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Q UESTÕ ES
C O M EN TA D A S
Vítor Cruz
C o o rde na ção
Vicente Paulo
Marcelo Ale xandrino
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E D . I TO R A
M ETODO Vicente
Marcelo
S Ã O PAULO
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© EDiTORA MÉTODO !
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Capa: Rafael M olotievschi
Coordenador Editorial: Leandro C adenas Prado
C965d
Inciui bibliografia
ISBN 978-85-309-3375-3
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
2011
NOTA D O AUTOR
É c o n s e n s o o f a t o d e q u e a r e s o l u ç ã o d e q u e s t õ e s d e c o n c u r s o s a n te r io r e s
é o p r in c ip a l p a s s o n o e s t u d o p a r a c o n c u r s o s p ú b l ic o s . M a is im p o r ta n te d o q u e
s im p le s m e n t e r e s o l v e r q u e s t õ e s é t ê - la s c o m e n t a d a s , j á q u e a s s i m o le it o r c o n s e
g u ir á id e n t ific a r c o m e x a t id ã o o s e r r o s e a c e r t o s , a lé m d e a d q u ir ir c o n h e c im e n t o s
a d i c io n a i s s o b r e o t e m a q u e p o d e m s e r a l v o d e o u t r o s q u e s t io n a m e n t o s f u tu r a m e n te .
T u d o is s o é a in d a m a is im p o r ta n t e q u a n d o tr a ta m o s d à b a n c a o r g a n iz a d o r a F u n d a ç ã o
G e t u lio V a r g a s - FG V - j á q u e e s t a p o s s u i u m a r e c o n h e c id a “ s in g u la r id a d e ” n a
a b o r d a g e m d e c e r t o s a s s u n to s .
E s ta o b r a , e n tã o , n a s c e c o m o o b j e t iv o d e p r e p a r a r o c a n d id a to p a r a p e n s a r
c o n f o r m e a b a n c a , e n r a iz a r o c o n h e c im e n t o a d q u ir id o e , p o r q u e n ã o , a d q u ir ir
n o v o s c o n h e c im e n t o s q u e s e r ã o e x p o s t o s n o s c o m e n tá r io s .
S U M Á R IO
1 - T e o r ia d a C o n s t it u iç ã o e n o r m a s c o n s t it u c i o n a i s ........................................... 9
2 - P r in c íp io s f u n d a m e n t a is ..................... ................................................................. 21
3 - D ir e it o s e d e v e r e s in d iv id u a is e c o l e t i v o s ....................................................... 27
5 - O r g a n iz a ç ã o d o E s t a d o ....................................................................................... 59
5 .1 O r g a n iz a ç ã o p o lí t ic o - a d m in is t r a t iv a ........................................................... 59
5 . 2 I n t e r v e n ç ã o , E s t a d o d e D e f e s a e E s ta d o d e S í t i o .................................... 68
6 - A d m in is t r a ç ã o p ú b l i c a ......................................................................................... 75
7 - O r g a n iz a ç ã o d o s P o d e r e s .................................................................................... 81
7 .1 P o d e r E x e c u t i v o ............................................................................................. 81
7 . 2 P o d e r L e g i s l a t i v o .......................................................................................... 82
7 .3 P r o c e s s o L e g i s l a t i v o ..................................................................................... 89
7 . 5 P o d e r J u d ic iá r io .,................... ........................................................................ 98
7 . 6 F u n ç õ e s e s s e n c ia i s à J u s t i ç a ....................................................................... 1 0 8
8 — C o n tr o le d e c o n s t it u c i o n a li d a d e ......................................................................... 111
9 - S is t e m a T r ib u tá r io N a c i o n a l ............................................................................... 121
1 0 - F i n a n ç a s p ú b l i c a s .......................................... ?..................................................... 1 2 7
11 - O r d e m e c o n ô m ic a e f i n a n c e ir a e o r d e m s o c i a l ............................................. 131
B i b l i o g r a f i a ..................................................................................................................... 1 3 9
T E O R IA D A C O N S T IT U IÇ Ã O
E N O R M A S C O N S T IT U C IO N A IS
f Depois da explanação feita na questão anterior, temos essa questão apenas para fixar;
| Como vimos, a mutação constitucional é uma maneira de se alterar a substância da
| Constituição sem que seja necessária a elaboração de uma emenda constitucional. Trata-
| -se de um processo informal.
Só é plausível falarmos em “mudança formal” e “mudança informal" quando estamos diante
de uma Constituição rígida, já que somente esta é que necessita de um procedimento
especia! de alteração.
Gabarito: Letra D.
| Gabarito: Correto.
Na questão anterior, faiamos um pouco sobre o Poder Constituinte. Vimos que o po
der constituinte originário dá início a uma nova ordem jurídica. O exercício do poder
constituinte originário traz consigo duas conseqüências básicas: a revogação de todo
!í: o ordenamento constitucional anterior e a recepção do ordenamento infraconstitucional
| compatível materialmente.
| Analisemos cada uma dessas conseqüências:
'ê-
1 - Revogação de todo o ordenamento constitucional anterior:
Ao entrar em vigor, inaugurando a nova ordem jurídica, a nova constituição revoga com
pletamente todas as normas da constituição anterior. Desta forma, não é aceita no Brasil
a chamada "teoria da desconstitucionalização”. A teoria da desconstitucionatização defende
| que as normas constitucionais anteriores, que não fossem conflitantes, estariam albergadas
| pela nova Constituição, continuando assim a vigorar, porém, com status rebaixado, como
II se fossem ieis ordinárias.
| As normas que não forem recepcionadas serão consideradas revogadas. Nâo há o que
| se falar em inconstitucionaíidade delas, pois, para que uma norma seja considerada in-
| constitucional, ela já deve nascer com algum problema, aígum vício. Assim, não existe
| no Brasil a tese da “inconstitucionaíidade superveniente", ou seja, se a lei não nasceu
| com o vicio (inconstitucionaíidade congênita), nunca irá durante sua existência se tom ar
| inconstitucional, podendo ser, no máximo, revogada.
? CF, a rt. 60 § 4.° - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente
I a abolir:
'' ■ Cap. 1 TEORIA DA; CONSTITUIÇÃO £ NORMAS:CONSTITUCIONAIS 13
E ficácia Plena - Não necessitam de nenhuma ação do iegislador para que possam
alcançar o destinatário, e por isso são de aplicação direta e imediata, pois independem
de uma lei que venha mediar os seus efeitos. As normas de eficácia plena também
não admitem que uma iei posterior venha a restringir o seu alcance. Ex.: Ninguém
poderá ser compelido a associar-se ou permanecer associado (CF, art. 5.°, XX).
E ficácia C o n tid a - É aquela norma que, embora não precise de qualquer regu
lamentação para ser alcançada por seus receptores - também tem aplicabiiidade
m DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões com entadas - FGV
l; direta e imediata, não precisando de lei para mediar os seus efeitos poderá ver
| o seu alcance limitado peia superveniêncía de uma iei infraconstitucional. Enquanto
$ não editada essa lei, a norma permanece no mundo jurídico com sua eficácia de
| forma plena, porém no futuro poderá ser restringida pelo legislador infraconstitu-
cional. Ex.: É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas
K às qualificações profissionais que a íei estabelecer (CF, art. 5.°, X ill).
| 3 - Eficácia Limitada - É a norma que, caso não haja regulamentação por meio de
t lei, não é capaz de gerar os efeitos para os quais foi criada. Assim, dizemos que
| tem aplicação indireta ou mediata, pois há a necessidade da existência de uma lei
| para “mediar” a sua aplicação. É errado dizer que não possui força jurídica, ou que
é incapaz de gerar efeitos concretos, pois manifesta a intenção dos legisladores e é
capaz de tornar normas posteriores inconstitucionais. Desta forma, sua aplicação é
íí mediata, mas sua eficácia jurídica (ou seja, seu caráter vincuiante) é imediata. Ex.:
| O estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor (art. 5.°, XXXIi).
I
| O prof. José Afonso da Silva ainda divide as normas de eficácia limitada em dois grupos:
S;
*
:í a) Normas de princípio programático - Sao aquefas que direcionam a atuação do
g Estado instituindo programas de governo.
b) Normas de princípio institutivo - São as normas que trazem apenas um direcio-
| namento geral, e ordenam o legislador a organizar ou instituir órgãos, instituições
| ou regulamentos, observando os direcionamentos trazidos. O professor ressalta as
| expressões “na forma da lei”, “nos termos da lei” , “a lei estabelecerá" etc. como
| meios de identificação destas normas.
ê
§ 1 - Eficácia absoluta ou supereficazes ~ Seriam as ciásulas pétreas (C F art. 60,
§ 4 °), ou seja, as normas que não podem ser abolida s por emendas constitucio
nais. Para esta doutrina, as normas de eficácia absoluta sequer são suscetíveis de
emendas constitucionais (este pensamento não é o seguido pelo STF, que aceita
o uso das emendas constitucionais desde que usadas para fortalecer ou ampliar
as cláusulas pétreas).
|| 2 - Eficácia plena - Eficácia plena de J.A. Silva.
% 3 - Eficácia relativa restringível - Eficácia contida de JA. Süva.
4 - Eficácia relativa complementável - Eficácia limitada de J.A. Silva.
| Letra D - Errada. Essa seria a definição de norma de eficácia limitada. A norma de eficá-
| cia contida possui a sua aplicabilidade imediata, direta, tais quais as normas de eficácia
| piena, com a única diferença de serem passíveis de posterior restrição.
| Letra E - Correta. Tais normas são uma das subclassificações das normas de eficácia
g limitada, possuindo, assim, aplicabilidade indireta. Diz-se que a sua aplicação é diferida,
| pois não se dará imediatamente, mas no futuro, após a adoção de providências legislativas
| e administrativas com o intuito de concretizá-las.
H Gabarito: Letra D.
| Gabarito: Letra C.
í: A questão versa sobre o assunto “Classificação das Constituições" e exige que o candidato
% saiba quais as possíveis classificações doutrinárias das Constituições e em qual deias a
| nossa Constituição de 1988 se enquadra.
| De uma forma geral (e resumida), podemos fazer a seguinte esquematização:
Alterabiiidade Rígida
Rígida (ou super-rígida)
ou estabilidade Semirrígida
Imutável
Dirigente
Finalidade Garantia Dirigente
Balanço
Ortodoxa
Ideologia Eclética
Eclética
I'
fc Vamos então analisar cada assertiva:
| Letra A - Errada. Nossa Constituição não é material (aqueia que se preocupa com a
| matéria tratada) e sim formal (independe da matéria tratada); eia também não é histórica
| (solidificada ao longo do tempo), mas dogmática (estrutura as ideias presentes em um
| determinado momento da sociedade). Aiém disso, a nossa Constituição é rígida, só po-
| dendo ser alterada por um procedimento especial, dificultoso (emendas constitucionais) e
| não flexível, que é a Constituição alteráveí por simpies leis ordinárias.
| Letra B - Errada. O único erro é dizer que ela seria semifiexível, quanto à estabilidade,
| quando na verdade seria rígida.
| Letra C - Errada. Pois a nossa atual Constituição não é histórica e nem outorgada (im-
| posta), já que é dogmática e promulgada.
í; Letra D - Errada. Ela não é material, nem outorgada e nem semifiexível.
Letra E - Correta.
| Gabarito: Letra E.
Cap. 1 - TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E NORMAS CONSTITUCIONAIS
| Depois de termos feito comentários mais analíticos na questão anterior, esta se mostra
I mais fácil. Vejamos:
| Letra A - Errada. Rígidas e flexíveis são classificações quanto à estabilidade ou altera-
| biiidade das Constituições.
| Letra B - Errada. Ser escrita é uma classificação quanto à forma, que pode ser escrita ou
| não escrita. Ser analítica é uma classificação quanto à extensão. Uma constituição analítica
| é uma constituição extensa que trata de diversas matérias, até mesmo de algumas que nem
| precisavam estar na Constituição, como a nossa constituição de 1988. Uma Constituição
| sintética seria o oposto de analítica, seria aqueta que trata somente de assuntos essenciais
j§ a uma Constituição {basicamente, organização do Estado e direitos fundamentais - essa
| delimitação do que é ou não essencial não possui consenso doutrinário).
| Letra D - Correto. A Constituição pode se originar da vontade do povo representado por
| uma Assem bleia Constituinte {sendo, assim, promulgada ou democrática), ou pode ser
| imposta unilateralmente pelo governante, quando, então, será chamada de outorgada.
1 Letra E - Errado. Democráticas é sinônimo de promulgadas.
I Gabarito: Letra D.
| Gabarito: Letra C. *
I A Constituição pode ser enxergada sob dois aspectos: o aspecto material e o aspecto
| formai.
| Aspecto material ~ o importante é o conteúdo das normas (matéria). Basta uma norma
f tratar de um assunto constitucional (organização do Estado e limitação do poderEstatal),
| que será considerada constitucional.
| Aspecto formal - o que importa é unicamente a norma ser ou não ser declarada como
;• Constituição, pouco importando seu conteúdo.
| O aspecto formal se apoia no conceito de rigidez constitucional, pois somente uma
| constituição rígida é capaz de assegurar como “Constituição” normas que, em princípio,
| estariam fora do contexto constitucional.
| Somente em constituições formais e rígidas é que podemos verificar o fenômeno
f- da “supremacia da constituição”, já que, em constituições materiais e flexíveis, qual-
| quer norma que tratasse de assunto essencialmente constitucional seria considerada
| Constituição.
I Gabarito: Letra B.
| A questão trata da classificação dos elementos da Constituição. O exam inador quer extrair
| do candidato o conhecimento sobre a doutrina do Prof. José Afonso da Siiva, que separa
| as normas da constituições nos seguintes grupos de elementos:
í Gabarito: Letra B.
GABARITO
1. C 5. E 9. D
2. D 6. D 10. C
3. Correto 7. C 11. B
4. B 8. E 12. 8
pr inc ípio s f undament ais
| / - a soberania;
| II ~ a cidadania;
| III ~ a dignidade da pessoa humana;
1 IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
| V - o pluralismo político.
$ I - independência nacional;'
22 DIREITO CONSTITUCIO NAL - Q u e s tõ e s c o m e n ta d a s - FGV
I Gabarito: Letra D.
| Embora o Ministério Público seja uma instituição suí generís dotada de ampla autonomia,
| considerada por muitos, na prática, como um quarto Poder, assim não o fez a Constituição
| em seu art. 2.°.
| iii - Correto. Trata-se do que a doutrina considera como um objetivo da República Fe-
| derativa do Brasil no piano internacionai, encontrado expressamente na Constituição, em
1 seu art. 4.°, parágrafo único).
£
8 Gabarito: Letra E.
| Questão literal, baseada no art. 4.° da Constitui ção, que elenca os seguintes princípios
| para reger o Brasil nas relações internacionais:
| / - independência nacional;
| II - prevalência dos direitos humanos;
| /// - autodeterminação dos povos;
í4
% IV - não intervenção;
| V - igualdade entre os Estados;
| VI - defesa da paz;
| VII ~ solução pacífica dos conflitos;
% Vlíl - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
| IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
1 X - concessão de asilo político.
| Assim, errada a letra B, ao expor “não concessão de asilo político” , quando na verdade
| o correto seria a concessão de asilo político.
S Gabarito: Letra B.
í O caput do art. 1.° da Constituição é capaz de nos mostrar qual foi a decisão política
I dos Constituintes ao definir nosso Estado com o sendo um a “República Federativa”. Assim,
% foi escolhida a nossa forma de Governo (República), a forma de Estado (Federação)
| e, ainda, o nosso Regime Político (Democracia) quando completa dizendo que nossa
; República constitui um Estado Democrático de Direito. Um quarto instituto que merece
í destaque - o sistema de govemo (presidencialismo) - não foi abordado no caput do art.
1.°, mas verificamos a adoção deste sistema nas dis posições sobre o Poder Executivo,
í notadamente o art. 84.
I É importante também que definamos cada um dos 4 institutos e suas características:
íV-
I Organizando:
p Forma de Estado ~ Federação;
| Forma de Governo - República;
| Sistema de Governo - Presidencialismo;
| Regime Político - Democracia mista ou semidireta.
| Gabarito: Letra B.
ã Gabarito: Correto.
S Gabarito: Errado.
h Gabarito: Correto.
GABARITO
1. D 3. B 5. Correto 7. Correto
2. E 4. B 6. Errado
5 Id em .
D IR E IT O S E D E V E R E S
IN D IV ID U A IS E C O L E T IV O S
CF, art. 5.° § 3 . °- Os tratados e convenções intern acionais sobre direitos humanos que
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois tumos, por três quintos
dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
Assim, a regra é que os tratados internacionais são equivalentes às leis ordinárias, mas
estariam equiparados às Emendas Constitucionais, caso cumpram estes requisitos do art.
5.° § 3.°, ou seja, versem sobre direitos humanos e o decreto legislativo relativo a ele
seja aprovado pelo mesmo rito exigido para as próprias Emendas â Constituição. Ainda
que não aprovados pelo rito das Emendas, se versarem sobre direitos humanos, o STF
entende que possuem “supralegaiidade” , podendo revogar ieis anteriores e devendo ser
observados pelas (eis futuras.
Desta forma, um tratado pode adquirir 3 status hierárquicos:
1 - Regra: S tatus de lei ordinária. Caso seja um tratado que não verse sobre di
reitos humanos.
2 - Exceção 1 : S tatus Supralegal. Caso seja um tratado sobre direitos humanos não
votado pelo rito de emendas constitucionais, mas peio rito ordinário;
3 - Exceção 2: S tatus constitucional. Caso seja um tratado sobre direitos humanos
votado pelo rito de emendas constitucionais.
Letra C - Correto. Os direitos fundamentais podem ser separados quanto à função que
exercem. Os chamados direitos de defesa são basicamente as garantias individuais, aquelas
liberdades negativas que servem de respafdo para o exercício dos demais direitos, limitando
o poder estatal em face dos particulares. Os diretos de prestação exigem uma postura
do Estado no sentido de concretizar as metas constitucionais, reduzindo desigualdades
e fornecendo as condições mínimas para uma vida humana digna. Eienca-se tam bém os
direitos à participação, já que o Estado é formado peia vontade do povo, devendo este
agir na regência das decisões poííticas.
Letra D - Errado. É pacífico, na doutrina e na jurisprudência, que os direitos e garantias
fundamentais não são absolutos, todos eles são relativos. Diz-se que são relativos, pois
estão sujeitos a restrições, que ora serão impostas pelo legilslador (nos casos em que a
Constituição autorize, expressa ou implicitamente), ora serão impostas por outros direitos,
que poderão com eles colidir, no caso concreto, devendo, neste caso, ser harmonizados,
para descobrir qual prevalecerá. O direito à vida, citado pela assertiva, é um direito ex
pressamente relativizável pela Constituição, já que ela admite a pena de morte no caso
de guerra externa declarada (CF, art. 5.°, XLVII, a ).
Letra E - Correto. Embora incipiente na Constituição de 1824, todas as Constituições na
cionais versaram sobre os direitos fundamentais, sendo fortalecidos ao longo das próximas
constituições (vide quadro esquemático no comentário da assertiva “A").
Gabarito: Letra D.
Cap. 3 DiREITOS E DEVERES .iNDIVIDUAIS E ÒOLETÍVÓS
m
0 (FGV/Analista de Controle Interno - SAD - PE/2009) A respeito dos direitos
e garantias fundamentais, assinale a afirmativa incorreta.
a) É livre o exercício de quaiquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualifi
cações profissionais que a lei estabelecer.
b) São a todos assegurados, condicionado ao pagamento de taxas, o direito de
petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou
abuso de poder e a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa
de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal.
c) A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de
autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento.
d) Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou gerai, que serão prestadas no prazo da lei,
sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível
à segurança da sociedade e do Estado.
e) A pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada peia
famíiia, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de
sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desen
volvimento.
| Letra A - Correta. Trata-se da perfeita Iiteraiidade do art. 5.°, XIII, da Constituição. Tal
| dispositivo é muito cobrado em provas por ser um bom exemplo de norma de eficácia
| contida, já que garante a liberdade de profissão de forma plena, mas, caso a lei estabe-
| ieça certos requisitos, eles deverão ser observados.
§ Letra B - Errada. O direito de petição é o direito que qualquer pessoa (física ou jurídica)
| possui de se dirigir ao Poder Público (qualquer poder) e “pedir'’ (petição) que se tome alguma
| atitude em defesa de seus direitos, ou contra alguma ilegalidade ou abuso de poder.
| Assim, assegura a Constituição em seu art. 5.°:
| XXXÍV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
| a) o direito de petição aos Poderes Públicos:
| * Em defesa de direitos; ou
| ■ Contra ilegalidade; ou
| * Contra abuso de poder.
| b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para:
| « Defesa de direitos; e
| * Esclarecimento de situações de interesse pessoaí.
| Letra C - Correta. Perfeita Iiteraiidade do art. 5.°, XVIII, da Constituição. Importante ob-
| servar os demais pontos atinentes ao direito de associação:
DIREITO CONSTITUCIONAL ~ Questões comentadas - FGV ;
í; Letra D - Correta. Agora a banca usou a disposição litera! encontrada no art. 5.°, X X X iil,
| que trata do chamado “direito de informação” . Este direito permite que todas as pessoas,
s que assim necessitarem, possam se dirigir a órgãos públicos e pedir informações que
;■ sejam de seu interesse particular ou de interesse da coletividade, im portante notar que a
? autoridade pública deve prestar estas informações no prazo legai, sob pena de ser res-
■ ponsabiiizada. A autoridade não está obrigada a prestar aquelas informações cujo sigilo
; seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
■ Letra E - Correta. Caso a pequena propriedade rural seja trabalhada pela família, de
ii acordo com o art. 5.°, XXVI, da Constituição, el a não será objeto de penhora para paga
mento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, e caberá á íei dispor sobre os
me os de financiar o seu desenvolvimento.
Gabarito: Letra B.
| II — Correto. Esse é o instituto da “requisição administrativa”, que não deve ser confun
di dido com desapropriação. A requisição, prevista na Constituição, art. 5.°, XXV, é apenas
| um uso tem porário da propriedade; só haverá indenização em momento posterior e se
| houver dano.
I III - Correto. O termo “de cujus" é usado como sinônimo de “falecido”. Assim, de acordo
| com a Constituição (CF, art. 5.°, XXXI), a sucess ão de bens (transmissão da herança)
| pertencentes a estrangeiros, quando os bens estejam situados no Brasil, será regulada peia
| lei b ra sile ira , de modo que venha a beneficiar o seu cônjuge ou seus filhos brasileiros.
| Esta regra não é aplicável se a iei do país do faiecido (de cujus) for mais benéfica do
| que a iei brasileira para o cônjuge ou filhos brasileiros.
£
S Gabarito: Letra E.
K prestação alternativa imposta, conforme dispõe o art. 143, § 1.°. Segunda a Constituição
8 Federal, em seu art. 15, iV, no caso de recusa de se cum prir obrigação legai a todos
| imposta ou prestação aitemativa, ensejará na perda ou suspensão dos direitos políticos
í; do cidadão.
$
a Gabarito: Letra D.
| O sigilo das com unicações é uma garantia individual prevista no art. 5.°, XII, da Consti-
| tuição Federal, que assim prevê:
| Ao usar a expressão “salvo no último caso", a Constituição permitiu que houvesse quebra
| das comunicações telefônicas em se tratando de ordem judicial emanada com finalidade
| de investigação criminal ou instrução processual penaí.
| A ietra A está errada, já que o sigilo abrange a comunicação por correspondência, telegráfica
|| ou telefônica. A possibilidade expressa de quebra é que se restringe à telefônica.
| A íetra B é a resposta correta, já que todo direito previsto nos arts. 5.° a 17 é direito
S fundamental e, realmente, em se tratando de comunicações telefônicas, pode haver
| quebra nos casos já citados.
| A letra C é incorreta, já que o sigilo abrange somente comunicações “pessoais” , ou seja,
| aquelas com destinatário certo. Por exemplo, um carro de som fazendo propaganda pelas
| ruas está comunicando, mas não há o que se falar em comunicação sigilosa.
| A letra D é incompleta, porque devia falar em comunicação telefônica e dizer instrução
| processual penal.
| A Letra E tam bém é genérica e imprecisa. Está incorreta por generalizar, mas nos
| remete a um assunto muito importante: o STF já decidiu que as outras inviolabilidades
| além das telefônicas (sigilo dos dados e das com unicações telegráficas) tam bém po-
| derão ser afastadas, já que nenhum direito fundam ental é absoluto e não pode ser
| invocado para acobertar ilícitos. Segundo o Supremo, então, é lícito que uma carta
| enviada a um presidiário seja aberta para coibir a prática de certas condutas, já que a
| disciplina prisional e a segurança são interesses mais fortes do que a privacidade da
| comunicação do preso.
| Lembramos que qualquer quebra de sigilo é medida excepcional. A letra E pecou por
£ isso: estabelecer simplesmente que no caso do preso poderá ser feita a quebra, mas
| não basta ter a condição de preso, deve-se no caso concreto confrontar e ponderar os
| direitos e decidir se realmente é necessária a quebra.
I Gabarito: Letra B.
Cap. 3 - DiREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
| A letra A traz uma generalização que não se mostra correta. O sigilo bancário poderá
| realmente ser quebrado por ordem judicial e pela CPI, mas, no caso do Ministério Público,
f a regra é que não poderá acontecer. O Ministério Púbiico, segundo o STF, não tem com-
| petência para determinar a quebra de sigilo bancário, a não ser na excepcional hipótese
| de um processo envoivendo aplicação indevida de verbas públicas, quando então deverá
| prevalecer o princípio da publicidade sobre o princípio da privacidade.
5 A letra B tem conteúdo incorreto, pois. conforme visto, o art. 5.°, XII, da Constituição só
| permite quebra das comunicações telefônicas em se tratando de ordem judiciai emanada
| para fins de investigação criminal ou instrução processual penal.
| A letra C é errada, já que somente se poderá ingressar no domicilio de alguém nos
| seguintes casos:
| A letra D é errada, pois a possibilidade de quebra ocorre sempre que o Juiz assim decidir,
| desde que tenha a finalidade de uma investigação criminal ou uma instrução processual
| penal.
| A ietra E é a resposta correta da questão, e está perfeitamente de acordo com a expli-
| cação que vimos na letra C.
í; Gabarito: Letra E.
II. A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento
do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou,
durante o dia, por determinação de autoridade judicial ou de Presidente de Comissão
Parlamentar de Inquérito.
III. Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular,
ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da iei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado.
IV. A apreciação pelo Poder Judiciário de tesão ou ameaça a direito será assegurada na
forma e observados os limites previstos em lei complementar.
Assinale:
a) se apenas as afirmativas I e II! estiverem corretas.
b) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
c) se apenas a afirmativa I estiver correta.
d) se apenas a afirmativa Ml estiver correta.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
| í - Errado. Segundo a Constituição Federal, em seu art. 5.°, XVI, para que a coletividade
y de pessoas possa se reunir, devem-se observar os seguintes requisitos constitucionais:
- seja pacificamente;
i| - sem armas;
- não frustre outra reunião anteriormente convocada para o local;
p - avise a autoridade competente.
Desta forma, erra o item por dizer que dispensa o prévio aviso. Este aviso é necessário,
I o que não é necessário é que a autoridade autorize a reunião.
; II - Errado. Segundo a Constituição, em seu art. 5.°, XI, a casa do indivíduo (sentido
ampio: moradia, escritório, consultório e etc.) é asilo invioiávei e ninguém pode entrar na
s mesma, a não ser que:
| Erra o item ao dizer que poderá autorizar a violação do domicílio o Presidente de Comis-
| são Parlamentar de Inquérito, a Constituição não permite esta hipótese.
I lli - Correto. Novamente a banca explorou ò teor do dispositivo encontrado no art. 5.°,
| XXXIII, que trata do chamado “direito de informação", que permite que as pessoas possam
| se dirigir a órgãos públicos e pedir informações que sejam de seu interesse particular ou
| de interesse da coletividade.
| Por este princípio, alguém poderá acessar o Poder Judiciário sem necessariamente esgotar
as esferas administrativas e será apenas o Poder Judiciário que fará a “coisa julgada"
| em definitivo. Mas existem exceções constitucionais que reiativizam a inafastabilidade
f jurisdicional:
s - CF, art. 217 § 1.° - O Poder Judiciário só admi tirá ações relativas â disciplina e
t às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva,
regulada em lei.
| - Em se tratando de habeas data, só será admitida a propositura deste remédio depois
de negado o pedido pela autoridade administrativa (entendimento do STF - HD 22/
i DF, entre outros - e STJ - Súmuia n.° 2).
5; Gabarito: Letra D.
| Para analisar esta questão, vamos separar cada assertiva e analisá-la individualmente:
' b) O brasileiro naturalizado poderá ser extraditado sempre que tiver sido comprovada
a prática de crime g ra v e após a naturalização.
Errada. A Constituição estabelece que o brasileiro nato nunca poderá ser extraditado.
Diferentemente ocorre para o naturalizado, para o qual a extradição poderá acontecer. A
V Constituição estabelece, então, em art. 5.°, LI, qu ê, embora a regra seja a não extradição
de brasileiros, o naturalizado poderá ser extraditado em caso de:
?; Como já foi dito, perceba que todos eles são inafiançáveis. Existe, porém, uma diferença
| nos outros tratamentos:
| Perceba que em hipótese aiguma podemos ter penas cruéis, de banimento, trabalho for-
| çado ou, ainda, perpétuas. Porém, no caso de pena de morte, é admitida se estivermos
| em guerra externa deciarada.
| A questão erroneamente inciuiu o banimento entre as hipóteses possíveis de pena. Desta
| forma, está incorreta.
I Gabarito: Letra C.
| Essa questão nos remete novamente ao art. 5.°, XL V1I, da Constituição que garante a
? não existência de penas de:
■ a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
| b) de caráter perpétuo;
| c) de trabalhos forçados;
% d) de banimento;
I e) cruéis.
| Desta forma, a única dessas vedações que pode ser reiativizada é a pena de morte, e
| somente no caso de guerra externa declarada.
| Para fins de elucidação, a pena de morte será permitida, nos term os do Código Penal
g Militar, art. 392, que estabelece o crime de “deserção em presença do inimigo’’.
?• Gabarito: Letra E.
DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões comentadas - FGV
| Perceba que a FGV, como qualquer banca examinadora, começa a ficar repetitiva. Por
\ este motivo é tão essencial que se resolvam as questões anteriores.
S Analisemos cada item:
i l. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
k aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
i vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.
S Correto. A questão traz o caput do art. 5.° da Constituição. Lembrando que, como j á foi
I visto, segundo o Supremo Tribunal Federal, o estrangeiro não precisa mais ser residente
| para ter os mesmos direitos dos brasileiros, basta que esteja em território nacíonaf, sob
| as leis brasileiras.
| Importante tam bém é notar o preceito trazido peio início do artigo: todos são iguais pe-
| rante a iei. Começa então a ser delineado o princípio da “isonomia" ou da “igualdade” .
| Este princípio pode ser entendido como “a lei não pode fa 2er distinção, deve tratar de
Íí forma igual os iguais e de forma desigual os desiguais na medida de suas desigualda-
| des”. De acordo com posições doutrinárias e jurisprudenciais, a isonomia se manifesta
| em 2 facetas:
| Assim, o item está incorreto, pois, embora o racismo e a ação de grupos armados contra
| o Estado sejam crimes imprescritíveis, a tortura e terrorismo não o são, recebendo pela
f Constituição o tratam ento de insuscetíveis de graça ou anistia.
| IV. Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime he-
| diondo praticado após a naturalização.
| Errado, O erro foi o uso do “após” em vez do “antes". Como visto, baseado no art. 5.°,
| Li, da Constituição, o brasileiro naturalizado poderá ser extraditado em caso de;
Hl (FGV/Fiscaf~SEFAZ-RJ/2008) Conceder-se-á h a b e a s d a ta :
a) para assegurar a integridade moral do cidadão.
b) quando o responsável pela ilegalidade fo r autoridade pública.
c) para proteger o direito líquido e certo não amparado por habeas corpus.
d) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso,
judicial ou administrativo.
e) quando o responsável pela ilegalidade for agente de pessoa jurídica no exercício
de atribuições de Poder Público.
I Motivo:
|
I a) Conhecimento de informações relativas á pessoa do impetrante;
| b) Retificar dados, caso não prefira fazer isto* por meio sigiloso administrativamente
| ou judicialmente.
| OBS. 1 - Veja que não pode ser usado para informações de terceiros, somente para
I informações do próprio impetrante. E lembrando que, segundo o STF, na primeira hipótese,
| o remédio só será concedido se a pessoa já tiver feito o pedido administrativamente e
| te r sido negada da informação.
40 DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões comentadas - FGV;-:
| Gabarito: Letra D.
| Custas judiciais: Fica o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do
s ônus da sucumbência;
| Desta forma, não é a letra A a resposta da questão.
| Letra B - A ação civil pública não é um remédio constitucional propriamente dito, é uma
| ação que pode ser interposta para proteção de interesses sociais difusos e coletivos
| (Lei 7.347/1985), não pelo cidadão, mas por algumas entidades, sendo outra arma
| para proteção de interesses da sociedade.
| OBS. - Diferentemente da Ação penai pública, a ação civil pública não é privativa do
| Ministério Público, podendo ser, além do MP, ser intentada por:
Prazo para propor: 120 dias contados da ciência do ato (prazo decadencial).
OBS. - Este prazo de 120 dias não se aplica, obviamente, ao MS preventivo, pois, se a
lesão ainda nem ocorreu, como poderíamos começar a contagem do prazo?
Mandado de segurança coletivo: Pode ser impetrado por:
I Modos de M i:
| OBS. 1 - 0 termo “norma” deve ser considerado em sentido amplo, não precisa ser iei,
I pode ser qualquer ato normativo, inciusíve os ínfralegats, como portarias, decretos etc.
f OBS. 2 - Até meados de 2007, o efeito das decisões de Mís emanadas peios tribunais
| se limitavam a dectarar a mora do legislador (declarar que o Legislador estava em
í falta na regulamentação do tema) e pelo princípio da independência dos poderes, não
| havia como obrigar tal autoridade a legislar e nem mesmo poderia o judiciário agir como
f;legislador e sanar a mora existente. Essa situação era o que chamam os de posição
não concretista do Poder Judiciário. Porém, ao julgar os Mandados de Injunção 670,
£ 708 e 712, sobre a falta de norma regulamentadora do direito de greve dos servidores
| públicos, o STF abandonou sua antiga posição e declarou: “enquanto não editada a lei
| específica sobre o direito de greve dos servidores públicos, estes devem adotar a norma
aplicávei aos trabalhadores da iniciativa privada” . Assim, o STF passou a adotar a teoria
l concretista, pois sanou a mora existente e “ressuscitou” aquele que era chamado de “o
i remédio constitucional mais ineficaz” .
Posição
Não O Judiciário se iimita a declarar a mora do legislador
concretista
O judiário desde já faz com que o direito possa ser exercido
Geral
e de forma erga omnes
O Judiciário assenta um
prazo para que o Legislativo
Intermediária edite a norma faitante
~ quando usado foi de
Posição 120 dias
Concretista O judiciário
Individual decide de forma
inter partes O Judiciário desde logo faz
com que a parte pedinte
Direta possa exercer o seu direito,
geralmente usando-se de
analogia a outras normas
lí Gabarito: Letra E.
? Gabarito: Letra B.
| Quando a Constituição diz que o mandado de segurança irá proteger direito líquido e certo,
| está dizendo que se trata de uma ação célere que não abre a possibilidade de “dilação
f probatória” , ou seja, não cabe pela via de mandado de segurança a proteção de direitos
| que não consigam ser prontamente comprovados. Desta forma, responde corretamente à
$ questão a alternativa C, ao dizer que direito iíquido e certo é aquele fundado em fatos
| comprovados de plano.
I Gabarito: Letra C.
s Questão muito cobrada em concursos e que retira seu fundamento da Constituição Federal,
| art. 5.°, LXX. Este tema já foi visto quando esqu ematizamos os remédios constitucionais,
jj Assim, o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões com entadas - F G V
Gabarito: Letra B.
j A letra A não está correta, pois contraria o entendim ento do STF - HD 22/DF, entre
| outros - e STJ - Súmula n.° 2.
I A letra B tam bém se encontra incorreta, já que o habeas corpus é rem édio contra a
| coação de liberdade, não sendo cabível quando a sanção imposta não se refira a uma
| privação desta liberdade do indivíduo, sendo tão somente pecuniária.
| A letra C está incorreta. O prazo de 120 dias para impetrar o mandado de segurança
| é um prazo decadencial, logo, não pode ser interrompido nem suspenso, como é típico
I dos prazos decadenciais.
| A letra D retira seu fundam ento da Súmula 625 do STF: controvérsia sobre matéria de
| direito não impede a concessão de mandado de segurança. Veja que a matéria de fato
f alegada deve ser incontroversa, líquida e certa. Porém, nada impede que o direito em
é que este fato esteja se baseando seja controverso, complexo, como, por exemplo, uma
| lei que esteja sendo objeto de im pugnação. Essa é a assertiva correta.
f A letra E está errada, pois, como vimos, o mandado de segurança coletivo é caso de
; substituição processual, e não de representação processual. Assim, quando a entidade de
classe, associação ou partido político impetra o mandado em favor de seus membros, a
;; própria filiação já pressupõe a autorização para essa substituição. Diferentem ente ocorre
ç nos casos em que as associações representam em juízo associados específicos. Neste
; caso, precisam estar munidas de procuração expressa do representado.
Gabarito: Letra D.
Cap. 3 - DiRElTOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
I Súmula Vinculante n,° 5 A falta de defesa técnica por advogado no processo adminis-
| trativo disciplinar não ofende a Constituição.
f Súmula Vinculante n ° 14 —* É direito do defensor do representado ter acesso amplo
| aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado
por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito
de defesa.
Súmula Vinculante n.° 21 —> É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento
prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.
í; Gabarito: Letra B.
1 H C 7 5 .2 5 7 /R J - R io d e J a n e ir o - R ela to r: M in . M o r e ir a A l v e s — J u lg a m e n to 1 7 . 0 6 .1 9 9 7 .
46 DiREiTO CONSTIJUCIONAL - Questões com entadas - FGV
A questão, porém , explora este direito no âm bito adm inistrativo e não no âm bito
penai. S endo assim , o tem a encontra-se ainda m ais delicado. Embora pendente de
pacificação, deve-se guard ar a posição defendida pela FGV de que, em processos
adm inistra tivos, ao contrário dos processos crim inais, não possuí o adm inistrado o
direito em questão.
Letra B - Errada. O contraditório e a ampla defesa são justam ente os princípios que
jogam por terra a “verdade sabida” que é a condenação arbitrária de alguém, sem que
o acusado tenha o direito de defesa.
Letra C - Errado. Consoante à Súmula Vinculante n.° 5, a falta de defesa técnica por
advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição. Desta forma,
o Suprem o pacificou o tema, antes controverso, deixando incorreta a assertiva.
Letra D - Correto. Trata-se do teor da Súmula Vinculante n ° 21, segundo a qual o STF
afirma que é inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro
ou bens para admissibilidade de recurso administrativo, pelo fato de se caracterizar uma
afronta ao direito de defesa.
Letra E - Errado. A assertiva, só de usar a palavra '‘sempre", já se torna muito arriscada.
Durante a sindicância, tentar-se-á elucidar os fatos ocorridos para que se decida ou não pela
abertura do processo, não há a necessidade de que nesses procedimentos administrativos
preliminares se conceda um contraditório, pois ainda não há a figura do acusado.
Gabarito: Letra D.
z Letra A - Errada. Não só ao ser interrogado, como em quaiquer fase do processo criminal,
í o acusado terá o direito ao silêncio, pois não é obrigado a produzir provas contra si. A
?! Constituição elenca expressam ente este direito no art. 5.°, LX Iil: “o preso será inform ado
!: de seus direitos, entre os quais o de perm anecer caiado, sendo-lhe assegurada a assis-
■ tência da família e de advogado”.
J; Letra B - Errada. Com fundamento na Constituição Federai, art. 5.°, LVI - as provas obtidas
$ por meios ílícitos serão inadmissíveis no processo. É errado dizer que se restringe aos
| processos criminais. Trata-se de entendim ento amplo. Deste dispositivo, então, decorre o
| princípio dos “frutos da árvore envenenada” (fruits o f the poisoned tree), o quai diz que
l: a admissão no processo de uma prova ilícita irá contaminar, tom ando igualm ente nulo
? todos os atos processuais que decorrerem dela.
Letra C - Correta. A Constituição assegura que ninguém será considerado culpado até o
. trânsito em julgado de sentença penal condenatória (CF, art. 5 °, LVII). Embora considerado
Cap. 3 - DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
g inocente, a pessoa pode estar submetida à prisão, isso como forma assecuratória de que
| não venha a fu gir ou atrapalhar as investigações.
| Letra D - Errado. A disposição constitucional não admite ressalvas. Trata-se de imposição
•| taxativa: não haverá juízo ou tribunal de exceção (CF, art. 5.°, XXXVü).
| Letra E - Errada. Mais uma disposição constitucional que não alberga a ressalva feita
| pela assertiva. A Constituição é taxativa ao dizer: “aos litigantes, em processo judiciai ou
| administrativo, e aos acusados em gera! são assegurados o contraditório e ampla defesa,
I com os meios e recursos a ela inerentes” (CF, art. 5.°, LV).
E
| Gabarito: Letra C.
| Para o cid a d ã o - O particular pode fazer tudo aquilo que a lei não proiba;
f_ Para o a d m in is tra d o r p ú b lic o - O adm inistrador público só pode fazer aquilo que alei
: autorize ou permita. a
II - Correto. Mais uma vez a banca cobrou o “ Imperativo de Consciência'', que é en-
: conírado na Constituição em seu art. 5.°, VIII, garantindo que ninguém será privado de
direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as
'• invocar para exim ir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir pres-
tação alternativa, fixada em lei.
DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões comentadas - FGV
li! - Correto. Novamente a banca tenta extrair do candidato o conhecim ento dg Consti-
i; tuição, a r t 5.°, XLA/, que garante a personaliza ção da pena, mas tam bém permite que o
| dano seja reparado peio patrimônio transferido por sucessão, iimitando-se o perdimento
| dos bens ao limite do patrimônio transferido.
| IV - Correto. Como também já visto, a Constituição estabeleceu como regra a não extra-
í dição para os brasileiros, mas permite excepcionalmente a extradição do brasileiro, desde
f que seja naturalizado, e por motivos de:
£ Gabarito: Letra E.
;• Esta é Iiteraiidade da Súmula 667 do STF. É comum que a banca FGV, assim como as
| demais bancas examinadoras, costum em cobrar as súmulas do STF que foram recente-
| mente publicadas. Como tal concurso é de 2008, esta súmula era uma relevante novidade.
£ Assim, é necessário que o candidato tenha muita atenção às mudanças recentes nas
í legislações e nas jurisprudências dos tribunais.
| De acordo com a Súmula 667, então, a taxa judiciária, que è cobrada para custear os
! serviços forenses, deve ser razoável e proporcional ao custo da atividade. Deve possuir
i: um limite, para que não obste o acesso ao Judiciário.
:í Gabarito: Correto.
g Gabarito: Correto.
2 A d a p t a ç ã o s e f e z n e c e s s á r ia p ara f in s d e se p a r a ç ã o c o r r e ta d o s te m a s .
3 Id em .
Cap. 3 - DIREITOS E DEVERES INDIVÍOUAIS E COLETIVOS '
GABARITO
1. D 7. D ■ 13. B 19. C
2. B 8. C 14. C 20. E
5. B 11. D 17. B
6. E 12. E 18. D
D I R E I T O S S O C I A I S , N A C IO N A L ID A D E ,
D IR E IT O S P O L ÍT IC O S E P A R T ID O S
P O L ÍT IC O S
Gabarito: Letra B.
DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões com entadas ~ FGV
Gabarito: Letra D.
S Gabarito: Letra B.
| Letra A - Errada. Segundo a Constituição, em seu art. 8.°, é livre a associação profis-
| síonai ou sindical, e a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação
| de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a
| interferência e a intervenção na organização sindical.
| Letra B - Errada. O erro reside no fato de o art. 8.°, Ili, da Constituição estabelecer
| que ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da
| categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas.
| Letra C - Correta. Realmente, se observarmos o art. 8.° da Constituição, veremos que
| no seu inciso li encontramos a vedação para criação de mais de uma organização sindi-
| cat, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma
| base territorial, que será definida peios trabalhadores ou em pregadores interessados, não
| podendo ser inferior à área de um Município.
n Importante è dizer que, segundo o STF, havendo mais de um sindicato, o conflito resolve-se
| pela anterioridade, quando o primeiro deve subsistir e o segundo se dissolver. Igualmente
| não ofende a unicidade sindical o desmembramento territorial de sindicatos, por deliberação
| dos partícipes, desde que o território de ambos não se reduza a área inferior à de um
| município e que não haja superposição sindicai total entre eies.
i Letra D - De acordo com os preceitos constitucionais (CF, art. 8.°, VII), o aposentado
iv filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais.
| Letra E - Errado. Em se tratando de servidores públicos civis, não há qualquer vedação,
| já que dispõe o art. 37, VI, da Constituição: é garantido ao servidor público civil o direito
| à Hvre associação sindical. A vedação ocorre no que tange ao servidor público militar,
f já que a Constituição em seu art. 142, IV diz: ao militar são proibidas a sindicalização
• e a greve.
Gabarito: Letra C.
DIREiTO CONSTITUCIONAL - Questões comentadas - FGV
Porém, essa hipótese “2” é relativizada pelo próprio dispositivo constitucional, que diz
que não será deciarada a perda no caso de aquisição de outra nacionalidade, se for
hipótese de:
Por este motivo, erra a questão ao dizer que a perda ocorrerá ainda nos casos de reco
nhecimento de nacionalidade originária por lei estrangeira, o que não é verdade.
Gabarito: Letra C.
Importante é m encionar que o item traz algo muito próximo daquifo que ficou conhecido
como “cláusula de barreira” . A cláusula de barreira não é aplicada no Brasit, mas seria, não
fosse o julgam ento do Suprem o pela sua inconstitucionaíidade, na ADÍ 1.351/DF - Distrito
Federal, em 2006. A cláusula referida estava presente no art. 13 da Lei 9.096/1995 que
previa: tem direito a funcionam ento parlamentar, em todas as C asas Legislativas, para as
quais tenha elegido representante, o partido que, em cada eleição para a Câmara dos
Deputados, obtenha o apoio de, no mínimo, cinco por cento dos votos apurados, não
computados os brancos e os nulos, distribuídos em, pelo menos, um terço dos Estados,
com um mínimo de dois p or cento do totai de cada um deles.
A lei previa ainda que os partidos que passaram pela cláusula teriam direito a dividir
99% das verbas do Fundo Partidário proporcionalmente aos candidatos eleitos e todos
os partidos iriam dividir igualmente o 1% restante.
A cláusula, porém, foi considerada inválida por restringir os direitos de manifestação das
minorias.
Gabarito: Letra A.
GABARITO
1. B 4. C 7. A
2. D 5. A 8. A
3. B 6. C
O R G A N IZ A Ç Ã O DO ESTA D O
5 .1 O r g a n iz a ç ã o p o litic o -a d m in is tr a tiv a
| Mais uma vez, destacamos que todos os entes da federação (União, Estados, Distrito
| Federal e Municípios) são pessoas jurídicas de direito público interno e dotados de au-
tonomia, característica esta que se manifesta mediante três facetas: a auto-organização,
f o autogoverno e a autoadministração.
§ A letra A está errada, pois a ‘‘autonorm atização’’ (autolegisiação) estaria inclusa na auto-
| -organização, sendo assim exposta com duplicidade e faltando a faceta da “autoadmi-
| nistração” .
1 A letra B está errada, pois não existe o “autofinanciamento", bem como a letra D que
| expôs a inexistente “autom anutenção" e a letra E, por estabelecer o incorreto “autoge-
■ 1 renciamento”.
I Gabarito: Letra C.
§ Questão simpies e direta. O candidato deveria saber aquiio que já comentamos aígumas
| vezes: os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transform ação em Estado
| ou reintegração ao Estado de origem serão reguiadas em lei complementar. Tudo isso
| nos termos do art. 18, § 2.°, da Constituição Fed erai.
s Gabarito: Letra A.
| A reorganização territorial de Municípios foi prevista pelo art. 18, § 4.°, da Constituição,
p que dispõe: “A criação, a incorporação, a fusão e o desmem bramento de Municípios far-
DIREITO CONSTITUCIONAL ~ Questões com entadas - FGV
-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complem entar Federai, e
v dependerão de consuita prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envol-
| vidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados
S na forma da lei”.
? Assim, podemos destacar os seguintes requisitos:
í Gabarito: Letra A.
;!■ Letra A - A alternativa acerta, na medida em que traz o teor de uma disposição Constítu-
S cional encontrada no art. 25: “Os Estados organizam -se e regem-se pelas C onstituições e
| leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição” . Tais "princípios" citados
| pelo texto constitucional podem ser basicam ente de 3 tipos:
| Gabarito: Letra E.
f seu texto sobre essa matéria que seria reservada ao Governador, estará esta Constituição
% usurpando a competência do Governador de regulam entar a matéria por meio de leis de
§ sua iniciativa.
£ Letra C - Exatamente. Os princípios federais extensíveis são estendidos tanto aos Estados
fi quanto aos Municípios, de acordo com a sua área de competência.
| Letra D - Correto. Já vimos que o Poder Constituinte Derivado Decorrente é o poder
f; conferido pelo art. 25 e pelo ADCT, art. 11, para que os Estados-m em bros de nossa
% federação elaborem as respectivas “Constituições Estaduais” e, assim, exerçam a sua
I;; prerrogativa de auto-organização.
f. Letra E - Correto, como tem os visto, dependendo do doutrinador, está correto dizer tanto
que os entes possuem 3 quanto 4 faces da autonomia, Já que muitos juristas englobam
; em uma só faceta a auto-organização e a autolegisiação.
: Gabarito: Letra A.
£ Sobre as competências constitucionais existem regras que facilitam o estudo. Por exemplo:
£ sempre que o tema for de abrangência nacional (diretrizes, bases, norm as gerais) ou ainda
í; internacional, será algo que caberá à União. Trata-se do que chamamos de princípio da
Ê "predominância de interesse". Também caberá à União o trato de coisas sensíveis como
| material nuciear, índios, telecomunicações etc.
| Geralmente as com petências materiais da União (CF, art. 21) tam bém são reguladas por
| leis da própria União (CF, art. 22). Bem como muitas matérias de competência material
| comum (art. 23) são reguladas por legislações concorrentes (art. 24), constituindo-se temas
| de interesses coletivos ou difusos.
| Vamos analisar como isso funciona durante esta questão:
| Letras A e B - Ambas estão corretas, veja: a União explora os serviços de telecomuni-
| cações (que é um serviço formador de opinião e deve ser bem regulamentado), e este
1 serviço, como informática, águas e energia, está sujeito à legislação federal.
| Letra C - Nós já vimos que, dos 15 direitos elencados pe!a Constituição, 10 são de com -
I petência privativa (art. 22, i), e os outros 5 são de com petência concorrente (art. 24, l).
| Já sabemos tam bém que os direitos que são de legislação concorrente são o Tributário.
t Financeiro, P e n itenciário. Econômico e Urbanístico (Tri-Fi-Penit-Ec-Ur). Desta forma, está
•; errada a assertiva.
í] Letra D - Exatamente. Educação, cultura, ensino e desporto são interesses que compe-
tem de uma forma gera! a todos, logo, caberá a regulamentação do tema à legislação
| concorrente, na quai a União se limita a estabelecer as norm as gerais, e os Estados/DF
% irão suplementar esta legislação por meio das normas específicas (CF, art. 24, IX).
Cap. 5 V ORGANiZAÇÃO DO ESTADO :
m
| Letra E - Novamente uma matéria que demanda um esforço conjunto de todos, estando
| inserida no rol das matérias de com petência material comum (CF, art. 23, IX).
s Gabarito: Letra C.
f Letra A - Na questão anterior, falamos que as com petências são atribuídas de acordo
| com a predominância do interesse. Neste critério, os Municípios ficaram com as coisas
| de interesse íocal, entre as quais está a fixação do horário comerciai. Isso foi inclusive
| sumuíado pelo STF na Súmula 645: “É competente o Município para fixar horário de
| funcionam ento de estabelecim ento com ercial”.
| Também vale salientar que, logo após a citada Súmula 645, o STF tam bém editou a Súmula
| 646, na qual dispôs: “ofende o princípio da livre concorrência a lei municipal que impede
| a instalação de estabelecim entos comerciais do mesmo ramo em determinada área”.
| Está correta a letra A.
| Letra E - Correto. A Constituição estabelece em seu art. 22, i, uma relação de matérias
^ que estão sujeitas à legislação privativa da União. Porém, o parágrafo único deste artigo
^ diz que lei com plem entar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas
| das matérias aJí relacionadas.
I Gabarito: Letra D.
í Ao íongo do texto constitucional, notadamente nos art. 21 a 24, são estabelecidas diversas
competências (legislativas e executivas) aos entes da federação. Essas competências são
í instituídas de acordo com o critério da “predom inância do interesse” , ou seja, a União
£ realiza os eventos de interesse nacional (e relações internacionais), os Estados realizam
% os casos de âmbito regional, enquanto os Municípios, no âmbito local.
£ Gabarito: Letra E.
| Os municípios no Brasil têm a faculdade de criar ou suprim ir distritos. Distritos são divisões
| do território do município criadas para fins da organização administrativa do referido ente,
| e não são dotados de autonomia.
| A Constituição, em seu art. 30, ÍV, atribui aos municípios a competência para criar, organizar
jf e suprimir distritos, mas deve ser observada a legislação estadual sobre a matéria.
I: Gabarito: Letra A.
I Letra A - A assertiva trouxe com perfeição a teoria que norteia a repartição de competên-
| cias, versando sobre a predom inância do interesse e situando cada ente em sua devida
| área de competência.
f Letra B - A Constituição definiu as competências dos entes da seguinte maneira:
| Em que pese a competência rem anescente ou residual dos Estados/DF, existem para
I estes duas competências expressas no art. 25:
| • Art. 25, § 2.° - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão,
| os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida
| provisória para a sua regulamentação.
DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões com entadas - FGV
I • Art. 25, § 3.° - Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões
| metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agru-
| pamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejam ento e a
| execução de funções púbiicas de interesse comum.
| Voltando à assertiva, percebemos que ela está correta, pois os Estados possuem, reai-
§ mente, a competência remanescente.
| Letra C - Isso está incorreto, acabamos de ver que as competências dos Municípios são
| enumeradas, expressas, taxativas na Constituição. Competências rem anescentes estão
f estabelecidas apenas para os Estados e Distrito Federai.
| Letra D - Imunidade recíproca é a proibição de um ente da federação instituir impostos
I; sobre o patrimônio, renda ou serviços dos outros entes (CF, art. 150, Vi, a). Por exemplo:
| a União não pode cobrar imposto sobre as rendas dos Estados. Esse tipo de imunidade é
f reconhecido pelo STF como vitai ao pacto federativo, na medida em que é um importante
£ instrumento para evitar conflitos e fortalecer a harmonia e a cooperação entre os entes
f da federação. Está correta a assertiva.
t Letra E - isso tudo está previsto nos 4 parágrafos do art. 24 da Constituição. Em se
| tratando de legislação concorrente, a União se iimita a fazer normas gerais e cabe aos
| Estados complementá-las. Caso a União não tenha editado a norma geral, o Estado-
-membro poderá exercer a competência legislativa ampla, de forma plena. Contudo, no
| caso de superveniência da norma geral federal que estava em falta, o diploma estadual
| será suspenso, mas somente naquilo que lhe fo r contrário. Correta a assertiva.
I Gabarito: Letra C.
5 .2 In te rv en ç ã o , E sta d o de D efe sa
e E s ta d o d e S ítio
| A intervenção pode ser federal quando a União intervém nos Estados ou no DF, ou pode
| ser Estadual, quando o Estado intervém em um Munícípio do seu território. A União não
I intervém em Municípios, só no caso de serem Municípios de Territórios Federais.
h
% A intervenção se realiza p or m eio de um decreto do Chefe do Poder Executivo (Presi-
| dente ou Governador). Este decreto de intervenção deverá cum prir certas form alidades,
| a com eçar por ser subm etido à apreciação do Poder Legislativo (C ongresso Nacionai
| ou da A ssem bleía Legisla tiva do Estado), no prazo de 24 horas, e deverá ainda
3 especificar:
| “ A amplitude;
t * O prazo;
| « A s condições de execução; e
| « Se couber, nom ear o interventor.
I Observações:
s
| - Se nao estiver funcionando o CN ou a Assembleía Legislativa, far-se-á convocação
| extraordinária, no mesm o prazo de 24 horas.
| - Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a
| estes voltarão, saívo impedim ento legal.
| III. Errado. Nenhuma das hipóteses de intervenção espontânea dispensa o envio do decreto
| para apreciação do Legislativo.
| IV. Correto. Trata-se de um princípio constitucional sensível e que poderá dar ensejo a uma
| intervenção federal caso o STF dê provimento à representação do PGR neste sentido.
I Gabarito: Letra C.
Esta questão não trata mais de intervenção federal, mas de intervenção estadual. A in
tervenção estadual tam bém o ocorre por decreto do Chefe do Executivo (Governador). O
decreto de intervenção deve ser submetido, dentro de 24 horas, à Assembleia Legislativa e
cum prir as mesmas form alidades da intervenção federal. O que diferencia as intervenções
são as hipóteses. O Estado somente irá intervir em um Município do seu território (ou a
União in te rv irá em um Município do Território Federal) no caso de:
* Deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por 2 anos consecutivos, a dívida
fundada.
* Não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
■ Não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde;
« O Tribunai de Justiça der provimento à representação para assegurar a observância
de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei,
de ordem ou de decisão judicial.
Analisando as assertivas:
*
Letra A - Errada. Acabam os de ver que existem mais hipóteses.
Letra B - Errada. Esta é uma hipótese que pode ensejar intervenção.
Letra C - Errada. Na intervenção estadual dependente de representação, a apreciação
do decreto pela Assembleia Legislativa fica dispensada.
72 DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões comentadas - FGV
g Letra D - Correia. Agora a questão dispôs de forma correta uma hipótese de intervenção
| estadual, transcrevendo literalmente o disposto no art. 35, iV, da Constituição Federal
| com binando-o com o art. 36, § 3.°.
| Letra E - Errada. O correto seria dizer que a intervenção pode ocorrer quando o Mu-
| nicípio deixar de pagar, sem motivo de força maior, por 2 a n o s c o n s e c u tiv o s , a dívida
| fundada.
S Gabarito: Letra D.
| Letra A - Os entes federativos são autônomos e a regra é não sofrerem intervenção de outros
| entes. Porém, em caso de excepcionaiídade como o estado de defesa e estado de sítio, a
1 Constituição Federal admite: a ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na
| hipótese de calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes
| (CF, art. 136, § 1.°, II); em se tratando de Esta do de Defesa e intervenção nas empresas de
| serviços públicos (CF, art. 139, VI); em se tratando de estado de sítio. Assertiva correta.
| Letra B - Errada. Não existe intervenção da União nos Municípios, ressalvada a única
| hipótese de ser um Município de Território Federal.
| Letra C - Errada. Hipótese absurda. Um Estado só pode intervir nos Municípios de seu
| território.
| Letra D - Errada. No estado de sítio poderá haver suspensão da liberdade de reunião,
I restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigiio das comunicações, à
I prestação de inform ações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma
I da lei. Porém, erra a questão, já que não há possibilidade de restringir o direito de petição
| nem o direito de acesso ao Poder Judiciário.
w Letra E - A necessidade de oitiva dos conselhos é uma disposição comum tanto para
| decretar o estado de sítio quanto o estado de defesa. Porém, trata-se de meros aconse-
V lhamentos, não tendo caráter vinculativo. Por este motivo, erra a questão.
Gabarito: Letra A.
Cap. 5 - ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
GABARITO
1. A 7. A 13. C
2. C 8. C 14. C
3. B 9. D 15. D
4. A 10. E 16. A
5; A 11. B
6. E 12. A
A D M IN IS T R A Ç A O P U B L IC A
| Os princípios constitucionais que norteiam a administração pública foram o fam oso “LIM PE1',
| ou seja, “Legalidade, Im pessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência". Estes são os
| princípios expressamente dispostos no texto constitucional em seu art. 37.
| Dessa forma, percebe-se que, das alternativas listadas na questão, somente a “ irrevo-
| gabiíidade1’ não pertence ao “LIM PE”, sendo assim a assertiva a ser assinalada como
| resposta.
| Gabarito: Letra D.
| Essa questão está mais relacionada ao Direito Adm inistrativo. Porém, é importante para
| o tema “administração pública” . Vamos com entar cada uma das assertivas:
| Letra A - Reintegração é a volta ao serviço público de um servidor que havia sido de-
| mitido, por motivo de anulação do ato de demissão.
| Letra B - Recondução é a volta do servidor público estável ao cargo que ele ocupava
| anteriormente no caso de reintegração de um outro servidor no seu cargo atual.
76 DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões comentadas - FGV
ü Gabarito: Letra E.
| Esses 2 institutos foram durante muito tem po intensamente utilizados para se estabelecer o
nepotismo no serviço público, o que levou a uma discussão de grande relevância nacional,
culminando, apôs diversos julgados, na edição da Súmula Vinculante 13 pelo STF:
| Veja que a súmula impede tanto o “nepotismo direto” quanto o “nepotismo cruzado", que
| é o promovido mediante designações recíprocas. Explicando-a melhor, podemos dizer que
p o imbróglio gira em torno de 3 pessoas:
| Segundo a súmula vinculante 13: O “Chefe 1” não pode nomear o “Vida-boa”, se este for
| cônjuge ou parente até o 3.° grau do próprio “Chefe 1” ou do “Chefe 2 ”.
I Inaplicabiiidade da Súmula Vinculante 13: Segundo o STF, à nomeação de irmão de
| Governador de Estado no cargo de Secretário de Estado não se aplica a Súmula Vin
il culante 13 por se tratar de cargo de natureza política, já que secretários de Estado são
| agentes políticos2. a
Essa questão traz assertivas bem independentes uma das outras, algum as jurisprudenciais
K e outras literais. Vamos com entar cada uma delas:
| Letra A - Correta. A alternativa reproduziu o completo teor daquilo que o STF fixou em
í sua Súmuia 679: A fixação de vencim entos dos servidores públicos não pode ser objeto
v de convenção coletiva.
Letra B - Correta. Se observarmos o texto da Constituição Federal, podemos perceber
£ em seu art. 38: “ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no
| exercício de mandato eletivo, apíicam-se as seguintes disposições: (...) IV - em qualquer
| caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tem po de serviço
| será contado para todos os efeitos legais, exceto para prom oção por merecim ento’’.
| Letra C ~ Correta. Mais uma questão de súmula, agora trata-se da Súmula 685 do STF:
| “É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se,
£ sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que
| não integra a carreira na qual anteriormente investido” .
| Letra D - Correta. Exonerar ad nutum significa retirar do cargo por discricionariedade da
| autoridade. É como ocorre no caso de cargos em comissão. O Presidente da República,
■ ■ ^Ca^;6;:~^ÕMINÍS7TRÃÇ^to^ ;:Í
| por exemplo, pode nomear ou exonerar Ministros de Estado por sua livre escolha, pois
| são cargos de iivre nomeação e exoneração (ad nutum). Os servidores efetivos não po
li; dem ser exonerados ad nutum: a perda do cargo do servidor efetivo só pode ocorrer nas
| hipóteses que estão previstas na Constituição (vide arts. 41, § 1.°, e 169, §4.°).
| Letra E - Errada. A Constituição de 1988 é clara ao estabelecer (CF, art. 37, V): “as fun-
| ções de confiança (...) e os cargos em comissão (...) destinam-se apenas às atribuições
fé de direção, chefia e assessoramento”. Desta forma, a criação de cargos em comissão
| que possuam atribuições meramente técnicas é inconstitucional, já que estes só podem
| ser criados para funções de chefia, direção ou assessoramento.
I Gabarito: Letra E.
| A Constituição estabelece em seu art. 37, VII, que “o direito de greve (dos servidores)
| será exercido nos term os e limites de lei específica". Assim, somente nos termos quê
| esta lei específica tro u xe r é que os servidores poderão exercer o direito, de greve, o que
| caracteriza esta norm a com o sendo de eficácia limitada.
| É diferente do que a C onstituição dispõe para os trabalhadores regidos peia CLT (Consoli-
| dação das Leis do Trabalho), em seu art. 9.°: “É assegurado o direito de greve, competindo
[| aos trabalhadores d e cid ir sobre a oportunidade de exercê-!o e sobre os interesses que
| devam por meio dele defender” .
| Im portante é ressaltar que, ao julgar os Mandados de injunção 670, 708 e 712, sobre
| a faíta de norma regulam entadora do direito de greve dos servidores públicos, o STF
| decidiu: “enquanto não editada a iei especifica sobre o direito de greve dos servidores
| públicos, estes devem adotar a norma aplicável aos trabalhadores da iniciativa privada”.
| Este julgamento foi m uito relevante, pois é considerado um marco do posicionamento do
| STF na adoção da teoria concretista nos mandados de injunção, o que significa que o
| Tribunal passou a d e ixa r de ter uma postura passiva, de simplesmente reconhecer a falta
| do iegisiador, para, agora, passar a adotar uma postura eficaz para concretizar os direitos
| dos cidadãos que estão sendo frustrados.
| Gabarito: Letra E.
GABARITO
1. D 3. E 5. E
2. E 4. E
O R G A N IZ A Ç Ã O DOS PO DERES
7 .1 P oder E x e c u tiv o
1 O art. 84 da Constituição possui 2 incisos que merecem destaques no que tange à com-
| petência normativa do Presidente da República.
| O primeiro inciso é o “IV”, que perm ite ao Presidente: “sancionar, prom ulgar e fazer publicar
| as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução”.
| O segundo é o inciso “V I”, que autoriza o Presidente a dispor, mediante decreto, sobre:
§ “a organização e funcionam ento da administração federal, quando não implicar aumento
1 de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; e a extinção de funções ou
| cargos públicos, quando vagos”.
| O inciso IV traz então duas possibilidades de decreto: o decreto de execução, quando
| impõe a prática de um ato concreto, como uma nomeação etc.; e o decreto regulam entar
| quando é, na verdade, um ato normativo para regulamentar uma Iei, porém despido do
i atributo “novidade” que lhe é característico.
| O inciso VI traz um terceiro tipo, que é o Decreto Autônomo, pois é uma norma que
| retira seu fundam ento diretam ente da Constituição, sem que haja uma lei para the dar
| respaldo.
82 DiREITO CONSTITUCIONAL - Questões .comentadas - FGV
í A questão trata basicam ente do segundo decreto do inciso “ SV”, ou seja, do decreto re-
guiamentar, que é o instrumento usado pelo Presidente da República para fazer cumprir
1 as leis. Baseado nisso, vamos analisar as assertivas:
| Letra A - Errada. Decreto não cria direitos e obrigações, quem faz isso é somente a lei;
S o decreto deve observar os limites desta, sem poder inovar no mundo jurídico.
f Letra B - Errada. De forma alguma. O decreto regulamentar é para fazer cumprir as leis
f e não para sanar suas inconstitucionaíidades.
Letra C - Errada. Questão discutível, mas, ao pé da ietra, o regulamento assegura o fiei
cumprimento das leis, não da Constituição, embora possamos entender que esta acaba
\ sendo cumprida de forma indireta.
Letra D - Errada. O regulamento não pode suprir om issões, pois não pode inovar, deve
. ser editado nos limites da lei.
I Letra E - Correta. Perfeita disposição do que tem os visto. O regulamento assegura a fiel
| execução das ieis e não pode inovar.
; Gabarito: Letra E.
A questão retira seu fundamento da Iiteraiidade da Constituição Federal, em seu art. 84,
| XIX. Este dispositivo atribui ao Presidente da República a competência para declarar guerra,
| no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por
| ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas m e sm a s c o n d iç õ e s ,
| d ecretar, to ta l ou p a rcia lm e n te , a m o b iliz a ç ã o n a cio na l.
í Gabarito: Letra E.
7 .2 P oder L e g is la tiv o
ill. Compete privativam ente ao Senado Federal aprovar previamente, por voto secreto, após
arguição pública, a escoiha de Magistrados, nos casos estabelecidos na Constituição,
Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República,
Governador de Território, Presidente e diretores do Banco Centrai, Procurador Gerai
da República e titulares de outros cargos que a lei determinar.
IV. Compete privativam ente ao Senado Federal autorizar operações externas de natureza
financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e
dos Municipios.
Assinale:
| Veja que no inciso Iil nós tem os a regra, ou seja, a arguição em sessão pública. Já no inciso
| IV, temos a exceção, ou seja, a arguição secreta para os “chefes’’ de missão diplomática
| permanente. Note que esta é a única exceção à regra de arguição pública disposta no inciso
| III. A assertiva não pegou a exceção e sim a regra, e dispôs sobre ela de forma correta!
| iV - Correto. A constituição reservou para o Senado- Federai todas as coisas que tratam de
I finanças públicas, como limites de dividas, autorização de operações, avaliação do Siste-
| ma Tributário Nacional. Desta forma, é o Senado, reaimente, o competente para autorizar
jf operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito
| Federal, dos Territórios e dos Municípios, conforme está estabelecido no art. 52, V.
Gabarito: Letra E.
84 DIREITO CONSTiTÜCIONAL - Questões com entadas ~ FGV .
Assinale:
| Gabarito: Letra C.
Gabarito: Letra B.
| A questão poderia ser resolvida de duas form as. A primeira seria estar ciente dos casos
| em que a Constituição ordena a reunião em sessão conjunta. Basicamente estes casos
| estão no art. 57, § 3.°:
| Porém este parágrafo diz algo que complica a vida do candidato: “além de outros casos
| previstos nesta Constituição” . Ou seja, essas 4 hipóteses formam um rol não exaustivo.
| Sabendo o seu teor, conseguiria apenas elim inar as letras B e D.
| O candidato deveria ainda saber que, segundo o art. 166, os projetos de lei relativos ao
| plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçam ento anual e aos créditos adicio-
I nais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento
sf comum. E, assim, eliminaria a letra A.
f A letra C era mais fácil, já que delegar poderes para que o Presidente faça a lei delegada
| é tarefa do Congresso Nacional, por meio de resolução, nos term os do art. 68, § 2.°.
' Cap. 7 - ORGANIZAÇÃO DOS PODERES .' . W ÊÊÊ
1 Gabarito: Letra E.
I Gabarito: Letra B.
não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tem po, uma vez
comprovada a indispensabilidade do meio de prova.
c) As comissões parlamentares de inquérito podem decretar a indisponibiiidade de
ativos financeiros das pessoas investigadas, por voto da maioria absoiuta de seus
membros.
d) O direito de não se autoíncrim inar não se aplica às com issões parlamentares de
inquérito. Todas as pessoas convocadas devem prestar compromisso de dizer a
verdade aos mem bros da comissão, antes do início do depoimento.
e) As decisões tom adas por maioria absoiuta dos membros das comissões parla
mentares de inquérito não estão sujeitas a controle judicial, em razão do princípio
constitucional da independência dos poderes.
| As CPIs estão previstas no art. 58, § 3.°, da Con stituição. São comissões tem porárias
| criadas para apurar um fato específico que seja de alta relevância nacional. Elas possuem
| poderes de investigação próprios das autoridades judiciais e, após reiteradas jurisprudências
| a respeito dos limites deste poder, podemos estabelecer a seguinte lista:
| CPI pode:
| • Determ inar quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico (telefônico - dados e regis-
| tros, não a interceptação. A decisão sobre a quebra deve ser tomada peia maioria
| da CPI e ser fundam entada, não pode se apoiar em fatos genéricos).
| • C onvocar Ministro de Estado para depor (qualquer comissão pode).
| * Determ inar a condução coercitiva de testem unha que se recuse a comparecer.
| venha, por esta específica razão, a ser preso ou am eaçado de prisão, peios agentes ou
| peías autoridades do Estado3.
í Letra E - Está errado, pois na jurisprudência do STF, sem pre que a CPI extravasar os
| seus poderes ou não se apoiar adequadamente nos requisitos formais de instalação,
| esses atos extravagantes estarão sujeitos a controle jurisdicional.
| Gabarito: Letra A.
7 .3 P r o c e s s o L e g is la tiv o
| A questão tira seu fundam ento do art. 59 da Constituição, que dispõe que
1 Gabarito: Letra D.
3 H C 7 9 .8 1 2 , R e i. M in . C e ls o d e M e l lo , j u lg a m e n t o e m 0 8 . 1 1 . 2 0 0 0 , DJ d e 1 6 .0 2 .2 0 0 1 .
90 DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões com entadas - FGV
A Constituição estabelece que os legitimados para dar início ao processo legislativo das
| “leis ordinárias e compíementares” são os seguintes:
K »Qualquer membro ou Com issão da Câm ara dos Deputados, do Senado Federai ou
| do Congresso Nacional;
| • Presidente da República;
| • Supremo Tribuna! Federal e Tribunais Superiores;
| • Procurador-Geral da República; e
| • Cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.
£ A questão versa sobre este último ponto: os cidadãos, que na forma e nos casos previstos
| na Constituição, poderão tom ar a chamada “iniciativa popular" para propor projetos de leis
| ordinárias e compíementares (somente essas duas).
£ A iniciativa popular existe tanto no âmbito federal quanto no Estadual e Municipal, disposta
| na Constituição Federal da seguinte maneira:
| No âmbito federai: será proposta na Câmara dos Deputados e subscrito por, no mí-
| nimo:
| - 1% do eleitorado nacional;
jf - de pelo menos 5 Estados; e
| - a o menos 0,3% dos eleitores de cada um deles.
ft No âmbito estadual: deverá ser regulada por uma Lei Ordinária; (art. 27, § 4*°).
| No âmbito municipal: será subscrita por no mínimo 5% do eleitorado (art. 29, X lii).
§ Desta forma, a assertiva que corretamente trata da iniciativa popular é a Letra A.
| Nós vimos que, segundo o art. 61 da Constituição, a iniciativa das leis compíementares e
| ordinárias cabe a qualquer membro ou Com issão da Câmara dos Deputados, do Senado
| Federal ou do Congresso Nacionai, ao Presidente da República, ao Suprem o Tribunal
S Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na
!; forma e nos casos previstos nesta Constituição.
' Cap. 7 - ORGANIZAÇÃO DOS PODERES .
| Existe, porém, no art. 61, § 1.°, algumas matérias qu e estão reservadas a uma iniciativa
| privativa do Presidente da República. Assim dispõe a Constituição:
| Gabarito: Letra B.
Assinale:
| Iil - Está correto o item. Proposta a lei no Congresso, ela será apreciada conforme o regi-
| mento interno da Casa. A Casa que receber a proposta deverá iniciar a deliberação, sem
| que se estabeleça um prazo para terminá-la. Porém, o Presidente da República, usando
| a atribuição do art. 64, § 1°, poderá solicitar que um projeto do qual ele tenha tom ada
| a iniciativa seja deliberado em “regime de urgência” . Assim , a deliberação deverá ocorrer
| em 45 dias, sob pena de ficarem sobrestadas todas as demais deliberações legislativas
| da respectiva Casa, com exceção das que tenham prazo constitucional determinado, até
| que a votação termine (CF, art. 64, § 2.°).
I Gabarito: Letra D.
pois pelo Senado Federal, no prazo sucessivo de quarenta e cinco dias. Ultrapassado
tal prazo, ficam sobrestadas as demais deliberações legislativas da respectiva casa,
com exceção das que tenham prazo constitucional determ inado, até que se ultime a
votação. Os prazos de quarenta e cinco dias não correm nos períodos de recesso do
Congresso nacional.
IV. O projeto de lei que tenha sido aprovado nas duas casas legislativas será encaminhado
ao Presidente da Repúbiica para sanção. Se o chefe do Poder Executivo considerar o
projeto inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á, no prazo de quinze
dias úteis, contados da data do recebimento. A Constituição proíbe o veto parcial do
projeto, em razão do risco de desvirtuamento decorrente da supressão de apenas alguns
artigos da iei aprovada. O veto poderá ser derrubado em sessão conjunta das casas
legislativas, pelo voto secreto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores.
Assinale:
| Depois, também expôs de forma correta o mandam ento do art. 60, em seu § 2.°:
i- § 2 ° Se, no caso do § 1°, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não se mani-
■ s' festarem sobre a proposição, cada qual sucessivamente, em até quarenta e cinco dias,
| sobrestar-se-ão todas as demais deliberações legislativas da respectiva Casa, com ex-
g ceção das que tenham prazo constitucional determinado, até que se ultime a votação.
| (■ ■ ■ )
§ 4 ° - Os prazos do § 2.° não correm nos períodos d e recesso do Congresso Na-
;! cional, nem se aplicam aos projetos de código.
I IV - A questão até começo está correta ao dizer: “O projeto de lei que tenha sido aprovado
I nas duas casas legislativas será encaminhado ao Presidente da República para sanção,
í Se o chefe do Poder Executivo considerar o projeto inconstitucional ou contrário ao inte-
| resse publico, vetá-lo-á, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimento",
| já que isso é o que dispõe o art. 66, § 1.°. Poré m, a questão erra ao concluir que a “a
£ Constituição proíbe o veto parcial do projeto”, já que o próprio art. 66, § 1.°, bem como
: o § 2.°, preveem tal possibilidade:
Gabarito: Letra D.
| Essa questão faz alusão ao tema “Cláusulas Pétreas”, que são limitações materiais ao
| poder de reforma da Constituição, ou seja, conteúdos que não podem ser abolidos ou
| restringidos por meio de emendas constitucionais.
| Esses quatro incisos são as cláusulas pétreas expressas na Constituição. Temos também
§ outras que são consideradas implícitas:
| O controle das contas públicas pode se dar por duas formas: mediante Controle Exter-
| no (quando um Poder fiscaliza as contas do outro Poder) e mediante Controle Interno
| (quando o próprio poder institui meios de controles de suas contas). O controle externo
| é exercido pelo Poder Legislativo (Congresso Nacional), ou seja, o Congresso Nacional
I é que fiscaliza as contas dos demais Poderes, e ele faz isso com o auxílio do Tribunal
| de Contas da União (TCU), de acordo com a Constituição, em seu art. 70.
| Discute-se doutrinariam ente se o TCU é órgão integrante ou não do Poder Legisiativo.
| Para concursos, as bancas entendem que o TCU integra o Poder Legislativo, embora não
í esteja subordinado a tal poder, apenas vinculado. Exceção se faz à banca CESPE, que
| não considera o TCU como integrante do Legislativo, constituindo-se em órgão autônomo
| sui generis, tal como o Ministério Público.
| O candidato não pode ir contra a banca e errar uma questão desse tipo; claramente a
| banca estava se referindo ao TCU e é essa a resposta a ser dada.
£ Gabarito: Letra D.
| Como vimos, o tribunal de contas é um órgão que atua de forma vinculada ao poder
§. legislativo em sua função típica fiscalizatória, não é um órgão do poder judiciário, mas
f um órgão administrativo. Assim, segundo a jurisprudência pátria, trata-se de órgão de
r- atividade técnica.
| Gabarito: Letra E.
I Questão bem interessante que nos dá espaço para introduzir alguns conhecimentos. As
; competências do TCU estão relacionadas no a r t 71 da Constituição Federal. Vamos
■ analisar se as assertivas trouxeram ou não tais com petências de forma correta.
| Letra A - Esta competência se insere no âmbito do TCU de acordo com o art. 71, í. É
| importante notar um fato: o TCU apenas aprecia as contas, e emite um parecer em 60
!;• dias. Não cabe ao TCU julgar as contas do Presidente; esse julgam ento será feito pelo
£ Congresso Nacional.
£ Letra B - Também está correta. Agora é o inciso li do art. 70 que nos traz a compe-
í tência. Segundo este inciso, cabe ao TCU não só julgar as contas dos administradores
ü e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e
indireta, mas tam bém aquelas contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou
Ç outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público.
li Letra C - Está correta também. Relaciona-se agora com o inciso 111 do art. 71, e essa é
k uma das competências mais exploradas em certames, pois dá margem a diversas “ pega-
i; dinhas”. É importante então que o candidato tenha bem fixado este conhecimento:
£ O T C U a p re c ia p a ra fin s d e re g is tro :
| Não aprecia:
f Letra D ~ Esse é o gabarito, a assertiva errada. Embora o TCU tenha o nome de “tri-
% bunal” ele não pertence ao Judiciário, está vinculado ao Legislativo. Assim, o TCU é
t um órgão “técnico” e não “jurisdicionaP’ - suas decisões, por conseguinte, são decisões
í administrativas e não judiciais.
Cap. 7 ~ ORGANIZAÇÃO. DOS PODERES:
| Letra E - Essa está correta. Mas nos cumpre tam bém atentar aos detalhes desta com-
| petência encontrada no inciso V do art. 71: O TCU fiscaliza apenas as contas “nacionais"
$ das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta
| ou indireta, nos term os do tratado constitutivo. Assim, as contas internacionais não são
1 apreciadas.
t Gabarito: Letra D.
| Dessa forma, a resposta correta a ser marcada seria "Sistema de Controle Interno de
í forma integrada pelos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário” .
: Gabarito: Letra B.
4 A d a p ta ç ã o s e f e z n e c e s s á r ia p a r a fin s d e se p a r a ç ã o c o rreta d o s te m a s .
m DIREITO CONSTITUCIONAL Questões com entadas - FG V,
| Isso quer dizer que, nos processos que estejam no TCU, é assegurado a ampla defesa e
| o contraditório àquela pessoa que puder ser prejudicada por uma decisão na qual anule
| ou revogue algum ato do quaí ela esteja se beneficiando, mas não se assegura este
| contraditório e ampla defesa quando estiver tratando da apreciação da legalidade do ato
íi de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou pensão.
s
1 Gabarito: Correto,
7 .5 P o d e r J u d ic iá r io
1 Questão que retira seu fundam ento diretam ente da Constituição Federal. A Lei Maior diz
| em seu art. 93 que iei complementar, de iniciativa do Suprem o Tribunal Federal, disporá
| sobre o Estatuto da Magistratura, observados os princípios a serem dispostos no artigo.
I Desta forma, o gabarito da questão é a letra E.
cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade,
bastando possuir notáveí saber jurídico e reputação ilibada.
Assinale:
| Iil - Trata-se de mais uma competência arrolada no art. 102, I, da Constituição, agora
| em sua alínea r. Assim, está correto o item.
| IV - O art. 101 da C onstituição versa sobre a com posição do STF. Segundo este dis-
| positivo, o Suprem o Tribunal Federal com põe-se de onze Ministros, escolhidos dentre
| cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de
| notável saber juríd ico e reputação ilibada. Eles precisam ser cidadãos brasileiros natos
| (CF, art. 12, § 3.°) e não precisa ser ju iz ou ba chare! em direito para ser Ministro do
H STF, basta ser cidadão e te r notório saber jurídico, o qual será avaliado por sabatina
| no Senado, de acordo com o parágrafo único do mesmo art. 101. Assim, o item IV
| também está correto.
I
is Gabarito: Letra E.
Assinale:
a) se somente a afirm ativa I estiver correta.
b) se somente a afirm ativa Eil estiver correta.
c) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
d) se somente as afirmativas I e Iil estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
O item I retira seu fundam ento do art. 102, I, da Constituição. Na relação de compe
li tências expressas no citado dispositivo encontramos na alínea "n” a competência para
processar e julg ar a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou
>. indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos mem bros do tribunal
; de origem estejam im pedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados. Desta forma,
j. está correto o item.
O item II está errado, já que a ação direta de inconstitucionaíidade (ADi) só poderá ser
:: proposta pelos legitimados expressam ente dispostos no art. 103 da Constituição e entre
| eles não se encontra o cidadão.
fi O item II! traz de forma correta uma inovação da EC 45/2004: a repercussão geral do
| recurso extraordinário. A referida emenda acrescentou o § 3.° ao art. 102 e assim dis-
( pôs: “no recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das
§ questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal
‘í examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo peía manifestação de dois
■ terços de seus mem bros” .
| Gabarito: Letra D.
A letra A traz um assunto extremamente relevante, que pode ser encontrado no art.
103-A da Constituição: as súmulas vinculantes. Tais súmulas foram uma inovação da EC
45/2004, e possuem o objetivo de aum entar o poder das decisões proferidas pelo STF.
A assertiva dispõe corretamente sobre o tema, trazendo exatamente o que o referido
artigo nos mostra:
j; Gabarito: Letra B.
| Já o recurso ordinário, ocorre nas hipóteses de julgam entos sem que haja discussão
i legislativa:
| Letra C - Errada. O conflito lei X Constituição é matéria que deve ser apreciada pelo
I STF, o guardião da Constituição, e o STF fará isso mediante recurso extraordinário (CF,
| art. 102, iii, c).
| Letra D - Errada. Antes da EC 45/2004, realmente esta competência pertencia ao STJ,
| mediante recurso e sp e cial Assim , a redação do art. 105, iil, ò, dizia ser o STJ competente
| para decidir o recurso da decisão que julgasse váíida lei ou ato de governo iocai contes-
| tado em face de íei federal. A partir da EC 45, passou-se a entender que no embate “lei
| federal X lei local” estaria ocorrendo um conflito federativo, pois estavam se chocando ieis
| de ordenamentos jurídicos autônomos. Desta forma, caberia ao STF decidir a controvér-
§ sia, continuando no âm bito do STJ apenas o conflito “a to de governo tocai X lei federal",
í enquanto o julgam ento do conflito “ lei locai X lei federal” foi deslocado para o STF.
| Letra E - Agora sim, está correta a letra E. Podemos perceber na Constituição uma
| regra muito im portante em relação ao iitígio com Estado estrangeiro ou Organismo in-
| ternacional:
I Gabarito: Letra E.
| O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) é um órgão do Poder Judiciário que foi criado por
| uma inovação da EC 45/2004. A sua previsão está nos arts. 92, l-A, e 103-B da Cons-
1 tituição Federal. O CNJ é responsável por controlar a atividade administrativa, financeira
I e funcional do Judiciário e a ele são atribuídas diversas competências, conforme o art.
1 103-B da Constituição.
a Dessa forma, a letra A está errada, pois diz que o CNJ “não” é órgão do Judiciário, e
| ainda traz outro erro, ao dizer que a este órgão competirá "apenas” o controle da atuação
| administrativa e financeira desse poder, bem como o controle do cumprimento dos deve-
R res funcionais dos juizes. Está errado, pois o CNJ possui diversas outras competências
| (vide art. 103-B).
104 DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões comentadas - F G V .
| A letra B está correta. O STF é o órgão máxim o do Judiciário, possui uma atuaçao
£ acima de todos os dem ais órgãos deste Poder, não se subm etendo às deliberações
1 do CNJ.
| A letra C erra, pois, em bora o Judiciário tenha autonom ia adm inistrativa e financeira,
| não possui autonom ia norm ativa, devendo propor ao Poder Legislativo que elabore leis
| para diversos assuntos de sua competência, como, por exemplo, a criação e a alte-
| ração do número de mem bros de tribunais, a alteração da organização e da divisão
| judiciárias etc.
í Dispõe o art. 93, VIII, da Constituição Federa! que o ato de remoção, disponibilidade e
| aposentadoria do magistrado, p o r interesse público :
| Assim, erra a letra D ao dizer “maioria sim ples’’, e também ao falar da necessidade de
í revisão obrigatória do Conselho Nacional de Justiça.
§ A letra E está igualmente errada. Os órgãos do Poder Judiciário estão dispostos no art.
Ç 92 da Constituição, e ali encontra-se todo o roí apresentado pela assertiva. O erro da
l questão aparece no dizer: “sendo obrigatório o ingresso de seus. mem bros por meio de
concurso público”. Isso está errado, pois existem alguns casos, com o os dos Ministros do
STF, ou os advogados que ingressam pelo quinto constitucional, em que há investidura
I de membros em tal Poder, sem que necessite de concurso publico.
| Gabarito: Letra B.
f É importante que o candidato tenha atenção, pois algumas disposições sobre o CNJ foram
| recentemente alteradas pela EC 61/2009, ou seja, após a realização do referido concurso.
'% Atualmente, o Conseiho Nacional de Justiça continua sendo com posto por 15 membros,
£ com mandato de 2 anos, admitida uma recondução. Porém, não existe mais a lim itação
| de idade de 66 anos que havia antes. Outra im portante disposição que foi alterada é o
Cap. 7 - ORGANIZAÇÃO DOS'PODERES
fato de que nao é mais qualquer um dos ministros do STF que estará no CNJ, mas deve
ser necessariamente o Presidente do STF, o qua! acabará por presidir tam bém o CNJ.
Assim, temos no CNJ a seguinte composição:
fj Letra C - Está correta esta assertiva, já que o art. 103, § 6.°, da Constituição estabelece
I; que, junto ao Conselho, oficiarão o Procurador-Geral da República e o Presidente do
| Conseiho Federal da. Ordem dos Advogados do Brasil.
!■ Letra D - Mais uma que ficou prejudicada, mas não totalm ente errada. O Presidente
£ do Conselho será o Presidente do STF, e realmente o Ministro do STJ será o Ministro-
| -Corregedor (CF, art. 103-B, § 5.°).
£ Letra E - Esta perm anece correta, já que, de acordo com o art. 103-B, § 5.°, Vi, com-
| pete ao CNJ elaborar sem estralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças
| prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário.
Para regulam entar este dispositivo, em 2006 foi promulgada a Lei 11.418, que acres
centou os arts. 543-A e 543-B ao Código de Processo Civil (CPC). São as seguintes as
principais disposições da iei:
Analisando a questão:
Gabarito: Letra E.
DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões, comentadas - .FGV.
7 .6 F u n ç õ e s e s s e n c ia is à J u s tiç a
Assinale:
| O item I não está correto, pois, embora seja, realmente, uma garantia dos membros do
| Ministério Público a vitaliciedade, após dois anos de exercício (CF, art. 128, § 5.°, I, “a”),
| essa vitaliciedade só será perdida no caso de sentença judicial transitada em julgado,
| não havendo hipótese de perda por decisão do CNMP.
| O item II traz corretamente o conteúdo do art. 128, § 5.°, II, da Constituição, que traz as
| vedações im postas pela Constituição aos mem bros do Ministério Público.
| O item Ifl tam bém está correto. As funções institucionais do Ministério Público estão
| presentes no art. 129 da Constituição. Entre elas, tem os: controle externo da atividade
| policial, .na form a da lei complem entar respectiva (art. 129, VII) e a requisição á polícia
1 judiciária de diligências investigatórias e de instauração de inquérito policiai, indicados os
| fundam entos jurídicos de suas manifestações processuais (art. 129, VIII).
%
I Gabarito: Letra D.
Cáp. 7 - ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
GABARITO
1. E 11. A 21. E
2. E ■ 12. B 22. E
3. E 1-3. D 23. D
4. C 14. D 24. B
5. B 15. A 25. E
6. B 16. D 26. B
7. E 17. E 27. A
8. B 18. D 28. E
9. A 19. B 29. D
| O inciso X XXV do art. 5.° nos mostra o chamado “p rincípio da inafastabilidade do Judiciário”
| segundo o qual quaíquer cidadão pode acionar diretamente o Poder Judiciário, para que
| este proteja um direito seu que esteja sendo lesado ou ameaçado de ser lesado, e isso
| independentemente, em regra, de ter tom ado outras medidas anteriores.
| Sabemos que o controle de constitucionalidade se faz por meio de duas vias: a concen-
| trada e a difusa.
| • O controle difuso, tam bém cham ado de controle do caso concreto, ocorre quando
| tenta-se no curso de um processo judicial (caso concreto) argum entar que certa
| norma está causando efeitos indevidos, e isso porque é contrária aos preceitos
| constitucionais. Assim , a pessoa que acha que a norma é inconstitucional não pede
| diretam ente que o ju iz declare a norma como inválida, mas sim, que resolva o seu
| problema concreto. Diz-se que a declaração de inconstitucionaíidade da norma é
| apenas um meio para resolver a controvérsia, um “acidente” no caminho, dai ser
| chamado tam bém de um controle incidental. A discussão da constitucionalidade no
| controle difuso pode se dar com a impetração de qualquer ação, até mesmo ação
| civil pública ou mandado de segurança. Dizemos que este controle é difuso, pois
| ele não possui um órgão específico para seu controle, estando sua competência
| difundida para os diversos órgãos do Poder Judiciário.
® • O controle concentrado, diferentemente do difuso, é feito diretamente no órgão res-
| ponsável por guardar a Constituição, o STF (em se tratando de Controle Federal),
| ou o TJ (em se tratando de Controle Estadual). Somente estes 2 órgãos fazem
| controle concentrado, que é realizado apenas pelas 3 ações específicas: Ação Direta
112 DiREiTO CONSTITUCIONAL - Questões com entadas FGV
| A via de exceção é se faz por meio de uma defesa no caso concreto, recursos etc. Assim,
| ela é típica do controle difuso (controle realizado pelos diversos órgãos do Poder Judiciário),
| em que se analisa dentro do caso concreto o chamado “incidente de inconstitucionaíidade”,
8 ou seja, faz-se a análise da constitucionalidade da norma para que se alcance o resultado
| principal, que é a resolução do caso concreto. O controle de constitucionalidade é mero
| incidente, o meio para se chegar à decisão do caso, não sendo o pedido p rin cip a l
S Gabarito: Letra A.
| As ações do controfe direto ADi, ADC e ADPF também se diferenciam sobre quais normas
| podem veicula r
ft Gabarito: Letra C.
DIREITO CONSTITUCIONAL ~ Questões comentadas - FGV
| Importante tam bém é destacar que estes legitimados para propor AD(N, ADE CON e ADPF
| podem ser divididos em 2 grupos: os legitimados universais (aqueies que não precisam
|) demonstrar pertinência tem ática) e os Legitim ados Especiais {aqueles que precisam de-
monstrar pertinência temática).
| Os universais são:
| 1 -0 Presidente da Repúbiica:
§ 2 -0 PGR;
| 3 - 0 Conselho Federai da OAB;
| 4 - Partido político com representação no CN;
| 5 - A Mesa de qualquer das Casas Legislativas.
t Os especiais são:
| 6 - A Mesa de Assembleia Legislativa Estadual ou Câm ara Legislativa do DF;
Cap. 8 - CONTROLE. DE CONSTtTUCiÒNALIDADÊ
ü
| 7 -0 Governador de Estado/DF;
| 8 - Confederação sindical ou entidade de classe de âm bito nacional.
| Gabarito: Letra C.
£ Gabarito: Letra C.
| A questão acerta ao colocar a expressão “em regra", pois se dispensa o envio do feito ao
| pleno ou OE quando já existir decisão sobre o tema proferida anteriormente pelo próprio
| OE, pelo pleno ou pelo STF
| Não está relacionada com a assertiva, mas é oportuno ainda que citemos a Súmula
p Vinculante 10, para fins de conhecimento:
| Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário
| de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionaíidade de lei ou
| ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.
I que entenda ser flagrantem ente inconstitucional, até que a questão seja apreciada pelo
| Poder Judiciário.
| O Legislativo tam bém faz controle repressivo, isso pode o c o r r e r basicamente em duas
| hipóteses. A primeira hipótese é a definida no art. 49, V, da Constituição: “Compete ao
| Congresso Nacional sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
| regulam entar ou dos limites de delegação legislativa” . A segunda hipótese de controle de
g constitucionalidade repressivo por parte do Legislativo ocorre quando o Congresso, por
| meio de uma comissão mista, aprecia se a medida provisória observou os seus pressu-
| postos constitucionais de relevância e urgência.
|| O controle repressivo pelo Judiciário é a hipótese mais ampla, que ocorre peias vias
| concentrada e difusa.
| Letra E - Sabemos que o Senado tem a prerrogativa atribuída a ele pelo art. 52, X,
|| da Constituição para “suspender” a execução da norma declarada inconstitucional pelo
| STF no controie difuso. Ou seja, sendo a decisão dò STF, em sede de controle difuso,
| proferida com eficácia apenas “inter partes" (entre as partes do litígio), poderá o tribuna!
0 rem eter o feito ao Senado para que este suspenda a execução da norma com eficácia
| “erga om nes” (para todos). Em que pese discussão doutrinária sobre o fato de ser essa
| eficácia retroativa ou não retroativa, entendemos (assim como também entendeu a FGV)
1 que devem os considerá-ia como não retroativa, pois se trata de uma “suspensão”. Desta
| forma, a questão erra ao dizer que seria "ex-tunc", já que deveria ter tido “ex-nunc”.
I Gabarito: Letra B.
J A arguição de descum prim ento de preceito fundam ental é uma inovação da Constituição
de 1988. Atualmente, sua regulam entação é feita pela Lei 9.882/1999 e tam bém conta
: com diversas jurisprudências a respeito. Uma das grandes dificuldades da ADPF é que
DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões com entadas - FGV
| até hoje não se definiu pacificamente o que seria “preceito fundam entai”, mas isso não
| impede o seu uso, que vem sendo bastante relevante nos últimos tempos. Analisem os
| cada um dos itens:
| I - Correto. Trata-se de disposição literai da Lei 9.882/1999 em seu art. 2.°, I.
| II - Errado. Isso contraria disposição expressa da Lei 9.882/1999, que dispõe em seu
| art. 1.°, parágrafo único, I, que caberá também a rguição de descumprim ento de preceito
| fundamental quando fo r relevante o fundam ento da controvérsia constitucional sobre lei ou
| ato normativo federai, estadual ou municipal, íncluídos os anteriores à Constituição.
| III - Errado. Diz-se que a ADPF é uma ação subsidiária ou residual, já que é o último
| remédio a ser usado contra uma lesividade, sendo admitida somente no caso de não haver
| qualquer outro meio juridicam ente eficaz de se sanar o problema, isto é fundam entado
B pelo art. 4.°, § 1.°, da Lei 9.882/1999 e pelas j urisprudências do Supremo.
í; IV - Correto. Conform e já havíamos frisado, tem os que:
| Gabarito: Letra C.
| Por simetria federativa, as disposições que valem para o controle federa! valerão para o
controle estadual, mas de forma simétrica.
Cap. 8 - CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
| Uma ADC estadual, por exemplo, poderá veicular apenas normas estaduais, e uma ADi
| estadual poderá veicular norm as estaduais e municipais.
|j As letras A e B tratam de ofensas que a iei municipal promove contra dispositivo que se
I encontra tanto da Constituição Federal quanto na Constituição Estadual (dispositivos de
| reprodução obrigatória). Não existe possibilidade de ser impetrada uma ADI no STF para
| impugnar lei municipai, pois a ADI federal só pode veicular ieis federais e estaduais. Desta
| forma, para se fazer um controle direto pòr meio de ADI tendo por objeto uma norma
1= municipai, esse controle deve ser feito perante o TJ.
| Havendo um controle abstrato de constitucionalidade perante o TJ, em regra ele é definitivo.
| Porém, admite-se que, em se tratando de uma norma de “reprodução obrigatória", caso o
| TJ decida por não declarar a inconstitucionaíidade da norma, poderá o impetrante ajuizar
| um Recurso Extraordinário (R.Ex.) ao STF, sendo que será um caso de R.Ex. em que o
| STF analisará a norma em abstrato e não em concreto, como é a regra.
§ A letra A, então, está correta, já que o controle direto deve ser ajuizado no TJ.
| A letra B está errada, já que não se pode ajuizar ADI de iei municipal no STF, embora
| fosse admitido um R.Ex. após a decisão proferida pelo TJ.
| Letra C - Errada. O controie de constitucionalidade de uma lei municipal perante a Cons-
8 tituição Federal poderá acontecer de duas formas: mediante controle difuso ou mediante
S ADPF
$
g Letra D - Errada. A ação originária só poderá ser proposta no TJ.
I Letra E - Errada. Como vim os, pode ser o difuso ou concentrado por ADPF.
íf
I Gabarito: Letra A.
GABARITO
1. C 4. C 7. C
2. A 5. C 8. A
3. C 6. B
S I S T E M A T R IB U T Á R IO N A C IO N A L
ií Gabarito: Letra D.
| As limitações ao poder de tributar encontram -se dispostas nos arts. 150 ao 152 da Cons-
| tituição Federal. Muitas delas são consideradas garantias individuais do cidadão para que
| este não sofra abusos do Estado na sua tributação. Assim, são protegidas inclusive de
[f serem retiradas da Constituição por em endas constitucionais, já que são consideradas
§ pelo STF como cláusulas pétreas.
| A letra A fala do princípio da isonomia tributária (CF, art. 150, II). Esta faceta da isonomia
fl é importantíssima, pois confere uma não discriminação. A assertiva está correta! Traz uma
| limitação ao poder de tributar.
m DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões comentadas ~ FGV
1 A letra B tam bém traz uma limitação ao poder de tributar, e está correta. Trata-se do
| princípio da irretroatividade da iei tributária, que protege o contribuinte de sofrer tributação
| de forma retroativa, respaldando uma segurança jurídica (CF, art. 150, III, a).
| O princípio do “não confisco” , previsto no art. 150, IV, da Constituição, tam bém é impor-
| tante garantia que o cidadão possui de não te r o seu patrim ônio absorvido pela tributação
| em grau maior do que ele mesmo possa fruír. Segundo a doutrina, para se verificar se o
jf tributo está sendo usado ou não como forma de confisco, a identificação deve ser feita
| em função da totalidade da carga tributária, verificando a capacidade de o contribuinte,
| de uma forma geral, suportar a incidência dos tributos instituídos por uma mesma pessoa
| política. A letra C está correta.
| A letra D trata da imunidade religiosa, prevista no art. 150, VI, b, que impede a instituição
$ de impostos sobre tem plos de quaíquer culto, sendo uma limitação ao poder de tributar.
| Assertiva correta.
| A letra E é o gabarito da questão. As medidas provisórias são perfeitamente válidas
iípara instituir ou m ajorar tributos, não sendo assim uma limitação ao poder de tributar. A
I limitação que a Constituição traz é somente a de que se a medida provisória im plicar em
£ instituição ou majoração de impostos (só os impostos, não se aplica aos demais tributos),
só poderá produzir efeitos no exercício seguinte se fo r convertida em lei até o último dia
| daquele exercício em que foi editada, não se aplicando esta íímitação aos impostos de
I importação, exportação, iPI, 10F e extraordinário de guerra (CF, art. 62 § 2.°).
| Gabarito: Letra E.
| Questão simples e típica de concursos, ou seja, traz diversas assertivas com nomes
| difíceis para confundir o candidato, mas a resposta é simples e direta. O princípio que é
| expressamente previsto para o sistema tributário no texto constitucional é o da isonomia
| tributária, que já esteve presente na questão anterior, sendo essencial ao Estado Demo-
| crático de Direito, já que impede a ocorrência de discriminações.
li Gabarito: Letra B.
1; Gabarito: Correto.
1 A d a p t a ç ã o s e f e z n e c e s s á r ia p ara f in s d e se p a r a ç ã o c o rreta d o s te m a s .
Cap. 9 - SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
| A não cumulatividade é uma característica dos tributos que incidem sobre produtos e
| mercadorias que “circulam ” , ou seja, passam de um contribuinte para outro. Ser não
| cumulativo significa que o im posto não irá se acum ular como uma “bola de neve", pois
| o adquirente poderá se com pensar daquele imposto que já foi pago.
| Assim, a Constituição estabelece em seu art. 153, § 3.°, II, que o IPi: será não cumula-
| tivo, compensando-se o que fo r devido em cada operação com o montante cobrado nas
| anteriores.
| Da mesma form a ocorre com o ICMS, segundo o art. 155, § 2.°, o ICMS: será não
| cumulativo, com pensando-se o que fo r devido em cada operação relativa à circulação
p de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo
| mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal.
| Com o funciona isso?
| Imagine uma “fábrica de sapatos" que venda o “Sapato X” com o valor de 100 reais e
| um ICMS de 20%. O ICMS de 20% gera 20 reais de imposto. Quando a “loja de sapa-
| tos” com prar o “Sapato X" da fábrica para revender, esses 20 reais que já foram pagos
| poderão ser aproveitados.
| Agora imagine que a “loja de sapatos" venda o mesm o “Sapato X" que comprou da fabrica
1 para uma pessoa, agora por 150 reais. Como o ICMS é de 20%, irá gerar 30 reais de
| imposto. Porém, a loja pode aproveitar os 20 reais que já foram pagos anteriormente, e
| recolherá apenas 10 reais (30 reais do imposto da venda - 20 reais do imposto que já
| tinha sido pago).
2 Id e m .
3 R E 3 7 2 . 6 4 5 A g R /S P ~ S ã o P a u lo - M in . C a r m e m L ú c ia - J u lg a m e n to : 2 0 .1 0 . 2 0 0 9 .
4 A I 6 6 3 . 7 4 7 A g R /S P - S ã o P a u lo - M in . J o a q u im B a r b o s a - J u lg a m e n to : 0 6 .0 4 . 2 0 1 0 .
DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões com entadas - FGV
Guadro-resumo:
Obrigatória Obrigatória
Obrigatória Facultativa
!■ Gabarito: Letra A.
| A Constituição Federai estabelece, nos arts. 150 a 152, as chamadas “limitações ao poder de
| tributar”. Entre essas limitações, duas merecem destaque: a anterioridade e a noventena.
| Anterioridade é a vedação imposta à União, aos Estados, ao Distrito Federai e aos Mu-
| nicípios para cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada
£ a lei que os instituiu ou aumentou.
I Noventena é a vedação igualmente imposta à União, aos Estados, ao Distrito Federal e
| aos Municípios para cobrar tributos antes de decorridos noventa dias da data em que
| tenha sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou.
í A anterioridade e a noventena não são excludentes; em regra, elas devem ser observadas
| em conjunto. Assim, para que um tributo possa ser instituído ou majorado, necessita-
| -se que a lei tenha sido publicada no exercício anterior ao qual se pretende com eçar a
| cobrá-lo (princípio da anterioridade) e esta lei também só terá eficácia 90 dias após a
| sua instituição (noventena).
| Como dissemos, a observância conjunta é a regra, mas existem exceções à anterioridade
| e à noventena.
| a) E x c e ç õ e s à a n te rio rid a d e :
c 1. Tributos de motivos imprevisíveis: Empréstimo Com pulsório (apenas no caso de
| calamidade ou guerra externa) e o Imposto Extraordinário de Guerra (IEG);
Cap. 9 - SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
| b ) E x c e ç õ e s à n o v e n te n a :
| Doutrinariamente, então, diz-se que os tributos podem estar sujeitos a três tipos de an
il teriorídade:
%
| 1 - a n te rio r id a d e m á x im a o u c h e ia : quando está sujeito tanto à anterioridade anual
S quanto à noventena;
| 2 - a n te rio r id a d e m é d ia : quando está sujeito apenas à anterioridade anual;
| 3 - a n te rio r id a d e m ín im a : quando o tributo está sujeito apenas à anterioridade no-
| nagesímal (ou noventena).
| A questão quer que o candidato relacione qual dessas três anteríoridades é aplicável à
| majoração de alíquota do IPTU, a qual não se enquadra em nenhuma exceção (diferente-
| mente do que ocorre para a base de cálculo deste imposto). Logo, como não é exceção
| nem à anterioridade nem à noventena, dizemos que se sujeita à anterioridade máxima,
| já que deve observar conjuntam ente as duas limitações.
1 Gabarito: Letra A.
GABARITO
1. D 5. Correto
2. E 6. A
3. B 7. A
4. Correto
F I N A N Ç A S P Ú B L IC A S
| A Constituição estabelece, em seu art. 167, V, que é vedada a abertura de crédito su-
| plementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos
| correspondentes. Assim, os créditos suplementares ou especiais são abertos por um
I decreto presidencial, mas para isso precisam estar previamente autorizados por lei, seja
| ela autônoma, promulgada para este fim específico, ou por meio de uma autorização que
|f estava presente de form a prévia na lei orçam entária anual.
| Acontece que, em se tratando de “créditos extraordinários” não há tempo suficiente para
I se elaborar uma lei, e, por serem imprevisíveis, não há porque estarem previamente
| autorizados na LOA. O que fazer? Deve-se, então, abrir tais créditos diretam ente por
| medida provisória, que é ato do P oder Executivo (o responsável por “administrar os cré-
| ditos” ) e que possui força de lei. Assim, os créditos extraordinários diferenciam -se dos
| dem ais créditos adicionais, já que, ao invés de serem abertos por decreto, são abertos
I por medida provisória.
í Gabarito: Letra C.
■ DiREITO CONSTITUCIONAL - àu e stõ é s com entadas - . FGV V
| Com o vimos, os créditos que dão respaído à realização de despesas devem estar previstos
| na lei orçamentária anual (LOA), porém, há a possibilidade de abertura de novos créditos,
| os chamados créditos adicionais, que podem ser de três tipos: suplementares (quando
| forem reforçar uma dotação já prevista na LOA), especiais (quando forem criar crédito
| para despesa sem dotação prévia na LOA) ou extraordinários (para eventos im previsíveis
e urgentes como guerras e calamidades).
| Os créditos extraordinários são os únicos que não dependem de lei prévia para sua abertura,
i; já que são abertos diretamente por uma medida provisória e, devido à urgência da sua aber-
| tura, não se precisa também indicar qual a fonte dos recursos que lhe dará respaldo.
s Gabarito: Letra A.
| O relatório resumido de execução orçam entária deve ser elaborado por todos os poderes
1 e o Ministério Público, bimestralmente, contendo o balanço orçam entário e o demonstrativo
£ da execução de receitas e despesas pelo poder.
| O art. 165, § 3.°, da Constituição ordena que o P oder Executivo publique tal relatório em
| até 30 dias após o encerram ento de cada bimestre.
I* Gabarito: Letra D.
£ O art. 167 da Constituição traz uma extensa relação de proibições no que tange a matérias
|í financeiras e orçamentárias. Entre essas vedações, encontram os no inciso IV o princípio
| da “não afetação da receita dos impostos” (ou “ não vinculação”).
. Cap. 10 - FINANÇAS PÚBLICAS'
Dessa forma, dizemos que os impostos são espécies de tributos que possuem “receita
não vinculada”, ou seja, a aplicação da receita proveniente dos impostos ocorre de forma
“genérica", sendo proibido que se dê uma destinação específica a eia. Diz-se que a receita
dos impostos irá custear os serviços gerais da sociedade.
O próprio art. 167, IV, porém, traz algum as exceções, ou seja, casos nos quais poderá
haver vinculação específica da receita dos impostos. As exceções são as seguintes:
Gabarito: Letra E.
GABARITO
1. c 3. D
^t
LU
2. A
ORDEM E C O N O M IC A E
F IN A N C E IR A E O R D E M S O C IA L
| Segundo o art. 174 da Constituição, o Estado atuará como agente normativo e regulador
| da atividade econômica, e exercerá, na forma da lei, as funções de:
| • Fiscalização:
p ■ incentivo; e
| « Planejamento, sendo este:
g O item III está iguaimente correto. O solo não se confunde com os recursos que ali estão.
é com pletamente legítimo que o solo pertença a uma pessoa e os recursos pertençam à
| União (CF, art. 176). Porém, lembramos que a Constituição garante que este proprietário
l do solo tenha uma participação nos resultados (C R art. 176, § 2.°}.
■ •í Gabarito: Letra E.
| Segundo o art. 174 da Constituição, o Estado atuará (normalm ente) como agente nor-
| mativo e regulador da atividade econômica. E poderá ainda (excepcionalm ente) explorar
% diretamente a atividade econômica, mas essa exploração de atividade econômica está
II condicionada a um requisito: deve ser necessária aos imperativos da segurança nacional
I ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei (CF, art. 173).
| Desta forma, erra o item I, que colocou a atividade econômica exercida pelo Estado da
§ mesma forma que iniciativa privada.
I O item II está correto. Vim os que o Estado pode explorar atividade econômica se esta
p for necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo,
| conforme definidos em lei. Para explorar essa atividade econômica, o Estado então irá
| instituir uma empresa pública ou uma sociedade de econom ia mista. As em presas públi-
| cas e sociedades de economia mista não são instituídas necessariamente para explorar
| atividade econômica, elas podem ser prestadoras de serviços públicos. Porém, caso
£ sejam exploradoras de atividade econômica, a Constituição estabelece que elas não
| podem ser favorecidas em relação às demais empresas privadas, pois isso iria contrariar
| a livre concorrência. Assim, então, dispõe o art. 173, § 2.°: “as empresas públicas e as
5 sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos
| às do setor privado” .
| O item III, por sua vez, está incorreto. O art. 176 da Constituição, em seu § 1.°, dispõe
| que a lei deve estabelecer o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de eco-
I’ nomia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou
I comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:
Cap. 1 1 - ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA E; ÒftDEM SÒCiAL
| Daí tiram os que realm ente os trabalhadores das EP e SEM são celetistas, já que essas
empresas devem observar o regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive
I! quanto às obrigações trabalhistas. O erro da questão vem depois, quando diz: “sendo
| dispensável a realização de concurso público para contratação de pessoai". O concurso
| púbiico não é dispensável, pois, embora as empresas estejam sujeitas às obrigações da
a CLT, o a r t 37 da Constituição dispõe, em seu inciso I!, que a investidura em cargo ou
| emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de
f provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na
| forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em
| lei de livre nomeação e exoneração.
| O item IV está correto. Ao analisarm os o item anterior, vimos que esta é a disposição
| que nos traz o art. 176, § 1.°, I V, da Constituição.
| Gabarito: Letra C.
I - soberania nacional;
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
IV - livre concorrência;
V - defesa do consumidor;
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme
o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e
prestação;
VII - redução das desigualdades regionais e sociais;
VIII ~ busca do pleno emprego;
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as
leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.
j. Assim, a letra A está correta, pois trouxe uma relaçao que contempla os 9 princípios
gerais da atividade econômica.
í A letra B está errada. Realmente a função social da propriedade encontra-se no art.
i 5.°, mas no inciso XXIII. O erro da questão, no e ntanto, é dizer que isso reflete a face
i “neoliberal" da Constituição. Isso não tem relação. A Constituição foi elaborada em um
í; modelo capitalista, tem cunho tipicamente capitalista e o liberalismo econômico estaria
^ assentado nos princípios da livre concorrência e livre iniciativa.
v A letra C está errada, pois, como já foi visto, o art. 174 da Constituição traz o mandam ento
pelo qual o Estado atuará como agente normativo e regulador da atividade econômica,
| e exercerá, na form a da lei - não precisa ser lei complem entar as funções de fis c a -
| lízação, incentivo e planejamento.
I A letra D tam bém está errada ao dizer “interesse coletivo das minorias”; o correto seria
í dizer “necessária aos imperativos da segurança naciona! ou a relevante interesse coletivo,
| conforme definidos em lei” (CF, art. 173).
| A letra E está errada pelo fato de que, para não contrariar a livre concorrência, as em-
| presas públicas e as sociedades de economia mista n ã o poderão gozar de privilégios
| fiscais não extensivos ás do setor privado (CF, art. 173, § 2.°), não existindo a frase: “na
| hipótese de abuso do poder econômico por parte destas” .
£ Gabarito: Letra A.
| A Setra A está correta, pois tra z o teor da Súmula 646 do STF: “Ofende o princípio da
| livre concorrência a lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais
| do mesmo ramo em determ inada área”.
I A Letra B também está correta. Nas paiavras do STF, “se, por um lado, a publicação e
| distribuição de listas ou catálogos telefônicos constituía um ônus das concessionárias de
| serviço de telefonia - que podem cumpri-lo com ou sem a veiculação de publicidade - não
| se pode dizer que estas tinham exclusividade para fazê-io"1. Sendo assim, o art. 2.° da
| Lei 6.874/1980, que conferia essa exclusividade, era inconstitucional - tendo em vista a
1 Carta de 1969 na medida em que institui reserva de mercado para a comercialização
| das listas telefônicas em favor das empresas concessionárias.
| A letra C tam bém está correta e trata de jurisprudência sumulada, agora na Súmula 645
| do STF: “ É com petente o M unicípio para fixar horário de funcionamento de estabeieci-
I mento com ercial” .
14
% A Setra D é correta. Como vim os, os princípios gerais da atividade econômica estao
| dispostos em um rol no art. 170 da Constituição. Entre estes princípios encontramos a
| defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto
| ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação. Dou-
| trinariamente, entende-se que esse meio ambiente deve ser entendido de forma ampla
| {lato sensu ), englobando não só o meio ambiente naturai, mas também o meio ambiente
1 do trabalho, o cultura! e o artificial.
| A letra E é o gabarito da questão. É incabível dizer que é inconstitucional iei que asse-
| gura gratuidade dos transportes públicos urbanos aos que têm mais de 65 anos, já que
íf a própria Constituição Federai, em seu art. 230, § 2.°, dispõe que aos maiores de 65
| anos é garantida a gratuidade dos transportes coletivos urbanos.
K
8
Gabarito: Letra E.
1 R E 1 5 8 .6 7 6 /M G - M in a s G e r a is - R e la to r (a ): M in . O c ta v io G a llo ttí - R e la to r (a ) p / a có r d ã o :
M in . S e p ú lv e d a P e r t e n c e - J u lg a m e n to : 1 4 .0 8 .2 0 0 7 .
2 A d a p ta ç ã o s e f e z n e c e s s á r ia p ara f in s d e s e p a r a ç ã o c o rreta d o s te m a s.
:;DIRÉÍTÒ:% Ò N S T ÍfÜ C IÕ N ^ ''^ i:'ÓÍiésfõss;-'OTrneniíadas:;“
| Desta forma, erra a questão ao dizer que a função social está definida igualmente para
| a propriedade urbana e para a rural.
I Gabarito: Errado.
| Segundo o art. 195 da Constituição Federal, a seguridade social - que é o conjunto formado
| por Previdência Social, Assistência Social e Saúde - será financiada por toda a sociedade,
S de forma direta e indireta, nos termos da iei. Esse financiamento ocorre mediante recursos
| provenientes dos orçamentos de todos os entes da federação (União, Estados, Distrito
fí Federa! e Municípios), e também por meio de quatro “classes” de contribuições sociais:
I
| 1.a Contribuição do Empregador (e da empresa ou da entidade a ela equiparada na
£ forma da lei) - serão as incidentes sobre:
I Obs. - Não incide esta contribuição sobre a aposentadoria e a pensão concedidas pelo
| regime gerai de previdência sociai.
% Gabarito: Letra B.
- ORDEM ECONÔMICA E F iN À N C E II^ ^
GABARITO
1. E 3. A . 5. Errado
2. C ■ 4. E 6. B
B IB L IO G R A F IA
M O R E I R A , E d u a rd o R ib e ir o . Neoconstitucionalismo: a in v a s ã o d a C o n s titu iç ã o . S ã o
P a u lo : M é to d o , 2 0 0 8 .
DIRElfO CONSTITUCIONAL - ; Q u e s tõ e s c o m e n ta d a s ~ FGV •.
M O T T A , S y l v io . Direito constitucional: te o r ia , j u r is p r u d ê n c ia e 1 0 0 0 q u e s tõ e s . 1 8 . ed .
R io d e Ja n eiro: C a m p u s, 2 0 0 6 .