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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _ VARA CRIMINAL

DA COMARCA DE MONTES CLAROS-MG

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS representado pela


Promotora de Justiça signatária, no uso de suas atribuições legais notadamente
conferidas pelo art.129, I, CF/88 e art.41, CPP, em face do Inquérito Policial
registrado sob o n° 013/2020, vem, respeitosamente, perante este insigne Juízo,
propor ação pública incondicionada, oferecendo DENÚNCIA em face do indiciado
JOÃO JOSÉ MANOEL, brasileiro, solteiro, vendedor ambulante, nascido em
15.07.1970, RG n° xx e CPF n° xx, filho de xx e de xx, residente na Rua das
Caiçaras, n° 30, Canelas, Montes Claros, CEP xx, em razão dos fatos a seguir
descritos:

I - FATOS

Consta no aludido Inquérito Policial anexado que, no dia 10 de março do ano


corrente, os policiais civis Mário (Agente de polícia civil lotado na 24ª DP em Montes
Claros) e Zilton (também Agente de polícia civil lotado na 24ª DP em Montes Claros),
procedendo a investigações, tomaram conhecimento da ocorrência de infração
penal, qual seja, subtração de veículo de transporte e respectiva carga, com
emprego de arma de fogo, praticado pelo indiciado João José Manoel.

O veículo de transporte, um caminhão da marca FORD, placa CLK2030, chassis


123456, foi localizado estacionado na Avenida Deputado Esteves Rodrigues, cidade
de Montes Claros-MG, no qual o motorista Otávio Francisco disse aos policiais ter
sido pago para retirar o veículo dali, levando-o ao endereço onde se encontrava
João José Manoel. Também afirmou desconhecer que o veículo e sua carga era
objeto de crime.

Deste modo, após oitiva do referido motorista pela autoridade policial, oportunidade
em que confirmou as declarações prestadas aos agentes Mário e Zilton, e lavrado o
auto de apreensão do veículo, conseguiu-se mandado de busca e apreensão a ser
efetivado na residência de João José Manoel.
Outrossim, na residência de João José Manoel foi encontrada parte da carga
subtraída, bem como uma arma de fogo de uso permitido (mas em desacordo com
determinação legal ou regulamentar), objetos igualmente apreendidos.

Por conseguinte, a vítima Pedro Francisco Jorge (brasileiro, casado, residente na


rua das abóboras, n° 24, Morrinhos, Montes Claros), inquirida, reconheceu o seu
veículo, que lhe foi devolvido (Auto de Entrega n° 54631), bem como parte da carga,
pertencente a terceiros para os quais fazia um frete. Por fotografias que lhe foram
mostradas, reconheceu o suspeito João José Manoel, pessoa já condenada por
outros delitos, como sendo o autor do roubo, ocorrido dias antes.

Inquirida a testemunha Maria Tereza Calcutá, brasileira, casada, residente na rua


das melancias, n° 23, Morrinhos, Montes Claros, declarou que “no dia 10/03/2020,
quando se dirigia ao trabalho, avistou um caminhão parado na esquina da rua das
amélias, bairro Morrinhos, e presenciou a vítima Pedro Francisco Jorge sendo
ameaçado com arma de fogo; que a vítima Pedro ficou caído no chão enquanto o
agressor arrancou com o caminhão em alta velocidade”.

Noutra oportunidade, colhida a prova, nos termos dos Artigos 226/228, a testemunha
Maria Tereza apontou o indiciado como sendo, “sem sombra de dúvidas, a pessoa
que ameaçou a vítima Pedro Francisco com arma de fogo e saiu em disparada na
condução do caminhão”.

Destarte, João José Manoel foi formalmente indiciado pelo crime de roubo, com
fundamento no Artigo 157, caput, do Código Penal Brasileiro, in verbis:

Art. 157. Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave
ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à
impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

Bem como o § 2°-A, inciso I, deste mesmo dispositivo legal, assim dispondo:

§ 2°-A. A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços):  I – se a violência ou ameaça é


exercida com emprego de arma de fogo.

Ademais, em seu interrogatório na fase policial, João José Manoel confessou a


prática delitiva e afirmou que a arma apreendida em sua residência foi por ele
utilizada na prática criminosa.
II - REQUERIMENTO

Ante todo o exposto, não resta dúvida de o indiciado estar incurso nas sanções do
Artigo 157, caput e § 2°-A do Código Penal e, portanto, requer-se que seja citado
para que responda à esta acusação e compareça ao interrogatório em data e hora
designada por este Juízo. Também se requer que as testemunhas abaixo arroladas
sejam intimadas a depor e, corroborando-se o que infere até aqui, seja João José
Manoel condenado nos termos da lei.

Por fim, tendo em vista que a ação do indiciado causou dano à vítima, pede, ainda,
que seja fixado valor mínimo para reparação de todos os danos materiais e morais
sofridos em valor justo e razoável, nos termos do Artigo 387, IV, do Código de
Processo Penal.

Montes Claros, 18 de abril de 2020

Isabela Almeida Martins Castro


Promotora de Justiça

ROL DE TESTEMUNHAS:

1°. Maria Tereza Calcutá, brasileira, casada, residente na rua das melancias, n° 23,
Morrinhos, Montes Claros.

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