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BEIRA
2020
ARMANDO SEBASTIÃO BALATE
BEIRA
2020
II
AVALIAÇÃO FINAL – PARECER DO ORIENTADOR
III
DECLARAÇÃO DE HONRA
Eu, ARMANDO SEBASTIÃO BALATE, declaro que esta Monografia é resultado do meu
próprio trabalho e está a ser submetida para a obtenção do grau de Licenciado em Engenharia
de Processos Industriais na Universidade Zambeze, Beira.
Ela não foi antes submetida para a obtenção de nenhum outro grau académico ou para
avaliação em nenhuma outra Universidade.
IV
DEDICATÓRIA
Dedico o presente trabalho aos meus pais, Sebastião Gil Balate e Palmira Armando Magul,
por incansavelmente cuidarem-me e educarem-me, sem a vossa colaboração esta formação
não seria concluída com sucesso.
V
AGRADECIMENTO
A conclusão deste curso, assim como a realização deste trabalho não seria possível sem a
colaboração e disponibilidade de certas pessoas que foram como uma estrutura sólida e fonte
inspiradora para a sua concretização. Deste modo quero agradecer:
A Deus pelo dom da vida e conhecimento, pela saúde, e por colocar pessoas
maravilhosas nesta caminhada.
Aos meus pais Sebastião Gil Balate e Palmira Armando Magul, aos meus irmãos,
Azarias Augusto, Laurinda Daniel, Evaristo Sebastião, Gil Sebastião, Orlando
Sebastião, e Pinto Sebastião pela forca, apoio incansável durante toda a jornada da
minha formação;
VI
RESUMO
VII
ABSTRACT
Cereal processing factories are mostly characterized by activities that determine the load
manual, which often require workers to adopt different postures for processing them, as well
as for loading weight that at some point exceeds the acceptable limits. The ignorance of the
concepts related to ergonomics-biomechanics and lack of training, in turn, boost the
exponential growth of exposure to musculoskeletal risks. With the present work it was
intended to analyze the ergonomic-biomechanical conditions at the cereal processing plant in
the city of Beira. Thus, based on the results obtained from the ergonomic methods RULA
(method that analyzes the risk factors associated with disorders of the upper limbs), REBA
(method that analyzes the set of positions by the upper members of the trunk, the cervical
spine and the legs) and ELN (method for calculating the recommended limit weight in
repetitive tasks and lifting loads) manipulated by Ergolândia software version 7.0 in regulated
normal function NR17 and the load lifting index parameters. Therefore, it was concluded that
of the 7 (seven) postures analyzed by the RULA method, 14.28% corresponding to level 3
and 85.71% corresponding to level 4, and of the same number of postures were analyzed
using the REBA method where 57.14 % charged to risks between 8 to 10 and 42.85% related
to risks between 11 to 15, which confirms the need for immediate solutions in relation to
changes in postures. Based on the ELN results, the IL value was 5.45, which gives a high risk
according to the risk parameters of NIOSH and normal 17.2.2. which states that manual
transport of loads should not be required or admitted by a worker, whose weight is likely to
compromise his health or safety. Thus, to carry out the work, the following methods were
used: Approach method and procedures (bibliographic and direct observation), aided by the
interview technique. The work is divided into 5 (five) chapters, introduction, literary review,
methods and materials, analysis and interpretation of results and final considerations.
VIII
Lista de Figuras
Figura 1: Fluxograma do Processo produtivo........................................................................... 41
Figura 2: Avaliação da posição dos braços. ............................................................................. 79
Figura 3: Avaliação da posição dos antebraços. ....................................................................... 79
Figura 4: Avaliação da posição dos punhos. ............................................................................ 80
Figura 5: Avaliação da rotação dos punhos. ............................................................................. 80
Figura 6: Avaliação da posição do pescoço. ............................................................................ 81
Figura 7: Avaliação de posição do tronco. ............................................................................... 81
Figura 8: Avaliação da posição das pernas. .............................................................................. 82
Figura 9: Avaliação das actividades. ........................................................................................ 82
Figura 10: Avaliação de posição de pescoço, tronco e perna. .................................................. 83
Figura 11. Avaliação da carga. ................................................................................................. 83
Figura 12. Avaliação da posição do branço, antebraço e punho. ............................................. 84
Figura 13. Avaliação da qualidade da pega. ............................................................................. 84
Figura 14. Avaliação da actividade. ......................................................................................... 85
IX
Lista de Ilustrações
Ilustração 1:Operador na Moagem. .......................................................................................... 44
Ilustração 2:Postura de Trabalho no processo de ensacamento do farelo ................................ 48
Ilustração 3: Análise da postura de trabalho do Trabalhador A1 ............................................. 49
Ilustração 4: Análise da postura de trabalho do trabalhador B1 ............................................... 49
Ilustração 5: Postura de trabalho no enchimento ...................................................................... 50
Ilustração 6: Análise da postura de trabalho pelo Método RULA para o trabalhador B2 ........ 51
Ilustração 7: Postura de trabalho no enchimento ...................................................................... 51
Ilustração 8: Análise da postura de trabalho pelo Método RULA para o trabalhador A2 ....... 52
Ilustração 9: Postura de trabalho no processo de moagem ....................................................... 53
Ilustração 10: Análise da postura de trabalho pelo método RULA de trabalhadores A3 e B3 54
Ilustração 11: Postura de trabalho no processo de moagem ..................................................... 54
Ilustração 12 : Análise da postura de trabalho pelo Método RULA para o trabalhador A4 .... 55
Ilustração 13: Análise da postura de trabalho do trabalhador A1............................................. 57
Ilustração 14: Analise da postura de trabalho d o trabalhador B1 ............................................ 57
Ilustração 15: Análise da postura de trabalho pelo Método REBA para o trabalhador B2 ...... 59
Ilustração 16: Análise da postura de trabalho pelo Método REBA para o trabalhador A2 ...... 60
Ilustração 17: Análise da postura de trabalho pelo Método REBA para o trabalhador A3 ...... 61
Ilustração 18: Análise da postura de trabalho pelo Método REBA para o trabalhador B3 ...... 62
Ilustração 19. Análise da postura de trabalho Método REBA para o trabalhador A4 .............. 63
Ilustração 20: Altura Vertical e Horizontal .............................................................................. 64
Ilustração 21: Controle de Nível de Acção pelo método RULA .............................................. 69
Ilustração 22: Controle de Nível de Acção pelo método REBA .............................................. 70
Ilustração 23: Resultado pelo Software Ergolândia Versão 5.0 ............................................... 71
X
Lista de Quadros
Quadro 1. .................................................................................................................................. 33
Lista de Gráficos
Gráfico 1:Capacidade de produção diária da fábrica. Fonte: Adaptado do Autor ................... 42
Gráfico 2:Número de trabalhadores por género. ...................................................................... 43
Lista de Equações
Equação 1: Limite do Peso Recomendado ............................................................................... 36
Equação 2: Índice de levantamento .......................................................................................... 37
Lista de Tabelas
XI
Lista de Abreviatura
CD Coeficiente de Deslocamento
CF Coeficiente de Frequência
CM Coeficiente de Manuseio
IL Índice de Levantamento
XII
INDICE
DECLARAÇÃO DE HONRA .................................................................................................IV
DEDICATÓRIA ........................................................................................................................ V
RESUMO ............................................................................................................................... VII
ABSTRACT .......................................................................................................................... VIII
Lista de Figuras ........................................................................................................................ IX
Lista de Ilustrações .................................................................................................................... X
Lista de Quadros ....................................................................................................................... XI
Lista de Gráficos ....................................................................................................................... XI
Lista de Equações .....................................................................................................................XI
CAPITULO I: INTRODUÇÃO................................................................................................... 15
1.1. NOTA INTRODUTÓRIA ....................................................................................... 15
1.2. JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TEMA ....................................................... 17
1.3. RELEVÂNCIA CIENTÍFICA E SOCIAL .............................................................. 18
1.3.1. Relevância Científica ........................................................................................ 18
1.3.2. Relevância Social .............................................................................................. 18
1.4. FORMULAÇÃO DE PROBLEMA ........................................................................ 19
1.5. HIPÓTESE ............................................................................................................... 20
1.5.1. Hipótese ............................................................................................................ 20
1.6. OBJECTIVOS DA PESQUISA ............................................................................... 21
1.6.1. Objectivo geral .................................................................................................. 21
1.6.2. Objectivos específicos ...................................................................................... 21
1.7. DELIMITAÇÃO DA PESQUISA ........................................................................... 22
1.8. ENQUADRAMENTO DO TEMA .......................................................................... 22
CAPITULO II: REVISÃO LITERÁRIA ................................................................................... 23
2.1. Conceito da Ergonomia ............................................................................................ 23
2.2. Análise Ergonómica do Trabalho ............................................................................ 24
2.3. Biomecânica ...................................................................................................... 26
2.2.1. Biomecânica Ocupacional ................................................................................ 26
2.2.1.1. Posturas Ocupacional .............................................................................. 27
2.2.1.2. Doenças Ocupacionais relacionada a postura inadequadas ..................... 28
2.2.2. Análise da Postura de Acordo com as Ferramentas (REBA, RULA e NIOSH) . 29
2.2.2.1. Método RULA ......................................................................................... 29
2.2.2.2. Método REBA ......................................................................................... 32
XIII
2.2.3. Levantamento de Cargas ................................................................................... 34
2.2.3.1. Equação de NIOSH ................................................................................. 35
2.2.2.2. Componentes da Equação do NIOSH ..................................................... 36
2.2.2.3. Principais Limitações a Equação ............................................................. 38
CAPITULO III: MÉTODOS E MATERIAIS ........................................................................... 40
3.1. Estudo de Caso ......................................................................................................... 40
3.1.1. Descrição do Processo Produtivo...................................................................... 40
3.1.2. Dimensão da Empresa....................................................................................... 42
3.2. Condições Ergonómicas da empresa ....................................................................... 43
3.2.1. Metodologia de Trabalho .................................................................................. 44
3.2.2. Enquadramento Legal Normativo do Trabalho ................................................ 45
3.2.3. Lei do Trabalho ................................................................................................. 46
3.2.4. Norma Regulamentadora NR 17 ....................................................................... 46
CAPITULO IV: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS .......................... 48
4.1. Análise da Postura de Trabalho Método RULA ...................................................... 48
4.2. Análise da Postura de Trabalho Método REBA ...................................................... 56
4.3. Aplicação Da Equação De NIOSH .......................................................................... 64
4.1.1. Avaliação da Equação de NIOSH Utilizando o Método Analítico .............................. 65
4.2. Discussão dos resultados métodos RULA, REBA e ELN ....................................... 69
4.2.1. Discussão dos Resultados do Método RULA ................................................... 69
4.2.2. Discussão dos Resultados do Método REBA ................................................... 70
4.2.3. Discussão dos Resultados de Método da Equação de NIOSH ......................... 71
CAPITULO V: CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................... 72
5.1. CONCLUSÕES ....................................................................................................... 72
5.2. RECOMENDAÇÕES .............................................................................................. 73
5.3. Referências bibliográficas ........................................................................................ 74
APÊNDICE .............................................................................................................................. 76
ANEXO I .................................................................................................................................. 78
ANEXO II ................................................................................................................................ 79
ANEXO III ............................................................................................................................... 83
XIV
CAPITULO I: INTRODUÇÃO
16
1.2. JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TEMA
17
1.3. RELEVÂNCIA CIENTÍFICA E SOCIAL
18
1.4. FORMULAÇÃO DE PROBLEMA
19
1.5.HIPÓTESE
1.5.1. Hipótese
20
1.6.OBJECTIVOS DA PESQUISA
21
1.7. DELIMITAÇÃO DA PESQUISA
22
CAPITULO II: REVISÃO LITERÁRIA
De acordo com Dul e Weerdmeester (2004), pode-se dizer que a ergonomia é uma
ciência aplicada ao projecto de máquinas, equipamentos, sistemas e tarefas, com o objectivo
de melhorar a segurança, saúde, conforto e eficiência no trabalho.
A ergonomia estuda vários aspectos: a postura e os movimentos corporais (sentados, em pé,
empurrando, puxando e levantando cargas), factores ambientais (ruídos, vibrações,
iluminação, clima, agentes químicos), informação (informações captadas pela visão, audição e
outros sentidos), relações entre mostradores e controles, bem como cargos e tarefas (tarefas
adequadas, interessantes). A conjugação adequada desses factores permite projectar ambientes
seguros, saudáveis, confortáveis e eficientes, tanto no trabalho quanto na vida quotidiana. A
ergonomia baseia-se em conhecimentos de outras áreas científicas, como a antropometria,
biomecânica, fisiologia, psicologia, toxicologia, engenharia mecânica, desenho industrial,
electrónica, informática e gerência industrial. Ela reuniu, seleccionou e integrou os
conhecimentos relevantes dessas áreas, para desenvolver métodos e técnicas específicas para
aplicação desses conhecimentos na melhoria do trabalho e das condições de vida, tanto dos
trabalhadores, como da população em geral, (Dul & Weerdmeester, 2004).
De acordo com Iida (2002), para atingir o seu objectivo, a ergonomia estuda diversos
aspectos do comportamento humano no trabalho e outros factores importantes para o projecto
como:
O homem - características físicas, fisiológicas, e sociais do trabalhador; influência do
sexo, idade, treinamento e motivação.
Máquina - entende-se por máquina todas as ajudas materiais que o homem utiliza no
seu trabalho, englobando os equipamentos, ferramentas, mobiliário e instalações.
Ambiente - estuda as características do ambiente físico que envolve o homem durante
o trabalho, como a temperatura, ruídos, vibrações, luz, cores, gases e outros.
Informação - refere-se às comunicações existentes entre os elementos de um sistema, a
transmissão de informações, o processamento e a tomada de decisões.
Organização - é a conjugação dos elementos acima citados no sistema produtivo,
estudando aspectos como horários, turnos de trabalho e formação de equipas.
23
Consequências do trabalho - aqui entram mais as informações de controlos como
tarefas de inspecções, estudos dos erros e acidentes, além dos estudos sobre gastos
energéticos, fadiga e “estresse”.
O trabalho aqui tem uma acepção bastante ampla, abrangendo não apenas aquelas
máquinas e equipamentos utilizados para transformar os materiais, mas também toda a
situação em que ocorre o relacionamento entre o homem e seu trabalho. Isto envolve não
somente o ambiente físico, mas também os aspectos organizacionais de como esse trabalho é
programado e controlado para produzir os resultados desejados”.
De acordo com Silva et al. (1999), a análise ergonómica do trabalho (AET) pode ser
definida por critérios de avaliação do trabalho, e são sustentados por três eixos:
Eixo 1: A segurança dos homens e dos equipamentos;
Eixo 2: A eficiência do processo produtivo;
Eixo 3: O bem-estar dos trabalhadores nas situações de trabalho.
24
Tabela 1.
Análise ergonómica do trabalho
Análise documental: Permite conhecer as particularidades dos postos de trabalho, a relação
de hierarquia entre os membros do processo produtivo, e a situação
do estudado no organograma da empresa, entre outros;
Entrevistas: Tem como uma técnica de análise ergonómica do trabalho, que
facilita através de debates, a obtenção de informações úteis para a
pesquisa;
Observações: Mecanismo utilizado a fim de facilitar a compreensão do sistema de
trabalho, suas frequências, durações e a maneira adoptada para a
execução;
Questionários: Após a fase de entrevistas, é importante a aplicação de questionários,
pedindo para o trabalhador fazer o preenchimento;
Medidas: Servem para usar análises quantitativas de elementos do ambiente e
da situação de trabalho, como vibração, temperatura, iluminação,
entre outros importantes.
Fonte: Adaptado de Basilio (2008)
Análise de Documentos;
Observação de eventos relevantes;
25
Uso de questionários;
Entrevistas;
Discussões com usuários das técnicas;
Utilização de métodos experimentais.
2.3. Biomecânica
O termo “biomecânica” combina o prefixo “bio” que significa “vida”, com o campo da
mecânica, que é o estudo da acção das forças. A comunidade internacional de cientistas
adoptou o termo biomecânica no início da década de 1970 para descrever a ciência que
envolvia o estudo dos aspectos mecânicos de organismos vivos. As forças estudadas incluem
tanto forças internas produzidas pelos músculos como forças externas que actuam sobre o
corpo. O estudo da biomecânica humana pode incluir questões sobre se a quantidade de força
que os músculos produzem é ideal para o propósito pretendido do movimento.
26
A Biomecânica Ocupacional consiste na área da biomecânica que detém como objecto
de estudo o universo organizacional, que investiga os movimentos do corpo e as forças
associadas ao trabalho. Portanto, preocupa-se sobretudo com as interacções físicas do
trabalhador, com as máquinas, ferramentas, postos de trabalho com a finalidade de aumentar a
performance bem como minimizar os distúrbios músculo-esqueléticos. Sendo assim,
basicamente analisa a questão das posturas corporais no ambiente laboral, a aplicação das
forças, assim como as suas consequências (Vanícola et al. 2004).
Pinheiro e França (2006), por sua vez, entendem que o corpo pode assumir três distintas
posições quando em repouso ou em actividade: a posição sentada, a posição deitada e a
27
posição em pé. A postura em pé é a mais recomendada para a recuperação da fadiga, na
posição sentada, os músculos do ventre e do dorso são accionados e, então, quase todo o
corpo pressiona a pele que envolve o osso ísquio, situado nas nádegas. Nesta posição, para
que se possa retardar a fadiga, são indispensáveis frequentes alterações de postura.
Uma boa postura é definida como a posição do corpo que envolve o mínimo de
sobrecarga das estruturas, com o menor gasto energético para o máximo de eficiência do
corpo, conforme análise de Santos (1997) apud Basílio (2008). Identifica posturas estáticas ou
de grande variação de amplitude de movimento ou velocidade em sua realização como sendo
posturas de risco ou desfavoráveis.
28
De acordo com Pavani (2007), várias literaturas citam a relação entre o trabalho e as
doenças ocupacionais, e que esta relação pode ser harmoniosa se houver investimento em
segurança ou traumática, provocando sequelas, se as condições de trabalho forem
desfavoráveis no quesito de prevenção.
As doenças ocupacionais são entendidas como o evento danoso que resulta do exercício do
trabalho, provocando no empregado, directa ou indirectamente, lesão corporal, perturbação
funcional ou doença que determine a morte, perda total ou parcial, permanente ou temporária,
da capacidade para o trabalho (Brandão, 2006).
A pressa em obter resultados, atingir metas, a vontade de fazer bem feito, a adopção de
novas tecnologias e até métodos gerenciais para facilitar a intensificação do trabalho que,
aliada à instabilidade no emprego, modifica o perfil de adoecimento e sofrimento dos
trabalhadores. Esses são factores que contribuem para o surgimento de doenças relacionadas
ao trabalho, como as Lesões por Esforços Repetitivos (LER), também denominadas de
Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT); o surgimento de novas
formas de adoecimento mal caracterizadas, como o estrese e a fadiga física e mental e outras
manifestações de sofrimento relacionadas ao trabalho.
Para Iida (2005), os Distúrbios Osteomusculares (DORT), e as Lesões por traumas
cumulativos (LTC), causadas por esforços excessivos, tipicamente, provoca lesões como
tendinites, tenossinovites, compressões nervosas, distúrbios lombares, síndrome do túnel de
carpo e mialgias em diversos pontos do corpo.
O método RULA (Rapid Upper Limb Assessment) foi desenvolvido para investigar a
exposição dos trabalhadores aos factores de risco associados aos distúrbios dos membros
29
superiores, utilizando diagramas de postura do corpo humano para a avaliação da exposição
aos factores de risco (Mcatamney & Corlett, 1993).
Segundo Shida e Bento (2012) a aplicação do método tem início com a observação da
actividade em questão durante vários ciclos de trabalho. Feita esta observação é possível para
o ergonomista apontar as posturas com maior significância na análise. Utilizando-se de
diagramas de postura corporal e tabelas de pontuação torna-se possível a avaliação da
exposição do trabalhador aos factores de risco. Estes riscos são nomeados factores de carga
externa e correspondem aos seguintes pontos:
Número de movimentos;
Trabalho muscular estático;
Força;
Posturas de trabalho;
Tempo de trabalho sem pausa.
30
Orientar trabalhadores sobre riscos músculo-esqueléticos criados por diferentes
posturas de trabalho.
Tabela 2.
Intervenção de acordo com a pontuação do método RULA
Nível de acção Pontuação Intervenção
1 1–2 A postura é aceitável se não for mantida ou repetida
por longos períodos
2 3–4 São necessárias investigações posteriores; algumas
intervenções podem se tornar necessárias
3 5–6 É necessário investigar e mudar em breve
4 7–9 É necessário investigar e mudar imediatamente
Fonte: Pavani e Quelhas (2006).
31
E a grande vantagem deste método é fornecer uma classificação do posto de trabalho
quanto à prioridade de intervenção. Guimarães e Naveiro (2004) adaptaram essa técnica a fim
de ser aplicada em situações específicas, como no trabalho com computadores.
O método REBA (Rapid Entire Body Assessment) foi desenvolvido por Hignett e
McAtamney (2000) para estimar o risco de desordens corporais a que os trabalhadores estão
expostos. As técnicas utilizadas para realizar uma análise postural têm duas características,
sendo elas a sensibilidade e a generalidade. Uma alta generalidade implica em uma aplicação
ampla. Todavia, apresenta uma baixa sensibilidade, ou seja, os resultados que se obtenham
podem ser pobres em detalhes. Por outro lado, as técnicas com alta sensibilidade, onde é
necessária uma informação muito precisa sobre os parâmetros específicos que se medem,
parecem ter uma aplicação bastante limitada (Colombini et al, 2005).
O método REBA é uma ferramenta para avaliar a quantidade de posturas forçadas nas
tarefas onde é manipulado qualquer tipo de carga animada, apresentando uma grande
similaridade com o método RULA. Tal método é dirigido às análises dos membros superiores
e a trabalhos onde se realizam movimentos repetitivos.
De acordo com Pavani e Quelhas (2006), a avaliação de risco também é feita a partir de
uma observação sistemática dos ciclos de trabalho, pontuando as posturas do tronco, pescoço,
pernas, carga, braços, antebraços e punhos em tabelas específicas para cada grupo. Após a
32
pontuação de cada grupo é obtido a pontuação final onde se compara com uma tabela de
níveis de risco e acção em escala que varia de 0 (zero), correspondente ao intervalo de
movimento ou postura de trabalho aceitável e que não necessita de melhorias na actividade
até ao valor 4 (quatro) conforme a tabela 3, onde o factor de risco é considerado muito alto
sendo necessário actuação imediata.
Tabela 3.
Verificação dos níveis de risco e intervenção do método REBA
Nível de acção Pontuação Nível de risco Intervenção e posterior análise
0 1 Inapreciável Não necessário
1 2–3 Baixo Pode ser necessário
2 4–7 Médio Necessário
3 8 – 10 Alto Prontamente necessário
4 11 – 15 Muito Alto Actuação imediata
Fonte: Pavani e Quelhas (2006).
Do ponto de vista de engenharia, dos métodos acima descritos, o método RULA tem
predominância para avaliação de risco dos membros superiores, sendo mais adequado onde já
é conhecida a prevalência de doenças nestes segmentos corpóreos, enquanto, o método REBA
também permite uma avaliação ergonómica geral, porém com aplicabilidade mais adequada à
área hospitalar, na movimentação manual de pessoas. Para um melhor entendimento da
aplicabilidade de cada método, apresenta-se abaixo o Quadro 1 com a síntese dos métodos.
Quadro 1.
Aplicabilidade de cada método
Métodos RULA REBA
Os factores de frequência têm pouca A frequência das acções estão
relevância na determinação da praticamente ausente da análise,
Limites pontuação final. Não considera os assim como a organização do
aspectos ligados à organização do trabalho.
trabalho e os factores complementares.
Determinação de pontuações, Determinação de pontuações,
velocidade da análise, útil para velocidade da análise, útil para
33
Vantagens determinar problemas ergonómicos determinar problemas
ligados às posturas incorrectas e sugerir ergonómicos ligados às posturas
soluções simuladas. incorrectas e movimentação de
carga.
Não efectuados estudos de associação Não efectuados estudos de
entre as pontuações do método e a associação entre as pontuações do
Previsão de incidência ou prevalência de distúrbios método e a incidência ou
efeitos ou patologias músculo- esqueléticas. prevalência de distúrbios ou
patologias músculo-esqueléticas.
Factores Postura dos membros superiores, Postura de todos os
influentes pescoço e tronco. Segmentos corpóreos.
Postura dos membros superiores, do Posturas do corpo inteiro e força
Factores pescoço, do tronco, força e frequência. determinada em prevalência das
quantificáveis cargas movimentadas.
Tipo de uso Avaliação geral com ênfase para Avaliação geral com aplicação
membros superiores. mais adequada no âmbito
hospitalar.
Fonte: Pavani e Quelhas (2006).
O acto de levantar um peso está incluído muitas vezes nos movimentos que realizamos
durante todo o dia. Mesmo que sua massa seja pequena, realizamos este levantamento manual
de carga muitas vezes automaticamente, sem que tenhamos consciência dos mecanismos de
exigência sobre os organismos necessários para que esta carga possa ser elevada ou sustentada
(Gonçalves, 1998).
34
A capacidade de carga é influenciada pela sua localização em relação ao corpo e outras
características como formas, dimensões e facilidade de manuseio. Ainda segundo o autor, no
caso de tarefas repetitivas, deve-se determinar, primeiro, a capacidade de carga isométrica das
costas, que é a carga máxima que uma pessoa consegue levantar, flexionando as pernas e
mantendo o dorso recto, na vertical.
A carga recomendada para movimentos repetitivos será, então, 50% dessa carga
isométrica máxima. A seguir encontram-se algumas recomendações para que o levantamento
de cargas seja realizado de maneira ideal, respeitando as capacidades de carga:
Mantenha a coluna recta e use a musculatura das pernas, como fazem os
halterofilistas;
Mantenha a carga o mais próximo possível do corpo, para reduzir o momento (no
sentido da Física) provocado pela carga;
Procure manter cargas simétricas dividindo-as e usando as duas mãos para evitar a
criação de momentos em torno do corpo;
A carga deve estar a 40 cm acima do piso. Se estiver abaixo, o carregamento deve ser
feito em duas etapas. Coloque-a inicialmente sobre uma plataforma com cerca de 100
cm de altura e depois pegue-a em definitivo;
Antes de levantar um peso, remova todos os obstáculos ao redor, que possam
atrapalhar os movimentos.
A equação de NIOSH (National Institute for Occupational Safety and Health) foi
desenvolvida para calcular o peso limite recomendável em tarefas repetitivas de levantamento
de cargas. Essa equação tem o objectivo de prevenir ou reduzir a ocorrência de dores causadas
pelo levantamento de cargas. Ela refere-se apenas à tarefa de apanhar uma carga e deslocá-la
para depositá-la em outro nível, usando as duas mãos. (Iida, 2005)
35
2.2.2.2. Componentes da Equação do NIOSH
𝟐𝟓 𝟒, 𝟓
𝐋𝐏𝐑 = 𝟐𝟑 × ( ) × (𝟏 − 𝟎, 𝟎𝟎𝟑 × |𝐕 − 𝟕𝟓|) × (𝟎, 𝟖𝟐 + ) × (𝟏 − 𝟎, 𝟎𝟎𝟑𝟐𝐀) × 𝐅𝐂 × 𝐐𝐏
𝐇 𝐃
Equação 1: Limite do Peso Recomendado
Fonte: (Iida, 2005)
36
Ângulo de giro é o ângulo constituído entre o eixo frontal do trabalhador e a posição
lateral em que a carga é manuseada. Se o ângulo de torção for superior a 135º, tomaremos
CA = 0. E o CM é obtido a partir da Tabela, em função do valor da distância vertical da pega
da carga ao solo (V), e do tipo da pega (fácil, regular ou difícil).
𝐏
𝐈𝐋 =
𝐋𝐏𝐑
Equação 2: Índice de levantamento
Fonte: (Iida, 2005)
Tabela 4.
Coeficiente de manuseio
Manuseio 𝑽 ˂ 𝟕𝟓 𝒄𝒎 𝑽 ≥ 𝟕𝟓 𝒄𝒎
Fácil 1,00 1,00
Regular 0,95 1,00
Difícil 0,90 0,90
Fonte: Adaptado de Dull e Weerdmeester (1995)
Tabela 5.
Factor frequência de levantamento
Duração Da Manutenção Continua
Frequência ≤ 8 Horas ≤ 2 Horas ≤ 1 Horas
37
3 0.55 0.55 0.79 0.79 0.88 0.88
38
objectos frios, quentes ou sujos, nem nas tarefas nas quais o levantamento se faça de
forma rápida e brusca.
d) Se a temperatura ou a umidade estiverem fora da faixa (19ºC, 26ºC) e (35%, 50%)
respectivamente, seria necessário acrescentar ao estudo avaliações do metabolismo
para que fosse acrescentado o efeito de tais variáveis ao consumo energético e na
frequência cardíaca;
e) Torna-se impossível aplicar a equação quando a carga levantada seja instável, situação
em que a localização do centro de massas varia significativamente durante o
levantamento. Este é o caso dos recipientes que contêm líquidos ou dos sacos
semivazios.
39
CAPITULO III: MÉTODOS E MATERIAIS
40
Figura 1: Fluxograma do Processo produtivo.
Fonte: Adaptado do Autor
41
Quantidades por Sacos
Mapira Mafuliche
3% 4%
Farinha de
Milho
Milho
bruto
14%
11%
Arroz
11%
Farelo
57%
42
Homens Mulheres
8%
92%
43
Ilustração 1: Operador na Moagem.
Fonte: Adaptado do Autor
44
uma técnica que consiste num questionário com participação directa do pesquisador e
pesquisado (Oliveira, 2001, p. 74). Nesta técnica o pesquisador elabora e coloca as questões e
o pesquisado elabora as respostas. Aplicação desta técnica contribuiu no levantamento de
diferentes dados relacionados com as questões ergonómico-biomecânico abrangendo 08 (oito)
colaboradores da fábrica de processamento de cereais com finalidade de obter informações
sobre o conhecimento ergonómicos os factores fatigantes, estreses músculo-esqueléticos
durantes as actividades no ambiente laboral. Portanto, para fins de tratamentos de dados e
esboço de resultados foram utilizadas planilhas do aplicativo "software" Ergolândia versão
7.0 e Microsoft Excel 2013, segundo Meirelles (2014): O uso do Microsoft Excel não se
restringe somente à análise de dados discretos, produzidos a partir de uma simples análise de
frequência, mas também, é extremamente útil quando lidamos com certa quantidade de dados
que estão organizados em diferentes variáveis categóricas.
45
3.2.3. Lei do Trabalho
De acordo com o artigo 54.5 da lei do trabalho de 2007, cada empregado tem o direito
de desfrutar de medidas adequadas de protecção, segurança e higiene no trabalho, capazes de
garantir a sua integridade física, moral e mental. Os empregadores são responsáveis pela
criação e desenvolvimento de meios adequados para proteger a integridade física e mental dos
colaboradores e melhoria contínua das condições de trabalho. Os empregadores também são
obrigados a tomar precauções adequadas para assegurar que todos os postos de trabalho e
meios de acesso e de saída para o trabalho sejam seguro e livre de riscos para a segurança e
saúde dos trabalhadores. (Art. 59 e 216 da Lei do Trabalho 2007) Em relação a questão
referente a protecção e o Código de Trabalho exigem também os empregadores a fornecer
equipamento de protecção e vestuário de trabalho adequado para os trabalhadores, afim de
prevenir o risco de acidentes ou efeitos prejudiciais sobre a saúde dos trabalhadores.
Também, os empregadores são obrigados a fornecer aos seus empregados físicas boas
condições de trabalho, ambiental e moral, informa-los sobre os riscos de seu trabalho, e
instrui-lo sobre o cumprimento adequado das normais de higiene e segurança no trabalho.
17.2.1.1. Transporte manual de cargas designa todo transporte no qual o peso da carga é
suportado inteiramente por um só trabalhador, compreendendo o levantamento e a deposição
da carga.
46
executados de forma que o esforço físico realizado pelo trabalhador seja compatível com a
sua capacidade de força e não comprometa a sua saúde ou a sua segurança.
17.2.2. Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas, por um
trabalhador, cujo peso seja susceptível de comprometer sua saúde ou sua segurança.
17.4. Todos os equipamentos que compõem um posto de trabalho devem ser adequados
às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.
47
CAPITULO IV: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS
Tabela 6.
Dados para análise de postura Método RULA para trabalhadores A1 e B1
48
As ilustrações 3 e 4 nomeadamente apresentam as avaliações das posturas analisadas
pelo método RULA na ilustração 2 que segundo as pontuações e o nível de acção sugerem
uma intervenção de mudanças imediatas e a realização de investigações em relação as
posturas dos colaboradores de forma a reduzir os riscos músculos-esqueléticos.
49
A ilustração 5 foi captada no sector de processamento de cereais. A imagem caracteriza
a postura do trabalhador durante a moagem. Para avaliação desta postura utilizando o método
RULA tem-se na tabela 7 os dados obtidos em função da comparação das ilustração captada e
as figuras da ferramenta Ergolândia versão 7.0. ver no anexo 2:
Tabela 7.
Dados para análise de postura Método RULA para trabalhador B2
DESCRIÇÃO DOS INTERVALO DE VARIAÇÃO
Item
MEMBROS Trabalhador B2
Angulo entre o Corpo e o
1 [45 − 90]
Braços
2 Angulo do Antebraços [60 − 100]
3 Localização do Punho ≥ 15
4 Angulo Rotação do punho 0
5 Angulo do Pescoço 0 − 10
6 Tronco ≥ 60
7 Situação das Pernas Não equilibrados
A postura é mantida por período superior a
Actividades 1 min, e o mesmo opera uma carga superior
a 10Kg intermitente.
Fonte: adaptado do autor
50
A ilustração 6 apresenta as avaliações das posturas analisadas na ilustração 5 pelo método
RULA que segundo as pontuações e o nível de acção sugerem uma intervenção de mudanças
imediatas em relação a postura do colaborador de forma a reduzir os riscos músculos-esqueléticos.
Tabela 9.
Dados para análise de postura Método RULA para trabalhadores A3 e B3
6 Tronco 0 ≥ 60
Correctamente Correctamente
7 Situação das Pernas
apoiados e equilibrados apoiados e equilibrados
A postura é mantida A postura é mantida
por período superior a por período superior a
1 min, e o mesmo 1 min, e o mesmo
Actividades
opera uma carga opera uma carga
superior a 10Kg superior que 10Kg
intermitente intermitente.
Fonte: adaptado do autor
53
A tabela 9 apresenta as avaliações das posturas analisadas ilustração 9 pelo método RULA que
segundo as pontuações e o nível de acção na ilustração 10 sugerem uma intervenção de mudanças
imediatas em relação a postura do colaborador de forma a reduzir os riscos músculos-esqueléticos.
A tabela 10 apresenta as avaliações das posturas analisadas ilustração 11 pelo método RULA
que segundo as pontuações e o nível de acção na ilustração 12 sugerem uma intervenção de mudanças
imediatas em relação a postura do colaborador de forma a reduzir os riscos músculos-esqueléticos.
Ilustração 12: Análise da postura de trabalho pelo Método RULA para o trabalhador A4
Fonte: Software Ergolândia Versão 5.0
55
4.2. Análise da Postura de Trabalho Método REBA
Tabela 11.
Dados para análise de postura Método REBA para trabalhadores A1 e B1
DESCRIÇÃO DOS INTERVALO DE VARIAÇÃO
Item
MEMBROS Trabalhador A1 Trabalhador B1
1 Angulo do Pescoço [0 − 20] [0 − 20]
≥ 60 ≥ 60
2 Angulo do Tronco (Rotacionado ou (Rotacionado ou
inclinado) inclinado)
Flexão dos joelhos Flexão dos joelhos
3 Angulo das Pernas
maior que 60º maior que 60º
Maior que 10Kg
4 Carga Menor que 5Kg com impacto da
força brusca
5 Angulo do Braço [20 − 45] [20 − 45]
A tabela 11 apresenta as avaliações das posturas analisadas ilustração 2 pelo método REBA que
segundo as pontuações e o nível de acções nas ilustrações 13 e 14 nomeadamente sugerem uma
intervenção necessária o quanto antes e uma intervenção necessária imediata em relação a postura do
colaborador de forma a adoptar medida que visam na minimização de exposição a riscos ergonómicos.
56
Ilustração 13: Análise da postura de trabalho do trabalhador A1
Fonte: Software Ergolândia Versão 5.0
57
Ainda continuando com a ilustração 5 que caracteriza a postura do trabalhador durante a
moagem de cereais. Para avaliação desta postura utilizando o método REBA tem-se na tabela
12 os dados obtidos em função da comparação das ilustração captada e as figuras da
ferramenta Ergolândia versão 7.0. ver no anexo 3:
Tabela 12.
Dados para análise de postura Método REBA para trabalhador B2
INTERVALO DE VARIAÇÃO
Item DESCRIÇÃO DOS MEMBROS Trabalhador B2
A tabela 12 apresenta as avaliações das posturas analisadas ilustração 5 pelo método REBA que
segundo as pontuações e o nível de acção na ilustração 15 sugerem uma intervenção uma intervenção
necessária imediata em relação a postura do colaborador de forma a adoptar medida que visam na
minimização de exposição a riscos ergonómicos.
58
Ilustração 15: Análise da postura de trabalho pelo Método REBA para o trabalhador B2
Fonte: Software Ergolândia Versão 5.0
Tabela 13.
Dados para análise de postura Método REBA para trabalhadores A2
INTERVALO DE VARIAÇÃO
Item DESCRIÇÃO DOS MEMBROS Trabalhador A2
59
A tabela 13 apresenta as avaliações das posturas analisadas ilustração 7 pelo método REBA que
segundo as pontuações e o nível de acção na ilustração 16 sugerem uma intervenção o quanto antes em
relação a postura do colaborador de forma a adoptar medidas que impulsionam o uso de postura
adequadas.
Ilustração 16: Análise da postura de trabalho pelo Método REBA para o trabalhador A2
Fonte: Software Ergolândia Versão 5.0
Tabela 14.
Dados para análise de postura Método REBA para trabalhadores A3 e B3
60
Maior que 10Kg com
4 Carga A carga é maior que 10Kg
impacto da força brusca
5 Angulo do Braço 90º Com ombro elevado [20 − 45]
Angulo do [60 − 100]
6 [60 − 100]
Antebraço
O punho mais que 15 graus O punho mais que 15
7 Angulo Punho
para cima graus para cima
8 Pega É pobre É razoável
Realizadas com mudanças Realizadas com mudanças
Actividades
posturais grandes posturais grandes
Fonte: adaptado do autor
Ilustração 17: Análise da postura de trabalho pelo Método REBA para o trabalhador A3
Fonte: Software Ergolândia Versão 5.0
61
Ilustração 18: Análise da postura de trabalho pelo Método REBA para o trabalhador B3
Fonte: Software Ergolândia Versão 5.0
Tabela 15.
Dados para análise de postura Método REBA para trabalhador A4
INTERVALO DE VARIAÇÃO
Item DESCRIÇÃO DOS MEMBROS
Trabalhador A4
62
7 Angulo Punho O punho mais que 15 graus para cima
8 Pega É pobre
São realizadas com mudanças posturais
Actividades
grandes e movimentos repetitivos
Fonte: adaptado do autor
63
4.3. Aplicação Da Equação De NIOSH
Após a chagada do camião com uma carga igual à 50 sacos de 50 quilograma cada de
diversos cereis, a descarga é feita com diversos trabalhadores sendo um, descarregando por
cima do veiculo de forma manual e outros transportando até ao armazém. O trabalhador por
cima do veículo, levanta o saco há uma altura de 20 cm do piso do camião (chão), ele realiza
esta tarefa durante uma hora da sua jornada, numa frequência de 02 vezes/min e toda
actividade ´realizada a mão sem nenhum equipamento para o auxílio. A distância entre a
origem e o destino da carga é de 25cm e a distancia horizontal do agarre do saco é de 40 cm.
O ângulo de torção que o trabalhador realiza é de 45º.
Para a realização do cálculo da tarefa serão procedida de duas ferramentas; a ferramenta de
avaliação analítica e a ferramenta de cálculo gráfico.
64
4.1.1. Avaliação da Equação de NIOSH Utilizando o Método Analítico
V - Distância Vertical:
É a distância do chão ao ponto médio entre as
pegas (MP), em centímetros (medida na origem e
destino do levantamento).
𝟐𝟓 𝟐𝟓
𝐂𝐇 = ( ) = = 𝟎, 𝟔𝟐𝟓
𝐇 𝟒𝟎
H - Distância Horizontal:
É a distância do ponto médio entre as pegas
(MP) ao ponto médio entre os tornozelos (MT)
do trabalhador, em centímetros (medidos na
origem e destino do levantamento).
𝐂𝐀 = (𝟏 − 𝟎, 𝟎𝟎𝟑𝟐 × 𝟒𝟓º) = 𝟎, 𝟖𝟓𝟔
A – Ângulo
É a medida angular de quão distante o objecto é
colocado em relação a frente (plano sagital
médio) do trabalhador na origem e destino do
levantamento, em graus. O ângulo de assimetria
(A) é definido operacionalmente como o ângulo
entre a linha de assimetria e a linha sagital
média.
65
𝟒, 𝟓
𝐂𝐃 = (𝟎, 𝟖𝟐 + )=𝟏
𝐃
F - Freqüência de
levantamento:
É o número médio de
levantamentos por
minuto, obtidos através
da observação da
realização da tarefa
durante um período
mínimo de 15 minutos.
Obtido através da Tabela ao lado
66
𝐐𝐂 = 0,95
P – Pega
É o local de contato
entre as mãos do
trabalhador e objeto
levantado.
Além destas variáveis
citadas acima, é
necessário obter a
duração da tarefa
durante a jornada diária
de trabalho, pois o fator
freqüência (FF)
considera a duração e a
freqüência do
levantamento.
a) Riscos limitados (índice de levantamento <1) a maioria dos trabalhadores que realizam
este tipo de tarefa não deveria ter problemas
b) Aumento moderado do risco (1 <índice de levantamento <3) Alguns trabalhadores
podem adoecer ou sofrer lesões se realizam essas tarefas. As tarefas de tipo devem ser
redesenhadas ou atribuídas apenas a trabalhadores seleccionados que serão submetidos
a controlo
c) Aumento elevando de risco (índice de levantamento <3) este de tarefa e inaceitável do
ponto de vista ergonómico e deve ser modifica.
68
4.2. Discussão dos resultados métodos RULA, REBA e ELN
De acordo com a Ilustração 25, podemos afirmar que das 7 posturas analisadas, 0%
correspondem aos níveis 1 e 2, ou seja sem nenhuma pontuação observada, 14,28%
corresponde ao nível 3 e 85,71% correspondem ao nível 4 com maior pontuação pelo método.
Ou seja, a maioria dos trabalhadores exercem as suas actividades sem observação dos
aspectos ergonómicos biomecânicos. Todavia mudanças devem ser introduzidas
imediatamente como forma a distanciar os mesmos das lesões ocupacionais segundo as
normas ergonómicas já estabelecidas.
69
4.2.2. Discussão dos Resultados do Método REBA
De acordo com a Ilustração 26, podemos afirmar que das 7 posturas analisadas, 0%
correspondem aos riscos 1 a 7 ou seja dos insignificantes aos médios e não é observada em
nenhum trabalhador 57,14% corresponde aos riscos entre 8 a 10 e 42,85% correspondem aos
riscos entre 11 ou mais. Segundo a norma 17.6.3. nas actividades que exijam sobrecarga
muscular estática ou dinâmica do pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, e
a partir da análise ergonómica do trabalho, deve ser observado os ambientes de exposição de
riscos e consideradas pausas para descansos. Todavia o maior número de trabalhador
encontra-se entre os riscos altos e necessita de especial atenção. Os dois métodos demostram
que a fábrica necessita de uma intervenção imediata, visto que as avaliações feitas
demonstram em termos percentual a gravidade da mesma.
70
4.2.3. Discussão dos Resultados de Método da Equação de NIOSH
71
CAPITULO V: CONSIDERAÇÕES FINAIS
5.1. CONCLUSÕES
72
5.2. RECOMENDAÇÕES
73
5.3. Referências Bibliográficas
74
15. IIDA, Itiro, (2005), Ergonomia: Projecto e Produção. São Paulo: Edgar Blucher.
16. LASOTA, Andrzej, M. Packer’s, (2013), Workload Assessment, Using the OWAS
Method. Logistics and Transport Journal. Poland.
17. LUEDER, Rani. (1996). A Proposed RULA for Computer Users. In (Proceeding of
the Ergonomics Summer Workshop, UC Berkeley Center for Occupational &
Enviromental Health Continuing Education Program,«) San Francisco.
18. Manual de aplicação da Norma Regulamentadora nº 17. (2002). Brasília: MTE, SIT.
19. MARRAS, S. W., KARWOWSKI, W. (2006). Fundamentals and Assessment Tools
for Occupational Ergonomics. 2. ed. CRC Press.
20. MCATAMNEY, L; CORLETT, E. N. RULA (1993). A survey method for the
irwestigation of world-related upper limb disorders (Applied Ergonomics).
Nottingham.
21. NIOSH. (1981). Work practices guide for manual handling. Washington. DC: Us
Departament of health and Human Services, Publications nº 81-122, Us Government
Office.
22. PAVANI, R. A; QUELHAS, O. L. C. (2006). A avaliação dos riscos ergonómicos
como ferramenta gerencial em saúde ocupacional. SP: XIII SIMPEP – Bauru.
23. PINHEIRO, A.K.S; FRANÇA, M.BA. (2006).Ergonomia aplicada à anatomia e à
filosofia do trabalhador. Goiânia: AB.
24. REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE. (2015). Boletim da República Lei nº 23/2007,
de 01 de Agosto, Dispõe sobre o Ministério do Trabalho, Emprego e Segurança
Social, Maputo.
25. SANTOS, António Raimundo dos. (2000). Metodologia Científica: a construção do
conhecimento. Rio de Janeiro: 3ª Edição;
26. SANTOS, M. H. R.; et al. (2013). Análise de postura e carga através dos métodos
owas e niosh em uma fábrica no sul do Brasil. Encontro Nacional de Engenharia de
Produção.
27. SHIDA, G. J.; BENTO, P. E. G. (2012). Métodos e Ferramentas Ergonómicas que
Auxiliam na Análise nas Situações de Trabalho In VIII Congresso Nacional de
Excelência em Gestão.
28. SILVA F. P. DE PAULA. (2010). Aplicação do Método Owas no Transporte e
Manuseio. São Paulo.
29. VANÍCOLA, M.C; T. MENDES E. F. (2004). Biomecânica ocupacional – uma
revisão de literatura. São Paulo.
75
APÊNDICE
QUESTIONÁRIO
Questões Respostas
1.Em qua não a fábrica iniciou as suas actividades
(Histórico)
2.Qual é o número de Horas de trabalho por turnos na
fábrica?
3.Quais são tipos de actividades da fábrica?
4.A fábrica dá treinamento ao admitir os trabalhadores e
de como realizar as actividades?
5.Número de trabalhadores por sectores de
equipamentos (Trituração, Moagem e Carregamento)?
6.Qual é o tipo de capacitação que os trabalhadores
recebem para exercícios das actividades com os
equipamentos?
7.Os trabalhadores já ouviram falar da questão da
ergonomia-biomecânica e doenças ocupacionais? Se
sim o que é, qual é a sua função e onde é aplicada?
8.Como são executadas as actividades em cada sector?
(Isso pode-se notar, com uma simples pesquisa de
campo e de acordo com o tipo de actividade)
9.Tempo de exposição do trabalhador ao um dado
equipamento, tendo em conta dos ruídos e vibrações
76
que os mesmos estão sujeitos?
10.Como são tratados os problemas de saúde dos
trabalhadores relacionados com as actividades?
11.Alguns trabalhadores já queixaram-se de alguma dor
devido a sua actividade na sua área?
12.Os trabalhadores têm direito a permuta das
actividades por vontade, incapacidade ou necessidade?
13.Quais as estratégias adoptadas pela fábrica, para
salvaguardar a saúde e o bem-estar e dos trabalhadores?
42.Qual é a capacidade de produção diária da fábrica?
/em Toneladas/quilogramas
15.Durante o expediente costumavam fazer grandes
esforços (levantar, puxar e/ou empurrar objectos
pesados)
16.Durante a jornada de trabalho é permitido pausas
para descanso (excepto pausa para almoço ou jantar)
17.Os trabalhadores recebem algum tipo de orientação
ou instrução sobre a sua saúde ou segurança do
trabalho?
18.Historico de Problemas de saúde, dores e lesões
musculares do trabalhador nos últimos 7 dias/12 meses
Pescoço
Ombros
Cotovelos
Punhos e mãos
Coluna dorsal
Coluna lombar
Quadril ou coxas
Joelhos
Tornozelos ou pés
77
ANEXO I
Ilustração 29: Mapa de localização da fabrica MOCRIA. Fonte: Adaptado do GOOGLE EARTH
78
ANEXO II
84
Figura 14. Avaliação da actividade.
Fonte: Software Ergolândia versão 7.0
85