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Q UESTÕ ES
C O M EN TA D A S

Vítor Cruz

C o o rde na ção
Vicente Paulo
Marcelo Ale xandrino

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E D . I TO R A
M ETODO Vicente
Marcelo

S Ã O PAULO
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© EDiTORA MÉTODO !
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Capa: Rafael M olotievschi
Coordenador Editorial: Leandro C adenas Prado

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTE


SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS. RJ.

C965d

Cruz, Vítor, 1948-


Direito constitucional, FG V : questões comentadas e organizadas por assunto / Vítor
Cruz ; coordenação {da série] Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino. - Rio de Janeiro:
Forense; São Paulo : MÉTODO, 2010.
(Questões comentadas)

Inciui bibliografia
ISBN 978-85-309-3375-3

1. Direito constitucional. 2. Direito constitucional - Problemas, questões, exercícios. 3.


Serviço público - Brasil - Concursos. I. Fundação Getulio Vargas. II. Tituio. iíi. Série.

10-5583. CDU: 342(81)

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Impresso no Brasil
Printed in Brazil
2011
NOTA D O AUTOR

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é o p r in c ip a l p a s s o n o e s t u d o p a r a c o n c u r s o s p ú b l ic o s . M a is im p o r ta n te d o q u e
s im p le s m e n t e r e s o l v e r q u e s t õ e s é t ê - la s c o m e n t a d a s , j á q u e a s s i m o le it o r c o n s e ­
g u ir á id e n t ific a r c o m e x a t id ã o o s e r r o s e a c e r t o s , a lé m d e a d q u ir ir c o n h e c im e n t o s
a d i c io n a i s s o b r e o t e m a q u e p o d e m s e r a l v o d e o u t r o s q u e s t io n a m e n t o s f u tu r a m e n te .
T u d o is s o é a in d a m a is im p o r ta n t e q u a n d o tr a ta m o s d à b a n c a o r g a n iz a d o r a F u n d a ç ã o
G e t u lio V a r g a s - FG V - j á q u e e s t a p o s s u i u m a r e c o n h e c id a “ s in g u la r id a d e ” n a
a b o r d a g e m d e c e r t o s a s s u n to s .

E s ta o b r a , e n tã o , n a s c e c o m o o b j e t iv o d e p r e p a r a r o c a n d id a to p a r a p e n s a r
c o n f o r m e a b a n c a , e n r a iz a r o c o n h e c im e n t o a d q u ir id o e , p o r q u e n ã o , a d q u ir ir
n o v o s c o n h e c im e n t o s q u e s e r ã o e x p o s t o s n o s c o m e n tá r io s .
S U M Á R IO

1 - T e o r ia d a C o n s t it u iç ã o e n o r m a s c o n s t it u c i o n a i s ........................................... 9

2 - P r in c íp io s f u n d a m e n t a is ..................... ................................................................. 21

3 - D ir e it o s e d e v e r e s in d iv id u a is e c o l e t i v o s ....................................................... 27

4 - D ir e it o s s o c i a i s , n a c io n a lid a d e , d ir e ito s p o l ít ic o s e p a r tid o s p o l í t i c o s ...... 51

5 - O r g a n iz a ç ã o d o E s t a d o ....................................................................................... 59

5 .1 O r g a n iz a ç ã o p o lí t ic o - a d m in is t r a t iv a ........................................................... 59

5 . 2 I n t e r v e n ç ã o , E s t a d o d e D e f e s a e E s ta d o d e S í t i o .................................... 68

6 - A d m in is t r a ç ã o p ú b l i c a ......................................................................................... 75

7 - O r g a n iz a ç ã o d o s P o d e r e s .................................................................................... 81

7 .1 P o d e r E x e c u t i v o ............................................................................................. 81

7 . 2 P o d e r L e g i s l a t i v o .......................................................................................... 82

7 .3 P r o c e s s o L e g i s l a t i v o ..................................................................................... 89

7 . 4 F is c a liz a ç ã o c o n t á b il, f in a n c e ir a e o r ç a m e n t á r ia .................................... 95

7 . 5 P o d e r J u d ic iá r io .,................... ........................................................................ 98

7 . 6 F u n ç õ e s e s s e n c ia i s à J u s t i ç a ....................................................................... 1 0 8

8 — C o n tr o le d e c o n s t it u c i o n a li d a d e ......................................................................... 111

9 - S is t e m a T r ib u tá r io N a c i o n a l ............................................................................... 121

1 0 - F i n a n ç a s p ú b l i c a s .......................................... ?..................................................... 1 2 7

11 - O r d e m e c o n ô m ic a e f i n a n c e ir a e o r d e m s o c i a l ............................................. 131

B i b l i o g r a f i a ..................................................................................................................... 1 3 9
T E O R IA D A C O N S T IT U IÇ Ã O
E N O R M A S C O N S T IT U C IO N A IS

ü (FGV/Fisca! - SEFAZ-MS/2006) A respeito da “mutação constitucional”, é


correto afirmar que:
a) é a alteração da Constituição por meio de emendas.
b) é o mesmo que revisão constitucional.
c) são as alterações informais feitas na substância da Constituição, especialmente
por meio da interpretação judicial.
d) não tem iugar em nosso sistema jurídico, em razão de a Carta Política ser escrita
e rígida.
e) só ocorre por meio do poder constituinte originário.

| Tema atual e de grande relevância, a mutação constitucional é uma das formas de se


lí mudar o texto da Constituição. Antes de adentrarmos especificamente nesta espécie de
g alteração, iremos expor uma visão geral do assunto.
| A Constituição tem a sua origem na vontade do povo, que é o titular do chamado “Poder
| Constituinte Originário” (PCO), que nada mais é do que o poder de fazer surgir uma
| Constituição. Este PCO, de acordo com o positivismo aceito no Brasil, é um poder inicial,
| ilimitado e incondicionado.
% A Constituição que se origina do exercício do PCO não pode ser estática, ela deve se
I adequar a realidade social e, assim, ser alterada à medida que as mudanças decorrentes
| do dinamismo da sociedade exigirem. Desta forma, surgem outros poderes que derivam
| do PCO, os poderes constituintes derivados. Entre as espécies do poder constituinte
| derivado, três delas tem o poder de alterar o texto constitucional:

l 1 - Poder Constituinte Derivado Reformador - É o poder de fazer emendas cons-


| titucionais. Trata-se da reforma da Constituição, ou seja, a alteração formal de
J seu texto. Diz-se “formal”, pois altera-se efetivamente a forma, aquilo que está
| escrito. Ta! poder tem respaldo no art. 60 da Constituição.
| 2 - Poder Constituinte Derivado Revisor - É*o poder que havia sido instituído para
| se manifestar 5 anos após a promulgação da Constituição e depois se extinguir.
| Seu objetivo era restabelecer uma possível instabilidade política causada peia nova
Constituição (instabilidade esta que não ocorreu). O poder, então, manifestou-se
| em 1994, quando foram elaboradas as 6 emendas de revisão, e após isso aca-
£ bou, não podendo ser novamente criado, segundo a doutrina. O procedimento
if de revisão constitucional era um procedimento bem mais simples que a reforma
(vide CF, art. 3.°, ADCT).
DIREITO. CONSTITUCIONAL ~ Questões com entadas - FGV.

3 ~ Poder Constituinte Derivado Difuso - Ganha espaço na doutrina recente. É o poder


de se promover a mutação constitucional. Mutação constitucional é a alteração do
significado das normas constitucionais sem que seja alterado o texto formal. Eia se
faz por meio das novas interpretações emanadas principalmente pelo Poder Judiciário.
Assim, diz-se que a mutação provoca a alteração informal da Constituição, já que
não altera a forma do texto, mas somente o modo de iníerpretá-io.

Baseado no exposto, analisemos cada assertiva:


Letra A - Errada. Essa seria a reforma constitucional e não a mutação constitucional.
Letra B - Errada. A revisão constitucional é uma alteração formal do texto, porém de
procedimento mais simples prevista na Constituição em seu art. 3 °, ADCT.
Letra C - Correta. Este é o conceito.
Letra D - Errada. A forma escrita e a rigidez constitucional não impedem a existência
das mutações.
Letra E ~ Errada. O PCO é o poder de iniciar a nova ordem jurídica e não o de promover
a sua mutação.
Gabarito: Letra C.

B (FGV/Procurador - TCM-RJ/2008) Mutação constitucional é:


a) o mesmo que reforma da constituição.
b) o mesmo que emenda da constituição.
c) o processo não formal de mudança de constituição flexível.
d) o processo não forma) de mudança de constituição rígida.
e) o processo formal de alteração do texto constitucional.

f Depois da explanação feita na questão anterior, temos essa questão apenas para fixar;
| Como vimos, a mutação constitucional é uma maneira de se alterar a substância da
| Constituição sem que seja necessária a elaboração de uma emenda constitucional. Trata-
| -se de um processo informal.
Só é plausível falarmos em “mudança formal” e “mudança informal" quando estamos diante
de uma Constituição rígida, já que somente esta é que necessita de um procedimento
especia! de alteração.
Gabarito: Letra D.

0 (FGV/Juiz Substituto - TJ - PA/2008 - Adaptada1) O Poder Constituinte Esta­


dual é denominado de “derivado decorrente”, pois consiste na possibilidade
que os Estados-membros têm de se auto-organizarem por meio de suas
respectivas constituições estaduais, sempre respeitando as regras limitativas
estabelecidas pela Constituição Federal.
| Vimos que o Poder Constituinte é dividido primeiramente em originário {criador da ordem
1 iurídica) e derivado (instituído pelo originário). O Poder Constituinte Derivado (PCD) possui
basicamente 4 espécies: Reformador, Revisor, Difuso e Decorrente.
As 3 primeiras espécies já analisamos, faltou comentarmos a decorrente. O PCD decor-
rente é o poder que os Estados-membros de nossa federação possuem para elaborar as
» Constituições Estaduais” e, assim, exercerem a sua prerrogativa de auto-organização.

' A d a p ta ç ã o s e f e z n e c e s s á r ia p ara fin s d e s e p a r a ç ã o c o rreta d o s te m a s .


Çap. 1 - TEORiA DA CONSTITUIÇÃO E NORMAÔ CONSTITUCIONAIS

| Este poder é conferido por meio de duas normas constitucionais:


£
| 1 - Art. 25 - Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e ieis que
p adotarem, observados os princípios desta Constituição.
li 2 - ADCT, art. 11 - Cada Assembleia Legislativa, com poderes constituintes, elaborará
| a Constituição do Estado, no prazo de 1 ano da promulgação da Constituição
| Federal, obedecidos os princípios desta.

| Gabarito: Correto.

□ (FGV/Fiscal - SEFAZ-MS/2006) Considera-se uma lei anterior à Constituição


e com esta incompatível:
a) ineficaz.
b) revogada.
c) inconstitucional.
d) constitucional.
e) válida aíé revogação expressa por outra lei de igual estatura.

Na questão anterior, faiamos um pouco sobre o Poder Constituinte. Vimos que o po­
der constituinte originário dá início a uma nova ordem jurídica. O exercício do poder
constituinte originário traz consigo duas conseqüências básicas: a revogação de todo
!í: o ordenamento constitucional anterior e a recepção do ordenamento infraconstitucional
| compatível materialmente.
| Analisemos cada uma dessas conseqüências:
'ê-
1 - Revogação de todo o ordenamento constitucional anterior:
Ao entrar em vigor, inaugurando a nova ordem jurídica, a nova constituição revoga com­
pletamente todas as normas da constituição anterior. Desta forma, não é aceita no Brasil
a chamada "teoria da desconstitucionalização”. A teoria da desconstitucionatização defende
| que as normas constitucionais anteriores, que não fossem conflitantes, estariam albergadas
| pela nova Constituição, continuando assim a vigorar, porém, com status rebaixado, como
II se fossem ieis ordinárias.

| 2 - Recepção do ordenamento infraconstitucional compatível materialmente.


| Agora, não estam os falando mais de normas constitucionais e sim daquelas leis com
| status inferior à Constituição. Nessa teoria, entende-se que todas essas leis que forem
1 compatíveis em seu conteúdo com a nova Constituição serão recebidas por esta e con-
| tinuarão a viger, independentemente de sua forma.
| Ratificamos que, para que ocorra a recepção, basta analisar seu conteúdo material, pouco
1 importando a forma. Por exemplo, o CTN (Lei n.° 5 .172/1966), criado como lei ordinária
| em 1966, sob a vigência da CF de 1946, vigora até os dias de hoje, mas com status
| de lei complementar, que -é a forma exigida para o tratamento da matéria tributária pela
| CF de 1967 e 1988. Ainda falando sobre CTN, vemos neste caso uma recepção parcial,
f já que parte de seu conteúdo contraria o disposto na CF/1988 e assim está revogado,
| vigorando apenas uma parte que não é conflitante com a Constituição. Assim, a recepção
| parcial é perfeitamente válida.
|I Outro fator que deve ser levado em consideração ao falar em recepção é o fato que só
| podem ser recepcionadas normas que estejam em vigor no momento do advento da nova
| constituição. Assim, normas anteriores já revogadas, anuiadas, ou ainda em vacatio iegis
| (período normalmente de 45 dias entre a publicação da lei e a sua efetiva entrada em
| vigor) não poderão ser recepcionadas.
' DiREITO CONSTITUCIONAL - Questões c o m e n t a d a s FGV

| As normas que não forem recepcionadas serão consideradas revogadas. Nâo há o que
| se falar em inconstitucionaíidade delas, pois, para que uma norma seja considerada in-
| constitucional, ela já deve nascer com algum problema, aígum vício. Assim, não existe
| no Brasil a tese da “inconstitucionaíidade superveniente", ou seja, se a lei não nasceu
| com o vicio (inconstitucionaíidade congênita), nunca irá durante sua existência se tom ar
| inconstitucional, podendo ser, no máximo, revogada.

CF que permite Nova CF que


matéria “A” proíbe a matéria "A”

Lei que trata da


matéria ‘A ” Revogação - não se pode
falar em inconstitucionaíidade
superveniente. Para ser
inconstitucional, tem que fazer a
averiguação da compatibilidade
em face da CF do momento
em que foi criada.

i Assim, não há dúvidas de que a assertiva a ser marcada seria a letra B.


| Gabarito: Letra B.

@ (FGV/Fiscal-SEFAZ-MS/2006) Não constitui cláusula pétrea:


a) a forma federativa do Estado.
b) a separação de poderes.
c) os direitos e garantias individuais.
d) o voto secreto.
e) o sistema político.

| As cláusulas pétreas correspondem ao núcleo básico da Constituição, ou seja, aqueles


| dispositivos que o legislador constituinte resolver proteger de forma especial para que não
| pudessem ser expurgados do ordenamento jurídico.
j§ O nome cláusula pétrea (cláusula em pedra) é uma alusão ao povo antigo que talhava as
| suas leis em pedra e, uma vez talhadas em pedra, não poderiam ser modificadas.
| Em nosso sistema jurídico, as cláusulas pétreas não podem, no entanto, ser consideradas
| imutáveis, pois o STF tem admitido a sua alteração, desde que esta modificação tenha
| o intuito de fortalecê-las. Assim, o que não se pode é abolir ou se quer reduzir aquilo
| que está gravado como pétreo.
| As cláusulas pétreas são consideradas uma limitação material ao Poder Constituinte
| Derivado.
| Existem duas espécies de cláusulas pétreas em nossa constituição: as expressas e as
| implícitas.
As cláusulas expressas encontram-se no art. 60, § 4.°, da Constituição. Vejamos:

? CF, a rt. 60 § 4.° - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente
I a abolir:
'' ■ Cap. 1 TEORIA DA; CONSTITUIÇÃO £ NORMAS:CONSTITUCIONAIS 13

| / - a forma federativa de Estado;


| II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
| III ~ a separação dos Poderes;
f; IV — os direitos e garantias individuais.
|
| Entre as cláusulas pétreas implícitas, reconhecidas pela jurisprudência e doutrina, en-
I contramos:

| - O povo como titular do poder constituinte;


;; * A s cláusulas sobre a reforma constitucional dispostas no art. 60.

| Essa vedação à alteração do art. 60 é o que chamamos de proibição à “dupla revisão”, ou


% seja, é vedado que o legislador primeiramente modifique o art. 60, desprotegendo as ma-
| térias gravadas como pétreas, e depois edite outra emenda extinguindo as cláusulas.
í Anaiisando a questão, vemos que, dentre as assertivas, somente o sistema político não
| foi protegido. Todas as demais constituem cláusulas pétreas expressas no art. 60, § 4.°,
| da Constituição. Cabe ainda ressaltar que, sobre o voto, não se pode modificar suas
| qualidades de “direto, secreto, universal e periódico”, mas nada impede a modificação
ij da sua qualidade de “obrigatório”, pois esta não foi protegida.
£ Gabarito: Letra E.

0 (FGV/Juiz Substituto - TJ MG/2008) Assinale a afirmativa incorreta.


a) As normas constitucionais definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm
aplicação imediata.
b) As normas constitucionais podem ter eficácia plena, contida e limitada.
c) As normas constitucionais de eficácia plena são aquelas que, desde a entrada em
vigor da Constituição, produzem, ou podem produzir, todos os efeitos essenciais,
relativos aos interesses, comportamentos e situações, que o legislador constitu­
cional, direta e normativamente, quis regular.
d) As normas constitucionais de eficácia contida são aqueias que apresentam aplicação
indireta, mediata e reduzida, porque somente incidem totalmente sobre os interes­
ses, após uma normatividade ulterior que ihes desenvolva a aplicabilidade.
e) As normas constitucionais programáticas são de aplicação diferida e não de apli­
cação ou execução imediata.

1 A questão trata do assunto “eficácia e aplicabilidade das normas constitucionais”. Existem


| diversas doutrinas que classificam as normas constitucionais em diferentes grupos. As de
| maior relevância para concursos e exames são a de José Afonso da Silva e a de Maria
| Helena Diniz.

| José Afonso divide as normas em 3 grupos:

E ficácia Plena - Não necessitam de nenhuma ação do iegislador para que possam
alcançar o destinatário, e por isso são de aplicação direta e imediata, pois independem
de uma lei que venha mediar os seus efeitos. As normas de eficácia plena também
não admitem que uma iei posterior venha a restringir o seu alcance. Ex.: Ninguém
poderá ser compelido a associar-se ou permanecer associado (CF, art. 5.°, XX).
E ficácia C o n tid a - É aquela norma que, embora não precise de qualquer regu­
lamentação para ser alcançada por seus receptores - também tem aplicabiiidade
m DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões com entadas - FGV

l; direta e imediata, não precisando de lei para mediar os seus efeitos poderá ver
| o seu alcance limitado peia superveniêncía de uma iei infraconstitucional. Enquanto
$ não editada essa lei, a norma permanece no mundo jurídico com sua eficácia de
| forma plena, porém no futuro poderá ser restringida pelo legislador infraconstitu-
cional. Ex.: É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas
K às qualificações profissionais que a íei estabelecer (CF, art. 5.°, X ill).
| 3 - Eficácia Limitada - É a norma que, caso não haja regulamentação por meio de
t lei, não é capaz de gerar os efeitos para os quais foi criada. Assim, dizemos que
| tem aplicação indireta ou mediata, pois há a necessidade da existência de uma lei
| para “mediar” a sua aplicação. É errado dizer que não possui força jurídica, ou que
é incapaz de gerar efeitos concretos, pois manifesta a intenção dos legisladores e é
capaz de tornar normas posteriores inconstitucionais. Desta forma, sua aplicação é
íí mediata, mas sua eficácia jurídica (ou seja, seu caráter vincuiante) é imediata. Ex.:
| O estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor (art. 5.°, XXXIi).

I
| O prof. José Afonso da Silva ainda divide as normas de eficácia limitada em dois grupos:
S;
*
:í a) Normas de princípio programático - Sao aquefas que direcionam a atuação do
g Estado instituindo programas de governo.
b) Normas de princípio institutivo - São as normas que trazem apenas um direcio-
| namento geral, e ordenam o legislador a organizar ou instituir órgãos, instituições
| ou regulamentos, observando os direcionamentos trazidos. O professor ressalta as
| expressões “na forma da lei”, “nos termos da lei” , “a lei estabelecerá" etc. como
| meios de identificação destas normas.

I Maria Helena Diniz aborda o tema separando as normas em 4 q ix id q s :

ê
§ 1 - Eficácia absoluta ou supereficazes ~ Seriam as ciásulas pétreas (C F art. 60,
§ 4 °), ou seja, as normas que não podem ser abolida s por emendas constitucio­
nais. Para esta doutrina, as normas de eficácia absoluta sequer são suscetíveis de
emendas constitucionais (este pensamento não é o seguido pelo STF, que aceita
o uso das emendas constitucionais desde que usadas para fortalecer ou ampliar
as cláusulas pétreas).
|| 2 - Eficácia plena - Eficácia plena de J.A. Silva.
% 3 - Eficácia relativa restringível - Eficácia contida de JA. Süva.
4 - Eficácia relativa complementável - Eficácia limitada de J.A. Silva.

Vamos, então, analisar separadamente cada assertiva:

Letra A ~ Correta. A assertiva é correta, pois traz a literaiidade de um dispositivo constitu­


cional que é encontrado no art. 5.°, § 1.°, da Cons tituição Federai. Importante é salientar
que de forma alguma podemos dizer que, devido a este dispositivo, todas as normas
que versem sobre direitos e garantias fundamentais possuem eficácia plena e contida.
Não podemos dizer isso, pois existem diversas normas nesta relação que são de eficácia
limitada, tendo, assim, a sua aplicabilidade mediata ou indireta. Desta forma, tal disposi-
| ção constitucional consiste apenas em um apelo feito para que o Poder Público busque
efetivamente concretizar tais normas.
% Letra B - Correta. A assertiva tratou da forma de classificação usada por José Afonso
’• da Silva, que é a majoritária.
Letra C - Correta. Essa é a definição de norma de eficácia plena, conforme vimos an-
8 teriormente.
. . Cap. 1 -T E O R IA DÁ CONSTITUIÇÃO E NORMAS'CONST|TUCÍÒNAlS ; .

| Letra D - Errada. Essa seria a definição de norma de eficácia limitada. A norma de eficá-
| cia contida possui a sua aplicabilidade imediata, direta, tais quais as normas de eficácia
| piena, com a única diferença de serem passíveis de posterior restrição.
| Letra E - Correta. Tais normas são uma das subclassificações das normas de eficácia
g limitada, possuindo, assim, aplicabilidade indireta. Diz-se que a sua aplicação é diferida,
| pois não se dará imediatamente, mas no futuro, após a adoção de providências legislativas
| e administrativas com o intuito de concretizá-las.

H Gabarito: Letra D.

B (FGV/Advogado-BESC/2004) A disposição do artigo 2.° da Constituição Fe­


derai, segundo a qual “são poderes da União, independentes e harmônicos
entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”, caracteriza norma de
eficácia;
a) plena.
b) relativa.
c) absoiuta.
d) limitada.
e) contida.

| Na questão anterior, discorrem os sobre as doutrinas acerca da “eficácia e aplicabilidade


| das normas constitucionais”. Vimos que, embora a doutrina de José Afonso da Silva seja
| a majoritária, também tem espaço em certames a doutrina de Maria Helena Diniz.
| Em um rápido passar de olhos sobre as assertivas, encontramos ali o termo “absoluta”.
| O fato de este termo ali constar nos direciona à doutrina da professora Maria Helena
| Diniz, a qual deverá prevalecer. Dizemos isso, pois o examinador deu indícios sobre qual
| caminho seguir.
| Como, segundo o art. 60, § 4 °t da Constituição Federal, a norma que diz “são poderes
| da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”
| constitui uma “cláusula pétrea” (norma que não pode ser abolida da Constituição), estamos
| diante de uma norma de eficácia absoluta ou supereficaz.
| Ainda que a banca não tenha expressado no enunciado qua! a doutrina a ser seguida, o
| candidato deveria, pela especificidade, assinalar como correta a letra C.

| Gabarito: Letra C.

0 (FGV/Juiz Substituto - TJ PA/2008) A Constituição da República Federativa


do Brasil de 1988 deve ser classificada c o m o :
a) material, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; histórica, quanto ao modo
de elaboração; promulgada, quanto à origem; flexível, quanto á estabilidade.
b) formal, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; dogmática, quanto ao modo de
elaboração; promulgada, quanto à origem; semifiexível, quanto à estabilidade.
c) formal, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; histórica, quanto ao modo
de elaboração; outorgada, quanto à origem; rígida, quanto à estabilidade.
d) material, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; dogmática, quanto ao modo
de elaboração; outorgada, quanto à origem; semifiexível, quanto à estabilidade,
haja vista as inúmeras emendas constitucionais existentes.
e) formal, quanto ao conteúdo; escrita, quanto à forma; dogmática, quanto ao modo
de elaboração; promulgada, quanto à origem;rígida, quanto à estabilidade.
ÜS DIREiTO CONSTITUCIONAL - Qu&síões comentadas - FGV

í: A questão versa sobre o assunto “Classificação das Constituições" e exige que o candidato
% saiba quais as possíveis classificações doutrinárias das Constituições e em qual deias a
| nossa Constituição de 1988 se enquadra.
| De uma forma geral (e resumida), podemos fazer a seguinte esquematização:

Critério Classificação No Brasil (Constituição de 1988)


Outorgada
Origem Promulgada
Promulgada
Escrita
Forma Escrita e Codificada
Não Escrita
Sintética
Extensão Analítica
Analítica
Formal
Conteúdo Formal
Material
Dogmática
Elaboração Dogmática
Histórica
Flexível

Alterabiiidade Rígida
Rígida (ou super-rígida)
ou estabilidade Semirrígida
Imutável
Dirigente
Finalidade Garantia Dirigente
Balanço
Ortodoxa
Ideologia Eclética
Eclética

I'
fc Vamos então analisar cada assertiva:
| Letra A - Errada. Nossa Constituição não é material (aqueia que se preocupa com a
| matéria tratada) e sim formal (independe da matéria tratada); eia também não é histórica
| (solidificada ao longo do tempo), mas dogmática (estrutura as ideias presentes em um
| determinado momento da sociedade). Aiém disso, a nossa Constituição é rígida, só po-
| dendo ser alterada por um procedimento especial, dificultoso (emendas constitucionais) e
| não flexível, que é a Constituição alteráveí por simpies leis ordinárias.
| Letra B - Errada. O único erro é dizer que ela seria semifiexível, quanto à estabilidade,
| quando na verdade seria rígida.
| Letra C - Errada. Pois a nossa atual Constituição não é histórica e nem outorgada (im-
| posta), já que é dogmática e promulgada.
í; Letra D - Errada. Ela não é material, nem outorgada e nem semifiexível.
Letra E - Correta.

| Gabarito: Letra E.
Cap. 1 - TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E NORMAS CONSTITUCIONAIS

§3 (FGV/Agente Tributário - SEFAZ-MS/2G06) Quanto à origem, as Constituições


são:
a) rígidas e flexíveis.
b) escritas e analíticas.
c) escritas e democráticas.
d) democráticas e outorgadas.
e) democráticas e promulgadas.

| Depois de termos feito comentários mais analíticos na questão anterior, esta se mostra
I mais fácil. Vejamos:
| Letra A - Errada. Rígidas e flexíveis são classificações quanto à estabilidade ou altera-
| biiidade das Constituições.
| Letra B - Errada. Ser escrita é uma classificação quanto à forma, que pode ser escrita ou
| não escrita. Ser analítica é uma classificação quanto à extensão. Uma constituição analítica
| é uma constituição extensa que trata de diversas matérias, até mesmo de algumas que nem
| precisavam estar na Constituição, como a nossa constituição de 1988. Uma Constituição
| sintética seria o oposto de analítica, seria aqueta que trata somente de assuntos essenciais
j§ a uma Constituição {basicamente, organização do Estado e direitos fundamentais - essa
| delimitação do que é ou não essencial não possui consenso doutrinário).
| Letra D - Correto. A Constituição pode se originar da vontade do povo representado por
| uma Assem bleia Constituinte {sendo, assim, promulgada ou democrática), ou pode ser
| imposta unilateralmente pelo governante, quando, então, será chamada de outorgada.
1 Letra E - Errado. Democráticas é sinônimo de promulgadas.

I Gabarito: Letra D.

m (FGV/Advogado - BADESC/2010) Considerando os critérios de classificação


das constituições quanto à sua o r ig e m , estabilidade e extensão, é correto
afirmar que a Constituição Federal de 1988 é:
a) promulgada, rígida e sintética.
b) outorgada, semirrígida e analítica.
c) promulgada, rígida e analítica.
d) outorgada, semirrígida e sintética.
e) promulgada, flexível e analítica.

| Quanto à origem, a constituição pode ser outorgada (imposta) ou promulgada (legitimada


| pelo povo); a Constituição Brasileira de 1988 (CF/88) é promulgada. Quanto à estabilidade,
| pode ser rígida, semirrígida ou flexível; a CF/88 é rígida (precisa de um procedimento
| especial para ser alterada). Quanto à extensão, poderá ser analítica (extensa, detalhada)
f ou sintética (possuindo somente assuntos essenciais); a CF/88 é analítica.
| Dessa forma, segundo os critérios pedidos pelo enunciado, a CF/88 é promulgada, rígida
| e analítica.

| Gabarito: Letra C. *

EU (FGWProcurador - TCM-RJ/2008) É conseqüência da rigidez constitucional:


a) o princípio do Estado Democrático de Direito.
b) o principio da Supremacia da Constituição.
DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões comentadas - FGV

c) a inalterabilidade do texto constitucional


d) o controle concentrado da constituição.
e) a presença, em seu texto, de normas fundamentais.

I A Constituição pode ser enxergada sob dois aspectos: o aspecto material e o aspecto
| formai.
| Aspecto material ~ o importante é o conteúdo das normas (matéria). Basta uma norma
f tratar de um assunto constitucional (organização do Estado e limitação do poderEstatal),
| que será considerada constitucional.
| Aspecto formal - o que importa é unicamente a norma ser ou não ser declarada como
;• Constituição, pouco importando seu conteúdo.
| O aspecto formal se apoia no conceito de rigidez constitucional, pois somente uma
| constituição rígida é capaz de assegurar como “Constituição” normas que, em princípio,
| estariam fora do contexto constitucional.
| Somente em constituições formais e rígidas é que podemos verificar o fenômeno
f- da “supremacia da constituição”, já que, em constituições materiais e flexíveis, qual-
| quer norma que tratasse de assunto essencialmente constitucional seria considerada
| Constituição.

I Gabarito: Letra B.

SK (FGV/FÍscal-SEFAZ-RJ/2008) São elementos orgânicos da Constituição:


a) a estruturação do Estado e os direitos fundamentais.
b) a divisão dos poderes e o sistema de governo.
c) a tributação e o orçamento e os direitos sociais.
d) as forças armadas e a nacionalidade.
e) a segurança pública e a intervenção.

| A questão trata da classificação dos elementos da Constituição. O exam inador quer extrair
| do candidato o conhecimento sobre a doutrina do Prof. José Afonso da Siiva, que separa
| as normas da constituições nos seguintes grupos de elementos:

| 1- Orgânicos: Normas que regulam a estrutura do Estado e do Poder. Organizam a


| estruturação do Estado. Ex.: Título III - Da Organização do Estado; Título IV — Da
| organização do poderes e do Sistema de Governo; Forças Armadas; Segurança
| pública; Tributação, Orçamento;
£ 2 - Limitativos: Limitam a atuação do poder do Estado, como os direitos e gatantias
| fundamentais (exceto os direitos sociais = eles são socíoideológícos);
| 3 - Socioideológicos: Tratam do compromisso entre o Estado individualista, que protege
l a autonomia das vontades, com o Estado Social, onde as pessoas fazem parte de
S uma coletividade a ser respeitada como um todo. Ex.: Direitos Sociais, Título VII
| - Da Ordem Econômica e Financeira; Títuio VIII - Da Ordem Socia!;
| 4 - De Estabilização Constitucional: São os elementos que tratam da solução de
| conflitos constitucionais, defesa do Estado, Constituição e instituições democrátitcas
|í como o Controle de Constitucionalidade, os procedimentos de reforma, o estado
de sítio, estado de defesa e a intervenção federal;
p 5 - Formais de aplicabilidade: Regras de aplicação da Constituição, como o ADC T e
normas como o art. 5.°, § 1.°, - “As normas definidoras dos Direitos e Garantias
f Fundamentais têm aplicação imediata1’.
Cap. 1 - TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E NORMAS CONSTITUCIONAIS

I Analisemos cada assertiva:

I a) a estruturação do Estado e os direitos fundamentais.


| Errada. Embora a estruturação do Estado seja orgânica, os direitos fundamentais são
| iimitativos.

| b) a divisão dos poderes e o sistema de governo.


| Correta. Ambos são orgânicos, pois organizam o Poder e o Estado.

| c) a tributação e o orçamento e os direitos sociais.


| Errada. Embora tributação e o orçamento sejam orgânicos, os direitos sociais são socio-
| ideológicos.

| d) as forças armadas e a nacionalidade.


| Errada. Embora forças armadas sejam orgânicas, os direitos da nacionalidade são ümt-
E tativos.
I
| e) a segurança pública e a intervenção.
p Errada, intervenção é elemento de estabilização constitucional, embora a segurança pú-
| blica seja orgânica.

í Gabarito: Letra B.

GABARITO

1. C 5. E 9. D

2. D 6. D 10. C

3. Correto 7. C 11. B

4. B 8. E 12. 8
pr inc ípio s f undament ais

ü (FGV/Polícla Legislativa - Senado Federal/2009) Não é(são) fundamento(s)


da República Federativa do Brasil:
a) pluralismo político. *
b) dignidade da pessoa humana.
c) valores sociais da livre iniciativa.
d) divisão dos Poderes do Estado.
e) valores sociais do trabalho.

| Os princípios fundamentais são a base da organização do Estado e do seu Poder Po-


| lítico. São as normas básicas, são matrizes de onde derivam diversas outras ao longo
| da Constituição.
| Em certames, é comum os examinadores cobrarem a iiteraiidade desses princípios que
| se encontram dispostos nos artigos 1.° ao 4.° da Constituição. Desta forma, tão impor-
I tante quanto saber a Iiteraiidade destes artigos é saber qual o nome dado pelo legislador
| constituinte a cada uma das relações expostas. Vejamos:
d
1 Fundamentos da República Federativa do Brasil (CF. art. 1.°V

| / - a soberania;
| II ~ a cidadania;
| III ~ a dignidade da pessoa humana;
1 IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
| V - o pluralismo político.

I Obietivos fundam entais da Reoublica Federativa do Brasil (CF. art. 3.°'):

| / construir uma sociedade livre, justa e solidária;


| II - garantir o desenvolvimento nacional;
| III - erradicar a pobreza e a margínalização e reduzir as desigualdades sociais e
| regionais;
| IV t- prom over o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
| quaisquer outras formas de discriminação.

I Princípios que reaem a República Federativa do Brasil em suas relações internacionais

$ I - independência nacional;'
22 DIREITO CONSTITUCIO NAL - Q u e s tõ e s c o m e n ta d a s - FGV

; II - prevalência dos direitos humanos;


| III - autodeterminação dos povos;
| IV - não intervenção;
fí V - igualdade entre os Estados;
| VI - defesa da paz;
£ VII - solução pacífica dos conflitos;
| VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
ií IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
li X - concessão de asilo político.
|

Qbietivo da República Federativa do Brasil no plano internacional (CF. a rt 4.°. parágrafo


| único)

A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e


% cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino~
l -americana de nações.
1
£ Baseado no exposto, percebemos que, embora a assertiva "d traga a "divisão dos Po­
li deres do Estado”, que é um princípio fundamental exposto no art. 2.° da Constituição,
i tal princípio fundamental não consiste em um “fundamento da República Federativa do
% Brasil” como elencado pelas demais assertivas.

I Gabarito: Letra D.

@ (FGV/Documentador-MEC/2009) Analise as afirmativas a seguir:


I. Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, tal como previstos
no art. 3 ° da Constituição, uma sociedade livre, ju sta e solidária; garantir o desenvol­
vimento nacional; erradicar a pobreza e a marginaiização e reduzir as desigualdades
sociais e regionais; e prom over o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça,
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
II. São Poderes da União, independentes e harmônicos entre sí, o Legislativo, o Executivo,
o Judiciário e o Ministério Público.
lii. A Constituição prevê expressam ente que a República Federativa do Brasil buscará a
integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando
à formação de uma com unidade latino-americana de nações.
Assinale:

a) se nenhuma alternativa estiver correta.


b) se todas as alternativas estiverem corretas.
c) se apenas as alternativas í e II estiverem corretas.
d) se apenas as alternativas II e líí estiverem corretas.
e) se apenas as alternativas i e iil estiverem corretas.

| Esta questão é de simples anáiise, vejamos:

s | - Correto. Estes são os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasii efen-


| cados pelo art. 3.° da Constituição:
I 11 - Errado. A Constituição de 1988 seguiu a doutrina da tripartição funcional do Poder
I Político e, assim, eiencou apenas 3 poderes: o Legislativo, o Executivo, e o Judiciário.
. Cap. 2 - PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

| Embora o Ministério Público seja uma instituição suí generís dotada de ampla autonomia,
| considerada por muitos, na prática, como um quarto Poder, assim não o fez a Constituição
| em seu art. 2.°.
| iii - Correto. Trata-se do que a doutrina considera como um objetivo da República Fe-
| derativa do Brasil no piano internacionai, encontrado expressamente na Constituição, em
1 seu art. 4.°, parágrafo único).
£
8 Gabarito: Letra E.

0 (FGV/ACI-SAD-PE/2009) A respeito dos princípios que regem o Brasil nas


suas relações internacionais, tal como disposto no art. 4.° da Constituição,
assinale a afirmativa incorreta.
a) Repúdio ao terrorismo e ao racismo.
b) Não concessão de asilo político.
c) Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade.
d) Independência nacional.
e) Não intervenção.

| Questão literal, baseada no art. 4.° da Constitui ção, que elenca os seguintes princípios
| para reger o Brasil nas relações internacionais:

| / - independência nacional;
| II - prevalência dos direitos humanos;
| /// - autodeterminação dos povos;
í4
% IV - não intervenção;
| V - igualdade entre os Estados;
| VI - defesa da paz;
| VII ~ solução pacífica dos conflitos;
% Vlíl - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
| IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
1 X - concessão de asilo político.

| Assim, errada a letra B, ao expor “não concessão de asilo político” , quando na verdade
| o correto seria a concessão de asilo político.

S Gabarito: Letra B.

0 (FGV/Fiscal-SEFAZ-RJ/2008) O Brasil é uma república, a indicar o governo


como:
a) sistema.
b) forma.
c) regime.
d) paradigma.
e) modelo.

| É comum as bancas examinadoras cobrarem a nomenclatura dos institutos escolhidos


| para a organização do Estado ou o conceito de cada um destes institutos.
24 DIREITO CONSTITUCIONAL - Q u e s tõ e s c o m e n ta d a s ~ FGV

í O caput do art. 1.° da Constituição é capaz de nos mostrar qual foi a decisão política
I dos Constituintes ao definir nosso Estado com o sendo um a “República Federativa”. Assim,
% foi escolhida a nossa forma de Governo (República), a forma de Estado (Federação)
| e, ainda, o nosso Regime Político (Democracia) quando completa dizendo que nossa
; República constitui um Estado Democrático de Direito. Um quarto instituto que merece
í destaque - o sistema de govemo (presidencialismo) - não foi abordado no caput do art.
1.°, mas verificamos a adoção deste sistema nas dis posições sobre o Poder Executivo,
í notadamente o art. 84.
I É importante também que definamos cada um dos 4 institutos e suas características:

a) F o rm a d e G o v e rn o - É maneira como se dá a instituição do poder na sociedade e


t como se dá a relação entre governantes e governados. Quem deve exercer o poder
e como este se exerce '. São basicamente duas as formas:

; 1 - Monarquia - Governo nas mãos de uma única pessoa com as características


% de:
a) Vitaiiciedade; e
b) Hereditariedade.

í 2 - República - Govemo de todos, exercido por representantes do povo. Caracterís-


ticas:
a) Temporariedade dos mandatos (para que o Poder seja exercido em rotativi-
$ dade);
b) Eletividade;
l c) Transparência na gestão pública e prestação de contas, com conseqüente res­
ponsabilidade dos governantes.

b ) Form a de E stado - O modo de exercício do poder político em função do território2.


- O Brasil adota como forma de Estado a federação, ou seja, o modo de distribuição
geográfica do poder político se dá com a formação de entidades autônomas.
Y
■ ' c) Regim e P o lítico - A forma pela qual se dá a “ regência” das decisões políticas do
: Estado. A democracia foi eleita como o regime político brasileiro. Assim, o povo, de­
li; tentor do poder, que direciona as ações do governo diretamente, por meio do plebis-
cito, referendo e da iniciativa popular, ou indiretamente, por meio dos representantes
eleitos pelo próprio povo. Desta forma, o Brasil possui como regime a democracia
mista ou semidireta.

;; d) S is te m a d e G o v e rn o — modo p o r meio do qual se relacionam os órgãos dos Poderes


do Estado (especialmente Executivo e Legislativo). Existem basicamente dois sistemas
de govemo: o presidencialismo e o parlamentarismo.

1 - Presidencialismo - Unicidade da chefia. O Presidente tem em suas mãos tanto a


chefia de Estado quanto a chefia de governo.
2 ~ Parlamentarismo - Dualidade de chefia. Existe a figura do chefe de Estado sepa-
rada da do chefe de governo.

1 S IL V A , J o s é A f o n s o d a . Curso de direito constitucionalpositivo. S ã o P a u lo : M a lh e ir o s , 2 0 1 0 .


p. 102.
2 S IL V A , J o s é A f o n s o d a. Curso de direito constitucionalpositivo. S ã o P a u lo : M a lh e ir o s , 2 0 1 0 .
p. 98.
Cap. 2 - PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 25

íV-
I Organizando:
p Forma de Estado ~ Federação;
| Forma de Governo - República;
| Sistema de Governo - Presidencialismo;
| Regime Político - Democracia mista ou semidireta.

| Gabarito: Letra B.

gj (FGV/Juiz Substituto-TJ-IVlG/2008 - Adaptada3) O princípio da indissolubilidade


do vínculo federativo no Estado Federal Brasileiro tem como finalidades bá­
sicas a unidade nacional e a necessidade descentralizadora (Certo/Errado).
?■ O Brasil adota como forma de Estado a federação, ou seja, o modo de distribuição geo-
grafica do poder político se dá com a formação de entidades autônomas que possuem
autogoverno (capacidade de os entes escolherem seus governantes sem interferência de
outros entes), auto-organízação (capacidade de instituírem suas próprias constituições
ou !eis orgânicas, e seus ordenamentos legais) e autoadministração (capacidade de se
| aaministrarem de forma independente, tomando suas próprias decisões executivas e
| legislativas).
| Em uma federação temos um Estado fracionado em unidades autônomas. Nas confede-
| rações as unidades não são simplesmente autônomas, elas são soberanas. A federação
| é uma união indissolúvel. Os entes não têm o direito de secessão. Eles não podem se
fj separar da federação, pois estão despidos de soberania. Nas confederações, os Estados
| se agregam para aumentar a sua força política internacional, mas não abdicam de sua
| soberania, podendo se separar do bloco no momento em que julgarem necessário.
| Diante do exposto, pode-se dizer que o Brasil escolheu a forma federativa de Estado no
| intuito de descentralizar o Poder Político, facilitando as políticas públicas, e também como
| forma de manter a unidade nacional, já que despiu de soberania os entes integrantes,
| que não podem se separar do Estado.

ã Gabarito: Correto.

0 (FGV/Juiz Substituto-TJ-MG/2008 - Adaptada4) São características do princípio


republicano: eleições periódicas para Chefe de Estado e Chefe de Governo,
cidadania, soberania, diversas esferas de distribuição de poder, observância
dos direitos fundamentais implícitos e explícitos, observância dos princípios
sensitivos (Certo/Errado).
| Eleições periódicas são uma decorrência direta do princípio republicano, pois, se o poder
1 está nas mãos de todos, deve haver uma rotatividade dos governantes. Porém, as demais
| características eiencadas não são decorrentes deste princípio. A cidadania decorre do
I regime democrático. A soberania é característica dos Estados independentes, não impor-
| tando se é ou não uma república. A existência de diversas esferas de poder está ligada
| ao fato da forma de Estado brasileiro ser a federativa. Do mesmo modo, também decorre
| da forma de Estado (federação) a observância dos princípios sensitivos ou sensíveis, que
| são aqueles dispostos no art. 34, Vil, da Constituição, que, se não forem observados,
| darão ensejo a uma intervenção federal.

S Gabarito: Errado.

3 A d a p ta ç ã o s e f e z n e c e s s á r ia p ara f in s d e s e p a r a ç ã o c o rreta d o s tem a s.


4 Idem.
26 DIREÍTÓ CONSTITUCIONAL ■ - Questões com entadas - FGV

0 (FGV/Juiz Substituto-TJ-MG/2008 - Adaptada5) Como corolário do princípio


federativo, a União, os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municí­
pios, no Brasil, são autônomos e possuidores da tríplice capacidade de
auto-organização e normatização própria, autogoverno e autoadministração
(Certo/Errado).
| A federação ocorre com a formação de entidades autônomas. Esta autonomia se manifesta
! por meio de facetas, chamadas pela doutrina de “trípiíce capacidade”, são elas:

| 1 - Auto-organização: capacidade de instituírem suas próprias constituições ou leis


| orgânicas, e seus ordenamentos iegais;
| 2 - Autogoverno: capacidade de os entes escolherem seus governantes sem ínterfe-
rência de outros entes; e
% 3 - Autoadministração: capacidade de se administrarem de forma independente, to-
| mando suas próprias decisões executivas e iegislativas.

Íí Esta autonomia é uma decorrência do princípio federativo e foi expressamente assinalada


| peio art. 18 da Constituição Federal que dispõe que “a organização politico-adminlstrativa
| da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e
| os Municípios, todos autônomos, nos termos da Constituição”.

h Gabarito: Correto.

GABARITO

1. D 3. B 5. Correto 7. Correto

2. E 4. B 6. Errado

5 Id em .
D IR E IT O S E D E V E R E S
IN D IV ID U A IS E C O L E T IV O S

El (FGV/Juiz Substituto - TJ-PA/2008) A respeito dos direitos, assinale a afir­


mativa incorreta.

a) Os direitos fundam entais de primeira geração são os direitos e garantias individuais


e políticos clássicos (liberdades públicas). Os direitos fundamentais de segunda
geração são os direitos sociais, econômicos e culturais. Os direitos fundamentais
de terceira geração são os chamados direitos de solidariedade ou fraternidade,
que englobam o meio ambiente equilibrado, o direito de paz e ao progresso,
entre outros.
b) Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprova­
dos, em cada Casa do Congresso Nacionai, em dois turnos, por três quintos dos
votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
c) A doutrina assinala como espécies de direitos fundam entais (de acordo com a
predominância de sua função): 1.°: direitos de defe sa - que se caracterizam por
impor ao Estado um dever de abstenção, um dever de não interferência no espaço
de autodeterminação do indivíduo; 2.°: direitos de prestação - que exigem que
o Estado aja para atenuar as desigualdades; 3.°: di reitos de participação - que
são os orientados a garantir a participação dos cidadãos na formação da vontade
do Estado.
d) Pela relevância dos direitos fundamentais de primeira geração, como o direito à
vida, é correto afirm ar que eles são absolutos, pois são o escudo protetivo do
cidadão contra as possíveis arbitrariedades do Estado.
e) Todas as constituições brasileiras, sem exceção, enunciaram declarações de direi­
tos. As duas primeiras - a Imperial e a de 1891 - traziam apenas as liberdades
públicas.

| É necessário que analisemos assertiva por assertiva:


| Letra A - Correto. É comum que a doutrina classifique os direitos fundamentais em dimen-
| sôes, principalmente em 1.a, 2.a e 3.a dimensões.*Embora a banca tenha usado o termo
| “gerações”, atualmente este uso é repudiado pelo fato de induzir ao pensamento de que
| uma geração acabaria por substituir a outra, o que não é verdade. Podemos dividir as
| dimensões da seguinte forma:
m DIREITO CONSTITUCIONAL Questões comentadas - FGV

Dimensão Direitos !\Aárco;':hoJBrá^K0v-P&


Liberdade: incipiente na CF/1824 e
1.a fortalecido na CF/1891
Direitos civis e políticos
Igualdade:
2.3 Direitos Sociais, Econômicos C F/1934
e Culturais.
Solidariedade (fraternidade):
3.3 CF/1988
Direitos coletivos e difusos.

Letra B - Correto. A assertiva trouxe íiteraímente um dispositivo constitucional que consiste


em uma inovação trazida pela EC 45/2004. Tal emenda inseriu o seguinte mandamento:

CF, art. 5.° § 3 . °- Os tratados e convenções intern acionais sobre direitos humanos que
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois tumos, por três quintos
dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.

Assim, a regra é que os tratados internacionais são equivalentes às leis ordinárias, mas
estariam equiparados às Emendas Constitucionais, caso cumpram estes requisitos do art.
5.° § 3.°, ou seja, versem sobre direitos humanos e o decreto legislativo relativo a ele
seja aprovado pelo mesmo rito exigido para as próprias Emendas â Constituição. Ainda
que não aprovados pelo rito das Emendas, se versarem sobre direitos humanos, o STF
entende que possuem “supralegaiidade” , podendo revogar ieis anteriores e devendo ser
observados pelas (eis futuras.
Desta forma, um tratado pode adquirir 3 status hierárquicos:

1 - Regra: S tatus de lei ordinária. Caso seja um tratado que não verse sobre di­
reitos humanos.
2 - Exceção 1 : S tatus Supralegal. Caso seja um tratado sobre direitos humanos não
votado pelo rito de emendas constitucionais, mas peio rito ordinário;
3 - Exceção 2: S tatus constitucional. Caso seja um tratado sobre direitos humanos
votado pelo rito de emendas constitucionais.

Letra C - Correto. Os direitos fundamentais podem ser separados quanto à função que
exercem. Os chamados direitos de defesa são basicamente as garantias individuais, aquelas
liberdades negativas que servem de respafdo para o exercício dos demais direitos, limitando
o poder estatal em face dos particulares. Os diretos de prestação exigem uma postura
do Estado no sentido de concretizar as metas constitucionais, reduzindo desigualdades
e fornecendo as condições mínimas para uma vida humana digna. Eienca-se tam bém os
direitos à participação, já que o Estado é formado peia vontade do povo, devendo este
agir na regência das decisões poííticas.
Letra D - Errado. É pacífico, na doutrina e na jurisprudência, que os direitos e garantias
fundamentais não são absolutos, todos eles são relativos. Diz-se que são relativos, pois
estão sujeitos a restrições, que ora serão impostas pelo legilslador (nos casos em que a
Constituição autorize, expressa ou implicitamente), ora serão impostas por outros direitos,
que poderão com eles colidir, no caso concreto, devendo, neste caso, ser harmonizados,
para descobrir qual prevalecerá. O direito à vida, citado pela assertiva, é um direito ex­
pressamente relativizável pela Constituição, já que ela admite a pena de morte no caso
de guerra externa declarada (CF, art. 5.°, XLVII, a ).
Letra E - Correto. Embora incipiente na Constituição de 1824, todas as Constituições na­
cionais versaram sobre os direitos fundamentais, sendo fortalecidos ao longo das próximas
constituições (vide quadro esquemático no comentário da assertiva “A").
Gabarito: Letra D.
Cap. 3 DiREITOS E DEVERES .iNDIVIDUAIS E ÒOLETÍVÓS
m
0 (FGV/Analista de Controle Interno - SAD - PE/2009) A respeito dos direitos
e garantias fundamentais, assinale a afirmativa incorreta.
a) É livre o exercício de quaiquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualifi­
cações profissionais que a lei estabelecer.
b) São a todos assegurados, condicionado ao pagamento de taxas, o direito de
petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou
abuso de poder e a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa
de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal.
c) A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de
autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento.
d) Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou gerai, que serão prestadas no prazo da lei,
sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível
à segurança da sociedade e do Estado.
e) A pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada peia
famíiia, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de
sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desen­
volvimento.

| Letra A - Correta. Trata-se da perfeita Iiteraiidade do art. 5.°, XIII, da Constituição. Tal
| dispositivo é muito cobrado em provas por ser um bom exemplo de norma de eficácia
| contida, já que garante a liberdade de profissão de forma plena, mas, caso a lei estabe-
| ieça certos requisitos, eles deverão ser observados.
§ Letra B - Errada. O direito de petição é o direito que qualquer pessoa (física ou jurídica)
| possui de se dirigir ao Poder Público (qualquer poder) e “pedir'’ (petição) que se tome alguma
| atitude em defesa de seus direitos, ou contra alguma ilegalidade ou abuso de poder.
| Assim, assegura a Constituição em seu art. 5.°:
| XXXÍV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
| a) o direito de petição aos Poderes Públicos:
| * Em defesa de direitos; ou
| ■ Contra ilegalidade; ou
| * Contra abuso de poder.
| b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para:
| « Defesa de direitos; e
| * Esclarecimento de situações de interesse pessoaí.

1 Demais pontos importantes sobre estes direitos:

| 1. Não precisa de lei regulamentadora;


2. independe do pagamento de quaisquer taxas enão possui caráter restritivo, ou seja.
| TODOS são isentos, e não apenas os pobres ou com insuficiência de recursos.
| Até as pessoas jurídicas poderão fazer uso e receber a imunidade.
| 3. No direito de petição, a denúncia ou o pedido poderão ser feitos em nome próprio
| ou da coletividade.
5 4. Estes direitos, se negados, poderão dar moHvo à impetração de Mandado de Se-
| gurança.
I
| Assim, a alternativa está errada, pois não está condicionado ao pagamento de quaisquer taxas.

| Letra C - Correta. Perfeita Iiteraiidade do art. 5.°, XVIII, da Constituição. Importante ob-
| servar os demais pontos atinentes ao direito de associação:
DIREITO CONSTITUCIONAL ~ Questões comentadas - FGV ;

k 1. É livre a associação somente para fins lícitos, sendo vedada a paramilitar;


:>í 2. É vedada a interferência estatal em seu funcionamento e nem mesmo precisa-se
| de autorização para criá-las;
3. Ninguém pode ser compelido a associar-se ou perm anecer associado;
| 4. Para que tenham suas atividades compuisoriamente suspensas - Só por decisão
| judicial (“sim ples’)',
5. Para serem compuisoriamente dissolvidas - Só por decisão judicial transitada em
julgado',
è 6. Podem, desde que expressamente autorizadas, representar seus associados: ju d i­
cialmente ou extrajudicialmente.

í; Letra D - Correta. Agora a banca usou a disposição litera! encontrada no art. 5.°, X X X iil,
| que trata do chamado “direito de informação” . Este direito permite que todas as pessoas,
s que assim necessitarem, possam se dirigir a órgãos públicos e pedir informações que
;■ sejam de seu interesse particular ou de interesse da coletividade, im portante notar que a
? autoridade pública deve prestar estas informações no prazo legai, sob pena de ser res-
■ ponsabiiizada. A autoridade não está obrigada a prestar aquelas informações cujo sigilo
; seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
■ Letra E - Correta. Caso a pequena propriedade rural seja trabalhada pela família, de
ii acordo com o art. 5.°, XXVI, da Constituição, el a não será objeto de penhora para paga­
mento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, e caberá á íei dispor sobre os
me os de financiar o seu desenvolvimento.
Gabarito: Letra B.

H (FGV/Analista de Gestão Administrativa - SAD - PE/2009) Em relação aos


direitos e garantias fundamentais, analise as afirmativas a seguir:
i. A Constituição assegura os mesmos direitos e garantias individuais aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País, nos termos do art. 5.° da Constituição Federa!.
II. No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de proprie­
dade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano.
III. A sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei estrangeira
pessoal do “de cujus" sempre que esta for mais favorável ao cônjuge ou aos filhos
brasileiros do que a lei brasileira.
Assinale:

a) se nenhuma alternativa estiver correta.


b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
c) se somente as afirmativas l e llt estiverem corretas.
d) se somente as afirmativas ü e Hl estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

i - Correto. O caput do art. 5.° da Constituição diz expressamente: “ .. .garantindo-se aos


r' brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
;; liberdade, à igualdade, à segurança e àpropriedade...”. O Supremo Tribunal Federal,
ao analisar a questão, promoveu mutação da norma, ampliando tal garantia a todas as
; pessoas que estejam no país, sob as leis brasileiras. Ou seja, o estrangeiro não precisa
mais ser residente para ter os mesmos direitos dos brasileiros, como usar habeas corpus,
;• mandado de segurança etc., basta que esteja sob as ieis brasileiras. As ressalvas se
„ fazem somente no que tange aos direitos cujos exercícios são exclusivos de nacionais,
como o uso da ação popular que caberá somente ao cidadão brasileiro.
Cap. 3 -■ DIREITOS E DEVERES INDIViDUAlS. E COLETiVÚS !

| II — Correto. Esse é o instituto da “requisição administrativa”, que não deve ser confun­
di dido com desapropriação. A requisição, prevista na Constituição, art. 5.°, XXV, é apenas
| um uso tem porário da propriedade; só haverá indenização em momento posterior e se
| houver dano.
I III - Correto. O termo “de cujus" é usado como sinônimo de “falecido”. Assim, de acordo
| com a Constituição (CF, art. 5.°, XXXI), a sucess ão de bens (transmissão da herança)
| pertencentes a estrangeiros, quando os bens estejam situados no Brasil, será regulada peia
| lei b ra sile ira , de modo que venha a beneficiar o seu cônjuge ou seus filhos brasileiros.
| Esta regra não é aplicável se a iei do país do faiecido (de cujus) for mais benéfica do
| que a iei brasileira para o cônjuge ou filhos brasileiros.
£
S Gabarito: Letra E.

0 (FGV/Analista de Gestão Administrativa - SAD - PE/2009) A respeito da


liberdade de expressão, assinale a afirmativa incorreta.
a) É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização
por dano material, mora! ou à imagem.
b) É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre
exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais
de culto e as suas liturgias.
c) É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades
civis e militares de internação coletiva.
d) É livre a manifestação do pensamento, permitido o anonimato.
e) Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos
imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.

| Letra A - Correta. Trata-se de uma contraposição à manifestação do pensamento, prevista


|| na CF, art. 5.°, IV. O direito de resposta, prev isto no inciso V do art. 5.° da Constituição,
assegura o direito de resposta que a pessoa responda a ofensas feitas, desde que de
| forma proporciona! ao agravo. O uso do direito de resposta não excluí a indenização por
1 dano material, mora! ou à imagem. Desta forma, a manifestação do pensamento não é
| absoluta, deve-se também respeitar os outros princípios, como a intimidade, privacidade
§ e etc.
í?
| Letra B - Correta. O Brasil é um país laico , nao possui uma religião oficial, embora
| proteja a liberdade de crença como uma das faces da não discriminação. Assim, o art.
| 5.°, VI, da Constituição diz ser inviolável a lib erdade de consciência e de crença, sendo
1 assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção
| aos locais de culto e a suas liturgias.
| Letra C - Correta. Agora foi usada a Iiteraiidade do art. 5.°, VII, que assegura, nos termos
I da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação
I coletiva.
I
| Letra D - Errada. Trata-se de uma “pegadinha clássica" em provas. A manifestação do
| pensamento é.livre, mas a Constituição não permite o uso do anonimato (CF, art. 5.°, IV).
| E, como vimos, tam bém não há respaldo para que, na manifestação deste pensamento,
I a pessoa viole princípios como intimidade, privacidade etc.
*
g Letra E - Correta. Este direito é conhecido como “Imperativo de Consciência". A Consti-
I tuição em seu art. 5.°, VIU, garante que ninguém será privado de direitos por motivo de
jf crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se
| de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada
| em lei. O imperativo de consciência pode ser alegado, por exemplo, em tempo de paz,
I no caso do serviço militar obrigatório, mas não poderá a pessoa recusar-se a cum prir a
S2 DIREITO C O N S TiTU C iO N A l - Q u e s tõ e s c o m e n ta d a s - FG V

K prestação alternativa imposta, conforme dispõe o art. 143, § 1.°. Segunda a Constituição
8 Federal, em seu art. 15, iV, no caso de recusa de se cum prir obrigação legai a todos
| imposta ou prestação aitemativa, ensejará na perda ou suspensão dos direitos políticos
í; do cidadão.
$
a Gabarito: Letra D.

B (FGV/Procurador - TCWl-RJ/2008) O direito ao sigilo de comunicação é:


a) restrito às comunicações telefônicas.
b) fundamental, podendo, entretanto, ser quebrado no caso das comunicações tele­
fônicas, quando houver ordem judicial.
c) abrangente de todo o tipo de comunicação.
d) relativo, podendo ser quebrado no caso de instrução processual.
e) relativo, podendo ser quebrado no caso do preso.

| O sigilo das com unicações é uma garantia individual prevista no art. 5.°, XII, da Consti-
| tuição Federal, que assim prevê:

g X II - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de


dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último c aso, p o r ordem judicial,
nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou
|| instrução processual penal;

| Ao usar a expressão “salvo no último caso", a Constituição permitiu que houvesse quebra
| das comunicações telefônicas em se tratando de ordem judicial emanada com finalidade
| de investigação criminal ou instrução processual penaí.
| A ietra A está errada, já que o sigilo abrange a comunicação por correspondência, telegráfica
|| ou telefônica. A possibilidade expressa de quebra é que se restringe à telefônica.
| A íetra B é a resposta correta, já que todo direito previsto nos arts. 5.° a 17 é direito
S fundamental e, realmente, em se tratando de comunicações telefônicas, pode haver
| quebra nos casos já citados.
| A letra C é incorreta, já que o sigilo abrange somente comunicações “pessoais” , ou seja,
| aquelas com destinatário certo. Por exemplo, um carro de som fazendo propaganda pelas
| ruas está comunicando, mas não há o que se falar em comunicação sigilosa.
| A letra D é incompleta, porque devia falar em comunicação telefônica e dizer instrução
| processual penal.
| A Letra E tam bém é genérica e imprecisa. Está incorreta por generalizar, mas nos
| remete a um assunto muito importante: o STF já decidiu que as outras inviolabilidades
| além das telefônicas (sigilo dos dados e das com unicações telegráficas) tam bém po-
| derão ser afastadas, já que nenhum direito fundam ental é absoluto e não pode ser
| invocado para acobertar ilícitos. Segundo o Supremo, então, é lícito que uma carta
| enviada a um presidiário seja aberta para coibir a prática de certas condutas, já que a
| disciplina prisional e a segurança são interesses mais fortes do que a privacidade da
| comunicação do preso.
| Lembramos que qualquer quebra de sigilo é medida excepcional. A letra E pecou por
£ isso: estabelecer simplesmente que no caso do preso poderá ser feita a quebra, mas
| não basta ter a condição de preso, deve-se no caso concreto confrontar e ponderar os
| direitos e decidir se realmente é necessária a quebra.

I Gabarito: Letra B.
Cap. 3 - DiREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

03 (FGV/Advogado - BADESC/2010) Considerando o direito fundamentai de


privacidade assegurado no art. 5.° da Constituição Federal de 1988, assinale
a alternativa correta.
a) A quebra de sigiio de movimentações financeiras do indivíduo pode ser decretada
por ordem judiciai, por deliberação das comissões parlamentares de inquérito e
pelo Ministério Público, nas investigações de sua competência.
b) A interceptação das comunicações telefônicas pode ser decretada por ordem judicial
em processo de natureza penai, civí! ou administrativa, na forma da lei.
c) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consen­
timento do morador. É vedado o ingresso durante a noite, salvo no cumprimento
de mandado judicial de busca e apreensão, na forma da lei.
d) A Constituição só permite a interceptação das comunicações telefônicas nos casos
de investigação de crimes de terrorismo, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro
e crimes contra a administração pública, por ordem judicial, na forma de lei com­
plementar.
e) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem con­
sentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judiciai.

| A letra A traz uma generalização que não se mostra correta. O sigilo bancário poderá
| realmente ser quebrado por ordem judicial e pela CPI, mas, no caso do Ministério Público,
f a regra é que não poderá acontecer. O Ministério Púbiico, segundo o STF, não tem com-
| petência para determinar a quebra de sigilo bancário, a não ser na excepcional hipótese
| de um processo envoivendo aplicação indevida de verbas públicas, quando então deverá
| prevalecer o princípio da publicidade sobre o princípio da privacidade.
5 A letra B tem conteúdo incorreto, pois. conforme visto, o art. 5.°, XII, da Constituição só
| permite quebra das comunicações telefônicas em se tratando de ordem judiciai emanada
| para fins de investigação criminal ou instrução processual penal.
| A letra C é errada, já que somente se poderá ingressar no domicilio de alguém nos
| seguintes casos:

| * Se tiver o consentimento do morador;


| * Ainda que sem o consentimento do morador, se o motivo for:
| • Flagrante delito;
I « Desastre;
| *>Prestar Socorro;
| - Ordem judicial, mas neste caso, somente durante o dia.

| A letra D é errada, pois a possibilidade de quebra ocorre sempre que o Juiz assim decidir,
| desde que tenha a finalidade de uma investigação criminal ou uma instrução processual
| penal.
| A ietra E é a resposta correta da questão, e está perfeitamente de acordo com a expli-
| cação que vimos na letra C.
í; Gabarito: Letra E.

0 (FGV/Advogado-Senado/2008) A respeito do catálogo de direitos fundamentais


da Constituição Federal de 1988, analise as afirmativas a seguir:
I. A todos é assegurado o direito de reunião, para fins pacíficos, em locais abertos
ao público, independentem ente de autorização e de aviso prévio à autoridade com ­
petente.
DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões com entadas - FGV

II. A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento
do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou,
durante o dia, por determinação de autoridade judicial ou de Presidente de Comissão
Parlamentar de Inquérito.
III. Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular,
ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da iei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado.
IV. A apreciação pelo Poder Judiciário de tesão ou ameaça a direito será assegurada na
forma e observados os limites previstos em lei complementar.
Assinale:
a) se apenas as afirmativas I e II! estiverem corretas.
b) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
c) se apenas a afirmativa I estiver correta.
d) se apenas a afirmativa Ml estiver correta.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

| í - Errado. Segundo a Constituição Federal, em seu art. 5.°, XVI, para que a coletividade
y de pessoas possa se reunir, devem-se observar os seguintes requisitos constitucionais:

- seja pacificamente;
i| - sem armas;
- não frustre outra reunião anteriormente convocada para o local;
p - avise a autoridade competente.

Desta forma, erra o item por dizer que dispensa o prévio aviso. Este aviso é necessário,
I o que não é necessário é que a autoridade autorize a reunião.

; II - Errado. Segundo a Constituição, em seu art. 5.°, XI, a casa do indivíduo (sentido
ampio: moradia, escritório, consultório e etc.) é asilo invioiávei e ninguém pode entrar na
s mesma, a não ser que:

| " le n h a o consentimento do morador; ou


| “ Em caso de flagrante deítto, desastre ou para prestar socorro; ou
| ■ Se o Juiz determinar, mas neste caso só poderá entrar durante o dia.

| Erra o item ao dizer que poderá autorizar a violação do domicílio o Presidente de Comis-
| são Parlamentar de Inquérito, a Constituição não permite esta hipótese.

I lli - Correto. Novamente a banca explorou ò teor do dispositivo encontrado no art. 5.°,
| XXXIII, que trata do chamado “direito de informação", que permite que as pessoas possam
| se dirigir a órgãos públicos e pedir informações que sejam de seu interesse particular ou
| de interesse da coletividade.

| IV - Errado. A questão subverteu o princípio da inafastabilidade do Judiciário, garantia


| constitucional que se manifesta em norma de eficácia píena. O principio da inafastabilidade
| do Judiciário é um principio importantíssimo para o Estado democrático de direito, pois,
x ao garantir que toda lesão ou ameaça a direito estará sujeita a apreciação do Poder Ju~
p diciário, a Constituição impede os usos arbitrários de poder que ameaçam a democracia.
Este princípio está no art. 5.°, XXXV: “a iei não e xcluirá da apreciação do Poder Judiciário
j- lesão ou ameaça a direito”.
Gap. 3 - DIREITOS E OEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

| Por este princípio, alguém poderá acessar o Poder Judiciário sem necessariamente esgotar
as esferas administrativas e será apenas o Poder Judiciário que fará a “coisa julgada"
| em definitivo. Mas existem exceções constitucionais que reiativizam a inafastabilidade
f jurisdicional:

s - CF, art. 217 § 1.° - O Poder Judiciário só admi tirá ações relativas â disciplina e
t às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva,
regulada em lei.
| - Em se tratando de habeas data, só será admitida a propositura deste remédio depois
de negado o pedido pela autoridade administrativa (entendimento do STF - HD 22/
i DF, entre outros - e STJ - Súmuia n.° 2).

5; Gabarito: Letra D.

0 (FGV/Analista de Gestão Administrativa - SAD - PE/2009) Em reiação ao


direito de segurança, assinale a alternativa, correta.
a) Em situações excepcionais justificadas pela relevância e urgência, a iei poderá limitar
a apreciação do Poder Judiciário no que tange a íesão ou ameaça ao direito.
b) O brasileiro naturalizado poderá ser extraditado sempre que tiver sido comprovada
a prática de crime grave após a naturalização.
c) Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, estando, porém, os seus su­
cessores obrigados a reparar o dano do crime, sendo-lhes aplicada a decretação
do perdsmento de bens até o limite do patrimônio do criminoso que tiver sido
transferido àqueles.
d) A iei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prá­
tica da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e
os definidos como crimes hediondos, sendo permitida a instituição de tribunais
excepcionais para o julgam ento desses crimes.
e) A lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, privação ou res­
trição da liberdade, a perda de bens, a prestação sociai aiternativa, a suspensão
ou interdição de direitos e o banimento.

| Para analisar esta questão, vamos separar cada assertiva e analisá-la individualmente:

£ a) Em situações excepcionais justificadas pela relevância e urgência, a iei poderá


iimitar a apreciação do Poder Judiciário no que tange a lesão ou ameaça ao
% direito.
• Errada. Com o vimos, a garantia constitucional da inafastabilidade do Judiciário se maní-
\ festa em norma de eficácia plena, não sendo permitido pela Constituição o seu condi­
cionamento legal.

' b) O brasileiro naturalizado poderá ser extraditado sempre que tiver sido comprovada
a prática de crime g ra v e após a naturalização.
Errada. A Constituição estabelece que o brasileiro nato nunca poderá ser extraditado.
Diferentemente ocorre para o naturalizado, para o qual a extradição poderá acontecer. A
V Constituição estabelece, então, em art. 5.°, LI, qu ê, embora a regra seja a não extradição
de brasileiros, o naturalizado poderá ser extraditado em caso de:

« Crime comum, praticado antes da naturalização; ou


■ Comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na
form a da lei.
m DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões comentadas - FGV

y c) Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, estando, porém, os seus su­


cessores obrigados a reparar o dano do crime, sendo-lhes aplicada a decretação
do perdimento de bens até o limite do patrimônio do criminoso que tiver sido
g transferido àqueles.
Correta. A assertiva busca o seu fundamento na Constituição, art. 5.°, XLV. Neste artigo,
percebemos a personalização da pena, que não deve ser transferida para nenhuma outra
;» pessoa, senão aquela que cometeu o ilícito. Porém, no caso do patrimônio transferido
l por sucessão, este patrimônio poderá ser usado para reparar o dano, mas deve-se no-
tar que a execução (perdimento dos bens) ocorrerá somente até o limite do patrimônio
£ transferido, nunca aiém deste.

I d) A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prá­


tica da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e
os definidos como crimes hediondos, sendo permitida a instituição de tribunais
excepcionais para o julgamento desses crimes.
£ Errada. Esta questão possui duas partes, vamos separá-ias:

1 - A le i c o n s id e ra rá c rim e s in a fia n ç á v e is e in s u s c e tív e is d e g ra ç a o u a n is tia a


■ p rá tic a da to rtu ra, o trá fic o ilíc ito d e e n to rp e c e n te s e d ro g a s a fin s , o te rro ris m o
e os d e fin id o s c o m o c rim e s h ed io n d o s .
'é Esta parte está correta, nos termos do art. 5.°, X LIII, da Constituição, im portante é notar
f; que a Constituição prevê expressamente 3 grupos de crimes e todos eles são inafian-
£ çáveis. São eles:

j XLIt - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito â pena


f- de reclusão, nos termos da lei;
| XLIII - a iei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a
fi prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os
% definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, o$ executores
p e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
$ X LIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis
tl ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;

?; Como já foi dito, perceba que todos eles são inafiançáveis. Existe, porém, uma diferença
| nos outros tratamentos:

£ * ação de grupos armados contra o Estado - imprescritível;


f) • racismo - imprescritível e sujeito a reclusão (R - racismo x R - reciusão);
I * 3TH (terrorismo, tráfico, tortura e hediondo) - insuscetível de graça ou anistia (tente
f relacionar a fonética do “H” - “A -G A ° - para lembra r de “Graça”).

I Desta forma, ratificamos que não há erros na assertiva até aqui.

| 2 - s e n d o p e rm itid a a in s titu iç ã o d e trib u n a is e x c e p c io n a is p a ra o ju lg a m e n to


| c/esses c rim e s.
| Esta parte está errada, pois viola os preceitos constitucionais. Segundo nossa Carta
| Magna, não haverá juízo ou tribunal de exceção (CF, art. 5.°, XXXVII).
y Desta forma, a assertiva “d", se torna incorreta.

K e) A iei regulará a individualização da pena e adoiará, entre outras, privação ou res­


trição da liberdade, a perda de bens, a prestação social alternativa, a suspensão
ou interdição de direitos e o banimento.
g Errada. A questão mistura dispositivos constitucionais previstos no art. 5.°, XLVt e XLVtl.
K A Constituição dispõe:
Cap. 3 - DÍRBTOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

| XLVI - a lei regulará a individuaíização da pena e adotará, entre outras, as seguin-


I tes:
| a) privação ou restrição da liberdade;
| b) perda de bens;
| c) multa;
| d) prestação social alternativa;
| e) suspensão ou interdição de direitos.
| XLVII — não haverá penas:
| à) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
§ b) de caráter perpétuo;
| c) de trabalhos forçados;
| d) de banimento;
| e j cruéis.

| Perceba que em hipótese aiguma podemos ter penas cruéis, de banimento, trabalho for-
| çado ou, ainda, perpétuas. Porém, no caso de pena de morte, é admitida se estivermos
| em guerra externa deciarada.
| A questão erroneamente inciuiu o banimento entre as hipóteses possíveis de pena. Desta
| forma, está incorreta.

I Gabarito: Letra C.

Í3 (FGV/Técnico Legislativo ~ Senado Federal/2008) A Constituição Federai


proíbe a pena de morte no Brasii, exceto nahipótese de:
a) condenação por crime de terrorismo.
b) em caso de decretação de estado de sítio.
c) condenação por crimes hediondos,na forma da lei.
d) condenação por crime de tortura.
e) em caso de guerra deciarada.

| Essa questão nos remete novamente ao art. 5.°, XL V1I, da Constituição que garante a
? não existência de penas de:

■ a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
| b) de caráter perpétuo;
| c) de trabalhos forçados;
% d) de banimento;
I e) cruéis.

| Desta forma, a única dessas vedações que pode ser reiativizada é a pena de morte, e
| somente no caso de guerra externa declarada.
| Para fins de elucidação, a pena de morte será permitida, nos term os do Código Penal
g Militar, art. 392, que estabelece o crime de “deserção em presença do inimigo’’.

?• Gabarito: Letra E.
DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões comentadas - FGV

ETD (FGV/Analista Legislativo - Senado Federal/2008) Relativamente aos direitos


e garantias fundamentais, analise as afirmativas a seguir:
I. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasiíeiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e ã propriedade.
II. São a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas, o direito de
petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de
poder e a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e
esclarecimento de situações de interesse pessoal.
lii. São imprescritíveis os crimes de racismo, ação de grupos armados contra o Estado,
tortura e terrorismo.
IV. Nenhum brasileiro será extraditado, saivo o naturalizado, em caso de crime hediondo
praticado após a naturalização.
Assinale:

a) se apenas as afirmativas 1 e il estiverem corretas.


b) se apenas as afirmativas li e líl estiverem corretas.
c) se apenas as afirmativas ill e IV estiverem corretas.
d) se apenas as afirmativas I e íli estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

| Perceba que a FGV, como qualquer banca examinadora, começa a ficar repetitiva. Por
\ este motivo é tão essencial que se resolvam as questões anteriores.
S Analisemos cada item:
i l. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
k aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
i vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.
S Correto. A questão traz o caput do art. 5.° da Constituição. Lembrando que, como j á foi
I visto, segundo o Supremo Tribunal Federal, o estrangeiro não precisa mais ser residente
| para ter os mesmos direitos dos brasileiros, basta que esteja em território nacíonaf, sob
| as leis brasileiras.
| Importante tam bém é notar o preceito trazido peio início do artigo: todos são iguais pe-
| rante a iei. Começa então a ser delineado o princípio da “isonomia" ou da “igualdade” .
| Este princípio pode ser entendido como “a lei não pode fa 2er distinção, deve tratar de
Íí forma igual os iguais e de forma desigual os desiguais na medida de suas desigualda-
| des”. De acordo com posições doutrinárias e jurisprudenciais, a isonomia se manifesta
| em 2 facetas:

- Isonomia formal - Todos poderão igualmente buscar os direitos expressos na teí.


- Isonomia material - É a igualdade reai que vai além da igualdade formal. A busca
| da igualdade material acontece quando são tratadas desigualmente as pessoas que
| estejam em situações desiguais. É geralmente usada para favorecer alguns grupos
| que estejam em posição de desvantagem.

S H. São a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas, o direito


j de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou
; abuso de poder e a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de
; direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal.
% Correto. Como vimos, o direito de petição é o direito que qualquer pessoa (física ou
| jurídica) possui de se dirigir ao Poder Público (qualquer poder) e “pedir” (petição) que se
Cap. 3 - DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
m
| tome alguma atitude em defesa de seus direitos, ou contra alguma iiegalidade ou abuso
| de poder. O direito de petição, tal qual o direito de obter certidões, são garantidos inde-
| pendentemente do pagamento de taxas.

| lll. São imprescritíveis os crimes de racismo, ação de grupos armados contra o


| Estado, tortura e terrorismo.
| Errado. Anteriormente, vimos o a r t 5.°, XLÍH, da Constituição, importante é notar que a
| Constituição prevê expressamente 3 grupos de crimes e todos eles são inafiançáveis.
| Vimos que, embora inafiançáveis, eíe possuíam, cada quai, um segundo tratamento pe-
| culiar, da seguinte forma:

| * ação de grupos armados contra o Estado - imprescritível;


I • racismo - imprescritível e sujeito a reciusão;
| * 3TH (terrorismo, tráfico, tortura e hediondo) - insuscetível de graça ou anistia.

| Assim, o item está incorreto, pois, embora o racismo e a ação de grupos armados contra
| o Estado sejam crimes imprescritíveis, a tortura e terrorismo não o são, recebendo pela
f Constituição o tratam ento de insuscetíveis de graça ou anistia.

| IV. Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime he-
| diondo praticado após a naturalização.
| Errado, O erro foi o uso do “após” em vez do “antes". Como visto, baseado no art. 5.°,
| Li, da Constituição, o brasileiro naturalizado poderá ser extraditado em caso de;

| a Crime comum, praticado antes da naturalização; ou


| » Comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na
| forma da iei.
&
| Gabarito: Letra A.

Hl (FGV/Fiscaf~SEFAZ-RJ/2008) Conceder-se-á h a b e a s d a ta :
a) para assegurar a integridade moral do cidadão.
b) quando o responsável pela ilegalidade fo r autoridade pública.
c) para proteger o direito líquido e certo não amparado por habeas corpus.
d) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso,
judicial ou administrativo.
e) quando o responsável pela ilegalidade for agente de pessoa jurídica no exercício
de atribuições de Poder Público.

| A Constituição assim dispõe sobre o habeas data:

I Motivo:
|
I a) Conhecimento de informações relativas á pessoa do impetrante;
| b) Retificar dados, caso não prefira fazer isto* por meio sigiloso administrativamente
| ou judicialmente.

| OBS. 1 - Veja que não pode ser usado para informações de terceiros, somente para
I informações do próprio impetrante. E lembrando que, segundo o STF, na primeira hipótese,
| o remédio só será concedido se a pessoa já tiver feito o pedido administrativamente e
| te r sido negada da informação.
40 DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões comentadas - FGV;-:

I Quem pode usar: Guafquer pessoa.


;• Quem pode sofrer a ação: Qualquer entidade governamental ou ainda não governamental,
mas que possua registros ou bancos de dados de caráter publico.
Custas: (CF, art. 5.°, LXXVII) São gratuitas as açõ es de “ habeas data”.

| Gabarito: Letra D.

BS (FGV/Advogado-BESC/2004) O remédio constitucional para garantia do exercí­


cio de liberdades constitucionais não aplicáveis em razão da falta de norma
regulamentadora é:
a) a ação popular.
b) a ação civil pública.
c) o mandado de segurança coletivo.
d) a ação direta de inconstitucionaíidade.
e) o mandado de injunção.

j Vamos analisar as assertivas:


Jv Letra A - ação popular:
| Quem pode propor: Qualquer cidadão, ou seja, somente aquele brasileiro que estiver em
f gozo de seus direitos políticos.
| Motivo: Anuiar ato lesivo:

| » Ao patrimônio público ou de entidade da qual o Estado participe;


| » À moralidade administrativa;
f « Ao meio ambiente;
| - A o patrimônio histórico e cultura!.

| Custas judiciais: Fica o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do
s ônus da sucumbência;
| Desta forma, não é a letra A a resposta da questão.

| Letra B - A ação civil pública não é um remédio constitucional propriamente dito, é uma
| ação que pode ser interposta para proteção de interesses sociais difusos e coletivos
| (Lei 7.347/1985), não pelo cidadão, mas por algumas entidades, sendo outra arma
| para proteção de interesses da sociedade.
| OBS. - Diferentemente da Ação penai pública, a ação civil pública não é privativa do
| Ministério Público, podendo ser, além do MP, ser intentada por:

| » Qualquer ente federativo (União, Estados, Munícípios e DF);


| « Autarquia, Fundação Púbiica, Sociedade de Economia Mista ou Empresa Pública;
| » Defensoria Pública;
| ° Associação constituída há pelo menos um ano e q ue possua como finalidade a
% proteção ao meio ambiente, ao consumidor, ao patrimônio histórico etc.

i Letra C - O mandado de segurança coletivo é uma das espécies do mandado de se-


s gurança. Seu objeto é o mesmo, quem muda é apenas o impetrante. Diferentemente do
individual - impetrado por uma única pessoa o coletivo é impetrado por uma coletivi-
H dade de pessoas. Em 2009 foi publicada uma nova lei sobre o mandado de segurança
| (Lei 12.016/2009). Vejamos de uma forma mais analítica as disposições constitucionais e
I legais acerca do mandado de segurança:
Cap. 3 - DIREITOS E OEVERES iNDiVIDUAIS E. COLETIVOS
m
Objeto do Mandado de Segurança: Proteção de direito líquido e certo, nao amparado por
h a b e a s c o rp u s ou h a b e a s d ata, devido à ilegalidade ou ao abuso de poder.
Quem pode im petrar Qualquer pessoa física ou jurídica, de forma preventiva ou repres­
siva.
Contra quem pode im petrar: Autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem
as funções que exerça. Equiparam-se às autoridades:

• Os representantes ou órgãos de partidos políticos;


• Os administradores de entidades autárquicas;
• Os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições
do poder público, somente no que disser respeito a essas atribuições.

Não cabimento: Não cabe mandado de segurança contra:

• Os atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas públicas,


de sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço púbiico.
• Ato do qua! caiba recurso administrativo com efèito suspensivo, independentemente
de caução;
• Decisão judicia! da qual caiba recurso com efeito suspensivo;
• Decisão judiciai transitada em juigado.

Prazo para propor: 120 dias contados da ciência do ato (prazo decadencial).
OBS. - Este prazo de 120 dias não se aplica, obviamente, ao MS preventivo, pois, se a
lesão ainda nem ocorreu, como poderíamos começar a contagem do prazo?
Mandado de segurança coletivo: Pode ser impetrado por:

• Partido político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus inte­


resses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária; ou
• Organização sindical, entidade de ciasse ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos
da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus
estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto,
autorização especial.

Letra D - Ação direta de inconstitucionaíidade também não é um remédio constitucional,


mas uma ação usada para o controie de constitucionalidade capaz de levar uma lei (fe­
deral ou estadual) ao conhecimento do Su premo para que este aprecie se a iei está ou
não de acordo com os preceitos da Constituição.

Letra E - Agora chegamos ao gabarito da questão. Vejamos as características sobre o


remédio constitucional denominado “m andado de injunção1’:
Motivo: Falta de norma reguíamentadora tornando inviávei o exercício:

« Dos direitos e liberdades constitucionais;


n Das prerrogativas inerentes à:
- Nacionalidade; *
- Soberania; e
- Cidadania.

Quem pode usar: Qualquer pessoa.


Quem pode sofrer a acão: A autoridade competente para editar a norma em questão;
fjHH . . DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões comentadas - FG V

I Modos de M i:

1 * Individual: Impetrado em nome de uma única pessoa;


I■ Coletivo: Não está previsto na Constituição, mas é admitido, devendo cumprir os
| mesmos requisitos do mandado de segurança coletivo.

| OBS. 1 - 0 termo “norma” deve ser considerado em sentido amplo, não precisa ser iei,
I pode ser qualquer ato normativo, inciusíve os ínfralegats, como portarias, decretos etc.

f OBS. 2 - Até meados de 2007, o efeito das decisões de Mís emanadas peios tribunais
| se limitavam a dectarar a mora do legislador (declarar que o Legislador estava em
í falta na regulamentação do tema) e pelo princípio da independência dos poderes, não
| havia como obrigar tal autoridade a legislar e nem mesmo poderia o judiciário agir como
f;legislador e sanar a mora existente. Essa situação era o que chamam os de posição
não concretista do Poder Judiciário. Porém, ao julgar os Mandados de Injunção 670,
£ 708 e 712, sobre a falta de norma regulamentadora do direito de greve dos servidores
| públicos, o STF abandonou sua antiga posição e declarou: “enquanto não editada a lei
| específica sobre o direito de greve dos servidores públicos, estes devem adotar a norma
aplicávei aos trabalhadores da iniciativa privada” . Assim, o STF passou a adotar a teoria
l concretista, pois sanou a mora existente e “ressuscitou” aquele que era chamado de “o
i remédio constitucional mais ineficaz” .

Posição
Não O Judiciário se iimita a declarar a mora do legislador
concretista
O judiário desde já faz com que o direito possa ser exercido
Geral
e de forma erga omnes

O Judiciário assenta um
prazo para que o Legislativo
Intermediária edite a norma faitante
~ quando usado foi de
Posição 120 dias
Concretista O judiciário
Individual decide de forma
inter partes O Judiciário desde logo faz
com que a parte pedinte
Direta possa exercer o seu direito,
geralmente usando-se de
analogia a outras normas

lí Gabarito: Letra E.

HO (FGV/Fiscal-SEFAZ-Rjy20Ü8) Jnacolhida a pretensão autoral, em uma ação civil


pública, o autor será condenado nas custas judiciais, saivo comprovada:
a) não sucumbência.
b) boa-fé.
c) má-fé.
d) idoneidade.
e) transparência.
Cap. 3 - DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS È COLETIVOS ■

í; A questão exige do candidato um conhecimento sobre a Lei 7.347/1985 (e suas alterações


| posteriores), que reguiamentam a “ação civil pública” .
| No art. 18 da Lei 7.347/1985, encontram os a disposição de que não se condenará o autor
í em custas, honorários e despesas, a não ser que seja comprovada a sua má-fé.
f A questão, maldosamente, inverteu o sentido da lei, dizendo que o autor “será condenado” ,
^ e pediu a ressalva. Assim, a assertiva a ser marcada seria boa-fé. Ou seja, se agiu com
| boa-fé, não irá pagar custas, se agiu com má-fé, irá pagar.

? Gabarito: Letra B.

H3 (FGV/Fiscal-SEFAZ-MS/2006) Direito líquido e certo, em tema de mandado de


segurança, é aquele:
a) fundado em fatos que não demandam exame jurídico de grande complexidade.
b) fundado em fatos passíveis de prova na etapa processual dilatória.
c) fundado em fatos comprovados de piano.
d) fundado em fatos que independem de prova testemunhai.
e) fundado em fatos economicamente apreciáveis.

| Quando a Constituição diz que o mandado de segurança irá proteger direito líquido e certo,
| está dizendo que se trata de uma ação célere que não abre a possibilidade de “dilação
f probatória” , ou seja, não cabe pela via de mandado de segurança a proteção de direitos
| que não consigam ser prontamente comprovados. Desta forma, responde corretamente à
$ questão a alternativa C, ao dizer que direito iíquido e certo é aquele fundado em fatos
| comprovados de plano.

I Gabarito: Letra C.

IE3 (FGV/Advogado-BESC/2004) Podem im petrar mandado de segurança cole­


tivo:
a) partido político com representação no Congresso Nacional, organização sindical,
entidade de ciasse de âmbito nacional ou associação legalmente constituída e
em funcionam ento há pelo menos dois anos, em defesa dos interesses dos seus
associados.
b) partido político com representação no Congresso Nacional, organização sindicai,
entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há
pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados.
c) partido político legalmente constituído, organização sindical de primeiro grau, en­
tidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há
pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros.
d) partido político, organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente
constituída, em defesa dos interesses de seus membros ou associados.
e) partido político com representação em 3/4 das câmaras estaduais, organização
sindical, entidade de classe de âmbito nacional ou associação legalmente cons­
tituída e em funcionam ento há pelo menos «dois anos, em defesa dos interesses
dos seus associados.

s Questão muito cobrada em concursos e que retira seu fundamento da Constituição Federal,
| art. 5.°, LXX. Este tema já foi visto quando esqu ematizamos os remédios constitucionais,
jj Assim, o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões com entadas - F G V

Partido político com representação no Congresso Nacional;


• Organização sindical;
Entidade de ciasse; ou
• Associação legalmente constituída e em funcionam ento há, peio menos, 1 (um)
ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totafidade, ou de parte, dos seus
membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às
suas finalidades, d isp e n sa d a , para ta n to , a u to riz a ç ã o e special.

Gabarito: Letra B.

£0 (FGV/Juiz Substituto - TJ-PA/2008) No que tange à Tutela Constitucional dos


Direitos e das Liberdades, é correto afirmar que:
a) não há a necessidade da negativa da via administrativa para justificar o ajuizameoto
do habeas data , pois o interesse de agir está sempre presente, por tratar-se de
uma ação constitucional, de caráter civil, que tem por objeto a proteção do direito
líquido e certo do impetrante em conhecer todas as informações e registros à sua
pessoa e constantes de repartições públicas ou particulares acessíveis ao público,
para eventual retificação de seus dados pessoais.
b) cabe habeas corpus contra qualquer decisão condenatória, seja condenação a
pena de muita ou a pena privativa de liberdade. Cabe, ainda, contra decisão
reiativa a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a
única cominada, dada a relevância desse instituto.
c) o pedido de reconsideração na via administrativa interrompe o prazo para o man­
dado de segurança.
d) controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado de
segurança.
e) a im petração de mandado de segurança coletivo por entidade de ciasse em favor
de associados depende da autorização destes.

j A letra A não está correta, pois contraria o entendim ento do STF - HD 22/DF, entre
| outros - e STJ - Súmula n.° 2.
I A letra B tam bém se encontra incorreta, já que o habeas corpus é rem édio contra a
| coação de liberdade, não sendo cabível quando a sanção imposta não se refira a uma
| privação desta liberdade do indivíduo, sendo tão somente pecuniária.
| A letra C está incorreta. O prazo de 120 dias para impetrar o mandado de segurança
| é um prazo decadencial, logo, não pode ser interrompido nem suspenso, como é típico
I dos prazos decadenciais.
| A letra D retira seu fundam ento da Súmula 625 do STF: controvérsia sobre matéria de
| direito não impede a concessão de mandado de segurança. Veja que a matéria de fato
f alegada deve ser incontroversa, líquida e certa. Porém, nada impede que o direito em
é que este fato esteja se baseando seja controverso, complexo, como, por exemplo, uma
| lei que esteja sendo objeto de im pugnação. Essa é a assertiva correta.
f A letra E está errada, pois, como vimos, o mandado de segurança coletivo é caso de
; substituição processual, e não de representação processual. Assim, quando a entidade de
classe, associação ou partido político impetra o mandado em favor de seus membros, a
;; própria filiação já pressupõe a autorização para essa substituição. Diferentem ente ocorre
ç nos casos em que as associações representam em juízo associados específicos. Neste
; caso, precisam estar munidas de procuração expressa do representado.

Gabarito: Letra D.
Cap. 3 - DiRElTOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

D8 (FGV/Fiscal-SEFAZ-RJ/2009) São assegurados o contraditório e a ampla defesa:


a) apenas aos litigantes em processos judiciais.
b) aos acusados em geral e aos litigantes, tanto em processos judiciais como em
administrativos.
c) apenas aos acusados em processos criminais.
d) aos litigantes e acusados apenas em processos judiciais.
e) aos acusados em processos judiciais e administrativos, quando demonstrarem
necessidade financeira.

| O contraditório e a ampla defesa são princípios insculpidos no art. 5.° da Constituição, em


seu inciso LV. Tal inciso dispõe que: “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo,
| e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios
| e recursos a ela inerentes”.
| Desta forma, percebemos que qualquer litígio, judicial e administrativo, e para os acusados
em geral, devem ser aplicados o contraditório e a ampla defesa sob pena de nulidade
! do processo.
| É relevante ainda elencarmos três súmuias vincuiantes decorrentes deste dispositivo
| constitucional:

I Súmula Vinculante n,° 5 A falta de defesa técnica por advogado no processo adminis-
| trativo disciplinar não ofende a Constituição.
f Súmula Vinculante n ° 14 —* É direito do defensor do representado ter acesso amplo
| aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado
por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito
de defesa.
Súmula Vinculante n.° 21 —> É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento
prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.

í; Gabarito: Letra B.

IB (FGV/Fiscal-SEFAZ-RJ/2009) Com relação ao art. 5.°, inc. LV, da Constituição


Federal, segundo o qual “aos litigantes, em processo judicial ou administra­
tivo, e aos a c u s a d o s e m g e r a l s ã o assegurados o contraditório e a ampla
defesa”, assinale a alternativa correta.
a) O administrado tem o direito de mentir no processo administrativo.
b) A aplicação de sanção "por verdade sabida” é legítima.
c) A falta de participação de advogado na apresentação de defesa do acusado é
fator de invalidação de processo administrativo.
d) É inválida a exigência lega! de depósito prévio do valor da muita como condição
de admissibilidade de recurso administrativo.
e) O interessado tem sempre o direito à participação em processo meramente pre­
paratório de processo administrativo.

| Letra A - Errada. Como decorrência do contraditório e da ampla defesa, o acusado possui


í: o direito de não produzir provas contra si (direito ^ao silêncio) e também o direito de se
| defender de uma mentira sobre si, ou até mesmo de uma verdade (direito de mentir). O
| STF possui precedente de que, em âmbito do processo criminal, pode o acusado manter-se
| caiado, mentir, e inclusive não será ilícita a falsidade ideológica usada para se defender5.

1 H C 7 5 .2 5 7 /R J - R io d e J a n e ir o - R ela to r: M in . M o r e ir a A l v e s — J u lg a m e n to 1 7 . 0 6 .1 9 9 7 .
46 DiREiTO CONSTIJUCIONAL - Questões com entadas - FGV

A questão, porém , explora este direito no âm bito adm inistrativo e não no âm bito
penai. S endo assim , o tem a encontra-se ainda m ais delicado. Embora pendente de
pacificação, deve-se guard ar a posição defendida pela FGV de que, em processos
adm inistra tivos, ao contrário dos processos crim inais, não possuí o adm inistrado o
direito em questão.
Letra B - Errada. O contraditório e a ampla defesa são justam ente os princípios que
jogam por terra a “verdade sabida” que é a condenação arbitrária de alguém, sem que
o acusado tenha o direito de defesa.
Letra C - Errado. Consoante à Súmula Vinculante n.° 5, a falta de defesa técnica por
advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição. Desta forma,
o Suprem o pacificou o tema, antes controverso, deixando incorreta a assertiva.
Letra D - Correto. Trata-se do teor da Súmula Vinculante n ° 21, segundo a qual o STF
afirma que é inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro
ou bens para admissibilidade de recurso administrativo, pelo fato de se caracterizar uma
afronta ao direito de defesa.
Letra E - Errado. A assertiva, só de usar a palavra '‘sempre", já se torna muito arriscada.
Durante a sindicância, tentar-se-á elucidar os fatos ocorridos para que se decida ou não pela
abertura do processo, não há a necessidade de que nesses procedimentos administrativos
preliminares se conceda um contraditório, pois ainda não há a figura do acusado.

Gabarito: Letra D.

EE (FGV/Advogado-Senado/2008) A respeito do catálogo de direitos fundamentais


da Constituição Federal de 1988, assinale a afirmativa correta.
a) A Constituição assegura o direito de perm anecer calado apenas ao preso, quando
interrogado por autoridade policial.
b) A s provas obtidas por meios ilícitos são inadmissíveis apenas nos processos
criminais, podendo ser utilizadas sem restrições nos processos judiciais cíveis e
administrativos.
c) Por força do princípio da presunção da inocência, a prisão do réu decretada
por juiz anteriormente à condenação transitada em julgado terá sempre natureza
cautelar.
d) É possível a criação de tribunal de exceção para julg ar crimes de terrorism o, na
forma da lei.
e) O contraditório e a ampla defesa não são assegurados em procedim entos adm i­
nistrativos disciplinares se o servidor perm anecer revei.

z Letra A - Errada. Não só ao ser interrogado, como em quaiquer fase do processo criminal,
í o acusado terá o direito ao silêncio, pois não é obrigado a produzir provas contra si. A
?! Constituição elenca expressam ente este direito no art. 5.°, LX Iil: “o preso será inform ado
!: de seus direitos, entre os quais o de perm anecer caiado, sendo-lhe assegurada a assis-
■ tência da família e de advogado”.
J; Letra B - Errada. Com fundamento na Constituição Federai, art. 5.°, LVI - as provas obtidas
$ por meios ílícitos serão inadmissíveis no processo. É errado dizer que se restringe aos
| processos criminais. Trata-se de entendim ento amplo. Deste dispositivo, então, decorre o
| princípio dos “frutos da árvore envenenada” (fruits o f the poisoned tree), o quai diz que
l: a admissão no processo de uma prova ilícita irá contaminar, tom ando igualm ente nulo
? todos os atos processuais que decorrerem dela.
Letra C - Correta. A Constituição assegura que ninguém será considerado culpado até o
. trânsito em julgado de sentença penal condenatória (CF, art. 5 °, LVII). Embora considerado
Cap. 3 - DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

g inocente, a pessoa pode estar submetida à prisão, isso como forma assecuratória de que
| não venha a fu gir ou atrapalhar as investigações.
| Letra D - Errado. A disposição constitucional não admite ressalvas. Trata-se de imposição
•| taxativa: não haverá juízo ou tribunal de exceção (CF, art. 5.°, XXXVü).
| Letra E - Errada. Mais uma disposição constitucional que não alberga a ressalva feita
| pela assertiva. A Constituição é taxativa ao dizer: “aos litigantes, em processo judiciai ou
| administrativo, e aos acusados em gera! são assegurados o contraditório e ampla defesa,
I com os meios e recursos a ela inerentes” (CF, art. 5.°, LV).
E
| Gabarito: Letra C.

03 (FGV/Técnico Legislativo - Senado Federal/2008) A respeito do catálogo de


direitos fundamentais da Constituição Federal de 1988, analise as afirmativas
a s e g u ir:
i. O princípio da legalidade estabelece que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de
fazer alguma coisa, senão em virtude de lei.
II. É inviolável a liberdade de c re n ça .. Ninguém será privado de direitos por motivo de
crença religiosa, salvo se a invocar para exim ir-se de obrigação lega! a todos imposta
e recusar-se a cum prir prestação alternativa fixada em iei.
ilL Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o
dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido.
IV. Nenhum brasileiro será extraditado, saivo o naturalizado, em caso de crime comum,
praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico iiícito de
entorpecentes e drogas aftns, na forma da iei.
V. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediata­
mente ao ju iz com petente e à fam ília do preso ou á pessoa por ele indicada.
Assinale:

a) se apenas as afirm ativas í, IV e V estiverem corretas.


b) se apenas as afirm ativas í! e líl estiverem corretas.
c) se apenas as afirmativas I, lil e V estiverem corretas.
d) se apenas as afirmativas ii, Hí e IV estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

| I - Correto. Doutrinariamente, chama-se de “liberdade” ou “legalidade na visão do cidadão”


| o princípio que está expresso no art. 5.°, fí: ni nguém será obrigado a fazer ou deixar de
% fazer alguma coisa, senão em virtude de lei. Isso porque a legalidade pode ser entendida
| de 2 form as:

| Para o cid a d ã o - O particular pode fazer tudo aquilo que a lei não proiba;
f_ Para o a d m in is tra d o r p ú b lic o - O adm inistrador público só pode fazer aquilo que alei
: autorize ou permita. a

II - Correto. Mais uma vez a banca cobrou o “ Imperativo de Consciência'', que é en-
: conírado na Constituição em seu art. 5.°, VIII, garantindo que ninguém será privado de
direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as
'• invocar para exim ir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir pres-
tação alternativa, fixada em lei.
DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões comentadas - FGV

li! - Correto. Novamente a banca tenta extrair do candidato o conhecim ento dg Consti-
i; tuição, a r t 5.°, XLA/, que garante a personaliza ção da pena, mas tam bém permite que o
| dano seja reparado peio patrimônio transferido por sucessão, iimitando-se o perdimento
| dos bens ao limite do patrimônio transferido.
| IV - Correto. Como também já visto, a Constituição estabeleceu como regra a não extra-
í dição para os brasileiros, mas permite excepcionalmente a extradição do brasileiro, desde
f que seja naturalizado, e por motivos de:

ii « Crime comum, praticado antes da.naturalização; ou


f; » Comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na
fí forma da lei.

£ V - Correto. Trata-se de um dos direitos do preso, este é o previsto na Constituição,


f art. 5.°, LX11.

£ Gabarito: Letra E.

ESI (FGV/Juiz Substituto - TJ-N1S/2008 - Adaptada2) Vioia a garantia constitucional


de acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite sobre o valor
da causa (Certo/Errado).

;• Esta é Iiteraiidade da Súmula 667 do STF. É comum que a banca FGV, assim como as
| demais bancas examinadoras, costum em cobrar as súmulas do STF que foram recente-
| mente publicadas. Como tal concurso é de 2008, esta súmula era uma relevante novidade.
£ Assim, é necessário que o candidato tenha muita atenção às mudanças recentes nas
í legislações e nas jurisprudências dos tribunais.
| De acordo com a Súmula 667, então, a taxa judiciária, que è cobrada para custear os
! serviços forenses, deve ser razoável e proporcional ao custo da atividade. Deve possuir
i: um limite, para que não obste o acesso ao Judiciário.

:í Gabarito: Correto.

WX (FGV/Juiz Substituto - TJ-W1S/2008 ~ Adaptada3) A garantia da írretroatividade


da lei, prevista no artigo 5,°, XXXVI, da Constitui ção Federa! de 1988, não
é invocável pela entidade estatal que a tenha editado.
| Mais uma súmula do STF. Agora, a banca expôs a Iiteraiidade da Súmula 654, que deriva
% de alguns julgados do Supremo, principalmente sobre a aposentadoria especial.
: Tal orientação jurisprudência! impede que o Estado reconheça um direito mediante a edição
§ de uma iei e, aproveitando-se do caráter irretreativo que esta lei a priori possuiria, venha
| a se exim ir do pagamento de custos de forma retroativa.

g Gabarito: Correto.

2 A d a p t a ç ã o s e f e z n e c e s s á r ia p ara f in s d e se p a r a ç ã o c o r r e ta d o s te m a s .
3 Id em .
Cap. 3 - DIREITOS E DEVERES INDIVÍOUAIS E COLETIVOS '

GABARITO

1. D 7. D ■ 13. B 19. C

2. B 8. C 14. C 20. E

3. E 9. E 15. B 21. Correto

4. D 10. A 16. D 22. Correto

5. B 11. D 17. B

6. E 12. E 18. D
D I R E I T O S S O C I A I S , N A C IO N A L ID A D E ,
D IR E IT O S P O L ÍT IC O S E P A R T ID O S
P O L ÍT IC O S

0 (FGV/Analista de Gestão Administrativa - SAD - PE/2009) Assinale a alter­


nativa que relacione corretamente todos os direitos sociais contemplados
no c a p u t do art. 6.° da Constituição.
a) A educação, a saúde,o trabalho, a moradia,olazer, a segurança, a proteção à
maternidade e à infância e a assistência aos desamparados.
b) A educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência
social, a proteção à maternidade e à infância e a assistência aos desamparados.
c) A educação, a saúde,o trabalho, o lazer, asegurança, a previdência social, a
proteção à maternidade e à infância e a assistência aos desamparados.
d) A educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência
social, a proteção à maternidade e à infância.
e) A educação, a saúde, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a
proteção à maternidade e à infância e a assistência aos-desam parados.

| A questão está prejudicada pelo advento da Emenda Constitucional 64/2010. Porém, o


| im portante em um material de questões com entadas é que o leitor identifique o estilo de
| questão da banca examinadora.
Vemos que a FGV cobrou uma típica questão literal do teor encontrado no art. 6.° da
« Constituição Federal. Este art. 6.°, com a atual redação dada peta EC 64, dispõe que
| “são direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer,
| a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência
| aos desamparados, na forma desta Constituição”.
ç Todas as assertivas obviam ente não trazem a alimentação, que foi o direito social inserido
| pela EC 64, mas podemos dizer o seguinte:
| Letra A - Faltou ainda a previdência social.
| Letra B - Foi a alternativa correta, embora, atuaírr^nte, esteja faltando a "alimentação” .
k Letra C - Faltou a moradia.
k Letra D - Faltou a assistência aos desamparados.
£ Letra E - Faltou o trabalho.

Gabarito: Letra B.
DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões com entadas ~ FGV

@ (FGV/Analista de Gestão Administrativa — SAD - PE/2009) Com relação aos


benefícios que o art. 7.° da Constituição Federal a ssegura aos trabalhadores
urbanos e rurais, analise as afirmativas a seguir.
I. Adicional de remuneração para as atividades entedíantes, penosas, insalubres ou peri­
gosas, na forma da lei.
íl. Assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos
de idade em creches e pré-escoías.
1)1. Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão
por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil.
Assinale:

a) se nenhuma afirmativa estiver correta.


b) se somente as afirmativas i e it estiverem corretas.
c) se somente as afirmativas 1 e 111 estiverem corretas.
d) se somente as afirmativas II e 111 estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

. Vamos começar peia análise da cada item:


| I - Errado. Não existe adicional para atividades “entediantes”. O adicional ocorre apenas para
;; as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei (CF, art. 7 °, XXIII).
| II- Correto. Com a redação da EC 53/2006, a idade para tal assistência que antes era
;■ de 6 anos, passou para 5 anos (CF, art. 7.°, XXV ).
;| ill - Correto. Trata-se da vedação imposta pelo art. 7.°, XXX. É oportuno que mancione-
l mos o teor da Súmula 683 do STF, segundo a qual: o limite de idade para inscrição em
§ concurso púbíico só se legitima em face do art. 7.°, XXX, da CF se puder ser justificado
;i pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. O que mostra mais uma face
| da isonomia que deve existir para a admissão, rem uneração e exercício de funções.

Gabarito: Letra D.

B (FGV/Polícia Legislativa - Senado Federal/2008) Nos termos da Constituição


Federal/1988, aplicam-se aos servidores ocupantes de cargos públicos os
direitos sociais enunciados nas alternativas a seguir, à exceção de uma.
Assinale-a.
a) duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
horas semanais.
b) adicional de rem uneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas na
form a de lei complementar.
c) proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos
termos da lei.
d) salário-fam íiia pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos
termos da lei.
e) rem uneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50% (cinqüenta
por cento) à do normal.

> Letra A - Correto. É a garantia do art. 7 °, XISí, da Constituição Federal.


L Letra B - Errado. O adicional para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, que
T se encontra na Constituição, art. 7.°, XXIII, será concedido na forma da “lei”(ordinária),
í não precisa ser “lei complementar".
:; Cap. 4 - DIREITOS SOCIAIS, NÀCIONALiDADE. DIREITOS POLÍTICOS E PARTIDOS POLÍTICOS. | ^ | | |

t Letra C - Correto. Esta proteção é um mandam ento constitucional que encontram os no


f art. 7.°, XX.
| Letra D - Correto. Perceba que o salário-famíiia è pago somente para os trabalhadores
| de baixa renda, e o seu pagamento é em razão dos dependentes (CF, art. 7.°, XII).
| Letra E - Correto. Este de direito dos trabalhadores está insculpido no art. 7.°, XVI, da
| Constituição Federal.

S Gabarito: Letra B.

ES (FGV/Analista de Controle Interno — SAD - PE/2009) A respeito do estatuto


constitucional da criação e funcionamento de sindicatos de categorias pro­
fissionais, assinale a alternativa correta.

a) Lei com plementar estabelecerá hipóteses e procedimentos com vistas à obtenção


de autorização estatal para a fundação de sindicatos profissionais.
b) Ao sindicato cabe a defesa dos direitos coletivos da categoria, sendo-lhe vedada
a representação judicial de interesses individuais.
c) A Constituição consagrou o princípio da unicidade sindical, segundo o qual é ve­
dada a criação de mais de uma organização sindical representativa de categoria
profissional ou econômica na mesma base territorial.
d) Os aposentados filiados têm direito de voto, mas não podem ser votados para a
diretoria do respectivo sindicato profissional.
e) É vedada a sindicalização de servidores públicos.

| Letra A - Errada. Segundo a Constituição, em seu art. 8.°, é livre a associação profis-
| síonai ou sindical, e a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação
| de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a
| interferência e a intervenção na organização sindical.
| Letra B - Errada. O erro reside no fato de o art. 8.°, Ili, da Constituição estabelecer
| que ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da
| categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas.
| Letra C - Correta. Realmente, se observarmos o art. 8.° da Constituição, veremos que
| no seu inciso li encontramos a vedação para criação de mais de uma organização sindi-
| cat, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma
| base territorial, que será definida peios trabalhadores ou em pregadores interessados, não
| podendo ser inferior à área de um Município.
n Importante è dizer que, segundo o STF, havendo mais de um sindicato, o conflito resolve-se
| pela anterioridade, quando o primeiro deve subsistir e o segundo se dissolver. Igualmente
| não ofende a unicidade sindical o desmembramento territorial de sindicatos, por deliberação
| dos partícipes, desde que o território de ambos não se reduza a área inferior à de um
| município e que não haja superposição sindicai total entre eies.
i Letra D - De acordo com os preceitos constitucionais (CF, art. 8.°, VII), o aposentado
iv filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais.
| Letra E - Errado. Em se tratando de servidores públicos civis, não há qualquer vedação,
| já que dispõe o art. 37, VI, da Constituição: é garantido ao servidor público civil o direito
| à Hvre associação sindical. A vedação ocorre no que tange ao servidor público militar,
f já que a Constituição em seu art. 142, IV diz: ao militar são proibidas a sindicalização
• e a greve.

Gabarito: Letra C.
DIREiTO CONSTITUCIONAL - Questões comentadas - FGV

@ (FGV/Procurador - TCM-RJ/2DQ8) O critério adotado pelo direito brasileiro para


atribuir a nacionalidade é:
a) o do ju s soli, com exceções.
b) o do ju s sanguinis , com exceções.
c) o do ju s soli, sem exceções.
d) o do ju s sanguinis , sem exceções.
e) critério misto: ju s soli e ju s sanguinis.

p A Constituição de 1988 prevê em seu art. 12, i, as hipóteses de aquisição da nacionalidade


?; originária. Na alínea “a ” do art. 12, J, temos a regra: “basta nascer em solo brasileiro que
£ será considerado brasileiro nato”. Esta regra é o que se chama de “ju s soli” . Existem,
porém, exceções: na própria alínea “a” tem os uma quebra desta regra, caso os pais se-
t jam estrangeiros e estejam a serviço de seu país; nas aiíneas “b” e “c” tem os hipóteses
de aplicação do “jus sanguinis", em que a pessoa será considerada brasileira nata ainda
que não tenha nascido em solo brasileiro, mas tendo vínculo com o país por meio de
f laços de sangue com nacionais.
í . É correto dizermos, então, que adotamos em regra o “ju s soíi” - nasceu em soio brasileiro
: é brasileiro - , mas de forma relativa, havendo exceções.
5; Gabarito: Letra A.

J3 (FGV/Juiz Substituto - TJ - MG/2008) A respeito do que reza a Constituição


da República Federativa do Brasil de 1988 e suas atualizações, assinale a
alternativa correta.
a) A Constituição enumera algumas hipóteses de aquisição de nacionalidade originária,
podendo o Congresso Nacional, por meio de Lei Complementar, prever, com base
no princípio da dignidade da pessoa humana, outras hipóteses de nacionalidade
originária.
b) Segundo a Constituição, são brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai
brasileiro ou de mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da
República Federativa do Brasil. A expressão üa serviço da República Federativa
do Brasil" há de ser entendida não só como atividade diplom ática afeta ao Poder
Executivo, mas tam bém como qualquer função associada às atividades da União e
dos Estados Federados, excluindo-se, no entanto, os Municípios e suas autarquias
e fundações públicas.
c) Segundo a Constituição, são brasileiros natos os nascidos no estrangeiro de paí
brasileiro ou mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira
com petente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em
qualquer tem po, depois de atingida a maioridade, peia nacionalidade brasileira.
d) Conforme a Constituição, são privativos de brasileiros natos os cargos de Presidente,
Vice-Presidente da República; Presidente da Câm ara dos Deputados; Presidente
do Senado Federai; Presidente de Assem bleia Legislativa; Ministros dos Tribunais
Superiores; da carreira diplomática; de oficial das Forças Armadas e de Ministro
do Estado e da Defesa.
e) Será declarada a perda da nacionalidade de brasileiro que adquirir outra nacio­
nalidade, mesmo nos casos de reconhecimento de nacionalidade originária por lei
estrangeira, pois nacionalidade é o vínculo político e pessoal que se estabelece
entre o Estado e o indivíduo, e, ainda, porque a competência para legislar sobre
nacionalidade brasileira é exclusiva do Estado brasileiro.

ü Letra A - Errada. As hipóteses de aquisição de nacionalidade originária estão exaustiva-


% mente dispostas no art. 12, I, da Constituição Federal, não podendo ser ampliadas por
| legislações infraconstitucionais.
Cap. 4 — DIREITOS SOCIAIS, NACIONALIDADE;'DIREITOS P.OLJTÍCOSE PARTIDOS POLÍTICOS Q

Letra B - Errada. O erro da questão foi dizer “excluindo-se, no entanto, os Municípios


e suas autarquias e fundações públicas". Quando a C onstituição diz que o pai ou mãe
deve estar a serviço da república federativa do Brasil, segundo a doutrina, o texto
estabelece a possibilidade de estar a serviço da federação brasileira, seja em serviço
diplomático, consular, ou qualquer outro serviço público da administração direta ou
indireta de qualquer dos entes públicos da federação (União, Estados, Distrito Federal
e Municípios).
Letra C - Correto, isso é o que estabelece a Constituição Federal, literalmente, em seu
art. 12, l, V . Lembrando que esta redação foi dada pela EC 54/2007 que inseriu a ex­
pressão “depois de atingida a maioridade” .
Letra D - Errada. Se observarmos o art. 12, § 3.°, da Constituição, que estabelece quais
serão os cargos privativos de brasileiros natos, vemos que todos os cargos ali presentes
são “federais”, logo não está correto.
Letra E - Errada. O art. 12, § 4.°, da Constituição dispõe que será declarada a perda da
nacionalidade do brasileiro em duas hipóteses:

1 - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judiciai, em virtude de atividade


nociva ao interesse nacional;
2 - adquirir outra nacionalidade.

Porém, essa hipótese “2” é relativizada pelo próprio dispositivo constitucional, que diz
que não será deciarada a perda no caso de aquisição de outra nacionalidade, se for
hipótese de:

a) de reconhecim ento de nacionalidade originária peia lei estrangeira;


b) de im posição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em
estado estrangeiro, como condição para perm anência em seu território ou para o
exercício de direitos civis.

Por este motivo, erra a questão ao dizer que a perda ocorrerá ainda nos casos de reco­
nhecimento de nacionalidade originária por lei estrangeira, o que não é verdade.
Gabarito: Letra C.

(FGV/Advogado-Senado/2008) A respeito dos direitos políticos regidos na


Constituição Federai de 1988, assinale a afirmativa correta.
a) Lei com plem entar poderá estabelecer outros casos de inelegibilidade além dos
previstos na Constituição.
b) Apenas os brasileiros natos são eiegíveis, não podendo se candidatar a cargos
eletivos os estrangeiros residentes no Brasil e os brasileiros naturalizados.
c) Os analfabetos podem se alistar como eleitores e se candidatar apenas a cargos
eletivos no âm bito do Poder Legislativo.
d) A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e
secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, apenas mediante ple­
biscito e referendo popuiar.
e) Serão admitidas candidaturas de brasileiros que não sejam filiados a partidos
políticos, excepcionalm ente, na form a de lei complementar.

Letra A - Correta. Os parágrafos do art. 14 trazem diversas hipóteses de inelegibilidade


(inalistáveis, inelegibilidade reflexa etc.). Estas hipóteses, no entanto, não são exaustivas,
pois o art. 14, § 9.°, da Constituição Federal disp õe que a lei complementar estabelecerá
outros casos de inelegibilidade.
: . ' DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões comentadas ~ FGV

|i Letra B - Errada. A Constituição, no art. 14, § 1.°, estabelece as “condições de elegibi-


| lidade". Entre estas condições, está a de ser brasileiro. Porém, ser brasileiro independe
% de ser nato ou naturalizado, logo, erra a alternativa ao dizer que apenas os brasileiros
% natos são elegiveis.
^ Letra C - Errada. Os analfabetos, assim como os inalistáveis {estrangeiros e conscritos)
£ f oram excluídos da “capacidade eleitora! passiva", ou seja, não podem ser eleitos por
í força do art. 14, § 4.°, da Constituição.
2 Letra D- Errada. Pela Constituição Federa! (art. 14), temos que a forma direta de parti-
. cipação popular na vida política nacional se dá mediante plebiscito, referendo e iniciat
l popular; esta última foi excluída pela assertiva, por isso a sua incorreção.
f Letra E - Errada. Estar filiado a um partido político é uma condição de elegibilida
prevista no art. 14, § 3.°, V, da Constituição Fede ral. Não há no texto constitucional a
í relativização em lei complementar disposta na assertiva.
■ S Gabarito: Letra A.

0 (FGV/Advogado-Senado/2008) A respeito do regime constitucional de orga­


nização dos partidos políticos, analise as afirmativas a seguir:
I. A norma constitucional que assegura autonomia aos partidos políticos para definir sua
estrutura interna, organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha
e o regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as
candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, por ter sido instituída
por emenda constitucional, só passou a ser aplicada decorrido um ano da data de
sua vigência.
II. É assegurado aos partidos políticos o recebimento de financiam ento por parte de en­
tidades estrangeiras, desde que tais recursos sejam declarados anualm ente perante o
Tribunal Superior Eleitoral.
III. Os partidos políticos que não obtiverem em cada eieição para a Câm ara dos Deputados
no mínimo cinco por cento de votos apurados, distribuídos em pelo menos um terço
dos Estados, não terão direito a receber recursos do fundo partidário.
Assinale:

a) se somente aafirmativa I estiver correta.


b) se somente aafirmativa II estiver correta.
c) se somente aafirmativa Hl estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

| Vamos analisar separadamente cada um dos itens:


% í - Correto. Essa disposição é encontrada no art. 17, § 1.°, da Constituição. A redação
r deste § 1 o foi alterada pela EC 52/2006, que garantiu a não obrigatoriedade de vinculação
| entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal. Essa emenda
í entrou em vigor sete meses antes das eleições. Assim, o STF, ao analisar a ADI 3.685/DF
- Distrito Federal, em 2006, decidiu no sentido de dar interpretação conforme a Constituição
| para que a inovação trazida pela EC 52/2006 somente fosse aplicada após decorrido um
jí ano da data de sua vigência, em conformidade com o art. 16 do texto constitucional.
^ II - Errado. A Constituição Federal veda, mediante o art. 17, II, o recebimento de recursos
■ ?. financeiros de entidade ou governo estrangeiros, sem adm itir relativizações.
| Ml - Errado. O item está errado, pois é direito de todo partido político registrado no TSE
| obter recursos do fundo partidário, além do acesso gratuito ao rádio e à televisão, na
ii forma da lei.
Cap..4 -- 0!RElTOS SOÇtA(S, NACIONALIDADE, DIREITOS POLÍTICOS £ :PARTIDOS POLÍTICOS.: j | | | | |

Importante é m encionar que o item traz algo muito próximo daquifo que ficou conhecido
como “cláusula de barreira” . A cláusula de barreira não é aplicada no Brasit, mas seria, não
fosse o julgam ento do Suprem o pela sua inconstitucionaíidade, na ADÍ 1.351/DF - Distrito
Federal, em 2006. A cláusula referida estava presente no art. 13 da Lei 9.096/1995 que
previa: tem direito a funcionam ento parlamentar, em todas as C asas Legislativas, para as
quais tenha elegido representante, o partido que, em cada eleição para a Câmara dos
Deputados, obtenha o apoio de, no mínimo, cinco por cento dos votos apurados, não
computados os brancos e os nulos, distribuídos em, pelo menos, um terço dos Estados,
com um mínimo de dois p or cento do totai de cada um deles.
A lei previa ainda que os partidos que passaram pela cláusula teriam direito a dividir
99% das verbas do Fundo Partidário proporcionalmente aos candidatos eleitos e todos
os partidos iriam dividir igualmente o 1% restante.
A cláusula, porém, foi considerada inválida por restringir os direitos de manifestação das
minorias.
Gabarito: Letra A.

GABARITO

1. B 4. C 7. A

2. D 5. A 8. A

3. B 6. C
O R G A N IZ A Ç Ã O DO ESTA D O

5 .1 O r g a n iz a ç ã o p o litic o -a d m in is tr a tiv a

0 (FGV/Analista de Controle Interno - SAD - PE/2009) Relativamente à orga­


nização politico-administrativa brasileira, analise as afirmativas a seguir.
L A organização politico-adm inistrativa da República Federativa do Brasii compreende a
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, nenhum deles autônomo, nos
termos desta Constituição.
II. Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou
reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei ordinária.
III. Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se
anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, bastando para
tanto a aprovação da população diretamente interessada, por meto de plebiscito.
Assinale:

a) se nenhuma afirm ativa estiver correta.


b) se somente as afirmativas I elí estiverem corretas.
c) se somente as afirmativas I eHi estiverem corretas.
d) se somente as afirmativas II eMi estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

| Segundo o art. 18 da Constituição, são unidades autônomas: a União, os Estados, os


| Municípios e o DF.
| Nenhum desses 4 entes são soberanos, mas todos são autônomos. Dizemos isso porque
s eles possuem relativa independência entre s i( esta independência, que chamaremos de au-
k tonomia, manifesta-se por meio de três ou quatro facetas (dependendo do doutrinador):

1 - Autogoverno: capacidade de os entes escolherem seus governantes sem inter­


ferência de outros entes;
2 - Auto-organização: capacidade de instituírem suas próprias constituições (no caso
dos Estados) ou leis orgânicas (no caso dos municípios e do DF);
3 - A u to le g is ia ç ã o ; capacidade de elaborarem suas próprias leis mediante um
processo legislativo próprio, embora devam seguir as diretrizes do processo em
âm bito federal.
60 DIRESTO CONSTITUCIONAL - Qüesíões com entadas ~ FGV

| 4 - A u to a d m in is tra ç ã o : capacidade de se administrarem de forma independente,


| tom ando suas próprias decisões executivas e legislativas.

| Para alguns doutrinadores, a auto-organização englobaria a autolegisiação.


| A soberania é o poder supremo que um Estado exerce nos limites de seu território.
| Soberana é apenas a República Federativa do Brasil, que é entendida como a Pessoa
| Jurídica que se manifesta internacionalmente representando os interesses do povo (titular
| da soberania).
| Nenhum desses 4 entes que vimos (União, Estados, Municípios e Distrito Federa!), então,
| possui esse poder supremo, pois os poderes de todos eles são limitados.
í' O Território Federal não é um ente autônomo, ele é integrante da União, despido de so-
§ berania, e a sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem
I serão reguladas em lei com plementar (art. 18, § 2.°).
| Vistas essas noções, vamos comentar os itens:

| l - Errado. Todos são autônomos, o que eíes não têm é soberania.


| II - Errado. Precisa de lei complementar, e não lei ordinária.
| III - Errado. Não basta a aprovação da população diretam ente interessada, por meio
| de plebiscito, precisa ainda de atuação do Congresso Nacional, o qual deve editar
| uma iei complementar, nos term os do art. 18, § 3.°, da Constituição.
Vi
$
í Gabarito: Letra A.

0 (FGV/Procurador - TCM-RJ/2008) A Federação dota seus membros de tríplice


capacidade, a saber:
a) auto-organização, autonormatização e autogoverno.
b) autogoverno, autoadm inistração e autofinanciamento.
c) auto-organização, autogoverno e autoadministração.
d) auto-organização, autonormatização e automanutenção.
e) autoarrecadação, autogoverno e autogerenciamento.

| Mais uma vez, destacamos que todos os entes da federação (União, Estados, Distrito
| Federal e Municípios) são pessoas jurídicas de direito público interno e dotados de au-
tonomia, característica esta que se manifesta mediante três facetas: a auto-organização,
f o autogoverno e a autoadministração.
§ A letra A está errada, pois a ‘‘autonorm atização’’ (autolegisiação) estaria inclusa na auto-
| -organização, sendo assim exposta com duplicidade e faltando a faceta da “autoadmi-
| nistração” .
1 A letra B está errada, pois não existe o “autofinanciamento", bem como a letra D que
| expôs a inexistente “autom anutenção" e a letra E, por estabelecer o incorreto “autoge-
■ 1 renciamento”.
I Gabarito: Letra C.

8 (FGV/Técnico Legislativo - Senado/2008) Sobre a organização político-adminis-


trativa da Repúbfica Federativa do Brasif, assinale a afirmativa incorreta.
a) República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios.
b) Os Estados e o Distrito Federal possuem autonom ia política, e os municípios
detêm apenas autonomia administrativa e financeira.
Cap. 5 - ORGANIZAÇÃO DO ESTADO

c) Os Territórios Federais não possuem autonomia política e integram a União.


d) Brasília é a Capitai Federal.
e) A federação brasiieira é indissolúvel e a form a federativa do Estado Brasiieiro
constitui cláusuia pétrea da Constituição.

| Letra A - A assertiva está em harmonia com o art. 18 da Constituição, logo, encontra-se


| correta.
| Letra B - A alternativa erra, ]á que todos os entes políticos (União, Estados, Municípios
v e Distrito Federai) são possuidores de ampia autonomia, manifestada pelas facetas de
| autogoverno, auto-organização, autolegisiação, autoadministração.
| Letra C - Perfeito! Está de acordo com os ditames do art. 18, § 2.°, da Constituição, se-
j gundo o qual percebemos que os Territórios Federais não são possuidores de autonomia,
integram a União, e sua criação, transform ação em Estado ou reintegração ao Estado de
| origem serão reguiadas em iei com plem entar
| Letra D - Mais uma vez um conteúdo extraído do texto constitucional. Brasília é a Capitai
| Federai nos termos do art. 18, § 1.°.
I Letra E - Toda federação (diferentemente das confederações) é indissolúvel, e isso é
| ratificado pelo art. 1 da Constituição Federai. A forma federativa de Estado também se
| constitui em uma cláusuia pétrea, ou seja, uma disposição que não pode ser abolida ou
% violada por emendas constitucionais, por força do art. 60, § 4.°, da Constituição.
1 Gabarito: Letra B.

0 (FGV/Fiscai - SEFAZ-RJ/20G8) Os territórios federais integram a União, e sua


reintegração ao Estado de origem será regulada em lei:
a) complementar.
b) ordinária.
c) delegada.
d) complexa.
e) mista.

§ Questão simpies e direta. O candidato deveria saber aquiio que já comentamos aígumas
| vezes: os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transform ação em Estado
| ou reintegração ao Estado de origem serão reguiadas em lei complementar. Tudo isso
| nos termos do art. 18, § 2.°, da Constituição Fed erai.
s Gabarito: Letra A.

@ (FGV/Técnico Legislativo - Senado/2008) A Constituição Federal prevê a


participação popular na criação, incorporação, fusão e desmembramento de
municípios, da seguinte forma:
a) consulta prévia às populações dos municípios envolvidos, mediante piebiscito.
b) necessidade de aprovação de lei federal de iniciativa popular.
c) consulta posterior às populações dos municípios envolvidos, mediante referendo.
d) necessidade da aprovação de lei estadual de iniciativa popular.
e) eleição direta dos novos prefeitos e vereadores dos municípios recém-criados.

| A reorganização territorial de Municípios foi prevista pelo art. 18, § 4.°, da Constituição,
p que dispõe: “A criação, a incorporação, a fusão e o desmem bramento de Municípios far-
DIREITO CONSTITUCIONAL ~ Questões com entadas - FGV

-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complem entar Federai, e
v dependerão de consuita prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envol-
| vidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados
S na forma da lei”.
? Assim, podemos destacar os seguintes requisitos:

? ■ Lei estadual no período de lei complementar federal;


* Aprovação prévia, por plebiscito, da população envolvida;
| ♦ Apresentar e publicar, na form a da lei, Estudos de Viabilidade Municipal.

P Desta forma, somente a alternativa A íraz um requisito correto.


£ Importante salientar ainda que a previsão da dependência de lei complementar federal para a
i:.
criação de Municípios faz com que a norma se torne de eficácia limitada, e como ta! norma
ainda não existe, isto inviabiliza a criação de novos Municípios. Para que não restassem nulos
;■
:
os Municípios já criados sem observância deste requisito, inseriu-se o art. 96 nos ADCT da
Constituição: ficam convalidados os atos de criação, fusão, incorporação e desmembramento
: de Municípios, cuja lei tenha sido publicada até 31 de dezembro de 2006, atendidos os re-
| quisitos estabelecidos na legislação do respectivo Estado à época de sua criação.

í Gabarito: Letra A.

@ (FGV/Analista de Controle Interno - S A D - PE/2009) A respeito da organização


politico-administrativa do Estado brasileiro, assinale a afirmativa incorreta.
a) Os Estados-m embros da federação brasiieira organizam -se e regem -se pelas
Constituições e leis que adotarem, observados os princípios consagrados na
Constituição Federal.
b) Os Municípios regem-se por suas leis orgânicas, que devem ser votadas em dois
turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovadas por dois terços dos
membros da Câmara Municipal.
c) A União Federal detém competência privativa para legislar sobre direito civil, comercial,
penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico espacial e do trabaiho,
d) Os governadores dos Estados-m embros podem editar medidas provisórias, desde
que haja previsão na respectiva Constituição estadual e sejam observados os
princípios e limitações impostos pelo modelo adotado na Constituição Federal.
e) A União Federal só poderá intervir nos Estados-membros para repelir invasão
estrangeira ou para conter a ação de grupos terroristas. O decreto de intervenção
deve ser submetido à apreciação do Senado Federai, considerando-se aprovado se
obtiver voto da maioria absoluta de seus membros, em dois turnos de votação.

;!■ Letra A - A alternativa acerta, na medida em que traz o teor de uma disposição Constítu-
S cional encontrada no art. 25: “Os Estados organizam -se e regem-se pelas C onstituições e
| leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição” . Tais "princípios" citados
| pelo texto constitucional podem ser basicam ente de 3 tipos:

o * Os princípios sensíveis - presentes no art. 34, V il, da Constituição Federai. Se


não respeitados poderão ensejar a intervenção federal.
• Os princípios federais extensíveis - são os princípios federais aplicáveis pela
simetria federativa aos demais entes políticos, como, por exemplo, as diretrizes do
í processo legislativo, dos orçamentos e das investiduras nos cargos eletivos.
* Os princípios estabelecidos - são aqueles que estão expressam ente ou implici­
tamente no texto da Constituição Federal limitando o poder constituinte do Estado-
£ -membro.
Cap. 5 - ORGANIZAÇÃO DO ESTADO

í Letra B - Exatamente. No Distrito Federal e nos Municípios, não há “Constituição”, eles


| são regidos por uma “lei orgânica", que possui o conhecido DDD, ou seja, é votada em
| Dois turnos, com interstício de Dez dias e aprovada por Dois terços dos votos.
| Letra C - Está de acordo com o art. 22, !, da Constituição, im portante dizer que este
| tipo de questão é fácil de ser acertada, já que a Constituição elencou 15 direitos em seu
í texto. Dez deles são de competência privativa (art. 22, i), e os outros cinco são de com-
£ petência concorrente (art. 24, I). Sabendo-se os direitos que são de legislação concorrente
| (Tributário. Financeiro, P e n itenciário. Econôm ico e Urbanístico = Tri-Fi-Penit-Ec-Ur), por
exclusão chega-se nos de legislação privativa.
| Letra D - Exatamente. Com o vimos acima, as diretrizes do processo legislativo são "prin-
% cípios federais extensíveis". Dessa forma, as normas que são passíveis de ser editadas
| em âm bito federal tam bém são passíveis de ser editadas em âmbito estadual e municipal.
!? Assim, decidiu o STF que os governadores e prefeitos podem, legitimamente, editar me-
!í didas provisórias no âmbito estadual e no âm bito municipal (respectivamente), desde que
I haja autorização para tal na Constituição Estadual ou na Lei Orgânica Municipal.
| Letra E - A alternativa possui diversos erros. O art. 34, VII, traz algumas hipóteses em
| que será cabível intervenção federa! nos Estados-membros. Aiém disso, no termos do art.
| 36, § 1.°, da Constituição, o decreto de interven ção deve ser submetido à apreciação do
I Congresso Nacional.

| Gabarito: Letra E.

££ (FGV/Juiz Substituto - TJ - PA/2008) Com base na Constituição da Repúbli­


ca Federativa do Brasil de 1988 e suas atualizações, assinale a afirmativa
incorreta.
a) Não é possível a edição de medidas provisórias pelos governadores dos Estados-
-membros, mesmo que haja previsão expressa na Constituição Estadual.
b) A Constituição Federal, ao conferir aos Estados-membros a capacidade de auto-
-organização e autogoverno, impõe a observância de vários princípios, entre os
quais o pertinente ao processo legislativo, de modo que o legislador estadual
não pode validamente dispor sobre as matérias reservadas à iniciativa privativa
do Chefe do Executivo.
c) A jurisprudência dos tribunais superiores considera as regras básicas de processo
legislativo previstas na Constituição Federal como modelos obrigatórios às leis
orgânicas dos Municípios.
d) O Poder Constituinte Estadual é denominado de “derivado decorrente” , pois con­
siste na possibilidade que os Estados-membros têm de se auto-organizarem por
meio de suas respectivas constituições estaduais, sempre respeitando as regras
limitativas estabelecidas pela Constituição Federal.
e) A autonom ia dos Estados da Federação se caracteriza pela tríplice capacidade
de auto-organização e norm atização própria, autogoverno e autoadministração.

| Letra A - Como vimos, devido ao fato de as diretrizes do processo legislativo serem


| “princípios federais extensíveis", o STF decidiu que tanto os governadores como também
| os prefeitos podem editar medidas provisórias, desde que haja autorização para tal na
f Constituição Estadual ou na Lei Orgânica Municipal. A assertiva, então, está incorreta e
é o gabarito da questão. •
$ Letra B - A banca corretamente dispõe sobre o tema, já que as diretrizes do processo
f legislativo são princípios federais extensíveis. Assim, por diversas vezes, o STF julgou
| que as matérias que se encontram sob a reserva de iniciativa do Presidente da República
| (CF, art. 61, § 1.°) devem estar, simetricamente, reservadas à iniciativa do Governador
jf em âm bito estadual. Dessa forma, se uma Constituição Estadual versar diretamente em
Bi DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões: com entadas - FGV

f seu texto sobre essa matéria que seria reservada ao Governador, estará esta Constituição
% usurpando a competência do Governador de regulam entar a matéria por meio de leis de
§ sua iniciativa.
£ Letra C - Exatamente. Os princípios federais extensíveis são estendidos tanto aos Estados
fi quanto aos Municípios, de acordo com a sua área de competência.
| Letra D - Correto. Já vimos que o Poder Constituinte Derivado Decorrente é o poder
f; conferido pelo art. 25 e pelo ADCT, art. 11, para que os Estados-m em bros de nossa
% federação elaborem as respectivas “Constituições Estaduais” e, assim, exerçam a sua
I;; prerrogativa de auto-organização.
f. Letra E - Correto, como tem os visto, dependendo do doutrinador, está correto dizer tanto
que os entes possuem 3 quanto 4 faces da autonomia, Já que muitos juristas englobam
; em uma só faceta a auto-organização e a autolegisiação.

: Gabarito: Letra A.

0 (FGV/Advogado-Senado/2008) Sobre a repartição constitucional de compe­


tências dos entes federativos, assinale a afirmativa incorreta.
a) Compete à União explorar, diretam ente ou mediante autorização, concessão ou
permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei.
b) Compete privativamente à União legislar sobre águas, energia, informática, teleco­
municações e radiodifusão.
c) Compete concorrentem ente à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar sobre
direito tributário, eleitoral, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico.
d) Compete concorrentemente à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
sobre educação, cultura, ensino e desporto.
e) É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federa! e dos Municí­
pios prom over programas de construção de moradias e a melhoria das condições
habitacionais e de saneamento básico.

£ Sobre as competências constitucionais existem regras que facilitam o estudo. Por exemplo:
£ sempre que o tema for de abrangência nacional (diretrizes, bases, norm as gerais) ou ainda
í; internacional, será algo que caberá à União. Trata-se do que chamamos de princípio da
Ê "predominância de interesse". Também caberá à União o trato de coisas sensíveis como
| material nuciear, índios, telecomunicações etc.
| Geralmente as com petências materiais da União (CF, art. 21) tam bém são reguladas por
| leis da própria União (CF, art. 22). Bem como muitas matérias de competência material
| comum (art. 23) são reguladas por legislações concorrentes (art. 24), constituindo-se temas
| de interesses coletivos ou difusos.
| Vamos analisar como isso funciona durante esta questão:
| Letras A e B - Ambas estão corretas, veja: a União explora os serviços de telecomuni-
| cações (que é um serviço formador de opinião e deve ser bem regulamentado), e este
1 serviço, como informática, águas e energia, está sujeito à legislação federal.
| Letra C - Nós já vimos que, dos 15 direitos elencados pe!a Constituição, 10 são de com -
I petência privativa (art. 22, i), e os outros 5 são de com petência concorrente (art. 24, l).
| Já sabemos tam bém que os direitos que são de legislação concorrente são o Tributário.
t Financeiro, P e n itenciário. Econômico e Urbanístico (Tri-Fi-Penit-Ec-Ur). Desta forma, está
•; errada a assertiva.
í] Letra D - Exatamente. Educação, cultura, ensino e desporto são interesses que compe-
tem de uma forma gera! a todos, logo, caberá a regulamentação do tema à legislação
| concorrente, na quai a União se limita a estabelecer as norm as gerais, e os Estados/DF
% irão suplementar esta legislação por meio das normas específicas (CF, art. 24, IX).
Cap. 5 V ORGANiZAÇÃO DO ESTADO :
m
| Letra E - Novamente uma matéria que demanda um esforço conjunto de todos, estando
| inserida no rol das matérias de com petência material comum (CF, art. 23, IX).

s Gabarito: Letra C.

Ê3 (FGV/Juiz Substituto - TJ - W1G/2008) No que tange à competência consti­


tucional dos entes da Federação, é incorreto afirmar que:
a) é competente o Município para fixar o horário de funcionam ento de estabelecimento
comerciai.
b) é inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distritai que disponha sobre
consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.
c) compete aos Estados e ao Distrito Federai legislar, concorrentemente com a União,
sobre direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico, urbanístico, limitando-se
à competência da União, nesses casos, estabelecer normas gerais.
d) a lei federal é hierarquicamente superior à lei estadual, somente não prevalecendo
se houver norma constitucional estadual no mesmo sentido. Igualmente, a lei es­
tadual é hierarquicamente superior à lei municipal, e só não prevalece se houver
norma na Lei Orgânica municipal no mesmo sentido.
e) mediante lei complementar, pode a União Federal autorizar os Estados a legislar
sobre questões específicas das matérias de sua competência privativa.

f Letra A - Na questão anterior, falamos que as com petências são atribuídas de acordo
| com a predominância do interesse. Neste critério, os Municípios ficaram com as coisas
| de interesse íocal, entre as quais está a fixação do horário comerciai. Isso foi inclusive
| sumuíado pelo STF na Súmula 645: “É competente o Município para fixar horário de
| funcionam ento de estabelecim ento com ercial”.

| M u ito c u id a d o : isso não se apiica ao horário de funcionamento bancário, pois, segundo


$ o STF, em sua Súmula 19, a fixação do horário bancário, para atendimento ao público.
% é da competência da União.

| Também vale salientar que, logo após a citada Súmula 645, o STF tam bém editou a Súmula
| 646, na qual dispôs: “ofende o princípio da livre concorrência a lei municipal que impede
| a instalação de estabelecim entos comerciais do mesmo ramo em determinada área”.
| Está correta a letra A.

| Letra B - N ovam ente a questão tra z conteúdo ju risprudencia l. A C onstituição Federai


I estabeleceu no seu art. 22, XX, que com pete privativam ente à U nião legislar sobre
| sistem as de consórcios e sorteio s. Baseado em diversos ju lg a d o s sobre este tem a,
| o STF editou uma de suas prim eira s súm ulas vincuiantes, a S úm ula V inculante 2: “ É
| inconstitucional a lei ou ato norm ativo estadual ou distrital que disponha sobre siste-
| mas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias” . D esta form a, está correta
| a assertiva.
| Letra C - Novamente vemos a quina de direitos sujeitos à legislação concorrente (Tri-Fi-
-Penit-Ec-Ur). Nestes e em qualquer outro caso de legislação concorrente, a atuação da
| União se limita ao estabelecimento das normas ge/ais. Assertiva correta.
| Letra D - Uma das falhas mais clássicas do direito. Os ordenamentos jurídicos são pa-
| ralelamente estabelecidos e de forma simétrica, não há qualquer hierarquia entre leis de
f um mesmo ordenamento, nem entre ordenamentos diferentes. As únicas hierarquias que
f existem são as que ocorrem entre a Constituição e as normas ínfraconstitucionais (leis) e
| entre estas e as normas infralegais (decretos, portarias etc.). Fora isso, não existe qualquer
| hierarquia, mas mera “divisão material” do campo de atuação de cada norma.
66 DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões comentadas ^ / f g V , í.

| Letra E - Correto. A Constituição estabelece em seu art. 22, i, uma relação de matérias
^ que estão sujeitas à legislação privativa da União. Porém, o parágrafo único deste artigo
^ diz que lei com plem entar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas
| das matérias aJí relacionadas.

I Gabarito: Letra D.

EIü (FGV/Procurador - TCWi-RJ/2008) Assinale a alternativa que apresente corre­


tamente o princípio básico para distribuição de competência peias Unidades
da Federação.
a) Princípio da isonomia.
b) Princípio da autonomia das unidades da federação.
c) Princípio da autogestão.
d) Princípio da reserva da lei.
e) Principio da predom inância do interesse.

í Ao íongo do texto constitucional, notadamente nos art. 21 a 24, são estabelecidas diversas
competências (legislativas e executivas) aos entes da federação. Essas competências são
í instituídas de acordo com o critério da “predom inância do interesse” , ou seja, a União
£ realiza os eventos de interesse nacional (e relações internacionais), os Estados realizam
% os casos de âmbito regional, enquanto os Municípios, no âmbito local.
£ Gabarito: Letra E.

m (FGV/Advogado - BADESC/2010) As alternativas a seguir apresentam carac­


terísticas do s is t e m a f e d e r a t iv o b r a s ile ir o , à exceção de uma. Assinaie-a.
a) Repartição constitucional de competências entre a União, Estados-membros, Distrito
Federal e Municípios.
b) Atribuição de autonomia constitucional aos Estados-membros, Distrito Federal
e Municípios, podendo tais entes federativos organizar seus poderes executivo,
legislativo e judiciário, na forma de suas constituições regionais.
c) Participação dos Estados-membros na elaboração das leis federais, através da
eleição de representantes para o Poder Legislativo Federal.
d) Possibilidade constitucional excepcionai e taxativa de intervenção federal nos Estados-
-m embros e no Distrito Federal, para manutenção do equilíbrio federativo.
e) Indissolubilidade da federação, sendo vedada a aprovação de emenda constitucional
tendente a abolir a forma federativa de Estado.

| A única alternativa incorreta, que é o gabarito da questão, é a alternativa B, já que os


| Municípios não possuem poder Judiciário, bem como não possuem Constituição, mas
| Lei Orgânica.

H9 (FGV/Auditor - TCM-RJ/2008) Na organização de distritos, o Município deve


observar a legislação:
a) estadual.
b) local.
c) complementar.
d) nacional.
e) federal.
Cap. 5 - ORGANIZAÇÃO DO ESTADO 67

| Os municípios no Brasil têm a faculdade de criar ou suprim ir distritos. Distritos são divisões
| do território do município criadas para fins da organização administrativa do referido ente,
| e não são dotados de autonomia.
| A Constituição, em seu art. 30, ÍV, atribui aos municípios a competência para criar, organizar
jf e suprimir distritos, mas deve ser observada a legislação estadual sobre a matéria.
I: Gabarito: Letra A.

Bi (FGV/Juiz Substituto - TJ - MG/20G8) Com base na Constituição da Repú­


blica Federativa do Brasit de 1988 e suas atualizações, assinale a afirmativa
incorreta.
a) O princípio geral que norteia a repartição de competências entre os entes federa­
tivos é o da predominância de interesses. À União e ao Distrito Federa! caberão
as matérias e questões de predominante interesse geral; aos Estados-membros,
as matérias e questões de predominância de interesse regional; e aos Municípios,
as de interesse local.
b) Aos Estados-membros são reservadas as competências administrativas que não
lhes sejam vedadas pefa Constituição Federal, ou seja, todas as que não sejam
da União, dos Municípios e comuns. É a denominada “com petência remanescente
dos Estados-m embros”.
c) Aos Municípios tam bém são reservadas as competências administrativas que não
lhes sejam vedadas pela Constituição Federal, ou seja, todas as que não sejam
da União, dos Estados-m em bros e comuns. É a também denominada “competência
rem anescente dos Municípios”.
d) A imunidade tributária recíproca ressalta a essência da Federação, baseada na
divisão de poderes e partilha de competências entre os entes federativos, todos
autônomos, e tem sido tratada no direito constitucional pátrio como um dos pilares
do Estado Federal Brasileiro.
e) Inexistíndo lei federal sobre norm as gerais, os Estados-membros exercerão a com­
petência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. A superveniência
de lei federai sobre norm as gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que
lhe fo r contrário.

I Letra A - A assertiva trouxe com perfeição a teoria que norteia a repartição de competên-
| cias, versando sobre a predom inância do interesse e situando cada ente em sua devida
| área de competência.
f Letra B - A Constituição definiu as competências dos entes da seguinte maneira:

| 1 - Estabeleceu de forma expressa e taxativamente quais seriam as competências da


| União e dos Municípios;
| 2 - Para os Estados, a competência foi definida de forma remanescente, ou seja, não
I foi taxativa, cabendo aos Estados fazer “tudo aquüo que não ihe forme vedados”
| (CF, art. 25, § 1.°). .
| 3 - Atribuiu competência híbrida ao D F Assim, o Distrito Federal possui as competências
| taxativas dos Municípios e as rem anescentes dos Estados.

| Em que pese a competência rem anescente ou residual dos Estados/DF, existem para
I estes duas competências expressas no art. 25:

| • Art. 25, § 2.° - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão,
| os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida
| provisória para a sua regulamentação.
DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões com entadas - FGV

I • Art. 25, § 3.° - Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões
| metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agru-
| pamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejam ento e a
| execução de funções púbiicas de interesse comum.

| Voltando à assertiva, percebemos que ela está correta, pois os Estados possuem, reai-
§ mente, a competência remanescente.
| Letra C - Isso está incorreto, acabamos de ver que as competências dos Municípios são
| enumeradas, expressas, taxativas na Constituição. Competências rem anescentes estão
f estabelecidas apenas para os Estados e Distrito Federai.
| Letra D - Imunidade recíproca é a proibição de um ente da federação instituir impostos
I; sobre o patrimônio, renda ou serviços dos outros entes (CF, art. 150, Vi, a). Por exemplo:
| a União não pode cobrar imposto sobre as rendas dos Estados. Esse tipo de imunidade é
f reconhecido pelo STF como vitai ao pacto federativo, na medida em que é um importante
£ instrumento para evitar conflitos e fortalecer a harmonia e a cooperação entre os entes
f da federação. Está correta a assertiva.
t Letra E - isso tudo está previsto nos 4 parágrafos do art. 24 da Constituição. Em se
| tratando de legislação concorrente, a União se iimita a fazer normas gerais e cabe aos
| Estados complementá-las. Caso a União não tenha editado a norma geral, o Estado-
-membro poderá exercer a competência legislativa ampla, de forma plena. Contudo, no
| caso de superveniência da norma geral federal que estava em falta, o diploma estadual
| será suspenso, mas somente naquilo que lhe fo r contrário. Correta a assertiva.
I Gabarito: Letra C.

5 .2 In te rv en ç ã o , E sta d o de D efe sa
e E s ta d o d e S ítio

SgjJ (FGV/Advogado-Senado/2008) A respeito do regime constitucional de inter­


venção da União nos Estados e no Distrito Federal, analise as afirmativas
a seguir:
I. Decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de exe­
cução e que, se couber, nomeará interventor, será submetido à apreciação do Senado
Federal, no prazo de vinte e quatro horas.
II. Se a intervenção tiver sido decretada para prover a execução de lei federal, ordem ou
decisão judicial, fica dispensada a apreciação do decreto de intervenção pelo Poder
Legislativo.
III. Se a intervenção tiver sido decretada para repelir invasão estrangeira, poderá o Presi­
dente da República deixar de subm eter o decreto de intervenção ao Poder Legislativo,
desde que invoque a ocorrência de grave risco iminente à preservação da integridade
territorial e à soberania do Estado Brasileiro.
IV. A União poderá intervir nos Estados e no Distrito Federa! para assegurar a observância
da aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreen­
dida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e
nas ações e serviços públicos de saúde.
Assinale:
a) se apenas a afirmativa I estiver correta.
b) se apenas as afirmativas I, li e IV estiverem corretas.
c) se apenas as afirmativas H e IV estiverem corretas.
Cap. 5 - ORGANIZAÇÃO DO ESTADO 69

d) se apenas as afirm ativas t, II e III estiverem corretas.


e) se apenas as afirm ativas lü e IV estiverem corretas.

| A intervenção pode ser federal quando a União intervém nos Estados ou no DF, ou pode
| ser Estadual, quando o Estado intervém em um Munícípio do seu território. A União não
I intervém em Municípios, só no caso de serem Municípios de Territórios Federais.
h
% A intervenção se realiza p or m eio de um decreto do Chefe do Poder Executivo (Presi-
| dente ou Governador). Este decreto de intervenção deverá cum prir certas form alidades,
| a com eçar por ser subm etido à apreciação do Poder Legislativo (C ongresso Nacionai
| ou da A ssem bleía Legisla tiva do Estado), no prazo de 24 horas, e deverá ainda
3 especificar:

| “ A amplitude;
t * O prazo;
| « A s condições de execução; e
| « Se couber, nom ear o interventor.

I Observações:
s
| - Se nao estiver funcionando o CN ou a Assembleía Legislativa, far-se-á convocação
| extraordinária, no mesm o prazo de 24 horas.
| - Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a
| estes voltarão, saívo impedim ento legal.

| Podemos dizer que as hipóteses constitucionais estão dividas em 4 grupos:

| * Espontânea ~ O Presidente tom a a iniciativa da intervenção diretamente;


| * Provocada por solicitação - Quando alguém do próprio Poder Executivo ou do
| Legislativo “solicita" (pede) que o Presidente intervenha (e este tem ad iscricionarie-
| dade para intervir ou não);
| * Provocada por requisição - Quando o Poder Judiciário (STF, STJ ou TSE) requisita
| (ordena) a intervenção federal;
| • Provocada por provimento da representação - Trata-se de uma representação
| que o PGR faz no STF pedindo a intervenção. Se o STF der provimento (acatar) a
| esta representação, ele ordenará que o Presidente intervenha.

| 1 - Ela será espontânea nas hipóteses urgentes e graves como:


| ■ Manter a integridade nacional;
| » Repetir invasão estrangeira ou de um a unidade da Federação em outra;
| B Pôr termo a grave com prom etimento da ordem púbíica;
| * Reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
| a) suspender o pagamento da divida fundada por mais de 2anosconsecutivos,
I saivo motivo de força maior;
| b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição,
| dentro dos prazos estabelecidos em lei.

| 2 - Será solicitada a intervenção no caso de:


| ■ Garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação.
DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões com entadas - FGV

| 3 - A intervenção será requisitada para:


I * Garantir o livre exercício do Poder Judiciário Requisição do STF (após receber
| a solicitação da autoridade judiciária local que está sendo coagida).
| D Prover a execução de ordem ou decisão judicial -> Requisição do STF, STJ ou
| TSE, de acordo com a matéria.
íí
| 4 - A intervenção será requerida, apósprovimento darepresentação do PGR, com
| o objetivo de:
| ■ Prover a execução de lei federal;
i ■ A ssegurar a observância dos princípiosconstitucionais sensíveis:

| a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;


í> b) direitos da pessoa humana;
6 c) autonomia municipal;
í d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
§ e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, com-
| preendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvim ento do
| ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.

| Observação: Neste tipo de intervenção (provocada dependente de representação) e


| no caso de requisitada para fazer cumprir ordem ou decisão judicial, a Constituí-
| ção determina que será dispensada a apreciação do decreto pelo Congresso Nacional,
| lim itando-se a suspender a execução do ato impugnado, caso essa medida baste ao
| restabelecimento da normalidade.

| Analisando as assertivas da questão:


| I. Errado. A questão vinha correta, efencando as form alidades do decreto de intervenção,
| mas, de repente, erra ao falar que o decreto será subm etido ao Senado, quando na
| verdade se submete ao Congresso.
| I!. Correto, pois a apreciação do controle político do Legislativo ficará dispensada nas
1 duas hipóteses que já vimos:

£ * Intervenção dependente de representação (na qual se enquadra o motivo de prover


| a execução de lei federal); e
| « Intervenção requisitada para fazer cum prir ordem ou decisão judicial.

| III. Errado. Nenhuma das hipóteses de intervenção espontânea dispensa o envio do decreto
| para apreciação do Legislativo.
| IV. Correto. Trata-se de um princípio constitucional sensível e que poderá dar ensejo a uma
| intervenção federal caso o STF dê provimento à representação do PGR neste sentido.

I Gabarito: Letra C.

IB (FGV/Juiz Substituto - TJ - PA/2008) No que tange à intervenção do Estado


em seus Municípios, é correto afirmar que:
a) só poderá intervir caso não forem prestadas as contas devidas, na form a da
lei, e se o Tribunal de Justiça der provim ento à representação para assegurar
Cap. 5 - ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
m
a observância de princípios indicados nas Constituições Estadual e Federai, ou,
ainda, para prover a execução da lei, de ordem ou de decisão judiciai.
b) sob pena de ofensa ao princípio federativo, o Estado não pode intervir em Mu­
nicípio caso este não tenha aplicado o mínimo exigido da receita municipal na
manutenção e desenvolvimento de ensino e nas ações e serviços públicos de
saúde, pois são assuntos de interesse local, de competência municipal.
c) o Estado pode intervir em seu Município quando o Tribuna! de Justiça der pro­
vim ento à representação para assegurar a observância dos princípios indicados
na Constituição Estadual e na Constituição Federal, ou para prover a execução
de lei nacional e federal, de ordem ou de decisão judiciai. No entanto, o decreto
interventivo, nesses casos, terá que ser apreciado pela Assembleia Legislativa,
sob pena de nulidade.
d) o Estado pode intervir em seu Município quando o Tribunal de Justiça der provi­
mento à representação para assegurar a observância de princípios indicados na
Constituição Estadual, ou para prover a execução da iei, de ordem ou de decisão
judicial. Nesses casos, está dispensada a apreciação do decreto interventivo peia
Assem bleia Legislativa.
e) o Estado pode intervir no seu Município quando este vioiar princípio indicado na
Constituição Estadual; quando o Município deixar de pagar, sem motivo de força
maior, por quatro anos consecutivos, ou dois alternados, a dívida fundada; e
quando não forem prestadas as contas devidas, na forma da iei.

Esta questão não trata mais de intervenção federal, mas de intervenção estadual. A in­
tervenção estadual tam bém o ocorre por decreto do Chefe do Executivo (Governador). O
decreto de intervenção deve ser submetido, dentro de 24 horas, à Assembleia Legislativa e
cum prir as mesmas form alidades da intervenção federal. O que diferencia as intervenções
são as hipóteses. O Estado somente irá intervir em um Município do seu território (ou a
União in te rv irá em um Município do Território Federal) no caso de:

* Deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por 2 anos consecutivos, a dívida
fundada.
* Não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
■ Não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde;
« O Tribunai de Justiça der provimento à representação para assegurar a observância
de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei,
de ordem ou de decisão judicial.

O b s e rv a ç ã o : Neste último caso, da mesma forma como vim os na intervenção federal,


quando o TJ d e r provim ento à representação do Procurador-G eral de Justiça, será
dispensada a apreciação pela Assem bleia Legislativa, e o decreto iim itar-se-á a sus­
pender a execução do ato im pugnado, se essa medida bastar ao restabelecim ento da
norm alidade.

Analisando as assertivas:
*
Letra A - Errada. Acabam os de ver que existem mais hipóteses.
Letra B - Errada. Esta é uma hipótese que pode ensejar intervenção.
Letra C - Errada. Na intervenção estadual dependente de representação, a apreciação
do decreto pela Assembleia Legislativa fica dispensada.
72 DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões comentadas - FGV

g Letra D - Correia. Agora a questão dispôs de forma correta uma hipótese de intervenção
| estadual, transcrevendo literalmente o disposto no art. 35, iV, da Constituição Federal
| com binando-o com o art. 36, § 3.°.
| Letra E - Errada. O correto seria dizer que a intervenção pode ocorrer quando o Mu-
| nicípio deixar de pagar, sem motivo de força maior, por 2 a n o s c o n s e c u tiv o s , a dívida
| fundada.

S Gabarito: Letra D.

m (FGV/Juiz Substituto ~ TJ - MG/2008) Assinale a alternativa correta.


a) É inadm issível a requisição de hospitais m unicipais pela União, em situação de
norm alidade institucional, sem a decretação de estado de defesa ou estado de
sítio.
b) A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados,
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Dem ocrático de Direito. É
possível a União, para manter a integridade nacional, intervir nos Estados-membros,
no Distrito Federai e nos Municípios.
c) É possível Estado-m em bro intervir em Município de outro Estado-membro apenas
se o território do Município em questão fo r limítrofe ao seu, e se esse Município
form ar com Municípios do Estado interventor o que se denomina “região metro­
politana’’.
d) Alguns direitos e garantias podem ser suspensos quando da decretação do Estado
de Defesa, como o direito de petição, o direito de acesso ao Poder Judiciário, o
direito ao sigilo das correspondências e o direito de reunião.
e) Para decretar o estado de defesa e o estado de sítio, o Presidente da República
deve ouvir, com caráter vinculativo, os Conselhos da República, da Defesa Nacional
e o Conselho Nacional de Justiça.

| Letra A - Os entes federativos são autônomos e a regra é não sofrerem intervenção de outros
| entes. Porém, em caso de excepcionaiídade como o estado de defesa e estado de sítio, a
1 Constituição Federal admite: a ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na
| hipótese de calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes
| (CF, art. 136, § 1.°, II); em se tratando de Esta do de Defesa e intervenção nas empresas de
| serviços públicos (CF, art. 139, VI); em se tratando de estado de sítio. Assertiva correta.
| Letra B - Errada. Não existe intervenção da União nos Municípios, ressalvada a única
| hipótese de ser um Município de Território Federal.
| Letra C - Errada. Hipótese absurda. Um Estado só pode intervir nos Municípios de seu
| território.
| Letra D - Errada. No estado de sítio poderá haver suspensão da liberdade de reunião,
I restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigiio das comunicações, à
I prestação de inform ações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma
I da lei. Porém, erra a questão, já que não há possibilidade de restringir o direito de petição
| nem o direito de acesso ao Poder Judiciário.
w Letra E - A necessidade de oitiva dos conselhos é uma disposição comum tanto para
| decretar o estado de sítio quanto o estado de defesa. Porém, trata-se de meros aconse-
V lhamentos, não tendo caráter vinculativo. Por este motivo, erra a questão.

Gabarito: Letra A.
Cap. 5 - ORGANIZAÇÃO DO ESTADO

GABARITO

1. A 7. A 13. C

2. C 8. C 14. C

3. B 9. D 15. D

4. A 10. E 16. A

5; A 11. B

6. E 12. A
A D M IN IS T R A Ç A O P U B L IC A

Q (FGV/Advogado-Senado/2008) A administração púbfica direta e indireta de


qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federa! e dos
Municípios obedecerá aos princípios listados nas alternativas a seguir, à
exceção de uma. Assinate-a.
a) legalidade.
b) impessoalidade.
c) publicidade.
d) irrevogabilidade.
e) eficiência.

| Os princípios constitucionais que norteiam a administração pública foram o fam oso “LIM PE1',
| ou seja, “Legalidade, Im pessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência". Estes são os
| princípios expressamente dispostos no texto constitucional em seu art. 37.
| Dessa forma, percebe-se que, das alternativas listadas na questão, somente a “ irrevo-
| gabiíidade1’ não pertence ao “LIM PE”, sendo assim a assertiva a ser assinalada como
| resposta.
| Gabarito: Letra D.

H (FGV/Analista Legislativo - Senado/2008) O deslocamento de cargo efetivo,


ocupado ou vago, no âmbito do quadro geraf de pessoal, para outro órgão
ou entidade do mesmo Poder, constitui:
a) reintegração.
b) recondução.
c) aproveitamento.
d) remoção.
e) redistribuição.

| Essa questão está mais relacionada ao Direito Adm inistrativo. Porém, é importante para
| o tema “administração pública” . Vamos com entar cada uma das assertivas:
| Letra A - Reintegração é a volta ao serviço público de um servidor que havia sido de-
| mitido, por motivo de anulação do ato de demissão.
| Letra B - Recondução é a volta do servidor público estável ao cargo que ele ocupava
| anteriormente no caso de reintegração de um outro servidor no seu cargo atual.
76 DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões comentadas - FGV

| Letra C - Aproveitam ento é o re to rn o ao e fe tiv o s e rv iç o de um servidor estável colocado


* em disponibilidade. Disponibilidade é o instituto no qual o servidor estável permanece fora
| do efetivo serviço, e com uma remuneração proporcional ao tem po de serviço anterior-
| mente prestado. A disponibilidade ocorre por extinção do seu cargo (ou então no caso de
| cargo declarado desnecessário), ou ainda, para aqueie servidor que ocupava um cargo
| e precisou se retirar deste devido â reintegração de um outro servidor que ocupava tai
% cargo. A disponibilidade irá acontecer somente se não houver possibilidade de recondução.
| A disponibilidade cessa com o aproveitamento.
| Letra D - Remoção é o deslocam ento do servidor para outro órgão, no mesmo quadro
| de pessoal, no caso de existência de vaga para este cargo no órgão de destino, em
| caráter permanente.
| Letra E - É o gabarito da questão. A redistribuição não é o deslocamento do servidor,
mas o d e s lo c a m e n to d o ca rg o , esteja eie ocupado ou vago, para outro órgão ou entí-
? dade do mesmo Poder.

ü Gabarito: Letra E.

0 (FGV/Advogado-Senado/2008) A respeito do regime constitucional de livre


nomeação de servidores não concursados para cargos em comissão, no
âmbito da administração pública, assinale a afirmativa correta.
a) A vedação da nomeação, peta autoridade competente, de seus próprios parentes
para exercício de cargo em comissão, se aplica exclusivamente ao Poder Judiciário,
por força da existência de regra constitucional proibitiva específica.
b) A Constituição, em se tratando de cargos públicos de livre nomeação, não esta­
belece qualquer limitação relacionada ao grau de parentesco porventura existente
entre a pessoa nomeada e algum agente público.
c) A proibição de nomeação de parentes de parlamentares para cargos em comissão
ou de confiança no âmbito do Poder Legislativo depende da aprovação de iei es­
pecífica ou ainda de previsão nos regimentos internos da Câmara dos Deputados
e do Senado Federal.
d) No regime da Constituição Federal de 1988, as funções de confiança e os cargos
em comissão devem ser exercidos obrigatoriam ente por servidores de carreira, ou
seja, servidores que ocupem cargos efetivos após aprovação em concurso público,
no âmbito do respectivo órgão.
e) A proibição de nomeação de cônjuges, companheiros ou parentes em linha reta,
colateral ou por afinidade, até terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante
ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia
ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança,
decorre dos princípios da moraiidade e impessoalidade da administração pública,
consagrados na Constituição Federal.

| A questão trata de assunto de grande destaque: o nepotismo. Trata-se da política de


| "apadrinhamento", em que os cargos públicos são preenchidos por parentes da autoridade
| nomeante ou de outras autoridades.
| Sabem os que a C onstitu ição de 1988 tem o concurso púbiico com o regra nuclear para
1 o ingresso em cargos e em pregos públicos. Excetuam -se, porém , algumas possibiiida-
| des que dispensam concurso público, com o o ingresso mediante cargos em comissão,
p que é o preenchim ento de cargos p or qu a lqu e r pessoa que seja “da confiança” da
| autoridade.
| Destaca-se também a figura da “função de confiança”, que, diferentem ente do cargo em
| comissão (que é efetivamente um cargo), a função de confiança é uma atribuição para
| a qual se designa alguém que já é servidor efetivo.
Cap: 6 - ADMÍNiSTRAÇÂO. PÚBLICA 77

No.s termos do art. 37, V, da Constituição, tem os1:

F u n ç õ e s d e c o n fia n ç a -> E xclusivam ente para servidores


ocupantes de cargo efetivo;
X

C a rg o s em c o m is s ã o -> Em bora acessível a qualquer


pessoa, a lei pode prever condições
e percentuais mínimos para serem
preenchidos por servidores de
carreira.

Destinam-se apenas às atribuições de d ire çã o , ch e fia e a s s e s s o ­


ra m ento .

| Esses 2 institutos foram durante muito tem po intensamente utilizados para se estabelecer o
nepotismo no serviço público, o que levou a uma discussão de grande relevância nacional,
culminando, apôs diversos julgados, na edição da Súmula Vinculante 13 pelo STF:

A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por


afinidade , até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da
| mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para
| o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na
| administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
| do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações
| recíprocas, viola a Constituição Federal.

| Veja que a súmula impede tanto o “nepotismo direto” quanto o “nepotismo cruzado", que
| é o promovido mediante designações recíprocas. Explicando-a melhor, podemos dizer que
p o imbróglio gira em torno de 3 pessoas:

| 1 - Temos a pessoa que pretende ser nomeada - chamarem os de “Vida-Boa”;


| 2 - Temos a autoridade nomeante - que chamaremos de "Chefe 1";
I 3 - Temos uma outra pessoa que não é a autoridade nomeante, mas que ocupa
f cargo direção, chefia ou assessoramento, dentro dessa mesma pessoa jurídica
| em questão - “Chefe 2".

| Segundo a súmula vinculante 13: O “Chefe 1” não pode nomear o “Vida-boa”, se este for
| cônjuge ou parente até o 3.° grau do próprio “Chefe 1” ou do “Chefe 2 ”.
I Inaplicabiiidade da Súmula Vinculante 13: Segundo o STF, à nomeação de irmão de
| Governador de Estado no cargo de Secretário de Estado não se aplica a Súmula Vin­
il culante 13 por se tratar de cargo de natureza política, já que secretários de Estado são
| agentes políticos2. a

! E s q u e m a b a s e a d o e m C R U Z , V íto r . Constituiçãofederal anotada para concursos. R io de


Jan eiro : F erreira, 2 0 1 0 . p . 1 15.
- S T F - R c l - M C —A g R 6 6 5 0 / P R ~ P A R A N Á — 1 6 /1 0 / 2 0 0 8 — E n te n d im e n to fir m a d o c o m
b a s e n o R . E x . 5 7 9 . 9 5 1 /R N .
78 ' DIREITO CONSTITUCIONAL!- Questões com entadas p FGV :.

£; Analisando cada alternativa:


p Letra A - Errada. Apiica-se a todos os Poderes.
| Letra B - Errada. Questão polêmica, já que a CF realm ente não estabelece expressam ente
| o grau de vedação. Mas o STF, ao editar a Súmula Vinculante 13, adotou a interpretação
| constitucional de que o grau de vedação seria o “3.°”, pois inferiu que assim decorreria
| das demais disposições constitucionais analisadas em conjunto.
| Letra C - Errada. Segundo o STF, a proibição ao nepotismo decorre diretam ente da
| Constituição, não se exigindo lei para regulamentar a védação a tal prática.
| Letra D - Errada. Os cargos em comissão podem ser exercidos por quaisquer pessoas,
| embora a lei possa prever condições e percentuais mínimos para serem preenchidos por
| servidores de carreira.
§ Letra E - Correto. Trata-se da Súmula Vinculante 13, que vimos acima. O fundam ento
| que valida tai posição do supremo é justam ente a afronta aos princípios constitucionais
| norteadores da administração pública, notadam ente a moralidade administrativa, impes-
p soalidade e eficiência.
f? Gabarito: Letra E.

0 (FGV/Juiz Substituto - TJ - WIG/2008) Assinale a afirmativa incorreta.


a) Conforme jurisprudência dos Tribunais Superiores, a fixação de vencim entos dos
servidores públicos não pode ser objeto de convenção coletiva.
b) Conforme a Constituição Federal, ao servidor público da administração direta,
autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, é assegurado que seu
tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção
por merecimento.
c) Conforme a jurisprudência dos Tribunais Superiores, é inconstitucional toda moda­
lidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação
em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a
carreira na qual anteriorm ente investido.
d) Conforme a Constituição Federal, o servidor público ocupante de cargo efetivo
não pode ser exonerado ad nutum, com base em decreto que declara a desne­
cessidade do cargo.
e) Conforme jurisprudência dos Tribunais Superiores, é possível lei estadual criar
cargos em comissão que possuam atribuições meramente técnicas.

Essa questão traz assertivas bem independentes uma das outras, algum as jurisprudenciais
K e outras literais. Vamos com entar cada uma delas:
| Letra A - Correta. A alternativa reproduziu o completo teor daquilo que o STF fixou em
í sua Súmuia 679: A fixação de vencim entos dos servidores públicos não pode ser objeto
v de convenção coletiva.
Letra B - Correta. Se observarmos o texto da Constituição Federal, podemos perceber
£ em seu art. 38: “ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no
| exercício de mandato eletivo, apíicam-se as seguintes disposições: (...) IV - em qualquer
| caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tem po de serviço
| será contado para todos os efeitos legais, exceto para prom oção por merecim ento’’.
| Letra C ~ Correta. Mais uma questão de súmula, agora trata-se da Súmula 685 do STF:
| “É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se,
£ sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que
| não integra a carreira na qual anteriormente investido” .
| Letra D - Correta. Exonerar ad nutum significa retirar do cargo por discricionariedade da
| autoridade. É como ocorre no caso de cargos em comissão. O Presidente da República,
■ ■ ^Ca^;6;:~^ÕMINÍS7TRÃÇ^to^ ;:Í

| por exemplo, pode nomear ou exonerar Ministros de Estado por sua livre escolha, pois
| são cargos de iivre nomeação e exoneração (ad nutum). Os servidores efetivos não po­
li; dem ser exonerados ad nutum: a perda do cargo do servidor efetivo só pode ocorrer nas
| hipóteses que estão previstas na Constituição (vide arts. 41, § 1.°, e 169, §4.°).
| Letra E - Errada. A Constituição de 1988 é clara ao estabelecer (CF, art. 37, V): “as fun-
| ções de confiança (...) e os cargos em comissão (...) destinam-se apenas às atribuições
fé de direção, chefia e assessoramento”. Desta forma, a criação de cargos em comissão
| que possuam atribuições meramente técnicas é inconstitucional, já que estes só podem
| ser criados para funções de chefia, direção ou assessoramento.

I Gabarito: Letra E.

@ (FGV/Agente Tributário - SEFAZ-NiS/2006) O art. 37, VII, da Constituição,


que assegura o direito de greve na administração pública, é norma de efi­
cácia:
a) plena.
b) relativa.
c) absoiuta.
d) contida.
e) limitada.

| A Constituição estabelece em seu art. 37, VII, que “o direito de greve (dos servidores)
| será exercido nos term os e limites de lei específica". Assim, somente nos termos quê
| esta lei específica tro u xe r é que os servidores poderão exercer o direito, de greve, o que
| caracteriza esta norm a com o sendo de eficácia limitada.
| É diferente do que a C onstituição dispõe para os trabalhadores regidos peia CLT (Consoli-
| dação das Leis do Trabalho), em seu art. 9.°: “É assegurado o direito de greve, competindo
[| aos trabalhadores d e cid ir sobre a oportunidade de exercê-!o e sobre os interesses que
| devam por meio dele defender” .
| Im portante é ressaltar que, ao julgar os Mandados de injunção 670, 708 e 712, sobre
| a faíta de norma regulam entadora do direito de greve dos servidores públicos, o STF
| decidiu: “enquanto não editada a iei especifica sobre o direito de greve dos servidores
| públicos, estes devem adotar a norma aplicável aos trabalhadores da iniciativa privada”.
| Este julgamento foi m uito relevante, pois é considerado um marco do posicionamento do
| STF na adoção da teoria concretista nos mandados de injunção, o que significa que o
| Tribunal passou a d e ixa r de ter uma postura passiva, de simplesmente reconhecer a falta
| do iegisiador, para, agora, passar a adotar uma postura eficaz para concretizar os direitos
| dos cidadãos que estão sendo frustrados.

| Gabarito: Letra E.

GABARITO

1. D 3. E 5. E

2. E 4. E
O R G A N IZ A Ç Ã O DOS PO DERES

7 .1 P oder E x e c u tiv o

gj (FGV/Fiscaí ~ SEFAZ-RJ/2009) Assinale a alternativa que defina corretamente


o poder regulamentar do chefe do Executivo, seja no âmbito federai, seja
no estadual.
a) O poder regulamentar confere ao chefe do Executivo a atribuição para criar direitos
e obrigações, dentro de sua respectiva esfera de competência.
b) O poder regulamentar confere ao chefe do Executivo a competência legislativa
exclusiva para reparar inconstitucionaiidades realizadas peio legislador ordinário.
c) O poder regulamentar confere ao chefe do Executivo a com petência para assegurar
a fiel execução da Constituição.
d) O poder regulamentar é uma forma atípica de competência legislativa conferida
ao chefe do Executivo para suprir omissões do Poder Legislativo.
e) O poder regulam entar confere ao chefe do Executivo a competência para assegurar
a fiei execução das leis, não podendo inovar o mundo jurídico.

1 O art. 84 da Constituição possui 2 incisos que merecem destaques no que tange à com-
| petência normativa do Presidente da República.
| O primeiro inciso é o “IV”, que perm ite ao Presidente: “sancionar, prom ulgar e fazer publicar
| as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução”.
| O segundo é o inciso “V I”, que autoriza o Presidente a dispor, mediante decreto, sobre:
§ “a organização e funcionam ento da administração federal, quando não implicar aumento
1 de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; e a extinção de funções ou
| cargos públicos, quando vagos”.
| O inciso IV traz então duas possibilidades de decreto: o decreto de execução, quando
| impõe a prática de um ato concreto, como uma nomeação etc.; e o decreto regulam entar
| quando é, na verdade, um ato normativo para regulamentar uma Iei, porém despido do
i atributo “novidade” que lhe é característico.
| O inciso VI traz um terceiro tipo, que é o Decreto Autônomo, pois é uma norma que
| retira seu fundam ento diretam ente da Constituição, sem que haja uma lei para the dar
| respaldo.
82 DiREITO CONSTITUCIONAL - Questões .comentadas - FGV

í A questão trata basicam ente do segundo decreto do inciso “ SV”, ou seja, do decreto re-
guiamentar, que é o instrumento usado pelo Presidente da República para fazer cumprir
1 as leis. Baseado nisso, vamos analisar as assertivas:
| Letra A - Errada. Decreto não cria direitos e obrigações, quem faz isso é somente a lei;
S o decreto deve observar os limites desta, sem poder inovar no mundo jurídico.
f Letra B - Errada. De forma alguma. O decreto regulamentar é para fazer cumprir as leis
f e não para sanar suas inconstitucionaíidades.
Letra C - Errada. Questão discutível, mas, ao pé da ietra, o regulamento assegura o fiei
cumprimento das leis, não da Constituição, embora possamos entender que esta acaba
\ sendo cumprida de forma indireta.
Letra D - Errada. O regulamento não pode suprir om issões, pois não pode inovar, deve
. ser editado nos limites da lei.
I Letra E - Correta. Perfeita disposição do que tem os visto. O regulamento assegura a fiel
| execução das ieis e não pode inovar.

; Gabarito: Letra E.

0 (FGV/Fiscal - SEFAZ-RJ/2008) A mobilização nacional pode ser decretada


pelo Presidente da República em caso de:
a) relevante interesse.
b) ameaça institucional.
c) calamidades.
d) investimento público.
e) agressão estrangeira.

A questão retira seu fundamento da Iiteraiidade da Constituição Federal, em seu art. 84,
| XIX. Este dispositivo atribui ao Presidente da República a competência para declarar guerra,
| no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por
| ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas m e sm a s c o n d iç õ e s ,
| d ecretar, to ta l ou p a rcia lm e n te , a m o b iliz a ç ã o n a cio na l.

í Gabarito: Letra E.

7 .2 P oder L e g is la tiv o

0 (FGV/Advogado-Senado/2008) A respeito da composição e competência le­


gislativa do Senado Federal, analise as afirmativas a seguir:

I. Compete privativamente ao Senado Federai processar e julg ar o Presidente e o Vice-


-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de
Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da
mesma natureza conexos com aqueles. Presidirá a sessão de julgam ento o Presidente
do Supremo Tribunal Federal e a condenação à perda do cargo com inabilitação, por
oito anos, para o exercício de função pública, somente será proferida por dois terços
dos votos dessa casa legislativa.
II. O Senado Federa! compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos
segundo o principio majoritário. Cada Estado e Distrito Federal elegerão três Senadores,
com mandato de oito anos. A representação de cada Estado e do Distrito Federal será
renovada de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços.
Cap. 7 - ORGANIZAÇÃO DOS PODERES

ill. Compete privativam ente ao Senado Federal aprovar previamente, por voto secreto, após
arguição pública, a escoiha de Magistrados, nos casos estabelecidos na Constituição,
Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República,
Governador de Território, Presidente e diretores do Banco Centrai, Procurador Gerai
da República e titulares de outros cargos que a lei determinar.
IV. Compete privativam ente ao Senado Federal autorizar operações externas de natureza
financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e
dos Municipios.
Assinale:

a) se somente a afirm ativa I estiver correta.


b) se somente as afirm ativas i e li estiverem corretas.
c) se somente as afirmativas i e HE estiverem corretas.
d) se somente as afirm ativas II e iil estiverem corretas.
e) se todas as afirm ativas estiverem corretas.

| Vamos analisar cada uma?


| 1 - O item praticamente esgotou, e com perfeição, as disposições constitucionais sobre o
| tema. Acrescentaria que este julgam ento deve ser precedido de uma autorização da Câmara
| dos Deputados, tam bém por dois terços de seus membros. Estas disposições podem ser
| encontradas combinando o art. 52, I, com o parágrafo único do mesmo artigo.
| 11 ™ Está correto, e isso é muito im portante! Enquanto a Câmara dos Deputados é formada
| por representantes do povo, o Senado Federai é formado por representantes dos Estados/
| DF. Também é correta a disposição trazida sobre o número de três Senadores e os seus
| respectivos mandatos - 8 anos, com alternância de 1/3 e 2/3 a cada quatro anos. Tudo
| isso é embasado pelos art. 46 da Constituição e seus parágrafos.
| IEI - Questão muito interessante. O art. 52 da Constituição, em seus incisos IEI e EV, atribui
| ao Senado a prerrogativa de aprovar a nomeação de diversas autoridades, vejamos:
I
| III - Aprovar previamente, p o r v o to s e c re to , a p ó s a rg u iç ã o p ú b lic a , a escolha de:
p a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;
| b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente daRepública;
I c) Governador de Território;
p
| d) Presidente e diretores do banco central;
1 e) Procurador-Geral da República;
| f) titulares de outros cargos que a lei determinar,
| IV - aprovar previamente, p o r v o to se c r& to , a p ó s a rg u iç ã o em sessão s e c re ta , a
| escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente;

| Veja que no inciso Iil nós tem os a regra, ou seja, a arguição em sessão pública. Já no inciso
| IV, temos a exceção, ou seja, a arguição secreta para os “chefes’’ de missão diplomática
| permanente. Note que esta é a única exceção à regra de arguição pública disposta no inciso
| III. A assertiva não pegou a exceção e sim a regra, e dispôs sobre ela de forma correta!
| iV - Correto. A constituição reservou para o Senado- Federai todas as coisas que tratam de
I finanças públicas, como limites de dividas, autorização de operações, avaliação do Siste-
| ma Tributário Nacional. Desta forma, é o Senado, reaimente, o competente para autorizar
jf operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito
| Federal, dos Territórios e dos Municípios, conforme está estabelecido no art. 52, V.

Gabarito: Letra E.
84 DIREITO CONSTiTÜCIONAL - Questões com entadas ~ FGV .

0 (FGV/Documentador - MEC/20G9) Analise as afirmativas abaixo.


I. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas
opiniões, paiavras e votos.
II. Em caso de im pedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respec­
tivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente
da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federai.
III. Os Ministros do Supremo Tribunal Federai serão nomeados petoPresidente da Repú­
blica, depois de aprovada a escolha em referendo popular convocado pela Câmara dos
Deputados.

Assinale:

a) se nenhuma alternativa estiver correta.


b) se todas as alternativas estiverem corretas.
c) se apenas as alternativas I e II estiverem corretas.
d) se apenas as alternativas II e III estiverem corretas.
e) se apenas as alternativas I e III estiverem corretas.

| Mais uma vez, vamos com entar cada item separadamente:

| I - Este item trata da chamada imunidade material dos parlamentares. A im unidade é


| material, pois se refere à “matéria”, ou seja, ao conteúdo de suas manifestações. Essa
| imunidade tom a inadmissível que um parlamentar seja punido seja na esfera cívei, seja
| na esfera penal, por palavras que tenha proferido, pois isto é inerente à sua função1. A
| imunidade material prevista não é, porém, absoluta, pois somente se verifica nos casos
| em que a conduta possa ter aíguma reíação com o exercício do mandato pariam eníar2.
| O respaldo dessa prerrogativa é o art. 53 da Constituição. Item correto.
| II - A Constituição, em seu art. 80, dispõe exatamente que, em caso de im pedim ento do
| Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessiva-
f mente chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câm ara dos Deputados, o
| do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal. Desta forma, tam bém está correio
| este item.
| III - Essa questão seria resolvida de forma sim ples se o candidato se atentasse a uma
jt pequena particularidade: no Legislativo somente o Senado Federal aprova nomeações
| de autoridades, e faz isso de acordo com o art. 52, III e IV. Desta forma, está errado
1 o item.

| Gabarito: Letra C.

B (FGV/Advogado-Senado/2008) A imunidade parlamentar materiai prevista no


a r t 53, c a p u t , da Constituição Federal assegura:
a) que os Deputados e Senadores não sejam processados civil e criminalmente por
opiniões, palavras e votos proferidos exclusivamente dentro do parlamento, desde
que haja conexão entre a ofensa írrogada e o exercício do mandato.
b) que os Deputados e Senadores não sejam processados civil e criminalm ente por
opiniões, paiavras e votos proferidos dentro ou fora do parlamento, desde que
haja conexão entre a ofensa irrogada e o exercício do mandato.

1 S e g u n d o a P e tiç ã o 3 .6 8 6 /D F , tr a n sc r ita n o I n fo r m a tiv o 4 3 8 d o S T F .


2 In q 2 . 1 3 4 .
Cap. 7 - ORGANIZAÇÃO DOS PODERES.

c) que os Deputados e Senadores não sejam processados criminalmente por opiniões,


paiavras e votos proferidos dentro ou fora do parlamento, desde que haja conexão
entre a ofensa irrogada e o exercício do mandato. A prerrogativa não impede que
os parlamentares sejam civilm ente processados pela vitim a da ofensa.
d) que os Deputados e Senadores sejam processados criminalmente apenas pelos
crimes de injúria e difamação. À prerrogativa não impede processo criminai por
calúnia, mesmo que a ofensa tenha sido irrogada dentro do parlamento e esteja
reiacionada com o exercício do mandato.
e) que processos cíveis e criminais decorrentes de opiniões, palavras e votos profe­
ridos pelos Deputados e Senadores dentro do parlamento fiquem autom aticamente
suspensos enquanto durar o mandato legislativo, ficando também suspenso o curso
do prazo prescricionai.

| As imunidades parlamentares podem ser de 2 tipos:


Í M a te ria l: Prevista no art. 53 (caput) da Constituição - os Deputados e Senadores são
| invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.
| F orm al: Prevista no art. 53, §§ 1 .°e 2.° - os Dep utados e Senadores, desde a expedi-
| ção do diploma, serão submetidos a julgam ento perante o Supremo Tribunal Federal; e
| não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos
| serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto
| da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.
| A letra A, embora traga a im unidade material, erra ao dizer “exclusivamente dentro do
| parlamento”. A im unidade material não se restringe apenas àquelas manifestações proferidas
| na tribuna parlamentar, alcançam inclusive as proferidas fora do recinto do Congresso,
| desde que atinentes à atividade parlamentar. Importante tam bém é salientar que no âmbito
| do plenário essa conexão é presumida.
| A letra B está perfeita, exatam ente o que dispõe a Constituição e a jurisprudência a
| respeito do tema.
| A letra C erra pelo fato de dizer: a prerrogativa não impede que os parlamentares sejam
| civilm ente processados pela vítim a da ofensa. Da mesma forma, as letras D e E também
| estão erradas por serem totalm ente sem fundamento.
S Gabarito: Letra B.

H (FGV/Juiz Substituto ~ TJ PA/2008) Com base na Constituição da República


Federativa do Brasil de 1988 e suas atualizações, assinale a alternativa
correta.
a) Conform e mandam ento constitucional, os vereadores se beneficiam de todas as
imunidades formais.
b) Conform e a Constituição Federal, aos deputados estaduais se estende a im uni­
dade material. Esta expressa a inviolabilidade civií e penal dos deputados por
suas opiniões, palavras e votos, neutralizando a responsabilidade do parlamentar
nessas esferas.
c) O suplente de deputado estadual possui as garantias constitucionais de imunidade
parlamentar, bem como a ele se estende a prerrogativa de foro, pois ostenta a
posição de substituto eventual do titular doamandato.
d) Conforme a Constituição Federal, aos deputados estaduais se estende a imunidade
formai. Esta expressa a inviolabilidade civil e pena! dos deputados por suas opiniões,
palavras e votos, neutralizando a responsabilidade do parlamentar nessas esferas.
e) A Constituição Federai prevê imunidades materiais e formais aos deputados esta­
duais e aos vereadores. No que tange a estes, no entanto, a im unidade material
é limitada territorialm ente à circunscrição do Município.
DIREITO CONSTITUCIONAL ~ Questões com entadas ~ FGV..

Enquanto aos deputados estaduais se aplicam as mesmas inviolabilidades e os mesmos


impedimentos dos Deputados Federais, os vereadores possuem somente imunidade
material, mas não uma imunidade plena como a dos Deputados Federais e Senado­
res; a imunidade dos vereadores se apiica somente às m anifestações proferidas no
exercício do mandato e dentro dos limites municipais (CF, art. 29, VI! I). A Constituição
não previu im unidade formal aos vereadores. Assim, a letra A está errada.
A letra B está correta: aos deputados estaduais se aplicam as mesm as inviolabilidades
e os mesmos impedimentos dos Deputados Federais, de acordo com o art* 27, § 1
da Constituição.
A letra C erra, pois, segundo o STF, os suplentes de Deputado ou de Senador não
gozam de imunidades, salvo quando convocados legalmente e para integrar a Câmara
para a qual foram eleitos. Somente assim, com o exercício da função, é que passam
a fruir de todos os direitos, vantagens e prerrogativas dos demais companheiros da
Câmara a que forem chamados.
A letra D erra, pois definiu incorretamente o que seria “imunidade formal” . Ou seja, a
im unidade que protege os deputados por suas opiniões, paiavras e votos é a material
e não a formal.
A letra E tam bém errou, pois a Constituição não previu imunidade formal aos verea­
dores.

Gabarito: Letra B.

Ei (FGV/Polícia Legislativa-Senado/2008) À Câmara dos Deputados e ao Senado


Federai, em sessão conjunta, não cabe:
a) discutir e votar o Orçamento.
b) dar posse ao Presidente e ao Vice-Presidente da República eleitos.
c) delegar ao Presidente da República poderes para legislar na form a do art. 68 da
Constituição.
d) inaugurar a sessão legislativa.
e) eleger membros do Conselho da República.

| A questão poderia ser resolvida de duas form as. A primeira seria estar ciente dos casos
| em que a Constituição ordena a reunião em sessão conjunta. Basicamente estes casos
| estão no art. 57, § 3.°:

p I - inaugurar a sessão legislativa;


| II - elaborar o regimento comum e regular acriação de serviços comuns às duas
£ • Casas;
'■ l
| III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República;
| IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar.

| Porém este parágrafo diz algo que complica a vida do candidato: “além de outros casos
| previstos nesta Constituição” . Ou seja, essas 4 hipóteses formam um rol não exaustivo.
| Sabendo o seu teor, conseguiria apenas elim inar as letras B e D.
| O candidato deveria ainda saber que, segundo o art. 166, os projetos de lei relativos ao
| plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçam ento anual e aos créditos adicio-
I nais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento
sf comum. E, assim, eliminaria a letra A.
f A letra C era mais fácil, já que delegar poderes para que o Presidente faça a lei delegada
| é tarefa do Congresso Nacional, por meio de resolução, nos term os do art. 68, § 2.°.
' Cap. 7 - ORGANIZAÇÃO DOS PODERES .' . W ÊÊÊ

| Sobraria a letra E, que é o gabarito da questão.


| A segunda maneira de acertar a questão era bem mais fácii: em vez de fazer a eii-
| minação, letra por letra, poder-se-ia puxar direto o conhecim ento de que, no Conselho
| da República, existem 6 cidadãos brasileiros natos, dois nomeados pelo Presidente da
| República, dois eleitos pelo Senado Federai e dois eleitos pela Câmara dos Deputados
| (CF, art. 89, VII). E, assim, resolveria de pronto a questão, já que a escolha é feita em
| separado pelas Casas.

1 Gabarito: Letra E.

H (FGV/Advogado-Senado/2008) Assinale, dentre as matérias abaixo relaciona­


das, inciuídas na competência iegisiativa do Congresso Nacional, aquelas
em que não se exige a sanção do Presidente da República.
a) organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoría Pública
da União e dos Territórios.
b) tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos
gravosos ao patrimônio nacional.
c) matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas opera­
ções.
d) criação, transform ação e extinção de cargos, empregos e funções públicas.
e) concessão de anistia.

| As com petências do Congresso Nacional estão dispostas basicamente em 2 artigos da


| Constituição: 48 e 49.
| O art. 48 traz matérias que serão discutidas por intermédio de leis. Não importa quem irá
| propô-las: o que importa é que estas matérias sejam levadas p o r m eio de p ro je to de le i
=1 ao C ongresso pa ra deliberação. A p ó s essa deliberação, o P residente da R epública
| irá s a n c io n a r ou ve ta r a lei.
| O art. 49 traz matérias que são reservadas ao trato exclusivo do Congresso Nacional. Não
| há a participação de nenhum outro Poder, seja na iniciativa ou na sanção/veto. Geralmente
i usa-se o “Decreto Legislativo” , norma que é exclusiva do Congresso Nacional reunido em
§ Casa única. Este art. 49 traz todos aqueies assuntos de extrema importância, ou relevância
S nacional ou internacional, ou ainda assuntos delicados (atividade nuclear, índios...).
| Assim, peia questão, percebemos que as letras A, C, D, E estão arroladas no art. 48, ou
| seja, embora o Congresso deva dispor sobre elas, está fazendo isso por meio de iei, a
| qual se sujeitará a uma posterior sanção do Presidente da República. Já a ietra B, que
| é o gabarito da questão, é um assunto relevante que está previsto no art. 49, l, e que
| será disposto por Decreto Legislativo, norma esta que não se sujeita à sanção/veto.

I Gabarito: Letra B.

E (FGV/Advogado-Senado/2008) A respeito das comissões parlamentares de


inquérito, assinale a afirmativa correta.
a) As comissões parlamentares de inquérito dispõem de com petência constitucional
para ordenar a quebra do sigilo bancário, fiscai e telefônico das pessoas sob
investigação do Poder Legislativo, mas devem fundam entar adequadamente a
decisão de quebra.
b) As comissões parlamentares de inquérito podem decretar monitoramento telefônico,
desde que presentes os requisitos da Lei 9.296/196. A decisão será fundam entada,
sob pena de nulidade, indicando também a forma de execução da diligência, que
DIREITO CONSTITUCIONAL - Q uestões-com entadas ~ FGV

não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tem po, uma vez
comprovada a indispensabilidade do meio de prova.
c) As comissões parlamentares de inquérito podem decretar a indisponibiiidade de
ativos financeiros das pessoas investigadas, por voto da maioria absoiuta de seus
membros.
d) O direito de não se autoíncrim inar não se aplica às com issões parlamentares de
inquérito. Todas as pessoas convocadas devem prestar compromisso de dizer a
verdade aos mem bros da comissão, antes do início do depoimento.
e) As decisões tom adas por maioria absoiuta dos membros das comissões parla­
mentares de inquérito não estão sujeitas a controle judicial, em razão do princípio
constitucional da independência dos poderes.

| As CPIs estão previstas no art. 58, § 3.°, da Con stituição. São comissões tem porárias
| criadas para apurar um fato específico que seja de alta relevância nacional. Elas possuem
| poderes de investigação próprios das autoridades judiciais e, após reiteradas jurisprudências
| a respeito dos limites deste poder, podemos estabelecer a seguinte lista:
| CPI pode:

| • Determ inar quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico (telefônico - dados e regis-
| tros, não a interceptação. A decisão sobre a quebra deve ser tomada peia maioria
| da CPI e ser fundam entada, não pode se apoiar em fatos genéricos).
| • C onvocar Ministro de Estado para depor (qualquer comissão pode).
| * Determ inar a condução coercitiva de testem unha que se recuse a comparecer.

| CPI não pode:

J • Apreciar acerto ou desacerto de atos jurisdicionais ou intim ar magistrado para de-


| por.
| * Determinar indisponibiiidade de bens do investigado.
| ♦ Decretar a prisão preventiva (pode decretar prisão só em flagrante).
• Determ inar interceptação/escuta telefônica.
! • Decretar busca domiciliar de pessoas ou docum entos (inviolabilidade dom iciliar é
| reserva de jurisdição).

| Agora, então, analisemos as assertivas:


| Letra A - Está correta. A s CPIs podem ordenar a quebra do sigilo bancário, fiscal e
p telefônico das pessoas sob investigação do Poder Legislativo, mas deve ser por decisão
| da maioria da CPI (princípio da coiegialidade) e devem fundam entar adequadam ente a
§ decisão, pois ela não pode ser pautada em evidências genéricas.
| Letra B - Está incorreta. As CPIs podem, tão somente, decretar a quebra do sigilo de
| “dados” telefônicos (para quem ligou, quando ligou...). A interceptação em si, nos termos
| da Lei 9.296/1996, é privativa das autoridades judiciais.
I Letra C - Vimos que a CPI não pode Determ inar indisponibiiidade de bens do investigado.
| É a jurisprudência do STF. Assertiva errada.
i| Letra D - Assertiva incorreta, já que, segundo o STF, o privilégio contra a autoincriminação
| - que é plenam ente invocável perante as Comissões Parlamentares de Inquérito - traduz
i| direito público subjetivo assegurado a qualquer pessoa, que, na condição de testemunha,
I; de indiciado ou de réu, deva prestar depoim ento perante órgãos do Poder Público. O
-§ direito de silêncio impede, quando concretamente exercido, que aquele que o invocou
Cap. 7 - ORGANIZAÇÃO DOS PODERES 89

| venha, por esta específica razão, a ser preso ou am eaçado de prisão, peios agentes ou
| peías autoridades do Estado3.
í Letra E - Está errado, pois na jurisprudência do STF, sem pre que a CPI extravasar os
| seus poderes ou não se apoiar adequadamente nos requisitos formais de instalação,
| esses atos extravagantes estarão sujeitos a controle jurisdicional.
| Gabarito: Letra A.

7 .3 P r o c e s s o L e g is la tiv o

00 {FGV/Técnico Legislativo - Senado/2008) Consoante os termos do art. 59 da


Constituição brasileira, as seguintes normas estão compreendidas no regular
processo legislativo:
a) resoluções e decretos.
b) medidas provisórias e estatutos.
c) ieis program áticas e leis delegadas.
d) decretos legislativos e resoluções.
e) leis compíementares e Seis suplementares.

| A questão tira seu fundam ento do art. 59 da Constituição, que dispõe que

2 Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:


| I ~ emendas à Constituição;
| l i - leis compíementares;
| III - leis ordinárias;
| IV - leis delegadas;
§ V - medidas provisórias;
% Vi - decretos legislativo s;
í VII - resoluções.

1 Gabarito: Letra D.

Hl (FGV/Técnico Legislativo - Senado/2008) O processo legislativo confere aos


cidadãos poder de iniciar o processo legislativo. Trata-se da lei de iniciativa
popular. Consoante o texto constitucional, íal projeto deve preencher os
seguintes requisitos:
a) subscrição de um por cento do eleitorado nacional, distribuído por pelo menos
cinco estados e com pelo menos três décimos por cento dos eleitores em cada
um deies.
b) subscrição de, no mínimo, de um milhão d£ eleitores, divididos por dez estados
da federação, proporcionalmente.
c) subscrição de dez por cento do número total de eleitores do país, divididos por,
no mínimo, vinte estados da federação, em proporcionalidade.

3 H C 7 9 .8 1 2 , R e i. M in . C e ls o d e M e l lo , j u lg a m e n t o e m 0 8 . 1 1 . 2 0 0 0 , DJ d e 1 6 .0 2 .2 0 0 1 .
90 DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões com entadas - FGV

d) su b s c riç ã o de cin co p o r cento do e le ito ra d o n a c io n a l, d is trib u íd o por,


pelo m enos, quinze estados, e cinco décim os de e le ito re s p or estado,
e) subscrição de vinte por cento do eleitorado nacional, distribuído por dez estados
sem limite por cada estado.

A Constituição estabelece que os legitimados para dar início ao processo legislativo das
| “leis ordinárias e compíementares” são os seguintes:

K »Qualquer membro ou Com issão da Câm ara dos Deputados, do Senado Federai ou
| do Congresso Nacional;
| • Presidente da República;
| • Supremo Tribuna! Federal e Tribunais Superiores;
| • Procurador-Geral da República; e
| • Cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.

£ A questão versa sobre este último ponto: os cidadãos, que na forma e nos casos previstos
| na Constituição, poderão tom ar a chamada “iniciativa popular" para propor projetos de leis
| ordinárias e compíementares (somente essas duas).
£ A iniciativa popular existe tanto no âmbito federal quanto no Estadual e Municipal, disposta
| na Constituição Federal da seguinte maneira:
| No âmbito federai: será proposta na Câmara dos Deputados e subscrito por, no mí-
| nimo:

| - 1% do eleitorado nacional;
jf - de pelo menos 5 Estados; e
| - a o menos 0,3% dos eleitores de cada um deles.

ft No âmbito estadual: deverá ser regulada por uma Lei Ordinária; (art. 27, § 4*°).
| No âmbito municipal: será subscrita por no mínimo 5% do eleitorado (art. 29, X lii).
§ Desta forma, a assertiva que corretamente trata da iniciativa popular é a Letra A.

U9 (FGV/Analista Legislativo - Senado/2008) No sistema bicamerai atuam ambas


as Casas Legislativas no processo de formação da iei, cabendo a iniciativa
a parlamentares, órgãos legislativos, cidadãos, órgãos do executivo, do
Judiciário e do Ministério Público. Assim, sendo a lei de conteúdo estrutu-
rador da organização judiciária dos Territórios, tal iniciativa é conferida ao
Presidente:
a) do Supremo Tribunal Federai.
b) da República.
c) do Senado Federai.
d) da Câmara dos Deputados.
e) do Congresso Nacionai.

| Nós vimos que, segundo o art. 61 da Constituição, a iniciativa das leis compíementares e
| ordinárias cabe a qualquer membro ou Com issão da Câmara dos Deputados, do Senado
| Federal ou do Congresso Nacionai, ao Presidente da República, ao Suprem o Tribunal
S Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na
!; forma e nos casos previstos nesta Constituição.
' Cap. 7 - ORGANIZAÇÃO DOS PODERES .

| Existe, porém, no art. 61, § 1.°, algumas matérias qu e estão reservadas a uma iniciativa
| privativa do Presidente da República. Assim dispõe a Constituição:

| A rt. 61 § 1 .° - S ã o d e in ic ia tiv a p riv a tiv a d o P re s id e n te d a R e p ú b lic a as le is q u e :


| / - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
P
| II ~ d is p o n h a m s o b r e :
| a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autár-
| quica ou aumento de sua remuneração;
| b ) o rg a n iz a ç ã o a d m in is tr a tiv a e ju d ic iá ria , m a té ria trib u tá ria e o rç a m e n tá ria , s e r-
| v iç o s p ú b lic o s e p e s s o a l d a a d m in is tr a ç ã o d o s T e rritó rio s ;
| c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos,
| estabilidade e aposentadoria;
| d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como
| normas gerais para a organização do Ministério Público e daDefensoria Pública dos
| Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;
| e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o
| disposto no art. 84, VI;
| f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções,
| estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva.

| Gabarito: Letra B.

HO (FGV/Analista Legislativo - Senado/2008) Analise as afirmativas a seguir:


l. A iniciativa popular em matéria de lei federal está condicionada à manifestação de pelo
menos um por cento do eleitorado nacional, que deverá estar distribuído em no mínimo
cinco Estados, exigida em cada um deles a manifestação de três décimos por cento
de seus eleitores (C onstituição, art. 61, § 2.°).
H. Os Tribunais detêm competência privativa para propor a criação de novas varas judici­
árias. C om pete privativamente ao Supremo Tribunal Federal e aos Tribunais Superiores
propor a criação ou extinção dos tribunais inferiores, bem como a alteração do número
de mem bros destes, a criação e a extinção de cargos e a fixação de vencimentos de
seus membros, dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, dos serviços auxiiiares dos
juízos que lhes forem vinculados, e a alteração da organização e da divisão judiciária
(Constituição, arts. 96, 1, d, e 96, 11 e aiíneas).
III. A disciplina sobre a discussão e instrução do projeto de lei é confiada, fundam ental­
mente, aos Regimentos das Casas Legislativas. O projeto de lei aprovado por uma
casa será revisto pela outra em um só turno de discussão e votação. Não há tempo
prefixado para deliberação das Câmaras, salvo quando o projeto for de iniciativa do
Presidente e este form ular pedido de apreciação sob regime de urgência (Constituição,
art. 64, § 1.°).

Assinale:

a) se apenas as afirmativas I! e III estiverem corretas.


b) se apenas as afirm ativas I e III estiverem corretas.
c) se apenas as afirmativas I e il estiverem corretas.
d) se todas as afirm ativas estiverem corretas.
e) se nenhuma afirm ativa estiver correta.
92 DIREITO CONSTITUCIONAL ~ Questões com entadas - FG V

í Analisaremos separadam ente cada item:


S I - Está correto, já que dispõe literalmente o art. 61, § 2.°, da Constituição, que já foi
| visto.
II - Exatamente. O art. 96 da Constituição relaciona as competências que são privativas dos
i tribunais em geral (inciso I) e específicas do STF, Tribunais Superiores e TJ (inciso II). As
t competências do inciso I, em regra, são exercidas diretamente como organizar as secretarias,
prover seus cargos etc., mas existe uma que precisa veicular por lei, que é a criação de
| várias judiciárias, daí a alínea d dizer que compete privativamente aos tribunais “propor a
f. criação de novas varas judiciárias”. As competências do inciso II precisam necessariamente
;; tramitar pelo Legislativo, cabendo a esses órgãos que formam a cúpuia da Justiça (STF
í: e Tribunais Superiores - cúpula da Justiça Federal " , e TJ - cúpula da Justiça Estadual),
| propor ao Legislativo um projeto de lei, para que se reaiízem cada uma das coisas ali pre-
| vistas, dentro da área de atuação de cada um. Caberá, então a estes órgãos de cúpula,
| propor na sua área de competência, que o Legislativo delibere sobre:

l • a alteração do número de mem bros dos tribunais inferiores;


• a criação e a extinção de cargos e a rem uneração dos seus serviços auxiliares e
í dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus
membros e dos juizes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver;
| • a criação ou extinção dos tribunais inferiores,
Í • a alteração da organização e da divisão judiciárias.

| Iil - Está correto o item. Proposta a lei no Congresso, ela será apreciada conforme o regi-
| mento interno da Casa. A Casa que receber a proposta deverá iniciar a deliberação, sem
| que se estabeleça um prazo para terminá-la. Porém, o Presidente da República, usando
| a atribuição do art. 64, § 1°, poderá solicitar que um projeto do qual ele tenha tom ada
| a iniciativa seja deliberado em “regime de urgência” . Assim , a deliberação deverá ocorrer
| em 45 dias, sob pena de ficarem sobrestadas todas as demais deliberações legislativas
| da respectiva Casa, com exceção das que tenham prazo constitucional determinado, até
| que a votação termine (CF, art. 64, § 2.°).

I Gabarito: Letra D.

ES (FGV/Advogado-Senado/2008) A respeito do processo legislativo, analise as


afirmativas a seguir:
I. Podem apresentar proposta de emenda à Constituição Federai: o Presidente da Repú­
blica; um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado
Federai; e mais da metade das Assem bleias Legislativas das unidades de federação,
manifestando-se, cada uma delas, peia maioria relativa de seus membros. A proposta de
emenda à Constituição será submetida à discussão e votação em cada casa legislativa,
em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver três quintos de votos favoráveis
dos membros de cada casa.
II. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas
provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacionai.
As medidas provisórias perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas
em lei no prazo de trinta dias. O Presidente da República poderá reeditar medida
provisória que não tenha sido apreciada pelo Congresso Nacionai, desde que ainda
estejam presentes os requisitos da relevância e urgência, Após a quinta reedição, a
medida provisória não apreciada será havida como rejeitada, cabendo ao Presidente da
República, por decreto, regular as relações jurídicas dela decorrentes.
III. Os projetos de lei de iniciativa do Presidente da República com pedido de urgência
na tramitação devem ser apreciados, inicialmente pela Câm ara dos Deputados, e de­
. Cap. 7 - ORGANIZAÇÃO DOS PODERES '

pois pelo Senado Federal, no prazo sucessivo de quarenta e cinco dias. Ultrapassado
tal prazo, ficam sobrestadas as demais deliberações legislativas da respectiva casa,
com exceção das que tenham prazo constitucional determ inado, até que se ultime a
votação. Os prazos de quarenta e cinco dias não correm nos períodos de recesso do
Congresso nacional.
IV. O projeto de lei que tenha sido aprovado nas duas casas legislativas será encaminhado
ao Presidente da Repúbiica para sanção. Se o chefe do Poder Executivo considerar o
projeto inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á, no prazo de quinze
dias úteis, contados da data do recebimento. A Constituição proíbe o veto parcial do
projeto, em razão do risco de desvirtuamento decorrente da supressão de apenas alguns
artigos da iei aprovada. O veto poderá ser derrubado em sessão conjunta das casas
legislativas, pelo voto secreto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores.
Assinale:

a) se apenas as afirmativas !, li e III estiverem corretas.


b) se apenas as afirm ativas í, II e IV estiverem corretas.
c) se apenas as afirm ativas l l tIII e IV estiverem corretas.
d) se apenas as afirm ativas i e III estiverem corretas.
e) se apenas a afirmativa I estiver correta.

| Analisando cada item:

I - Está correto o item já que expôs o conteúdo do art. 60 da Constituição:

I Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:


| i - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado
li Federal;
| II - do Presidente da República;
| llt - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação,
| manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.

| Depois, também expôs de forma correta o mandam ento do art. 60, em seu § 2.°:

■I § 2 ° - A proposta será discutida e votada em cada C asa do Congresso Nacional, em


| dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos
I dos respectivos membros.

| II - Este item é incorreto. É verdade que, em caso de relevância e urgência, o Presidente


| da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las
| de im ediato ao Congresso Nacionai, pois assim dispõe o art. 62 da Constituição. Porém,
I o restante do texto do item contraria completamente os parágrafos de tai artigo. Versa o
| § 3.° que as medidas provisórias perderão eficáci a, desde a edição, se não forem conver-
| tidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável uma vez por igua! período, o que já
mostra o primeiro erro do item (ele fala em 30 dias). A questão erra ainda mais ao falar
| em reiteradas reedições (até a quinta), o que é completamente fora da realidade, já que
f a prorrogação da medida só se faz uma única vez, caso não seja votada dentro dos 60
| dias peio Congresso, e essa prorrogação é automática (CF, art. 62, § 7.°).
| III - Correto, trata-se do Processo Legislativo Sumário, que é feito em “regime de
| urgência”. Isso é fundam entado pelo art. 64, §§ 1.°, 2 ° e 4.°, da Constituição, que es-
? tabelecem:

í § 1 ° - O Presidente da República poderá solicitar u rgência para apreciação de pro-


l je to s de sua iniciativa.
DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões comentadas — FGV

i- § 2 ° Se, no caso do § 1°, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não se mani-
■ s' festarem sobre a proposição, cada qual sucessivamente, em até quarenta e cinco dias,
| sobrestar-se-ão todas as demais deliberações legislativas da respectiva Casa, com ex-
g ceção das que tenham prazo constitucional determinado, até que se ultime a votação.
| (■ ■ ■ )
§ 4 ° - Os prazos do § 2.° não correm nos períodos d e recesso do Congresso Na-
;! cional, nem se aplicam aos projetos de código.

I IV - A questão até começo está correta ao dizer: “O projeto de lei que tenha sido aprovado
I nas duas casas legislativas será encaminhado ao Presidente da República para sanção,
í Se o chefe do Poder Executivo considerar o projeto inconstitucional ou contrário ao inte-
| resse publico, vetá-lo-á, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimento",
| já que isso é o que dispõe o art. 66, § 1.°. Poré m, a questão erra ao concluir que a “a
£ Constituição proíbe o veto parcial do projeto”, já que o próprio art. 66, § 1.°, bem como
: o § 2.°, preveem tal possibilidade:

| § 1.° - Se o Presidente da República considerar o p rojeto, no todo ou em parte,


inconstitucional ou contrário ao interesse público, v e tá -lo -á to ta l o u p a rc ia lm e n te , no
ê prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de
quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto.
j- § 2 ° - O veto p a rc ia l somente abrangerá texto integ ra! de artigo, de parágrafo, de
I inciso ou de alínea.

Gabarito: Letra D.

6B (FGV/Analista Legislativo - Senado/2008) Senador da República apresenta


projeto de emenda constitucional, aduzindo ser necessário restringir a utili­
zação do h a b e a s c o r p u s tendo em vista a necessidade de combater o crime
organizado, notadamente aquele do colarinho branco, bem como os grupos
armados que, pelo tráfico de drogas, aguçam a violência urbana. À luz das
regras constitucionais em vigor, pode-se afirmar que:
a) o sistema constitucional proíbe a apresentação da emenda por ferir direitos indi­
viduais.
b) situações de calamidade pública, aí incíuída a social, permitem iim itar quaisquer
direitos, sendo completamente livre o constituinte derivado.
c) desde que a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, no exercício de suas
atribuições regimentais, aprove o projeto, estará sanado qualquer eventual vício
de inconstitucionaíidade.
d) a emenda colide com a perspectiva republicana.
e) somente o plenário do Senado poderá aferir a constitucional idade e oportunidade
da medida, que será submetida, necessariamente, a referendo popular.

| Essa questão faz alusão ao tema “Cláusulas Pétreas”, que são limitações materiais ao
| poder de reforma da Constituição, ou seja, conteúdos que não podem ser abolidos ou
| restringidos por meio de emendas constitucionais.

I § 4.° - Não será objeto de deliberação a proposta d e emenda tendente a abolir:


I I - a forma federativa de Estado;
l II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
/// - a separação dos Poderes;
| IV - os direitos e garantias individuais.
Cap. 7 - ORGANIZAÇÃO DOS PODERES 95

| Esses quatro incisos são as cláusulas pétreas expressas na Constituição. Temos também
§ outras que são consideradas implícitas:

| « o povo com o titular do poder constituinte;


| « o próprio art. 60.

| Voltando a analisar a questão, o Senador pretende restringir a utilização do habeas cor-


| pus. Independentemente do motivo para tal' restrição, a Constituição veda expressamente
| que emenda constitucional reduza o alcance dos direitos e garantias individuais, logo, a
f proposta de em enda constitucional não poderá te r seu prosseguimento.
r? Gabarito: Letra A.

7 .4 F is c a liz a ç ã o c o n tá b il, fin a n c e ir a e


o r ç a m e n tá r ia

SÜ3 (FGV/Fiscal - SEFAZ-MS/2006) Qua! é o órgão de controle externo integrante


do Poder Legisiativo Federal?
a} Conseiho Nacional de Justiça.
b) Advocacia-Geraí da União.
c) Conselho de Contribuintes.
d) Tribuna! de Contas da União.
e) Secretaria de C ontrole Federal.

| O controle das contas públicas pode se dar por duas formas: mediante Controle Exter-
| no (quando um Poder fiscaliza as contas do outro Poder) e mediante Controle Interno
| (quando o próprio poder institui meios de controles de suas contas). O controle externo
| é exercido pelo Poder Legislativo (Congresso Nacional), ou seja, o Congresso Nacional
I é que fiscaliza as contas dos demais Poderes, e ele faz isso com o auxílio do Tribunal
| de Contas da União (TCU), de acordo com a Constituição, em seu art. 70.
| Discute-se doutrinariam ente se o TCU é órgão integrante ou não do Poder Legisiativo.
| Para concursos, as bancas entendem que o TCU integra o Poder Legislativo, embora não
í esteja subordinado a tal poder, apenas vinculado. Exceção se faz à banca CESPE, que
| não considera o TCU como integrante do Legislativo, constituindo-se em órgão autônomo
| sui generis, tal como o Ministério Público.
| O candidato não pode ir contra a banca e errar uma questão desse tipo; claramente a
| banca estava se referindo ao TCU e é essa a resposta a ser dada.
£ Gabarito: Letra D.

Ü2 (FGV/Procurador - TCM-RJ/2008) A natureza da atividade dos Tribunais de


Contas é:
a) consultiva. *
b) punitiva.
c) jurisdicional.
d) executiva.
e) técnica.
96 DIREITO CONSTITUCIONAL ~ Questões com entadas - FG V :

| Como vimos, o tribunal de contas é um órgão que atua de forma vinculada ao poder
§. legislativo em sua função típica fiscalizatória, não é um órgão do poder judiciário, mas
f um órgão administrativo. Assim, segundo a jurisprudência pátria, trata-se de órgão de
r- atividade técnica.

| Gabarito: Letra E.

Sf3 (FGV/Analísta de Controle Interno - SAD - PE/2009) Assinale a alternativa


que não se insere na competência do Tribunal de Contas da União.
a) Apreciação das contas prestadas anualmente pelo Presidente da República.
b) Julgam ento das contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros,
bens e vaiores públicos da administração direta e indireta.
c) Apreciação, para fins de registro, da legalidade dos atos de admissão de pessoal,
a qualquer título, na administração direta e indireta, excetuadas as nomeações
para cargo de provimento em comissão.
d) Julgam ento das ações de improbidade administrativa ajuizadas contra seus próprios
Ministros e servidores.
e) Fiscalização das contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital a
União participe, de form a direta ou indireta, nos term os do tratado constitutivo.

I Questão bem interessante que nos dá espaço para introduzir alguns conhecimentos. As
; competências do TCU estão relacionadas no a r t 71 da Constituição Federal. Vamos
■ analisar se as assertivas trouxeram ou não tais com petências de forma correta.
| Letra A - Esta competência se insere no âmbito do TCU de acordo com o art. 71, í. É
| importante notar um fato: o TCU apenas aprecia as contas, e emite um parecer em 60
!;• dias. Não cabe ao TCU julgar as contas do Presidente; esse julgam ento será feito pelo
£ Congresso Nacional.
£ Letra B - Também está correta. Agora é o inciso li do art. 70 que nos traz a compe-
í tência. Segundo este inciso, cabe ao TCU não só julgar as contas dos administradores
ü e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e
indireta, mas tam bém aquelas contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou
Ç outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público.
li Letra C - Está correta também. Relaciona-se agora com o inciso 111 do art. 71, e essa é
k uma das competências mais exploradas em certames, pois dá margem a diversas “ pega-
i; dinhas”. É importante então que o candidato tenha bem fixado este conhecimento:

£ O T C U a p re c ia p a ra fin s d e re g is tro :

| • a legalidade da admissão de pessoal na administração púbiica;


p ♦ as concessões de aposentadoria, reformas e pensões.

| Não aprecia:

| • Nomeação de cargos em comissão;


£ • Melhorias posteriores que não alteram o fundam ento legal da aposentadoria, reforma
£ ou pensão.

f Letra D ~ Esse é o gabarito, a assertiva errada. Embora o TCU tenha o nome de “tri-
% bunal” ele não pertence ao Judiciário, está vinculado ao Legislativo. Assim, o TCU é
t um órgão “técnico” e não “jurisdicionaP’ - suas decisões, por conseguinte, são decisões
í administrativas e não judiciais.
Cap. 7 ~ ORGANIZAÇÃO. DOS PODERES:

| Letra E - Essa está correta. Mas nos cumpre tam bém atentar aos detalhes desta com-
| petência encontrada no inciso V do art. 71: O TCU fiscaliza apenas as contas “nacionais"
$ das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta
| ou indireta, nos term os do tratado constitutivo. Assim, as contas internacionais não são
1 apreciadas.

t Gabarito: Letra D.

HEI (FGV/Analista de Controle Interno - SAD - PE/2009) De acordo com a Cons­


tituição Federai, com provar a legalidade e avaliar os resultados da gestão
orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração
federal, quanto à eficácia e eficiência, bem como da aplicação de recursos
públicos por entidades de direito privado, é matéria que compete:
a) ao Ministério Púbiico de forma integrada com a Advocacia-G eral da União.
b) ao Sistema de Controle interno de forma integrada pelos Poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário.
c) ao Tribunal de C ontas em auxílio ao Congresso Nacional.
d) ao Congresso Nacional com o apoio da Controladoria-Gerai da União.
e) à Secretaria Federa! de Controle e a Advocacia-G erai da União.

| Se no art. 71 a Constituição arrola as competências a ser exercidas peio TCU em sede


| de controle externo, no art. 74 ela dispõe quais seriam as finalidades do controle interno
| instituído por cada um dos Poderes. Veja:

| A rt, 74. O s P o d e re s L e g is la tiv o , E x e c u t iv o e J u d ic iá r io m a n te rã o , d e fo rm a in te -


| g ra d a , s is te m a d e c o n t ro le in te r n o c o m a fin a lid a d e d e :
| I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano pluríanual, a execução dos
| programas de governo e dos orçamentos da União;
| II ~ c o m p ro v a r a le g a lid a d e e a v a lia r o s re s u lta d o s , q u a n to à e fic á c ia e e fic iê n c ia ,
| d a g e s tã o o rç a m e n tá ria , fin a n c e ir a e p a tr im o n ia l n o s ó rg ã o s e e n tid a d e s d a a d -
I m in is tra ç ã o fe d e ra l, b e m c o m o d a a p lic a ç ã o d e re c u r s o s p ú b lic o s p o r e n tid a d e s
$ d e d ire ito p riv a d o ;
| líl - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos
| direitos e haveres da União;
? IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

| Dessa forma, a resposta correta a ser marcada seria "Sistema de Controle Interno de
í forma integrada pelos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário” .

: Gabarito: Letra B.

03 (FGV/Juiz Substituto - TJ-MS/2008 - Adaptada4) Nos processos perante o


Tribunal de Contas asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando
da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que
beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de
concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão (Certo/Errado).

í Questão jurisprudencial que trata da Súmula Vinculante 3 do STF, literalmente:

4 A d a p ta ç ã o s e f e z n e c e s s á r ia p a r a fin s d e se p a r a ç ã o c o rreta d o s te m a s .
m DIREITO CONSTITUCIONAL Questões com entadas - FG V,

| Nos processos perante o TCU asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando


| da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie
| o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de
| aposentadoria, reforma e pensão.

| Isso quer dizer que, nos processos que estejam no TCU, é assegurado a ampla defesa e
| o contraditório àquela pessoa que puder ser prejudicada por uma decisão na qual anule
| ou revogue algum ato do quaí ela esteja se beneficiando, mas não se assegura este
| contraditório e ampla defesa quando estiver tratando da apreciação da legalidade do ato
íi de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou pensão.
s
1 Gabarito: Correto,

7 .5 P o d e r J u d ic iá r io

FKI (FGV/Técnico Legislativo - Senado/2008) A Constituição Federal possui um


regime em que organiza a iniciativa das ieis, significando que confere le­
gitimidade concorrente ou exclusiva a pessoas, comissões ou órgãos para
determinados assuntos. Nessa linha, quando o tem a é atinente ao Estatuto
da Magistratura, pode-se afirmar que:
a) há iniciativa concorrente entre o Presidente da República, o Presidente do STF
e o Presidente do Congresso Nacional.
b) ocorre a iniciativa exclusiva do STF e dos Tribunais Superiores.
c) o Presidente da República e o Presidente do STF possuem iniciativas concor­
rentes.
d) o Presidente do STF e o Presidente do Congresso Nacional podem propor projeto
sobre o assunto, conjunta ou separadamente.
e) somente o Presidente do STF pode propor projeto de lei nesse tema.

1 Questão que retira seu fundam ento diretam ente da Constituição Federal. A Lei Maior diz
| em seu art. 93 que iei complementar, de iniciativa do Suprem o Tribunal Federal, disporá
| sobre o Estatuto da Magistratura, observados os princípios a serem dispostos no artigo.
I Desta forma, o gabarito da questão é a letra E.

Ê0 (FGV/Anaiista Legislativo - Senado/2008) Relativamente ao Supremo Tribunal


Federai, analise as afirmativas a seguir:
I. Compete ao Suprem o Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição,
cabendo-lhe processar e julgar, originariam ente, o habeas corpus em que for paciente
um Ministro de Estado.
II. Ao julg ar a arguição de descumprimento de preceito fundam entai, o Supremo Tribunal
Federal poderá declarar a inconstitucionaíidade de iei ou ato normativo, mas ao mesmo
tempo restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a
partir de seu trânsito em julgado ou de outro mom ento que venha a ser fixado.
III. Compete ao Supremo Tribunal Federal juigar as ações contra o Conselho Nacional de
Justiça e contra o Conselho Nacional do M inistério Público.
!V. O Supremo Tribunal Federal é com posto por 11 ministros, nomeados pelo Presidente da
República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, escolhidos dentre
Cap. 7 - ORGANIZAÇÃO. DOS PODERES

cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade,
bastando possuir notáveí saber jurídico e reputação ilibada.
Assinale:

a) se apenas as afirm ativas 1 e II estiverem corretas.


b) se apenas as afirm ativas II e Iil estiverem corretas.
c) se apenas as afirm ativas Iil e IV estiverem corretas.
d) se apenas as afirm ativas I e III estiverem corretas.
e) se todas as afirm ativas estiverem corretas.

| Analisem os cada item:


| I - Está correto o item 1, com respaldo no art. 102 da Constituição, caput e inciso l, d.
| lí - Está igualmente correto. Trata-se da chamada “ modulação temporal dos efeitos”, a
| qual encontra seu fundam ento no art. 11 da Lei 9.882/1999, que dispõe:

| Ao declarar a inconstitucionaíidade de le i ou ato normativo, no processo de arguição


| de descumprímento de preceito fundamental, e tendo em vista razões de segurança
| jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por
| maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração
| ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro
| momento que venha a s e r fixado.

| Iil - Trata-se de mais uma competência arrolada no art. 102, I, da Constituição, agora
| em sua alínea r. Assim, está correto o item.
| IV - O art. 101 da C onstituição versa sobre a com posição do STF. Segundo este dis-
| positivo, o Suprem o Tribunal Federal com põe-se de onze Ministros, escolhidos dentre
| cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de
| notável saber juríd ico e reputação ilibada. Eles precisam ser cidadãos brasileiros natos
| (CF, art. 12, § 3.°) e não precisa ser ju iz ou ba chare! em direito para ser Ministro do
H STF, basta ser cidadão e te r notório saber jurídico, o qual será avaliado por sabatina
| no Senado, de acordo com o parágrafo único do mesmo art. 101. Assim, o item IV
| também está correto.
I
is Gabarito: Letra E.

BS (FGV/Advogado — BADESC/2010) Considerando a competência constitucional


do Supremo TribunaJ Federal, analise as afirmativas a seguir.
I. Compete ao Suprem o Tribunal Federai processar e julgar originaríamente a ação em
que todos os m em bros da magistratura sejam direta ou indiretam ente interessados, e
aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos
ou sejam direta ou indiretamente interessados.
II. Qualquer cidadão pode propor ação direta de inconstitucionaíidade perante o Supremo
Tribunal Federal, desde que demonstre interesse ju ríd ic o na solução da questão cons­
titucional subjacente, podendo ser condenado no décupio das custas o autor da ação
considerada temerária.
líi. No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das
questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal
examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-io pela manifestação de dois
terços de seus membros.
100 DIREITO CONSTITUCIONAL -r'Q uestõ es comentadas - FGV

Assinale:
a) se somente a afirm ativa I estiver correta.
b) se somente a afirm ativa Eil estiver correta.
c) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
d) se somente as afirmativas I e Iil estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

O item I retira seu fundam ento do art. 102, I, da Constituição. Na relação de compe­
li tências expressas no citado dispositivo encontramos na alínea "n” a competência para
processar e julg ar a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou
>. indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos mem bros do tribunal
; de origem estejam im pedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados. Desta forma,
j. está correto o item.
O item II está errado, já que a ação direta de inconstitucionaíidade (ADi) só poderá ser
:: proposta pelos legitimados expressam ente dispostos no art. 103 da Constituição e entre
| eles não se encontra o cidadão.

Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionaíidade e a ação declaratóría


de constitucionalidade:
I ~ o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
t III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
| IV - a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distríto Federal;
V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
VI - o Procurador-Geral da República;
j- VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
K VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
| IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

fi O item II! traz de forma correta uma inovação da EC 45/2004: a repercussão geral do
| recurso extraordinário. A referida emenda acrescentou o § 3.° ao art. 102 e assim dis-
( pôs: “no recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das
§ questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal
‘í examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo peía manifestação de dois
■ terços de seus mem bros” .

| Gabarito: Letra D.

EH (FGV/Analista Legislativo - Senado/2008) Relativamente ao Poder Judiciário,


assinale a alternativa incorreta.
a) O Suprem o Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante de­
cisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria
constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficiai,
terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à admi­
nistração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem
como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.
b) Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da Repú­
blica, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de
tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá
suscitar, perante o Supremo Tribunal Federal, em qualquer fase do inquérito ou
' Cap. 7 - ORGANIZAÇÃO DOS PODERES

processo, incidente de deslocam ento de competência para o Superior Tribunal de


Justiça.
c) Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da Repú­
blica, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de
tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasii seja parte, poderá
suscitar, perante o Superior Tribunaí de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou
processo, incidente de deslocam ento de competência para a Justiça FederaL
d) Funcionará junto ao S uperior Tribunal de Justiça, Escola Nacional de Form ação e
Aperfeiçoam ento de Magistrados, cabendo-ihe, dentre outras funções, regulam en­
ta r os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira e o Conselho da
Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na form a da lei, a supervisão adm inistrativa
e orçam entária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, com o órgão
centrai do sistem a e com poderes correicionais, cujas decisões terão caráter
vinculante.
e) O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos
mediante eleição, peio voto secreto, três juizes dentre os Ministros do Supremo
Tribunal Federal e dois ju iz e s dentre os Miniãtros do Superior Tribunal de Justi­
ça, e ainda, por nomeação do Presidente da República, dois juizes dentre seis
advogados de notável saber jurídico e idoneidade morai, indicados pelo Supremo
Tribunai Federal.

A letra A traz um assunto extremamente relevante, que pode ser encontrado no art.
103-A da Constituição: as súmulas vinculantes. Tais súmulas foram uma inovação da EC
45/2004, e possuem o objetivo de aum entar o poder das decisões proferidas pelo STF.
A assertiva dispõe corretamente sobre o tema, trazendo exatamente o que o referido
artigo nos mostra:

A r t 103-A , O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou po r provocação, mediante


decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria
constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá
efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e á administração
pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder
à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.

A letra B traz uma pegadinha clássica em concursos: o dispositivo encontrado na Cons­


tituição, art. 109, § 5.°, o qual perm ite que nas h ipóteses de grave violação de direitos
humanos, o PGR, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decor­
rentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, p o ­
derá s u s c ita r, pe ra n te o STJ, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de
d e s lo c a m e n to de c o m p e tê n c ia para a J u s tiç a Federa!. Assim, a assertiva está errada,
já que o deslocamento é pedido perante o STJ e não perante o STF, e tem o objetivo
de deslocar o julgam ento para a justiça federai. Lembrando que só o PGR pode fazer
esse pedido, e somente no caso de grave violação de direitos humanos, para assegurar
o cumprimento de tratado.
A letra C trouxe o mesmo caso da letra B, porém dispôs de form a correta.
Está correta a letra D, pois, segundo as disposições do art. 105, parágrafo único, a
ENFAM realmente funciona junto ao STJ, como também o Conselho da Justiça Federai.
Trata-se de inovação da EC 45/2004, que passos a prever a existência da ENFAM e
atribuiu poderes correicionais ao CJF, aiém do caráter vinculante de suas decisões perante
a justiça de 1.° e 2.° graus.
A letra E está correta, pois traz as disposições do art. 121 da Constituição Federal:

A r t . 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros,


escolhidos:
DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões c o m e n t a d a s FGV

f; I - mediante eleição, pelo voto secreto:


£ a) três ju ize s dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;
| b) dois juizes dentre os Ministros do Superior Tribuna! de Justiça;
| II ~ por nomeação do Presidente da República, dois ju ize s dentre seis advogados de
£ notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federai

j; Gabarito: Letra B.

Bâ (FGV/Advogado-BESC/2004) Ao Superior Tribunal de Justiça cabe julgar, em


recurso ordinário:
a) o crime político.
b) a extradição solicitada por Estado estrangeiro.
c) as causas decididas em única ou úitima instância, quando a decisão recorrida
julgar válida lei ou ato de governo loca) contestado em face da Constituição.
d) as causas decididas em única ou última instância, peios Tribunais Regionais Fe­
derais ou pelos Tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando
a decisão recorrida julgar válida lei ou ato de govem o loca! contestado em face
de lei federal.
e) as causas em que forem partes o Estado estrangeiro ou organism o internacio­
nal, de um lado, e, de outro, Município, ou pessoa residente ou dom iciliada no
País.

| O STJ possui 2 tipos de recursos: o ordinário e o especial.


| O recurso especial se dá em causas que envolvam legislação. Veja:

| A rt. 105, II I - Compete ao STJ julgar, em recurso especial, as causas decididas, em


I única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos
| Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
| a) contrariar tra ta d o o u le i fe d e ra l, ou negar-lhes vigência;
| b) ju lg a r válido ato de govemo local contestado em face de ie i fe deral;
| c) der a le i fe d e ra l interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.

| Já o recurso ordinário, ocorre nas hipóteses de julgam entos sem que haja discussão
i legislativa:

| A rt. 105, II ~ Compete ao STJ julgar, em recurso ordinário:


| a) os "habeas-corpus” decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais
?- Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a
| decisão fo r denegatória;
Z b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais
È Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando
S denegatória a decisão;
■: c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de
| um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País;

| Vamos analisar cada assertiva:


Letra A ~ Errada, pois o crime político será objeto de recurso ordinário ao STF (CF, art.
| 102, II, a).
| Letra B - Errada, pois a extradição solicitada por Estado estrangeiro é matéria de com-
y petência originária do STF (CF, art. 102, I, g).
Çap. 7 - ORGANIZAÇÃO DOS PODERES

| Letra C - Errada. O conflito lei X Constituição é matéria que deve ser apreciada pelo
I STF, o guardião da Constituição, e o STF fará isso mediante recurso extraordinário (CF,
| art. 102, iii, c).
| Letra D - Errada. Antes da EC 45/2004, realmente esta competência pertencia ao STJ,
| mediante recurso e sp e cial Assim , a redação do art. 105, iil, ò, dizia ser o STJ competente
| para decidir o recurso da decisão que julgasse váíida lei ou ato de governo iocai contes-
| tado em face de íei federal. A partir da EC 45, passou-se a entender que no embate “lei
| federal X lei local” estaria ocorrendo um conflito federativo, pois estavam se chocando ieis
| de ordenamentos jurídicos autônomos. Desta forma, caberia ao STF decidir a controvér-
§ sia, continuando no âm bito do STJ apenas o conflito “a to de governo tocai X lei federal",
í enquanto o julgam ento do conflito “ lei locai X lei federal” foi deslocado para o STF.
| Letra E - Agora sim, está correta a letra E. Podemos perceber na Constituição uma
| regra muito im portante em relação ao iitígio com Estado estrangeiro ou Organismo in-
| ternacional:

| * Se o litígio for com a União, Estado, o DF ou Território - Julgado peío STF.


| • Se o iitígio fo r com Municípios ou pessoas residentes no país - Julgado pelos Juizes
1 Federais, cabendo recurso ordinário ao STJ.

I Gabarito: Letra E.

S íl (FGV/Juiz Substituto - TJ - MG/2008) Assinale a alternativa correta.


a) O Conselho Nacional de Justiça não integra o Poder Judiciário, cabendo-lhe,
apenas, o controle da atuação administrativa e financeira desse poder, bem como
o controle do cum prim ento dos deveres funcionais dos juizes.
b) O Supremo Tribunal Federal não está submetido às deliberações do Conselho
Nacional de Justiça, pois o regime politico-disciplinar dos seus Ministros é regido
por normas especiais.
c) Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa, financeira e normativa.
d) Aos juizes são asseguradas algumas garantias, que se destinam a efetivar a
independência da atividade judicial. A garantia da inamovibilidade é excepcionada
quando presente o interesse público, e o ato de remoção do magistrado deve
fundar-se em decisão por voto de maioria simples do respectivo tribunal, com
revisão obrigatória do Conselho Nacional de Justiça.
e) Conforme a Constituição Federal, são órgãos do Poder Judiciário: o Supremo Tri­
bunal Federa!, o C onselho Nacional de Justiça, o Superior Tribunal de Justiça, os
Tribunais Regionais Federais e Juizes Federais, os Tribunais e Juizes do Trabalho,
os Tribunais e Juízes Eleitorais, os Tribunais e Juizes Militares, os Tribunais e
Juizes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios, sendo obrigatório o ingresso
de seus mem bros por meio de concurso público.

| O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) é um órgão do Poder Judiciário que foi criado por
| uma inovação da EC 45/2004. A sua previsão está nos arts. 92, l-A, e 103-B da Cons-
1 tituição Federal. O CNJ é responsável por controlar a atividade administrativa, financeira
I e funcional do Judiciário e a ele são atribuídas diversas competências, conforme o art.
1 103-B da Constituição.
a Dessa forma, a letra A está errada, pois diz que o CNJ “não” é órgão do Judiciário, e
| ainda traz outro erro, ao dizer que a este órgão competirá "apenas” o controle da atuação
| administrativa e financeira desse poder, bem como o controle do cumprimento dos deve-
R res funcionais dos juizes. Está errado, pois o CNJ possui diversas outras competências
| (vide art. 103-B).
104 DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões comentadas - F G V .

| A letra B está correta. O STF é o órgão máxim o do Judiciário, possui uma atuaçao
£ acima de todos os dem ais órgãos deste Poder, não se subm etendo às deliberações
1 do CNJ.
| A letra C erra, pois, em bora o Judiciário tenha autonom ia adm inistrativa e financeira,
| não possui autonom ia norm ativa, devendo propor ao Poder Legislativo que elabore leis
| para diversos assuntos de sua competência, como, por exemplo, a criação e a alte-
| ração do número de mem bros de tribunais, a alteração da organização e da divisão
| judiciárias etc.
í Dispõe o art. 93, VIII, da Constituição Federa! que o ato de remoção, disponibilidade e
| aposentadoria do magistrado, p o r interesse público :

» precisa de decisão da m a io ria a b s o lu ta do respectivo tribunal ou do Conselho


| Nacional de Justiça;
íj - deve-se assegurar ampla defesa.

| Assim, erra a letra D ao dizer “maioria sim ples’’, e também ao falar da necessidade de
í revisão obrigatória do Conselho Nacional de Justiça.
§ A letra E está igualmente errada. Os órgãos do Poder Judiciário estão dispostos no art.
Ç 92 da Constituição, e ali encontra-se todo o roí apresentado pela assertiva. O erro da
l questão aparece no dizer: “sendo obrigatório o ingresso de seus. mem bros por meio de
concurso público”. Isso está errado, pois existem alguns casos, com o os dos Ministros do
STF, ou os advogados que ingressam pelo quinto constitucional, em que há investidura
I de membros em tal Poder, sem que necessite de concurso publico.

| Gabarito: Letra B.

E53 (FGV/Analista Legislativo - Senado/2008) Assinale a afirmativa incorreta.

a) O Conselho Nacional de Justiça com põe-se de quinze membros, sendo um Ministro


do Supremo Tribunal Federal, um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, dois
desembargadores de Tribunal de Justiça, um ju iz estadual, dois desembargadores
de Tribunal Regional Federal, um ju iz federa!, um membro do Ministério Público
da União, um membro do Ministério Público estadual, dois advogados e três
cidadãos.
b) Os membros do Conselho Nacional de Justiça serão nomeados pelo Presidente
da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado
Federal.
c) Junto ao Conselho Nacional de Justiça oficiarão o Procurador-Geral da República
e o Presidente do Conseiho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.
d) O Conselho será presidido pelo Ministro do Supremo Tribunal Federai e o Ministro
do Superior Tribuna! de Justiça exercerá a função de Ministro-Corregedor.
e) Compete ao Conselho elaborar semestralm ente relatório estatístico sobre proces­
sos e sentenças prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes órgãos do
Poder Judiciário.

f É importante que o candidato tenha atenção, pois algumas disposições sobre o CNJ foram
| recentemente alteradas pela EC 61/2009, ou seja, após a realização do referido concurso.
'% Atualmente, o Conseiho Nacional de Justiça continua sendo com posto por 15 membros,
£ com mandato de 2 anos, admitida uma recondução. Porém, não existe mais a lim itação
| de idade de 66 anos que havia antes. Outra im portante disposição que foi alterada é o
Cap. 7 - ORGANIZAÇÃO DOS'PODERES

fato de que nao é mais qualquer um dos ministros do STF que estará no CNJ, mas deve
ser necessariamente o Presidente do STF, o qua! acabará por presidir tam bém o CNJ.
Assim, temos no CNJ a seguinte composição:

■ O presidente do STF -> o qual presidirá também o CNJ

1 Desem bargador de TJ;


» O STF indica
1 Juiz estadual;

Ministro do próprio STJ; (F unção de


M in is tro -C o rre g e d o r)
Juiz de TRF;
Juiz federal;

1 Ministro do próprio TST;


- O TST indica •< 1 Juiz de TRT;
1 Juiz do trabalho;

indica 1 mem bro do MPU;


8 O PGR Escolhe 1 membro do MPE dentre os nomes indicados
pelo órgão competente de cada instituição estaduai;

O Conselho Federai da OAB indica 2 advogados;


Cada uma das Casas Legislativas indica 1 cidadão, de notável saber jurídico e
reputação iiibada (formando um totaí de 2 cidadãos).

| Analisando cada assertiva:

Letra A - É o gabarito da questão. Já estava incorreta e continua ainda mais. É verdade


que o CNJ compõe-se de quinze membros. No lugar de “um Ministro do Supremo Tribunal
Federal”, seria m eihor que fosse dito “o presidente do Supremo Tribunal Federal’1. Um
erro da questão tam bém é dizer que terá dois desembargadores de Tribunal de Justiça,
e dois desembargadores de Tribuna! Regional Federal, quando o correto seria apenas um
desembargador de cada. A assertiva tam bém esqueceu o Ministro do TST, o desembar­
gador do TRT e o ju iz do trabalho. Por úitimo, mais um erro da assertiva é elencar três
cidadãos, quando na verdade seriam apenas 2, já que cada Casa Legislativa (Câmara
e Senado) escolhe um. „
Letra B - Atenção! Se fosse atualmente, essa assertiva estaria errada, e pode ser co­
brada assim em um concurso. Pelas atuais disposições constitucionais, temos que “o
Presidente do STF será tam bém o Presidente do CNJ, e os dem ais membros do CNJ
serão nomeados pelo Presidente da República com aprovação da maioria absoluta do
Senado”. Ou seja, não são todos os membros que são nomeados pelo Presidente da
Repúbfica (CF, art. 103-B, § 2.°).
106 DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões com entadas - FGV.

fj Letra C - Está correta esta assertiva, já que o art. 103, § 6.°, da Constituição estabelece
I; que, junto ao Conselho, oficiarão o Procurador-Geral da República e o Presidente do
| Conseiho Federal da. Ordem dos Advogados do Brasil.
!■ Letra D - Mais uma que ficou prejudicada, mas não totalm ente errada. O Presidente
£ do Conselho será o Presidente do STF, e realmente o Ministro do STJ será o Ministro-
| -Corregedor (CF, art. 103-B, § 5.°).
£ Letra E - Esta perm anece correta, já que, de acordo com o art. 103-B, § 5.°, Vi, com-
| pete ao CNJ elaborar sem estralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças
| prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário.

V Gabarito à época do concurso: Letra A.

s Gabarito atual: Anulada. Já que as alternativas A e B estão erradas após a EC


1 61/2009.

03 (FGV/Advogado-Senado/2008) A respeito do novo requisito de admissibilida­


de do recurso extraordinário pertinente à necessidade de demonstração da
repercussão geral das questões constitucionais discutidas (art. 102, § 3,°,
da Constituição Federal), assinale a afirmativa incorreta.
a) Para efeito da repercussão geral, será considerada a existência, ou não, de
questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que
ultrapassem os interesses subjetivos da causa.
b) O relator poderá admitir, na análise da repercussão gerai, a manifestação de
terceiros, subscrita por procurador habilitado, nos termos do regimento interno do
Suprem o Tribunal Federal.
c) O quórum para inadmissão do recurso extraordinário por falta do requisito da
repercussão geral é de dois terços dos mem bros do Supremo Tribunal Federal.
d) Quando houver multiplicidade de recursos extraordinários com fundam ento em
idêntica controvérsia, o tribunal de origem selecionará um ou mais recursos e os
remeterá ao Supremo Tribunal Federal, sobrestando os demais até o pronuncia­
mento definitivo da Corte. Negada a existência da repercussão geral os recursos
extraordinários sobrestados serão considerados não admitidos.
e) Reconhecida pelo STF a repercussão geral e julgado o mérito do recurso con­
siderado como ieading case, os demais tribunais estão obrigados a dar idêntica
solução aos recursos extraordinários fundados em idêntica controvérsia. Em nenhuma
hipótese, recursos extraordinários que versem sobre matéria já decidida pelo STF
poderão ser encaminhados para aquela Corte. A recusa dos desem bargadores de
instâncias inferiores em aplicar a decisão do STF a casos idênticos pode configurar
faita disciplinar, a ser apurada no âmbito do Conselho Nacionai de Justiça, por
provocação do Presidente do Supremo Tribunal Federal.

1 A Emenda Constitucional 45/2004, com o objetivo de “desafogar” o Supremo dos inúmeros


| processos que a ele chegavam, instituiu a figura da repercussão geral como requisito de
admissibilidade dos recursos extraordinários (R.Ex). Tal emenda, então, incluiu no texto
| constitucional o § 3.° do art. 102, que assim ver sa:
¥
í; No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das
S questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal
¥ examine a admissão do recurso, s o m e n te p o d e n d o re c u s á -lo p e la m a n ife s ta ç ã o d e
| d o is te rç o s d e s e u s m e m b ro s .
Cap. 7 ORGANIZAÇÃO DOS PODERES V-'

Para regulam entar este dispositivo, em 2006 foi promulgada a Lei 11.418, que acres­
centou os arts. 543-A e 543-B ao Código de Processo Civil (CPC). São as seguintes as
principais disposições da iei:

■ A decisão do STF que não reconhece a repercussão geral é irrecorrívei e a decisão


valerá para todos os recursos sobre matéria idêntica, que serão indeferidos liminar­
mente, saivo no caso de o recurso versar sobre revisão da tese do STF, o que será
analisado nos term os do Regimento Interno do Supremo.
■ Na avaliação da repercussão geral, será considerada a existência, ou não, de questões
relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que ultrapassem
os interesses subjetivos da causa.
■ Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar decisão contrária a súmula
ou jurisprudência dominante do Tribunal.
■ Se a Turma decidir pela existência da repercussão geral por, no mínimo, 4 votos,
ficará dispensada a rem essa do recurso ao Plenário. Isso porque o STF se compõe
de duas turmas de 5 ministros, logo, se já conseguir 4 votos, não se poderá mais
chegar a quórum de 2/3 (8 ministros) que é exigido pela Constituição para rejeitar
o R.Ex. Se não atingir os 4 votos na turma, deverá a questão ser levada a plenário
(11 ministros) para análise.
* O Relator poderá admitir, na análise da repercussão geral, a manifestação de
terceiros, subscrita por procurador habilitado, nos termos do Regimento Interno do
Supremo Tribunal Federal.
» A súmula da decisão sobre a repercussão geral constará de ata, que será publicada
no Diário Oficiai e valerá como acórdão.

Analisando a questão:

Letra A - Correta. Está de acordo com o que dispõe a Lei 11.418/2006.


Letra B - Também está correta, de acordo com a Lei 11.418/2006.
Letra C - É a exigência expressa da Constituição em seu art. 102, § 3.°. Correta a
assertiva.
Letra D - Está correta. Trata-se do art. 543-B do CPC. inserido pela Lei 11.418/2006.
Segundo este dispositivo, quando houver multiplicidade de recursos com fundamento em
idêntica controvérsia, a análise da repercussão geral será processada nos termos do
Regimento Interno do Suprem o Tribunal Federal. O § 1.° dispõe que caberá ao Tribunal
de origem selecionar um ou mais recursos representativos da controvérsia e encaminhá-
-los ao Supremo Tribunal Federal, sobrestando os demais até o pronunciamento definitivo
da Corte, isso ocorre para que o STF não fique analisando vários e vários processos
idênticos para decidir sobre a repercussão; analisa só aqueies que o Tribunal de origem
enviar, e negando seguim ento, estão negados todos os outros.
Letra E - Leading case é aquele caso pioneiro, que inicia uma discussão e, após eíe,
virão outros idênticos. A questão erra, pois, caso os demais tribunais fossem obrigados
a decidir conforme o decidido peio STF no leading case, estaríam os admitindo que a
decisão em R.Ex. teria força vinculante, o que não é verdade. As decisões do STF que
têm força vinculante (obrigam os demais órgãos a seguir o mesmo posicionamento) são
as decisões de mérito em ADI, AD C e ADPF, não em R.Ex. Para a decisão em R.Ex. ser
dotada de força vinculante, precisaria da edição de uma súmula vinculante, nos termos
do art. 103-A da Constituição.

Gabarito: Letra E.
DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões, comentadas - .FGV.

7 .6 F u n ç õ e s e s s e n c ia is à J u s tiç a

00 (FGV/Advogado - BADESC/2010) Considerando o estatuto constitucional do


Ministério Público, analise as afirmativas a seguir.

I. Os membros do Ministério Público gozam da garantia da vitaliciedade, após dois anos


de exercício, não podendo perder o cargo, saívo por sentença transitada em julgado,
ou por decisão do Conselho Nacional do Ministério Público em processo administrativo,
garantido o contraditório e a ampia defesa.
II. Algum as das vedações previstas na Constituição aos membros do Ministério Público são:
o exercido de atividade politico partidária; o exercício, ainda que em disponibilidade, de
qualquer outra função pública,. salvo uma de magistério; e a participação em sociedade
comercial, na forma da lei.
III. São funções institucionais do Ministério Público, dentre outras, o exercício do controle
externo da atividade policial, na forma da lei complem entar respectiva, e a requisição
à polícia judiciaria de diligências investigatórias é de instauração de inquérito policial,
indicados os fundam entos jurídicos de suas manifestações processuais.

Assinale:

a) se somente a afirm ativa I estiver correta.


b) se somente as afirmativas I e il estiverem corretas.
c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

| O item I não está correto, pois, embora seja, realmente, uma garantia dos membros do
| Ministério Público a vitaliciedade, após dois anos de exercício (CF, art. 128, § 5.°, I, “a”),
| essa vitaliciedade só será perdida no caso de sentença judicial transitada em julgado,
| não havendo hipótese de perda por decisão do CNMP.
| O item II traz corretamente o conteúdo do art. 128, § 5.°, II, da Constituição, que traz as
| vedações im postas pela Constituição aos mem bros do Ministério Público.
| O item Ifl tam bém está correto. As funções institucionais do Ministério Público estão
| presentes no art. 129 da Constituição. Entre elas, tem os: controle externo da atividade
| policial, .na form a da lei complem entar respectiva (art. 129, VII) e a requisição á polícia
1 judiciária de diligências investigatórias e de instauração de inquérito policiai, indicados os
| fundam entos jurídicos de suas manifestações processuais (art. 129, VIII).
%
I Gabarito: Letra D.
Cáp. 7 - ORGANIZAÇÃO DOS PODERES

GABARITO

1. E 11. A 21. E

2. E ■ 12. B 22. E

3. E 1-3. D 23. D

4. C 14. D 24. B

5. B 15. A 25. E

6. B 16. D 26. B

7. E 17. E 27. A

8. B 18. D 28. E

9. A 19. B 29. D

10. D 20. Correto


CONTROLE DE
C O N S T IT U C IO N A L ID A D E

0 (FGV/Fiscal-SEFAZ-RJ/2009) Ao estabelecer que “a lei não excluirá da apre­


ciação do Poder Judiciário nenhuma lesão ou ameaça a direito”, o Inciso
XXXV, do artigo 5.°, da Constituição Federal está:
a) conferindo aos ju ize s em gerai o poder de controle concentrado de constituciona-
iidade.
b) conferindo a todos os mem bros do Judiciário o poder de derrogar uma ieique
lese ou ameace um direito fundamental.
c) conferindo aos juizes e tribunais o controle difuso de constitucionalidade.
d) conferindo apenas aos tribunais o controle difuso de constitucionalidade.
e) conferindo tanto aos ju ize s de primeira instância, como aos tribunais, apenas o
controle concentrado de constitucionalidade.

| O inciso X XXV do art. 5.° nos mostra o chamado “p rincípio da inafastabilidade do Judiciário”
| segundo o qual quaíquer cidadão pode acionar diretamente o Poder Judiciário, para que
| este proteja um direito seu que esteja sendo lesado ou ameaçado de ser lesado, e isso
| independentemente, em regra, de ter tom ado outras medidas anteriores.
| Sabemos que o controle de constitucionalidade se faz por meio de duas vias: a concen-
| trada e a difusa.

| • O controle difuso, tam bém cham ado de controle do caso concreto, ocorre quando
| tenta-se no curso de um processo judicial (caso concreto) argum entar que certa
| norma está causando efeitos indevidos, e isso porque é contrária aos preceitos
| constitucionais. Assim , a pessoa que acha que a norma é inconstitucional não pede
| diretam ente que o ju iz declare a norma como inválida, mas sim, que resolva o seu
| problema concreto. Diz-se que a declaração de inconstitucionaíidade da norma é
| apenas um meio para resolver a controvérsia, um “acidente” no caminho, dai ser
| chamado tam bém de um controle incidental. A discussão da constitucionalidade no
| controle difuso pode se dar com a impetração de qualquer ação, até mesmo ação
| civil pública ou mandado de segurança. Dizemos que este controle é difuso, pois
| ele não possui um órgão específico para seu controle, estando sua competência
| difundida para os diversos órgãos do Poder Judiciário.
® • O controle concentrado, diferentemente do difuso, é feito diretamente no órgão res-
| ponsável por guardar a Constituição, o STF (em se tratando de Controle Federal),
| ou o TJ (em se tratando de Controle Estadual). Somente estes 2 órgãos fazem
| controle concentrado, que é realizado apenas pelas 3 ações específicas: Ação Direta
112 DiREiTO CONSTITUCIONAL - Questões com entadas FGV

í de inconstitucionaíidade (ADi), Ação Deciaratória de Constitucionalidade (ADC), e


| Arguição de Descumprim ento de Preceito Fundamental (ADPF).

| O “Princípio da Inafastabilidade do Judiciário1’ possui diversos desdobramentos. Caso ve-


& nhamos a aplicá-lo sob o prisma do C ontrole de Constitucionalidade, verem os claramente
| que ele é o legitim ador do controle difuso, já que, mediante qualquer das ações próprias,
| o cidadão poderá invocar o Poder Judiciário (independentemente de qual órgão) e pedir
a sua proteção. Incidentalmente a este processo, o Judiciário poderá declarar inconstitu-
t cional uma lei, realizando um controle difuso. Não podemos dizer que a “Inafastabilidade
I do Judiciário” é legitimadora do controle concentrado, pois este não é uma garantia do
% cidadão, já que somente aqueles legitimados do art. 103 da Constituição é que poderão
f tom ar a iniciativa das 3 ações próprias para tal.
I Gabarito: Letra C.

@ (FGV/Procurador - TCM-RJ/2008) A via de exceção para o controle de cons­


titucionalidade é própria:
a) do controle difuso.
b) do controle concentrado.
c) do controle concentrado e difuso.
d) do controle feito pelo Magistrado, ex officío.
e) da ação popular.

| A via de exceção é se faz por meio de uma defesa no caso concreto, recursos etc. Assim,
| ela é típica do controle difuso (controle realizado pelos diversos órgãos do Poder Judiciário),
| em que se analisa dentro do caso concreto o chamado “incidente de inconstitucionaíidade”,
8 ou seja, faz-se a análise da constitucionalidade da norma para que se alcance o resultado
| principal, que é a resolução do caso concreto. O controle de constitucionalidade é mero
| incidente, o meio para se chegar à decisão do caso, não sendo o pedido p rin cip a l

S Gabarito: Letra A.

B (FGV/Técnico Legislativo - Senado/2008) Consoante a jurisprudência assente


no Supremo Tribunal Federal, em tema de controle da constitucionalidade,
é possível estabelecer o controle direto de:
a) lei complementar e regulamento.
b) lei delegada e lei municipal.
c) emenda constitucional e lei estadual.
d) lei ordinária e lei municipal.
e) regulamento e de emenda constitucional.

| Controle direto é o mesmo que controle concentrado. Segundo o entendimento do STF,


| para que possa haver um controle concentrado (por via de ADI, ADC ou ADPF), preci-
| samos estar diante de “ato normativo” . O conceito de ato norm ativo é bem amplo e vêm
| sendo, aos poucos, firm adas várias jurisprudências a respeito.
| Além da necessidade de estarmos diante de um ato normativo, se faz necessário ainda que
| este ato promova uma inconstitucionaíidade direta, ou seja, atinja diretamente a Constituição
| Federal. Não pode haver então controle das inconstitucionalidades reflexas (indiretas), ou seja,
£ um norma que, antes de atingir a Constituição, já contraria uma outra lei infraconstitucional,
| pois neste caso será primeiramente uma ilegalidade e não uma inconstitucionaíidade.
' .Ç a jp ^ ^ -p Ó N tR O L Ç .

| As ações do controfe direto ADi, ADC e ADPF também se diferenciam sobre quais normas
| podem veicula r

| ADC - Só poderá veicular normas federais;


| ADI - Poderá veicular norm as federais e estaduais;
| ADPF - Poderá veicular tanto norm as federais quanto estaduais e até mesmo as mu-
I nicipais.

li A ADI é a principal ação a ser utilizada no controle direto, e aos poucos o STF vai tecendo
| jurisprudências que nos perm ite listar, obviam ente de forma exemplifícativa, normas que
| podem e que não podem ser objeto de controle direto por meio de ADI.
s
jí Podem ser objeto de ADi:
I
§ • Qualquer lei ou ato normativo primário (que retira seu fundam ento direto da Cons-
| tituição);
| * Emendas Constitucionais;
| * Leis do DF no uso de sua competência Estadual;
| * Decreto Autônomo;
Í8
| * Regimento de tribunais;
fl • Resoluções Administrativas dos Tribunais e órgãos do Poder Judiciário;
| * Resoluções do TRT, salvo as convenções coletivas de trabalho;
| * Tratados internacionais (eles se internalizam como leis ou emendas constitucionais).
I
I Não podem ser objetos de ADf:
I
| * Súmulas, ainda que vinculantes;
I * Respostas dadas pelos tribunais às consultas a eles formuladas;
| * Decretos que não sejam autônomos;
| * Normas originárias, pois estas são frutos de um poder inicial, ilimitado e incondicionado
I - é a posição majoritária brasileira - , diferentem ente do que pregava Otto Bachof;
| * Normas já revogadas;
s
| • Leis do DF no uso de sua competência Municipal;

| Vamos analisar cada assertiva:


I Letra A - Errada. Embora a iei complem entar possa ser controlada diretamente, os regu-
| lamentos não podem, já que são norm as infralegais usadas para regulam entar uma lei,
| e não a Constituição diretamente.
| Letra B - A primeira polêmica da questão. A lei delegada pode ser impugnada diretamente.
| A lei municipal não pode ser objeto de ADI, mas nada impede que possa ser objeto de
| ADPF. A questão se referiu tão somente a “controle direto” e não “controle direto por via
| de A DI”, logo, deveria ter sido anulada.
| Letra C - Esta é o gabarito, e não há dúvidas da sua veracidade.
§ Letra D - A mesma polêm ica da letra B, no que diz respeito à lei municipal.
| Letra E - Em bora a emenda constitucional possa ser objeto, o regulamento não pode.

ft Gabarito: Letra C.
DIREITO CONSTITUCIONAL ~ Questões comentadas - FGV

0 (FGV/Advogado-BESC/2004) Perante o Supremo Tribunal Federal, a ação


direta deciaratória de inconstitucionaíidade de lei ou ato normativo federai
ou estadual em face da Constituição Federai pode ser proposta:
a) pelo Procurador-Geral da República, com exclusividade.
b) peio Presidente da Repúbüca, peia Mesa do Senado Federai, peia Mesa da Câ­
mara dos Deputados ou peio Procurador-Geral da República.
c) pelo Presidente da República, peia Mesa do Senado Federal, peia Mesa da
Câmara dos Deputados, por Mesa de Assembleia Legislativa, por Governador do
Estado, pelo Procurador-Geral da República, pelo Conseiho Federal da Ordem
dos Advogados do Brasil, por partido político com representação no Congresso
Nacional, por confederação sindical ou entidade de ciasse de âmbito nacionai.
d) peio Procurador-Geral da República, peio Conselho Federai da Ordem dos A dvo­
gados do Brasil e pelo Advogado-G erai da União.
e) pela Mesa do Senado Federai, pela Mesa da Câm ara dos Deputados, por Mesa
de Assem bleia Legislativa, por Governador do Estado, pelo Procurador-Geral da
Repúbiica, pelo Conseiho Federai da Ordem dos Advogados do Brasil, por partido
político com representação no Congresso Nacionai, por confederação sindical ou
entidade de classe de âmbito nacional e estadual.

| O art. 103 da Constituição Federal, após a EC 45/2004, passou a trazer os legitimados


| tanto para a propositura da ADI quanto da ADC, e, por força da Lei 9.882/1999, estes
| também são os legitimados para propor A D P F São eles:

* Podem propor a ação direta de inconstitucionaíidade e a ação deciaratória de cons-


| titucionalidade:
| l- o Presidente da República;
| II ~ a Mesa do Senado Federal;
| III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
| IV ~ a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
| V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
| VI - o Procurador-Geral da República;
| VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
1 VIII - partido político com representação no Congresso Nacionai;
I IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

| Importante tam bém é destacar que estes legitimados para propor AD(N, ADE CON e ADPF
| podem ser divididos em 2 grupos: os legitimados universais (aqueies que não precisam
|) demonstrar pertinência tem ática) e os Legitim ados Especiais {aqueles que precisam de-
monstrar pertinência temática).

| Os universais são:

| 1 -0 Presidente da Repúbiica:
§ 2 -0 PGR;
| 3 - 0 Conselho Federai da OAB;
| 4 - Partido político com representação no CN;
| 5 - A Mesa de qualquer das Casas Legislativas.

t Os especiais são:
| 6 - A Mesa de Assembleia Legislativa Estadual ou Câm ara Legislativa do DF;
Cap. 8 - CONTROLE. DE CONSTtTUCiÒNALIDADÊ
ü
| 7 -0 Governador de Estado/DF;
| 8 - Confederação sindical ou entidade de classe de âm bito nacional.

| Gabarito: Letra C.

0 (FGV/Fiscai - SEFAZ-RJ/2008) No controle in c i d e n t e r ta n tu m de constitu-


cionaiídade, os tribunais podem modular temporalmente os seus efeitos,
observado o quórum de:
a) três quintos.
b) um terço.
c) dois terços.
d) dois quintos.
e) quatro quintos.

| Controle incidenter tantum é o controie incidental, difuso.


| Em regra, qualquer declaração de inconstitucionalidade gera efeitos ex tunc (retroativos),
| saivo se ocorrer a então chamada “modulação temporal dos efeitos”, ou seja, o órgão
f julgador entender que devido à segurança jurídica ou interesse social deva resguardar
| os efeitos passados, dando à declaração efeitos não retroativos (ex nunc ), ou fixando um
| ponto a partir do qual com eçarão a vaier os efeitos da declaração.
| A modulação tem poral dos efeitos foi expressam ente prevista para o âmbito do controle
| concentrado, quando a Lei 9.868/1999 dispôs em seu art. 27:

| Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões


| de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal
| Federal, p o r maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela
| declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou
1 de outro momento que venha a se r fixado.
1
| Durante muito tem po discutiu-se se esta modulação temporal dos efeitos poderia ser
| aplicada também no âmbito do controle difuso. Atualmente entende-se que é possível,
| observando os requisitos estabelecidos para o controle direto.
| Desta forma, baseado no que vimos, é necessário 2/3 dos membros do tribunal para
| prom over a modulação.

£ Gabarito: Letra C.

@ (FGV/Juiz Substituto - TJ MG/2008) Assinale a alternativa correta.


a) O controle concentrado de constitucionalidade, no Brasii, é feito privativamente
peio Supremo Tribunal Federal.
b) A cláusula de reserva de plenário, prevista na Constituição Federal, é condição de efi­
cácia jurídica, como regra, da declaração jurisdicionai de inconstitucionalidade dos atos
do Poder Público, e deve ser observada por todos os Tribunais no controie difuso.
c) No Brasil, o controle de constitucionalidade preventivo de projeto de lei é feito
exclusivamente pelo Chefe do Poder Executivo, por intermédio do veto jurídico.
d) No sistema brasileiro, o controle repressivo de constitucionalidade é exercido
exclusivamente pelo Poder Judiciário.
e) A resolução do Senado Federal que suspende a execução da lei ou ato normativo
declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal terá efeitos erga omnes
e ex tunc.
DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões com entadas . - FGV

| Analisando cada assertiva:


| Letra A - A questão não se mostra correta, pois não falou em “esfera federal”. Assim,
| de forma geral, o controie concentrado não é privativo do STF, já que o TJ tam bém é
| responsável por exercê-ío no âmbito estadual.
| Letra B - Está correta esta assertiva. A cláusula de reserva de plenário está prevista no
| art. 97 da Constituição Federal, ao prever que: “somente peio voto da maioria absoluta
í de seus mem bros (pleno) ou dos membros do respectivo órgão especiai (OE) poderão os
| tribunais declarar a inconstitucionaíidade de lei ou ato normativo do Poder Púbiico”.
| Vemos então que só será válida uma declaração de inconstitucionaíidade se:
tj
| - For proferida pelo pleno do tribunal ou por seu órgão especial;
| - A decisão fo r tomada pela maioria absoluta.

| A questão acerta ao colocar a expressão “em regra", pois se dispensa o envio do feito ao
| pleno ou OE quando já existir decisão sobre o tema proferida anteriormente pelo próprio
| OE, pelo pleno ou pelo STF
| Não está relacionada com a assertiva, mas é oportuno ainda que citemos a Súmula
p Vinculante 10, para fins de conhecimento:

| Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário
| de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionaíidade de lei ou
| ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.

| Letra C - Está errado. O controie preventivo de constitucionalidade pode ocorrer no âmbito


| dos 3 poderes. Temos, então, o primeiro controle, que é feito no Legislativo, exercido pelas
| chamadas “CCJ” - Câmara de Constituição e Justiça. Se a CCJ entender que o projeto
jf viola preceitos da Constituição, arquivará o projeto. Temos depois o segundo controle,
| feito pelo Judiciário, quando algum parlamentar que enteda que o projeto seja inconsti-
| tucional poderá im petrar um mandado de segurança no STF, para defender o seu direito
| líquido e certo de participar de um processo legislativo que seja juridicam ente correto. E
| só então teremos o controle feito pelo Executivo, o qual é exercido pelo Presidente da
| República pelo veto jurídico. O Presidente possui o poder de vetar Ieis por meio do art.
| 66, § 1.°, da Constituição:

| Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitu-


1 cional ou contrário ao interesse púbiico, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de
| 15 dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de 48 horas,
| ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto.

| Veja que o Presidente possui o poder de 2 tipos de veto:

| Veto Político - Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em


| parte, contrário ao interesse público.
| Veto Jurídico - Se o Presidente da Repúbiica considerar o projeto, no todo ou em
| parte, inconstitucional.

| O veto do controle de constitucionalidade é o veto jurídico.


i Letra D - Também erra esta assertiva, já que, tal qual o Controle Preventivo, o controle
repressivo (aqueie que é feito com a lei já promulgada) pode ser exercido tam bém pelos
3 Poderes.
í É exercido peio Executivo, decorrente de uma jurisprudência do STF (RTJ 151/331) que
l admite que o chefe do executivo (Presidente, Governador ou Prefeito) se recuse, por ato
i administrativo expresso e formal, a dar cumprimento a uma lei ou outro ato normativo
Cap. 8 CONTROLE DE CÓNSTITUCIONALiDADE

I que entenda ser flagrantem ente inconstitucional, até que a questão seja apreciada pelo
| Poder Judiciário.

I A te n ç ã o : esse poder é exclusivo do Chefe do Poder Executivo, não podendo nenhuma


| outra autoridade proferir de si ordem sim ilar

| O Legislativo tam bém faz controle repressivo, isso pode o c o r r e r basicamente em duas
| hipóteses. A primeira hipótese é a definida no art. 49, V, da Constituição: “Compete ao
| Congresso Nacional sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
| regulam entar ou dos limites de delegação legislativa” . A segunda hipótese de controle de
g constitucionalidade repressivo por parte do Legislativo ocorre quando o Congresso, por
| meio de uma comissão mista, aprecia se a medida provisória observou os seus pressu-
| postos constitucionais de relevância e urgência.
|| O controle repressivo pelo Judiciário é a hipótese mais ampla, que ocorre peias vias
| concentrada e difusa.
| Letra E - Sabemos que o Senado tem a prerrogativa atribuída a ele pelo art. 52, X,
|| da Constituição para “suspender” a execução da norma declarada inconstitucional pelo
| STF no controie difuso. Ou seja, sendo a decisão dò STF, em sede de controle difuso,
| proferida com eficácia apenas “inter partes" (entre as partes do litígio), poderá o tribuna!
0 rem eter o feito ao Senado para que este suspenda a execução da norma com eficácia
| “erga om nes” (para todos). Em que pese discussão doutrinária sobre o fato de ser essa
| eficácia retroativa ou não retroativa, entendemos (assim como também entendeu a FGV)
1 que devem os considerá-ia como não retroativa, pois se trata de uma “suspensão”. Desta
| forma, a questão erra ao dizer que seria "ex-tunc", já que deveria ter tido “ex-nunc”.

I Gabarito: Letra B.

U (FGV/Analista Legislativo - Senado/2008) Relativamente à arguição de des-


cumprimento de preceito fundamental, analise as afirmativas a seguir:
I. Podem propor arguição de descum primento de preceito fundamental os legitimados para
a ação direta de inconstitucionalidade.
II. Não cabe arguição de descumprim ento de preceito fundamental para reparar lesão
a preceito fundam ental resultante de lei ou ato normativo anterior à promulgação da
Constituição.
lü. A supremacia da Constituição admite a propositura de arguição de descumprimento de
preceito fundamental quando em substituição a qualquer outro meio eficaz de sanar a
lesividade.
IV. É possível a propositura de arguição de descumprimento de preceito fundamental quan­
do fo r relevante o fundam ento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo
federal, estadual ou municipal.
Assinale:

a) se apenas as afirm ativas 1e lí estiverem corretas.


b) se apenas as afirm ativas I e lii estiverem corretas.
c) se apenas as afirm ativas I e IV estiverem corretas.
d) se apenas as afirm ativas I, II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirm ativas estiverem corretas.

J A arguição de descum prim ento de preceito fundam ental é uma inovação da Constituição
de 1988. Atualmente, sua regulam entação é feita pela Lei 9.882/1999 e tam bém conta
: com diversas jurisprudências a respeito. Uma das grandes dificuldades da ADPF é que
DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões com entadas - FGV

| até hoje não se definiu pacificamente o que seria “preceito fundam entai”, mas isso não
| impede o seu uso, que vem sendo bastante relevante nos últimos tempos. Analisem os
| cada um dos itens:
| I - Correto. Trata-se de disposição literai da Lei 9.882/1999 em seu art. 2.°, I.
| II - Errado. Isso contraria disposição expressa da Lei 9.882/1999, que dispõe em seu
| art. 1.°, parágrafo único, I, que caberá também a rguição de descumprim ento de preceito
| fundamental quando fo r relevante o fundam ento da controvérsia constitucional sobre lei ou
| ato normativo federai, estadual ou municipal, íncluídos os anteriores à Constituição.
| III - Errado. Diz-se que a ADPF é uma ação subsidiária ou residual, já que é o último
| remédio a ser usado contra uma lesividade, sendo admitida somente no caso de não haver
| qualquer outro meio juridicam ente eficaz de se sanar o problema, isto é fundam entado
B pelo art. 4.°, § 1.°, da Lei 9.882/1999 e pelas j urisprudências do Supremo.
í; IV - Correto. Conform e já havíamos frisado, tem os que:

§ ADC - Só poderá veicular norm as federai;


il ADI - Poderá veicular normas federais e estaduais;
ADPF - Poderá veicular tanto normas federais, quanto estaduais e até mesm o as mu-
| nicipais.

| Gabarito: Letra C.

0 (FGV/Juiz Substituto - TJ PA/2008) A respeito do controie de constituciona-


iidade de lei municipal, assinale a alternativa correta.
a) Se lei ou ato normativo municipal, aíém de contrariar dispositivos da Constituição
Federal, contrariarem igualmente previsões expressas do texto da Constituição
Estadual de repetição obrigatória e redação idêntica, a competência para processar
e julgar a representação de inconstitucionalidade será do Tribunal de Justiça do
respectivo Estado-membro.
b) Se lei ou ato normativo municipal, além de contrariar dispositivos da Constituição
Federal, contrariarem igualmente previsões expressas do texto da Constituição Es­
tadual de repetição obrigatória e redação idêntica, a com petência para processar e
julgar a ação direta de inconstitucionalidade será do Supremo Tribunal Federal.
c) O único controie de constitucionalidade de lei municipal em face da Constituição
Federal é o difuso, exercido incidenter tantum, por todos os órgãos do Poder
Judiciário, quando do julgam ento de cada caso concreto. No entanto, o controle
concentrado de lei municipal em face da Constituição Federai poderá se dar,
excepcionalm ente, por meio de ação direta de constitucionalidade, caso a lei
impugnada fira os princípios sensíveis previstos na Carta Maior.
d) Se lei ou ato normativo municipal, além de contrariar dispositivos da Constituição
Federal, contrariarem igualmente previsões expressas do texto da Constituição
Estadual de repetição obrigatória e redação idêntica, os legitimados para propor
a ação cabível podem escolher onde ajuizá-ia, uma vez que a própria Constitui­
ção Federal abriga, no artigo 5.°, inciso XXXV, o p rincípio da inafastabilidade da
jurisdição.
e) O único controle de constitucionalidade de lei municipal em face da Constituição
Federal é o difuso, exercido incidenter tantum , por todos os órgãos do Poder
Judiciário, quando do julgam ento de cada caso concreto.

| Por simetria federativa, as disposições que valem para o controle federa! valerão para o
controle estadual, mas de forma simétrica.
Cap. 8 - CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

| Uma ADC estadual, por exemplo, poderá veicular apenas normas estaduais, e uma ADi
| estadual poderá veicular norm as estaduais e municipais.
|j As letras A e B tratam de ofensas que a iei municipal promove contra dispositivo que se
I encontra tanto da Constituição Federal quanto na Constituição Estadual (dispositivos de
| reprodução obrigatória). Não existe possibilidade de ser impetrada uma ADI no STF para
| impugnar lei municipai, pois a ADI federal só pode veicular ieis federais e estaduais. Desta
| forma, para se fazer um controle direto pòr meio de ADI tendo por objeto uma norma
1= municipai, esse controle deve ser feito perante o TJ.
| Havendo um controle abstrato de constitucionalidade perante o TJ, em regra ele é definitivo.
| Porém, admite-se que, em se tratando de uma norma de “reprodução obrigatória", caso o
| TJ decida por não declarar a inconstitucionaíidade da norma, poderá o impetrante ajuizar
| um Recurso Extraordinário (R.Ex.) ao STF, sendo que será um caso de R.Ex. em que o
| STF analisará a norma em abstrato e não em concreto, como é a regra.
§ A letra A, então, está correta, já que o controle direto deve ser ajuizado no TJ.
| A letra B está errada, já que não se pode ajuizar ADI de iei municipal no STF, embora
| fosse admitido um R.Ex. após a decisão proferida pelo TJ.
| Letra C - Errada. O controie de constitucionalidade de uma lei municipal perante a Cons-
8 tituição Federal poderá acontecer de duas formas: mediante controle difuso ou mediante
S ADPF
$
g Letra D - Errada. A ação originária só poderá ser proposta no TJ.
I Letra E - Errada. Como vim os, pode ser o difuso ou concentrado por ADPF.
íf
I Gabarito: Letra A.

GABARITO

1. C 4. C 7. C

2. A 5. C 8. A

3. C 6. B
S I S T E M A T R IB U T Á R IO N A C IO N A L

ü (FGV/Procurador - TCM-RJ/2008) Segundo a Constituição, têm competência


tributária:
a) as pessoas administrativas.
b) as pessoas jurídicas.
c) as pessoas públicas.
d) as pessoas políiicas.
e) os entes personalizados.

| A competência tributária é a competência para se legislar instituindo tributos (tributo só


| pode ser instituído por lei). Dessa forma, a resposta correta seria a letra D, já que somente
| as pessoas políticas (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) possuem competência
| para prom over tal normatização, instituindo em seu território os tributos cuja competência
| foi outorgada pela Constituição.

ií Gabarito: Letra D.

@ (FGV/Advogado - Senado Federai/2008) Não é limitação constitucional do


poder de tributar a proibição de:
a) conferir tratamento desigual a contribuintes que estejam em situação equivalente.
b) cobrar tributo em relação a fatos geradores ocorridos anteriormente à lei que o
instituiu ou majorou.
c) cobrar tributo com efeito de confisco.
d) instituir impostos sobre tem plos de qualquer culto.
e) instituir ou m ajorar tributo por medida provisória.

| As limitações ao poder de tributar encontram -se dispostas nos arts. 150 ao 152 da Cons-
| tituição Federal. Muitas delas são consideradas garantias individuais do cidadão para que
| este não sofra abusos do Estado na sua tributação. Assim, são protegidas inclusive de
[f serem retiradas da Constituição por em endas constitucionais, já que são consideradas
§ pelo STF como cláusulas pétreas.
| A letra A fala do princípio da isonomia tributária (CF, art. 150, II). Esta faceta da isonomia
fl é importantíssima, pois confere uma não discriminação. A assertiva está correta! Traz uma
| limitação ao poder de tributar.
m DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões comentadas ~ FGV

1 A letra B tam bém traz uma limitação ao poder de tributar, e está correta. Trata-se do
| princípio da irretroatividade da iei tributária, que protege o contribuinte de sofrer tributação
| de forma retroativa, respaldando uma segurança jurídica (CF, art. 150, III, a).
| O princípio do “não confisco” , previsto no art. 150, IV, da Constituição, tam bém é impor-
| tante garantia que o cidadão possui de não te r o seu patrim ônio absorvido pela tributação
| em grau maior do que ele mesmo possa fruír. Segundo a doutrina, para se verificar se o
jf tributo está sendo usado ou não como forma de confisco, a identificação deve ser feita
| em função da totalidade da carga tributária, verificando a capacidade de o contribuinte,
| de uma forma geral, suportar a incidência dos tributos instituídos por uma mesma pessoa
| política. A letra C está correta.
| A letra D trata da imunidade religiosa, prevista no art. 150, VI, b, que impede a instituição
$ de impostos sobre tem plos de quaíquer culto, sendo uma limitação ao poder de tributar.
| Assertiva correta.
| A letra E é o gabarito da questão. As medidas provisórias são perfeitamente válidas
iípara instituir ou m ajorar tributos, não sendo assim uma limitação ao poder de tributar. A
I limitação que a Constituição traz é somente a de que se a medida provisória im plicar em
£ instituição ou majoração de impostos (só os impostos, não se aplica aos demais tributos),
só poderá produzir efeitos no exercício seguinte se fo r convertida em lei até o último dia
| daquele exercício em que foi editada, não se aplicando esta íímitação aos impostos de
I importação, exportação, iPI, 10F e extraordinário de guerra (CF, art. 62 § 2.°).
| Gabarito: Letra E.

@ (FGV/Fiscal - SEFAZ - MS/2006) Qual dos princípios a seguir encontra gua­


rida em nosso sistema constitucional tributário?
a) Supremacia dos interesses fazendários.
b) Isonomia.
c) Prévio procedimento de inscrição em dívida ativa.
d) Da ampla responsabilidade tributária.
e) Do prévio pagamento da exação tributária.

| Questão simples e típica de concursos, ou seja, traz diversas assertivas com nomes
| difíceis para confundir o candidato, mas a resposta é simples e direta. O princípio que é
| expressamente previsto para o sistema tributário no texto constitucional é o da isonomia
| tributária, que já esteve presente na questão anterior, sendo essencial ao Estado Demo-
| crático de Direito, já que impede a ocorrência de discriminações.

li Gabarito: Letra B.

13 (FGV/Juiz Substituto-TJ-IVlG/2008 - Adaptada1) A garantia constitucional de


imunidade recíproca entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios é
corolária do princípio federativo.
| Como já vimos, a imunidade recíproca é a proibição de um ente da federação instituir
| impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços dos outros entes (CF, art. 150, VI, a). Por
if exemplo: a União não pode cobrar imposto sobre as rendas dos Estados. Também vimos
| que esse tipo de imunidade é reconhecida peio STF como vital ao pacto federativo, na
| medida em que é im portante instrumento para evitar conflitos e fortalecer a harmonia e
| cooperação entre os entes da federação.

1; Gabarito: Correto.

1 A d a p t a ç ã o s e f e z n e c e s s á r ia p ara f in s d e se p a r a ç ã o c o rreta d o s te m a s .
Cap. 9 - SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL

B (FGV/Juiz Substituto - TJ-MS/2008 - Adaptada2) A imunidade prevista no


artigo 150, V!, d , da Constituição Federal de 1988 abrange filmes e papéis
fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos.
| A questão trata da chamada “imunidade objetiva” , prevista na Constituição Federal, em seu
| art. 150, Vi, d, que impede a instituição de impostos sobre livros, jornais, periódicos
| e o papel destinado à sua impressão. É uma imunidade objetiva, pois quem é imune é
| o “objeto” e não a pessoa que faz a operação. Segundo o S T F em sua Súmula 657, a
| im unidade objetiva abrange os film es e papéis fotográficos necessários à publicação de
| jornais e periódicos. Mas, atenção, a imunidade objetiva não abrange todos os insumos
| utilizados na confecção dos livros, revistas e periódicos, abrange e x c lu s iv a m e n te o s
| m a te ria is a s s im ilá v e is a o p a p e p , não compreendendo as tintas, espirais, entre outros.
| Ainda segundo o Supremo, podemos acrescentar que a imunidade do livro, jom al, período
| e do papel destinado à sua impressão é aplicável às operações com iistas telefônicas4.
I Gabarito: Correto.

0 (FGV/Advogado - BESC/2004) São impostos sujeitos ao princípio da não


cumulatividade:
a) o iPi e o ICMS.
b) o IP!, o ICMS e o iPTU.
c) o IPI e o IOF.
d) o ISS e o IPTU.
e) o IPI, o IPTU e o iTR.

| A não cumulatividade é uma característica dos tributos que incidem sobre produtos e
| mercadorias que “circulam ” , ou seja, passam de um contribuinte para outro. Ser não
| cumulativo significa que o im posto não irá se acum ular como uma “bola de neve", pois
| o adquirente poderá se com pensar daquele imposto que já foi pago.
| Assim, a Constituição estabelece em seu art. 153, § 3.°, II, que o IPi: será não cumula-
| tivo, compensando-se o que fo r devido em cada operação com o montante cobrado nas
| anteriores.
| Da mesma form a ocorre com o ICMS, segundo o art. 155, § 2.°, o ICMS: será não
| cumulativo, com pensando-se o que fo r devido em cada operação relativa à circulação
p de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo
| mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal.
| Com o funciona isso?
| Imagine uma “fábrica de sapatos" que venda o “Sapato X” com o valor de 100 reais e
| um ICMS de 20%. O ICMS de 20% gera 20 reais de imposto. Quando a “loja de sapa-
| tos” com prar o “Sapato X" da fábrica para revender, esses 20 reais que já foram pagos
| poderão ser aproveitados.
| Agora imagine que a “loja de sapatos" venda o mesm o “Sapato X" que comprou da fabrica
1 para uma pessoa, agora por 150 reais. Como o ICMS é de 20%, irá gerar 30 reais de
| imposto. Porém, a loja pode aproveitar os 20 reais que já foram pagos anteriormente, e
| recolherá apenas 10 reais (30 reais do imposto da venda - 20 reais do imposto que já
| tinha sido pago).

2 Id e m .
3 R E 3 7 2 . 6 4 5 A g R /S P ~ S ã o P a u lo - M in . C a r m e m L ú c ia - J u lg a m e n to : 2 0 .1 0 . 2 0 0 9 .
4 A I 6 6 3 . 7 4 7 A g R /S P - S ã o P a u lo - M in . J o a q u im B a r b o s a - J u lg a m e n to : 0 6 .0 4 . 2 0 1 0 .
DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões com entadas - FGV

| Uma outra característica do IPÍ e do ICMS é a seletividade. Seletividade é uma diferen-


í ciação da cobrança de acordo com a mercadoria que está sendo tributada. Por exemplo,
I a alíquota incidente sobre as bebidas alcoólicas são superiores às incidentes sobre o
| feijão.
| Estabelece a Constituição, em seu art. 153, § 3.°, 1, que o 1PI: “será seletivo, em função
I da essencialidade do produto". E em seu art. 155, § 2.°, III, que o ICMS poderá ser
| seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços.
| Veja que em ambos os casos usou-se a palavra “essencialidade”, o que significa que o
| legislador, ao estabelecer as alíquotas do imposto, deverá considerar se o produto ou
I mercadoria é essencial ou não à população (Ex.: cesta básica X uísque). Perceba ainda
| que, para o ICMS, a disposição é diferente do IPÍ, e usou-se o term o ‘‘poderá ser” e não
o termo “será” , já que no ICMS tem os uma faculdade e no IPÍ uma obrigatoriedade.

Guadro-resumo:

Não çumulatividade Seletividade

Obrigatória Obrigatória

Obrigatória Facultativa

!■ Gabarito: Letra A.

E (FGV/Auditor - TCM-RJ/2008) A majoração de alíquota do IPTU deve observar


o princípio da anterioridade:
a) máxima.
b) média.
c) mínima.
d) diferida.
e) antecipada.

| A Constituição Federai estabelece, nos arts. 150 a 152, as chamadas “limitações ao poder de
| tributar”. Entre essas limitações, duas merecem destaque: a anterioridade e a noventena.
| Anterioridade é a vedação imposta à União, aos Estados, ao Distrito Federai e aos Mu-
| nicípios para cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada
£ a lei que os instituiu ou aumentou.
I Noventena é a vedação igualmente imposta à União, aos Estados, ao Distrito Federal e
| aos Municípios para cobrar tributos antes de decorridos noventa dias da data em que
| tenha sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou.
í A anterioridade e a noventena não são excludentes; em regra, elas devem ser observadas
| em conjunto. Assim, para que um tributo possa ser instituído ou majorado, necessita-
| -se que a lei tenha sido publicada no exercício anterior ao qual se pretende com eçar a
| cobrá-lo (princípio da anterioridade) e esta lei também só terá eficácia 90 dias após a
| sua instituição (noventena).
| Como dissemos, a observância conjunta é a regra, mas existem exceções à anterioridade
| e à noventena.

| a) E x c e ç õ e s à a n te rio rid a d e :
c 1. Tributos de motivos imprevisíveis: Empréstimo Com pulsório (apenas no caso de
| calamidade ou guerra externa) e o Imposto Extraordinário de Guerra (IEG);
Cap. 9 - SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL

| 2. Regulatórios: II, IE, iO F e o IP i ;


| 3. Restabelecimento da alíquota da CIDE combustíveis e do ICMS monofásico;

3 O bs.: As contribuições sociais (sentido estrito - que custeiam a seguridade social


£ ou seja, não inciui a CIDE, C!P, nem as corporativas) não se sujeitam à anterioridade,
| mas à chamada anterioridade nonagesim al ou “ mitigada", que funciona nos moides da
| noventena.

| b ) E x c e ç õ e s à n o v e n te n a :

| 1. Tributos de motivos imprevisíveis: Empréstimo Compulsório (apenas no caso de


| calamidade ou guerra externa ) e o Imposto Extraordinário de Guerra (IEG);
í 2. Regulatórios: il, IE, IOF e o iR; (Perceba que aqui temos uma troca do IPI pelo
| Imposto de Renda)
| 3. Fixação da base de cálculo do iPVA e do IPTU.

| Doutrinariamente, então, diz-se que os tributos podem estar sujeitos a três tipos de an­
il teriorídade:
%
| 1 - a n te rio r id a d e m á x im a o u c h e ia : quando está sujeito tanto à anterioridade anual
S quanto à noventena;
| 2 - a n te rio r id a d e m é d ia : quando está sujeito apenas à anterioridade anual;
| 3 - a n te rio r id a d e m ín im a : quando o tributo está sujeito apenas à anterioridade no-
| nagesímal (ou noventena).

| A questão quer que o candidato relacione qual dessas três anteríoridades é aplicável à
| majoração de alíquota do IPTU, a qual não se enquadra em nenhuma exceção (diferente-
| mente do que ocorre para a base de cálculo deste imposto). Logo, como não é exceção
| nem à anterioridade nem à noventena, dizemos que se sujeita à anterioridade máxima,
| já que deve observar conjuntam ente as duas limitações.

1 Gabarito: Letra A.

GABARITO

1. D 5. Correto

2. E 6. A

3. B 7. A

4. Correto
F I N A N Ç A S P Ú B L IC A S

Q (FGV/Auditor - TCM-RJ/2008) A abertura de crédito extraordinário, para


atender a despesas, como comoção interna; será realizada, especialmente,
mediante:
a) lei delegada.
b) decreto legisiativo.
c) medida provisória.
d) decreto executivo.
e) resolução.

| Primeiramente, cumpre-nos diferenciar cada um dos tipos de créditos adicionais. Sabe-


I mos que, anualmente, o Poder Executivo compila as propostas orçamentárias e leva
| ao Congresso o chamado “ PLOA” (Projeto de Lei Orçamentária Anual) para ser votado.
| Votado o PLOA, e promulgada a LO A (Lei Orçamentária Anual), existem algumas formas
8 de se aiterar os créditos ali previstos, o que é feito por meio dos chamados “Créditos
| A dicionais”, os quais podem ser:
I
| * Suplementares - quando forem reforçar uma dotação já prevista na LOA;
$ - Especiais - quando forem criar crédito para despesa sem dotação prévia na
| LOA;
| * Extraordinários - no caso de eventos imprevisíveis e urgentes como guerras e
| calamidades.

| A Constituição estabelece, em seu art. 167, V, que é vedada a abertura de crédito su-
| plementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos
| correspondentes. Assim, os créditos suplementares ou especiais são abertos por um
I decreto presidencial, mas para isso precisam estar previamente autorizados por lei, seja
| ela autônoma, promulgada para este fim específico, ou por meio de uma autorização que
|f estava presente de form a prévia na lei orçam entária anual.
| Acontece que, em se tratando de “créditos extraordinários” não há tempo suficiente para
I se elaborar uma lei, e, por serem imprevisíveis, não há porque estarem previamente
| autorizados na LOA. O que fazer? Deve-se, então, abrir tais créditos diretam ente por
| medida provisória, que é ato do P oder Executivo (o responsável por “administrar os cré-
| ditos” ) e que possui força de lei. Assim, os créditos extraordinários diferenciam -se dos
| dem ais créditos adicionais, já que, ao invés de serem abertos por decreto, são abertos
I por medida provisória.

í Gabarito: Letra C.
■ DiREITO CONSTITUCIONAL - àu e stõ é s com entadas - . FGV V

0 (FGV/Procurador - TCM-RJ/2008) Os créditos que não dependem de autori­


zação legislativa e da indicação da fonte de recursos são os:
a) extraordinários.
b) adicionais.
c) orçam entários.
d) especiais.
e) suplementares.

| Com o vimos, os créditos que dão respaído à realização de despesas devem estar previstos
| na lei orçamentária anual (LOA), porém, há a possibilidade de abertura de novos créditos,
| os chamados créditos adicionais, que podem ser de três tipos: suplementares (quando
| forem reforçar uma dotação já prevista na LOA), especiais (quando forem criar crédito
| para despesa sem dotação prévia na LOA) ou extraordinários (para eventos im previsíveis
e urgentes como guerras e calamidades).
| Os créditos extraordinários são os únicos que não dependem de lei prévia para sua abertura,
i; já que são abertos diretamente por uma medida provisória e, devido à urgência da sua aber-
| tura, não se precisa também indicar qual a fonte dos recursos que lhe dará respaldo.

s Gabarito: Letra A.

0 (FGV/Auditor - TCM-RJ/2008) O Poder Executivo publicará, após o encerra­


mento de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária até:
a) 60 dias.
b) 120 dias.
c) 90 dias.
d) 30 dias.
e) 150 dias.

| O relatório resumido de execução orçam entária deve ser elaborado por todos os poderes
1 e o Ministério Público, bimestralmente, contendo o balanço orçam entário e o demonstrativo
£ da execução de receitas e despesas pelo poder.
| O art. 165, § 3.°, da Constituição ordena que o P oder Executivo publique tal relatório em
| até 30 dias após o encerram ento de cada bimestre.

I* Gabarito: Letra D.

0 (FGV/Procurador - TCM-RJ/2008) As hipóteses a seguir constituem exceções


à regra da não vinculação da receita dos impostos, à exceção de uma.
Assinaie-a.
a) destinação de recursos para ações e serviços públicos de saúde.
b) destinação de recursos para realização da atividade tributária.
c) destinação de recursos para prestação de garantia ou contragarantia à União e
pagamento de débitos com esta.
d) destinação de recursos para operações de crédito por antecipação de receita.
e) destinação de recursos para manutenção e recuperação das rodovias.

£ O art. 167 da Constituição traz uma extensa relação de proibições no que tange a matérias
|í financeiras e orçamentárias. Entre essas vedações, encontram os no inciso IV o princípio
| da “não afetação da receita dos impostos” (ou “ não vinculação”).
. Cap. 10 - FINANÇAS PÚBLICAS'

Dessa forma, dizemos que os impostos são espécies de tributos que possuem “receita
não vinculada”, ou seja, a aplicação da receita proveniente dos impostos ocorre de forma
“genérica", sendo proibido que se dê uma destinação específica a eia. Diz-se que a receita
dos impostos irá custear os serviços gerais da sociedade.
O próprio art. 167, IV, porém, traz algum as exceções, ou seja, casos nos quais poderá
haver vinculação específica da receita dos impostos. As exceções são as seguintes:

♦ repartição da receita tributária aos Estados e Municípios;


• destinação aos serviços de saúde e ensino;
• realização de atividades da administração tributária; e
* prestação de garantias às operações de créditos por antecipação de receita, inclusive
garantia e contragarantia à União.

Vemos, assim, que as letra A, B, C e D se incluem nas exceções, sobrando apenas a


letra E como resposta da questão.

Gabarito: Letra E.

GABARITO

1. c 3. D
^t
LU

2. A
ORDEM E C O N O M IC A E
F IN A N C E IR A E O R D E M S O C IA L

0 (FGV/Analista de Controle Interno — SAD - PE/2008) Em relação aos princí­


pios gerais da atividade econômica, analise as afirmativas a seguir.
I. Com o agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma
da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante
para o setor público e indicativo para o setor privado.
ÍL A lei apoiará e estimulará o cooperativism o e outras formas de associativismo.
iil. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia
hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou
aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do
produto da lavra.
Assinale:
a) se nenhuma afirm ativa estiver correta.
b) se somente as afirmativas I e 11 estiverem corretas.
c) se somente as afirmativas 1 e 111 estiverem corretas.
d) se somente as afirm ativas il e 111 estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

| Segundo o art. 174 da Constituição, o Estado atuará como agente normativo e regulador
| da atividade econômica, e exercerá, na forma da lei, as funções de:

| • Fiscalização:
p ■ incentivo; e
| « Planejamento, sendo este:

| - Determinante para o setor público; e


| - indicativo para o setor privado.
M *
% Dessa forma, o item I trouxe perfeitam ente as disposições constitucionais sobre o tema,
| estando, assim, correto.
| O item 11 continua com disposição do art. 174, mas, agora, em seu § 2.°, que diz: ‘A iei
| apoiará e estimulará o cooperativism o e outras form as de associativismo". Logo, também
| está correto.
DIREITO C O N S T IT U C IO N A L Questões .cómentadjas ~ FGV

g O item III está iguaimente correto. O solo não se confunde com os recursos que ali estão.
é com pletamente legítimo que o solo pertença a uma pessoa e os recursos pertençam à
| União (CF, art. 176). Porém, lembramos que a Constituição garante que este proprietário
l do solo tenha uma participação nos resultados (C R art. 176, § 2.°}.
■ •í Gabarito: Letra E.

0 (FGV/Analista de Controle Interno - SAD - PE/2008) A respeito das normas


constitucionais que regem a ordem econômica brasileira, analise as afirma­
tivas a seguir:
I. A exploração direta da atividade econômica é atribuída pela Constituição à iniciativa
privada e às empresas estatais, indistintamente.
II. As empresas públicas e sociedades de economia mista que explorem atividade econômica
em sentido estrito estão sujeitas ao regime jurídico próprio das empresas privadas, não
podendo gozar de privilégios fiscais não extensivos às mesmas.
III. Aos empregados das em presas públicas e sociedades de economia mista que explorem
atividade econômica em sentido estrito aplíca-se o regime de trabalho celetista, sendo
dispensável a realização de concurso público para contratação de pessoal.
IV. O estatuto jurídico de empresas públicas e de sociedades de econom ia mista que
explorem atividade econômica será instituído por lei, que deve dispor inclusive sobre a
constituição e funcionamento dos conselhos administrativo e fiscal dessas empresas.
Assinale:
a) se somente a afirm ativa II estiver correta.
b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
c) se somente as afirmativas II e IV estiverem corretas.
d) se somente as afirmativas III e IV estiverem corretas.
e) se somente as afirmativas I, II e III estiverem corretas.

| Segundo o art. 174 da Constituição, o Estado atuará (normalm ente) como agente nor-
| mativo e regulador da atividade econômica. E poderá ainda (excepcionalm ente) explorar
% diretamente a atividade econômica, mas essa exploração de atividade econômica está
II condicionada a um requisito: deve ser necessária aos imperativos da segurança nacional
I ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei (CF, art. 173).
| Desta forma, erra o item I, que colocou a atividade econômica exercida pelo Estado da
§ mesma forma que iniciativa privada.
I O item II está correto. Vim os que o Estado pode explorar atividade econômica se esta
p for necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo,
| conforme definidos em lei. Para explorar essa atividade econômica, o Estado então irá
| instituir uma empresa pública ou uma sociedade de econom ia mista. As em presas públi-
| cas e sociedades de economia mista não são instituídas necessariamente para explorar
| atividade econômica, elas podem ser prestadoras de serviços públicos. Porém, caso
£ sejam exploradoras de atividade econômica, a Constituição estabelece que elas não
| podem ser favorecidas em relação às demais empresas privadas, pois isso iria contrariar
| a livre concorrência. Assim, então, dispõe o art. 173, § 2.°: “as empresas públicas e as
5 sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos
| às do setor privado” .
| O item III, por sua vez, está incorreto. O art. 176 da Constituição, em seu § 1.°, dispõe
| que a lei deve estabelecer o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de eco-
I’ nomia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou
I comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:
Cap. 1 1 - ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA E; ÒftDEM SÒCiAL

| I - sua funçao social e formas de fiscalização pe/o Estado e pela sociedade;


| / / - a s u je iç ã o a o re g im e ju r íd ic o p ró p r io d a s e m p re s a s p riv a d a s , in c lu s iv e q u a n to
| aos d ire ito s e o b rig a ç õ e s c iv is , c o m e rc ia is , tr a b a lh is ta s e trib u tá rio s ;
| III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os
;• princípios da administração pública;
| IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com
| a participação de acionistas minoritários;
| V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administra-
| dores.

| Daí tiram os que realm ente os trabalhadores das EP e SEM são celetistas, já que essas
empresas devem observar o regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive
I! quanto às obrigações trabalhistas. O erro da questão vem depois, quando diz: “sendo
| dispensável a realização de concurso público para contratação de pessoai". O concurso
| púbiico não é dispensável, pois, embora as empresas estejam sujeitas às obrigações da
a CLT, o a r t 37 da Constituição dispõe, em seu inciso I!, que a investidura em cargo ou
| emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de
f provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na
| forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em
| lei de livre nomeação e exoneração.
| O item IV está correto. Ao analisarm os o item anterior, vimos que esta é a disposição
| que nos traz o art. 176, § 1.°, I V, da Constituição.

| Gabarito: Letra C.

ü (FGV/Juiz Substituto - TJ PA/2008) Com base na Constituição da República


Federativa do Brasil de 1988 e suas atualizações, assinale a alternativa
correta.
a) Conform e a Constituição Federal, são princípios da ordem econômica a soberania
nacional, a propriedade privada, a função social da propriedade, a livre concorrência,
a defesa do consumidor, a defesa do meio ambiente, a redução das desigualda­
des regionais e sociais, busca do pleno emprego, tratamento favorecido para as
empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras que tenham sua
sede e administração no País.
b) A função social da propriedade encontra-se no texto da Constituição Federal no
artigo 5.°, inciso X il, e, ainda, é princípio da or dem econômica. Isso refiete a
face neoíiberal da Constituição Federal de 1988, denominada de “Constituição
Cidadã”.
c) Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá,
na forma de lei complementar, apenas as funções de incentivo e planejamento,
sendo este indicativo para o setor público e determ inante para o setor privado.
d) Ressalvados os casos previstos na própria Constituição Federal, a exploração
direta e indireta de atividade econômica peio Estado só será permitida quando
necessária aos imperativos da segurança naciona! ou a relevante interesse coletivo
das minorias, conforme definidos em lei.
e) As empresas públicas e as sociedades de economia mista só poderão gozar de
privilégios fiscais não extensivos às do setor privado, na hipótese de abuso do
poder econômico por parte destas.

§ Os princípios gerais da atividade econômica estão dispostos em um rol no art. 170 da


I Constituição. São eles:
134 . DIREITO CONSTITUCIONAL - Questões cornentadaé ~ FGV"

I - soberania nacional;
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
IV - livre concorrência;
V - defesa do consumidor;
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme
o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e
prestação;
VII - redução das desigualdades regionais e sociais;
VIII ~ busca do pleno emprego;
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as
leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.

j. Assim, a letra A está correta, pois trouxe uma relaçao que contempla os 9 princípios
gerais da atividade econômica.
í A letra B está errada. Realmente a função social da propriedade encontra-se no art.
i 5.°, mas no inciso XXIII. O erro da questão, no e ntanto, é dizer que isso reflete a face
i “neoliberal" da Constituição. Isso não tem relação. A Constituição foi elaborada em um
í; modelo capitalista, tem cunho tipicamente capitalista e o liberalismo econômico estaria
^ assentado nos princípios da livre concorrência e livre iniciativa.
v A letra C está errada, pois, como já foi visto, o art. 174 da Constituição traz o mandam ento
pelo qual o Estado atuará como agente normativo e regulador da atividade econômica,
| e exercerá, na form a da lei - não precisa ser lei complem entar as funções de fis c a -
| lízação, incentivo e planejamento.
I A letra D tam bém está errada ao dizer “interesse coletivo das minorias”; o correto seria
í dizer “necessária aos imperativos da segurança naciona! ou a relevante interesse coletivo,
| conforme definidos em lei” (CF, art. 173).
| A letra E está errada pelo fato de que, para não contrariar a livre concorrência, as em-
| presas públicas e as sociedades de economia mista n ã o poderão gozar de privilégios
| fiscais não extensivos ás do setor privado (CF, art. 173, § 2.°), não existindo a frase: “na
| hipótese de abuso do poder econômico por parte destas” .

£ Gabarito: Letra A.

0 (FGV/Juiz Substituto — TJ MG/2008) Assinale a afirmativa incorreta.

a) Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de


estabelecim entos comerciais do mesmo ramo em determinada área.
b) Segundo jurisprudência dos Tribunais S uperiores, as concessionárias de serviço
de telefonia não possuem exclusividade para edita r listas ou catálogos telefônicos,
pois se o tivessem haveria violação ao principio da livre concorrência.
c) A fixação de horário de funcionamento para o comércio dentro da área municipal
pode ser feita por lei local, visando ao interesse do consum idor e evitando a
dom inação do mercado por oligopólio.
d)Entre os princípios gerais da atividade econômica está o da defesa do meio
ambiente, lato sensu , ou seja, abrangendo a noção de meio am biente natural,
cultural, artificiai e laborai.
; Cap. 11 ÒRDEMECONÔMICA E FiNANÇEIRÁ E-.ÇRDEiyl SÓCÍAU 135

e) Segundo jurisprudência dos Tribunais Superiores, é inconstitucional iei que assegura


gratuidade dos transportes públicos urbanos aos que têm mais de 65 anos, por
ferir os princípios constitucionais da livre iniciativa e livre concorrência, princípios
gerais da atividade econômica.

| A Setra A está correta, pois tra z o teor da Súmula 646 do STF: “Ofende o princípio da
| livre concorrência a lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais
| do mesmo ramo em determ inada área”.
I A Letra B também está correta. Nas paiavras do STF, “se, por um lado, a publicação e
| distribuição de listas ou catálogos telefônicos constituía um ônus das concessionárias de
| serviço de telefonia - que podem cumpri-lo com ou sem a veiculação de publicidade - não
| se pode dizer que estas tinham exclusividade para fazê-io"1. Sendo assim, o art. 2.° da
| Lei 6.874/1980, que conferia essa exclusividade, era inconstitucional - tendo em vista a
1 Carta de 1969 na medida em que institui reserva de mercado para a comercialização
| das listas telefônicas em favor das empresas concessionárias.
| A letra C tam bém está correta e trata de jurisprudência sumulada, agora na Súmula 645
| do STF: “ É com petente o M unicípio para fixar horário de funcionamento de estabeieci-
I mento com ercial” .
14
% A Setra D é correta. Como vim os, os princípios gerais da atividade econômica estao
| dispostos em um rol no art. 170 da Constituição. Entre estes princípios encontramos a
| defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto
| ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação. Dou-
| trinariamente, entende-se que esse meio ambiente deve ser entendido de forma ampla
| {lato sensu ), englobando não só o meio ambiente naturai, mas também o meio ambiente
1 do trabalho, o cultura! e o artificial.
| A letra E é o gabarito da questão. É incabível dizer que é inconstitucional iei que asse-
| gura gratuidade dos transportes públicos urbanos aos que têm mais de 65 anos, já que
íf a própria Constituição Federai, em seu art. 230, § 2.°, dispõe que aos maiores de 65
| anos é garantida a gratuidade dos transportes coletivos urbanos.
K
8
Gabarito: Letra E.

ü (FGV/Jutz Substituto - TJ-MS/2008 - Adaptada2) O direito de propriedade é


garantido peía Constituição Federal, devendo a propriedade urbana ou rural
atender a sua função social, definida esta igualmente para ambas (Certo/
Errado).
| Segundo a Constituição Federal, em seu art. 5.°, XX! 1, é garantido o direito de proprieda-
| de. O inciso XXIII traz uma condição: a propriedade atenderá a sua função social.
I A Constituição, em seu texto, cuidou de estabelecer de que forma essa função social
| será cumprida, então, em seus artigos 182 e 186, dispôs que a função social é cumprida
| da seguinte maneira:

I * propriedade urbana: quando atende às exigências fundam entais de ordenação da


I cidade expressas no plano diretor.
| • propriedade rural: quando atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de
| exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:

1 R E 1 5 8 .6 7 6 /M G - M in a s G e r a is - R e la to r (a ): M in . O c ta v io G a llo ttí - R e la to r (a ) p / a có r d ã o :
M in . S e p ú lv e d a P e r t e n c e - J u lg a m e n to : 1 4 .0 8 .2 0 0 7 .
2 A d a p ta ç ã o s e f e z n e c e s s á r ia p ara f in s d e s e p a r a ç ã o c o rreta d o s te m a s.
:;DIRÉÍTÒ:% Ò N S T ÍfÜ C IÕ N ^ ''^ i:'ÓÍiésfõss;-'OTrneniíadas:;“

| • aproveitamento racionai e adequado;


i » utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio am-
| biente;
| • observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
I • exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.

| Desta forma, erra a questão ao dizer que a função social está definida igualmente para
| a propriedade urbana e para a rural.

I Gabarito: Errado.

0 (FGV/Auditor - TCM-RJ/2008) Os recursos provenientes para a realização de


despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral de previ­
dência social não pode ter como fonte as contribuições sobre:
a) receita.
b) foíha de salário.
c) faturamento.
d) concurso de prognóstico.
e) lucro.

| Segundo o art. 195 da Constituição Federal, a seguridade social - que é o conjunto formado
| por Previdência Social, Assistência Social e Saúde - será financiada por toda a sociedade,
S de forma direta e indireta, nos termos da iei. Esse financiamento ocorre mediante recursos
| provenientes dos orçamentos de todos os entes da federação (União, Estados, Distrito
fí Federa! e Municípios), e também por meio de quatro “classes” de contribuições sociais:
I
| 1.a Contribuição do Empregador (e da empresa ou da entidade a ela equiparada na
£ forma da lei) - serão as incidentes sobre:

| a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer


| título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
| b) a receita ou o faturamento;
| c) o lucro.

| 2.a Contribuição do Trabalhador (e dos demais segurados da previdência social).

I Obs. - Não incide esta contribuição sobre a aposentadoria e a pensão concedidas pelo
| regime gerai de previdência sociai.

| 3.a Contribuição sobre a receita de concursos de prognósticos (Concurso de prog-


| nósticos é qualquer sorteio de números ou símbolos, com o as loterias).

| 4.a Contribuição do importador de bens ou serviços do exterior (ou de quem a lei


| a ele equiparar).
| As contribuições do em pregador sobre a fo lh a de s a lá rio s e a contribuição do tra b a -
| lh a d o r são chamadas de “contribuições previdenciárias” . Isso porque, segundo o art.
| 167, XI, da Constituição, é vedada a utilização dos recursos provenientes destas para
| realizar qualquer despesa que não seja o pagamento de benefícios do regime geral de
| previdência social.

% Gabarito: Letra B.
- ORDEM ECONÔMICA E F iN À N C E II^ ^

GABARITO

1. E 3. A . 5. Errado

2. C ■ 4. E 6. B
B IB L IO G R A F IA

A L E X A N D R E , R ic a r d o . Direito tributário esquematizado. 3 . e d . R io d e J a n eiro : M é ­


tod o , 2 0 0 8 .

A L E X A N D R I N O , M a r c e lo & P A U L O , V ic e n te . Direito administrativov 13 . ed . N ite r ó i:


I m p e tu s , 2 0 0 7 .

------- .Direito constitucional descomplicado. 2 . e d . N ite r ó i: I m p e tu s , 2 0 0 8 .


A R A Ú J O , J a c k s o n B o r g e s d e. Legitimação da Constituição e soberania popular. S ã o
P a u lo : M é t o d o , 2 0 0 6 .

B O B B I O , N o b e r to . A era dos direitos. 5 . e d . R io d e Ja n eiro: C a m p u s , 2 0 0 4 .


B O N A V ID E S, P a u lo . Curso de direito constitucional. 12. e d . S ã o P a u lo : M a lh e ir o s ,
2002.

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