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Fundada em 1950
Abril
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Diretor de Redação: Fa b io Volpe
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Texto: Mariana Ferreira, Paulo Roberto Menezes. Yuri Vasconcelos Arte:
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Esmaré Weideman, Hein Brand, Roberta Anamaria Civita,
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Presidente Executivo: Fábio Colletti Barbosa
60 OAR
61 e Meteorologia
lO Geografia fantástica
64 e Furacões
66 e Clima do mundo
14 Curiosidades
68 e Clima do Brasil
70 e Cartografia
20 Cartografia
71 e Questões e resumo
26 A TERRA 74 O ECOSSISTEMA
:zs e Relevo em movimento 76 e Vegetação do mundo
34 e Placas tectônicas 80 e Biomas brasileiros
36 e Relevo do Brasil 84 e Desmatamento
38 e Recursos minerais 86 e Cartografia
40 e Cartografia 88 e Questões e resumo
41 e Questões e resumo
44 AÃGUA
46 e Hidrosfera
50 e Bacias hidrográficas
do Brasil
51 e Uso da água
54 e Tsunami
56 e Cartografia
58 e Questões e resumo
SELO DE QUALIDADE
GUIA DO ESTUDANTE
O selo de qualidade acima, que você também
vê na capa desta edição, é resultado de uma
pesquisa realizada com 316 estudantes apro·
vados em três dos principais cursos da USP no
vestibular 2013. São eles:
� DIREITO, DA FACULDADE DO
LARGO SÃO FRANCISCO;
� ENGENHARIA, DA ESCOLA POLITÉCNICA; e
� MEDICINA, DA FACULDADE DE MEDICINA
DA USP
[1] ROGER HILLJSCIENCE PHOTO LIBRARV (2] KE1TH KENT/SCIENCE PHOTO LIBRARY (3] NASA GEOGRAFIA VESTIBULAR 2015 f- 11
GELO E FOGO
A imagem acima mostra um
iceberg na costa da Groenlândia.
Trata-se de um bloco gigante de
• gelo, formado a partir da água
doce, que se desprende das
geleiras e flutua pelos oceanos.
Ao lado está um lago de lava
formado na cratera do cume do
Nyiragongo, um dos vulcões mais
ativos da Atrica. Localizado no
Grande Vale do Rift, na República
Democrática do Congo, o vulcão
já entrou em erupção pelo menos
34 vezes desde 1882, ameaçando
a cidade vizinha de Goma r21
[1] FRANS LANTING, MINT IMAG E S / SCIENCE PHOTO LIBRARY [2] REBECCA BLACKWELL/AP PHOTO
[3] DR. RICHARD ROSCOE/VISUALS UNLIM ITED, INC. /SCIENCE PHOTO UBRARY [4] NASA {5] BILDAGENTUR·ONLINE/MCPHOTO·SCHULZ/SCIENCE PHOTO LIBRARY G EOGRAFIA VESTIBULAR 2015 f- 13
14 � GEOGRAFIA VESTIBULAR 2015
G EOGRAFIA VESTI BUlAR 2015 � 15
PO RQU E
A ÁGUA
DO MAR É
SALGADA?
D
u rante centenas de m i l hões de anos,
a c h uva foi formando os rios - q ue,
por sua vez, d issolveram rochas d e
d i ferentes períodos geológicos, nas q uais o
sal comum, cloreto de sód io (NaCI), é encon
trado em abundância. Como todos os cu rsos
de água correm para o oceano, os mares
ficam com quase todo o sal dissolvido nesse
processo. Além d isso, as partículas de cloro
e de sódio suspensas na atmosfera também
são levadas pela c h u va, c o m pleta n d o o
p rocesso . A i n d a assim, a sali nidade de uma
massa de água depende principalmente d e
s u a taxa de evaporação, q u e acaba determi
nando a concentração do sal . É por isso que
lagos e açu d es podem tornar-se salgados
em regiões de m u ito cal o r, como ocorre n o
nordeste brasile i ro . P o r essa mesma razão,
caso, a os mares equatoriais são mais salgados que
altura da linha laranja os polares. Os mais salgados do planeta são
deverá ser subtraída da o mar Morto, no i nterior da Ásia, e o Medi
altura da linha verde
Como a superfície terrestre é cheia de terrâneo. O menos salgado é o mar Báltico,
altos e baixos, é preciso confirmar se no norte da E u ropa, q u e, por causa de seu
a montanha começa abaixo ou acima baixo teor de sal, c hega a ficar congelado
do elipsoide. Para medir a altura entre d u rante o i nverno.
o início do morro e o ponto utilizado
como referência pelos satélites (linha
laranja), é usada uma representação
do nível do mar da Terra, chamada
de geoide
3
RESULTADO FINAL
A altitude real do pico deve
considerar a altura desde o
começo da montanha,
o geoide, até o pico
(linha amarela)
16 -? GEOGRAFIA VESTI B ULAR 2015 [ 1 ] [ 3 ] LUIZ I RINREVISTA M U N D O ESTRANHO [2] ACACIA CORREA
CO M O S E FO RMA O ARCO-ÍRI S?
A
mitologia grega d i ria que ele apare PRISMA NATURAL
ce sempre que a deusa I ris deixa u m Chuva e umidade do
rastro colo r i d o n o céu, para trans
mitir aos h o m ens as mensagens d e Zeus,
ar favorecem o belo
fenômeno
1 Dentro da gota d'água ou de
vapor, o raio solar passa por uma
refração- ou seja, divide-se na�
SOL
o todo-poderoso do Oli m po. A exp l i cação sete cores que compõem a luz
branca
://
científica é bem menos românti ca. O arco
·íris su rge q uando o Sol ilum i na a um idade
Cada onda colorida é desviada
suspe nsa n o a r, após uma c h u varada, por
exe m plo. Q u a n d o um raio bate na borda
2 em um ângulo diferente,
de acordo com sua velocidade
de propagação
de uma got i n h a d 'água o u de vapo r, a luz "' .
ra1os so I ares
branca d o Sol é d esviada e se decom põe
3
Os raios coloridos são refletidos
nas sete cores q u e compõem seu espectro:
na borda do fundo da gota
ve r m e l h o, laranja, a m arelo, verd e, azul,
anil e violeta. É o m esmo efeito do prisma,
4
Ao sairem da gota, os raios são
q u e a p r e n d e m os n a escola: cada c o r é
desviados mais uma vez.
refletida em u m ângulo d i fe re nte e m ud a O efeito é igual ao de uma lente
d e d i reção ao reto rnar para a atmosfera. -- gota d'água de aumento
A cor vermelha é a q u e se propaga m ais
5
O espetáculo acaba quando o Sol
rapidamente, formando a faixa s u pe r i o r muda de posição ou quando um
do arco-íris. A violeta, a mais lenta, aparece vento forte dissipa a umidade
na parte i nferi or. do ar
O
I NGREDIENTES PLANETÁRIOS h i d rogê n i o está p resente e m 93% d os áto
Três elementos químicos mos d o cosmo . Esse ele m e n to q u í m i c o to
formam, juntos, mais m o u c o n ta do U n i v e rso p o r causa d e sua
de So% dos átomos s i m p l i c i d ad e : e m um áto m o de h i d rogê n i o, há um
da Terra ú n ico p róton no n ú c l eo, q u e, por sua vez, é rodeado
por apenas u m elétron . Os 7% dos átomos restantes
no espaço afora são p raticam e n te todos de h é l io. A
s o m a d o s o u tros ele m e n tos q u í m i cos c o n h e c i d os
não c h ega n e m p e rto d e 1%.
Na Terra, porém, a h istó ria é bem d i ferente. Nosso
p l a n eta é f e i to bas i ca m e n t e d e ele m e n tos m a i s
pesad os, com m u itos p rótons n o n ú cleo, coisa rara
n o resto d o cosmo . O m a i s a b u n d ante p o r aq u i é o
o x i gê n i o, q u e res p o n d e p ela m etad e dos áto mos
do plan eta. Em segu n d o lugar, vem o ferro e, e m
tercei ro, o silício - t o d o s e l es e l e m e n tos i ns i g n i
f i c a n tes na grande escala u n iv e rsal.
E
,
o l i m i t e q u e s e p a ra d u as N o B rasil, as regiões mais ati n- 1
massas de ar - u m a q u e n te, gidas pelo fenômeno são a Sudeste '
q u e p e r d e espaço, e o utra e a Sul, onde também podem ocor-·'·
·
fria, q u e avança. Trata-se de u m rer geadas. Isso acontece p o rq u e:
mecanismo n at u ral d a atm osfera na América d o S u l, a maioria d as
para compensar d iferenças de tem fre n tes f r i as se ori g i n a n as lati·
peratu ra no planeta . Avançando tudes m é d i as, ao extre m o sul dÇl
com velocidades d e até 30 km/h, conti n en te. Com seu avanço, con:
o ar frio e seco, mais d e n so, e m tudo, as frentes perdem energif. e
p u rra a m assa q u ente e leve para velocidade, e o contato com o sblo
c i ma . Se h ouver u m idade suficien q u e n te reduz o frio das m assas·d.�
te, a passagem d a fre n te causará ar. Por isso, é tão raro u m a frent�"
·
c h u vas i n t e n sas, c o m d i re i to a fria chegar até o N o rd este . f .•
Frente$ frias- como a
· repre�éniattà pe!� inassa branca
g ra n i zo, raios e t rovões . M as as Não é possível evitá-las, m as )á sobre os estados· de São Paulo e
mais severas podem provocar que dá para se preparar m el h o r para · do Rio de janeiro- ·
d as d e até 10 oc em a p e n as u m a essas baforadas geladas. Hoje, a me são te.sponsáveis por fazer
despencar a temperatura nas
h o ra - c o m o b e m s a b e q u e m j á teorologia co nsegue p rever c o m regiões por onde passam
a m al d i ç o o u u m a frente f r i a p o r cerca de ci nco d ias de antecedência
ter a rr u i nado o f i m d e semana. a chegada de uma frente iria ao país.
E ( ( (
sse fe n ô m e n o é e x p l i c a d o p o r d o i s fatores relac i o nad os: a d i fe BRISA MARÍTIMA
r e n ç a de tem perat u ra e n t re o mar e o c o n ti n e n t e e o fato de o
ar sem p re se d e s l o c a r d o p o n to o n d e a p ressão atmosfé r i ca é
m a i s a l ta p a ra aq u ele n o q u al ela é m a i s bai xa. N o d e c o r rer d o d i a, o
co n t i n e n te e o m a r r e c e b e m a m e s m a q u a n t i d ad e d e rad i ação solar.
Aco n te c e q u e, p o r razões q u í m i cas, a t e r ra esq u e nta m a i s ráp i d o d o mar frio
q�e a água . É a í q u e e n t ra o fator p ressão atm osfé r i ca . C o m a tem pe
ratu ra m ais alta d a ter ra, o ar s o b re ela fica m a i s a q u e c i d o, t o r n a n d o
a p ressão atmosférica m e n o r q u e a sobr e o o c e a n o . C o m isso, c r i a-se
( ( (
u ma e s p é c i e de co rred o r de v e n to do mar para a t e r ra: a refrescante BRISA TERRESTRE
b risa m aríti m a ( veja ao lado).
À n o i te, a s i tu ação se i n ve rte: as águas retêm cal o r p o r m a i s t e m
po, e o m a r d e m o ra m a i s p a ra resfr i a r. Ass i m, o a r so bre o o c e a n o
f i c a m a i s q u e n t e e a p ressão a t m o sfér i c a, m a i s baixa . Daí, c o m o a
pressão s o b re o c o n t i n e nte é m a i s elevada, os v e n tos se d ir i g e m d o mar quente
con t i n e n te para o m a r.
E
les surgem, s o b retu d o, p o r causa d a ação das águas d a c h uva.
Parte d elas se i n f i ltra pelas áreas mais permeáve is e o u tra parte
escorre pela su p e rfíc i e em d i re ç ão aos terre n os m a i s b a i xos,
f o r m a n d o p e q u e nos fi letes q u e, à m e d i d a q u e se j u n tam, criam f i o s
m a i o res, p e q u e nos r i a c h os e , f i n a l m e n t e, r i o s . A á g u a s e i n filtra n o
so l o e p e n etra a t é a s camadas i n f e r i o res, form a d as d e roc has i m p e r
m eáveis, e lá c o n t i n u a se m o v i m e ntando su bterraneamente confo r m e
a i n c l i n ação d a c a m a d a roc h osa. M a i s ad i a n te, e n tão, e l a reto rna à
s u p e rf íc i e, tam bé m a l i m e n tan d o os r i os.
Há também aq u eles q u e têm sua origem do d e rret i m e n to das n eves
acu m u ladas n o c u m e das m o n ta n h as: é o caso do Amazonas, q u e, além
d as águas d a c h uva, é formad o por n eve d e rretida dos p icos da cord i
l h e i ra d os A n d es.
N ovos aflue ntes podem aparecer q uando, pela ação de terremotos ou
vulcões, o relevo de u m a paisagem é alterado, s u rgi n d o n ovas e l evações
ou d e pressões - e, com el as, camin hos alternativos para a água escorrer.
No decorrer dos séculos, o homem foi Os meridianos nos indicam a longitude, que é a distância expressa
em graus entre uma região no mapa e o ponto zero - o meridiano
registrando todos os cantos do planeta
de Greenwich .
em mapas. Saiba como interpretá-los e
por que eles são tão úteis Os paralelos determinam a latitude, que também é expressa em
graus, e nos indica a distância entre um local no planisfério e o ponto
u d o começou q uando o homem
T
zero - a linha do Equador.
p ré-histórico passou a desenhar n o
i nterior d as cave rnas a localização Para visualizar uma localização específica de um ponto na superfície
d e seu e ntorno . Foi ass i m que s u rg i ram os terrestre, é só fazer o cruzamento do meridiano com o paralelo, como
primei ros mapas . A medida que o homem foi em um daqueles antigos jogos de batalha naval, e obter os dados de
con q u i stando novos espaços, cruzando ma latitude e longitude. Veja abaixo:
res e aprimorando as técnicas cartográficas,
os m apas se tornaram mais sofi sticados.
Hoje, com a aj uda de poderosos satélites,
até m e s m o as mais i nó s p itas regiões d o
planeta são reproduzidas com alta precisão.
C o m o passar d o s s é culos, os m apas
tive ram i m po rtan tes fu nções estratégi
cas: aj u d aram a i m p uls ionar a expansão T��Qºt���----
>
maríti mo-comercial eu ropeia n o sé cu lo XV
e atualmente são f u n damentais para q u e
EQUADOR
a s a d m i n istrações p ú blicas d esenvo lvam
p rojetos de o rganização territorial. Com
os mapas, é possível realizar variados ti -------------- _ ')..;�
__________
ô ô G
horários, em vez de três. Com a medida, os fusos do estado
do Acre e de parte do Amazonas foram modificados (veja os
mapas ao lado).
Oficialmente, mudar os fusos é uma questão teórica.
A princípio, eles são determinados pelos meridianos,
linhas imaginárias traçadas de um polo a outro da Terra.
São 24 fusos, obtidos a cada 15' da esfera completa de 360'.
A divisão foi feita assim porque, em razão da rotação
da Terra, as várias porções da superfície terrestre são
iluminadas de forma diferenciada no decorrer do dia, que
tem 24 horas. Assim, cada um dos 24 fusos corresponde a
uma hora. O ponto de referência do horário mundial é a
hora de Greenwich (GMT), na faixa do meridiano que corta
a cidade de Greenwich, na Inglaterra - indo para leste,
Este mapa menor mostra
adianta-se o relógio; para oeste, deve-se atrasá-lo. como era antes, com os três
Mas, como os limites das linhas são uma convenção, fusos. Note que os estados
os fusos acabam sendo maleáveis. No caso do Acre e do do Amazonas e do Acre
Amazonas, por exemplo, o que se deu foi uma leve adaptação acompanhavam o fuso dos
estados de Roraima, Rondônia,
do meridiano. E essas mudanças ocorrem no mundo todo.
Mato Grosso e Mato Grosso
Em 2010, a Rússia, que, com sua vastidão territorial tinha do Sul.
n fusos horários, decidiu reduzir para "apenas" nove.
COMO É AGORA
lOh Bh
HORÁRIO DE VERÃO
Com a entrada n o h o rário de verão, o B rasil
mantém seus q uatro fusos, mas m u d a a d is
e) G
posição d eles, pois as regiões Su I, S u d este e
Centro-Oeste adiantam o relógio em u ma hora.
O objetivo é aproveitar melhor a luz solar, já q u e
d u rante o verão, a o sul d a l i n h a d o Eq u ad o r,
o Sol n asce mais cedo e se põe mais tarde. A
med ida p rovoca u m a i m po rtante redução n o
consumo d e en ergia. Fernando de
l'SO'S n
l_gj
31'24'0
Atol das
i
�
�
0
Penedos de
S. Pedro e
�
S. P aulo(RN)
l'Sl'S � �3'6S'S
33'50'0 : 0
29'21'0
Jequié,
• Caetité
OCEANO
ATU.NT/CO
11'
Este mapa,
reproduzido numa
MINAS
GERAIS
escala pequena,
mostra o estado da
18' Bahia, com algumas
I
:1 �� ,�L,t .
de suas principais
cidades e rios, além ESCAlAl:S.OOO.OOO
dos estados que '\'
46' JB' fazem divisa. Jl'
Fontes: IBGE/Aneel
I
a região metropolitana de Salvador. Nela é possível
observar todos os municípios que compõem a área.
t
I F---7.:. .
Note como a cidade de Salvador ganha contornos
... . mais bem definidos, enquanto no mapa anterior ela
aparece apenas como um ponto na região costeira.
Fonte:govemodaBahia
O o mapa da polêmica
Uma projeção cartográfica bastante conhecida, que figura em
vários atlas, é a cilíndrica. O fato de ser bem difundida, contudo,
não a livrou de polêmicas. É que, por se basearem em parâmetros
diferentes, duas das mais famosas projeções cilíndricas
representam o mundo de maneira bastante diferenciada.
A mais antiga foi criada pelo geógrafo e cartógrafo flamengo
Gerhard Kremer, o Mercator, ainda no século XVI. O ponto forte
da projeção de Mercator é a precisão nas distâncias, sendo
usada até hoje. Ocorre que esse modelo privilegia as formas dos
continentes, mas distorce as áreas. E essa distorção, que cresce
H--+--+-1-+-H, l
conforme aumenta a latitude, acaba resultando em grandes
deformações: a Groenlândia, por exemplo, que tem cerca de
2,8 milhões de quilômetros quadrados, aparece no mapa com
quase o mesmo tamanho da África, com seus mais de 30 milhões
de quilômetros quadrados.
Ao acusar a projeção Mercator de ser um instrumento
dos países ricos, ao norte, para colonizar as nações menos
desenvolvidas, ao sul, o alemão Arno Peters apresentou, em
1973, seu modelo de projeção cartográfica. Peters optou pela
proporção entre as áreas, chegando a uma representação em
que os países ao sul ganham mais destaque. Resultado? Estava
instalada a polêmica, com debates que perduram até hoje entre
os partidários de cada modelo.
R
e p resen tação: é essa a i d e ia q u e alteração no mapa político ocorreu em 2011, com
n o rteia a c o n stru ção d e u m mapa. o desmembramento do Sudão, que deu origem ao
Ocorre q u e, obviamente, o tamanho Sudão do Sul. Em suma, aparecer ou não no mapa
e a com p l e x i d ad e d o planeta n ão cabe m significa ter a própria existência reconhecida pelo
n o p a p e l . D esse m o d o, é p re c i s o fazer resto do mundo.
esc o l h as p a ra c o nseg u i r m ostra r, n u m
espaço tão restri to, o m áx i m o d aq u i l o
q u e c o m p o rta o m u n d o real.
Dessas escolhas é que resultam as d iver
sas maneiras de representar um território,
que pode se dar com base em focos variados,
como seus aspectos físicos, p o l íticos o u
culturais. Cada u m desses recortes, p o r sua
vez, abarca outras subdivisões. A representa
ção física do planeta, por exemplo, engloba O Divisão socioeconômica
mapas de hid rografia e relevo, entre outros. Este recorte - que comporta várias
Todas essas d ivisões são i m portantes tanto subdivisões - permite enxergar as
por seu caráter teórico, ao facilitar o estudo características de uma região pelas atividades
de uma área, q uanto pela aplicação prática econômicas lá desenvolvidas e pelo nível
d esse conheci mento, ao nortear a i m plan de desenvolvimento social de cada região.
tação de políticas de saúde ou ambientais. O que determina a escolha de cada critério
Entretanto, com tantas possibilidades, é é o objetivo que se deseja atingir. Para
preciso atenção na hora de ler os mapas e compreender as relações comerciais entre os
avaliar as conclusões ti radas com base em países, por exemplo, podemos usar um
sua análise. Afi naI, como vi mos, eles mostram mapa que identifique aqueles que
apenas uma parte da realidade. Assim, depen mais importam e exportam.
dendo do ponto d e vista adotado para sua lndice de Em nível global, a ONU classifica as
construção, eles podem acabar servindo para Desenvolvimento nações com base na aná l ise do l ndice de
Humano
i nfluenciar - positiva ou n egativamente Desenvolvimento Humano (IDH),
o modo como e nxergamos d eterminada • Muito Alto que leva em conta três fatores: educação,
área ou algum fenômeno. Para compreender . Alto longevidade e renda. Ao observarmos o mapa
melhor essa história toda, confira a segu i r . Médio de IOH do continente americano (ao lado),
alguns critérios pelos q uais podemos d ivid ir Baixo vemos que Canadá, Estados Unidos, Chile
o conti nente americano e as d i ferentes in • Dados não disponiveis e Argentina são as únicas nações com IOH
terpretações q u e ele pode gan har. muito alto, destoando do resto do continente.
• Crioulo
• Espanhol
• Francês
• Groenlandês
• Holandês
• Inglês
Português
O Divisão demográfica
Distribuição da população pelos continentes, movimentos de migração,
taxa de urbanização. Esses são alguns exemplos de dados que podem ser
representados nos mapas demográficos . Eles recebem esse nome por focar a
Habitantes/km2
população e sua dinâmica. Sua principal aplicação se liga à implementação de
políticas públicas de educação, saúde, transporte ou planejamento urbano, que
podem ser desenvolvidas com base nos levantamentos demográficos. • Acima de600
No mapa ao lado, destaca-se o perfil da densidade populacional nas Américas. • De l00a600
Boa parte da América do Sul - incluindo o Brasil - e os Estados Unidos apresentam
De 50a 99
densidade populacional moderada. Já o Canadá tem densidade baixa. Isso porque
Del0a49
o país possui vastas áreas desabitadas em razão do frio, levando a população a se
concentrar nas regiões costeiras mais ao sul. Já nações como Cuba e Guatemala • Menos delO
concentram grande número de pessoas em suas áreas. Dados não disponiveis
MAPAS DISTORCIDOS
Os m apas têm como o bj etivo ap resentar d e forma mais fiel pos
sível o espaço geográfico, certo? Mais o u m enos. Existem alguns
tipos d e rep resentação cartográfica q u e d istorcem o taman h o e
o traçado das regiões para reforçar o efeito c o m p arativo so b re o
tema apresentado. Esses m apas recebem o n o m e d e anamorfoses
e costumam cai r n os vesti bulares com certa freq u ê n c i a.
Certamente, você con hece o mapa da d ivisão política do Brasil. E ele
em nada se parece com a i m agem que você vê ao lado. Mas acred ite:
trata-se de um mapa do nosso país. É q u e, nessa anamorfose, o tama ..----•36.969.476
Número
nho de cada estado é proporcional ao seu n ú mero de habitantes e m habitantes
2000. Logo, vemos q u e São Paulo surge c o m o o m a i o r estado p o r ter
uma enorme população . Já o imenso Amazonas aparece bem red uzido
nessa representação em razão de seu modesto n ú mero d e habitantes.
[1]
CO N TO R N O S D O M U N D O
HÁ M I LHÕES D E ANOS, POD E ROSOS MOV I M ENTOS NA CROSTA E N O I NTERIOR DA TERRA VÊM
MOLDA N DO AS C U RVAS E AS PAI SAGENS DO P LAN ETA
O
planeta é revestido d e u m a capa rígida formada pela
c rosta terrestre e pelo manto superior, como u m a cas
POR DENTRO DO GLOBO
Os estudos sobre o interior
ca. A essa camada mais superficial do globo damos o
características. A litosfera
tanhosas. Veja a segu i r as estrutu ras geológicas d a l itosfe ra:
Escudo
Foram formadas nas eras Paleozoica e Mesozoica, com a erosão
cristalino
das rochas dos escudos cristali nos - após o desgaste dos maciços,
seus sed i me ntos foram d epositados e m regiões mais baixas. O
acúmulo desses detritos, somado aos restos orgânicos, leva à
Dobramentos
form ação de rochas sed imentares pelo processo de l itificação.
modernos
Dobramentos modernos
Trata-se d a s formações mais recentes d a crosta terrestre,
su rgidas do c h o q u e de p l acas oco rrid o e ntre o fim d a E ra Me
sozoica e o i n ício da Cenozoi ca. As rochas são mais fl exívei s
e situam-se n a z o n a d e co ntato e ntre a s p lacas tectôn i cas .
Arqueozo1ca Proterozo1ca 11Pai
Nessa região de grande instabilidade e frequentes movi mentos
4,5 bilhões 2,5 bilhões 570 milhões 250 milhões 65 milhões
sísmicos se encontram montanhas e vulcões ativos e exti n tos.
DEPRESSÕES
São áreas da superfície localizadas em altitude
inferior à das regiões próximas (depressão
relativa) ou abaixo do n ível do mar (depressão
absoluta). As depressões podem ser formadas de
várias maneiras: por deslocamento do terreno,
remoção de sedimentos, dissolução de rochas ou
até por queda de meteoritos.
LA EMBAIXO Por estar situado abaixo do nível do mar, o mar Morto, no Oriente Médio,
é considerado uma depressão absoluta
MONTANHAS
Tam bém chamadas de
dobramentos modernos,
são grandes áreas elevadas
resultantes do choque de
placas tectônicas, como o
da Placa Euroasiática Ocidental
com a Indo-Australiana, que
deu origem ao conjunto de
montanhas do Himalaia,
[4]
PLAN ÍCIES
São áreas de superfície relativamente plana, formadas por
rochas sedimentares e nas quais predominam os processos
de decomposição e acúmulo de sedimentos. Na maior
parte das vezes, as planícies são encontradas em baixas
altitudes. Mas é bom ficar atento: não é a altitude de um
relevo que determina se ele é uma planície; o principal fator
definidor é o acúmulo de sedir11entos. Nas regiões elevadas,
por exemplo, existem as planícies de montanha, que são
formadas de rocha sedimentar e delimitadas por aclives. [51
[1] ROOOLFO TUCCI[2] [3] [4] DIVULGAÇÃO [5] SKYSCAN/CO RBI5 GEOGRAFIA VESTIBULAR 2015 f- 29
ATERRA � RE LEVO EM M OVIM ENTO
E U T E N H O A FO RCA! ;)
A
s d u nas são u m exe m p l o escan carado da i nc o n stân cia
das paisagens: u m m o n te d e areia q u e m ud a d e l ugar e
de taman h o ao sabor do vento. Ainda q u e m o n tan h as
não se movam, o rel evo obed ece à mesma l ógica da versati
l i d ad e d as d u nas de areia. D e p ressões, plan ícies, p l analtos
e m o n tan has foram esc u l pi d o s n o d ecorrer d e m i l h õ e s de
anos - e conti n uam e m constante transformação. A q u al q u e r
momento, p o r exe m p l o, terrenos p o d e m ser elevados por p res
sões de d entro do planeta ou mesmo ser gastos por agentes
do i ntemperismo, m u dando d e cara e gan hando novas cu rvas.
D uas ações c o m b i nam-se para modelar o relevo: as forças
internas ou endógenas, que dão as l i n has mestras do relevo, e as
externas ou exógenas, q u e mod ificam as formas já existentes.
FORÇAS I NTERNAS
Tam bé m c h am a d as de e n d ó ge n as, são as forças responsáve i s
tectonismo, o vulcanismo e os abalos sísmicos. AREIA AO VENTO As dunas exemplificam a inconstância do relevo
por d a r f o r m a ao relevo. S ã o t r ê s o s age n tes i n t e r n o s d o g l o b o :
o
1 TECTO N I S M O
São o s lentos deslocamentos das placas tectônicas, que podem ser vertical ou
horizontal. Quando é vertical (epirogênese), levanta ou abaixa a crosta durante
um prolongado espaço de tempo. É o que ocorre, por exemplo, na península
Escandinava, que se eleva alguns centímetros todo ano. Quando o movimento
de uma placa em relação a outra é horizontal (orogênese), uma acaba entrando
embaixo da outra (a subducção). É o processo que resulta na formação das
i mensas cadeias de montanhas e de fossas. Veja exemplos de como as placas
tectônicas se movimentam.
2 VU LCAN I S M O
Os vulcões são fendas n a crosta terrestre
por meio das quais o magma, o material
em estado liquido-pastoso vindo do
manto, atinge a superfície. Existem dois
tipos básicos de vulcão: o explosivo e o
não explosivo. O primeiro aparece nos
pontos de encontro das placas tectônicas,
os grandes blocos que formam a litosfera
(veja mais na pág. 34) - seu melhor exemplo
está nos vulcões que desenham o Cinturão
de Fogo, em torno do oceano Pacifico.
Esse tipo se caracteriza também pela lava
quase sólida, além de expelir poeira e uma
mistura de gases e vapor de água.
A lava desses vulcões vem das profundezas
da Terra, onde a temperatura elevada
derrete a rocha da crosta oceânica e faz 7 9 : POM P f A
com que ela se misture à água do mar. É
justamente a presença de água que confere Hoje, parece impossível viver à beira de um vulcão e não se dar conta do
U ma região viti mada pela fú ria do Vesúvio
o caráter explosivo ao vulcão. Isso ocorre perigo. Mas era assim que os moradores do balneário romano de Pompeia
porque, conforme a lava sobe, o vapor de levavam a vida no ano de 79, pois já fazia quase 2 mil anos que o monte Vesúvio
água é liberado da rocha e esbarra numa não entrava em erupção. Quando a montanha soltou um estrondo, o chão
tampa formada pelo material endurecido tremeu e uma nuvem preta encobriu o sol, as pessoas saíram para a rua, curiosas.
da explosão anterior, aumentando a Alguns minutos depois do primeiro rugido, o vulcão lançou uma saraivada
pressão até explodir de vez. Já os vulcões de pedras e começou a fazer as primeiras vitimas. Outras morriam ao
não explosivos, como os do Havai, ficam respirar a fu maça. No fim do processo, duas avalanches cobriram Pompeia
bem no meio de uma placa tectônica, com 6 metros de cinzas e pedras, matando 16 mil pessoas. A coisa aconteceu
longe do choque entre elas. Esse tipo surge de forma tão rápida que é como se as cidades tivessem ficado congeladas
quando ocorre alguma fissura ila crosta no tempo, tornando-se os registros mais detalhados da era romana que
terrestre por onde a lava pode escorrer. chegaram até nós. A foto acima mostra o "Jardim dos Fugitivos", que abriga
Essa lava é mais l iquida e incandescente. diversos corpos fossilizados, cobertos pelas cinzas do Vesúvio.
(1] DIVULGAÇÃO [2J AFP/HEM IS.FR/GARDEL BERTRAND [3] AFP/HEMIS.FR/COLlN MATTHIEU GEOGRAFIA VESTIBULAR 2015 f- 31
RELEVO EM M OVIM ENTO
3 ABALOS S ÍS M ICOS
São tremores na superfície terrestre
causados pelo movimento das placas
tectônicas ou em virtude da grande
energia l iberada pelo vulcanismo.
Eles se propagam a partir do hi pocentro
(foco de contato entre as placas) em ondas
pelas rochas, atingindo regiões distantes
do epicentro (ponto na superfície da Terra
diretamente acima do local onde
se registra a maior intensidade do tremor).
Quando os abalos sísmicos ocorrem nas
áreas continentais, recebem o nome
de terremoto; se acontecem no fundo
oceânico, são batizados de maremoto.
Esses últimos podem causar os temíveis
tsunamis, ou ondas gigantes (veja mais
na pág. 54).
l EROSÃO 2 I NTEMPERISMO
A exposição prolongada a agentes naturais provoca o desgaste das rochas e dos solos. É o processo de degradação
O processo de desintegração e consequente transporte do material decomposto recebe o das rochas provocado por
nome de erosão. Veja os principais elementos causadores desse fenômeno. fenômenos q uímicos e físicos.
solidificação da água: a
água em estado l iquido se
[3] ·
raízes de plantas: o
crescimento das raizes das
•
{1] AFP/EITAN ABRAMOVICH {2] {3] {4] DIVULGAÇÃO {I] ROY PHILI PPE/AFP GEOGRAFIA VEST I B U LA R 2015 � 33
P LACAS TECTÔNICAS
A
s p l acas tectôni cas são g igantescos bl ocos
que c o m põ e m a camada s ó l i d a externa d o
n osso p l a n eta (a l i tosfe ra), s u st e ntan d o PLACA JUAN DE FUCA ,. . . . . . . . . . . . . . . . .
os conti n e n tes e o s oceanos. I m pu lsionad as pelo É a menor das p l acas tectônicas,
movi m e nto d o m a g m a i n can d escente ( m ate rial que se fundiu com a Placa Norte
Americana e criou a cordilheira
e m estad o l íq u i d o- pastoso n o i nteri o r d a Terra),
das Cascatas, nos Estados Unidos
as d ez p r i n c i pais p l acas se e m p u rram, afastam-se
u mas das outras e afu ndam ou se e levam alguns
m i l ímetros p o r a n o, altera n d o s u as d i m e nsões e PLACA DO PACÍFICO , . . . . .. . . . . .. . . ..
mod ificando o contorno do relevo terrestre. Esses Com cerca de 70 milhões
i m e nsos f rag m e n tos atuam c o m o artistas q u e, de quilômetros quadrados,
conti n uamente, recriam a paisagem d a Terra. Aliás, está em constante
renovação na região do
a palavra tectô n ica vem d e tektoniké, exp ressão Havaí, onde o magma sobe
g rega q u e s i g n i f i ca "a arte de c o nstru i r" . A c o n e cria ilhas vulcânicas. No
f i g u ração a t u a l d os c o n ti n e n tes, p o r e xe m p l o, é encontro com a Placa das
fruto d e m i l hões d e anos d e "trabal h o artístico" Filipinas, ela afunda em
uma área conhecida como
d as p l acas - no p rocesso c o n h e c i d o como d e riva
fossa das Marianas, na
conti n e n tal (veja abaixo). qual o oceano atinge sua
A l itosfera poss u i cerca de 150 q u i l ômetros de es profundidade máxima:
pessu ra, u m a n i n h aria perto d os 6.378 q u i l ôm etros 11.033 metros
n ecessários para c hegar até o centro do plan eta.
Acontece q u e, a cada vez q u e as e n o r m es p lacas
se enco ntram, g ra n d e q u antidade de e n e rgia fica
acu m u lada e m suas rochas. De tem po e m te m p o, o PLACA DE NAZCA , . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . .
arsenal é l i berado d e forma explosiva - essa l i bera A cada ano, essa placa de
10 milhões de quilômetros
ção pode ser sentida por m e i o d e terrem otos q u e
quadrados no leste do
c hacoal ham o g l o bo, gera l m ente n as b o rd as d as oceano Pacífico fica
placas. Nos l i m ites das placas, o choque subterrâneo 10 centímetros menor pelas
trombadas com a Placa PLACA DE COCOS ,
...
pode dar origem a v u lcões, q u ando m o n tan has de
Sul-Americana. Esta, por ser Foi formada a partir do
rocha d erretida aproveitam as fendas para subir por
mais leve, desliza por cima desprendimento da Placa
entre as placas (veja mais na pág. 31), ou ainda, pelo da Placa de Nazca, criando do Pacífico. Fundiu-se com a
grande vo l u m e d e água que d eslocam, p rovocar os vulcões e elevando as Placa do Caribe, criando uma
tem íveis tsu na m is (veja mais na pág. 54). montanhas dos Andes zona turbulenta
DERIVA DOS CONTINENTES 225 M ILHÕES DE ANOS ATitAS 180 MILHÕES DE ANOS ATRAS
Confira como foi o processo de
deslocamento de terras que resultou
na formação dos atuais continentes
.. . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..... . .
········· ····················· ······ ! PLACA DAS FILIPINAS
Essa placa concentra em seus limites quase a
metade dos vulcões ativos do planeta. Colisões
... . . . . . . . . . .. . ... . . . . . . . . . . . .
com a Placa Euroasiática causam terremotos
e erupções destruidoras, como a do monte
Pinatubo, em 1991, uma das mais violentas dos
últimos 50 anos
·
... .1 PLACA INDIANA
A p l aca comporta todo o Subcontinente
I ndiano. No choque com a Placa Euroasiática,
nasceu o conjunto de montanhas do Himalaia,
no sul da Asia, onde há mais de 100 montanhas
com altitudes superiores a 7 mil metros
PLACA AUSTRALIANA
O bloco que sustenta a Austrália,
a Nova Zelândia e a maior parte do
oceano I ndico ruma velozmente
para o norte. Além de se chocar
com a Placa I nd ia na, a borda
nordeste bate na Placa do Pacífico,
criando ilhas na região turbulenta
A
pesar d e o B rasi l s e r u m a n ação relativamente jove m, c o m pouco mais d e soo anos,
contan d o a partir da c h egada d os p o rtugu eses, seus terrenos são de o u tros carna
vais. Tu d o teve i n íc i o há c e rca d e 4,5 b i l hões de an os, q uando a l i tosfera começou
a se form ar, com o resfriamento d o m agma, e, mais tarde, c o m os movime ntos d as p l acas
tectô n i cas (veja mais na pág. 34). N esses p r i m ó r d i os da h i stó r i a te rrestre, d u rante a E ra
Arqu eozo ica, as p r i m e i ras rochas d e ram o r i ge m aos escu dos c rista l i n os, ou maciços anti
gos, u m d os dois ti pos d e formação geológica que oco rre m n o B rasi l . Do l ongo processo de
erosão dos escu dos c ristal i n os surgiu o ou tro tipo d e estrutu ra geológica d o país: as bacias
sed i mentares. P resen tes na m a i o r parte do te rritório, são constitu ídas d e rochas formad as
pela d esagregação d e o u tras rochas e d e d ifere n tes materiais (veja mais na pág. 28).
Em razão dessa formação antiga, e sofrendo há m i l ê n ios com a erosão de agentes do intem
perismo como ventos e chuva, as altitudes por aq u i são mod estas: cerca d e 90% d o território
não passa d e 900 m etros. O utro fator para termos um relevo tão "nanico" é a ausência d os
dobramentos modernos q u e d e ram origem a i m ensas cadeias de montanhas, como os Al pes e
os Andes. Isso ocorre porque o B rasi l se local iza bem no meio da Placa Su l-Americana, longe das
zonas de choque e ntre as placas tectônicas, onde se dão os m ovimentos d e soerguimento ou
afundamento das p l acas. Al iás, é d evido a essa local ização q u e não acontecem abalos sísmicos
no Brasil - no máxi mo, alguns peq uenos tremores, reflexo de outros ocorridos a grande d istância. DEPRESSÃO
Sem as cadeias de montanhas, sobram-nos o utros três princi pais tipos de relevo: planaltos, DO ARAGUAIA
planícies e d e pressões. Com base nisso, no decorrer d os anos, os estud i osos p ropuseram várias Acompanhando o leito do rio Araguaia,
classificações do perfil geográfico brasileiro . A mais aceita foi estabelecida, nos anos 1990, pelo essa depressão tem superfície entre 300
geógrafo j u randyr Ross, da U n iversidade d e São Pau l o (USP). Considerando o processo de forma e 400 metros de altitude; configura-se
ção dos d iversos relevos do m u nd o (veja mais na pág. 28), e tam bém a altitude das formações do uma depressão por estar abaixo dos
terrenos que a circundam .
Brasil, Ross chegou à defin ição d e 28 estrutu ras n o país: 11 planaltos, n depressões e 6 planícies
Na definição de Ross, depressões são
(veja no mapa da pág. 40). A segu i r, veja alguns destaq ues d o ancestral relevo brasi leiro. superfícies formadas por processos
erosivos, com suave inclinação e menos
irregulares que planaltos. Entre as n
ESTRUTURA GEOLÓGICA BRASILEIRA depressões brasileiras, também merecem
destaque a depressão da Amazônia
Ocidental (com cerca de 200 metros de
altitude) e a depressão da borda leste
Oceano
Atl�ntico da bacia do Paraná (que chega a atingir
altitudes entre 6oo e 750 metros).
Oceano
Atl.1:ntico
P E R FI S D E P E D RA
Três grandes recortes ajudam a enxergar a
cara do nosso país
o3.000 m
Planaltos Residuais
Norte·Amazônicos
Planalto da
Amazônia Oriental
NORDESTE Com quase 1,5 mil quilômetros, esse perfil vai do Maranhão a Pernambuco.
formas residuais, ou seja, resultantes do processo de erosão.
Além de cristalinos, podem ser sedimentares, como é o caso
dos Planaltos Residuais Norte-Amazônicos. É um retrato fiel do relevo da região, com destaque para os dois planaltos (o da bacia do
Parnaíba e o da Borborema) cercando a Depressão Sertaneja (ex-Planalto Nordestino)
Depressão
3.000 m Planaltos e
periférica da Planaltos e
c h apadas da
borda leste serras do Atlântico
2.000 m bacia do Paraná da bacia do Paraná leste-sudeste
1.000 m
[6[
CENTRO·OESTE E SUDESTE Esse corte, de cerca de 1,5 mil quilômetros, vai de Mato
PERTO DO CÉU Entre MG e Rj, o Pico das Agulhas Negras Grosso do Sul ao litoral paulista. Além da planície do Pantanal, pode·se ver a bacia do Paraná,
é o quinto mais alto do Brasil formada por rios de planalto, que abrigam as maiores hidrelétricas do país
lll DORIVAL ELZE [21 [41 [51 [71 EM BRAPA [31 JOÃO RAMID [61 MARIO RODRIGUES [81 DIVULGAÇÃO [91 [!OI [111 MKANND G EO G RAFIA VESTI B U LA R 2015 <- 37
.,
R I Q U EZA Q U E V E M DO SO LO
CO N H ECA O PROCESSO D E FO RMACÃO GEO LÓGICA
, ,
O uso dos m i nérios
As rochas são formadas por agr u pamentos de minerais
DAS ROCHAS E DOS M I N E RAIS E SUAS PRI N C I PAIS na crosta terrestre existem mais de 3,5 m i l ti pos. Entre eles,
APLICACÕES ECO N Ô M I CAS os mi nérios, dos q uais podemos extrai r su bstâncias de inte
,
resse econômico. No conj unto dos mi nérios, d istinguem-se
aq ue les u t i l i zados para a obtenção de metais, como o alu
las cost u m a m ficar esc o n d i d as sob o s o l o o u a vegetação, mas m ín i o, o fe rro, o magnésio e o titânio. Embora os m i n érios
- Níquel
AS FORMAÇÕES DO
A LTO S E RELEVO NO MUNDO
BA I XO S
VEJA COMO ESTÃO
DISTR I B U ÍDOS N O GLO BO OS
PRI N C I PAIS TI POS DE RELEVO
•
.·
3°0 m
tectônicas, a do Pacífico e a das
15o m Filipinas. Caso o monte Everest
o fosse colocado dentro da Fossa
·
l. OOOm das Marianas, ainda restariam
-2.ooo m
mais de 2 mil metros de água
entre seu pico e o nível do mar.
-3.000 m
·4.000 m
·s.ooo m
·6.ooo m
·7.000 m
· 8 .ooo m
i Picos
A M É R I CA DO N O RTE:
3- 6.194 m
M c K i n l ey ( E UA)
Á F R I CA: K i l i manjaro
4 5 895 m
(Q u ê n ia)
5. E U ROPA: E l b ru s (Rússia)
CO M O CAl NA P ROVA
1. O processo de transferência de minerais entre um horizonte e outro é
(UN ICAMP 2013) Solo é a camada su perior d a s u p e rfície terrestre, chamado de lixiviação. O horizonte 8 forma-se depois dos horizontes
o n d e se fixam as plantas, q u e d e pe n d e m d e seu s u p o rte físico O e A, razão pela qual a alternativa "d" é incorreta.
água e n u trientes. U m perfil d e s o l o é r e p resentad o na figu ra o horizonte c é o mais próximo à rocha. Nele, o solo pode ou não
abaixo. Sobre o perfil ap rese n tado é correto afi rmar q u e: estar formado. É o horizonte de gran ulação mais grossa, onde começa
a alteração da rocha. Encontra-se subdivido em duas camadas. Na
Horizonte ou
mais in ferior, as estruturas e texturas da rocha estão conservadas.
Camada O Na camada superior, próxima ao horizonte 8, a rocha ma triz já não é
Horizonte A
praticamente reconhecida e o solo já está quase formado.
Horizonte B Resposta: c
-7 SAIBA MAIS
Conheça a s áreas e m q u e o solo é mais fértil n o Brasil:
Horizonte C
\
Rocha não
alterada
2.
u m d o s p r i m e i ros h o rizontes a se formar e o h o rizo nte com a
m e n o r ferti l i d ad e em relação aos o u tros h o rizontes.
RESOLUÇÃO
(U NICAMP 2013) O mapa abaixo ap rese nta os abalos sís m icos su
perio res à magnitude 3,0 i dentificados no B ras i l entre 1767 e 2007.
O solo é uma camada espessa de material não consolidado que cobre
a superfície da crosta terrestre. Constituído por matéria mineral e
matéria orgânica, é o substrato para a vida dos ecossistemas. Durante
seu processo de formação ocorrem transformações físico-químicas
e biológicas dos materiais geológicos originais. Esse processo cria
diferentes camadas, às quais se dá o nome de horizontes. O conjunto
dos horizontes constitui o perfil do solo.
9 horizonte O também, chamado de horizonte orgânico ou serapilheira, é
composto de material de origem vegetal e animal em decomposição que
é ircorporado ao horizonte imediatamente inferior, ou seja, horizonte A.
O horizonte A é composto de material de origem mineral proveniente o
da rocha matriz ou de ou tro lugar tendo sido transportado pela ação da §
�
a.
água, do vento ou do gelo. No horizonte A também é grande a presença
de matéria orgânica decomposta, o que lhe garante boa fertilidade.
O h orizo nte B é realmente o de menor fertilidade. Caracteriza-se pela
! o
Oceano Atlântico
o
RESOLUÇÃO
dobramentos modernos (formações recentes
q ue ficam entre as placas tectônicas).
a) A ma ioria dos abalos sísmicos sen tidos n o Brasil é de pequena
magnitude, com hipocentro a baixa profundidade e geralmente -7RELEVO Existem q uatro princi pais tipos de
em áreas de falhas tectônicas. Isso porque o território brasileiro relevo no m u ndo: depressões são áreas loca
se en c o n tra no interior da Placa Sul-Americana, distante do lizadas em altitude inferior à das regiões vizi
contato entre as placas. Além disso, o pais possui uma estrutura n has ou abaixo d o n ível do mar; m ontan has
geológica de escudos cristalinos bastante consolidada, capaz são áreas e levadas resultantes do choque de
de absorver a pressão interna na crosta. Alguns desses abalos p l acas tectôn icas; p lanaltos são elevações
sen tidos e m território brasileiro também podem ser reflexos de d e l i m itadas p o r s u p e rfícies rebaixadas; e
sismos ocorridos e m áreas de maior a tividade tectônica, como as planícies são áreas p lanas, geralme nte en
de encon tro das placas Sul-Americana e Nazca e as de divergência contradas e m baixas altitudes.
en tre as placas Sul-Americana e Africana.
-7 P LACAS TECTON I CAS São g i gantescos
b) O estado do Acre apresenta abalos sísmicos a g,·andes blocos que i n tegram a l itosfera. O globo é
profundidades e m função de sua loca lização e m relação à área de recortado p o r gra n d es p l acas q u e se des
encontro das placas Sul-Americana e Nazca. O contato en tre essas l ocam e s e ch ocam, n u m a m ovi m e n tação
duas p lacas, so b o estado do Acre, ocorre a grande profundidade con stante e l e nta. As regiões p ró x i m as à
fazendo que a maioria dos abalos sis m icos sen tidos n essa região borda dessas p l acas são s u j e i tas a terre
tenha o seu hipocentro a profundidades superiores a 70 km. m otos e atividade vu lcân ica.
J
á se tornou até u m � l ichê dizer q u e o planeta Terra deveria
se chamar p l an eta Agua. Mas o chavão faz todo o sentido
quando notamos que o l íquido é a su bstância mais presente
n o glo bo, c o b r i n d o mais d e 70% d a s u p e rf ície.
O conj u nto d e toda a água d o p l an eta recebe o n o m e d e h i
d rosfera. Há cerca de 4 b i l hões de anos, q u ando n osso planeta
e ra u m a n uvem q u en te de poeira e gás, a água e n contrava-se
m istu rada a o u tros gases, no estad o de vapor. À medida q u e o
planeta esfriava, esse vapor foi se condensando e, sob a forma
de c h u va, se p rec i p i tan d o s o b re a su pe rfície. Dessa l o nga e
caudalosa te m pestade, form aram-se os ocean os, mares e o
conju nto d as "águas contine ntai s", com posto de ri os, lagos,
lençóis su bterrân eos, gelei ras e neves eternas. j u n tas, as águas
continentais e oceânicas, q u e compõem a h i d rosfera, têm um
vo l u m e aprox i m ad o de 1,4 b i l hão d e q u i l ô m etros c ú b icos .
ÁGUA SA LGA DA
Quase a totalidade (97,5%) da hidrosfera é de água salgada.
A D ISTRI B U IÇÃO D E AGUA NO PLAN ETA O rigi nário das profu ndezas da Terra, esse sal foi espal hado
Apenas u m a pequena parte da água da Terra é acessível para uso h u mano na su perfície pelas eru pções vulcânicas e levado pelas águas
TOTAL DA AGUA AG UA DOCE correntes para o mar. Toda essa i mensidão salgada se d ivide
em oceanos (grandes áreas) e mares (áreas menores).
Oceanos
De acordo com a maioria dos especialistas, são três os
grandes oceanos: Pacífico, Atlântico e ind ico. O l i m ite entre
u m oceano e outro é determi nado pelo contorno dos conti
nentes. Algu ns geógrafos apontam, ainda, a existência de
dois outros oceanos, o Ártico, no norte do globo, e o Antártico,
q u e c i rcu nda o continente gelado ao sul.
Geleiras , . . .
Mares
·'
30,1%
68J% Os mares são bl ocos m e n o res d e águ a salgada l igados
aos oceanos. Em geral, são class ificados de acordo com
su bterrânea e superficial
AG UA ATMOSFÉ R I CA USO H U MANO DA AG UA a m a n e i ra pela q u al se j u ntam aos oceanos.
E DE S U P E R F Í C I E
Mares abertos: são ligados ao oceano por meio de grandes
abertu ras. Ex.: mar d as Antil has o u do Caribe e o mar d o
N o rte, e ntre a s i l h as britâ n i cas e o conti n e nte e u ropeu.
onde lançam suas águas. A foz pode ser u m o�- neve ou granizo
A energia solar
mar, lago, pântano ou rio. O s rios aumentam incide sobre a
progressivamente de vol u m e ao l ongo d e superfície do planeta
TE R R ITÓ R I O
CAU DALOSO
O BRAS I L CONCENTRA MAIS
DE 10% DA ÁGUA DOCE
DISPO N ÍVEL NA S U PERFÍC I E
D O PLAN ETA DESCUBRA OS
M EAN DROS DAS ÁGUAS Q U E
PERCORREM NOSSO PAÍS
GRANDES ÁGUAS
O nome das famosas Cataratas
do Iguaçu (PR) resume a
imensidão hídrica brasileira:
I guaçu, em tupi-guarani,
significa "água grande"
A
água doce é u m bem extre m a m e n te p recioso:
corresponde a apenas 2,5% do vo l u m e d a h id ros·
fe ra. E, para a felicidade geral da n ação, o B ras i l é
bastante privi legiado na d istri bu i ção desse bem de todos:
nosso território concentra mais de 10% da água su perficial
d is p o n ív e l para co n s u m o n o m u n d o (veja mais sobre a
distribuição de água no globo na pág. 56)
Toda essa cau dal osa riq ueza está espalhada pelos m i· 1 AMAZON
REGIÃ9 HIDROGRÁFICA
ICA
Engloba a maior bacia hidrográfica do mundo, a Amazônica,
I h ares d e rios q u e percorrem o país. A maioria desses rios
até o encontro com o rio Negro; desse ponto até a foz, volta
Em v i rt u d e d a p red o m i nância d o c l i m a tro p i cal no país,
4 REGIÃO H I DRO_GRÁFICA
DO RIO PARNAIBA
8 REGIÃO_ HIDROGRÁFICA
DO ATLANTICO
Segunda região hídrica mais importante do Trata·se de um conjunto de bacias costeiras formadas por rios
Nordeste, atrás da região do São Francisco, que deságuam no Atlântico, exceto os do Amapá, que fazem
ocupa uma área de cerca de 333 mil parte da Região Hidrográfica Amazônica. São cinco regiões:
quilômetros quad rados, entre os estados
do Ceará, Maranhão e Piauí. Ao desaguar no A) A Atlântico Nordeste Ocidental, de 274 mil
oceano Atlântico, fazendo a divisa do Piauí quilômetros quadrados, abriga os rios situados entre
com o Maranhão, o rio Parnaíba forma um a foz do G u rupi (divisa Pará·Maranhão) e a do rio
delta oceânico. A piscicultura é a principal Parnaíba (divisa Maranhão·Piauí).
atividade econômica praticada no rio.
B) A Nordeste Oriental, de 286 mil quilômetros
q uadrados, fica entre a foz do Parnaíba e a do São
CARGA FLUTUANTE Francisco, na divisa entre Alagoas e Sergipe.
Produtos agrícolas são
C) A região Leste, com 388 mil q u ilômetros quadrados,
levados pelas
(1] DIVULGAÇÃO (2] MAURICIO SIMONETTI/PULSAR IMAGENS GEOGRAFIA VESTI BULAR 2015 E- 51
0 AÁGU U S O D A ÁG UA
RES E RVAS
P R E C I OSAS
SAI BA COMO A I NTERFERÊNCIA DO
HOMEM N OS C U RSOS DE ÁGUA VEM
POLU I N DO AS FONTES NATU RAIS
E PROVOCA N DO U MA GRAVE
ESCASSEZ H ÍD R I CA
O
vol u m e total d e água no planeta -
1,4 bil hão de q u i lômetros cú bicos MAU VIZINHO Construções próximas à represa Billings (SP) ameaçam o manancial
não a u m en ta n e m d i m i n u i. E te m
s i d o ass i m d e s d e as e ras m a i s re m otas. Mananciais
O ciclo h i d rológico (veja mais na pág. 49) A i n terferência do homem nos mananciais vem reduzindo d rasti
garante q u e a água passe d o mar para a camente a q uantidade d e água potável no planeta. Mananciais são
atmosfera e desta para os rios q u e abaste todas as fontes de águ a, su perficiais ou su bterrâneas, q u e podem
cem os reservatórios de forma constante. ser u sadas para o abasteci m ento das popu lações. I sso i n c l u i, por
Mas, se a q uantidade de águ a na Terra exem plo, rios, lagos, represas e lençóis freáticos. Para cumprir sua
permanece a mesma, por que estamos sem f u nção, u m manancial p recisa d e cu idados especiais, garantidos por
p re falando em esgotamento das reservas políticas d e preservação ambiental . Nessas regras, o ponto princi pal
h íd ricas? Na verdade, nós nos referimos à é evitar a pol u i ção das águas, o que tem se tornado mais d ifícil d iante
escassez de água potável . De todo o enor do c resci mento desordenado da u rbanização (veja na pág. 94). E o
m e vol u m e d e ág u a d o p l a neta, t e m o s B rasi l, i nfelizmente, é u m exemplo desse cenário de águas tu rvas.
100 m i l q u i l ô m etros c ú b i cos para matar Em São Pau l o, a partir da década de 1970, a cidade começou a se
a s e d e, c u i d a r da h i g i e n e, gerar e nergia, expan d i r e m d i reção à represa d e G uarap i ranga, com m i l hares d e
prod uzi r ali mentos e bens ind ustriais. Não é ocu pações clandestinas q u e despejam esgoto n o manancial. H oj e,
exatamente pouca água - i magine que cada é quase i m possível tirar tantas pessoas d essas áreas. A prefeitura d e
pessoa no m u n d o tenha d i reito a mais d e São Pau l o estima q u e 2 m i l hões de ind ivíd u os vi·Jam em áreas i l egais
570 bilhões de litros p o r dia, d u rante 75 anos. de reservatórios de água. Como resu ltado, grandes represas, como
O problema é q u e a água não é d i stri b u í Billi ngs e Guarapi ranga, apresentam altíssimo índice de contami nação.
da assi m, d e forma eq u i l i brada, e ntre toda
a popu lação. A própria natu reza i m põe res Pegada h íd rica
trições. Enq uanto regiões como a Amazônia Para med i r a q uantidade de água gasta na atividade produtiva e n o
é riq u íssima e m recu rsos hídricos, trec hos c o n s u m o das pessoas, foi criado o termo "pegada h ídrica". Ela i n d i ca
da África e d o Orien te Méd i o sofrem com q uanto gastamos de forma d i reta (quando abrimos a tornei ra, por
uma brutal escassez, responsável, inclusive, exe m p l o) ou i n d i reta (a água util izada na p rod u ção d e u m a roupa
por sérios confl itos armados. ou d e alim entos) A pegada h íd rica varia de país para país. Nos mais
Para p i o rar, a ação d o h o m e m e m nada desenvolvidos, como os Estados U n idos, a quantidade d e água gasta
vem aj u d a n d o a tornar a d i stri b u i ção e o fica bem aci m a da média registrada no m u ndo.
acesso à água mais d e m oc ráticos. Se hoje A agro pecuária é d e l o n ge a atividade que mais consome esse
q uase 1 b i l hão d e pessoas n ão têm acesso recu rso n o plan eta - 6g% d o que é extraído d o s rios e aq u íferos.
à água l i m pa, i sso se d eve p r i n c i palme nte O g ra n d e vi lã o desse p rocesso é o d e s p e rd ício, p rovocado p o r
a dois fatores: o mau gere n c i a m e n to das téc n i cas p o u c o efi cazes d e i rrigação. A i n d ú stria vem a segu i r,
fontes naturais e a falta de e q u i l íbrio entre exig i n d o 21% dos recu rsos h íd ricos. Já a água q u e usamos em casa
a renovação e o cons u m o da água. represe nta ape nas 10% do c o n s u m o m u n d i al.
\ '""
i ntensa. A substituição da cobertura vegetal pela de concreto, por exem pio,
reduz a área de solo capaz de absorver água da chuva, p rej u d icando o
sistema de d ren agem e o transporte das águas da ch uva para os rios.
O u t ras i n te rve n çõ e s mais i n tr u s ivas nas f o n tes d e ág u a têm s i d o
largam e n te uti l izadas p e l o h o m em. Veja a segu i r a l g u n s exe m p l os d e
c o m o a ação h u mana vem m o d i ficando o c e n á r i o híd rico n o m u nd o .
e cidades próximas
1
. Barragens
· · · · Canal previsto
Transposição d o
Belo Monte
rio São Francisco
I n i c i ad as e m 2007, as o b ras d e trans
Anapu
Brasil
•
Novo • p o s i ção do rio São Francisco têm c o m o
o bjetivo desviar u m a pequena parcela d e
s e u vo l u me p o r m e i o de d u tos e canais q u e
Fonte: Aneel
d evem abastecer rios m e n o res e açudes
que secam d u rante a estiagem n o sem iá
H i d rel étrica d e Belo Mo nte rido nordesti no. O governo acre d ita q u e
P revista para ser entregue em 2015, a usina h id relétrica de Belo Mo nte a obra beneficiará 1 2 m i l hões d e pessoas
está sendo constru ída na bacia d o rio Xi ngu, no Pará, ocupando a área dos e esti m u lará a agricultura nas áreas ati n
m u n i cípios de Alta m i ra, Anapu, Bras i l N ovo, Senad o r José Porfírio e Vitória gidas. Os críticos d a transposi ção, porém,
do X i n g u . Ao cu sto d e 30 b i l hões d e reais, a o b ra d eve l evar en e rgia a 18 acred itam que poços profundos e cisternas
m i l hões de pessoas, segu ndo o governo. O p rojeto, contudo, vem sendo (q u e são rese rvató r i o s p a ra a captação
contestad o j u d icial m e n te e m f u n ção das su postas i rregu laridades nas d e água d a ch uva) são alternativas mais
licenças ambientais. Os que se opõem à construção d a usina alegam q ue o eficazes e baratas para com bater a seca.
represamento do rio causaria a red ução d rástica de sua vazão, co m p rome Existe ainda o temor de que o projeto cause
ten d o o ecossistema da Região Amazônica. Além d i sso, i m pactos sociais i m pactos ambi entais no rio São Francisco,
tam bém são p revi stos, como o d esalojame nto d e m i l hares d e i n d ígenas. q u e j á se enco ntra bastante deteriorado.
Mar d e Aral
A irrigação é uma das pri ncipais fontes de desperdício de
água. Quando mal planejada, pode dar origem a catástrofes
ambientai s extremas. É o q u e aconteceu no mar de Arai.
Encravado entre o Uzbeq u i stão e o Cazaq u istão, na Ásia
Central, o Arai ocu pava u m a área d e 68 m i l q u i l ô metros
q uadrados - pouco maior q u e o estado do Rio de janeiro. O
desastre começou a se formar nos anos 1g6o, com o desvio
dos rios Amu e Syr para i rrigar as lavou ras da antiga União
Soviética. Passados q uase so anos, o Arai perdeu go% do
vol u m e d e água. E ntre outras consequências, o recuo am
pl iou as áreas desérticas e d i m i n u i u d rasticamente a flora
e a fau na locais.
cada vez m e n o r, o q u e as o b riga a s u b i r. Os tsunam is, então, formam Erupções vulcânicas injetam
uma c o l u n a descomu nal, sugando o mar d a costa a po nto d e deixar toneladas de lava no chão
oceânico, provocando ondas
parte do solo oceânico d esco berto. E o ú l t i m o aviso. M i n utos d e pois, devastadoras
eles chegam, em geral catastroficame nte.
(4]
Terremotos submarinos
deslocam a crosta oceânica,
empurrando a massa de
água para cima
Um declive menos acentuado na beira-mar faz que as ondas percam força, atenuando o tsunami
�j�f,jiii;ifj;ijUIIJ;jr.
2004 : INDONÉSIA
[1] [l] [3] [4] [S] NEWTON VERLANGIERI/REVISTA MUNDO ESTRANHO [6] KVOOO PRESS/AP [7] AP/DUDI ANUNG GEOGRAFIA VESTIBULAR 2015 <'- 5 5
0 AÁGU � CARTO G RAFIA
ESCASSEZ
ÁG UAS HÍDRICA
NO MUNDO
MA P EA DAS
6916°/o
A ESCASSEZ H ÍD R I CA AFETA Q UASE
1 B I LHÃO D E PESSOAS N O P LAN ETA. da água doce do planeta
(24,3 milhões de km')
VEJA AS I M PLICAÇÕES D ESSE P RO B LEMA encontra-se em mantos de
gelo, geleiras e camadas
E O N D E A SITUACÃO É MAIS GRAVE
,
de neve
E
m alguns pontos do gl obo, como no norte do Quênia
Cada norte-americano gasta, em média,
e n o s u l da Etiópia, as pessoas precisam andar horas
sso litros de água por dia, 29 vezes o
sob o sol i n c l e me n te para consegu i r água. N esses consumo de um morador de Angola, na
dois países africanos, o fantas m a d a escassez híd rica j á Atrica (20 litros/dia) . No Brasil, o uso per
v i r o u real idade. capita de água fica em torno de 190 litros.
A população dessas regiões faz parte d e u m conti ngente O ideal é que cada habitante do planeta
disponha de 20 a so litros de água por dia.
de goo m i l hões de pessoas n o m u ndo que não têm acesso à
água l i m pa. Além d isso, outros 2,5 bil hões carecem de siste
mas adequados de descarga de dejetos hu manos. A previsão
para o futu ro é alarmante: em 2025, dois terços da popu lação
RIQUEZA SUBTERRANEA ! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
enfrentarão carência de água, segu ndo o pai nel Water for
..... ......
Life, mantido pela Organ ização das Nações U n idas (ON U), o
q u e já é m otivo de confl itos em várias partes da Terra. Uma das maiores reservas de água do
O m apa ao lado m ostra a d is p o n i b i l idade d e água n o planeta é o Aquífero Guarani, localizado
no subsolo do Brasil, Uruguai, Argentina e
planeta. Em alguns casos, fatores naturais podem expl icar a
Paraguai. Seu volume de água é estimado
escassez. Porém, o crescimento demográfico, as alterações em 37 trilhões de m3 de água. A exploração
climáticas, a rápida u rban ização e o mau gerenciamento das desordenada tem elevado o risco de
fontes pressionam o ciclo hid rológico, ou seja, consu m i mos contaminação de suas águas e preocupa
os ambientalistas.
mais água do que a natu reza é capaz de repor.
.. .............. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . !
ENXURRADA NO MAR
DISTRIBUIÇÃO Nenhum rio do mundo tem
IRREGULAR vazão tão grande quanto a do
Nem mesmo o Brasil, o país
Amazonas: 17 trilhões de litros
3% da água disponível. já os
Brasil conta com pelo menos 27 6) Região Hidrográfica Atlântico Nordeste e Oriental
reservatórios de grande porte, 7) Região Hidrográfica Atlântico Nordeste e Ocidental
estados do Norte, com somente
entre eles o de AI ter do Chão, 8) Região Hidrográfica Atlântico Leste
d a água
0:face3°/o
do planeta
(118 mil km•) forma l agos,
rios e manguezais
l
capacidade de ren ovação natu ral,
com extração de mais de 75% das
águas das bacias h i d rográficas
t
O acesso à água é motivo de Escassez hídrica econômica: Q u estões
conflitos em vários lugares do • p o l íticas e econôm icas também
mundo. Na África, Egito, Sudão l i m itam o acesso à água. E n c o n tram·
e outros sete países disputam se nessa situação regiões em q u e
l
as águas do rio Nilo, essenciais m e nos de 20% d a água d i s p o n ível é
para o abastecimento de cidades aprove i tada, enq uanto os habitantes
e irrigação de plantações. sofrem com desabaste c i m e n to
No Oriente Médio, o rio jordão por causa de confl itos ou falta de
W População '
Pouco mais da metade dos m u n icípios brasileiros tem coleta
de esgoto. Com esgoto tratado são menos de 30% das cidades
Brasil 5 7,1
Água
•
Norte II!J
N o rdeste -
4
Sudeste 84,1
-
.. l
Sul
Centro· 42,5
B ras i l Africa .2.0
Oeste Oceania
I CO M O CAl NA P ROVA
1. provocando enchen tes a jusante (rio abaixo) e não a montante (rio
(FUVEST 2013) G randes lagos artificiais d e barragens, como o Nasser, acima), como indica a afirmativa 11. A m a n u tenção das comportas
no rio N i l o, o Three Gorges, na C h i na, e o de ltai p u, no Brasi l, res u l fechadas comprometeria a estrutura da usina e represaria um volume
tantes do represamento d e rios, estão entre as obras d e engenharia de água que poderia provocar enchentes a m o n ta n te da barragem.
espal hadas pelo m u ndo, com importantes efeitos socioambientais.
As afirmações 111 e /V estão corretas.. A construção de uma usina hidrelé
Acerca dos efeitos socioambientais de grandes lagos d e barragens, trica provoca uma série de impactos socioambientais. O deslocamento
c o n s i d e re as afi rmações abaixo. populacional é um dos principais problemas sociais, enquanto as
possíveis alterações m icroclimáticas fazem parte das preocupações am
I . Enquanto no passado, grandes l agos de barragem restri ngiam-se bientais. As construções de grandes barragens provoca, na maioria das
a áreas de plan ície, atualm en te, g raças a p rogressos tecnoló vezes, o deslocamento de populações indígenas e ribeirinhas, povoados
gi cos, situam-se, i nvariave l m e n te, e m regiões p lanálticas, com e cidades, o que deu origem ao surgimento do Movimento dos Atingidos
s i g n i fi cativos d e s n íveis to pográficos. por Barragens, formalizado em 1989. No que diz respeito aos aspectos
1 1 . A abert u ra das c o m p o rtas que rep resam as águas dos lagos de ambien tais, a substituição da cobertura vegetal por uma lâmina de água
barragens i m pede a ocorrência d e processos d e sed imentação, certamente modifica o balanço de energia à superffcie e, consequente
ass i m como p rovoca g randes e n c h e n tes a m o ntante. mente, toda a caracterização do clima do entorno desse grande lago.
1 1 1. F req u e ntes d esaloj a m e n tos de pessoas para a i m plantação
de lagos de barrag e n s l evaram ao s u rg i m ento, no Bras i l, d o Resposta: O
� SAIBA MAIS
Movim ento d o s Ati n g i d o s p o r Barrage n s - MAB.
IV. Por se constitu írem como extensos e, m u i tas vezes, prof u n d os
rese rvatórios d e água, g randes lagos d e barragens p rovocam Veja onde se localizam as dez maiores usinas hidrelétricas e m funcio
alterações m ic r o c l i m áti cas nas suas prox i m idades. namento no Brasil
b) I, 11 e 1 1 1, apenas.
a) I e 1 1, apenas.
c) 1 1, 1 1 1 e I V, apenas.
d) 1 1 1 e I V, apenas.
e) I, 1 1, 1 1 1 e IV.
RESOLUÇÃO
A afirmação I está incorreta. Os rios que cortam áreas de planície são ex
celentes para a navegação, pois têm pouco desnível e pouca corren teza. O Tucuruí I e 1 1
@ ltaipú (parte brasilei ra)
Já os de regiões planálticas, não são tão bons para a navegação, pois têm
€) I l h a Solteira
ao longo do seu curso inúmeras quedas d'água, o que lhes proporciona O Xingó
um potencial de aproveitamento para a geração de eletricidade. Assim, 0 Foz do Areia
no Brasil as usinas hidrelétricas ocuparam primeiro áreas planálticas que @ Paulo Afonso IV
fl ltum biara
coincidiam com as bacias hidrográficas próximas dos grandes centros
@ São Simão
consumidores. Com a necessidade de maior oferta de energia, as áreas de €> )upiá
planície passaram a receber grandes projetos de usinas hidrelétricas. � Porto Pri mavera Fonte: Aneel
2.
prevê a cons trução de uma barragem fo rmando um lago artificial
que pode ter duas funções: acumular água para quando houver
diminuição de vazão n o rio, no caso de áreas planálticas, ou prover (UFRGS 2013) U ma pequena parte de água doce do p laneta fl u i, no
u m desnfvel para a queda da água, no caso de áreas de planícies. A estado l íq u id o, por cu rsos de água e lagos nas áreas conti nentais.
barragem não interrompe completamente o fluxo de água. Parte dele
passa pelas turbinas. O restante retoma ao leito do rio por meio do Ass i n a l e com V (ve rdadei ro) o u F (falso) as segui ntes afi r m ações
vertedouro, u m sistema de comportas que é u tilizado para escoar s o b re as águas c o n t i n e ntais s u perficiais.
toda a água que não é u tilizada para produção de energia. Em casos
excepciona is, quando o volume de ch u vas é m u ito grande e a represa ) Foz d e c u rso d e água e m fo rma d e estuário oco rre q u ando
a tinge seu volume máximo, a abertura das comportas libera as águas ele d eságua n o oceano, fo rmando canais e i l has.
RESOLUÇÃO
calotas polares. O vo l u me d e água d i sponí
vel para o consu m o h u mano, p resente e m
Apenas a primeira a firmação é falsa, pois a foz em estuário ocorre lençóis subterrâneos, lagos e rios, não chega
quando o rio desemboca diretamente no oceano. Ela não fa vorece a 1% da h i d rosfera.
a formação de ilhas e canais uma vez que a corren teza do rio e as
correntes marinhas impedem o acúmulo de sedimentos. Quando o rio -?>CICLO H I D ROLÓGICO É o p rocesso p e l o
desemboca em múltiplos canais formados pela intensa deposição de q u al a águ a c i r c u l a e n t r e a s u pe rfíci e d a
sedimen tos, recebe o nome de foz em delta. Em regiões com elevados Terra e a atmosfera. A e n e rgia solar provoca
índices pluviométricos, os rios tendem a ser perenes, ou seja, sofrem a evaporação da águ a, q u e passa para o
alterações apenas no volume sem jamais atingirem situações de ex estado gasoso e c h ega à atmosfera. Esse
trema redução do volume de suas águas. Dura n te a estação chuvosa, vapo r d e águ a s e tra n sfo rma e m n uvem,
os rios tendem a encher, transbordar e ocupar as áreas de várzea. q u e se condensa, dando o rigem às c h u vas.
já no período da estação seca, com a redução do volume de chuvas, As gotas de água atingem os conti nentes
temos a diminuição do n ível das águas do rio. Muitos dos cursos e são escoadas para ri os, l agos e oceanos
d'água que cortam as grandes cidades foram canalizados, ou seja, e tam bé m s e i n fi ltram n o s o l o.
tiveram os seus leitos revestidos por concreto. O principal objetivo de
se canalizar um corpo d'água é combater os problemas das enchen tes -?>BACIAS H I DROGRÁFICAS DO BRASI L O ter
no ambiente urbano. ritório bras i l e i ro concentra mais de 12% da
água doce s u p e rfi cial d o p la neta. O B rasi l
Resposta: B apresenta o ito grandes regiões h i d rográfi
SAIBA MAIS
cas: Amazôn ica (a maior do m u ndo}, dos rios
--7 Tocantins-Araguaia, do São Francisco, do rio
Veja os principais elementos d e uma bacia hidrográfica. Parnaíba, d o rio Paraná, d o rio Paraguai, do
rio U ru g u ai e d o Atlântico.
�
-?>ESCASSEZ DE ÁGUA A d istribu ição de água
i
"' no planeta é i rreg u lar, com regiões onde há
divisor de águas
abu ndância (como a Amazôn ia) e outras que
I
vale co
quedad'� ua :
_
sofrem com a escassez (como trechos da Áfri
ca). Quase 1 bi l hão de pessoas não têm acesso
planfcie fluvial - foz em estuário à água l i m pa. Isso se deve princi pal mente
/ foz em delta
ao mau gerenciamento das fontes natu rais,
• ,. •
oceano
·.· : · : :..._ sedi mentos lançados como a ocu pação i legal dos mananciais. Além
no mar
d isso, há uma su perexploração das reservas
h íd ricas. Somente a agricultura consome 70%
da água doce disponível - a ind ústria absorve
22% e o uso doméstico representa 8%.
TU DO O Q U E
V E M DO C É U [1)
D
esde a construção d o s p r i m e i ros termômetros até a análise de da tes d entro da nuvem, acaba subindo e cai ndo várias vezes,
dos por meio de satél ites e s u pe rcomp utadores, a meteorologia até ganhar vol u m e e se precipitar de vez. Por fim, a geada
a c i ê n c i a q u e estu d a os f e n ô m e n o s atmosféricos - au m e ntou nada mais é que orval ho congelado, q u e, sob a forma d e u m
enormeme nte o grau d e p reci são d a p revisão d o tem po. A segu i r, confira fi n i n ha camada branca, cobre a s su perfícies p o r o n d e cai.
u m m a p ea m e n to d o s p r i n c i pa i s f e n ô m e n o s atmosféricos estu d ad o s
pelos m eteo rologi stas, o s n ossos "o l h e i ros" d o céu. Vento
Trata-se do deslocamento de ar, geral mente na horizon
N uvem tal, d e um ponto d e pressão atmosférica mais alta para
É u m agregado d e gotíc u l as d e á g u a, d e c r i stais d e g e l o, o u u m a o u tro o n d e e l a é mais baixa. As d i ferenças de pressão,
c o m b i n ação d o s d o i s . A s n uv e n s são f o r m adas p r i n c i pa l m ente p e l o causadoras dos ventos, estão relacionadas à temperatura.
m ovi m e n to ascendente d o a r ú m i d o : o v a p o r d e á g u a c o n d e n sa q uando A brisa nas regiões l i to râneas é u m bom exem p l o d i sso:
a te m pe ratura d i m i n u i até o p onto d e o rval ho. E las são classificadas em o c o n t i n ente e o mar concentram cal o r d e m a n e i ras d i
vári os ti pos, d e aco rdo c o m o aspecto, a estr u t u ra e a forma. fere ntes, e isso faz o vento m udar d e d i reção conforme
o perío d o d o dia (veja mais na pág. 18).
Ch uva
É a prec i pitação d e água e m forma líquida, com gotas d e d iâmetro maior Massa de ar
q u e o,s m i l í metro. Existem três tipos d e c h uva. A ch uva de convecção é Trata-se de um corpo de ar com características próprias
resultante da ascensão do vapor d e água das partes mais baixas da atmos d e u m idade, pressão e temperatu ra. Essas características
fera - mais aquecido, ele esfria e se condensa à medida que sobe. É o caso dependem das d i ferentes regiões da s u p e rfície terrestre
das pancadas d e chuva q u e ocorrem d u rante o verão na Região Sudeste e m q u e as massas se formam: caso ocorra nos paios, serão
do país. A chuva frontal é o resu ltado do encontro de d uas massas de ar d e frias e secas; se se formarem nas áreas oceân i cas tropicais,
diferentes tem peraturas e u m idades: a massa fria e seca empu rra para cima serão q uentes e ú m idas. A bord a de u ma massa de ar frio
a massa q u ente e ú m id a, que esfria e provoca a precipitação. Esse tipo d e que avança em d ireção a o utra mais q u ente, provocando
ch uva é típico d a s regiões d e c l i m a temperado. A chuva orográfica o u d e q u edas bruscas d e temperatu ra, é chamada d e frente fria
relevo ocorre q u a n d o a massa d e ar s o b e por causa d e a l g u m obstáculo d e (veja na pág. lB). J á a frente quente é a extrem idade de u ma
relevo, c o m o u ma m ontan h a - a q ueda d e temperatu ra, na ascensão, pro . massa de ar q uente q u e se forma pela evaporação da água
voca a condensação do vapor. Essa c huva é com u m nas áreas próximas ao de correntes marítimas q uentes - essas massas de ar elevam
l itoral do Nordeste e do Sudeste, que recebem massas ú m idas do Atlântico. a tem peratura e a u m idade nas regiões q u e elas ati ngem.
Batizado em referência ao Menino Jesus, por ocorrer ficam estacionadas na costa sul-americana, provocando Há, ainda, o caso do La Niiia, fenômeno oposto ao
em geral no fim do ano, à época do Natal, o EI Niiio chuvas intensas nessa área (l) e, ao mesmo tempo, seca El Niiio: em vez de as águas do Pacífico leste se
(O Menino, em espanhol) é um fenômeno de na Indonésia, Austrália e em outras regiões. Na verdade, aquecerem, elas esfriam. Isso acontece porque os
aquecimento anormal das águas superficiais do Pacífico o clima de todo o planeta é alterado. O El Niiio, que ventos alísios, que carregam a água quente para o
leste, na costa da América do Sul (para entender melhor, ocorre em média uma ou duas vezes a cada dez anos, oeste, ficam mais intensos. Consequentemente, as
acompanhe o processo no infográfico abaixo). também altera o ecossistema marinho. águas quentes da superfície são deslocadas em maior.
O El Niiio é fruto do enfraquecimento dos ventos alísios, Como não há o deslocamento das águas quentes da quantidade para o oeste e mais água fria vem à tona.
que normalmente sopram de leste para o oeste pelo superfície, as águas profundas, que são mais frias e A temperatura do oceano diminui na região próxima
Pacífico (1) - isso faz que a água aquecida na região carregadas de nutrientes, não conseguem vir à tona, à costa oeste da América do Sul, e o clima fica mais
equatorial não seja levada em direção à Indonésia, como na ressurgência (3) - a população de peixes, úmido na Austrália e I ndonésia, por causa das massas
de costume. Com isso, as massas de ar quentes e úmidas por exemplo, diminui drasticamente (4). de ar quentes.
IJ
.,.._. Ventos alísios
mais fracos
Costa da
América
Oceano Pacifico do Sul
Ressurglncia
da água fria D
. . . .. . ... , EXOSFERA
AS CAMADAS É a última camada da atmosfera,
DA ATMOSFERA na fronteira com o espaço
sideral. Nela, as moléculas
�
tornam-se cada vez mais
MESOSFERA , .. .. . .... ..........................
. .
k
.
rarefeitas, libertando-se da
600 .
A camada mais fria da atmosfera gravidade terrestre. O final
2'000
fica entre soe 8o quilômetros de da exosfera pode chegar a 6oo
altitude. Sua temperatura diminui quilômetros. As medições
conforme subimos: parte de indicam que a temperatura dessa
·s 'C na divisa com a estratosfera região fique em torno de 1.600 'C
e chega a ·95 'C. É onde ocorrem
as estrelas cadentes ... . ........ , TERMOS FERA
Camada mais extensa da
atmosfera, ela parte dos
ESTRATOSFERA , . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ., 90 km .,. 8o e chega aos soo quilômetros
Vai até so quilômetros ·no ·c ! de altitude. Também é a mais
acima do nível do mar. ! quente: na parte superior, passa
Sua temperatura sobe com o i de 1.ooo 'C. É nessa faixa que
aumento de altitude: começa em !
orbitam os ônibus espaciais
·6o 'C e vai até ·s 'C. É onde fica a !
camada de ozônio !
. .. . . ....... . .... . ... FAIXAS DE TRANSIÇÃO
, . . ...... . . . . . . . . . . .. . . . . . . .. Entre as camadas da atmosfera,
TROPOSFERA
:
! há regiões fronteiriças que
A camada inferior da
apresentam características
atmosfera vai do nível do mar
.60· c de transição. São elas: a
até cerca de 12 quilômetros de ·. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
tropopausa, a estratopausa,
altitude. Sua temperatura atinge
a mesopausa e a termopausa
·6o 'C na parte superior. Nessa
faixa acontece a maioria dos
fenômenos climáticos
[1] CHRIS WATTIE/REUTERS [2] [3] MKANNO [4] MKANNO/MULTISP GEOGRAFIA VESTIBULAR 2015 � 63
D E O LH O
N O C I C LO N E
O FURACÃO
POR DENTRO
Uma densa
ENTE N DA COMO SE FORMA A VENTA N IA nuvem cobre o furacão
ARRASADORA Q U E PO DE DEIXAR U M
RASTRO D E M I LHARES D E MO RTOS
P
ara q u e m j á assistiu - e s o b reviveu - à passagem
de um c i c l o ne, a experiência pode ser ate rrad o ra.
Em Banglades h, na Ásia, por exe m p l o, u m d esses
t u rb i l h ões arrasou o país e matou centenas de m i l hares de
pessoas em 1970 (veja mais na página ao lado). Comu men
te chamado de fu racão ou tu fão, o fe n ô m e n o, q u e oco rre
sobre os mares q u entes dos trópi cos, é uma perturbação
atmosfé rica no centro da q u al a p ressão é m u ito baixa,
p rovocando ventos em g ra n d e veloci dade.
Dependendo de sua rapidez e capacidade de destru ição,
os cicl o n e s são d i v i d i d o s em u m a escala d e c i n co cate
gorias, batizada d e Saffi r-S i m pson, e m h o m e nagem aos
dois no rte-americanos q u e desenvolve ram essa gradação
(veja no infográ fico abaixo). Para n ossa so rte, o Bras i l não
sofre com esses d esastres natu rais. Tudo graças às baixas
tem p e ratu ras d as águas do Atlântico S u l .
PRINCIPAIS ZONAS
DE OCORRÊNCIA
{2}
1970: BANGLADESH
COR ES FORTES
D IV E RS I DAD E C L I MÁTI CA
o mapa mostra
as diferenças de
concentração de
vapor de água
na Terra
�
N
ão se ass us e. A imagem EQUATORIAL TROPICAL
_ e uma repre Quente e úmido durante o ano Fica nas áreas entre os trópicos de Câncer e de Capricórnio, cobrindo
acr m a nao
todo, está presente na região da grande parte do território brasileiro e do continente africano, l ndia,
s e n tação da Te rra e m linha do Equador e nas áreas de península da Indochina e norte da Austrália. O clima é quente, com média
chamas. E l a i n d ica a p resença baixa latitude, como a América anual superior a 20 'C. As chuvas são intensas no verão e, no resto do ano,
de vapor d e água na atmosfe ra. Central, a Indonésia, a região ocorrem mais nas regiões próximas ao mar.
N e l a se observam a concen tra central da Atrica e o norte do No Sudeste Asiático, destacam-se as chuvas de monções, tempestades
Brasil. A umidade relativa do ar é torrenciais provocadas pelo vento úmido que sopra do oceano. Quando
ção baixa (em verme! h o) e a alta
elevada, com média anual de go%, começa o verão, o continente se esquenta rapidamente, formando uma
(em azu l) do vapor. Repare como e a chuva é abundante durante o zona de baixa pressão, e as massas de ar do oceano trazem as chuvas; essa
a região com m a i s vapor fica ano todo. A temperatura também dinâmica, comum em outros pontos do planeta, tem maiores proporções
n o centro, onde a te m p e ratu ra é alta e estável, com média anual nessa região em virtude da vastidão de terra (o continente asiático) e de
e o n ível d e p rec i p i tação são de 25 'C. mar (os oceanos I ndico e Pacífico) envolvida no fenômeno.
mais e l evados.
. A concentração d e vapor de
água é apenas uma das variáveis
q �.; e podem inte rferi r no c l i ma.
Fatores como latitude, altitude,
maritim idade, pressão atmosfé
rica e i nfluência das co rren tes
m aríti mas tam b é m aj u d a m a
d efi n i r os dez tipos p r i n c i pais [21
d e c l i ma do mundo. Veja a segu i r MORMAÇO Calor e umidade em
as pecul iariedades d e cada u m . floresta da Costa Rica AG UACEIRO Enchentes na lndia com as torrenciais chuvas de monções
TEMPERADO CONTINENTAL
Também de latitudes médias, o temperado continental está presente nas áreas interiores da
América do Norte, da Europa e do leste da Asia. O inverno é muito rigoroso e o verão quente
as médias de temperatura são -5 'C e 24 'C, respectivamente. As chuvas são escassas, sobretudo
no inverno. É interessante notar que, apesar de estarem ambos nas mesmas latitudes, os
climas temperado oceânico e continental são muito diferentes, por causa da distância em
relação ao mar. No temperado continental, é a continentalidade que justifica a umidade
relativa do ar mais baixa e a grande amplitude térmica anual.
TEMPERADO OCEÂNICO
Presente nas regiões de litoral das latitudes médias, como o oeste e noroeste da Europa.
As chuvas são abundantes durante o ano, e as temperaturas não sofrem muita variação -
os invernos são frios (média de -3 'C) e os verões, frescos (média de 15 'C). A proximidade com
o mar (maritimidade) é um fator de influência nesse clima: a água, que demora mais para se
aquecer e, depois, para se esfriar, mantém a amplitude térmica baixa no continente. As chuvas
bem distribuídas no decorrer do ano também se devem à umidade da região litorânea, que recebe
as massas de ar do oceano.
[5)
MONTANH050
Ocorre nas cadeias de
montanhas ao redor do globo:
áreas elevadas dos Andes,
Montanhas Rochosas, Alpes e
H imalaia. É um clima frio, com
temperatura que diminui 6 'C
a cada mil metros de altitude.
Acima dos 2 mil metros, há neve PEGA U M CASACO! A temperatura média no "quente"
constante. A umidade relativa verão do Alasca, de clima polar, é de 4 •c
do ar varia conforme o lado da
cadeia: a média é de go% do lado CONTINENTAL FRIO OU SUBPOLAR
do vento (barlavento), caindo É o clima do norte do Canadá e da Sibéria, na Rússia.
[4)
para até 30% do lado contrário O inverno é bastante rigoroso e prolongado, com
EXTREMOS No deserto: calor durante o dia e frio à noite (sotavento). A quantidade de mínima de -15 'C, e o verão, brando e curto, com
precipitação também é variável, temperatura máxima de 10 'C. A precipitação é
TROPICAL ÁRIDO chegando a 2 mil milímetros por escassa, menos de 300 milímetros por ano.
Ocorre em regiões como o Saara, o centro da Austrália, ano nas regiões tropicais.
norte do México e sul dos EUA. O índice pluviométrico é POLAR
baixíssimo: a média anual de precipitação é inferior a É o clima com as menores temperaturas do planeta:
250 milímetros, o equivalente a aproximadamente um no inverno, ela permanece em torno de -30 'C e,
mês de chuva no clima equatorial. A umidade relativa do ar no verão, a média é de 4 'C. Está presente no
também é muito baixa, cerca de 40%. A amplitude térmica extremo norte do Canadá, da Rússia e do Alasca,
diária é elevada: de dia, a temperatura ultrapassa os 40 'C em parte da península Escandinava e na Antártica.
e, à noite, chega a graus negativos. A umidade relativa do ar é alta, entre 70% e Bo%,
mas a precipitação, bastante reduzida: cerca de
CONTINENTAL ÁRIDO 100 milímetros de neve acumulados ao ano.
Clima seco, presente nas regiões temperadas: As ia Central
(Cazaquistão, no interior da China e Mongólia), Patagônia
e planalto oeste das Montanhas Rochosas (EUA).
A precipitação é tão escassa quanto a do clima
tropical árido, abaixo de 250 milímetros por ano, mas,
diferentemente deste, a temperatura apresenta grande [6)
variação no decorrer do ano: no verão, a média é de 17 'C PARA O ALTO A cada mil metros
e, no inverno, de -20 'C. de altitude, menos 6 •c
[1] EUROPEAN SPACE AGENCY/ESA {2] UNESCO {3] AFP/NARINOER NANU [4) DIVULGAÇÃO/M lCHAEl LEWIS/NATIONAL GEOGRAPHIC G EO G RAFIA VESTI B U LAR 2015 f- 67
[S) PHOTODISC [6) ). L. PAULETTO [7) DIVU LGAÇÃO
@ oA� CLI MAS DO B RA S I L
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' .
CASAMENTO D E VIOVA A variedade climática d o país reflete-se n o clima louco d a capital paulista, que alterna sol e chuva, frio e calor n o mesmo dia
1
E
m uma de suas músicas mais famosas, MANAUS CLIMA EQUATORIAL
Temperatura (•c) Fica nas proximidades da linha do Equador, abarcando a Amazônia,
o cantor e compositor Jorge Ben jor d iz
Precipitação (mm) norte de Mato Grosso e oeste do Maranhão. Chove durante o ano todo,
q u e mora " n u m país tropical abençoa- 350 e em grande quantidade; é bastante úmido e a temperatura varia pouco
do por Deus e bon ito por natu reza". Como no decorrer do ano, com média de 26 'C. O climograma ao lado traz
mais d e go% do territó r i o b ras i l e i ro fica informações sobre a pluviosidade e a temperatura da cidade de Manaus
300 - 25 (AM), localizada nessa faixa de clima. Repare como, no gráfico,
entre os trópicos de Câncer e de Capricórnio,
a quantidade de precipitação (representada pelas barras verticais) é bem
podemos d izer q u e vivemos, sim, n u m país
alta, atingindo mais de 300 milímetros no mês de março, com apenas uma
tro p ical. E n t retanto, o "patro pi" cantado 250 pequena queda no meio do ano (em julho, agosto e setembro), quando
por Ben jor vai m u ito além do c l i ma tropi fica abaixo dos 100 milímetros. A pequena variação de temperatura, típica
cal e com preen d e o utros tipos c l i máticos do clima equatorial, também pode ser vista no climograma de Manaus:
200 20 a linha horizontal, formada pelas temperaturas médias de cada mês,
pred o m i nantes.
quase não sobe nem desce, ficando em torno dos 26 'C.
Os tipos d e c l i m a n o país são defi n id os
com base e m c ri térios variad os, mas, so 150
bretud o, a parti r d a q uantidade de c h uva
e da t e m p e ratu ra m é d i a no deco rre r d o
GOI Â NI A
Temperatura ("C)
100 15 Precipitação (mm)
a n o . Essas i nformações aparecem j u n tas 300 25
em u m gráfico d e n o m i nado c l i m ograma.
Ele perm ite a identificação d e cada um dos 50
c l i mas e até u ma d iferenciação e ntre e l es. 250
Uma comparação interessante, por exemplo,
é a do clima equatorial com o do semiárido. 200 20
A princípio, eles podem parecer semel hantes
por causa da temperatu ra méd ia, q u e oscila
em torno de 26 °C; porém, ficam claramente
d i ferentes q uando observamos as barras
2 CLIMA TROPICAL
Predominante no território brasileiro, pega toda a faixa do centro do
150
que indicam o índice pl uviométrico de cada país, leste do Maranhão, Piauí e oeste da Bahia e de Minas Gerais. Inverno 100 15
u m : enquanto no c l i m a equatorial c h ove e verão são estações bem marcadas pela diferença de pluviosidade: o
abu ndante m ente d u rante o ano todo, n o verão é bastante chuvoso e há seca no inverno. No climograma ao lado,
semiárido o í n d i c e pl uviométrico é m u ito de Goiânia (GO), conseguimos enxergar essa diferença pela variação na 50
altura das barras de precipitação: em julho, a precipitação chega a quase
baixo e d istribuído d e forma i rregu l ar. Con zero e, em janeiro, ultrapassa 250 milímetros. A temperatura no clima
fira a segu i r as princi pais características dos tropical é alta e não varia muito; a média fica entre 18 ' C em locais de
seis pri ncipais tipos climáticos do "patropi". serra e 28 °( na maior parte do território.
JUAZEIRO
Temperatura ("C)
3 CLIMA SEMIÃRIDO
É o clima das zonas mais secas do interior do Nordeste.
Precipitação (mm) Caracteriza-se pela baixa umidade, pouca chuva e temperaturas
400 . 30 elevadas. O climograma da cidade baiana de j uazeiro, na divisa com
Pernambuco, representa graficamente essas características: nas
barrinhas de precipitação, a mínima de chuva chega a 1,7 milímetro,
em agosto, com a linha de temperatura variando entre 24,5 °C
BELO HORI ZONTE
Temperatura (•C)
e 28,5 °(, médias térmicas elevadas. A chuva se concentra entre os meses P_r_ ��i�it_a. �ª� -(�_m)
350
de novembro e abril, mas o total anual de precipitação não chega a
300 25 550 milímetros - o volume é inferior ao atingido em apenas dois meses
(fevereiro e março) no clima equatorial. 300 - ------ ----------- ---- - 25 .
250 -- ·- -- . - - -- -- -
- - ---
200 . -· .. -- - 20
4 CLIMA TROPICAL DE ALTITUDE
É o clima das áreas com altitude acima de 8oo metros
20
150 em Minas Gerais, no Espírito Santo, no Rio de janeiro e em
São Paulo. Os verões são quentes e chuvosos e os invernos,
frios e secos. Isso pode ser visto no climograma ao lado, 150
100 --- 15 que mostra as médias de temperatura e pluviosidade
de Belo Horizonte (MG ). No inverno, as barras de chuva
100 - 15
atingem o mínimo de cerca de 10 milímetros e, no
50 verão, passam de 300 milímetros. Em comparação com
o clima tropical, o tropical de altitude tem o mesmo
comportamento pluviométrico, mas as médias anuais de 50
temperatura são menores, ficando em torno dos 20 °( -
no inverno, as temperaturas são bem mais baixas.
diferente, o aspecto do
200 --- - 20 200 ·-- ---- --- 20 Precipitação (mm)
aumentando os intervalos
de so mm para 100 mm .
o 10 o 10
"
....,.,�::- ,'l.����"�""�(:- �'l>'f. .,e o.::.' �::-o� �i'' ..:f,e����\�""��::- .�,.'f. ..e 0.::. (:-o� be"'
N O C L I MA
marítimas são grandes
deslocamentos de massas de
água que influenciam o clima.
Na Europa, por exemplo,
a Corrente do Golfo, que nasce
V EJA AS CARACTERÍSTI CAS DAS no golfo do México e cruza o C. do Pacífico Norte
Atlântico em
PRI N C I PA I S ZONAS CLI MÁTI CAS direção ao continente,
torna o clima mais
DO PLAN ETA quente e úmido do
que o de outras zonas
O
na mesma latitude.
c l i m a da Terra é infl uenciad o por vários
fatores, e ntre eles lati tude, p ressão at
m osfé rica, altitude, relevo, vegetação,
m assas de ar, mariti m i d ad e (prox i m i d ad e d e
u m l ocal e m relação a o m ar}, contine ntal i d ad e
(d i stância d e u m p o n to e m relação ao mar} e
corre ntes m ar ít i m as.
Como você pode conferir n o mapa ao lado, as
áreas em torno da l i n ha do Equador, que recebem
CHUVAS DE MONÇÕES 1 . . . . . ... . . . . ..... . . . ... . . . . . . ... . .
forte i nsolação, têm predo m inantemente clima
As chuvas de monções são um
equatorial, marcado p o r altas tem pe ratu ras e
fenômeno típico do oceano I ndico
umidade. )á as regiões de latitudes mais elevadas, e do Sudeste Asiático. Elas têm
próximas aos polos, registram clima frio ou polar, origem na grande diferença de
com i nvernos rigorosos e tem peratu ras baixas. temperatura das águas do mar e
Veja nos mapas ao lado as mais i m portantes do continente durante os meses
de verão. Em consequência disso, é
correntes marítimas, os princi pais ti pos de cli ma,
formado um vento contínuo do mar
segundo a classificação de Wilhelm Kõpen, a mais para a terra, que leva a umidade do
aceita atu a l m e nte, e as três p r i n ci pais zonas oceano e a transforma em fortes
cli máticas d o planeta. chuvas sobre o continente.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . 1 MAXIMA E MINIM A
VARI EDADE
:
'
A temperatura máxima oficial no país foi
CLIMÁTICA
O Brasil tem um clima
registrada em Bom Jesus do Piauí, em
21 de novembro de 2005. Os termômetros
bastante variado em
chegaram a 44,7 'C. A mínima foi na cidade
territorial, da diversidade
em 20 de julho de 1953-
;
. Equatorial Subtropical
CORRENTES MARÍTIMAS
---• Corrente fria
---• Corrente q ue nte
ZONAS CLIMÁTICAS
C. Australiana Polar
-· .... -- - - - -- -- - --.-- - - � - -
C. da Antártica C. da Antártica
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
:�--- - ----------- ---- - - - -
·--- --- - - - - -- - - - - - - - - - - - - ----- -------- - -- -� �-
A N TA R T I C A Temperada
TEMPERATURAS EXTREMAS NO M U N DO
Conheça as tem peraturas máximas e mínimas registradas em cada continente (em °C)
I CO M O CAl NA P ROVA
1. oeste, enquanto que em maiores altitudes da troposfera o vento sopra
{ U F P R 2014) Segu n d o a p revisão c l i mática p u b l i cada p e l o Centro de oeste para leste. Tal dinâmica dos ventos forma a chamada célula
de P revisão d o Te m po e Estudos C l i máticos d o I n stituto Nacional de Walker. Em anos com a ação do E/ Nino, o ar que se forma sobre a
d e Pesq u isas Espaciais (CPTEC-IN P E) e m 19/07/2012, "a previsão é costa oeste da América do Sul é mais quente e úmido, o que acelera
de q u e as águas s u perficiais do Oceano Pacífico tropical evo l uam o processo convectivo e a formação de nuvens. Os ventos em níveis
para um pad rão anomalamente mais aq u e c i d o, dando i n d i cação mais altos da troposfera passam a circular a partir dessa área em duas
da evo l ução de cond i ções de n eutral i dade para condições típi cas direções opostas provocando a bipartição da célula de Walker.
de u m f e n ô m e n o EI N i n o d u rante os meses de agosto, sete m bro
e o u tu b r o de 2012". Resposta: B
MORTE
a) 1 e 2 apenas.
b) 3 e 4 apenas.
c) 2 e 3 apenas.
d) 2, 3 e 4 apenas.
e) 1, 2, 3 e 4. A temperatura au menta, e as du rante o inverno.
2.
1. O tsunami é o resultado da energia liberada p ela movimentação
do assoalho oceânico, muitas vezes a milhares de quilômetros de
distância da costa e nada tem a ver com o E! Nino. {UFRGS 2013) Com relação à d i nâmica climática, considere as afir
2. Na região Sul do Brasil, o E! Nino provoca grande aumento no volume mações abaixo.
de chuvas, principalmente nos meses de primavera, fim do outono
e começo de inve rno, e temperaturas mais elevadas, fazendo que o I. O d e s l ocame nto d as m assas de a r é u m f e n ô m e n o atmosfé
inverno seja mais ameno, e o verão, mais quente que em períodos rico q u e o c o r re na troposfera e q u e i nterfere nas c o n d i ções
normais. já na região Nordeste as chuvas diminuem. Em ano de m eteorológicas.
E! Nino, a seca não se limita apenas ao Sertão, ela também pode 1 1 . As m assas de ar polares têm origem nos paios N o rte e S u l d o
a tingir o setor leste da Região (Agreste, Zona da Mata e Litoral). p l aneta e , conforme a área p o r o n d e se d e s locam, p o d e m ser
3. O EI Nino se manifesta em períodos cíclicos e tem início com a secas ou ú m i d as.
dimin uição da velocidade dos ventos alísios q u e, sobre o Pacífico 1 1 1 . As c h amadas frentes de trans ição, q u e s e formam nas áreas
Equatorial, sopram no sentido oeste. Essa maior lentidão resulta em onde ocorre o e ncontro entre massas de a r, podem ser frentes
um aquecimento anormal das águas n essa região e seu acúmulo nas frias ou q uentes.
proximidades da costa oeste da América do Sul. Assim, o ar sobre essa
parte do Pacífico se torna mais quente e mais úmido, provocando Quais estão corretas?
alterações de temperatura e umidade em diversos pontos do planeta.
4. Em anos normais, sem EI Nifío, a circulação dos ventos observada a) Apenas I.
no Pacífico equatorial apresenta movimen tos ascendentes em sua b) Apenas 1 1 .
porção centro-ocidental e descendentes no Pacífico oriental, nas c ) Apenas 1 1 1 .
proximidades da costa oeste da América do Sul. Nessa situação, os d) Apenas 1 1 e 1 1 1 .
ventos alísios sopram próximos à superfície do Pacífico, de leste para e) I, 11 e 111
111. O encon tro en tre massas de ar com características físicas o bjeto d e estudo dos meteorologistas, eles
(tempera tu ra e um idade) distintas dão origem às frentes de se formam com diferentes reações q u ímicas
transição que podem ser frias o u quen tes. A frente fria se forma q u e ocorrem na atm osfera. N uvem, c h u va,
quando uma massa de ar frio, polar, avança em direção a uma n eve, gran izo, geada, vento e massas d e ar
massa de ar quen te, tropical, empurrando-a para altitudes maiores são formados por causa de certas condições
e ocupando o seu lugar. Nessa situa ção, ao ganhar altitude, a de u m i dade, p ressão e tem p e ratu ra.
-? F U RA C Õ E S Trata-se d e u m a p o d e rosa
massa de ar q u e n te se resfriará, provocando a formação de ventos
e n u vens E, frequen temen te, a precipitação de chuvas. A fren te
q u e n te se forma quando uma massa de ar quen te, tropical, avança te m pestade q u e p rovoca ventos e m a l ta
em direção a uma massa fria, polar, e acaba por ocupar o lugar v e l o c i d ade. Esse t u r b i l hão c i rc u l a r s u rge
desta. No caso de frente quen te, também ocorrerão ventos e, d o e ncontro d o ar q u ente e ú m i d o com os
possivelmente chuva . mares q u entes dos trópicos, formando uma
espi ral de n uvens e m torno d o o l h o d o fu ra
Resposta: E cão, a região d e baixa p ressão no centro.
mm_j
normal m e nte sopram as águas aquecidas
do Pacífico do leste para o oeste - da costa
da América do S u l até a região da I nd onésia.
•
Como essas águas q uentes e ú m idas perma
necem na costa s u l-americana, elas p rovo
cam ch uvas nessa área e seca na Indonésia
e Austrál ia. O La N i n a é o fenômeno oposto:
os ventos ai ísios se intensificam, deslocando
mais água q u e nte para o oeste, causando
baixas temperatu ras na costa su l-americana
e ch uvas na I ndonésia e Austrália.
CACADO R ES DA ,:)
F LO RA P E R F E ITA
PREPA R E A MOCH I LA E ACO M PA N H E U MA
EXP E D I CÃO PARA CO N H EC E R OS P R I N C I PA I S TI POS
,
A
h istória das exped ições científicas é marcada por grandes nom es,
como o i nglês Charles Darwi n, q u e e laborou sua teoria da seleção
natu ral d as espécies d u rante a viagem q u e fez pela América d o
S u l n o séc u l o XIX. Ass i m como Darwi n, n o decorrer dos sécu l os, d iversos
cienti stas e x p l o raram os mais variados cantos do g l o bo para con hecer
o rel evo, a fau n a e a f l o ra d o plan eta.
Em p l e n a e ra d o s m od e rnos apare l h o s de G P S (Si stem a de Pos icio
name nto G l o bal), d otam o s um viajante i maginário d e olhos c u riosos
como os d os e x p l o radore s d o passad o. E l e fez u ma viagem fictícia p o r
d iferente s p o n to s d a Te rra, o n d e pôde o b s e rvar a vegetação d e cada
região. Parti n d o d a A m é rica do S u l, deu a volta ao m u n d o através dos
n ove p ri n c i pais tipos d e f l o ra c o n h ecidos até c hegar à Áfri ca, d e o n d e
reto r n o u para casa. Aco m pa n h e essa viagem e desc u b ra o e x u b e rante
u n iverso das formações vegetais do p la n eta.
11
11 B
[1)
1 VEGETAÇÃO: DESERTO
Deserto do Atacama - Chíle
Nosso viajante começou sua jornada pela pequena cidade de São Pedro do Atacama, uma
das poucas concentrações humanas no deserto do Atacama, de onde partiu para conhecer o
deserto mais árido do planeta. No trajeto, ele deparou com um solo pedregoso e repleto de
dunas. Nos desertos, a vegetação é esparsa e de poucas espécies. Como as regiões áridas têm
índices pluviométricos abaixo de 2SO milímetros ao ano, as plantas são adaptadas à ausência
de chuvas - os cactos, por exemplo, armazenam água.
Nos desertos frios, que ficam em altas latitudes (Patagônia, por exemplo, no sul da América do
Sul), as temperaturas variam pouco durante o dia. já os desertos quentes, como do Atacama, da
Austrália e do Saara, ficam em regiões tropicais e, no decorrer do dia, apresentam grande variação
de temperatura, despencando de mais de 40 'C durante o dia para índices abaixo de zero à noite.
Mas as noites frias do Atacama acabaram servindo de preparação para o intrépido aventureiro:
a próxima etapa da jornada seria em meio ao frio das montanhas.
(2)
QUANTO MAIS
BAIXA, M ELHOR
A maior diversidade
MADEIRAAAA! A floresta de
de formações vegetais
conlferas é matéria-prima da
indústria madeireira e de papel
ocorre em regiões de
. ·" ·t
(1( DIVULGAÇÃO (2] MARCHO SACCO (3) LISA LANGEll/STOCK.XCHNG G EOGRAFIA VESTIBULAR 2015 f- 77
0 O ECOSSISTEM • ,,. VEGETAÇÃO NO M U NDO
4 VEGETAÇÃO: TUNDRA
Extremo norte d a Rússia
A despedida das vegetações das baixas temperaturas
tinha de ser feita em grande estilo: direto de uma das
regiões mais frias do mundo, a do clima subpolar. Seguindo
paralelamente ao Círculo Polar Artico, pelo extremo norte
do Canadá e do Alasca, até chegar ao norte da Rússia, nosso
desbravador caminhou o tempo todo pela tundra,
a vegetação típica dessas altas latitudes.
Ela é formada por musgos e algumas espécies herbáceas
que aparecem no solo somente nos poucos meses de degelo,
quando o verão eleva a temperatura para 4 'C,
em média. No resto do ano, o solo fica coberto de neve.
Ou seja, o viajante teve sorte em visitar a região no verão;
do contrário, é quase certo que teria ficado bastante
entediado com o longo trajeto de paisagem branca até a
parte europeia da Rússia. 6
'
VEGETAÇÃO: FLORESTA TEMPERADA
Seguindo os planos de viagem, parou em Moscou, Norte da China, Coreia do Sul e )apão
onde começaria a nova etapa da jornada: a aventura a Chegando a Pequim, a capital da China, nosso explorador
bordo do trem transiberiano, que trafega sobre a gigantesca vagou um pouco pela cidade, mas Jogo partiu. Também queria
ferrovia que atravessa o território russo. Objetivo: atingir as conhecer a Coreia do Sul e o Japão, todos países do leste
estepes russas. asiático com o mesmo tipo de flora: a floresta temperada.
Típica das latitudes médias - aparece originalmente também
no leste dos Estados Unidos, na Europa e no sudeste da
Austrália e Nova Zelândia -, essa floresta é formada por
árvores decíduas, chamadas ainda de caducas, ou seja,
que perdem as folhas no inverno para suportar as baixas
temperaturas. As poucas espécies de árvore, como carvalhos,
bordos e faias, são espaçadas, e o solo é recoberto por
gramíneas. Grande parte da floresta temperada, contudo,
já foi devastada - na Europa, por exemplo, de 70% a 8o% da
cobertura originaljá foi perdida; na China, de 8o% a go%.
Pensativo, quase perplexo, diante de quanto daquela rica
formação vegetal já havia sido destruída, o jovem decidiu
rumar para o su� em direção às florestas tropicais.
8 VEGETAÇÃO: MEDITERRÃNEA
[5)
[4)
MA I S V I DA, E
MAI S TE M O RES
CONH EÇA OS SEIS GRAN DES BIOMAS
DO BRASIL, A NAÇÃO COM A MAIOR
BIODIVERSIDADE DO PLAN ETA, E AS
AMEAÇAS Q U E TÊM PAI RADO SOBRE
''
TODA ESSA RIQU EZA BIOLÓGICA
M
i n ha terra tem pal m e i ras, I Onde
canta o sabiá; 1 As aves q u e aq u i
gorjeiam, I Não gorjeiam como lá.
I Nosso céu tem mais estrelas, I Nossas várzeas
têm mais flores, / Nossos bosques têm mais vida,
GORJ EIO NACIONAL
I Nossa vida mais amores." Um dos textos mais A exuberância
conhecidos - e citados - d a língua portuguesa, da biodiversidade
o poema Canção do Exílio, do poeta bras i l e i ro da flora brasileira
abarca palmeiras,
Gonçalves D i as (1823-1864), foi escrito q u ando ipês (foto) e muitas
o autor se encontrava e m Portugal, d istante d e outras espécies
s u a amada terra natal. Saudosismos românticos
à parte, o poeta estava coberto de razão. Nossas
várzeas e bos q ues, flo restas e cam pos, e nfim,
nossos ecossistemas têm, s i m, m u ito mais vida ..- VOct SABIA?
q u e nos d e q ualquer o utro país d o m u ndo.
O QUE É UM BIOMA?
Para responder à pergunta, é necessário responder a outra questão: o que
O B rasi l é, d e l on ge, o cam peão m u n d ial de
fatores físicos do meio ambiente, como o solo e a água, e os seres vivos que o
c i n co espécies de a n i mais e vegetais c o n h e
bióticas, conhecidas como comunidades biológicas. Elas são formadas por duas
Brasi l assistiu q uase i m passível à deterioração
llJ DIVULGAÇÃO [2] JOÃO RAMID (3] DIVULGAÇÃO/SECRETARIA DETURISMO/CE G EOGRAFIA VESTIBULAR 2015 � 81
0 O ECOSSISTEM
3 �!����� u or bioma brasileiro ocupa uma área de 2 milhões de
quilômetros quadrados (cerca de 24°/o do território brasileiro), coberta pela
mais rica flora de savana tropical do mundo. São mais de 11 mil espécies
vegetais - 44% delas endêmicas (que não ocorrem em nenhum outro lugar
do planeta). A fauna também é riquíssima, com centenas de espécies de
mamíferos, aves, répteis e anfíbios. Quanto à vegetação, caracteriza-se pela
presença de pequenos arbustos e árvores retorcidas, com casca grossa.
Encontram-se, ainda, gramíneas e o cerradão, tipo mais denso de cerrado que
abriga formações típicas de florestas esparsas e disseminadas entre arbustos.
o cerrado é uma das regiões mais ameaçadas do globo. Ele é considerado
pelos ambientalistas um dos 34 biomas do planeta que exigem atenção
especial de preservação, os hotspots (veja mais na pág. 107). De fato, com a
mata Atlântica e a mata de Araucárias, é o bioma brasileiro que mais sofreu
alterações com a ocupação humana. Sessenta por cento de sua área total é
destinada à pecuária e 6%, à monocultura intensiva de grãos - entre eles, a
onipresente soja. A agropecuária fez aumentar a deterioração de uma terra já
ferida com o garimpo, a contaminação dos rios por mercúrio, a erosão do solo
e o assoreamento dos cursos de água. Estima-se que menos de 20% do cerrado
mantenha a cobertura vegetal original.
[1]
4 MATA ATLÂNTICA
A cobertura vegetal da mata Atlântica
ocupava, originalmente, mais de 1 milhão
de quilômetros quadrados, cerca de 13°/o
do território nacional. No entanto, restam
apenas 149 mil quilômetros quadrados de
mata - cerca de 12% do volume original.
A vegetação remanescente guarda ainda
cerca de 20 mil espécies de planta - 8 mil,
endêmicas. De exuberante biodiversidade,
apresenta, em alguns locais, mais de 4SO
[2]
DE TUDO UM POUCO A biodiversidade da mata Atlântica se espreme em menos de 7"/o da área original
espécies de árvore num único hectare. A
região reúne, ainda, centenas de espécies de
mamíferos, aves, répteis e anfíbios.
Como o cerrado, a mata Atlântica também
é considerada um hotspot, uma das 34 áreas A VIDA Ã BEIRA-MAR
do planeta que exigem ação preservacionista Ao lado dos seis grandes biomas, os ambientalistas destacam a zona costeira
mais urgente (veja mais na pág. 107). Ele foi o brasileira como uma região particular, que abriga centenas de ecossistemas
bioma que mais sofreu com a urbanização do extremamente ricos e delicados. São mais de 8,s mil quilômetros de extensão
país - hoje, as cidades da região concentram de litoral, marcados por manguezais, praias, recifes e lagunas. A biodiversidade
cerca de 6o% da população brasileira. desses ecossistemas está em constante risco, devido à urbanização e suas
. Ecossistema associado à mata Atlântica, consequências, como desmatamento de encostas e contaminação das águas .
a mata de Araucárias, localizada, sobretudo, A especulação imobiliária é a maior destruidora da vegetação nativa, que resulta
na Região Sul, é o ambiente que sofreu no deslocamento de dunas e no desabamento de morros. O afluxo exagerado de
o maior grau de devastação em termos turistas às cidades litorâneas sobrecarrega os precários sistemas de saneamento
percentuais no país - restam apenas cerca e polui os córregos e o mar. Os ecossistemas da zona costeira também são
de 2% dos quase 100 mil quilômetros degradados pelos rios que vêm do interior do país e despejam no litoral resíduos
quadrados originais. A derrubada agrícolas e efluentes industriais. Um dos ambientes mais ameaçados por tudo isso
indiscriminada para a expansão das áreas de são os mangues. Esses ricos ecossistemas - com centenas de peixes, crustáceos e
cultivo e para a produção de papel, celulose plantas - funcionam como filtros naturais: as raízes parcialmente submersas das
e móveis está por trás desse trágico cenário. árvores retêm sedimentos e impurezas, impedindo sua chegada ao mar.
& PANTANAL
Situado na bacia do rio Paraguai, o Pantanal cobre
cerca de 1,8% do território nacional, com 150,3 quilômetros
quadrados. O menor bioma brasileiro é a maior área
alagada de água doce do mundo. Mais de 8o% da região
permanece intocada, onde proliferam milhares de espécies
conhecidas de plantas, aves, mamíferos, répteis e anfíbios.
É considerada uma área de transição entre a Amazônia e o
cerrado, ao norte, e o Chaco, na bacia do rio Paraguai, ao sul.
Esse mosaico de ecossistemas intercala regiões de cerrado
e floresta úmida, além de áreas aquáticas e semiaquáticas.
Quanto à vegetação, podem ser identificadas três áreas: as
alagadas, as periodicamente alagadas e as que não sofrem
inundação. Nas áreas alagadas, a vegetação de gramíneas
desenvolve-se no inverno e serve de alimento para o gado.
Nas de eventuais alagamentos, encontram-se, além de
vegetação rasteira, arbustos e palmeiras, como o buriti.
Nas que não sofrem inundação, predominam os cerrados e
espécies arbóreas da floresta tropical.
As transformações no Pantanal são lentas, mas
implacáveis. A degradação agravou-se nas últimas duas
décadas, com o crescimento das cidades e a ocupação da
cabeceira de importantes rios que cortam a região.
A navegação nos rios Paraguai e Paraná põe em risco as frágeis
matas ciliares. Mas a maior ameaça vem da agropecuária: as
queimadas para renovação das pastagens, a contaminação
das águas e do solo por pesticidas e a introdução de espécies
exóticas de capim. O turismo desorganizado, bem como a
caça e a pesca predatórias, completa o pacote. Apesar disso,
ainda é o bioma mais preservado do Brasil.
CAMINHO DAS AGUAS o Pantanal, a maior área alagada de água doce do mundo, é o
bioma mais bem preservado do Brasil
[1] SALOMON CYTRYNOWICZ [2} MILTON SHI RATA {3) CLAUDIO LARANGEIRA [4] VALOEMIR CUNHA GEOGRAFIA VESTIBULAR 2015 � 83
0 O ECOS S I STEM_A � DESMATAMENTO
[ li
O desmatamento na Amazônia
As maiores atenções voltam-se para a Amazôn i a. Todos os anos, a região perde m i l hares ZONAS DA AMAZÔNIA LEGAL D E
de q u i lômetros quad rados de vegetação, pelo corte d e árvores e pelas queimadas. O agrone ACORDO C O M A COBERT U RA VEG ETAL
g? cio responde por u ma parcela sign ificativa do desmatamento general izado: nada menos - Desmatamento até 2012
• Formação não florestal
do q u e cerca de 40% da produ ção de carne e soja do país se concentra na Amazônia Legal. Flo resta
E as d uas atividades gan ham cada vez mais espaço n o norte d o país, com o crescimento
da fronteira agrícola. Nesse avanço, é visível u ma mancha de mata derru bada, conhecida
como Arco d o Desflorestamento, que representa 18% d a cobertura origi nal d a Amazônia
(veja o mapa ao lado). O ritmo d o desmatamento, que vinha d i m i n u i n d o nos últimos anos,
aumentou de acordo com o mais recente levantamento do Instituto Nacional de Pesq u i sas
Espaciais { l n pe). De agosto de 2012 a j u l ho de 2013, foram d erru bados 5.843 q u i lômetros
q u ad rados de florestas, o q u e representa um acréscimo de 28% e m relação ao período
anterioí. Pará e Mato G rosso são os estados que mais desmataram.
Fonte: lmazon
R E GRAS a flex i b i l i zação d a l e i para a expansão agro pecuária, e os a m b i en tal i stas, favoráveis a regr;;1s
mais rígid as para o desmate.
Os p rincipais pontos da lei aprovada d izem respeito às regiões e m que é permitido o desmate·
O novo Código Florestal e às zonas q u e d evem ser p rotegidas em u ma propriedade particu l ar. Ela regulamenta o uso da
terra nas áreas d e p reservação permanente (APPs) e nas reservas legais (veja defin ições abaixo).
regulamenta o uso da
Mesmo após a aprovação, o novo Código Florestal foi contestado no Su premo Tri bu nal Fede ral
terra, tentando eq uilibrar
pela procu radoria-geral, que via inconstitucionalidade e m algu mas situações. A redução das
desenvolvimento econômico áreas protegidas e a isenção de multa a quem desmatou até 2008 são os temas mais controversos.
e preservação ambiental Veja, a s eg u i r, os p r i n c i pais aspectos da nova lei a m b i e ntal.
APP
Manguezais I···· · · ·· ···
São consideradas APPs em
toda a sua extensão. A nova
lei prevê a criação de APP
camarão e salinas em áreas Mata ciliar
de apicuns e salgados. É a formação vegetal
presente nas margens de
rios, córregos, lagos, represas e
nascentes. Sua preservação é importante
para evitar o assoreamento dos rios, proteger as
nascentes e conservar a biodiversidade. Nas áreas ainda
não desmatadas, prevalece o estabelecido na lei anterior: a faixa de
mata ciliar protegida varia de 30 a soo metros, conforme a largura do
curso d'água. Mas o novo Código é menos rigoroso com as áreas rurais
consolidadas. De modo geral, nessas áreas, a faixa de mata ci l iar a ser
preservada varia de 5 a 100 metros, conforme o tamanho do imóvel e
independentemente da largura do rio.
1 . RESERVA LEGAL
Área localizada no interior
de propriedade rural necessária
ao uso sustentável dos recursos naturais. É proibido :·········1 A ARfA DE PRESERVAÇÃO
desmatar a área de reserva legal, mas é permitida VARIA CONFORME O 8/0MA
a exploração econômica com manejo sustentável. e AMAZONIA
• CERRADO Ina Amazônia legal) 35%
PRINCIPAIS PONTOS CERRADO (fora da Amazônia legal) 20%
· O percentual mínimo de cada propriedade a ser preservado OUTROS 20%
como reserva legal varia conforme o bioma (veja ao lado). Em
alguns casos, é permitido incluir as APPs neste percentual.
[1) ANTONIO SCORZAJAFP PHOTO [2] FARREL/AE G EOGRAFIA VESTIBULAR 2015 f- 85
0 O ECOSSISTEM
TIPOS DE VEGETAçAO
AM EACA ,:)
NO MUNDO
P E RS I ST E N T E
NO DECORRER DOS S ÉC U LOS, A OCU PAÇÃO
DE N OVOS TERRITÚRIOS PELO HOMEM VEM
EXERCEN DO PRESSÃO SOB R E A DIVERS I FI CADA
COB E RTU RA VEG ETAL DO PLAN ETA QUANTO MAIS
QUENTE, MELHOR 1 · · · · · · · · ·· · · · · · · · · · ·
S
.
A variedade de espécies vegetais �
e u m d i a você d e c i d i ss e correr o m u nd o para con h ecer tem relação direta com a latitude.
os tipos de vegetação que cobre m o p laneta, perceberia As regiões mais próximas do
q uão d iv e rs i f i ca d o s são os ecoss i s t e m as terrestres. Equador, onde há abundância
F i caria m aravil hado com as frondosas m atas ricas e m biodi de chuva, alta temperatura
e luz intensa, abrigam maior
versidade n a região d o E q u ador, se espantaria com as plantas
diversidade de plantas.
q u e resiste m à aridez d as regiões de deserto e s e s u r p reen As florestas tropicais, como a
deria com a existência d e uma extensa floresta h om ogênea, Amazônia, são um exemplo
formada p o r p i n h e i ros e a betos, este n d e n d o-se p o r vários d isso. A medida que se
países d o H e m i sfério N o rte. avança para os polos, onde
há escassez de luz e baixas
As princi pais formações vegetais d o planeta podem ser vistas
temperaturas, essa variedade
no mapa ao lado. Diversas e ntre si, e l as, no e n tanto, possuem cai progressivamente. A tundra,
uma m e s m a parti cu laridade: estão, e m maior o u m e n o r grau, presente no extremo norte da
sofrendo a meaças, e m razão, principal mente, da ação h u mana Rússia e do Canadá, é formada
e d e m u dan ças c l i máticas, e correndo o risco de d estru i ção. por musgos e algumas espécies
herbáceas, que surgem
Apesar da p e rs i stente a meaça d o desmatam e n to no B ra nos poucos meses em que
s i l, o país perd e u cerca de 30% da c o b e rtu ra o r i g i n al, d ados a neve derrete.
que contrastam c o m a E u ro p a, que j á teve mais d e go% d a
vegetação o r i g i n a l desmatada. Veja n o m apa ao l a d o a rica
d iversidade vegetal n o plan eta e a l g u n s pontos onde o d es
mata m e nto é mais c rítico.
A ·enorme mancha
• Mata de cocais
exclusivamente brasileiro,
•
vermelha mostra quanto da
Cerrado
Caatinga
a caatinga fica localizada no
A destruição, causada
retrato fiel do movimento
pela pecuária intensiva, Há soo anos, a mata Atlântica
de colonização do país,
e o plantio de grãos são ocupava 13°/o do território
VARIAÇÃO DAS AREAS FLORESTAIS (EM MILHOES DE H ECTARES POR ANO) PAISES COM AS MAIORES AREAS DE FLORESTA
A África e a América d o Sul são as d u as regiões d o planeta que mais perdem florestas. % do total de florestas remanescentes do m undo
No continente africano, o desmatamento é maior em países como N i géria, Tanzânia Rússia 20, 1
e Zim bábue, enq uanto na América d o S u l dois terços das árvores derru badas são
bras i l e i ras. Note que a Ásia apresenta expressivo gan ho florestal entre 2000 e 2010,
Brasil 12,9
graças a um programa de reflorestamento em larga escala promovido pela Chi na. Canadá
As ia Estados
Unidos
Indonésia
L
Sudão
i - 1990·2000
2000-2010
Fonte: FAO
lndia
I Fonte: FAO
"'i::!�
Q UESTÕES E RESU MO
CO M O CAl NA P ROVA
l. RESOlUÇÃO
(FUVEST 2014) Estas fotos retratam alguns dos tipos de formação A formação vegetal retratada na foto 1 corresponde à Mata A tlântica,
vegetal nativa enco ntrados no territó r i o n ac i o n a l . conjunto de formações florestais e ecossistemas associados como
as restingas, manguezais e campos de altitude. A formação vegetal
11 retratada na foto 2 corresponde à Mata de Araucárias ou Mata dos
Pinhais_ Nesta formação florestal predomina a araucária, conhecida
também como pinheiro-do-paraná, espécie adaptada aos climas
subtropicais e tropicais de altitude. A formação vegetal retratada na
foto 3 corresponde ao cerrado, constituído por vegetação caducifó/ía,
predominantemente arbustiva, raizes profundas, galhos retorcidos
e casca grossa. A formação vegetal retratada na foto 4 corresponde
à caatinga, que é característica do clima tropical sem/árido, onde
predominam as espécies xerófilas, plantas adaptadas ao calor e a longos
períodos de seca. A foto 5, que corresponde ao Pantanal, é constituído
por vegetação rasteira, floresta tropical e manchas de cerrado.
Resposta: c
� SAIBA MAIS
Confira de que forma o solo e a vegetação de cada sistema ambiental
são explorados economicamente:
Correlacio n e as formações vegetais retratadas nas fotos às áreas civil e fabricação de móveis; atividades agrícolas, principalmente o cul
d e oco rrê n c i a i n d i cadas no mapa abaixo. tivo de soja; silvicu ltura (pinus) para a obtenção de madei ra para lenha,
2.
( U E M 2013 - Adaptada) Os d o m ín ios n at u rais t ê m val o r para a
h u ma n i d ad e e são d e f i n i d o s p o r i n ú m e ras variáveis. Sobre esse
ass u n to, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
RESOLUÇÃO
de m o n ta n h a e vegetação m e d iterrânea.
As regiões de baixa latitude, o n d e há maior
Esta questão exige que o candidato saiba relacionar informações i n c i d ê n c i a d e ch uva e l uz solar, propic iam
referentes a bioma e clima. De maneira geral, a temperatura diminui m a i o r d iv e rs i d ad e vegetal. C o n f o r m e a
a partir da zona intertropical em direção à zona polar e conforme l ati t u d e vai a u m e n tan d o, a variedade d e
aumenta a altitude. Esses fatos conferem uma relação direta e n tre plantas d i m i n u i progressivamente.
la titude e altitude n o que se refere às formações vegetais.
Na zona climática compreendida en tre os trópicos de Câncer e � BIOMAS BRASILEIROS Biom as são comu
Capricórnio predominam os climas quen tes, entre eles o árido cujas nidades formadas por o rganismos estávei s,
características são as chuvas escassas e as temperaturas médias desenvolvidas e bem adaptadas às con d i
muito elevadas. ções a m b i e n ta i s d e u m a g ra n d e região.
O bioma da tundra se desenvolve nas baixas temperaturas do O s seis g ra n d e s b i o m a s b ras i l e i ros são:
extremo norte dos continentes asiá tico, europeu e americano. Esse a Amazôn i a (o maior d o país), a caat i n ga
bioma é uma transição entre as florestas de coníferas e as áreas (exc l u s ivamente b ras i l e i ro), o cerrado ( u m
permanentemente cobertas por neve e gelo. Sua vegetação d o s m a i s am eaçad os d o m u n d o), a m ata
caracteriza-se pelas espécies ras teiras de musgos, líquens e Atlântica (poss u i apenas 12% d e vegetação
pequenos arbustos. reman esce n te), o pampa (ta m b é m m o d ifi
O bioma das florestas de confferas encontra-se no norte dos cado, é usado como pastagem) e o pantanal
continentes americano, europeu e asiático, onde o clima caracteriza (o mais bem p rese rvado).
se pelos invernos rigorosos e verões amenos. A variedade de espécies
é bastante reduzida, com predominância de pinheiros - espécies �DESMATAMENTO A extração da madei ra,
aciculifoliadas utilizadas para a produção de madeira, papel e celulose. a agropecuária, o avanço das c i d ad e s e a
O clima frio de m o n tanha não está necessariamente relacionado exploração m i n e ral são as p r i n c i pais ações
com a latitude, mas com a altitude. Com relação às cordilheiras q u e exercem p ressão s o b re as flo restas.
mo n tan hosas tropicais é correto afirmar que pela proximidade Mais de 75% da cobertu ra vegetal o r i g i nal
com a faixa equatorial, a variação nos períodos de insolação pouco d o m u n d o já foi d e s m atada.
influencia nas condições a tmosféricas no alto destas cordilheiras.
-?AMAZÔN IA A m eaçada p e l o avan ço d a
Resposta: V V F V V agropecuária, a Amazô n i a j á perdeu 18%
SAI BA MAIS
da c o b e rt u ra o r i g i n al . O avanço no d es
-7 m atam e n to d a região pode ace l e ra r o p ro
Veja como o s biomas variam conforme a latitude e a altitude: cesso de aq u e c i m e nto g l obal e i m pl i ca r a
exti n ção d e espécies a n i m ai s e vegetais.
· · - - - - - - · · · · - - - - - O r i t m o da d evastação vem d i m i n u i n d o
.. .. .. ..
- - - - - - - - - - - - - - - - - - .
. . .
nos ú lt i m o s anos, m a s a a m eaça a o b i o m a
· .
a i n d a está p resente .
... ... .... ..
... .. .. .. '
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... .. .. ...
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-7 C0DI G O F LORESTAL S a n c i o n ad o e m
.
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A C I DAD E E
m 2008, a popu lação m u nd ial ati ngiu um marco his
tórico: pela primeira vez, o planeta passou a ter mais
pessoas vivendo nas cidades do que nos campos. Essa
transição para u m planeta mais u rbano começou a ser ma
SÓ C R ESC E
terializada no sécu lo XVI I I, d u rante a Revol u ção I n d u strial,
i n iciad a na Eu ropa, segu ida pelos Estados U n idos e pelo
Japão n o séc u l o XIX - e pelos atuais países e m desenvolvi
mento apenas após a Segu nda G uerra M u nd ial.
Na E u ropa d os sécu los XVI I I e XIX, as fábricas precisavam
DESDE A R EVO LUÇÃO I N D U STRIAL, de u m n ú m e ro crescente de operários para p rod uzir bens
manufaturados e m larga escala. Atraído pelas promissoras
AS CI DADES S E CO N V E RTERAM EM oportu nidades, um grande contingente de homens e mu l he
VERDA D E I ROS PO LOS DE ATRAÇÃO res migrou do cam po para as cidades. D u rante o século XIX,
as cidades i n d ustriais cresceram, particularmente na I ngla
D E P ESSOAS. ENTE N DA COMO SE D E U terra, que chegou a ter 52% dos i ngleses vivendo em centros
u rbanos em 1850. Além d isso, contr i b u i u para o desenvol
ESSE PROCESSO D E FORMAÇÃO DOS vimento das cidades a expansão popu lacional ocorrida no
CENTROS U R BANOS século XVI I I, em virtude, principalmente, da redução da fome
·
e da melhora das cond ições d e saúde.
As nações ricas apresentam altas taxas d e u rbanização,
com pelo menos 75% d a população m o rando e m cidades.
Na Eu ropa, o crescimento da indústria d u rou mu ito tempo e
levou a uma u rban ização l enta, q u e permitiu maior planeja
mento das cidades, seja no projeto de áreas residenciais, seja
. na construção de redes de água e esgoto, de eletricidade, de
ruas e avenidas, de l i n has de trem e metrô, além de serviços
p ú b l icos como escolas e hospitais.
urbanização e suas
A América Latina, por exemplo, vivenciou u ma
consequências, é i m portante
u rbanização m a i s tard i a e veloz, s e m q u e as
fundamentais: conurbação e
fl uxo d e pessoas. Com isso, os serviços p ú b l i
regiões metropolitanas.
cos ficaram satu rados, já q u e a a m p l i ação d a
CONURBAÇÃO é quando as
infraestrut u ra n ã o p ô d e ser feita n a agilidade
de um processo de conurbação
cidades no m u n d o em d esenvolvi m e n to. O s
é chamada de metrópole,
princi pais motivos para o êxodo rural - migração
metropolitana é um conceito
contri b u e m para esse deslocamento a falta d e
M U N DO
MAC U LADO
PO LU I ÇÃO DO A R E DAS ÁG UAS, LIXO,
AQU EC I M E NTO G LO BAL, C H U VA ÁCI DA
VEJA COMO A MÃO P ESADA DO HOMEM
ESTÁ ENXOVALHAN DO O PLAN ETA E
ESGOTA N DO S E U S RECU RSOS
D
esde q u e o Homo sapiens j ogou
a p ri m e i ra casca d e banana em
algu m rio, lago o u mar, nossa rela-
ção com o meio ambiente tem se pautado
pelo b i n ô m i o "co n s u m i r e po l u i r". Como
res u l tado d e séc u l os d essa ( i m)postura
util itarista em relação à natu reza - atitude
levada a extremos n as ú lti mas décadas -,
todos os ecossi stem as d o planeta j á dão
si nais de esgotamento, o q u e, em ú l tima
i n stân c i a, representa o p r ó p r i o esgota
mento da vida.
Os ecossiste m as são sistemas d i nâmi
cos q u e res u l ta m d a i nterd e p e n d ê n c i a
entre o s fatores físicos do m e i o ambiente,
como o solo e a atmosfera, e os seres vi
vos que o habitam - e isso i n c l u i, é c laro,
os seres h u m an os. O problema é q ue, n a
d i nâm ica e ntre o a m b ie n te e o h o m e m,
o pri m e i ro tem levado a p i o r. Se, de s u a
parte, a n atu reza entra com a d oação d e
tpda sorte d e riqu ezas a n i mais, vegetais
e m i nerais, o h o m e m, e m contrapartida,
res p o n d e com todo t i p o de i m p u rezas,
q u e vão d esde a bituca de c igarro j ogada
no mar até b i l h ões d e to n elad as de co,
lançadas n a atmosfera.
Confira a seg u i r as princi pais agressões
perpetradas contra o m e i o a m b i e nte e [li
os frutos q u e já começamos a colher por RIO DE ENTULHO NA NIGtRIA Os produtos eletrônicos descartados no mundo somam mais
causa delas. de so milhões de toneladas de lixo por ano, poluindo o meio ambiente
170 m i l toneladas de lixo. Desse
têm s i stem as d e d re nagem q u e captam l íq u id o s e
O l i d o s e l íq u i d o s é u ma
s é r i a a m eaça t a n t o
o rgân i c o s, evita n d o m a i o re s d a n o s ao s o l o . São
caros e de uso l i m itado. adequada, indo parar em lixões
- locais onde os resíduos são
lançados a céu aberto, sem
para o m e i o a m b iente q u anto Outra porção do I ixo é destinada aos aterros contro
controlados.
problemas causados pelo l ixo Apesar de cobri rem os resíduos e selecionarem o ti po
as empresas e o governo.
dos ao léu tam bé m colaboram tá-lo para fazer novos bens, red uzindo a sobrecarga
a atividade de catadores
m i l h ares d e toneladas d e l ixo R e u t i l izar p otes, vas i l h a mes, caixas e o u tros
•
autônomos e indústrias de
porq u e precisamos c o ns u m i r objetos d e uso cotid iano e o material neles contido.
distribuidores e vendedores a
d e resíd u os. O p ro b l e m a é q u e n ova fabri cação.
prevê a lei.
aterros ou em amontoados pró cida p e l os programas po rta a porta (veja mais n o
ximos a có rregos e estradas. q uadro a baixo).
:e Garrafas, potes de Revistas, jornais, papéis Garrafas PET, potes (de latas de aço e alumínio, remédio, celofane, Filtro de cigarro 5 anos
:; alimentos, frascos de variados, caixas de todos os tipos), tampas, tampas, arames, fios, espuma, fraldas Chiclete 5 anos
iii2 remédio e de perfume. papelão (de todos os embalagens, sacos (de grampos, pregos, tubos descartáveis, pilhas, Lata de aço s uo anos
° Cacos de vidro tipos) leite, arroz etc.) de pasta, alumínio, cobre latas enferrujadas, Madeira pintada 13 anos
papel higiênico,
.... Náilon Mais de 30 anos
c Volta a ser usado Transforma-se em Matéria-prima de fibras o aço volta a ser usado guardanapos com
Cientenas de anos
�
Plástico
g infinitas vezes sem papel reciclado para têxteis, tubos, artefatos sem limites. o alumínio restos de comida, papel
perder as agendas, cartões e plásticos, cordas, cerdas pode ser reusado em laminado Alumínio Centenas de anos
:= características caixas de papelão de vassoura, carpetes latas e autopeças e plastificado, Vidro Mais de mil anos
papel-carbono Borracha Indeterminado
Fonte: Como Cuidar do Seu Meio Ambiente- Editora Sei, ediç3o e texto da Ritil Mendonça, 2004
A
p o l u i ção d as águas é causada, sobretu d o, pelo lançamen to d e i n c l u i n d o as g u erras. Q uase 4% d e todas
d ej etos i n d u striais e a g r íco l as, e sgoto d o m éstico e resíd u o s as m o rtes são atri b u íd as a d o e nças d e
s ó l idos. I sso c o m p ro m ete a q ualidade d a s águas s u p e rficiais e correntes do consumo d e água i m própria
su bte rrâneas em i n ú m e ros po ntos do p l an eta. - 1,8 m i l hão d e crianças com m e n os de 5
Os rios e lagos são considerados os ambientes mais ameaçados d o glo anos d e idade m o r r e m a n u a l m e nte p o r
bo. Sofrem, por exemplo, com o fenômeno conhecido como eutrofização: falta d e á g u a l i m pa. Essas m o rtes ocor
os esgotos d o m ésticos são ricos em matér i a orgânica, q u e passa p e l a r e m p r i n c i pa l m e n te n o s países m en o s
ação d e m i crorga n i s m os, res u l tando n a p ro d u ção d e n u trientes; ass i m, d esenvolvidos d a África e d o s u l d a Ási a,
q uando esse esgoto é lançado na água, gera um excesso d e n u trientes o n d e a p o p u l ação carece d e serviços d e
que acaba p rovoca n d o o c resc i m ento extraor d i nário de algas - estas, tratam e n to d e á g u a e d e esgoto.
por sua vez, i m pe d e m a passagem da l u z e a tran sferência do oxigênio Em todo o m u n d o, cerca de 2,5 b i l h ões
atmosférico para o meio aq uático. O utro exe m p l o d e degradação, agora de pessoas - q u as e u m terço da p o p u
_das águas s u b te rrâneas, é o caso do Aqu ífero G ua ra n i, um dos maiores l ação m u nd ia l - n ã o d i s p õ e m d e á g u a
reservató rios d e água doce d o m u ndo. E m algu m as regiões, como em suficiente p a r a o saneamento básico. N o
R i be i rão P reto (SP), estudos apontam e levado grau d e conta m i n ação por B rasi l, a p e n a s 57,1% dos d om i c í l i os têm
agrotóxicos (veja mais sobre o Aquífero Guarani na pág. 48). acesso à red e de esgoto - o u seja, q u ase
Os ambientes marinhos e costeiros também estão seriamente ameaçados m etade d as casas b ras i l e i ras está e xc l u
pela polu ição, pela su perexploração da pesca e por acidentes ou descargas ída d o siste m a c o l e t o r d e d ej etos. Dados
em alto-mar, como no caso d os catastróficos vazamentos de petro l e i ros. como esses revelam o grave problema do
Em abril de 2010, a explosão da p l ataforma Deepwater Horizon despejou s a n e a me n to no p aís, q u e c o m p r o m ete
cerca d e 4,9 m i l h ões d e barris d e petróleo nas águas d o golfo d o México, severa m e n te a q ua l i d a d e de vida da po
o que foi consid erad o o maior d esastre na área d e petróleo da h istória. p u lação e o m e i o a m b i e nte.
A
p o l u i ção do ar é p rovocada p r i n c i pa l m e n te pela mente pelas atividades i n d u striais e pelos automó
q u e i m a d e c o m b u stíveis fósseis nos transpo rtes veis, l i bera óxido d e n itrogênio ( N O) e d ióxi d o d e
e na geração d e e n e rgia e l étrica e pela ativid ad e enxofre (SO, ) na atmosfera. Esses com postos reagem
industrial. D ióxido de carbo no (CO,), monóxido de carbono com o vapor de água presente na atmosfera, forman
(CO) e h i d rocarbonetos ( H C) são a l g u n s dos p o l u e n tes do o ácido n ítrico ( H N 0 ) e o áci d o s u l f ú rico (H ,SO)
3
mais e m i t i d o s . P raticam e nte todos e l es são bastante Quando c hove, essas su bstâncias ati ngem o solo e a
nocivos ao h o m e m e ao m e i o a m b i e nte. Veja a s eg u i r água, alterando s u as característi cas e p rej ud icando
alguns dos efeitos mais comuns p rovocados pela e m issão lavou ras, florestas e a vida aq u ática. Tam bé m dani
de p o l u e ntes n o ar. ficam ed ifícios e m o n u m en tos h istóricos.
O C U PACÃO ,:)
CAÚT I CA
Enchentes, desabamentos,
deslizamentos - saiba como a ação
do homem e a falta de planejamento
estão por trás de vários desastres
N
os ú l t i m o s a n o s, o h o m e m v e m
paga n d o u m p reço altís s i m o pela
o c u pação i rr e g u l a r q u e faz d o 111
[1] CARLOS EDUARDO DE QUADROS/FOTOARENA (2] AFP PHOTO/MAR INO AZEVEDO/HO/RIO'S GOVERNMENT PRESS OFFICE {3] ARTUR MOSER/Aa NCIA RBS G EOGRAFIA VESTIBULAR 2015 � 99
@oHOME ):�- CARTOGRAFIA
D E MA I S
O CRESCIMENTO POPU LACIONAL
PRESSIONA AS CI DADES E IMPLICA SÉRIAS
CONSEQUÊNCIAS SOCIAIS
O
m u ndo ati n g i u a marca de 7 b i l h ões de pessoas em DE UM LADO A OUTRO I · ········
Cerca de 214 milhões de pessoas
2011. O c resci m e nto acelerado n o ú lt i m o séc u l o
(3 '/o da população) vivem fora
- em 1910 é ramos "apenas" 1,8 b i l hão - ace n d e u do país de origem. Estima·
o si nal d e a le rta para a q u estão d o s u pe rpovoam ento d a se que 6o% das migrações
Terra. E s s a expl osão d e m og ráfica p ressiona os recu rsos ocorram entre países em
nat u ra i s n u m ritmo m a i o r d o que o p l a n eta é capaz de desenvolvimento. Em torno de
37°/o das migrações são feitas
rep o r. Além d i sso, o au m e nto popu lacional nos grandes
de países em desenvolvimento
centros u rbanos resu lta e m p i o ra d os serviços p ú bl icos para desenvolvidos - da América
e d a q u al idade d e v i d a. Latina para os Estados U nidos
A Ásia é o conti n e n te mais po p u l oso, c o m 4,3 b i l h ões ou da África para a Europa,
d e hab itan tes, 59,8% d o total. A Áfri ca, c o m p o u co mais por exemplo.
d e 1,1 b i l hão d e pessoas (15,5% d o total), é o conti ne nte
que te m as maiores taxas d e c res c i m e n to d e m og ráfico.
Lá, a p o p u l ação a u m e ntou a um ritmo d e 2,3% ao ano
entre 2005 e 2010, e n q u a n to n a E u ro p a esse índice fo i • Acima de 1 bilhão
de apenas 0,1% ao ano. Ásia, Américas e Ocean ia tive ram • De 100 m ilhões a 1 bilhão
• De 10 m i lhões a 99 mil hões
cresc i m e nto a n u a l em torno de 1,1% no período.
De 1 m i l hiio a 9,9 m i lhões
N o mapa ao lado, você confere a d i stri b u i ção d a popu Menos de 1 milhão
lação p e l o m u n d o, os países mais e m e n os hab itados e Dados não disponfveis
as p r i n c i pais metró po l es g l o bais.
Gerais e Bahia.
km', na Sudeste é de 93,2.
I nstituto Brasileiro de
Brasil vem desacelerando desde
populoso do Brasil.
... 14.594 de reposição da população,
j Menos d e l m i l hão
Fonte: IBGE que é de 2,1 filhos.
. . . . . . .. . .......................................!
MEGAPOPULAÇÃO
Os dois países mais populosos
do planeta ficam na Asia. A China,
com 1,4 bilhão de pessoas,
lidera o ranking, seguido de perto
pela í ndia, com 1,3 bilhão.
Outro país asiático, a Indonésia,
....1 FORMIGUEIRO HUMANO ocupa a quarta posição, com
Com uma área de 1,95 km', 250 milhões de habitantes.
-··
o Principado de Mônaco, O território asiático também
encravado na costa concentra seis das maiores
mediterrânea da França, é o megalópoles mundiais (confira
país com a maior densidade na tabela abaixo). Esse ranking é
populacional. Moram por lá liderado por Tóquio, a capital do
38 mil pessoas, o que representa Japão, que tem 37 milhões
um agrupamento de mais de de moradores .
17 mil habitantes por km'.
Para ter uma ide ia dessa taxa, a
densidade demográfica do Brasil
é de 23,5 habitantes por km'.
A POPULAÇÃO MUNDIAL ATINGE 7 BILHÕES DE PESSOAS EM 2011 AS DEZ MAIORES MEGALOPOLES EM 2011 E EM 2025
A previsão é q u e a p o p u l ação alcance 10 b i l hões em 2083 (em m i l hões de hab itantes na região metropol itana)
12 1 -- ·�����-��-----
2011 2025
10
8 1. Tóq u i o, J apão 3 7,2 1. Tóq u io, J apão 3 8, 9
61 2. Dé l h i , índ i a 22, 7 2. D é l h i, í n d i a 3 2, 9
4 f.· � .
: l 3. C i d ad e d o M éxico 20,4 28,4
3. Xan gai, C h i n a
� !
� �&. ��->;,��
·;;;.��· ?Jct,�·:V,��,l:j�
o -· "
--- -- 4 Nova York, EUA 20,4 4. M u m bai, í n d i a 26,6
� �
f:> !b'?
� �
Fonte: United Nations Popufation Division
5. Xan gai, C h i n a 20,2 5. Cidade do México 24,6
PAISES COM O MAIOR NÚMERO DE HABITANTES em 2013 6. São Pau l o, B r asi l 19, 9 6. N ova Yo rk, EUA 2 3,6
(em m i l h ões)
1.385 7. M u m bai, í n d i a 19, 7 7. São Pau l o, B ras i l 2 3,2
China lndia Estados U n idos I ndonésia Brasil 10. Calcutá, ln d i a 14,4 10. Karachi, Paq u i stão 20,2
I CO M O CAl NA P ROVA
1. -7 SAIBA MAIS
(Mackenzie 2013) "A n e b l i na c o m e ç o u a s e d i s s i par, e m Porto Veja como ocorre o fenômeno da in versão térmica:
Alegre, apenas ao m e i o-dia. A cerração p rej u d icou as atividades Num dia normal, o sol esquenta o chão e o ar junto ao solo, que fica mais leve e
sobe, dispersando a poluição. já nos dias mais úmidos do inverno, o ar próximo à
do Ae ropo rto I nternac i onal Salgado F i l h o com atrasos e cancela
superffc ie fica mais frio que o das camadas mais elevadas da atmosfera. Com isso,
me ntos de voas. ( ... ) Veja, na i l u stração, a temperatura registrada
".
ele fica retido ao chão e segura a poluição
hoje às n ove da m a n h ã em d i fe re n tes n íveis da atm osfera sobre
a cidade de Porto Alegre.
INVERSÃO TÉRMICA
AR MAIS FRIO.
3.000 metros ---------------------------------------------------------------------------- 7" C
--------------------- 8 2" c
___ ..
..... J.II, 1 rMAdi"NIM
E m c o n se q u ê n c i a d a n e b l i n a, a tem pe ratu ra se manteve baixa
na capital gaúcha d u rante toda a man hã. "Ao m e i o- d i a, os te r
2.
m ô metros i n d i cavam 11,2°( no j ard i m Botâ n i co."
(Boletim coletado do sítio Met Sul Meteorologia, no dia 23/09/2012).
(FUVEST 2013)
De aco rdo c o m as i n fo r m ações do texto e da i l u stração, está
co rreto afi rmar que o f e n ô m e n o meteorológico a que se refere é:
RESOLUÇÃO
A in versão térmica é um fenômeno atmosférico natural que ocorre h ttp://arvoresd esaopau I o. wo rd p ress.com/2009/12/09/e nche n tes·em-sao·pau I o·x ·arvo res/
SAIBA MAIS
te pela q u e i ma d e combustívei s fósseis nos
--7 transportes e na geração de energia elétrica
En tenda a diferença en tre enchen te, inundação e alagamento: e pela atividade i n d ustrial. A emissão de po
l uentes na atmosfera ocorre especial mente
O Enchente é u m fenômeno nos grandes cen tros u r ban os, p rovocando
natural, que causa o
aumento temporário d o fenômenos como a ch uva áci d a, o apare·
nível da água, porém sem
transbordamento c i m ento de b u racos na camada d e ozô n i o
e as i l h as d e cal o r.
e Inundação é o trans·
bordamento d e um
curso d'água, ati n g i n d o a -70CUPAÇÃO I RREGULAR Ao estabelecer-se
planície em torno do rio
desordenadamente nas grandes c i dades,
o u a área d e várzea
o homem potencial iza d esastres como en
e Alagamento ocorre chentes e desl izamentos de terra. Para evitar
quando a água fica essas tragéd ias é necessário i nvestir em ha
acumu lada nas ruas e nos
perfmetros urbanos, por bitação e planejamento u rbano e gerenciar
problemas d e d renagem adequadamente os recu rsos naturais.
Biod iversidade
M
u i tas d as m u danças p rovocadas pela ação d o e vegetais e m d i fe rentes ecoss i stemas e a pesca p redatória
h o m e m podem s e r desastrosas para a man uten são exem plos d e i n tervenções d o homem que com p rometem
, ção e a evo l u ção d as formas de vida no p laneta. a d iversidade biológica. De acordo a World W i l d l i fe Fund, uma
Isso porq u e a d i nâmica de um ecossistema é mantida por das ONGs am biental i stas mais ativas no m u ndo, em menos d e
c i c l o s naturais, nos quais a existê n c i a d e u ma espécie 4 0 a n o s o planeta perdeu 30% d e sua biod iversidade, s e n d o q u e
afeta a v i d a d e todas as o u t ras. D iante d a i n terdepen os países tropicais tiveram u ma q ueda de 6o% nesse período.
dência e da c o m pl ex i d ad e dos p rocessos q u e ocorrem na A necessidade d e p reservar a biod iversidade levou à criação,
natu reza, estu d i osos d e ecologia, a ciência q u e estuda as em 1993, da Conve n ção da Diversidade B i o lógica, o p r i m e i ro
relações dos seres vivos entre si ou com o meio ambiente, i nstru mento legal para assegu rar a conservação e o uso s us
têm procurado a l e rtar a sociedade para o fato d e q u e o tentável d o s recu rsos natu rais. Apesar de mais de 160 nações
m o d e l o de desenvolv i mento p redatór i o em c u rso p o d e tere m ass inado o documento, e las não m ostraram d isposição
levar a danos a m b i e ntais i rreversíve i s . polít i ca para c u m pri-lo .
\
Zona litorânea :
da Califórnia '.
',
l, . '� - 'J!has do
,,
' ' ' ' _,.."' Carjbe
I � � \.
. • � .. ' ' . '
Florestas �a América '� • ' :• .,
Central e âo México,
Florestas da
Polinésia· Galápagos e litoral de � • Africa Ocidental
Micronésia Equador e Colô bia ' ·- '
m
' � - - ..
Litoral da Namlbia/ Florestas costeiras da Africa Oriental
'
e Africa do Sul /-L"
//
Sudeste sul·africano
Região da
\ Nova Zelândia Cidade do Cabo
Nova Zelânáii • • • •
'... - , .. ..
2,3% da
su perfície terrestre
� da50%flora
t1 � 42%
·• dos vertebrados
70% da vegetação original
Fonte: Conservation fnternational * No mapa, as gradações de cor s�o usadas apenas para diferenciar os hotspots geograficamente
P LA N ETA E M E B U L I CÃO �
S
e antes a i d e i a do a q u e c i mento global e ra ape nas Efeito estufa
uma h i pótese, hoje o s c i e n ti stas j á c o n ta m c o m S e m p re o u v i m os falar q u e o efeito estufa é o gra n d e vilão
evid ê n ci as mais c o n s i sten tes para afi rm a r q u e a d o aq u e c i m e n to global, o q u e não d e ixa de ser verdad e . Mas
ação do h o m e m sobre o m e i o a m b i ente está alterando u m a coisa p recisa ficar clara: é g raças a e l e q u e existe vida
a te m p e ratu ra do p l an eta. A m p a ra d o s pelo r e l ató r i o e m nosso p l an eta. O efeito estufa é um f e n ô m e n o natu ral
d o Pai n e l l nte rgovernamental d e M u d anças C l i máticas q u e faz com q u e a tem p e ratu ra m é d i a do globo se con serve
{I PCC), d iv u l gado e m 2007, especialistas do m u n d o tod o nos l i m ites necessários para a manutenção da vida, em torno
passaram a c u l pa r nosso pad rão d e d e se n vo l v i m e nto d e 14, 5 graus Cel s i u s . Ele oco rre em razão da existên c i a de
pelo aq u e c i me nto d a Terra e a alertar para as d ramáticas gases, como o carbon o, q u e estão natu ral mente na atmosfera
c o n se q u ê n cias q u e as p róxi m as ge rações e n f re n tarão e i m pedem a d issi pação para o es paço de parte da rad iação
caso esse p rocesso não seja reverti d o . v i n d a do S o l, q u e é abso rvi d a e refleti d a pela Te r ra (veja o
infográfico abaixo).
O problema é q u e, p o r causa da ação do h o m em, esse be
néfico "cobertor" atmosférico está se tra n s f o r m a n d o n u m
forno. o i ntenso u s o d e combustíveis fósseis - especial mente
carvão e petróleo - e a util ização p re d atória d a terra (desma
tam ento, q ue i madas, depósitos de l ixo) l i beram na atmosfera
uma i mensa q u antidade de gases q u e retêm cal o r - d i óxido
d e carbo n o, metano e óxidos d e n itrogê n i o -, i nten s i ficando
o efeito estu fa. O I PCC defe n d e a tese d e que essas atividades
teriam causado um a u m ento de 0,7 grau n o século XX.
11
outros gases do efeito estufa
pelo espaço na forma de luz
visível, radiação ultravioleta Se o calor não fosse retido
e infravermel h a B Aquecida, a superfície pelo efeito estufa, o planeta
emite calor na forma de congelaria a uma temperatura
radiação infravermel ha média de 18 •c negativos
Eles alegam que a temperatura média da Terra subiu e desceu várias vezes
pad rão d e desenvo l v i m e n to vem
durante sua existência, e que isso pode estar ocorrendo neste momento. Ou
ro m pe n d o esse e q u i l í b r i o n atu
Além d isso, essa "corrente cética" acredita que, mesmo que exista uma
é capaz d e absorver.
tendência para o aquecimento, ela está mais ligada aos fatores naturais
do que à ação h umana. O clima seria mais influenciado pelas glaciações,
pelo vulcanismo e por fenômenos astronômicos. Esses cientistas também
contestam a capacidade científica de prever com antecedência de décadas
como será o clima da Terra.
OS GASES DA ATMOSFERA
• 78,084%
ATIVIDADES G ERADORAS DE GASES DO EFEITO ESTUFA - 2010
e. e Nitrogênio (N ,)
......... . ., Tratamento
: de resíduos
....i Edificios
residenciais
4%
Agricultura i 11% :. . . ... .. . . ., Processos
15%
··
pú cos
Protocol o de Kyoto
TEM PO? emissões, entre 2008 e 2012, para no mínimo 5% abaixo dos níveis
d e 1990. ) á as nações e m desenvolvimento, como Brasil e Chi na,
q u e tiveram uma industrial ização tardia, não precisaram adotar
metas, mas comprometiam-se a d i m i n u i r a emissão de carbono .
O Q U E PODE S E R FEITO PARA Mas o Protocolo de Kyoto já nasceu praticamente condenado.
M I N I M IZAR OS EFE ITOS DO Os Estados Unidos, o segu ndo país que mais em ite gases do efeito
estufa, atrás apenas da China, não assi naram o documento p o r
AQ U EC I M E NTO G LO BAL se recusar a m udar s u a matriz energética - fortemente depen
dente d e petróleo - e não concordar com a ausência d e metas
S
e a s e m issões d e carbon o c o n t i n uarem para os países em desenvolvimento. Mesmo entre as nações
nos n íveis atuais, a tem p e ratu ra m éd i a q u e apoiaram o p rotocolo, o contro l e d e emissões foi frouxo.
do planeta deve s u b i r quase 5 oc até 2100, O Protocolo d e Kyoto expi rou e m 2012. E m d ezembro daquele
o q u e traria conseq uências d esastrosas para o ano, 37 países prorrogaram o protocolo até 2020 e estabeleceram
meio ambiente (veja na pág. n2). Essa é a p revi uma agenda para criar um novo i nstrumento para o cumprimento
são do Pai nel lntergovernamental d e Mudanças de metas de red u ção de e m issões, q u e deve ser concluída até
c"l i m áticas (I PCC), responsável por esse levanta 2015. A tentativa é conve ncer as nações a l i m itar as e m i ssões
mento . O órgão aponta a necessidade de red uzir entre 25% e 40% até 2020 . Mas os países e m desenvolvimento
as emissões d e gases do efeito estufa entre 50% não q uerem se com p ro meter com metas, enq uanto as nações
e 85% . Na prática, isso significa d i m i n u i r o uso ricas exigem que todos sejam obrigados a red uzir as emissões.
de combustíveis fósseis e ampliar a util ização Outro evento que frustrou as expectativas d e quem esperava
de e nergias renováveis (como a solar e a eólica), ações concretas foi a Rio+20. Realizada em junho de 2012, o evento
além d e aplicar novos padrões na agricultu ra, retomou as d iscussões lançadas na Convenção das Nações U n i
n o transporte e na coleta d e l ixo. Traduzindo, é das sobre o Ambiente em 1992 (Eco 92). Ao final do encontro, o
preciso mexer com a economia dos países, o q u e documento apenas firmou o com promisso com d i retrizes gerais,
envolve u m intrincado choq u e de i nteresses. sem estabelecer metas ou p razos específicos .
OFERTA DE EN ERGIA POR FONTE eletricidade. Quanto maior a intensidade de luz, maior o
fluxo de energia elétrica. O Brasil também é privilegiado
em radiação solar, especialmente na Região Nordeste.
M U N DO - 2011
I
S,7% B I O MASSA
A matéria orgânica também vem sendo utilizada para gerar
energia. Seu aproveitamento pode ser feito pela combustão
··· · · · ··· ·····I Carvão
Gás natural \
27,3%
d ireta, por processos termoquímicos ou biológicos. No Brasil,
21,4%
PetróleO I·
27,2%
e derivados
37,7% ! H i d ráulica
14,1%
E N E RG IA G EOTÉ R M I CA
O calor interno do globo, principalmente em áreas
• ·· ·
Não renovável
'. • � -
.
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••
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MUDANÇAS NA
O PIOR TEMPERATURA
2081·2100
CENÁRI O
ESPECIALISTAS DA O N U REAFI RMAM Q U E AS
M U DAN CAS
, DO CLI MA FO RAM CAU SADAS
P E LA ACÃO
, DO HOMEM
RAS I L ------
... ............ ..... , ZONA COSTEIRA
,
NORTE , . . . .... . ......... . . . . .. . . . . .. ... ... . ... . ... . . . .. . .,
NÃO ESTAMOS O aumento do nível do mar em
IMUNES O volume de chuvas na até 30 em afetaria ecossistemas
······I E UROPA
A temperatura deve aumentar de
forma generalizada no continente,
com menos dias de frio intenso no
inverno. No sul e leste europeus, os
períodos de seca devem reduzir a
água disponível e a produtividade
agrícola, enquanto que no noroeste
do continente o I PCC prevê maior
volume de chuvas.
O U TRAS P O S S ÍV E I S
C O N S EQ U Ê N C I AS:
· Ameaças à biodiversidade e
aceleração da extinção de espécies
Comprometimento da produção
extremas no sul do país e secas
no noroeste. As ilhas do Pacífico
agrícola e da segurança alimentar,
ÁFRICA ÁSIA ficarão mais vulneráveis à
•
QUESTÕES E RESUMO 1
.
•
,
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' .,., '
· • '. ·' .
I CO M O CAl NA P ROVA
pessoas, o m o delo de desenvolvimento econômico adotado pelo país
( U N E S P 2014) A p o p u l ação d e Lond res, com 12% da p o p u lação e os padrões de consumo. A ideia de se medir a pegada ecológica está
total do Rei n o U n i d o, exige u m a pegada ecológica d e 21 m i l hões direta mente relacionada a o desenvolvimento sustentável, ou seja, ao
d e h ectares o u, s i m p l e s m e n te, toda a terra p ro d u tiva do Rei n o uso racional e justo dos recursos na turais.
U n ido. Em Vancouver, n o Canad á, constatou-se q u e a área exigida
para manter o n ível d e vida da população corresponde a 174 vezes Resposta: C
a área de s u a própria j u ri s d i ção. U m hab itante de u m a c i d ad e
típica d a América d o N o rte t e m u m a pegada ecol óg i ca d e 461 J"\ 1
hectares, e n q uan to na f n d i a a pegada ecológica per capita é de Con fira a pegada ecológica e m diferen tes regiões d o planeta em 2009
45 h ectares. Ass i m, o p l aneta sofre um i m pacto dez vezes maior (em hectares por pessoa)
q uando nasce u m bebê n o p r i m e i ro mundo d o q u e q uando n asce
u m bebê n a índ ia, na C h i n a ou n o Paq u i stão. Um malth usianismo
cego, ainda h e g e m ô n ico nas l ides am bi ental i stas, está i n fel iz
mente m u ito mais p reocu pado com o controle da popu lação na
í n d i a do q u e com a i nj u stiça a m b i e ntal q u e s u ste n ta a i nj u sta
ordem de poder m u n d ial.
(Rogério Haesbaert da Costa e Carlos Walter Porto-Gonçalves. A nova des-ordem
O M U N DO A
su perfície do planeta é d ividida em seis conti nentes,
as grandes extensões de terra emersas limitadas pelas
águas de mares e oceanos. Eles ocupam 150.274.692
q u i lômetros q uad rados, d i mensão que corresponde a 29,4°/o
E M R ES U M O
da superfície total do globo. Mas nem sempre foi ass i m
H á cerca d e 400 m i l h ões d e an os, a s terras d o plan eta
estavam reun idas em um ú n ico continente, chamado d e
Pan geia - e m grego, p a n s i g n i fi ca toda; e gia, terra. Esse
i menso bloco começou a rachar no sentido leste-oeste por
CO N FI RA A SEG U I R U M A B RA N G ENTE volta d e 180 m i l hões de anos atrás, e, aos poucos, seus terri
tórios foram se afastando uns dos outros, dando origem aos
RETRATO FÍS ICO, ECO N Ô M I CO E SOCIAL continentes como conhecemos hoje (veja mais na pág. 34).
DAS SEIS G RA N D ES EXTENSÕES DE A atual configuração física do globo foi estabe lecida
há 6o m i l hões d e anos, e m decorrê n c i a desse p rocesso
TERRA DO P LAN ETA d e desl ocamento da c rosta. O mov i m e n to consti t u i u os
seis conti nen tes existentes: África, América, Antártica (ou
Antárti da), Ásia, E u ropa e Ocean ia. A América, por sua vez,
é s u b d iv i d i d a em três: América do N o rte, América Central
e América do S u l . Vale ressaltar q u e o Árti co, região de
mares e águas congel adas, não é um conti n e nte .
. Como você verá nas pág i n as segu i n tes, os conti n e n tes
ap resentam caracte rísticas físicas, sociais e econôm icas
bastante d i feren ciad as.
5.000 90
•. 500 80
•.000 70
3.500 60
3.000 50
1.500
;o
1.000
1.500 30
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Projeção Robinson
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I. Montserrat (RUN) Guadalupe (FRA)
.
' DDMINICA
Mardocaribe '\ I. Martinica (FRA)
' SANTA LÚCIA
I. Aruba
(HOL) I. Curaçao SAD VICENTE �
E GRANADINAS; BARBADOS
' (HOL)
'- 'ti. Bonaire
(HOL)
AMtRICA 00 SUL
P E R F I L D O S CO N T I N E N T E S
DISTRIBU IÇÃO FÍSICA
Oceania
Europa
6,9 . . . . ' � -.....
56 - AInca
.
1 20,2
As ia
� Antártica
... . .. .. . ...... , 9,3
•
30
América
. . . . . . . .. 1 28
Antártica
DEMOGRAFIA
· .
. ... I Africa
15,5
2,0
1,5
...... . , América
Asia 1 13,5 1,0
59,8
0,5
0,0
*Total de 7141,2 bilhões em 2013 do Norte
ECONOMIA
PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB) - 2012 (em % por continente) PIB PER CAPITA - 2012 (em dólares)
Total mundial: 71,6 trilhões de dólares 50.000
•
. . . .1 Asia
___'-___... 34,3
do Sul
SOCI EDADE
MORTALIDADE INFANTIL ATÉ OS 5 ANOS DE IDADE POPULAÇÃO COM RENDA INFERIOR A 1,25 DÓLAR/DIA
Variação de 1990 a 2011, em mortos por mil nascidos, por região Em %, por região
80
200
70
60
150
50
100 40
30 �-
I
50
-------=: :
. - 20
20
10
11,9
'�'
I
l! i
i!! .
1990 2012 1981
- Africa Subsaariana - Sul da Asia - leste da Asia e Pacífico - América latina e Caribe Europa e As ia Central - Oriente Médio e norte da Africa
Fontes: Fundo de Populações das Nações Unidas, Banco Mundial e Grupo lnteragências das Nações Unidas para Estimativas de Mortalidade Infantil
C
o n t i n ente q u e abriga as mais an
t i gas e v i d ê n c i as d a prese n ça d o
h o m e m n o planeta, a África foi se
guidamente p i l hada, d iv i d i d a e ocu pada
pelas potências da Eu ropa a parti r do sécu
lo XV. No d ecorrer d esse período, m i l hões
de africanos foram esc ravizados por essas
nações, q u e mantive ram a exploração dos
recu rsos n atu rais da região mesmo após
o fim d a escravidão. As lutas antico loniais
se d esenvolveram p r i n c i pal mente na se·
g u n d a metade do sécu lo XX, res u l tando
na i ndependência das nações africanas. O
processo, contudo, não significou cal maria
na região. A pob reza e a m i séria est i m u ·
Iam rival idades étn i cas e rel igiosas e n tre
p o p u l ações d e países cujas fronte i ras fo·
ram c riadas artificialme nte pelas nações
eu rope ias n o fim d o séc u l o XIX.
Esse legado histórico exp l i ca por q u e a
África res pondia em 2012 por apenas 2,8% ESPERANDO POR AJUDA
do Produto I nterno Bruto (PIB) m u nd ial. Nos Flagelados pela pobreza,
sudaneses se amontoam
70°/o
países ao sul do deserto do Saara (a África em um campo de refugiados
Su bsaariana), quase metade d a popu lação no Chade
vive abaixo da l i n ha de pobreza, com re nda DOS PORTADORES
inferior a 1,25 d ólar por d ia. O contine nte do vírus HIV no mundo são
da África Subsaariana,
tam bé m está s e n d o d evastad o pela e p i a porção do continente ao
demia d e aids (veja no quadro Você Sabia). sul do deserto do Saara
DISTRIBUIÇÃO FÍSICA
-7 A Africa tem cerca de 30 milhões de quilômetros
quadrados de extensão e a maior porcentagem de terras
desérticas do globo. O deserto do Saara ocupa um terço
do território africano. Curiosamente, uma das faixas de AS DUAS ÁFRICAS
O continente africano
terra mais férteis do globo fica nessa área, ao longo das
claramente delimitadas:
A distribuição da vegetação obedece aos fatores
climáticos: na porção equatorial úmida, há florestas
a Atrica Setentrional e a
latifoliadas, que vão perdendo densidade e se
AM É R I CA
TRÊS EM U M
S
e g u n d o c o n t i n e n te m a i s exte n s o, c o m área d e
4 2 m i l hões d e q u i l ô metros q u ad rados, a América é
formada por d uas grandes massas de terra (América
do Norte e América do Su l), u n idas por u m a estre ita faixa
(América Central) . Um s i ste m a de cad ei as m o ntan h osas
perco rre o território em sua po rção o este, sem i nte r r u p
ção, desde o estreito de M agal hães, n o extremo s u l, até
o estre ito de B e r i n g, no extrem o n o rte. DO PRODUTO
I NTERNO BRUTO
N e n h u m conti nente apresenta tama n h o d eseq u i l íbrio
das Américas é gerado
regional q u an to a América . Ao n o rte, os Estados U n i d o s nos Estados Unidos
{EUA) e o Canadá são d uas d a s m a i s desenvolvidas nações
do p lan eta, e n q uanto os o utros países - q u e compõem
a América Lati n a - estão num n ível d e d esenvolvi m e n to
bem i n fe r i o r.
VEREDA DE CARGA Navio cruza o canal do Panamá
AM É R I CA D O N O RT E
A América do N o rte é ocupada por três grandes países: Canadá, EUA AM É R I CA C E N TRA L
bastante desenvo l v i d os - e México, m e n o s desenvolvido. A região, q u e res p o n d e p o r apenas
1,6% do P ro d u to I n terno B ru to {PI B)
da América, sobrevive basicamente
DISTRIBUIÇÃO FÍSICA POPULAÇÃO da agri c u l t u ra e do t u r i s m o . Abriga,
� Compreende uma área de 23,4 milhões de Abriga cerca de 477,6 milhões de
quilômetros quadrados. Suas principais habitantes em 2013. A maioria também, paraísos fi scais - l ocais q u e
elevações se localizam a oeste, enquanto descende de colonizadores europeus, não cobram i m postos e garantem
a maior bacia hidrográfica, a do de escravos africanos e de vários a n o n i m ato aos i nvestid o res para
Mississippi-Missouri, se situa a leste. grupos de imigrantes.
A maior ilha do mundo fica na América atra i r capitais. Pelo canal do Panamá,
do Norte: Groenlândia, com quase ECONOMIA a princi pal passagem entre o oceano
2,2 milhões de quilômetros quadrados. É plenamente industrializada nos Atl ântico e o Pacífico, circula 5% de todo
Na porção norte, de clima continental Estados Unidos e no Canadá e, em
frio, predominam as florestas de menor grau, no México. Graças aos EUA, o comércio marít i m o m u n d ial. A região
coníferas; o centro e o sudeste, de clima a região lidera a produção industrial abriga, ain da, a ú n ica nação co m u n i sta
continental, são ocupados por florestas global em diversos setores. A América do co ntinente americano: Cuba.
temperadas e pradarias; no sudoeste, do Norte possui vastas reservas de
há desertos. combustíveis fósseis e minérios.
DISTRIBUIÇÃO FÍSICA
A América Central, com 749,3 mil
quilômetros quadrados, é formada pelo
istmo que une a América do Norte à
América do Sul e pelas ilhas do mar do
Caribe. O território centro-americano
possui relevo montanhoso, com vários
vulcões ativos. No verão, o Caribe é
assolado por furacões, com ventos de até
300 quilômetros por hora.
POPULAÇÃO
:Y Reúne 82,5 milhões de habitantes em
2013. A região é povoada em grande parte
por mestiços, descendentes de índios,
africanos e colonizadores europeus.
RIQUEZA
A Times Square,
em Nova York ECONOMIA
{EUA): ícone do A agricultura emprega a maioria da
desenvolvimento população. A industrialização é
econômico norte· incipiente e limita-se ao processamento
[I] americano de produtos agrícolas.
T
a m b é m c h a m a d a d e A n tártida, a A n tártica é c o berta p o r u ma
e n o r m e camada d e gelo, c o m espessu ra m é d i a d e 2 q u i l ô metros .
A s u perfície do c o n t i n e n te o c u pa 13,6 m i l hões d e q u i l ô m etros
q u ad rad os, e 99% de sua s u p e rfície é cobe rta por um manto de gelo
q u e ati n ge q u ase 5 q u i l ô m etros d e espess u ra . Essa massa d e gelo é d e
extrema i m po rtân cia para o e q u i l íbrio d o plan eta. Isso p o r q u e, além d e
conce ntrar cerca d e 70% d a s rese rvas d e á g u a doce d a Terra, i nterfere
no n ível dos ocean os, p o r causa d as variações e m s u a exten são e es pes·
s u ra. No i nverno, até 18 m i l h ões de q u i l ô m etros q u adrados do oceano
e m torno d o conti n e n te ficam cobertos p o r u ma fina camada d e gel o .
O b u raco n a camada d e ozô n i o localiza-se e m c i m a d o c o n t i n e nte e
am eaça a estab i l idade d e suas gel e i ras (go% d as existente s n o planeta),
TOPO AMERICANO Cordilheira dos Andes em v i rtude da m a i o r exposi ção à rad iação solar (veja mais na pág. 97).
AM É R I CA DO S U L DISTRIBUIÇÃO FÍSICA
A região possu i vastos recu rsos naturais, A Antártica é cercada pelas águas dos oceanos Atlântico,
Pacífico e Indico. Sob a grossa camada de gelo, estende·
mas também graves p roblemas sociais . se o lago Vostok, um dos maiores do mundo, com lO mil
Nas d écadas de 1960 e 1970, a maior parte quilômetros quadrados de extensão.
dos países estava s u b metida à ditad u ra CERCA D E
militar. Após a redemocratização, ECONOMIA
70°/o
nos anos 1980, a região enfrentou As atividades humanas no continente restringem-se à pesca
crises eco n ô m icas, recu perando-se e à investigação científica (veja o mapa abaixo). Diversas
nações mantêm base de pesquisa na região, entre as quais
parcialmente nos anos 2000 . o Brasil, que desenvolve atividades na Base Comandante
das reservas de água
doce da Terra estão Ferraz e dispõe de um módulo científico para coletar
sob a forma de gelo na informações, o Criosfera l. Em l99l foi assinado o Protocolo
DISTRIBUIÇÃO FÍSICA Antártica de Madri, que entrou em vigor em l998. Esse documento
A América do Sul conta com l7,8 milhões proíbe por 50 anos a exploração econômica dos recursos
de quilômetros quadrados. A porção oeste naturais. A medida é preventiva, já que até hoje não foram
é ocupada pela cordilheira dos Andes, encontradas reservas de interesse comercial no continente.
cujo ponto mais alto é o pico Aconcágua
(6.959 metros). As planícies centrais
abrigam a bacia hidrográfica do Orinoco,
a Amazônica e a do Prata. Na região norte, OCEANO
ATLANTICO
onde o clima é equatorial, encontram-se
florestas latifoliadas tropicais úmidas.
O sul possui faixas de clima desértico,
como na região de Atacama, e uma
zona temperada, ocupada por florestas TERRA DE\\
subtropicais e pelos pampas argentinos. ENOERBY
\ \
POPULAÇÃO �
Geleíra Lamb rr
A América do Sul tem 406,4 milhões i
90"0 I
de habitantes em 20l3. A população é
formada por descendentes de europeus � '..
I
(em especial espanhóis e portugueses), OCEANO .s_
africanos e indígenas, contando com alta PACIFICO ; . .
I
ECONOMIA .,
Brasil e na Argentina, encontra-se mais ��;., d-2.\v 1 Comandante Ferraz (Brasil) 2 Arctowski (Polônia)
O 755km
diversificada, abrangendo setores t(_5")'1.4'7 l Jubany (Argentina) 4 King Sejong (Coreia do Sul)
como siderurgia e metalurgi.J. O Brasil é
responsável por cerca de três quintos da 1/W'
produção industrial sul-americana. "Bulgária, Equador, Espdnha, Fin/J.ndia, Peru, Rom�nia. Suécia e República Tcheca mdntêm apenas bases temporárias fonte: Comité Cientifico de Pesquisa Antártica (SCAR)
A
Asia é o maior e o mais p o p u loso contin e nte. Na cord i l h e i ra do
H i malaia estão os p o n tos mais al tos d o plan eta, e m especial o
m o nte Eve rest, com 8.850 metros, na fronte i ra entre o Nepal e a
C h i na. Situam-se no conti n ente asiático algu mas d as mai o re s concen
trações h u manas, e m m egac i d ades c o m o Tóq u io, n o J apão.
Os recu rsos natu rais são i mensos . A Asia produz 30% d o petróleo do
m u nd o, poss u i n d o as maiores reservas conhecidas, nos países do golfo
Pérsico. Ao lado d o Japão, a principal nação i nd u strial do conti nente, e de
países em acelerado processo d e desenvolvimento, como a Chi na, há várias
regiões atrasadas, com graves problemas sociais, sobretudo naAsia Central.
A região tam b é m sofre com sérios confl itos. O f u n d a m e ntal i s m o reli
gioso e os antago n i s m o s étnicos, s e m p re associados a d i s putas territo
riais, tran sfo rmaram-se nos p r i n c i pais o bstác u l os à paz n o c o n t i n e n te.
Ass i m, o põem-se i srae l e n ses e palesti n os, n o Orie nte Méd i o, e a índia e
o Paq u i stão, na região da Cax e m i ra, e ntre o utros confl itos.
DISTRIBUIÇÃO FÍSICA
Maior continente do mundo, sua área é
de cerca de 45 milhões de quilômetros
quadrados. A fronteira convencional entre
Asia e Europa é determinada pelos montes
Urais, pelo rio Ural, pelo mar Cáspio, pelas
montanhas do Cáucaso e pelo mar Negro.
MAIS D E
O relevo asiático apresenta a maior
50°/o
altitude média da Terra {960 metros), em
razão da presença de grandes cadeias
montanhosas, entre as quais a cordilheira
do Himalaia e a do Kunlun, que contornam das reservas mund iais
o planalto do Tibete. Há também grandes de petróleo estão no
depressões, como o mar Morto, situado Oriente Médio
365 metros abaixo do nível do mar.
Em virtude da vastidão de seu território,
da diversidade de relevos e do regime DIVERSIDADE Hindus, na índia: uma das várias etnias asiáticas
de monções (vento periódico que no
verão sopra do mar para o continente
e, no inverno, do continente para o
mar), existem muitos tipos de clima na POPULAÇÃO
Asia. Como consequência, há também � O continente é o mais populoso do mundo, com 4,3 bilhões de habitantes em 2013.
grande variedade de vegetação: tundra, A distribuição da população é bastante desigual, com mais de 6o% dos habitantes
estepes, florestas de coníferas, florestas concentrados na China e na fndia.
temperadas e florestas tropicais. Há grande riqueza étnica e linguística, com idiomas de todos os troncos, exceto o ameríndio
e o africano. O mandarim, o benga/i, o híndi, o russo e o japonês, presentes no continente,
integram o grupo das dez línguas mais faladas no planeta.
O
continente é considerado o berço da civil ização ocidental . AI i se desenvolveram, por
exemp lo, o Renascimento, a Revolução Francesa e a Revolução I nd u strial, eventos
que moldaram o m u n d o modern o. A pequena extensão d a E u ro pa contrasta com
sua i m portância histórica. I m pulsionado pela expansão marítima e comercial, o conti nente
exerceu, por séculos, papel hegemônico sobre o globo, abrigando várias potências colon iais.
Porém, após o fim da Segu nda G u erra M u nd ial, o continente vi u-se d ividido, por décadas,
em d o i s blocos hostis, u m capitalista e outro social ista - eles correspondem, em l i n has
gerais, à E u ropa Ocidental e à Eu ropa Oriental . A primeira engloba as nações mais ricas. A
segunda, mais pobre, abriga os países do ex-bloco comun ista . Após o encerramento da Guerra
Fria, nos anos 1990, é criada a U n ião E u ropeia (U E), o principal bloco econômico d o m u n d o
90°/o
o clima temperado, habitantes tem causado Europeia, em l992, tenta
mas há variações. A demanda por imigrantes. superar esse quadro
vegetação original já O desemprego e a desigual, mas a crise
foi bastante devastada, concorrência no mercado atual da região explicita da cobertura original
prevalecendo florestas de trabalho vêm impondo o fosso que separa as d e florestas já foi
temperadas e de obstáculos à entrada de nações ricas das mais devastada na maior
coníferas. mão de obra. atrasadas. parte da Europa
OCEAN IA
MU ITO MAIS QUE CANGURUS
A
Ocean ia é formada p o r u m a massa DISTRIBUIÇÃO FÍSICA
c o n t i n e ntal (a Austrál i a), a parte -?. t o menor continente do mundo, com
8,53 milhões de quilômetros quadrados
l este da i l h a de N ova G u i n é, as
de extensão. A Austrália corresponde a
i l h as que constituem a N ova Z e l â n d i a e cerca de 90% da área emersa da Oceania.
p e q u e n as i l has e ató i s q u e se espalham A maioria das ilhas da Oceania é de
origem vulcânica, sendo cobertas de
pelo oceano Pacífico. Essas i l has m e n o res
florestas tropicais.
s e d iv i d e m e m três gru pos: a Pol i nés ia,
no extrem o l este, a Melanésia, na região
central, e a M i cronésia, s ituada ao n o rte . POPULAÇÃO
-?. A Oceania é também o menos habitado
Há d ifere n ças marcantes na região . En dos continentes, com 37,1, milhões de
q u anto a Austrália e a Nova Zelândia são pessoas em 20l3. Cerca de 6o% dessa
população vive na Austrália.
nações desenvolvidas, as demais têm econo
mia frági I . A Ocean ia enfrenta, ainda, graves
problemas a m b i e ntai s . Estud o s i n d icam ECONOMIA
-?. A Austrália destaca-se pelo parque
que, dentro de um século, a elevação do nível
industrial, pela agricultura e pela
DOZE APÓSTOLOS Conjunto de pedras calcárias é do mar, causada pelo aq uecimento global, extração mineral, enquanto a economia
atração turística da Austrália poderá submergir i l has e atóis da região. das ilhas do Pacífico é agrícola.
[l[ [OMAR MORAIS [l[ [l[ OIVULGAÇAO G EOGRAFIA VESTIBULAR 2015 f- 125
@ RAIO -� BRASIL
O B RAS I L
E M R ES U M O
CON FI RA A SEG U I R AS PRI N C I PAIS
CARACTERÍSTI CAS FÍSICAS, ECO N Ô M I CAS E
SOCIAIS DAS C I N CO REG I Õ ES B RASI LEI RAS
Q
u i nto maior país do mu ndo, o Bras i l conta com um
território d e 8.515.767 q u i l ômetros q uad rados d e
extensão. Com todo esse tamanho, para efeitos ad·
m i n i strativos, nosso territó rio é dividido em c i n co regiões:
Centro-Oeste, N o rd e ste, N o rte, S u d este e S u l . Essa d ivi·
são regi onal, q ue fica a cargo d o I n stituto B rasi l e i ro de
Geografia e Estatística ( I B G E), tem como o bj etivo reu n i r
estados c o m traços físicos, h u m anos, econ ô m icos e so
ciais c o m u n s, o q u e aj u d a n o p lanejam e n to de p o l íti cas
voltadas para áreas com n ecessidades semel h an tes.
Mas nem sem p re o B rasi l foi "repartido" da forma como
é hoje, tendo sido estabelecidas mu itas d ivisões regionais
no d ecorrer d a h istória. A atual está e m vigor desde 1970,
mas sofreu algu mas alterações d e pois da Constituição
de 1988. O estado d o Tocantins foi criado c o m a d ivisão
d e Go iás e i nc o r p o rado à Região N o rte. Além d isso, Ro
rai ma, Amapá e R o n d ô n i a d e ixam d e ser territórios para
se tornar estad os.
A despeito d o tipo d e reco rte, contudo, o fato é que as
disparidades e ntre as regiões são m u ito grandes. Para ter
uma ide ia, a Região S u d este, a segu n d a m e n o r e m área,
poss u i o maior n ú mero de hab itan tes, o mai o r percentual
de pessoas q u e vivem em cidades e é responsável por mais
da metad e do P r o d u to I nterno B ru to ( P I B} b ras i l e i ro. A
Região N o rd este, p o r sua vez, apresenta alguns dos mais
�aixos i nd i cad ores sociais. A Região N o rte, com o segu ndo
menor n ú mero d e habitantes, possui o maior contingente
de população i n d íge na e tem o mais alto í n d i ce de c resci
mento d e mo g ráfico. A Região S u l, segu i d a d e pe rto pela
Sud este, é a que apresen ta os m e l h o res i n d icad o res: tem
o menor í n d i ce de m o rtal i d ad e i n fantil, a m e n o r taxa de
analfabetismo e o mais alto I OH. A Região Centro-Oeste,
em bora conte com população menor, apresenta ace lerado MUITAS FACES Pôr do sol na praia de lpanema, no Rio de janeiro
(acima); a torcida acompanha jogo da seleção brasileira no estádio do
cresci mento d e m ográfico, atrás ape nas da Região N o rte Mangueirão, em Belém, no Pará (centro); plataforma de petróleo na
(con fira o perfil das regiões na pág. 128). Bacia de Campos, no Rio de janeiro (abaixo)
29'22'0
AMAZONAS MARANHÃO
NORTE PARA
PERU
Abrolhos (BA)
17'25'5
38'33'0
Oceano
SÃO PAULO
Atlântico
_ !/PP}C!J !fi!.. _ _ _
Capricórnio C H I LE
- 25'S Ilha de
Trindade (ES)
ARGENTINA Ilha de Martin
•
Vaz (ES)
Oceano #
Pacífico
f;
� 20'31'5 j
28' 0'0 29'19'0
•
20'32'5
Porto Alegre
I
\
URUGUAI
55' 0 45'0
' '
PONTOS EXTREMOS
·········· . .. . . . . . . . , N O RTE
·v�
no monte Caburaí (RR),
'--}(
fronteira com a G u iana
País Fronteira
(em km)
Bolfvia 3.423
Peru 2.995
I
-�
�(
Venezuela 2.199
Colômbia 1.644
�
Guiana 1.606 LESTE
OESTE Ponta do
Paraguai 1.366
Nascentes d o Seixas (PB)
Argentina 1.261
rio Moa, na serra
j
Uruguai 1.069 de Contamana (AC),
Suriname 593 fronteira com o Peru
Q
Obs.: O território da Guiana Francesa (França)
1SUL
mantém fronteira de 730 km com o Brasil Arrolo Chul (RS), na
fronte1ra com o Uruguai
Fontes: IBGE (mapa) e Ministério das Relações Exteriores (tabela)
I!J IAIR MAGRI [lJ PABLO REY [JJ PAULO lARES G E O G RA F I A VESTI B U LA R 2015 � 127
@ RAIO � BRASIL
P E R F I L DAS R E G I Õ E S
G EOGRAFIA
ÁREA* (em%)
Total do Brasil: 8.515.767,0 km'
Sul
6,8
Sudeste 1
10,9
Norte
45,2
Centro-Oeste 1
18,9
SUL
··
···················I Nordeste
*Oistribuição nas regiõesbrasileiras 18,2
D E M O G RAFIA
100 .-----.
--- -...,...-- -,
85,1 84,8
Sul 1
28.795
14,3%
60
Nordeste
55.794 40
27,8%
Sudeste • •················ I
10
Centro-Oeste
84.465
42,0% 14.993
7,5% Norte Nordeste Centro· Sudeste Sul--Brasil
Oeste
E D U CAÇÃO SAÚ D E
60 ,-----
-- ----, 60 .------- ----·-----------,
40 �-----�
10
4,8 4,4
...__
Sudeste Sul
ECO N O M I A
Sul 1
70
16,2
•
· · ·····I Nordeste 60
13,4 50
40
30
20
Sudeste 1 Centro-Oeste 10
55,4 9,6
Norte Nordeste Centro- Sudeste Sul Brasil
*Distribuição nas regiões
Oeste
Fontes: Pnad 2012, Sfntese de Indicadores Sociais 2012/2013 e IBGE
F
dos bandeirantes paulistas. O outro movimento vem
M ORTOS
do Nordeste, também ligado ao comércio de gado, que
Piauí, Ceará, Rio G rande do Norte, Per PARA
acaba criando, e fortalecendo, os primeiros povoados nambuco, Paraíba, Alagoas, Sergipe e CADA M I L
da região. No século XX, as maiores ondas migratórias
NASCIDOS
Bahia-, a maior parte da região é constituída V I VOS
vêm do Nordeste e ocorrem a partir dos anos 1950, com a
construção da nova capital federal, Brasília.
por extensos planaltos, antigos e aplainados O Nordeste
tem a maior
pela erosão. Os cl imas p redomi nantes são
taxa de
o tropical e o semiárido, com grande parte mortalidade
ECONOMIA
O crescimento econômico da região deve-se, sobretudo,
do território coberta pela caati nga. infantil
d o Brasil
ao bom desempenho do setor agropecuário. Com cerca O N o rd este re ú n e os mais baixos í n d i
de Bo milhões de cabeças de gado, o rebanho bovino c e s d e Desenvol v i m e nto H u ma n o ( I D H)
do Centro-Oeste é o maior do país. Na agricultura, os
produtos mais importantes são o algodão, o milho e,
do país, com altas taxas de m o rtal i d ad e
principalmente, a soja, cuja colheita responde por mais da i n fantil, d e s n u trição e analfabetismo.
metade da produção nacional.
Por outro lado, a região enfrenta o desafio de aliar o
crescimento econômico com a preservação ambiental.
A adaptação da soja ao solo do cerrado devastou grande
POPULAÇÃO
A história nordestina é marcada pelos movimentos
parte da vegetação local, e a cultura do grão avança
migratórios. No fim do século XIX, o ciclo da borracha
perigosamente para o norte de Mato Grosso, rumo à
na Amazônia deu início à migração dos nordestinos,
floresta Amazônica.
que aumentou no século XX para o Sudeste, com a
industrialização, e para o Centro-Oeste, com a construção de
Brasília. Além da atração econômica de outras regiões,
os fluxos migratórios são motivados pelos períodos de seca.
ECONOMIA
Nos últimos anos, a economia nordestina vem apresentando
crescimento. Com a guerra fiscal (concessão de benefícios
fiscais pelos governos estaduais com o objetivo de atrair
empresas), uma série de indústrias se instalou nos estados
nordestinos para fugir da carga tributária mais pesada
no Sul e no Sudeste. Além disso, a região é a segunda
produtora de petróleo do país - lá funciona um dos paios
petroquímicos mais importantes: o de Camaçari (BA).
Apesar dos longos períodos de seca, a pecuária e a
agricultura vêm ganhando destaque. A boa adaptação das
cabras ao clima local faz que o Nordeste tenha o maior
rebanho do país. A cana-de-açúcar é o produto agrícola de
destaque, mas as lavouras irrigadas de frutas tropicais
têm crescido em importância na produção nacional. Outro
setor relevante na economia nordestina é o turismo. Com
suas belas praias, Salvador (BA), Fortaleza (CE}, Natal
(RN) e Recife (PE) estão entre as cidades brasileiras mais
visitadas por estrangeiros.
S U D ESTE
A LOCOMOTIVA DO PAÍS
a rm a d a p o r s e te estado s
85°/o
Pará, R o n d ô n ia, Rorai m a e
Tocanti ns), a região é banhada pelos
grandes rios das bacias Amazônica DAS TERRAS I N DfGENAS
e do Tocantins. Em todo o Norte pre BRASILEI RAS
estão na região Norte
dominao clima equatorial. A floresta
Amazônica, a vegetação mais abun
dante, é uma das áreas de maior bio
d iversidade do planeta (veja na pág.
81). Esse patrimônio, contudo, está
ameaçado pelo desmatamento.
POPULAÇÃO
A maior concentração de indios está no Norte e, segundo
o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a
região abriga 305 mil índios de diversas etnias (34% do
total). Amazonas, Pará e Roraima são os estados com a
maior concentração indígena. No decorrer das décadas,
os estados do Norte também receberam grandes levas de
imigrantes de outras regiões, sobretudo do Nordeste.
ECONOMIA
Além do intenso extrativismo vegetal, de produtos como
látex e madeira, a região é rica em minérios. Lá estão a serra
dos Carajás (PA), a mais importante área de mineração do
país, rica em manganês, ferro e ouro, e a serra do Navio {AP).
A economia foi bastante beneficiada com a instalação, no
fim da década de 1960, da Zona Franca de Manaus, baseada
em políticas de incentivo fiscal. Com mais de 500 indústrias,
o Polo Industrial de Manaus responde por cerca de 30% do
Produto Interno Bruto (PIB) do Amazonas.
Nos últimos anos, contudo, o crescimento econõmico tem
ocorrido à custa de atividades de grande impacto ambiental:
o aumento da pecuária extensiva - um terço do rebanho do
país está na Amazõnia -, o avanço da agricultura, sobretudo
das lavouras de soja, e, por fim, a extração de madeira.
ECONOMIA
Com o maior parque industrial do Brasil, o Sudeste
responde por mais da metade do Produto Interno Bruto
(PIB} nacional. t também a região mais urbanizada.
Os serviços e o comércio são os principais ramos de
atividade. Além disso, a faixa litorânea da região abriga
a maior parte das jazidas de petróleo do país, como as
situadas na Bacia de Campos (R}), de onde saem mais de
Bo% da produção nacional. A descoberta de gigantescas
reservas na Bacia de Santos (SP) abre uma importante
SU L
fronteira para a exploração de petróleo e gás no país.
I N FLU Ê N CIA E U ROPEIA
POPULAÇÃO
A região é marcada pela chegada dos
imigrantes europeus, a partir da primeira
metade do século XIX, que contribuíram
para o desenvolvimento da economia,
baseada na pequena propriedade rural
de policultura.
A localidade apresenta os melhores
indicadores de mortalidade infantil,
DOS HABITANTES
educação e saúde do país e possui a
da Região Sudeste
segunda maior renda per capita, inferior
vivem em cidades
apenas à do Sudeste.
ECONOMIA
O setor de serviços responde pela maior
parte das riquezas da região. Depois vem a
indústria - com destaque para os setores
metalúrgico, automobilístico e têxtil.
A agropecuária também é importante: o
VIA LUMINOSA Sul detém cerca de metade da produção
Símbolo de nacional de grãos, e, nos pampas gaúchos,
São Paulo, a a principal atividade é a criação de
avenida Paulista rebanhos bovinos. Existe, ainda, grande
concentra potencial hidrelétrico, com destaque
bancos, comércio, para a Usina de ltaipu, localizada no rio
arranha-céus e Paraná, na fronteira do Brasil, no estado
muito trabalho do Paraná, com o Paraguai.
[1] PEDRO MARTINElll 12] RAUl JUNIOR (3] ADOLFO GERCHMANN G EOGRAFIA VESTI B U LA R 2015 � 131
G EO LAZ E R
CON FI RA D I CAS D E F I LM ES, SITES E LIVROS
Q U E DÃO UM GÁS A MAIS NA P R E PARAÇÃO
PARA AS PROVAS
O
u n ive rso da g e o g rafia não se restr i n g e às au
las nem aos l ivros d id áticos . N os ú lt i m o s an os,
d iversos d o c u m entários e f i l mes de fi cção vêm
abord a n d o q u estões a m b i e ntai s e podem ser úte i s para
você apurar o senso crítico. )á os sites perm item consultas
ráp i d as para você saciar suas cu r i o s i d ades em relação
ao planeta, ao passo q u e os l ivros exigem maior fôlego,
mas co m pe nsam pela prof u n d idade e r i q u eza de i n fo r
mações. Confi ra a segu i r n ossas d icas cu ltu rais para você
c o m p l e m e ntar seu aprend izado.
SITES
LIVROS
FOTOS' OIVULGAÇliO
GEOGRAFIA VESTI BULAR 2015 � 133
VEJA SE VOCE ESTÃ PREPARADO PARA ENCARAR AS PROVAS DE
GEOGRAFIA RESPONDENDO A ESTE TESTE, QUE CONTÉM 29 QUESTÕES
EXTRAI DAS DOS PRINCIPAIS VESTIBULARES DO PAÍS
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Perda Ganho
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âreas de maior O
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vvlcOes ------�· 0 África . 0 Ásla 0 Euu>pa 0 Améri<o dO None e Contrai 0 Ocean� OAmérico do Sul
IBGE, Atlas Geográfico. IBGE: Rio de janeiro, 2010, pág. 103. FAO. G l o bal Forest Resou rces Assessment, 2010.
Disponível em: http://www.fao.org/foretry/fra/62219/en/
I
(Mackenzie 2013) Observe o mapa para responder à q uestão. porém sem caducifólios
capacidade e redução
de reter da superfície
I
I
u midade foliar
I
largas e perenes
e maior
densidade
no estrato
arbustivo
Nor� t N��--��
POPULAÇÃO URBANA E RURAL DO BRASIL (em milhões de hab.)
14oJ
áreas u rbanas adensadas, n as quais a d i n âm ica d a natu reza j á
2
o
--
1 2:ç----�
·-
foi sensivelmente alterada pela ação antró p ica.
1 �
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udeste
o -
1950 1970 1991 2010 1 950 1970 1991 2010 Q U ESTÃO 11
i
( U nesp 2013) Analise os gráficos.
Centro-Oeste
Municípios com coleta seletiva de lixo sólido no Brasil
----
... ... .. .. .. ... .. ... ... .. ... _ ...
Il o� /----- --
1950 1970 2010 327
i
1991
/"------- .. - - -----
2 7
f----·--- /------ 19�--
- PopulaçA{) urbana 1 5
.. .. ... .. ... • .. População n;r<W / 111-·
www.seriesestatisticas .ibge.gov.br.Acessado em julho de 2012.
Palmas '
Go1ânia
Rio de Janeiro
como origem o meridiano d e G reenwich, Inglaterra (Reino U nido). Entre as características naturais predominantes na área per
Com base n o mapa e nas i nformações aci ma, considere a segu i n te corrida pela ferrovia d estacam-se
situação: João, q u e vive na cidade de Peq u i m, Chi na, recebe u ma (a) os c hapadões sob o d o m í n i o do c l i m a s u btropical ú m id o e
l igação telefônica, às gh da manhã de u m a segu nda-fei ra, de Maria, vegetação d e cam pos.
q u e vive na cidade de Manaus, Brasil. A q u e horas e em q u e dia da (b) as plan ícies recobertas d e m atas típicas do c l i m a eq uatorial
semana Maria telefonou? s e m i ú m id o .
a) 21h d o d o m ingo. (c) as d e p ressões m arcadas p e l o c l i m a eq u atorial e recobertas
b) 17h do d o m i ngo. de matas-galerias.
c) 21h da segu nda-fei ra. (d) as serras recobertas de campos sob influência do clima semiárido.
d) 17h da terça-feira. (e) os planaltos sob o d o m ín io do c l i m a tropical e recobertos
e) 21h da terça-fei ra. por ce rrado.
Q U ESTÃO 19
(UFSC 2013 - adaptada) A q uestão ambiental vem sendo d iscutida
-10 - - -- - --
-- -- -10
e m conferências m u n d iais há bastante tempo. U ma das princi pais
!_ _________________ __j -20 ;.___ -- --- -20
delas, conhecida como Conferência das Nações U n idas sobre o Meio
11 Ambiente H u mano, foi realizada em 1972, na cidade d e Estocolmo, e
contou com a presença de vários países para decidirem as ações nos
Precipitação Temperatun!
400 ------- �--------- 40 vinte anos seguintes. Em 1992, no Rio de janei ro, houve outra reunião
de avaliação relativa às ações do ú ltimo encontro. Mais recentemen
te, na mesma cidade, o encontro conhecido como Rio+2o aval i o u o
passado e p ropôs alternativas para as p róxi mas décadas.
- ·,_.....
,.,.éllllforlr . _
----------i -10 .... ... .
1 -20 .-....,; ao_....,
.. ....... __.....,.
... �
111
Cholgo de -
11 111
- Mediterrâneo - Temperado Continental - Subtropical Assinale V para verdadeiro e F para falso nas proposições abaixo
A)
( ) 1. A energia nuclear não produz emissões atmosféricas, porém os
- Valparaíso - Varsóvia - Porto Alegre
QU ESTÃ0 20
(UFSC 2013 - adaptada) No debate sobre o novo Código Florestal, os
d i lemas sobre q u e Brasil o mundo precisa e o que estamos d ispostos
a constr u i r como nação n u m a perspectiva de sustentabil idade e Assinale a alternativa que contém a correta associação entre
j u stiça social, como democracia, fica em segundo plano. O d ebate a descrição climática e sua área de ocorrência.
está restrito aos l i m ites dados pelo agro negócio, entre o q u e seus (a) 1D; 2 B; 3A; 4C.
promotores acham aceitável para conti n uar s e expan d i n d o e o (b) 1C; 2A; 3 B; 4 D.
q u e a sociedade é capaz d e suportar, sem nada m udar o ru mo já (c) 1 B; 2 D; 3 C; 4A.
traçado. Na verdade, como q uestão públ ica e pol ítica, a m udança (d) 1A; 2 C ; 3 D; 4 B .
l egal do Cód i go Florestal é determi nada por u m a velha agenda de (e) 1C; 2 B; 3 D; 4A.
senvolvimentista, hegemon izada pelos grandes i nteresses e forças
econôm icas envolvidas na cadeia agroi ndustrial, um dos pi lares do Q U ESTÃO 22
B rasil potência emergente. Tud o q u e se fará não será n o sentido d e (Mackenzie 2013)
u m a m udança d e ru mo, m a s d e flexibil ização d e regras e condutas
para conti n uar destru indo.
Disponível e m : < http://revistaforum.eom.br/blog/2012/08/o·debate·que·falta
sobre·o-codigo·florestal>. (Adaptado)
I PERIOOO I
(PREDOMÍNIO DO VERÃO)
Q U ESTÃO 24
I
I
( U n icamp 2013) Escala, em cartografia, é a relação matemática
entre as d i mensões reais do objeto e a sua representação n o mapa.
I
Assim, e m um mapa d e escala 1:50 .000, uma cidade que tem 4, 5 km
d e extensão entre seus extremos será representada com
a) g c m .
b) go cm.
c) 225 m m .
d) n m m .
PERÍODO !I
I
(PREDOMINIO DO OUTONO}
QU ESTÃO 25
(Fuvest 2013) Observe o mapa.
I
.-----::-�
i . poços '
B
PERIODO 111
(PREDOMÍNIO DO INVERNO)
I
PARAGUAI
ARGENT A
I I
i
;
I
.·
o �-
PERÍODO IV L________ __�:;;;:;';td��d{,_""�� """ �=:�.J
(PREDOMÍNIO DA PRIMAVERA) Ministério do Meio Ambiente . 2009. Adaptado.
II
do conti nente su l-americano e está associado às rochas cristal i nas
do Pré-Cam briano.
1 1 1 . A grande i n c i d ência de poços q u e se observam na região A é
explicada por sua menor profundidade e inte nsa atividade econô
m ica nessa região .
o 1500 km
I • IV. A baixa i nci d ê n c i a d e poços na região i n d i cada pela l etra B
II
deve-se à existência, aí, de u m a área de cerrado com predomínio
d e planaltos.
PRECIPITAÇÃO VENTO (50 m de altura)
TOTAL SAZONAL, mm VELOCIDADE MÉDIA SAZONAl, m/s Está correto o que se afirma em
.__
_ _____ ______ __ ----�·-- � - - ----- ----------- -- --
- -�--· -- ---J'
a) I, 1 1 e 1 1 1, apenas.
Os períodos d o ano q u e oferecem as m e l hores condições para a b) 1 e 1 1 1, apenas.
produção d e energia h id relétrica no Sudeste e energia eólica n o c) 1 1, 1 1 1 e IV, apenas.
N o rd este são aqueles e m q u e predo m i nam, n essas regiões, res d) li e IV, apenas.
pectivamente, e) 1, 1 1, l l l e IV
QU ESTÃ0 27
(Unicamp 2013) O esquema abaixo representa a entrada de u m a
frente fria, u m a condição atmosférica m uito comu m, especialmente Molde de corpo petrificado. Pom peia.
nas regiões S u l e Sudeste do B rasi l. Sobre essa cond ição é correto Caíam ci nzas nos navios, q u anto mais se aproximava, mais q uentes
afi r mar q ue: e mais densas. Pedras-pomes e negras, quei madas e quebradas pelo
fogo e a praia i nacessível pelo d esmanchar d o m onte.
(Adaptado de: Carta de Plínio. Disponfvel em:
i
Massa de ar quente I < http://www.culturaclasica.com>. Acesso em 27/4/2012.)
!
I A figu ra apresenta o molde de um corpo petrificado pela ação d o
I vu lcão Vesúvio q u e ati ngiu Pom peia e m 79 d .C. O fenô m e no foi
observado por Plín io, o Velho, de sua em barcação.
4001<m
Com base na figura, no texto e nos conhecimentos sobre fenômenos
a) É típica de inverno, quando massas frias atravessam essas regiões, naturais, considere as afi rmativas a seguir.
p rovocando i nicialmente u m a precipitação e, na seq uência, q ueda I. A intensidade de fenômenos naturais, como a dos vulcões, indepen
d a tem peratura e tempo mais seco. de do n ível de desenvolvimento técnico e econômico dos países.
b) Trata-se da c hegada de u m a massa q u ente, q u e ocorre tanto 11. Devido às transformações tecnológicas, fenômenos como terre
no verão q uanto no i nverno, p rovocando i ntensas ch uvas, sendo motos, vulcões e mesmo tsunâmis são passíveis de ser monitorados,
c o m u n s a ocorrência de tem pestades e o aumento significativo m i n im izando possíveis catástrofes.
na temperatu ra. 1 11. No caso de v u l cões de tipo p l i n iano, como o Vesúvio, alguns
c) O contato entre as massas de ar i n d i ca fortes c h uvas, de tipo fenômenos antecedem sua erupção, tais como abalos sísmicos,
orográficas, que permanecem estacionadas num mesmo ponto liberação de gases, ci nzas e pedras-pomes.
d u rante vários d ias . IV. Terremotos, vu lcões e tsu nâmis são fenômenos i ntensificados
d) As preci pitações de tipo convectivas ocorrem especialmente nos pela ação antrópica e mesmo com toda a tecnologia ainda são
meses de verão, sendo c o m u m a ocorrência de chuvas de granizo i m p revisíveis.
n o final d a tarde.
Assinale a alternativa correta.
QU ESTÃO 28 a) Somente as afirmativas I e 11 são corretas.
(Unesp 2013)As manchetes de jornal de junho de 2012 enfatizaram a b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. c) Somente as afirmativas 1 1 1 e IV são corretas.
A Rio+20, como ficou conhecida, tinha o desafio de dar conti nu idade d) Somente as afirmativas I, 11 e 1 1 1 são corretas.
à conscientização global que teve início na Rio 92. As d i retrizes pro- e) Somente as afi rmativas 1 1, 1 1 1 e IV são corretas.
crescimento vegetativo, da migração com destino às áreas urbanas (êxodo Tanto os equipamentos eletrônicos quanto as pilhas e baterias, se não forem
rural) e da chamada migração de retorno. corretamente descartados, provocam danos ambientais e representam
várzeas dos rios são muitas vezes ocupadas por ruas e avenidas, reduzindo Resposta: D
naturais predominantes corresponderão às caracteristicas do cerrado: clima utilização de combustiveis fósseis e, portanto, não gerargases de efeito estufa
predominantemente tropical, presença do planalto central brasileiro com relevo na produção de eletricidade. Os custos da extração de minérios (urânio, plutônio)
plano e ondulado, onde prevalecem as chapadas e os chapadões, e vegetação não são impeditivos para a utilização de energia nuclear. Alguns dos fatores que,
composta basicamente de plantas herbáceas e arbóreas. eventualmente, provoquem restrições à utilização da energia nuclearsão: o risco
Resposta: E de acidente; a produção de residuos radioativos que necessitem de estocagem
adequada para evitar acidentes radioativos; utilização para fins bélicos; e o alto
varia muito durante o ano. do rio São Francisco visa a minimizar ou mesmo solucionar os problemas
A descrição 3 corresponde ao clima semiárido, caracterizado por temperaturas ambientais relacionados à seca. O projeto de transposição do rio São Francisco
médias anuais superiores a 2S "C, podendo apresentar alta amplitude térmica prevê a construção de canais de ligação, dutos e bombeamento das águas
devido à baixa umidade do ar. A pluviosidade anual é baixa e irregularmente do São Francisco para abastecer açudes e rios menores. Vale lembrar que
distribuída no decorrer do ano. a transposição do rio São Francisco é um projeto inicialmente pensado no
A descrição 4 corresponde ao clima tropical, que apresenta invernos secos e século XIX por dom Pedro 11.
frios e verões quentes e chuvosos. Sobre as duas afirmações incorretas, cabe ressaltar que obras de melhorias pa.ra
No mapa, as letras A, 8, C e o indicam, respectivamente, o clima subtropical, a navegabilidade do São Francisco não fazem parte do projeto de transposição.
semiárido, equatorial e tropical. Além disso, a vegetação do semiárido nordestino, a caatinga, apresenta
Resposta: B múltiplas adaptações que vão desde a perda de folhas até as longas raízes
que se aprofundam em busca de lençóis subterrâneos de água. Aliás, alguns
Resposta: E encontrarem, a massa de ar frio empurra a massa quente para altitudes maiores,
provocando chuvas frontais, queda de temperatura e em seguida tempo mais
Pressupõe-se que os períodos que oferecem as melhores condições para a As chuvas orográficas, mencionadas na alternativa C, são provocadas pelo relevo.
produção de energia hidrelétrica e energia eólica sejam aqueles em que a Elas ocorrem quando uma massa de ar úmida depara com uma montanha. A
quantidade de chuvas e a velocidade dos ventos são maiores, respectivamente. massa de ar úmida ao ganhar altitude perde temperatura e umidade, que cai
Os mapas apresentados indicam que os índices de pluviosidade no Sudeste sob a forma de chuva nas encostas.
são maiores no verão e que a velocidade dos ventos no Nordeste são maiores As precipitações de tipo convectivas, descritas na alternativa O, são típicas do
no inverno. verão brasileiro. Esse tipo de chuva ocorre pela ascensão do ar mais leve, que, ao
De acordo com a escala, cada 1 centímetro no mapa equivale a soa metros Resposta: A
(so.ooo em) na realidade. Assim, uma cidade que tem 4,5 km (4.soo metros ou
4SO.ooo em) entre seus extremos será representada com 9 centlmetros. QUESTÃ0 28
1 em ·--· so.ooo em X = 4SO.ooo/so.ooo No fim da década de 1980 foi publicado pela ONU, através da Comissão Mundial
X ---····· 4SO.ooo em X= g cm sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, o Relatório Brundtland. Com esse
sem comprometer suas reservas. As regiões A e B assinaladas no mapa crosta terrestre e não depende da ação humana, ele pode ocorrer em países
correspondem às áreas de afloramento do sistema. A quantidade de poços como Japão e Guatemala, que possuem nível de desenvolvimento diferente.
em A está diretamente relacionada à necessidade de uso, ou seja, quanto A afirmativa 11 está correta. Mesmo com algumas limitações, os geólogos estão
mais populosa e mais intensa forem as atividades econômicas desenvolvidas, avançando nas pesquisas para prever terremotos com mais precisão. Muitos
maior será o número de poços perfurados. Na região "B'; o reduzido número países que podem ser afetados por tsunamis já dispõem de alertas para avisar
de poços não guarda relação com as características físicas da área, mas com a população sobre a chegada de uma onda gigante.
a baixa necessidade de captação de água junto aos afloramentos do aquífero A afirmativa 111 está correta. A atividade vulcânica pode ser precedida de alguns
na região. Vale ressaltar que o Guarani está situado em terrenos sedimentares, fenômenos. A erupção catastrófica do Vesúvio, conforme descrito na página 31,
e não em escudos cristalinos, conforme afirma a proposição 11. foi antecedida por um forte tremor e pela liberação de densas cinzas.