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Pimentel 

Filho

CURSO COMPLETO DE

REDAÇÃO
ATUAL

EM 7 LIÇÕES
Um texto dirigido à auto­aprendizagem de redação.

A nova maneira de redigir em grande estilo!
Pimentel Filho

Curso completo de redação atual em 7 lições – um texto dirigido à auto­
aprendizagem de redação.  Pimentel Filho; 2010.
     419 p.
1. Redação.  2. Dissertação.  3. Texto dissertativo.  4.  Curso de redação em 7 
lições.  5. Curso a distância de redação.  6.  Curso de redação para o terceiro 
grau.  7. Redação técnica.  8. Curso de redação para o ensino superior.  9. Curso 
corporativo de redação.  10. Redação para concursos e vestibulares.
Para a reduzida população dos que não desistem e lutam por um ideal legítimo.
2010  Método Supremum de Redação
SC, Brasil

Pimentel Filho

Área Educação / Ciências Humanas / Ensino Superior
Ensino a distância de redação

Publicação mediante expressa autorização do autor

Obra registrada na FBN
ÍNDICE

Introdução
Um livro para você acabar de escrever................................................................................... 9

LIÇÃO 1 – Tópicos do tema
Apresentação........................................................................................................................... 10
Tópicos referentes ao tema..................................................................................................... 13
Destacar tópicos relacionados ao tema – Exercício 1............................................................. 14
Levantar tópicos relacionados ao tema I – Exercício 2.......................................................... 18
Levantar tópicos relacionados ao tema II – Exercício 3......................................................... 21
Perspectivas de um tema......................................................................................................... 25
Classificar os tópicos levantados de diferentes perspectivas do tema – Exercício 4.............. 27
Escrever tópicos obtidos de diferentes perspectivas – Exercício 5......................................... 33
Levantar tópicos obtidos de diferentes perspectivas – Exercício 6........................................ 36
Conformidade entre os tópicos e o interesse do leitor............................................................ 40
Reconhecer o tópico mais apropriado ao leitor – Exercício 7................................................ 42
Levantar tópicos apropriados ao seu público­alvo (leitores) I – Exercício 8......................... 49
Levantar tópicos apropriados aos seus leitores II – Exercício 9............................................. 53
Tópicos criativos..................................................................................................................... 56
Descobrir tópicos criativos – Exercício 10............................................................................. 58
Escrever tópicos criativos – Exercício 11............................................................................... 62
Consolidar a habilidade em construir tópicos – Exercício 12................................................. 65

LIÇÃO 2 – Sentença­tese
Apresentação.......................................................................................................................... 69
Identificar, na sentença­tese, a finalidade da dissertação, em função do tópico e de 
interesse do público­alvo – Exercício 13................................................................................ 75
Determinar a finalidade de uma redação – Exercício 14........................................................ 81
Desenvolver sentenças­tese com base na finalidade da dissertação – Exercício 15............... 84
A clareza da sentença­tese..................................................................................................... 90
Determinar sentenças­tese escritas com clareza – Exercício 16 ............................................ 92
Escrever sentenças­tese com clareza – Exercício 17.............................................................. 99
Sentença­tese criativa.............................................................................................................. 103
Determinar sentenças­tese criativas – Exercício 18................................................................ 104
Dar exemplos de sentenças­tese criativas – Exercício 19....................................................... 110
LIÇÃO 3 – Sentença inicial
Apresentação.......................................................................................................................... 115
Tipos de sentenças iniciais..................................................................................................... 118
Reconhecer os tipos de sentenças iniciais – Exercício 20...................................................... 120
Acrescentar exemplos de tipos de sentença inicial – Exercício 21......................................... 125
Desenvolver sentenças iniciais – Exercício 22....................................................................... 130
Sentenças iniciais criativas.................................................................................................... 134
Reconhecer sentenças iniciais criativas – Exercício 23.......................................................... 136
Acrescentar um exemplo de sentença inicial criativa – Exercício 24..................................... 141
Escrever sentenças iniciais criativas – Exercício 25............................................................... 145

LIÇÃO 4 – Sentenças de desenvolvimento do parágrafo inicial
Apresentação.......................................................................................................................... 149
Reconhecer as sentenças de desenvolvimento desnecessárias – Exercício 26....................... 159
Escrever sentenças de desenvolvimento – Exercício 27......................................................... 168
Táticas para escrever sentenças de desenvolvimento ............................................................ 174
Reconhecer táticas utilizadas para escrever sentenças de desenvolvimento – Exercício 28.. 179
Escrever exemplos de táticas utilizadas nas sentenças de desenvolvimento – Exercício 29.. 187
Escrever sentenças de desenvolvimento, estabelecendo a conexão entre a sentença inicial 
e a sentença­tese – Exercício 30............................................................................................. 193
Coesão, clareza e coerência das sentenças de desenvolvimento............................................. 199
Reconhecer sentenças de desenvolvimento coesas, claras e coerentes – Exercício 31.......... 201
Reescritura de “sentenças de desenvolvimento” do parágrafo inicial mantendo­se o 
sentido original........................................................................................................................ 207
Reescrever as “sentenças de desenvolvimento” dos parágrafos iniciais mantendo­se o 
sentido original – Exercício 32............................................................................................... 209
Sentenças de desenvolvimento criativas................................................................................. 220
Figuras de palavras................................................................................................................. 220
Figuras de construção (ou de sintaxe)..................................................................................... 224
Figuras de pensamento............................................................................................................ 229
Escrever parágrafos iniciais criativos – Exercício 33............................................................. 236

LIÇÃO 5 – Sentenças­base dos parágrafos interpostos
Apresentação........................................................................................................................... 242
Relação das sentenças­base com a ideia contida na sentença­tese......................................... 245
Reconhecer aspectos em desconformidade com a sentença­tese – Exercício 34................... 249
Levantar aspectos em conformidade com a sentença­tese – Exercício 35............................. 254
Espécies de sentenças­base..................................................................................................... 259
Reconhecer as espécies de sentenças­base – Exercício 36..................................................... 261
Escrever sentenças­base – Exercício 37................................................................................. 266
A criatividade na escritura de sentenças­base vinculada à coesão, clareza e coerência......... 272
Reconhecer sentenças­base adequadas e inadequadas, tendo em vista a coesão, clareza, 
coerência e correspondência ao público­alvo – Exercício 38................................................. 275
Escrever sentenças­base coesas, claras, coerentes e correspondentes ao público­alvo – 
Exercício 39............................................................................................................................ 281

LIÇÃO 6 – Sentenças de desenvolvimento dos parágrafos interpostos
Apresentação........................................................................................................................... 286
Identificando sentenças de desenvolvimento não relacionadas à sentença­base – Exercício 
40............................................................................................................................................. 296
Elaborar “sentenças de desenvolvimento” de parágrafos interpostos – Exercício 41............ 304
Táticas de elaboração de  “sentenças de desenvolvimento” de parágrafos interpostos.......... 312
Escrever parágrafos interpostos variando as táticas de elaboração de  “sentenças de 
desenvolvimento” – Exercício 42........................................................................................... 315
Sentenças de desenvolvimento coesas, claras e coerentes...................................................... 323
Reconhecer parágrafos interpostos com sentenças de desenvolvimento com problema de 
coesão, clareza e coerência – Exercício 43 ............................................................................ 325
Escrever parágrafos interpostos com sentenças de desenvolvimento coesas, claras e 
coerentes – Exercício 44......................................................................................................... 334
Táticas complementares de elaboração de  “sentenças de desenvolvimento” de parágrafos 
interpostos............................................................................................................................... 342
Elaborar parágrafos interpostos a partir do parágrafo inicial – Exercício 45......................... 353

LIÇÃO 7 – Parágrafo final
Apresentação........................................................................................................................... 363
Retorno à sentença­tese........................................................................................................... 368
Recuperar a sentença­tese no parágrafo final – Exercício 46................................................. 369
Retornar aos parágrafos interpostos........................................................................................ 384
Recuperar as principais sentenças­base dos parágrafos interpostos – Exercício 47............... 386
Reescrever a sentença­tese e as sentenças­base (que quiser evidenciar) dos parágrafos 
interpostos e, finalmente, ligá­las em sequência, elaborando o parágrafo final – Exercício 
48 ............................................................................................................................................ 400
Palavras finais sobre redação.................................................................................................. 418
INTRODUÇÃO

UM LIVRO PARA VOCÊ ACABAR DE ESCREVER

Você tem às mãos um curso sob a forma de um livro, porém incompleto.  Não se desespere!   Se 
este livro estivesse totalmente escrito, ele pouco ou nenhum valor teria para o propósito para o qual 
foi criado.  Nada mais justo imputar a responsabilidade de acabar de escrever este livro a quem se 
dispõe a se tornar um habilidoso redator: Você!  Dizemos isso a fim de que você seja avisado, desde 
agora, de que o presente trabalho não é uma obra editorial nem literária, para se ter numa estante de 
biblioteca, porém um curso eminentemente prático, capaz de dar­lhe aptidão para escrever redações 
com notável desenvoltura e elegância. 

Procurou­se, aqui, eliminar os excessos inerentes à linguagem acadêmica, uma vez que não estamos 
comprometidos com nenhuma escola e nosso objetivo único é lhe mostrar que existe uma técnica, 
isto é, um caminho coerente e previsível para escrever excelentes textos dissertativos.  Depois que 
você conhecer esse caminho, você entenderá perfeitamente a diferença entre um texto profissional, 
bem escrito, atraente, de outro rebuscado e chato.

Quando a finalidade é partir para a prática e ir logo para o “vamos ver”, não se tem muito para 
dizer, mas sim para fazer.  Por isso, encerra­se, aqui, essa introdução, que poderia até ser 
dispensada, mas não o foi por razões óbvias, especialmente para lhe dar as boas­vindas.

O autor

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LIÇÃO 1 Tópicos do tema 

APRESENTAÇÃO

Antes de começar a escrever, você já deve saber sobre o que, precisamente, irá escrever.  Esse é o 
primeiro passo para a boa redação.  Não se deve iniciar uma redação com base numa ideia 
indeterminada, acreditando que, com o passar dos primeiros minutos, sua ideia se defina e a escrita 
tome, automaticamente, o rumo que se espera de uma ótima dissertação.  Na prática, é necessário 
que você especifique a ideia indeterminada, isto é, defina o tema sobre o qual fará a sua dissertação. 

O que quer dizer especificar o tema?  Quer dizer propor aspectos mais limitados do tema, 
denominados tópicos do tema;  e optar apenas por um, sobre o qual redigirá.  Para você ter uma 
ideia do que seja especificar o tema, vamos supor que lhe fosse dado o tema “esporte” para fazer 
uma dissertação.  A partir desse tema poderia propor tópicos como:

► Novas práticas para se manter em forma.
► A dura disciplina de um atleta.
► Futebol, a paixão popular.
► É preciso um treinador para se tornar um atleta?

Pelas propostas acima, percebe­se que a especificação do tema o torna limitado.  Tópico é sinônimo 
de lugar, local, por isso a sua “posição” diante de terminado tema é que irá especificar o tópico, que 
nada mais é senão a perspectiva pelo qual você vê o tema, um aspecto do tema segundo seu ponto 
de vista.

Bem, qual a razão para se especificar o tema em um ou vários tópicos?  A resposta está ligada a um 
alvo que você deve fixar, e não atirar em todas as direções.  Com um alvo em mente, você evitará 
pulverizar o assunto de sua redação, cujo caráter específico não só o dará mais direção às suas 
ideias, como também o conscientizará das inumeráveis possibilidades de tópicos que poderão 
existir.  Se você estabelecer um ponto, por meio do tópico, onde transcorrerá sua dissertação, seus 
leitores sentir­se­ão mais atraídos em sua leitura, pois terão um caminho definido para percorrer em 
vez de vagar errantes.

Nesta lição, portanto, nosso objetivo é aprender a propor aspectos de um tema, isto é, criar tópicos 
a partir de um tema dado e, em continuação, escolher o melhor tópico para escrever a redação, que 

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será um sucesso!

A seguir, apresentamos um modelo de dissertação.  Observe o tópico selecionado e a conformidade 
do texto com o tópico escolhido.

Tema: finanças.
Leitor(es): público em geral.

(Maria Irene Maluf, Na Poltrona)

AS BOAS LIÇÕES DE UMA CRISE FINANCEIRA

Toda crise pela qual passamos ─ seja na vida pessoal, profissional ou no âmbito social, político ou 
financeiro ─ diminui nossa segurança, cria dúvidas sobre o futuro, modifica o presente e nos faz 
refletir sobre como andamos agindo em relação à nossa economia, trabalho e família.

Quando a crise financeira atinge de modo muito sério a sociedade, imediatamente começam a se 
formar verdadeiras correntes de debates e opiniões que nos chegam de todos os lados: do jornal, da 
TV, do rádio e das conversas com familiares, amigos e companheiros de trabalho.  Algumas são 
apreciações ponderadas, outras nem tanto, pois há pessoas que encaram essa situação de 
anormalidade de forma excessivamente negativa, enquanto outros parecem não se dar conta de 
quanto sua vida pode ser afetada.

Se com os adultos é assim, compreende­se que com as crianças a situação seja ainda mais difícil, 
pois além de sua natural dificuldade para entender um assunto tão complexo, os pais nem sempre 
lhes explicam claramente o que está de fato ocorrendo e qual a perda que a família pode ter.  E 
nossos filhos não escutam comentários só em casa, mas também na rua, na escola, e são muitas as 
informações desencontradas para as quais em geral não estão preparados.

Muitas ideias começam a permear seu pensamento, a minar sua segurança, pois afinal dependem 
dos pais para tudo e se angustiam por não poder modificar a situação, que percebem ser de risco 
para toda a família.  Hoje, não é incomum perguntarem se terão de trocar uma escola pela outra, 
mais em conta, mais perto de casa, e até mesmo se terão de mudar de casa, pois o aluguel ficou 
muito além das posses da família.

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Crianças, independentemente do sexo e da idade, precisam de proteção e segurança para se 
desenvolver de modo equilibrado, ao lado de adultos que sirvam de interlocutores entre elas e a 
realidade desconhecida.  Adultos que, embora preocupados, estejam dispostos a lhes explicar por 
que não é possível neste momento, por exemplo, comprar a bicicleta prometida para o seu 
aniversário, nem fazer uma festa ou comprar roupas novas.

É nos momentos de crise que muitos pais se recordam de como teria sido bom se, desde cedo, 
tivessem se preocupado em dar informações e orientações aos filhos sobre educação financeira.

Mas nunca é tarde!  Vejamos como podemos começar a ensinar nossos filhos a compreender o valor 
não só do dinheiro, mas da economia, e fazê­los ter mais tranquilidade no futuro, quando novas 
crises aparecerem.  Lidar com o dinheiro é saudável, necessário e depende da criação de hábitos e 
de controle pessoal.  A primeira coisa que as crianças devem saber é que o dinheiro se obtém por 
intermédio do trabalho.  E que é para isso que ela estuda: para um dia ser um bom profissional, 
capaz de se sustentar.  A segunda lição diz respeito à economia que se faz ao cuidar bem do que 
temos e poupar.  Criar o hábito da poupança é fundamental: um cofrinho para moedas ajuda os 
pequenos a guardar uma parte da mesada, ou semanada, e ir juntando até conseguir uma quantia 
maior, que lhes permita comprar algo que queriam muito.  Ou até oferecer um presente a alguém. 
Isso vai ensiná­los a controlar o impulso de gastar à toa, tão comum em nossa sociedade.

Nessa mesma linha, devemos incutir a ideia da educação social, e ensinar que uma pequena parcela 
de sua economia, ou uma economia extra feita voluntariamente, pode ser oferecida para ajudar 
pessoas que estejam precisando.  Dessa maneira, nossas crianças vão percebendo o valor do 
dinheiro e a satisfação que podem sentir ao ajudar os outros.  Além de aprenderem a administrar 
suas finanças, elas começam a compreender seus próprios limites e os limites financeiros de suas 
famílias.

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Oferecendo as condições básicas dos tópicos de um tema

Com base numa percepção geral do que se leu na dissertação anterior, complete a sentença abaixo:

O requisito fundamental que assegura a qualidade dos tópicos é ...

A resposta que completa a frase acima é: “a sua relação com o tema.”

12
TÓPICOS REFERENTES AO TEMA

Escolhido o tema, ou determinado por alguém, o primeiro passo é levantar os tópicos preferidos por 
você e escrever sua redação com base nestes.  Pode ser, também, que os tópicos sejam pré­
estabelecidos.  De qualquer maneira, a condição básica para iniciar uma boa redação é verificar se 
os tópicos, escolhidos ou determinados, estejam relacionados ao tema.  Para se ter uma ideia do que 
isso significa, imagine que você deva escrever uma dissertação sobre o tema família, e lhe fossem 
dados os seguintes tópicos: O papel dos pais na educação da criança;  A célula da sociedade 
humana;  A convivência no lar;  A nova reforma tributária e o ICMS.  Espera­se que você tenha 
percebido que apenas um desses tópicos, que é “A nova reforma tributária e o ICMS”, não esteja 
relacionado ao tema família, embora num outro enfoque seja bem interessante abordá­lo. Você 
poderia fazer uma boa redação a partir de qualquer um dos três primeiros tópicos fornecidos, e o 
quarto e último tópico seria “descartado por não estar relacionado ao tema”.

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DESTACAR TÓPICOS NÃO RELACIONADOS AO TEMA

EXERCÍCIO 1

Identifique e assinale o tópico que NÃO esteja relacionado ao tema determinado, em negrito, no 
início de cada questão.

1. Tema: Concurso Público 

TÓPICO A ­ Não se deve contar com os chutes no dia da prova.
TÓPICO B ­ A preparação física e psicológica na véspera.
TÓPICO C ­ Petróleo, a moeda internacional.
TÓPICO D ­ Que responder primeiro — as questões mais fáceis ou as mais difíceis?

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2. Tema: Gripe Suína

TÓPICO A – A luta da ciência farmacêutica para a sobrevivência da humanidade.
TÓPICO B – Que deve ser feito para conter a propagação da doença?
TÓPICO C – São confiáveis as notícias dadas pelas autoridades da área da saúde?
TÓPICO D – A crise econômica e o esforço para se manter no emprego.

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3. Tema: Trabalho Escravo

TÓPICO A – A exploração do trabalhador do campo em fazendas clandestinas.
TÓPICO B –  A precária fiscalização do trabalho rural dá margem a relações ilegais de trabalho. 
TÓPICO C – A presença do homem no planeta Marte.
TÓPICO D – Lei Áurea, o fim do tráfico negreiro.

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4. Tema: Ecologia
TÓPICO A – Os benefícios da indústria da reciclagem.
TÓPICO B –  O fanatismo religioso.
TÓPICO C – Poluição ambiental.
TÓPICO D – Desmatamento.

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5. Tema: Infância

TÓPICO A – Puericultura.
TÓPICO B –  Surfe, o esporte dos boas­vidas.
TÓPICO C – Pedofilia, a expressão máxima da covardia.
TÓPICO D – Onde começa a educação?  Em casa ou na escola?

________________________________________

6. Tema: Religião

TÓPICO A – Serra Pelada, o eldorado Brasileiro.
TÓPICO B –  A exploração financeira de fiéis incautos.
TÓPICO C – Romeiros em busca de milagres.
TÓPICO D – Idolatria, a crença em estilo visual.

________________________________________

7. Tema: Mulher

TÓPICO A – A chegada do homem à Lua.
TÓPICO B –  Moda íntima.
TÓPICO C – Como vencer a TPM.
TÓPICO D – Cuidados com a maquiagem.

________________________________________

15
8. Tema: Literatura

TÓPICO A – Escritores brasileiros.
TÓPICO B –  O livro eletrônico.
TÓPICO C – Natação, um esporte quase perfeito.
TÓPICO D – Os melhores contos da atualidade.

________________________________________

9. Tema: Concurso Público

TÓPICO A – A forma mais justa de provimento de cargos públicos.
TÓPICO B –  O desmatamento da Amazônia.
TÓPICO C – A disciplina de português vem ganhando importância nas provas.
TÓPICO D – A alegria da notícia da aprovação.

________________________________________

10. Tema: Língua Portuguesa

TÓPICO A – O novo acordo ortográfico.
TÓPICO B –  Padrão culto na escrita.
TÓPICO C – Análise sintática e pontuação.
TÓPICO D – Os novos rumos da geologia.

0o0­0o0­0o0

16
Respostas:

1. C
2. D
3. C
4. B
5. B
6. A
7. A
8.C
9. B
10. D

17
LEVANTAR TÓPICOS RELACIONADOS AO TEMA  I

EXERCÍCIO 2

Com base no tema fornecido no início de cada questão, seguido pelo exemplo de tópico (letra “A”), 
levante os tópicos referentes às letras “B” e “C”, de maneira que estes mantenham relação lógica 
com o tema.

1. Tema: Televisão 

TÓPICO A – Os maus exemplos que vêm da telinha.
TÓPICO B – .........................................................................................................................................
TÓPICO C – .........................................................................................................................................

________________________________________

2. Tema: Artes 

TÓPICO A – A pintura como expressão cultural no Brasil.
TÓPICO B – .........................................................................................................................................
TÓPICO C – .........................................................................................................................................

________________________________________

3. Tema: Drogas 

TÓPICO A – O dilema de um viciado.
TÓPICO B – .........................................................................................................................................
TÓPICO C – .........................................................................................................................................

________________________________________

18
4. Tema: Família 

TÓPICO A – Lar de paz.
TÓPICO B – .........................................................................................................................................
TÓPICO C – .........................................................................................................................................

________________________________________

5. Tema: Trabalho 

TÓPICO A – Oportunidades no mercado para o profissional qualificado.
TÓPICO B – .........................................................................................................................................
TÓPICO C – .........................................................................................................................................

________________________________________

6. Tema: Justiça 

TÓPICO A – A lei e o seu cumprimento no Brasil.
TÓPICO B – .........................................................................................................................................
TÓPICO C – .........................................................................................................................................

________________________________________

7. Tema: Liberdade 

TÓPICO A – Deverá haver toque de recolher, à noite, para os adolescentes?
TÓPICO B – .........................................................................................................................................
TÓPICO C – .........................................................................................................................................

________________________________________

8. Tema: Tecnologia 

TÓPICO A – O celular revolucionou o mundo das comunicações interpessoais?
TÓPICO B ­ .........................................................................................................................................

19
TÓPICO C ­ .........................................................................................................................................

________________________________________

9. Tema: Educação 
TÓPICO A – Uma remuneração decente para o professor.
TÓPICO B – .........................................................................................................................................
TÓPICO C – .........................................................................................................................................

________________________________________

10. Tema: Saúde 

TÓPICO A – O mau exemplo do hábito de fumar.
TÓPICO B – .........................................................................................................................................
TÓPICO C – .........................................................................................................................................

0o0­0o0­0o0

Devido ao caráter pessoal das resoluções das questões deste exercício, não se pode fornecer o 
respectivo gabarito.

20
LEVANTAR TÓPICOS RELACIONADOS AO TEMA  II

EXERCÍCIO 3

Prossiga, levantando tópicos a partir do tema e com este relacionados.  Agora, você fará o exercício 
de modo completo.

1. Tema: Televisão 

TÓPICO A – .........................................................................................................................................
TÓPICO B – .........................................................................................................................................
TÓPICO C – .........................................................................................................................................

________________________________________

2. Tema: O Dia da Prova 

TÓPICO A – .........................................................................................................................................
TÓPICO B – .........................................................................................................................................
TÓPICO C – .........................................................................................................................................

________________________________________

3. Tema: Amizade 

TÓPICO A – .........................................................................................................................................
TÓPICO B – .........................................................................................................................................
TÓPICO C – .........................................................................................................................................

________________________________________

21
4. Tema: Almoço de Domingo 

TÓPICO A – .........................................................................................................................................
TÓPICO B – .........................................................................................................................................
TÓPICO C – .........................................................................................................................................

________________________________________

5. Tema: A Arte de Escrever 

TÓPICO A – .........................................................................................................................................
TÓPICO B – .........................................................................................................................................
TÓPICO C – .........................................................................................................................................

________________________________________

6. Tema: O Hábito de Ler 

TÓPICO A – .........................................................................................................................................
TÓPICO B – .........................................................................................................................................
TÓPICO C – .........................................................................................................................................

________________________________________

7. Tema: A Língua Portuguesa na internet 

TÓPICO A – .........................................................................................................................................
TÓPICO B – .........................................................................................................................................
TÓPICO C – .........................................................................................................................................

________________________________________

8. Tema: Música 

TÓPICO A – .........................................................................................................................................
TÓPICO B – .........................................................................................................................................

22
TÓPICO C – .........................................................................................................................................

________________________________________

9. Tema: Juventude 

TÓPICO A – .........................................................................................................................................
TÓPICO B – .........................................................................................................................................
TÓPICO C – .........................................................................................................................................

________________________________________

10. Tema: História 

TÓPICO A – .........................................................................................................................................
TÓPICO B – .........................................................................................................................................
TÓPICO C – .........................................................................................................................................

0o0­0o0­0o0

No primeiro exercício, você teve um gabarito para conferir suas respostas.  Nas demais questões 
dos exercícios que se seguiram, feitos até aqui, você teve que avaliar seus resultados pela sua 
própria experiência, com base naquilo que lhe dissemos no início desta lição.  Esse tipo de auto­
avaliação ocorrerá diversas vezes neste curso.  Não se preocupe e não caia na armadilha de querer 
ser “perfeito”.  Somos muito críticos com nós mesmos.  Queremos fazer tudo com a perfeição de 
experientes escritores.  Devo­lhe dizer que “não é por aí” o caminho que deveremos seguir. 
Lembre­se, mesmo os mestres de redação acharam­se medíocres no início de sua brilhante 
trajetória.  O começo é árduo, pois qualquer proposta honesta é sempre muito trabalhosa.  Mas logo, 
você perceberá que os excelentes frutos não dependem mais de sua capacidade, mas sim de um 
breve intervalo de tempo.

23
A melhor maneira de se fazer uma auto­avaliação é guardar os exercícios feitos para um reexame 
após uma semana de sua realização.  Aí, sim!  Nesse reexame, você terá uma ideia mais próxima da 
realidade acerca de seu progresso.  Lembre­se, o segredo não está na perfeição em tudo que se faz, 
mas sim na progressão contínua de nossos trabalhos de aprendizagem.  Se você perceber que 
levantou algum tópico que não esteja relacionado ao tema, repita somente a questão equivocada. 
Em alguns dias de dedicação a este curso, você perceberá que já tem um caminho coerente para 
escrever suas redações.  Daí em diante, é só não tomar nenhum atalho e seguir na estrada principal 
que, juntos, traçaremos para você fazer dissertações atraentes.  Descanse um pouco, e vamos em 
frente!

24
PERSPECTIVAS DE UM TEMA

Um pintor, geralmente, escolhe um ponto que mais lhe agrada para observar aquilo que irá 
transportar para sua tela.  Chamamos esse ponto de perspectiva.  Se mudar o ponto do qual irá 
observar, a perspectiva será outra, e aquilo que observará será, também, diferente, como também 
será outro o resultado final de sua pintura.  É sempre possível observar algo de diferentes pontos. 
Cada ponto de observação corresponderá a um aspecto do que se observa.  Por exemplo, ao se 
observar uma casa, podemos evocar os mais variados aspectos como “o dia em que ficou pronta e a 
alegria que isso representou para seus proprietários”; “o dia em que será demolida”; “quantos 
prazeres, alegrias, aflições e tormentos foram e serão vividos em seu interior”; etc.  É claro, se você 
olhá­la do ponto de vista de “quando suas paredes começaram a ser erguidas” você não perceberá 
outros aspectos como, por exemplo, “a chegada dos primeiros moradores para ocupá­la”. 

Ao se escrever uma dissertação, temos que primeiramente definir a perspectiva pela qual 
abordaremos o tema.  Isso é o mesmo que dizer “escolher o aspecto”, “restringir as dimensões do 
tema”, e, na nossa linguagem técnica, “levantar o tópico”.  Um tópico é um aspecto do tema.  Se 
olharmos o tema de diferentes perspectivas, podemos observar distintos aspectos e, assim, levantar 
diferentes tópicos.  Desse modo, conclui­se que quanto mais habilidade desenvolvermos em 
observar um tema de diferentes perspectivas, mais facilidades teremos em levantar tópicos sobre o 
mesmo.

Os temas podem ser vistos por uma perspectiva social, política, econômica, histórica, religiosa, 
educacional etc.

________________________

A fim de rever e fixar melhor o que se disse acima, complete as frases a seguir, preenchendo os 
trechos pontilhados.

1.  Tópico de um tema é um de seus ..................., pelo qual pode ser observado.
2.  Levanta­se tópicos de um tema, vendo­o de diferentes ................
3.  Pode­se escrever sobre um tema por uma perspectiva ............, ............., ......... (citar
apenas três tipos).

25
Se as palavras ou expressões que você usou para preencher as lacunas das frases acima foram 
parecidas com:

aspectos, pontos de vista (para a frase 1);
aspectos, perspectivas, pontos de vista (para a frase 2)
social, filosófica, geográfica ou outras quaisquer (para a frase 3)

parabéns!  Você entendeu a base de nossa lição e o que iremos fazer neste segmento.  Vá em frente. 
Caso tenha se distanciado muito das sugestões de resposta dadas acima, releia o texto inicial deste 
segmento, repita o exercício em questão e prossiga na leitura.

26
CLASSIFICAR OS TÓPICOS LEVANTADOS DE DIFERENTES 
PERSPECTIVAS DO TEMA

EXERCÍCIO 4

Aprendeu­se que levantar um tópico é restringir o aspecto de um tema, observando­se este de 
diferentes perspectivas, as quais podem ser: econômica, educacional, política, social, religiosa, 
policial, filosófica, histórica, profissional etc.  Vamos, agora, conhecer o lado prático desta questão. 
A seguir, ser­lhe­ão fornecidos dez temas, acompanhados de dois tópicos cada um.  Escreva, na 
linha pontilhada entre parênteses, a perspectiva da qual foi observado o referido tema.

EXEMPLO. Tema: Televisão 

TÓPICO A – A televisão e sua contribuição para a sexualidade precoce.  (SEXUAL)
TÓPICO B –  O horário eleitoral gratuito no rádio e TV contribui para a conscientização política do 
povo brasileiro?  (POLÍTICA)

________________________________________

1. Tema: Religião 

TÓPICO A – A religião e o convívio harmonioso na sociedade.  (...............)  
TÓPICO B –  O engodo para obter dinheiro em troca da salvação da alma é um caso de polícia. 
(...............)  

________________________________________

2. Tema: Educação 

TÓPICO A – O preço da mensalidade escolar está pela hora da morte.  (...............)  
TÓPICO B –  As aulas de religião devem ser proibidas.  (...............)  

________________________________________

27
3. Tema: Violência 

TÓPICO A – A violência nos gramados tira o brilho do futebol.  (...............)  
TÓPICO B –  O custo da violência para os cofres públicos.  (...............)  

________________________________________

4. Tema:  Turismo

TÓPICO A – Como ganhar dinheiro com o turismo.  (...............)  
TÓPICO B –  Cursos para capacitação de agentes da área de turismo.  (...............)  

________________________________________

5. Tema:  Arte

TÓPICO A – Novelas de televisão, a pornografia da arte.  (...............)  
TÓPICO B –  Os 10 filmes mais famosos.  (...............)  

________________________________________

6. Tema:  Anos 70

TÓPICO A – Relembrando o tempo da jovem­guarda.  (...............)  
TÓPICO B –  A ditadura, como sistema de governo.  (...............)  

________________________________________

7. Tema:  Diversão
TÓPICO A – Futebol, o esporte do povão.  (...............)  
TÓPICO B –  O teatro chega ao povo.  (...............)  

________________________________________

28
8. Tema:  Alimentação

TÓPICO A – Os riscos dos regimes sem controle médico.  (...............)  
TÓPICO B –  Produzir mais alimentos em áreas agrícolas menores.  (...............)  

________________________________________

9. Tema:  Alcoolismo

TÓPICO A – O vício da bebida e a coletividade.  (...............)  
TÓPICO B –  Os efeitos do álcool no organismo humano.  (...............)  

________________________________________

10. Tema:  Guerra

TÓPICO A – Os Estados Unidos obtêm vantagens econômicas com suas guerras?  (...............)  
TÓPICO B –  Quem perde é sempre o povo.  (...............)  

0O0­0O0­0O0

29
Gabarito e avaliação do exercício anterior: 

1. Tema: Religião 

TÓPICO A – SOCIAL
TÓPICO B –  POLICIAL

________________________________________

2. Tema: Educação 
TÓPICO A – ECONOMIA
TÓPICO B –  RELIGIÃO

________________________________________

3. Tema: Violência 

TÓPICO A – ESPORTE
TÓPICO B –  ECONOMIA

________________________________________

4. Tema:  Turismo

TÓPICO A – ECONOMIA
TÓPICO B –  PROFISSIONAL

________________________________________

5. Tema:  Arte

TÓPICO A – TELEVISÃO
TÓPICO B –  CINEMA

________________________________________

6. Tema:  Anos 70

TÓPICO A – SAUDADE

30
TÓPICO B –  POLÍTICA

________________________________________

7. Tema:  Diversão
TÓPICO A – FUTEBOL
TÓPICO B –  CULTURA

________________________________________

8. Tema:  Alimentação

TÓPICO A – SAÚDE
TÓPICO B –  AGRICULTURA

________________________________________

9. Tema:  Alcoolismo

TÓPICO A – SOCIAL
TÓPICO B –  SAÚDE

________________________________________

10. Tema:  Guerra

TÓPICO A – ECONOMIA INTERNACIONAL
TÓPICO B –  SOCIAL

0o0­0o0­0o0

31
Avaliação dos resultados do exercício anterior

Não é necessário que suas respostas sejam literalmente iguais  às que apresentamos acima.  O que 
importa é que você tenha percebido a ideia que o tópico representa.  Por exemplo, se nossa resposta 
é “finanças” e você escreveu “economia”, considere certa a sua resposta, pois você entendeu a ideia 
e o aspecto pelo qual foi definido o tópico em questão.  Se você acertou:

de 1 a 5 respostas: repita o exercício e prossiga.
de 6 a 10 respostas: você “leva jeito pra coisa”, prossiga.
de 10 a 15 respostas: sua capacidade de entendimento rápido é muito boa, prossiga.
de 16 a 20 respostas: sua extraordinária capacidade lhe abreviará muito o esforço que irá 
despender, prossiga.

0o0­0o0­0o0

32
ESCREVER TÓPICOS OBTIDOS DE DIFERENTES PERSPECTIVAS

EXERCÍCIO 5

Abaixo, fornecemos dez temas distintos.  Cada um destes vem acompanhado de um tópico 
correspondente a um determinado ponto de vista. Levante outro tópico para cada tema a partir de 
uma nova perspectiva escolhida por você.

1. Tema:  Natureza

TÓPICO A – O falta de fiscalização deixa as indústrias à vontade para poluir mares e rios.  (da 
perspectiva de CONTROLE GOVERNAMENTAL)
TÓPICO B –  ____________________________________________________________________

________________________________________

2. Tema:  Violência

TÓPICO A – A liberação de produção de certas drogas e sua distribuição por meio de controle do 
governo reduziria a violência urbana.  (da perspectiva de ATITUDE POLÍTICO­
SOCIAL)
TÓPICO B –   ____________________________________________________________________

________________________________________

3. Tema:  Bolsa de valores

TÓPICO A – Entrada de capital estrangeiro no mercado financeiro brasileiro.  (da perspectiva de 
ECONOMIA E FINANÇAS)
TÓPICO B –   ____________________________________________________________________

________________________________________

33
4. Tema:  Carnaval
TÓPICO A – O talento criativo nos desfiles de escolas de samba.  (da perspectiva de ARTE)
TÓPICO B –   ____________________________________________________________________

________________________________________

5. Tema:  Tecnologia

TÓPICO A – Do ábaco ao computador.  (da perspectiva de EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA)
TÓPICO B –   ____________________________________________________________________

________________________________________

6. Tema:  Sexo

TÓPICO A – A educação sexual deveria fazer parte do programa escolar.   (da perspectiva de 
EDUCAÇÃO)
TÓPICO B –   ____________________________________________________________________

________________________________________

7. Tema:  Economia

TÓPICO A – Os estados que mais lucrarão com o petróleo da camada pré­sal.   (da perspectiva de 
EXPLORAÇÃO DO PETRÓLEO)
TÓPICO B –   ____________________________________________________________________

________________________________________

8. Tema:  Arma de fogo

TÓPICO A – A população deve ser desarmada?   (da perspectiva de SOCIEDADE)
TÓPICO B –   ____________________________________________________________________

________________________________________

34
9. Tema:  Festas
TÓPICO A – A oktoberfest atrai muitos turistas a Santa Catarina?   (da perspectiva de TURISMO)
TÓPICO B –   ____________________________________________________________________

________________________________________

10. Tema:  Infância

TÓPICO A – A perfeita escovação dos dentes deve começar desde cedo.   (da perspectiva de 
SAUDE BUCAL)
TÓPICO B –   ____________________________________________________________________

0o0­0o0­0o0

Pondere sobre o que você escreveu.  Agora, você já tem uma certa bagagem de conhecimentos 
acerca do assunto.  Vamos em frente!  Porém, antes, você tem direito a um merecido descanso.

35
LEVANTAR TÓPICOS OBTIDOS DE DIFERENTES PERSPECTIVAS

EXERCÍCIO 6

A sua tarefa, agora, é levantar tópicos de diferentes aspectos, baseados nos temas que lhe 
fornecemos a seguir.  Depois de levantá­los, indique, entre parênteses, a perspectiva da qual eles 
foram vistos por você.

1.  Tema: Concurso Público
Tópico A:   ______________________________________________________________________ 
(.....................................................................................)

Tópico B:   ______________________________________________________________________ 
(.....................................................................................)

__________________________________

2.  Tema: Burocracia
Tópico A:  _______________________________________________________________________ 
(.....................................................................................)

Tópico B:  _______________________________________________________________________ 
(.....................................................................................)

__________________________________

3.  Tema: Previdência Social 
Tópico A:  _______________________________________________________________________ 
(.....................................................................................)

Tópico B:  _______________________________________________________________________ 
(.....................................................................................)

36
4.  Tema: Poupança
Tópico A:  _______________________________________________________________________ 
(.....................................................................................)

Tópico B:  _______________________________________________________________________ 
(.....................................................................................)

__________________________________

5.  Tema: Música
Tópico A:  _______________________________________________________________________ 
(.....................................................................................)

Tópico B:  _______________________________________________________________________ 
(.....................................................................................)

__________________________________

6.  Tema: Jornada de Trabalho
Tópico A:  _______________________________________________________________________ 
(.....................................................................................)

Tópico B:  _______________________________________________________________________ 
(.....................................................................................)

__________________________________

7.  Tema: Mulher
Tópico A:  _______________________________________________________________________ 
(.....................................................................................)

Tópico B:  _______________________________________________________________________ 
(.....................................................................................)

37
8.  Tema: Escola Pública
Tópico A:  _______________________________________________________________________ 
(.....................................................................................)

Tópico B:  _______________________________________________________________________ 
(.....................................................................................)

__________________________________

9.  Tema: Adolescência
Tópico A:  _______________________________________________________________________ 
(.....................................................................................)

Tópico B:  _______________________________________________________________________ 
(.....................................................................................)

__________________________________

10.  Tema: Maternidade
Tópico A:  _______________________________________________________________________ 
(.....................................................................................)

Tópico B:  _______________________________________________________________________ 
(.....................................................................................)

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38
Você, no exercício anterior, levantou os dois tópicos sem a ajuda de ninguém, ou seja, sem que lhe 
fosse dado qualquer exemplo.  Meus parabéns.  O importante, no exercício que acabou de fazer, é 
que os tópicos estejam relacionados ao tema.  A essa relação chamamos de “coesão textual”, apesar 
de estar em uma forma bem simples e inicial.  O tema e o tópico são textos, num padrão bem 
resumido, geralmente, poucas palavras e expressões numa frase curta, mesmo assim deve haver 
coesão (união, relação) entre eles.

Não sabemos como você se saiu neste exercício.  Todavia, você, agora,  já tem conhecimentos 
suficientes sobre o assunto para proceder a uma auto­avaliação.  Como reforço para isso, veja se os 
tópicos que você levantou:

a) correspondem a perspectivas diferentes do tema;
b)  estão relacionados ao tema;
c) estão determinados de acordo com a perspectiva da qual foram vistos.

Se esses requisitos foram satisfeitos, você alcançou plenamente o objetivo deste exercício.  Caso 
contrário, repita as questões nas quais você vacilou, e vamos em frente.

39
CONFORMIDADE ENTRE OS TÓPICOS E O INTERESSE DO LEITOR

A sua redação tem endereço certo, o seu leitor.  É importante, então, antes de começar a escrever, 
que se conheçam os interesses de seu leitor.  Para que as pessoas leiam as suas redações, é 
necessário que estas sejam de seu interesse.

Ao levantar tópicos, você deve ter em mente os aspectos do tema que mais atrairiam os seus 
leitores.  Se isso não acontecer, a sua redação será “um tiro n'água”.  Para afastar essa frustrante 
possibilidade, evite escrever para você.  O alvo é representado pelos interesses de seus leitores.

Agora, vamos conhecer o modo pelo qual atrairemos a atenção de nossos leitores.  Para isso, antes 
de levantar os tópicos, responda as seguintes perguntas:

1.  Quais as características de seus leitores?
2. Que ideia o tema despertaria em seu leitor?  (RESPONDA ESTA PERGUNTA COM APENAS 
UMA PALAVRA.)

PARA VOCÊ TER UMA IDEIA DE COMO APLICAR AS PERGUNTAS ACIMA, COM A 
FINALIDADE DE LEVANTAR TÓPICOS INTERESSANTES, SUPONHA QUE VOCÊ SEJA 
CONTRATADO PARA REDIGIR ARTIGOS SEMANAIS para duas revistas.  A revista “A”, 
dirigida a um público feminino, cujo tema será “moda”.  A revista “B”, dirigida a militares da ativa, 
cujo tema será “militarismo”.

Veja os blocos, a seguir, com as respostas às duas perguntas usadas para levantar tópicos 
adequados.

BLOCO 1.  Revista “A”.  Principais características físicas e extrínsecas dos leitores – sexo: 
feminino;  idade: entre quinze e trinta anos; ocupação: estudantes, donas­de­casa, trabalhadoras de 
empresas; profissionais liberais. Ideia despertada nos leitores – beleza.

BLOCO 2.  Revista “B”.  Principais características físicas e extrínsecas dos leitores – sexo: 
masculino;  idade: entre dezoito e cinquenta anos; ocupação: militar.  Ideia despertada nos leitores – 
poder.

Com base nos blocos acima, poderemos levantar tópicos interessantes do tipo:

40
Para a revista “A”
­  Que estilo de mulher os homens mais desejam para o casamento?
­  Como voltar a ser elegante depois da gestação?
­  O sapato ideal para seus pés.
­  Os dez truques para realçar a beleza.
­  Ainda irresistível, depois dos trinta!

Para a revista “B”
­  A glória de servir.
­  Poder e glória.
­  A força de uma decisão.
­  O mérito de um defensor.
­  Abnegação e vitória.

O que tem que ficar claro, de uma vez por todas, é a necessidade da congruência entre os tópicos e o 
leitor.  Por exemplo, se você vai escrever sobre o tema “segurança financeira” em duas redações; 
uma para mulheres e outra para investidores em ações, é claro, os tópicos terão que ser totalmente 
diferentes, como:

­  “Em primeiro lugar o amor, mas um bom casamento pode ser tranquilidade para o presente e para 
o futuro.” (para as mulheres)

­  “As dez empresas mais lucrativas do momento.”  (para os leitores investidores em ações)

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41
RECONHECER O TÓPICO MAIS APROPRIADO AO LEITOR

EXERCÍCIO 7

Pode­se olhar o tema de determinada perspectiva, a fim de conseguir um tópico apropriado para 
cada tipo de categoria de leitores.  Para isso, é preciso ter em mente certas características dessas 
pessoas que possivelmente irão ler sua redação.  O exercício, a seguir, visa a desenvolver nossa 
acuidade para descobrir o tópico apropriado a cada grupo de leitores.  Escreva, nos espaços entre 
parênteses, a letra (A, B ou C) do tópico mais apropriado ao grupo de leitores consignado, levando 
em conta suas características e o “tema” fornecido no início de cada questão.

1.  Tema: Informática

(          )  profissionais da saúde
(          )  terceira idade
(          )  pais e mães

TÓPICO A – Seus filhos na internet ─ deve­se impor limites de horário e tipos de sites?  
TÓPICO B –  A solidão da velhice quebrada com muita conversa boa e novas amizades pela net.
TÓPICO C –  Novos softwares para controle do diagnóstico.

__________________________________

2.  Tema: Temporada de férias

(          )  vigilantes rodoviários
(          )  mulheres
(          )  motoristas

TÓPICO A – Os novos artifícios usados na adulteração da carteira de motorista.  
TÓPICO B –  A revisão do carro antes e depois da viagem de férias.
TÓPICO C –  A nova moda de verão.

__________________________________

42
3.  Tema: Exercícios físicos

(          )  místicos
(          )  ecológicos
(          )  rapazes

TÓPICO A – Caminhada entre árvores − a integração do indivíduo ao meio ambiente.  


TÓPICO B –  Ginástica com meditação.
TÓPICO C –  Por que os musculosos são temidos pelos homens e desejados pelas 
mulheres?

__________________________________

4.  Tema: Móveis para escritório

(          )  empresários
(          )  revendedores de móveis para escritório
(          )  profissionais liberais

TÓPICO A – A impressão que os móveis de seu escritório causam à sua clientela.  
TÓPICO B –  O uso de móveis adequados significa maior produção e lucratividade para sua 
empresa.
TÓPICO C –  Como fazer propaganda de móveis de escritório para vender mais.

__________________________________

5.  Tema: Sexo

(          )  mulheres
(          )  homens
(          )  religiosos

TÓPICO A – As acompanhantes mais quentes sem envolvimento.  
TÓPICO B –  A emoção em ser cobiçada.
TÓPICO C –  Pecado e pensamento libidinoso.

43
6.  Tema: Política

(          )  membros de diretório de um partido político
(          )  povo em geral 
(          )  magistrados e serventuários da justiça

TÓPICO A – Política, me engana que eu gosto.  
TÓPICO B –  Os requisitos para se candidatar a um cargo eletivo.
TÓPICO C –  O nobre dever de vigiar e punir as condutas vedadas em campanha 
eleitoral.

__________________________________

7.  Tema: Frutas e verduras

(          )  agricultores
(          )  vendedores de produtos agrícolas 
(          )  donas­de­casa

TÓPICO A – Conservando frutas e verduras por mais tempo nas prateleiras.  
TÓPICO B –  As sete dicas para produzir mais frutas e verduras.
TÓPICO C –  Frutas e verduras com menor custo à mesa do consumidor.

__________________________________

8.  Tema: Automóveis

(          )  colecionadores
(          )  homens de negócio 
(          )  jovens motoristas

TÓPICO A – Modelos extravagantes e modernos de calotas.  
TÓPICO B –  Automóveis com sobriedade e estilo.
TÓPICO C –  Técnicas de restauração de carros antigos.

44
9.  Tema: Alimentação

(          )  donos de restaurantes
(          )  atletas 
(          )  cardiopatas

TÓPICO A – A dieta para ganhar mais energia e robustez.  
TÓPICO B –  Os alimentos que fazem seu coração bater feliz.
TÓPICO C –  Cozinha lucrativa com maior satisfação dos clientes.

__________________________________

10.  Tema: Drogas

(          )  não viciados
(          )  pais de viciados 
(          )  profissionais da saúde

TÓPICO A – As cinco regras básicas para evitar o vício.  
TÓPICO B –  Que fazer quando se descobre que o filho está consumindo drogas?!
TÓPICO C –  A importância dos cursos de capacitação de profissionais que cuidam de 
dependentes químicos.

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45
Confira, a seguir, as respostas do exercício anterior:

1.  Tema: Informática

( TÓPICO C )  profissionais da saúde
(TÓPICO B )  terceira idade
(TÓPICO A )  pais e mães

2.  Tema: Temporada de férias

( TÓPICO A )  vigilantes rodoviários
( TÓPICO C  )  mulheres
(TÓPICO B  )  motoristas

3.  Tema: Exercícios físicos

( TÓPICO B )  místicos
( TÓPICO A )  ecológicos
( TÓPICO C )  rapazes

4.  Tema: Móveis para escritório

( TÓPICO B )  empresários
( TÓPICO C )  revendedores de móveis para escritório
( TÓPICO A )  profissionais liberais

5.  Tema: Sexo

( TÓPICO B )  mulheres
( TÓPICO A )  homens
( TÓPICO C )  religiosos

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6.  Tema: Política

( TÓPICO B )  membros de diretório de um partido político
( TÓPICO A )  povo em geral 
( TÓPICO C )  magistrados e serventuários da justiça

7.  Tema: Frutas e verduras

( TÓPICO B )  agricultores
( TÓPICO A )  vendedores de produtos agrícolas 
( TÓPICO C )  donas­de­casa

8.  Tema: Automóveis

( TÓPICO C )  colecionadores
( TÓPICO B )  homens de negócio 
( TÓPICO A )  jovens motoristas

9.  Tema: Alimentação

( TÓPICO C )  donos de restaurantes
( TÓPICO A )  atletas 
( TÓPICO B )  cardiopatas

10.  Tema: Drogas

( TÓPICO A )  não viciados
( TÓPICO B )  pais de viciados 
( TÓPICO C )  profissionais da saúde

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Caso algumas de suas respostas estejam em desconformidade com o gabarito que fornecemos 
acima, tente perceber a razão que o levou a considerá­las assim.  Você pode não estar errado ao 
discordar deste gabarito.  Afinal, respeite seus pontos de vista.  Agora, tem que haver uma base, um 
fundamento para você apoiar aquilo que afirma.  Por outro lado, se se convencer de seu erro, refaça 
a questão que lhe pareça controvertida.  Reformule­a, se necessário.  Só passe adiante, se você tiver 
absoluta certeza de que entendeu bem a importância das características de seus virtuais leitores para 
a determinação de tópicos interessantes, bem como a congruência (relação de concordância 
ideológica) entre estes e o respectivo tema.  Se julgar necessário, releia tudo o que foi exposto até 
aqui.  Afinal, não poderá haver trincas no alicerce de um grande escritor, que está sendo formado.  

48
LEVANTAR TÓPICOS APROPRIADOS AO SEU PÚBLICO­ALVO 
(LEITORES)   I

EXERCÍCIO 8

A seguir, fornecemos dez temas, a categoria ou perfil dos prováveis leitores (público­alvo) e dois 
tópicos.  Tudo isso em congruência entre si.  A sua tarefa será acrescentar um terceiro tópico, visto 
de uma perspectiva diferente, que esteja relacionado ao tema e apropriado às características de seu 
público­alvo.

1. Tema:  Botânica
Público­alvo: pessoas de terceira idade

TÓPICO A –  Plantas que prolongam a vida.
TÓPICO B –  Cultivo de plantas em pequenos canteiros.
TÓPICO C –  .........................................................................................................................................

_________________________

2. Tema:  Imóveis
Público­alvo: participantes de um curso de preparação para o casamento

TÓPICO A –  Quem casa quer casa!
TÓPICO B –  Como adquirir seu imóvel a custo baixíssimo.
TÓPICO C –  .........................................................................................................................................

_________________________

3. Tema:  Agricultura
Público­alvo: lavradores

TÓPICO A –  As consequências do plantio de transgênicos para o solo.
TÓPICO B –  Solução para o armazenamento de grãos.

49
TÓPICO C –  .........................................................................................................................................

_________________________

4. Tema:  Relações no trabalho
Público­alvo: empresários

TÓPICO A –  A importância dos prêmios pela pontualidade.
TÓPICO B –  Os melhores métodos de avaliação de desempenho profissional.
TÓPICO C –  .........................................................................................................................................

_________________________

5. Tema:  Chuva
Público­alvo: pessoal da defesa civil

TÓPICO A –  A omissão dos governantes na prevenção de deslizamentos de encostas.
TÓPICO B –  Técnicas de socorros nas enchentes.
TÓPICO C –  .........................................................................................................................................

_________________________

6. Tema:  Roupas
Público­alvo: mulheres até trinta anos

TÓPICO A –  A tendência dos estilos das meias.
TÓPICO B –  As cores mais apropriadas para sair à noite.
TÓPICO C –  .........................................................................................................................................

_________________________

7. Tema:  Finanças
Público­alvo: funcionários de um banco

50
TÓPICO A –  Os pontos que mais influem na decisão dos aplicadores de pequeno porte.
TÓPICO B –  As maiores dúvidas dos investidores.
TÓPICO C –  .........................................................................................................................................

_________________________

8. Tema:  Ergonomia
Público­alvo: funcionários de uma empresa

TÓPICO A –  A altura perfeita da cadeira de trabalho.
TÓPICO B –  Como evitar as lesões mais comuns pelo uso de móveis inadequados.
TÓPICO C –  .........................................................................................................................................

_________________________

9. Tema:  Morte
Público­alvo: religiosos

TÓPICO A –  A fé que supera o medo da hora derradeira.
TÓPICO B –  A grande farsa das vidas terrenas depois da morte.
TÓPICO C –  .........................................................................................................................................

_________________________

10. Tema:  Vida
Público­alvo: desportistas

TÓPICO A –  Exercícios que aumentam o prazer de viver.
TÓPICO B –  De bem com a vida pelos eficazes exercícios do Dr. Vital.
TÓPICO C –  .........................................................................................................................................

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Veja se suas respostas estão dentro do que foi pedido, isto é, acrescentou­se um terceiro tópico, o 
correspondente à letra “C” de cada questão acima.  O tópico acrescentado está relacionado ao tema? 
É um tópico interessante e apropriado às características dos leitores a quem se dirige?  Se houve 
alguma discordância com o exigido, reveja a questão.  Estando tudo de acordo, prossiga!

52
LEVANTAR TÓPICOS APROPRIADOS AOS SEUS LEITORES II

EXERCÍCIO 9

Você criará, agora sem nenhum exemplo, dois tópicos atrativos e que estejam apropriados ao seu 
público­alvo (possíveis leitores), que indicamos juntamente com o tema, em cada questão.

1. Tema:  Amor 
Público­alvo: alunas do último ano do ensino médio

TÓPICO A –  .........................................................................................................................................
TÓPICO B –  .........................................................................................................................................

_________________________

2. Tema:  Comunidades assoladas por um tornado
Público­alvo: empresários do país

TÓPICO A –  .........................................................................................................................................
TÓPICO B –  .........................................................................................................................................

_________________________

3. Tema:  Dança
Público­alvo: pessoas da terceira idade

TÓPICO A –  .........................................................................................................................................
TÓPICO B –  .........................................................................................................................................

_________________________

53
4. Tema:  Surfe
Público­alvo: jovens

TÓPICO A –  .........................................................................................................................................
TÓPICO B –  .........................................................................................................................................

_________________________

5. Tema:  Guerra
Público­alvo: militares

TÓPICO A –  .........................................................................................................................................
TÓPICO B –  .........................................................................................................................................

_________________________

6. Tema:  Paz
Público­alvo: membros de uma comunidade religiosa

TÓPICO A –  .........................................................................................................................................
TÓPICO B –  .........................................................................................................................................

_________________________

7. Tema:  Grandes inventos
Público­alvo: acadêmicos do primeiro ano de física
TÓPICO A –  .........................................................................................................................................
TÓPICO B –  .........................................................................................................................................

_________________________

8. Tema:  Uso da internet
Público­alvo: funcionários públicos

54
TÓPICO A –  .........................................................................................................................................
TÓPICO B –  .........................................................................................................................................

_________________________

9. Tema:  Carnaval
Público­alvo: leitores de uma coluna de variedades de um jornal de bairro

TÓPICO A –  .........................................................................................................................................
TÓPICO B –  .........................................................................................................................................

_________________________

10. Tema:  Alimentação e beleza
Público­alvo: mulheres de quinze a trinta anos

TÓPICO A –  .........................................................................................................................................
TÓPICO B –  .........................................................................................................................................

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Descanse um pouco e retorne depois de alguns minutos para um exame detalhado de suas respostas, 
pois, no exercício que realizou, será você o avaliador.  Se notar alguma discrepância com o que foi 
pedido no início, refaça a questão.  Lembre­se de que nosso objetivo é criar tópicos com base nas 
características de nossos leitores.  Estando tudo de acordo, vamos em frente!

55
TÓPICOS CRIATIVOS

Sexta­feira.  Chegou o final de semana.  Carlos e os demais de sua turma fazem o de sempre. 
Telefonam uns para os outros, tentando combinar sobre o que farão de novo.  Na verdade, quem 
acaba decidindo sempre são os dois mais influentes do grupo.  E de novo mesmo, não se tem nada, 
além das expectativas.  As baladas são repetitivas, o encontro e a conversa no barzinho também. 
Até os pequenos escândalos e vexames são muito semelhantes entre si.  Afinal! É tão difícil assim 
ser criativo?  Pode ser que a resposta seja positiva.  Onde está a dificuldade para inovar?  Está no 
comodismo, na falta de coragem para ousar.  Podemos ser vulgares ou criativos, comuns ou 
inovadores.  Tudo irá depender de nossa pré­disposição naquilo que fazemos.  Para escrever uma 
redação é a mesma coisa ─ podemos usar a criatividade ou o lugar­comum.  Você conhecerá, agora, 
a chave para fazer dissertações criativas e impressionará a todos os seus leitores pela sua 
extraordinária habilidade de inovar.

São dois os pilares de sustentação sobre o qual construiremos a ponte que nos permitirá sair do 
continente do trivial para ir à ilha da criatividade ─ disposição para “tentar” e “escrever sobre coisas 
novas”.

As frequentes tentativas de levantar tópicos diferentes irão habilitá­lo, cada vez mais, a realizar essa 
tarefa com naturalidade.  Em poucos dias, você perceberá que o segredo para levantar tópicos 
interessantes e relacionados aos seus leitores está na simplicidade.  Agora, essas tentativas têm que 
ser sistemáticas.  Você deve obrigar­se a levantar um determinado número de tópicos por dia. 
Todos os dias.  Para isso, tenha sempre à mão caneta e papel.  Os temas, você poderá tirá­los de 
títulos de artigos, reportagens e editoriais de jornais e revistas; ou, então, criá­los.  Estabeleça um 
número mínimo de tópicos.  O número máximo não interessa.  Deve ser algo que caiba com sobra 
no  tempo de que você dispõe para isso.  Por exemplo, se você determinar três tópicos para levantar 
diariamente, isso já é suficiente para, dentro de quinze dias, torná­lo hábil nessa tarefa. 
Quantidades excessivas de tarefas só nos fazem desanimar.  O maior estímulo está em ver que 
“damos conta do recado”.  O resto é pura questão de escala.

O conhecimento de coisas novas é fundamental para sair da banalidade.  Sua atenção deve estar 
voltada para todos os tipos de leitura.  Procure ler sobre política (e também, politicagem), culinária, 
esportes, polícia, modas, cinema, romance, terror, piadas etc.  Só afaste a pornografia e temas 
manifestamente ilegais e imorais.  Isso lhe ampliará a visão de mundo, que todo escritor deve ter em 
largas dimensões, como também lhe poupará das paixões e do radicalismo quando apreciar pontos 
de vista diferentes do seu.  Ao levantar um tópico, você pode torná­lo criativo e interessante, 
aludindo­o a outros assuntos, como este exemplo extraído da Revista Istoé, com adaptações nossas:

56
Tema: ANTT
Tópico: SUSHI

Texto: Desde fevereiro esperando a aprovação de seu nome para a presidência da Agência  
Nacional de Transportes Terrestres, o assessor da Casa Civil, Bernardo Figueiredo  
Oliveira, viu brilhar o sol nascente.

Acompanhando a ministra Dilma Rousseff em viagem ao Japão, esta semana, ele teve a  
grata surpresa de descobrir na comitiva, por uma dessas incríveis coincidências, ninguém  
menos que o relator de seu processo no Senado, o tucano Sérgio Guerra.  Tornaram­se 
amigos desde criancinhas.

Por que o autor do texto escolheu o tópico “SUSHI”, que é uma iguaria japonesa, para escrever 
uma nota sobre o tema ANTT ­ Agência Nacional de Transportes Terrestres?  Certamente, porque 
usou de criatividade, já que o texto faz alusão à expressão “sol nascente”, nome pelo qual o Japão 
também é conhecido (fim do primeiro parágrafo); bem como (no início do segundo parágrafo) se 
nota a referência “viagem ao Japão”.  Neste caso, o tópico relaciona­se ao tema por meio de 
referências textuais, como também por meio dessas referências, relaciona­se à totalidade do texto. 
Criatividade é isso aí, além de inúmeros outros exemplos que poderíamos dar, todavia, é melhor que 
você tente descobrir, por si mesmo, exemplos de tópicos criativos em jornais e revistas.

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DESCOBRIR TÓPICOS CRIATIVOS

EXERCÍCIO 10

Há uma resistência natural das pessoas comuns em aceitar que seja possível desenvolver sua 
criatividade.  Acredito que essa autolimitação se deva à alguma crendice que superestima a 
capacidade criativa como sendo “coisa” de gurus e predestinados.  Com as tentativas que você fará, 
neste exercício, você comprovará exatamente o contrário.

Indique, nas questões que seguem, o tópico que lhe pareça mais criativo:

1. Tema: Cotas de ingresso em universidades para estudantes negros
Público­alvo: leitores de revista de atualidades

TÓPICO A – A distribuição de vagas por cotas em universidades.
TÓPICO B – O justo e o injusto.   

(Extraído de Revista Veja, Lya Luft, com adaptações nossas)

________________________________________

2. Tema: Uso indevido dos cartões de crédito oficiais
Público­alvo: leitores de revista de atualidades

TÓPICO A – A farra do cartão de crédito.
TÓPICO B – O uso dos cartões de crédito oficiais segundo a lei.

(Extraído de Revista Veja, Fábio Portela, com adaptações nossas)

________________________________________

3. Tema: Bebida alcoólica e volante
Público­alvo: motoristas

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TÓPICO A – Os perigos em dirigir sob efeito do álcool.
TÓPICO B – Lei seca.

________________________________________

4. Tema: História infantil
Público­alvo: pais e mães

TÓPICO A – Histórias infantis, uma forma de lazer acessível a todos.
TÓPICO B – Era uma vez ...

________________________________________

5. Tema: Turismo para jovens
Público­alvo: universitários

TÓPICO A – Sem destino.
TÓPICO B – Albergue, uma boa opção de hospedagem barata.

________________________________________

6. Tema: Roupas elegantes
Público­alvo: executivos

TÓPICO A – O traje do homem moderno.
TÓPICO B – Escolha entre o anonimato e o reconhecimento.

________________________________________

7. Tema: Aposentadoria
Público­alvo: trabalhadores

TÓPICO A – Sombra e água fresca.
TÓPICO B – Prepare­se para a inatividade.

________________________________________

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8. Tema: Segurança no trabalho
Público­alvo: trabalhadores

TÓPICO A – Como localizar as áreas de risco.
TÓPICO B – Por um fio.

________________________________________

9. Tema: Homenagem aos professores de história
Público­alvo: professores de história de uma rede de colégios

TÓPICO A – Guardiões do tempo.
TÓPICO B – Professor, o grande abnegado.

________________________________________

10. Tema: Momentos de baixa na vida de um artista
Público­alvo: alunos de teatro

TÓPICO A – Fora de foco.
TÓPICO B – As dificuldades pela falta de contrato.

0o0­0o0­0o0

60
Neste exercício, tem­se total liberdade para avaliar os tópicos mais criativos.  Sinta­se à vontade 
para eleger os seus.  Não obstante, apresentamos, a seguir, o gabarito referente à nossa escolha:

1.   TÓPICO B – O justo e o injusto.
2.   TÓPICO A – A farra do cartão de crédito.
3.   TÓPICO B – Lei seca.
4.   TÓPICO B – Era uma vez ...
5.   TÓPICO A – Sem destino.
6.   TÓPICO B – Escolha entre o anonimato e o reconhecimento.
7.   TÓPICO A – Sombra e água fresca.
8.   TÓPICO B – Por um fio.
9.   TÓPICO A – Guardiões do tempo.
10. TÓPICO A – Fora de foco.

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ESCREVER TÓPICOS CRIATIVOS

EXERCÍCIO 11

Você já sabe distinguir um tópico criativo de outros comuns.  Agora, você irá além da identificação 
desses tópicos.  Você irá criá­los.  Sugerimos que, antes de escrever, você pense nas características 
de seus leitores.  Isso o ajudará a usar uma linguagem apropriada.

Acrescente, nas questões que seguem, um terceiro tópico que lhe pareça criativo:

1. Tema: Chegada da adolescência para as meninas
Público­alvo: pais e mães

TÓPICO A – Ela só quer, só pensa em namorar.
TÓPICO B – As transformações físicas em uma adolescente.
TÓPICO C – .........................................................................................................................................

________________________________________

2. Tema: Moda de praia
Público­alvo: mulheres dos quinze aos trinta anos

TÓPICO A – A moda para o verão que se aproxima.
TÓPICO B – O tempo vai esquentar.
TÓPICO C – .........................................................................................................................................

________________________________________

3. Tema: Recrutamento de pessoal para obra assistencial
Público­alvo: pessoas disponíveis para colaborar com trabalho voluntário

TÓPICO A – Estamos precisando de sua ajuda.
TÓPICO B – Venha jogar em nosso time.
TÓPICO C – .........................................................................................................................................

________________________________________

62
4. Tema: Decisões rápidas
Público­alvo: estudantes universitários

TÓPICO A – A importância de se decidir rapidamente.
TÓPICO B – Dou­lhe uma, dou­lhe duas ...
TÓPICO C – .........................................................................................................................................

________________________________________

5. Tema: Convite para visitar o site de uma faculdade
Público­alvo: estudantes do ensino médio

TÓPICO A – Dê um clique no futuro.
TÓPICO B – Conheça as vantagens de estudar numa boa faculdade.
TÓPICO C – .........................................................................................................................................

________________________________________

6. Tema: Fazer amizade
Público­alvo: jovens

TÓPICO A – A vida é melhor com muitas amizades.
TÓPICO B – Derrube o muro.
TÓPICO C – .........................................................................................................................................

________________________________________

7. Tema: Harmonia no lar
Público­alvo: participantes de curso de preparação para o casamento

TÓPICO A – Viver em paz, apesar das dificuldades.
TÓPICO B – Feitos um para o outro.
TÓPICO C – .........................................................................................................................................

________________________________________

63
8. Tema: Drogas
Público­alvo: alunos do ensino médio

TÓPICO A – Que se espera encontrar na contramão?
TÓPICO B – Conheça os perigos da droga.
TÓPICO C – .........................................................................................................................................

________________________________________

9. Tema: Poupança
Público­alvo: trabalhadores

TÓPICO A – A importância do hábito de poupar.
TÓPICO B – A formiga está com a razão.
TÓPICO C – .........................................................................................................................................

________________________________________

10. Tema: Cataratas de Foz do Iguaçu
Público­alvo: passageiros de empresa aérea

TÓPICO A – É água que não acaba mais.
TÓPICO B – Uma maravilha da natureza.
TÓPICO C – .........................................................................................................................................

0o0­0o0­0o0

Para fazer este exercício, você acionou todos os seus recursos que aprendeu neste curso até agora. 
Você relacionou o tópico ao tema, viu o tema de diferentes perspectivas, ponderou sobre as 
características dos leitores e, assim, procurou sair do lugar­comum e percebeu que, afinal, não 
existe nenhuma solução milagrosa para se criar tópicos criativos.  Basta apenas se manter nos 
trilhos, no caminho de ações que expusemos até agora.  Vá em frente.  Você já pode criar tópicos, 
tendo apenas o conhecimento do tema e de seu público leitor.  Você conseguirá!

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CONSOLIDAR A HABILIDADE EM CONSTRUIR TÓPICOS

EXERCÍCIO 12

Em cada uma das questões que seguem, levante dois tópicos.  No mínimo um, que você ache 
criativo.  Tenha por base, nesse trabalho, o tema e os possíveis leitores, que lhe fornecemos no 
início de cada questão.

1. Tema: Prevenção de acidentes domésticos
Público­alvo: donas de casa

TÓPICO A – .........................................................................................................................................
TÓPICO B – .........................................................................................................................................

________________________________________

2. Tema: Tempo de criança
Público­alvo: homens entre vinte e cinquenta anos

TÓPICO A – .........................................................................................................................................
TÓPICO B – .........................................................................................................................................

________________________________________

3. Tema: Crise econômica internacional
Público­alvo: operários de uma indústria

TÓPICO A – .........................................................................................................................................
TÓPICO B – .........................................................................................................................................

________________________________________

4. Tema: A internet e os novos hábitos
Público­alvo: pessoas acima dos quarenta anos

65
TÓPICO A – .........................................................................................................................................
TÓPICO B – .........................................................................................................................................

________________________________________

5. Tema: Exames periódicos de saúde
Público­alvo: operários de uma mina de carvão

TÓPICO A – .........................................................................................................................................
TÓPICO B – .........................................................................................................................................

________________________________________

6. Tema: Uso de equipamentos de segurança
Público­alvo: pessoas que trabalham em construção civil

TÓPICO A – .........................................................................................................................................
TÓPICO B – .........................................................................................................................................

________________________________________

7. Tema: Inclusão social
Público­alvo: políticos reunidos em congresso

TÓPICO A – .........................................................................................................................................
TÓPICO B – .........................................................................................................................................

________________________________________

8. Tema: Motivação
Público­alvo: integrantes de um corpo de bombeiros

TÓPICO A – .........................................................................................................................................
TÓPICO B – .........................................................................................................................................

________________________________________

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9. Tema: Importância da leitura
Público­alvo: professores do ensino básico

TÓPICO A – .........................................................................................................................................
TÓPICO B – .........................................................................................................................................

________________________________________

10. Tema: Trabalho
Público­alvo: formandos de um curso técnico

TÓPICO A – .........................................................................................................................................
TÓPICO B – .........................................................................................................................................

0o0­0o0­0o0

Parabéns!  Você acabou de passar, com êxito, por uma importantíssima fase do processo de 
formação de um escritor.  Você acabou de assentar a “pedra fundamental”.  Toda a estrutura da 
magnífica obra que se iniciou nas primeiras páginas, de agora em diante até final do curso, terá por 
base essa “primeira pedra”.  De aparência extremamente singela, o tópico é a primeira impressão 
que o leitor terá de sua redação.  O tópico tem o poder de afastar ou atrair.  O tópico é aquele sorriso 
que você esboça antes mesmo de apertar a mão de alguém ou saudá­lo.  Você já sabe da 
importância da coesão entre tema, leitores e tópico, isto é, da estreita relação entre eles.  Isso é o 
básico que será adornado pelos requintes de sua criatividade ao escrever tópicos.  Esse básico 
adquirirá os contornos de uma obra­prima, que será confundida pelas pessoas como uma 
manifestação de um raríssimo dom.  Sugerimos­lhe, em página anterior, que adquirisse e 
mantivesse o hábito de escrever alguns tópicos por dia.  Prossiga neste silencioso exercício.  Em 
pouco tempo, seu cérebro será uma fonte inesgotável de tópicos geniais, em nível de qualquer 
redator experiente.  A magia, na formação de um grande escritor, chama­se ousadia. Palavra 
desafiadora, mas que pode ser traduzida pela tentativa que você fez ao iniciar este curso.  Os 

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resultados na vida de qualquer vencedor partem sempre de um segmento de reta ascendente cuja 
graduação inicia­se no medíocre até os extremos do brilhantismo.  É claro, em todo 
empreendimento existem momentos difíceis, movimentações de recuo para ajustes, 
questionamentos diversos etc.  Você já passou pelo início dessa linha.  Prossiga!  Haverá momentos 
de desânimo?  Sim!  Haverá!  Porém, nesses momentos é que a gente percebe que além de ter 
alguns “quilos” acrescentados à nossa bagagem cultural, também estamos subindo.  Pensar o 
contrário seria um desastre, pois não vimos, aqui, atrás de soluções milagrosas.  Continuemos, pois. 
Seguiremos pelas páginas que se seguem.  Dentro de alguns dias, você estará escrevendo com 
extraordinária técnica e beleza.  Para as outras pessoas, isso será sempre um dom, como se fora algo 
que você obteve, isento de esforço.  Mas, você sabe que suas magníficas dissertações são frutos de 
muita dedicação ao aprendizado das técnicas que conheceu neste curso.  Desfrute de um merecido 
descanso e até a próxima lição!

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LIÇÃO 2    Sentença­tese 

APRESENTAÇÃO

Uma dissertação é formada de parágrafos.  Começa­se a escrever pelo primeiro deles, chamado de 
parágrafo inicial.  Você, a esta altura, deve estar pensando: evidentemente, deve­se começar uma 
dissertação pela primeira sentença do parágrafo inicial.  Podemos lhe garantir que esse raciocínio 
está errado.  O correto é iniciar a dissertação pela última sentença deste parágrafo, a qual 
chamamos sentença­tese.  Por que sentença­tese?  Porque essa sentença concentra a tese de toda a 
redação; pois é, a partir dela, que se desenvolve o restante do texto.  Portanto, para que este conceito 
fique bem fixado, guardemos o seguinte enunciado: afirmamos na sentença­tese, dizemos, nela, o 
que vamos falar, e, no restante do texto, falamos sobre o que dissemos na sentença­tese.

Eis a localização da sentença­tese em uma dissertação:

Primeiro parágrafo, primeiro parágrafo, primeiro parágrafo, primeiro parágrafo, primeiro 
parágrafo, primeiro parágrafo.  Primeiro parágrafo, primeiro parágrafo, primeiro parágrafo,  
primeiro parágrafo, primeiro parágrafo, primeiro parágrafo, Primeiro parágrafo, primeiro. 
Sentença­tese, sentença­tese, sentença­tese, sentença­tese, sentença­tese, sentença­tese,  
sentença­tese, sentença­tese, sentença­tese.

Segundo parágrafo, segundo parágrafo, segundo parágrafo, segundo parágrafo, segundo 
parágrafo, segundo parágrafo, segundo parágrafo, segundo parágrafo. Segundo parágrafo,  
segundo parágrafo, segundo parágrafo, segundo parágrafo.  Segundo parágrafo, segundo 
parágrafo, segundo parágrafo, segundo parágrafo, segundo parágrafo.

Terceiro parágrafo, terceiro parágrafo, terceiro parágrafo, terceiro parágrafo, terceiro parágrafo,  
terceiro parágrafo, terceiro parágrafo.  Terceiro parágrafo, terceiro parágrafo, terceiro  
parágrafo, terceiro parágrafo, terceiro parágrafo, terceiro parágrafo, terceiro parágrafo.  
Terceiro parágrafo,  terceiro parágrafo.

...

Parágrafo final, parágrafo final, parágrafo final, parágrafo final. Parágrafo final, parágrafo final,  
parágrafo final, parágrafo final. Parágrafo final, parágrafo final, parágrafo final, parágrafo final,  
parágrafo final, parágrafo final, parágrafo final, parágrafo final, parágrafo final.

69
Portanto, começa­se a escrever o corpo da redação pela sentença­tese.  Em continuação, trataremos 
de construir o primeiro parágrafo a partir da sentença inicial, até chegarmos à sentença­tese que está 
nos aguardando, já formada.

Quais os requisitos intrínsecos de uma sentença­tese?  São dois: 1) relação com o tema e com o 
tópico; e 2) conformidade com as características dos leitores.  Já, o requisito extrínseco é 
representado pela ideia central que expressa.  Com esses requisitos, a sentença­tese será o norte para 
você escrever sua redação.  Tendo­a sempre em mente, você se manterá sempre no caminho da 
coerência e coesão textuais.  Veja o texto a seguir, em que fica patente tudo o que afirmamos nesta 
apresentação sobre a sentença­tese.

Marcha a ré

(http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora, Editoriais)

A América Latina, que registrou duas décadas de aperfeiçoamento quase constante da imprensa e  
de sua liberdade, tem sido agredida nos últimos anos por atos que configuram retrocesso. O último  
desses episódios ocorreu quinta­feira na Argentina, quando, em Buenos Aires e Córdoba, agentes  
da fiscalização tributária promoveram uma agressiva devassa contra as empresas do jornal  
Clarín, que é uma das vozes críticas ao governo da presidente Cristina Kirchner. Não foi uma 
operação qualquer. Para pretensamente investigar “a situação trabalhista e fiscal da empresa”, 
cerca de 200 agentes foram utilizados na sede do jornal em Buenos Aires e outros cem em duas  
empresas do grupo em Córdoba. “A gigantesca inspeção ocorreu um dia após o jornal publicar  
denúncias de corrupção no governo e ainda no contexto de uma oposição do Clarín e de outros  
grupos de imprensa a um projeto do governo sobre a propriedade dos meios de comunicação.” (O 
destaque é nosso)

Infelizmente, essas operações oficiais com caráter de retaliação retratam, na Argentina ou em 
qualquer outro país, uma ameaça à liberdade de expressão. A Argentina repete assim o mau  
exemplo da Venezuela, onde o critério partidário e ideológico preside a renovação (ou não 
renovação) das concessões de emissoras de rádio e TV e onde os meios de comunicação  
independentes ou de oposição sofrem toda sorte de restrições. Em editorial sobre o episódio de 

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agora, o jornal Clarín denuncia que a escalada contra a imprensa vem num crescendo desde 2003,  
quando o então presidente Néstor Kirchner, marido da atual chefe de Estado, passou a recusar­se  
a dar entrevistas coletivas abertas. Depois, o governo passou a promover ataques verbais contra  
jornalistas e veículos. Agora, além de executar as devassas espetaculosas e intimidadoras, o 
governo argentino patrocina uma lei considerada intervencionista e restritiva em relação às 
empresas de comunicação. Nenhuma empresa privada poderá ter abrangência nacional, o que será 
prerrogativa das rádios e tevês estatais. Assim, os meios de comunicação da Argentina, que 
durante dezenas de anos foram tidos como exemplos de qualidade, estão sob a ameaça do 
neopopulismo do casal Kirchner.

Por trás das ações argentinas e do cerco à imprensa na Venezuela, no Equador, na Nicarágua e na 
Bolívia, está uma tentativa de impor controle estatal sobre a imprensa, o que significa claramente  
uma ameaça à sua liberdade e ao direito dos cidadãos a informações plurais, diversificadas e  
confiáveis. A marcha a ré continental no tocante à qualidade da imprensa precisa ser contida pelos 
cidadãos conscientes e pelos governos responsáveis. Democracia e imprensa livre são irmãs  
gêmeas.

O tópico escolhido é a porta para se chegar à sentença­tese.  Tudo o que tem que ser feito é 
desdobrar o tópico na sentença­tese.

Deve­se considerar, inicialmente, que a sentença­tese é consequência do tópico.  Por exemplo, se 
você sinalizou, por intermédio do tópico, que escreverá sobre “possibilidades do mercado de 
trabalho na agricultura”; é lógico que a sua dissertação não será sobre “o lazer na terceira idade”.

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A sentença­tese tem como finalidade expressar, numa síntese, a ideia central da redação.  A 
questão, agora, é saber qual a sentença­tese apropriada aos seus leitores.  A melhor maneira de se 
obter qualquer resposta é fazer a devida pergunta.  Pergunte então:

1.  Qual a finalidade da dissertação?
2.  A ideia central expressa pela sentença­tese despertaria o interesse dos leitores e indicaria a 
finalidade da dissertação?

Leiamos a dissertação que segue.  Depois, façamos as duas perguntas acima e analisemos as 
respostas.

Tema: Censura
Público: leitores de jornal
Tópico: Censura suspensa

Censura suspensa

(Extraído do site http://www.clicrbs.com.br/anoticia/, Editorial)

OTribunal de Justiça do Distrito Federal derrubou ontem a decisão liminar do desembargador  
Dácio Vieira, da mesma corte, que impedia veículos do Grupo Estado de divulgar reportagens com  
informações de uma operação da Polícia Federal sobre a família Sarney. “A censura prévia  
durou quase 50 dias.” (O destaque é nosso)

Neste período, o jornal “O Estado de S.Paulo” e a sua versão online não puderam divulgar  
notícias sobre atos secretos do presidente do Senado e sobre a investigação a respeito de seu filho  
Fernando Sarney, suspeito de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e remessa ilegal de divisas  
para o exterior. Caso a decisão fosse desrespeitada – sentenciou o desembargador amigo da  
família –, o grupo de comunicação teria que pagar uma multa de R$ 150 mil por reportagem  
publicada. 

O abuso era evidente. Além do desrespeito a um princípio fundamental da Constituição e da  
democracia, a liminar concedida pelo magistrado cassava o direito dos cidadãos de serem 
livremente informados. Mais: afrontava claramente a recente decisão do Supremo Tribunal 
Federal que revogou a Lei de Imprensa. Era lógico que fosse derrubada, mas isso nem de longe  
atenua uma questão que permanece irresolvida – a tentação de alguns juízes de controlar a  

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informação.

Ao atropelar o texto constitucional, o magistrado do Distrito Federal repetiu um ato de  
autoritarismo já cometido inúmeras vezes no País. Sob o pretexto de proteção à privacidade, juízes  
singulares tentam impedir que a imprensa divulgue informações de interesse da coletividade.  
Agora, ao acatar o mandado de segurança que derruba a liminar, o tribunal repõe a normalidade,  
mas não repara o prejuízo das pessoas que ficaram sem as informações.

Não se trata de um dano imposto aos veículos de comunicação e aos jornalistas. Quando um jornal  
é impedido de divulgar determinada matéria, ele não deixa de circular. Quem perde é o leitor, que 
tem um direito democrático sonegado.

E nada acontece ao mau julgador. Por isso, entidades representativas da imprensa estudam a  
possibilidade de solicitar ao Supremo Tribunal Federal a edição de uma súmula vinculante que  
restrinja sentenças favoráveis à censura prévia – invariavelmente derrubadas em instâncias  
superiores.

A liberdade, inspiradora da democracia, é que tem que ser prévia, além de ampla e permanente.

Com base na redação acima, respondem­se as perguntas:

1.  Qual a finalidade da dissertação?
RESPOSTA: Expressar opinião acerca da aplicação de “censura” a órgão de imprensa.

2.  A ideia central expressa pela sentença­tese despertaria o interesse dos leitores e indicaria a  
finalidade da dissertação?
RESPOSTA: Sim!  Quanto à finalidade da dissertação, a ideia central é “censura”.  Essa ideia 
central expressa pela sentença­tese é consequência do tópico. Ao ler­se todo o texto da 
dissertação, percebe­se que seu conteúdo limita­se a apresentar aspectos relacionados à “censura”. 
O interesse do leitor de jornal, geralmente, recai sobre assuntos relevantes da atualidade; visto por 

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esse ângulo, a sentença­tese é muito interessante para o leitor, uma vez que esse assunto (que 
está relacionado à ideia central expressa pela sentença­tese) , em seu tempo, foi bastante 
destacado em noticiários de rádio e televisão, bem como em jornais e revistas de circulação 
nacional.  

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IDENTIFICAR, NA SENTENÇA­TESE, A FINALIDADE DA 
DISSERTAÇÃO, EM FUNÇÃO DO TÓPICO E DO INTERESSE DO 
PÚBLICO­ALVO

EXERCÍCIO 13

O que a sentença­tese deve expressar, como foi dito anteriormente, é a finalidade de se escrever a 
dissertação, como também se essa finalidade é consequência do tópico e interessante ao leitor.  No 
exercício que segue, apresentam­se dez temas, com seus tópicos e a indicação do público­alvo. 
Cada questão traz três finalidades.  Assinale qual das três finalidades é mais coerente com o tópico, 
tendo­se por base o interesse dos leitores.

1. Tema:  Greve
Público­alvo: funcionários públicos
Tópico:  O governo somente cede se deixar de arrecadar.

FINALIDADE A – Comprovar que os auditores portuários têm mais poder de barganha em 
negociações grevistas; pois, durante sua paralisação, não há importação nem 
exportação com o correspondente recolhimento de impostos.
FINALIDADE B –  Definir a melhor forma de negociação pacífica entre servidores públicos e o 
governo.
FINALIDADE C –  Mostrar que os servidores públicos têm pleno direito de se organizar por meio 
de um sindicato que defenda seus legítimos interesses.

________________________________________

2. Tema:  Fauna
Público­alvo: moradores rurais
Tópico:  Que crime cometeram os passarinhos para perderem o direito à 
liberdade?

FINALIDADE A – Apresentar espécimes raras e exóticas de pássaros da fauna brasileira.

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FINALIDADE B –  Conscientizar as pessoas para não aprisionarem pássaros.
FINALIDADE C –  Expor os descaminhos e as barbáries que poderão advir com o estudo da 
ornitologia.

________________________________________

3. Tema:  Saúde bucal
Público­alvo: leitores de um jornal de bairro
Tópico:  Bons hábitos e dentes saudáveis.

FINALIDADE A – Relacionar os costumes recomendados que se devem ter com os dentes.
FINALIDADE B –  Informar sobre as novas técnicas de implantes.
FINALIDADE C –  Levantar a questão da antiga moda dos “dentes de ouro”.

________________________________________

4. Tema:  Ecologia
Público­alvo: funcionários de escritórios e servidores públicos
Tópico:  Escrevendo sem destruir a Natureza.

FINALIDADE A – Abordar sobre as características da escrita que revelam traços da 
personalidade.
FINALIDADE B –  Incentivar os professores do ensino fundamental a ensinar seus alunos a 
escrever em outros idiomas.
FINALIDADE C –  Demonstrar que medidas como a reciclagem do papel e o armazenamento em 
meio digital contribuem para evitar o desmatamento irracional.

________________________________________

5. Tema:  Internet
Público­alvo: alunos do ensino médio
Tópico:  A internet pode ser um instrumento de apoio em seus estudos.

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FINALIDADE A – Ensinar as pessoas a construir sites.
FINALIDADE B –  Divulgar a biografia dos desenvolvedores do Google.
FINALIDADE C –  Mostrar como fazer pesquisas escolares na internet e quais os melhores sites 
para isso.

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6. Tema:  Trabalho
Público­alvo: leitores de um jornal diário
Tópico:  Alterações na CLT. 

FINALIDADE A – Informar e comentar o que há de novo nas relações jurídicas entre empregado 
e empregador. 
FINALIDADE B –  Demonstrar que ainda há discriminação do trabalho da mulher. 
FINALIDADE C –  Comentar sobre a idade ideal para se começar a trabalhar.

________________________________________

7. Tema:  Justiça
Público­alvo: acadêmicos de direito
Tópico:  Justiça e linguiça, quem gosta não deve ver como são feitas. 

FINALIDADE A – Demonstrar os meios utilizados, em certos casos, para a suposta aplicação da 
justiça, comparando com os cuidados na manipulação de alimentos em 
fábricas de linguiça.
FINALIDADE B –  Estabelecer as diferenças entre  leis e decretos.
FINALIDADE C –  Informar como era feita a justiça na Idade Média.

________________________________________

8. Tema:  Política
Público­alvo: leitores de um jornal diário
Tópico:  As necessidades sociais como engodo ao eleitor.  

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FINALIDADE A – Mostrar que quanto mais carente for a sociedade no tocante à segurança, 
saúde, transporte e educação, mais fácil será para os políticos ludibriá­la em 
campanhas eleitorais.
FINALIDADE B –  Demonstrar a intenção oculta do poder econômico na tentativa de estabelecer 
a verticalização das eleições.
FINALIDADE C –  Comentar as regras do código eleitoral e as bases da democracia como 
sistema de governo. 

________________________________________

9. Tema:  Jornalismo
Público­alvo: acadêmicos de jornalismo
Tópico:  O fascínio do povão pelas desgraças alheias.  

FINALIDADE A – Demonstrar que existe um tempo máximo em que o indivíduo é capaz de se 
concentrar naquilo que vê na televisão.
FINALIDADE B –  Comentar o lado eclético da comunicação ao se fazer críticas literárias em 
jornais e revistas.
FINALIDADE C –  Mostrar o poder de atração sobre as pessoas incultas que exerce a combinação 
de baixarias com notícias de “puliça”  do rádio, tv, jornais e revistas.

________________________________________

10. Tema:  Viagens
Público­alvo: pessoal da terceira idade
Tópico:  Depois da temporada, a praia é toda nossa .

FINALIDADE A – Estimular os idosos a fazer viagens de turismo ao litoral fora da temporada de 
veraneio.
FINALIDADE B –  Mostrar os riscos de infecção pela poluição da água do mar em balneários.
FINALIDADE C –  Relatar casos fantásticos de contatos de extraterrestres com turistas no litoral 
brasileiro.

0o0­0o0­0o0

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Estamos realizando nossos exercícios cada vez mais próximos da subjetividade.  Algumas pessoas 
divergem de nós ao avaliarmos certas questões.  Respeitam­se seus pontos de vista.  Todavia, a 
grande maioria daqueles que resolveram as questões deste exercício apontaram como corretas as 
seguintes respostas:

1. FINALIDADE A –  comprovar que os auditores portuários têm mais poder de   barganha 
em negociações grevistas; pois, durante sua paralisação, não há 
importação nem exportação com o correspondente recolhimento de 
impostos.

2.  FINALIDADE B –  Conscientizar as pessoas para não aprisionarem pássaros.

3.  FINALIDADE A – Relacionar os costumes recomendados que se devem ter com os 
dentes.

4.  FINALIDADE C –  Demonstrar que medidas como a reciclagem do papel e o 
armazenamento em meio digital contribuem para evitar o 
desmatamento irracional.

5.  FINALIDADE C –  Mostrar como fazer pesquisas escolares na internet e quais os 
melhores sites para isso.

6.  FINALIDADE A – Informar e comentar o que há de novo nas relações jurídicas entre 
empregado e empregador.

7.  FINALIDADE A – Demonstrar os meios utilizados, em certos casos, para a suposta 
aplicação da justiça, comparando com os cuidados na manipulação de 
alimentos em fábricas de linguiça.

8.  FINALIDADE A – Mostrar que quanto mais carente for a sociedade no tocante à 
segurança, saúde, transporte e educação, mais fácil será para os 
políticos ludibriá­la em campanhas eleitorais.

9.  FINALIDADE C –  Mostrar o poder de atração sobre as pessoas incultas que exerce a 
combinação de baixarias com notícias de “puliça”  do rádio, tv, jornais 

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e revistas.

10.  FINALIDADE A – Estimular os idosos a fazer viagens de turismo ao litoral fora da 
temporada de veraneio.

80
DETERMINAR A FINALIDADE DE UMA REDAÇÃO

EXERCÍCIO 14

Você já tem os conhecimentos necessários para realizar com sucesso um exercício mais completo, 
envolvendo coesão textual, isto é, o relacionamento lógico de elementos de uma dissertação.

No exercício anterior, você aprendeu a identificar a finalidade de uma redação.  A compreensão do 
conceito de finalidade é um aspecto de capital importância não só para a coesão de um texto, como 
também para a sua coerência.

Agora, você vai determinar as finalidades que sejam de interesse de seus leitores.  Para isso, 
fornecemos­lhe o tema, o tópico e o seu público­alvo.  Em cada questão, escreva  uma finalidade de 
relevância para seus leitores, cuidando para que ela esteja relacionada ao tópico, seja de interesse de 
seu público­alvo e com este apropriada.  Lembre­se sempre de que, a cada novo exercício, as 
dificuldades surgem naturalmente, porém elas desaparecerão com o treinamento constante e 
sistemático por meio das lições deste curso.

1. Tema:  Festas familiares
Público­alvo: leitores de um jornal de bairro
Tópico:  Oportunidades de reencontro.  

FINALIDADE  –  ..................................................................................................................................

________________________________________

2. Tema:  Tecnologia
Público­alvo:  participantes de um curso de capacitação e atualização 
profissional
Tópico:  E ninguém escapou da onda da informática.  

FINALIDADE  –  ..................................................................................................................................

________________________________________

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3. Tema:  Futuro
Público­alvo:  alunos do ensino fundamental
Tópico:  A importância do hábito de poupar.  

FINALIDADE  –  ..................................................................................................................................

________________________________________

4. Tema:  Moda
Público­alvo:  mulheres dos quinze aos trinta e cinco anos
Tópico:  Sapatos, a beleza a seus pés.  

FINALIDADE  –  ..................................................................................................................................

________________________________________

5. Tema:  Imprensa
Público­alvo:  estudantes de jornalismo
Tópico:  O efeito internet para a venda de jornais. 

FINALIDADE  –  ..................................................................................................................................

________________________________________

6. Tema:  Ética na saúde

Público­alvo:  médicos e dentistas
Tópico:  Limites para a propaganda do doutor.

FINALIDADE  –  ..................................................................................................................................

________________________________________

7. Tema:  Curandeirismo
Público­alvo:  leitores de uma revista de atualidades
Tópico:  Vítimas da crendice ou do charlatanismo?

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FINALIDADE  –  ..................................................................................................................................

________________________________________

8. Tema:  Alimentação
Público­alvo:  donas­de­casa
Tópico:  Combinação de alimentos.

FINALIDADE  –  ..................................................................................................................................

________________________________________

9. Tema:  Infância
Público­alvo:  pais e mães
Tópico:  Jardins de infância e depósitos de crianças.

FINALIDADE  –  ..................................................................................................................................

________________________________________

10. Tema:  Casamento

Público­alvo:  casais de um bairro
Tópico:  O direito à reserva da intimidade.

FINALIDADE  –  ..................................................................................................................................

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A avaliação de suas respostas deverá ser feita por você.  Veja se as finalidades que você indicou 
possuem os requisitos necessários, vistos anteriormente, ou seja, relacionam­se ao tópico 
correspondente e são interessantes aos seus leitores.  Refaça as questões cujas respostas julgar 
insuficientes, e vamos adiante.

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DESENVOLVER SENTENÇAS­TESE COM BASE NA FINALIDADE DA 
DISSERTAÇÃO

EXERCÍCIO 15

Agora que você já sabe determinar a finalidade, vai, com base nela, desenvolver as sentenças­tese 
de suas dissertações.  A sentença­tese deve anunciar aos seus leitores sobre o que você escreverá 
dali por diante até final da redação.  A partir do tema, tópico e tipo de público­alvo fornecidos no 
início de cada questão, defina a finalidade da dissertação e desenvolva a respectiva sentença­tese.

1. Tema: Derrocada dos investimentos e a consequente queda da oferta de empregos
Público­alvo:  leitores de um jornal diário
Tópico:  Falta a mola propulsora.

FINALIDADE  –  ..................................................................................................................................

SENTENÇA­TESE ­ .............................................................................................................................

________________________________________

2. Tema: Jogo de bingo
Público­alvo:  leitores de um jornal diário
Tópico: A regulamentação dos bingos.

FINALIDADE  –  ..................................................................................................................................

SENTENÇA­TESE ­ .............................................................................................................................

________________________________________

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3. Tema: Participação do povo pela ética na política em nosso país
Público­alvo:  leitores de uma revista religiosa
Tópico: Queremos fichas limpas.

FINALIDADE  –  ..................................................................................................................................

SENTENÇA­TESE ­ .............................................................................................................................

________________________________________

4. Tema: Drogas
Público­alvo:  leitores de um jornal diário
Tópico: Legalização das drogas no Brasil.

FINALIDADE  –  ..................................................................................................................................

SENTENÇA­TESE ­ .............................................................................................................................

________________________________________

5. Tema: Teatro
Público­alvo:  leitores de um suplemento semanal de um jornal
Tópico: Ida ao teatro, uma opção de cultura e lazer.

FINALIDADE  –  ..................................................................................................................................

SENTENÇA­TESE ­ .............................................................................................................................

________________________________________

6. Tema: Futebol
Público­alvo:  homens de quinze a quarenta anos

85
Tópico: O amor pela camisa e o jogador da atualidade

FINALIDADE  –  ..................................................................................................................................

SENTENÇA­TESE ­ .............................................................................................................................

________________________________________

7. Tema: Dia das mães
Público­alvo:  sócios de um clube recreativo
Tópico: A linda expressão do amor.

FINALIDADE  –  ..................................................................................................................................

SENTENÇA­TESE ­ .............................................................................................................................

________________________________________

8. Tema: Posse do novo reitor
Público­alvo:  alunos, professores e servidores de uma universidade
Tópico: A véspera é o melhor da festa.

FINALIDADE  –  ..................................................................................................................................

SENTENÇA­TESE ­ .............................................................................................................................

________________________________________

9. Tema: Educação
Público­alvo:  alunos do segundo grau

86
Tópico: O livro e o computador.

FINALIDADE  –  ..................................................................................................................................

SENTENÇA­TESE ­ .............................................................................................................................

________________________________________

10. Tema: Mulher


Público­alvo:  leitoras de um suplemento feminino distribuído aos domingos
Tópico: Homens, presas fáceis de um jogo de sedução.

FINALIDADE  –  ..................................................................................................................................

SENTENÇA­TESE ­ .............................................................................................................................

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87
Respostas possíveis:

Abaixo seguem sugestões de prováveis respostas das quatro primeiras questões.  Lembramos que é 
mais fácil um raio cair dez vezes consecutivas em um mesmo lugar do que as suas respostas 
coincidir com as nossas abaixo.  Estas servem apenas como meros exemplos de respostas.

1.  
FINALIDADE  – Demonstrar que os empregos são gerados pelos investimentos que o Brasil 
faz.
SENTENÇA­TESE ­ Se a expansão de empregos é de fato prioritária, o País precisa voltar a 
investir muito mais.

(Extraído de http://www.estadao.com.br,  com adaptações nossas.)

________________________________________

2.  
FINALIDADE  – Comentar os dois lados do jogo de bingo: benefícios econômicos e 
degradação.
SENTENÇA­TESE ­ Conhecido mundialmente como uma atividade que atrai e fortalece o turismo, 
gera empregos e amplia a arrecadação de tributos, o jogo pode ser visto 
também pelo lado de suas distorções, como a de propiciar a lavagem de 
dinheiro e de favorecer um vício que pode destruir pessoas e famílias.

(Extraído de http://www.clicrbs.com.br/anoticia,  com adaptações nossas.)

________________________________________

3.  
FINALIDADE  – Estimular a participação popular pela moralidade na política.
SENTENÇA­TESE ­ Todos somos convidados a participar dessa campanha em benefício da ética 
na política em nosso país.

(Extraído de http://www.paulinas.org.br, com adaptações nossas.)

________________________________________

88
4.  
FINALIDADE  – Demonstrar que a única saída para o problema é a legalização das drogas.
SENTENÇA­TESE ­ A luta contra essa indústria parece inglória, além de ser custosa em dinheiro e 
vidas.

(Extraído de Editorial do Jornal O Globo,  com adaptações nossas.)

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89
A CLAREZA DA SENTENÇA­TESE

Escrever sentenças­tese é uma ação que você já domina.  Você também já conhece os requisitos de 
coesão textual que elas deverão possuir, que são as relações de ideia com o tema e com o tópico.  Já 
sabe que toda sentença­tese deve trazer um assunto de relevância para seus leitores, além de revelar 
a finalidade de sua dissertação.  Tudo isso estaria comprometido se a sentença­tese não fosse escrita 
com clareza.  Para garantir a clareza ao escrever suas sentenças­tese, utilize os recursos que 
apresentamos a seguir, como o arrolamento, a concisão e a expectativa.

O arrolamento significa dispor os assuntos que serão abordados em rol ou listas, como fizemos ao 
final da sentença­tese do parágrafo acima (“... o arrolamento, a concisão e a expetativa.”).  Ficou 
muito claro dispor numa lista em sequência singela, numa simples enumeração dos itens de que 
iremos tratar nos próximos parágrafos.  Se dispuséssemos esses itens num amontoado de frases, 
certamente, prejudicaríamos a clareza.  Ao listarmos os assuntos referentes a esses itens, 
anunciamos que fizemos a sua divisão para discorrermos sobre eles com bastante clareza, um após o 
outro (primeiro, falaremos sobre “arrolamento”; depois, sobre “concisão” e, finalmente, sobre 
“expectativa”).

A concisão quer dizer que a sentença­tese deve ser curta.  Quanto mais curta, mais poderosa será 
uma sentença­tese.  Toda sentença ou é formada por uma sequência de sujeito + verbo + 
complementos + adjuntos ou por encadeamento sintático de sequências desse tipo, em outra ordem. 
Quanto menor for esse encadeamento, mais agradável será a sua leitura, maior será o seu impacto 
no leitor.  Ninguém gosta de ler sentenças longas, pois são cansativas e confusas.  Para que você 
tenha uma ideia do resultado da extensão de uma sentença­tese, compare a que escrevemos no 
parágrafo inicial, acima nesta página, com a seguinte:

“A fim de que se possa ter garantido o aspecto relativo à clareza, ao se escrever sentenças­tese, 
deve­se, antes de qualquer coisa, ter a preocupação de utilizar os recursos sobre os quais 
discorreremos nos próximos parágrafos do presente texto, conhecidos como arrolamento, concisão 
e expectativa.”

A expectativa traduz­se em elevar a ansiedade do leitor, predispondo­o a querer saber o que será 
dito sobre os itens anunciados.  Isso deve ser feito com criatividade, simplicidade e objetividade, de 
modo a intensificar seu interesse por meio de expressões decisivas como a que utilizamos em nossa 

90
sentença­tese desta redação (... Para garantir a clareza ... utilize os recursos ...).  Ora, se o tópico é 
“A clareza da sentença­tese”, tudo o que o leitor deseja, e o mais rápido possível, é saber como 
escrever com clareza.  Então para aumentar sua expectativa e continuar lendo nossa dissertação, 
dizemos­lhe que “para escrever com clareza, é só usar os recursos que apresentamos em seguida”).

Agora que tudo está aclarado, prossigamos!

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DETERMINAR SENTENÇAS­TESE ESCRITAS COM CLAREZA

EXERCÍCIO 16

Além de estar relacionada ao tópico e corresponder aos interesses de seu público, a sentença­tese, 
para cumprir a sua finalidade, deve ser escrita com clareza.  Para isso, deve­se dividi­la por meio de 
rol ou lista; apresentá­la em frase curta; e que possa aumentar a expectativa do leitor, a qual o 
tópico despertou.  Tudo isso, numa linguagem apropriada ao público­alvo.

Você irá avaliar, agora, as frases deste exercício e dizer, em qual alternativa, das duas de cada 
questão, apresenta­se uma sentença­tese escrita com clareza.

1.
Tema:  Acupuntura
Tópico:  O toque do bem­estar
Público­alvo:  executivos e funcionários de um banco
Finalidade:  estimular o uso da acupuntura para aliviar as tensões do trabalho

Sentença­tese A ­  Trazemos para você e seus colegas de empresa uma possibilidade ímpar de 
aumentar a motivação para o trabalho do dia­a­dia, fato que pesa de modo muito significativo na 
carreira profissional, como também as chances de conservar suas energias para depois da jornada de 
labor diário, levando consigo uma carga extra de humor e disposição para as coisas que você gosta 
de fazer nas horas de folga.

Sentença­tese B ­  Veja como conseguir mais satisfação pelo trabalho, pleno autocontrole e, ainda 
de sobra, muita disposição e humor para depois do expediente. 

________________________________________

2.
Tema:  Turismo
Tópico:  Impossível resistir ao fascínio do mar
Público­alvo:  pessoas entre vinte e quarenta anos
Finalidade:  incrementar o turismo em balneários do litoral

92
Sentença­tese A ­  Em vez do calor e das limitações de circular no campo, pois afinal ninguém é de 
ferro a ponto de fazer esforço nas horas de lazer, a praia é uma opção de divertimento que oferece 
muito mais para todos os que sabem viver e apreciam o ambiente como a natureza o fez, em vários 
locais da linda e extasiante costa do litoral brasileiro.

Sentença­tese B ­  Conheça, a seguir, as praias mais irresistíveis do litoral brasileiro para passar 
suas férias.

________________________________________

3.
Tema:  Segurança no trânsito
Tópico:  Descanso forçado para os caminhoneiros
Público­alvo:  leitores de um jornal diário
Finalidade:   opinar sobre a proibição da circulação, nas rodovias, de caminhões em finais de 
semana 

Sentença­tese A ­  Além de reduzir a circulação de veículos lentos e garantir o descanso em finais 
de semana aos motoristas, a medida reduziu o número de acidentes nas rodovias.

Sentença­tese B ­  Os caminhões, por serem lentos, são potenciais causadores de acidentes em 
finais de semana em rodovias brasileiras, razão pela qual os mesmos foram impedidos de circular 
nesse período por medida legal, ficando os carros de passeio e ônibus livres para trafegarem sem as 
constantes ameaças de acidentes por parte dos caminhoneiros que eram proibidos de descansar aos 
finais de semana.

________________________________________

4.
Tema:  Agricultura
Tópico:  Os infortúnios e as glórias do agricultor
Público­alvo:  associados de uma cooperativa agrícola
Finalidade: demonstrar os riscos a que se expõem os trabalhadores rurais e 
algumas vantagens inerentes à profissão 

Sentença­tese A ­  Veremos, neste artigo, os ossos e as gorduras da profissão de agricultor.

93
Sentença­tese B ­  As dificuldades e as vantagens das pessoas nas lides agrícolas fazem delas um 
ponto questionável diante das contingências.

________________________________________

5.
Tema:  Romance
Tópico:  O amor não tem idade
Público­alvo:  pessoas da terceira idade
Finalidade: demonstrar que um relacionamento amoroso pode surgir em 
qualquer idade. 

Sentença­tese A ­  Você vai saber agora por que os sintomas do amor transformam pessoas maduras 
e experientes em indivíduos sonhadores e cheios de esperanças.

Sentença­tese B ­  Uma pessoa pode amar durante a velhice e até saber que ela não é obstáculo para 
o amor que provoca sonhos como nos adolescentes que amam e sonham. 

________________________________________

6.
Tema:  Tecnologia
Tópico:  A farsa da inclusão social
Público­alvo:  leitores de uma revista mensal
Finalidade: demonstrar que a inclusão social, na prática, é assunto para desfile de 7 de 
Setembro ou de discurso em campanhas eleitoreiras

Sentença­tese A ­  As crianças pobres vivem à margem da tecnologia, sem saber sequer como 
funciona um computador, e ninguém faz nada.

Sentença­tese B ­  Haveria ações mais eficazes além da compra de obsoletos computadores com 
elevados recursos do orçamento público no processo de inclusão social dos desafortunados? 

________________________________________

94
7.
Tema:  Esporte
Tópico:  Mexa­se
Público­alvo:  leitores de um jornal de condomínio
Finalidade: incentivar a prática de atividades físicas em pequenas comunidades residenciais 

Sentença­tese A ­  Veja como conseguir, com alguns exercícios físicos, um melhor controle do 
emocional, desempenho sexual sem problemas, um corpo em boa forma, além da expectativa de 
uma vida saudável no futuro.

Sentença­tese B ­  Com uma rigorosa disciplina, quase militar, muito esforço na malhação, você 
poderá desfrutar de muita saúde e muita disposição para enfrentar os problemas emocionais que 
encontrar pela frente, como também poderá ter um corpo muito forte e robusto no presente e no 
futuro. 

________________________________________

8.
Tema:  Sedentarismo
Tópico:  Fuja da inatividade enquanto é tempo
Público­alvo:  leitores de um suplemento dominical de jornal diário
Finalidade: demonstrar os riscos aos quais se expõem as pessoas inativas 

Sentença­tese A ­  O sedentarismo estraga a vida que se leva, pois a pessoa fica só comendo sem 
nada fazer por falta de exercícios físicos até engordar muito a ponto de ficar com depressão.

Sentença­tese B ­  Como livrar­se da obesidade, depressão, e outros terríveis problemas causado 
pela vida sedentária?

________________________________________

9.
Tema:  Infância
Tópico:  Leve a sério as brincadeiras de criança
Público­alvo:  pais e mães leitores de uma revista semanal de atualidades

95
Finalidade: estimular uma infância sadia  

Sentença­tese A ­ Conheça a importância das brincadeiras para seus filhos crescerem fortes e 
saudáveis.

Sentença­tese B ­  As crianças devem brincar sempre para ter saúde, mesmo porque é na infância 
que se brinca mais. 

________________________________________

10.
Tema:  Moralidade
Tópico:  O fomento da jogatina é função pública?
Público­alvo:  leitores de um jornal diário
Finalidade: mostrar os riscos da degradação pela busca de dinheiro fácil  

Sentença­tese A ­  Demonstra­se, a seguir, que existem formas bem mais construtivas de conseguir 
dinheiro do que pela via do jogo.

Sentença­tese B ­  O jogo é maléfico para os dois lados, pois induz à busca pelo dinheiro fácil, o 
abandono do trabalho  e o estímulo à malandragem, tanto do lado do governo quanto do lado do 
povão, esquecendo­se que existem formas dentro da moralidade para a obtenção do dinheiro.

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96
As sentenças­tese que reúnem os requisitos de clareza estão listadas abaixo.  Compare suas 
respostas. Refaça as questões nas quais você se equivocou e, depois de um merecido descanso, 
prossiga no próximo exercício.

RESPOSTAS:

1.  Sentença­tese B ­ Veja como conseguir mais satisfação pelo trabalho, pleno 


autocontrole e, ainda de sobra, muita disposição e humor para depois do expediente.

2. Sentença­tese B ­ Conheça, a seguir, as praias mais irresistíveis do litoral brasileiro


para passar suas férias.

3.  Sentença­tese A ­ Além de reduzir a circulação de veículos lentos e garantir o


descanso em finais de semana aos motoristas, a medida reduziu o número de acidentes nas
rodovias.

4. Sentença­tese A ­ Veremos, neste artigo, os ossos e as gorduras da  profissão de 


agricultor.

5. Sentença­tese A ­ Você vai saber agora por que os sintomas do amor transformam 
pessoas maduras e experientes em indivíduos sonhadores e cheios de esperanças.

6. Sentença­tese A ­ Sentença­tese A ­  As crianças pobres vivem à margem da
tecnologia, sem saber sequer como funciona um computador, e ninguém faz nada.

7. Sentença­tese A ­ Veja como conseguir, com alguns exercícios físicos, um melhor
controle do emocional, desempenho sexual sem problemas, um corpo em boa forma, além da 
expectativa de uma vida saudável no futuro.

8. Sentença­tese B ­ Como livrar­se da obesidade, depressão, e outros terríveis 
problemas causado pela vida sedentária.

9. Sentença­tese A ­ Conheça a importância das brincadeiras para seus filhos 

97
crescerem fortes e saudáveis.

10. Sentença­tese A ­ Demonstra­se, a seguir, que existem formas bem mais construtivas 


de conseguir dinheiro do que pela via do jogo.

98
ESCREVER SENTENÇAS­TESE COM CLAREZA

EXERCÍCIO 17

Escreva, ao final de cada questão, uma sentença­tese  correspondente ao tópico, público­alvo e 
finalidade fornecidos.  Cuide para que suas sentenças­tese reúnam as qualidades da clareza, 
conforme expusemos no início desta lição.

1.
Tema:  Mulher
Tópico:  Por que as tagarelas são irritantes?
Público­alvo:  mulheres dos quinze aos vinte anos
Finalidade: demonstrar a natural repulsa causada por mulheres que falam demais  

Sentença­tese  ­  .....................................................................................................................................

________________________________________

2.
Tema:  Discriminação contra soropositivos
Tópico:  O amor e a aproximação aliviam o sofrimento
Público­alvo:  leitores de um jornal diário
Finalidade: conscientizar as pessoas a adotar uma atitude mais humana aos portadores do 
vírus HIV  

Sentença­tese  ­  .....................................................................................................................................

________________________________________

3.
Tema:  Riqueza
Tópico:  Tudo pelo poder

99
Público­alvo:  estudantes do curso de direito
Finalidade: demonstrar a íntima relação entre o poder e a degradação humana  

Sentença­tese  ­  .....................................................................................................................................

________________________________________

4.
Tema:  Circo
Tópico:  Respeitável público!
Público­alvo:  alunos do segundo grau
Finalidade: demonstrar que os espetáculos de circo já tiveram seus dias de glória, e discutir 
algumas soluções para resgatar a sua importância  

Sentença­tese  ­  .....................................................................................................................................

________________________________________

5.
Tema:  Redação
Tópico:  Escreveu não leu ...
Público­alvo:  alunos de um curso de redação
Finalidade: demonstrar a importância do conhecimento de técnicas específicas para se fazer 
uma excelente redação  

Sentença­tese  ­  .....................................................................................................................................

________________________________________

6.
Tema:  Comportamento
Tópico:  Desgraça alheia é a alegria do povo
Público­alvo:  estudantes de jornalismo
Finalidade: demonstrar o fascínio  exercido pela desgraça alheia sobre as pessoas, e a 

100
exploração desse fato pela mídia noticiosa

Sentença­tese  ­  .....................................................................................................................................

________________________________________

7.
Tema:  Turismo ecológico
Tópico:  Caminhos do Sul
Público­alvo:  moradores de um condomínio de uma grande metrópole
Finalidade: incentivar a prática do turismo nas regiões montanhosas do sul do Brasil

Sentença­tese  ­  .....................................................................................................................................

________________________________________

8.
Tema:  Comemoração
Tópico:  Um aniversário inesquecível
Público­alvo:  sócios de um clube recreativo
Finalidade: demonstrar o alto impacto de uma festa­surpresa feita pelos amigos para o 
aniversariante

Sentença­tese  ­  .....................................................................................................................................

________________________________________

9.
Tema:  Casamento
Tópico:  O final de um lindo romance de amor
Público­alvo:  jovens de quinze a vinte anos
Finalidade: demonstrar que o marco final da estrada da conquista é o início da vida a dois

Sentença­tese  ­  .....................................................................................................................................

101
10.
Tema:  Redação
Tópico:  Escrevente, a profissão do futuro
Público­alvo:  professores do ensino fundamental
Finalidade: demonstrar o espantoso aumento do número de pessoas que se dizem 
inabilitadas para expor, com êxito, suas ideias por meio da escrita

Sentença­tese  ­  .....................................................................................................................................

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A avaliação deste exercício resume­se na verificação de sentenças­tese claras.  Isso se obtém pelo 
emprego, em parte ou em sua totalidade, dos recursos de que se tratou no início desta lição, que são 
o arrolamento, a concisão e a expectativa.  Refaça as respostas que julgar insuficientes ou que 
possam ser melhoradas, e vá em frente!

102
SENTENÇA­TESE CRIATIVA

A clareza de uma sentença­tese é fundamental, porém não é suficiente para que a dissertação 
mereça uma elevada consideração.  E ─ como nos decidimos por este curso na intenção de escrever 
com originalidade, estilo e arte ─ não podemos nos contentar com resultados vulgares.  É 
necessário, então, que escrevamos com criatividade, uma vez que sabemos que o leitor pode ser 
compelido a desistir ou a continuar a leitura de nossa dissertação pela intensidade do brilho da 
criatividade refletido pela sentença­tese.  Que devemos evitar e que devemos adotar, nessa ordem, 
para escrever sentenças­tese criativas?

Deve­se evitar, entre outras situações, vulgaridades como:

● expressões triviais como “agora eu vou discorrer sobre”, “a seguir, vou revelar a vocês”, 
“vocês vão conhecer agora” etc;

● frases ou expressões fossilizadas do tipo: abrir com chave de ouro,  a recíproca é 
verdadeira, a duras penas, alto e bom som, atingir em cheio, a toque de caixa, bola da vez,  
cair como uma luva, cavalo de batalha, chover no molhado, coroado de êxito, dar com os 
burros n'água, deixar a desejar,  de mão beijada, de vento em popa, dispensa 
apresentações, em compasso de espera, ensaiar os primeiros passos, faca de dois gumes,  
fazer das tripas coração, inserido no contexto, jogar as últimas fichas, lugar ao sol, página 
virada, passar em brancas nuvens, perder o bonde da história, poder de fogo, pôr as cartas 
na mesa, requintes de crueldade, reta final, tábua de salvação, tiro de misericórdia, trazer à 
tona, via de regra etc.

Deve­se adotar recursos linguisticos do tipo:

● o uso da “analogia”, que nada mais é que fazer comparações.  Exemplo:  “A estrada do  
casamento tem aclives íngremes, curvas fechadíssimas, trechos sem acostamento, em que  
podemos perder o controle e colocar tudo a perder”.  (comparou­se o transcurso do tempo 
do casamento a uma estrada)

● o empréstimo de palavras de contextos específicos.  Exemplo:  “Às vezes, fico folheando,  
preguiçosamente, as páginas de minha infância.”.  (páginas são próprias de livros, revistas 
e jornais e não de recordações de fase da existência humana).

103
DETERMINAR SENTENÇAS­TESE CRIATIVAS

EXERCÍCIO 18

O exercício presente consiste em determinar a sentença­tese mais criativa de cada questão. 
Escrever com criatividade é escrever fora dos padrões de linguagem das pessoas comuns, é escrever 
de modo diferente daquilo que usualmente se escreveria.  Há, todavia,  de se cuidar para evitar a 
“síndrome do arquiteto”, que, por razões de beleza e estética, sugere que seja substituída uma viga­
mestra por um canteiro de orquídeas, colocando em risco, sem saber, a estrutura  do edifício 
projetada pelo engenheiro.  A nossa viga­mestra é o público­alvo.  Não podemos perdê­lo de vista 
em nenhum momento de nossa dissertação.  A sentença­tese, além de criativa, deve atrair o 
interesse do público­alvo.  Para você ter uma ideia prática do que seria uma sentença­tese criativa, 
imagine qual das sentenças apresentadas nas questões abaixo lhe faria prosseguir na leitura da 
dissertação.  A escolhida por você seria a sentença­tese mais criativa.

Assinale, com base nos dados fornecidos em cada questão, a sentença­tese que lhe pareça mais 
criativa.

1.
Tema:  Decisão vocacional
Tópico:  Ser ou não ser, eis a questão
Público­alvo:  alunos do último ano do segundo grau
Finalidade:  dissertar sobre as dúvidas na hora de escolher a profissão a seguir
Sentença­tese A: Ao se escolher a profissão que vai seguir é importante tomar 
muito cuidado para não ser infeliz com a atividade que vai 
desempenhar até a aposentadoria para não ser mais um 
trabalhador infeliz.
Sentença­tese B: Conheça os principais cuidados que deve tomar na hora de escolher a 
profissão para não chegar à praia errada.

________________________________________

2.
Tema:  Decisão vocacional

104
Tópico:  Nem tudo que reluz é ouro
Público­alvo:  alunos do último ano do segundo grau
Finalidade:   demonstrar que a escolha errada da profissão poderá trazer consequências 
desagradáveis
Sentença­tese A: Responda as dez perguntas, a seguir, para escolher a profissão certa e 
identificar as erradas.
Sentença­tese B: A escolha da profissão exige que se levantem muitas questões importantes 
que darão origem a perguntas que você deverá responder antes de escolher a 
profissão porque pode, sem querer, escolher a profissão errada.

________________________________________

3.
Tema:  Humor
Tópico:  Sorria à vontade, você não está sendo filmado
Público­alvo:  funcionários de uma rede de seguradora
Finalidade:   demonstrar que o riso franco afasta muitas tensões nocivas à saúde.
Sentença­tese A: Para sorrir com espontaneidade, basta imaginar as pessoas que vemos, no 
momento, em situações grotescas; lembrar de uma piada muito boa; ou, 
ainda, tentar descobrir o bicho que se parece com a pessoa com quem 
falamos, por meio dos métodos seguintes.
Sentença­tese B: A pessoa sorri e o mundo fica todo colorido.

________________________________________

4.
Tema:  Antiguidade
Tópico:  Velho e atraente
Público­alvo:  sócios de um clube de colecionadores de carros antigos
Finalidade:   demonstrar a atração das pessoas por modelos de carros antigos
Sentença­tese A: Eis os carros que, por pouco, não transitaram sobre a lama do dilúvio.
Sentença­tese B: Esses modelos remontam épocas bastante antigas, até porque não se sabe 
quando o último começou a circular e isso sem falar nas pessoas que foram 
seus donos e não existem mais.

________________________________________

105
5.
Tema:  Marketing
Tópico:  Um marketing às avessas
Público­alvo:  membros de um diretório de partido político
Finalidade:  demonstrar a necessidade de o nome de um político estar sempre na mídia
Sentença­tese A: O marketing dos políticos distingue­se dos demais.
Sentença­tese B: Este artigo mostra como o marketing dos políticos beneficia­se muito bem do 
princípio “fale bem ou mal, mas fale de mim”.

________________________________________

6.
Tema:  Música
Tópico:  O ritmo da vida
Público­alvo:  pessoas de vinte a sessenta anos
Finalidade:   demonstrar a necessidade da música para a saúde de todas as pessoas
Sentença­tese A: Acho que a vida seja melhor com música, pois quem canta seus males 
espanta.
Sentença­tese B: A saúde agradece pelos acordes.

________________________________________

7.
Tema:  Medo de avião
Tópico:  Do pânico à tranquilidade 
Público­alvo:  leitores de uma revista semanal
Finalidade:   comentar sobre o descontrole emocional de certas pessoas quando têm que viajar de 
avião e a saída para essa desconfortante situação
Sentença­tese A: À véspera, a imaginação trabalha a mil, criando os quadros mais sinistros; 
porém há uma maneira de melhorar essas hipóteses sombrias e fazer uma 
viagem muito agradável.
Sentença­tese B: Não é fácil ter que viajar de avião com medo dele, pois a gente só consegue 
pensar em coisas ruins, mas isso precisa mudar.

________________________________________

106
8.
Tema:  Festa de aniversário
Tópico:  Chegou a hora de soprar as velinhas 
Público­alvo:  leitores de um jornal religioso
Finalidade:   comentar sobre a oportunidade de ter uma sensação de ganho
Sentença­tese A: Quando se faz aniversário, fica­se um ano mais velho, tem­se a sensação de 
perda, mas temos que encarar.
Sentença­tese B: Ouvir o “parabéns pra você”, com os parentes e amigos à volta, pode ser a 
chance de contabilizar mais uma vitória em grande estilo.

________________________________________

9.
Tema:  Cuidados com a pele
Tópico:  O sol inclemente 
Público­alvo:  mulheres dos quinze aos trinta anos
Finalidade:   demonstrar a negligência de algumas mulheres ao expor­se ao sol
Sentença­tese A: Os riscos a que se sujeita uma mulher em busca do maravilhoso bronzeado 
podem ir de uma leve queimadura à morte precoce.
Sentença­tese B: Ficar ao sol por longas horas deixa as pessoas arriscadas a se darem mal, pois 
a pele se estraga e a pessoa pode ficar doente.

________________________________________

10.
Tema:  Concurso público
Tópico:  A aprovação mais próxima de você 
Público­alvo:  alunos de cursinho de preparação a concurso público
Finalidade:   demonstrar que muitas pessoas conseguiram a aprovação por meio de estratégias 
infalíveis de estudo
Sentença­tese A: Para obter a aprovação em um concurso público, o ideal é a utilização das três 
estratégias que mais deram resultado positivo, as quais explicaremos a seguir.
Sentença­tese B: Não existem fórmulas mágicas para ser aprovado num concurso público, 
basta apenas o jeito certo que muitos utilizaram para aprovar nos concursos 
que fizeram, pois não se consegue sem um boa estratégia de jeito nenhum.

107
Acreditamos que você tenha feito este exercício com muita facilidade.  Vejamos, porém, se as suas
respostas coincidiram com as nossas.  Para nós, as sentenças que devem ser consideradas criativas
são: 

1.  
Sentença­tese B: Conheça os principais cuidados que deve tomar na hora de escolher a 
profissão para não chegar à praia errada.

2.
Sentença­tese A: Responda as dez perguntas, a seguir, para escolher a profissão certa e 
identificar as erradas.

3.  Sentença­tese A: Para sorrir com espontaneidade, basta imaginar as pessoas que vemos, no 
momento, em situações grotescas; lembrar de uma piada muito boa; ou, 
ainda, tentar descobrir o bicho que se parece com a pessoa com quem 
falamos, por meio dos métodos seguintes.

Observação:  A sentença­tese B nos pareceu muito fantasiosa e inexpressiva.

4.  Sentença­tese A: Eis os carros que, por pouco, não transitaram sobre a lama do dilúvio.

5.  Sentença­tese B: Este artigo mostra como o marketing dos políticos beneficia­se muito bem do 
princípio “fale bem ou mal, mas fale de mim”.

6.  Sentença­tese B: A saúde agradece pelos acordes.

Observação: Na sentença­tese “A”, com a palavra “Acho”, iniciando o período, criou­se uma 
situação de dúvida, e isso, convenhamos, não atrai ninguém;  a expressão “quem 
canta seus males espanta”, encerrando a frase, não é mais nada que um lugar­comum 
e, logicamente, sem nenhuma criatividade.

108
7.   Sentença­tese A: À véspera, a imaginação trabalha a mil, criando os quadros mais sinistros; 
porém há uma maneira de melhorar essas hipóteses sombrias e fazer uma 
viagem muito agradável.

Observação: Esta questão mostra que, nem sempre, as frases curtas são as mais criativas, cuidado! 
A concisão é importante, mas dentro do possível.

8.  Sentença­tese B: Ouvir o “parabéns pra você”, com os parentes e amigos à volta, pode ser a 
chance de contabilizar mais uma vitória em grande estilo.

Observação: A sentença­tese “A” confronta a finalidade da redação, bem como 
não é apropriada ao seu público­alvo.

9.  Sentença­tese A: Os riscos a que se sujeita uma mulher em busca do maravilhoso bronzeado 
podem ir de uma leve queimadura à morte precoce.

10.  Sentença­tese A: Para obter a aprovação em um concurso público, o ideal é a utilização das três 
estratégias que mais deram resultado positivo, as quais explicaremos a seguir.

0o0­0o0­0o0

109
DAR EXEMPLOS DE SENTENÇAS­TESE CRIATIVAS

EXERCÍCIO 19

Com base nos dados fornecidos em cada questão e tendo um exemplo de sentença­tese criativa, 
escreva uma sentença­tese também criativa.  Lembre­se de que o norte é o público­alvo, isto é, a 
sentença­tese deve ser apropriada aos seus possíveis leitores, além de ser congruente com o tópico e 
servir à finalidade da redação.

1.
Tema:  Festa de aniversário
Tópico:  O dia em que você chegou 
Público­alvo:  empregados de uma indústria
Finalidade:   demonstrar a importância da comemoração do dia do aniversário
Sentença­tese A (nosso exemplo): Saiba como colorir o dia da sua vida, que não deve passar em 
branco.
Sentença­tese B (seu exemplo):  ............................................................................................................

________________________________________

2.
Tema:  Saúde
Tópico:  Vai uma celulite aí?! 
Público­alvo:  mulheres de quinze a trinta anos
Finalidade:   alertar sobre os riscos pelo consumo de refrigerantes
Sentença­tese A (nosso exemplo): O consumo de refrigerantes pode contribuir para o 
aparecimento de estrias, celulite, pneus, obesidade e outros 
efeitos indesejáveis, além de roubar a cena quando você vai à 
praia.
Sentença­tese B (seu exemplo):  ............................................................................................................

________________________________________

110
3.
Tema:  Ficção
Tópico:  Uma viagem pela imaginação 
Público­alvo:  participantes de um seminário sobre contos de ficção
Finalidade:   comentar o papel do escritor nos contos de ficção
Sentença­tese A (nosso exemplo): O expresso do imaginário deixou para trás a estação da 
realidade e se dirige ao fantástico mundo arquitetado pelo 
escritor.
Sentença­tese B (seu exemplo):  ............................................................................................................

________________________________________

4.
Tema:  Jogos de azar
Tópico:  Façam seus jogos, senhores 
Público­alvo:  leitores de uma revista semanal de atualidades
Finalidade:   demonstrar como uma ingênua aposta pode disparar o mecanismo de uma 
dominadora compulsão ao jogo
Sentença­tese A (nosso exemplo): A ilusão do enriquecimento fácil e rápido nos conduz à 
perigosa fronteira do vício do jogo e, se a transpusermos, 
poderemos nos tornar vítimas de um tenebroso destino.
Sentença­tese B (seu exemplo):  ............................................................................................................

________________________________________

5.
Tema:  Casamento
Tópico:  Como encontrar a outra metade
Público­alvo:  leitores de um suplemento dominical de um jornal diário
Finalidade:   mostrar que existem táticas certas para a escolha do cônjuge ideal
Sentença­tese A (nosso exemplo): Nem sorte, nem destino na busca pelo par perfeito, mas sim o 
conhecimento de certos requisitos básicos e decisivos.
Sentença­tese B (seu exemplo):  ............................................................................................................

________________________________________

111
6.
Tema:  Vestuário
Tópico:  A veste continua fazendo o monge
Público­alvo:  executivos
Finalidade:   demonstrar como a roupa influi no julgamento que as pessoas fazem entre si 
Sentença­tese A (nosso exemplo): Assim como a embalagem enobrece o conteúdo, exigem­se 
cuidados especiais na escolha do traje apropriado para causar 
boa impressão.
Sentença­tese B (seu exemplo):  ............................................................................................................

________________________________________

7.
Tema:  Comunicação
Tópico:  Bom de papo
Público­alvo:  leitores de um jornal diário
Finalidade:   demonstrar que a boa impressão numa conversa está em saber ouvir 
Sentença­tese A (nosso exemplo): Entenda por que os melhores conversadores são aqueles que 
nada dizem.
Sentença­tese B (seu exemplo):  ............................................................................................................

________________________________________

8.
Tema:  Drogas
Tópico:  Vítimas da agonia
Público­alvo:  jovens de quinze a vinte anos
Finalidade:   alertar para os perigos do vício das drogas 
Sentença­tese A (nosso exemplo): Prepare­se para conhecer um ponto de vista sobre o rápido 
percurso do prazer para a dor.
Sentença­tese B (seu exemplo):  ............................................................................................................

________________________________________

112
9.
Tema:  Sono
Tópico:  Mais tempo de berço
Público­alvo:  leitores de um jornal de bairro
Finalidade:   demonstrar os benefícios de respeitar os intervalos de sono exigido pelo corpo 
Sentença­tese A (nosso exemplo): Acorde para a vida depois de uma noite bem dormida.
Sentença­tese B (seu exemplo):  ............................................................................................................

________________________________________

10.
Tema:  Grafologia
Tópico:  As letras falam
Público­alvo:  leitores de uma revista sobre esoterismo 
Finalidade:   demonstrar as características da personalidade por meio da escrita 
Sentença­tese A (nosso exemplo): Compreenda por que a escrita é a carteira de identidade mais 
confiável.
Sentença­tese B (seu exemplo):  ............................................................................................................

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Proceda, agora, à avaliação do exercício que acabou de fazer.  Verifique se as sentenças­tese estão 
relacionadas ao tópico, se são apropriadas ao público­alvo e se estão escritas com clareza.  Você 
deve tê­las escrito com todos esses atributos.  Observamos que muitos alunos, no início deste curso, 
preocupam­se, exageradamente, com o aspecto criatividade, e até confundindo o criativo com o 
fantasioso, o festivo.  Não se esqueça de que o grande objetivo de qualquer redação é “ser lida pelo 
seu público­alvo”, ou seja, que fomente o interesse do leitor.  Se você usar palavras simples, porém 
sem excessos e lugares­comuns, e, com isso, atrair o interesse do leitor, você foi criativo.  E é 
apenas isso que interessa no momento.  Na “questão 9” do exercício acima, usamos como “nosso 
exemplo” a sentença­tese “Acorde para a vida depois de uma noite bem dormida.”.  Ora!  Nessa 
sentença, a criatividade não se expressa por nenhuma fantasia ou expressão “engraçadinha”, mas 

113
resume­se no lado prático que possa sugerir.  Assim, entendemos que criatividade, entre tantos 
modos de exprimi­la, significa dizer algo de modo diferente do que uma pessoa comumente diria e, 
ainda por cima, atrair a atenção do público­alvo.  A criatividade é restringida pelas características 
do público­alvo.  Portanto, deve­se evitar expressões e palavras fantasiosas, que poderão dar 
descrédito à dissertação.

114
LIÇÃO 3 Sentença inicial 

APRESENTAÇÃO

Observe, no quadro abaixo, a representação do parágrafo inicial de uma dissertação:

Aqui, localiza­se a sentença inicial. Xxxxx xx x xxxxxxxx xxxxxxxxx x xxxx xx xxxxxxxxxx 
xxxxxxxx xxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxx xxxxxxxxx xxxxxxx xxxxxxxxxxxx x xx xxxx xxxxx 
xxxxxxxxxxxxxxxxx x xx xxxxx xxxxxxxxx xxxxxxxx.  Aqui, localiza­se  a sentença­tese.

Quando conversamos com alguém ou falamos a uma plateia, temos à nossa disposição inúmeros 
recursos como, por exemplo, expressão corporal, alteração de voz etc.  Todos esses recursos são 
usados para atrair a atenção de nossa audiência àquilo que estamos dizendo.  Todavia, quando 
escrevemos, nosso poder de atrair o leitor limita­se tão­somente ao significado de nossas frases. 
Em outras palavras, se quisermos chamar a atenção do leitor para aquilo que escrevemos, devemos 
escrever algo criativo, que lhe desperte o interesse.

Algumas vezes, quando abandonamos a leitura de um texto, o fazemos já na primeira sentença do 
primeiro parágrafo.  Sabe por quê?  Porque essa (primeira) sentença não nos pareceu interessante. 
Para evitar que isso aconteça com suas dissertações, sugerimos­lhe aplicar­se com afinco ao que lhe 
apresentamos nesta lição, fazendo todos os seus exercícios.  Assim, você dominará a fantástica 
técnica de atrair seu público leitor já na primeira sentença de sua dissertação.

Quando se começa bem, tem­se uma poderosa base para conseguir o resultado desejado.  Nas 
próximas páginas, apresenta­se uma dissertação na qual destacam­se a sentença inicial e a 
sentença­tese.

115
Violência versus agenda positiva

(Carlos Alberto Di Franco, estadão.com.br)

Impressiona­me o crescente espaço destinado à violência nos meios de comunicação, sobretudo  
no telejornalismo. Catástrofes, tragédias e agressões, recorrentes como chuvaradas de verão, 
compõem uma pauta sombria e perturbadora. A violência não é uma invenção da mídia. Mas sua 
espetacularização é um efeito colateral que deve ser evitado. Não se trata, por óbvio, de sonegar 
informação. Mas é preciso contextualizá­la. A overdose de violência na mídia pode gerar fatalismo 
e uma perigosa resignação. Não há o que fazer, imaginam inúmeros leitores, ouvintes, 
telespectadores e internautas. Acabamos, todos, paralisados sob o impacto de uma violência que se 
afirma como algo irrefreável e invencível. E não é verdade. Podemos, todos, jornalistas, 
formadores de opinião, estudantes, cidadãos, enfim, dar pequenos passos rumo à cidadania e 
à paz.

Os que estamos do lado de cá, os profissionais da mídia, carregamos nossas idiossincrasias. 
Sobressai, entre elas, certa tendência ao catastrofismo. O rabo abana o cachorro. O mote, 
frequentemente usado para justificar o alarmismo de certas matérias, denota, no fundo, a nossa 
incapacidade para informar em tempos de normalidade. Mas, mesmo em épocas de crise (e estamos 
vivendo uma gravíssima crise de segurança pública), é preciso não aumentar desnecessariamente a 
temperatura. O jornalismo de qualidade reclama um especial cuidado no uso dos adjetivos. Caso 
contrário, a crise real pode ser amplificada pelos megafones do sensacionalismo. À gravidade da 
situação, inegável e evidente, acrescenta­se uma dose de espetáculo. O resultado final é a 
potencialização da crise. Alguns setores da mídia têm feito, de fato, uma opção preferencial pelo 
negativismo. O problema não está no noticiário da violência, mas na miopia, na obsessão pelos 
aspectos sombrios da realidade. É cômodo e relativamente fácil provocar emoções. Informar com 
profundidade é outra conversa. Exige trabalho, competência e talento.

O que eu quero dizer é que a complexidade da violência não se combate com espetáculo, atitudes 
simplórias e reducionistas, mas com ações firmes das autoridades e, sobretudo, com mudanças de 
comportamento. Como salientou certa vez o antropólogo Roberto DaMatta, "se a discussão da onda 
de criminalidade que vivemos se reduzir à burrice de um cabo de guerra entre os bons, que reduzem 
tudo à educação e ao "social", e os maus, que enxergam a partir do mundo real ­ o mundo da dor e 
dos menores e maiores assassinos ­ e sabem que todo ato criminoso é também um caso de polícia, 
então estaremos fazendo como as aranhas do velho Machado de Assis, querendo acabar com a 
fraude eleitoral mudando a forma das urnas". O que critico não é a denúncia da violência, mas o 
culto ao noticiário violento em detrimento de uma análise mais séria e profunda.

116
Precisamos, ademais, valorizar editorial e informativamente inúmeras iniciativas que tentam 
construir avenidas ou ruelas de paz nas cidades sem alma. É preciso investir numa agenda positiva. 
A bandeira a meio pau sinalizando a violência sem­fim não pode ocultar o esforço de entidades, 
universidades e pessoas isoladas que diariamente se empenham na recuperação de valores 
fundamentais: o humanismo, o respeito à vida, a solidariedade. São pautas magníficas. Embriões de 
grandes reportagens. Denunciar o avanço da violência e a falência do Estado no seu combate é um 
dever ético. Mas não é menos ético iluminar a cena de ações construtivas, frequentemente 
desconhecidas do grande público, que, sem alarde ou pirotecnias do marketing, colaboram, e muito, 
na construção da cidadania.

A juventude, por exemplo, ao contrário do que fica pairando em algumas reportagens, não está tão à 
deriva. A delinquência bem­nascida, denunciada muitas vezes neste espaço opinativo, está longe de 
representar a maioria esmagadora da população estudantil. A juventude real, perfilada em várias 
pesquisas e na eloquência dos fatos, está identificando valores como amizade, família, trabalho. Há 
uma demanda reprimida de normalidade. Superadas as fases do fundamentalismo ideológico, marca 
registrada dos anos 60 e 70, e o oba­oba produzido pela liberação dos anos 80 e 90, estamos 
entrando num período mais realista e consistente. A juventude batalhadora sabe que não se constrói 
um país na base do quebra­galho e do jogo de cintura. O futuro depende de esforços pessoais que se 
somam e começam a mudar pequenas coisas. É preciso fazer o que é correto, e não o que pega bem. 
Mudar os rumos exige, sobretudo, a coragem de assumir mudanças pessoais.

A nova tendência tem raízes profundas. Os filhos da permissividade e do jeitinho sentem intensa 
necessidade de consistência profissional e de âncoras éticas. O Brasil do corporativismo, da 
impunidade do dinheiro e da força do sobrenome vai, aos poucos, abrindo espaço para a cultura do 
trabalho, da competência e do talento. O auê vai sendo substituído pela transpiração e o cartório vai 
sendo superado pela realidade do mercado. A juventude real, não a de proveta, imaginada por certa 
indústria cultural, manifesta crescente desejo de firmeza moral. Não quer a covarde concessão da 
velhice assanhada. Espera, sim, a palavra que orienta.

A violência está aí. E é brutal. Mas também é preciso dar o outro lado: o lado do bem. Não devemos 
ocultar as trevas. Mas temos o dever de mostrar as luzes que brilham no fim do túnel. A boa notícia 
também é informação. E, além disso, é uma resposta ética e editorial aos que pretendem fazer do 
jornalismo um refém da cultura da violência.

117
TIPOS DE SENTENÇAS INICIAIS

Antes de qualquer coisa, devemos nos lembrar do princípio maior de uma dissertação: a coesão 
textual.  As partes de um texto devem estar interligadas, fazer sentido num encadeamento de ideias. 
O tópico é o ponto de partida da sentença­tese, e esta é que inspira a sentença inicial.  Portanto, para 
se escrever a sentença inicial é necessário que a sentença­tese já esteja escrita.  Na verdade, a 
sentença inicial é um breve sinal da ideia principal da dissertação.  Em uma versão vulgar, porém 
bem explicativa, pode­se dizer que, no parágrafo inicial, a sentença inicial é o aviso de que o 
atacante de um time vai chutar ao gol adversário, e a sentença­tese representa o chute a gol 
propriamente dito e os demais parágrafos mostram o resultado dessa ação.

Compare o que se afirma, no parágrafo acima, com a sentença inicial e a respetctiva sentença­tese 
da dissertação apresentada nas próximas páginas anteriores.  Veja:

■ sentença inicial: Impressiona­me o crescente espaço destinado à violência nos meios de  
comunicação, sobretudo no telejornalismo.

■ sentença­tese:  Podemos, todos, jornalistas, formadores de opinião, estudantes, cidadãos, 
enfim, dar pequenos passos rumo à cidadania e à paz.

Percebe­se, facilmente, pela demonstração acima, que a sentença­tese é o prosseguimento da 
“ideia” contida na sentença inicial.

Há, também, vários tipos de sentenças iniciais, conforme sua forma ou conteúdo.  Uma sentença 
inicial, por exemplo, pode apoiar­se numa citação, revelação, pergunta, suspense, pilhéria, enfim, 
em algo que produza expectativa no leitor.  Veja, a seguir, alguns tipos de sentenças iniciais, 
acompanhadas de suas sentenças­tese:

1) ■ sentença inicial (tipo suspense):  O desabafo feito em Curitiba pelo presidente do  
Tribunal de Contas da União (TCU), Ubiratan Aguiar, no início desta semana, é o resultado da 
incongruência das ações do poder público federal. 

■ sentença­tese:  Durante o 25.º Congresso dos Tribunais de Contas do Brasil, ele disse que 
o trabalho de fiscalização é “mal compreendido” e lamentou o fato de a atividade ser alvo de 
tantas críticas, vindas particularmente do governo federal.
(Gazeta do Povo)

118
2) ■ sentença inicial (tipo pergunta):  Vamos buscar água fora da Terra?

■ sentença­tese:  A última pesquisa divulgada pela Nasa revela que há vestígios de água na 
lua.

3) ■ sentença inicial (tipo pilhéria):  Difícil mesmo é passar batom na pulga!

■ sentença­tese:  Veja, em continuação, como transformar suas dificuldades em  
extraordinárias oportunidades para crescer e prosperar.

119
RECONHECER OS TIPOS DE SENTENÇAS INICIAIS

EXERCÍCIO 20

Apresentamos­lhe, a seguir, dez questões com tema, público­alvo, tópico, sentença­tese e sentença 
inicial.  Escreva na linha, ao final de cada questão, o respectivo tipo de sentença inicial (citação, 
interrogação, ordem, pilhéria ou suspense)

Exemplo:

Tema:  Educação
Público­alvo: professores universitários
Tópico:  Até que ponto a tolerância é benéfica no ensino moderno.
Sentença­tese:  O professor “bonzinho” forma maus alunos, enquanto o professor 
rigoroso prepara competentes indivíduos para a sociedade.
Sentença inicial:  Como diz o ditado: “não dê o peixe, ensine a pescar”.

Tipo de sentença inicial: Citação

Resolva, agora, as questões:

1. Tema:  Mercado de trabalho
Público­alvo: alunos do último ano de direito
Tópico:  Um lugar ao sol
Sentença­tese:  A especialização é o caminho, mas antes saiba como e quando começar.
Sentença inicial:  Que é necessário para se fazer uma carreira de advogado bem­

120
sucedida?

Tipo de sentença inicial: ..............................

_______________________________

2. Tema:  Trânsito
Público­alvo: leitores de uma revista de atualidades
Tópico:  Isenção fiscal para o caos
Sentença­tese:  O governo, por meio da redução do IPI, provoca expressivo aumento na 
venda de carros, mas se esquece de que as vias para eles circularem já estão entupidas.
Sentença inicial:  Como diziam nossos avós: Não se deve colocar o carro na frente dos 
bois!

Tipo de sentença inicial: ..............................

_______________________________

3. Tema:  Saúde
Público­alvo: leitores de uma revista de música moderna
Tópico:  O toque sombrio do prazer
Sentença­tese:  A Aids avança em ritmo acelerado, mas já existem métodos seguros 
para evitar contraí­la e propagá­la.
Sentença inicial:  Os perigos da silenciosa e sinistra sinfonia no show dos desejos.

Tipo de sentença inicial: ..............................

_______________________________

4. Tema:  Esporte
Público­alvo: visitantes de um site de notícias desportivas
Tópico:  Ser ou não ser, eis a ilusão!
Sentença­tese:  Conheça os riscos do uso de anabolizantes para ser forte.
Sentença inicial:  Se força fosse poder, o cavalo seria rei.

121
Tipo de sentença inicial: .............................. 

_______________________________

5. Tema:  Viagem
Público­alvo: executivos de uma empresa comercial
Tópico:  Rumo ao desconhecido
Sentença­tese:  As promoções das agências de viagem  nem sempre são o segredo para 
um bom passeio no exterior, mas, sim, o conhecimento da época mais favorável para se 
conhecer um país estranho.
Sentença inicial:  Desfaça as dúvidas e arrume as malas.

Tipo de sentença inicial: ..............................

_______________________________

6. Tema:  Casamento
Público­alvo: leitores de uma revista masculina
Tópico:  A eleita
Sentença­tese:  Os critérios para a escolha da companheira podem significar a 
(in)felicidade para toda a vida.
Sentença inicial:  Na arte da busca da costela, todos somos aprendizes.

Tipo de sentença inicial: ..............................

_______________________________

7. Tema:  Filhos
Público­alvo: moradores de um bairro
Tópico:  Conscientização, a vacina contra as drogas
Sentença­tese:  Felizmente, já existem algumas técnicas que funcionam para usarmos 
com nossos filhos.
Sentença inicial:  O inimigo que ronda à porta de nossas casas.

122
Tipo de sentença inicial: ..............................

_______________________________

8. Tema:  Previdência
Público­alvo: alunos do ensino médio de um colégio de bairro
Tópico:  Um dia chegaremos lá
Sentença­tese:  Antecipar as necessidades do futuro é uma forma de torná­lo mais 
agradável e tranquilo.
Sentença inicial:  Você está preparado para o amanhã?

Tipo de sentença inicial: ..............................

_______________________________

9. Tema:  Ergonomia no trabalho
Público­alvo: funcionários de uma grande rede de escritórios
Tópico:  A postura correta
Sentença­tese:  As dez dicas mais eficazes para evitar lesões irreversíveis pelo mau 
posicionamento do corpo durante o trabalho.
Sentença inicial:  Corrija­se, enquanto é tempo!

Tipo de sentença inicial: ..............................

_______________________________

10. Tema:  Moda feminina
Público­alvo: leitoras de um suplemento feminino de um jornal
Tópico:  As novas roupas para o verão
Sentença­tese:  A tendência da moda, neste verão, são os vestidos mais curtos com 
predominância do amarelo.
Sentença inicial:  Mostre as pernas e amarele neste verão.

Tipo de sentença inicial: ..............................

123
Você deve ter encontrado certa facilidade para responder essas questões.  Vejamos se suas respostas 
“batem” com as nossas.  Temos como corretas: 1. interrogação;  2. citação;  3. suspense;  4. 
pilhéria;  5. ordem;  6. pilhéria;  7. suspense;  8. interrogação;  9. ordem;  10. ordem.

124
ACRESCENTAR EXEMPLOS DE TIPOS DE SENTENÇA INICIAL

EXERCÍCIO 21

Neste ponto do curso, você já adquiriu habilidades para escrever, também, sentenças iniciais. 
Acrescente duas sentenças iniciais, no final de cada questão, modificando o seu tipo.  Lembre­se de 
que a sentença inicial é o “link” para a sentença­tese.

1. Tema:  Mercado de trabalho
Público­alvo: alunos do último ano de direito
Tópico:  Um lugar ao sol
Sentença­tese:  A especialização é o caminho, mas antes saiba como e quando começar.
SENTENÇA INICIAL A –  Que é necessário para se fazer uma carreira de advogado bem­
sucedida?

SENTENÇA INICIAL B – ....................................................................................................................

SENTENÇA INICIAL C – ...................................................................................................................

_______________________________

2. Tema:  Trânsito
Público­alvo: leitores de uma revista de atualidades
Tópico:  Isenção fiscal para o caos
Sentença­tese:  O governo, por meio da redução do IPI, provoca expressivo aumento na 
venda de carros, mas se esquece de que as vias para eles circularem já estão entupidas.
SENTENÇA INICIAL A – Como diziam nossos avós: Não se deve colocar o carro na frente dos 
bois!

SENTENÇA INICIAL B – ....................................................................................................................

SENTENÇA INICIAL C – ...................................................................................................................

_______________________________

125
3. Tema:  Saúde
Público­alvo: leitores de uma revista de música moderna
Tópico:  O toque sombrio do prazer
Sentença­tese:  A Aids avança em ritmo acelerado, mas já existem métodos seguros 
para evitar contraí­la e propagá­la.
SENTENÇA INICIAL A – Os perigos da silenciosa e sinistra sinfonia no show dos desejos.

SENTENÇA INICIAL B – ....................................................................................................................

SENTENÇA INICIAL C – ...................................................................................................................

_______________________________

4. Tema:  Esporte
Público­alvo: visitantes de um site de notícias desportivas
Tópico:  Ser ou não ser, eis a ilusão!
Sentença­tese:  Conheça os riscos do uso de anabolizantes para ser forte.
SENTENÇA INICIAL A – Se força fosse poder, o cavalo seria rei.

SENTENÇA INICIAL B – ....................................................................................................................

SENTENÇA INICIAL C – ...................................................................................................................

_______________________________

5. Tema:  Viagem
Público­alvo: executivos de uma empresa comercial
Tópico:  Rumo ao desconhecido
Sentença­tese:  As promoções das agências de viagem  nem sempre são o segredo para 
um bom passeio no exterior, mas, sim, o conhecimento da época mais favorável para se 
conhecer um país estranho.
SENTENÇA INICIAL A – Desfaça as dúvidas e arrume as malas.

SENTENÇA INICIAL B – ....................................................................................................................

126
SENTENÇA INICIAL C – ...................................................................................................................

_______________________________

6. Tema:  Casamento
Público­alvo: leitores de uma revista masculina
Tópico:  A eleita
Sentença­tese:  Os critérios para a escolha da companheira podem significar a 
(in)felicidade para toda a vida.
SENTENÇA INICIAL A – Na arte da busca da costela, todos somos aprendizes.

SENTENÇA INICIAL B – ....................................................................................................................

SENTENÇA INICIAL C – ...................................................................................................................

_______________________________

7. Tema:  Filhos
Público­alvo: moradores de um bairro
Tópico:  Conscientização, a vacina contra as drogas
Sentença­tese:  Felizmente, já existem algumas técnicas que funcionam para usarmos 
com nossos filhos.
SENTENÇA INICIAL A – O inimigo que ronda à porta de nossas casas.

SENTENÇA INICIAL B – ....................................................................................................................

SENTENÇA INICIAL C – ...................................................................................................................

_______________________________

8. Tema:  Previdência
Público­alvo: alunos do ensino médio de um colégio de bairro
Tópico:  Um dia chegaremos lá
Sentença­tese:  Antecipar as necessidades do futuro é uma forma de torná­lo mais 

127
agradável e tranquilo.
SENTENÇA INICIAL A – Você está preparado para o amanhã?

SENTENÇA INICIAL B – ....................................................................................................................

SENTENÇA INICIAL C – ...................................................................................................................

_______________________________

9. Tema:  Ergonomia no trabalho
Público­alvo: funcionários de uma grande rede de escritórios
Tópico:  A postura correta
Sentença­tese:  As dez dicas mais eficazes para evitar lesões irreversíveis pelo mau 
posicionamento do corpo durante o trabalho.
SENTENÇA INICIAL A – Corrija­se, enquanto é tempo!

SENTENÇA INICIAL B – ....................................................................................................................

SENTENÇA INICIAL C – ...................................................................................................................

_______________________________

10. Tema:  Moda feminina
Público­alvo: leitoras de um suplemento feminino de um jornal
Tópico:  As novas roupas para o verão
Sentença­tese:  A tendência da moda, neste verão, são os vestidos mais curtos com 
predominância do amarelo.
SENTENÇA INICIAL A – Mostre as pernas e amarele neste verão.

SENTENÇA INICIAL B – ....................................................................................................................

SENTENÇA INICIAL C – ...................................................................................................................

0o0­0o0­0o0

128
Estamos torcendo por você neste curso.  Por isso, acreditamos que você tenha se saído muito bem 
no exercício que acabou de fazer.  Somente você poderá avaliar as respostas que deu às questões 
acima, pois, agora, você já sabe o significado de “tipos” de sentença inicial.  Reveja o exercício, se 
ainda persistir alguma dúvida.  Caso contrário, vamos ao próximo exercício e colocar mais 
habilidade e conhecimento na sua mochila de redator.

129
DESENVOLVER SENTENÇAS INICIAIS

EXERCÍCIO 22

Agora, você escreverá sentenças iniciais sozinho.  Tenha sempre em mente o tópico e a sentença­
tese correspondente para manter o encadeamento de ideias.  Ah!  Lembre­se também de que você 
escreve para um público­alvo, e, por isso, deve usar uma linguagem apropriada a ele.

1. Tema:  Redação
Público­alvo: Concursandos
Tópico:  A chave para fazer uma redação segura e rápida!
Sentença­tese:  Por meio de técnicas que lhe conduzem a um caminho coerente, é 
simples fazer uma excelente dissertação em um concurso público.

SENTENÇA INICIAL  – ......................................................................................................................

_______________________________

2. Tema:  Religião
Público­alvo: Universitários da área de antropologia
Tópico:  Aonde a fé nos poderá conduzir?
Sentença­tese:  O que se apresenta nos próximos parágrafos não é apenas o retrato de 
uma extravagante realidade, mas sim um alerta para nos prevenirmos contra os espertalhões 
em busca de dinheiro fácil.

SENTENÇA INICIAL  – ......................................................................................................................

_______________________________

3. Tema:  Internet
Público­alvo: Leitores de uma revista semanal de atualidades
Tópico:  Quem cai na rede é peixe!
Sentença­tese:  As pessoas precisam ser avisadas dos riscos de compulsão pelo uso da 

130
internet e, também, de como fazer para ter uma proveitosa navegação pela rede.

SENTENÇA INICIAL  – ......................................................................................................................

_______________________________

4. Tema:  Cultura
Público­alvo: Alunos do ensino médio de um colégio público
Tópico:  Leitura!  Não é um caminho fácil, mas é muito gratificante!
Sentença­tese:  Por meio da leitura, fixamos conhecimentos de modo mais eficaz, 
apreciamos as mais brilhantes ideias, conhecemos extraordinários estilos de redação e, ainda 
por cima, aprendemos a escrever corretamente.

SENTENÇA INICIAL  – ......................................................................................................................

_______________________________

5. Tema:  Turismo
Público­alvo: Executivos de área financeira
Tópico:  Tempo é mais que dinheiro, é a sua vida!
Sentença­tese:  Saber o quanto reservar do nosso tempo para sair e viajar por lugares 
em que nunca estivemos, conhecer culturas, poderá representar o incremento que precisamos 
para renovar nossas energias vitais e obter mais sucesso profissional.

SENTENÇA INICIAL  – ......................................................................................................................

_______________________________

6. Tema:  Humor
Público­alvo: Moradores de um condomínio 
Tópico:  Em busca de uma boa piada!
Sentença­tese:  Pode­se não conhecer a receita da felicidade, mas ela parece começar 
por um sorriso, pois poucas coisas tem o poder de fechar tantas portas como uma cara 
amarrada.

131
SENTENÇA INICIAL  – ......................................................................................................................

_______________________________

7. Tema:  Evolução humana
Público­alvo: Vendedores de uma grande empresa 
Tópico:  Crescer para vender
Sentença­tese:  Parece um paradoxo, mas é a humildade o primeiro degrau da escada 
para o andar superior do brilhantismo e do sucesso pessoal.

SENTENÇA INICIAL  – ......................................................................................................................

_______________________________

8. Tema:  Terror
Público­alvo: Jovens leitores de uma revista de rock 
Tópico:  Não caia nessa armadilha!
Sentença­tese:  Os primeiros convites são sempre agradáveis, agregados a um tipo de 
prazer, mas depois os negros tentáculos do vício das drogas nos arrastam para a prisão 
eterna.

SENTENÇA INICIAL  – ......................................................................................................................

_______________________________

9. Tema:  Ecologia
Público­alvo: Profissionais do ramo da construção civil 
Tópico:  A demolição de uma obra perfeita
Sentença­tese:  Tudo o que temos que fazer é mudar nosso ponto de vista em relação à 
natureza, ver a perfeição com que foi feita, e não empenhar nossos esforços para a sua 
demolição.

SENTENÇA INICIAL  – ......................................................................................................................

132
10. Tema:  Vida saudável
Público­alvo: Universitários 
Tópico:  O sono e o cérebro
Sentença­tese:  Depois de uma noite bem dormida, o cérebro responde melhor às nossas 
exigências.

SENTENÇA INICIAL  – ......................................................................................................................

0o0­0o0­0o0

Você já está acostumado a se auto­avaliar!  Pois bem!  Chegou mais um desses momentos em que 
você terá que comprovar se as suas respostas possuem todos os requisitos exigidos.  Analise­as e 
comprove se cada uma de suas sentenças iniciais forma um encadeamento único de ideias com o 
tópico e com a sentença­tese, como também seja de interesse de seu público­alvo.  Mas, não é só 
isso que basta.  As suas sentenças iniciais precisam dar um sinal da ideia central da dissertação e 
fazer o leitor prosseguir na leitura.  É lógico, um pouco de criatividade no desenvolvimento dessas 
sentenças iniciais ajudaria bastante.  É precisamente isso que veremos adiante.  Vamos em frente!

133
SENTENÇAS INICIAIS CRIATIVAS

Você está a alguns minutos da descoberta da chave para escrever sentenças iniciais fantásticas! 
Tratamos, desde o início deste curso e em todas as suas lições, do aspecto criativo em nossas 
dissertações.  É a originalidade que irá garantir o sucesso de nosso trabalho de redigir.  Depois do 
tópico, é a sentença inicial a parte mais importante da redação.  Se o tópico funciona como “anzol” 
para fisgar a atenção do leitor, a sentença inicial é a “isca” que induz o leitor a ir adiante.  O 
primeiro passo para a criatividade, na construção da sentença inicial, é escolher o tipo adequado 
(interrogação, suspense, citação, afirmação, humor etc); depois virá o traslado de palavras de 
sentido ousado ao seu público­alvo, muitas vezes extraídas de contextos nada convencionais para se 
tornar verdadeiras provocações; e, por fim, a clareza não é tão importante, como o é na sentença­
tese.

Esperamos que você tenha se sentido atraído pelo que dissemos na sentença inicial do parágrafo 
inicial acima.  Criamos um suspense para você!  Provocamos, dizendo que você está “muito 
próximo de uma descoberta”.  Não nos preocupamos com a clareza, além de dizer que o assunto diz 
respeito a arte de escrever.  E você prosseguiu até a sentença­tese, em que lhe expusemos de modo 
resumido a ideia central do presente texto, que é representada por um conjunto de ações: 1. escolha 
do tipo adequado;  2. uso de palavras ousadas;  3.  pouca clareza (escondendo o jogo).

Quando falamos em usar palavras ousadas, não estamos sugerindo para “chutar o pau da barraca” 
e ir escrevendo coisas esquisitas e absurdas.  Significa, apenas, despertar a atenção, dar o sinal do 
assunto, criando alguma expectativa.  Tudo isso de maneira honesta, sem sugerir nada além do que 
a sentença­tese tratará.  As sentenças iniciais que mais impressionam são do tipo suspense e 
interrogação, cuidando de mostrar o que as pessoas têm a ganhar (se lerem sua dissertação) ou a 
perder (se não a lerem).  Esses tipos de sentenças nos tiram do marasmo e elevam nosso nível de 
ansiedade, que se expressa pela nossa curiosidade.  Mas isso não implica dizer que as sentenças 
iniciais de outros tipos como humor, afirmação, citação etc não possuam poder de persuasão.  Tudo 
irá depender do tópico e da sentença­tese em harmonia com seu público­alvo.

A clareza seria uma contrariedade e até uma anulação do suspense criado.  Deixemos para ser claro 
e preciso, sem nos estendermos muito, na sentença­tese e nos demais parágrafos de nossa redação.  

134
Finalmente, queremos que fique absolutamente em paz quanto à habilidade em fazer tudo isso, ou 
seja, escrever sentenças iniciais criativas.  Se você considerar os aspectos dos quais tratamos nos 
parágrafos acima, e praticar os exercícios que virão, as sentenças iniciais criativas brotarão da ponta 
de sua caneta ou do cursor, na tela de seu computador, de maneira espontânea.  Com a prática dos 
exercícios que se seguirão, o branco que mantinha a caneta suspensa sobre o papel ou as mãos 
paradas sobre o teclado não mais ocorrerá com você. 

135
RECONHECER SENTENÇAS INICIAIS CRIATIVAS

EXERCÍCIO 23

Você já conhece os atributos de uma sentença inicial.  Sabe que ela deve ser distinta e, por isso, 
chamar a atenção do leitor para que prossiga na leitura do texto.  Não é necessário que ela seja 
clara; repetindo, apenas diferente, ousada.  Mantendo essa conceituação, indique qual das sentenças, 
“A” ou “B”, ao final de cada questão, parece­lhe mais criativa.

1. Tema:  Ciência
Público­alvo: Leitores de uma revista sobre condicionamento físico 
Tópico:  O lado oculto do corpo perfeito
Sentença­tese:  A ciência médica comprova, pelas últimas pesquisas, que a busca incessante 
pelo corpo musculoso pode gerar inúmeros males à saúde, que vão desde os distúrbios de 
compulsão até a degradação das fibras musculares.

SENTENÇA INICIAL “A” – O saradão pode virar doente.

SENTENÇA INICIAL “B” – Conheça os riscos dos exercícios de musculação sem controle.

_______________________________

2. Tema:  Crendice
Público­alvo: Suplemento de uma revista de temas juvenis 
Tópico:  O fascínio pelo misterioso
Sentença­tese:  Os mitos, em seus mais variados graus, provam que muitas verdades não 
passam de repetidas mentiras e nos sugerem o desenvolvimento da habilidade de criticar para a 
descoberta da verdade.

SENTENÇA INICIAL “A” – Desenvolvendo a capacidade de pensar, chegaremos à verdade 
das coisas.

SENTENÇA INICIAL “B” – Esfregue o gênio que a lâmpada aparece.

136
3. Tema:  História
Público­alvo: Acadêmicos do curso de história 
Tópico:  O segredo do baú
Sentença­tese:  Pesquisadores de arqueologia, por meio de armas de ancestrais guaranis, nos 
contam como foi a vida desses indígenas no leste brasileiro por volta do ano de 1500.

SENTENÇA INICIAL “A” – As armas deixadas pelos índios guaranis revelam como eles 
viviam.

SENTENÇA INICIAL “B” – Uma flechada certeira.

_______________________________

4. Tema:  Livros
Público­alvo: Crianças da 4ª série do ensino fundamental 
Tópico:  O amigo que conta tudo
Sentença­tese:  Nos bons livros, aprendemos coisas da escola e nos preparamos para ser o 
que queremos, quando crescer.

SENTENÇA INICIAL “A” – Era uma vez um menino que lia.

SENTENÇA INICIAL “B” – O gosto pela leitura facilita o futuro.

_______________________________

5. Tema:  Transporte
Público­alvo: Empresários do setor agrícola 
Tópico:  O fluxo do lucro
Sentença­tese:  Incrementar o transporte de produtos agrícolas por meio de uma ferrovia é a 
garantia de assegurar a lucratividade do ramo e sair da perigosa dependência exclusiva do transporte 
rodoviário.

SENTENÇA INICIAL “A” – Deve­se repensar a lucratividade do produtor agrícola.

SENTENÇA INICIAL “B” – Colocando os preços nos trilhos.

137
6. Tema:  Reforma agrária
Público­alvo: Associados de uma cooperativa 
Tópico:  A imensidão da ganância
Sentença­tese:  Os latifúndios improdutivos não somente servem para atrofiar a economia 
agrícola, mas também para encarecer os produtos nas mesas das famílias brasileiras.

SENTENÇA INICIAL “A” – A má distribuição de terras rurais prejudica o País.

SENTENÇA INICIAL “B” – A semente da fome.

_______________________________

7. Tema:  Motivação pessoal
Público­alvo: Microempresários 
Tópico:  A volta por cima
Sentença­tese:  Para se reorganizar,  deve­se reconhecer os recursos que restaram, rever as 
táticas e voltar ao combate, em vez de desistir da luta.

SENTENÇA INICIAL “A” – Fracasso, o grande mestre do sucesso.

SENTENÇA INICIAL “B” – Devemos persistir na busca pelos nossos ideais.

_______________________________

8. Tema:  Economia popular
Público­alvo: Trabalhadores de uma indústria 
Tópico:  A certeza de hoje para a imprevisão do amanhã
Sentença­tese:  O hábito de aproveitar o verão das oportunidades para poupar garante a 
sobrevivência dos invernos futuros.

SENTENÇA INICIAL “A” – De grão em grão se enche o colchão.

SENTENÇA INICIAL “B” – A poupança ainda é a melhor solução para as crises.

_______________________________

138
9. Tema:  Festa junina
Público­alvo: Leitores de um jornal diário
Tópico:  Perigo no céu
Sentença­tese:  Há outras formas de diversão sem por em risco o patrimônio alheio.

SENTENÇA INICIAL “A” – Um grande exemplo de irresponsabilidade.

SENTENÇA INICIAL “B” – Devemos evitar soltar balões.

_______________________________

10. Tema:  Futurologia
Público­alvo: Alunos do ensino médio
Tópico:  Os verdinhos
Sentença­tese:  Cientistas prevêem a chegada de extraterrestres para a próxima década e 
conjecturam que nossas primeiras comunicações com esses seres ocorrerão por sinais sonoros.

SENTENÇA INICIAL “A” – Há possibilidades de recebermos visitas de seres de outras 
galáxias.

SENTENÇA INICIAL “B” – Por essa, nem Speal Berg esperava!

0o0­0o0­0o0

139
Acreditamos que suas respostas coincidiram com as nossas.  Confira!
Questão 1: A
Questão 2: B
Questão 3: B
Questão 4: A
Questão 5: B
Questão 6: B
Questão 7: A
Questão 8: A
Questão 9: A
Questão 10: B

140
ACRESCENTAR UM EXEMPLO DE SENTENÇA INICIAL CRIATIVA

EXERCÍCIO 24

Identificar uma sentença inicial criativa já é uma tarefa relativamente fácil para você.  Agora, 
exercite­se acrescentando uma sentença inicial criativa por sua própria conta.  Utilize­se de um 
rascunho, se quiser, para escrever várias sentenças e escolher, dentre elas, a mais criativa.  Mãos à 
obra!

1. Tema:  Ciência
Público­alvo: Leitores de uma revista sobre condicionamento físico 
Tópico:  O lado oculto do corpo perfeito
Sentença­tese:  A ciência médica comprova, pelas últimas pesquisas, que a busca incessante 
pelo corpo musculoso pode gerar inúmeros males à saúde, que vão desde os distúrbios de 
compulsão até a degradação das fibras musculares.

SENTENÇA INICIAL  – O saradão pode virar doente.

SENTENÇA INICIAL (seu exemplo) – ................................................................................................

_______________________________

2. Tema:  Crendice
Público­alvo: Suplemento de uma revista de temas juvenis 
Tópico:  O fascínio pelo misterioso
Sentença­tese:  Os mitos, em seus mais variados graus, provam que muitas verdades não 
passam de repetidas mentiras e nos sugerem o desenvolvimento da habilidade de criticar para a 
descoberta da verdade.

SENTENÇA INICIAL  – Esfregue o gênio que a lâmpada aparece.

SENTENÇA INICIAL (seu exemplo) – ................................................................................................

_______________________________

141
3. Tema:  História
Público­alvo: Acadêmicos do curso de história 
Tópico:  O segredo do baú
Sentença­tese:  Pesquisadores de arqueologia, por meio de armas de ancestrais guaranis, nos 
contam como foi a vida desses indígenas no leste brasileiro por volta do ano de 1500.

SENTENÇA INICIAL  – Uma flechada certeira.

SENTENÇA INICIAL (seu exemplo) – ................................................................................................

_______________________________

4. Tema:  Livros
Público­alvo: Crianças da 4ª série do ensino fundamental 
Tópico:  O amigo que conta tudo
Sentença­tese:  Nos bons livros, aprendemos coisas da escola e nos preparamos para ser o 
que queremos, quando crescer.

SENTENÇA INICIAL  – Era uma vez um menino que lia.

SENTENÇA INICIAL (seu exemplo) – ................................................................................................

_______________________________

5. Tema:  Transporte
Público­alvo: Empresários do setor agrícola 
Tópico:  O fluxo do lucro
Sentença­tese:  Incrementar o transporte de produtos agrícolas por meio de uma ferrovia é a 
garantia de assegurar a lucratividade do ramo e sair da perigosa dependência exclusiva do transporte 
rodoviário.

SENTENÇA INICIAL  – Colocando os preços nos trilhos.

SENTENÇA INICIAL (seu exemplo) – ................................................................................................

142
6. Tema:  Reforma agrária
Público­alvo: Associados de uma cooperativa 
Tópico:  A imensidão da ganância
Sentença­tese:  Os latifúndios improdutivos não somente servem para atrofiar a economia 
agrícola, mas também para encarecer os produtos nas mesas das famílias brasileiras.

SENTENÇA INICIAL  – A semente da fome.

SENTENÇA INICIAL (seu exemplo) – ................................................................................................

_______________________________

7. Tema:  Motivação pessoal
Público­alvo: Microempresários 
Tópico:  A volta por cima
Sentença­tese:  Para se reorganizar,  deve­se reconhecer os recursos que restaram, rever as 
táticas e voltar ao combate, em vez de desistir da luta.

SENTENÇA INICIAL  – Fracasso, o grande mestre do sucesso.

SENTENÇA INICIAL (seu exemplo) – ................................................................................................

_______________________________

8. Tema:  Economia popular
Público­alvo: Trabalhadores de uma indústria 
Tópico:  A certeza de hoje para a imprevisão do amanhã
Sentença­tese:  O hábito de aproveitar o verão das oportunidades para poupar garante a 
sobrevivência dos invernos futuros.

SENTENÇA INICIAL  – De grão em grão se enche o colchão.

SENTENÇA INICIAL (seu exemplo) – ................................................................................................

_______________________________

143
9. Tema:  Festa junina
Público­alvo: Leitores de um jornal diário
Tópico:  Perigo no céu
Sentença­tese:  Há outras formas de diversão sem por em risco o patrimônio alheio.

SENTENÇA INICIAL  – Um grande exemplo de irresponsabilidade.

SENTENÇA INICIAL (seu exemplo) – ................................................................................................

_______________________________

10. Tema:  Futurologia
Público­alvo: Alunos do ensino médio
Tópico:  Os verdinhos
Sentença­tese:  Cientistas prevêem a chegada de extraterrestres para a próxima década e 
conjecturam que nossas primeiras comunicações com esses seres ocorrerão por sinais sonoros.

SENTENÇA INICIAL  – Por essa, nem Speal Berg esperava!

SENTENÇA INICIAL (seu exemplo) – ................................................................................................

0o0­0o0­0o0

No próximo exercício, você assumirá o comando na criação de sentenças iniciais criativas. 
Descanse uns 10 minutos e prossiga! Até lá!

144
ESCREVER SENTENÇAS INICIAIS CRIATIVAS

EXERCÍCIO 25

Chegou o momento de fazer sozinho!  Você criará, no exercício abaixo, extraordinárias sentenças 
iniciais.  Se tiver alguma dúvida, releia o que dissemos no início desta lição.  Escreva ao final de 
cada questão a sua correspondente sentença inicial, mas que seja criativa!

1. Tema:  Vida moderna
Público­alvo: pessoas de terceira idade
Tópico:  Buraco negro
Sentença­tese:  O resgate de alguns hábitos de vida de outrora pode evitar que caiamos na 
enorme cratera de inquietação, consumismo e desvario do mundo de hoje.

SENTENÇA INICIAL – .......................................................................................................................

_______________________________

2. Tema:  Administração pública
Público­alvo: Empreendedores
Tópico:  Os tentáculos da burocracia
Sentença­tese:  Sob o pretexto de segurança administrativa, inúmeros icebergs são gerados 
pela máquina burocrática para travar a progressão de pequenos empreendedores no incerto mar dos 
negócios.

SENTENÇA INICIAL – .......................................................................................................................

_______________________________

3. Tema:  Corrupção
Público­alvo: Moradores de uma vila operária
Tópico:  A colossal estrutura da corrupção

145
Sentença­tese:  A corrupção, como a mais informal das instituições, corrói desde estágios 
mais inferiores da base social até os mais elevados escalões do poder.

SENTENÇA INICIAL – .......................................................................................................................

_______________________________

4. Tema:  Brincadeiras infantis
Público­alvo: Leitores de uma revista dirigida à família
Tópico:  Tempos de ciranda
Sentença­tese:  A interação e o convívio presentes nas brincadeiras infantis predispõem o 
indivíduo para o auto­desenvolvimento e para a sociabilidade.

SENTENÇA INICIAL – .......................................................................................................................

_______________________________

5. Tema:  Aprendizagem
Público­alvo: Acadêmicos
Tópico:  A arte de aprender consigo mesmo
Sentença­tese:  Poucos hábitos poderão ser tão úteis para a realização profissional como o 
autodidatismo, e, mais cedo ou mais tarde, todos nós recorremos a ele.

SENTENÇA INICIAL – .......................................................................................................................

_______________________________

6. Tema:  Meio ambiente
Público­alvo: Leitores de uma revista rural
Tópico:  Semeando o futuro
Sentença­tese:  A cultura do reflorestamento e da diversidade da flora é a porta para uma 
vida melhor.

SENTENÇA INICIAL – .......................................................................................................................

146
7. Tema:  Música
Público­alvo: Leitores de uma revista sobre música
Tópico:  Som sertanejo ─ novidade ou doença que acomete a música brasileira?
Sentença­tese:  Alheia às raízes culturais da música caipira, o som sertanejo não passa de 
uma versão travestida do gênero rural dos Estados Unidos.

SENTENÇA INICIAL – .......................................................................................................................

_______________________________

8. Tema:  Drogas
Público­alvo: Leitores de uma revista dirigida a pais e mães.
Tópico:  Inimigo comum
Sentença­tese:  Apresentam­se algumas dicas para proteger seus filhos da investida dos 
traficantes e da falta de rigor pelas autoridades no combate ao narcotráfico.

SENTENÇA INICIAL – .......................................................................................................................

_______________________________

9. Tema:  Cinema
Público­alvo: Leitores de uma revista de atualidades.
Tópico:  Fim da baixaria
Sentença­tese:  A substituição da carga de palavrões por um conteúdo original e coerente 
transporta o cinema da lama para a arte.

SENTENÇA INICIAL – .......................................................................................................................

_______________________________

10. Tema:  Internet
Público­alvo: Alunos do ensino médio
Tópico:  Seu tempo é sua vida
Sentença­tese:  O uso exagerado do tempo na internet significa as oportunidades da vida 

147
escoando pelo ralo.

SENTENÇA INICIAL – .......................................................................................................................

0O0­0O0­0O0

Você chegou ao ponto do curso em que se concluiu toda a base de um bom texto dissertativo, a qual 
é representada pelo conjunto – tópico, sentença­tese e sentença inicial – cujos elementos, é lógico, 
estão em conformidade com seu público­alvo.  O que virá, em continuação, não é menos importante 
daquilo que se aprendeu até aqui.  A diferença entre as próximas lições e as que foram vistas até 
este ponto reside apenas no aspecto mórfico.

Acreditamos que seus conceitos acerca de redação mudaram bastante.  A maioria das pessoas, antes 
de iniciar este curso, acha que a estrutura de uma dissertação divide­se em início, desenvolvimento e 
conclusão.  Não sei se, antes de ler estas primeiras lições, você também pensava assim.  De 
qualquer maneira, agora, você já sabe quais os pontos em que se apoia uma redação excelente.  Já 
sabe quais os aspectos que primeiramente precisa levantar, antes de desenvolver o tópico escolhido. 
Os conhecimentos que adquiriu até aqui, neste curso, permitem­lhe compreender porque sobrevém 
o branco a muitas pessoas na hora de escrever (elas não conhecem os elementos básicos de uma 
redação). Portanto, quando escrever qualquer redação, vá logo escolhendo o melhor tópico para seu 
público­alvo; em seguida na sentença­tese, especifique resumidamente o que você vai dizer no 
desenvolvimento do texto; lembrando­se de que o que atrairá o leitor para prosseguir na leitura é a 
sentença inicial.  Pronto!  Você já possui as peças­chave de uma fantástica dissertação.  As demais 
partes lhe serão apresentadas nas próximas lições.

Descanse, merecidamente, por algumas horas!  Depois, prossiga!

148
LIÇÃO 4 Sentenças de desenvolvimento do parágrafo 
inicial

APRESENTAÇÃO

Aqui, está a sentença inicial. ________________________________________________


_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
______________________________________________________________________. Aqui,
está a sentença-tese.

No quadro acima, representa­se o primeiro parágrafo de uma dissertação.  Repare na localização da 
sentença inicial e da sentença­tese.  As linhas intermediárias entre essas duas sentenças representam 
a região em que ficam as sentenças de desenvolvimento deste parágrafo.  É precisamente sobre esse 
último aspecto que falaremos na presente lição.

Chamamos à tarefa de construção das sentenças de desenvolvimento do parágrafo inicial de 
abertura da cortina do grande espetáculo.  A sentença inicial é o ligeiro deslocamento da cortina 
do palco, permitindo que o público­alvo perceba apenas um diminuto interstício, e, com isso, tenha 
sua curiosidade aguçada.  O movimento de abertura prossegue por meio das sentenças de 
desenvolvimento do parágrafo inicial até que seja possível visualizar todo o palco; e o apresentador, 
que é a sentença­tese anuncia o que será exposto no espetáculo.  Espera­se que essa breve 
construção metafórica possa representar para você o que sejam sentenças de desenvolvimento do 
primeiro parágrafo.  Ah!  Íamos nos esquecendo de lhe dizer que o grande espetáculo é a sua 
dissertação.  Desculpe­nos pela grande falha!

Já sabemos, portanto, que as sentenças de desenvolvimento são o elo entre a sentença inicial e a 

149
sentença­tese.  Ótimo!  Essa é a função intrínseca, isto é, dentro da estrutura redacional.  E qual é, 
precisamente, a função extrínseca dessas sentenças de desenvolvimento, ou seja, o que elas deverão 
fazer fora da redação?  A função exterior das sentenças de desenvolvimento é mostrar ao público­
alvo a importância da dissertação.  Essas sentenças conduzem o leitor da sentença inicial até a 
sentença­tese, indicando a relevância da redação.  E isso é feito numa trajetória coerente e 
progressiva em que são evidenciados os principais aspectos vistos por você e de expressivo 
interesse para seus leitores.

Então, a velha “estória” de que, no primeiro parágrafo de uma dissertação, tudo que se tem que 
fazer é “encher linguiça” não passa de um mito desastroso para quem deseja escrever excelentes 
redações.  Logo, existe um caminho lógico, que estamos aprendendo a percorrer.

Em prosseguimento, apresenta­se um texto dissertativo e, depois, vários parágrafos introdutórios 
extraídos de redações encontradas em jornais, revistas etc, para você apreciar o que, na prática, 
significam as sentenças de desenvolvimento, destacadas, por nós, em itálico.

Vai piorar

(Lya Luft, www.veja.abril.com.br)

Escritores devem escrever, palestrantes devem falar. Qualquer pessoa tem a obrigação de pensar e  
o direito de se expressar. Claro que isso não acontece num país de analfabetos, onde não se tem  
interesse em que o povo pense: um povo informado escolheria outros líderes, não ficaria calado  
quando pisoteiam sua honra, expulsaria de seus cargos os pseudolíderes e tentaria recompor as  
instituições aviltadas. Mas nós não fazemos nada disso: parecemos analfabetos e afásicos, uma 
manada de bobos assistindo às loucuras que se cometem contra nós, contra cada um de nós.

E eu, que tenho as duas atividades, escrever e eventualmente falar, que desde criança fui ensinada 
que cabeça não foi feita só para separar orelhas, mas para pensar, questionar – e também para ser 

150
feliz –, neste momento, não sei o que pensar. Muito menos o que responder quando me perguntam 
interminavelmente o que estou achando, como estou me sentindo. Estou virando pessimista. Não 
em minha vida pessoal, mas em relação a este país. Ou melhor: a seus governantes, autoridades, 
homens públicos, políticos. Mal consigo acreditar no que se está passando. A cada dia um espanto, 
a cada dia uma decepção, a cada dia um desânimo e uma indignação. 

Este já foi o país dos trouxas, que pagam impostos altíssimos e quase nada recebem em troca; o país 
dos bobos, que não distinguem um homem honrado dum patife, uma ação pelo bem geral de uma 
manobra para encher o bolso ou galgar mais um degrauzinho no poder a qualquer custo; o país dos 
mistérios, onde quem é responsável absoluto não sabe de nada, ou finge enxergar outra realidade, 
não a nossa. Hoje, estamos ameaçados de ser o país dos sem­vergonha. A falta de pudor e o cinismo 
imperam e não há, exceto talvez o Supremo Tribunal, lugar totalmente confiável. 

Entre os políticos, com cargos ou não, impera um corporativismo repulsivo – ou estaremos todos de 
rabinho preso? Nós, povo que se deixa enganar tão facilmente, que pouco se informa e questiona, 
vamos nos tornando da mesma laia? Seremos também, concreta ou moralmente, vendidos? Quando 
eu era menina de colégio, às vezes os rapazes se insultavam gritando "vendido!", não me lembro 
bem por quê. Deviam ser questões esportivas. Um ponto não marcado, um gol roubado. Era grave 
insulto. Hoje, parece que ninguém mais liga para insultos, leves ou pesados – nada pega, tudo é 
água em pena de pato, escorre e acabou­se. Um povo teflon. Vemos líderes vendendo­se em troca 
de comodidade, cargo, poder, dinheiro, impunidade, preservação de algum sórdido segredo, ou 
simplesmente a covardia protegida. Quem nos deve representar sumiu no ralo. Quem nos deve 
orientar se transformou em mamulengo. Quem nos deve servir de modelo chafurda na lama. E nós, 
povo brasileiro, nos arrastamos na tristeza. Reagimos? Como reagimos? Pintamos a cara e saímos 
às ruas aos milhares, aos milhões, jogamos ovos podres, paramos o país, pacificamente que seja, 
tentamos mudar o giro da máquina apodrecida? Aqui e ali um tímido protesto, nada mais. 

De algum lugar surgiram os senadores que votam às escondidas porque não têm honra suficiente 
para enfrentar quem os elegeu; os deputados pouco confiáveis, alguns duvidosos ministros, de onde 
surgiram? De nós. Nós os colocamos lá, nós votamos, nós permitimos que lá estejam e continuem – 
nós, através das mãos dos ditos representantes, instituímos a vergonha nacional que em muitas 
décadas será lembrada como um tempo de opróbrio. 

E não argumentem que a economia está ótima: ainda que esteja, digo que me interessa muito menos 
a economia do que a honra e a confiança, poder ser brasileiro de cabeça erguida. Existe o Bolsa 
Família, a miséria está um pouco menos miserável? Pode ser. Mas os hospitais continuam pobres e 
podres, as escolas e universidades carentes, as estradas intransitáveis, a autoridade confusa e as 

151
instituições esfaceladas, os horizontes reduzidos. O Senado terminou de ruir? Querem até acabar 
com ele? Pode parecer neste momento que ele não faz muita falta, mas sua ausência seria um passo 
para o Executivo ditatorial, a falência total da ordem e a perda de um precário equilíbrio. 

Com pressentimentos nada bons, faço – embora sem grande esperança – uma conclamação: 
tolerância zero com tudo o que nos desmoraliza e humilha, perseguição implacável ao cinismo, 
mudança total nas futuras eleições, faxina no Congresso, Senado e câmaras, renovação positiva no 
país. Conscientização urgente, pois, acreditem, do jeito que vai a coisa tende a piorar. 

As ilusões das semelhanças
(Roberto Gomes, Gazeta do Povo)

Recebi uma dessas apresentações que inundam a internet. Coisa antiga, pois a  
internet vive em moto perpétuo: quando algo começa a circular nela, não cessa  
jamais e retorna sempre. Independentemente de seu valor ou de seus equívocos. 
No caso, trata­se daquelas tais coincidências entre Lincoln e Kennedy.

A interação como antídoto da solidão
(Geiza Rocha, www.jornalistasdaweb.com.br)

Diferentemente da imagem formada ao longo dos anos de que o internauta é um 
solitário, isolado do mundo e da vida real, o crescimento das redes sociais tem 
demonstrado que o que se busca na rede não é a solidão, mas sim o diálogo. Estudo  
conduzido pela Nielsen Company revelou que o tempo gasto nos sites de  
postagem e de redes sociais equivaleu a 17% do total do tempo gasto na Internet  
em agosto de 2009, três vezes mais que no mesmo período no ano passado. Isso 
demonstra que a procura pela interação tem crescido e, felizmente, aparecido.

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Apenas contradições
(CELSO MING, www.cruzeirodosul.inf.br)

O governo tomou mais uma decisão paliativa na tentativa de atenuar o tombo do 
dólar no câmbio interno. Ontem, saiu a taxação, de 1,5%, sobre as novas emissões  
de recibos de ações de empresas brasileiras (DRs), os títulos que são negociados  
em bolsas internacionais. O comunicado oficial avisa que o objetivo é reduzir a 
migração de negócios da Bolsa brasileira para a de Nova York, um efeito que só a 
prática vai dizer se vai ser obtido, uma vez que as emissões antigas não são 
impactadas.

EXAME DE UM SONHO

(Susana I. Córdoba Torresi, Vera L. Pardini e Vítor F. Ferreira, Química Nova, volume 25, número 1)

No dia 8 de julho de 1977, na sala 056 da PUC de São Paulo foi fundada a 
Sociedade Brasileira de Química. Foram muitas as razões que levaram à fundação  
de uma nova sociedade, conforme explicitado pelo Prof. Eduardo M. A. Peixoto  
no primeiro editorial da Química Nova: “PUC 056 ­ Um Exame de Consciência”.  
Em 2002 a SBQ faz vinte e cinco anos, fato este que é de grande alegria para  
todos os interessados em química do Brasil, pois demonstra o vigor desta jovem  
Sociedade. Porém, também é uma boa hora de examinarmos se o sonho destes 
pesquisadores de 1977, vários já falecidos, foi importante e contribuiu para o 
desenvolvimento da Química no país.

QUEM NASCEU PRIMEIRO?

(Celso Franco, JB/ONLINE)

A pergunta é velha: Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? Ela é válida para o  
crônico problema do estacionamento e o congestionamento. Qual dos dois é o 
dependente do outro?

153
Instrumentalização do ensino e ilusão

(Desidério Murcho, Universidade Federal de Ouro Preto)

Geralmente não uso o termo “educação”; prefiro o termo “ensino”. Faço­o pelas  
mesmas razões que os defensores iluministas do ensino universal falavam de  
instrução, e não de educação: porque se opunham à instrumentalização do  
ensino — ideológica, política, religiosa ou social. Acontece que, infelizmente, hoje 
em dia parece cada vez mais que falar de ensino é falar de educação, que muitas 
vezes é apenas uma forma mentirosa de falar de doutrinação ou lavagem ao cérebro.

ALÉM DO DESEJO

(Rodolfo Lima, www.cranik.com)

Comecei a prestar mais atenção à cinematografia dinamarquesa, depois dos filmes 
de Lars Von Trier. Portanto, quando um filme do respectivo país entra em cartaz,  
não há dúvida, estou na platéia. Com “Além do Desejo” (A Soap) não foi 
diferente. Na trama a simples história da amizade de transexual e uma mulher 
solitária.

A largada do biodiesel

(Editorial Zero Hora)

A confirmação dos primeiros investimentos para a fabricação de biodiesel no Rio 
Grande do Sul abre perspectivas importantes para os gaúchos de maneira geral. 
Uma das vantagens do programa para o Estado é justamente o fato de permitir  
uma alternativa importante de ganho para produtores de grãos.  A 
obrigatoriedade da adição do produto a todo o diesel comercializado no país a partir 
de 2008 assegura um aumento na demanda para o qual um Estado com tradição no 
cultivo de grãos precisa se mostrar atento desde já.

154
Apagão e apagões

(Mirian Gusmão Canuto, Gazeta de Alagoas )

Há duas semanas o Brasil foi surpreendido com um prolongado apagão. O ministro  
Edison Lobão tentou explicar. Fez suposições. Não convenceu. Especialistas  
contestaram. Apesar do caso ter sido dado por encerrado, constatamos a  
deficiência do sistema. Somos vulneráveis nos setores mais importantes de uma  
sociedade civilizada. Temos alarmantes índices de óbitos: recordista no trânsito e  
na violência; altas taxas de mortalidade infantil. Nosso País tem muito que  
aprender! Muito mais a corrigir! Muito a investir!
Comissões, departamentos, núcleos de estudo são criados com peritos  
multidisciplinares visando o bem­estar dos brasileiros. Muitos, entretanto, além de 
mostrarem­se incompetentes, ainda conspiram contra os cidadãos.

Grande Angular da Vida

(Antônio Wilson, Estadão Web)

Carlos Benone foi um dos meus diretores em uma Concessionária Fiat lá pelos 
rincões do Tocantins. Como todas as pessoas que marcaram presença em minha 
vida, o Benone saiu­se com uma pérola que guardei e que a despeito de tanto 
tempo passado continua presente e pode ser utilizado como medicamento anti­
stress. Ele dizia que não ficava incomodado com os erros das pessoas desde que 
esses fossem erros novos e que o que lhe dava desespero era o erro repetido. Vá 
lá entender o que uma criatura dessas pensava...

Pelo que acabamos de perceber nos exemplos acima, podemos tirar importantes conclusões acerca 
das sentenças de desenvolvimento.  Observa­se que não existe uma quantidade mínima ou máxima 
de frases, orações ou períodos para preencher o espaço destinado às sentenças de desenvolvimento 
no parágrafo inicial.  Podemos, até mesmo, suprimi­las, sem que isto signifique prejuízo para a 
dissertação.  Neste caso, a supressão é apenas aparente, pois, na verdade, as sentenças de 
desenvolvimento estão unidas à sentença inicial e à sentença­tese.  Para essa união, utilizam­se 

155
vários recursos gramaticais e de linguagem como conjunções, preposições, sinais de pontuação 
(vírgula, ponto­e­vírgula, travessão etc).  Tudo dependerá da habilidade do escritor no uso do 
idioma.  Quando as sentenças de desenvolvimento estão agregadas à sentença inicial e à sentença­
tese, elas (as sentenças de desenvolvimento) se caracterizam por períodos longos, cujas orações 
unem­se umas às outras por conectivos (orações sindéticas) ou sem conectivos (orações 
assindéticas).  Veja, a seguir, alguns exemplos de sentenças de desenvolvimento unidas à sentença 
inicial e à sentença tese, dando­nos à impressão de que só há estas duas últimas.

Malha rodoviária

(Editorial, Diário de Cuiabá)

A malha rodoviária pavimentada no entorno de Cuiabá lavrou importante tento, 
ontem, com a inauguração do trecho de 40 km da rodovia MT­010 entre Acorizal e 
Rosário Oeste. Essa obra, mais que um novo caminho entre cidades, por suas 
peculiaridades é verdadeiro corredor seguro, o que lhe rende a denominação popular 
de Rodovia da Vida.

Gower

(Rafael S, www.comentariosemserie.com)

Em seu oitavo episódio, Melrose Place voltou a investir fundo em sua trama 
policial. Com o mistério da morte da Sydney Andrews aparentemente perto do fim, 
pipocaram flashbacks, acusações e suspeitas ­ e afinal, quem será o assassino?

O poder do perdão

(Ágata Székely, Seleções do Reader´s Digest)

Quando me sugeriram o tema deste artigo, pensei: E se fizéssemos um sobre “O 
valor da vingança”? Eu me lembraria de mais exemplos...

156
Uma revista inigualável

(Família Cristã, publicidade)

Em um tempo em que as publicações, de modo geral, são segmentadas, qual revista 
levar para casa para todos lerem, se instruírem e, principalmente, refletirem sobre as 
questões da família? A resposta, a cada dia que passa, surge mais evidente: Família 
Cristã.

Desafio ao Congresso

(Fernando Rodrigues, www.revistadasemana.com)

O escândalo da vez na política é o uso generalizado de notas fiscais de empresas 
fantasmas. Dezenas de deputados adotaram a prática ao justificar o emprego de suas 
verbas indenizatórias de R$ 15 mil por mês, segundo os repórteres Alan Gripp e 
Ranier Bragon..

Neste ponto de nosso curso e pelos últimos exemplos exibidos acima, é hora de se fazer uma 
reflexão sobre o que seja, verdadeiramente, uma dissertação.  Afinal, de que forma ela é utilizada? 
Como se chamam os textos que apresentam uma dissertação?

Uma dissertação é a expressão de um pensamento, de uma ideia, de uma opinião.  Sua característica 
maior é a pessoalidade de que ela se reveste.  O caráter subjetivo desse tipo de texto é evidente.  Em 
toda dissertação existe um ponto de vista de seu autor.

Muitas pessoas, as mais desavisadas, é claro, pensam que uma dissertação é aquela encheção de 
linguiça que se faz em colégios, faculdades e concursos públicos.  Mas, não é bem assim.  Pelo 
menos, para quem tem conhecimento de comunicação escrita.  Uma dissertação pode se apresentar 
de várias formas: crítica, comentário, editorial de jornal, opiniões de leitores, mensagens, 

157
publicidade, advertência etc.  Todo texto, fruto de um ponto de vista, é uma dissertação.  É claro 
que a dissertação poderá vir anexada a uma notícia, a um fato, a uma tendência ou, até mesmo, a 
uma intenção oculta.  Para nós, o importante é saber que dissertar é expor ideias.

_______________________________________

Vamos  prosseguir no estudo das sentenças de desenvolvimento.  

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RECONHECER AS SENTENÇAS DE DESENVOLVIMENTO 
DESNECESSÁRIAS

EXERCÍCIO 26

Sabedores somos de que as sentenças de desenvolvimento têm a função de uma ponte que liga a 
sentença inicial à sentença­tese.  Ora!  Então, essas sentenças de desenvolvimento não devem 
afastar­se do tema, que é o assunto central da dissertação.  É, precisamente neste ponto, que começa 
a famosa “encheção de linguiça”, ou seja, escrever frases desnecessárias e desconformes com o 
tema.  Tudo aquilo que se escreve como sentença de desenvolvimento deve estar relacionado ao 
tema, para que nossa redação seja “enxuta” e agrade o leitor.  Neste exercício, vamos reconhecer 
essas sentenças de desenvolvimento desnecessárias, nos fragmentos de dissertações transcritos nas 
questões que se seguem.  Cada questão contém somente UMA sentença de desenvolvimento 
desnecessária, evidentemente, incluída por nós!  Identifique­a, anotando­a em um rascunho para 
conferência no final do exercício.

1. Tema:  Economia Política
Público­alvo: leitores de jornal diário
Tópico:  Política de compras da Petrobrás
Sentença­tese:  Apesar das enormes dificuldades técnicas e do custo financeiro da 
exploração do pré­sal, deve cuidar também de outras tarefas, protegendo os fornecedores nacionais, 
embora isso possa resultar em custos mais altos e desviar recursos de sua atividade principal.
Sentença­inicial: Está muito mal explicada a nova política da Petrobrás para compras de 
máquinas e equipamentos.

Nova política da Petrobrás

(O Estado de S.Paulo, editorial, com adaptações nossas)

Está muito mal explicada a nova política da Petrobrás para compras de máquinas e equipamentos. 

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Pode ser motivada por uma preocupação maior com a qualidade. Pode ser protecionismo  
disfarçado, para ajudar a indústria nacional a competir com a chinesa. Talvez haja uma  
combinação dos dois objetivos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem procurado envolver a  
empresa numa estratégia de substituição de importações, transformando­a num instrumento de  
política industrial no estilo dos anos 50 a 70. Sabe­se, hoje, que apesar de todos os cuidados,  
deve­se ter muita cautela na administração do pessoal de uma empresa porque a corrupção anda  
à solta causando vergonha e prejuízo. Pela orientação traçada no Palácio do Planalto, a maior  
empresa brasileira não deve concentrar­se em pesquisa, extração, refino e distribuição do  
petróleo e derivados. Apesar das enormes dificuldades técnicas e do custo financeiro da exploração 
do pré­sal, deve cuidar também de outras tarefas, protegendo os fornecedores nacionais, embora 
isso possa resultar em custos mais altos e desviar recursos de sua atividade principal.

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2. Tema:  Educação
Público­alvo: leitores de uma revista de atualidades
Tópico:  A educação e as desigualdades econômico­sociais
Sentença­tese:  A principal consequência deste fato é que o investimento em educação é a 
forma mais eficiente de reduzir a pobreza e a desigualdade da renda no País.
Sentença­inicial: Pesquisas recentes mostram que a taxa de retorno da educação no Brasil é 
bastante alta, entre 11% e 15% ao ano.

A origem da desigualdade

(José Márcio Camargo, Revista Istoé, com adaptações nossas)

Pesquisas recentes mostram que a taxa de retorno da educação no Brasil é bastante alta, 
entre 11% e 15% ao ano.  Ou seja, um ano adicional de estudo aumenta a renda entre 11% e 15%  
ao ano ao longo de toda a vida útil.  No meu entender, os livros de Português são vendidos a  
preços abusivos.  A principal consequência deste fato é que o investimento em educação é a forma 
mais eficiente de reduzir a pobreza e a desigualdade da renda no País.

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3. Tema:  Política
Público­alvo: leitores de uma revista de atualidades
Tópico:  As manifestações surpreendentes do ministro Carlos Minc
Sentença­tese:  Mas a dúvida não impede que sua passagem pelo Ministério do Meio 
Ambiente seja comparada à queima de um longo baseado.
Sentença­inicial: Os efeitos do THC, princípio ativo da maconha, no cérebro, são 
conhecidos: euforia repentina, seguida de falhas nas funções cognitivas, como desorientação 
espacial e lapsos na memória.

O ministro chapado

(Leonardo Attuch, Revista Istoé, com adaptações nossas)

Os efeitos do THC, princípio ativo da maconha, no cérebro, são conhecidos: euforia repentina, 
seguida de falhas nas funções cognitivas, como desorientação espacial e lapsos na memória.  No  
caso do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, não se pode afirmar com certeza que ele seja  
um adepto da chamada “erva venenosa”.  Eu sempre defendi a ideia de se investir em clínicas  
para tratamento de dependentes químicos e não na repressão policial aos usuários de droga.  
Pode­se dizer apenas que é simpatizante da causa, por ter participado, já como ministro, de uma  
marcha pela descriminalização da maconha em Ipanema, no Rio de Janeiro.  Mas a dúvida não 
impede que sua passagem pelo Ministério do Meio Ambiente seja comparada à queima de um longo 
baseado.

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4. Tema:  Política externa
Público­alvo: leitores de uma revista de atualidades
Tópico:  A saída de Fidel Castro do governo Cubano
Sentença­tese:  Não se imagina que enquanto estiver vivo (e por enquanto aparentemente 
está) e por perto (e não há indício de que pretenda fugir para Miami) algo de substancial possa ser 
feito em Cuba sem, pelo menos, o seu conhecimento, ocupe o cargo que ocupar, ou não ocupe cargo 
algum.
Sentença­inicial: Muitos acreditam na notícia da renúncia de Fidel Castro.

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O tamanho de Fidel (...)

(Roberto Pompeu de Toledo, Revista Veja, com adaptações nossas)

Muitos acreditam na notícia da renúncia de Fidel Castro.  Talvez até o próprio Fidel tenha  
acreditado.  Tem gente que acredita em tudo, até o dia de ver que muitas coisas não são bem o  
que parecem porque nem tudo que reluz é ouro. Eis, no entanto, algo que nem querendo ele  
poderia realizar, pelo simples motivo de que, tirante a hipótese de suicídio, está fora de seu  
alcance renunciar a si mesmo.  O Fidel Castro pessoa física, ao qual é sempre preciso  
acrescentar as várias toneladas de peso da pessoa mítica, é muito maior do que os cargos que  
ocupa.  Não se imagina que enquanto estiver vivo (e por enquanto aparentemente está) e por perto 
(e não há indício de que pretenda fugir para Miami) algo de substancial possa ser feito em Cuba 
sem, pelo menos, o seu conhecimento, ocupe o cargo que ocupar, ou não ocupe cargo algum.

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5. Tema:  Preconceito racial
Público­alvo: leitores de uma revista de atualidades
Tópico:  O exemplo do poder representado por um negro na presidência dos EUA
Sentença­tese:  Quando Obama estender a mão para outro chefe de estado, é a sua mão preta 
que estenderá, e não se trata do presidente de um país africano, mas o da maior potência do mundo.
Sentença­inicial: Barack Obama é inspirado orador, tem ideias arejadas, ostenta bom 
currículo etc., mas o melhor que tem a oferecer, aos EUA e ao mundo, é mesmo sua pele escura.

(...) a pele de Obama ...

(Roberto Pompeu de Toledo, Revista Veja, com adaptações nossas)

Barack Obama é inspirado orador, tem ideias arejadas, ostenta bom currículo etc., mas o melhor que 
tem a oferecer, aos EUA e ao mundo, é mesmo sua pele escura.  Um presidente com voz fina de  
mulher e batom nos lábios também seria bom, mas um de pele escura é muito mais espetacular,  
para o efeito de chacoalhar os pressupostos e os gostos reinantes.  Em alguns esportes, os negros  
se dão bem; mas, em outros, são um desastre.  Quando Obama estender a mão para outro chefe de 

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estado, é a sua mão preta que estenderá, e não se trata do presidente de um país africano, mas o da 
maior potência do mundo.

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6. Tema:  Produção do jornal Diário Catarinense 
Público­alvo: leitores do jornal
Tópico:  A participação de internautas nas edições do jornal
Sentença­tese:  E o mais incrível: nunca pisaram no prédio do jornal.
Sentença­inicial: De repente, a reunião de pauta dos editores do DC ganha mais 10, 15, 20 
participantes.

Tuiteiros que viram pauteiros

(Nilson Vargas, Diário Catarinense, com adaptações nossas)

De repente, a reunião de pauta dos editores do DC ganha mais 10, 15, 20 participantes. Eles entram  
e saem da sala, algumas vezes não falam nada, mas em outras têm participação ativa. Cobram o  
que não saiu no jornal do dia (ou o que saiu mas não gostaram) e alertam sobre fatos que  
precisam estar nas páginas do dia seguinte. Perguntam. Querem ir aos detalhes. A solidão  
humana, muitas vezes, é quebrada em salas de bate­papo sem as inconveniências do contato  
pessoal.  E o mais incrível: nunca pisaram no prédio do jornal.

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7. Tema:  Administração pública
Público­alvo: leitores de jornal diário
Tópico:  A venda forçada de hidrômetros pela fornecedora de água à população
Sentença­tese:  Mais: o departamento pode ainda ter de devolver todo o dinheiro que já foi 
cobrado dos contribuintes.
Sentença­inicial: Ministério Público protocolou ontem ação contra a diretoria do Daem por 
causa da cobrança na troca dos hidrômetros.

163
Limites

(Editorial, Diário de Marília, com adaptações nossas)

Ministério Público protocolou ontem ação contra a diretoria do Daem por causa da cobrança na 
troca dos hidrômetros. Quem quiser se especializar em instalações hidráulicas deve aproveitar os  
cursos que o Senai oferece.  A autarquia tentou, tentou, tentou, mas agora a Justiça deve  
impedir a cobrança na troca ou manutenção dos objetos. Mais: o departamento pode ainda ter de 
devolver todo o dinheiro que já foi cobrado dos contribuintes.

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8. Tema:  Religião
Público­alvo: leitores de jornal diário
Tópico:  A vinda de Jesus
Sentença­tese:  vem e está presente naqueles que difundem ideias novas, que anunciam 
palavras de amor, de paz, de reconciliação, naqueles que se esforçam para construir um mundo 
novo.
Sentença­inicial: A palavra de Deus que nos acompanhará durante o Advento, nos próximos 
Domingos, nos ensina que Jesus não veio somente uma vez.

A vossa libertação está próxima!

(Dom Moacyr José Vitti, Gazeta do Povo, com adaptações nossas)

A palavra de Deus que nos acompanhará durante o Advento, nos próximos Domingos, nos ensina 
que Jesus não veio somente uma vez. Ele continua vindo. Há algumas profecias muito  
interessantes, que dá até para rir, sei lá.  Vem e está presente nos acontecimentos alegres e tristes  
da nossa vida: vem e está presente em tudo o que acontece no mundo e na Igreja; vem e está 
presente naqueles que difundem ideias novas, que anunciam palavras de amor, de paz, de 
reconciliação, naqueles que se esforçam para construir um mundo novo. 

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9. Tema:  Comunicação
Público­alvo:  Internautas
Tópico:  Produção jornalística
Sentença­tese:  Então, sob esse aspecto, podemos falar de um jornalismo de revista.
Sentença­inicial: Podemos falar em um jornalismo de revista?

Uma lupa sobre o jornalismo de revista

(Alexander Goulart, http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos, com adaptações nossas)

Podemos falar em um jornalismo de revista? Quantos jornalismos existem? As virtudes  
jornalísticas, independentemente do tipo de veículo, são as mesmas: independência, veracidade,  
objetividade, honestidade, imparcialidade, exatidão, credibilidade. Então por que diferenciar?  
Porque o jornalismo opera através de um meio, de um veículo. E os veículos são diferentes,  
atingem o público de formas diferenciadas. Se a recepção muda, também existem peculiaridades  
na produção e emissão dos conteúdos: isso inclui a pauta, linguagem, apresentação visual, inclui  
todo o processo de circulação da informação até chegar ao destinatário. Mas os critérios de  
apuração jornalística são os mesmos. Os jornais deveriam ser vendidos juntamente com lenço  
úmido para, depois de sua leitura, o leitor limpar seus dedos.  Então, sob esse aspecto, podemos 
falar de um jornalismo de revista.

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10. Tema:  Educação
Público­alvo:  Professores
Tópico:  Implantação de projetos educacionais
Sentença­tese:  A capacidade a que me refiro é a habilidade de dar vida a novos projetos que 
transformem a sua forma de ensinar em um novo processo de ensino­aprendizagem.
Sentença­inicial: Professor você tem a capacidade de colocar as suas ideias em prática na 
sala de aula?

165
EMPREENDER NA SALA DE AULA É GARANTIR UMA AULA 
DE SUCESSO

(Prof. Ivan, Revista Opinião, com adaptações nossas)

Professor você tem a capacidade de colocar as suas ideias em prática na sala de aula? É possível  
que no primeiro momento essa pergunta soe um tanto quanto estranha aos ouvidos de alguns  
professores. Pois, esses professores podem responder “...eu entro na sala , dou minha aula e  
pronto, não estou entendendo de que capacidade a mais eu preciso...”.  Se os professores não se  
organizarem por meio de um forte sindicato, eles jamais terão uma remuneração condizente com  
a sua nobre função social. A capacidade a que me refiro é a habilidade de dar vida a novos projetos 
que transformem a sua forma de ensinar em um novo processo de ensino­aprendizagem.

0o0­0o0­0o0

Com o exercício, acima, que acabou de fazer, já dá para ter uma ideia da função das sentenças de 
desenvolvimento no parágrafo inicial.  Confira suas respostas pelas nossas, que se apresentam a 
seguir.  Se tiver alguma dúvida, releia a questão respectiva.  Se a dúvida persistir, releia tudo o que 
dissemos até aqui sobre essas sentenças.  Com perseverança e calma, você dominará este assunto.  

166
RESPOSTAS DO EXERCÍCIO ACIMA:

1. Sabe­se, hoje, que apesar de todos os cuidados, deve­se ter muita cautela na administração do  
pessoal de uma empresa porque a corrupção anda à solta causando vergonha e prejuízo.

2. No meu entender, os livros de Português são vendidos a preços abusivos.

3.  Eu sempre defendi a ideia de se investir em clínicas para tratamento de dependentes químicos  
e não na repressão policial aos usuários de droga.

4.  Tem gente que acredita em tudo, até o dia de ver que muitas coisas não são bem o que  
parecem porque nem tudo que reluz é ouro.

5.  Em alguns esportes, os negros se dão bem; mas, em outros, são um desastre.

6.  A solidão humana, muitas vezes, é quebrada em salas de bate­papo sem as inconveniências  
do contato pessoal.

7.  Quem quiser se especializar em instalações hidráulicas deve aproveitar os cursos que o Senai  
oferece.

8.  Há algumas profecias muito interessantes, que dá até para rir, sei lá.

9.  Os jornais deveriam ser vendidos juntamente com lenço úmido para, depois de sua leitura, o  
leitor limpar seus dedos.  

10.  Se os professores não se organizarem por meio de um forte sindicato, eles jamais terão uma  
remuneração condizente com a sua nobre função social.

167
ESCREVER SENTENÇAS DE DESENVOLVIMENTO

EXERCÍCIO 27

Neste exercício, você construirá a ponte que ligará a sentença inicial com a sentença­tese.  O 
segredo está em partir do geral para o específico; ou, então, ir detalhando o que foi dito na sentença 
inicial até chegar à sentença­tese.  Com a prática, você escreverá sentenças de desenvolvimento de 
modo espontâneo.  A arma para isso é a paciência e a perseverança.  Você pode discordar desse 
nosso argumento e achar que tudo é uma questão de capacidade.  Se for apenas isso, melhor ainda! 
Pois você já provou, chegando até aqui, que capacidade para fazer excelentes redações você já 
possui!  Agora, é só lapidá­la, e isso se faz com paciência de artesão no trabalho que ama.  A 
perseverança é a base da sistemática.  Você deve persistir em se organizar e manter horário para 
suas atividades de redator.  A disciplina é indispensável em qualquer tarefa que demande esforço. 
Todas as pessoas que encontramos caminhando com desenvoltura, inclusive você, caíram muitas 
vezes para aprender a andar.  Ninguém desistiu, porque a natureza nos dotou de perseverança.  E 
essa tenacidade!?  Onde está!?  Prossiga que ela aparecerá, pois está dentro de você e surgirá com 
toda a sua força à medida que você colher seus primeiros frutos.  Provavelmente, isso já deve ter 
acontecido.  Então, continuemos ...

Tendo como referenciais o conjunto representado pelos elementos tema, público­alvo, tópico, 
sentença­tese e sentença inicial; complete o espaço representado pelas linhas pontilhadas com as 
sentenças de desenvolvimento que julgar mais apropriadas. Não existe resposta única para as 
questões deste exercício.  Depende do julgamento de cada redator ou escritor.  Com base nos 
conhecimentos que você obteve até aqui, acreditamos que conseguirá realizar este exercício 
plenamente.  Faça rascunhos das sentenças de desenvolvimento, jogue fora aquelas de que não 
gostar, reescreva as que achar que ainda não estejam boas.  Fique inteiramente à vontade para 
escrevê­las e mãos à obra!

1. Tema:  Motivação pessoal
Público­alvo: acadêmicos de administração de empresas
Tópico:  A escalada da realização profissional
Sentença­tese:  Mas nem por isso, precisamos pisar os outros e deixar de lado a dignidade e 
a honra.

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Sentença­inicial: Estamos no mundo para vencer!

Estamos no mundo para vencer!  ...............................................................................................
................................................................................................................................................................
................................................................................................................................................................
...........................................................  Mas nem por isso, precisamos pisar os outros e deixar de lado 
a dignidade e a honra.  

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2. Tema:  drogas
Público­alvo: jovens leitores de uma revista de rock 
Tópico:  A errônea reputação dos usuários de droga
Sentença­tese:  Eles não passam de vítimas de circunstâncias que os jogaram no tenebroso 
abismo da dependência química.
Sentença­inicial: Bandidos, que nada!

Bandidos, que nada!  ..................................................................................................................
................................................................................................................................................................
................................................................................................................................................................
...........................................................  Eles não passam de vítimas de circunstâncias que os jogaram 
no tenebroso abismo da dependência química.

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3. Tema:  matrimônio
Público­alvo: jovens na faixa dos dezoito aos vinte e cinco anos 
Tópico:  O que a intromissão na individualidade de uma pessoa significa para o casamento.
Sentença­tese:  A intimidade sem limites agride a privacidade, causa desconforto, gera 
antagonismo e arruína o relacionamento.
Sentença­inicial: O casamento é o final de um lindo romance de amor?

O casamento é o final de um lindo romance de amor?  .............................................................
................................................................................................................................................................
................................................................................................................................................................

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...........................................................  A intimidade sem limites agride a privacidade, causa 
desconforto, gera antagonismo e arruína o relacionamento do casal.

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4. Tema:  segurança pública
Público­alvo: leitores de um jornal diário 
Tópico:  Onde está o ponto fraco no combate à criminalidade
Sentença­tese:  Dispomos apenas de leis para combater os efeitos; mas onde estão os 
recursos para debelar as causas?
Sentença­inicial: O crime progride a cada dia.

O crime progride a cada dia.  .....................................................................................................
................................................................................................................................................................
................................................................................................................................................................
...........................................................  Dispomos apenas de leis para combater os efeitos; mas onde 
estão os recursos para debelar as causas?

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5. Tema:  corrupção política
Público­alvo: leitores de uma revista de atualidades 
Tópico:  A perda de dignidade de políticos em inumeráveis casos de corrupção
Sentença­tese:  Para muitos, um político honesto é aquele que ainda não foi pego em 
flagrante.
Sentença­inicial: Que é um governante honrado?

Que é um governante honrado?   ...............................................................................................
................................................................................................................................................................
................................................................................................................................................................
...........................................................  Para muitos, um político honesto é aquele que ainda não foi 
pego em flagrante.

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6. Tema:  saúde
Público­alvo: leitores de uma revista para executivos 
Tópico:  O estresse no trabalho
Sentença­tese:  Mas, para não se arrepender depois, faça somente o que lhe for possível.
Sentença­inicial: Faça tudo o que for possível!

Faça tudo o que for possível!   ...................................................................................................
................................................................................................................................................................
................................................................................................................................................................
...........................................................  Mas, para não se arrepender depois, faça somente o que lhe 
for possível.

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7. Tema:  Combate ao crime organizado
Público­alvo: leitores de um jornal diário 
Tópico:  A participação do exército no combate ao crime organizado
Sentença­tese:  A ideia fundamental é a de que o exército deva ser utilizado como recurso 
efetivo da política estatal.
Sentença­inicial: Vivemos em clima de guerra.

Vivemos em clima de guerra.   ..................................................................................................
................................................................................................................................................................
................................................................................................................................................................
...........................................................  A ideia fundamental é a de que o exército deva ser utilizado 
como recurso efetivo da política estatal.

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8. Tema:  Vocação profissional
Público­alvo: jovens acadêmicos do primeiro ano 
Tópico:  O perigo de se adquirir uma frustração vitalícia para demonstrar gratidão e 
obediência aos pais
Sentença­tese:  Uma opção é jogar fora os seus sonhos pela satisfação de seus pais em vê­lo 
num emprego estável.

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Sentença­inicial: A influência dos pais na escolha do futuro dos filhos.

A influência dos pais na escolha do futuro dos filhos.   ............................................................
................................................................................................................................................................
................................................................................................................................................................
...........................................................  Uma opção é jogar fora os seus sonhos pela satisfação de seus 
pais em vê­lo num emprego estável.

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9. Tema:  História
Público­alvo: acadêmicos da área de história 
Tópico:  A independência do Brasil como acontecimento constante e dinâmico
Sentença­tese:  Pelo que sei, a independência do Brasil é uma ação que vem sendo executada 
há mais de cento e cinquenta anos.
Sentença­inicial: A independência é como o casamento: a luta é constante para sua 
manutenção.

A independência é como o casamento: a luta é constante para sua manutenção. 
................................................................................................................................................................
................................................................................................................................................................
................................................................................................................................................................
...........................................................  Pelo que sei, a independência do Brasil é uma ação que vem 
sendo executada há mais de cento e cinquenta anos.

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10. Tema:  Modernismo
Público­alvo: leitores de uma revista de atualidades 
Tópico:  Os novos comportamentos das crianças e adolescentes afetados pela tecnologia.
Sentença­tese:  Nas gerações mais novas já se sente os efeitos da vertiginosa corrida da 
tecnologia.
Sentença­inicial: Vivemos na Idade do Bit.

Vivemos na Idade do Bit. 

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..........................................................................................................
................................................................................................................................................................
................................................................................................................................................................
...........................................................  Nas gerações mais novas já se sente os efeitos da vertiginosa 
corrida da tecnologia.

0o0­0o0­0o0

Acreditamos que você tenha se saído muito bem neste exercício.  Não existe um gabarito para 
conferir suas respostas.  É claro.  Pois, aqui, a liberdade é total para criar suas sentenças de 
desenvolvimento.  Para saber se elas se ajustam ao verdadeiro conceito desse tipo de sentença, para 
isso basta ver se há uma ligação entre a sentença inicial e a sentença­tese.  Os requisitos para essa 
ligação, elo ou ponte, como queira chamar, compreendem à estreita relação com os demais 
elementos citados no início deste exercício, que são tema, público­alvo, tópico, sentença­tese e 
sentença inicial.  Não se esqueça de que o caminho da sentença inicial para a sentença­tese equivale 
a partir do geral para o específico.

173
TÁTICAS PARA ESCREVER SENTENÇAS DE DESENVOLVIMENTO

O objetivo de qualquer time de futebol, durante uma partida, é o gol.  Para chegar lá, o técnico e os 
jogadores usam diferentes táticas.  Em nosso trabalho, estamos fazendo a mesma coisa.  Você deve 
ter notado que nos servimos de algumas táticas para fazer os exercícios até aqui.  Em nossa última 
tarefa, aplicamos várias táticas para estruturar nossas sentenças de desenvolvimento, sem nos 
desviarmos da ideia central, relacionando­as com o tópico e o público­alvo.

Agora, conheceremos melhor essas táticas para facilitar a escritura das sentenças de 
desenvolvimento.

A primeira tática é “partir do geral para o específico”.  Por exemplo:

Tema:  solidariedade humana
Público­alvo: leitores de uma revista de atualidades 
Tópico:  Quando um faz a grande diferença!
Sentença­tese:  Alguém com um coração direcionado à caridade e ao verdadeiro interesse 
pelos problemas alheios pode produzir os mais nobres resultados.
Sentença­inicial: Nem sempre a união faz a força.  

“Nem sempre a união faz a força.  Uma legião de pessoas pode representar menos que um  
indivíduo.  O homem em questão não é só cabeça, tronco e membros.  Ele é, sobretudo, coração. 
Alguém com um coração direcionado à caridade e ao verdadeiro interesse pelos problemas alheios 
pode produzir os mais nobres resultados.”

Partiu­se do geral (união, legião), passando pelo indivíduo, e deste para o específico, que é o 
coração humano voltado para o bem ao próximo.  Viu como é fácil usar a tática do “geral para o 
específico”?
A segunda tática denomina­se “noticiosa”.  As sentenças de desenvolvimento não passam de 
fragmentos de notícias co­relacionadas, oferecendo detalhes, progressivamente, à medida que se 
aproximam da sentença­tese.  Exemplo:

Tema:  Cinema
Público­alvo: leitores de uma coluna sobre cinema

174
Tópico:  O cinema brasileiro atual
Sentença­tese:  Hoje, bem alicerçado por uma base de talentos surpreendentes e raros, o 
cinema nacional vive a sua melhor fase e, ainda por cima, com excelentes perspectivas.
Sentença­inicial: O cinema brasileiro balançou, mas não caiu!  

“O cinema brasileiro balançou, mas não caiu!  Mazzaropi foi o maior exemplo de  
empreendedorismo individual até nossos dias.  Glauber Rocha outorgou a arte dramática.  Hoje, 
bem alicerçado por uma base de talentos surpreendentes e raros, o cinema nacional vive a sua 
melhor fase e, ainda por cima, com excelentes perspectivas.”

Você percebeu!  Com duas notícias, construíram­se as sentenças de desenvolvimento – sobre os 
virtuosos Mazzaropi e Glauber Rocha.  O fato constatado na sentença inicial está ligado, por meio 
de duas notícias, à sentença­tese, que resume o assunto central da dissertação.

A terceira tática é o que chamamos de “mistério”.  As sentenças de desenvolvimento são estágios 
de suspense.  Fatos misteriosos envolvem o leitor até a revelação da síntese do assunto central por 
meio da sentença­tese.  Por exemplo:

Tema:  Vício
Público­alvo: leitores de uma revista de saúde
Tópico:  Abordar as principais doenças produzidas pelo cigarro
Sentença­tese:  O segredo é o estado de insegurança que acomete os fumantes e a denúncia é 
o alarma de doença que se avizinha.
Sentença­inicial: Cigarro, um jeito de passar rápido pela vida.  
“Cigarro, um jeito de passar rápido pela vida.  O segredo oculto na fumaça que sobe.  A denúncia  
do odor podre que exala.  O segredo é o estado de insegurança que acomete os fumantes e a 
denúncia é o alarma de doença que se avizinha.”

O foco é sobre os riscos de contrair males produzidos pelo cigarro.  Como primeiro degrau, usou­se 
o segredo (a insegurança que evidencia todo fumante).  Como segundo patamar, a denúncia (de 
doença).  A escada de dois degraus, que vai da sentença inicial à sentença­tese, é representada pelas 
sentenças de desenvolvimento nas quais se usa a tática do mistério.  “Segredo” e “denúncia” são 
elementos de mistério.

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Apresenta­se como quarta tática a “comparação”.  Por exemplo:

Tema:  Vício
Público­alvo: leitores de uma revista de saúde
Tópico:  Abordar os efeitos do álcool na união familiar
Sentença­tese:  o alcoolismo trucida impiedosamente as alegrias de uma família e 
transforma o lar num reduto de miséria e tristeza.
Sentença­inicial: O prazer letal.

“O prazer letal.  Feito uma tempestade que assola um vilarejo; como um manto de escuridão que 
instaura o terror; o alcoolismo trucida impiedosamente as alegrias de uma família e transforma o 
lar num reduto de miséria e tristeza.”

O objetivo é abordar os malefícios do alcoolismo no ambiente familiar.  Isso está resumido na 
sentença­tese, que, por sua vez, está ligada à sentença inicial por meio de duas sentenças de 
desenvolvimento construídas com a tática de “comparação”.

A quinta tática denomina­se “hipérbole”, e consiste em exagerar ou dar uma superdimensão à 
abordagem do assunto central da dissertação nas sentenças de desenvolvimento.  A pretensão é 
“forçar” a importância do assunto como “isca” para atrair o interesse do leitor.  Exemplo:

Tema:  Ecologia
Público­alvo: leitores de uma revista de atualidades
Tópico:  Comentar a extinção de pássaros como mercadorias de um comércio clandestino.
Sentença­tese:  O interesse de comerciantes inescrupulosos e a procura no mercado 
clandestino internacional estimulam a exportação ilegal de pássaros da fauna brasileira e promovem 
a extinção de vários espécimes.
Sentença­inicial: Minha terra tem palmeiras onde cantava o sabiá.

Minha terra tem palmeiras onde cantava o sabiá.  Eles estão num processo de extinção sem  
precedentes.  Um dia diremos a nossos netos que ouvíamos os pássaros cantar livres pelas matas  
do Brasil.  O interesse de comerciantes inescrupulosos e a procura no mercado clandestino 
internacional estimulam a exportação ilegal de pássaros da fauna brasileira e promovem a extinção 
de vários espécimes.

176
Reconhece­se que a situação é parcialmente verdadeira, mas apenas parcialmente.  Entre a ameaça 
de extinção de alguns espécimes de pássaros e o seu desaparecimento total, como nos sugerem as 
sentenças de desenvolvimento, há uma distância muito grande.  Deve­se cuidar no emprego da 
tática da hipérbole para não cair em fantasias a ponto de distorcer a realidade.  Se isso acontecer, à 
dissertação pode ser imputado um certo descrédito, pois exageros têm limites.

Como sexta tática tem­se a “narrativa/descritiva”, que consiste na narração de um fato ou 
descrição de um quadro, de uma situação, evocando seus aspectos principais na conceituação do 
escritor.  Por exemplo:

Tema:  Religião
Público­alvo: leitores de uma revista de atualidades
Tópico:  Vida num determinado mosteiro
Sentença­tese:  Para mim, tudo aquilo não passava de uma grande farsa que a conveniência 
gerara e mantinha com a finalidade de sustentar mais um ponto de uma doutrina ultrapassada.
Sentença­inicial: Quando certas práticas não são repensadas ou questionadas, corre­se o 
risco de se tornar automatismo.

Quando certas práticas não são repensadas ou questionadas, corre­se o risco de se tornar 
automatismo.  Todo dia, às 14 horas, reuniam­se para os ofícios religiosos.  As caras de sono  
mesclada da natural hipocrisia de uma suposta santificação desfilavam numa única fileira em  
torno da grande mesa, até que cada um tivesse uma cadeira à sua frente, quando então  
estacionavam e aguardavam a ordem do líder para se sentarem. Nada que pudesse quebrar essa  
rotina era permitido.  Para mim, tudo aquilo não passava de uma grande farsa que a conveniência 
gerara e mantinha com a finalidade de sustentar mais um ponto de uma doutrina ultrapassada.

*   *   *

As táticas mencionadas, até agora, são apenas as mais comuns, empregadas na maioria dos 
editoriais e opiniões divulgados pela imprensa.  Existem outras táticas menos difundidas.  Você 

177
mesmo pode criar algumas táticas para escrever sentenças de desenvolvimento.  O importante, nisso 
tudo, é que você possa conduzir seus leitores da rápida pincelada da sentença inicial ao resumo de 
sua dissertação feito pela sentença­tese, por caminhos traçados por táticas específicas.

Há, ainda, de se ressaltar que muitas vezes utiliza­se uma tática mista, ou seja, o emprego de duas 
ou mais táticas para escrever sentenças de desenvolvimento no parágrafo inicial.

Vamos, agora, reconhecer as várias táticas utilizadas em sentenças de desenvolvimento a partir de 
dissertações por nós escritas e de outras divulgadas em jornais e revistas convencionais ou 
eletrônicos.

178
RECONHECER TÁTICAS UTILIZADAS PARA ESCREVER SENTENÇAS 
DE DESENVOLVIMENTO

EXERCÍCIO 28

Você conheceu as principais táticas de construção de sentenças de desenvolvimento.  Essas táticas 
nada mais são que sugestões para que possamos escrevê­las com desenvoltura e estilo. Procure 
identificar, em cada uma das questões abaixo, a tática utilizada para criar as sentenças de 
desenvolvimento do parágrafo inicial representado pelo respectivo fragmento de texto, escrevendo 
seu nome na linha pontilhada.

1. Tema:  Corrupção governamental
Público­alvo: Leitores de jornal diário 
Tópico:  O elevado grau de corrupção em várias esferas de governo e o alerta para reduzi­lo 
a níveis menos escandaloso.
Sentença­tese:  Com os recursos de que se dispõe, urge seja encontrado um meio redutor 
para a roubalheira dos políticos, uma vez que a extinção dessa prática está além do sonho.
Sentença­inicial: Um filme sempre em cartaz no Brasil.

Um filme sempre em cartaz no Brasil.  A platéia pasmada assiste ao triunfo do mal sobre o bem.  
Jamais nossas crianças e nossos jovens estiveram tão fartamente servidos de perniciosos  
exemplos.  A administração pública e a governança estão em franca decadência moral, numa  
explícita queda livre no abismo de desmandos e corrupção.  Basta de discursos hipócritas.  Com 
os recursos de que se dispõe, urge seja encontrado um meio redutor para a roubalheira dos políticos, 
uma vez que a extinção dessa prática está além do sonho.

Usou­se no parágrafo acima a tática denominada: ................................................................................

____________________________

2. Tema:  Administração 
Público­alvo: Administradores e empregados de uma grande empresa 
Tópico:  A importância de utilizar métodos modernos na produção

179
Sentença­tese:  a ideia de alterar os métodos e processamentos, que até então usamos na 
fabricação do papel, mostrou o quanto nossa indústria estava atrasada em relação às suas 
congêneres do primeiro mundo.
Sentença­inicial: A oportuna e salvadora mudança!

A oportuna e salvadora mudança!  Como uma radiante fonte de luz que expõe os detalhes dos  
objetos; de modo análogo a uma surpreendente revelação; a ideia de alterar os métodos e 
processamentos, que até então usamos na fabricação do papel, mostrou o quanto nossa indústria 
estava atrasada em relação às suas congêneres do primeiro mundo.

Usou­se no parágrafo acima a tática denominada: ................................................................................

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3. Tema:  Segurança no tráfego aéreo 
Público­alvo: Pessoal da aviação civil e autoridades do setor 
Tópico:  Relatório sobre acidente em um aeroporto
Sentença­tese:  Com base em meus conhecimentos de navegação aérea e baseando­me nos 
fatos, minha opinião sobre a causa do acidente liga­se a uma desnecessária negligência da 
tripulação de comando e de algumas autoridades que controlam o fluxo de aeronaves naquele 
aeroporto.
Sentença­inicial: A lamentação sempre vem tardia, mas o exemplo não!

A lamentação sempre vem tardia, mas o exemplo não!  Soube, de fonte idônea, que o comandante  
soubera da tempestade momentos antes da decolagem.  A carga, no compartimento de bagagem,  
excedia os limites de peso permitidos.  Com base em meus conhecimentos de navegação aérea e 
baseando­me nos fatos, minha opinião sobre a causa do acidente liga­se a uma desnecessária 
negligência da tripulação de comando e de algumas autoridades que controlam o fluxo de aeronaves 
naquele aeroporto.

Usou­se no parágrafo acima a tática denominada: ................................................................................

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4. Tema:  Nostalgia 
Público­alvo: Leitores de uma revista de lazer 
Tópico:  O demorado retorno em visita à terra natal
Sentença­tese:  Tenho a impressão de que, naquele momento de enlevo, a pedra me 
mostrava que o maior segredo da vida é constatar que a vida não tem segredos, e tudo que temos 
que fazer é aproveitar os momentos e não desperdiçá­los, realizando projetos com recursos de que 
ainda não dispomos.
Sentença­inicial: O difícil reencontro consigo mesmo!

O difícil reencontro consigo mesmo!  É­me impossível esquecer o trecho de praia com o costão,  
que dava para avistar da sacada do apartamento em que me hospedara naquela tarde de sábado.  
No meio da paisagem intacta, palco em que transcorrera a minha infância e parte da minha  
juventude, estava a pedra redonda da qual me atirava para nadar até a praia.  A pequena pedra  
me fez pensar nas ilusões e lutas inglórias que vivera desde que a deixara para me frustrar na  
busca de um mundo melhor.  Tenho a impressão de que, naquele momento de enlevo, a pedra me 
mostrava que o maior segredo da vida é constatar que a vida não tem segredos, e tudo que temos 
que fazer é aproveitar os momentos e não desperdiçá­los, realizando projetos com recursos de que 
ainda não dispomos.

Usou­se no parágrafo acima a tática denominada: ................................................................................

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5. Tema:  Política 
Público­alvo: Leitores de um jornal diário 
Tópico:  Modelo legislativo brasileiro
Sentença­tese:  São temas densos e isso toma tempo, argumentam os parlamentares.
Sentença­inicial: Muitas das reformas de que o Brasil precisa repousam há tempos nas 
gavetas dos gabinetes do Congresso.

Dois tempos

(Editorial, Gazeta do Povo, com adaptações nossas)

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Muitas das reformas de que o Brasil precisa repousam há tempos nas gavetas dos gabinetes do 
Congresso. É o caso da ampla reforma política e da reforma tributária, para ficar em apenas dois  
exemplos. Mais um ano termina sem que tais assuntos tenham sido discutidos com a  
profundidade e a seriedade necessárias. São temas densos e isso toma tempo.

Usou­se no parágrafo acima a tática denominada: ................................................................................

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6. Tema:  Política 
Público­alvo: Leitores de um jornal diário 
Tópico:  A interminável sucessão de escândalos na política do País
Sentença­tese:  Mas por estas bandas, está difícil, até impossível, encontrar um herói.
Sentença­inicial: “Pobre do país que necessita de heróis!” é a sempre repetida frase de 
Bertold Brecht, que imodestamente, decidi completar:

À procura de heróis

(Editorial, Gazeta do Povo)

“Pobre do país que necessita de heróis!” é a sempre repetida frase de Bertold Brecht, que 
imodestamente, decidi completar: “pobre do país que necessita de heróis, procura­os e não os  
encontra”. Pois bem, se há um país que precisa de gente que é capaz de desprezar sua própria  
segurança, seu bem­estar, seus privilégios de sangue e fortuna para dedicar­se aos outros, este  
país é o Brasil. Mas por estas bandas, está difícil, até impossível, encontrar um herói.

Usou­se no parágrafo acima a tática denominada: ................................................................................

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7. Tema:  Ecologia 
Público­alvo: Leitores de um jornal diário 

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Tópico:  Emissões de gases de efeito estufa
Sentença­tese:  A segunda condição essencial é a necessidade de se estabelecerem condições 
mínimas para o fomento socioeconômico dos numerosos países, inclusive os emergentes, ainda não 
incluídos no rol dos desenvolvidos.
Sentença­inicial: O maior desafio da Conferência do Clima (COP 15) de Copenhague é 
encontrar o ponto de equilíbrio entre a meta do crescimento econômico e a imposição de mitigar as 
emissões de gases de efeito estufa.

Mudanças climáticas

(João Guilherme Ometto, Editorial, Diário Catarinense)

O maior desafio da Conferência do Clima (COP 15) de Copenhague é encontrar o ponto de 
equilíbrio entre a meta do crescimento econômico e a imposição de mitigar as emissões de gases de 
efeito estufa. Não se pode vislumbrar qualquer solução alheia a esse dualismo, considerando  
que, em síntese, a humanidade precisa continuar consumindo, respirando e vivendo sob  
temperaturas adequadas à sua biologia. Tais premissas já delineiam um fator exponencial a ser  
negociado na Dinamarca: o meio ambiente não deve servir de pretexto para a adoção de medidas  
protecionistas. A segunda condição essencial é a necessidade de se estabelecerem condições 
mínimas para o fomento socioeconômico dos numerosos países, inclusive os emergentes, ainda não 
incluídos no rol dos desenvolvidos.

Usou­se no parágrafo acima a tática denominada: ................................................................................

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8. Tema:  Guerra 
Público­alvo: Leitores de um jornal de bairro 
Tópico: A reação das pessoas diante da notícia de guerra entre dois países
Sentença­tese:  Arrisco um palpite do que tenha se passado na mente e no coração daqueles 
que receberam a estrepitosa notícia de uma possível guerra entre nosso país e a Aragólia.
Sentença­inicial: O relógio dera 15 horas e pareceu­me que o tempo estacou.

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O relógio dera 15 horas e pareceu­me que o tempo estacou.  Algo pairava no ar, além da brisa  
gélida que vinha do mar.  Temia qualquer premonição naquele momento.  Nessas horas, fica­se  
na imprecisa região que separa os territórios da dúvida e da certeza. A voz embargada do locutor  
da edição extra do jornal da TV.  Arrisco um palpite do que tenha se passado na mente e no 
coração daqueles que receberam a estrepitosa notícia de uma possível guerra entre nosso país e a 
Aragólia.

Usou­se no parágrafo acima a tática denominada: ................................................................................

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9. Tema:  Política 
Público­alvo: Internautas 
Tópico:  Opinião de atuação de partido político
Sentença­tese:  Agora, sob o título de "país emergente", de siglas como "G20" e "BRIC" e 
de logomarcas como "Rio 2016" somos vistos por outra perspectiva aos olhos estrangeiros.
Sentença­inicial: Dentre as suas inúmeras particularidades, o Brasil sempre me chamou a 
atenção para uma em especial: a de ser o eterno "país do futuro".

PMDB: o retrato de um Brasil atrasado

(Diogo Salles, www.digestivocultural.com)

Dentre as suas inúmeras particularidades, o Brasil sempre me chamou a atenção para uma em 
especial: a de ser o eterno "país do futuro". Não me entenda mal, sempre amei meu país, mas  
nunca compreendi bem se isso era só um nacionalismo capenga ou se era uma espécie de  
síndrome de vira­latas com o sinal invertido. Quantas gerações nasceram debaixo desse mantra?  
Nem sei dizer. Sei que todas elas cresceram e amadureceram com a percepção de uma realidade  
diferente. E, ainda assim, a esperança continuava se renovando a cada filho nascido aqui.  
Acontece que, nos últimos anos, esse sentimento vem ganhando força de uma outra forma: pela  
primeira vez, o mundo lança um olhar diferente (curioso, talvez) para o Brasil. Agora, sob o 
título de "país emergente", de siglas como "G20" e "BRIC" e de logomarcas como "Rio 2016" 

184
somos vistos por outra perspectiva aos olhos estrangeiros.
Usou­se no parágrafo acima a tática denominada: ................................................................................

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10. Tema:  Relacionamento
Público­alvo: Internautas 
Tópico:  Comentários acerca da conquista no relacionamento entre homem e mulher
Sentença­tese:  Mas quando algo, seja o que for, se coloca entre o casanova ou a amazona e 
a sua confiança, aí, colega, a lista de subterfúgios e artimanhas para driblar o "obstáculo" é looonga.
Sentença­inicial: Sedução, joguinhos e teatro.

Exógeno & Endógeno

(Guilherme Montana, www.digestivocultural.com)

Sedução, joguinhos e teatro. Adoro colecionar histórias de sedução, fictícias ou supostamente  
reais. A maneira como cada um lida com o assunto sexo oposto é sempre interessante. Não falo  
de relacionamento a longo prazo, nem comprometimento sincero, nem nada mais duradouro,  
como amizade colorida, entre homens e mulheres. Me refiro à conquista pura e simples, o  
primeiro round. Joguinhos de sedução e interpretação de personagens na hora da conquista  
rendem historietas boas de ouvir. As conquistas de mulheres e homens seguros e resolvidos são  
muito simples, quase não têm enredo. Mas quando algo, seja o que for, se coloca entre o casanova 
ou a amazona e a sua confiança, aí, colega, a lista de subterfúgios e artimanhas para driblar o 
"obstáculo" é looonga.

Usou­se no parágrafo acima a tática denominada: ................................................................................

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185
O reconhecimento de táticas de construção de sentenças de desenvolvimento exige prática, 
experiência; traduzindo:  tempo de estrada.  Dizemos isso, precisamente, para situá­lo diante de 
possíveis dificuldades que possa ter encontrado e, acima de tudo, para que não desanime.  Com a 
prática no decorrer deste curso, em um breve tempo, só em bater os olhos nas primeiras palavras de 
uma dissertação, você já estará matando qual a tática empregada.  De qualquer maneira, segue uma 
espécie de gabarito para o exercício que acabou de realizar:

1. Hipérbole.  (Há quem diga que não é exagero!  Que é algo até natural, atualmente.  Se você 
também pensa assim, pedimos desculpas por esse fraco exemplo.)
2.   Comparação.
3.   Noticiosa
4.   Descritiva
5.   Noticiosa
6.   Hipérbole     (Somos sabedores de que em nosso país existiram e existem muitos heróis no 
meio do povo.  Fato que o próprio autor do texto reconhece mais adiante.  Mas ele se refere 
aos políticos e seus gritantes intentos criminosos.)
7.   Do geral para o específico  (Da humanidade, o mundo todo, para os países emergentes.)
8.   Mistério
9.   Mista  (Usou­se uma tática mista, isto é, uma fusão de táticas, com a predominância da 
“noticiosa”.) 
10.   Do geral para o específico  

186
ESCREVER EXEMPLOS DE TÁTICAS UTILIZADAS NAS SENTENÇAS DE 
DESENVOLVIMENTO

EXERCÍCIO 29

Utilizando as linhas em branco ao final de cada questão que segue, escreva sentenças de 
desenvolvimento do parágrafo inicial de conformidade com a tática requisitada.  Não se preocupe 
com a sentença­tese e, tampouco, com a sentença inicial.  Essas sentenças não deverão ser escritas 
neste exercício.  Lembre­se de que as sentenças de desenvolvimento deverão ser adequadas ao 
tema, ao público­alvo e ao tópico fornecidos.  Mãos à massa!

1. Tema:  Saúde
Público­alvo: Pessoas da terceira idade
Tópico:  Os benefícios da caminhada habitual para a saúde mental e física.
Tática:  hipérbole

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2. Tema:  Violência
Público­alvo: Leitores de uma revista de esportes
Tópico:  O perfil anarquista das torcidas organizadas
Tática:  comparação

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3. Tema:  Religião
Público­alvo: Alunos de um colégio de formação de religiosos
Tópico:  Os riscos de se criticar a ciência, servindo­se dos benefícios que ela proporciona.
Tática:  mista

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4. Tema:  Trabalho
Público­alvo: Trabalhadores de uma grande empresa
Tópico:  O puxassaquismo como meio eficaz e rápido de ascensão profissional
Tática:  partir do geral para o específico

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5. Tema:  Educação
Público­alvo: Leitores de um jornal diário
Tópico:  A importância dos exemplos de atitude que os pais dão aos filhos
Tática:  noticiosa

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6. Tema:  Cultura
Público­alvo: Acadêmicos do curso de artes cênicas
Tópico:  A sensualidade vulgar e as baixarias nas novelas brasileiras
Tática:  narrativa/descritiva

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7. Tema:  Diversão
Público­alvo: Jovens entre catorze e vinte e um anos
Tópico:  Os passeios em turmas, na própria região em que se vive, como forma de lazer e 
integração.
Tática:  narrativa/descritiva

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8. Tema:  Solidão
Público­alvo: Idosos
Tópico:  A contribuição do isolamento para a infelicidade pessoal.
Tática:  mistério

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9. Tema:  Corrupção governamental
Público­alvo: Leitores de uma revista para a juventude
Tópico:  A inesgotável esperança do povo brasileiro no dia das eleições.
Tática:  partir do geral para o específico
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10. Tema:  Cinema
Público­alvo: Leitores de uma revista de atualidades
Tópico:  A exibição da bandeira dos Estados Unidos, como forma de propaganda 
nacionalista, em todos os filmes lá produzidos para o público em geral.
Tática:  comparação

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Nos deparamos, novamente, com uma bateria de questões cuja avaliação das respostas somente 
poderá ser feita por você.  Contudo, acreditamos que você já evoluiu bastante neste assunto e tenha 
escrito primores  de sentenças de desenvolvimento do parágrafo inicial.

O importante, depois que se detém  a técnica, é treinar, treinar, treinar até fazer tudo 
espontaneamente.

Este é um momento para você ver o quanto progrediu na arte de redigir.  Quando lhe for pedido 
para escrever qualquer dissertação, antes mesmo de saber o tema, você já saberá como deverá 
escrevê­la.  Esse conhecimento você já possui, e ele é próprio dos redatores experientes.  O tabu 
está se desfazendo diante de você.  Escrever o parágrafo inicial já não é bicho­papão para você.

192
ESCREVER SENTENÇAS DE DESENVOLVIMENTO, ESTABELECENDO A 
CONEXÃO ENTRE A SENTENÇA INICIAL E A SENTENÇA­TESE

EXERCÍCIO 30

Você, agora, já tem condições de completar a obra de construção do parágrafo inicial ─ escrever as 
sentenças de desenvolvimento ─ partindo  da pista dada pela sentença inicial até a evidência 
fornecida pela sentença­tese.  Para isso, preencha o espaço representado pelas linhas vazias de cada 
questão com as sentenças de desenvolvimento que julgar mais adequadas, tendo sempre em mente o 
tema, o público­alvo, o tópico e, evidentemente,  a ligação da ideia na sentença inicial com a da 
sentença­tese.  A tática a ser adotada, em cada uma das questões, ficará a seu critério.  Procure usar, 
separadamente, as táticas aprendidas até aqui.

1. Tema:  Condicionamento físico
Público­alvo: Leitores de uma revista de esportes
Tópico:  Os riscos da compulsão na prática de exercícios físicos
Sentença­tese:  Isso pode representar sérios distúrbios para o corpo cuja saúde poderá sofrer 
prejuízos irreparáveis.
Sentença­inicial: Ir às nossas limitações.

Ir às nossas limitações.  ............................................................................................................. 
................................................................................................................................................................
................................................................................................................................................................
................................................................................................................................................................
................................................................................................................................................................
................................................................................................................................................................
…............................................................................................................................................................
Isso pode representar sérios distúrbios para o corpo cuja saúde poderá sofrer prejuízos irreparáveis.

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2. Tema:  Ecologia
Público­alvo: Industriais e executivos
Tópico:  Uma solução para dirimir as emissões de poluentes na atmosfera
Sentença­tese:  A adoção de métodos de produção menos poluentes poderia ser um dos 
critérios para o estabelecimento de alíquotas tributárias.
Sentença­inicial: É possível esquentar os lucros sem aumentar o aquecimento global.

É possível esquentar os lucros sem aumentar o aquecimento 
global.  .......................................   .........................................................................................................
.......................................................
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................................................................................................................................................................
................................................................................................................................................................
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…............................................................................................................................................................
A adoção de métodos de produção menos poluentes poderia ser um dos critérios para o 
estabelecimento de alíquotas tributárias.

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3. Tema:  Velhice
Público­alvo: Leitores de uma revista sobre saúde
Tópico:  Os bons hábitos cultivados desde cedo proporcionam um futuro tranquilo
Sentença­tese:  Uma alimentação saudável conjugada com a prática habitual de exercícios 
físicos leves, desde a juventude, pode garantir uma velhice mais feliz.
Sentença­inicial: Um feliz e saudável amanhã.

Um feliz e saudável amanhã. ..................................................................................................... 
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Uma alimentação saudável conjugada com a prática habitual de exercícios físicos leves, desde a 
juventude, pode garantir uma velhice mais feliz.

194
4. Tema:  Trabalho
Público­alvo: Alunos de um curso técnico profissionalizante
Tópico:  As profissões mais bem remuneradas da atualidade.
Sentença­tese:  A escolha da profissão requer um exame das tendências tecnológicas para se 
ter um lugar ao sol no mercado de trabalho.
Sentença­inicial: Não embarque em uma canoa furada.

Não embarque em uma canoa furada.  ....................................................................................... 
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A escolha da profissão requer um exame das tendências tecnológicas para se ter um lugar ao sol no 
mercado de trabalho.

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5. Tema:  Vida a dois
Público­alvo: Leitoras de uma revista feminina
Tópico:  A inevitável rotina do casamento como fator de desgaste da relação.
Sentença­tese:  A mesmice do dia­a­dia corrói o relacionamento e leva à aposentadoria 
precoce da paixão.
Sentença­inicial: Tranquilo como a face de um lago em noite serena.

Tranquilo como a face de um lago em noite serena.  ................................................................ 
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A mesmice do dia­a­dia corrói o relacionamento e leva à aposentadoria precoce da paixão.

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6. Tema:  Língua nacional
Público­alvo: Acadêmicos de direito
Tópico:  A importância do conhecimento do idioma para o advogado
Sentença­tese:  Poucas coisas abonam tão generosamente a capacidade do advogado quanto 
a sua habilidade no uso do idioma.
Sentença­inicial: O brilho da palavra.

O brilho da palavra.  .................................................................................................................. 
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Poucas coisas abonam tão generosamente a capacidade do advogado quanto a sua habilidade no uso 
do idioma.

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7. Tema:  Lazer
Público­alvo: Leitores de um jornal diário
Tópico:  O turismo interno
Sentença­tese:  O turismo interno dá uma real dimensão da beleza da terra em que vivemos.
Sentença­inicial: As maravilhas da terra.

As maravilhas da terra.  ............................................................................................................. 
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O turismo interno dá uma real dimensão da beleza da terra em que vivemos.

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8. Tema:  Folclore
Público­alvo: Alunos do ensino médio
Tópico:  O folclore nacional
Sentença­tese:  O folclore brasileiro é rico, surpreendente e nos encanta com “causos”, de 
norte a sul.
Sentença­inicial: Entre sacis e bois­de­mamão.

Entre sacis e bois­de­mamão.  ................................................................................................... 
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O folclore brasileiro é rico, surpreendente e nos encanta com “causos”, de norte a sul.

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9. Tema:  Economia familiar
Público­alvo: Leitores de um jornal diário
Tópico:  As compras a prazo
Sentença­tese:  As compras a prazo são um meio de acesso fácil à posse de bens, porém mal 
administradas instauram o incômodo e a insegurança no lar.
Sentença­inicial: O (des)conforto em suas prestações.

O (des)conforto em suas prestações. 
..........................................................................................   ...................................................................
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As compras a prazo são um meio de acesso fácil à posse de bens, porém mal administradas 
instauram o incômodo e a insegurança no lar.

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10. Tema:  Festas
Público­alvo: Leitores de um jornal diário
Tópico:  As festas de final de ano
Sentença­tese:  Confraternização entre amigos, reencontro familiar, esperanças renovadas e 
muita emoção na virada de ano.
Sentença­inicial: Feliz ano novo!

Feliz ano novo! 
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Confraternização entre amigos, reencontro familiar, esperanças renovadas e muita emoção na virada 
de ano.

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198
COESÃO, CLAREZA E COERÊNCIA DAS SENTENÇAS DE 
DESENVOLVIMENTO

O parágrafo inicial, na função de exercer o poder de atração sobre o leitor, é a parte mais relevante 
da dissertação.  Em razão disso, deve­se ressaltar a importância de três elementos básicos — 
coesão, clareza e coerência.  Esses requisitos fundamentais do primeiro parágrafo se justificam e se 
aplicam com mais evidência nas sentenças de desenvolvimento.  São essas sentenças que farão o 
transporte, sem dispersão, da atenção do leitor da sentença inicial à sentença­tese.  Esse translado 
deve ser coeso, claro e coerente, intensificando o poder de atração da redação.

A coesão pode ser ilustrada por estes dois exemplos:

Exemplo “A”

Um concurso e milhares de esperanças.  As inscrições para um concurso público sempre superam  
as expectativas.  Semana passada,  foi divulgado o fabuloso número de candidatos para o  
concurso TRE/PB: cinquenta e seis mil pessoas, aproximadamente, disputarão vinte e duas  
vagas.  No meu entender, a disciplina e um bom método de estudo podem fazer toda a diferença e 
proporcionar a tão sonhada aprovação.

Exemplo “B”

Um concurso e milhares de esperanças.  Sempre há muita gente interessada num concurso cujo  
número surpreende a cada concurso.  Li, na semana passada, num jornal daqui de João Pessoa,  
que aproximadamente cinquenta e seis mil  farão um concurso.  É o concurso do TRE/PB.  No 
meu entender, a disciplina e um bom método de estudo podem fazer toda a diferença e proporcionar 
a tão sonhada aprovação.

Considerando que um texto coeso apresenta­se enxuto, sem palavras em excesso, com suas ideias 
interligadas, responda: “Qual dos textos acima, A ou B, possui coesão?”  Se tiver alguma dúvida, 
feche o livro, dê uma voltinha pela quadra e, depois, retome a leitura, que tudo ficará mais 
compreensível.  Creio que você responderá que é o texto “A”.

199
A clareza pressupõe o “entendimento fácil” da essência da comunicação.  Não se admite mais a 
linguagem afetada pela “síndrome da corte”, atualmente de uso restrito ao meio jurídico e a alguns 
remanescentes que tentam impressionar por meio de uma linguagem complicada e obscura.    Para 
você ter uma ideia dessa falta de clareza e afetação, compare os dois exemplos que se seguem:

Exemplo “1”
Vou deglutir uma chávena de rubiácea escaldante.

Exemplo “2”
Vou beber um cafezinho.

Das duas frases acima, que significam a mesma coisa, qual lhe parece mais clara?  Quem tiver 
dificuldade para dizer  que a frase “2” é a mais clara, sinceramente, é merecedor de atenção 
especial.  O que não é o seu caso, leitor!

A coerência diz respeito aos limites da  razão, isto é, a correspondência entre o que se escreve e o 
que se pretende escrever.  Veja os exemplos:

Exemplo “I”
Acordo­me às seis horas todos os dias.

Exemplo “II”
Acordo às seis horas todos os dias

Não é coerente “acordar a si mesmo”.  Seria razoável “acordar”, apenas.

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RECONHECER SENTENÇAS DE DESENVOLVIMENTO COESAS, 
CLARAS E COERENTES

EXERCÍCIO 31

Neste exercício, fornecem­se exemplos de parágrafos iniciais nas dez questões.  Dos quais, cinco 
apresentam problemas de coesão, clareza ou coerência.  Reconheça essas questões viciosas.  Como 
nos exercícios anteriores, as sentenças de desenvolvimento vêm destacadas em itálico e em negrito, 
entre a sentença inicial e a sentença­tese.

1. Tema:  Nazismo
Público­alvo: Leitores de uma revista sobre literatura
Tópico:  A aterradora doutrina do nazismo
Sentença­tese:  Além desse aspecto, centrava­se sobretudo na ideia de superioridade da raça 
ariana e de combate ao clero, à liberdade cultural, ao capitalismo internacional e aos judeus.
Sentença­inicial: Em desacordo ao tratado firmado, a Alemanha, que não se considerava 
vencida na Primeira Guerra, reorganizava seu exército sob uma doutrina fortemente nacionalista.

Em desacordo ao tratado firmado, a Alemanha, que não se considerava vencida na Primeira Guerra, 
reorganizava seu exército sob uma doutrina fortemente nacionalista.  Após a abdicação do kaiser  
Guilherme e de vários membros da monarquia, ocorreu uma série de convulsões políticas e de 
golpes de estado.  O mais importante deles foi chefiado por Adolf Hitler, que, apesar de ver sua  
primeira tentativa de golpe baldada e de ter sido preso, aproveitou o período de encarceramento  
para escrever o livro Minha Luta.  Nessa obra, Hitler explanava sua doutrina cujo objetivo era  
dominar o mundo.  Além desse aspecto, centrava­se sobretudo na ideia de superioridade da raça 
ariana e de combate ao clero, à liberdade cultural, ao capitalismo internacional e aos judeus. 
(Revista de Literatura, edição extra. 2008)

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2. Tema:  Experiência de vida
Público­alvo: Jovens de quinze a vinte e cinco anos de idade

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Tópico:  Encarando os obstáculos da vida
Sentença­tese:  Muitas vezes, quando sobram as facilidades, falta a decência.
Sentença­inicial: Uma proposta irrecusável.

Uma proposta irrecusável.  O fascínio pelo caminho mais fácil pode ser desastroso e até fatal.  
Muita gente troca um pelo outro, quando deveria fazer o contrário.  Todos sabem não ser essa  
uma boa escolha, mas mesmo assim, não usam a reflexão.  Muitas vezes, quando sobram as 
facilidades, falta a decência.

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3. Tema:  Esporte
Público­alvo: Leitores de uma revista de esportes
Tópico:  A dura vida de um esportista não se confunde com lazer
Sentença­tese:  O esporte, para um atleta comprometido com o futuro, não mais possui os 
elementos do lazer, senão os componentes de uma árdua batalha para ser sempre o melhor.
Sentença­inicial: A glória como medalha.

A glória como medalha.  Muitos acham que todo esporte é lazer.  Nem sempre lazer se liga a  
esporte.  Por mais que o esporte seja confundido em sua generalidade com lazer, vê­se que a  
plenitude do lazer não existe em muitos esportes.  O esporte, para um atleta comprometido com o 
futuro, não mais possui os elementos do lazer, senão os componentes de uma árdua batalha para ser 
sempre o melhor.

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4. Tema:  Literatura de auto­ajuda
Público­alvo: Leitores de uma revista sobre Língua Portuguesa
Tópico:  A procura pelos livros de auto­ajuda
Sentença­tese:  Para cada vez mais gente, a luminosa ajuda nessas horas difíceis está nas 
livrarias, geralmente no balcão dos mais vendidos.
Sentença­inicial: Desemprego, violência, decepção amorosa, frustração profissional, 
falência, corrupção, doença, morte: 

Desemprego, violência, decepção amorosa, frustração profissional, falência, corrupção, 

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doença, morte: às vezes, nesta bela e imprevisível caminhada pela vida, temos que encarar uma  
ou algumas dessas tristes palavras.  Em momentos de crise, o mínimo que se espera é uma  
palavra amiga.  Mas, quando a palavra amiga parece realmente mínima, qual é a saída?  Para 
cada vez mais gente, a luminosa ajuda nessas horas difíceis está nas livrarias, geralmente no balcão 
dos mais vendidos.  (Revista Língua Portuguesa, Ano 3, nº 13)

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5. Tema:  Viagens
Público­alvo: Leitores de uma revista de turismo
Tópico:  Os benefícios de viajar
Sentença­tese:  Além de servir para aumentar as dimensões de nossa visão de mundo, as 
viagens são uma oportunidade de conhecer pessoas interessantes.
Sentença­inicial: Atenção, senhores passageiros!

Atenção, senhores passageiros!  A distração é a marca maior de uma feliz viagem.  O preço da  
viagem nem sempre corresponde  à distração que proporciona.   De qualquer forma, fica­se feliz. 
Além de servir para aumentar as dimensões de nossa visão de mundo, as viagens são uma 
oportunidade de conhecer pessoas interessantes.

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6. Tema:  Trabalho
Público­alvo: Leitores de uma revista de atualidades
Tópico:  A ressignificação do trabalho como fator de realização humana
Sentença­tese:  Nem sempre, trabalhar demais é sinônimo de estar no caminho certo, quando 
o que se quer depende de talento e do uso da intelectualidade.
Sentença­inicial: A sociedade sempre olhou com bons olhos os indivíduos dedicados ao 
trabalho.

A sociedade sempre olhou com bons olhos os indivíduos dedicados ao trabalho.  Contudo, as  
maiores mudanças que beneficiaram a humanidade não foram produzidas por trabalhadores e  
sim por pessoas talentosas.  Nem sempre, trabalhar demais é sinônimo de estar no caminho certo, 
quando o que se quer depende de talento e do uso da intelectualidade.

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7. Tema:  História
Público­alvo: Acadêmicos do curso de história
Tópico:  A expulsão dos portugueses em vez da dos holandeses, nos primórdios da 
colonização
Sentença­tese:  Vou apresentar, neste trabalho, uma nova versão do rumo que o Brasil 
poderia tomar no início de sua história.
Sentença­inicial: Mais tecnologia e menos burocracia, mais engenheiros e técnicos e menos 
advogados e escriturários, mais probidade e menos corrupção.

Mais tecnologia e menos burocracia, mais engenheiros e técnicos e menos advogados e 
escriturários, mais probidade e menos corrupção.  Esse seria o novo quadro do Brasil, se os  
portugueses fossem embora, e os holandeses ficassem em seu lugar.  Dizem que eles sempre  
ostentaram a fama que todos conhecem.  Porém nem todo o mundo é a favor.  Eu, às vezes,  
penso o mesmo.  Vou apresentar, neste trabalho, uma nova versão do rumo que o Brasil poderia 
tomar no início de sua história.

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8. Tema:  Aquecimento global
Público­alvo: Estudantes do ensino médio
Tópico:  A impossibilidade de impedir a destruição da Terra
Sentença­tese:  O interesse econômico na exploração dos recursos naturais é feito de modo 
inconsequente, colocando em risco, em médio prazo, a sobrevivência humana no planeta.
Sentença­inicial: A ganância e a sede de poder superam o bom senso.

A ganância e a sede de poder superam o bom senso.  O sonho da recuperação da Terra é bandeira  
de ongs, associações de desocupados, campanhas eleitorais etc.  Os discursos são impactantes, as  
ações são inócuas.  O interesse econômico na exploração dos recursos naturais transcorre de modo 
inconsequente, colocando em risco, em médio prazo, a sobrevivência humana no planeta.

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9. Tema:  Relacionamento
Público­alvo: Jovens de quinze a vinte e cinco anos
Tópico:  As fases da amizade

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Sentença­tese:  Acho mais fácil conhecer os indivíduos que não são nossos amigos, por meio 
de três características inconfundíveis.
Sentença­inicial: Amigos e amigos da onça.

Amigos e amigos da onça.  O bom amigo não é aquele que nos elogia, mas sim o que nos critica.  
Saiba como identificá­lo.  Ele, nem sempre, parece ser o que é.  Platão nos deixou um grande  
exemplo do que isso pode dar.  Aconteça o que acontecer.  Ele será sempre o que é.   Acho mais 
fácil conhecer os indivíduos que não são nossos amigos, por meio de três características 
inconfundíveis.

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10. Tema:  Religião
Público­alvo: Leitores de um jornal de bairro
Tópico:  O mercado da fé em franca ascensão
Sentença­tese:  As Guerras Santas devem ter sido o ponto de partida para o enriquecimento 
criminoso de uma grande entidade religiosa, porém hoje os métodos não são tão radicais.
Sentença­inicial: Vale tudo para tirar o dinheirinho do povo.

Vale tudo para tirar o dinheirinho do povo.  Hoje, certas igrejas não agem tão criminosamente  
como atuou a Igreja Católica para formar seu patrimônio, mas não deixam de dar um mau  
exemplo na arte de arrecadar dinheiro.  As Guerras Santas devem ter sido o ponto de partida para 
o enriquecimento criminoso dessa grande entidade religiosa, porém hoje os métodos não são tão 
radicais.

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205
As sentenças que, para nós, apresentam problemas de coesão, clareza e coerência são: 2; 3; 5; 7 e 9. 
Cremos que você tenha chegado ao mesmo resultado.

206
REESCRITURA DE “SENTENÇAS DE DESENVOLVIMENTO” DO 
PARÁGRAFO INICIAL, MANTENDO­SE O SENTIDO ORIGINAL

Depois de adquirir os conhecimentos expostos, até aqui, acerca da estrutura do primeiro parágrafo, 
um dos mais úteis e proveitosos exercícios para se aumentar a habilidade em redigir é a reescritura 
de sentenças.  Assim, aprendemos a manipular melhor os recursos da língua, como também ampliar 
nosso vocabulário e nos tornamos hábeis construtores de frases.  Com razoável treino, por meio da 
reescritura de frases, poderemos converter qualquer texto para um estilo próprio.  Qual a 
importância do domínio da reescritura de sentenças de desenvolvimento, visto pelo lado prático na 
arte de escrever?  Ora, você pode escrever de qualquer jeito suas ideias, num momento em que não 
disponha de tempo para organizá­las melhor; para depois, em situação mais cômoda, reescrevê­las 
em uma disposição tecnicamente brilhante e em linguagem e estilo editoriais.  Veja, em 
continuação, como exemplo, a reescritura das sentenças de desenvolvimento do parágrafo inicial 
extraído de um renomado jornal do Sul.  É um modesto exemplo do que se pode fazer, em conceito 
de reescritura de frases.  

Tema:  Tráfico de drogas
Público­alvo: Leitores de um jornal diário
Tópico:  A criação da Comissão Especial de Prevenção às Drogas e seus procedimentos no 
estado do Rio Grande do Sul

Texto original:

Em ação contra as drogas

(Kalil Sehbe, Zero Hora)

Entre os principais atributos do parlamento estão a elaboração de leis e a fiscalização dos atos do 
Poder Executivo. Contudo, tão relevante quanto é a permanente atenção às principais demandas  
sociais. A presença perniciosa das drogas, que se expande em ritmo alucinante, determinou uma  
série de ações da Assembleia Legislativa. Uma das iniciativas de alto impacto foi a Comissão 
Especial de Prevenção às Drogas, que elaborou um diagnóstico da situação no Rio Grande do Sul e 
promoveu importantes conquistas.
_________________

207
Reescritura do texto destacado acima, correspondente às sentenças de desenvolvimento do 
parágrafo inicial:

Entre os principais atributos do parlamento estão a elaboração de leis e a fiscalização dos atos do 
Poder Executivo.  Atenta às prementes questões da sociedade, a Assembleia Legislativa adotou  
uma sequência de ações, provocada pelo expressivo espaço que ocupa o tráfico de drogas.  Uma 
das iniciativas de alto impacto foi a Comissão Especial de Prevenção às Drogas, que elaborou um 
diagnóstico da situação no Rio Grande do Sul e promoveu importantes conquistas.

0o0­0o0­0o0

No próximo exercício, será você quem reescreverá alguns parágrafos.  A sua imaginação é o limite 
para essa prática!

208
REESCREVER AS “SENTENÇAS DE DESENVOLVIMENTO” DOS 
PARÁGRAFOS INICIAIS MANTENDO­SE O SENTIDO ORIGINAL

EXERCÍCIO 32

Agora, é a sua vez!  Reescreva, em cada uma das questões que se seguem, preenchendo as linhas 
em branco, as sentenças de desenvolvimento do parágrafo inicial de exemplos extraídos de jornais e 
revistas.  Tenha sempre em mente a correspondência com seu público­alvo, com o tema e o com 
tópico fornecidos.  As sentenças de desenvolvimento (relembrando) é o elo entre o apelo da 
sentença inicial e a síntese da redação expressa pela sentença­tese.  Deve haver uma estreita relação 
de sentido entre essas sentenças do primeiro parágrafo para que haja coesão, clareza e coerência.

1. Tema:  Corrupção política
Público­alvo:  Leitores de um jornal diário
Tópico:  A especialização de métodos de comunicação no meio político para manutenção da 
corrupção.

Texto original:

Analista de grampo

(Sérgio da Costa Ramos, Diário Catarinense)

Ficou perigoso falar ao telefone. E, de certa maneira, indecifrável. O grampo acabou com o  
sossego de corruptos e corruptores, o “mercado” da falcatrua já não tem segurança pra nada. 
Assustados com os últimos casos nos chamados escalões superiores de Brasília e Floripa, os 
políticos estudam agora a “Língua do Gê”, ou do “Grampo Escaldado”.

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Reescritura do texto destacado acima:

Ficou perigoso falar ao telefone.  _____________________________________________________

209
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___________________________________________________. Assustados com os últimos casos 
nos chamados escalões superiores de Brasília e Floripa, os políticos estudam agora a “Língua do 
Gê”, ou do “Grampo Escaldado”:

*    *    *

2. Tema:  Educação
Público­alvo:  Leitores de um jornal diário
Tópico:  Inclusão da disciplina “Educação Financeira” nas escolas públicas do Ensino 
Médio

Texto original:

Educação financeira nas escolas

(Editorial, Gazeta do Povo)

A disciplina de “Educação Financeira” poderá ser incluída nos currículos de 1.650 escolas públicas 
do Ensino Médio já em 2010. O presidente Lula deverá baixar um decreto criando dois comitês  
para coordenar a educação financeira no país. Um comitê cuidará de questões organizacionais e  
o outro tratará dos aspectos pedagógicos. O governo e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM)  
estão em negociações para que a educação financeira passe a fazer parte dos programas de  
ensino nas escolas de educação básica, seguindo orientação da Organização para Cooperação e  
Desenvolvimento Econômico (OCDE). É louvável que, finalmente, as autoridades e os educadores 
tenham acordado para a necessidade de incluir a educação financeira no Ensino Fundamental e no 
Ensino Médio. 

_________________

210
Reescritura do texto destacado acima:

A disciplina de “Educação Financeira” poderá ser incluída nos currículos de 1.650 escolas públicas 
do Ensino Médio já em 2010. 
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___________________________________________________. É louvável que, finalmente, as 
autoridades e os educadores tenham acordado para a necessidade de incluir a educação financeira 
no Ensino Fundamental e no Ensino Médio.

*    *    *

3. Tema:  Férias
Público­alvo:  Leitores de um jornal diário
Tópico:  A providências para sair em férias

Texto original:

Curta bem as suas férias

(Bernt Entschev, Gazeta do Povo)

Para muitas famílias, os preparativos para as férias estão a todo vapor. A maioria dos profissionais  
opta por descansar em janeiro, por coincidir com a folga de seus filhos e poder usufruir dos dias  
de ócio para viajar todos juntos e aproveitar as altas temperaturas que janeiro nos proporciona.  
Porém pergunto: você está preparado para deixar o escritório? Alguns profissionais cometem o 
erro de não se organizarem adequadamente para tirar os merecidos dias de folga e acabam 
prejudicando seus colegas, seu trabalho e a si próprios.  

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211
Reescritura do texto destacado acima:

Para muitas famílias, os preparativos para as férias estão a todo vapor. _______________________
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__________________________________________________. Alguns profissionais cometem o 
erro de não se organizarem adequadamente para tirar os merecidos dias de folga e acabam 
prejudicando seus colegas, seu trabalho e a si próprios.

*    *    *

4. Tema:  Educação
Público­alvo:  Leitores de um jornal diário
Tópico:  Ações do governo para o combate ao analfabetismo entre adultos. 

Texto original:

O presidente, o ministro e o analfabetismo
(João Batista Araujo e Oliveira, O Estado de São Paulo)

A mídia noticiou, recentemente, que o presidente Lula cobrou de seu ministro da Educação ações e 
resultados mais eficazes no combate ao analfabetismo entre adultos. Infelizmente, esse não é um 
assunto que se resolve por decreto. E, não por acaso, inexistem avaliações e resultados desse tipo  
de programa nas últimas décadas. Trata­se de uma guerra perdida. Será possível vencer  
pequenas batalhas apenas em determinadas situações em que há chance de sucesso. O realismo  
do ministro é mais pertinente que o sonho do presidente. Mas há um porém.  

_________________

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Reescritura do texto destacado acima:

A mídia noticiou, recentemente, que o presidente Lula cobrou de seu ministro da Educação ações e 
resultados mais eficazes no combate ao analfabetismo entre adultos.  ________________________
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__________________________________________________. Mas há um porém.

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5. Tema:  Política internacional
Público­alvo:  Leitores de um jornal diário
Tópico:   Posição do Brasil entre os países mais desenvolvidos.

Texto original:

Graves vulnerabilidades na diplomacia e defesa
(Luiz Eduardo Rocha Paiva, O Estado de São Paulo)

O Brasil é visto como potência emergente no campo econômico e adquiriu peso político para ser 
ouvido globalmente. Essa ascensão implica assumir responsabilidades e gera novas necessidades  
para o País que o colocarão em rota de colisão com atores poderosos, particularmente EUA,  
China, Rússia, União Europeia e Japão ­ eixo do poder que conduz os destinos do mundo ­,  
todos eles potências nos campos político, econômico, militar e científico­tecnológico. O crescente 
poder econômico nos faz ser ouvidos, mas não basta para sermos acatados. 

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Reescritura do texto destacado acima:

O Brasil é visto como potência emergente no campo econômico e adquiriu peso político para ser 
ouvido globalmente. _______________________________________________________________
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__________________________________________________. O crescente poder econômico nos 
faz ser ouvidos, mas não basta para sermos acatados.

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6. Tema:  Comunicação
Público­alvo:  Leitores de uma revista sobre Língua Portuguesa
Tópico:   Compreensão e emprego das palavras.

Texto original:

O lugar de cada palavra

(Aldo Bizzocchi, Revista Língua Portuguesa)

Para que servem as palavras? Essa pergunta pode parecer absurda, mas, se pararmos para  
refletir, veremos que elas são nossa principal conexão com o mundo. Apenas não podemos  
conceber aquilo que não podemos nomear. As palavras são os signos que mais diretamente  
representam nossa visão de mundo. É evidente que palavras podem ser decompostas em signos  
menores, mas não pensamos nem nos expressamos por radicais ou afixos: são as palavras que  
estão na memória, estocadas para serem postas em discurso. E nem todas ­ talvez uma minoria ­ 
podem ser traduzidas por outros signos, desenhos, gestos, ruídos. 

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Reescritura do texto destacado acima:

Para que servem as palavras? ________________________________________________________
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______________________________________________. E nem todas ­ talvez uma minoria ­ 
podem ser traduzidas por outros signos, desenhos, gestos, ruídos.

*    *    *

7. Tema:  Política
Público­alvo:  Leitores de uma revista on line
Tópico:   O orçamento público em pré­campanhas eleitoreiras

Texto original:

Cabo de guerra

(Lauro Jardim, http://veja.abril.com.br/blog/radar­on­line/)

Primeiro foi a oposição que disse que não votaria o orçamento da União para 2010 enquanto o 
governo não liberasse as emendas individuais previstas para este ano. Agora, é a base governista.  
As emendas são verbas que os deputados anualmente destinam para obras em municípios que  
compõem sua base eleitoral. Às vésperas da eleição, viabilizá­las torna­se questão de vida ou 
morte. 

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Reescritura do texto destacado acima:

Primeiro foi a oposição que disse que não votaria o orçamento da União para 2010 enquanto o 
governo não liberasse as emendas individuais previstas para este ano. 

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______________________________________________. Às vésperas da eleição, viabilizá­las 
torna­se questão de vida ou morte.

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8. Tema:  Saúde
Público­alvo:  Leitores de uma revista sobre vida saudável
Tópico:   A presença de jovens em academias de condicionamento físico

Texto original:

Geração saúde
(Adriana Couto Gabriel de Almeida, Revista Vida e Saúde)

Alguns anos atrás, os adolescentes costumavam praticar esportes na rua, na escola e nos clubes. 
Hoje, cada vez mais, eles se deixam atrair pelas academias que, de olho no filão, oferecem  
programas específicos para jovens. Os especialistas julgam essa busca positiva, uma vez que é uma 
contrapartida ao hábito alimentar à base de fast­food e ao sedentário computador com seus jogos.

_________________

Reescritura do texto destacado acima:

Alguns anos atrás, os adolescentes costumavam praticar esportes na rua, na escola e nos clubes. 
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______________________________________________. Os especialistas julgam essa busca 
positiva, uma vez que é uma contrapartida ao hábito alimentar à base de fast­food e ao sedentário 
computador com seus jogos.

*    *    *

9. Tema:  Mensagem positiva
Público­alvo:  Leitores de uma revista semanal
Tópico:   A presença de Deus em nossas vidas

Texto original:

A segurança invencível

(Do livro “Mensagens para o dia­a­dia”, de Paulo Debesse, publicado por Edições Paulinas)

Existem homens que são vistos por Deus sempre como crianças medrosas. Ele os toma pela mão e 
os conforta. A vida é uma segunda etapa de um processo que se inicia com nossa origem e  
termina com nossa morte. Por não termos o controle desse processo, a terra se nos apresenta  
como um lugar de perigo.  Só Deus nos revela o sentido de uma segurança invencível; basta que 
nos apoiemos totalmente nele.

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Reescritura do texto destacado acima:

Existem homens que são vistos por Deus sempre como crianças medrosas.  ___________________
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____________________________. Só Deus nos revela o sentido de uma segurança invencível; 
basta que nos apoiemos totalmente nele.

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10. Tema:  Regime alimentar
Público­alvo:  Leitores de uma revista sobre dietas
Tópico:   Como obter sucesso na dieta.

Texto original:

4 Erros que atrapalham a sua dieta

(Revista Dieta Já)

Quando o assunto é emagrecer, algumas atitudes fazem grande diferença na balança. É comum  
encararmos inúmeros sacrifícios para atingirmos o peso ideal. No entanto, quando essa meta  
não é alcançada, vale observar pequenas condutas que costumamos adotar no dia a dia. A seguir, 
confira o que pode pôr a perder a sua dieta, bem como,  algumas dicas para se livrar delas.

_________________

Reescritura do texto destacado acima:

Quando o assunto é emagrecer, algumas atitudes fazem grande diferença na balança. 
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____________________________. A seguir, confira o que pode pôr a perder a sua dieta, bem 
como,  algumas dicas para se livrar delas.

0o0­0o0­0o0

A avaliação deste exercício fica por sua conta.  Repita esta prática com os exemplos de que você se 
agradar em editoriais de revistas, jornais, opiniões bem escritas.  E, avaliar um parágrafo inicial 
escrito com técnica editorial você já sabe como fazê­lo. Vamos em frente!

219
SENTENÇAS DE DESENVOLVIMENTO CRIATIVAS

A criatividade da sentença inicial deve prorrogar­se.  Para que se consiga manter a atenção do leitor, 
é necessário que as sentenças de desenvolvimento sejam também criativas.  Isto significa dizer que 
estas sentenças não devem constituir­se “lugares comuns”.  

Que deve ser feito para dar criatividade às sentenças de desenvolvimento?  Primeiro, deve­se 
escrevê­las de qualquer jeito para aproveitar as ideias do momento.  Depois, deve­se alterar suas 
formas por meio da reescritura sem alterar a ideia original.  Foi, precisamente, com essa intenção 
que se fez o exercício anterior, isto é, para aumentar a habilidade de se alterar a forma das sentenças 
de desenvolvimento sem alterar seu sentido.

Colocando sempre em primeiro plano a coesão, clareza e coerência, exercita­se a alteração de 
formas de sentenças de desenvolvimento por meio da reescritura de frases, recorrendo­se a alguns 
recursos de “Estilística”.  A Estilística refere­se ao estilo, aos meios expressivos da língua, em que 
se utilizam as figuras de linguagem, também conhecidas como figuras de estilo, que consistem em 
recursos especiais utilizados pelo orador ou escritor, com a finalidade de comunicar às expressões 
mais impacto, beleza, intensidade e colorido.  Essas figuras de linguagem classificam­se em três 
tipos:

1.  figuras de palavras (ou tropos)
2.  figuras de construção (ou de sintaxe)
3.  figuras de pensamento

Figuras de palavras

Figuras de palavras ou tropos  (tropo, em grego, significa “desvio”) são usados quando se pretende 
dar um efeito mais expressivo às palavras ou expressões por intermédio do desvio de significação, 
também chamado de sentido figurado.  Veja o seguinte exemplo:

I. “O animal que correu era uma raposa.” (raposa é um mamífero predador das aves em geral)

II. “Aquele sujeito é uma raposa.” (raposa, aqui, tem sentido de pessoa sagaz, astuta, 
manhosa.)

220
Observe, no exemplo II, que o desvio de significação da palavra “raposa” serve para dar
maior impacto à expressão trivial “pessoa astuta”.
As figuras de palavras são as seguintes:

1. Metáfora

Figura de grande poder emotivo e evocativo, consiste no desvio do sentido original de uma palavra, 
gerado de um atributo comum entre dois seres ou fatos ou mesmo de uma analogia mental entre 
eles.  Exemplos:

“Aquele bairro é um barril de pólvora.”
“Murcharam­lhe os sonhos da juventude.”
“As lembranças que tenho daquela tarde são doces.”
“Todo aprendizado tem seus espinhos.”
“Naquela época me sentia num mar de dificuldades.”
“A notícia fora um tiro certeiro em seu ânimo.”
“Que cruz!”
“Ele não se dobrou diante das dificuldades.”
“As negras maquinações afloravam do baú de seu cérebro doentio.”
“O fel das suas palavras me deixaram abatido.”

Notas:

1. Metáfora e comparação não se confundem.  Nesta, os dois termos vêm explicitamente unidos por 
termos de comparação (assim como, como, qual, tal etc):

Metáfora  –  “Aquele bairro é um barril de pólvora.”
Comparação  –  “Aquele bairro é explosivo como um barril de pólvora.”

2. A catacrese, por não ter poder especial de expressão, não é figura de linguagem.  Portanto, não 
deve ser confundida com metáfora. Exemplos:

“Segure na asa da xícara.”
“Embarcar no avião.”
“Dentes de alho.”

221
“Enterrar o dedo no bolo.”

2. Comparação

Com a finalidade de aumentar a força de expressão, confrontam­se pessoas, coisas e fatos, 
destacando­lhes características como semelhanças, contrastes etc., por meio deste tipo de figura de 
palavras.  Dica: esta figura é sempre precedida de conectivo comparativo.  Exemplos:

“O homem apaixonado é tal qual um demente:  não percebe seus desatinos.”
“Eles têm uma fé calcificada:  são como estúpidos incapazes de reflexão.”
“Como sombras de contornos indefinidos, assim são suas ideias.” 
“Como palavras elogiosas, seu sorriso seduz e perverte.”

3. Perífrase

Consiste numa expressão que designa pessoas e coisas por meio de suas qualidades ou de um fato a 
elas vinculado.  Exemplos:

“A maior cidade da América do Sul é a Terra da Garoa.”  (São Paulo)
“Na primeira jaula do zoológico, estava o rei dos animais.”  (Leão)
“O Atleta do Século é sempre convidado de honra nas cerimônias de abertura e jogos de Copas do 
Mundo.”  (Pelé)

4. Sinestesia

Consiste em reunir sensações procedentes de distintos órgãos do sentido, ou de transferir as 
percepções de um sentido para outro, com a finalidade de sugestionar o ouvinte ou o leitor. 
Exemplos:

“A lua cobria seu rosto com uma luz macia e incolor.”  (reunião de sensação do tato com sensação 

222
da visão)
“Em suas palavras ásperas tive a confirmação de que já não me amava.”  (palavras são percebidas 
pela visão quando se lê, ou pela audição quando se ouve; já, “aspereza” nos chega pelo tato)
“O olhar frio do nazista mostrava aonde poderia chegar a torpeza humana.”  (olhar vincula­se ao 
sentido da visão; enquanto, frio e calor são sensações táteis)

5. Metonímia

Consiste no emprego de uma palavra com o significado de outra, como consequência de 
causalidade ou de estreita relação entre elas.  Observe que não se trata de sinônimo.  Exemplos:

I. efeito pela causa:
“Nas prateleiras do bar, a desgraça repousava nas garrafas.”  (desgraça = efeito;  bebida = causa)

II. continente pelo conteúdo:
“Bebi rapidamente uma xícara de café meio frio.”  (xícara = continente;  café = conteúdo)
“Toda a sala participou das comemorações.”  (sala = continente;  alunos = conteúdo)

III.  autor pela obra:
“Trazia um Drummond em sua bagagem de mão.  (Drummond = autor;  livro de Carlos Drummond 
de Andrade = obra)

IV.  símbolo pela coisa representada:
“Praticamente, não havia defensores do trono.”  (trono = símbolo;  monarquia = coisa 
representada )
“Ele era um homem de letras.”  (letras = símbolo; estudo = coisa representada)

V.  instrumento pelo indivíduo que o usa:
“Ele é o melhor violão do Brasil.”  (violão = instrumento;  violonista = indivíduo)
“Ela é um bom garfo.”  (garfo = instrumento;  comilona = indivíduo)

223
VI.  abstrato pelo concreto:
“A infância é barulhenta e irrequieta.”  (infância = abstrato;  crianças =  concreto)

VII.  singular pelo plural:
“O catarinense é trabalhador.”  (o catarinense = singular;  os catarinenses = plural)

VIII.  indivíduo pela classe que representa:
“Diofensano era o judas da repartição.”  (Judas = o indivíduo que traiu Jesus;  traidor = classe dos 
traidores)

IX.  parte pelo todo:
“Na época antiga, as famílias eram numerosas porque havia grande necessidade de braços para a 
lavoura.”  (braços = parte;  pessoa = todo)
“Quem casa precisa de um teto para morar.”  (teto = parte;  casa = todo)

X.  qualidade pela espécie:  
“Os racionais são os que mais prejudicam a Natureza.” (racionais = qualidade;  homens = espécie)

XI.  matéria pelo objeto:
A moça não encontrou um níquel na bolsa.  (níquel = matéria;  moeda = objeto)

Figuras de construção (ou de sintaxe)

Às vezes, os bons escritores, para dar mais criatividade, elegância e concisão ao texto, utilizam­se 

224
de certos recursos que fogem a estruturas do idioma nacional.  Com fins expressivos, eles alteram o 
modo de “construção” comum de frases, orações e períodos.  Essas alterações são conhecidas por 
figuras de construção ou figuras de sintaxe.  Veja os dois exemplos a seguir:

A.  “O comerciante saiu, com o dinheiro no bolso.”  (construção ou sintaxe usual)
B.  “O comerciante saiu, o dinheiro no bolso.”  (construção ou sintaxe alterada)

Note que o exemplo “B” é mais criativo, elegante e enxuto.

Eis as mais importantes figuras de construção:

1. Zeugma

Omissão de um termo JÁ citado anteriormente na frase.  Exemplos:

“O pedreiro começaria a trabalhar na segunda­feira; o carpinteiro, na quarta.”  (observe o zeugma 
da expressão “começaria a trabalhar” depois da palavra carpinteiro) 
“Comprei uma bicicleta, ele um relógio.”  (ocorrência do zeugma do verbo “comprar”)

Pode dar­se o zeugma parcial ou total de uma oração:

Indagado por que seu amigo saíra tão cedo, ele disse que não sabia.  (zeugma de “por que seu amigo 
saíra tão cedo” no período “...ele disse que não sabia por que seu amigo saíra tão cedo.”)

2. Elipse

Omissão de um termo que NÃO foi citado anteriormente na frase.  Exemplos:

“A Sra. Elizabete, quando moça, impressionava a todos por sua rara beleza.”  (elipse da forma 
verbal “era” na expressão: “quando era moça”)
“Acredito tenha sido a última vez.”  (elipse da conjunção subordinativa integrante “que” no período 

225
composto “Acredito que tenha ...”)
“Então, me lembrei do que ela me dissera e era minha grande amiga.”  (elipse da expressão “de 
que” na frase “e de que era minha grande amiga”)
“Ele poderia até se passar por doutor, não fosse tão mal vestido.”  (elipse da conjunção “se”: “..., se 
não fosse tão mal vestido.”  
“O comerciante saiu, o dinheiro no bolso.”  (elipse da preposição “com”: “..., com o dinheiro no 
bolso.”)

Há frases em que ocorre a elipse de todos os verbos.  São as chamadas frases nominais:

“Depois da explosão, gritos, correria, tumulto.”

3. Assíndeto

Omissão de conjunções entre orações em sequência.  Exemplo:

“Comprava cavalos, bois, contratava empregados para a fazenda, decidia o que seria plantado no 
campo, providenciava tudo com muita capacidade.”

4. Polissíndeto

Repetição de conjunções entre orações em sequência.  Exemplos:

“Palavras macias, mas ardilosas, mas falsas.”
“As coisas não ficam a seu favor porque você é calado e tímido e arredio e indeciso.

5. Pleonasmo

Repetição de termo ou ideia já exposta no texto, com a finalidade de reforço ou expressividade de 
estilo.  Exemplos:

“Eu desejo um desejo impossível.”
“As suas palavras, os seus conselhos, eu ainda os ouvia horas depois de o haver deixado.”

226
“As moças é necessário despedi­las agora.”
“A ti resta­te ainda uma boa parte da herança.”
“Cantou para mim um canto triste de despedida.
“Torça a roupa bem torcida.”

6. Inversão

Alteração da “ordem” habitual de termos ou orações para atingir um fim expressivo ou estilístico. 
Exemplos:

“Um apartamento, resolvi comprar.”
“Sincera ela jura que é, porém eu não acredito.”
“Por que pintaram a casa daquela cor não me disseram.”

7. Anacoluto

É a interrupção de ideia transmitida pela frase; colocando­se, no início desta, termo “sem função 
sintática” (solto) para lhe dar destaque.  Exemplos:

“E a pandorga, para não se rasgar no transporte, era preferível que ficasse na casa do vizinho.”
“Eu não me interessam essas mentiras.”
“A praia onde tomamos banho, nela é que quero acampar.”
“Pobre, quando come frango, um dos dois está doente.”

8. Repetição

Repetição de termos ou orações com a finalidade de indicar insistência, progressão ou realce. 
Exemplos:

“Ele ia e voltava, ia e voltava, dando a impressão de estar dominado por uma força estranha.”
“O gago queria con, insistia em con, até que conseguiu contar o que havia visto na ilha.”
“Só, só tristeza, tristeza e pranto depois do acidente.”
“Ele foi cambaleando, cambaleando, cambaleando, até que desabou.”

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9. Aliteração

Repetição de consoantes da mesma natureza ou de natureza análoga.  Exemplos:

“Onde é que está a estátua de Estácio de Sá.”  
“Acho que show na chuva é tiro n’água.”
“Violinos, violões, violas, veladas vozes.”

10. Epíteto 

Referência ao nome por um de seus atributos que já lhe são intrínsecos.  Exemplo:

“Deitou­se sobre a neve fria e desmaiou.”

11. Silepse 

Concordância com a ideia, e não com o termo expresso na frase.  Esta figura também é chamada 
concordância ideológica.

A silepse pode ser:

I. de número:
“O par de homossexuais é aceito pela lei de alguns países.  Porém, continuam proibidos de entrar 
no Reino de Deus, conforme a Bíblia.”
“A hiena vive nas savanas desprotegida, por isso são perseguidas, cassadas e mortas.”
“Chegava gente de todos os lugares, e vinham para assistir ao espetáculo.”

II. de pessoa:
“Quando criança todos éramos felizes e não sabíamos.”
“Somente ele e eu conhecemos o caminho.”
“Os que pensamos assim, sempre somos discriminados.”
“O governo esqueceu­se de nós, os que trabalhamos.”
“Dizem que os paulistas somos muito dedicados ao trabalho.”

228
III. de gênero:
“A superpopulosa São Paulo fica na Região Sudeste.”  (Referência à cidade, e não a São Paulo.)
“Vossa Senhoria deve estar exausto.”
“A gente não foi informado de que o concurso seria domingo.”
“Mara Luísa é mais bonito que Maria Sônia.” (Referindo­se ao “nome”.)

Figuras de pensamento

Ocorrem em nível de pensamento dentro da frase.  As figuras de pensamento são recursos usados 
para evidenciar a emoção e a paixão.

As principais figuras de pensamento são:

1. Antítese 

Consiste em relacionar pensamentos opostos.  Exemplos:

“Há postos cuja responsabilidade é tamanha em uma igreja, que são, a um só tempo, bênção e 
maldição.”
“O rosto, alegre, está agora triste, de frustrações vividas.”
“O amor e o ódio habitam o mesmo coração.”
“A dor e o prazer se confundiam na expressão daquele rosto.”
“A sabedoria humana é limitada, mas a burrice não!”

2. Ironia 

Figura de pensamento conhecida também pelo nome de Antífrase.  Consiste em expressar o 
contrário do que se pensa, com finalidade irônica.  Exemplos:

“Fabíola dirigia­me um olhar angelicalmente maldoso.”

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“Fazer uma coisa feia dessas, que bonito, heim!!!???”
“O governo anunciou que a inflação vai subir, o PIB vai cair, o salário não vai aumentar, mas isso  
não é motivo para preocupação.”

3. Hipérbole 

Exprime um pensamento exagerado, com intenção de destaque de uma afirmação.  Exemplos:

“Estou morto de fome.”
“Dá meia­noite e não chegam as 18 horas.”
“Estou uma eternidade lhe aguardando.”
“Seus olhos eram cascatas de lágrimas.”

4. Paradoxo 

Consiste em expressar contradição, visando a um efeito expressivo.  Exemplos:

“Inteligência estúpida construir uma bomba atômica.”
“Suas palavras revelavam uma fé incrédula.”
“O bom livro nos faz correr o mundo sem sair de casa.”

5. Eufemismo 

Figura usada para mitigar uma ideia desagradável.  Exemplos:

“Baile da terceira idade.”  (Em vez de: “Baile da velhice.”)
“Ela passou desta para melhor.”  (Em vez de: “Ela morreu.”)
“Os portadores de necessidades especiais.”  (Em vez de: “Os aleijados.”)

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6. Apóstrofe 

Consiste na interpelação entusiástica, emotiva de pessoas, coisas ou entes personalizados. 
Exemplos:

“Lua, manda a tua lua prateada despertar a minha amada.”  (Cândido das Neves)
“Navegue por águas mansas, veleiro impávido!

7. Gradação 

É uma progressão ou uma regressão gradativa de ideias.  A progressão gradativa chama­se 
“Clímax”; a regressão gradativa, “Anticlímax”.  Exemplos:

“Era um, era dois, era cem
Era o mundo chegando e ninguém
Que soubesse que eu sou violeiro
Que me desse o amor ou dinheiro...”  (Edu Lobo/Capinam)
“Uma brisa, um vento, um tornado; tudo era motivo para ela reclamar.”
“Do corpo, para os órgãos, até a célula, bastava reservar duas aulas seguidas.”

8. Reticência 

É a suspensão de um pensamento, deixando­o meio em segredo.  Exemplos:

“O suspeito entrou na casa pela porta dos fundos, pegou uma faca na cozinha, tomou o corredor em 
direção à sala, onde algumas pessoas conversavam ... acho que não devo revelar mais nada do filme 
a que assisti.”
“Saci­pererê, neguinho ousado ...”

9. Retificação 

Consiste na modificação da afirmação expressa anteriormente para melhor entendimento. 

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Exemplos:

“Amável e dedicada, ou melhor, um verdadeiro anjo é aquela mulher.”
“Você disse que meu time é o melhor! Menos, menos!”
“Eu a olho com desconfiança, isto é, com medo de que dê com a língua nos dentes.”
“O comandante da companhia, aliás o chefe de toda a tropa, mandou suspender o recesso de final 
de ano.”

10. Insistência 

Consiste na ratificação exacerbada de uma afirmação.  Exemplos:

“Não, não e não.  Não negociarei com fora­da­lei.”
“Já disse e, se preciso for, direi quantas vezes for necessário:  o monumento será construído até o 
final de meu mandato.”

11. Onomatopeia 

Uso do som semelhante de palavra (ou de uma série de palavras) com a ideia da coisa representada. 
Exemplos:

“Argh! Que nojo!”
“De repente, Bang!  Ouviu­se um tiro.”
“Plim, plim!  A âncora auditiva da TV Globo anunciou a continuação do filme e a conversa foi 
automaticamente suspensa.”
“Com licença, vou dormir agora, zzzzzzzzzzzzzz.”
“Ah, ah, ah!  Quero ver você sair dessa agora!”

12. Prosopopeia 

Personificação de seres inanimados ou abstratos.  Exemplos:

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“Aqueles trapos presos nos galhos do caminho indicavam­me a direção que ela havia tomado.”
“As densas nuvens abraçaram toda a extensão do vale.”
“O terno que ele usava dizia a todos que o falecido era maior.”
“O verão morrerá nos próximos dias e já não poderemos nos encontrar aqui na praia.”
“A lua suspirava apaixonada.”
“O Tietê não mais agoniza, pois já morreu.
“Depois da aposentadoria do notável servidor, a gramática retirou­se daquele tribunal.”
“Naquele instante, a vida me contou extraordinários segredos.”
“A morte roubara­lhe seu último marido naquela viagem fatídica.”

A seguir, apresenta­se uma dissertação de excelente nível editorial.  Repare na criatividade usada 
pelo redator no parágrafo inicial.

Papai Noel de comício

(Editorial, estadao.com.br)

É Natal, bimbalham os sinos e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se fantasia de Papai Noel dos 
pobres, distribuindo bondades a catadores de material usado e a moradores de rua. Ele aproveita a 
ocasião, como era previsível, para falar mal do bicho­papão de sempre, o rico insensível e egoísta. 
A festa natalina inclui ­ por que não? ­ uma breve malhação de Judas. Afinal, não há populismo sem 
a lembrança permanente de um inimigo do povo. Mas é hora de alegria. Desta vez o saco de 
bondades traz um incentivo fiscal para as empresas compradoras de resíduos, a promessa de 
habitações e uma ampliação do Bolsa­Família para moradores de rua. Os presentes são anunciados 
num discurso com farto conteúdo eleitoral. A cena prenuncia o estilo da campanha dos próximos 
meses.

O presidente estimula o auditório a apresentar reivindicações, sem medo e com pressa, porque 
dentro de um ano ele será um "rei posto". Há pouco tempo para a distribuição de bondades e para a 
formulação de promessas. Em dezembro de 2010 outra pessoa terá sido eleita para a Presidência. 
Há risco para o povo, mas também há esperança de continuidade: "Se for quem eu penso que vai 

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ser, a gente pode trazer junto aqui para fazer promessa." Rei posto, sim ­ pois ele não se refere a si 
mesmo como "rei morto". O discurso é quase místico: "Não faço isso por bondade, faço isso porque 
está no meu sangue, nas minhas entranhas. Sei de onde eu vim e para onde vou voltar."

Quem se oporá, em princípio, à concessão de incentivo fiscal ­ crédito do IPI, neste caso ­ a quem 
converter resíduo em matéria­prima? Pode ser bom para o ambiente, para toda a sociedade e, de 
modo especial, para os catadores de lixo organizados em cooperativas. Falta saber se as empresas 
precisam desse estímulo para usar o material reciclável. É um detalhe técnico, mas disso o 
presidente não cuida. Não é assunto para comício. Seja qual for a seleção de materiais para uso 
incentivado, o lance eleitoral está feito. 

Da mesma forma, a promessa de entrega de imóveis federais a moradores de rua não se cumprirá 
imediatamente. Foi formulada antes, pelo mesmo governo, e seu cumprimento mal começou, mas 
quem se lembra disso? Seja qual for a fidelidade aos compromissos, o presidente não tem motivo de 
preocupação. Sempre sobra um saldo político aproveitável e sempre se pode responsabilizar os 
inimigos do povo, se os benefícios não se concretizarem. 

Mas pelo menos com dinheiro o presidente não tem de se preocupar. Todos os presentes prometidos 
no encontro com os catadores e moradores de rua são relativamente baratos. Mas não haveria 
grande problema, se fossem caros. O governo dispõe de uma enorme tributação para distribuir 
benefícios a setores e a grupos selecionados segundo seus critérios de conveniência ­ ou segundo 
seus interesses eleitorais. 

Por isso o presidente Lula não admite discutir a redução da carga tributária. É indispensável, 
segundo ele, a um Estado forte. A alegação é falsa. Estados muito mais fortes que o brasileiro ­ 
mais eficientes na prestação de serviços e mais poderosos militarmente ­ são mantidos com 
impostos menos pesados. Em 2007, pelo menos 12 dos países da OCDE, o clube dos 
industrializados, tinham carga inferior à brasileira. 

A excessiva tributação do Brasil é um fator de força não para o Estado, mas para o governante. 
Impostos pesados servem para pressionar, para ameaçar e para causar danos. Mas servem também 
para financiar a distribuição de favores, a cooptação de aliados e a competição eleitoral. Mesmo 
com a recessão e com a concessão de benefícios anticrise, a tributação brasileira continuou mais 
pesada que a da maior parte dos emergentes. Com a reativação, os incentivos desnecessários serão 
eliminados, anunciou o secretário do Tesouro, Arno Augustin. Estímulos distribuídos segundo o 
critério do governo poderão, de fato, ser dispensáveis a partir de agora ou em breve. Mas o 
problema essencial permanecerá: os produtores brasileiros são onerados por tributos incompatíveis 

234
com o investimento e com o aumento da competitividade. Se esses tributos forem reordenados de 
forma ampla e racional, o Brasil será um país mais forte. Mas o governante terá menos recursos 
para o exercício do arbítrio e do poder pessoal ou de grupo. O presidente Lula sabe disso e fez sua 
escolha.

235
ESCREVER PARÁGRAFOS INICIAIS CRIATIVOS

EXERCÍCIO 33

Já lhe foram apresentadas a sentença inicial e a sentença­tese de uma dissertação.  O assunto em 
foco, agora, são as sentenças de desenvolvimento.  Assim, completa­se o estudo do parágrafo 
inicial.  Neste exercício, você escreverá o primeiro parágrafo “completinho” de uma dissertação. 
Os requisitos para que ele seja considerado o início de um bom texto você já os conhece.  Além 
desses aspectos técnicos imprescindíveis de uma excelente redação, use a sua criatividade, 
evocando recursos que desenvolveu na reescritura de sentenças de desenvolvimento, como também 
as figuras de linguagem que julgar apropriadas.  Porém, faça isso, tendo sempre em vista o tema, o 
público­alvo e o tópico fornecidos no início de cada questão.

1. Tema:  Festas populares
Público­alvo:  Leitores de uma revista recreativa
Tópico:  Que representa o carnaval para o religioso?

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2. Tema:  Festas religiosas
Público­alvo:  Leitores de uma revista dirigida à família
Tópico:  A Páscoa e seus simbolismos.

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3. Tema:  Divertimento
Público­alvo:  Jovens entre quinze e vinte e cinco anos
Tópico:  A necessidade de diversão sadia para a saúde.

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4. Tema:  Decoração
Público­alvo:  Caderno de domingo em jornal diário
Tópico:  A renovação periódica da decoração residencial e seus efeitos positivos na família.

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5. Tema:  Consumismo
Público­alvo:  Trabalhadores de uma grande indústria
Tópico:  O consumismo como fonte de endividamento pessoal e consequente baixa no 
desempenho profissional.

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6. Tema:  Tcnologia
Público­alvo:  Universitários da área de ciências exatas
Tópico:  A corrida tecnológica e seus benefícios para o homem.

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7. Tema:  Trabalho
Público­alvo:  Leitores de um jornal diário
Tópico:  A incontestável ascensão da mulher no mercado de trabalho.

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8. Tema:  Comportamento
Público­alvo:  Leitores de um jornal de bairro
Tópico:  A indesejável presença de crianças mal educadas e pais despreparados em 
restaurantes nos finais de semana.

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9. Tema:  Comportamento
Público­alvo:  Leitores de um jornal de bairro
Tópico:  O hábito de deixar tudo para a última hora.

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10. Tema:  Literatura
Público­alvo:  Leitores de uma revista de recreação
Tópico:  Os benefícios da leitura de boas obras.

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LIÇÃO 5 Sentenças­base dos parágrafos interpostos 

APRESENTAÇÃO

Sentença inicial _____________________________________________________________


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_____________________________________________________________________________
parágrafo inicial
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_____________________________________________________________________________
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Sentença-tese ______________________________________________________.

Aqui está a SENTENÇA-BASE. ______________________________________________


_____________________________________________________________________________
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parágrafo interposto
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_______________________________________________________________________.

Aqui está a SENTENÇA-BASE. ______________________________________________


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_____________________________________________________________________________
parágrafo interposto
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_____________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________.

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_____________________________________________________________________________
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Na página anterior, apresenta­se o diagrama de uma dissertação em que se distinguem o parágrafo 
inicial e os parágrafos interpostos.  Como o próprio nome diz, os parágrafos interpostos estão 
postos entre o parágrafo inicial e o último parágrafo.

A sentença­base dos parágrafos interpostos é a mais importante das que estão neles inseridas.  A 
importância dessa sentença fundamenta­se na sua função de anunciar a ideia central do respectivo 
parágrafo.  Todas as demais sentenças de um parágrafo interposto estão intimamente relacionadas à 
ideia expressa pela sentença­base.

Pelas exposições feitas até aqui acerca da estrutura de uma dissertação, poder­se­ia estabelecer uma 
semelhança funcional entre uma redação e um automóvel.  Ambos são compostos de partes que se 
inter­relacionam.  Tanto um como outro são regidos por técnicas específicas, das quais não se pode 
afastar­se se a pretensão for construí­los com elegância e distinção.  Cremos que seria razoável 
comparar o motor do automóvel com a sentença­tese, as portas com a sentença inicial, os bancos 
com as sentenças­base dos parágrafos interpostos.   

Apresenta­se, em continuação, uma redação, na qual você poderá comprovar o que dissemos acima 
acerta das sentenças­base.  Observe­as, iniciando cada parágrafo interposto e perceba como elas 
determinam o assunto que será tratado no correspondente parágrafo.

Avanço na recuperação do menor infrator

(Editorial, Jornal da Tarde, grifos nossos)

“A transferência de menores infratores da Fundação Casa, antiga Febem, sujeitos à liberdade 
assistida, para as prefeituras, que ficarão encarregadas da aplicação desse regime, é um passo 
importante para a sua recuperação. Essa medida, já prevista no Estatuto da Criança e do 
Adolescente (ECA), que entrou em vigor em 1990, atinge cerca de 10 mil menores e será aplicada 
na virada do ano.

A reclusão dos menores infratores foi substituída, no ECA, pela recuperação social na sua  
comunidade de origem, com a supervisão de educadores. Acreditam os melhores especialistas na 
questão que a convivência com a família e o envolvimento com a comunidade, que constituem os 

243
pilares dessa nova orientação, aumentam consideravelmente as possibilidades de reinserção social 
dos infratores. E isto deve ser feito pelos municípios. Esse princípio foi reafirmado, em 2004, pelo 
Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo, que recomenda tratamento o mais personalizado 
possível. 

Se só agora o Estado de São Paulo resolveu aplicar integralmente essa política – já existe um 
bom número de menores infratores nesse regime, com bons resultados –, é porque os municípios 
não reuniam as condições necessárias para receber tal encargo. Para ajudar as prefeituras, a 
Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social vai destinar­lhes R$ 16,6 milhões. O volume de 
recursos que cada uma receberá será determinado pelo tamanho do município e pelo modelo de 
gestão escolhido – ou núcleos próprios de atendimento, ou terceirização, pela qual as atividades 
socioeducativas ficam a cargo de ONGs e entidades comunitárias. 

Além das já citadas, a municipalização da aplicação da liberdade assistida tem outras vantagens  
igualmente importantes. Por exemplo, ela deverá acabar com as grandes unidades herdadas da 
Febem pela Fundação Casa, cuja história ficou marcada pela violência – no tratamento dos internos 
e nas frequentes rebeliões por eles promovidas até recentemente – e pelo alto índice de reincidência. 
Esse modelo não só é mais eficiente na recuperação dos menores infratores como é muito mais 
barato. O governo do Estado estima que as despesas com um jovem em liberdade assistida são, em 
média, de R$ 100 por mês. Se ele estivesse internado, elas subiriam para R$ 3 mil. Ou seja, se for 
preciso, o governo pode investir muito mais na municipalização e, mesmo assim, os gastos com ela 
ainda ficarão abaixo do modelo antigo.

O êxito do novo modelo vai depender fundamentalmente do efetivo envolvimento das prefeituras na 
sua aplicação e, ao mesmo tempo, da continuidade dos repasses de verbas do governos estadual e 
federal. Se cada um cumprir sua parte, a recuperação dos menores infratores avançará muito.”

Notou como cada sentença­base serve de base para as demais inseridas em cada parágrafo 
interposto?  (desculpe­nos pela redundância)  É esse o conceito fundamental que você deve guardar 
acerca das sentenças­base.  Cada uma delas delimita o assunto que será tratado no respectivo 
parágrafo.  Agora, vamos treinar para adquirirmos mais habilidades em fazer fantásticas redações. 
Já transpusemos a linha divisória da metade do caminho.  Vamos em frente!

244
RELAÇÃO DAS SENTENÇAS­BASE COM A IDEIA CONTIDA NA 
SENTENÇA­TESE

A sentença­tese traz um resumo do assunto central da dissertação.  O que o leitor espera é uma 
abordagem detalhada dessa síntese nos parágrafos que se sucedem.  E isso é feito nos parágrafos 
interpostos.  Cada sentença­base trata de um aspecto explícito ou implícito na sentença­tese.  Esta 
relação entre as duas sentenças nos permite constatar que as sentenças­base, em sua totalidade, 
formam também a base de sustentação do que se afirma na sentença­tese, novamente a terminologia 
nos remete à redundância.  

Para que a dissertação tenha um só corpo, ou seja, siga o princípio da unidade, deve­se cuidar para 
que cada sentença­base se refira a um aspecto da sentença­tese.  Esse é o fundamento para facilitar a 
escritura dos parágrafos interpostos.  Fica, desse modo, estabelecido que o primeiro passo, na 
presente lição, é aprender a levantar aspectos da sentença­tese e distribuí­los pelas sentenças­base 
que se seguem.

Como levantar aspectos da sentença­tese?  A resposta é muito simples!  Faça uma lista desses 
aspectos.  Depois, destaque os que mais se prestam ao interesse de seu público­alvo, sem esquecer 
que devem manter estreita relação ideológica com o tema e o tópico da dissertação.  De posse 
desses aspectos, disponha­os em frases enxutas, isto é, coesas, claras e coerentes.  Para facilitar a 
compreensão do que acabamos de afirmar, nada melhor que um bom exemplo.  Veja, no texto a 
seguir, como cada sentença­base traz um aspecto possível da sentença­tese.

O prejuízo com a biopirataria
(Editorial, Gazeta do Povo, grifos nossos)

Possuidor de um dos mais ricos patrimônios da flora e da fauna do planeta, que hoje estão 
concentrados na Amazônia, no Nordeste e no Pantanal, o Brasil é uma das maiores vítimas da 
biopirataria internacional. Esse fenômeno criminoso não é recente, mas cresceu de forma 
assustadora nas últimas quatro décadas, principalmente diante da necessidade da indústria 
farmacêutica de buscar respostas efetivas para os males e doenças do mundo moderno. Assim, a 
matéria­prima da Floresta Amazônica e de outras regiões de grande biodiversidade – plantas 
e animais – virou ouro para este disputado mercado, responsável pelo faturamento de bilhões 

245
de dólares todos os anos.

A biopirataria é a exploração, manipulação, exportação e comercialização internacional, de  
forma ilegal, de recursos biológicos de um determinado país ou região. Esse tipo de pirataria 
moderna, que vem erodindo o patrimônio natural de muitas nações com o mesmo potencial 
biológico do Brasil, foi tipificada em um conjunto de normas conhecidas como Convenção sobre 
Diversidade Biológica (CBD), em 1992, no Rio de Janeiro (durante a Eco­92). Assinada por 175 
países e ratificada por 168 em 1998, esta convenção propõe regras claras para assegurar a 
conservação da biodiversidade; o seu uso sustentável; e a justa repartição dos benefícios 
provenientes da utilização econômica dos recursos genéticos, respeitada a soberania de cada nação 
sobre o patrimônio existente em seu território.

Essa convenção não barrou os crimes, mas está servindo de anteparo para combatê­los a longo  
prazo. No caso do Brasil é difícil precisar os números, mas o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente 
e dos Recursos Naturais (Ibama) calculou recentemente que o país perde cerca de US$ 600 milhões 
por ano com o tráfico de animais e espécies de plantas. Mais de 12 milhões de animais, por 
exemplo, são tirados do país, agravando o risco de extinção de dezenas de espécimes. A venda 
clandestina de espécies venenosas de aranhas e de serpentes, das quais são extraídos princípios 
ativos que resultam no surgimento de novas gerações de medicamentos, é outro caso escandaloso. 
Na parte da flora, são 20 mil extratos que saem do país anualmente. 

A forma e a rota do tráfico já são muito conhecidas das autoridades brasileiras: contrabandistas 
disfarçados de turistas ou bem­intencionados cientistas se apropriam das informações sobre a fauna 
e flora nas comunidades locais. No caso de animais silvestres, a internet é o principal canal do 
tráfico. A pena para os traficantes é de seis meses a um ano de prisão, além de multas de até R$ 5,5 
mil por exemplar apreendido. De cada dez animais traficados, nove morrem antes de chegar ao seu 
destino final.

Há dois exemplos marcantes de plantas populares brasileiras que foram patenteadas por grandes  
empresas no exterior. A copaíba (Copaifera sp), árvore da região amazônica, teve sua patente 
registrada pela empresa francesa Technico­flor, em 1993, e no ano seguinte na Organização 
Mundial de Propriedade Intelectual. A empresa norte­americana Aveda também tem uma patente de 
copaíba, registrada em 1999. O óleo e o extrato de andiroba (Carapa guianensis), árvore de grande 
porte, muito comum nas várzeas da Amazônia, foram patenteados pela empresa francesa Yves 
Roches, no Japão, França, União Europeia e Estados Unidos, em 1999. 

Há um outro caso, também muito conhecido de recurso natural que gerou lucros imensos para a  

246
indústria farmacêutica e nenhum centavo para o país, que é o do anti­hipertensivo captopril. O 
princípio ativo foi descoberto no veneno da jararaca. O laboratório que patentou o princípio ativo 
ganha cerca de US$ 5 bilhões por ano com o medicamento. E, nós, brasileiros, temos de pagar os 
royalties para usá­lo.

O país evoluiu muito no combate à biopirataria. Mas é preciso maior esforço das autoridades no 
sentido de prevenir e evitar esses crimes. O Brasil, como uma das nações que mais sofre com o 
problema, deveria assumir uma posição de protagonismo no debate mundial para garantir a 
participação dos países mais pobres nos dividendos da biodiversidade. Além da repressão ao tráfico 
internacional, com o aumento dos contingentes das forças envolvidas no combate à biopirataria, é 
preciso levar informação às comunidades locais, para que a prevenção comece justamente nas bases 
do crime. Só com esse caldo de cultura é que o Brasil talvez consiga, um dia, dar a devida proteção 
a seu extraordinário patrimônio natural.

Examinando as relações das sentenças­base com a sentença­tese do texto acima, percebe­se que:

1.  a sentença­tese menciona a expressão “disputado mercado” que se refere ao título da 
dissertação (biopirataria).  Essa expressão é o assunto central do texto.

2.  A primeira sentença­base levanta o aspecto “definição” do “disputado mercado”, que bem 
sabemos é a biopirataria: A biopirataria é a exploração, manipulação, exportação e  
comercialização internacional, de forma ilegal, de recursos biológicos de um determinado país  
ou região.

3.  A segunda sentença­base levanta o aspecto “combate ao crime” o qual consiste no “disputado 
mercado”: Essa convenção não barrou os crimes, mas está servindo de anteparo para combatê­
los a longo prazo.

4.  A terceira sentença­base levanta o aspecto “conhecimento das autoridades” do “disputado 
mercado”: A forma e a rota do tráfico já são muito conhecidas das autoridades brasileiras:

5.  A quarta sentença­base levanta o aspecto “dos objetivos” do “disputado mercado”, que é o 
“registro, sem ética ou escrúpulos, de patentes de plantas brasileiras”: Há dois exemplos marcantes  

247
de plantas populares brasileiras que foram patenteadas por grandes empresas no exterior.

6. A quinta sentença­base levanta o aspecto particularizado “dos objetivos” do “disputado 
mercado”, dando realce ao caráter de injustiça e prejuízos para o Brasil: Há um outro caso,  
também muito conhecido de recurso natural que gerou lucros imensos para a indústria  
farmacêutica e nenhum centavo para o país, que é o do anti­hipertensivo captopril.

248
RECONHECER ASPECTOS EM DESCONFORMIDADE COM A 
SENTENÇA­TESE

EXERCÍCIO 34

Nas questões que se seguem, fornecemos os seguintes dados: tema, público­alvo, tópico e sentença­
tese.  Em cada questão, assinale a única alternativa (A, B, C ou D) que não contém um aspecto 
relacionado à sentença­tese.

1. Tema:  O domínio da escrita
Público­alvo: Alunos do curso de letras
Tópico:  A comunicação por meio de computadores está reduzindo a capacidade de as 
pessoas escreverem corretamente.
Sentença­tese:  Muitos jovens já apresentam dificuldades para escrever medianamente.

A. A preferência pelo uso de abreviaturas cresce a cada dia nas mensagens escritas via internet.
B. Cientistas dizem não haver ligação entre o aquecimento global e o fenômeno “el ninho”.
C. A profissão de escritor será muito requerida num futuro próximo.
D. Transpor ideias para o papel será um grande problema em curto prazo, quando se tratar de 
fazer isso com correção e elegância.

_________________________

2. Tema:  Música
Público­alvo: Leitores de um jornal diário
Tópico:  A pirataria e o mercado musical
Sentença­tese:  A radical transformação dos meios de armazenamento de músicas impõe 
criatividade para se sobreviver nesse segmento do mercado artístico.

A. Os shows proporcionam melhor retorno financeiro do que a venda de Cds.
B. São ineficazes os atuais meios de fiscalização e repressão às cópias ilegais de músicas.
C. Antes mesmo de se lançar um CD, as músicas que ele contém já estão disponíveis, para 
baixar graciosamente, por meio da internet.
D. Para se garantir no mercado, os filmes tendem a se tornar ainda mais vulgares.

249
3. Tema:  Religião
Público­alvo: Leitores de um jornal religioso
Tópico:  O resgate da religiosidade na família
Sentença­tese:  Se a fé remove montanhas, por que não agregaria os membros de uma 
família?!

A. Desligar a TV para pensar em Deus, durante quinze minutos diariamente, já é um bom 
começo.
B. Os benefícios para uma família reunida em oração.
C. O mutirão é uma boa saída para reduzir os custos com mão­de­obra na construção de 
igrejas.
D. Abra a porta de seu coração, que Deus entra em seu lar.

_________________________

4. Tema:  Turismo
Público­alvo: Pessoas da terceira idade
Tópico:  Passeios com tranquilidade e segurança
Sentença­tese:  Viajar fora da temporada de férias é uma boa escolha para quem gosta de 
sossego, segurança e preços mais acessíveis.

A. Uma boa oportunidade para um curso de capacitação profissional.
B. De olho nas promoções de passagens aéreas.
C. Cruzeiro marítimo pela costa brasileira.
D. Um roteiro turístico pelos museus mais famosos da Europa.

_________________________

5. Tema:  animais
Público­alvo: Leitores de um jornal diário
Tópico:  Criar animais domésticos
Sentença­tese:  Criar animais em casa exige dedicação e cuidados especiais.

A. As crianças e os animais domésticos.
B. O carinho dado aos bichos domésticos não pode ultrapassar certos limites de higiene.

250
C. A água vai acabar em algumas regiões do planeta e muitos animais morrerão.
D. Nova técnica para criação e transporte de peixes ornamentais.

_________________________

6. Tema:  futuro
Público­alvo: Leitores de um jornal corporativo
Tópico:  Projetos e planos para depois de pendurar as chuteiras
Sentença­tese:  A assimilação de alguns conceitos de previdência pode proporcionar uma 
velhice mais amparada.

A. Quando se deve começar a pensar na aposentadoria?
B. A importância de poupar na idade produtiva.
C. As cartomantes e suas fantásticas previsões.
D. O INSS e o trabalhador.

_________________________

7. Tema:  História
Público­alvo: Acadêmicos de cursos de ciências humanas
Tópico:  Histórias das cidades
Sentença­tese:  Estuda­se História da Grécia, História de Roma, e tantas outras, mas se 
esquece de estudar a história da cidade em que se vive.

A. Como surgiu a sua cidade?
B. Quais as pessoas que se destacaram na história de sua cidade?
C. Antes de se inteirar de lá de fora, é bom conhecer nosso quintal.
D. A vida divertida dos professores de História.

_________________________

8. Tema:  Dinheiro
Público­alvo: Pequenos empresários
Tópico:  Em busca do lucro imediato.

251
Sentença­tese:  Aproveitar a onda do momento e concentrar os investimentos em 
mercadorias sazonais é lucro certo!

A. Esteja atento às mudanças no consumo.
B. O segredo, nas vendas, está na aptidão para corrigir o rumo na hora certa.
C. A nova linha de crédito para refinanciamento de dívidas com o governo.
D. Pronto para acompanhar a moda e satisfazer o gosto do cliente.

_________________________

9. Tema:  Estresse
Público­alvo: Executivos de uma grande empresa
Tópico:  Estresse, o maior sabotador do sucesso de uma ascendente carreira profissional.
Sentença­tese:  Relegar a saúde e ultrapassar os limites do corpo é acumular imperceptíveis 
cargas negativas, e, no momento mais imprevisível e próspero da carreira, percebem­se os sinais de 
um grande desastre.

A. Faça de seu bem­estar o melhor aliado para a ascensão profissional.
B. O trabalho enobrece o homem.
C. Reserve alguns minutos de seu dia para cuidar de sua saúde.
D. Como aliviar as tensões acumuladas no decorrer de um dia de trabalho intenso.

_________________________

10. Tema:  Literatura
Público­alvo: Leitores de uma revista de atualidades
Tópico:  Excelentes obras para baixar, totalmente grátis.
Sentença­tese:  O site  www.dominiopublico.gov.br oferece obras de grandes escritores, e 
sem nenhum custo.

A. Uma oportunidade de boas leituras a custo zero.
B. Agora, não se pode dizer que não se lê porque os livros estão caros.
C. Parabéns às autoridades da área de educação por disponibilizar, graciosamente, boas 
leituras ao povo brasileiro.
D. A arte de diagramar capas de livros.

252
Confronte suas respostas com as que apresentamos no gabarito abaixo.  Não se preocupe se algumas 
delas não tiverem coincidido com as nossas.  Se isso tiver acontecido, basta reler as questões 
conflituosas.  Aos poucos você “pegará” a “ponta do fio da meada”.

1.  B
2.  D
3.  C
4.  A
5.  C
6.  C
7.  D
8.  C
9.  B
10.  D

253
LEVANTAR ASPECTOS EM CONFORMIDADE COM A SENTENÇA­TESE

EXERCÍCIO 35

O que você fará neste exercício, você o fará também em todas as redações que escrever doravante. 
É uma prática aparentemente simples, mas é ela que garante unidade ao texto.  Em cada uma das 
questões que se seguem, levante quatro aspectos em concordância com a sentença tese, tendo em 
vista  o tema, o público­alvo e o tópico fornecidos; preenchendo as linhas em branco 
correspondentes às letras A, B, C e D.

1. Tema:  Comportamento
Público­alvo: Leitoras de uma revista feminina
Tópico:  Reorganização da vida depois da separação conjugal.
Sentença­tese:  Depois da separação, é preciso resgatar os sonhos e renovar as esperanças.

A.  _____________________________________________________________________________
B.  _____________________________________________________________________________
C.  _____________________________________________________________________________
D.  _____________________________________________________________________________

_________________________

2. Tema:  Teatro
Público­alvo:  Jovens entre quinze e vinte e cinco anos
Tópico:  Que deve ser feito para popularizar o teatro no Brasil?
Sentença­tese:  A falta de salas apropriadas, a ausência de incentivos governamentais e de 
outros requisitos fundamentais fazem do teatro uma arte ainda desconhecida por muitos.

A.  _____________________________________________________________________________
B.  _____________________________________________________________________________
C.  _____________________________________________________________________________
D.  _____________________________________________________________________________

_________________________

254
3. Tema:  Energia
Público­alvo: Leitores de um jornal diário
Tópico:  Os transtornos causados pelos apagões.
Sentença­tese:  A falta de energia elétrica, por uma extensa parte de um território, revela o 
quanto é vulnerável a tranquilidade do povo e de seu governo.

A.  _____________________________________________________________________________
B.  _____________________________________________________________________________
C.  _____________________________________________________________________________
D.  _____________________________________________________________________________

_________________________

4. Tema:  Comunicação
Público­alvo:  Acadêmicos da área de marketing
Tópico:  A influência da comunicação no comportamento humano.
Sentença­tese:  O incontestável poder da comunicação pode ser ilustrado pela máxima que 
diz: “uma mentira dita em tom sério, repetidas vezes, acaba se tornando uma verdade.”

A.  _____________________________________________________________________________
B.  _____________________________________________________________________________
C.  _____________________________________________________________________________
D.  _____________________________________________________________________________

_________________________

5. Tema:  Magia negra
Público­alvo: Leitores de uma revista de atualidades
Tópico:  O sacrifício de vidas de inocentes em rituais de magia e candomblé.
Sentença­tese:  A semente do mal pode germinar de variadas e perversas formas, dentre elas 
pelo sacrifício de crianças em rituais satânicos.

A.  _____________________________________________________________________________
B.  _____________________________________________________________________________
C.  _____________________________________________________________________________

255
D.  _____________________________________________________________________________

_________________________

6. Tema:  Beleza física
Público­alvo: Leitoras de uma revista de moda
Tópico:  A concentrada atenção ao corpo.
Sentença­tese:  Acho que investir todas as fichas na beleza do corpo, descuidando­se de uma 
boa preparação mental, significa garantir, para o futuro, um lugar certo na legião das pessoas 
frustradas e depressivas.

A.  _____________________________________________________________________________
B.  _____________________________________________________________________________
C.  _____________________________________________________________________________
D.  _____________________________________________________________________________

_________________________

7. Tema:  Alegria
Público­alvo: Funcionários de uma grande empresa
Tópico:  O bem­estar que a alegria nos proporciona.
Sentença­tese:  Nem sempre se pode entrar em estados radiantes de satisfação e 
contentamento, mas devemos aproveitar as chances quando isso for possível.

A.  _____________________________________________________________________________
B.  _____________________________________________________________________________
C.  _____________________________________________________________________________
D.  _____________________________________________________________________________

_________________________

8. Tema:  Ambiente corporativo
Público­alvo: Executivos e funcionários de uma grande empresa
Tópico:  Os limites do rigor e da tolerância para a satisfação dos empregados.

256
Sentença­tese:  O bom convívio entre companheiros de trabalho exige de um lado muita 
disciplina, de outro boa dose de flexibilização, tendo ao centro a consciência de responsabilidade.

A.  _____________________________________________________________________________
B.  _____________________________________________________________________________
C.  _____________________________________________________________________________
D.  _____________________________________________________________________________

_________________________

9. Tema:  Corrupção política
Público­alvo: Leitores de um jornal diário
Tópico:  Os exemplos de conduta que políticos, autoridades e governantes dão ao povo.
Sentença­tese:  Que comportamento se deve esperar dos súditos, quando a corte oferece, em 
abundância, testemunhos de improbidade e decadência moral.

A.  _____________________________________________________________________________
B.  _____________________________________________________________________________
C.  _____________________________________________________________________________
D.  _____________________________________________________________________________

_________________________

10. Tema:  Desenvolvimento pessoal
Público­alvo: Leitores de uma revista de atualidades
Tópico:  Devemos procurar melhorar sempre nossas habilidades e conhecimentos.
Sentença­tese:  Cérebro estagnado pode servir de morada para inúmeros males, como 
também servir de indicativo de que chegamos ao fim.

A.  _____________________________________________________________________________
B.  _____________________________________________________________________________
C.  _____________________________________________________________________________
D.  _____________________________________________________________________________

0o0­0o0­0o0

257
Aqui, cabe a auto­avaliação.  Você já sabe o que são aspectos de uma sentença­tese, por isso, 
acreditamos que tenha ido muito bem no exercício acima.  Sigamos em frente!

258
ESPÉCIES DE SENTENÇAS­BASE

Dedicamo­nos, nos últimos segmentos, a levantar aspectos da sentença­tese.  Sabe para que servem 
esses aspectos?  A resposta é: para escrever as sentenças­base.  Assim como para escrever o 
primeiro parágrafo, escreve­se, antes de qualquer coisa, a sentença­tese; para construir os 
parágrafos interpostos, procede­se de modo semelhante: começa­se pela sentença­base respectiva. 
Todo o parágrafo interposto terá como foco o aspecto evidenciado pela sua sentença­base.

Existem várias espécies de sentença­base, de acordo com a forma que cada uma utiliza para 
expressar o aspecto eleito.  Cada espécie é uma forma de abordagem desse aspecto.  As principais 
espécies são:

1. Recitativas – encerram uma máxima, citação, frase famosa.  Exemplo: Bebo porque é líquido.

2. Declarativas – traduzem conceitos de valor, juízo.  Exemplos:  O professor está calmo.  O aluno  
permanece atento.

3. Irônicas – contém um comentário jocoso.  Exemplos: Nem que a vaca tussa, eles aprovarão o  
projeto.  Os que acreditam em papai­noel têm esperanças de que o senador confesse a falcatrua.

4. Apocalípticas – Concentram a ameaça de uma grande desgraça.  Gênero preferido das principais 
notícias de telejornais e programas sensacionalistas de TV da atualidade para o “povão”.  Exemplo: 
Já se iniciou a demolição da base familiar até a última “pedra”.

5 Proféticas – Fazem predições. Exemplo: Quando ele decidir executar seu fantasioso plano, não  
restará a seu lado um amigo sequer.

6. Optativas – Exprimem desejo.  Exemplos: Feliz ano novo!  Que as graças do destino cubram a 
sua vida!

7. Explicativas – Explicam ou conceituam. O aborto, aqui referido, é aquele ataque a uma vida  
inocente sem que lhe seja dada nenhuma possibilidade de defesa.

8. Interrogativas – Fazem perguntas.  Exemplo: Que as autoridades estão fazendo para resolver o  
problema?

259
9. Imperativas – Trazem um comando, ordem, pedido.  Exemplos: Não desanimem.  Abandonem o 
barco enquanto é tempo.  

As espécies de sentença­base citadas acima não esgotam a lista de possibilidades que podem ser 
desenvolvidas.  Tudo dependerá da habilidade de comunicação do escritor. 

260
RECONHECER AS ESPÉCIES DE SENTENÇAS­BASE

EXERCÍCIO 36

Indique, na linha em branco, ao final de cada questão, a espécie de sentença­base, de acordo com a 
abordagem utilizada para expressar o respectivo aspecto inspirado pela sentença­tese.

1. Tema:  Diversão
Público­alvo: Jovens de quinze a vinte e cinco anos.
Tópico:  Os perigos ocultos nas diversões de final de semana.
Sentença­tese:  Não muito longe da praia, a beleza da misteriosa Ilha do Marujo é um 
convite para nadar até lá, sem, contudo, alertar dos contratempos que podem transformar em 
tragédia essa desejada visita.
Aspecto escolhido:A falta de atalaias num trecho de praia.
Sentença­base: Atalaias são indivíduos do corpo de bombeiros que prestam serviços de 
salva­vidas nas praias locais.

Espécie de sentença­base: ___________________________________________________________

_________________________

2. Tema:  Esporte
Público­alvo: Leitores de um jornal de circulação nacional
Tópico:  A São Silvestre itinerante.
Sentença­tese:  A tradicional maratona de final de ano deveria ser realizada, a cada ano, em 
diferentes cidades brasileiras.
Aspecto escolhido: Estimular a prática do esporte entre jovens de diversas regiões do País.
Sentença­base: O deslocamento do evento para outras cidades brasileiras despertaria em 
muitos jovens o interesse para a prática deste esporte.

Espécie de sentença­base: ___________________________________________________________

261
3. Tema:  Auto­ajuda
Público­alvo: Leitores de uma revista dedicada à família.
Tópico:  Todos nós precisamos ter um objetivo pessoal.
Sentença­tese:  Vive­se com mais disposição, quando se tem um sonho a realizar.
Aspecto escolhido: A perseverança nos objetivos até os alcançar.
Sentença­base: Como diz o ditado: “Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.”.

Espécie de sentença­base: ___________________________________________________________

_________________________

4. Tema:  Linguagem
Público­alvo: Leitores de uma revista de atualidades
Tópico:  O “falar difícil” que distingue os indivíduos de algumas profissões.
Sentença­tese: Em determinadas atividades profissionais desenvolveram­se palavras e 
expressões peculiares, algumas das quais descabidas e grotescas.
Aspecto escolhido: A linguagem como forma de autoproteção.  
Sentença­base: Seria o uso da linguagem “enrolada” uma forma de compensar a falta de 
conteúdo e justificar a prática de vilanias de certas profissões?

Espécie de sentença­base: ___________________________________________________________

_________________________

5. Tema:  Guerra
Público­alvo: Leitores de uma revista sobre ufologia
Tópico:  Um fictício e terrível conflito envolvendo a legendária Aragólia e povos de outra 
galáxia.
Sentença­tese:  Um confronto que há muito tempo estava sendo aguardado, surge 
inesperadamente, assombrando a todos com suas expectativas desproporcionais de destruição e 
ódio.
Aspecto escolhido: Extinção dos aragoleses.
Sentença­base: Já se iniciou a era de pranto e lamentações para os aragoleses, que assistem à 
assolação completa de seu país.

262
Espécie de sentença­base: ___________________________________________________________

_________________________

6. Tema:  Fidelidade
Público­alvo:  Participantes de um curso de preparação para o casamento.
Tópico:  A fidelidade no matrimônio.
Sentença­tese:  A fidelidade, como critério de felicidade para o casamento, não admite 
gradações só pode existir em seu valor absoluto.
Aspecto escolhido: A propensão humana para a traição.
Sentença­base:  A lavoura do vizinho é mais viçosa!

Espécie de sentença­base: ___________________________________________________________

_________________________

7. Tema:  Morte
Público­alvo:  Leitores de uma revista para a juventude.
Tópico:  Seu pai, seu melhor amigo.
Sentença­tese:  A importância da presença masculina na família. 
Aspecto escolhido: A morte do pai.
Sentença­base:  Chegará o dia em que seu “velho” não mais estará ao seu lado!

Espécie de sentença­base: ___________________________________________________________

_________________________

8. Tema:  Drogas
Público­alvo:  Leitores de um jornal diário.
Tópico:  O alto custo pessoal e social do narcotráfico.
Sentença­tese:   É imensurável o preço que pagamos para conviver com o tráfico ilícito de 
entorpecentes.
Aspecto escolhido: A importância de uma atitude decisiva para largar o vício das drogas.

263
Sentença­base:  Levante­se e caminhe!

Espécie de sentença­base: ___________________________________________________________

_________________________

9. Tema:  Formação acadêmico­profissional
Público­alvo:  Leitores de um jornal diário.
Tópico:  Os cursos longe de casa.
Sentença­tese:   Os períodos de ausência para a formação universitária e profissional 
provocam profundas fissuras na família. 
Aspecto escolhido: O retorno de um familiar.
Sentença­base:  Que bons ventos o tragam!

Espécie de sentença­base: ___________________________________________________________

_________________________

10. Tema:  Prevenção
Público­alvo:  Leitores de uma revista de atualidades.
Tópico:  O previdente diante de virtuais infortúnios.
Sentença­tese:   Há várias formas de se prevenir dos inconvenientes circunstanciais.
Aspecto escolhido:  O hábito de poupar nos dá tranquilidade.
Sentença­base:  Como dizia meu avô: “De grão em grão, a galinha enche o papo.”

Espécie de sentença­base: ___________________________________________________________

0o0­0o0­0o0

264
As respostas a que chegamos estão abaixo relacionadas.  Acreditamos que sejam parecidas com as 
que você tenha encontrado.

1.  explicativa
2.  declarativa
3.  recitativa
4.  interrogativa
5.  apocalíptica
6.  irônica
7.  profética
8.  imperativa
9.  optativa
10.  recitativa

265
ESCREVER SENTENÇAS­BASE

EXERCÍCIO 37

Com base nos dados fornecidos em cada questão, preencher as linhas em branco com a sentença­
base correspondente.

1. Tema:  Política
Público­alvo:  Leitores de uma revista universitária
Tópico:  A participação da juventude na política .
Sentença­tese:   Assim, a participação política não pode desvincular­se das condições 
subjetivantes que darão forma ao sentimento de pertencimento à coletividade por parte de jovens e 
de crianças e de como essa coletividade é representada por eles.
Aspecto escolhido:  os laços sociais como condição de aptidão à participação política do 
indivíduo.
  
Sentença­base: ___________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________.

_________________________

2. Tema:  Programas sócio­governamentais
Público­alvo:  Leitores de um jornal diário
Tópico:  A importância dos programas sociais para o partido do governo.
Sentença­tese:  Sempre são lembrados (os programas sociais) pelo presidente e seus aliados 
como a marca de um governo social, símbolos de uma administração que deu certo, voltada para o 
povo.
Aspecto escolhido:  Utilizar esses programas como “conquistas” para tirar mais proveito no 
legislativo do qual o governo detém a maioria.
  
Sentença­base: ___________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

266
________________________________________________________________.

_____________________

3. Tema:  Auto­ajuda
Público­alvo:  Leitores de uma revista de atualidades 
Tópico:  A volta por cima depois do fracasso.
Sentença­tese:  No dia seguinte, consegui um emprego limpando tijolos, depois me mudei 
para uma pensão e, aos poucos, comecei meu caminho de volta.
Aspecto escolhido:  A crença em relação à sorte.
  
Sentença­base: ___________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________.

_________________________

4. Tema:  Livros
Público­alvo:  Leitores de uma revista de atualidades 
Tópico:  A vida de Eufrásia Teixeira Leite
Sentença­tese:  A surpreendente história dessa filha da elite cafeeira é agora contada em 
forma de romance no livro “Mundo de Eufrásia”, da escritora Claudia Lage.
Aspecto escolhido:  Explicar por que Eufrásia tinha o apelido “sinhazinha de Vassouras”.
  
Sentença­base: ___________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________.

_________________________

5. Tema:  Sexo
Público­alvo:  Leitores de uma revista de atualidades
Tópico:  Um frei oferece, por meio de um livro, orientação para a vida sexual.
Sentença­tese:  E o frei retoma essa ideia quebrando a moral repressiva sem pender para o 

267
extremo liberalismo.
Aspecto escolhido:  A surpresa em partir de um religioso opiniões sobre sexo.
  
Sentença­base: ___________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
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6. Tema:  Personalidades do governo brasileiro
Público­alvo:  Leitores de um jornal diário
Tópico:  A luta do vice­presidente contra sua doença e os desafios do governo.
Sentença­tese:  Mas, tem sido exatamente no enfrentamento da doença que o vice­presidente 
vem mostrando um comportamento exemplar: um exemplo que conjuga fé, perseverança, paciência 
e trabalho – tudo o que o Brasil precisa para enfrentar os seus desafios.
Aspecto escolhido:  A crise econômica mundial vista como doença.
  
Sentença­base: ___________________________________________________________________
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________________________________________________________________.

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7. Tema:  Acidentes aéreos
Público­alvo:  Leitores de uma revista de atualidades.
Tópico:  A vulnerabilidade das aeronaves para enfrentar tempestades.
Sentença­tese:  Acredito serem ainda precários os recursos que proporcionem segurança em 
caso de tempestades.
Aspecto escolhido:  Época propícia à ocorrência de acidentes aéreos.
  
Sentença­base: ___________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________.

_________________________

268
8. Tema:  Carreira profissional
Público­alvo:  Jovens de quinze a vinte e cinco anos
Tópico:  A realização carreira x satisfação pessoal.
Sentença­tese:  Quando o dinheiro não é fator determinante para decidir a carreira 
profissional, a garantia de satisfação é praticamente certa.
Aspecto escolhido:  A profissão de pesquisador científico.
  
Sentença­base: ___________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________.

___________________

9. Tema:  Leitura
Público­alvo:  Leitores de um jornal corporativo
Tópico:  O bom hábito de ler.
Sentença­tese:  Desenvolver o hábito de ler pode representar um diferencial tanto na 
profissão quanto na vida social.
Aspecto escolhido:  O vendedor que lê se destaca dos demais colegas de profissão.
  
Sentença­base: ___________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
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_________________________

10. Tema:  Roupa
Público­alvo:  Leitores de um jornal diário
Tópico:  A influência da roupa no conceito que fazemos das pessoas.
Sentença­tese:  Uma pessoa bem vestida tem mais chances de quebrar resistências de 
relacionamentos para conseguir seus objetivos.
Aspecto escolhido:  O uso do terno muda a forma de tratamento recebido.
  
Sentença­base: ___________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

269
________________________________________________________________.

0o0­0o0­0o0

De modo nenhum, poderíamos agir com justiça, se pretendêssemos comparar suas sentenças­base 
com as elaboradas por outros indivíduos, a fim de extrairmos dessa comparação alguma ideia de 
valor, avaliação ou coisa parecida.  Entretanto, transcrevemos, ao lado do número correspondente a 
cada questão, a sentença­base que foi utilizada pelo autor do texto, tão­somente para que você tenha 
uma ideia de uma das infinitas possibilidades de escritura.  Seria mais esperançoso achar que poderá 
ser sorteado com o primeiro prêmio de uma loteria, dez vezes consecutivamente, do que acreditar 
que possa escrever uma sentença­base igual à de outro escritor.  Logo, NÃO utilize as exposições 
abaixo como gabarito para sua avaliação, senão como meros exemplos dos milhares que poderiam 
ter sido escritos.

1.  A lenta assunção de cada indivíduo à condição de sentir­se, de reconhecer­se e de agir como 
parte desse todo maior apóia­se na construção dos laços sociais, derivados não da semelhança entre 
iguais, nem tampouco das afinidades de parentesco ou afetivas, mas da identificação com objetivos 
considerados coletivamente como importantes.  (Lúcia Rabello de Castro, REVISTA DE SOCIOLOGIA E 
POLÍTICA, UFPR, com adaptações nossas)

2.  Os governistas pretendem assegurar essas “conquistas” no terreno que lhes é mais favorável, o 
Congresso, onde têm uma franca maioria.  (Editorial, GAZETA DO POVO – PR)

3.  Não acredito em coincidência nem em sorte.  (Seleções Reader’s Digest, com adaptações nossas)

4.  Eufrásia ficou conhecida como a “sinhazinha de Vassouras”, cidade fluminense onde nasceu. 
(Natália Rangel, Revista Istoé)

270
5.  Ao folhear a obra, disponível apenas em polonês, o leitor pode se surpreender com as opiniões 
pouco ortodoxas de Knotz.  (João Loes, Revista Istoé)

6.  Um dos maiores desafios do ano foi a crise econômica mundial, que se alastrou como uma 
doença contagiosa e sem vacina, abalando países poderosos e ameaçando emergentes e pobres. 
(Editorial, Jornal Zero Hora)

7.  Existe alguma época mais sujeita à ocorrência de acidentes aéreos?

8.  Somente o dom inato pode sustentar alguém na profissão de cientista.

9.  Certamente, a leitura é a base de um abundante celeiro de argumentações consistentes.

10.  A roupa faz o monge.

271
A CRIATIVIDADE NA ESCRITURA DE SENTENÇAS­BASE VINCULADA 
À COESÃO, CLAREZA E COERÊNCIA

Sentença com falta de coesão:

“Depois de descobrir como as mulheres podem ter seus cabelos mais sedosos e soltos, dediquei­me 
ao estudo da astronomia, pois esta ciência é a área em que tenho maior interesse.”

Como se observa, na sentença acima, não há unidade de ideia, isto é, falta­lhe coesão.  Que tem a 
ver minhas atividades de pesquisa sobre cabelo de mulher com a decisão em dedicar­me à 
astronomia?  Essa falta de coesão divide a atenção do leitor entre os dois assuntos, desnorteando­o e 
causando­lhe ligeiro desconforto.  Isso talvez lhe dê motivo suficiente para abandonar a leitura do 
texto.

Veja, agora, uma sentença­base coesa:

“Mudei meu foco de pesquisa e dediquei­me ao estudo da astronomia, devido ao profundo interesse 
que tinha pelo firmamento.”

_______________

Sentença com falta de clareza:

“Quanto a esse assunto, não faço oposição nem o defendo, muito menos pelo contrário.”

Pelo exemplo acima, a obscuridade é gerada pelo excesso, seja em querer falar difícil, seja em ser a 
linguagem confusa mesmo.  Na prática, é isso que acontece quando falta a clareza.  Fala­se demais 
para não dizer nada ou, quando muito, para dizer pouco.  (desculpe­nos pelo trocadilho)

Veja, no entanto, o que se quer dizer por uma sentença clara:

“Sou indiferente a esse assunto.”

_______________

272
Sentença com falta de coerência:

“No primeiro tempo, jogamos debaixo de chuva, mas no segundo, quando viramos para o outro 
lado, o tempo melhorou.”

Não é nada coerente supor que alguém possa jogar em cima de chuva e, tampouco, virar­se para o  
mesmo lado.

Veja como se pode dizer a mesma coisa de modo coerente:

“No primeiro tempo, jogamos na chuva, mas no segundo, quando viramos, o tempo melhorou.”

Para completar o entendimento desses três fatores da linguagem (coesão, clareza e coerência) 
vinculados à criatividade, deve­se verificar a relação ou correspondência com o público alvo.  Veja 
os exemplos a seguir.

Tema:  Informática.
Tópico:  A importância dos microcomputadores.

Tipos de público­alvo:

1.  empresários do ramos de venda de PC's;
2.  profissionais técnicos prestadores de serviços da área de informática;
3.  estudantes de ensino médio;
4.  mulheres dos dezoito aos trinta e cinco anos;
5.  idosos.

Tipos de sentenças­base para iniciar um parágrafo interposto:

A.  As últimas novidades em joguinhos para download grátis.
B.  Um site de dicas de como se vestir com beleza e requinte para a noite, jantares, encontros e 
reuniões casuais.
C.  As plantas curam é o tema do blog da Ilca.
D.  Mudanças à vista para o próximo semestre na venda de PC's.

273
E.  Nova arquitetura para montagem e manutenção de PC's.

Se você relacionar os números da lista de tipos de público­alvo, acima, com as letras da 
lista de sentenças­base, acredito que terá como resultado as seguintes correspondências: 1/D; 2/E; 
3/A; 4/B; 5/C.

Pelo que se vê, nas correspondências acima, quando se fala em público­alvo, deve­se pensar, 
imediatamente, em área de interesse, isto é, cada público­alvo tem a sua área de foco.  É esse o 
critério que você deve aplicar, quando dizemos que as sentenças­base devem estar adequadas ao seu 
público­alvo.

Reitera­se a advertência de que criatividade, em redação, não é deslumbramento, fantasia.  Na arte 
de escrever, criatividade é compor frases enxutas, sem excessos, que comuniquem com eficácia pela 
sua clareza e estejam intimamente relacionadas ao foco ou interesse do público­alvo para quem se 
escreve.  Importante se diga que uma forma de manifestação da criatividade é utilizar palavras e 
expressões do contexto vocabular do público­alvo respectivo.  Por exemplo, ao escrever sobre um 
assunto “sério” como as plantas curam, para um público de idosos, não seria recomendável exortar 
os leitores com expressões do tipo: Alô, galera!  Oi, turma boa!   Deixemos essas saudações para 
um público de adolescentes, ao falar sobre um assunto descontraído.

274
RECONHECER SENTENÇAS­BASE ADEQUADAS E INADEQUADAS, 
TENDO EM VISTA A COESÃO, CLAREZA, COERÊNCIA E 
CORRESPONDÊNCIA AO PÚBLICO­ALVO

EXERCÍCIO 38

Fornecemos­lhe quatro sentenças­base ao final de cada questão deste exercício, correspondentes às 
alternativas A, B, C e D.  A prática consiste em reconhecer e assinalar, em cada questão, a única 
sentença­base que lhe pareça imprópria, devido à falta de um dos requisitos fundamentais, que são 
coesão, clareza, coerência ou inadequação ao público­alvo.

1. Tema:  Petróleo
Público­alvo: Empresários
Tópico:  O aquecimento da economia e o petróleo da camada pré­sal
Sentença­tese:  O tão aguardado início da retirada efetiva do petróleo da camada pré­sal 
acena como oportunidades de desenvolvimento de inúmeros municípios das regiões Leste e Sul do 
País.

Sentenças­base:

A. A estagnação de algumas cidades será quebrada por uma próspera agitação econômica.
B. Boas notícias para empresários do setor de petróleo e candidatos a um bom emprego.
C As taxas de serviços bancários tendem a subir cada vez mais.
D. O número de empregados do ramo petrolífero deverá aumentar consideravelmente.

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2. Tema:  Jornada de trabalho e economia.
Público­alvo: Leitores de um jornal diário.
Tópico:  A miopia do governo diante da relação horas trabalhadas x desenvolvimento 
econômico.
Sentença­tese:  O governo incentiva turno de 8 horas nos setores público e privado, julgando 

275
que a economia só possua o lado quantitativo.

Sentenças­base:

A. As empregadas que trabalham em pé e usam saltos altos são sérias candidatas a 
desenvolverem varizes nas pernas.
B. Se a carga horária fosse reduzida, os trabalhadores teriam mais tempo para consumir sem 
afetar a produção.
C A jornada diária de oito horas de trabalho produz resultados positivos em todos os setores 
de atividade laboral?
D. Uma carga horária que aproxime o trabalhador de seus limites de exaustão é boa para a 
economia do País?

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3. Tema:  Comércio de livros.
Público­alvo: Leitores de uma revista semanal de atualidades.
Tópico:  O incremento do mercado de livros.
Sentença­tese:  O governo poderia adotar medidas para facilitar a produção e distribuição de 
livros no País.

Sentenças­base:

A. A isenção de tributos seria um bom “empurrão” para o mercado livreiro.
B. Técnicas de leitura dinâmica.
C Amostras periódicas em feiras e exposições promovidas pelas prefeituras dariam um grande
impulso ao mercado de livros.
D. Instituição de prêmios anuais a estreantes e conhecidos escritores como estímulo à produção.

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4. Tema:  Casamento
Público­alvo: Jovens entre dezoito e vinte e cinco anos.
Tópico:  A importância dos cursos de noivos.
Sentença­tese:  Se é certo que o casamento é a maior fonte de problemas pessoais, por que 

276
não se preparar para isso?

Sentenças­base:

A. A formação de um lar deve ter um bom planejamento.
B. A conta do despreparo dos pais é sempre paga pelos filhos.
C No curso de noivos, você aprende as dez dicas para um casamento feliz.
D. O cerimonial religioso do casamento é mais uma fantasia feminina.

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5. Tema:  Amparo social
Público­alvo: Leitores de um jornal de bairro.
Tópico:  Os riscos de uma política populista travestida de ajuda ao necessitado.
Sentença­tese:  Bolsas para carentes, cotas para excluídos e outras medidas políticas, 
certamente, retornam sob a forma de votos na hora certa, mas podem constituir­se realimentadores 
da pobreza e da marginalidade.

Sentenças­base:

A. Bolsas e cotas como engodo dentro da armadilha para atrair eleitores incautos.
B. O caminho mais curto para a miséria de um povo é ampará­lo com esmolas e facilidades.
C Os postos mais cobiçados da administração pública.
D. Reduzir os gastos com bolsas­família e aumentar os investimentos com educação.

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6. Tema:  Dinheiro
Público­alvo: Leitores de uma revista de atualidades
Tópico:  A dose certa de apego à segurança financeira.
Sentença­tese:  A obsessão pelo dinheiro abala o ponto de equilíbrio de uma vida.

Sentenças­base:

A. O dinheiro e o medo da pobreza.

277
B. O dinheiro e o fascínio pela riqueza.
C Polícia alerta sobre dinheiro falso em circulação.
D. Os limites seguros na conquista do dinheiro.

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7. Tema:  Publicidade
Público­alvo: Leitores de um jornal diário
Tópico:  A publicidade e os negócios
Sentença­tese:  De que adianta uma tonelada de ouro, se ninguém sabe onde está?

Sentenças­base:

A. Se seus negócios fossem um avião, a publicidade seria o combustível para mantê­lo no ar.
B. O ouro, como investimento, é menos atraente que o mercado de ações.
C A verba destinada à publicidade mede o grau de crença do empresário em seu próprio 
negócio.
D. Quando a fama da marca vale mais que toda a empresa.

_________________________

8. Tema:  Comportamento no trabalho
Público­alvo: Trabalhadores de uma empresa
Tópico:  A importância do bom­humor no ambiente de trabalho
Sentença­tese:  Poucas coisas têm o condão de mitigar as agruras do trabalho como o bom­
humor.

Sentenças­base:

A. Os programas humorísticos ganham mais audiência na TV.
B. De bem com a vida, de bem com o trabalho.
C O bom­humor é o primeiro degrau da escada do sucesso profissional.
D. O trabalho com boa disposição de espírito é melhor para todos.

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278
9. Tema:  Futuro
Público­alvo:  Leitores de uma revista semanal de atualidades
Tópico:  A dificuldades para mudar
Sentença­tese:  Não é nada fácil romper as amarras que nos prendem ao porto do conforto 
em que estamos ancorados, para tentar um novo hábito, atividade profissional, relacionamento etc.

Sentenças­base:
A. Coragem para recomeçar.
B. Nunca é tarde para se realizar em outro projeto de vida.
C Mudanças à vista!
D. Como hospedar­se, gastando pouco, em suas viagens de lazer.

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10. Tema:  Fisiologia
Público­alvo:  Leitores de um jornal diário
Tópico:  A influência da postura mental e física que adotamos em nossos relacionamentos.
Sentença­tese:  Quando nos colocamos numa atitude de poder, nosso corpo emite sinais a 
nosso favor.

Sentenças­base:

A. Embora muitos não sejam auto­suficientes, no fundo, todos admiram os decididos.
B. A fisiologia de autoconfiança sempre inspira crédito.
C Exercícios aeróbicos ajudam a eliminar as gordurinhas.
D. Olhar firme, voz decidida e ombros erguidos dão resultados altamente positivos no 
relacionamento interpessoal.

0o0­0o0­0o0

279
Espera­se que nossas respostas tenham sido as mesmas.  Em nosso entendimento, as sentenças­base 
impróprias são:

1.  C
2.  A
3.  B
4.  D
5.  C
6.  C
7.  B
8.  A
9.  D
10.  C

280
ESCREVER SENTENÇAS­BASE COESAS, CLARAS, COERENTES E 
CORRESPONDENTES AO PÚBLICO­ALVO

EXERCÍCIO 39

Agora é a sua vez.  Escreva duas sentenças­base nas linhas em branco, ao final de cada questão.  O 
caminho para isso você já conhece, mas não custa nada relembrar ― cada sentença­base é 
consequência de um aspecto levantado da sentença­tese e deve ser coesa, clara, coerente e em 
conformidade com o público­alvo.

1. Tema:  Concurso público
Público­alvo: Leitores de um jornal de concurso.
Tópico:  A fraude nos concursos.
Sentença­tese:  É desanimador quando, depois de um concurso do qual participamos, 
ouvimos notícias de que houve divulgação antecipada e fraudulenta do gabarito.

Sentenças­base:

I. __________________________________________________________________________
_______________________________________________.
II. __________________________________________________________________________
_______________________________________________.

_________________________

2. Tema:  Infância
Público­alvo: Leitores de um jornal corporativo
Tópico:  Jardins de infância
Sentença­tese:  Para muitas crianças, os jardins de infância representam o primeiro contato 
com o meio social fora do ambiente familar.

281
Sentenças­base:

I. __________________________________________________________________________
_______________________________________________.
II. __________________________________________________________________________
_______________________________________________.

_________________________

3. Tema:  Alfabetização
Público­alvo: Leitores de um jornal de bairro.
Tópico:  O hábito da leitura.
Sentença­tese:  A ociosidade nos prédios de colégios, aos finais de semana, deveria ser 
quebrada para ensinar os adultos de baixa cultura a ler jornais e revistas.

Sentenças­base:

I. __________________________________________________________________________
_______________________________________________.
II. __________________________________________________________________________
_______________________________________________.

_________________________

4. Tema:  Tecnologia
Público­alvo: Leitores de um jornal diário.
Tópico:  Adaptação à tecnologia.
Sentença­tese:  Por ser um caminho sem volta, a tecnologia deveria ser ensinada, em grau 
básico, a todo cidadão excluído do processo de evolução social devido ao seu baixo nível cultural.

Sentenças­base:

I. __________________________________________________________________________

282
_______________________________________________.
II. __________________________________________________________________________
_______________________________________________.

_________________________

5. Tema:  Horta doméstica
Público­alvo: Alunos do ensino médio.
Tópico:  Cultivo de hortaliças
Sentença­tese:  Plantar algumas verduras no quintal de casa representa economia e, ainda 
por cima, tê­las à disposição sempre fresquinhas.

Sentenças­base:

I. __________________________________________________________________________
_______________________________________________.
II. __________________________________________________________________________
_______________________________________________.

_________________________

6. Tema:  Interrupção do trabalho
Público­alvo: Leitores de uma revista mensal de atualidades
Tópico:  Feriados
Sentença­tese:  Deve­se levar em conta o que representam os feriados para a economia 
nacional.

Sentenças­base:

I. __________________________________________________________________________
_______________________________________________.
II. __________________________________________________________________________
_______________________________________________.

_________________________

283
7. Tema:  Música
Público­alvo: Jornal sindical
Tópico:  Músico amador
Sentença­tese:  Saber tocar um violão ou outro instrumento, mesmo em nível amador, é uma 
agradável maneira de preencher o tempo ocioso.

Sentenças­base:
I. __________________________________________________________________________
_______________________________________________.
II. __________________________________________________________________________
_______________________________________________.

_________________________

8. Tema:  Caligrafia
Público­alvo: Leitores de uma revista de cortesia de uma empresa aérea.
Tópico:  A beleza dos grafismos.
Sentença­tese:  O uso do teclado contribuiu para o fim da escrita bonita, que as pessoas 
letradas ostentavam no passado.

Sentenças­base:

I. __________________________________________________________________________
_______________________________________________.
II. __________________________________________________________________________
_______________________________________________.

_________________________

9. Tema:  Habilidades pessoais
Público­alvo: Leitores de um jornal corporativo.
Tópico:  Pequenos reparos.
Sentença­tese:  Aprender a fazer pequenos consertos domésticos, além de economizar 
alguns trocados, soluciona muitas situações incômodas.

284
Sentenças­base:

I. __________________________________________________________________________
_______________________________________________.
II. __________________________________________________________________________
_______________________________________________.

_________________________

10. Tema:  Redação
Público­alvo: Participantes de um curso de redação.
Tópico:  A recompensa de saber redigir
Sentença­tese:  O conhecimento que adquirimos de técnicas modernas de redação acrescenta 
importantes pontos no conceito que as pessoas fazem de nós.

Sentenças­base:

I. __________________________________________________________________________
_______________________________________________.
II. __________________________________________________________________________
_______________________________________________.

0o0­0o0­0o0

A avaliação deste exercício fica a seu cargo.  Contudo, se seguiu os conselhos e dicas que lhe 
fornecemos sobre o assunto, certamente, você se saiu muito bem.

285
LIÇÃO 6 Sentenças de desenvolvimento dos parágrafos 
interpostos 

APRESENTAÇÃO

Sentença inicial. ____________________________________________________________


_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
parágrafo inicial
_____________________________________________________________________________
___________________________________________________________. ________________
_____________________________________________________________________________
_____________.Sentença-tese

Sentença-base. _____________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
PARÁGRAFO INTERPOSTO
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________.

Sentença-base. _____________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
PARÁGRAFO INTERPOSTO
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________.

_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________.

286
Conforme esquematizado na página anterior, nos parágrafos interpostos, fora a sentença­base, as 
demais são chamadas sentenças de desenvolvimento.

São as sentenças de desenvolvimento que complementam os parágrafos interpostos.

Até agora, você fez a “base”.  Falta erguer as paredes e as outras partes para concluir a sua 
construção.

A conclusão dos parágrafos interpostos dar­se­á com a elaboração de suas sentenças de 
desenvolvimento.

Essas sentenças de desenvolvimento de cada parágrafo interposto apoiam­se na respectiva sentença­
base.  Em outras palavras, a ideia contida na sentença­base serve de sustentação para tudo o que se 
escreve nas correspondentes sentenças de desenvolvimento.

Prosseguindo na analogia da construção de um prédio com a elaboração de uma redação, pode­se 
dizer que são as sentenças de desenvolvimento dos parágrafos interpostos a parte que mais aparece, 
como as paredes de uma construção.

A seguir, por meio de alguns exemplos de redações dissertativas extraídas de alguns jornais e 
revistas, você poderá avaliar a função e a importância das sentenças de desenvolvimento de 
parágrafos interpostos.

O FOCO NA EDUCAÇÃO

(Editorial, Zero Hora)

O Brasil não pode desperdiçar a oportunidade que tem, a partir deste ano, de obter também na área 
educacional o reconhecimento mundial que angariou pela gestão da economia. O novo Plano 
Nacional de Educação (PNE), que deve ser votado pelo Congresso, deixa de ser, pelo menos nas 
intenções, mais um remendo nas políticas para o setor. Anuncia­se, com o aval de especialistas da 
área, que o PNE tem o poder de finalmente cumprir com o que foi prometido em 1932, quando um 
grupo de educadores, mobilizados pelo Manifesto dos Pioneiros da Educação, inspirou a inclusão 

287
de um programa nacional na Constituição de 1934.

Passados mais de 75 anos, o Brasil venceu todas as etapas que o transformaram em uma economia 
industrializada e, mais recentemente, o incluíram em todas as listas das futuras potências mundiais. 
Os avanços não se sustentaram em políticas consistentes para a educação. Os programas nacionais 
foram cumpridos apenas parcialmente. Adiou­se até hoje o cumprimento de compromissos e 
direitos básicos previstos na Constituição de 1988.

Por ter particularidades que o distinguem dos anteriores e são exaltadas por educadores, o novo 
PNE será a grande chance de correção de rumos do país. Uma das principais é a obrigatoriedade de 
uma clara sinalização dos recursos e metas do setor. Articulados, União, Estados e municípios 
perseguirão objetivos inegociáveis, entre os quais o de antecipar o ingresso de crianças nas escolas. 
O programa parte do princípio de que, ao antecipar a presença no ensino, o setor público não estará 
apenas potencializando a capacidade de aprendizado das crianças, mas dando suporte a famílias 
que, por questões econômicas, sociais ou culturais, não se sentem estimuladas ou não têm condições 
de perseverar no encaminhamento e na manutenção dos filhos na escola. Amplia­se a noção de que 
a obrigação do Estado e dos pais no que se refere à educação deve inevitavelmente passar pela 
compreensão das realidades sociais.

O objetivo de conciliar o aumento da inclusão escolar com melhoria da qualidade, passando 
também pela questão da qualificação e remuneração dos professores, passa igualmente pela 
responsabilização de todas as esferas de governo. Institui­se, mesmo que informalmente, uma 
espécie de lei de responsabilidade educacional, para que, assim como acontece na gestão 
administrativa, com a Lei de Responsabilidade Fiscal, a educação seja finalmente tratada com 
seriedade.

O desafio é grandioso. Quase 10% da população brasileira é de analfabetos. Apenas 13,7% dos 
jovens de 18 a 24 anos frequentam curso superior. O piso salarial de um professor é de R$ 950. O 
PNE, que expressa uma política de Estado e não apenas de governos e deve por isso ser encampado 
pelos candidatos à sucessão presidencial, é recebido como a possibilidade real de fazer com que, em 
duas décadas, o Brasil possa reduzir a distância em relação aos melhores ensinos do mundo, com 
elevação da escolaridade e redução das desigualdades sociais e regionais que de fato democratizem 
o acesso à educação.

288
Novos presídios

(Editorial, Zero Hora)

O anúncio, prometido pela governadora Yeda Crusius para esta semana, do local onde será 
construído o primeiro presídio por meio de Parceria Público­Privada (PPP) abre uma perspectiva 
promissora numa área marcada pelo caos – o sistema penitenciário. Por isso, é importante que a 
questão não se restrinja à polêmica em torno do município escolhido, ou de que comunidade será 
mais ou menos receptiva ou se a privatização é ou não uma alternativa num Estado que não dispõe 
de recursos para bancar as obras. A sociedade precisa definir é se quer ou não uma perspectiva de 
solução para um problema que não ameaça apenas quem está atrás das grades, mas também fora 
delas.

Na situação atual, que governantes anteriores e o atual prometeram enfrentar mas não conseguiram, 
o que se constata é uma realidade aparentemente prestes a explodir, pondo em risco a integridade 
física dos apenados e a segurança da própria sociedade. O caso mais emblemático é o do Presídio 
Central, em Porto Alegre, onde os detentos se amontoam e enfrentam dificuldades sem paralelo 
com outras regiões do Brasil. Mas, embora seja o exemplo mais dramático, não é o único.

Com as cadeias superlotadas, o que ocorre hoje é mais que uma rotina de fugas insólitas, de 
rebeliões, de presos sendo levados de um lugar para outro, de decisões judiciais vetando o ingresso 
de novos detentos em uma ou outra prisão. O que se constata é uma verdadeira impossibilidade de 
punir, pois não há para onde mandar novos condenados.

O começo das definições sobre o complexo para abrigar 3,6 mil presos, portanto, precisa merecer o 
máximo de atenção e de debate não apenas pelas comunidades com chance de receber o 
investimento, mas de toda a sociedade. Enquanto não resolver o impasse das prisões, o Estado não 
terá condições de enfrentar como deve o drama da criminalidade.

289
OS DESASTRES DO VERÃO

(Editorial, Diário Catarinense)

Um levantamento da ONG Contas Abertas constatou que o Brasil gasta 10 vezes mais com a 
reconstrução, após os desastres naturais, do que com a sua prevenção. A questão, atual nos últimos 
anos no país e, especialmente, neste verão de tragédias, é reveladora das causas de fenômenos que 
se repetem com intensidade e gravidade crescentes. As inundações de Agudo e de Três Coroas, no 
Rio Grande do Sul, como os deslizamentos de Angra dos Reis, repetem fatos que ocorreram em 
Santa Catarina em 2008 e 2009. No ano passado, o governo federal gastou R$ 1,3 bilhão com o 
programa Resposta aos Desastres e Reconstrução e desembolsou apenas R$ 138 milhões com o 
programa Prevenção e Preparação para Desastres.

A questão não é irrelevante. Um documento da Cruz Vermelha Internacional mostrou que, entre 
1993 e 2003, nosso país registrou, entre as nações das Américas, o maior número de pessoas 
afetadas por desastres naturais. Nesse período, ocorreu a morte de 2.056 brasileiros por 
deslizamentos, inundações e secas. É óbvio que as catástrofes naturais são imprevisíveis, no sentido 
de que não há como saber quando ocorrerão e a intensidade com que se abaterão sobre as cidades 
ou sobre o meio rural. Mas há fatores que desencadeiam os desastres, ou que os tornam mais graves, 
que podem ser objeto de políticas preventivas. Há muito se sabe que o uso desregrado do solo, a 
derrubada das florestas, em especial das matas ciliares, e a poluição dos rios são fatores que estão 
na raiz da maioria das tragédias ambientais e climáticas.

A ocorrência de inundações, como as deste verão, ou de secas, como as que assolaram as regiões 
produtoras de grãos do Sul do país, em anos recentes, não pode ser considerada algo inusitado, 
surpreendente ou excepcional. A gravidade de algumas das manifestações desses fenômenos e a 
frequência com que passaram a ocorrer é que alguns especialistas consideram algo inusitado. É 
evidente que o poder público, em todas as esferas, tem um papel preventivo, insubstituível, na 
condução de uma política de prevenção. A mais decisiva de todas é a da aprovação de um sistema 
normativo capaz de inibir o uso predatório da natureza, aí incluídas leis florestais, códigos de 
proteção ambiental, combate aos gases de efeito­estufa e planos diretores, etc. Mas não apenas isso. 
Os gestores públicos precisam estar atentos às tendências demográficas, à maneira como as 
populações ocupam seus espaços nas cidades e como essa mobilidade pode estar afetando a própria 
segurança ambiental. E precisam evitar que a exploração econômica da terra seja predatória de 
recursos que, mais adiante, se tornarão indispensáveis como salvaguarda a deslizamentos ou 
inundações. O mesmo vale para a ocorrência de estiagens e para a proteção das lavouras contra seus 

290
efeitos.

Só a consciência da sociedade e de seus representantes em relação às causas das tragédias 
climáticas produzirá políticas capazes de enfrentá­las. Claro que, no longo prazo, a prevenção é 
possível. E é claro, também, que os governos precisam colocar essa questão entre as prioridades de 
suas administrações. Só a consciência da sociedade e de seus representantes em relação às causas 
das tragédias climáticas produzirá políticas capazes de enfrentá­las.

O Brasil pode parar

(Editorial, Gazeta do Povo)

Sem infraestrutura adequada ao ritmo de crescimento planejado ou esperado neste e nos próximos 
anos, o Brasil pára. Essa certeza de especialistas e autoridades já é muito bem conhecida da 
sociedade. Assim como as desculpas, na maioria das vezes travestidas de números floreados, mas 
inócuos, para explicar a ineficiência do papel do Estado como gerador das condições básicas e 
essenciais para o desenvolvimento econômico e social da nação. Isso também é válido para o 
governo Lula. A rigor, a precariedade da atual infraestrutura, resultado de décadas de descaso e de 
pouco investimento, tornou­se uma das maiores barreiras ao crescimento do país.

O governo Lula, nesses últimos sete anos, desenvolveu uma agressiva política para ampliar a 
influência do Estado na economia e em todas as esferas da sociedade. Mas falhou muito, quando se 
trata de obras de infraestrutura. É o que mostra o balanço de obras do seu primeiro mandato e, 
também, o pífio resultado do Programa de Aceleração Econômica (PAC). Em um país que urge por 
infraestrutura, por exemplo, os números oficiais indicam que pouco mais de 50% da meta planejada 
do PAC foi alcançada, isso incluindo as inversões do setor privado, entre 2007 e 2009. Segundo a 
Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), o Brasil precisa investir R$ 88 
bilhões a cada ano para equacionar os problemas. Estima­se que o governo petista investiu no 
período apenas R$ 24 bilhões/ano.

291
Ora, não faltam indicadores para justificar esse diagnóstico da inércia do governo federal. Nos 
transportes, 70% da malha rodoviária estão ruins ou em péssimas condições de rodagem. Esse é um 
dos principais motivos das perdas na produção de grãos, que chegam a 12% da safra de arroz e a 
7% da de soja. Sem falar dos números recordes de acidentes com mortes, todos os dias, originados 
muitas vezes por essas más condições, que causam dor e prejuízos incalculáveis a famílias e à 
nação.

Na área de energia, o alerta máximo soou, como foi possível ver recentemente com a queda em 
cascata da energia de uma das principais linhas de transmissão, a partir de Itaipu, deixando o 
Centro­Sul do país às escuras. Especialistas do setor e o próprio governo estimam que, para o país 
crescer 4,5% ao ano, será preciso adicionar desde já 4.100 megawatts de eletricidade/ano (pouco 
mais de um terço da capacidade de geração de Itapu). Sem isso, o risco de um novo apagão é 
enorme, nos próximos anos. Assim, o país fenece: é obvio que a incerteza sobre o fornecimento de 
uma coisa tão básica como energia diminui a competitividade e afasta novos investimentos.

No setor de saneamento, apesar de toda a propaganda oficial, o retrato é também desolador: 27% 
das residências brasileiras ainda não têm acesso à rede de tratamento de esgoto e 11% não têm água 
tratada. Isso faz com que mais de mil crianças sejam internadas, diariamente, pelo fato de viverem 
em péssimas condições sanitárias. Outros obstáculos à prosperidade – informalidade, deficiências 
macroeconômicas, falta de segurança pública e insegurança jurídica – estão longe de serem 
superados.

Apesar de tudo isso, os números oficiais são esplêndidos. O governo anunciou que pretende investir 
até o fim deste ano, com recursos do PAC, R$ 646 bilhões em obras de infraestrutura. Outros R$ 
502 bilhões foram acrescentados no orçamento do programa para os próximos anos, totalizando 
assim a astronômica soma de R$ 1,15 trilhão para investimentos em infraestrutura. Mesmo que 
metas ousadas como essas sejam cumpridas, o que é muito questionável pelo histórico oficial, a 
realidade já mostrou que não basta. O fundamental é que o governo precisa entender que é 
impossível resolver os graves problemas de infraestrutura do país sem investimentos do setor 
privado. 

A verdade é que o estatismo de Lula, que deve se exacerbar no discurso da candidata Dilma 
Roussef, como ela já sinalizou, parece ter turvado a ação concreta do governo nesta área 
fundamental. Estão aí os resultados. 

A fervilhante movimentação de pessoas pelo país, nas festas deste fim de ano, é de certa forma um 
prenúncio da situação interna num breve futuro se a infraestrutura não mudar: estradas à beira do 

292
colapso; aeroportos superlotados; quedas de energia pelo país afora; montanhas de lixo espalhadas 
pelas calçadas; proliferação de esgotos a céu aberto; falta de água; rios litorâneos e a orla marítima 
expostos a elevados índices de poluição. Só para citar alguns exemplos. Com tudo isso, perde o 
país. Mas quem mais perde é a população, que deixa de desfrutar do bem­estar social. 

O sucesso do esforço de crescimento de, pelo menos, duas décadas está em jogo. Tudo vai depender 
da infraestrutura que estará a dispor do país, neste e nos próximos anos, capaz de suportar 
crescimentos da ordem de 5% ao ano.

Cidade Maravilhosa

(Carlos Alberto Di Franco, Opinião do dia 1, Gazeta do Povo)

Se a repressão é incontornável, a recuperação deve ser a grande aposta que todos nós, governo e 
sociedade, devemos fazer. Precisamos acreditar no lado bom das pessoas

Aqui estou, amigo leitor, vivendo um período de descanso neste Rio de Janeiro tão carregado de 
beleza e encantamento. Passei o réveillon no alto do Corcovado, aos pés do Cristo Redentor. A 
missa da meia­noite, emocionante, foi seguida pela bênção com o santíssimo. D. Orani Tempesta, 
arcebispo do Rio de Janeiro, com o ostensório nas mãos, abençoou os quatro pontos cardeais da 
Cidade Maravilhosa. Lá embaixo, um balé de fogos de artifício. Uma experiência inesquecível. 

É uma tristeza, quase um sacrilégio, a violência que ensombrece esta cidade. Desgoverno e 
exclusão social estão na raiz do drama carioca. A crise do Rio não é de agora. O vírus antissocial já 
estava incubado nos mandatos de governos populistas. A patologia foi sendo alimentada pela 
corrupção, pela incompetência administrativa e pelo crescente descaso com o interesse público que, 
há décadas, castigam o Rio. 

Reconheço, no entanto, o notável esforço do atual governo do Rio para reverter o quadro da 

293
violência brutal. A inauguração da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) nos morros do Pavão­
Pavãozinho e do Cantagalo, a que se acrescentou o cerco policial à Ladeira dos Tabajaras e ao 
Morro dos Cabritos, em Copacabana, foi um presente de Natal para os cariocas e para os brasileiros 
de todos cantos. 

A exclusão social está na raiz do problema. O tráfico nas favelas ocupa, frequentemente, o vazio 
deixado pela inoperância do Estado. É a ele, e não aos governos omissos e incompetentes, que os 
moradores recorrem nos seus momento difíceis. À semelhança de Vito Corleone, o mafioso 
magistralmente interpretado por Marlon Brando no filme O Poderoso Chefão, o líder do tráfico é a 
encarnação tupiniquim do chefão que substitui o governante. É triste, mas é assim.

Um clima maniqueísta domina a discussão a respeito da escalada da criminalidade, sobretudo da 
delinquência infanto­juvenil. Alguns, dominados por compreensível revolta, desejam a redução da 
maioridade penal. Apostam na repressão como arma de defesa social. Outros, apoiados numa 
distorcida visão dos direitos humanos, transferem para a sociedade toda a responsabilidade pela 
onda de crueldade que tem marcado a ação das gangues. O pecado social acaba apagando qualquer 
vestígio de responsabilidade individual.

Na verdade, a crescente violência exige uma harmoniosa combinação de firmeza repressiva e 
perseverante aposta na recuperação. É preciso enfrentar a curto prazo o problema da delinquência. 
Não bastam declarações demagógicas das autoridades. Espera­se que os discursos sejam 
corroborados com obras efetivas. 

Mas, se a repressão é incontornável, a recuperação deve ser a grande aposta que todos nós, governo 
e sociedade, devemos fazer. Precisamos acreditar no lado bom das pessoas. A recuperação é 
possível e está acontecendo. Nós, jornalistas, damos excessivo destaque aos picos da criminalidade, 
mas não registramos os bons resultados que têm sido alcançados em inúmeras entidades e ONGs. 
Discretamente e sem qualquer ajuda dos governos, heróis anônimos, inúmeros, fazem mais pela paz 
do que toda a burocracia do Estado.

Conheço algumas iniciativas sérias no campo da recuperação de dependentes químicos. O Horto de 
Deus (www.hortodedeus.org.br), por exemplo, faz um trabalho de grande alcance social. Trata­se 
de uma comunidade terapêutica, sem muros, sem grades e com elevado índice de recuperação. Os 
internos estão lá voluntariamente. Aliás, o desejo de deixar as drogas é o pré­requisito para 
ingressar na entidade. As internações compulsórias, em clínicas caras e sofisticadas, frequentemente 
acabam na amargura da recaída. Falta o essencial: querer. Os pavilhões são simples, arejados, 
limpos. Sente­se no ar uma alegria que contrasta com a vida pregressa dos seus moradores. Lá, 

294
depois de terem descido todos os degraus da miséria material e moral, reencontram a chispa da 
esperança.

Nós, jornalistas, precisamos mostrar a luz no fim do túnel. Vamos, todos, com trabalho e 
solidariedade, salvar o Rio. 

0o0­0o0­0o0

295
IDENTIFICANDO SENTENÇAS DE DESENVOLVIMENTO NÃO 
RELACIONADAS À SENTENÇA­BASE

EXERCÍCIO 40

Fixemos, pois, o conceito de sentenças de desenvolvimento como sendo o “bloco de sentenças de 
um parágrafo interposto, menos a sentença­base”.  Muito simples esse entendimento, como tudo 
que se disse até aqui foi muito fácil e simples de entender.  Atentemos para uma característica 
inerente às sentenças de desenvolvimento ─ elas estão intimamente relacionadas à sentença­base. 
Verdadeiramente, se o leitor me permitir a redundância, as sentenças de desenvolvimento têm a 
função primordial de desenvolver a ideia contida na sentença­base, por isso, justifica­se o estreito 
relacionamento entre esta e aquelas.  Cada parágrafo interposto nada mais é senão um 
encadeamento de ideias entre a sentença­base e suas sentenças de desenvolvimento.

Partindo dessa compreensão, indique a única sentença de desenvolvimento que NÃO se relaciona à 
sentença­base, em cada parágrafo interposto apresentado ao final de cada questão.  Observe que as 
sentenças de desenvolvimento são apresentadas em destaque.

1. Tema:  Carnaval
Público­alvo: Leitores de um jornal diário.
Tópico:  A procura de diversão e sexo por turistas estrangeiros e nacionais. 
Sentença­tese:  A permissividade e a tolerância constituem a marca maior da grande festa da 
carne.
Aspecto escolhido: Uso da camisinha.

Parágrafo interposto: 

“É nessa época que o Ministério da Saúde promove campanha maciça do uso da camisinha.  A  
época é realmente própria para alertar sobre a prevenção de doenças sexualmente  
transmissíveis.  Com esse cuidado, pretende­se diminuir a proliferação do HIV.  O concurso de  
fantasias tornou­se uma apoteose de luxo e cores.”

Sentença de desenvolvimento não relacionada à sentença­base: 
________________________________________________________________________________

296
____________________________________.

2. Tema:  Culinária
Público­alvo: Leitores de uma revista sobre vida saudável.
Tópico:  A alimentação indicada para a saúde.
Sentença­tese:  Conhecer os alimentos que mais se ajustam a uma dieta saudável é um dos 
pontos de apoio para a qualidade de vida.
Aspecto escolhido: O preço dos alimentos.

Parágrafo interposto: 

“A surpresa está em comprovar que os alimentos mais abundantes e, sobretudo, de baixo preço são 
os mais apropriados.  Nisso concorda a maioria dos nutricionistas.  Não é preciso gastar muito  
para comer bem.  Certos esportes, como o halterofilismo, exigem uma alimentação rica em  
carboidratos para o fortalecimento de músculos.  Essa constatação não deixa de ser uma boa  
notícia para as família de baixa renda, que podem contar com uma mesa mais farta com baixo  
custo.”

Sentença de desenvolvimento não relacionada à sentença­base: _____________________________
______________________________________________________________.

________________________

3. Tema:  Solidariedade
Público­alvo: Estudantes do ensino médio.
Tópico:  Sentimento de ajuda ao próximo.
Sentença­tese:  Mesmo num mundo em que prevalece o egoísmo e interesses mesquinhos, 
despontam pessoas de almas generosas a ponto de arriscar suas vidas para salvar o próximo.
Aspecto escolhido: Salvamento de pessoas em uma enchente por cidadãos comuns.

Parágrafo interposto: 

“Na hora em que tudo parece estar perdido surge o herói.  A dor aproxima as pessoas de espírito  
solidário com o sofrimento alheio.  É assim que vejo os abnegados que se arriscam para salvar  
vidas de pessoas que são arrastadas pela voragem de uma enxurrada.  Gesto esse de  

297
despreendimento tão raro e elevado. Não sei, exatamente, o que se passa nas cabeças das  
autoridades que, insensíveis, não tomam medidas preventivas para evitar catástrofes.”

Sentença de desenvolvimento não relacionada à sentença­base: ____________________________
______________________________________________________________.

______________________

4. Tema:  Jornalismo
Público­alvo: Acadêmicos do curso de jornalismo.
Tópico:  O direito de comunicar­se.
Sentença­tese:  Entre profissionais famosos por sua visão ampla de mundo, existem uns 
poucos que acham que, além dos jornalistas, mais ninguém pode comunicar­se ou expor suas ideias 
na imprensa.
Aspecto escolhido: O direito à comunicação.

Parágrafo interposto: 

“Uma fracassada versão da lei da mordaça.  Assim assisti à defesa do corporativismo da imprensa  
realizado por algumas personagens tacanhas que maculam esse meio com sua miopia.  
Impertinentes ao setor jornalístico por suas ideias retrógradas, embora ostentando credenciais  
dessa nobre profissão, alguns indivíduos gostariam de cercear a liberdade de expressão de  
outros.  Chegará o dia em que todos os jornais serão divulgados pela internet.  Os verdadeiros  
jornalistas, apoiados em sua brilhante competência, pensam o contrário, isto é, acham que o  
direito de expor ideias e comunicar fatos deve ser estendido a todos.”

Sentença de desenvolvimento não relacionada à sentença­base: ____________________________
______________________________________________________________.

________________________

5. Tema:  Religião
Público­alvo:  Leitores de uma revista de atualidades.
Tópico:  A vida sentimental e a religião.
Sentença­tese:  Para se formar um religioso, é imprescindível apelar para o lado emocional.

298
Aspecto escolhido: O lado virtual da fé.
Parágrafo interposto: 

“A imaginação é a base de todo o processo.  Nele, as agruras da vida são vistas como virtuais  
bênçãos a realizar­se em longo prazo.  Nos cultos dirigidos por forte carga emotiva, a música e a  
exacerbada exortação ao sofrimento são os pontos básicos para a submissão às doutrinas  
mundanas camufladas de espiritualidade.  Hoje, sabe­se que a isenção de encargos tributários  
aos templos é garantida por lei.”

Sentença de desenvolvimento não relacionada à sentença­base: ____________________________
______________________________________________________________.

______________________

6. Tema:  Flagelos sociais
Público­alvo:  Leitores de um jornal diário
Tópico:  As catástrofes naturais
Sentença­tese:  Inúmeras cidades são assoladas por chuva, vendaval e outras manifestações 
da natureza, por conta, evidentemente, do mau uso do meio ambiente pelo homem.
Aspecto escolhido: Enchente nas regiões urbanas.

Parágrafo interposto: 

“As catástrofes se sucedem como previsíveis consequências da atuação das pessoas no ambiente em 
que vivem. Os prefeitos devem repensar os critérios utilizados para aprovar a concessão de  
alvará para o exercício de certas profissões. Sacos plásticos, móveis, eletrodomésticos, pneus,  
entre tantos outros objetos, são jogados pela população em córregos, rios e bueiros, obstruindo a  
circulação da água da chuva e ocasionando frequentes enchentes.  Mas esses descasos não são  
os únicos. Em meu ponto de vista, a especulação imobiliária inescrupulosa e a falta de infra­
estrutura em saneamento básico são os principais vilões dos trágicos resultados obtidos pelos  
habitantes das cidades atingidas pelas enchentes.”

Sentença de desenvolvimento não relacionada à sentença­base: ____________________________
______________________________________________________________.

________________________

299
7. Tema:  Dinheiro
Público­alvo:  Trabalhadores de uma grande empresa.
Tópico:  O maior símbolo de poder criado pelo homem.
Sentença­tese:  Verdadeiramente, não existe nenhum valor intrínseco nesse pedaço 
retangular de papel colorido, denominado dinheiro, causador de boas obras, como também de 
irreparáveis danos físicos e morais.
Aspecto escolhido: Que o dinheiro representa?
Parágrafo interposto: 

“O valor do dinheiro está fora dele.  É o poder que ele representa que está em jogo.  Poder de  
compra, de status social, de suposta tranquilidade, enfim, é a sensação de posse da lâmpada cujo  
gênio está permanentemente à nossa disposição para realizar todos os nossos desejos.  A  
circulação de dinheiro, no Brasil é controlada pelo Banco Central.”

Sentença de desenvolvimento não relacionada à sentença­base: ____________________________
______________________________________________________________.

________________________

8. Tema:  Fim de semana
Público­alvo:  Leitores de uma revista religiosa.
Tópico:  Como aproveitar melhor os finais de semana.
Sentença­tese:  Os finais de semana de uma família cristã caracterizam­se pela temperança e 
não pelos excessos; e, por isso, é uma excelente oportunidade para ir à igreja.
Aspecto escolhido: Levar a família às missas de sábado e domingo.
Parágrafo interposto: 

“Uma rica oportunidade para reunir a família num ambiente de congraçamento e adoração.  As  
missas de sábado e domingo são ocasiões propícias para a reflexão em família.  O horário de  
missa nos finais de semana deveria ser transferido para o período da tarde, a fim de não 
atrapalhar outros compromissos sociais.  Pais e filhos reunidos na celebração eucarística têm a  
paz e a harmonia como esteio de sustentação da vida familiar.”

Sentença de desenvolvimento não relacionada à sentença­base: ____________________________
______________________________________________________________.

300
9. Tema:  Cartéis
Público­alvo:  Visitantes de um site governamental
Tópico:  Acordo entre o governo brasileiro e outros países no combate aos cartéis.
Sentença­tese:  Hoje, o enfrentamento aos cartéis no Brasil funciona.
Aspecto escolhido:  acordo de cooperação entre países

Parágrafo interposto:  (site da Presidência da República, com adaptações nossas)

“Durante a cerimônia, foi assinado acordo de cooperação entre o governo e a União Européia para a 
troca de informações e tecnologias no combate ao crime. É necessária uma atuação conjunta cada  
vez maior e mais eficiente para impedir a formação de  cartéis.  Nunca é tarde para o Brasil  
rever a questão interna na produção de eletro­eletrônicos.  O Brasil já possui acordos  
semelhantes com Estados Unidos, Argentina, Chile, Portugal, Rússia e Canadá.”

Sentença de desenvolvimento não relacionada à sentença­base: 
________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________.

________________________

10. Tema:  Presunção
Público­alvo:  Leitores de uma revista de variedades.
Tópico:  O virtual supera à morte na cabeça de alguns.
Sentença­tese:  Os restos mortais de vítimas “chiques” e “importantes” do terremoto 
desproporcional que atingiu o Haiti, neste mês, têm tratamento diferençado por conta de um 
apêndice de estupidez da imaginação da maioria dos indivíduos. 
Aspecto escolhido:  A muleta psicológica da fama.

Parágrafo interposto: 

“Cadáveres de destaque!  Essa expressão deveria ser a manchete necrológica para anunciar a  
supremacia de restos mortais de famosos, encontrados entre tantos corpos de pessoas sem  
expressão político­social nos escombros depois do grande terremoto que abalou o Haiti neste  
início de ano.  Pelo menos, é esse o entendimento que nos passa o costume testemunhado pela  
imprensa e por autoridades em geral e, principalmente, pelo povão.  Felizmente, essa estupidez  
fica circunscrita à imaginação de quem a produz e alimenta, prevalecendo, no entanto, a  

301
isonomia implacável imposta pela natureza no tratamento a vivos e mortos.  À imprensa deveria  
ser estendida a imunidade de políticos em exercício.”

Sentença de desenvolvimento não relacionada à sentença­base: ____________________________
______________________________________________________________.

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302
Ao realizar o exercício acima, obtivemos as seguintes respostas listadas a seguir.  Acreditamos que 
seus resultados tenham coincidido com os nossos.

1. O concurso de fantasias tornou­se uma apoteose de luxo e cores.
2.   Certos esportes, como o halterofilismo, exigem uma alimentação rica em carboidratos para o 
fortalecimento de músculos.
3. Não sei, exatamente, o que se passa nas cabeças das autoridades que, insensíveis, não 
tomam medidas preventivas para evitar catástrofes.
4.  Chegará o dia em que todos os jornais serão divulgados pela internet.
5. Hoje, sabe­se que a isenção de encargos tributários aos templos é garantida por lei.
6. Os prefeitos devem repensar os critérios utilizados para aprovar a concessão de alvará para 
o exercício de certas profissões. 
7 A circulação de dinheiro, no Brasil. É controlada pelo Banco Central.
8. O horário de missa nos finais de semana deveria ser transferido para o período da tarde, a 
fim de não atrapalhar outros compromissos sociais. 
9. Nunca é tarde para o Brasil rever a questão interna na produção de eletro­eletrônicos.
10. À imprensa deveria ser estendida a imunidade de políticos em exercício.

303
ELABORAR “SENTENÇAS DE DESENVOLVIMENTO” DE PARÁGRAFOS 
INTERPOSTOS

EXERCÍCIO 41

Chegou a hora de colocar em prática o que você aprendeu até aqui acerca das sentenças de 
desenvolvimento de parágrafos interpostos.  Agora, você começará a erguer as paredes de suas 
redações.  O importante, neste exercício, é a harmonia do conjunto contido no parágrafo em questão 
cujos únicos elementos são: sentença­base e sentenças de desenvolvimento.  Por harmonia, 
queremos dizer que as sentenças de desenvolvimento devem manter estreita relação entre si e 
também com a sentença­base.  Tudo em um perfeito encadeamento de ideias.  

Em cada uma das questões que se seguem, conclua o parágrafo interposto, preenchendo as linhas 
em branco correspondentes às sentenças de desenvolvimento, a partir da sentença­base respectiva.

1. Tema:  Noticiário de TV
Público­alvo: Acadêmicos do curso de jornalismo.
Tópico:  Notícias que mais atraem a atenção dos telespectadores.
Sentença­tese:  Quanto maior a desgraça anunciada, mais elevado o nível de audiência.
Aspecto escolhido: O prazer humano pela desgraça alheia aproveitado pela TV.

Parágrafo interposto: 

Apresentar chamadas, com uns 15 minutos de antecedência do noticiário de TV, anunciando morte, 
violência, corrupção, crimes e infortúnios generalizados é uma estratégia indispensável para obter 
boa audiência. ____________________________________________________________________
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2. Tema:  Exame de motorista
Público­alvo:  Jovens de quinze a dezoito anos.
Tópico:  A ansiedade de dirigir.
Sentença­tese:  A expectativa do exame para “botar a mão” na carteira de motorista encerra 
momentos de elevadas tensões.
Aspecto escolhido: Nervosismo do candidato.

Parágrafo interposto: 

“Muita gente perde o sono na noite da véspera do exame de motorista.  _______________________
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3. Tema:  Acidentes domésticos
Público­alvo:  Leitores de um jornal diário.
Tópico:  Cuidado com as crianças em casa.

305
Sentença­tese:  As crianças são as vítimas mais frequentes de acidentes domésticos.
Aspecto escolhido: Primeiros socorros.
Parágrafo interposto: 

“A prevenção ainda é a ação mais indicada, contudo devemos saber o que fazer quando os acidentes 
acontecerem.  ____________________________________________________________________
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4. Tema:  Turismo
Público­alvo: Acadêmicos do curso de turismo.
Tópico:  A profissionalização dos operadores de turismo.
Sentença­tese:  A incipiente mão­de­obra na prestação de serviços de turismo é o maior 
entrave para o desenvolvimento da economia de certas cidades do País.
Aspecto escolhido: Preço exagerado.

Parágrafo interposto: 

“O que deveria ser explorado seria o turismo, e não o turista._______________________________
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5. Tema:  Língua nacional
Público­alvo: Acadêmicos do curso de jornalismo.
Tópico:  Escrever em bom português.
Sentença­tese:  Certos erros de português causam o descrédito do texto e de seu autor.
Aspecto escolhido: Redundâncias viciosas.

Parágrafo interposto: 
“Virar­se para o outro lado, jogar debaixo de chuva e tantas outras frases ridículas põem em cheque 
o texto que as contém.  _____________________________________________________________
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6. Tema:  Higiene
Público­alvo: Leitores de uma revista de cortesia para viagem.
Tópico:  A importância da higiene pessoal.
Sentença­tese:  Desenvolver bons hábitos de higiene pessoal é o primeiro cuidado para se 

307
obter saúde.
Aspecto escolhido: Quando começar?

Parágrafo interposto: 

“É em casa e na infância que deve ser iniciada a aprendizagem da higiene. 
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7. Tema:  Bom­humor
Público­alvo:  Leitores de uma revista de recreação.
Tópico:  O humor no dia a dia.
Sentença­tese:  Não se mediu ainda a extensão dos benefícios do bom­humor sobre a saúde, 
mas que ajuda, ajuda e muito!
Aspecto escolhido: Tensões humanas.

Parágrafo interposto: 

“O bom­humor alivia tensões, pré­dispondo o sistema nervoso a trabalhar com mais folga.  _______ 
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8. Tema:  Esportes
Público­alvo:  Empregados de uma grande empresa.
Tópico:  Modalidades de alto risco.
Sentença­tese:  Esportes como o rapel, por exemplo, não são indicados para a prática 
eventual, pois exigem preparação física constante.
Aspecto escolhido: Lesões produzidas pelo esporte.

Parágrafo interposto: 

“O esporte, para o trabalhador, deveria ser uma continuação do lazer, e não um risco de acidente 
que o prejudique em sua carreira profissional.  __________________________________________
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9. Tema:  Povo
Público­alvo:  Leitores de uma revista de atualidades.
Tópico:  Uma massa sem identidade.
Sentença­tese:  Sob o comando de alguém ou movido por algum sentimento coletivo, o povo 
é apenas um detalhe dispensável em qualquer ocasião.
Aspecto escolhido: O povo gosta de homenagear as pessoas famosas quando morrem.

Parágrafo interposto: 

“A construção de um estado emocional coletivo, a fim de receber um morto, é rápido e reduz o 
raciocínio das pessoas que compõem um grande agrupamento.    ____________________________
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10. Tema:  Incêndio
Público­alvo: Leitores de um jornal diário.
Tópico:  Treinamento para incêndio.
Sentença­tese:  Saber o que fazer durante um incêndio pode significar a sobrevivência 
própria e a de outrem.
Aspecto escolhido: A calma pode salvar vidas.

Parágrafo interposto: 

“A vida na dependência do controle emocional.  _________________________________________

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Você deve ter entendido “o espírito da coisa” para escrever sentenças de desenvolvimento dos 
parágrafos interpostos.  Por isso, acreditamos que tenha se saído muito bem neste exercício. 
Prossigamos, então, em nosso curso!

311
TÁTICAS DE ELABORAÇÃO DE  “SENTENÇAS DE 
DESENVOLVIMENTO” DE PARÁGRAFOS INTERPOSTOS

As táticas são usadas para se chegar a um objetivo.  No caso particular das sentenças de 
desenvolvimento dos parágrafos interpostos, os objetivos são:

■ relacioná­las à sentença­base e desenvolver o aspecto por esta levantado;

■ manter a coesão (união) com a sentença­base;

■ tornar a redação atraente, pois os parágrafos interpostos constituem a parte que mais expõe e 
caracteriza a redação.

Para que esse objetivo seja plenamente alcançado, deveremos usar táticas específicas.  Apresentar­
se­ão, a seguir, algumas táticas dentre as muitas usadas na atualidade para a elaboração das 
sentenças em questão.  Isso não significa que esteja defeso criar táticas, afastando­se dos modelos 
consagrados.  O leitor poderá desenvolver, a seu gosto, táticas que julgar  mais eficazes ou 
combiná­las com as existentes, enfim,  personalizar estratégias para escrever parágrafos interpostos 
mais capazes de atingir os objetivos acima listados.

Tática 1

Fatos conexos

Recorre­se a fatos em transcurso ou transcorridos e relacionados ao aspecto levantado pela 
sentença­base, por meio de uma ou mais sentenças de desenvolvimento.  Exemplo:

Tema:  Jogo
Público­alvo: Leitores de um jornal diário.
Tópico:  Liberação do jogo no Brasil.
Sentença­tese:  Para muitos é uma incógnita as consequências da liberação do jogo no País, 
porém algumas pessoas antevêem benefícios para certas áreas.

312
Aspecto escolhido: Aumento no recolhimento de tributos. 
Sentença­base:  Aumento na arrecadação de impostos.
Parágrafo interposto: 

“Aumento na arrecadação de impostos.  Sob o ponto de vista puramente tributário, como ocorre  
nos EUA, o jogo contribui expressivamente para o caixa do tesouro daquele país.  Na Aragólia,  
verificou­se um aumento de mais de três por cento na arrecadação de impostos.  Acredito que no  
Brasil, se não houver significativa sonegação, o acréscimo na arredação do fisco, com a  
liberação do jogo, engordará muito os cofres públicos.”

Tática 2

Humor

Apresenta­se sob a forma de depreciação, apreço exagerado, escárnio ou pilhéria acerca da 
afirmação feita pela sentença­base.  Exemplo:

Tema:  Política
Público­alvo: Leitores de um jornal de bairro.
Tópico:  Carreira política
Sentença­tese:  Quando ocorre algum descuido no processamento das tramóias rotineiras, 
vaza para a imprensa e ficamos conhecendo um pouco mais da carreira política.
Aspecto escolhido: Modelo negativo de vocação.
Sentença­base:  Esse menino, quando crescer, será um político!

Parágrafo interposto: 

“Esse menino, quando crescer, será um político!  Essa frase soa mais como uma ofensa.  
Principalmente, se os pais da criança estiverem por perto e tiverem bom caráter.  Não deseja isso  
nem ao filho de seu pior inimigo, pois, segundo a lei da atração, o que queremos para os outros  
poderá, um dia, voltar para nós mesmos.”

313
Tática 3

Profecia

Trata­se, evidentemente, de fazer previsões sobre o aspecto levantado pela sentença­base. 
Exemplo:

Tema:  Redação
Público­alvo: Leitores de uma revista semanal de atualidades.
Tópico:  A influência da tecnologia na escrita.
Sentença­tese:  É inegável as transformações por que passa o conceito de redação em 
decorrência do avanço tecnológico.
Aspecto escolhido: Carência de bons escritores.
Sentença­base:  Uma escrita puramente objetiva e fria.

Parágrafo interposto: 

“Uma escrita puramente objetiva e fria.  Dentro de um tempo relativamente curto, nossa escrita  
não passará de frases e expressões rudimentares.  Simplificada para ser usada indistintamente  
por pessoas e máquinas, sem diferença de estilo.  Nossa escrita ficará restrita a informações  
concisas acerca de funcionamento de equipamentos e de adoção de atitudes previamente  
determinadas.”

314
ESCREVER PARÁGRAFOS INTERPOSTOS VARIANDO AS TÁTICAS DE 
ELABORAÇÃO DE  “SENTENÇAS DE DESENVOLVIMENTO”

EXERCÍCIO 42

Com base nos dados fornecidos em cada uma das questões deste exercício, elabore, completamente, 
um dos possíveis parágrafos interpostos.  Para isso, você tem total liberdade para escolher o 
“aspecto” a partir da sentença­tese, como também para escrever a sentença­base.  É só completar as 
linhas em branco ao final de cada questão.  Recomenda­se variar as táticas de escritura, alternando 
as que apresentamos nas últimas páginas, as que encontrar nos textos ilustrados neste livro, e 
também as que você desenvolver.

1. Tema:  Futebol
Público­alvo: Leitores de um jornal esportivo.
Tópico:  Copa do Mundo.
Sentença­tese:  Como sede dos próximos jogos da Copa do Mundo, o Brasil terá grande 
oportunidade de aprimorar a qualidade de serviços de turismo.

Aspecto escolhido: __________________________________________________________
Sentença­base:  _____________________________________________________________
__________________________________________.

Parágrafo interposto: 

“_______________________________________________________________________________
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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
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________________________________________________________________________________

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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
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__________________________________________.”

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2. Tema:  Armamento
Público­alvo: Leitores de uma revista mensal de atualidades
Tópico:  A arma dentro de casa.
Sentença­tese:  Até que ponto nos protegemos, tendo uma arma em casa.

Aspecto escolhido: __________________________________________________________
Sentença­base:  _____________________________________________________________
__________________________________________.

Parágrafo interposto: 

“_______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
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__________________________________________.”

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316
3. Tema:  Futuro
Público­alvo: Mulheres de vinte a quarenta anos.
Tópico:  A predição das cartomantes.
Sentença­tese:  Tentar descobrir o futuro é uma forma de enganar a si mesmo.

Aspecto escolhido: __________________________________________________________
Sentença­base:  _____________________________________________________________
__________________________________________.
Parágrafo interposto: 

“_______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
__________________________________________.”

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4. Tema:  Auto­ajuda
Público­alvo: Acadêmicos da área de administração.
Tópico:  A prostração diante das dificuldades.
Sentença­tese:  As barreiras nos fazem desistir porque não nos permitem ver que o que 
queremos, geralmente, está muito próximo de nós.

Aspecto escolhido: __________________________________________________________
Sentença­base:  _____________________________________________________________
__________________________________________.

Parágrafo interposto: 

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“_______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
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__________________________________________.”

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5. Tema:  Televisão
Público­alvo: Estudantes de psicologia.
Tópico:  O atraso cultural.
Sentença­tese:  Atraídas pelo comodismo, pessoas incultas limitam­se cada vez mais na 
frente da perniciosa “telinha”.
Aspecto escolhido: __________________________________________________________
Sentença­base:  _____________________________________________________________
__________________________________________.

Parágrafo interposto: 

“_______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
__________________________________________.”

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6. Tema:  Fraternidade
Público­alvo: Leitores de um jornal diário.
Tópico:  Ajuda a crianças carentes.
Sentença­tese:  Deve­se dar prioridade às crianças, nas campanhas de ajuda ao próximo.
Aspecto escolhido: __________________________________________________________
Sentença­base:  _____________________________________________________________
__________________________________________.

Parágrafo interposto: 

“_______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
__________________________________________.”

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7. Tema:  Crime
Público­alvo: Estudantes de direito.
Tópico:  Punição eficaz.
Sentença­tese:  A punição eficaz do criminoso deve visar também à sua recuperação social.

319
Aspecto escolhido: __________________________________________________________
Sentença­base:  _____________________________________________________________
__________________________________________.

Parágrafo interposto: 

“_______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
__________________________________________.”

________________________

8. Tema:  Diversão
Público­alvo: Leitores de um jornal religioso.
Tópico:  Onde os filhos se divertem
Sentença­tese:  O conhecimento prévio do local onde os filhos se divertem poderá poupar 
muita dor de cabeça aos pais.
Aspecto escolhido: __________________________________________________________
Sentença­base:  _____________________________________________________________
__________________________________________.
Parágrafo interposto: 

“_______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
__________________________________________.”

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9. Tema:  Brinquedos
Público­alvo: Leitores de uma revista de cortesia para viagem.
Tópico:  Escolha de brinquedos
Sentença­tese:  Muitos joguinhos de computador incitam à violência.
Aspecto escolhido: __________________________________________________________
Sentença­base:  _____________________________________________________________
__________________________________________.

Parágrafo interposto: 

“_______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
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________________________________________________________________________________
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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
__________________________________________.”

____________________________

321
10. Tema:  Escolaridade
Público­alvo: Leitores de um jornal estudantil.
Tópico:  Dedicação aos estudos.
Sentença­tese:  Certamente, o mercado de trabalho sempre oferecerá mais chances aos que 
possuem maior grau de escolaridade.

Aspecto escolhido: __________________________________________________________
Sentença­base:  _____________________________________________________________
__________________________________________.

Parágrafo interposto: 

“_______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
__________________________________________.”

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322
SENTENÇAS DE DESENVOLVIMENTO COESAS, CLARAS E 
COERENTES

Volta­se a destacar os três principais atributos de um bom texto – coesão, clareza e coerência.

A coesão, evidentemente, é considerada sob o ponto de vista ideológico, isto é, trata­se de “coesão 
de ideias”, uma vez que os signos da escrita, ou palavras, nada mais são que representações do 
pensamento humano, mesmo tratando­se de um relato, de uma descrição.  Uma redação é a 
transposição de ideias para o papel, por meio de signos; e a leitura é a conversão em ideias dos 
signos impressos no papel.  Ora, para que haja eficácia nessas representações é imprescindível que 
as ideias de um parágrafo interposto estejam em perfeita coesão entre si, e com a sentença­base. 
Veja, em continuação, um parágrafo interposto sem coesão, ou seja, com ideias esparsas:

“A necessidade é a maior fonte de estímulo.  Querer alguma coisa, com muita vontade, não 
significa que se vai conseguir.  Agora, se agir, as coisas modificam­se.  Dizem que tudo nasce de  
um desejo.  Será mesmo?  Até mesmo as coisas ruins tem a mesma origem?  A ação somente se  
dá pela via da vontade, própria ou alheia.  A criatividade é uma questão de talento.  Já a ação  
depende da necessidade.”

A seguir, um parágrafo interposto escrito com coesão, abordando o mesmo aspecto do parágrafo 
acima.  Compare­os e comprove o que se entende por “coesão”!

“A necessidade é a maior fonte de estímulo.  Desejar algo ardentemente pode até não ter a força  
de transportar alguém do confortável campo dos desejos para o imprevisível e desgastante campo  
das ações humanas.  Por outro lado, necessitar algo para, com isso, evitar­se grande perda ou  
para se obter considerável vantagem; aí, a coisa muda e a necessidade pode ser o estímulo para  
agir com todas as potencialidades.  A necessidade não é a mãe da criatividade, mas,  
necessariamente, é a mãe da ação.”

Falar em clareza de um texto é o mesmo que falar em seu entendimento fácil.  A clareza é amiga da 
simplicidade, da verdade, da linguagem enxuta (sem excessos), do entendimento e utilização do 

323
idioma sem afetação.  Veja, a seguir, dois exemplos de sentenças, pretendendo­se expressar a 
mesma ideia.

Exemplo de sentença “obscura”, por desconhecimento do idioma:

“Amanhã, vou assumir um cargo público, posto que fui aprovado em um concurso.”

Exemplo de sentença clara:

“Amanhã, vou assumir um cargo público porque fui aprovado em um concurso.”

“Posto que” significa “embora”, e não “porque”!  A falta de conhecimento do idioma faz as 
pessoas, na intenção de “falar difícil”, cometer deslizes desse tipo, comprometendo a clareza do que 
dizem ou escrevem.

A coerência evoca a temperança, a razoabilidade.  Uma autêntica antítese da coerência seria a 
contradição.  Veja, abaixo, dois exemplos de parágrafos interpostos.  O primeiro, com um texto 
incoerente.  O seguinte, escrito com coerência.

“Não existe, verdadeiramente, um time de futebol superior aos demais.  Tudo é uma questão de  
estar ou não em boa fase.  Hoje se ganha, amanhã se perde.  Como palmeirense, vejo a questão  
por esse prisma.  Talvez, porque o Palmeiras seja um time que se distingue dos demais pela sua  
performance sempre elevada e incomparável.”

“Não existe, verdadeiramente, um time de futebol superior aos demais.  Tudo é uma questão de  
estar ou não em boa fase.  Hoje se ganha, amanhã se perde.  Como palmeirense, vejo a questão  
por esse prisma.  Meu time já teve seus momentos de glória e suas desventuras, como qualquer  
outro.”

324
RECONHECER PARÁGRAFOS INTERPOSTOS COM SENTENÇAS DE 
DESENVOLVIMENTO COM PROBLEMA DE COESÃO, CLAREZA E 
COERÊNCIA

EXERCÍCIO 43

Neste exercício, fornecem­se, ao final de cada questão, dois parágrafos interpostos para sua 
avaliação.  Um desses parágrafos apresenta problema de coesão, clareza ou incoerência.  Reconheça 
e indique os que apresentam algum desses vícios de escrita.

1. Tema:  Segurança
Público­alvo: Leitores de um jornal diário.
Tópico:  Defesa pessoal.
Sentença­tese:  Algumas pessoas mantêm armas de fogo em casa, outras aprendem luta 
marcial, tudo isso na esperança de se defenderem dos ataques de marginais.
Aspecto escolhido: A surpresa do assalto.
Sentença­base: A prevenção é desarmada pelo elemento surpresa.

Parágrafos interpostos: 

A. “A prevenção é desarmada pelo elemento surpresa.  Os bandidos agem quando menos se 
espera que isso aconteça.  Mesmo que os assaltos ocorram em momentos incertos para a vítima; na 
maioria das vezes, temos certeza de quando seremos assaltados.  Por isso, o melhor mesmo é não 
fazer nada e tentar, de todas as formas, proteger a vida e o patrimônio.  Apesar da surpresa e do 
dissabor ao ser assaltado, não se tem como evitar as investidas dos bandidos.”

B. “A prevenção é desarmada pelo elemento surpresa.  As pessoas dispõem de recursos 
variados para se defenderem dos ataques de bandidos, todavia não contam com o recurso mais 
precioso – a informação.  Se tivéssemos o conhecimento da hora em que seríamos atacados, 
teríamos mais chances de nos defendermos e, ainda por cima, com muito mais eficácia.  Mas, 
realmente, a surpresa é a grande aliada dos assaltantes.”

________________________

325
2. Tema:  Ajuda ao próximo
Público­alvo: Leitores de uma revista de atualidades.
Tópico:  Os limites entre bondade e tolice.
Sentença­tese:  É difícil estabelecer os critérios para prestar ajuda efetiva ao próximo.
Aspecto escolhido: O lado pernicioso da caridade.
Sentença­base: O pior doente é aquele que não quer curar­se.
Parágrafos interpostos: 

A. “O pior doente é aquele que não quer curar­se.  Quando é possível sair­se de uma 
dificuldade, geralmente, o mais valioso auxílio é do próprio indivíduo que com ela se encontra 
envolvido.  Num ponto contrário, há pessoas que se recusam, definitivamente, a aceitar qualquer 
ajuda que lhes demande esforço, dedicação e trabalho.  Nessa situação, somente um sistema de 
“bolsa disso ou daquilo” ou de “amparo social desse ou daquele” é que poderá servir de conforto 
aparente para remediar o problema.”

B. “O pior doente é aquele que não quer curar­se.  A ajuda mal dada pode desabilitar o 
necessitado para lutar por si mesmo.  Mesmo, assim, deve­se ajudar o necessitado.  Se o auxílio 
prestado vai ou não resolver ou remediar o problema, isso não tem a mínima importância.  O que 
interessa, realmente, é o “prazer” que o ato de ajudar proporciona àquele que o pratica.”

________________________

3. Tema:  Internet
Público­alvo: Leitores de um jornal de bairro.
Tópico:  Compras pela rede.
Sentença­tese:  Ainda acanhadas, as compras pela rede tendem a aumentar à proporção que 
novas gerações assumam posições de decisão.
Aspecto escolhido: Publicidade na internet.
Sentença­base: A publicidade na internet dá retorno mais positivo que a exibida pelos meios 
convencionais.

Parágrafos interpostos: 

A. “A publicidade na internet dá retorno mais positivo que a exibida pelos meios 
convencionais.  Os métodos convencionais de propaganda estão, pouco a pouco, perdendo terreno 
para o utilizado em sites da internet.  A nova forma de divulgação de produtos é segmentada, 

326
exigindo objetividade e linguagem consequente dos produtores de propaganda.”

B. “A publicidade na internet dá retorno mais positivo que a exibida pelos meios 
convencionais.  Internet e publicidade!  Contudo, é necessário que ela seja readaptada.  Percebe­se 
que ela atinge um numero considerável de pessoas, por isso seu alvo deve ser mais específico.  A 
análise quantitativa de seus resultados não é tão importante quanto são os dados relativos à sua 
qualidade.”

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4. Tema:  Comportamento humano
Público­alvo: Leitores de um jornal religioso.
Tópico:  A irresistível atração pela desgraça alheia.
Sentença­tese:  Atualmente, mais de noventa e cinco por cento do conteúdo das notícias de 
telejornais são compostos de temas relacionados à desgraça alheia.
Aspecto escolhido: Natureza humana.
Sentença­base: As pessoas se sentem mais atraídas pelo que é sórdido, torpe e imundo.

Parágrafos interpostos: 

A. “As pessoas se sentem mais atraídas pelo que é sórdido, torpe e imundo.  Os noticiários de 
TV exigem uma equipe numerosa formada por técnicos e jornalistas competentes.  O trabalho 
desses profissionais é dirigido por hábeis comandantes da polêmica área de comunicação.  Todo 
esse conjunto de indivíduos trabalha sem desânimo para o nosso deleite e satisfação.”

B. “As pessoas se sentem mais atraídas pelo que é sórdido, torpe e imundo.  Esse fato parece 
ser uma lei que rege a atenção dos indivíduos.  A verdade disso esta aí, bem diante de nossos olhos, 
na fabulosa audiência dos telejornais.  Segundo a Bíblia, a natureza humana é má e perversa.  É 
desse comportamento que se valem os canais de TV para atingir marcas elevadas na preferência dos 
telespectadores.”

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5. Tema:  Crendice
Público­alvo:  Acadêmicos do curso de psicologia.

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Tópico:  A crendice nas profissões.
Sentença­tese:  É impossível isentar algumas decisões profissionais da influência da 
crendice, pelo menos até que a ciência prove em contrário.
Aspecto escolhido:  Crendice na medicina.
Sentença­base:  O café, até pouco tempo, era o vilão para os cardiopatas.
Parágrafos interpostos: 

A. “O café, até pouco tempo, era o vilão para os cardiopatas.  Café e coração tinham lá suas 
incompatibilidades.  Essa informação norteou, durante muito tempo, os médicos ao prescreverem 
suas dietas aos pacientes cardiopatas.  Nessa época, privar­se do gostoso cafezinho significava mais 
saúde.  Lembro­me de alguns enfartados, outros safenados, que transformaram o café em um 
inimigo letal.”

B. “O café, até pouco tempo, era o vilão para os cardiopatas.  Atualmente, está comprovado 
que a rubiácea é benéfica à saúde.  O que fazia os médicos acreditarem no perigo do tradicional e 
bom cafezinho não era outra coisa senão a pura crendice.  Acho que outra crença infundada que está 
prestes a cair por terra é com relação ao consumo de leite de outra espécie depois do desmame. 
Esquece­se das dimensões dos danos causados ao organismo pelos laticínios, acreditando­se que 
ajudam a evitar a osteoporose.  A lista de crendices médicas é extensa, e está constantemente sendo 
reduzida pela luz da ciência.”

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6. Tema:  Feriado
Público­alvo: Associados de um sindicato de empregadores.
Tópico:  Utilização proveitosa do feriado.
Sentença­tese:  É oportuno pensar em alguma forma de utilização do feriado, de maneira que 
seja bom para empregado e empregador.
Aspecto escolhido: Feriados de terça a quinta­feira.
Sentença­base: Os feriados de meio de semana, isto é, de terça a quinta­feira, deveriam ser 
transferidos  para segunda ou sexta­feira, quando possível.

Parágrafos interpostos: 

A. “Os feriados de meio de semana, isto é, de terça a quinta­feira, deveriam ser transferidos 
para segunda ou sexta­feira, quando possível.  Seria apenas a extensão do final de semana.  Sempre 

328
que se interrompe um serviço, tem­se um custo agregado para retomá­lo.  Com os feriados 
transferidos para sexta ou segunda­feira, esse custo seria o rotineiro do repouso semanal, evitando­
se o custo casual de meio de semana.”

B. “Os feriados de meio de semana, isto é, de terça a quinta­feira, deveriam ser transferidos 
para segunda ou sexta­feira, quando possível.  Juntando­se os feriados aos finais de semana, todos 
lucrariam mais.  Haja vista a falta de legislação a respeito até a data em que esta opinião foi escrita, 
acredito que o leitor também concorde com a situação.  Eu, como algumas pessoas que pensaram, 
tenho pouca coisa a acrescentar.  Assim, é muito difícil para mim fazer qualquer previsão a 
respeito.”

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7. Tema:  Dinheiro
Público­alvo: Acadêmicos de administração.
Tópico:  O perigo do enriquecimento brusco.
Sentença­tese:  O capital obtido fracionadamente é melhor utilizado do que aquele 
conseguido de uma hora para outra.
Aspecto escolhido: O valor que cada um atribui ao dinheiro.
Sentença­base: Quem se vê, repentinamente, no meio de um terreno não o conhece tão bem 
quanto se tivesse chegado ali aos poucos, progredindo desde os seus termos.

Parágrafos interpostos: 

A. “Quem se vê, repentinamente, no meio de um terreno não o conhece tão bem quanto se 
tivesse chegado ali aos poucos, progredindo desde os seus termos.  O valor do dinheiro é algo 
inquestionável, até porque ninguém discute esse problema.  Todavia, é fato notório que o tema 
suscita muitas dúvidas e, por isso, tornou­se muito polêmico.”

B. “Quem se vê, repentinamente, no meio de um terreno não o conhece tão bem quanto se 
tivesse chegado ali aos poucos, progredindo desde os seus termos.  Nessa analogia, o conhecimento 
do terreno equivale a ter consciência do sacrifício para se conseguir a riqueza representada pelo 
dinheiro.  Isso é dar valor ao dinheiro, não esbanjá­lo e empregá­lo com inteligência.”

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329
8. Tema:  Estados mentais
Público­alvo: Estudantes de psicologia.
Tópico:  Controle emocional.
Sentença­tese:  Muitos procuram ardentemente o timão do barco da vida, porém, até agora, 
ninguém conseguiu o controle absoluto de suas atitudes.
Aspecto escolhido: Alegria
Sentença­base: A alegria é como a saúde, pois só conhecemos o seu verdadeiro valor quando 
a perdemos.

Parágrafos interpostos: 

A. “A alegria é como a saúde, pois só conhecemos o seu verdadeiro valor quando a perdemos. 
Por isso, os momentos alegres devem ser comedidos, a fim de que possamos controlá­los e desfrutá­
los com economia.  É com alegria que vivemos melhor, produzimos mais e amamos intensamente.”

B. “A alegria é como a saúde, pois só conhecemos o seu verdadeiro valor quando a perdemos. 
Quem vive alegre tem muito mais saúde, não gasta dinheiro com médicos e medicamentos.  Essa 
economia pode ser canalizada para uma conta de poupança.  Um futuro com dinheiro no bolso pode 
não ser aquelas coisas em alegria, mas que é mais tranquilo, isto é, sim.”

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9. Tema:  Juventude
Público­alvo: Alunos do ensino médio.
Tópico:  A aceitação social.
Sentença­tese:  O conflituoso relacionamento entre jovens e indivíduos da idade adulta 
poderia ser melhorado se estes fossem mais tolerantes com aqueles.
Aspecto escolhido: Egoísmo.   
Sentença­base: Os jovens são intransigentes porque acham que o mundo deve adaptar­se aos 
seus sonhos.

Parágrafos interpostos: 

A. “Os jovens são intransigentes porque acham que o mundo deve adaptar­se aos seus sonhos. 
Essa intransigência se explica pelo alto grau de curiosidade e inconformismo de que são 

330
acometidos.  Isso não chega, contudo, a colocá­los em posições fixas, imutáveis.  Pelo contrário, a 
flexibilidade e a tolerância são as marcas mais genuínas de um indivíduo jovem.  A sua capacidade 
de ajustar­se e harmonizar­se ao meio em que vivem ultrapassam qualquer expectativa.”

B. “Os jovens são intransigentes porque acham que o mundo deve adaptar­se aos seus sonhos. 
Não há nada de errado com essa atitude, isto é, se considerarmos que o egoísmo é a manifestação 
que mais caracteriza a espécie humana.  Todavia, esses arroubos de individualismo exacerbado vão 
perdendo a impetuosidade com o avanço da idade.  Com o final da juventude e o início da idade 
adulta já se adquiriu experiência para compreender essa difícil fase de nossa existência.”

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10. Tema:  Relacionamento
Público­alvo: Leitores de uma revista de atualidades.
Tópico:  Diferenças de focos de observação.
Sentença­tese:  Nossas diferenças nos repelem.
Aspecto escolhido: Problemas no casamento.
Sentença­base: Poucas coisas são tão desagradáveis quanto, ao retornar a casa, depois de um 
dia de trabalho, ouvir do cônjuge uma série de lamúrias e reclamações.

Parágrafos interpostos: 

A. “Poucas coisas são tão desagradáveis quanto, ao retornar a casa, depois de um dia de 
trabalho, ouvir do cônjuge uma série de lamúrias e reclamações.  Parece até que se enfrenta uma 
conspiração.  Não fosse suficiente o bombardeio com os problemas da profissão, as conversas 
chatas ocasionais, as notícias de jornais e TV, o trânsito; temos ainda que enfrentar a saraiva de 
queixas ao se chegar a casa no final de um dia de trabalho.  É isso que acontece quando, num 
relacionamento conjugal, um dos dois decide enxergar apenas os próprios problemas.  Daí em 
diante, o casal passa a existir apenas na aparência, uma vez que se debilitou a força que os atraia 
mutuamente.  Nessa situação, tem­se apenas um cônjuge­encrenca e outro cônjuge­vítima.  O 
relacionamento está irremediavelmente abalado. ”

B. “Poucas coisas são tão desagradáveis quanto, ao retornar a casa, depois de um dia de 
trabalho, ouvir do cônjuge uma série de lamúrias e reclamações.  Isso me faz lembrar da romântica 
e sábia frase: o que nos atrai um para o outro são as nossas diferenças!  Quando ouço essa pérola, 
imagino uma união perfeita, em que um deles fume como louco e o outro deteste fumaça de cigarro; 

331
em que um deles fale aos berros e gesticuladamente e o outro odeie voz alta e movimentos 
excessivos; em que um deles seja fascinado por praia e o outro compre uma fazendinha no interior 
para passar os finais de semana.  Como as diferenças unem as pessoas!  Que lindo!  Que 
harmonioso!  Assim, deve ser para quem chega a casa e começa ouvir a ladainha de broncas de seu 
cônjuge.”

0o0­0o0­0o0

332
Espera­se que suas respostas tenham coincidido com as que se apresentam no gabarito abaixo.

1. A  (Incoerência:  ...Por isso, o melhor mesmo é não fazer nada e tentar, de todas as formas, 
proteger a vida e o patrimônio.  …)

2. B  (Falta de clareza por desvio da ideia central … Se o auxílio prestado vai ou não resolver ou  
remediar o problema, isso não tem a mínima importância.  O que interessa, realmente, é o 
“prazer” que o ato de ajudar proporciona àquele que o pratica. …)

3. B  (Internet e publicidade!  A partir desse ponto até o final do parágrafo, não se sabe mais do que 
se está falando, se de internet ou de publicidade.  Isso caracteriza falta de coesão.)

4. A  (Falta de coesão.  O assunto central das sentenças de desenvolvimento é distinto do 
apresentado pela sentença­base.)

5. A  (Falta de clareza, objetividade.  Pela ideia expressa na sentença­base, aguarda­se que as 
sentenças de desenvolvimento tragam um argumento oposto, isto é, alguma modificação do 
conceito do café antes e depois da linha do tempo demarcada naquela sentença “até pouco tempo”.

6.  B  (Texto obscuro com muitas frases com ideias incompletas.) .

7.  A  (incoerência, contradição).

8.  B  (Sem coesão, isto é, saiu do assunto central da sentença­base.)

9.  A  (Incoerência.  A partir da segunda sentença de desenvolvimento, diz­se o contrário do 
que se afirma na sentença base.)

10.  B  (Totalmente incoerente, apesar da criativa ironia!)

333
ESCREVER PARÁGRAFOS INTERPOSTOS COM SENTENÇAS DE 
DESENVOLVIMENTO COESAS, CLARAS E COERENTES

EXERCÍCIO 44

Agora que você já conhece os mecanismos de coesão, clareza e coerência, chegou a hora de 
exercitar­se nesses atributos da boa redação.  Nas questões que se seguem, fornecemos os dados 
necessários para a elaboração de um parágrafo interposto.  Redija esse parágrafo ao final de cada 
questão, preenchendo as linhas em branco.  Seu trabalho consistirá em escrever todo o parágrafo, 
isto é, a sentença­base e suas sentenças de desenvolvimento.

1. Tema:  Guloseimas
Público­alvo:  Leitores de uma revista infantil.
Tópico:  Comer guloseimas
Sentença­tese:  Para crescer com saúde, é preciso saber a hora certa para comer guloseimas.
Aspecto escolhido: Cuidados com os dentes.
Sentença­base:  _____________________________________________________________
_________________________________________________.

Parágrafo interposto: 

“  ______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
_____________________________________________.”

________________________

334
2. Tema:  Solidariedade.
Público­alvo:  Leitores de um jornal diário.
Tópico:  A ajuda na hora certa.
Sentença­tese:  Algumas vezes, a vida humana está na dependência de uma boa e voluntária 
ação.
Aspecto escolhido: Doação de órgãos.
Sentença­base:  _____________________________________________________________
_________________________________________________.
Parágrafo interposto: 

“  ______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
_____________________________________________.”

________________________

3. Tema:  Atitude
Público­alvo:  Jovens entre quinze e vinte e cinco anos.
Tópico:  Não se deve “dar mole” para a vida!
Sentença­tese:  O nosso bem estar no futuro é questão de dureza e não de moleza que damos 
para nós mesmos.
Aspecto escolhido: Plano de ação.
Sentença­base:  _____________________________________________________________
_________________________________________________.

Parágrafo interposto: 

“  ______________________________________________________________________________

335
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
_____________________________________________.”

________________________

4. Tema:  Ergonomia
Público­alvo:  Leitores de uma revista de móveis.
Tópico:  Os móveis ideais.
Sentença­tese:  A beleza das formas arrojadas de móveis podem ocultar imperfeições 
nocivas à saúde.
Aspecto escolhido: Lesões físicas provocadas pelo uso de móveis inadequados.
Sentença­base:  _____________________________________________________________
_________________________________________________.

Parágrafo interposto: 

“  ______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
_____________________________________________.”

336
5. Tema:  Esmola
Público­alvo:  Estudantes universitários.
Tópico:  A esmola na rua.
Sentença­tese:  Já se registraram muitos casos de esmoleiros por opção profissional, e não 
por necessidade premente e justificada.
Aspecto escolhido: Pontos privilegiados para pedir esmolas.
Sentença­base:  _____________________________________________________________
_________________________________________________.

Parágrafo interposto: 

“  ______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
_____________________________________________.”

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6. Tema:  Informação
Público­alvo:  Estudantes de jornalismo.
Tópico:  Manipulação da informação.
Sentença­tese:  A liberação de informações, por intermédio da imprensa, não poderá ser 
irrestrita, pois isso poderia comprometer a intimidade do indivíduo ou o interesse social.
Aspecto escolhido: O risco da busca inescrupulosa por notícias sensacionais.
Sentença­base:  _____________________________________________________________
_________________________________________________.

Parágrafo interposto: 

337
“  ______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
_____________________________________________.”

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7. Tema:  Mentira
Público­alvo:  Leitores de um jornal diário.
Tópico:  Pontos de vista diferentes.
Sentença­tese:  Cada um acha que sua mentira é a verdade.
Aspecto escolhido: A crença de estarmos sempre com razão.
Sentença­base:  _____________________________________________________________
_________________________________________________.

Parágrafo interposto: 

“  ______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
_____________________________________________.”

338
8. Tema:  Livros
Público­alvo:  Alunos do ensino médio.
Tópico:  Acesso aos livros.
Sentença­tese:  O livro eletrônico, para baixar gratuitamente pela internet, vem ajudando a 
formação de novos leitores.
Aspecto escolhido: O valor da leitura.
Sentença­base:  _____________________________________________________________
_________________________________________________.

Parágrafo interposto: 

“  ______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
_____________________________________________.”

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9. Tema:  Nome 
Público­alvo:  Leitores de um jornal de bairro.
Tópico:  Nome de mulher
Sentença­tese:  Alterar o nome da mulher, por ocasião de seu casamento, é um hábito 
ridículo e descabido.
Aspecto escolhido: Nome, herança de família.
Sentença­base:  _____________________________________________________________
_________________________________________________.

Parágrafo interposto: 

339
“  ______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
_____________________________________________.”

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10. Tema:  Recreação
Público­alvo:  Leitores de uma revista mensal de atualidades.
Tópico:  As múltiplas formas de recreação.
Sentença­tese:  Embora de natureza lúdica ou de descontração, a recreação é algo sério, pois 
é uma das necessidades básicas das pessoas.
Aspecto escolhido: A beleza de um espetáculo musical.
Sentença­base:  _____________________________________________________________
_________________________________________________.

Parágrafo interposto: 

“  ______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
_____________________________________________.”

340
A avaliação do exercício que acabou de fazer depende  de você confrontar suas respostas com os 
conceitos que aprendeu sobre coesão, clareza e coerência, verificando se foram aplicados 
convenientemente.

341
TÁTICAS COMPLEMENTARES DE ELABORAÇÃO DE  “SENTENÇAS DE 
DESENVOLVIMENTO” DE PARÁGRAFOS INTERPOSTOS

Algumas pessoas se queixam de cansaço mental ao fazer redações.  Vamos desfazer esse mito e 
transformar o sacrifício em prazer.  Usar­se­ão para isso algumas táticas básicas, as quais facilitarão 
demasiadamente a tarefa de escrever dissertações. 

Há um postulado que diz:  “Diante de um grande problema, que nos pareça impossível solucioná­
lo; devemos dividi­lo em problemas menores e de fácil solução.”  Utilizaremos essa proposição em 
nosso favor, por intermédio da tática de redação denominada “listagem”, que consiste na 
decomposição temática, valorativa ou cronológica do assunto central da sentença­base.

Listagem temática  ─  Segundo esta tática  escreve­se, aleatoriamente, uma lista de palavras 
correlatas ao assunto central da sentença­base.  Por exemplo, ao escrever sobre alfabetismo no 
Brasil, levantou­se o aspecto “medição do nível de alfabetismo”, expresso pela sentença­base a 
seguir:

“Medir o nível de alfabetismo não é somente apontar quem pode ou não ler. _________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
____________________________________________________.”

Elaborou­se a seguinte lista de palavras e expressões relativas ao assunto central da referida 
sentença­base, que poderiam ser utilizadas na elaboração das sentenças de desenvolvimento do 
parágrafo respectivo:

• ferramenta de planejamento
• mensurar
• escrita
• matemática
• projetos de alfabetização
• habilidades
• níveis de leitura
• práticas de leitura

342
Veja, abaixo, como ficou escrito o parágrafo interposto em questão, utilizando­se as palavras e 
expressões, ou ainda, os temas por elas evocados:
“Medir o nível de alfabetismo não é somente apontar quem pode ou não ler.  Habilidades de  
alfabetização relacionadas às práticas sociais que utilizam a leitura, a escrita e a matemática são  
necessárias em diferentes níveis, desde escrever o nome em um formulário até compreender  
instruções em uma embalagem de remédio ou fazer cálculos.  A mensuração destas habilidades  
constitui­se importante ferramenta de planejamento e monitoramento de projetos de  
alfabetização.”  
(Fonte: Moreira Neto, José Gonçalves.  Construção de modelos de regressão hierárquicos: uma experiência de avaliação na 
educação de jovens e adultos / José Gonçalves Moreira Neto ; Eduardo de São Paulo ; Luiz Alexandre Rodrigues da Paixão. – 
Brasília : Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira.)

Deve­se entender que a tática  da “listagem temática” não é composta de uma relação exaustiva, isto 
é, que esgota os assuntos que gravitarão em torno do assunto proposto pela sentença­base.  Trata­se 
apenas de uma lista de apelo, de evocação dos possíveis assuntos que poderão ser expostos pelas 
sentenças de desenvolvimento.  Tampouco, não implica a utilização de todas as palavras listadas, 
algumas das quais poderão ser suprimidas por questão de conveniência.

Listagem valorativa  ─  Aqui, a relação das palavras, ou melhor, assuntos, submete­se a uma 
ordem relativamente ascendente de valores ideológicos.  Isso se faz, mencionando­se, na cabeça da 
lista, os assuntos menos importantes, deixando­se para o final os de maior peso ou interesse.  Veja o 
exemplo de parágrafo interposto, a seguir, cuja sentença­base trata de “solução do problema: 
crianças que vivem nas ruas”.  Fez­se uma listagem das virtuais soluções, em ordem progressiva de 
grau de importância:

• evitar discriminação
• evitar maus tratos pela polícia
• morar com uma família
• crescimento saudável
• oportunidade de estudo
• futuro condizente com a dignidade humana

Com as ideias sugeridas pelas palavras e expressões da listagem acima, elaborou­se o seguinte 
parágrafo interposto:

343
“A solução do problema das crianças que vivem nas ruas.  Não discriminá­las e evitar que, por  
essa condição social, sejam alvo da truculência policial já é um bom começo.  Seguir­se­iam  
outras ações como, por exemplo, acolhimento em ambiente de harmonia familiar, em que  
pudessem crescer saudáveis e estudar.  Visto o problema através deste prisma, a maioria das  
crianças abandonadas, que vivem nas ruas, teriam um futuro digno e honroso.”

Listagem cronológica  ─  A ordem que se estabelece, aqui, segue a linha do tempo ou, então, 
da sequência ordinatória de ações pré­estabelecidas.  Ilustrou­se como exemplo uma opinião acerca 
da eficaz liberação de verba para um determinado setor da produção agrícola.  Veja a relação de 
ações expostas a seguir, e compare­as com o subsequente parágrafo interposto.

• avaliação da capacidade produtiva
• escoamento da produção
• liberação de verba

“Para uma liberação de verbas que dê bons frutos.  Com base nos conhecimentos sobre  
agricultura que adquiri ao longo de 35 anos de trabalho na lavoura, percebo que o governo  
deveria rever seu plano de ação para o mercado de grãos.  Deveria, antes de qualquer coisa,  
fazer uma avaliação particularizada da capacidade produtiva de cada micro­região.  Com base  
nessa avaliação, verificar­se­iam as reais condições para o escoamento da produção de cada uma  
dessas áreas, suprindo as carências e corrigindo as distorções.  Finalmente, far­se­ia a liberação  
da verba de custeio da nova safra.”

Além dessas táticas sugeridas, você poderá idealizar outras, de acordo com a necessidade ou com 
seu estilo de redação.  Pode também “misturá­las” em um só parágrafo.  De qualquer modo, o 
importante é que o leitor saiba que existe um caminho coerente para se chegar às sentenças de 
desenvolvimento de qualquer parágrafo.  O ato de escrever não é consequência do acaso, mas sim 
de ações planejadas.

Veja, em continuação, algumas dissertações (opiniões) extraídas de alguns jornais e revistas. 
Dedique especial atenção aos parágrafos interpostos e às técnicas utilizadas para elaborá­los.

344
PERSISTE A INSUFICIÊNCIA

(Zero Hora,  Editorial)

Quase metade dos 2,6 milhões de alunos que prestaram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 
em 2009 teve notas inferiores aos 500 pontos definidos como média pelo Instituto Nacional de 
Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), responsável pela prova, em todas as quatro áreas 
avaliadas. Em matemática, a prova considerada mais difícil, 57,7% dos candidatos ficaram abaixo 
da média. A escala apresentada pelo Inep atribuiu ao resultado obtido pelos estudantes concluintes 
do Ensino Médio (excluídos, portanto, os que faziam o teste como treinamento ou os egressos), que 
ficaram no meio, a nota 500. A ponderação utilizada pelo Inep era desconhecida dos alunos, tendo 
uma média ajustada em 500 pontos. A distância em relação a essa nota média identificará, para mais 
ou para menos, a performance de cada aluno em cada uma das cinco áreas avaliadas. Acima de 800 
pontos, informou o presidente do Inep, José Soares Neto, apenas uma minoria.

O Enem cujos resultados foram agora divulgados é a primeira experiência em que esse exame 
adquiriu um papel de selecionador de numerosas universidades em todo o país. Por isso, o aluno 
receberá não uma nota única, mas notas individualizadas para cada uma das cinco áreas avaliadas, 
permitindo que as universidades possam manter valorizações diferentes para distintos cursos, se 
assim pretenderem. A partir desses parâmetros, sabe­se agora que uma maioria de 57,7% dos 
examinandos ficou abaixo da média estabelecida para matemática. Nas demais provas, ficaram 
abaixo da média entre 47% e 50% dos alunos.

O exame, criado inicialmente para avaliar a qualidade do Ensino Médio, passou a ter importância 
multiplicada em razão de sua aceitação como critério seletivo para o Ensino Superior, substituindo 
parcial ou totalmente os vestibulares. Essa nova função do Enem não lhe tirou, no entanto, a 
condição de principal instrumento de avaliação desse nível do ensino brasileiro, identificando seus 
gargalos e suas insuficiências. Os resultados obtidos, especialmente em relação à prova de 
matemática, confirmando o que se sabia por avaliações anteriores ou por comparações com a 
performance de outros países, demonstrou que tais insuficiências persistem.

A outra lição que o processo do Exame Nacional do Ensino Médio deixa para seus organizadores e 
para a sociedade é em relação às confusões provocadas pelo vazamento da prova, pelo adiamento da 
data inicial, pela substituição da entidade organizadora e pela insegurança que tudo isso lançou 
sobre o exame. O alto percentual de estudantes que, inscritos para o exame, deixaram de prestá­lo é 
a comprovação de que tais fatos geraram efeitos negativos.

345
Como fato positivo, é importante que o processo brasileiro de ensino esteja sendo discutido e 
submetido a avaliações. Não há melhor maneira de levantar os problemas e de enfrentá­los com 
racionalidade e competência.

_________________

Correr é o fim

(Zero Hora,  Editorial)

De cada cem infrações de trânsito flagradas pelo sistema de fiscalização no Estado durante o ano de 
2009, nada menos que 44 referem­se a excesso de velocidade. Em números absolutos, do 1,9 
milhão de autuações realizadas, 853 mil (2,3 mil por dia) foram relativas a essa infração. Os 
números identificam uma das mais mortíferas causas da violência do trânsito gaúcho e brasileiro. 
Mas há outros dois dados que tornam mais dramática essa constatação: o número de infrações por 
excesso de velocidade superou em 14% as do ano anterior e resultou maior do que o crescimento da 
frota de automóveis nesse mesmo período, que foi de 6,7%.

O excesso de velocidade, muitas vezes associado ao abuso de bebidas alcoólicas, além de ser a 
infração mais frequente, é também a que provoca o maior número de acidentes. A confirmação de 
que essa imprudência é tão gravemente importante no conjunto da circulação de veículos no Rio 
Grande do Sul dá razão à constatação de que são causas humanas, especialmente ligadas à 
responsabilidade pessoal dos motoristas, as que predominam na violência do trânsito. Sendo tais 
causas tão relevantes, nada mais necessário para evitá­las do que ampliar e qualificar o processo de 
conscientização dos motoristas. Obedecer aos limites de velocidade é a mais decisiva maneira de 
evitarem acidentes.

São, por isso, plenamente justificadas todas as campanhas de educação dos usuários do sistema 
viário nas cidades e fora delas, com especial atenção aos motoristas. Mas apenas a educação não é 
suficiente. A circulação de veículos precisa também ser fiscalizada com rigor, punindo­se os 
motoristas infratores. Um dos números do levantamento de 2009 mostra algo que é surpreendente e 
até assustador, tornando obrigatória uma reflexão: há no Estado 3,8 milhões de condutores 

346
habilitados, dos quais 53%, mais de metade, foram autuados por alguma infração no ano passado.

_________________

Quem mudou?

(Gazeta do Povo,  Editorial)

O presidente Lula deveria ter recebido ontem, pessoalmente, o título de “Estadista Global” que lhe 
foi concedido pelo Fórum Econômico Mundial que se reúne em Davos, nos Alpes suíços. 
Restabelecendo­se no interior de São Paulo da crise de hipertensão que o acometeu na última terça­
feira, não pôde comparecer. Em seu lugar para receber a honraria, o ministro das Relações 
Exteriores, Celso Amorim, encarregou­se também de ler o discurso que o presidente faria na 
ocasião.

Davos, como se sabe, é um gênero de Meca para a qual acorre todos os anos a nata do mundo 
capitalista, desde governantes das economias livres do Ocidente até os maiores banqueiros. Logo, a 
solenidade teria se revestido de simbolismo ainda maior se o troféu tivesse sido recebido pelas mãos 
do metalúrgico e sindicalista da esquerda radical que construiu sua carreira política sob a bandeira 
do partido que fundou, cujo discurso defende que o socialismo – a antítese do capitalismo – seria o 
melhor caminho para promover a felicidade geral.

Mudaram os capitalistas ou mudou Lula? O cenário torna a pergunta pertinente – mas as respostas 
podem estar presentes no próprio discurso lido por Amorim. Nele, o presidente não deixa, 
coerentemente com seu passado, de criticar o capitalismo financeiro e de defender o papel do 
Estado na economia. E, claro, pediu mudanças profundas na ordem econômica global, de modo a 
priorizar a produção e não a especulação. Nesse caso, pode­se afirmar que não foi Lula quem 
mudou.

“O Brasil provou aos céticos que a melhor política de desenvolvimento é o combate à pobreza” – 
afirmação que, de tão genérica ou quase óbvia, não chega, contudo, para provar que Lula, na 
prática, tenha mantido a velha fé no socialismo. Combater a miséria é o que, em tese ou no fundo, 
busca também o capitalismo. Mas lembrou que nesses seus sete anos de governo conseguiu fazer 
com que 20 milhões de pessoas saíssem do estágio de pobreza absoluta ao mesmo tempo em que o 

347
país reduzia o endividamento externo e se tornava credor do FMI. 

Certo: os recursos do Bolsa Família, distribuídos a milhões de desprovidos país afora, certamente os 
tirou da condição que os acadêmicos classificam de miserável. Uma obra que, reconheça­se, 
extraordinária não só pelo sentido humanitário de dar combate à fome, mas também por seus efeitos 
multiplicadores, na medida em que estimula o consumo, movimenta o comércio, incentiva a 
indústria e, consequentemente, transforma­se em instrumento de criação de empregos.

Isso não é, ainda, necessariamente, socialismo na acepção ideológica do termo. Mais se aproxima 
de uma ação assistencialista, algo com que, aliás, não é exatamente o que o socialismo prega. 
Assim, se foi pelos avanços sociais que o governo de Lula mereceu ser lembrado para receber o 
título de “Estadista Global”, a razão profunda da homenagem encontra amparo menos na teoria 
econômica do que como reconhecimento pelos bons resultados de uma política humanitária.

Por que, então, os capitalistas premiaram o presidente brasileiro? Eis um dos motivos que o próprio 
Lula cita em seu discurso: o Brasil caminha hoje para ser, dentro de uma década, a quinta maior 
economia do mundo. Muitos enxergam tal grandiloquência como mais uma daquelas lendas urbanas 
que o futuro trata de desmistificar, tantos são ainda os desafios, principalmente na área da 
infraestrutura, que o país precisa vencer para se tornar realmente competitivo e pronto para o 
crescimento.

Outros, no entanto, concordam com a previsão – desde que os próximos presidentes, assim como o 
fez Fernando Henrique Cardoso e seu sucessor, que pouco mudou, mantenham o receituário 
nitidamente capitalista (quase neoliberal!) que governou a economia brasileira nestes últimos 15 
anos: estabilidade monetária a qualquer custo via controle dos juros, prestigiamento ao Banco 
Central, incentivo à abundância de crédito e ao consumo, câmbio livre, estímulo às exportações... 

É esta política conservadora conduzida por Lula – a despeito do que pensam seus próprios 
companheiros – que está levando o Brasil a ser olhado com bons olhos pelos banqueiros e 
capitalistas em geral, estes que estão reunidos em Davos para, entre outras coisas, conceder o 
prêmio ao nosso presidente.

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Uma lupa sobre o jornalismo de revista

(Alexander Goulart, Observatório da Imprensa)

Podemos falar em um jornalismo de revista? Quantos jornalismos existem? As virtudes 
jornalísticas, independentemente do tipo de veículo, são as mesmas: independência, veracidade, 
objetividade, honestidade, imparcialidade, exatidão, credibilidade. Então por que diferenciar? 
Porque o jornalismo opera através de um meio, de um veículo. E os veículos são diferentes, atingem 
o público de formas diferenciadas. Se a recepção muda, também existem peculiaridades na 
produção e emissão dos conteúdos: isso inclui a pauta, linguagem, apresentação visual, inclui todo o 
processo de circulação da informação até chegar ao destinatário. Mas os critérios de apuração 
jornalística são os mesmos. Então, sob esse aspecto, podemos falar de um jornalismo de revista.

No meio acadêmico, a revista é um tanto desprezada. Jornal impresso ainda é a menina dos olhos, 
centro das virtudes jornalísticas. A revista é tida como categoria menor para o exercício do 
jornalismo. Contudo, pouco a pouco esse panorama tem mudado, tanto que os novos currículos do 
curso de jornalismo já incluem "Redação e Produção em Revista". Isso é um sinal do momento em 
que vivemos. Hoje, as revistas representam a maior variedade editorial que dispomos. São milhares 
de títulos para todos os públicos, gostos. A revista está inserida no mercado atual; um mercado que 
busca a segmentação de público e publicitária. Fala para as diversas tribos. Logo, a revista é um 
bom negócio para as empresas, para o mercado, para o público e, claro, para os jornalistas.

Algumas características do veículo: a variedade – muitos assuntos para fisgar o leitor e passar a 
sensação de janela do mundo; a especialização – centrada num determinado universo de 
expectativas, visto que conhece seu leitor; visão de mercado – por conhecer seu público, apresenta 
um produto de olho nos nichos de mercado; texto – o público é curioso, escolhe a revista, logo, se 
importa com o texto; imagem – o leitor é seduzido com apelo visual, com o bom fotojornalismo. 
Texto e imagem, traduzidos em matéria bem escrita e apresentação visual eficiente são as bases da 
revista. 

Profundidade relativa

Costuma­se dizer que a revista é mais profunda que o jornal e menos profunda que o livro, porque 
conhece seu leitor. Marília Scalzo, autora do livro Jornalismo de Revista (2003) diz que a relação 
revista x leitor é passional. Por isso, as pessoas têm um tipo de revista para a sala, outra para o 

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banheiro, para o quarto; guardam­na de um determinado jeito, carregam­na, recortam­na, etc. Essa 
relação envolve confiança, expectativas, acertos, pedido de desculpas, gerando uma identificação 
entre o leitor e a revista, o que identifica, por exemplo, um grupo. O grupo dos que lêem Playboy, 
das que lêem Capricho, Caras, Caros Amigos, etc. O leitor dá o significado para a Revista, é ele 
quem diz o que é a revista ( Scalzo, 2003).

Jornal e Revista, por serem impressos, parecem mais verdadeiros, servem como uma espécie de 
registro histórico, têm credibilidade forte. Por exemplo, todos podem ver um jogo da Copa do 
Mundo na tevê, mas, no da seguinte, compram o jornal para " saber mais" , para comprovar algo. Se 
o Papa morre, a edição seguinte da revista vai trazer o acontecimento na capa, será a testemunha 
principal do evento e vai vender muito. Por enquanto, ainda estamos ligados à materialidade do 
papel. 

A revista e o jornal ajudam a interpretar o acontecimento ou, no caso da revista, ela parte do fato em 
si para tratar o " assunto" com maior amplitude. Como diz Garcia Márquez, " a melhor notícia não é 
a que se dá primeiro, mas a que se dá melhor" .O Jornalismo de Revista sabe disso e tem o tempo 
como aliado. Uma publicação semanal, quinzenal ou mensal pode fazer uma apuração mais precisa, 
ouvir várias fontes, utilizar recursos gráficos, fotografias a posteriori. A revista permite um 
jornalismo mais analítico, interpretativo, investigativo.

Interesse público vs. Interesse do público

Mas, ao mesmo tempo, a variedade de publicações nos mostra que não é apenas o caráter 
informativo/educativo que existe. Há também o entretenimento, a diversão. Diferentemente do 
jornal, a revista funde informação, educação, serviço e entretenimento. E aqui reside um grande 
conflito, porque a revista não parte apenas do interesse público para decidir o que vai ser notícia, 
mas parte do interesse do público. Esse é um nó jornalístico, porque a chance de se invadir aquilo 
que é de caráter privado é grande. Temos muitos exemplos de revistas que publicam fofocas, boatos 
– especialmente sobre política e celebridades. Ou ainda páginas e páginas sobre pseudo­eventos que 
não são jornalísticos.

A revista é mais conotativa, opinativa, literária, sensacionalista; publica coisas que não seriam 
noticia em jornal; isso porque a notícia, em revista, passa a ser também o que é de interesse do 
público, seu foco é no leitor, no seu assinante sobretudo. E nesse sentido o jornalista é pago para 
escrever sobre aquilo que o leitor deseja. Onde fica, então, a independência? Escrever sobre aquilo 
que o leitor deseja é a pauta, apenas a pauta. O caráter jornalístico está na busca da verdade, do 

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esclarecimento, ajudando o leitor a compreender a realidade em que vive, a ser consciente.

Hoje, os jornais tentam se parecer com as revistas, especialmente na parte gráfica. Numa revista, o 
primeiro elemento, é a fotografia, a imagem. O restante da diagramação parte da imagem, depois 
vem o texto. Um texto leve, agradável, que evita gerúndio, usa títulos criativos, sedutores. Uma 
característica muito importante é a divisão em seções, o que facilita a leitura, torna­a mais atraente. 
Seus recursos textuais e gráficos permitem que o leitor saboreie uma complexa reportagem.

As revistas falam para um público de uma determinada época. E nesse sentido, sofrem mais que os 
jornais, porque podem ser atropeladas pela mudança dos costumes. Através das páginas de uma 
revista, podemos conhecer a história de uma época, um retrato de uma sociedade. Assim eram, 
especialmente, as revistas ilustradas como O Cruzeiro, Manchete, Revista do Globo. Elas passaram 
a sofrer quando a televisão se tornou a janela para o mundo e as revistas de atualidade/informativas 
conquistaram o público.

As revistas no Brasil

Um pouco de história. Quais foram as principais revistas brasileiras? Scalzo (2003) nos ajuda a 
fazer memória: 1812: As variedades (BA) – sobre literatura, em forma de livro; 1813: O Patriota 
(RJ); 1817: O Propagador das Ciências (RJ) – primeira segmentada; 1849: A Marmota da Corte 
(RJ) – introduziu humor e textos curtos; 1898: Rio Nu (RJ) – contos picantes, fotos eróticas e 
política; 1900: Revista da Semana – com reconstituição de crimes através de fotos; 1905: Tico­Tico 
– primeira em quadrinhos; 1928: O Cruzeiro – dos Diários Associados, trazia grandes reportagens 
fotográficas, ilustrações, chegou a vender 700 mil exemplares por semana nos anos 50, quebrou em 
1978; 1929: Revista do Globo (RS), publicada pela Livraria e Editora Globo de Porto Alegre, 
continha ilustrações, abria espaço para poetas; 1950: Pato Donald – primeira da Editora Abril; 
1952: Manchete – " Aconteceu virou Manchete" , valorizava fotos, ilustrações, fait divers, fechou 
em 2000; 1966: Realidade – da Abril, deixou saudades nos jornalistas, era adepta ao jornalismo 
investigativo, grande reportagem evidenciando as mazelas sociais em plena ditadura, durou até 
1976; 1968: Veja – inspirada na Time, notícias da semana divididas em seções, texto objetivo, uma 
revista que hoje vende mais de 1 milhão de exemplares por semana, é a quarta maior revista 
informativa do mundo. Na década de 60, surgiram também as revistas de Maurício de Souza, 
Manequim, Quatro Rodas, Claudia (com fotonovelas, decoração, beleza, problemas femininos), Ele 
e Ela. Na década de 70, surgiram IstoÉ, Visão, Exame (a primeira de negócios), Playboy, Nova, 
entre outras. 

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Algumas curiosidades (Scalzo, 2003): São vendidos no Brasil 600 milhões de exemplares de 
revistas/ano. Nos EUA, são 6 bilhões. O maior sucesso editorial da atualidade é a Cosmopolitan, 
presente em 25 países. Sua fórmula é falar para a mulher jovem, interessada em carreira, beleza, 
relacionamentos amorosos, sexo. No Brasil, editada pela Abril: Nova. A primeira revista surgiu na 
Alemanha em 1663 e seu nome era Edificantes Discussões Mensais, sobre teologia. Na década de 
20, surgiu a Reader´s Digest, publicada em 19 idiomas. Depois vieram a Time, Life (que faliu 
quando vendia 5 milhões de exemplares/mês)

Ao olharmos para o presente e futuro, alguns desafios se apresentam para as revistas, dentre eles o 
problema dos preços altos em banca, posicionamento de mercado, e competição com sites de 
credibilidade na internet. Ao menos enquanto mantivermos nossa relação passional com o papel, as 
revistas impressas terão vida. As novas gerações, sedentas por informações on­line e desprovidas de 
dinheiro para investir num exemplar de banca ou assinatura, irão preferir a instantaneidade e a 
gratuidade da internet? E a credibilidade? Jornalismo de Revista, impresso ou virtual, é o mesmo?

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ELABORAR PARÁGRAFOS INTERPOSTOS A PARTIR DO PARÁGRAFO 
INICIAL

EXERCÍCIO 45

Neste exercício, fornecem­se, no início de cada questão, apenas o tema, o público­alvo e o tópico. 
Em seguida, você encontra o fragmento de texto representado pelo título e o parágrafo inicial de 
redações extraídas de jornais e revistas.  A sua missão é escrever apenas 1 (um) parágrafo interposto 
correspondente ao texto fornecido, nas linhas em branco ao final de cada questão.  Você já conhece 
várias técnicas para isso.  Portanto, coloque­as em prática!  

1. Tema:  Turismo
Público­alvo:  Leitores de um jornal diário.
Tópico:  O descaso do governo e a iniciativa da sociedade.

Iniciativa própria

(www.parana­online.com.br, Editorial)

O que mais ouvimos nesta temporada de verão são reclamações sobre o litoral do Paraná. Afinal, 
não há preocupação do governo estadual em preparar a região para a presença de milhares de 
pessoas ­ além da já notória falta de interesse do poder público em incrementar o turismo em todo o 
Estado, e também no litoral. Assim, acabamos achando que tudo está errado, que não há qualquer 
atração após a Serra do Mar e que o melhor verão é aquele aproveitado em Santa Catarina. Isto cria 
um preconceito (ou um pré­conceito) quando se fala em litoral paranaense. E se o governo não 
colabora, cabe à sociedade tentar, por iniciativa própria, valorizar as atrações turísticas de nosso 
Estado.

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2. Tema:  Violência
Público­alvo:  Leitores de um jornal diário
Tópico:  Medidas do Coritiba em favor da segurança no estádio.

A crônica de uma violência anunciada

(René Ariel Dotti ,www.parana­online.com.br, Editorial)

Antônio Couto Pereira (1896­1976) é um dos ícones da história centenária do Coritiba Foot Ball 
Club. Ele foi militar e um dirigente esportivo que se notabilizou por dar início às obras do estádio 
que traz o seu nome, tendo servido ao clube do Alto da Glória por 40 anos, inclusive como seu 
presidente e criador do museu. Figura exemplar de ser humano e de cidadão ele sempre pautou sua 
vida pelo respeito à ordem e à lei.

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3. Tema:  Banditismo
Público­alvo:  Leitores de um jornal diário
Tópico:  Aplicação da lei.

MST nas malhas da lei

(www.estadao.com.br, Editorial)

Se o Movimento dos Sem­Terra (MST) viesse sendo considerado pelas autoridades, já há muito 
tempo, um caso de polícia, dada a sucessão rotineira de crimes praticados em suas operações ­ que 
vão desde a depredação de bens e matança de animais em propriedades invadidas, até a destruição 
de laboratórios de pesquisas necessárias aos avanços da atividade agrícola, sem esquecer o cárcere 
privado de trabalhadores das fazendas ­, com certeza se teria evitado não só a repetição de tais 
crimes, como a grande insegurança que se instalou entre os produtores do campo, todos sob a 
permanente ameaça de ver suas propriedades invadidas por bandidos travestidos de militantes de 
movimentos sociais. De qualquer forma, nunca é tarde para fazer­se cumprir a lei.

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4. Tema:  Comportamento
Público­alvo:  Leitores de um jornal diário
Tópico:  A suscetibilidade de o povão acompanhar qualquer moda.

'Avatar' e o espírito do nosso tempo

(Eugênio Bucci, www.estadao.com.br, Opinião)

Na estação de enchentes em São Paulo, as salas de cinema também se deixam inundar. De gente. A 
causa é Avatar, a superprodução dirigida por James Cameron (o mesmo de Titanic, aquele romance 
de aguaceiro e de naufrágio). Rios de espectadores deságuam com tal violência contra as bilheterias 
que estas, atônitas, precisam impor diques à correnteza: os ingressos estão esgotados. Então, 
obediente às leis da hidrodinâmica, a massa líquida faz redemoinhos e encontra veios alternativos 
para sua voragem: compra entradas por antecedência. Depois, retorna em torrentes para afogar 
todas as poltronas.

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5. Tema:  Educação
Público­alvo:  Leitores de um jornal diário
Tópico:  Ensino pós­médio

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Reforma Substantiva
(Jornal do Brasil, Editorial)

A universidade brasileira evoluiu muito desde a década de 60, quando os estudantes nas ruas 
enfrentavam o regime de força da ditadura para clamar por mais vagas e pelo direito a uma 
educação transformadora, que incentivasse o espírito crítico. Muita coisa aconteceu nesse tempo. O 
ensino superior se expandiu em quantidade e qualidade. Na graduação, dos pouco mais de 130 mil 
estudantes matriculados no início dos anos 70, o país avançou para a proximidade dos 3 milhões de 
matrículas em 2004. A pós­graduação e a pesquisa caminham na trilha da ampla capacitação de 
recursos humanos e geração de tecnologia para o desenvolvimento do país.
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6. Tema:  Comportamento
Público­alvo:  Leitores de uma revista on­line dedicada à família.
Tópico:  Relacionamento humano.

Delicadeza x grosseria
(Maria Regina Canhos Vicentin, Revista Família Cristã)

De uns tempos para cá, aumentou o número de pessoas grosseiras. Não sei exatamente por que, mas 
constato que a educação tem sido relegada a um segundo plano. Hoje em dia, parecem não ser 

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importantes a gentileza e a cortesia. A coisa se complica quando a indelicadeza vem acompanhada 
da arrogância. Tudo seria muito engraçado se não fosse tão humilhante para quem está em posição 
inferior. Quando nos sentimos mais que o outro, damos prova da nossa ignorância, pois todo sábio 
compreende que não existem melhores e sim diferentes habilidades.

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7. Tema:  Religião
Público­alvo:  Leitores de uma revista on­line dedicada à família.
Tópico:  A influência da religião cristã.

Ano da graça do Senhor

(Dom Demétrio Valentini, Revista Família Cristã)

Já nos encontramos em 2010. Por doze meses, vamos agora nos acostumando com este número. 
Contando os anos de nossa vida. Situando nossa vida no contexto da história.  Nossa contagem do 
tempo, sabemos bem, tem como ponto de partida, como referência básica, o nascimento de Cristo. É 
o atestado mais eloquente da grande incidência que a religião cristã teve no mundo.

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8. Tema:  Casamento
Público­alvo:  Leitores de uma revista familiar.
Tópico:  Elementos para uma união feliz.

Em busca do casamento ideal

(www.esperanca.com.br, Revista Familiar, com adaptações nossas)

O casamento ideal não surge por acaso. Ele vai ficando forte à medida que o enriquecemos através 
do comprometimento, comunicação eficaz, cooperação, compreensão e amor. Nesta dissertação, 
tratarei destes elementos indispensáveis para um relacionamento satisfatório.

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9. Tema:  Tecnologia
Público­alvo:  Leitores de uma revista sobre automóveis
Tópico:  Carros elétricos.

História dirigida

(Sérgio Berezovsky, Revista Quatro Rodas)

Para os mais céticos, o silêncio pode ser a melhor resposta. Estamos falando dos carros elétricos. 
Eles se aproximam, sem fazer barulho, em número e velocidade inimagináveis há bem pouco 
tempo. Não faz muito que automóveis movidos a bateria deixaram o status de meros experimentos 
bem intencionados, mas sem agenda, para entrar nos planos estratégicos das fábricas.

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10. Tema:  Educação
Público­alvo:  Leitores de uma revista on­line
Tópico:  A prova do Enem para acesso às universidades federais.

Os novos rumos da avaliação

(www.universitarianews.com.br, com adaptações nossas)

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) mudou e, a partir deste ano, passa a ser o único ou um 
dos principais instrumentos de seleção de ingressantes de 45 universidades federais. Nesse contexto, 
defendo que a avaliação vai se tornar uma referência central, sinalizando para uma nova 
configuração do ensino médio, ao mesmo tempo que aponta para mudanças no ensino superior.

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0o0­0o0­0o0

O exercício que acabou de realizar é mais um desses cuja avaliação somente você poderá fazer. 
Pelo que foi apresentado nestas questões, esperamos que tenha notado que não é necessário que se 
conheça profundamente o assunto para se elaborar um bom parágrafo interposto.  É claro, em 
condições tais em que necessite escrever uma redação sobre determinado assunto, é imprescindível 
conhecê­lo suficientemente bem para falar sobre todos os aspectos nele levantados.  Aqui, neste 

361
exercício, o que se pediu foi a elaboração de apenas um parágrafo interposto.  O aspecto levantado 
sobre a sentença­tese é que lhe daria o norte para isso, e essa questão ficou sob sua liberdade total 
para escolha.  Acredita­se que você tenha preferido aspectos de conhecimento geral.  Caso julgue 
que seus resultados não foram aqueles que desejava, repita o exercício, pois nossa intenção aqui e 
fixar o emprego de técnicas de elaboração de parágrafos interpostos, e isso, sabemos, depende agora 
só de pratica. 

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LIÇÃO 7 Parágrafo final

APRESENTAÇÃO

Sentença inicial. ___________________________________________________


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parágrafo inicial
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______________________. Sentença-tese

Sentença-base. _____________________________________________________
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parágrafo interposto
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Sentença-base. _____________________________________________________
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parágrafo interposto
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____________________________________________.

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PARÁGRAFO FINAL
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O último parágrafo de uma redação reserva­se à sua finalização.  Neste ponto da redação, faz­se 
uma revisão sumaríssima dos principais aspectos tratados nos parágrafos interpostos ou se elege 
apenas um como aspecto principal, e sobre este se faz uma dedução, que pode ser uma afirmação, 
uma negação ou, enfim, apresenta­se uma posição ideológica do autor em relação ao assunto 
central.  Leia, a seguir, alguns editoriais, confirmando o que acabamos de dizer sobre o parágrafo 
final.  Este parágrafo apresenta­se destacado em negrito e itálico.

Serviços deficientes

(Editorial, Zero Hora, grifo nosso)

É preocupante a manifestação do presidente do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais do 
Estado sobre a precariedade dos serviços prestados pela corporação nas estradas do Rio Grande do 
Sul. Em entrevista que está sendo publicada nesta edição, ele diz que a carência de servidores 
impede que os policiais atuem preventivamente, impedindo infrações e delitos exatamente numa 
época em que há mais imprudência por conta do aumento do número de veículos e de novos 
condutores.

O trânsito é hoje um desafio nacional, não apenas pelo crescimento geométrico da frota de veículos 
e pela falta de infraestrutura adequada para a circulação, mas também, e principalmente, devido à 
irresponsabilidade dos condutores. É neste último ponto que o Estado precisa atuar mais fortemente, 
garantindo segurança à população por meio de fiscalização adequada e competente. Para isso, os 
cidadãos pagam impostos. Para isso, elegem seus governantes e representantes políticos.

Quando o poder público não consegue fiscalizar, o Estado estimula a impunidade, que por sua vez 
gera mais delitos, num efeito multiplicador. É como na teoria das janelas quebradas: ao parecer 
abandonado, o prédio atrai marginais, lixo e má vizinhança. Nesse contexto, a manifestação do 
representante sindical precisa suscitar imediato debate sobre as deficiências da corporação, com o 
encaminhamento das devidas providências. Se os próprios policiais reconhecem que não estão 
prestando serviço satisfatório à população, seus superiores têm o dever de encarar a questão de 
forma transparente, para fazer jus aos cargos que ocupam.

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Não basta estacionar uma viatura na frente de um posto policial para passar a impressão de que  
existe policiamento. Chega de faz de conta. Uma corporação com a história da Polícia  
Rodoviária Federal não merece ficar com essa imagem de ineficiência.

CASO DE POLÍCIA

(Editorial, Diário Catarinense, grifo nosso)

Não é a primeira vez que alegados conflitos de competência e jurisdição entre as polícias Civil e 
Militar de Santa Catarina contrapõem, publicamente, as duas corporações que têm, por dever 
constitucional, a obrigação de garantir a segurança da cidadania e fazer cumprir a lei, cada uma 
agindo conforme os limites delineados pelas normas legais e os regulamentos corporativos. Sempre 
que essas diferentes visões das atribuições e limites de uma e outra vêm à tona e são externadas, 
publicamente, através de entrevistas das lideranças dessas corporações e da divulgação de notas 
oficiais, em verdadeiras guerras de versões, elas só fazem aumentar a justa preocupação da 
sociedade catarinense diante do avanço da violência e da marginalidade, que se traduz na disparada 
dos registros policiais e judiciários referentes a quase todas as formas de delitos violentos. E 
também agrava o sentimento de impotência diante desta escalada, na medida em que constata as 
aparentes divisões entre as duas forças policiais.

O mais recente pivô desta inconsequente polêmica, que não raro resvala para um bate­boca, foi uma 
operação realizada pela Polícia Militar, com a parceria do Ministério Público, no final do mês 
passado, em Imbituba, envolvendo o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que 
resultou na detenção do coordenador estadual do movimento e outros militantes, em cumprimento a 
mandados de prisão preventiva expedidos pelo juiz da comarca. Tudo começou em dezembro de 
2009, com uma investigação realizada pelo serviço de inteligência da PM/SC, que utilizou, 
inclusive, escutas telefônicas. Posteriormente, as associações dos delegados das polícias Civil e 
Federal questionaram a legalidade da investigação da PM, afirmando ter ela desrespeitado 
princípios legais básicos. Logo veio a resposta da Associação dos Oficiais da PM e do Corpo de 
Bombeiros, assegurando a legalidade e legitimidade da atuação, invocando, inclusive, decisões a 
respeito do Supremo Tribunal Federal. Para a opinião pública, tais polêmicas pouco importam e 
nada muda.

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O cidadão que paga imposto – e não pouco – para sustentar o aparato da segurança pública  
exige resultados visíveis nas ruas, hoje infestadas pelo tráfico de drogas, maior motor da  
criminalidade, e pelos delinquentes de todos os calibres. Ademais, mencione­se que essas  
discussões – outrora chamadas de “bizantinas” exatamente porque tediosas e porque a nada  
levam – denotam, também, falta de comando e de disciplina em corporações cujo bom  
funcionamento depende muito de um e de outra. Está na hora de a autoridade se impor,  
aparando essas arestas e vedando esse tipo de manifestações, que mais incensam vaidades do que  
contribuem para o bem público. Cumpram as corporações conflitantes, cada uma, suas  
obrigações no exato limite em que elas estão definidas pelas leis e regulamentos atinentes. Em  
nome da segurança e em respeito à sociedade catarinense, e deixem a feira de vaidades para os  
programas de televisão que estão na moda.

Instituições e desenvolvimento no Paraná

(Ana Elisa Gonçalves Pereira, Luciano Nakabashi, Jornal de Londrina, grifo nosso)

O Estado do Paraná apresenta uma grande disparidade no nível de renda por trabalhador em seus 
municípios. A diferença entre os municípios com o maior e o menor PIB por trabalhador, no início 
do milênio, segundo dados do IBGE (2000), era superior a 700%. Uma explicação para as 
disparidades nos níveis de renda advém da teoria institucionalista. Esta é uma teoria relativamente 
recente no campo da economia, onde as regras do jogo de uma sociedade têm um papel crucial na 
determinação do desempenho econômico. 

Douglass North, um dos proeminentes pesquisadores nessa área e ganhador do Prêmio Nobel em 
Economia, afirma que as instituições econômicas são relevantes para o crescimento econômico, 
pois moldam os incentivos dados aos agentes na sociedade, influenciam investimentos em capital 
físico, capital humano, tecnologia e na organização da produção.

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Essas instituições não somente determinam a taxa de crescimento econômico, mas também a 
distribuição de recursos no futuro, como capital físico, capital humano e riqueza. Ou seja, elas 
influem não somente sobre o tamanho do “bolo”, mas também sobre a forma como ele será 
repartido entre diferentes grupos e indivíduos na sociedade.

Em um estudo que aplicamos aos municípios paranaenses, entre 1991 e 2000, pudemos constatar 
que as diferenças verificadas na conformação das instituições locais podem contribuir na explicação 
dos díspares níveis do PIB por trabalhador. Em outras palavras, a análise empírica favorece a ideia 
de que os indicadores de qualidade das instituições são relevantes para explicar diferenças no PIB 
por trabalhador entre os municípios do Estado. 

Adicionalmente, grande parte dos resultados apontou para a existência de um efeito indireto da 
escolaridade sobre o desempenho econômico por meio de seu impacto na qualidade institucional. 
Ou seja, quanto maior o nível médio de escolaridade dos trabalhadores, melhor é a qualidade média 
das instituições. Isso ocorre porque as instituições relacionadas à educação formam um importante 
elo entre a distribuição de poder político e o crescimento econômico. 

Adicionalmente, de acordo com os resultados teóricos e empíricos do estudo, políticas educacionais 
que melhorem a distribuição de renda têm impactos positivos sobre o desenvolvimento das 
instituições municipais que, por sua vez, ampliam as oportunidades de investimento e o nível de 
renda dos trabalhadores do município em questão. 

Concluindo, os investimentos realizados para melhora institucional são de extrema relevância  
para elevar a taxa de crescimento econômico dos municípios paranaenses e melhorar o nível de  
distribuição de renda entre os trabalhadores. Além disso, as instituições ligadas ao sistema  
educacional são elementos­chave nesse processo.

367
RETORNO À SENTENÇA­TESE

Tomam­se, no parágrafo final, os procedimentos apropriados para assegurar a qualidade, a técnica e 
o bom nível desenvolvido até esse ponto.  Nesse parágrafo, deverão ressurgir os enfoques ou 
aspectos contextualizados na dissertação.

O primeiro item retomado no parágrafo final é a sentença­tese.  É com essa sentença que se iniciam 
dissertações, e será também com ela que as finalizaremos.  Voltar à sentença­tese significa 
recuperar o assunto central da redação.

No parágrafo inicial, usou­se a sentença­tese para anunciar o que se diria no texto.  No parágrafo 
final, essa sentença é usada para relembrar o que nele se disse.  Na prática, reescreve­se a sentença­
tese de outro modo no parágrafo final.  Para que se tenha uma ideia do que isso representa, observe 
o exemplo que segue.

Tema: Futuro
Público­alvo: Pais, na faixa dos vinte aos trinta e cinco anos.
Tópico:  A importância do estudo no futuro dos filhos.
Sentença­tese (original):  O estudo vai além do mero comparecimento ao colégio ou à faculdade; e 
também do acúmulo de títulos, por exigência do mercado de trabalho.
Sentença­tese (recuperada no parágrafo final):  A coleção de títulos e a frequência a cursos  
regulares não dizem muita coisa quando a palavra de ordem é distinguir­se em alguma  
especialidade no mercado de trabalho.

 
Observou, acima, o que significa recuperar a ideia da sentença­tese no parágrafo final.  Nada mais é 
que escrevê­la de outra maneira, dispondo­a, geralmente, de uma forma conclusiva.

No próximo exercício, não nos preocuparemos em escrever todo o parágrafo final.  Vamos, antes, 
desenvolver habilidades em escrever sentenças­teses em outras versões, a fim de que essa atividade 
se nos torne familiar.

368
RECUPERAR A SENTENÇA­TESE NO PARÁGRAFO FINAL

EXERCÍCIO 46

Reescreva ao final de cada questão, nas linhas em branco, a sentença­tese respectiva, com outras 
palavras e em nova estrutura linguística, recuperando­a de modo diferente de como se apresenta no 
parágrafo inicial.  Procurou­se trazer assuntos bem variados e temas de interesse geral, uma vez que 
quem já possui uma técnica aprimorada para escrever redações, como você, deve possuir, também, 
um vasto campo de interesse em leituras.  Se tiver alguma dúvida em fazer o exercício, veja, antes, 
como foi feito no último segmento (RETORNO À SENTENÇA­TESE), na parte em negrito e em 
itálico.  

1.
A ética do respeito na escola

(João Malheiro, Gazeta do povo)

As férias escolares estão terminando, as aulas recomeçando e o sadio desejo de aprender renasce em 
quase todo aluno. Para os professores mais jovens, é bem possível que o ideal de ensinar seja uma 
motivação que os leve a arregaçar as mangas e enfrentar os grandes desafios de educar. No caso dos 
mais vividos, é comum que os desgastes e experiências negativas do caminho percorrido já não lhes 
permitam tantas ilusões como aos mais novos, e que o novo período letivo se transforme em mais 
um ano que os aproxima da sonhada aposentadoria.

Tentando compreender esse atual e triste fenômeno educacional, algumas hipóteses costumam 
aparecer nos debates entre educadores: desorientação social acerca do papel da escola, desprestígio 
da profissão docente, desvalorização governamental da carreira com políticas públicas de intenções 
mais ideológicas do que educacionais, despreparo das famílias para educar e a consequente 
transferência dessa responsabilidade para a escola ou, o que é pior, para os meios de comunicação, 
que nem sempre são dignos desse serviço público.

Como também educador e pesquisador, gostaria de ir mais longe nesse olhar investigativo e 

369
levantar outra hipótese: será que o professor atualmente é visto pelos alunos em sala de aula como 
era antigamente? Sou da opinião de que a falta de prestígio do professor não é somente econômico e 
social, mas também ético.

Quando a escola era realmente uma escola, os pais matriculavam os filhos num centro educativo 
porque acreditavam que ele não só iria ensinar­lhes a “matéria”, mas formá­los integralmente para a 
vida. Esperavam dos professores, além do conteúdo específico da disciplina, uma contribuição ética 
que reforçasse o que os próprios pais transmitiam no seio familiar. Os mestres eram modelos 
positivos de virtudes, de valores e, portanto, pontos de referência para as escolhas dos jovens. Hoje 
a criança é orientada a ir à escola não mais com essa intenção, mas, na melhor das hipóteses, para 
adquirir apenas um conhecimento que lhe sirva para galgar melhores patamares acadêmicos e 
profissionais. Logo, o papel do professor se empobreceu significativamente. Ele acabou se tornando 
quase que uma “máquina” que deve ensinar uma série de conteúdos de forma lúdica, atraente e sem 
exigir esforço. Se sua aula não for tão animada quanto o computador das crianças, com o tempo o 
aluno ou o desprezará ou o suportará como um “alguém”. 

Essa ignorância ou desprezo pela ética das virtudes e dos valores é uma raiz venenosíssima que está 
matando a educação, gerando o relativismo moral em que vivemos. Por sua vez, essa desordem 
filosófica, na qual não existe mais o certo e errado, é o que está produzindo o desrespeito dos 
jovens. Segundo Ricoeur, “o respeito à dignidade do outro só é possível a partir de um 
autorrespeito. E este só existe em cada ser humano quando ele percebe que tem valor em si”. 
Efetivamente, quem convive habitualmente em qualquer ambiente escolar percebe a existência de 
um alarmante paralelismo entre esse distanciamento da prática das virtudes e a violência escolar.

Parece ficar claro, portanto, que na verdade quem está semeando o desrespeito com os educadores 
são, em alguns casos, os próprios educadores, por não mostrarem aos seus pupilos a importância da 
formação integral e da aquisição das virtudes. Alguns com medo de exercer a boa autoridade e 
outros por um disfarçado egoísmo em não querer corrigir os filhos/alunos. Ambos, ao se omitirem 
na grave responsabilidade de ensinar o caminho do bem e da felicidade, não percebem que poderão 
estar criando futuros “exterminadores” de si mesmos. 

Toda criança tem uma inclinação para fazer coisas erradas e ter atitudes pouco éticas. Em parte, isso 
é o que todo educador deve esperar. Mas a criança deve encontrar alguém que sempre lhe diga, com 
força e decisão, que isso está mal. O que parece inadmissível é que muitos pais e professores 
fiquem indiferentes diante dessas atitudes pouco éticas, pensando que são comportamentos normais, 
ou que permitir tais atitudes demonstraria que se é tolerante, moderno ou até amigo. Quando os pais 
valorizam excessiva ou injustamente os filhos com prêmios ou elogios, estão mentindo para eles e 

370
tornando­os falsos. 
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2.
O que a China busca no Brasil
(O Estado de S.Paulo)

Com base em estudo recente do Conselho Empresarial Brasil­China (CEBC), aquele país seria o 
que mais investiu no Brasil em 2010. Segundo o documento, os investimentos chineses no País 
foram de US$ 12,9 bilhões no ano passado, o que representaria 26,6% do total de investimentos 
estrangeiros diretos no País em 2010 (US$ 48,46 bilhões). O levantamento, porém, deve ser 
examinado com cuidado, uma vez que muitos dos investimentos mencionados como feitos no Brasil 
não passam, na realidade, de compra de participação em companhias internacionais aqui instaladas. 
Não há melhor exemplo desse tipo de investimento do que os US$ 7,1 bilhões gastos pela estatal 
chinesa da área petrolífera, a Sinopec Corp, na aquisição de 40% da Repsol Brasil, controlada pelo 
capital hispano­argentino. A operação pode permitir aumento do capital da subsidiária brasileira 
para financiar sua atuação na camada do pré­sal, mas não se trata de um investimento estrangeiro 
direto, com entrada de capital. Houve outros negócios desse gênero, mas, mesmo não computando 
tais operações, a China, a partir do ano passado, vem se credenciando como um dos maiores 
investidores no País, o que pode ser útil ao desenvolvimento econômico nacional, desde que as leis 
em vigor sejam cumpridas e as autoridades brasileiras não se deixem levar pela ingenuidade.

"A China vem consolidando há alguns anos uma base internacional de matérias­primas e o Brasil 
passou a fazer parte desta base de fornecedores", diz o estudo. De fato, o maior volume de 
investimentos provenientes da China tem sido voltado para as áreas de petróleo, mineração e 
produção agrícola. Estatais chinesas já adquiriram reservas de minério de ferro de milhões de 
toneladas, em Minas Gerais e na Bahia, associadas ou não ao capital nacional. O níquel e a cadeia 
de produção do alumínio estão também na mira das gigantes estatais da China. 

371
No setor do agronegócio, ainda há pouco foi anunciado um investimento de US$ 4 bilhões pela 
Chongqing Grain Group, na instalação de um polo de esmagamento de soja em Barreiras (BA), 
possibilitando a exportação de maior volume de óleo de soja. O risco é que complexos industriais 
desse tipo adquiram áreas de cultivo em território nacional além do que a lei permite. 

O recente parecer da Advocacia­Geral da União, reafirmando a validade da Lei 5.709/71, que 
estabelece limites para a posse de terras por estrangeiros, tem caráter geral, mas certamente levou 
em conta o crescente interesse chinês pela aquisição de reservas minerais e de áreas agricultáveis no 
País.

Os setores de energia elétrica e de telecomunicações exercem forte atração sobre as companhias 
chinesas, não havendo barreiras à sua entrada no País. É uma situação muito diferente daquela com 
a que se deparam empresas brasileiras dispostas a investir em setores considerados estratégicos por 
Pequim. Como o boicote à Embraer na China deixa patente, não há reciprocidade de tratamento 
nesses casos.

O estudo destaca que a preferência das companhias chinesas é por fusões e aquisições, que 
correspondem a 83% dos investimentos que têm feito no Brasil. A participação no capital pode ser 
feita no exterior ou no próprio país. Não há números que permitam avaliar se os chineses se 
contentam com uma participação minoritária, que deveria facilitar, segundo ainda a CEBC, a 
superação de "diferenças culturais". Pelo que a prática tem mostrado, nem sempre essa forma de 
operar prevalece.

Como consta do estudo, somente 11,5% dos investimentos chineses no Brasil são "joint ventures", 
aliando o capital de fora ao nacional. Uma terceira modalidade é denominada "greenfield" 
(construção de uma unidade em território estrangeiro), sendo exemplo o aporte de US$ 400 milhões 
pela montadora Cherry, que vai produzir automóveis no País. Esse segmento representa 5,2% do 
total de investimentos da China no País e, evidentemente, a Cherry veio para o País para disputar o 
mercado interno, já superabastecido de veículos, não para montar aqui uma plataforma de 
exportação.

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3.
A nova fase na crise

(Editorial, O Estado de São Paulo)

Uma nova onda de más notícias passou com força pelos mercados financeiros nos últimos dias, 
derrubando as cotações nas bolsas e provocando mais uma corrida aos ativos considerados mais 
seguros ? com destaque, como sempre, para os papéis do Tesouro americano. Como sempre, 
também, a insegurança internacional afetou os mercados de países como o Brasil e a sua 
classificação de risco, embora os grandes focos de perigo estejam nas economias desenvolvidas. A 
crise iniciada em 2007, com o estouro da bolha imobiliária americana, continua alimentada pelos 
problemas do mundo rico. 

O alarme, desta vez, soou nas contas públicas de países da União Europeia com enormes déficits 
fiscais e dívidas preocupantes. O primeiro grande susto foi ocasionado pela péssima situação do 
orçamento grego. Logo depois ganharam destaque as más notícias de Portugal, Espanha, Irlanda e 
Itália.

Os problemas desses países não são meramente nacionais. Todos pertencem à zona do euro, 
nenhum de seus governos pode recorrer a uma desvalorização e todos têm de se ajustar de novo, em 
algum prazo, às condições prescritas para os 16 membros da união monetária. 

Mas o desajuste fiscal não ocorre só nesse grupo de países. Outros países da União Europeia 
também estão com as contas públicas em mau estado, porque todos, ou quase todos, aplicaram 
montanhas de dinheiro nas ações de combate à recessão e na ajuda a bancos e a indústrias em 
dificuldades. 

A situação de Grécia, Espanha, Irlanda e Portugal é especialmente complicada porque todos esses 
países têm déficits fiscais astronômicos, entre 9,3% e 12,7% do PIB. O governo grego terá de 
produzir um aperto econômico extremamente severo para reconduzir suas contas ao padrão da zona 
do euro, com limite de 3% do PIB. Mas a dívida pública subiu muito em todos os países da União 
Europeia. Em três deles ? Grécia, Itália e Bélgica ? a dívida bruta do Tesouro supera 100% do PIB. 
Em Portugal, Irlanda e França, está acima de 80%. Na Alemanha e na Áustria, pouco abaixo desse 
nível.

No caso de Portugal, a situação pode ficar mais complicada, porque o Parlamento aprovou na sexta­

373
feira uma lei de financiamento regional com previsão de recursos maiores para a Ilha da Madeira e 
os Açores. 

Apesar das péssimas condições das contas públicas, a maioria dos governos europeus terá de 
avançar com muito cuidado na eliminação dos incentivos. Houve sinais de recuperação econômica, 
mas o nível de atividade permanece muito baixo e o setor privado provavelmente ainda não é capaz 
de se manter com os próprios meios. 

Na Alemanha, a produção industrial de dezembro foi 2,6% menor que a de novembro, já 
descontadas as variações sazonais. Os números foram divulgados na sexta­feira pelo Ministério da 
Economia. A previsão era de aumento de 0,5%. Na Espanha, o PIB do quarto trimestre de 2009 foi 
0,1% menor que o do terceiro e 3,1% inferior ao do mesmo período de 2008. Para todo o ano de 
2009 o banco central calcula uma contração de 3,6%. 

O quadro não parece muito mais animador na maior parte da Europa. Na quinta­feira, o Banco 
Central Europeu e o Banco da Inglaterra anunciaram a manutenção das taxas básicas de juros. Foi 
um reconhecimento das condições ainda precárias da economia e das incertezas quanto ao curto 
prazo.

Nos Estados Unidos, o Federal Reserve, recentemente, também manteve os juros inalterados, para 
não atrapalhar a recuperação. Os incentivos fiscais estão mantidos e o governo dificilmente deverá 
reduzi­los nos próximos meses. Na sexta­feira, foi revelado que em dezembro houve um corte de 20 
mil vagas no mercado de trabalho, um resultado pior que o previsto. Mesmo assim, a taxa de 
desemprego americana caiu de 10% para 9,7% ? ainda um dos níveis mais altos nos últimos 20 
anos. 

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374
4.
Conhecimento compartilhado

(Hélio Rangel Terra, Jornal da Tarde)

Encontrar a solução para lidar com a aposentadoria de seus líderes tem sido o pesadelo de grandes, 
médias e pequenas empresas há muito tempo. Muitas não sabem nem por onde começar a sucessão 
e acabam fazendo isso às pressas ou sem o planejamento necessário. Não é preciso dizer que um 
erro nessa fase pode romper todo um ciclo produtivo do grupo.

Para evitar que isso ocorra, portanto, é fundamental efetuar ações diárias para manter a 
comunicação e excelência da equipe e, assim, parar de encarar a sucessão como um grande 
problema.

O primeiro passo para manter a produtividade da empresa e efetuar boas sucessões, ao contrário do 
que parece, não é tão complicado e pode ser feito por todos os colaboradores da companhia: cuidar 
da gestão do conhecimento, ou GC, sigla pela qual ela é conhecida. O tema não é novidade, mas 
tem ganhado mais força atualmente no mundo corporativo.

O escritor norte­americano Alvin Toffler afirmou em seu livro A Terceira Onda (do original The 
Third Wave, publicado em 1980) que essa, a gestão do conhecimento, é a terceira grande revolução 
com o poder de mudar profundamente a humanidade, depois da Revolução Agrícola, há cerca de 10 
mil anos; e da Industrial, há quase três séculos. 

A afirmação de Toffler não foi um equívoco, e as empresas sabem disso. O maior valor agregado de 
uma companhia é seu capital humano e o conhecimento que ele traz. As informações, porém, se 
multiplicam rápido e acabam ficando dispersas nas cabeças dos colaboradores ou nas rotinas e 
processos de cada departamento. Assim, para tirar proveito dessa matéria­prima, é fundamental 
criar uma estrutura da gestão do conhecimento que possibilite a captação e o compartilhamento do 
conteúdo gerado.

Atentas a essa necessidade, muitas empresas já começaram a investir em GC usando como 
ferramenta básica a internet. A maioria das companhias hoje dispõe de uma intranet, portal para 
troca de informações entre os colaboradores da empresa. Há algumas que já se integraram tão bem à 
ferramenta que a utilizam até para recrutamento e feedback. Dessa forma, os profissionais têm 

375
acesso às vagas internas e podem se cadastrar ou até mesmo fazer testes para avaliar sua 
empregabilidade e a necessidade de treinamento.

Há ainda companhias que investiram em universidades corporativas, promovendo cursos online e, 
às vezes, presenciais, com o objetivo de unificar os conhecimentos.

Todas essas ações contribuem não apenas para manter a competitividade da empresa, que atua de 
forma mais integrada, com todos os seus colaboradores ‘falando a mesma língua’, mas também para 
a motivação dos profissionais, que se sentem realmente integrados no processo e parte importante 
para o desenvolvimento da empresa.

Vale lembrar, no entanto, que, para a gestão do conhecimento ser realmente efetiva, não é preciso 
apenas uma boa área de TI (tecnologia da informação), mas, acima de tudo, bons líderes, 
preparados para mostrar a real importância desse projeto aos seus colaboradores. Isso precisa ser 
ressaltado, pois em um ambiente competitivo é comum que muitas pessoas não queiram dividir o 
que sabem, por acreditarem que isso manterá sua empregabilidade. Esse mito deve ser extinto, por 
meio de um bom trabalho de informação e conscientização, ou a empreitada não terá sucesso.

Além disso, antes de começar esse projeto, é preciso ouvir com atenção os colaboradores da 
empresa, que são os maiores interessados e afetados, e podem ter importantes sugestões a agregar.

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5.
A inflação e a vigilância

(Editorial, Jornal de Santa Catarina)

Sinais de alerta emitidos por índices de inflação, neste início de ano, puseram em confronto as 
posições do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e do presidente do Banco Central, Henrique 

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Meirelles. Esta não é a primeira vez que as diferenças entre as duas maiores autoridades 
governamentais da área econômica são explicitadas, sempre pelos mesmos motivos. Entende o 
senhor Guido Mantega que, apesar do acelerado ritmo de crescimento da economia, o Brasil não 
precisa aumentar os juros para evitar o risco de descontrole dos preços. A posição já manifestada 
pelo BC é de que indicadores como o IPCA e o IPA de janeiro, que mostraram crescimento, deve, 
sim, merecer atenção.

Opiniões divergentes são comuns entre integrantes do primeiro escalão de qualquer governo. O que 
se espera é que nenhuma das posições perca de vista a preservação da estabilidade conquistada. O 
bom­senso que caracteriza a política econômica tem feito com que convirjam para o mesmo ponto a 
gestão monetária, a cargo do BC, e as linhas gerais da economia, do Ministério da Fazenda.

As últimas previsões, feitas por analistas independentes, chegam a vislumbrar para este ano um 
crescimento de mais de 6% da economia. Em janeiro, o país gerou mais de 140 mil vagas. O 
próprio Ministério da Fazenda estima que a economia poderá gerar 1,5 milhão de vagas este ano.

Nada disso terá significado se tais avanços ocorrerem no cenário de uma economia ameaçada pelo 
retorno da inflação. Vale lembrar que o presidente Lula tem reafirmado que fez parte de uma 
geração de sindicalistas cujos liderados eram operários com salários corroídos pela inflação dos 
anos 80. Mesmo que o retorno do aumento de preços aos níveis daquela época seja improvável, o 
país não pode descuidar no sentido de manter os índices inflacionários no mesmo patamar 
registrado em uma década e meia de equilíbrio e solidez econômica.

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6.
CORRUPTOS E CORRUPTORES

(Editorial, Zero Hora, com adaptações nossas)

O governo decidiu encaminhar ao Congresso um projeto de lei destinado a responsabilizar 
administrativa e civilmente empresas que praticam atos de corrupção contra a administração 
pública. A alegação do Executivo é de que a legislação atual não prevê meios específicos para 
atingir o patrimônio das empresas aliciadoras, o que inviabiliza eventuais pedidos de ressarcimento 
aos cofres públicos dos valores desviados. Pela proposta do governo, será punida a empresa que 
fraudar licitações ou pagar propina a servidores públicos. Entre outros pontos, a iniciativa prevê 
multa de 1% a 30% do faturamento bruto da pessoa jurídica, impedimento de que ela receba 
benefícios fiscais, suspensão parcial de atividades e até extinção da empresa. 

Os corruptores têm mesmo que ser punidos exemplarmente, de preferência na mesma dimensão dos 
corruptos, pois ambos participam de um processo lesivo à coletividade. Sob o pretexto de que não 
foram eles que estabeleceram as regras do jogo sujo, costumam buscar benefícios por meios ilícitos 
e amorais, alimentando o círculo vicioso da indecência. Como invariavelmente ficam impunes, nem 
mesmo a divulgação de fraudes os inibe de tentar de novo, de reincidir e de alimentar a 
concorrência indigna pelo butim dos esbulhados.

Embora os agentes ativos da corrupção não sejam menos culpados, são os corruptos que despertam 
maior revolta dos cidadãos, especialmente aqueles que traem os mandatos e as representações que 
lhes foram concedidas pelos cidadãos, seja como governantes, parlamentares ou servidores 
públicos. Nada causa tanta indignação quanto ver um agente público embolsando maços de dinheiro 
ou escondendo­os em malas, meias e peças íntimas do vestuário. E os cidadãos íntegros ficam ainda 
mais feridos e enojados quando autoridades de sua confiança fecham os olhos para a corrupção de 
seus parceiros e apadrinhados políticos, como ocorreu em passado recente com integrantes do 
próprio governo que agora propõe a penalização dos corruptores.

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7.
Descaso com os contribuintes

(Editorial, Zero Hora)

A longa novela gaúcha em torno dos pedágios e da indispensável qualidade das rodovias gaúchas 
está ganhando agora um capítulo técnico. Auditores do Tribunal de Contas do Estado debruçaram­
se sobre os 13 anos de vigência do Programa Estadual de Concessão Rodoviária, passando pelos 
governos de Antônio Britto (que o assinou em 1996), de Olívio Dutra (que o reformou em 2000), de 
Germano Rigotto e, finalmente, do governo Yeda (que devolveu os polos à União). A conclusão é 
de que os serviços são insuficientes, há problemas no asfalto e em acostamentos e o Daer 
(Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem) não fiscaliza. As concessionárias escudam­se 
nos termos dos contratos ou em sua reforma para eximir­se de compromissos. Segundo o relatório, 
em razão de cláusulas contratuais ainda vigentes, o Estado aceitou estradas que, pelos padrões 
federais, são tidas como péssimas.

O imbróglio ganhou ainda mais confusão com a devolução dos polos de pedágio pelo governo 
estadual ao federal, no ano passado, e pela recusa deste em recebê­los. À medida que se ampliou o 
jogo de empurra entre os poderes concedentes, as empresas concessionárias ficaram praticamente 
livres de cobrança ou fiscalização. A preocupação do TCE é, por isso, além de amplamente 
procedente, sintonizada com a preocupação dos contribuintes gaúchos.

Objetivamente, os usuários das rodovias têm o direito a serviços adequados, seja na forma de 
qualidade das pistas e da sinalização, seja na estrutura de socorro mecânico ou médico. A 
construção dessa situação de impasse tem o dedo de todos os governos que se sucederam no Estado 
e na União desde 1995. Com a chegada da campanha eleitoral, o mínimo que os gaúchos devem 
exigir dos partidos e dos candidatos, do governo ou da oposição, é a grandeza de buscar, nessa 
questão, a solução mais compatível com o interesse dos contribuintes e do Estado. A pior solução 
será a da manutenção da queda de braço e o prolongamento do atual impasse que representa a 
acefalia numa área importante da infraestrutura estadual.

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8.
Máquina mortífera

(Editorial, Diário Catarinense)

A violência se transformou, nesses anos recentes, em uma das marcas talvez a mais representativa 
de todas que caracteriza o estilo de vida da sociedade urbana e industrial que elegemos para viver. 
Esta é uma constatação óbvia. Ela se confirma e evidencia, dia após dia e em ritmo crescente, no 
noticiário e nos registros policiais. Os acidentes de trânsito, cujas estatísticas estão em disparada, 
constituem um dos aspectos mais preocupantes desta escalada da violência. Neste último final de 
semana, nove pessoas morreram na chacina de ação continuada que tem como cenário as estradas e 
as vias urbanas de Santa Catarina, que detêm o trágico segundo lugar no ranking brasileiro da 
letalidade no trânsito.

Os registros de acidentes, mortos e feridos deste final de semana, embora algo acima da média, não 
surpreendem. E isto porque são inúmeros os precedentes mais assustadores. Basta lembrar que, em 
novembro, também em um final de semana comum como este último – não era um feriadão, ou data 
especial, e não acontecia qualquer dessas festas populares que multiplicam o movimento nas 
estradas –, em apenas 48 horas, 15 pessoas morreram. Estamos em contagem regressiva para o 
Carnaval, tempo de excessos e de abusos também no trânsito.

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9.
Qualidade de vida e saúde bucal na terceira idade

(Marco Tulio Pettinato Pereira, Revista Partes)

Já é sabido por toda a sociedade que está ocorrendo o aumento da população idosa. Nos últimos 50 
anos ocorreu um grande avanço tecnológico e novas descobertas que buscam desesperadamente 

380
maneiras de prolongar a vida das pessoas e propiciar uma melhor qualidade de vida.
O crescimento da população idosa no Brasil, tem acarretado um grande impacto, devido à falta de 
planejamento, de medidas assistenciais, de formação e capacitação do material humano necessário. 
Somado a esses fatores, grande parte de nossos idosos apresenta, além dos problemas de saúde, 
problemas sócio­econômicos.

Mas o que tem a ver tudo isso com a saúde bucal? Tem tudo a ver, pois a saúde bucal depende de 
vários fatores, como por exemplo de políticas públicas adequadas, de investimentos em programas 
de saúde direcionados à terceira idade, etc.

E investir na saúde na terceira idade, assim como em outras fases da vida, é de extrema importância, 
pois a saúde bucal melhora a saúde geral, assim como a estética agradável mantém a auto­estima e o 
bom desempenho social.

Dentro de políticas sociais, a prevenção deve ser um direito de todos e na terceira idade é 
fundamental no que se refere a qualidade de vida. E qualidade de vida significa, além de ter uma 
qualidade de saúde bucal, ter também qualidade de saúde geral, qualidade de vida social, qualidade 
de relacionamentos, qualidade material, qualidade espiritual, e outras, até chegarmos à qualidade 
total, como o objetivo maior de toda a sociedade na modernidade.

O principal objetivo da prevenção em todas as áreas ligadas à medicina é melhorar a qualidade de 
vida e proporcionar um envelhecimento saudável. E envelhecer com saúde, disposição e qualidade 
de vida, estão envolvidos aspectos não só biológicos, mas também psicológicos, econômicos, 
sociais. A boca é um dos elementos que merecem atenção no processo de envelhecimento, porque é 
por meio dela que podemos expressar, através do sorriso, nossos sentimentos de alegria, de sedução. 
Os dentes irão representar um papel fundamental nesse aspecto. Um idoso que tem bons dentes, que 
tem uma boa mastigação, tem uma melhor qualidade de vida do que um idoso que apresenta muitas 
cáries, devido ter uma higienização incorreta, e acaba comprometendo sua saúde como todo.

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10.
Fazer o caminho

(Dom Paulo Mendes Peixoto, Revista Família Cristã)

O tempo real nos coloca no contexto de uma via, de um caminho, tendo um ponto de partida e outro 
de chegada. É tempo de alegrias e tristezas, de hostilidades e rejeição, ou não. Importa caminhar 
com muita coragem, não se deixando abater pelos desânimos que vão sendo encontrados.

Pelo caminho, as deficiências vão sendo aos poucos curadas, os sonhos, às vezes, sendo realizados. 
Importa não ficar estagnado por causa dos problemas, dos preconceitos e situações impostas pelo 
novo contexto cultural. Não podemos perder as nossas forças e princípios motivadores.

Não é fácil acreditar no potencial existente em cada pessoa humana. Pior ainda é aceitar os 
prodígios realizados pelos que são comuns a todos nós. Podemos aqui destacar a frase mito popular: 
“Santo de casa não faz milagre”. Mas isto não é verdade.

O certo é que toda pessoa humana existe para cumprir uma missão. É por isto que existem os dons, 
quase como um destino, uma configuração de responsabilidade, que abarca toda a existência 
concreta na história da humanidade.

É muito grande a força da existência. Ela coincide com a vontade do Criador, num tempo 
determinado, em vista da salvação e da libertação. Existimos para edificar um caminho florido pelas 
maravilhas de uma vida que precisa ser feliz.

A marca referencial é o amor fraterno na comunidade, ou no corpo social, construindo solidariedade 
e unidade. As competições, os interesses particulares, as preferências egoístas e os desejos de 
publicidade dificultam o verdadeiro caminho.

O bem comum é fruto de práticas concretas de amor. É amor que vem de Deus e existe em nós pelo 
fato de que Ele nos tornou seus filhos adotivos. Amando os irmãos, amamos a Deus. Assim 
conseguimos construir uma humanidade sem barreiras.

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0o0­0o0­0o0

Esperamos que você tenha ficado satisfeito com seus resultados neste exercício!  Caso isso não 
tenha acontecido, repita o exercício.  Se quiser, ainda, busque em outros exemplos de editoriais de 
jornais e revistas.  A prática é a mãe da habilidade!

383
RETORNAR AOS PARÁGRAFOS INTERPOSTOS

O exercício que se acabou de fazer nada mais foi que uma reescritura da sentença­tese, que é o 
assunto central da redação.  Prosseguindo na preparação do parágrafo final cuja função é retomar os 
principais aspectos levantados na redação, a partir da sentença­tese;  volta­se, agora, para os 
parágrafos interpostos.  Tudo o que um parágrafo final deve conter são as retomadas à sentença­tese 
e aos aspectos levantados nos parágrafos interpostos.  Portanto, o parágrafo final nada mais é senão 
uma paráfrase da sentença­tese e dos parágrafos interpostos.  Apenas isso.  De modo conclusivo, 
terminativo.

Para recuperar as ideias expressas num determinado parágrafo interposto, geralmente, basta 
concentrar­se na respectiva sentença­base ou, então, reler todo o parágrafo.  Os principais 
parágrafos interpostos devem estar referidos no parágrafo­final, de modo sumário.  

A seguir, no trecho em itálico e em negrito, dá­se um exemplo de como recuperar, no parágrafo 
final, o aspecto levantado em um dos parágrafos interpostos.

Tema:  Vida com alegria
Público­alvo:  Donas­de­casa.
Tópico:  Não desperdiçar os momentos alegres.
Sentença­tese:  Cada momento de alegria deve ser vivido com muita intensidade e naturalidade.
Sentença­base do parágrafo interposto:  Um sorriso franco, na maioria das vezes, é um escudo que 
nos protege do negativismo alheio.  
Sentença recuperada ou derivada no parágrafo final:  Um sorriso verdadeiro detona a bronca  
alheia.

Como a retomada da ideia do parágrafo interposto,  a ser feita no parágrafo final, deve ser 
conclusiva, não devemos nos basear ou reproduzir a respectiva sentença base, quando esta for uma 
pergunta ou se expressar por uma dúvida ou frase reticente.  Nesse caso é obrigatória a leitura de 
todo o parágrafo interposto, em questão, para se evitar a retomada da dúvida ou pergunta no 
parágrafo final.  Veja o seguinte exemplo.

Tema:  Vida com alegria
Público­alvo:  Executivos.

384
Tópico:  O controle das relações públicas pelo humor.
Sentença­tese:  Ao relacionar­se com os outros, assuma imediatamente o controle da situação por 
meio de um estado mental positivo exteriorizado por um sorriso.
Parágrafo interposto:  O sorriso é realmente importante?  Não somente o é importante como 
também necessário, se quisermos desarmar as asperezas de nosso interlocutor e impor o nosso bom 
humor.  Mas, é mister que o sorriso seja dado antes de qualquer gesto ou saudação, mesmo antes do 
aperto de mão, por mais mecânico e frio que este possa ser.  
Sentença recuperada ou derivada no parágrafo final:  Se quiser controlar o relacionamento,  
mostre, antes de qualquer coisa, seu humor, sorrindo francamente.

385
RECUPERAR AS PRINCIPAIS SENTENÇAS­BASE DOS PARÁGRAFOS 
INTERPOSTOS

EXERCÍCIO 47

Usando outras palavras ou modo de exprimir­se, reescreva ao final de cada questão, nas linhas em 
branco, o aspecto tratado em um dos parágrafos interpostos, apoiando­se na sentença­base, que 
aparece em itálico e em negrito.  O segredo, aqui, é recuperar o assunto do parágrafo interposto de 
modo diferente de como se apresenta na redação.  Se achar que a leitura da sentença­base é 
insuficiente para resumir o assunto, releia todo o parágrafo interposto em questão.

1.

Comissões sem quórum
(Editorial, Zero Hora)

Por ausência de seus deputados titulares, deixou de funcionar na última terça­feira a Comissão de 
Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa. A questão não pode ser considerada irrelevante, 
pois a falta de quórum evidencia o descomprometimento dos parlamentares com a assiduidade às 
comissões temáticas e ao próprio plenário. Seria a primeira reunião da Comissão que é, pelo 
Regimento da casa, uma das mais importantes do processo legislativo. A próxima reunião foi 
marcada para daqui a duas semanas, dia 23, já que a próxima terça­feira, dia da reunião semanal, 
será Carnaval. É inadmissível que uma comissão com tantas prerrogativas e funções acabe tendo 
seu trabalho inviabilizado por ausência de parlamentares.

Infelizmente, esse cancelamento não é algo inédito ou excepcional. Em várias oportunidades, no 
ano passado, a mesma incúria dos deputados levou a episódios semelhantes, nessa mesma Comissão 
de Constituição e Justiça. A preocupação do novo presidente da Assembleia, deputado Giovani 
Cherini, manifestada na reunião de ontem com os presidentes de comissões, mostra que o problema 
pode não ser apenas da CCJ.

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2.

O reacionário

(Alencar Schueroff, A Notícia)

Por favor, não leias! Este é o conselho que te dou. Já li coisa que não devia. E me arrependo. Tudo 
bem que isso foi em uma época em que não havia alguém que me conduzisse para o que é bom. Foi 
a duras penas que consegui, aos 18, chegar a Machado. A maturidade, finalmente, adquirida.

...

Procura, então, um livro que te surpreenda com palavras. Sem que tu esperes, aparece, por 
exemplo, um “teadorar”. Com angústia, tu descobres que tal verbo não existe, mesmo com toda a 
força de teu Aurélio. Se tu, de repente, então, sentires que o chão te escapa, podes ficar feliz, pois o 
desequilíbrio é um passo importante para quem deseja ser bom leitor. Os eternamente equilibrados 
têm menos possibilidades de enxergar o mundo de posições alternativas: laterais, invertidas, aéreas.

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3.

Nações Unidas em xeque

(Editorial, Gazeta do Povo)

A apreensão da comunidade internacional em relação à iniciativa do Irã de estabelecer um novo 
programa nuclear de larga escala, com o enriquecimento de urânio a 20% e a construção de outras 
dez usinas, chegou a limites que lembram muito bem a época da Guerra Fria. Tanto que as 
potências ocidentais, lideradas pelos Estados Unidos e França, deram por encerradas as atuais 
negociações nucleares com o Irã e pediram ao Conselho de Segurança das Nações Unidas novas e 
mais severas sanções contra Teerã.

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A posição do governo brasileiro também é mais um fato complicador. O Brasil havia assumido o 
papel de interlocutor entre o Irã e o Ocidente, com a recente vista de Mahmoud Ahmadinejad ao 
país. Contudo, o Itamaraty ainda defende um acordo entre os dois países para a troca de urânio 
enriquecido por combustível nuclear com o Irã. A diplomacia europeia aponta a atitude brasileira 
como um empecilho à aprovação de novas sanções a Teerã, mas os EUA estão tentando fazer o 
Brasil mudar de posição, porque só uma decisão em bloco vai garantir as novas sanções.

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4.

Portos continuam ruins

(Editorial, O Estado de São Paulo, com adaptações nossas)

Lançado em dezembro de 2007, para aumentar a capacidade operacional dos principais portos 
nacionais, o Plano Nacional de Dragagem (PND) ­ que prevê investimentos de R$ 1,5 bilhão e faz 
parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do qual é considerado um dos mais 
importantes projetos, por reduzir os custos de logística ­ mal saiu do papel e só agora deve começar 
a se tornar realidade no mais movimentado terminal portuário do País, o de Santos, que responde 
por 27% de todo o comércio exterior brasileiro. 

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A principal deficiência dos portos brasileiros é o acesso por rodovia. Há casos em que os 
caminhões têm de aguardar mais de um dia para conseguir descarregar um produto e sair carregado 
com outro. No caso de Santos, o problema se estende ao acesso por ferrovia, que responde 
atualmente por apenas 15% da carga movimentada no porto, mas poderia responder por até 40% se 
fossem adequadamente eliminados os vários empecilhos ­ entre os quais o atraso na construção do 
Ferroanel da região metropolitana, para tirar os trens de carga da área central de São Paulo e dos 
trilhos utilizados para o transporte de passageiros.

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389
5.

Estatísticas do crime e discurso do medo

(Fábio Tofic Simantob, O Estado de São Paulo)

Não existe sociedade livre de crimes. O crime sempre existiu e sempre vai existir. A questão é 
como mantê­lo em níveis aceitáveis de convivência social. A prática de crimes está atrelada aos 
mais variados fatores desencadeantes, alguns de índole socioeconômica, outros, não. Alguns podem 
ser evitados com políticas públicas (como o homicídio, o roubo...), outros são mais difíceis de 
prevenir (como o estupro, os pequenos furtos...).

...

Sob essa perspectiva, é difícil encontrar um único denominador comum para o aumento dos  
roubos e dos homicídios registrado no Estado de São Paulo no último ano. O homicídio, por 
exemplo, crime cuja prática aumentou em 2009, segundo os dados da Secretaria de Segurança 
Pública, pode ser desencadeado pelos mais variados fatores: um homicídio pode ser motivado tanto 
por fatores psíquicos (a paixão, o ciúme, o medo, a ira, o dever), como também por motivos 
relacionados com a prática de outros crimes (acerto de contas do tráfico, vingança, queima de 
arquivo, disputa pelo poder paralelo na periferia), sem falar nos homicídios cometidos para se 
defender de agressão injusta. É impossível catalogar todos os fatores desencadeantes de um crime 
violento.

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390
6.

O valor da educação

(Revista Vida Simples)

“Compra, manhê!!!”   Quem nunca ouviu dos filhos uma súplica como essa? É difícil admitir, mas 
todo pai ou mãe normal já levou para casa, contra a vontade, a enésima versão do videogame do 
garoto ou o supérfluo pompom para combinar com a capinha do celular da menina. Se você já fez 
isso, não se martirize. É mesmo difícil resistir aos apelos dos pequenos. Mas também não se 
resigne, porque essa tarefa não é impossível. Com convicção e persistência, podemos ensinar a 
meninada a consumir com consciência e a gastar bem seu dinheirinho – agora e no futuro. 

Sim, pois essas gracinhas que hoje fazem birra para conseguir o que querem um dia terão 30, 40  
anos e viverão em um mundo complexo e desafiador. Cabe a nós prepará­los. “O jeito como 
lidamos com as finanças reflete nossas emoções, ambições, valores e auto­estima”, diz a 
especialista em educação financeira Cássia D’Aquino. “É fácil ver em adultos mimados, que agem 
como se o mundo lhes devesse favores, traços egocêntricos da criança que cresceu sem limites.”

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7.

Bicho não é brinquedo

(Revista Vida Simples)

Há um ano, mais ou menos, decidi experimentar a vida fora de São Paulo e empacotei minha casa 

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rumo ao Nordeste. Num caminhão, foi a mudança. De avião, seguimos eu, minha mala e mais duas 
caixas de transporte contendo 12 quilos de gato – o peso que meus dois felinos vira­latas, a Cuca e o 
Chicó, representaram para a companhia aérea. Muita gente achou graça da minha excentricidade: 
“Você vai levar os gatos?!?”, surpreendiam­se. Ora, era evidente que eu ia. Jamais me ocorreu outra 
hipótese. Por mais trabalho que tenha dado (a burocracia exigida para levar um bicho a bordo é um 
teste de paciência), os dois são parte da minha família. O vínculo, a alegria de poder compartilhar 
com eles meu dia­a­dia e o aprendizado que resulta desse compromisso valem mil vezes o esforço. 
Sabe a célebre frase de O Pequeno Príncipe, de Saint­Exupéry, “tu te tornas eternamente 
responsável por aquilo que cativas”? É exatamente isso. Ou pelo menos deveria ser. 

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Certamente você já ouviu falar de que ter um bicho faz bem ao humor e até à saúde. Nos últimos 
anos, dezenas de pesquisas se empenharam em mostrar o poder da amizade com animais sobre 
problemas como hipertensão, depressão e até sobre a qualidade de vida de doentes crônicos.Mas 
será que nós, humanos, sabemos fazer bem ao humor e à saúde de nossos bichos? Hummm… Nem 
sempre. Mesmo que você não seja tão frio para abandoná­lo à própria sorte e esteja cheio de boas 
intenções. “As pessoas, em geral, são bastante sensíveis à causa dos animais”, comenta Ciampi.“O 
problema é que, na mesma medida em que há simpatia, há desinformação.” Bichos têm, sim, 
emoções como alegria, tristeza e medo, mas mostram isso de uma maneira que nem sempre a gente 
entende. Esforçar­se para compreender o universo dos outros seres vivos que convivem conosco e 
tratá­los com respeito e responsabilidade é condição essencial para viver de forma ética e em 
equilíbrio.

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8.
Por que casar?

(Paróquias de Portugal, com adaptações nossas)

Quando duas pessoas se amam de verdade, torna­se natural o desejo de unir e partilhar as suas vidas 
para sempre. E sendo tão grande um amor assim, será natural o desejo de o tornar "oficialmente" 
conhecido das outras pessoas, através de um gesto muito especial, o casamento. 

O casamento assume, assim, um enorme significado: é o corolário de uma fase de namoro, que  
agora se transforma em compromisso livre e sem condições; é o início de uma nova forma de  
estar na família alargada e na sociedade.   Mais do que um "par de noivos", aqueles que se casam 
são já uma nova família, que poderá crescer, com o aparecimento dos filhos; a presença dos 
convidados significa também o reconhecimento de uma nova forma de estar dos noivos e o 
compromisso táctico de serem sua ajuda quando isso for necessário.

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9.
Educação

(Editorial, USP/ECA)

Temos insistido, nos últimos anos, que as transformações na área da educação, propostas pelos 
artigos e ensaios que integram cada número desta revista, respondem a mudanças presenciadas na 
sociedade, na produção, na ciência, na comunicação e nas relações entre as pessoas. O fato de 

393
vivermos interconectados por redes de comunicação e informação, encurtando as distâncias e 
acelerando o tempo, colocam exigências novas para a compreensão do mundo, para a produção e 
para a formação e profissionalização de nossos educandos. Da mesma maneira, a informatização, a 
automação e os sistemas integrados derrubam barreiras entre áreas do conhecimento, aproximando 
saberes e metodologias de trabalho e pesquisa. O desenvolvimento da ciência, por sua vez, nos 
obriga a sistematizar o conhecimento e a atualizar permanentemente nossas referências, 
transformando o aprendizado em um processo contínuo e cotidiano. Essas análises têm ocupado 
grande parte das páginas de nossa revista.

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Por outro lado, a importância que se vem dando à educação como meta, recurso e projeto para  
uma sociedade mais integrada, humana e democrática leva os comunicadores, necessariamente,  
a atentarem para as possibilidades educacionais de sua prática. Portanto, as transformações que 
se apresentam na sociedade tendem a fortalecer, cada vez mais, os laços entre comunicação e 
educação, tornando essas áreas do conhecimento mais próximas e complementares.

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10.
Assim não dá! Não exibir os desenhos das crianças na escola

(Ronaldo Nunes, Revista Escola, com adaptações nossas)

Na tentativa de criar um ambiente familiar para a meninada, muitas escolas de Educação Infantil 
optam por enfeitar as paredes com personagens de desenho animado e cenas de contos de fadas. A 
iniciativa, por mais bem intencionada que seja, não dá às crianças a chance de interagir com o 

394
espaço e pode acabar reforçando estereótipos. A escola que faz uma decoração com imagens desse 
tipo acaba mostrando aos pequenos que não quer que eles marquem o ambiente em que trabalha 
com produções próprias.

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Em vez de pendurar em murais e varais exclusivamente as produções dos adultos, é mais  
interessante usá­los como espaço de reversibilidade, capaz de abrigar diferentes produções dos  
pequenos ao longo do ano, de acordo com o plano de trabalho desenvolvido pelo professor. Com 
isso, eles se veem naquele espaço, se identificam com o ambiente e podem perceber e comentar as 
semelhanças e diferenças entre seus trabalhos e os dos colegas.
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Com este último exercício que se concluiu, completam­se os elementos para você elaborar o 
parágrafo final.  Esses elementos são as sentenças­base e a sentença­tese nas novas versões que 
você preparou.  Essas sentenças reescritas estão dispersas, por enquanto.  É a união delas que 
comporá o parágrafo final.  A sua missão última, em qualquer redação, é ligar essas sentenças de 
modo a formar o parágrafo final.  E pronto!  Sua dissertação estará concluída.  Vamos, agora, ver, 
na prática, como se fazem essas ligações de sentenças no último parágrafo.

Antes de qualquer coisa, temos que entender que a sentença­tese e as sentenças­base que queremos 
dar destaque foram alteradas em sua estrutura morfo­sintática.  Isso é lógico, pois não iríamos fazer 
a transcrição pura e simples dessas sentenças para o parágrafo final.  O que vamos ligar, agora, são 
as ideias representadas por essas sentenças.  Uma redação nada mais é senão uma exposição de 

395
ideias por meio da escrita.  Esta (a escrita) nada mais é senão o suporte para as ideias do escritor.

Veja o exemplo a seguir:

VOZES DA SOCIEDADE

(Editorial, Jornal Zero Hora, grifos nossos)

“O episódio que resultou na prisão preventiva do governador José Roberto Arruda, do Distrito 
Federal, evidenciou mais uma vez a importância histórica assumida, em alguns momentos, por 
instituições da sociedade organizada, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Foi dessa 
corporação profissional que partiu a iniciativa de propor à Procuradoria­Geral da República que 
pleiteasse judicialmente o afastamento do governador e sua prisão preventiva em decorrência de seu 
suposto envolvimento nos fatos investigados na chamada Operação Caixa de Pandora. Há 
momentos na trajetória das nações em que alguma entidade ou até alguns cidadãos assumem um 
papel de liderança indispensável para que, como instrumentos da sociedade, abram caminho para 
que o clamor popular tenha consequência. No caso da OAB, iniciativa semelhante, de dimensões  
ainda maiores, já ocorrera em 1991, quando, junto com a Associação Brasileira de Imprensa  
(ABI), encaminhou à Câmara dos Deputados o pedido de abertura do processo de impeachment  
do então presidente Fernando Collor.

A evolução das nações e dos povos encontra, em episódios como esses e na emergência de 
instituições como as citadas, a maneira de avançar, mesmo quando são inoperantes ou lentas as  
instituições formais que se originaram da divisão de poderes. A história brasileira é generosa em 
exemplos de instituições que assumiram papéis de liderança, como os jesuítas ou a maçonaria nos 
tempos da Colônia e do Império, ou, mais recentemente, corporações de empresários ou de 
trabalhadores, reunidos ou não em sindicatos. Essas vozes da sociedade são importantes não apenas 
em momentos de visibilidade tão clara agora ou no impeachment de Collor. Às vezes tais vozes 
precisam elevar­se para se opor ao arbítrio de inescrupulosos detentores do poder ou para denunciar 
movimentos que prejudicam a liberdade. Outras vezes são o instrumento da indignação e do 
protesto.

Assim, as entidades da sociedade civil são ferramentas indispensáveis para a formação de 
sociedades democráticas e para fazer, mediante pressão legítima, com que as engrenagens do  
poder se movam ou sejam mais ágeis. Nem mesmo as instituições de representação da sociedade, 

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como os parlamentos, eliminam o papel das organizações sociais que são capazes, por sua inserção 
social, de mobilizar­se diante de fatos como os da corrupção dos governos ou de ameaças a direitos.

O exemplo da OAB e de sua militância diante da degradação ética evidenciada nos episódios do  
governo do Distrito Federal revela como uma corporação profissional pode ter um papel  
relevante na própria definição dos rumos políticos de uma região e do próprio país.

/ / /

O assunto central da redação acima é “a importância das entidades civis como lideranças na tomada 
de decisões de relevo para o País”. Esse assunto está sintetizado nas sentença­tese e sentenças­base, 
destacadas em negrito e itálico.  O parágrafo final (também em negrito e em itálico) reúne todas 
essas sentenças num bloco, conservando e destacando o assunto central: “como uma corporação  
profissional pode ter um papel relevante na própria definição dos rumos políticos de uma região  
e do próprio país.”  

Como se vê, as sentenças foram bastante alteradas, mas a ideia central foi conservada.  Nesta 
dissertação, cuidou­se de apresentar, no parágrafo final, somente um aspecto da sentença­tese: 
“corporação não­governamental nas decisões do País”.”

A dor não espera

(Abigail Gomes Silva, Gazeta do Povo, grifos nossos)

“Os milhões de brasileiros que sofrem de doenças crônicas ou graves vivem um momento decisivo 
e angustiante. Estão à espera da revisão dos protocolos de tratamento do Sistema Único de Saúde 
(SUS). O trabalho de atualização dos procedimentos envolve 86 doenças e está sendo realizado por 
técnicos do Ministério da Saúde com a colaboração do Hospital Oswaldo Cruz, de São Paulo. Após 
a revisão, novos medicamentos serão oferecidos pelo SUS aos pacientes, muitos deles já em uso na 
rede privada e aceitos pelos convênios de saúde. Os doentes aguardam, mas têm pressa, pois a dor  
não espera.

397
Com o rápido desenvolvimento das pesquisas nos últimos anos, há novas formas de tratamento,  
com remédios mais modernos e eficazes. Para os pacientes, porém, há um obstáculo no sistema 
público de saúde brasileiro: os protocolos desatualizados impedem o acesso aos medicamentos. Esta 
situação está no âmago do debate sobre a “judicialização da saúde”, fenômeno cada vez mais 
frequente no Brasil.

É simples entender o que se passa: sem recursos para bancar na rede privada tratamentos caros,  
os pacientes passaram a ingressar na Justiça para garantir o direito de acesso ao medicamento  
que o SUS não fornece. Como a Constituição Federal diz que a saúde é um direito fundamental, 
garantido pelo Estado, a maior parte dos juízes vem dando ganho de causa aos doentes, obrigando o 
Estado a pagar os custos dos medicamentos. 

Se para o governo a conta sai salgada, para os pacientes são dois sofrimentos de uma só vez: o de 
enfrentar a doença – em muitos casos, uma luta pela vida – e o da batalha judicial para conseguir 
acesso a algo que está logo ali, tão perto e ao mesmo tempo tão distante: o novo medicamento, mais 
moderno, esperança de melhora, do fim da dor, ou até mesmo sinônimo de cura.

Felizmente, o Supremo Tribunal Federal percebeu que a situação estava passando de qualquer 
limite e agiu, realizando em maio do ano passado uma audiência pública sobre o assunto. A 
iniciativa levou o governo a decidir pela revisão dos protocolos de tratamento do SUS. 

Um bom exemplo de enfermidade cujos doentes poderão se beneficiar é a artrite reumatoide. 
Doença crônica e de causas desconhecidas, terceira maior causa de faltas no trabalho no Brasil, cujo 
principal sintoma é a inflamação articular persistente. Não há tratamento curativo: uma vez 
diagnosticada, a prescrição de remédios e o acompanhamento médico valem para a vida toda. 

Recentemente, surgiram boas notícias para quem sofre da doença: novos tratamento foram 
desenvolvidos e remédios com tecnologias superiores vêm aparecendo. São os medicamentos 
biológicos, recomendados para quando as drogas tradicionais falham. Falta apenas oferecer a 
novidade na rede pública. 

O STF decidiu, o governo federal está trabalhando. Certamente os especialistas se sensibilizarão 
com a eficácia e as possibilidades que os novos medicamentos proporcionam. Uma solução ideal 
seria a universalização das listas, com acesso amplo, geral e irrestrito dos pacientes às novas drogas. 

Enquanto os técnicos estudam as suas deliberações sobre a lista final, milhões de brasileiros  
aguardam. Com dor, mas também com a esperança de um futuro melhor e o fim dos obstáculos  

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aos tratamentos mais modernos disponíveis no mercado. É o que lhes garante a Constituição  
Federal do Brasil.”

A sentença­tese afirma que “pessoas aguardam a liberação de medicamentos” (Os doentes  
aguardam...).  O parágrafo final mantém a afirmação (...milhões de brasileiros aguardam).

A sentença­base do primeiro parágrafo interposto “Com o rápido desenvolvimento das pesquisas  
nos últimos anos, há novas formas de tratamento, com remédios mais modernos e eficazes.” está 
sintetizada no parágrafo final pelo segmento “a esperança de um futuro melhor e o fim dos  
obstáculos aos tratamentos mais modernos disponíveis no mercado”.

A sentença­base do segundo parágrafo interposto faz menção ao aspecto “justiça” e, logo a seguir, 
na primeira sentença de desenvolvimento, cita a “Constituição Federal”.  O parágrafo final, 
também, faz referência a esse assunto: ... É o que lhes garante a Constituição Federal do Brasil.

Assim, neste último exemplo de dissertação, construiu­se o parágrafo final, evidenciando­se a 
sentença­tese e dois de seus parágrafos interpostos.  Os demais parágrafos interpostos, apesar de 
muito interessantes, não mereceram, por parte do autor, nenhum destaque no parágrafo final.

Reiterando o conceito de parágrafo final, afirma­se que este é a reunião, em sequência, da ideia 
expressa na sentença­tese, como também das ideias apresentadas nos parágrafos interpostos, os 
quais se pretende evidenciar.  Portanto, para elaborar o último parágrafo da redação, tudo o que 
você tem a fazer é reapresentar a ideia expressa na sentença­tese, reescrevendo­a de outro modo, 
como também ressaltar as ideias principais dos parágrafos interpostos, reescrevendo­as, 
evidentemente, de maneira distinta; e, finalmente, ligar essas sentenças reescritas.

399
REESCREVER A SENTENÇA­TESE E AS SENTENÇAS­BASE (QUE 
QUISER EVIDENCIAR) DOS PARÁGRAFOS INTERPOSTOS E, 
FINALMENTE, LIGÁ­LAS EM SEQUÊNCIA, ELABORANDO O 
PARÁGRAFO FINAL.

EXERCÍCIO 48

Chegamos ao último exercício deste curso.  Aqui você terá a missão de redigir o parágrafo final, 
baseando­se no assunto da sentença­tese e nos aspectos que você julgar interessantes levantados em 
cada parágrafo interposto.  Use o espaço correspondente às linhas em branco, no término da 
redação, para escrever o respectivo parágrafo final.

1.

A inserção da enfermaria no atendimento pré­hospitalar: histórico e 
perspectivas atuais

(Viviane Oliveira Ramos; Maria Cristina Sanna, Revista Brasileira de Enfermagem, com adaptações nossas)

O Atendimento Pré­Hospitalar (APH) tem sido objeto de atenção da sociedade como um todo, 
como se pode perceber através da mídia e, particularmente junto aos profissionais envolvidos nesse 
tipo de atendimento. Também os órgãos governamentais têm se preocupado em organizar melhor 
esse tipo de atenção à saúde, tornando este modelo um assunto debate constante em todos os meios. 

Segundo o Ministério da Saúde, o atendimento pré­hospitalar pode ser definido como a assistência 
prestada em um primeiro nível de atenção, aos portadores de quadros agudos, de natureza clínica, 
traumática ou psiquiátrica, quando ocorrem fora do ambiente hospitalar, podendo acarretar seqüelas 
ou até mesmo a morte. 

O APH é relativamente novo no Brasil e, visando a unificação da estrutura e melhora na assistência, 
o Ministério da Saúde optou recentemente pela implantação de um serviço com características do 

400
modelo francês, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), apesar da existência de 
várias experiências nacionais diferentes. Dentre estas, destacam­se os serviços pioneiros 
denominados "Grupo de Emergência do Corpo de Bombeiros" e o "Projeto Resgate", estabelecidos 
na década de 80 do século XX, respectivamente no Rio de Janeiro e em São Paulo, nos quais se 
inseriu a enfermeira na assistência à atenção pré­hospitalar pela primeira vez. 

Há um crescente avanço nos estudos sobre essa temática. Principalmente com a descentralização 
administrativa do atendimento pré­hospitalar da corporação dos bombeiros em favor dos órgãos de 
saúde. A legislação pertinente é recente e o modelo ainda está sendo implantado em várias partes do 
país, o que torna oportuno estudar como se deu a sua criação e, particularmente, a inserção da 
enfermeira nesse tipo de serviço. 

Este estudo pretende, então, enfocar principalmente duas problemáticas: como se deu a inserção da 
enfermeira no atendimento pré­hospitalar e quais as possibilidades de ampliação da atuação desta 
profissional nos diversos serviços implantados no país. 

Toda mudança provém de conhecimentos passados, portanto, é preciso conhecer como se deu a 
inserção da enfermeira no atendimento pré­hospitalar para melhor entender as mudanças ocorridas 
nesta área e compreender períodos como este, de transição, vivenciados no início do terceiro 
milênio, para refletir sobre os encaminhamentos a serem dados para a prática profissional nesse 
campo. 

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2.

O presidente pede demissão

(Anderson Cavalcante, Revista empreendedor, com adaptações nossas)

Você está contente com sua carreira? A Korn/Ferry, consultoria multinacional de recursos humanos, 
realizou uma pesquisa com 365 empresas da América Latina, sendo 157 no Brasil, em 2009, e 
descobriu que 69% dos executivos­chefes gostariam de mudar o ramo de negócios em que 
trabalham. Em outras palavras, isso significa que mais de dois terços dos empresários entrevistados 
não estão satisfeitos nos atuais empregos. Agora, a que se deve essa insatisfação? O que leva uma 
pessoa a desistir da trajetória após dedicar tanto tempo de sua vida em um objetivo profissional?

É provável que a melhor resposta para essas perguntas esteja nos dados apurados em outro estudo – 
o mesmo que nos leva a concluir que, quanto maior o cargo, maiores as dificuldades para conduzir a 
administração da sua vida. Essa pesquisa, realizada por economistas e psicólogos da universidade 
britânica Warwick, também em 2009, mostra que a promoção no trabalho aumenta o estresse em 
10%, ou seja, aquele executivo que não está satisfeito com o seu cargo, por pressão da globalização 
ou por falta de suporte qualificado, tende a aumentar o nível de estresse mental ao ser promovido.

Que a vida é feita de escolhas, todos sabemos, mas que muitas delas podem nos distanciar de nossos 
objetivos pode não ser uma informação tão conhecida assim. Dedicar tempo demais para a empresa, 
o trabalho e a carreira pode otimizar suas metas financeira e profissional. Entretanto, como ficam os 
sonhos e os anseios particulares? O quanto você caminha a cada dia na direção da sua auto­
realização? Você aproveita o tempo quando está com sua família, ou se torna um invisível, por ficar 
pensando na reunião do dia seguinte ou na quantidade de e­mails que terá que responder?

A frustração e angústia que esses presidentes sentem podem estar diretamente relacionadas ao fato 
de não estarem caminhando rumo a sua auto­realização. Esses executivos perceberam que, com 
anos de esforço e dedicação, conseguiram chegar no posto mais alto da companhia, mas lá em cima, 
muito provavelmente, deram­se conta que tudo isso é só isso! Pelo menos os presidentes, 
administradores ou CEOs que participaram dos estudos acima. Trabalhar sem ter tempo para os 
amigos, para os filhos, a família, para o amor, para comemorar as conquistas ou para si mesmo, 
pode não ser o propósito de todos.

Conheço muitos profissionais que tiveram oportunidade de assumir cargos excelentes, mas que os 
recusaram. Embora fossem ter novos desafios e ganhar muito dinheiro, eles sabiam que tal 

402
recompensa teria um custo muito alto a ser pago: diminuir o vínculo com as pessoas amadas, pois 
isso faria com que tivessem menos tempo para dedicar aos entes queridos ou a si mesmos. Essas 
pessoas descobriram que as pequenas coisas da vida são as melhores e, no geral, não têm preço, 
literalmente. Elas perceberam que não estão aqui por acaso e constataram que algo maior pode ser 
feito quando vivem sua própria essência. Ao fazermos essa análise, podemos compreender porque 
não é à toa que muitos CEOs gostariam de trocar de profissão.

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3.
A parábola da ponte

(HENRIQUE RATTNER, Revista Espaço Acadêmico, com adaptações nossas)

A globalização que varre o planeta produziu uma série de paradoxos e incertezas para a maioria das 
pessoas. Aumentaram a produção e comércio mundial; as distâncias entre países e continentes 
foram encurtadas pelos vôos a jato que alcançam uma velocidade de 1.000 km por hora. Os meios 
de comunicação via satélite e computadores permitem transações financeiras instantâneas, tirando 
enorme vantagem das diferenças de fuso­horário.

Seria de esperar que essas maravilhas tecnológicas, além da aproximação geográfica entre os povos, 
coincidissem com a difusão de conhecimentos científicos e tecnológicos e, sobretudo, dos padrões 
de convívio social das sociedades mais abertas, esclarecidas, cooperativas e democráticas.

O panorama da situação real é bem diferente. A globalização acelera, violentamente, os processos 
de desestruturação das comunidades tradicionais. A industrialização, a expulsão de populações de 
suas terras e a rápida urbanização nos países, outrora chamados “Terceiro Mundo” e hoje, 

403
“Emergentes”, desequilibram e alteram profundamente as relações de homens para homens e dos 
homens para com a natureza.

A destruição dos laços de solidariedade tradicionais e da estabilidade de famílias e comunidades 
resulta nas migrações para as cidades, despreparadas política, administrativa e economicamente 
para absorver as massas de migrantes. Essas ficam encurraladas e segregadas em dezenas de 
milhares de favelas, sem qualquer perspectiva de romper o “círculo vicioso” da pobreza, ignorância 
e violência. À medida que indivíduos perdem suas raízes, suas casas, terras, parentes e amigos, 
cresce o que David Riesman chamou de “The Lonely Crowd” ­ “A Massa Solitária”, que segue 
como um rebanho de ovelhas seu pastor armado com um cajado, seja ele falso profeta, líder 
carismático, ou simplesmente demagogo populista, lembrando a obra de Elias Canetti (Massa e 
Poder). A cada dia, fica mais difícil o indivíduo responder: “quem sou, onde pertenço e qual é meu 
destino?”

No passado, com relações sociais mais estáveis, seja no regime escravagista ou feudal, os 
indivíduos nasciam, viviam e morriam dentro de suas comunidades, sua classe e seu credo religioso, 
fossem eles escravos durante o regime colonial, servos no feudalismo ou operários no sistema 
capitalista.

As migrações para as grandes cidades destruíram os laços tradicionais de cooperação e 
solidariedade “mecânica” (segundo E. Durkheim). Esperanças de mobilidade geográfica e social 
levaram ao abandono do campo, em busca de inserção na economia de mercado, cuja divisão social 
de trabalho levaria à solidariedade “orgânica” (sempre segundo E. Durkheim). Mas, as cidades, 
longe de serem lugares de liberdade, se tornam, para muitos dos migrantes, uma armadilha, por falta 
de acesso a empregos estáveis e serviços de educação e saúde, sobretudo para adolescentes e 
jovens. Vivendo na miséria, segregados e sem esperança de mobilidade social, os jovens engrossam 
as fileiras da delinqüência, do narcotráfico, da prostituição e da criminalidade. Concentrada em 
áreas de extrema pobreza, sem infra­estrutura, educação escolar e serviços de saúde, a vida nas 
favelas lembra o livro escrito por Jack London, “The People of the Abyss” – o Povo do Abismo, no 
início do século passado.

A insegurança e o medo levam também a classe média e as elites a se isolarem e refugiarem atrás de 
muros e grades, a andarem em carros blindados e a protegerem­se com inúmeros guardas 
particulares. Mas todas essas medidas não conseguem conter o aumento da violência urbana, 
particularmente nas metrópoles que se tornaram arenas de conflitos que devoram seus próprios 
habitantes, lembrando as palavras de Thomas Hobbes – “homo homini lupus”. Confusos, perplexos 
e perdidos nesse mundo de competição selvagem, é freqüente os indivíduos se interrogarem sobre 

404
os rumos da sociedade e de suas vidas.
A falta de perspectiva e a perda dos laços de pertencimento corroem os valores e as instituições 
tradicionais como pátria, partido, igreja. Esses parecem ignorantes ou descrentes de sua missão 
civilizatória.

As interrogações sobre o destino e o sentido da vida são próprias da espécie humana desde a 
Antigüidade. No passado, sacerdotes, filósofos ou governantes tentaram responder a essas 
perguntas, cujas respostas refletem a rica diversidade cultural da Humanidade.

A Idade da Razão e do Iluminismo, nos séculos XVII e XIX, prometia a emancipação dos 
indivíduos e, também, o progresso das sociedades. Contudo, perdidos na massa “solitária”, os 
indivíduos tropeçam, caem e sofrem da angústia existencial, no mundo das incertezas. Os 
afortunados que conseguem um emprego sofrem do ritmo infernal de trabalho e das exigências cada 
vez mais duras dos chefes, superiores e executivos que buscam, freneticamente, mais produtividade 
e competitividade.

Às vezes, os mais “afortunados” entre os deserdados e marginalizados são objeto de um 
assistencialismo populista que distribui esmolas, como política de “compensação”. Que futuro 
espera essas populações desenraizadas, desempregadas, desabrigadas e alienadas, nominalmente 
livres em sociedades de democracia formal? Na realidade crua e nua elas são presas numa malha de 
relações sociais, em que uma minoria poderosa desemprega, oprime e explora os “de baixo”. As 
elites econômico­financeiras e políticas usurpam e arrogam­se os direitos de falar e decidir em 
nome de todos.

Até a OMC – Organização Mundial de Comércio e outras instituições financeiras internacionais, 
outrora paladinos da liberalização, da abertura dos mercados, em benefício da globalização e de 
suas “maravilhas” tecnológicas, hoje, admitem que esta pode ser não tão vantajosa para a criação de 
novos empregos e assim, proporcionar uma qualidade de vida decente para todos, sobretudo nos 
países pobres e mesmo “emergentes”, nos quais a maioria da população sobrevive vegetando 
precariamente no setor informal.

As terras, as águas e outras riquezas adquiridas, muitas vezes, ilicitamente, continuam a ser 
apropriadas e desigualmente distribuídas pelas elites, que ostentam e vivem na opulência, com 
consumo de luxo e, às vezes, na depravação. Confusos, perplexos e amedrontados pela falta de 
emprego, pela concentração contínua das indústrias, das terras, das finanças e a destruição 
impiedosa do meio ambiente, até os membros da classe média se interrogam sobre seu destino e o 
do mundo. Qual seria a saída do caos, da pobreza e da violência reinantes em nossa sociedade?

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Alguns tentam encontrar uma resposta individual, na carreira e na ascensão social. Outros procuram 
retirar­se, tal como os monges tibetanos e os eremitas seculares, do resto do mundo, praticando a 
meditação. Outros procuram ingressar nas fileiras da oligarquia reinante, enquanto outros ingressam 
no submundo do crime de “colarinho branco”, através da corrupção, sonegação de impostos e 
tributos, até o tráfico e consumo de drogas.

Assim, a busca individual de respostas para os dilemas existenciais é um beco sem saída. 
Contrariamente à ideologia proclamada e enaltecida pelo regime capitalista, a espécie humana, 
desde que apareceu no planeta, é gregária, cooperativa e solidária. Para sobreviver, precisamos uns 
dos outros, para produzir os meios de subsistência e organizar a vida coletiva, na defesa contra 
desastres naturais e sociais, através do desenvolvimento de uma cultura de cooperação e de paz.

Outrora, os místicos cabalistas, quando pressionados pelos discípulos para explicar o significado da 
vida e o destino do mundo, costumavam responder com uma parábola: “O mundo todo é uma ponte, 
uma ponte muito estreita”. De onde ela vem? Não o sabemos. E aonde ela nos leva – tampouco 
sabemos. Mas viver e cumprir a missão existencial significa atravessar a ponte.

Por ser muito estreita, muitos não conseguem subir na ponte e outros caem no abismo ao 
empreender a longa caminhada, freqüentemente vítimas de conflitos e guerras.

Altas taxas de mortalidade infantil, endemias, epidemias e doenças causadas por subnutrição, ou 
ingestão de substâncias tóxicas, ceifam a vida de milhões a cada ano. O desamparo e a dispersão 
devido à migração de famílias são agravadas por desemprego ou subemprego e reduzem, 
dramaticamente, a expectativa de vida de centenas de milhões de pessoas no mundo.

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4.

As Populações Periféricas e a Modernidade Brasileira

(JOSÉ APÓSTOLO NETTO, Revista Espaço Acadêmico, com adaptações nossas)

O capitalismo brasileiro, ao longo dos seus mais de cem anos de existência, tem avançado muito 
pouco, quando não retrocedido, no processo de inclusão do conjunto dos brasileiros na 
modernidade. A tomar pela sua história, apenas uma pequena parcela da população tem usufruído 
dos benefícios trazidos pela modernização do país. Essa elite, por sua vez, por meio de dispositivos 
cientificistas, ideológicos, simbólicos, éticos, estéticos, institucionais e até acadêmicos tem 
procurado garantir e reproduzir esse privilégio, empurrando para as zonas de exclusão os demais 
setores da sociedade. 

Os setores mais castigados nesse processo histórico de exclusão são os populares e, entre estes, as 
populações afrodescendentes. Por conta disso, esses agentes sociais, no contexto, ou melhor, à 
margem dessa modernidade, têm inventado e reinventado formas diversas de lutas. Elas têm 
atendido a pelo menos três objetivos: fazer frente ao poder de domesticação, apresentar projetos 
políticos e sociais alternativos, preservar a autonomia das comunidades tradicionais.

O banditismo social, o messianismo, as revoltas populares, os movimentos separatistas, as facções 
criminosas, a favelização social, entre outros fenômenos históricos e sociais, são alguns exemplares 
mais radicais desses revides do nosso povo.

Claro está também que os setores progressistas e modernos das classes dirigentes  e da classe média 
têm, em alguns momentos da história, reivindicado um certo alargamento do campo de participação 
dos segmentos populares na modernidade brasileira, de modo a suavizar os conflitos e as lutas 
sociais no interior da sociedade, criando uma atmosfera estável de desenvolvimento econômico.

As manifestações mais recentes desse projeto de inclusão referem­se as ong’s que se proliferaram 
no país a partir do processo de redemocratização (1985). As primeiras organizações atuavam no 
campo dos direitos humanos e são herdeiras dos movimentos pela anistia e contra a tortura, atuantes 
durante o regime militar (1964­1985). Hoje, como é sabido, elas passam dos milhares e atuam em 
várias frentes: na da educação, na da ética, na dos gêneros, no da informação, entre outras.

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Mas alguns acontecimentos internos e externos mais recentes, acelerados principalmente pelas 
inovações tecnológicas nos campos da comunicação e da informação, estão a exigir uma maior 
abertura da sociedade para a participação efetiva  atores sociais marginalizados.

A busca do Brasil em se consolidar no mercado internacional como global­player, com forte 
alinhamento com as economias periféricas, a exemplo da África, da Ásia e o Cone­Sul; a 
segmentação étnica, sexual e geracional do mercado de consumo; a convergência das mídias ao 
lado da popularização dos aparelhos trimidiáticos de ampliação da produção e oferta de conteúdos 
diversificados e diferenciados, regionais e globais; bem como as importantes conquistas das 
minorias sexuais e étnicas no campo dos direitos civis, a crescente conversão das políticas 
afirmativas em políticas públicas, entre outros acontecimentos, estão solicitando uma disposição 
ética­estética referencializada não apenas nas matrizes estadunidense e europeu; mas pautada cada 
vez mais na cultura afro, asiática e latino­americana.

Os efeitos dessa globalização do capitalismo brasileiro são registradas em vários setores da vida 
social e cultural do país. Uma análise mais atenta da produção cinematográfica, fonográfica, 
editorial, televisiva e radiofônica mais recente, por exemplo, mostrará uma maior presença de 
temáticas e personagens periféricos e afro­brasileiros.

Quando não, temos a montagem de toda uma mídia marginal autônoma, que vai das rádios e TVs 
comunitárias, selos e produtoras musicais independentes até ateliês de moda e artes plásticas. Sem 
falar da produção literária capitaneada por autores da periferia.

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5.

UM ENTRAVE A SER REMOVIDO

(Editorial, Jornal Zero Hora, com adaptações nossas)

Um novo desafio se impõe ao Brasil no momento em que é projetado um crescimento de 5,2% no 
Produto Interno Bruto (PIB) para 2010. Para alcançar este índice, num momento de recuperação 
pós­crise econômica mundial, o país precisa vencer obstáculos que vão muito além do 
desenvolvimento tecnológico e dos investimentos. Mais do que modernizar plantas industriais, há 
urgência em qualificar os profissionais. Números recentes indicam esta necessidade.

No ano passado sobraram mais de 1,6 milhão de vagas no Sistema Nacional de Emprego (Sine). 
Não que faltem pessoas dispostas a ocupá­las – em 2009, a taxa de desemprego ficou em 8,9%, 
segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acima dos 7,9% registrados em 
2008. Vem diminuindo, inclusive, a taxa de preenchimento de empregos: de 48% em 2007, passou 
para 42% em 2008 e baixou ainda mais, para 39%, em 2009.

Não há discriminação entre mais ou menos letrados no levantamento do Sine. A dificuldade é 
mesmo a qualificação. Entre as profissões de menor qualificação, para as quais sobraram vagas em 
2009, estão a de auxiliar de limpeza, auxiliar de linha de produção e de pedreiro, enquanto também 
não foram preenchidos, entre as de nível superior, postos de engenheiro civil, nutricionista e 
farmacêutico, entre outros.

Nesse descompasso entre vagas e profissionais capacitados para ocupá­las, é notória a deficiência 
na formação dos trabalhadores, que não podem ser contratados por não estarem à altura das 
exigências para os cargos, incluindo nível de escolaridade, deficiência no preparo técnico e pouca 
experiência.

Em certos casos, como o de engenheiros e pedreiros, o fraco desempenho do setor, até meados da 
década passada, desestimulou a formação de pessoal. Programas habitacionais e facilidade ao 
crédito imobiliário para várias parcelas da população desencadearam um crescimento na área da 
construção civil que não teve o devido acompanhamento da mão de obra, e a carência logo se fez 
notar. No último ano, na avaliação dos empresários, esse foi o segundo maior entrave do setor – o 
primeiro é considerado a alta carga tributária. A mesma dificuldade de qualificação e perspectivas 

409
de formação ocorre em outros setores.
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6.
Ponto para a BM

(Editorial, Jornal Zero Hora, com adaptações nossas)

A Brigada Militar agiu exemplarmente no episódio do vigilante que manteve a ex­mulher refém por 
mais de 60 horas, em Canoas. Ao negociar exaustivamente e colocar como derradeira opção o 
recurso da força, a BM alcançou o objetivo que a maior parte da sociedade deseja na administração 
de conflitos – a solução do problema com a preservação de vidas. Nem sempre tem sido assim. Vale 
lembrar, por exemplo, a desastrada atuação da mesma BM no episódio da invasão da Fazenda 
Southall, em São Gabriel, em agosto de 2009, quando um agricultor foi morto pelas costas e a 
corporação se preocupou mais em esconder a identidade do autor do disparo do que em dar 
explicações convincentes à sociedade.

As forças policiais nem sempre podem agir com diplomacia, pois muitas vezes operam em 
situações de risco e lidam com todos os tipos de pessoas, de desequilibrados emocionais a 
criminosos reincidentes. Além disso, não é incomum que em manifestações e conflitos os PMs 
sejam provocados por grupos interessados em tirar vantagem política de reações mais truculentas. E 
há também uma parcela da sociedade que apoia inequivocamente as soluções de força, acreditando 
ser essa a melhor maneira de combate à criminalidade.

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7.
Os 60 anos do cartão de crédito

(Victor Batista, Jornal A Notícia, com adaptações nossas)

Em fevereiro de 1950, o primeiro cartão Dinners foi apresentado ao mercado. Inicialmente 
direcionado para compras de entretenimento e viagens, foi o primeiro cartão amplamente utilizado e 
um marco na maneira como cidadãos comuns fazem compras.

Deste fato prosaico, como aliás são muitas grandes inovações, derivam várias novas atitudes e 
tendências. A virtualidade das finanças, a utilização do plástico nas relações de consumo, a 
concentração de informações dos bancos de dados. Indo mais adiante, a própria existência do e­
commerce (que sem o cartão de crédito seria praticamente inviável), o roubo virtual, a valorização 
de informações pessoais como commodity (sim, seu cadastro vale dinheiro e é comercializado!).

O cartão de crédito foi realmente uma grande inovação e que precisa evoluir. Afinal de contas, 
desde sua criação, pouco mudou. O formato é praticamente o mesmo, o material idem. A faixa 
eletrônica (aquela tarja preta no verso) já vem sido substituída pelos chips eletrônicos, exigência de 
segurança adicional. Porém, esta mudança essecialmente é de hardware, do cartão em si, e não do 
serviço embutido, ou seja, da transação comercial promovida pelo cartão.

A indústria de cartões deveria, por exemplo, investir no desenvolvimento do mercado de compras 
entre empresas, o chamado B2B (business to business). Se, timidamente, esta forma de pagamento 
já é utilizada em pequena escala no mercado doméstico, ainda é incipiente nas operações de 
importação e exportação. A dinâmica das negociações de hoje em dia, ampliada pela velocidade da 
internet, não é mais compatível com a burocracia de demora em contratos de câmbio e cartas de 
crédito. Isto sem falar dos elevados custos destas operações.

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8.

Caindo na real

(Editorial, Diário Catarinense, com adaptações nossas)

No amanhecer desta quarta­feira, 17 de fevereiro, quando os últimos foliões retardatários estiverem 
voltando para suas casas, os garis começarem a limpar das ruas a sujeira carnavalesca e os 
primeiros devotos estiverem rumando às igrejas para participar dos ofícios religiosos que marcam o 
início do período da Quaresma e receber as cinzas simbólicas, o ano de 2010 vai começar para valer 
no Brasil, onde quase tudo, após 1º de janeiro, fica para depois do Carnaval. Tempo em que as 
férias e as festas marcam o ritmo, e as soluções de problemas e pendências são adiadas. São coisas 
do Brasil, são coisas nossas; fazem parte do nosso jeito de ser e de viver, da nossa cultura.

Hoje, a passista, que ontem brilhou na avenida, despe a fantasia de plumas e brilhos e enverga outra 
vez o uniforme de trabalho; o executivo, que nos últimos dias só quis saber de praia, volta ao paletó 
e à gravata. Quase 700 mil crianças e jovens catarinenses voltam às salas de aula da rede pública de 
ensino.

A realidade bate à porta, a vida como ela é – como dizia Nelson Rodrigues – a todos envolve com 
seus problemas e seu estresse multiplicados pelo estilo de vida urbano, industrial e consumista que 
escolhemos.

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9.

O Brasil e a globalização no pós­crise

(Pedro da Motta Veiga, O Estado de São Paulo, com adaptações nossas)

O Brasil acelerava sua trajetória de crescimento quando a crise internacional irrompeu, no último 
trimestre de 2008, interrompendo um círculo virtuoso de crescimento do produto, do investimento e 
do emprego, reduzindo os fluxos de comércio exterior e de investimentos externos para o País. 
Pouco mais de um ano após a eclosão da crise, a importância global do Brasil parece ter aumentado. 
Isso se deve certamente ao fato de que, contraposto ao abalo monumental sofrido pelas economias 
desenvolvidas e por algumas das grandes economias emergentes (Rússia e México), o desempenho 
brasileiro em 2009 gera a percepção de um upgrading da posição brasileira no cenário internacional. 
Mas também contribuem para essa percepção de importância aumentada do País no mundo as 
perspectivas positivas da economia brasileira no pós­crise e alguns movimentos importantes feitos 
pelo Brasil em diferentes arenas de negociação econômica.

Especificamente ao longo de 2009, três evoluções nas posições negociadoras do Brasil merecem 
destaque:

o compromisso com uma meta voluntária, mas quantificada e monitorável, de redução de emissões 
de gases de efeito estufa nas negociações de mudança climática;

o deslocamento da prioridade brasileira, no G­20, de temas relacionados ao comércio internacional 
(crédito para as exportações e protecionismo) para questões relacionadas aos desequilíbrios 
macroeconômicos internacionais, a partir da Cúpula de Pittsburgh, em setembro;

e a decisão de fornecer crédito ao Fundo Monetário Internacional (FMI), por meio da compra de 
US$ 10 bilhões em títulos emitidos pelo fundo.

Esses três movimentos do Brasil nas arenas de negociação econômica global chamam a atenção, em 
primeiro lugar, por serem tipicamente "individuais". Ou seja, traduzem iniciativas do Brasil como 
ator individual e autônomo na cena internacional, distanciando­se de movimentos feitos em 
conjunto com outros países, como os Brics ou os "países em desenvolvimento". A posição brasileira 
de apoio ao "pacote Lamy" na Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC), em 

413
julho de 2008, já apresentara essa característica: ao assumir explicitamente sua posição, o Brasil se 
distanciou de posturas de coalizão e de fidelidade retórica a blocos, sejam eles os "países em 
desenvolvimento" ou o Mercosul.

Os dois primeiros movimentos distanciaram o Brasil da posição negociadora chinesa em duas áreas­
chave da agenda internacional. No caso da mudança climática, o presidente Lula criticou 
explicitamente a hipótese de um entendimento bilateral entre China e EUA às vésperas de 
Copenhague. No caso da agenda do G­20, a China tentou minimizar a importância das questões 
relacionadas aos desequilíbrios macroeconômicos internacionais e evitar que o tema da avaliação 
pelo FMI das políticas nacionais de saída de crise ganhasse prioridade, enquanto o Brasil pôs 
crescente ênfase nessa questão.

Em segundo lugar, esses movimentos apontam para um maior envolvimento do Brasil com temas 
de governança global. Historicamente, na matriz brasileira de formulação de políticas e posições 
negociadoras, não há tradicionalmente espaço para agendas de governança global. A concessão de 
crédito ao FMI e a evolução da postura brasileira diante da negociação da mudança climática 
indicam que há algo de novo aí.

Essas considerações nos levam à seguinte questão: as evoluções ocorridas em 2009 prenunciam 
mudança mais ampla em benefício dos interesses domésticos ofensivos nas negociações 
internacionais e na direção da integração de objetivos sistêmicos (relacionados à governança global) 
à agenda brasileira?

No cenário pós­crise vigente no Brasil, esse tipo de evolução tende a ganhar novo impulso. Isso não 
significa que as posições brasileiras nas arenas de negociação econômica global seguirão trajetória 
linear e definível ex ante. Sua evolução dependerá principalmente das percepções domésticas dos 
impactos e implicações da "globalização", bem como do ambiente político internacional no pós­
crise.

Do lado doméstico, há fatores que fortalecem percepções otimistas em relação às oportunidades que 
se abrem para o Brasil no cenário global. Entre esses fatores se destacam o bom posicionamento 
brasileiro nos ciclos de investimentos internacionais pós­crise, em que a atratividade da economia 
brasileira cresce. Além disso, a posição do Brasil como supridor mundial de alimentos e matérias­
primas deve se fortalecer e, passados os efeitos da crise, os investimentos externos das empresas 
brasileiras voltam a crescer.

Por outro lado, porém, a competição chinesa afeta a produção de um número crescente de setores 

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industriais no Brasil. Preocupações com a globalização tendem a se concentrar no efeito China e 
esse efeito deixa de ser um problema de poucos setores industriais para preocupar um grande 
número de interesses solidamente estabelecidos no Brasil. Portanto, a percepção dos riscos 
associados à globalização e à interdependência também tende a se intensificar, mas não a ponto de 
comprometer uma "aposta" brasileira nas oportunidades da crescente integração ao mundo.

No que diz respeito ao cenário externo, a viabilidade de evolução da posição brasileira ao longo de 
trajetória ofensiva e de assunção de responsabilidades globais estará condicionada pela 
continuidade dos esforços internacionais de cooperação e negociação nas diferentes agendas 
globais. Na falta desse estímulo e em cenário internacional marcado pela fragmentação e por 
conflitos econômicos e políticos, é difícil imaginar que as percepções brasileiras da globalização 
não venham a ser negativamente afetadas.

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10.

Justiça da terra a todo custo

(Editorial, Gazeta do Povo, com adaptações nossas)

Desenrola­se em Ponta Grossa mais um desses frequentes episódios de “luta pela terra”, expressão 
que pode evocar a visão romântica e heroica que coroam as conquistas justas e legais. Entretanto, 
no caso específico, a luta pela terra assume seu caráter mais literal e não necessariamente amparado, 
como seria desejável e necessário, nos princípios que embasam o estado democrático de direito: 
homens armados, de um lado militantes de movimento sem­terra, de outro seguranças (aos quais se 
costuma chamar também de jagunços) confrontam­se numa refrega para saber quem pode mais para 
assomar o domínio do imóvel.

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Trata­se de uma fazenda que um tenente­coronel reformado da Polícia Militar, Valdir Copetti 
Neves, diz ser de sua legítima propriedade. Já os sem­terra, representantes do MST, contestam tal 
legitimidade, alegando ter sido ela fruto de fraude documental e que, na verdade, faria parte do 
patrimônio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Em sendo ilegítima a 
propriedade, acham­se os sem­terra no direito de ocupá­la e dela apossar­se antes mesmo de 
organismos republicanos de resolução de conflito se pronunciem em caráter final e irrecorrível.

O resultado dessa refrega, desde os dias da semana passada em que se iniciou o processo de 
invasão, já é de pelo menos oito feridos. Funcionários da fazenda sentem­se amedrontados. A 
Justiça já determinou a reintegração de posse ao suposto titular da área, mas a Polícia Militar se 
recusa a acompanhar o oficial de Justiça encarregado de transmitir aos sem­terra a ordem de 
desocupação. No máximo, a PM se mantém no local para tentar deixar os grupos a considerável 
distância um do outro, de modo a evitar que novas vítimas resultem de novos inevitáveis confrontos 
diretos.

A questão que se coloca aqui não é a de discutir se a propriedade é ou não fruto de espoliação 
ilegal, fraudulenta por parte do militar que se diz seu proprietário. Trata­se, isto sim, de refletir 
sobre o método usual do MST de, informado até mesmo pelos órgãos responsáveis pelo controle, 
como o Incra, achar­se no direito de tomar uma área à força independentemente – ou à completa 
revelia e declarada desobediência – de decisões do Judiciário, a esfera constitucional encarregada de 
dirimir conflitos com base na lei e no direito das partes.

Assim, ainda que ao final se declare a existência de vícios de origem insanáveis que desmontem a 
defesa jurídica do seu suposto proprietário, não subsiste a menor dúvida de que o ataque à 
propriedade – ou a “justiça pelas próprias mãos” – é o caminho inapropriado para a resolução do 
conflito de interesses que separa as duas partes. Há leis e trâmites necessários a ser seguidos e 
obedecidos – embora se saiba serem eles, infelizmente, vítimas da morosidade com que se 
processam no Brasil os julgamentos de qualquer espécie.

Trata­se, portanto, de uma tentativa de fazer viger o que se define como “lei da selva”, pela qual 
métodos e ações passam ao largo de preceitos constitucionais e de convivência numa sociedade 
organizada segundo padrões civilizados, democráticos, republicanos. Na “lei da selva” ganha o que 
reunir força mais numerosa, estiver mais armado e se apresentar mais capaz para esmagar o 
inimigo.

O caso da Fazenda São Francisco, em Ponta Grossa, reproduz como um espelho tantos outros 

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conflitos trágicos provocados por esta “luta pela terra”. Lutar pela terra é um direito legítimo, 
especialmente quando se tem em mente o processo de espoliação histórica praticado pelos 
poderosos (os mais fortes da selva) e o drama social em que vivem milhões de brasileiros 
deserdados em razão de um modelo de exploração agrícola que não levou em consideração a 
proteção aos direitos de sobrevivência dos pequenos e mais fracos. Tais fatos, lamentáveis sob 
todos os aspectos, não são desconhecidos.

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A avaliação do exercício que acabou de realizar fica a seu critério.  Do mesmo modo que em alguns 
exercícios anteriores, fica a seu livre arbítrio gostar ou não do que escreveu.  Você pode repetir, à 
vontade, o exercício, até convencer­se de que escreveu um parágrafo final dentro da técnica que 
aprendeu para isso.  Vamos, agora, apresentar as nossas últimas palavras sobre redação.  É 
importante que fixe esses conceitos finais a fim de que este curso produza os frutos esperados por 
meio de sua escrita.

417
PALAVRAS FINAIS SOBRE REDAÇÃO

Como deve ter observado por meio dos editoriais de jornais e revistas aqui transcritos, várias 
dissertações se desviam de algum ponto, ou de mais de um, daquilo que ensinamos como modelo de 
excelência de um bom texto.  Na realidade, algumas técnicas de redação apresentadas aqui não são 
do conhecimento de muitos jornalistas e escritores.  Trata­se de técnicas modernas, que norteiam os 
melhores redatores do mundo.  Todavia, deixar de seguir este ou aquele preceito aqui recomendado, 
é claro, não implica comprometer o texto dissertativo de um jornal ou revista, embora, 
reconheçamos, ocorra uma discreta perda de brilho.

Escrever uma redação em observância das técnicas que ministramos neste curso, pode­se dizer, 
acertadamente, significa oferecer ao público­alvo uma leitura bem mais agradável do que seria,  se 
fosse escrita, seguindo um suposto tino de escritor.  Entretanto, tem­se alguma liberdade para 
escrever sem reduzir o fascínio do texto.  Por exemplo, não existe uma quantidade precisa ou 
estimada de parágrafos que possa estabelecer a fisiologia de uma dissertação.  Pode­se escrever o 
parágrafo inicial com apenas um período, simples ou composto.  Pode­se apresentar somente um 
parágrafo interposto, ou até escrever dois parágrafos finais.  O importante são as ideias expressas na 
escrita, comportando­se dentro daquilo que afirmamos nestas páginas.  É imensurável o poder de 
atração de uma dissertação cujas sentenças­base anunciam com criatividade o que será escrito em 
seus parágrafos.

Procure escrever suas dissertações, misturando as estratégias que aprendeu aqui.  Isso torna a 
redação mais rica e cativante.

Saiba que a maioria das pessoas não têm gosto requintado e, tampouco, disponibilidades financeiras 
para viver no luxo, mas, mesmo assim, elas são atraídas para o luxo.  Também, mesmo sendo 
indecisas e sem poder, inúmeras pessoas admiram os decididos e poderosos.  Essas constatações da 
natureza humana, se convertidas para o campo da redação, permitem que se diga que: embora a 
maioria das pessoas não saibam exprimir­se, satisfatoriamente, por meio da escrita, elas admiram 
aqueles que escrevem com graça e elegância.  Os textos bem escritos e em congruência com seu 
público­alvo exercem uma irresistível atração, mesmo sobre aqueles que ignoram que exista uma 
técnica simples e acessível para fazer redações.  Muitos até afirmam, na sua falta de conhecimento, 
que escrever bem é um dom ao alcance de poucos.  Pensam assim porque nunca tiveram a ousadia 
que você teve – fazer este curso e comprovar que o domínio das técnicas do bem escrever está ao 
alcance de qualquer pessoa de cultura mediana.

Deixamos, aqui, nosso abraço e admiração pela sua decisão e pertinácia em chegar até esta página. 

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Tornar­se um habilidoso escritor, se você ainda não se considera assim, é apenas uma questão de 
tempo e não mais de conhecimento.  Agora, que você já detém as técnicas para fazer atraentes 
dissertações, não pare!  Prossiga!  Pense que o pior já passou, isto é, a transposição do umbral que 
separa a escuridão do desconhecimento da luz do saber.

O autor

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