: 29 maio
2019.

______. NHO-09: Avaliação da exposição ocupacional a vibrações de corpo


inteiro.2013 Disponível em: < http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/normas-de-
higiene-ocupacional/publicacao/detalhe/2013/4/nho-09-procedimento-tecnico-
avaliacao-da-exposicao-ocupacional-a-vibracao-de-corpo-inteiro>. Acesso em: 29
maio 2019.

BRASIL. Instituto Nacional de Câncer. Poeira de sílica. Disponível em:


<https://www.inca.gov.br/exposicao-no-trabalho-e-no-ambiente/poeiras/poeira-de-
silica>.2018. Acesso em: 6 maio 2019.

BRASIL. Lei nº 8.123, de 24 de junho de 1991. Dispõe sobre os planos de benefícios


da previdência social e dá outras providências. Brasília, 24 jun. 1991. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213cons.htm. Acesso em: 12 abr. 2019.

BRASIL. Lei nº 12.740, de 8 de dezembro de 2012. Altera o art. 193 da Consolidação


das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de
1943, a fim de redefinir os critérios para caracterização das atividades ou operações
perigosas, e revoga a Lei nº 7.369, de 20 de setembro de 1985. Brasília, 8 dez. 2012.
Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-
2014/2012/Lei/L12740.htm#art3>. Acesso em: 15 maio 2019.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Certificado de aprovação – CA


Nº14.235.2009 Disponível em:<
http://caepi.mte.gov.br/internet/ConsultaCAInternet.aspx#&&/wEXAQUFc3RhdGUFD
GRldGFsaGFtZW50b5aDTccQNb9P2SztpL2D+C2fowmhkrBNRBlpIud0YVro>.
Acesso em: 10 novembro 2019.

______. Certificado de aprovação – CA Nº17.664. 2009 Disponível em:<


http://caepi.mte.gov.br/internet/ConsultaCAInternet.aspx#&&/wEXAQUFc3RhdGUFD
GRldGFsaGFtZW50b5aDTccQNb9P2SztpL2D+C2fowmhkrBNRBlpIud0YVro>.
Acesso em: 10 novembro 2019.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR-6: Equipamento de proteção


individual.1978 Disponível em:<
https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-06.pdf>.
Acesso em: 10 novembro 2019.
111

______. NR-7: Programa de controle médico e saúde ocupacional. 1978 .Disponível


em:<https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-07.pdf>.
Acesso em: 7 setembro 2019

______. NR-9: programa de prevenção de riscos ambientais.1978 Disponível


em:<https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-09.pdf>.
Acesso em: 10 abr. 2019.

______. NR-10: Segurança em instalações e serviços em eletricidade. 1978


.Disponível em:< http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR10.pdf>.
Acesso em: 10 novembro 2019

______. NR-15: Atividades e operações insalubres. 1978 .Disponível em:<


https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-15.pdf>.
Acesso em: 29 maio 2019.

______. NR-16: Atividades e operações perigosas. 1978 .Disponível em:<


http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR16.pdf>. Acesso em: 02
novembro 2019

______. NR-32: Segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde.2005


Disponível em:< http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR32.pdf >.
Acesso em: 10 abr. 2019.

______. NR-33: Segurança e saúde nos trabalhos em espaços confinados. 2006.


Disponível em: < http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR33.pdf>.
Acesso em: 29 maio 2019.

______. Observatório digital de segurança e saúde do trabalho. Disponível em:


<https://observatoriosst.mpt.mp.br/>. Acesso em: 16 maio 2019.

CALIXTO, A. Vibração, som e luz: conceitos fundamentais. [S. l.: s. n.], 2013.
Disponível em:<www.ergonomia.ufpr.br/RuidosVibeIlumCalixto.doc>. Acesso em: 22
maio 2019.

COSTAVERDE. Equipamentos. Ciclone de Nylon, [s. l.], 2019. Disponível em:


http://costaverdesms.com.br/site/equipamentos/. Acesso em: 21 jun. 2020.

CRIFFER. Amostragem de gases, vapores e poeirias. LF-500 Kit de baixa vazão, [s.
l.], 2020. Disponível em: https://www.criffer.com.br/amostragem-de-gases-vapores-e-
poeiras/acessorios/lf-500-kit-de-baixa-vazao. Acesso em: 21 jun. 2020.

CUNHA, I. et al. DIRETRIZES E PARÂMETROS MÍNIMOS PARA A ELABORAÇÃO


E GESTÃO DE PROGRAMAS DE CONSERVAÇÃO AUDITIVA (PCA). Revista
ABHO, Brasil, ano 2016, ed. 45, p. 12-23, 2016. Disponível em:
https://www.abho.org.br/wp-content/uploads/2014/02/Revista_Abho_45_WEB-Irlon-
de-Angelo.pdf. Acesso em: 10 nov. 2019.
112

DAJOTA. Detectores de poeira. Cassete porta filtro para bomba de amostragem,


[s. l.], 2019. Disponível em: https://www.dajota.com.br/cassete-porta-filtro-para-
bomba-de-amostragem. Acesso em: 21 jun. 2020.

DE OLIVEIRA NETTO, A. A. Metodologia da pesquisa científica: guia prático para


a apresentação de trabalhos acadêmicos. 3. ed. Florianópolis: Visual Books, 2008.

DINIZ, R.C et al. Análise das medidas de controle de riscos químicos: Estudo de caso
em um laboratório de análise de água. XXXVI Encontro Nacional de Engenharia de
Produção, João Pessoa, 2016. Disponível em:
<http://www.abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_229_339_29914.pdf>. Acesso em: 22
maio 2019.

EMBRAPA. Soja. Londrina. Disponível em:


<https://www.embrapa.br/soja/cultivos/soja1>. Acesso em: 17 maio 2019.

FIDELIO, B.V; ZANDONADI, F. Condições de segurança entre trabalhadores de


espaços confinados em unidades armazenadoras de grãos sobe a ótica da NR
33. Segurança no trabalho, [S. l.], p. 2-10, 28 jun. 2014. Disponível em:
<http://www.segurancanotrabalho.eng.br/artigos/art_03082014.pdf>. Acesso em: 23
maio 2019.

FILHO, A; FANTAZZINI, M. Estratégia de amostragem: Gestão das exposições na


higiene ocupacional. Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais, [S. l.],
2010. Disponível em: <https://www.abho.org.br/wp-
content/uploads/2014/02/artigo_estrategiadeamostragem.pdf>. Acesso em: 27 abr.
2019.

FILHO, C.N. As doenças respiratórias ocupacionais causadas pela poeira na


armazenagem de grãos e vegetais: estudo epidemiológico longitudinal controlado
de trabalhadores de grãos do Rio Grande do Sul e avaliação ambiental de seus locais
de trabalho. 2004. 158 p. Dissertação (Pós-graduação em Medicina interna -
Pneumologia) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2004.
Disponível em:
<https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/31872/000785341.pdf?sequence
=1>. Acesso em: 14 maio 2019.

FILHO, M.T; SANTOS, U. Silicose. Jornal Brasileiro de Pneumologia, São Paulo,


2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-
37132006000800008>. Acesso em: 30 maio 2019.

FREITAS, N.B; ARCURI, A.S. Cadernos de saúde ao trabalhador: riscos devidos à


substâncias químicas. São Paulo: Inst, 2000. Disponível em:
<http://www.coshnetwork.org/sites/default/files/caderno2%20risco%20quimico.pdf>.
Acesso em: 1 maio 2019.

GANIME, J.F et al. O ruído como um dos riscos ocupacionais: uma revisão de
literatura. Enfermería Global, [S. l.], ed. 19, 2010. Disponível em:
<http://scielo.isciii.es/pdf/eg/n19/pt_revision1.pdf>. Acesso em: 14 maio 2019.
113

INCROPERA, F et al. Fundamentals of heat and mass transfer. Tradução:


Fundamentos de transferência de calor e de massa. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008.

INDESTEL EMBALAGENS. Sacaria. 2019. Disponível em:


<http://indestel.com.br/site/index.php?route=information/information&information_id=
3>. Acesso em: 13 abr. 2019.

INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. ISO 8041: human


response to vibration: measuring instrumentation. Geneva, 2005. Technical
corrigendum 1.

KLEIN, L. Espaço confinado: o que está faltando ?. Revista Proteção, [S. l.], p. 40-
50, 1 fev. 2015.

LAAN, L.F. Fatores de riscos de acidentes do trabalho em unidades de


armazenamento e industrialização de arroz. 2010. 139 p. Tese (Pós-graduação em
Ciência e tecnologia agroindustrial) - Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2010.
Disponível em: <
<http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2008_tn_stp_072_512_11356.pdf>.
Acesso em: 11 abr. 2019.

MANGAS, R.M; GÓMEZ, C.; COSTA, S.M. Acidentes de trabalho fatais e desproteção
social na indústria da construção civil do Rio de Janeiro. Revista Brasileira de Saúde
Ocupacional, São Paulo, v. 33, n. 118, 2008. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0303-76572008000200006.
Acesso em: 27 jun. 2019.

MATTOS, U.A; MÁSCULO, F.S. Higiene e segurança do trabalho. Rio de Janeiro:


Elsevier/Abepro, 2011.

MetroPol. Arsenic-arsine-phospine-stibine M-134. 2013. Disponível em:


<http://www.inrs.fr/publications/bdd/metropol/fiche.html?refINRS=METROPOL_134>.
Acesso em: 10 setembro 2019.

MORAES, A.L et al. Avaliação ergonômica das vibrações na atividade do operador de


empilhadeiras em uma indústria fumageira. XIII SIMPEP, Bauru, 2006. Disponível
em:<http://www.simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/314.pdf>. Acesso em: 29
maio 2019.

MOTA, F. Identificação dos riscos na atividade de beneficiamento de grãos - Um


estudo de caso. 2015. 47 p. Monografia (Especialização em engenharia de
segurança do trabalho) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2015.

MUNIZ, A.R; SILVA, R. Segurança em eletricidade. IV Encontro científico das


engenharias, Rio Verde, p. 1-22, 2017. Disponível em:
<http://www.unirv.edu.br/conteudos/fckfiles/files/SEGURAN%C3%87A%20EM%20E
LETRICIDADE.pdf>. Acesso em: 25 abr. 2019.
114

NETO, J.B et al. Tecnologia da produção de semente de soja de alta qualidade.


1. ed. Londrina: Embrapa Soja, 2016. 82 p. Disponível em:
<https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/151223/1/Documentos-380-
OL1.pdf>. Acesso em: 16 maio 2019.

NIOSH. NAPHTHAS 1550. 1994 Disponível em: <


https://www.cdc.gov/niosh/docs/2003-154/pdfs/1550.pdf>. Acesso em: 15 setembro
2019.

_____. PARTICULATES NOT OTHERWISE REGULATED, RESPIRABLE 0600.


1998 Disponível em: < https://www.cdc.gov/niosh/docs/2003-154/pdfs/0600.pdf>.
Acesso em: 15 setembro 2019.

_____. PARTICULATES NOT OTHERWISE REGULATED, TOTAL 0500. 1994.


Disponível em: <https://www.cdc.gov/niosh/docs/2003-154/pdfs/0500.pdf>. Acesso
em: 15 setembro 2019.

_____. SILICA, CRYSTALLINE by IR (KBr pellet).2003. Disponível em: <


https://www.cdc.gov/niosh/docs/2003-154/pdfs/7602.pdf>. Acesso em: 15 setembo
2019.

NUNES, F.C et al. Avaliação da eficiência do separador em espiral sobre a qualidade


fisiológica da semente de Soja (Glycine max). In: XXX CONGRESSO BRASILEIRO
DE AGRONOMIA, 2017, Fortaleza. Anais [...]. [S. l.: s. n.], 2017. Disponível em:
<https://maissoja.com.br/avaliacao-da-eficiencia-do-separador-em-espiral-sobre-a-
qualidade-fisiologica-da-semente-de-soja-glycine-max/>. Acesso em: 2 maio 2019.

OLIVEIRA, A.L. Condições de segurança do trabalho em unidades de


beneficiamento de sementes de soja. Orientador: Leopoldo Mario Baudet Labbé.
2013. 71 p. Dissertação (Pós-graduação em Ciência e tecnologia de sementes) -
Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Pelotas, 2013. Disponível em:
<http://repositorio.ufpel.edu.br:8080/bitstream/123456789/1414/1/dissertacao_alex_l
eal_de_oliveira.pdf >. Acesso em: 16 maio 2019.

PINHEIRO, F; BALDI, A. Ficha de informações de segurança de produtos químicos e


a responsabilidade social da empresa: estudo de caso em um laboratório de análise
de água. Revista Téchne, [S. l.], 2012.

PROCURADORIA GERAL DO TRABALHO. Brasil é o quarto lugar no ranking mundial


de acidentes de trabalho. Revista Proteção, [S. l.], p. 1, 11 abr. 2018. Disponível em:
<http://www.protecao.com.br/noticias/acidentes_do_trabalho/brasil_e_quarto_lugar_
no_ranking_mundial_de_acidentes_de_trabalho/Jyy5JajbJj/12290>. Acesso em: 13
abr. 2019.

RAO, S. Mechanical vibrations. Tradução: Vibrações mecânicas. 4. ed. São Paulo:


Pearson Prentice Hall, 2008. 317 p.
115

ROSCANI, R.C et al. Risco de exposição à sobrecarga térmica para trabalhadores da


cultura de cana-de-açúcar no Estado de São Paulo, Brasil. Cadernos de Saúde
Pública, Florianópolis, 2017. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/csp/v33n3/1678-4464-csp-33-03-e00211415.pdf>. Acesso
em: 25 abr. 2019.

ROTASILOS DO BRASIL. Selecionadores em espiral. 2019. Disponível em:


<http://rotasilos.com.br/equipamentos.php?equipamentos=1>. Acesso em 13 abr.
2019.

SALIBA, T; CORRÊA, M. Insalubridade e periculosidade: aspectos técnicos e


práticos. 10. ed. São Paulo: LTr, 2011.

SENADO FEDERAL. A inspeção do trabalho no Brasil enfrenta falta de auditores


fiscais e de recursos financeiros. Senado notícias, Brasília, p. 11-1, 3 abr. 2018.
Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2018/04/03/a-
inspecao-do-trabalho-no-brasil-enfrenta-falta-de-auditores-fiscais-e-de-recursos-
financeiros. Acesso em: 27 jun. 2019.

SILVA, J; PARIZZI, F; SOBRINHO, J.C. Beneficiamento de grãos. In: SILVA,


J. Secagem e armazenamento de produtos agrícolas. 2. ed. Viçosa: Aprenda Fácil,
2008. cap. 13, p. 307-323.

SILVA, J.R; TEIXEIRA, R.L. Sobrecarga térmica em fábricas de móveis. Floram,


Lavras, p. 1-7, 2014. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/floram/v21n4/aop_004012.pdf>. Acesso em: 26 abr. 2019.

SILVA, L.C. Estruturas para armazenagem de grãos a granel. AGAIS, Universidade


Federal do Espírito Santo, ano 2015, 17 jul. 2015. Disponível em:
<http://www.agais.com/manuscript/ag0210_armazenagem_granel.pdf>. Acesso em:
16 maio 2019.

SPARKS – CONSULTORIA E INTELIGÊNCIA COMPETITIVA. O futuro da soja


nacional: Impactos socioeconômicos da ferrugem asiática na cadeia de soja nos
próximos dez anos. Associação brasileira do agronegócio / Instituto de estudos
do agronegócio, [S. l.], p. 4-28, jul. 2015. Disponível em:
<http://www.abag.com.br/media/images/0-futuro-da-soja-nacional---ieag---abag.pdf>.
Acesso em: 24 abr. 2019.

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ. Sistema de


Bibliotecas.Normas para elaboração de trabalhos acadêmicos. Curitiba: UTFPR,
2009.

VIDAL, M.C. A evolução conceitual da noção de acidentes do trabalho:


Consequências metodológicas sobre o diagnóstico de segurança. In: MATTOS, U.A;
MÁSCULO, F.S. Higiene e segurança do trabalho. Rio de Janeiro: Elsevier/Abepro,
2011.

VILELA, R.B. Riscos Biológicos: os riscos biológicos no âmbito da Norma


Regulamentadora Nº32. Brasília: Secretária de Inspeção do Trabalho, 2008. 66 p.
116

ZUCCO, C; GOMES, H. Avaliação do nível de exposição à vibração de operadores de


empilhadeiras. Revista Sul-Americana de Engenharia Estrutural, Passo Fundo,
ano 2009, v. 6, n. 2 e 3, 2009.
117

APÊNDICE
118

APÊNDICE A
RESULTADOS DETALHADOS DAS ANÁLISES DE RISCO COM RELAÇÃO À
INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE
119

10 RESULTADOS DAS ANÁLISES DOS RISCOS EM RELAÇÃO À


INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE

Com o conhecimento dos riscos que os trabalhadores estão expostos em cada


setor da UBS por meio dos GHE, realizou-se as análises qualitativas e quantitativas
dos riscos e a análise se a situação da exposição enseja insalubridade ou
periculosidade.

10.1 Armazéns 1/2

O setor armazéns 1/2 possui dois GHE, um para o conferente e outro para os
operadores de empilhadeira.

10.1.1 Armazéns 1/2 (Conferente)

De acordo com o quadro 4, o trabalhador situado nesse GHE está exposto aos
seguintes riscos: Ruído; calor; sílica livre cristalizada (Poeira respirável) e sílica livre
cristalizada (Poeira total).

10.1.1.1 Ruído

Foi realizado a dosimetria de ruído no trabalhador com o equipamento


audiodosímetro, modelo Wed 007, marca 01 dB, sendo que as informações sobre a
análise estão dispostas na tabela 15.

Tabela 15 – Dados da análise quantitativa de ruído do armazém 1/2

Parâmetros de configuração do Audiodosímetro

Nível limiar de integração Critério de referência Incremento de duplicação de dose

80 dB 85 dB 3
120

Tabela 15 – Dados da análise quantitativa de ruído do armazém 1/2

(Conclusão)

Dados da dosimetria

Data da medição Jornada de trabalho

18/03/2019 08h00min

Início da medição Término da medição

08h34min 17h30min

Período de intervalo Duração da medição

01h56min 07h00min

Tempo de integração Circuito de resposta

1 segundo Slow

NEN (nível de exposição normalizado)

89,7 dB(A)

Equipamentos de proteção individual / atenuação

Protetor auricular (CA 17664 / NRRsf 17 dB) - Valor com atenuação

72,7 dB(A)
Protetor auricular (CA 14235 / NRRsf 21 dB) - Valor com atenuação

68,7 dB(A)

Fonte: Autoria própria

De acordo com o software do aparelho, o nível de exposição normalizado


(NEN) possui um valor de:

𝑁𝐸𝑁 =89,7 𝑑𝐵(𝐴)

Todavia, observa-se que os trabalhadores utilizam protetores auriculares como


equipamento de proteção individual (EPI), aos quais possuem a finalidade de atenuar
o nível de ruído que o trabalhador está exposto.
De acordo com Brasil (2009), o protetor auricular com certificado de aprovação
(CA) número 17664 possui a capacidade de atenuar o ruído em 17 dB, enquanto o
protetor auricular com CA número 14235 possui a capacidade de atenuar o ruído em
21 dB.
121

O software utiliza para o cálculo de atenuação de ruído a metodologia expressa


pela ABNT (2012), sendo assim, observa-se que os valores do NEN levando em
consideração o uso desses equipamentos de proteção individual são:

𝑁𝐸𝑁 ( 𝑃𝑟𝑜𝑡𝑒𝑡𝑜𝑟 𝑎𝑢𝑟𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟−𝐶𝐴 17664) =72,7 𝑑𝐵(𝐴)


𝑁𝐸𝑁 ( 𝑃𝑟𝑜𝑡𝑒𝑡𝑜𝑟 𝑎𝑢𝑟𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟−𝐶𝐴 14235) =68,7 𝑑𝐵(𝐴)

Avaliando o nível de exposição normalizado (NEN) sem a utilização de nenhum


tipo de EPI, observa-se que o valor está acima do valor permitido de 85 dB(A) para
uma exposição de oito horas de acordo com a tabela 2. Porém, os trabalhadores
utilizam EPIs que atenuam esse valor tanto para o nível permitido de ruído quanto
para o nível de ação, sendo assim, de acordo com a seção 5.4.1, não há a concessão
do adicional de insalubridade de 20% do salário mínimo da região por ação do ruído.

10.1.1.2 Calor

Para a avaliação de calor, foi utilizado o equipamento Medidor de stress


térmico, modelo TGD-200, marca Instrutherm.
Analisando a descrição de função do conferente e observando seu trabalho no
período de vistoria na UBS, notou-se que suas tarefas são basicamente as de vistoria
de carga e de limpeza dos armazéns com a utilização de vassouras. Sendo assim,
com base na tabela 4, as taxas metabólicas para essas duas atividades,
respectivamente são:

𝑘𝑐𝑎𝑙 𝑘𝑚
𝑀1 =170,2493 (𝑇𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ 𝑜 𝑒𝑚 𝑚𝑜𝑣𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑑𝑒 2 )
ℎ ℎ
e
𝑘𝑐𝑎𝑙
𝑀2 =275,1504 (𝑇𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ 𝑜 𝑙𝑒𝑣𝑒 𝑑𝑒 𝑏𝑟𝑎ç𝑜𝑠)

Por meio de questionário com o conferente, o mesmo informou que em sua


hora de maior stress térmico o mesmo realiza 20 minutos a atividade de limpeza e 40
minutos a atividade de vistoria, sendo assim, utilizando a equação 12, a taxa
̅ é de:
metabólica média ponderada no tempo 𝑀
122

̅ =205,516 𝑘𝑐𝑎𝑙/ℎ
𝑀

As medições das temperaturas foram realizadas às 13:00 horas, horário em


que se julgou que o trabalhador esteja mais exposto a carga térmica. Vale ressaltar
que como se trata de um armazém, o mesmo é considerado um local interno sem
carga solar direta e que os valores de temperatura tanto para a atividade de vistoria
quanto para a de limpeza foram os mesmos, sendo esses valores apresentados na
tabela 16.

Tabela 16 – Temperatura de globo e de bulbo úmido natural obtida para o conferente no armazém 1/2
Temperatura de globo [º𝑪]
25,3 25,3 25,3 25,3 25,3
Temperatura de bulbo úmido natural [º𝑪]
20,1 20,1 20,1 20,1 20,1
Fonte: Autoria própria

Obtendo-se a média das temperaturas de globo e das temperaturas de bulbo


úmido natural, utilizou-se esses valores na equação 9 para a obtenção do IBUTG para
este GHE, que possui um valor de:

𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 =21,66 º𝐶

Como os valores das temperaturas para as duas atividades foram semelhantes,


o IBUTG médio ponderado no tempo dado pela equação 11 tem o valor de:

𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 =21,66 º𝐶

Diante do valor da taxa metabólica ponderada no tempo, observa-se o valor


correspondente imediatamente igual ou superior da tabela 5 e compara-se o valor do
IBUTG médio ponderado no tempo obtido com o valor máximo de IBUTG
correspondente.
Observando a tabela 5, nota-se que o valor máximo de IBUTG permissível para
a atividade na taxa metabólica média ponderada no tempo é de:
123

𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 =28,5 º𝐶

Como o trabalhador está exposto a um valor de IBUTG inferior ao valor


correspondente na tabela 5, não é caracterizado o adicional de insalubridade de 20%
do salário mínimo da região decorrente do calor.

10.1.1.3 Sílica livre cristalizada (poeira respirável)

Foi realizada a coleta de poeira respirável no trabalhador de acordo com a


metodologia apresentada na seção 7.4.5.1.4. O aparelho utilizado para a realização
da medição foi a bomba de amostragem de ar, modelo BDXII, marca Gilian, assim
como foi o utilizado o termohigrômetro, modelo HK-T240, marca Hikari para a coleta
da temperatura e umidade, parâmetros requisitados pelo laboratório de análises.
Os parâmetros de coleta adotados estão apresentados na tabela 17.

Tabela 17 – Parâmetros de análise de poeira respirável para o armazém 1/2


Dados da amostragem
Data Vazão da bomba Tempo de Volume de ar
[L/min] amostragem (min) amostrado (L)
21/03/2019 1,7 411 698,7
Dados do ambiente
Temperatura Umidade
21,6 º C 73,0 %
Fonte: Autoria própria

Após realizada a amostragem, a coleta foi enviada para o laboratório, ao qual


utilizou como base as orientações do National institute for occupational safety and
health“, NIOSH (2003) e NIOSH (1998) para quantificação, nos retornando os
seguintes resultados presentes na tabela 18.

Tabela 18 – Quantificação da amostragem de poeira respirável para o armazém 1/2


Quantificação
Partículas respiráveis 0,11 mg/m³
Sílica livre cristalizada < 0,0072 mg/m³
% 𝑄𝑈𝐴𝑅𝑇𝑍𝑂 (𝑆𝑖 𝑂2 ) Ausente
Fonte: Autoria própria
124

Utilizando a equação 16 da seção 7.4.5.1.5, obtém-se que o valor do limite de


tolerância para a sílica livre cristalizada levando em consideração a poeira respirável
é de:

𝐿. 𝑇 =4 𝑚𝑔/𝑚³

Comparando-se o limite de tolerância com a quantidade de partículas


respiráveis obtida na amostra, observa-se que a quantidade de partículas respiráveis
está abaixo do limite de tolerância, sendo assim, não há o ensejo do adicional de 20%
do salário mínimo da região devido a insalubridade por sílica livre cristalizada em
função da poeira respirável.

10.1.1.4 Sílica livre cristalizada (poeira total)

Foi realizada a coleta de poeira total no trabalhador de acordo com a


metodologia apresentada na seção 7.4.5.1.2. O aparelho utilizado para a realização
da medição foi a bomba de amostragem de ar, modelo BDXII, marca Gilian, assim
como foi o utilizado o termohigrômetro, modelo HK-T240, marca Hikari para a coleta
da temperatura e umidade, parâmetros requisitados pelo laboratório de análises.
Os parâmetros de coleta adotados estão apresentados na tabela 19.

Tabela 19 – Parâmetros de análise de poeira total para o armazém 1/2


Dados da amostragem
Data Vazão da bomba Tempo de Volume de ar
[L/min] amostragem (min) amostrado (L)
21/03/2019 1,0 411 411,0
Dados do ambiente
Temperatura Umidade
21,6 º C 73,0 %
Fonte: Autoria própria

Após realizada a amostragem, a coleta foi enviada para o laboratório, ao qual


utilizou como base NIOSH (2003) e NIOSH (1994) para quantificação, nos retornando
os seguintes resultados presentes na tabela 20.
125

Tabela 20 – Quantificação da amostragem de poeira total para o armazém 1/2


Quantificação
Partículas totais 0,55 mg/m³
Sílica livre cristalizada < 0,0072 mg/m³
% 𝑄𝑈𝐴𝑅𝑇𝑍𝑂 (𝑆𝑖 𝑂2 ) Ausente
Fonte: Autoria própria

Utilizando a equação 15 da seção 7.4.5.1.3, obtém-se que o valor do limite de


tolerância para a sílica livre cristalizada levando em consideração a poeira total é de:

𝐿. 𝑇 =8 𝑚𝑔/𝑚³

Comparando-se o limite de tolerância com a quantidade de partículas totais


obtida na amostra, observa-se que a quantidade de partículas totais está abaixo do
limite de tolerância, sendo assim, não há o ensejo do adicional de 20% do salário
mínimo da região devido a insalubridade por sílica livre cristalizada em função da
poeira total.

10.1.2 Armazéns 1/2 (Operador de empilhadeira)

De acordo com o quadro 4, os trabalhadores situados nesse GHE estão


expostos aos seguintes riscos: Ruído; calor; sílica livre cristalizada (Poeira respirável);
sílica livre cristalizada (Poeira total) e vibração de corpo inteiro.

10.1.2.1 Ruído

Durante a vistoria, observou-se que os trabalhadores deste GHE estão


submetidos aos mesmos níveis sonoros que o conferente deste setor. Verificou-se,
também, que os trabalhadores utilizam os mesmos equipamentos de proteção
individual para a amenização do ruído. Sendo assim, a análise quantitativa de ruído
explicitada na seção 10.1.1.1 é válida para este GHE.
126

10.1.2.2 Calor

Para a avaliação de calor, foi utilizado o equipamento Medidor de stress


térmico, modelo TGD-200, marca Instrutherm.
Analisando a descrição de função e observando as atividades realizadas pelos
trabalhadores em vistoria, observou-se que as atividades realizadas basicamente são
as que requerem o uso da empilhadeira. Sendo assim, com base na tabela 4, a taxa
metabólica desse ramo de atividades é:

𝑘𝑐𝑎𝑙
𝑀 = 278,5898 (𝑇𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ 𝑜 𝑙𝑒𝑣𝑒 𝑐𝑜𝑚 𝑑𝑜𝑖𝑠𝑏𝑟𝑎ç𝑜𝑠 𝑒 𝑝𝑒𝑟𝑛𝑎𝑠 (𝑆𝑒𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜))

Como os trabalhadores executam tarefas com a mesma taxa metabólica, a taxa


̅ é de:
metabólica média ponderada no tempo 𝑀

̅ =278,5898 𝑘𝑐𝑎𝑙/ℎ
𝑀

As medições das temperaturas foram realizadas às 13:00 horas, horário em


que se julgou que o trabalhador esteja mais exposto a carga térmica. Vale ressaltar
que como se trata de um armazém, o mesmo é considerado um local interno sem
carga solar direta e que os valores de temperatura obtidos são os apresentados na
tabela 21.

Tabela 21 – Temperatura de globo e de bulbo úmido natural obtida para o operador de empilhadeira
no armazém 1/2
Temperatura de globo [º𝑪]
25,3 25,3 25,3 25,3 25,3
Temperatura de bulbo úmido natural [º𝑪]
20,1 20,1 20,1 20,1 20,1
Fonte: Autoria própria

Obtendo-se a média das temperaturas de globo e das temperaturas de bulbo


úmido natural, utiliza-se esses valores na equação 9 para a obtenção do IBUTG para
este GHE, que possui um valor de:

𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 =21,66 º𝐶
127

Como os valores das temperaturas para as suas atividades foram semelhantes,


o IBUTG médio ponderado no tempo dado pela equação 11 tem o valor de:

𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 =21,66 º𝐶

Diante do valor da taxa metabólica ponderada no tempo, observa-se o valor


correspondente imediatamente igual ou superior da tabela 5 e compara-se o valor do
IBUTG médio ponderado no tempo obtido com o valor máximo de IBUTG
correspondente.
Observando a tabela 5, nota-se que o valor máximo de IBUTG permissível para
a atividade na taxa metabólica média ponderada no tempo é de:

𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 =27,5 º𝐶

Como o trabalhador está exposto a um valor de IBUTG inferior ao valor


correspondente na tabela 5, não é caracterizado o adicional de insalubridade de 20%
do salário mínimo da região decorrente do calor.

10.1.2.3 Sílica livre cristalizada (poeira respirável)

Conforme observado, os trabalhadores estão expostos ao mesmo ambiente do


que o conferente, assim como mantém contato com as sementes por um período
equivalente de tempo. Como ambos realizam suas atividades apenas no armazém
1/2, pode-se considerar a exposição dos trabalhadores a sílica livre cristalizada em
relação à poeira respirável como a mesma do conferente, tendo sua análise
quantitativa exposta na seção 10.1.1.3.

10.1.2.4 Sílica livre cristalizada (poeira total)

Conforme observado, os trabalhadores estão expostos ao mesmo ambiente do


que o conferente, assim como mantém contato com as sementes por um período
equivalente de tempo. Como ambos realizam suas atividades apenas no armazém
128

1/2, pode-se considerar a exposição dos trabalhadores a sílica livre cristalizada em


relação à poeira total como a mesma do conferente, tendo sua análise quantitativa
exposta na seção 10.1.1.4.

10.1.2.5 Vibração de corpo inteiro

Para a avaliação de vibração de corpo inteiro, foi utilizado o equipamento


medidor de vibração, modelo SmartVib, marca Chrompack e o acelerômetro de corpo
inteiro, modelo CI, marca Chrompack.
Com o objetivo de realizar a análise quantitativa de vibração de corpo inteiro,
foi necessário identificar a marca e o modelo de empilhadeira utilizado, o tempo da
jornada de trabalho diária em que os trabalhadores executam suas funções na
mesma, assim como realizar a medição em um período suficiente que cubra todo tipo
de exposição do trabalhador à vibração. Esses parâmetros, assim como os resultados
dos valores de vibração apresentados pelo software do aparelho estão expostos na
tabela 22 a seguir.

Tabela 22 – Quantificação da análise de vibração no armazém 1/2


Parâmetros de análise
Equipamento Empilhadeira Hyster H50FT
Número de repetições 1
Tempo de exposição na jornada de trabalho [𝑚𝑖𝑛
] 360
Tempo amostrado [𝑚𝑖𝑛 ] 32,8
𝑚
𝑎𝑟𝑒𝑝 [ 2 ] 0,73
𝑠
𝑚 8,36
𝑉𝐷𝑉𝑒𝑥𝑝𝑥𝑖 [ 1,75 ]
𝑠𝑚
𝑉𝐷𝑉𝑒𝑥𝑝𝑦𝑖 [ 1,75] 8,23
𝑠
𝑚
𝑉𝐷𝑉𝑒𝑥𝑝𝑧𝑖 [ ] 5,41
𝑠 1,75
𝑚
𝑎𝑟𝑒𝑛 [ 2] 0,63
𝑠
𝑚 10,10
𝑉𝐷𝑉𝑅 [ 1,75 ]
𝑠
Fonte: Autoria própria

Comparando os valores da aceleração resultante de exposição normalizada


(𝑎𝑟𝑒𝑛) e do valor da dose de vibração resultante (𝑉𝐷𝑉𝑅) obtidos com os valores dos
respectivos limites de tolerância para vibração de corpo inteiro apresentados na seção
5.6.1, observa-se que os mesmos estão abaixo dos limites de tolerância previstos.
Sendo assim, não há o adicional de insalubridade de 20% do salário mínimo da região
por vibração de corpo inteiro.
129

10.2 Armazéns 3/4

O setor armazéns 3/4 possui três GHE, um para o conferente, outro para os
operadores de empilhadeira e mais um para o operador de empilhadeira I.

10.2.1 Armazéns 3/4 (Conferente)

De acordo com o quadro 4, o trabalhador situado nesse GHE está exposto aos
seguintes riscos: Ruído; calor; sílica livre cristalizada (Poeira respirável) e sílica livre
cristalizada (Poeira total).

10.2.1.1 Ruído

Foi realizado a dosimetria de ruído no trabalhador com o equipamento


audiodosímetro, modelo Wed 007, marca 01 dB, sendo que as informações sobre a
análise estão dispostas na tabela 23.

Tabela 23 – Dados da análise quantitativa de ruído do armazém 3/4

Parâmetros de configuração do Audiodosímetro

Nível limiar de integração Critério de referência Incremento de duplicação de dose

80 dB 85 dB 3

Dados da dosimetria

Data da medição Jornada de trabalho

19/03/2019 08h00min

Início da medição Término da medição

08h55min 17h45min

Período de intervalo Duração da medição

01hh32min 07h18min
130

Tabela 23 – Dados da análise quantitativa de ruído do armazém 3/4


(Conclusão)

Dados da dosimetria

Tempo de integração Circuito de resposta

1 segundo Slow

NEN (nível de exposição normalizado)

82,5 dB(A)

Equipamentos de proteção individual / atenuação

Protetor auricular (CA 17664 / NRRsf 17 dB) - Valor com atenuação NEN

65,4 dB(A)

Protetor auricular (CA 14235 / NRRsf 21 dB) - Valor com atenuação NEN: 68,7 dB(A)

61,5 dB(A)
Fonte: Autoria própria

De acordo com o software do aparelho, o nível de exposição normalizado


(NEN) possui um valor de:

𝑁𝐸𝑁 =82,5 𝑑𝐵(𝐴)

Todavia, observa-se que os trabalhadores utilizam protetores auriculares como


equipamento de proteção individual (EPI), aos quais possuem a finalidade de atenuar
o nível de ruído que o trabalhador está exposto.
De acordo com Brasil (2009), o protetor auricular com certificado de aprovação
(CA) número 17664 possui a capacidade de atenuar o ruído em 17 dB, enquanto o
protetor auricular com CA número 14235 possui a capacidade de atenuar o ruído em
21 dB.
O software utiliza para o cálculo de atenuação de ruído a metodologia expressa
por ABNT (2012), sendo assim, observa-se que os valores do NEN levando em
consideração o uso desses equipamentos de proteção individual são:

𝑁𝐸𝑁 ( 𝑃𝑟𝑜𝑡𝑒𝑡𝑜𝑟 𝑎𝑢𝑟𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟−𝐶𝐴 17664) =65,5 𝑑𝐵(𝐴)


𝑁𝐸𝑁 ( 𝑃𝑟𝑜𝑡𝑒𝑡𝑜𝑟 𝑎𝑢𝑟𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟−𝐶𝐴 14235) =61,5 𝑑𝐵(𝐴)
131

Avaliando o nível de exposição normalizado (NEN) sem a utilização de nenhum


tipo de EPI, observa-se que o valor está abaixo do valor permitido de 85 dB(A) para
uma exposição de oito horas de acordo com a tabela 2. Mesmo assim, os
trabalhadores utilizam EPIs que atenuam esse valor tanto para o nível permitido de
ruído quanto para o nível de ação, sendo assim, de acordo com a seção 5.4.1, não há
a concessão do adicional de insalubridade de 20% do salário mínimo da região por
ação do ruído.

10.2.1.2 Calor

Para a avaliação de calor, foi utilizado o equipamento Medidor de stress


térmico, modelo TGD-200, marca Instrutherm.
Analisando a descrição de função do conferente e observando seu trabalho no
período de vistoria na UBS, notou-se que suas tarefas são basicamente as de vistoria
de carga e de limpeza dos armazéns com a utilização de vassouras. Sendo assim,
com base na tabela 4, as taxas metabólicas para essas duas atividades,
respectivamente são:

𝑘𝑐𝑎𝑙 𝑘𝑚
𝑀1 =170,2493 (𝑇𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ 𝑜 𝑒𝑚 𝑚𝑜𝑣𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑑𝑒 2 )
ℎ ℎ
𝑘𝑐𝑎𝑙
𝑀2 =275,1504 (𝑇𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ 𝑜 𝑙𝑒𝑣𝑒 𝑑𝑒 𝑏𝑟𝑎ç𝑜𝑠)

Por meio de questionário com o conferente, o mesmo informou que em sua


hora de maior stress térmico o mesmo realiza 20 minutos a atividade de limpeza e 40
minutos a atividade de vistoria, sendo assim, utilizando a equação 12, a taxa
̅ é de:
metabólica média ponderada no tempo 𝑀

̅ =205,516 𝑘𝑐𝑎𝑙/ℎ
𝑀

As medições das temperaturas foram realizadas às 13:00 horas, horário em


que se julgou que o trabalhador esteja mais exposto a carga térmica. Vale ressaltar
que como se trata de um armazém, o mesmo é considerado um local interno sem
carga solar direta e que os valores de temperatura tanto para a atividade de vistoria
132

quanto para a de limpeza foram os mesmos, sendo esses valores apresentados na


tabela 24.

Tabela 24 – Temperatura de globo e de bulbo úmido natural obtida para o conferente no armazém 3/4
Temperatura de globo [º𝑪]
28,5 28,5 28,5 28,5 28,5
Temperatura de bulbo úmido natural [º𝑪]
21,4 21,4 21,4 21,4 21,4
Fonte: Autoria própria

Obtendo-se a média das temperaturas de globo e das temperaturas de bulbo


úmido natural, utiliza-se esses valores na equação 9 para a obtenção do IBUTG para
este GHE, que possui um valor de:

𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 =23,53 º𝐶

Como os valores das temperaturas para as duas atividades foram semelhantes,


o IBUTG médio ponderado no tempo dado pela equação 11 tem o valor de:

𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 =23,53 º𝐶

Diante do valor da taxa metabólica ponderada no tempo, observa-se o valor


correspondente imediatamente igual ou superior da tabela 5 e compara-se o valor do
IBUTG médio ponderado no tempo obtido com o valor máximo de IBUTG
correspondente.
Observando a tabela 5, nota-se que o valor máximo de IBUTG permissível para
a atividade na taxa metabólica média ponderada no tempo é de:

𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 =28,5 º𝐶

Como o trabalhador está exposto a um valor de IBUTG inferior ao valor


correspondente na tabela 5, não é caracterizado o adicional de insalubridade de 20%
do salário mínimo da região decorrente do calor.
133

10.2.1.3 Sílica livre cristalizada (poeira respirável)

Foi realizada a coleta de poeira respirável no trabalhador de acordo com a


metodologia apresentada na seção 7.4.5.1.4. O aparelho utilizado para a realização
da medição foi a bomba de amostragem de ar, modelo BDXII, marca Gilian, assim
como foi o utilizado o termohigrômetro, modelo HK-T240, marca Hikari para a coleta
da temperatura e umidade, parâmetros requisitados pelo laboratório de análises.
Os parâmetros de coleta adotados estão apresentados na tabela 25.

Tabela 25 – Parâmetros de análise de poeira respirável para o armazém 3/4


Dados da amostragem
Data Vazão da bomba Tempo de Volume de ar
[L/min] amostragem (min) amostrado (L)
22/03/2019 1,7 335 569,5
Dados do ambiente
Temperatura Umidade
22,3 º C 67,0 %
Fonte: Autoria própria

Após realizada a amostragem, a coleta foi enviada para o laboratório, ao qual


utilizou como base NIOSH (2003) e NIOSH (1998) para quantificação, nos retornando
os seguintes resultados presentes na tabela 26.

Tabela 26 - Quantificação da amostragem de poeira respirável para o armazém 3/4


Quantificação
Partículas respiráveis < 0,02 mg/m³
Sílica livre cristalizada < 0,0088 mg/m³
% 𝑄𝑈𝐴𝑅𝑇𝑍𝑂 (𝑆𝑖 𝑂2 ) Ausente
Fonte: Autoria própria

Utilizando a equação 16 da seção 7.4.5.1.5, obtém-se que o valor do limite de


tolerância para a sílica livre cristalizada levando em consideração à poeira respirável
é de:

𝐿. 𝑇 =4 𝑚𝑔/𝑚³

Comparando-se o limite de tolerância com a quantidade de partículas


respiráveis obtida na amostra, observa-se que a quantidade de partículas respiráveis
está abaixo do limite de tolerância, sendo assim, não há o ensejo do adicional de 20%
134

do salário mínimo da região devido a insalubridade por sílica livre cristalizada em


função da poeira respirável.

10.2.1.4 Sílica livre cristalizada (poeira total)

Foi realizada a coleta de poeira total no trabalhador de acordo com a


metodologia apresentada na seção 7.4.5.1.2. O aparelho utilizado para a realização
da medição foi a bomba de amostragem de ar, modelo BDXII, marca Gilian, assim
como foi o utilizado o termohigrômetro, modelo HK-T240, marca Hikari para a coleta
da temperatura e umidade, parâmetros requisitados pelo laboratório de análises.
Os parâmetros de coleta adotados estão apresentados na tabela 27.

Tabela 27 – Parâmetros de análise de poeira total para o armazém 3/4


Dados da amostragem
Data Vazão da bomba Tempo de Volume de ar
[L/min] amostragem (min) amostrado (L)
22/03/2019 1,0 335 335,0
Dados do ambiente
Temperatura Umidade
22,3 º C 67,0 %
Fonte: Autoria própria

Após realizada a amostragem, a coleta foi enviada para o laboratório, ao qual


foi utilizado como base NIOSH (2003) e NIOSH (1994) para quantificação, nos
retornando os seguintes resultados presentes na tabela 28.

Tabela 28 - Quantificação da amostragem de poeira total para o armazém 3/4


Quantificação
Partículas totais 0,18 mg/m³
Sílica livre cristalizada < 0,0088 mg/m³
% 𝑄𝑈𝐴𝑅𝑇𝑍𝑂 (𝑆𝑖 𝑂2 ) Ausente
Fonte: Autoria própria

Utilizando a equação 15 da seção 7.4.5.1.3, obtém-se que o valor do limite de


tolerância para a sílica livre cristalizada levando em consideração a poeira total é de:

𝐿. 𝑇 =8 𝑚𝑔/𝑚³
135

Comparando-se o limite de tolerância com a quantidade de partículas totais


obtida na amostra, observa-se que a quantidade de partículas totais está abaixo do
limite de tolerância, sendo assim, não há o ensejo do adicional de 20% do salário
mínimo da região devido a insalubridade por sílica livre cristalizada em função da
poeira total.

10.2.2 Armazéns 3/4 (Operador de empilhadeira)

De acordo com o quadro 4, os trabalhadores situados nesse GHE estão


expostos aos seguintes riscos: Ruído; calor; sílica livre cristalizada (Poeira respirável);
sílica livre cristalizada (Poeira total) e vibração de corpo inteiro.

10.2.2.1 Ruído

Durante a vistoria, observou-se que os trabalhadores deste GHE estão


submetidos aos mesmos níveis sonoros que o conferente deste setor. Verificou-se,
também, que os trabalhadores utilizam os mesmos equipamentos de proteção
individual para a amenização do ruído. Sendo assim, a análise quantitativa de ruído
explicitada na seção 10.2.1.1 é válida para este GHE.

10.2.2.2 Calor

Para a avaliação de calor, foi utilizado o equipamento Medidor de stress


térmico, modelo TGD-200, marca Instrutherm.
Analisando a descrição de função e observando as atividades realizadas pelos
trabalhadores em vistoria, observou-se que as atividades realizadas basicamente são
as que requerem o uso da empilhadeira. Sendo assim, com base na tabela 4, a taxa
metabólica desse ramo de atividade é:

𝑘𝑐𝑎𝑙
𝑀 = 278,5898 (𝑇𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ 𝑜 𝑙𝑒𝑣𝑒 𝑐𝑜𝑚 𝑑𝑜𝑖𝑠𝑏𝑟𝑎ç𝑜𝑠 𝑒 𝑝𝑒𝑟𝑛𝑎𝑠 (𝑆𝑒𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜))

Como os trabalhadores executam tarefas com a mesma taxa metabólica, a taxa


̅ é de:
metabólica média ponderada no tempo 𝑀
136

̅ =278,5898 𝑘𝑐𝑎𝑙/ℎ
𝑀

As medições das temperaturas foram realizadas às 13:00 horas, horário em


que se julgou que o trabalhador esteja mais exposto a carga térmica. Vale ressaltar
que como se trata de um armazém, o mesmo é considerado um local interno sem
carga solar direta e que os valores de temperatura obtidos são apresentados na tabela
29.

Tabela 29 – Temperatura de globo e de bulbo úmido natural obtida para o operador de empilhadeira
no armazém 3/4
Temperatura de globo [º𝑪]
28,5 28,5 28,5 28,5 28,5
Temperatura de bulbo úmido natural [º𝑪]
21,4 21,4 21,4 21,4 21,4
Fonte: Autoria própria

Obtendo-se a média das temperaturas de globo e das temperaturas de bulbo


úmido natural, utiliza-se esses valores na equação 9 para a obtenção do IBUTG para
este GHE, que possui um valor de:

𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 =23,53 º𝐶

Como os valores das temperaturas para as suas atividades foram semelhantes,


o IBUTG médio ponderado no tempo dado pela equação 11 tem o valor de:

𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 =23,53 º𝐶

Diante do valor da taxa metabólica ponderada no tempo, observa-se o valor


correspondente imediatamente igual ou superior da tabela 5 e compara-se o valor do
IBUTG médio ponderado no tempo obtido com o valor máximo de IBUTG
correspondente.
Observando a tabela 5, nota-se que o valor máximo de IBUTG permissível para
a atividade na taxa metabólica média ponderada no tempo é de:
137

𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 =27,5 º𝐶

Como o trabalhador está exposto a um valor de IBUTG inferior ao valor


correspondente na tabela 5, não é caracterizado o adicional de insalubridade de 20%
do salário mínimo da região decorrente do calor.

10.2.2.3 Sílica livre cristalizada (Poeira respirável)

Conforme observado, os trabalhadores estão expostos ao mesmo ambiente do


que o conferente, assim como mantém contato com as sementes por um período
equivalente de tempo. Como ambos realizam suas atividades apenas no armazém
3/4, pode-se considerar a exposição dos trabalhadores a sílica livre cristalizada em
relação à poeira respirável como a mesma do conferente, tendo sua análise
quantitativa exposta na seção 10.2.1.3.

10.2.2.4 Sílica livre cristalizada (poeira total)

Conforme observado, os trabalhadores estão expostos ao mesmo ambiente do


que o conferente, assim como mantém contato com as sementes por um período
equivalente de tempo. Como ambos realizam suas atividades apenas no armazém
3/4, pode-se considerar a exposição dos trabalhadores a sílica livre cristalizada em
relação à poeira total como a mesma do conferente, tendo sua análise quantitativa
exposta na seção 10.2.1.4.

10.2.2.5 Vibração de corpo inteiro

Para a avaliação de vibração de corpo inteiro, foi utilizado o equipamento


medidor de vibração, modelo SmartVib, marca Chrompack e o acelerômetro de corpo
inteiro, modelo CI, marca Chrompack.
Com o objetivo de realizar a análise quantitativa de vibração de corpo inteiro,
foi necessário identificar a marca e o modelo de empilhadeira utilizado, o tempo da
jornada de trabalho diária em que os trabalhadores executam suas funções na
mesma, assim como realizar a medição em um período suficiente que cubra todo tipo
138

de exposição do trabalhador à vibração. Esses parâmetros, assim como os resultados


dos valores de vibração apresentados pelo software do aparelho estão expostos na
tabela 30 a seguir.

Tabela 30 – Quantificação da análise de vibração no armazém 3/4


Parâmetros de análise
Equipamento Empilhadeira Hyster H50FT
Número de repetições 1
Tempo de exposição na jornada de trabalho [𝑚𝑖𝑛
] 300
Tempo amostrado [𝑚𝑖𝑛 ] 21,6
𝑚
𝑎𝑟𝑒𝑝 [ 2 ] 0,79
𝑠
𝑚 6,86
𝑉𝐷𝑉𝑒𝑥𝑝𝑥𝑖 [ 1,75 ]
𝑠
𝑚
𝑉𝐷𝑉𝑒𝑥𝑝𝑦𝑖 [ 1,75] 10,57
𝑠
𝑚
𝑉𝐷𝑉𝑒𝑥𝑝𝑧𝑖 [ ] 6,18
𝑠 1,75
𝑚
𝑎𝑟𝑒𝑛 [ 2] 0,62
𝑠
𝑚 11,30
𝑉𝐷𝑉𝑅 [ 1,75 ]
𝑠
Fonte: Autoria própria

Comparando os valores da aceleração resultante de exposição normalizada


(𝑎𝑟𝑒𝑛) e do valor da dose de vibração resultante (𝑉𝐷𝑉𝑅) obtidos com os valores dos
respectivos limites de tolerância para vibração de corpo inteiro apresentados na seção
5.6.1, observa-se que os mesmos estão abaixo dos limites de tolerância previstos.
Sendo assim, não há o adicional de insalubridade de 20% do salário mínimo da região
por vibração de corpo inteiro.

10.2.3 Armazéns 3/4 (Operador de empilhadeira I)

De acordo com o quadro 4, o trabalhador situado nesse GHE está exposto aos
seguintes riscos: Ruído; calor; eletricidade; fosfina; sílica livre cristalizada (Poeira
respirável); sílica livre cristalizada (Poeira total) e vibração de corpo inteiro.

10.2.3.1 Ruído

Durante a vistoria, observou-se que o trabalhador deste GHE está submetido


aos mesmos níveis sonoros que o conferente deste setor. Vale ressaltar que o
trabalhador realiza manutenções elétricas e mecânicas, além de realizar o expurgo
das sementes, porém, notou-se que o nível de ruído ocasionado por essas atividades
139

não é superior ao nível de ruído das demais atividades do trabalhador, aos quais são
semelhantes aos outros GHE deste mesmo setor. Verificou-se, também, que os
trabalhadores utilizam os mesmos equipamentos de proteção individual para a
amenização do ruído. Sendo assim, a análise quantitativa de ruído explicitada na
seção 7.6.2.1.1 é válida para este GHE.

10.2.3.2 Calor

Para a avaliação de calor, foi utilizado o equipamento Medidor de stress térmico,


modelo TGD-200, marca Instrutherm.
Analisando a descrição de função e observando as atividades realizadas pelo
trabalhador em vistoria, observou-se que as atividades realizadas são as que
requerem o uso da empilhadeira, a realização de manutenções elétricas e mecânicas
e a realização do processo de expurgo. Sendo assim, com base na tabela 4, as taxas
metabólicas desses três ramos de atividades são, respectivamente:

𝑘𝑐𝑎𝑙
𝑀1 =278,5898 (𝑇𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ 𝑜 𝑙𝑒𝑣𝑒 𝑐𝑜𝑚 𝑑𝑜𝑖𝑠𝑏𝑟𝑎ç𝑜𝑠 𝑒 𝑝𝑒𝑟𝑛𝑎𝑠 (𝑆𝑒𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜))

𝑘𝑐𝑎𝑙
𝑀2 =239,8968 (𝑇𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ 𝑜 𝑚𝑜𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑑𝑜𝑖𝑠𝑏𝑟𝑎ç𝑜𝑠)

𝑘𝑐𝑎𝑙
𝑀3 =300,0859 (𝑇𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ 𝑜 𝑚𝑜𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑢𝑥𝑎𝑟 𝑜𝑢 𝑒𝑚𝑝𝑢𝑟𝑟𝑎𝑟)

Por meio de questionário com o operador de empilhadeira I, o mesmo informou


que as atividades de manutenção elétrica e mecânica não são realizadas diariamente,
porém, quando realizadas, se dá por um período de uma hora e meia. De acordo com
o trabalhador, quando a atividade de expurgo é realizada, ela se dá por um período
de uma hora e meia por dia, sendo que o resto da jornada de trabalho é realizada com
atividades de operação da empilhadeira.
Em posse dessas informações, ajustando o tempo de cada atividade para o
período de uma hora de stress térmico mais intenso, as atividades de manutenção
elétrica e mecânica, assim como a atividade de realização do expurgo ocorrem por
um período de quinze minutos cada, enquanto as demais atividades com o uso da
140

empilhadeira ocorrem por um período de 30 minutos. Utilizando a equação 12, a taxa


̅ é de:
metabólica média ponderada no tempo 𝑀

̅ =274,29 𝑘𝑐𝑎𝑙/ℎ
𝑀

As medições das temperaturas foram realizadas às 13:00 horas, horário em


que se julgou que o trabalhador esteja mais exposto a carga térmica. Vale ressaltar
que como se trata de um armazém, o mesmo é considerado um local interno sem
carga solar direta e que os valores de temperatura tanto para os três tipos principais
de atividades foram os mesmos, sendo esses valores apresentados na tabela 31.

Tabela 31 – Temperatura de globo e de bulbo úmido natural obtida para o operador de empilhadeira I
no armazém 3/4
Temperatura de globo [º𝑪]
28,5 28,5 28,5 28,5 28,5
Temperatura de bulbo úmido natural [º𝑪]
21,4 21,4 21,4 21,4 21,4
Fonte: Autoria própria

Obtendo-se a média das temperaturas de globo e das temperaturas de bulbo


úmido natural, utiliza-se esses valores na equação 9 para a obtenção do IBUTG para
este GHE, que possui um valor de:

𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 =23,53 º𝐶

Os valores das temperaturas foram semelhantes para todas as atividades,


porém observa-se que para a realização do processo de expurgo, o trabalhador utiliza
um macacão de poliolefina para proteção contra os agentes químicos. Observa-se
que na tabela 3 que o valor do 𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 para esta atividade deve ser acrescido em 2 º𝐶.
Sendo assim, os valores do 𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 para as ações de uso de empilhadeira, realização
de manutenções elétricas e mecânicas e processo de expurgo são, respectivamente:

𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺1 =23,53 º𝐶

𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺2 =23,53 º𝐶
141

𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺3 =25,53 º𝐶

Para o cálculo do 𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 médio ponderado no tempo, utilizou-se a equação 11


e levou-se em consideração o tempo de cada atividade normalizado para a hora de
maior stress térmico, obtendo-se um valor de:

𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 =24,03 º𝐶

Diante do valor da taxa metabólica ponderada no tempo, observa-se o valor


correspondente imediatamente igual ou superior da tabela 5 e compara-se o valor do
𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 médio ponderado no tempo obtido com o valor máximo de 𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺
correspondente.
Observando a tabela 5, nota-se que o valor máximo de 𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 permissível para
a atividade na taxa metabólica média ponderada no tempo é de:

𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 =27,5 º𝐶

Como o trabalhador está exposto a um valor de 𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 inferior ao valor


correspondente na tabela 5, não é caracterizado o adicional de insalubridade de 20%
do salário mínimo da região decorrente do calor.

10.2.3.3 Eletricidade

Em entrevista e inspeção da atividade rotineira do trabalhador, constatou-se


que o mesmo realiza manutenções elétricas em todo a UBS, sendo que essas
manutenções podem ser em empilhadeiras, em máquinas ou no sistema de potência
em geral. Essas atividades são realizadas com os equipamentos desenergizados,
porém não é excluída a possibilidade de uma eventual energização acidental,
principalmente se tratando da troca de relés, chaves e painéis do sistema de potência
da empresa.
Analisando as atividades de manutenção elétrica que o trabalhador realiza,
nota-se que as mesmas se enquadram nas atividades descritas no grupo de
142

atividades 4 do quadro 2, em que se explicita a montagem, desmontagem, operação


e conservação de equipamentos elétricos.
Levando em consideração os artigos 1º e 2º do decreto número 93.412/1986
(BRASIL,1986), exemplificado na seção 5.8, existe a caracterização de periculosidade
para o trabalhador em decorrência de contato com a eletricidade, sendo assim, o
trabalhador tem direito ao adicional de 30 % do valor de seu salário sem acréscimos
de bonificações.

10.2.3.4 Fosfina

Foi realizada a coleta para avaliação de fosfina no trabalhador de acordo com


a metodologia apresentada na seção 7.4.5.3.1. O aparelho utilizado para a realização
da medição foi a bomba de amostragem de ar, modelo BDXII, marca Gilian, assim
como foi o utilizado o termohigrômetro, modelo HK-T240, marca Hikari para a coleta
da temperatura e umidade, parâmetros requisitados pelo laboratório de análises.
Os parâmetros de coleta adotados estão apresentados na tabela 32.

Tabela 32 - Quantificação da amostragem de fosfina


Dados da amostragem
Data Vazão da bomba Tempo de Volume de ar
[L/min] amostragem (min) amostrado (L)
21/03/2019 1,0 99 99,0
Dados do ambiente
Temperatura Umidade
22,5 º C 76,0 %
Fonte: Autoria própria

Após realizada a amostragem, a coleta foi enviada para o laboratório, ao qual


utilizou como base MetroPol (2013) para quantificação, nos retornando o seguinte
resultado da quantidade de fosfina presente:

𝐹𝑜𝑠𝑓𝑖𝑛𝑎=0,00071 𝑝𝑝𝑚

De acordo com a seção 7.4.5.3.2, o limite de tolerância para a fosfina é de:

𝐿. 𝑇 =0,5 𝑝𝑝𝑚
143

Comparando-se o limite de tolerância com a quantidade partículas de fosfina


obtida na amostra, observa-se que a quantidade de fosfina presente está abaixo do
limite de tolerância, sendo assim, não há o ensejo do adicional de 20% do salário
mínimo da região devido a insalubridade por fosfina.

10.2.3.5 Sílica livre cristalizada (Poeira respirável)

Conforme observado, o trabalhador está exposto ao mesmo ambiente que o


conferente e os operadores de empilhadeira, assim como mantém contato com as
sementes por um período equivalente de tempo. Como a maioria das atividades que
possam vir a provocar o contato com a sílica são realizadas no armazém 3/4, pode-
se considerar a exposição do trabalhador a sílica livre cristalizada em relação à poeira
respirável como a mesma do conferente e dos operadores de empilhadeira, tendo sua
análise quantitativa exposta na seção 10.2.1.3.

10.2.3.6 Sílica livre cristalizada (poeira total)

Conforme observado, o trabalhador está exposto ao mesmo ambiente que o


conferente e os operadores de empilhadeira, assim como mantém contato com as
sementes por um período equivalente de tempo. Como a maioria das atividades que
possam vir a provocar o contato com a sílica são realizadas no armazém 3/4, pode-
se considerar a exposição do trabalhador a sílica livre cristalizada em relação à poeira
total como a mesma do conferente e dos operadores de empilhadeira, tendo sua
análise quantitativa exposta na seção 10.2.1.4.

10.2.3.7 Vibração de corpo inteiro

De acordo com a vistoria e entrevista com o trabalhador, o mesmo informou


que as atividades de manutenção mecânica e elétrica, assim como o processo de
expurgo, não ocorrem diariamente, sendo que nos dias que não existe demanda para
estas atividades, sua rotina se baseia basicamente em funções desempenhadas com
a empilhadeira. Sendo assim, para um dia de trabalho com a maior exposição à
vibração, considera-se os resultados obtidos na seção 10.2.2.5 para este trabalhador.
144

10.3 Classificação

O setor classificação possui apenas um GHE, ao qual está lotado o


classificador de cereais.

10.3.1 Classificação (GHE)

De acordo com o quadro 4, o trabalhador situado nesse GHE está exposto aos
seguintes riscos: Ruído e calor.

10.3.1.1 Ruído

Foi realizado a dosimetria de ruído no trabalhador com o equipamento


audiodosímetro, modelo SmartdB, marca Chrompack, sendo que as informações
sobre a análise estão dispostas na tabela 33.

Tabela 33 – Dados da análise quantitativa de ruído do setor de classificação

Parâmetros de configuração do Audiodosímetro

Nível limiar de integração Critério de referência Incremento de duplicação de dose

80 dB 85 dB 3

Dados da dosimetria

Data da medição Jornada de trabalho

18/03/2019 08h00min

Início da medição Término da medição

08h08min 17h40min

Período de intervalo Duração da medição

02h11min 07h20min

Tempo de integração Circuito de resposta

1 segundo Slow

NEN (nível de exposição normalizado)

77,5 dB(A)
145

Tabela 33 – Dados da análise quantitativa de ruído do setor de classificação


(Conclusão)

Dados da dosimetria

Equipamentos de proteção individual / atenuação

Protetor auricular (CA 17664 / NRRsf 17 dB) - Valor com atenuação

60,5 dB(A)

Protetor auricular (CA 14235 / NRRsf 21 dB) - Valor com atenuação

56,5 dB(A)

Fonte: Autoria própria

De acordo com o software do aparelho, o nível de exposição normalizado


(NEN) possui um valor de:

𝑁𝐸𝑁 =77,5 𝑑𝐵(𝐴)

Todavia, observa-se que o trabalhador utiliza protetores auricular como


equipamento de proteção individual (EPI), aos quais possuem a finalidade de atenuar
o nível de ruído que o trabalhador está exposto.
De acordo com Brasil (2009), o protetor auricular com certificado de aprovação
(CA) número 17664 possui a capacidade de atenuar o ruído em 17 dB, enquanto o
protetor auricular com CA número 14235 possui a capacidade de atenuar o ruído em
21 dB.
O software utiliza para o cálculo de atenuação de ruído a metodologia expressa
por ABNT (2012), sendo assim, observa-se que os valores do NEN levando em
consideração o uso desses equipamentos de proteção individual são:

𝑁𝐸𝑁 ( 𝑃𝑟𝑜𝑡𝑒𝑡𝑜𝑟 𝑎𝑢𝑟𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟−𝐶𝐴 17664) =60,5 𝑑𝐵(𝐴)


𝑁𝐸𝑁 ( 𝑃𝑟𝑜𝑡𝑒𝑡𝑜𝑟 𝑎𝑢𝑟𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟−𝐶𝐴 14235) =56,5 𝑑𝐵(𝐴)

Avaliando o nível de exposição normalizado (NEN) sem a utilização de nenhum


tipo de EPI, observa-se que o valor está abaixo do valor permitido de 85 dB(A) para
uma exposição de oito horas de acordo com a tabela 2. Mesmo assim, os
trabalhadores utilizam EPIs que atenuam esse valor tanto para o nível permitido de
146

ruído quanto para o nível de ação, sendo assim, de acordo com a seção 5.4.1, não há
a concessão do adicional de insalubridade de 20% do salário mínimo da região por
ação do ruído.

10.3.1.2 Calor

Para a avaliação de calor, foi utilizado o equipamento Medidor de stress


térmico, modelo TGD-200, marca Instrutherm.
Analisando a descrição de função e observando as atividades realizadas pelo
trabalhador em vistoria, observou-se que as atividades realizadas são basicamente
as de trabalho de manipulação e controle no laboratório e de coleta e pesagem de
caminhões no ambiente externo. De acordo com o trabalhador, na hora de mais stress
térmico sofrido, o mesmo realiza as atividades no laboratório por 50 minutos e
atividades de pesagem e coleta nos caminhões por 10 minutos, ao qual desses, 5
minutos o trabalhador está subindo escadas e 5 minutos o trabalhador está descendo
escadas. Sendo assim, com base na tabela 4, as taxas metabólicas desses três ramos
de atividades são, respectivamente:

𝑘𝑐𝑎𝑙
𝑀1 =208,9423 (𝑇𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ 𝑜 𝑙𝑒𝑣𝑒 𝑐𝑜𝑚 𝑑𝑜𝑖𝑠𝑏𝑟𝑎ç𝑜𝑠)

𝑘𝑐𝑎𝑙
𝑀2 =448,8391 (𝑆𝑢𝑏𝑖𝑛𝑑𝑜𝑒𝑠𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑠𝑒𝑚 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎)

𝑘𝑐𝑎𝑙
𝑀3 =239,8968 (𝐷𝑒𝑠𝑐𝑒𝑛𝑑𝑜 𝑒𝑠𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑠𝑒𝑚 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎)

Em posse dessas informações e utilizando a equação 12, a taxa metabólica


̅ é de:
média ponderada no tempo 𝑀

̅ =231,5132 𝑘𝑐𝑎𝑙/ℎ
𝑀

As medições das temperaturas foram realizadas às 13:00 horas, horário em


que se julgou que o trabalhador esteja mais exposto a carga térmica. Vale ressaltar
que as atividades de controle e manipulação ocorrem em um setor coberto, sendo o
mesmo considerado um local interno sem carga solar direta, enquanto as atividades
147

de pesagem e coleta são realizadas ao ar livre, sofrendo ação direta da carga solar.
Sendo assim, os valores das temperaturas obtidas tanto para os locais sem carga
solar direta quanto para os locais com carga solar direta estão representados nas
tabelas 34 e 35, respectivamente:

Tabela 34 – Temperatura de globo e de bulbo úmido natural obtida para o classificador de cereais em
locais internos
Temperatura de globo [º𝑪]
24,9 25,0 24,9 24,9 24,9
Temperatura de bulbo úmido natural [º𝑪]
20,0 20,1 20,0 20,0 20,0
Fonte: Autoria própria

Obtendo-se a média das temperaturas de globo e das temperaturas de bulbo


úmido natural, utiliza-se esses valores na equação 9 para a obtenção do IBUTG para
este GHE, que possui um valor de:

𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺1 =21,49 º𝐶

Tabela 35 – Temperatura de globo, de bulbo úmido natural e de bulbo seco obtida para o classificador
de cereais em atividades ao ar livre
Temperatura de globo [º𝑪]
24,9 25,0 24,9 24,9 24,9
Temperatura de bulbo úmido natural [º𝑪]
20,0 20,1 20,0 20,0 20,0
Temperatura de bulbo seco [º𝑪]
28,5 28,5 28,4 28,4 28,4
Fonte: Autoria própria

Obtendo-se a média das temperaturas de globo, das temperaturas de bulbo


úmido natural e das temperaturas de bulbo seco, utiliza-se esses valores na equação
9 para a obtenção do IBUTG para este GHE, que possui um valor de:

𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺2 = 24,76 º𝐶

Para o cálculo do 𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 médio ponderado no tempo, utilizou-se a equação 11


e levou-se em consideração o tempo de cada atividade normalizado para a hora de
maior stress térmico, obtendo-se um valor de:
148

𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 =22,03 º𝐶

Diante do valor da taxa metabólica ponderada no tempo, observa-se o valor


correspondente imediatamente igual ou superior da tabela 5 e compara-se o valor do
𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 médio ponderado no tempo obtido com o valor máximo de 𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺
correspondente.
Observando a tabela 5, nota-se que o valor máximo de 𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 permissível para
a atividade na taxa metabólica média ponderada no tempo é de:

𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 =28,5 º𝐶

Como o trabalhador está exposto a um valor de 𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 inferior ao valor


correspondente na tabela 5, não é caracterizado o adicional de insalubridade de 20%
do salário mínimo da região decorrente do calor.

10.4 Expurgo

Como citado na seção 7.1.3 e observado no quadro 4, o setor de expurgo se


encontra dentro dos armazéns 3/4, sendo que o mesmo operador de empilhadeira I
do GHE correspondente no setor armazéns 3/4 é o mesmo trabalhador situado neste
setor. Como o processo de expurgo não ocorre diariamente, o trabalhador realiza suas
outras atividades normalmente nos armazéns 3/4. Sendo assim, a análise quantitativa
e qualitativa de riscos explicitada na seção 10.2.3 é válida para este setor.

10.5 Linha de Produção 1/2

O setor linha de produção 1/2 possui um GHE, ao qual abrange trabalhadores


que possuem as seguintes funções: Auxiliar de operador de máquinas; auxiliar de
produção; auxiliar de produção II; operador de máquina I e operador de máquina II.
149

10.5.1 Linha de produção 1/2 (GHE)

De acordo com o quadro 4, os trabalhadores situados neste GHE estão


expostos aos seguintes riscos: Ruído; calor; sílica livre cristalizada (Poeira respirável)
e sílica livre cristalizada (Poeira total).

10.5.1.1 Ruído

Foi realizado a dosimetria de ruído no trabalhador com o equipamento


audiodosímetro, modelo Wed 007, marca 01 dB, sendo que as informações sobre a
análise estão dispostas na tabela 36.

Tabela 36 – Dados da análise quantitativa de ruído na linha de produção 1/2

Parâmetros de configuração do Audiodosímetro

Nível limiar de integração Critério de referência Incremento de duplicação de dose

80 dB 85 dB 3

Dados da dosimetria

Data da medição Jornada de trabalho

18/03/2019 08h00min

Início da medição Término da medição

08h24min 17h37min

Período de intervalo Duração da medição

01h49min 07h34min

Tempo de integração Circuito de resposta

1 segundo Slow

NEN (nível de exposição normalizado)

95,6 dB(A)

Equipamentos de proteção individual / atenuação

Protetor auricular (CA 17664 / NRRsf 17 dB) - Valor com atenuação NEN

78,6 dB(A)
150

Tabela 36 – Dados da análise quantitativa de ruído na linha de produção 1/2

(Conclusão)

Equipamentos de proteção individual / atenuação

Protetor auricular (CA 14235 / NRRsf 21 dB) - Valor com atenuação NEN

74,6 dB(A)
Fonte: Autoria própria

De acordo com o software do aparelho, o nível de exposição normalizado


(NEN) possui um valor de:

𝑁𝐸𝑁 =95,6 𝑑𝐵(𝐴)

Todavia, observa-se que os trabalhadores utilizam protetores auriculares como


equipamento de proteção individual (EPI), aos quais possuem a finalidade de atenuar
o nível de ruído que o trabalhador está exposto.
De acordo com Brasil (2009), o protetor auricular com certificado de aprovação
(CA) número 17664 possui a capacidade de atenuar o ruído em 17 dB, enquanto o
protetor auricular com CA número 14235 possui a capacidade de atenuar o ruído em
21 dB.
O software utiliza para o cálculo de atenuação de ruído a metodologia expressa
por ABNT (2012), sendo assim, observa-se que os valores do NEN levando em
consideração o uso desses equipamentos de proteção individual são:

𝑁𝐸𝑁 ( 𝑃𝑟𝑜𝑡𝑒𝑡𝑜𝑟 𝑎𝑢𝑟𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟−𝐶𝐴 17664) =78,6𝑑𝐵(𝐴)


𝑁𝐸𝑁 ( 𝑃𝑟𝑜𝑡𝑒𝑡𝑜𝑟 𝑎𝑢𝑟𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟−𝐶𝐴 14235) =74,6 𝑑𝐵(𝐴)

Avaliando o nível de exposição normalizado (NEN) sem a utilização de nenhum


tipo de EPI, observa-se que o valor está acima do valor permitido de 85 dB(A) para
uma exposição de oito horas de acordo com a tabela 2. Entretanto, os trabalhadores
utilizam EPI que atenuam esse valor tanto para o nível permitido de ruído quanto para
o nível de ação, sendo assim, de acordo com a seção 5.4.1, não há a concessão do
adicional de insalubridade de 20% do salário mínimo da região por ação do ruído.
151

10.5.1.2 Calor

Para a avaliação de calor, foi utilizado o equipamento Medidor de stress


térmico, modelo TGD-200, marca Instrutherm.
Analisando a descrição de função dos trabalhadores lotados no setor e
observando suas atividades no período de vistoria na UBS, notou-se que suas tarefas
são basicamente as de ensacamento de grãos e monitoramento do processo
produtivo. Sendo assim, com base na tabela 4, as taxas metabólicas para essas duas
atividades, respectivamente são:

𝑘𝑐𝑎𝑙
𝑀1 =239,8968 (𝑇𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ 𝑜 𝑚𝑜𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑑𝑜𝑖𝑠𝑏𝑟𝑎ç𝑜𝑠)

𝑘𝑐𝑎𝑙 𝑘𝑚
𝑀2 =170,2493 (𝑇𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ 𝑜 𝑒𝑚 𝑚𝑜𝑣𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑑𝑒 2 )
ℎ ℎ

Por meio de questionário com o responsável pelo setor, o mesmo informou que
na hora de maior stress térmico os trabalhadores realizam 50 minutos a atividade de
ensacamento de grãos e 10 minutos a atividade de vistoria, sendo assim, utilizando a
̅ é de:
equação 12, a taxa metabólica média ponderada no tempo 𝑀

̅ =228,28 𝑘𝑐𝑎𝑙/ℎ
𝑀

As medições das temperaturas foram realizadas às 13:00 horas, horário em


que se julgou que o trabalhador esteja mais exposto a carga térmica. Vale ressaltar
que como se trata de um armazém, o mesmo é considerado um local interno sem
carga solar direta e que os valores de temperatura tanto para a atividade de vistoria
quanto para a de limpeza foram os mesmos, sendo esses valores apresentados na
tabela 37.

Tabela 37 – Temperatura de globo e de bulbo úmido natural obtida para a linha de produção 1/2
Temperatura de globo [º𝑪]
28,6 28,6 28,6 28,6 28,6
Temperatura de bulbo úmido natural [º𝑪]
21,4 21,4 21,4 21,4 21,4
Fonte: Autoria própria
152

Obtendo-se a média das temperaturas de globo e das temperaturas de bulbo


úmido natural, utiliza-se esses valores na equação 9 para a obtenção do IBUTG para
este GHE, que possui um valor de:

𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 =23,56 º𝐶

Como os valores das temperaturas para as suas atividades foram semelhantes,


o IBUTG médio ponderado no tempo dado pela equação 11 tem o valor de:

𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 =23,56 º𝐶

Diante do valor da taxa metabólica ponderada no tempo, observa-se o valor


correspondente imediatamente igual ou superior da tabela 5 e compara-se o valor do
IBUTG médio ponderado no tempo obtido com o valor máximo de IBUTG
correspondente.
Observando a tabela 5, nota-se que o valor máximo de IBUTG permissível para
a atividade na taxa metabólica média ponderada no tempo é de:

𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 =28,5 º𝐶

Como o trabalhador está exposto a um valor de IBUTG inferior ao valor


correspondente na tabela 5, não é caracterizado o adicional de insalubridade de 20%
do salário mínimo da região decorrente do calor.

10.5.1.3 Sílica livre cristalizada (Poeira respirável)

Foi realizada a coleta de poeira respirável no trabalhador de acordo com a


metodologia apresentada na seção 7.4.5.1.4. O aparelho utilizado para a realização
da medição foi a bomba de amostragem de ar, modelo BDXII, marca Gilian, assim
como foi o utilizado o termohigrômetro, modelo HK-T240, marca Hikari para a coleta
da temperatura e umidade, parâmetros requisitados pelo laboratório de análises.
Os parâmetros de coleta adotados estão apresentados na tabela 38.
153

Tabela 38 – Parâmetros de análise de poeira respirável para a linha de produção 1/2


Dados da amostragem
Data Vazão da bomba Tempo de Volume de ar
[L/min] amostragem (min) amostrado (L)
18/03/2019 1,7 394 669,8
Dados do ambiente
Temperatura Umidade
26,5º C 69,0 %
Fonte: Autoria própria

Após realizada a amostragem, a coleta foi enviada para o laboratório, ao qual


utilizou como base NIOSH (2003) e NIOSH (1998) para quantificação, nos retornando
os seguintes resultados presentes na tabela 39.

Tabela 39 - Quantificação da amostragem de poeira respirável para a linha de produção 1/2


Quantificação
Partículas respiráveis 0,22 mg/m³
Sílica livre cristalizada < 0,0075 mg/m³
% 𝑄𝑈𝐴𝑅𝑇𝑍𝑂 (𝑆𝑖 𝑂2 ) Ausente
Fonte: Autoria própria

Utilizando a equação 16 da seção 7.4.5.1.5, obtém-se que o valor do limite de


tolerância para a sílica livre cristalizada levando em consideração a poeira respirável
é de:

𝐿. 𝑇 =4 𝑚𝑔/𝑚³

Comparando-se o limite de tolerância com a quantidade de partículas


respiráveis obtida na amostra, observa-se que a quantidade de partículas respiráveis
está abaixo do limite de tolerância, sendo assim, não há o ensejo do adicional de 20%
do salário mínimo da região devido a insalubridade por sílica livre cristalizada em
função da poeira respirável.

10.5.1.4 Sílica livre cristalizada (Poeira total)

Foi realizada a coleta de poeira total no trabalhador de acordo com a


metodologia apresentada na seção 7.4.5.1.2. O aparelho utilizado para a realização
da medição foi a bomba de amostragem de ar, modelo BDXII, marca Gilian, assim
154

como foi o utilizado o termohigrômetro, modelo HK-T240, marca Hikari para a coleta
da temperatura e umidade, parâmetros requisitados pelo laboratório de análises.
Os parâmetros de coleta adotados estão apresentados na tabela 40.

Tabela 40 – Parâmetros de análise de poeira total para a linha de produção 1/2


Dados da amostragem
Data Vazão da bomba Tempo de Volume de ar
[L/min] amostragem (min) amostrado (L)
18/03/2019 1,0 394 394,0
Dados do ambiente
Temperatura Umidade
26,5º C 69,0 %
Fonte: Autoria própria

Após realizada a amostragem, a coleta foi enviada para o laboratório, ao qual


utilizou como base NIOSH (2003) e NIOSH (1994) para quantificação, nos retornando
os seguintes resultados presentes na tabela 41.

Tabela 41 - Quantificação da amostragem de poeira total para a linha de produção 1/2


Quantificação
Partículas totais 1,10 mg/m³
Sílica livre cristalizada < 0,0075 mg/m³
% 𝑄𝑈𝐴𝑅𝑇𝑍𝑂 (𝑆𝑖 𝑂2 ) Ausente
Fonte: Autoria própria

Utilizando a equação 15 da seção 7.4.5.1.3, obtém-se que o valor do limite de


tolerância para a sílica livre cristalizada levando em consideração a poeira total é de:

𝐿. 𝑇 =8 𝑚𝑔/𝑚³

Comparando-se o limite de tolerância com a quantidade de partículas totais


obtida na amostra, observa-se que a quantidade de partículas totais está abaixo do
limite de tolerância, sendo assim, não há o ensejo do adicional de 20% do salário
mínimo da região devido a insalubridade por sílica livre cristalizada em função da
poeira total.
155

10.6 Linha de Produção 3/4

O setor linha de produção 3/4 possui um GHE, ao qual abrange trabalhadores


que possuem as seguintes funções: Auxiliar de operador de máquinas; auxiliar de
produção; auxiliar de produção II; operador de máquina I e operador de máquina II.

10.6.1 Linha de Produção 3/4 (GHE)

De acordo com o quadro 4, os trabalhadores situados neste GHE estão expostos


aos seguintes riscos: Ruído; calor; sílica livre cristalizada (Poeira respirável) e sílica
livre cristalizada (Poeira total).

10.6.1.1 Ruído

Foi realizado a dosimetria de ruído no trabalhador com o equipamento


audiodosímetro, modelo Wed 007, marca 01 dB, sendo que as informações sobre a
análise estão dispostas na tabela 42.

Tabela 42 – Dados da análise quantitativa de ruído na linha de produção 3/4

Parâmetros de configuração do Audiodosímetro

Nível limiar de integração Critério de referência Incremento de duplicação de dose

80 dB 85 dB 3

Dados da dosimetria

Data da medição Jornada de trabalho

18/03/2019 08h00min

Início da medição Término da medição

08h28min 17h32min

Período de intervalo Duração da medição

01h45min 07h19min
156

Tabela 42 – Dados da análise quantitativa de ruído na linha de produção 3/4


(Conclusão)
Dados da dosimetria

Tempo de integração Circuito de resposta

1 segundo Slow

NEN (nível de exposição normalizado)

93,1 dB(A)

Equipamentos de proteção individual / atenuação

Protetor auricular (CA 17664 / NRRsf 17 dB) - Valor com atenuação

76,1 dB(A)

Protetor auricular (CA 14235 / NRRsf 21 dB) - Valor com atenuação

72,1 dB(A)
Fonte: Autoria própria

De acordo com o software do aparelho, o nível de exposição normalizado


(NEN) possui um valor de:

𝑁𝐸𝑁 =93,1 𝑑𝐵(𝐴)

Todavia, observa-se que os trabalhadores utilizam protetores auricular como


equipamento de proteção individual (EPI), aos quais possuem a finalidade de atenuar
o nível de ruído que o trabalhador está exposto.
De acordo com Brasil (2009), o protetor auricular com certificado de aprovação
(CA) número 17664 possui a capacidade de atenuar o ruído em 17 dB, enquanto o
protetor auricular com CA número 14235 possui a capacidade de atenuar o ruído em
21 dB.
O software utiliza para o cálculo de atenuação de ruído a metodologia expressa
por ABNT (2012), sendo assim, observa-se que os valores do NEN levando em
consideração o uso desses equipamentos de proteção individual são:

𝑁𝐸𝑁 ( 𝑃𝑟𝑜𝑡𝑒𝑡𝑜𝑟 𝑎𝑢𝑟𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟−𝐶𝐴 17664) =76,1𝑑𝐵(𝐴)


𝑁𝐸𝑁 ( 𝑃𝑟𝑜𝑡𝑒𝑡𝑜𝑟 𝑎𝑢𝑟𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟−𝐶𝐴 14235) =72,1 𝑑𝐵(𝐴)
157

Avaliando o nível de exposição normalizado (NEN) sem a utilização de nenhum


tipo de EPI, observa-se que o valor está acima do valor permitido de 85 dB(A) para
uma exposição de oito horas de acordo com a tabela 2. Entretanto, os trabalhadores
utilizam EPIs que atenuam esse valor tanto para o nível permitido de ruído quanto
para o nível de ação, sendo assim, de acordo com a seção 5.4.1, não há a concessão
do adicional de insalubridade de 20% do salário mínimo da região por ação do ruído.

10.6.1.2 Calor

Para a avaliação de calor, foi utilizado o equipamento Medidor de stress


térmico, modelo TGD-200, marca Instrutherm.
Analisando a descrição de função dos trabalhadores lotados no setor e
observando suasa atividades no período de vistoria na UBS, notou-se que suas
tarefas são basicamente as de ensacamento de grãos e monitoramento do processo
produtivo. Sendo assim, com base na tabela 4, as taxas metabólicas para essas duas
atividades, respectivamente são:

𝑘𝑐𝑎𝑙
𝑀1 =239,8968 (𝑇𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ 𝑜 𝑚𝑜𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑑𝑜𝑖𝑠𝑏𝑟𝑎ç𝑜𝑠)

𝑘𝑐𝑎𝑙 𝑘𝑚
𝑀2 =170,2493 (𝑇𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ 𝑜 𝑒𝑚 𝑚𝑜𝑣𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑑𝑒 2 )
ℎ ℎ

Por meio de questionário com o responsável pelo setor, o mesmo informou que
na hora de maior stress térmico os trabalhadores realizam 50 minutos a atividade de
ensacamento de grãos e 10 minutos a atividade de vistoria, sendo assim, utilizando a
̅ é de:
equação 12, a taxa metabólica média ponderada no tempo 𝑀

̅ =228,28 𝑘𝑐𝑎𝑙/ℎ
𝑀

As medições das temperaturas foram realizadas às 13:00 horas, horário em


que se julgou que o trabalhador esteja mais exposto a carga térmica. Vale ressaltar
que como se trata de um setor fechado, o mesmo é considerado um local interno sem
carga solar direta e que os valores de temperatura tanto para a atividade de vistoria
158

quanto para a de limpeza foram os mesmos, sendo esses valores apresentados na


tabela 43.

Tabela 43 – Temperatura de globo e de bulbo úmido natural obtida para a linha de produção 3/4
Temperatura de globo [º𝑪]
28,5 28,5 28,5 28,5 28,5
Temperatura de bulbo úmido natural [º𝑪]
21,4 21,4 21,4 21,4 21,4
Fonte: Autoria própria

Obtendo-se a média das temperaturas de globo e das temperaturas de bulbo


úmido natural, utiliza-se esses valores na equação 9 para a obtenção do IBUTG para
este GHE, que possui um valor de:

𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 =23,53 º𝐶

Como os valores das temperaturas para as suas atividades foram semelhantes,


o IBUTG médio ponderado no tempo dado pela equação 11 tem o valor de:

𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 =23,53 º𝐶

Diante do valor da taxa metabólica ponderada no tempo, observa-se o valor


correspondente imediatamente igual ou superior da tabela 5 e compara-se o valor do
IBUTG médio ponderado no tempo obtido com o valor máximo de IBUTG
correspondente.
Observando a tabela 5, nota-se que o valor máximo de IBUTG permissível para
a atividade na taxa metabólica média ponderada no tempo é de:

𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 =28,5 º𝐶

Como o trabalhador está exposto a um valor de IBUTG inferior ao valor


correspondente na tabela 5, não é caracterizado o adicional de insalubridade de 20%
do salário mínimo da região decorrente do calor.
159

10.6.1.3 Sílica livre cristalizada (Poeira respirável)

Foi realizada a coleta de poeira respirável no trabalhador de acordo com a


metodologia apresentada na seção 7.4.5.1.4. O aparelho utilizado para a realização
da medição foi a bomba de amostragem de ar, modelo BDXII, marca Gilian, assim
como foi o utilizado o termohigrômetro, modelo HK-T240, marca Hikari para a coleta
da temperatura e umidade, parâmetros requisitados pelo laboratório de análises.
Os parâmetros de coleta adotados estão apresentados na tabela 44.

Tabela 44 – Parâmetros de análise de poeira respirável para a linha de produção 3/4


Dados da amostragem
Data Vazão da bomba Tempo de Volume de ar
[L/min] amostragem (min) amostrado (L)
18/03/2019 1,7 372 632,4
Dados do ambiente
Temperatura Umidade
26,7 ºC 68,0%
Fonte: Autoria própria

Após realizada a amostragem, a coleta foi enviada para o laboratório, ao qual


utilizou como base NIOSH (2003) e NIOSH (1998) para quantificação, nos retornando
os seguintes resultados presentes na tabela 45.

Tabela 45 - Quantificação da amostragem de poeira respirável para a linha de produção 3/4


Quantificação
Partículas respiráveis 0,40 mg/m³
Sílica livre cristalizada < 0,0079 mg/m³
% 𝑄𝑈𝐴𝑅𝑇𝑍𝑂 (𝑆𝑖 𝑂2 ) Ausente
Fonte: Autoria própria

Utilizando a equação 16 da seção 7.4.5.1.5, obtém-se que o valor do limite de


tolerância para a sílica livre cristalizada levando em consideração a poeira respirável
é de:

𝐿. 𝑇 =4 𝑚𝑔/𝑚³

Comparando-se o limite de tolerância com a quantidade de partículas


respiráveis obtida na amostra, observa-se que a quantidade de partículas respiráveis
está abaixo do limite de tolerância, sendo assim, não há o ensejo do adicional de 20%
160

do salário mínimo da região devido a insalubridade por sílica livre cristalizada em


função da poeira respirável.

10.6.1.4 Sílica livre cristalizada (Poeira total)

Foi realizada a coleta de poeira total no trabalhador de acordo com a


metodologia apresentada na seção 7.4.5.1.2. O aparelho utilizado para a realização
da medição foi a bomba de amostragem de ar, modelo BDXII, marca Gilian, assim
como foi o utilizado o termohigrômetro, modelo HK-T240, marca Hikari para a coleta
da temperatura e umidade, parâmetros requisitados pelo laboratório de análises.
Os parâmetros de coleta adotados estão apresentados na tabela 46.

Tabela 46 – Parâmetros de análise de poeira total para a linha de produção 3/4


Dados da amostragem
Data Vazão da bomba Tempo de Volume de ar
[L/min] amostragem (min) amostrado (L)
18/03/2019 1,0 372 372,0
Dados do ambiente
Temperatura Umidade
26,7º C 68,0 %
Fonte: Autoria própria

Após realizada a amostragem, a coleta foi enviada para o laboratório, ao qual


utilizou como base NIOSH (2003) e NIOSH (1994) para quantificação, nos retornando
os seguintes resultados presentes na tabela 47.

Tabela 47 - Quantificação da amostragem de poeira total para a linha de produção 3/4


Quantificação
Partículas totais 2,41 mg/m³
Sílica livre cristalizada < 0,0079 mg/m³
% 𝑄𝑈𝐴𝑅𝑇𝑍𝑂 (𝑆𝑖 𝑂2 ) Ausente
Fonte: Autoria própria

Utilizando a equação 15 da seção 7.4.5.1.3, obtém-se que o valor do limite de


tolerância para a sílica livre cristalizada levando em consideração a poeira total é de:

𝐿. 𝑇 =8 𝑚𝑔/𝑚³

Comparando-se o limite de tolerância com a quantidade de partículas totais


obtida na amostra, observa-se que a quantidade de partículas totais está abaixo do
161

limite de tolerância, sendo assim, não há o ensejo do adicional de 20% do salário


mínimo da região devido a insalubridade por sílica livre cristalizada em função da
poeira total.

10.7 Moega 19/22

O setor moega 19/22 possui um GHE, ao qual abrange trabalhadores que


possuem as seguintes funções: Auxiliar de operador de máquinas; auxiliar de
produção; auxiliar de produção II; operador de máquina I e operador de máquina II.

10.7.1 Moega 19/22 (GHE)

De acordo com o quadro 4, os trabalhadores situados neste GHE estão expostos


aos seguintes riscos: Ruído; calor; sílica livre cristalizada (Poeira respirável) e sílica
livre cristalizada (Poeira total).

10.7.1.1 Ruído

Foi realizado a dosimetria de ruído no trabalhador com o equipamento


audiodosímetro, modelo Wed 007, marca 01 dB, sendo que as informações sobre a
análise estão dispostas na tabela 48.

Tabela 48 – Dados da análise quantitativa de ruído na Moega 19/22

Parâmetros de configuração do Audiodosímetro

Nível limiar de integração Critério de referência Incremento de duplicação de dose

80 dB 85 dB 3

Dados da dosimetria

Data da medição Jornada de trabalho

20/03/2019 08h00min

Início da medição Término da medição

09h30min 17h59min

Período de intervalo Duração da medição

02h24min 06h05min
162

Tabela 48 – Dados da análise quantitativa de ruído na Moega 19/22


(Conclusão)
Dados da dosimetria

Tempo de integração Circuito de resposta

1 segundo Slow

NEN (nível de exposição normalizado)

93,3 dB(A)

Equipamentos de proteção individual / atenuação

Protetor auricular (CA 17664 / NRRsf 17 dB) - Valor com atenuação

76,3 dB(A)
Protetor auricular (CA 14235 / NRRsf 21 dB) - Valor com atenuação

72,3 dB(A)
Fonte: Autoria própria

De acordo com o software do aparelho, o nível de exposição normalizado


(NEN) possui um valor de:

𝑁𝐸𝑁 =93,3 𝑑𝐵(𝐴)

Todavia, observa-se que os trabalhadores utilizam protetores auricular como


equipamento de proteção individual (EPI), aos quais possuem a finalidade de atenuar
o nível de ruído que o trabalhador está exposto.
De acordo com Brasil (2009), o protetor auricular com certificado de aprovação
(CA) número 17664 possui a capacidade de atenuar o ruído em 17 dB, enquanto o
protetor auricular com CA número 14235 possui a capacidade de atenuar o ruído em
21 dB.
O software utiliza para o cálculo de atenuação de ruído a metodologia expressa
por ABNT (2012), sendo assim, observa-se que os valores do NEN levando em
consideração o uso desses equipamentos de proteção individual são:

𝑁𝐸𝑁 ( 𝑃𝑟𝑜𝑡𝑒𝑡𝑜𝑟 𝑎𝑢𝑟𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟−𝐶𝐴 17664) =76,3𝑑𝐵(𝐴)


𝑁𝐸𝑁 ( 𝑃𝑟𝑜𝑡𝑒𝑡𝑜𝑟 𝑎𝑢𝑟𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟−𝐶𝐴 14235) =72,3 𝑑𝐵(𝐴)
163

Avaliando o nível de exposição normalizado (NEN) sem a utilização de nenhum


tipo de EPI, observa-se que o valor está acima do valor permitido de 85 dB(A) para
uma exposição de oito horas de acordo com a tabela 2. Entretanto, os trabalhadores
utilizam EPIs que atenuam esse valor tanto para o nível permitido de ruído quanto
para o nível de ação, sendo assim, de acordo com a seção 5.4.1, não há a concessão
do adicional de insalubridade de 20% do salário mínimo da região por ação do ruído.

10.7.1.2 Calor

Para a avaliação de calor, foi utilizado o equipamento Medidor de stress


térmico, modelo TGD-200, marca Instrutherm.
Analisando a descrição de função dos trabalhadores lotados no setor e
observando suas atividades no período de vistoria na UBS, notou-se que suas tarefas
são basicamente as de monitoramento do processo produtivo e abastecimento do
secador por meio de colocação de lenhas na fornalha. De acordo com os
trabalhadores, na hora de mais stress térmico sofrido, o mesmo realiza as atividades
de monitoramento por 50 minutos e atividade de abastecimento do secador por 10
minutos. Sendo assim, com base na tabela 4, as taxas metabólicas desses dois ramos
de atividades são, respectivamente:

𝑘𝑐𝑎𝑙 𝑘𝑚
𝑀2 =170,2493 (𝑇𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ 𝑜 𝑒𝑚 𝑚𝑜𝑣𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑑𝑒 2 )
ℎ ℎ
𝑘𝑐𝑎𝑙
𝑀2 = 425,6233 (Trabalho de carregar pesos com os braços )

Em posse dessas informações e utilizando a equação 12, a taxa metabólica


̅ é de:
média ponderada no tempo 𝑀

̅ =212,81 𝑘𝑐𝑎𝑙/ℎ
𝑀

As medições das temperaturas foram realizadas às 13:00 horas, horário em


que se julgou que o trabalhador esteja mais exposto a carga térmica. Vale ressaltar
que como se trata de um setor fechado, o mesmo é considerado um local interno sem
164

carga solar direta e que os valores de temperatura para as atividades de


monitoramento e para a atividade de abastecimento do secador estão expostos nas
tabelas 49 e 50, respectivamente.

Tabela 49 – Temperatura de globo e de bulbo úmido natural obtida para atividade de monitoramento
na moega 19/22
Temperatura de globo [º𝑪]
26,7 26,7 26,7 26,7 26,7
Temperatura de bulbo úmido natural [º𝑪]
21,4 21,4 21,4 21,4 21,4
Fonte: Autoria própria

Tabela 50 – Temperatura de globo e de bulbo úmido natural obtida para atividade de abastecimento
do secador na moega 19/22
Temperatura de globo [º𝑪]
36,4 36,4 36,4 36,4 36,4
Temperatura de bulbo úmido natural [º𝑪]
25,0 25,0 25,0 25,0 25,0
Fonte: Autoria própria

Obtendo-se a média das temperaturas de globo e das temperaturas de bulbo


úmido natural, utiliza-se esses valores na equação 9 para a obtenção dos valores
IBUTG para este GHE, que possuem um valor de:

𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺1 =22,99 º𝐶
𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺2 =28,42 º𝐶

Para o cálculo do 𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 médio ponderado no tempo, utilizou-se a equação 11


e levou-se em consideração o tempo de cada atividade normalizado para a hora de
maior stress térmico, obtendo-se um valor de:

𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 =23,22 º𝐶

Diante do valor da taxa metabólica ponderada no tempo, observa-se o valor


correspondente imediatamente igual ou superior da tabela 5 e compara-se o valor do
𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 médio ponderado no tempo obtido com o valor máximo de 𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺
correspondente.
165

Observando a tabela 5, nota-se que o valor máximo de 𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 permissível para


a atividade na taxa metabólica média ponderada no tempo é de:

𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 =28,5 º𝐶

̅̅̅̅̅̅̅̅̅ inferior ao valor


Como os trabalhadores estão expostos a um valor de 𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺
correspondente na tabela 5, não é caracterizado o adicional de insalubridade de 20%
do salário mínimo da região decorrente do calor.

10.7.1.3 Sílica livre cristalizada (Poeira respirável)

Foi realizada a coleta de poeira respirável no trabalhador de acordo com a


metodologia apresentada na seção 7.4.5.1.4. O aparelho utilizado para a realização
da medição foi a bomba de amostragem de ar, modelo BDXII, marca Gilian, assim
como foi o utilizado o termohigrômetro, modelo HK-T240, marca Hikari para a coleta
da temperatura e umidade, parâmetros requisitados pelo laboratório de análises.
Os parâmetros de coleta adotados estão apresentados na tabela 51.

Tabela 51 – Parâmetros de análise de poeira respirável para a Moega 19/22


Dados da amostragem
Data Vazão da bomba Tempo de Volume de ar
[L/min] amostragem (min) amostrado (L)
21/03/2019 1,7 431 732,7
Dados do ambiente
Temperatura Umidade
20,8 ºC 79,0 %
Fonte: Autoria própria

Após realizada a amostragem, a coleta foi enviada para o laboratório, ao qual


utilizou como base NIOSH (2003) e NIOSH (1998) para quantificação, nos retornando
os seguintes resultados presentes na tabela 52.

Tabela 52 - Quantificação da amostragem de poeira respirável para a Moega 19/22


Quantificação
Partículas respiráveis 0,17 mg/m³
Sílica livre cristalizada < 0,0068 mg/m³
% 𝑄𝑈𝐴𝑅𝑇𝑍𝑂 (𝑆𝑖 𝑂2 ) Ausente
Fonte: Autoria própria
166

Utilizando a equação 16 da seção 7.4.5.1.5, obtém-se que o valor do limite de


tolerância para a sílica livre cristalizada levando em consideração a poeira respirável
é de:

𝐿. 𝑇 =4 𝑚𝑔/𝑚³

Comparando-se o limite de tolerância com a quantidade de partículas


respiráveis obtida na amostra, observa-se que a quantidade de partículas respiráveis
está abaixo do limite de tolerância, sendo assim, não há o ensejo do adicional de 20%
do salário mínimo da região devido a insalubridade por sílica livre cristalizada em
função da poeira respirável.

10.7.1.4 Sílica livre cristalizada (Poeira total)

Foi realizada a coleta de poeira total no trabalhador de acordo com a


metodologia apresentada na seção 7.4.5.1.2. O aparelho utilizado para a realização
da medição foi a bomba de amostragem de ar, modelo BDXII, marca Gilian, assim
como foi o utilizado o termohigrômetro, modelo HK-T240, marca Hikari para a coleta
da temperatura e umidade, parâmetros requisitados pelo laboratório de análises.
Os parâmetros de coleta adotados estão apresentados na tabela 53.

Tabela 53 – Parâmetros de análise de poeira total para a Moega 19/22


Dados da amostragem
Data Vazão da bomba Tempo de Volume de ar
[L/min] amostragem (min) amostrado (L)
18/03/2019 1,0 431 431,0
Dados do ambiente
Temperatura Umidade
20,8 ºC 79,0 %
Fonte: Autoria própria

Após realizada a amostragem, a coleta foi enviada para o laboratório, ao qual


utilizou como base NIOSH (2003) e NIOSH (1994) para quantificação, nos retornando
os seguintes resultados presentes na tabela 54.
167

Tabela 54 - Quantificação da amostragem de poeira total para a Moega 19/22


Quantificação
Partículas totais 0,28 mg/m³
Sílica livre cristalizada < 0,0068 mg/m³
% 𝑄𝑈𝐴𝑅𝑇𝑍𝑂 (𝑆𝑖 𝑂2 ) Ausente
Fonte: Autoria própria

Utilizando a equação 15 da seção 7.4.5.1.3, obtém-se que o valor do limite de


tolerância para a sílica livre cristalizada levando em consideração a poeira total é de:

𝐿. 𝑇 =8 𝑚𝑔/𝑚³

Comparando-se o limite de tolerância com a quantidade de partículas totais


obtida na amostra, observa-se que a quantidade de partículas totais está abaixo do
limite de tolerância, sendo assim, não há o ensejo do adicional de 20% do salário
mínimo da região devido a insalubridade por sílica livre cristalizada em função da
poeira total.

10.8 Tratamento de Sementes

O setor moega 19/22 possui um GHE, ao qual abrange trabalhadores que


possuem a função de assistente técnico de produção.

10.8.1 Tratamento de sementes (GHE)

De acordo com o quadro 4, os trabalhadores situados neste GHE estão


expostos aos seguintes riscos: Ruído; calor e naftas aromáticas.

10.8.1.1 Ruído

Foi realizado a dosimetria de ruído no trabalhador com o equipamento


audiodosímetro, modelo Wed 007, marca 01 dB, sendo que as informações sobre a
análise estão dispostas na tabela 55.
168

Tabela 55 – Dados da análise quantitativa de ruído no tratamento de sementes

Parâmetros de configuração do Audiodosímetro

Nível limiar de integração Critério de referência Incremento de duplicação de dose

80 dB 85 dB 3

Dados da dosimetria

Data da medição Jornada de trabalho

20/03/2019 08h00min

Início da medição Término da medição

09h09min 18h00min

Período de intervalo Duração da medição

02h41min 06h10min

Tempo de integração Circuito de resposta

1 segundo Slow

Dados da dosimetria

NEN (nível de exposição normalizado)

87,3 dB(A)

Equipamentos de proteção individual / atenuação

Protetor auricular (CA 17664 / NRRsf 17 dB) - Valor com atenuação

70,3 dB(A)

Protetor auricular (CA 14235 / NRRsf 21 dB) - Valor com atenuação

Protetor auricular (CA 14235 / NRRsf 21 dB) - Valor com atenuação

66,3 dB(A)
Fonte: Autoria própria

De acordo com o software do aparelho, o nível de exposição normalizado


(NEN) possui um valor de:

𝑁𝐸𝑁 =87,3 𝑑𝐵(𝐴)

Todavia, observa-se que os trabalhadores utilizam protetores auricular como


equipamento de proteção individual (EPI), aos quais possuem a finalidade de atenuar
o nível de ruído que o trabalhador está exposto.
169

De acordo com Brasil (2009), o protetor auricular com certificado de aprovação


(CA) número 17664 possui a capacidade de atenuar o ruído em 17 dB, enquanto o
protetor auricular com CA número 14235 possui a capacidade de atenuar o ruído em
21 dB.
O software utiliza para o cálculo de atenuação de ruído a metodologia expressa
por ABNT (2012), sendo assim, observa-se que os valores do NEN levando em
consideração o uso desses equipamentos de proteção individual são:

𝑁𝐸𝑁 ( 𝑃𝑟𝑜𝑡𝑒𝑡𝑜𝑟 𝑎𝑢𝑟𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟−𝐶𝐴 17664) =70,3𝑑𝐵(𝐴)


𝑁𝐸𝑁 ( 𝑃𝑟𝑜𝑡𝑒𝑡𝑜𝑟 𝑎𝑢𝑟𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟−𝐶𝐴 14235) =66,3 𝑑𝐵(𝐴)

Avaliando o nível de exposição normalizado (NEN) sem a utilização de nenhum


tipo de EPI, observa-se que o valor está acima do valor permitido de 85 dB(A) para
uma exposição de oito horas de acordo com a tabela 2. Entretanto, os trabalhadores
utilizam EPIs que atenuam esse valor tanto para o nível permitido de ruído quanto
para o nível de ação, sendo assim, de acordo com a seção 5.4.1, não há a concessão
do adicional de insalubridade de 20% do salário mínimo da região por ação do ruído.

10.8.1.2 Calor

Para a avaliação de calor, foi utilizado o equipamento Medidor de stress


térmico, modelo TGD-200, marca Instrutherm.
Analisando a descrição de função dos trabalhadores lotados no setor e
observando suas atividades no período de vistoria na UBS, notou-se que suas tarefas
são basicamente as de monitoramento do processo produtivo, colocação do produto
Cruiser Opti nas máquinas para a ação nas sementes e o fechamento das sacarias
para transporte aos armazéns. Sendo assim, com base na tabela 4, as taxas
metabólicas para essas três atividades, respectivamente são:

𝑘𝑐𝑎𝑙 𝑘𝑚
𝑀1 =170,2493 (𝑇𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ 𝑜 𝑒𝑚 𝑚𝑜𝑣𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑑𝑒 2 )
ℎ ℎ
𝑘𝑐𝑎𝑙
𝑀2 =185,7265 (𝑇𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ 𝑜 𝑙𝑒𝑣𝑒 𝑐𝑜𝑚 𝑑𝑜𝑖𝑠𝑏𝑟𝑎ç𝑜𝑠)

170

𝑘𝑐𝑎𝑙
𝑀3 =239,8968 (𝑇𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ 𝑜 𝑚𝑜𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑑𝑜𝑖𝑠𝑏𝑟𝑎ç𝑜𝑠)

Por meio de questionário com os trabalhadores lotados no setor, constatou-se


que na hora de maior stress térmico os mesmos realizam por 40 minutos a atividade
de monitoramento do processo produtivo, assim como realizam por 10 minutos a
colocação do produto Cruiser Opti nas máquinas e 10 minutos a atividade de fecharia
das sacarias, sendo assim, utilizando a equação 12, a taxa metabólica média
̅ é de:
ponderada no tempo 𝑀

̅ =184,4367 𝑘𝑐𝑎𝑙/ℎ
𝑀

As medições das temperaturas foram realizadas às 13:00, horário em que se


julgou que o trabalhador esteja mais exposto a carga térmica. Vale ressaltar que como
se trata de um setor fechado, o mesmo é considerado um local interno sem carga
solar direta e que os valores de temperatura para todas as atividades foram as
mesmas, sendo esses valores apresentados na tabela 56.

Tabela 56 – Temperatura de globo e de bulbo úmido natural obtida no setor tratamento de sementes
Temperatura de globo [º𝑪]
26,2 26,2 26,2 26,2 26,2
Temperatura de bulbo úmido natural [º𝑪]
21,0 21,0 21,0 21,0 21,1
Fonte: Autoria própria

Obtendo-se a média das temperaturas de globo e das temperaturas de bulbo


úmido natural, utiliza-se esses valores na equação 9 para a obtenção do IBUTG para
este GHE, que possui um valor de:

𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 =22,57 º𝐶

Como os valores das temperaturas para as três atividades foram semelhantes,


o IBUTG médio ponderado no tempo dado pela equação 11 tem o valor de:

𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 =22,57 º𝐶
171

Diante do valor da taxa metabólica ponderada no tempo, observa-se o valor


correspondente imediatamente igual ou superior da tabela 5 e compara-se o valor do
IBUTG médio ponderado no tempo obtido com o valor máximo de IBUTG
correspondente.
Observando a tabela 5, nota-se que o valor máximo de IBUTG permissível para
a atividade na taxa metabólica média ponderada no tempo é de:

𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 =30,0 º𝐶

Como o trabalhador está exposto a um valor de IBUTG inferior ao valor


correspondente na tabela 5, não é caracterizado o adicional de insalubridade de 20%
do salário mínimo da região decorrente do calor.

10.8.1.3 Naftas aromáticas

Foi realizada a coleta de poeira total no trabalhador de acordo com a


metodologia apresentada na seção 7.4.5.1.2. O aparelho utilizado para a realização
da medição foi a bomba de amostragem de ar, modelo BDXII, marca Gilian, assim
como foi o utilizado o termohigrômetro, modelo HK-T240, marca Hikari para a coleta
da temperatura e umidade, parâmetros requisitados pelo laboratório de análises.
Os parâmetros de coleta adotados estão apresentados na tabela 57.

Tabela 57 – Parâmetros de análise para naftas aromáticas


Dados da amostragem
Data Vazão da bomba Tempo de Volume de ar
[L/min] amostragem (min) amostrado (L)
20/03/2019 0,1 149 14,9
Dados do ambiente
Temperatura Umidade
26,2 ºC 68,0 %
Fonte: Autoria própria

Após realizada a amostragem, a coleta foi enviada para o laboratório, ao qual


utilizou como base NIOSH (1994), nos retornando os seguintes resultados, aos quais
estão presentes ao lado de seus respectivos limites de tolerância na tabela 58.
172

Tabela 58 – Componentes da nafta aromática, concentração quantificada e seus respectivos limites


de tolerância pela NR-15 (Anexo XI) e ACGIH (2019)
Substância Concentração Limite de tolerância Limite de tolerância
(mg/m³) (NR-15, Anexo XI) (ACGIH,2019) (mg/m³)
(mg/m³)
Cumeno < 0,03 190 246
Trimetilbenzeno 0,24 - 123
Benzeno < 0,06 - 1,6
Etilbenzeno < 0,06 340 87
Hexadecano < 0,05 - -
Decano < 0,05 - -
n-Dodecano < 0,05 - -
Heptano < 0,05 - 1640
Hexano Técnico < 0,04 - 176
n-Pentano < 0,04 1400 2950
Pentadecano < 0,05 - -
Tetradecano < 0,05 - -
Tridecano < 0,05 - -
Undecano < 0,05 - -
Octano < 0,06 - 1401
Nonano < 0,05 - 1050
Metilciclohexano <0,04 - 1610
Ciclohexano < 0,04 820 350
Tolueno < 0,06 290 75
Ciclopentano < 0,03 - 1720
Xileno < 0,06 340 434
Naftas C5-C16 (PCR) 0,24 - 100
Fonte: Autoria própria

Comparando a quantidade presente de cada componente que compõe a nafta


aromática, observa-se que todos estão abaixo do seu limite de tolerância. Sendo
assim, não há o ensejo ao adicional de insalubridade de 20% do salário mínimo da
região devido ao contato com nafta aromática.
173

ANEXO
174

ANEXO A

Certificado de Calibração dos Equipamentos


CERTIFICADO DE CALIBRAÇÃO Nº 01080/18
Folha: 1/1
1 – Dados

Contratante: Fabio Henrique Ribeiro & Cia Ltda – Me – Fast Consultoria


Endereço: Rua São Jerônimo, 16 – Sala 214 – Centro - Londrina - PR – 86010-480
Instrumento: Calibrador Acústico
Fabricante: Instrutherm Modelo: CAL 3000
Nº de série: IEC 942 Nº da Ordem: 14624
Identificação: IEC 942 Nº de Patrimônio: NC
Capacidade: 114 dB Valor de uma divisão: NC
Local da Calibração: In loco

2 – Condições Ambientais

Temperatura Ambiente: Pressão Atmosférica: Umidade Relativa:


26,22 ºC 911 mbar 75,16 %

3 – Padrões Utilizados

Tipo Identificação Nº do certificado Emitente Validade


Medidor de Nível Sonoro DC-001 091.774 CHROMPACK 12/2018
Rastreabilidade: RBC – Rede Brasileira de Calibração

4 – Procedimento de Calibração

Método de Comparação direta com três ciclos de medições de acordo com procedimento DT-LC-PC-001. Edição
01 Revisão 03.

5 – Resultado

Valor Indicado Valor médio Incerteza Padrão Erro de Incerteza Fator de


no Instrumento medido Indicação Expandida Abrangência
94,0 dB 94,0 dB 0,2000 dB 0,0 dB 0,22 dB 2,00
114,0 dB 112,0 dB 0,2000 dB 2,0 dB 0,22 dB 2,00

Data da Calibração: 16/01/2018


Data da emissão: 30/01/2018

Metrologista(s): Lucas Eduardo Periotto


CREA PR 151184/TD
Assinado digitalmente.
6 – Notas
1 – A incerteza expandida relatada é baseada em uma incerteza padronizada combinada, multiplicada por um fator de abrangência
K=2, para um nível de confiança de aproximadamente 95%.
2 – O presente certificado refere-se exclusivamente ao material calibrado.
3 – É proibida a reprodução parcial do presente certificado.

AVENIDA CERRO AZUL, 1887, SALA 04 – CEP: 87010-055 – MARINGÁ - PARANÁ


CNPJ: 28.007.123/0001-73 – TEL: (44) 3222-3310
Email: invision@invision.net.br e qualidade@invision.net.br
www.invisionassistencia.com.br
CERTIFICADO DE CALIBRAÇÃO Nº 01081/18
Folha: 1/1
1 – Dados

Contratante: Fabio Henrique Ribeiro & Cia Ltda – Me – Fast Consultoria


Endereço: Rua São Jerônimo, 16 – Sala 214 – Centro - Londrina - PR – 86010-480
Instrumento: Calibrador Acústico
Fabricante: Instrutherm Modelo: CAL 4000
Nº de série: 130303211 Nº da Ordem: 14625
Identificação: 130303211 Nº de Patrimônio: NC
Capacidade: 114 dB Valor de uma divisão: NC
Local da Calibração: In loco

2 – Condições Ambientais

Temperatura Ambiente: Pressão Atmosférica: Umidade Relativa:


26,12 ºC 911 mbar 75,16 %

3 – Padrões Utilizados

Tipo Identificação Nº do certificado Emitente Validade


Medidor de Nível Sonoro DC-001 091.774 CHROMPACK 12/2018
Rastreabilidade: RBC – Rede Brasileira de Calibração

4 – Procedimento de Calibração

Método de Comparação direta com três ciclos de medições de acordo com procedimento DT-LC-PC-001. Edição
01 Revisão 03.

5 – Resultado

Valor Indicado Valor médio Incerteza Padrão Erro de Incerteza Fator de


no Instrumento medido Indicação Expandida Abrangência
94,0 dB 94,0 dB 0,2000 dB 0,0 dB 0,22 dB 2,00
114,0 dB 114,0 dB 0,2000 dB 0,0 dB 0,22 dB 2,00

Data da Calibração: 16/01/2018


Data da emissão: 30/01/2018

Metrologista(s): Lucas Eduardo Periotto


CREA PR 151184/TD
Assinado digitalmente.
6 – Notas
1 – A incerteza expandida relatada é baseada em uma incerteza padronizada combinada, multiplicada por um fator de abrangência
K=2, para um nível de confiança de aproximadamente 95%.
2 – O presente certificado refere-se exclusivamente ao material calibrado.
3 – É proibida a reprodução parcial do presente certificado.

AVENIDA CERRO AZUL, 1887, SALA 04 – CEP: 87010-055 – MARINGÁ - PARANÁ


CNPJ: 28.007.123/0001-73 – TEL: (44) 3222-3310
Email: invision@invision.net.br e qualidade@invision.net.br
www.invisionassistencia.com.br
CERTIFICADO DE CALIBRAÇÃO Nº 02750/18
Folha: 1/1
1 – Dados

Contratante: Fabio Henrique Ribeiro e Cia Ltda-Me - Fast Consultoria


Endereço: Rua São Jerônimo, 16 – Sala 214 – Centro - Londrina - PR – 86010-480
Instrumento: Calibrador de Bomba de Amostragem (Baixa Vazão)
Fabricante: Zefon Internacional Modelo: NC
Nº de série: 021953 A Nº da Ordem: 14880
Identificação: 021953 A Nº de Patrimônio: NC
Capacidade: 0,50 L/min Valor de uma divisão: NC
Local da Calibração: Invision

2 – Condições Ambientais

Temperatura Ambiente: Pressão Atmosférica: Umidade Relativa:


32,12 ºC 960 mbar 34,02 %

3 – Padrões Utilizados

Tipo Identificação Nº do certificado Emitente Validade


Medidor de Vazão MVG-001 092.086 CHROMPACK 01/2019
Rastreabilidade: RBC – Rede Brasileira de Calibração

4 – Procedimento de Calibração

Método de Comparação direta com três ciclos de medições de acordo com procedimento DT-LC-PC-042. Edição
01 Revisão 03

5 – Resultado

Valor Indicado Valor médio Incerteza Padrão Erro de Incerteza Fator de


no Instrumento medido Indicação Expandida Abrangência
0,10 L /min 0,12 L /min 0,003 L /min 0,02 L /min 0,048 L /min 2,00
0,30 L /min 0,33 L /min 0,003 L /min 0,03 L /min 0,048 L /min 2,00
0,50 L /min 0,47 L /min 0,003 L /min -0,03 L /min 0,048 L /min 2,00

Data da Calibração: 07/02/2018


Data da emissão: 20/02/2018

Metrologista(s): Lucas Eduardo Periotto


CREA PR 151184/TD
Assinado digitalmente.
6 – Notas
1 – A incerteza expandida relatada é baseada em uma incerteza padronizada combinada, multiplicada por um fator de abrangência
K=2, para um nível de confiança de aproximadamente 95%.
2 – O presente certificado refere-se exclusivamente ao material calibrado.
3 – É proibida a reprodução parcial do presente certificado.

AVENIDA CERRO AZUL, 1887, SALA 04 – CEP: 87010-055 – MARINGÁ - PARANÁ


CNPJ: 28.007.123/0001-73 – TEL: (44) 3222-3310
Email: invision@invision.net.br e qualidade@invision.net.br
www.invisionassistencia.com.br

Você também pode gostar