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ESTUDANTES
Ponta Grossa, 2017.
DE
Volume 1
SECRETARIADO Número 01
Ano 2017
Ponta Grossa/PR
COMITÊ
CIENTÍFICO
ABPSEC
Associação Brasileira de Pesquisa em Secretariado
Coordenação
COMITÊ
Cibelle da Silva Santiago
Aline Cantarotti CIENTÍFICO
Avaliadores
ALINE CANTAROTTI
ANA CRISTINA BRANDÃO RIBEIRO SILVA COMITÊ
CARLA MARIA SCHMIDT CIENTÍFICO
CAROLINE DE FÁTIMA MATIELLO VAZ
CHUSSY KARLLA SOUZA ANTUNES
CIBELE BARSALINI MARTINS
CIBELLE DA SILVA SANTIAGO
DANIELA DO AMARAL OLIVEIRA GARDIN COMITÊ
DANIELA GIARETA DURANTE CIENTÍFICO
DÉBORA SAYURI NIKI CAIRES
EDNILSE MARIA WILLERS
EDUARDO CESAR PEREIRA SOUZA
EMILI BARCELLOS MARTINS SANTOS
FABIANA REGINA VELOSO BÍSCOLI
FERNANDA CRISTINA SANCHES
INAJARA AMANDA FONSECA VIANA
IVANETE DAGA CIELO
JULIANA HORTELÃ PEDRONE VALÉRIO
KATIA DENISE MOREIRA
KEILA RAQUEL WENNINGKAMP
LOIVA MARIA VIDAL MEDEIROS
MAIKA BUEQUE ZAMPIER
MARIA DO CARMO ASSIS TODOROV
MARIA LUZITANA CONCEIÇÃO DOS SANTOS
MARLETE BEATRIZ MAÇANEIRO
MAURA BERNARDON
PATRÍCIA STAFUSA SALA BATTISTI
RAUL VITOR OLIVEIRA PAES
RODRIGO MÜLLER
UBIRARAJA GERARDIN JUNIOR
VANIA SILVA DE SOUZA BILERT
VERÔNICA BRAGA BIRELLO
IX ENCONTRO NACIONAL DOS ESTUDANTES DE SECRETARIADO
TEMA: Modernidade Líquida
28 a 30 de junho de 2017
ORGANIZAÇÃO DO
EVENTO
Coordenação Geral do Evento
Profa. Tânia Mara Daver Santos
Revisão
Aline Cantarotti
Contato: comitecientifico@abpsec.com.br
IX ENCONTRO NACIONAL DOS ESTUDANTES DE SECRETARIADO
TEMA: Modernidade Líquida
28 a 30 de junho de 2017
E56 Encontro Nacional dos Estudantes de Secretariado (Anais) (9. : 28 - 30 de julho de 2017:
Ponta Grossa, PR).
APRESENTAÇÃO
SUMÁRIO
RESUMOS EXPANDIDOS
GT 6 – PESQUISA EM SECRETARIADO
ANÁLISE DA VIABILIDADE DA ELABORAÇÃO DE UM PERIÓDICO EM
SECRETARIADO EXECUTIVO EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR
PÚBLICA DO PARANÁ ............................................................................................. 230
Kler Heloysa de Godoy/UEM
Aline Cantarotti/UEM
Juliana Hortelã Pedrone Valério/UEM
TRABALHOS
PREMIADOS
ARTIGOS COMPLETOS
1º LUGAR
ANÁLISE SÓCIO-SEMIÓTICA E VISUAL DO(A) PROFISSIONAL DE
SECRETARIADO REPRESENTADO(A) NAS CAPAS DA REVISTA EXCELÊNCIASUMÁRIO
.................................................................................................................................... 150
Laís Gonçalves Natalino/UFSC
2º LUGAR
INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS: UM ESTUDO NO CURSO DE SECRETARIADO SUMÁRIO
EXECUTIVO DA UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO/RS .................................... 135
Caroline de Fátima Matiello Vaz/UPF
Patrícia Stafusa Sala Battisti/UNIOESTE
Keila Raquel Wenningkamp/UNIOESTE
Luana Pereira de França/UNIOESTE
SUMÁRIO
3º LUGAR
RELAÇÃO ENTRE AS COMPETÊNCIAS SECRETARIAS E AS ATIVIDADES DO
PROFISSIONAL DE SECRETARIADO EM UMA EMPRESA DO RAMO
ADVOCATÍCIO ............................................................................................................. 13
Jéssica Marlete Francisco/UFSC
Katia Denise Moreira/UFSC
Cibele Barsalini Martins/UFSC
Isadora Pecinato/UFSC
RESUMOS EXPANDIDOS
1º LUGAR
A PERCEPÇÃO DOS DOCENTES DO CURSO DE SECRETARIADO EXECUTIVO DA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ SOBRE O
ENDOMARKETING PRATICADO NA INSTITUIÇÃO ............................................. 201
Adriane Benitez/UNIOESTE
Camila Bernardin L. C. Vilas Boas/UNIOESTE
Cassiana Moura/UNIOESTE
Ivanete Daga Cielo/UNIOESTE
2º LUGAR
DESENVOLVIMENTO DAS CARACTERÍSTICAS EMPREENDEDORAS: UM
ESTUDO COM ACADÊMICOS DO CURSO DE SECRETARIADO EXECUTIVO DA
UNIOESTE ................................................................................................................. 207
Carla Maria Schmidt/UNIOESTE
Luana Pereira de França/UNIOESTE
Leiziane Lopes Ruiz/UNIOESTE
Daiane Franciele Staback/UNIOESTE
3º LUGAR
FORMA E FUNÇÃO DE UNIDADES LÉXICO-VERBAIS EM GÊNEROS DA ESFERA
SECRETARIAL .......................................................................................................... 235
Viviane Cristina P. Lugli/UEM
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ARTIGOS COMPLETOS
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1 INTRODUÇÃO
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
A palavra competência tem muitas acepções, assim, cabe identificar que este estudo
considera o conceito relacionado ao ambiente organizacional e, sob essa perspectiva, Hilsdorf
(2012) menciona que a palavra competência é associada a uma atitude proativa adequada.
Assim, em termos de conceitualização, têm-se no contexto da competência, duas correntes
principais, a francesa e a americana. Em relação à primeira, destacam-se autores como Le
Boterf (2003) e Zarifian (2003). Os autores conceituam competência a partir de uma
percepção mais comportamentalista, diferente da americana, que se adequa mais ao
tecnicismo, conforme se apresenta a seguir.
Le Boterf (2003) acredita que competência não é o estado ou conhecimento, mas sim
saber adequar à sabedoria em determinada situação. Para o autor, “A competência não é uma
constante. Ela pode e deve variar em função da evolução da situação em que intervém. [...]”.
Somente ao final de certo período de tempo o indivíduo poderá ser reconhecido como
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competente em seu contexto de trabalho (LE BOTERF, 2003, p. 52). Para Zarifian (2003),
competência é a inteligência na prática, a qual respalda em conhecimentos adquiridos e os
transforma com maior vigor na medida em que aumenta a dificuldade das situações.
Na corrente americana, Mcclelland (1973) entende a competência como um conjunto
de qualificações ou características ocultas à pessoa, que permitem que ela realize determinado
trabalho. Para o autor, a competência é uma característica prevista a uma pessoa que é
relacionada com um melhor desempenho na realização de uma tarefa ou em determinada
situação. Para Parry (1996, tradução nossa), a competência é um agrupamento de
conhecimentos, habilidades e atitudes, ações que se correlacionam e afetam a realização de
uma tarefa por um indivíduo. Está relacionada ao desempenho, que pode ser medido segundo
padrões pré-estabelecidos e melhorados por meio da tecnologia e do desenvolvimento.
Alinhados as duas correntes apresentadas, teóricos brasileiros tratam do tema,
buscando inseri-lo no cenário organizacional do país, dentre eles estão: Dutra et al. (2001, p.
28) que, alinhados a corrente francesa, entendem competências como:
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Vale ressaltar também, a posição de Almeida, Rogel e Shimoura (2010) sobre saber se
comunicar em uma língua estrangeira ser um ponto positivo para o profissional.
Ainda sobre competências secretarias Moreira et al. (2016) apresentam uma série de
competências relacionadas a questão prática e a conduta profissional, conforme exposto no
Quadro 2.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
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“ambiente natural é a fonte direta de dados, que são coletados e são predominantemente
descritivos”. Destaca também que a preocupação com o processo é muito maior do que com o
produto. (CRESWEL, 2007). Sob essa perspectiva este estudo pretendeu analisar como as
competências secretariais se manifestam sobre as atividades cotidianas de um profissional de
secretariado em um escritório de advocacia.
No que se refere à natureza o estudo é aplicado, pois objetiva responder há um
problema em seu próprio ambiente, ou seja, busca-se o conhecimento sobre a atuação do
profissional de secretariado em um nicho pouco explorado, o de escritórios de advocacia. De
acordo com Barros e Lehfeld (2000, p. 78), a pesquisa aplicada tem como motivação a
necessidade de produzir conhecimento para aplicação de seus resultados, com o objetivo de
“contribuir para fins práticos, visando à solução do problema encontrado”. Quanto aos
objetivos, a pesquisa é descritiva, visto que segue o dito por Perovano (2014), ou seja, foi
realizada a identificação, o registro e a análise das características que se relacionam com as
competências secretariais.
Em termos de estratégia, foi utilizado o estudo de caso, método abrangente, visto que
trata da lógica de planejamento, das técnicas de coleta de dados e das abordagens específicas
à análise dos mesmos (YIN, 2005). Dessa maneira, realizou-se o estudo no escritório Menezes
Niebuhr Advogados Associados na cidade de Florianópolis, no estado de Santa Catarina, no
período de julho a novembro de 2016.
No que diz respeito às técnicas para a coleta de dados, utilizou-se a pesquisa
bibliográfica, a qual se baseia em matéria teórica sobre os elementos chave deste estudo, quais
sejam competências, e competências secretariais. Tal ação concorda com a abordagem
metodológica de Gil (2008). Observa-se que a bibliografia foi coletada no período de cinco
meses – de junho a novembro de 2016 – em plataformas da área de secretariado executivo,
tais como, a revista online, Revista de Gestão e Secretariado, Secretariado Executivo em
Revista, Eficiência a Revista do Secretariado. Na pesquisa em referência foram usadas
algumas palavras-chave como: secretariado executivo, competências, advocacia e etc.
Fez-se uso também da pesquisa documental, por meio de análise da legislação da
profissão secretarial, do regimento interno da empresa e dos documentos de discrição de
tarefas dos funcionários do escritório, os quais não são públicos e, sendo assim, há limitações
quanto ao processo de referenciá-los, que têm como característica ser “[...] fonte de coleta de
dados [...] restrita a documentos, escritos ou não, constituindo o que se denomina de fontes
primárias.” (LAKATOS e MARCONI, 2003, p. 174).
Outra técnica de coleta de dados, utilizada neste estudo, foi à observação participante,
Paterson, Bottorff e Hewat (2003) explicam que o método possibilita ao pesquisador
desenvolver um relacionamento e confiança, necessário para revelar "os bastidores das
realidades" de sua experiência, que geralmente são escondidos de estranhos. Tal técnica
possibilitou conhecer as rotinas de trabalho no ambiente organizacional e, a partir daí
correlacioná-las a teoria de competências, sustentando assim, a justificativa desta pesquisa.
Conforme posto, a finalidade é alinhar a teoria a prática e vice-versa, nesse sentido foi
utilizado como referência o quadro de competências de Moreira et al. (2016), que alinhado a
teoria serviu como base para as categorias de análise deste estudo. Desse modo, as
competências foram ajustadas as atividades realizadas pelo profissional de secretariado no
escritório de advocacia Menezes Niebuhr Advogados Associados e a partir daí pode se
compreender como umas influenciam nas outras.
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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Conforme o propósito deste trabalho faz-se nesta seção uma análise sobre como as
competências secretarias, tratadas por autores da linha secretarial, influenciam ou são
aplicadas nas atividades cotidianas do profissional de secretariado na empresa Menezes
Miebuhr e ainda, como essas atividades a partir do alinhamento com as competências, podem
ser classificadas como técnicas ou comportamentais.
Relembra-se que as informações foram coletadas por meio de observação participante,
momento em que uma das autoras deste artigo verificou e vivenciou as atribuições/atividades
de cada secretária do escritório. Observa-se que houve diálogo constante entre a autora e os
sujeitos da pesquisa, fato que facilitou a enumeração das atribuições/atividades, como
também, as correlações dispostas no Quadro 3.
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COMPETÊNCIAS
ATIVIDADES COMPETÊNCIAS SECRETARIAIS TÉCNICAS E
COMPORTAMENTAIS
Atendimento e Capacidade de comunicação; ética profissional; A atividade demanda o uso
recepção de clientes discrição; equilíbrio emocional; profissionalismo; de competências
pontualidade; assiduidade; comportamentais com maior
relevância sobre as técnicas.
Atendimento Domínio de habilidades de escritório e tecnologias; A atividade demanda mais o
telefônico e eletrônico utilização de recursos e softwares de comunicação e uso de Competências
(e-mail) informação disponíveis; capacidade de técnicas.
comunicação; conhecimento da empresa e visão da
totalidade da empresa;
Digitalização, cópias e Organização; gerenciamento de informações; A atividade demanda o uso
arquivamento de conhecimentos protocolares, gestão de arquivos e de Competências técnicas.
arquivos processos;
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4.3 RESULTADOS
De acordo com Moreira et al. (2016), o tema competência começa a ser discutido na
década de 1970, momento em que se destaca os estudos de McClelland (1973), que buscava a
diferenciação entre competências e outros elementos como aptidões, conhecimentos e
habilidades. Nesse sentido, os estudos do autor, levam a compreensão de que “[...] a
competência assume uma característica mais subjacente, que permite ao indivíduo ter um
desempenho diferenciado frente a uma tarefa ou situação.” (MOREIRA et al, 1996)
Nessa direção, arriscar-se-ia supor, levando-se em consideração a análise dos dados e
a partir de uma lógica dedutiva que pode ou não ser refutada, que se as secretárias do
escritório Menezes Niebuhr desempenham suas diversas atividades respaldadas pelas
competências secretariais, elas têm um desempenho diferenciado frente a colaboradores da
mesma empresa que apenas cumprem suas tarefas, sem apoiarem-se ou refletirem sobre a
correlação entre atividade a ser realizada e competência para tanto. Todavia, para
comprovação do ora refletido é preciso aplicação de pesquisa, no sentido de averiguar a
veracidade da premissa.
Vale destacar que, durante a observação participante, notou-se que as profissionais
desenvolvem suas atividades com eficiência, fato que talvez se explique pela atualização, que
elas manifestaram buscar, todavia, não se descartam outras possibilidades de busca pela
efetividade. Por fim, ao se associar a teoria, a observação participante e a análise dos dados ao
pretendido nesse estudo, é possível dizer que as secretárias do escritório, ambiente de estudo
deste trabalho, aplicam as competências secretarias na sua rotina, que entre competências
técnicas e comportamentais, as primeiras são as mais utilizadas e que as competências
influenciam diretamente nas atividades realizadas palas profissionais.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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6 REFERÊNCIAS
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RESUMO: Este estudo buscou colocar em evidência a área de cerimonial como um potencial
campo de atuação para o Secretariado Executivo. Levanta-se a hipótese de que as atividades
da respectiva área não são exclusivas de uma categoria profissional. A questão suscitada foi:
O cerimonial é um campo propenso para atuação dos Secretários Executivos? O Objetivo
geral consistiu em conhecer a relação entre o trabalho de cerimonial, a formação de nível
superior dos indivíduos que atuam na respectiva área e as instituições de Boa Vista-RR. Os
objetivos específicos foram: verificar a existência de cargos ou funções de Chefe de
Cerimonial ou Cerimonialista e de Mestre de Cerimônias nas estruturas formais das
organizações públicas e privadas de Boa Vista-RR, conhecer a formação acadêmica dos
indivíduos que atuam nas respectivas ocupações no contexto atual e especificamente dos
Mestre de Cerimônias que atuam a mais de 05 (cinco) anos e por fim, relacionar o perfil do
contexto analisado com o Secretariado Executivo. O aporte teórico destacou a concepção de
cerimonial e os aspectos que caracterizam a profissionalização de uma área. A metodologia
privilegiou a abordagem qualitativa e as pesquisas bibliográfica, exploratória e empírica.
Concluiu-se que o trabalho em tela não é uma área exclusiva de uma categoria profissional e
que o Secretariado Executivo tem requisitos adequados para atuar na citada área.
PALAVRAS-CHAVES: Cerimonial. Secretariado Executivo. Empregabilidade.
1 INTRODUÇÃO
O contexto da reestruturação produtiva tem proporcionado o surgimento de formas
mais desregulamentadas e de precarização do trabalho, enfatizando o perfil do trabalhador
“polivalente e multifuncional” (ANTUNES, 1999; ANTUNES; ALVES, 2004). O
Secretariado Executivo incorporou as citadas características ao seu perfil, conforme foi
comentado por Neiva e D’Elia (2014), na sua obra “As novas competências do profissional de
secretariado”.
Tendo em vista a formação acadêmica do Secretariado Executivo, conforme a
Resolução CNE/CES nº 3, de 2005, na qual é evidenciado a ampliação do leque de atuação do
citado profissional, e o cenário emergente citado, observaram-se possibilidades da sua atuação
em áreas específicas e outras não tão específicas, porém correlatas. Desta forma, neste estudo
buscou-se colocar em destaque a área de cerimonial como um potencial campo de atuação do
Secretariado Executivo.
A hipótese levantada indica que as atividades de Cerimonial desempenhadas por
Cerimonialistas e Mestres de Cerimônias não são exclusivas de uma categoria profissional.
Por esta razão busca-se responder a seguinte questão: O cerimonial é um campo propenso
para atuação dos Secretários Executivos em Boa Vista-RR? Objetivo geral é conhecer a
relação entre o trabalho de cerimonial, a formação de nível superior dos indivíduos que atuam
na respectiva área e as instituições de Boa Vista-RR. Os objetivos específicos consistiram em:
verificar a existência de cargos ou funções de Chefe de Cerimonial ou Cerimonialista e de
Mestre de Cerimônias na estrutura formal das organizações públicas e privadas de Boa Vista-
RR; conhecer a formação acadêmica dos indivíduos que atuam na área de cerimonial nas
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
As cerimônias sempre fizeram parte da vida dos grupos humanos. O cerimonial é nos
dias atuais compreendido como uma construção organizada de procedimentos que expressam
valores e significados de um grupo social no âmbito das organizações públicas ou
empresariais. Nesta perspectiva Cobra (2002) define cerimonial como:
Para o citado autor a ideia de cerimonial engloba uma visão mais ampla e de um
campo de conhecimento que deve ser estudado com maior relevância científica tendo como
objeto de estudo as cerimônias no âmbito das relações sociais das organizações públicas e
empresariais.
Azzolin (2016, p. 17) afirma que o cerimonial é “conjunto de normas ou formalidades
que devem ser observadas em cerimônia oficial, estando presentes autoridades nacionais e
estrangeiras”. O princípio fundamental do cerimonial é a formalidade dos atos, ou seja, a
aplicação correta das diretrizes preestabelecidas necessárias para a execução de uma
cerimônia de natureza oficial ou governamental, ressalta a autora.
Este conceito tem concordância com o pensamento de Nunes (2006, p. 13) quando
afirma que o “Cerimonial é um conjunto de diretrizes preestabelecidas que precisam ser
conhecidas e observadas em eventos oficiais ou especiais, sendo o indicador de
comportamento no convívio social formal”. Para a referida autora o cerimonial é o ponto de
partida para as relações interpessoais e públicas no contexto social de caráter solene ou
protocolar.
O cerimonial pode ser aplicado em diferentes ambientes dependendo da natureza do
evento, isto é, tanto no ambiente oficial das organizações públicas quanto no âmbito das
organizações empresariais. No caso do cerimonial público este está relacionado diretamente à
administração pública tendo como fundamentação o Decreto nº 70.274, de 09 de março de
1972. O citado Decreto por sua vez estabelece as normas e a ordem geral de precedência da
República Federativa do Brasil. Segundo Pinheiro (2014):
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Mesmo sendo uma função muito antiga o Mestre de Cerimônias desenvolveu técnicas
de atuação conforme as necessidades e mudanças sociais ao longo dos tempos, adaptando-se
às modernas tecnologias para sua atuação nos eventos e cerimônias. Para Ferraz (2011) a
função de Mestre de Cerimônias acompanhou a evolução do contexto social e
consequentemente teve que adaptar-se às transformações tecnológicas e aos novos desafios
que surgiram envolvendo as cerimônias.
Silva (2007) ressalta a presença do Mestre de Cerimônias para que nada de errado
aconteça durante as solenidades. A diferença do Mestre de Cerimônias para alguns
Cerimonialistas pode estar relacionada à sua linguagem mais formal, característica que o
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diferencia dos demais profissionais da voz, a exemplo dos apresentadores. Silva (2007)
explica que:
Alguns Cerimonialistas atribuem à linguagem o motivo da distinção entre Mestre de
Cerimônias e apresentador. O Mestre de Cerimônias possui uma linguagem mais
formal, considerando sua atuação junto às autoridades. O apresentador, que pode
comandar um comício, um desfile de modas, um lançamento de produtos ou de
serviços, assume uma postura menos formal. (SILVA, 2007, p. 43).
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Este conceito é abordado por Angelin (2010, p. 11) ao fazer referência à obra de
Freidson (1996), quando afirma que “o profissionalismo seria um método diferente de
organizar a divisão do trabalho, pois ele permite que as ocupações negociem os limites
jurisdicionais entre si e organizem e controlem a própria divisão de trabalho”.
No que se refere à profissionalização observou-se que este tema está relacionado a
um processo social tratado hoje em diversos aspectos pelos sociólogos. Barbosa (1998, p.
130) afirma que “Tratado sob os mais diversos aspectos, o processo de profissionalização é
considerado como um dos traços mais importantes e distintivos das modernas sociedades
ocidentais.”
Com relação ao conceito tradicional de profissão, nas ciências sociais, Freidson
(1995), apresenta respostas mais práticas, pois discute questões relacionadas a elementos
como o conhecimento, o discurso, disciplina e campos, comparando estes com fatores sociais,
políticos e econômicos, proporcionando poder para os representantes legais dessas categorias
ou classes sociais.
Para Dubar (2005), o termo “profissão” na língua francesa relaciona-se a pelo menos
dois significados que correspondem também a dois termos ingleses diferentes. O sentido de
“empregos” (em inglês: Occupations) trata-se de uma classificação reconhecida pelo Estado.
E “profissões” liberais e científicas (em inglês: Professions), estão relacionadas às profissões
aprendidas, a exemplo dos médicos e dos juristas.
O citado autor apresenta mais um terceiro termo, de origem francesa, o termo
“métier”, que é equivalente, em português, a palavra “ofício”. Tanto as profissões quanto os
ofícios, no contexto ocidental, são derivadas de uma mesma raiz, as corporações (DUBAR,
2005).
De acordo com o contexto apresentado pelo autor, entende-se que é a partir deste
momento histórico, que se ingressava na entidade corporativa e era onde o termo “profissão”
se originava, com um sentido de professar uma fé, lealdade à corporação. Conforme explica
Dubar (2005, p. 164) quando diz que “O termo “profissão” deriva dessa “profissão de fé”
cumprida por ocasião das cerimônias rituais de admissão nas corporações”.
Com a ascensão das instituições de ensino superior (universidades) ocorreu o
rompimento entre as artes liberais, de onde originou as “profissões” de caráter intelectual e
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científico, e as artes mecânicas, que deram origem aos “ofícios”. De acordo com Dubar
(2005):
“Com o desenvolvimento e consolidação das Universidades, artes liberais e artes
mecânicas começaram a se dissociar”. A partir deste momento tomam-se novos
rumos para ambos os tipos de trabalho, ou seja, as diferenças entre as “profissões” e
os “ofícios”(...). Assim, é possível associar a oposição entre “profissões” e “ofícios”
a um conjunto de distinções socialmente estruturantes e classificadoras que se
reproduziram através dos séculos: cabeça/mãos, trabalhadores
intelectuais/trabalhadores manuais, alto/baixo, nobre/vil etc. (DUBAR, 2005, p.
164).
O referido autor evidencia as atividades de maior valor (nobre) e de menor valor (vil)
relacionando-se às distintas classes, ou seja, atividade nobre associada à profissão e atividades
vil ao ofício.
Considerando essas afirmações a profissão pode ser entendida como uma construção
de conhecimentos intelectuais e operacionais e está relacionada ao exercício de atividades ou
trabalhos realizados por uma pessoa ou grupos sociais. Neste sentido Vieira (2014, p. 16)
reitera que “a base do conhecimento ou doutrina para a profissão é resultado de uma
combinação de conhecimento intelectual e prático, parte do qual é explícito (livros, leituras,
demonstrações), parte implícito (entendimento adquirido pela prática e observação)”.
Quanto ao conceito de ocupação este se vincula ao conceito de profissão que por sua
vez está relacionado às atividades exercidas por determinados grupos sociais em um ambiente
de trabalho. Para Hall (1969) apud Vieira (2014, p.23) “ocupação diz respeito a um papel
social realizado por adultos que direta ou indiretamente produz consequências sociais e
financeiras e que constitui um grande foco na vida dos mesmos”. O Portal do Trabalho e
Emprego a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) indica que ocupação relaciona-se ao
agregado de empregos similares quanto ao tipo de atividade realizada.
Com relação à formação profissional entende-se que se trata da reunião de atividades
que objetivam a aquisição de conhecimentos, habilidades e atitudes de maneira teórica e
prática exigida no âmbito acadêmico para o exercício das atribuições específicas de uma
profissão. Conforme o Portal da Educação (2012) a formação profissional está voltada à
capacidade de lidar com a problemática social de forma ética, política e metodológica.
Para Oliveira (2014) os níveis de graduação acadêmica para formação profissional
podem ser divididos em “graduação, cursos tecnológicos superiores, extensão, especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado”.
Portanto, entende-se que para as atividades de Cerimonialista e de Mestre de
Cerimônias serem reconhecidas como profissão, além de legitimação e credenciamento, deve
ser estabelecido um monopólio sobre determinada área de conhecimento. Isto também implica
na dependência da interversão do Estado com a criação de Diretrizes Curriculares específicas
à formação profissional em nível acadêmico.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Este item apresenta a caracterização da pesquisa e os procedimentos que foram
utilizados. A abordagem adotada foi qualitativa por melhor atender os objetivos deste estudo.
Concordando com Gerhardt e Silveira (2009):
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Com relação ao método cientifico nesse estudo foi utilizado o método indutivo, pois,
segundo Lakatos e Marconni (2010), admite argumentos e diversos níveis de interpretação
dependendo das hipóteses. Tratando-se do objetivo da pesquisa, foi exploratória, pois segundo
Gil (2007) este tipo tem a finalidade de desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias,
tendo em vista a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para
estudos posteriores. Além de apresentar menor rigidez no planejamento.
A pesquisa bibliográfica contribuiu com a compreensão acerca das atividades de
cerimonial e características de profissionalização de uma área específica. A citada abordagem
elencou argumentos para levantar uma discussão acerca do Secretariado Executivo e a área do
cerimonial.
Quanto ao procedimento, foi utilizada a pesquisa de campo. A respeito do ambiente
escolhido para observação e coleta dos dados, a pesquisa de campo foi a categoria
metodológica adotada por possibilitar a observação de fatos e fenômenos.
Sobre o universo e a amostra a pesquisa foi realizada em 02 (duas) fases. A primeira
fase consistiu em verificar a formalização da atividade de cerimonial nas instituições quanto a
existência de cargo ou função de Cerimonialista ou chefe de cerimonial e de Mestre de
Cerimônias e a respectiva formação universitária dos seus colaboradores no contexto atual.
Foram pesquisadas 05 (cinco) instituições da iniciativa privadas que desenvolvem atividade
educacional e 15 (quinze) do setor público da administração direta e indireta de atividades
variadas.
Na segunda fase selecionou-se 14 (quatorze) indivíduos que atuam como Mestres de
Cerimônias em Instituições Públicas diversas, ou seja, a escolha destas foram aleatórias. A
escolha foi feita utilizando o critério antiguidade, ou seja, ter no mínimo 05 (cinco) anos de
atuação na respectiva atividade. Buscou-se conhecer dentre esses sujeitos o nível de
escolaridade e as respectivas áreas de formação.
Como instrumentos para a coleta de dados foram utilizados questionários. Essa técnica
é utilizada no âmbito das ciências sociais e sociais aplicadas, logo se enquadra ao que se
busca neste tipo de pesquisa. Em relação à forma das questões, os questionários
contemplaram questões abertas com o propósito de que os respondentes ofereçam suas
próprias respostas, conforme Gil (2012).
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Executivo que atuam em áreas diferentes, como: instrutor da área de gestão e secretárias
executivas. Estes profissionais realizam o trabalho de organizador e de Mestre de Cerimônias.
Na empresa “B” observou-se que não existe o cargo ou função de chefe de cerimonial.
Mas que um profissional formado em jornalismo realiza o cerimonial em eventos pequenos.
Esta atividade está ligada ao setor de Marketing e Comunicação. Quando se trata de eventos
de grande porte a atividade de cerimonial é “terceirizada”. Foi informado que não há
exigência do tipo específico de formação acadêmica, mas que é relevante que o profissional
seja formado em algum curso superior e tenha cursos de capacitação atualizados na área de
cerimonial.
As empresas “C” e “D” são faculdades particulares e ambas informaram que existem
na sua estrutura a função de Chefe de Cerimonial, sendo que, na primeira, está situado dentro
da Coordenação de Extensão. E na segunda, está localizada na Secretaria Acadêmica, em
razão específica da colação de grau.
Na empresa “C” a atividade é exercida por uma tecnóloga de eventos e na empresa
“D” é exercida por uma servidora graduada em Letras. Ambas ressaltaram os anos de
experiência na área, a primeira com 35 anos e a segunda com 10 anos.
Quanto à função de Mestre de Cerimônias ambas relataram não existir na Instituição,
por essa razão a atividade em alguns momentos é terceirizada. No caso da empresa “C”,
ocorre da respectiva função ser exercida por voluntários que são acadêmicos do curso de
publicidade e propaganda. E no caso da empresa “D” foi informado que há exigência da
qualificação na área. Na empresa “C” informou não haver preferencia de gênero e faixa etária,
mas na “D” disse haver preferência masculina para atuar com Mestre de Cerimônias.
Na empresa “E” foi informado que existe o cargo de Chefe de Cerimonial, que é
exercido por jornalista com formação em comunicação social com habilitação em jornalismo.
E para a função de Mestre de Cerimônias é exigido curso de curta duração e que não tem
preferência de gênero e idade. Neste caso, a atividade de Cerimonial está subordinada à
Assessoria de Comunicação.
Quanto à 15 (quinze) instituições públicas visitadas, 05 (cinco) informaram não existir
na estrutura organizacional cargo ou função de Chefe de Cerimonial ou Cerimonialista. Por
outro lado, quando há necessidade da atividade de cerimonial, algumas relataram que se
procede à contratação de serviços terceirizados. Outras informaram que é solicitado a um
servidor da Assessoria de Comunicação, normalmente um jornalista, para realizar a locução
do cerimonial.
Na amostra pesquisada, notou-se que não há exigência de curso superior específico
para atuar na respectiva área em nenhuma das instituições. Ainda assim observou-se uma
predominância de indivíduos com formação na área do jornalismo e comunicação, ou seja,
dentre os colaboradores que estão à frente do cerimonial, com ou sem cargo, 07 (sete) são da
área citada e em 08 (oito) instituições a formação acadêmica dos seus colaboradores é
diversificada, variando entre: história, administração, direito, marketing e secretariado
executivo.
Nas instituições em que há o cargo ou função de Chefe de Cerimonial ou de
Cerimonialista, houve relatos acerca da exigência de experiência e de qualificação em cursos
de capacitação na área de cerimonial.
Quanto à função de Mestre de Cerimônias observou-se que na maioria das instituições
públicas não há formalmente este posto, exceto em 02 (duas). As situações detectadas foram
as seguintes: o chefe do cerimonial ou Cerimonialista acumula a função de Mestre de
Cerimônias; o setor de comunicação da instituição realiza as cerimônias; a atividade é
“terceirizada”; ou é exercida por voluntários.
Ainda em relação ao trabalho de Mestre de Cerimônias, embora não haja exigência de
formação acadêmica específica, existe a condição de se ter experiência e cursos de
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TEMA: Modernidade Líquida
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qualificação na respectiva área, além de se ter boa dicção. Foi relatado não haver distinção de
gênero e de idade para atuar na referida atividade.
Com relação à vinculação da atividade de cerimonial a um setor específico dentro das
organizações, percebeu-se que não há um consenso. Na metade das instituições públicas
pesquisadas observou-se que a citada atividade esta subordinada ao setor ou assessoria de
comunicação. A outra metade indicou que a referida atividade possui vínculo direto com a
autoridade máxima da instituição, ou seja, não é uma atividade que necessita de um setor para
intermediar o referido acesso.
4.3 ANÁLISE
Das informações coletadas na primeira fase da pesquisa destaca-se que das 05 (cinco)
empresas privadas pesquisadas, 03 (três) relataram existir formalmente o cargo de Chefe de
Cerimonial ou Cerimonialista, mas o de Mestre de Cerimônias, embora necessário, não
existia. Nas 15 (quinze) instituições públicas pesquisadas, apenas 05 (cinco) informaram não
existir o cargo de chefe de cerimonial ou Cerimonialista na sua estrutura hierárquica. E
praticamente todas relataram não existir o posto de Mestre de Cerimônias.
Ao observar a formação acadêmica dos colaboradores que realizam as atividades de
Chefe de Cerimonial ou Cerimonialista e de Mestre de Cerimônias formalmente ou
informalmente, nas empresas privadas percebeu-se que não há uma predominância
consolidada de um tipo específico de formação, ou seja, constatou-se a presença de:
Secretários Executivos, tecnólogo em eventos, licenciado em letras, acadêmicos de
propaganda e publicidade e jornalistas.
No caso das instituições públicas, conforme foi observado, há uma predominância dos
profissionais graduados em comunicação social com habilitação em jornalismo, pois a metade
da amostra pesquisada indicou esse profissional como o responsável pelo cerimonial nas
instituições. Apesar da outra metade ser composta por profissionais com formação de nível
superior diversas. Nas empresas privadas nota-se a não existência de um “monopólio” de uma
categoria profissional sobre a atividade de cerimonial, seja, como Chefe ou como Mestre de
Cerimônias.
Quanto ao setor ao qual estão vinculadas as atividades de cerimonial, 03 (três) das
instituições particulares informaram que estão ligadas às assessorias de comunicação. Nas
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TEMA: Modernidade Líquida
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conforme foi relatado por Antunes (1999) e Antunes e Alves (2004) a transformação
do mercado de trabalho levou os trabalhadores de todas as áreas a se qualificarem e se
tornarem polivalentes, como foi o caso dos profissionais em Secretariado Executivo.
Neste sentido e diante do contexto analisado, concluiu-se que o referido profissional
tem a possiblidade de atuar, não apenas como conhecedor das normas protocolares, conforme
rege a lei de regulamentação da profissão, com vistas à assessorar o executivo nas
solenidades, mas também em tornar-se o próprio organizador das cerimônias (Chefe de
Cerimonial ou Cerimonialista) e atuar como Mestre de Cerimônias destas. Aspecto que
reforça essa afirmação está no fato de ter observado que a própria área de cerimonial estar
“aberta”, no sentido de não haver restrição da participação de profissionais com formações
acadêmicas distintas. Isto implica em refutar a concepção de que o Cerimonial é um domínio
exclusivo de categorias profissionais com formação acadêmica específica.
Em ambas as situações, tanto na perspectiva dos Cerimonialista como nas de Mestre
de Cerimônias, não houve a obrigatoriedade de uma área específica de formação em nível
superior como pré-requisito para atuação. A capacitação dos profissionais que atuam na
respectiva área ocorre por meio de cursos de capacitação que não equivalem ao nível de
graduação e nem de especialização (lato sensu).
Diante do contexto apresentado conclui-se que os objetivos da respectiva pesquisa
foram alcançados e que se conseguiu respostas para a questão suscitada que apontaram a
atividade de cerimonial como uma área propensa à atuação dos Secretários Executivos. A
citada proposição também encontra respaldo na própria formação multidisciplinar do referido
profissional que traz componentes curriculares que vão ao encontro das necessidades da
atividade de cerimonial: conhecimento e domínio da escrita, conhecimento das normas do
cerimonial, conhecimento de gestão, planejamento e organização; relações interpessoais entre
outros.
Isto é, há indicativos de possibilidades de que os Secretários Executivos possam
ocupar tais cargos ou funções de Chefe ou Cerimonialista ou Mestre de Cerimônias. A
polivalência e a multifuncionalidade que compõe o perfil desse profissional desponta como
atributo favorável a ocupação dos respectivos postos. Considera-se ainda que são ocupações
que não requerem formação profissional específica.
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6 REFERÊNCIAS
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2012.
LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do Trabalho Científico. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de Metodologia
Científica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
NEIVA, Edméa Garcia; D'ELIA, Maria Elizabete Silva. As novas competências do
secretariado executivo. 2ªed. Editora IOB. 2009.
NUNES, Marina Martinez. Cerimonial para executivos: um guia para execução e
supervisão de eventos empresariais. Porto Alegre: Sagra DC Luzzatto, 1996.
OLIVEIRA, Marlene de. Cerimonial, Protocolo e Etiqueta. Paraná. Apostila de curso à
distância realizado pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, 2011.
Disponível em: <http://netapi.ifpi.edu.br/etapi/docs/Eventos/Cerimonial,Protocolo%20e%20
Etiqueta/Cerimonial,%20Protocolo%20e%20Etiqueta.pdf
PINHEIRO, Marcelo. Cerimonial Público para a Administração Pública. Belém:
Samaúma Editorial, 2014. 225 p.
REINOUX, Marcílio Lins. O Mestre de Cerimônias e o cerimonial. 2. ed. Recife:
COMUNIGRAF, 2010. 129 p.
SILVA, Renata de Souza Almeida e. O Discurso do Mestre-de-cerimônias: perspectiva
dialógica. 2007. 247 p. Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada e Estudos da
Linguagem) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2007.
VIERA, Jéssica Oliveira. Secretariado Executivo no Brasil: profissão ou ocupação. 2014.
79 p. Monografia (Bacharelado em Secretariado Executivo Trilíngue) – Universidade Federal
de Viçosa, 2014.
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IX ENCONTRO NACIONAL DOS ESTUDANTES DE SECRETARIADO
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RESUMO: Este estudo teve por objetivo desenvolver estratégias promocionais para a
empresa Pão Caseiro, de Assis Chateaubriand-PR, a fim de conquistar novos clientes, bem
como obter maior satisfação e fidelização dos atuais. Para tanto, em termos metodológicos,
este trabalho se caracterizou como um estudo de caso de abordagem quantitativa. Em relação
à coleta de dados, essa se deu a partir da aplicação de dois questionários: um interno, para os
clientes da Pão Caseiro; e um externo, para a população de Assis Chateaubriand-PR. Em face
dos resultados obtidos, foi possível perceber a existência de aspectos positivos como, por
exemplo, a favorável avaliação sobre a qualidade de seus produtos e serviços, mas, também
de fatores que podem ser melhorados na empresa Pão Caeiro, como a necessidade da empresa
investir em novas ferramentas promocionais, que ainda são desconhecidas pela população,
como a degustação e a amostra, o que pode favorecer conquista de novos clientes. Diante
disso, desenvolveram-se estratégias promocionais para a Pão Caseiro, destacando-se a criação
de panfleto e cartão de visita, divulgação em rádio e na internet, treinamento sobre qualidade
no atendimento, entre outras ações que podem proporcionar benefícios no que se refere a
conquista, satisfação e fidelização de clientes.
1 INTRODUÇÃO
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IX ENCONTRO NACIONAL DOS ESTUDANTES DE SECRETARIADO
TEMA: Modernidade Líquida
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dos conceitos, de maneira geral, recai sobre alguns aspectos do processo de marketing: preço,
promoção, distribuição e produto – o conjunto chamado de 4P’s ou mix de marketing.
Especificamente sobre a promoção de vendas, essa é uma estratégia de marketing, um
conjunto de técnicas que estimula e impacta, atua em curto prazo e tem como objetivo
estimular os diversos tipos de públicos à compra mais acelerada de produtos e serviços,
oferecendo sempre ao consumidor alguma vantagem (COSTA; CRESCITELLI, 2003).
Assim, pode-se entender que estratégias promocionais são ferramentas que toda e qualquer
empresa pode utilizar com o intuito de expandir seus negócios e colocar-se de forma
competitiva com seus concorrentes.
A partir desse entendimento, cabe aqui mencionar o caso da empresa Pão Caseiro, que
está situada no Centro do Município de Assis Chateaubriand/PR. Essa organização atua no
ramo do comércio de produtos caseiros: pães doces e salgados; bolachas, salgados fritos e
assados, cucas, bebidas e doces. Ocorre que essa empresa não tem um diferencial de
marketing em relação às demais panificadoras, não utiliza estratégias promocionais, ou seja,
não investe em formas de divulgação de seus produtos/serviços, e desconhece níveis de
satisfação e fidelização de seus clientes. Por isso a necessidade de investigação e de
desenvolver aspectos voltados ao composto promocional de marketing, que visem a
divulgação da empresa, de seus produtos, bem como a satisfação e fidelização de clientes.
Com base nisso, a questão de pesquisa que se busca responder neste estudo é: de que
maneira a empresa Pão Caseiro pode aumentar sua parcela de clientes, satisfazendo e
fidelizando também os atuais? Dessa forma, o foco principal deste trabalho é desenvolver
estratégias promocionais para a empresa Pão caseiro. Ressalta-se que este estudo foi realizado
pelos pesquisadores durante o período da graduação em Secretariado Executivo, de forma a
propiciar a atuação do profissional principalmente como assessor.
Dito isso, este artigo se divide em cinco seções. Além desta introdução, na seção dois
encontra-se o referencial teórico da pesquisa e na seção três estão os procedimentos
metodológicos. Seguindo, na seção quatro, estão os resultados e a discussão, e, por fim,
apresentam-se as considerações finais.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
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de produtos de valor com outros”. Por sua vez, Telles (2003, p. 2) definiu marketing como “o
sistema integrado de atividades com o objetivo de planejar, promover e distribuir os produtos
desejados pelos consumidores atuais e potenciais”. Novamente, visualiza-se a preocupação do
marketing em atender necessidades e desejos tanto da organização quanto de seus clientes.
Para Kotler, Kartajaya e Setiawan (2010), o marketing possui três diferentes fases: a
era 1.0, 2.0 e 3.0. Para melhor compreensão das transformações do marketing, aborda-se o
principal momento de cada evolução até os dias atuais. A era do marketing 1.0, segundo
Kotler, Kartajava e Setiawan (2010), iniciou-se juntamente com o desenvolvimento da
tecnologia de produção durante a Revolução Industrial, em que a centralização maior era no
produto, com objetivo de desenvolver e vender o mesmo. Devido a esse fato, ainda segundo
esses autores, ocorreram grandes alterações sociais, como a invenção de máquinas e o
surgimento de novas empresas, de forma que o desenvolvimento industrial foi um grande
passo, pois proporcionou a ampliação dos mercados e do capitalismo industrial.
Percebe-se que a partir de então o marketing foi ampliando, de forma que suas funções
passassem a ser em torno de seus clientes, buscando sua plena satisfação, com o intuito de
preservá-lo, minimizando ao máximo os riscos de perdê-lo para a concorrência, que a cada dia
se tornava maior (KOTLER; KARTAJAVA; SETIAWAN, 2010). Essa foi a era do marketing
2.0, que surgiu em decorrência da tecnologia da informação e que tem a finalidade de
entender e satisfazer as necessidades dos consumidores.
Por último, Kotler, Kartajava e Setiawan (210) citam a era do marketing 3.0, que é o
marketing voltado aos valores, a era da participação, do paradoxo da globalização e a era da
sociedade criativa, essa é uma grande transformação que leva contribuição e valores à
sociedade.
Assim, compreende-se a importância e valorização que o cliente vai adquirindo
através do tempo diante das pequenas e grandes empresas. Referente a isso, nota-se o
aumento da competitividade forçando essas empresas a disputar a preferência dos
consumidores através da concorrência, da oferta de produtos, tendo em vista cada vez mais à
satisfação dos seus clientes.
Pode-se comparar também que o conceito de marketing de décadas atrás para um
cenário mais recente, passou e ainda passa por diferenciados estágios. Kotler (2001, p. 206),
define que o marketing é um “processo social e de gestão, no qual indivíduos e grupos obtêm
o que necessitam e desejam por meio da criação, oferta e troca de produtos e valores com
outros”. Nessa oferta e procura, forma-se um processo de trocas que visam satisfazer as
necessidades dos envolvidos no negócio.
Para Kotler (2009 p. 619) “Os profissionais de vendas devem saber como analisar
dados de vendas, medir o potencial do mercado, reunir inteligência de mercado e desenvolver
estratégias e planos de marketing”. Ainda para esse autor, é muito importante para esses
profissionais ter conhecimento do mercado e habilidades, como: boa comunicação, o
conhecimento e também a utilização do Marketing Mix. São ferramentas que precisam ser
observadas e que podem levar o sucesso de um produto/serviço e a conquista de novos
clientes (LAS CASAS, 2006).
Nesse cenário, estratégias promocionais são ferramentas que toda e qualquer empresa
pode utilizar com o intuito de expandir seus negócios e colocar-se de forma competitiva com
seus concorrentes (COSTA; CRESCITELLI, 2003). Segundo Costa e Crescitelli (2003), a
promoção de vendas tem como o principal objetivo promover as vendas por meio de ações
que possam ofertar ao consumidor um privilégio ou vantagem. Para esses autores, é uma
estratégia composta por técnicas que incentivam, de forma impactante, a ação em curto prazo,
estimulando aos diversos consumidores a compra e a venda agilizada dos produtos e serviços.
Esses autores ainda citam que, similarmente, o composto promocional possibilita que o
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cliente tome uma decisão frente ao produto ou serviço que irá adquirir, ou seja, leva o cliente
a uma ação concreta que é a comprar.
Para que esse objetivo se realize, de acordo com GEA/AMPRO (2011), existem
algumas técnicas promocionais que auxiliam a empresa a entender e conquistar seu cliente,
haja vista as necessidades que existem e outras que são criadas frente aos estímulos
proporcionados pelas estratégias promocionais. Nesse sentido, para Kotler (2006), o ponto de
partida para compreender o comportamento do comprador é o modelo de estímulo e resposta,
pois os estímulos ambientais e de marketing penetram no consciente do comprador. Um
conjunto de fatores psicológicos combinado a determinadas características do consumidor
leva a processos de decisão e decisões de compra (KOTLER, 2006). Assim, entende-se que
sempre que alguém percebe alguma vantagem ou vê naquele determinado produto ou serviço
a realização de um desejo ou de uma expectativa, o indivíduo passa a ser consumidor dos
produtos e serviços. Por isso mesmo que estratégias de marketing existem para aproximar
fornecedor e consumidor.
O GEA/AMPRO (2011) destaca algumas dessas técnicas do composto promocional,
tais como: demonstração, show room, ou seja, um espaço de entretenimento, degustação,
distribuição de amostras, ofertas monetárias, ofertas não monetárias, distribuição de presentes
e brindes, distribuição de incentivos, prêmios, eventos corporativos, sociais e/ou culturais.
Entre os principais conceitos dessas técnicas estão, para GEA/AMPRO (2011, p. 11):
a) distribuição e apresentação do produto/serviço – tem por objetivo apresentar,
demonstrar e designar técnicas como demonstração, show room, degustação,
distribuição de amostras e até mesmo ações de merchandising;
b) ofertas monetárias – esta técnica implica a liquidação, reembolso, distribuição de
cupons, bonificações e ações cooperadas;
c) ofertas não monetárias – as vantagens do comprador vêm atrelada à aquisição do
indivíduo, por exemplo: bônus, pacote de produtos, compre 2 e leve três;
d) distribuição de prêmios – é a distribuição gratuita de bens ou produtos, por meio de
ferramentas, tais como: concurso cultural, sorteio, vale sorteio, brinde surpresa,
etc.;
e) incentivos – nesta, estímulo e resposta se encontram, isto é, procura-se estimular os
consumidores a participar de programas como prêmios por pontos acumulados;
f) eventos promocionais – encontro de pessoas com finalidade de demonstrar produtos.
Isso pode ocorrer, dentre outras iniciativas, em eventos corporativos, sociais,
culturais, feiras, convenções, seminários, encontros, fóruns, simpósios, congressos,
cursos, treinamentos, workshops.
Outras duas técnicas importantes do marketing promocional são os brindes e as
amostras grátis, que são ofertas oferecidas gratuitas ou de valor mais baixo de uma quantidade
de um produto ou serviço podendo ser entregue de porta a porta, enviada pelo correio,
recebida em uma loja, anexada a outro produto ou exibida em uma oferta de propaganda
(KOTLER; KELLER, 2006). Os brindes e as amostras grátis favorecem a divulgação dos
produtos possibilitando que clientes que usavam determinados produtos há tempo, troquem
tais produtos por outro, justamente por experimentar e se convencer qualidade dos produtos
pelas ofertas gratuitas (KOTLER; KELLER, 2006).
Existe também a técnica de concursos e sorteios, que são as ações de promoção que
geram motivação ao consumidor, em que ele pode concorrer a prêmios, vales-brindes entre
outros, geralmente o consumidor preenche os cupons e participa, respeitando as normas
estabelecidas (BLESSA, 2007). Ademais, há ainda a técnica de degustação, com a finalidade
de divulgar o produto, e fazer com que ele não passe despercebido pelos clientes. Constitui-se
de boas estratégias para que o consumidor realize a compra não planejada (BLESSA, 2007).
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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
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Percebe-se no Gráfico 1, que a maioria das pessoas assinalaram apenas uma opção, e o
item que obteve maior pontuação foi o pão, com 97%. De acordo com a Associação Brasileira
da Indústria de Panificação e Confeitaria (ABIP, 2005) o setor de pães está entre os seis
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maiores segmentos industriais do pais. O ramo de panificação cresce cada dia mais em função
da mudança que está acontecendo no perfil do consumidor, entre outros motivos. Em
complemento, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE
(2009) menciona que o consumo de pães tem aumentado cada vez mais entre os brasileiros,
sendo importante que as panificadoras estejam preparadas para essa demanda.
Devido a isso, também se percebe a importância de ter boas estratégias para conquistar
cada dia mais o público, além da possibilidade de crescimento ao investir em produtos
diferentes. A padaria Pão Caseiro oferece produtos diferenciados como o pão integral, pão de
milho e pão de batata doce, um diferencial competitivo, que se for bem divulgado pode
conquistar novos públicos e novos mercados.
Além dos respondentes assinalarem pães, alguns também marcaram bolachas,
salgados e cucas. Diante disso, pode-se perceber que há possibilidades de investir em
estratégias de divulgação para esses produtos. Uma sugestão pode ser a degustação, isto é,
para todos os clientes que forem a padaria comprar pão, que esses possam também
experimentar a bolacha e outros itens. Assim, as pessoas que não tiverem conhecimento,
podem se integrar do produto.
Foi perguntado também qual seria a maneira mais eficiente de uma panificadora
chamar a atenção do consumidor (Gráfico 2). De acordo com Gráfico 2, percebe-se que a
maneira mais eficiente que chama a atenção da população de Assis Chateaubriand
questionada foi o panfleto, com 41% das respostas, seguido de propaganda em rádio/televisão,
com 35%, degustação/amostra com 17% e, por último, feira ou exposição com 7% de
respondentes.
Isso pode ser justificado, pelo menos em parte, pelo fato de as pessoas estarem
acostumadas a receber panfletos no município. Após, seguem-se os meios de veiculação
através do rádio e televisão, que obtiveram uma porcentagem bastante significativa. Diante
disso, ressalta-se que a propaganda é uma ferramenta promocional muito conhecida do
Marketing, pode ser usada para informar ou persuadir um público específico. Geralmente são
usadas mídias de massa, como jornais, televisão, revistas e outdoors (LAS CASAS, 2006).
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(feira ou exposição) podem ser desconhecidos, o que se torna uma possibilidade de atração e
conquista de clientes.
Após isso, foi perguntado sobre o conhecimento da população em relação à
Panificadora Pão Caseiro. Como resultado, a grande maioria, 85%, conhece a empresa. Tal
indicativo demonstra o quanto a panificadora já fez história e conquistou clientela no
Município. Todavia, 15% desconhecem a padaria, o que significa que ainda existe
oportunidade de mercado, ou seja, o quanto a Pão Caseiro pode ser conhecida, podendo
assim, aumentar o número de clientes e conhecimento em relação a seus produtos e serviços.
Diante dessa última indagação, na próxima pergunta do questionário (Gráfico 3) foi
solicitado aos respondentes que apontassem os principais fatores que os levariam a comprar
em uma panificadora que ainda não compraram. Como pode ser visualizado no Gráfico 3, os
pesquisados mencionaram que a qualidade do produto é o principal motivo que os levam a
frequentar uma panificadora, ou seja, 66% dos respondentes apresentaram este item como o
motivo central para comprar. Aliada à qualidade, 25% reconhecem o preço como o motivo
para comprar os produtos. Poucas pessoas comprariam em um novo lugar pelas promoções,
sorteios e brindes. Nesse sentido, ressalta-se novamente que promoções, sorteios e brindes
podem sim ser considerados um diferencial, mas talvez o fato retratado seja que as pessoas
não estão acostumadas com esses meios para motivar a compra em um ambiente diferente,
por isso um percentual baixo, mas isso pode ser uma oportunidade de fidelizar os clientes já
existentes e atrair novos.
Gráfico 3 - Motivo para comprar em uma panificadora que ainda não comprou.
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Já em relação a estrutura física, percebe-se que foi a única que obteve uma
porcentagem regular, com 1,08% dos respondentes, isso pode-se dar devido que a empresa
tenha um espaço pequeno, e em dias de grande movimento talvez isso possa intervir na
opinião dos questionados. Ressalta-se que independente do produto/serviço, por mais que
esteja bom e muito bom, é de grande importância a manutenção e o monitoramento dos
mesmos, para que permaneçam sempre conquistando os clientes e ainda tenha a possibilidade
de melhorar continuamente.
Outra questão abordada foi em relação à maneira mais eficiente de chamar a atenção
do cliente que já frequenta a panificadora. Os percentuais obtidos podem ser acompanhados
no Gráfico 6. De acordo com esse, das pessoas indagadas, a maioria, ou seja, 42%, preferem
divulgação em rádio e televisão como melhor forma de lhe chamar a atenção. Diante disso,
nota-se que este é o melhor meio de chegar ao público-alvo. Como já mencionado
anteriormente, esse pode ser um fator que interfere devido ao costume do município, as
pessoas podem estar mais habituadas com esses meios de divulgação, e se sentem mais
atraídas e é de extrema importância levar isso consideração, pois isso retrata a
cultura/costumes dos consumidores. Contudo, também podem estar abertas a novas sugestões
e possibilidades de novas ferramentas para o conhecimento de novos produtos.
Seguido da maior porcentagem que é a propaganda em rádio e televisão, vem o
panfleto, que obteve um resultado bastante significativo (27%). Após, encontram-se redes
sociais, com 24%. Nota-se então que redes sociais também tem uma porcentagem
significativa, o que pode ser levado em consideração para elaborar estratégias de marketing
para todo o público da Pão Caseiro, pois esse meio de comunicação é muito utilizado nos dias
atuais.
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A partir dos resultados coletados com a aplicação dos questionários, pode-se conhecer
melhor o perfil da população, dos clientes da Pão Caseiro, além de identificar suas
preferências e exigências. Assim, foi sugerido à empresa a implementação de algumas
estratégias e ações promocionais.
Primeiramente, considerando que a empresa não possui nenhuma estratégia de
marketing para divulgar sua marca, seus produtos e serviços, sugere-se que a empresa faça a
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utilização de panfletos. O panfleto tem como finalidade divulgar a marca Pão Caseiro
juntamente com seus produtos e serviços. Essa forma de divulgação foi sugerida, devido que,
de acordo com os questionados nas ruas, essa seria a forma mais significativa de chamar a
atenção.
Outra análise importante está no Gráfico 2, em que se constatou que 41% dos
questionados, ou seja, a maioria, respondeu que o panfleto é a maneira mais eficiente de
chamar a atenção. Desse modo, o panfleto se torna uma ferramenta fundamental, e “é definido
em termos de ato pelo qual o enunciador se engaja, se coloca como fiador do que constata e
procura influenciar o auditório.” (AMOSSY, 2005, p. 20). Com base nisso, foi desenvolvido
um panfleto para a Pão Caseiro (Figura 1).
Como pode ser visualizado, este contém o telefone da empresa para fazer encomendas
e até mesmo esclarece dúvidas em relação a preços e produtos ofertados, bem como alguns
produtos que são vendidos e o local do estabelecimento. Ressalta-se que, além do
desenvolvimento do panfleto, foram feitos orçamentos sobre a sua impressão e deixados à
disposição da empresa para apreciação e decisão final sobre sua impressão.
Além do panfleto, outra estratégia promocional para a Pão Caseiro, com intuito de
atrair e fidelizar clientes, é a divulgação em rádio. Essa forma de divulgação foi sugerida,
pois, de acordo com os entrevistados nas ruas, 15% desconhecem a padaria, o que seria uma
forma significativa de chamar a atenção. Dessa forma, foi feito orçamento com uma rádio de
Assis Chateaubriand e foi repassada a proposta para a empresa.
A próxima estratégia promocional desenvolvida para a Pão Caseiro foi com a
utilização da internet, a fim de divulgar sua marca e seus produtos. A internet é uma
ferramenta muito utilizada atualmente. Essa forma de divulgação foi recomendada, devido
que, segundo o Gráfico 5, a rede social é a terceira maneira mais eficiente de chamar a
atenção dos clientes, com 24% dos pesquisados. Desse modo, foi criada uma página no
Facebook (Figura 2) contendo o nome da empresa, local, telefone de contato e fotos com a
exposição dos produtos fabricados pela Pão Caseiro. A senha e o título de administração da
página foram disponibilizados ao responsável da empresa para que possam divulgar seus
produtos online e acessar diariamente a página.
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Outra estratégia desenvolvida para a empresa foi o cartão de visita (Figura 3), em que
todos que frequentarem a Pão Caseiro poderão receber.
Figura 3 – Sugestão de cartão de visita para a Pão Caseiro
Essa dica é sugerida para fidelizar ainda mais os clientes e também chamar a atenção,
uma vez que 72% dos clientes questionados vão a Pão Caseiro diariamente, assim, cada
cliente poderá levar o cartão para casa, onde está explicito que empresa aceita encomendas. O
cartão elaborado (Figura 3) contém o número de telefone, o que facilita em momentos de
maior necessidade de algum produto, pois poderá reservar sua encomenda com uma ligação.
Além disso, foi criado um panfleto também para um dia de degustação com os
produtos da Pão Caseiro, e repassado para a empresa. Outra sugestão a empresa Pão Caseiro,
é a distribuição de brindes para os clientes, com a intenção também de fidelizar ainda mais os
clientes e conquistar novos. Segundo a pesquisa, salgados, bolachas e cucas obtiveram
percentuais de compra baixo comparados aos pães. A sugestão é que na compra de um
número x de produtos diferentes, o cliente leva um brinde para casa, instigando assim a
conhecer os produtos diferentes oferecidos pela Pão Caseiro.
Ressalta-se que o brinde pode ser de valor monetário menor, como: chaveiros,
guardanapos, bonés, calendários, imãs de geladeira, canetas entre outros. Isso se pode tornar
uma maneira de conquistar clientes que ainda não compraram na Pão Caseiro.
Seguindo, a caixa de sugestões é outra estratégia proposta para empresa. Assim, todos
os clientes podem escrever e deixar suas opiniões e sugestões sobre o que pode ser melhorado
na empresa. Destaca-se que não precisa colocar o nome, assim eles vão se sentir mais à
vontade para expor suas opiniões e deixar suas sugestões para a empresa Pão Caseiro.
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Diante disso, foi criado um bilhete para que os clientes possam deixar seus
comentários. Nesse bilhete, o cliente pode dar sugestões, fazer reclamação e até mesmo um
elogio. Ressalta-se que é pedido o e-mail do cliente caso ele queria receber retorno por e-mail.
Outra estratégia elaborada foi a apresentação de técnicas e dicas para um bom
atendimento. Foram elaborados slides contendo o conteúdo a ser trabalhado, mas em função
do espaço aqui disponível, não é possível visualizar. Sugeriu-se que os funcionários da
empresa participem do treinamento que será disponibilizado pelos pesquisadores secretários
executivos.
O treinamento será disponibilizado no mês de março de 2017, sugestão da proprietária
da empresa, pois será quando os colaboradores estarão mais disponíveis em relação ao horário
para poder participar. O objetivo dessas dicas é mostrar a importância de uma boa
comunicação com o público. Destinaram-se para os colaboradores da Pão Caseiro com a
finalidade de contribuir para a melhoria e clareza no atendimento e recepção, pois segundo os
resultados da pesquisa são fatores que podem ser melhorados.
Após exposto o desenvolvimento das estratégias promocionais à Pão Caseiro, cabe
ressaltar que em função do tempo, apenas duas estratégias foram colocadas em prática até o
momento, quais sejam: a caixa de sugestões, que já está na panificadora, e a divulgação pela
internet, que foi passada a administração da página do Facebook para um colaborador da Pão
Caseiro, que ficou responsável de divulgar os produtos e movimentar a página diariamente.
As outras estratégias foram disponibilizadas para que a empresa possa tomar as devidas
decisões sobre a adoção/implantação. Finalizando, é importante mencionar que todas as
estratégias foram apresentadas à empresa, e teve uma positiva aceitação pela gerência, que
ficou muito satisfeita e realizada com as sugestões, deixou seus sinceros parabéns ao curso de
Secretariado Executivo, pois a acadêmica desempenhou uma eficiente proposta para empresa.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo deste trabalho foi desenvolver estratégias promocionais para a empresa Pão
Caseiro, visando melhorias no que se refere à divulgação da marca, dos produtos e serviços.
Isso tudo a fim de aumentar a parcela de clientes, e também satisfazer e fidelizar os atuais.
Para isso foi necessário conhecer a empresa e seus clientes. Assim, foram
desenvolvidos dois questionários, um interno para os clientes, e um externo para a população
em geral. Dos questionários aplicados, alguns aspectos podem ser ressaltados, entre eles: a
qualidade do produto é o principal motivo que os leva a frequentar uma empresa; muitos
consumidores preferem a divulgação em rádio, televisão e/ou panfleto como melhor forma de
chamar a atenção; o produto mais comprado pelos questionados são os pães, seguido de
bolacha, cucas e salgados, entre outros aspectos.
Diante dos resultados, o que se percebeu é a importância de ouvir o cliente, ou seja, de
desenvolver estratégias que realmente são vistas como eficientes pelos consumidores.
Contudo, também se pode compreender que a empresa pode inovar, investir em novas
ferramentas, que ainda são desconhecidas pela população, como degustação e a amostra, isso
pode levar a conquista de novos clientes.
Diante disso, foram desenvolvidas algumas estratégias promocionais a fim de
auxiliarem a Pão Caseiro na obtenção de uma maior parcela de clientes, além de melhor
satisfazer e mais fidelizar os atuais clientes. Entre essas estratégias, podem ser citadas a
divulgação em rádio, entrega de panfletos, cartões e bilhetes, brindes, treinamento de
qualidade do atendimento, entre outras. Considerando o exposto, o objetivo principal deste
estudo foi cumprido.
Por fim, é importante mencionar que as ações desenvolvidas foram aceitas pela
empresa, que inclusive pediu desculpas pela falta de tempo, uma dificuldade encontrada em
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6 REFERÊNCIAS
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RESUMO: Pode-se afirmar que a gestão organizacional é responsável por definir estratégias
efetivas e assertivas para o crescimento e expansão dos resultados da organização. Essas
estratégias devem estar alinhadas à missão e políticas da empresa. Para obter sucesso o uso de
ferramentas gerenciais é fundamental. O secretário executivo, neste contexto, possui um papel
extremamente importante neste processo, visto que ele é um detentor e distribuidor de
informações, ou seja, é o profissional responsável por organizar e coordenar as informações
organizacionais desde as mais simples até as mais complexas. A presente pesquisa objetivou
implantar ferramentas de gestão matriz SWOT e ciclo PDCA em uma empresa na qual a
gestão organizacional se mostra falha e fraca. Para tal, analisamos as falhas da organização
em seu âmbito gerencial, e como isso afeta os resultados almejados pela mesma;
identificamos os pontos positivos e negativos da empresa quanto à estratégia de
gerenciamento; enquadramos os processos de acordo com as ferramentas gerenciais
propostas; e, por fim, apontamos as mudanças que devem ocorrer na organização.
PALAVRAS- CHAVE: Gestão Organizacional. Análise SWOT. Ciclo PDCA. Secretariado
Executivo
1 INTRODUÇÃO
Toda empresa possui objetivos a serem alcançados. Porém, esses objetivos podem
ser barrados devido à má gestão organizacional. O que delimita uma empresa a ser referência
de mercado, seja ela de pequeno ou grande porte, é a qualidade do serviço prestado. Caso a
organização tenha déficit de gerenciamento, o serviço prestado não será de boa qualidade,
refletindo diretamente no consumidor final e no retorno de investimento da empresa.
O secretário executivo possui um papel vital neste processo, visto que ele é um
detentor e distribuidor de informações, ou seja, é o profissional responsável por organizar e
coordenar as informações organizacionais desde as mais simples até as mais complexas.
Pode-se dizer que o secretário executivo é um gestor de informações. Assim, compete a ele
gerenciar a implantação de ferramentas de qualidade gerenciais ou, em outra situação, auxiliar
sua implantação.
Analisando uma empresa de assessoria em comércio exterior de pequeno porte com
apenas três funcionários e dois sócios administradores, o problema gerencial não se inicia no
decorrer dos processos, projeções futuras, ou até mesmo planejamento de mercado. O
problema começa nas relações interpessoais dentro da própria organização. O que se pode
esperar, em termos gerenciais, quando a falha de comunicação interna é corriqueira e não há
uma delimitação de tarefas explícita? Como o serviço oferecido será de melhor qualidade
quando há empecilhos operacionais dentro da empresa?
Diante o exposto, o presente trabalho propõe o estudo da análise SWOT e do ciclo
PDCA na gestão organizacional, duas ferramentas simples, contudo, de grande impacto no
planejamento estratégico. Segundo Oliveira (2007, p.17), planejamento estratégico direciona
a empresa ao melhor caminho a ser seguido, considerando os fatores externos e internos, de
modo inovador e diferenciado. Simplificando, de acordo com Fischimann (2009) os erros da
empresa e as condições de melhorias são passíveis de determinação. O presente trabalho será
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
A análise SWOT é uma das técnicas mais utilizadas em investigação social, quer na
elaboração de diagnósticos, quer em análise organizacional ou elaboração de planos.
No entanto a sua utilização, nem sempre se traduz em contributos efetivos para os
processos, sendo que, muitas vezes, ela surge mais como um ritual ou uma tentativa
desprovida de conteúdo real, de sermos mais científicos ou técnicos nos processos
de planejamento e/ou avaliação. Na realidade, devido a sua aparente simplicidade,
esta técnica emergiu como uma das preferidas por técnicos de todas as áreas.
A análise SWOT deve ajudar a decidir quais segmentos de mercado oferecem as melhores
oportunidades para sucesso e crescimento de lucro. Porém, deve-se ter em mente que não existe
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análise definitiva. Após a conclusão da SWOT, a organização deve usar outra ferramenta gerencial
para definir e aplicar as tarefes a serem executadas para chegar aos objetivos requeridos.
São inúmeros fatores que acabam interferindo no resultado das atividades organizacionais.
Segundo Daychoum (2007, p. 09) “diversos fatores externos à organização podem afetar o seu
desemprenho. E as mudanças no ambiente externo podem representar oportunidades ou ameaças [...]”,
ou seja, mudanças fora do controle da empresa afetam positivamente ou negativamente seu
desempenho. Segundo o autor, essas mudanças “Sempre afetam de maneira homogênea todas as
organizações que atuam numa mesma área geográfica e num mesmo mercado e, desta forma,
representam oportunidades ou ameaças iguais para todos”. (DAYCHOUM 2007, p. 10)
Ele ainda chama a atenção acerca do motivo desta análise externa ser tão importante: “Uma
organização que perceba que o ambiente externo está mudando e que tenha agilidade para se adaptar a
esta mudança aproveitará melhor as oportunidades e sofrerá menos as consequências das ameaças”.
(DAYOCHUM, 2007, p. 10).
Sobre as oportunidades – uma das zonas do ambiente externo – nascem de mudanças na
tecnologia e nos mercados, este último é dependente das políticas governamentais, métodos de
fornecimento e padrões sociais. Estes padrões são definidos pelos perfis da população que dependem
da oferta global, sendo consequência do estilo de vida da sociedade.
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Para Dayochum (2007, p.12) as ameaças não são necessariamente um fator ruim, elas podem
“provocar o aparecimento de um novo ponto forte da empresa”. Entretanto, ele afirma que há algumas
condições para que as ameaças sejam transformadas em oportunidades, são elas: a organização precisa
ter uma visão estratégica para uma avaliação propícia das ameaças; ela deve possuir recursos
financeiros, materiais e humanos para alterações necessárias em seus produtos, e; ela deve reagir com
agilidade – devido ao fator já mencionado dessas mudanças externas serem homogêneas no mercado,
ou seja, as mesmas oportunidades e ameaças aparecem para as demais organizações do mesmo
segmento (DAYOCHUM, 2007).
Quanto aos fatores internos, Dayochum (2007, p.13) afirma que o “ambiente interno deve ser
monitorado permanentemente”, assim como o externo. Segundo o autor, há duas vertentes internas –
forças, que (2007, p. 13) “correspondem aos recursos e capacidades da organização que podem ser
combinadas para gerar vantagens competitivas com relação a seus competidores”. E, fraquezas que
para ele são definidas como “os pontos mais vulneráveis da organização em comparação aos mesmos
pontos dos competidores atuais ou em potencial”. (DAYOCHUM, 2007, p. 13)
O autor chama a atenção que ambos podem ser confundidos. Assim, uma força pode se
tornar uma fraqueza no futuro. (DAYOCHUM, 2007). O autor exemplifica os fatores internos na
seguinte figura:
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Tendo em vista que a matriz SWOT é uma ferramenta estratégica de simples efeito, fica
evidente que seu uso deve ser complementado por outra ferramenta de maior abrangência. A partir da
Análise SWOT, será realizado a proposta de implantação do ciclo PDCA – com esta ferramenta
poderemos aplicar as informações recolhidas da SWOT em planos duradouros ou de curto prazo.
O método PDCA foi idealizado por Shewhart na década de 20 e introduzido por W. Edwards
Deming, mestre da gestão de qualidade, na década de 50 no Japão com a função de ensinar métodos de
melhorias de qualidade às empresas após a 2ª Guerra Mundial. Por esta razão o método também é
chamado de ciclo de Shewhart ou ciclo de Deming (Dayochum, 2007). Tal método nasceu no escopo
da tecnologia TQC (Total Quality Control) como uma ferramenta que melhor representava o ciclo de
gerenciamento de uma atividade (CÔRREA et. al., 2004).
Segundo Werkema (2012, p.19), o ciclo é composto das seguintes etapas:
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O planejamento é a primeira fase do ciclo. Nele, é definido as metas a serem seguidas, tendo
em vista que para um planejamento ocorrer, os objetivos da organização devem estar bem definidos.
Segundo Ahuja (1994, apud MATTOS, 2013 p. 06) “planejar é estipular objetivos, e então,
determinar programas e procedimentos para o alcance desses objetivos. É tomar decisões para o
futuro, olhar mais adiante”.
Campos (2004 apud MATTOS, 2013 p. 07) identifica cinco etapas neste módulo:
1. Identificação do problema;
2. Estabelecer meta;
3. Análise do fenômeno;
4. Análise do processo;
5. Plano de ação
Nesta fase é necessário descobrir as metas a serem alcançadas pela organização, quem serão
os responsáveis por determinados projetos e/ou tarefas, o prazo de efetivação do plano, os custos e
recursos a serem disponibilizados. Essas questões são de suma importância para o desenvolvimento
efetivo do planejamento.
1
Disponível em: <http://www.sobreadministracao.com/o-ciclo-pdca-deming-e-a-melhoria-continua/>. Acesso
em: 06 de julho de 2016.
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periódicas em cada setor que tenha ações sendo implementadas. Todos os outcomes2, positivos ou
negativos, devem ser registrados para que o processo módulo (CHECK) ocorra de forma correta.
Essa fase corresponde a verificação das ações executadas da etapa anterior. Como dito
anteriormente, para esta fase ser concluída os resultados das ações devem ser monitorados e
formalizados, ou seja, devem ser registrados.
Alguns autores consideram esta fase como a mais importante, por exemplo, Clark (2001,
apud MATTOS, 2013 p. 09) afirma que “em um ciclo PDCA forte, a etapa CHECK/STUDY é
enfatizada”. Visto que neste momento será possível atentar os propostos na fase de planejamento e na
fase de ação, ou seja, a verificação já consegue elencar quais ações obtiveram resultados positivos e
quais não objetivaram os resultados esperados.
Nesta fase, há algumas questões a serem consideradas, pois, é necessário a constante busca
de análises críticas das ações tomadas na execução (BADIRU, 1993 apud MATTOS, 2013 p. 09).
Exemplificando: Qual a eficácia das ações em relação aos objetivos iniciais; qual o nível de desvio das
ações planejadas em primeira instância; estes desvios resultaram em quais resultados – iguais,
semelhantes ou diferentes aos imaginados; etc.
Melo (2001, apud NASCIMENTO, 2011, p. 21) propõe uma subdivisão em três fases:
1. Comparação dos resultados: utiliza-se dados prévios e posteriores a tomada de ações, da fase
anterior, para que se possa verificar o grau de efetividade das mesmas e o grau de redução dos
resultados indesejáveis;
2. Listagem dos efeitos secundários: as ações executadas podem provocar efeitos secundários –
positivos ou negativos – à organização.
3. Verificação da continuidade ou não do problema: deve-se verificar se as ações implementadas
estavam de acordo com o planejamento inicial. Se o resultado for negativo, ou seja, caso os
resultados de tais ações não sejam satisfatórios e os efeitos indesejáveis continuem a acontecer
– total ou parcialmente – é um indicativo que a solução proposta é falha, consequentemente o
ciclo PDCA deverá ser reiniciado e novas ações deverão ser acertadas e implementadas.
Porém, se o resultado for positivo, é sinal que os resultados foram atingidos conforme a
tomada de ações propostas, consequentemente, a empresa passará ao módulo final do ciclo
PDCA.
2
Resultados
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4. Incorporação, se possível, de mecanismos à prova de falhas para que o trabalho possa ser
realizado, sem erro, por qualquer funcionário;
5. O padrão deve ser considerado mutável. Ele deve ser periodicamente revisado e adaptado a
novas inovações.
O novo padrão deve ser amplamente divulgado dentro da organização para todos os
colaboradores, desde sua data de implementação até as áreas que serão afetadas por ele.
É imprescindível que os novos padrões sejam seguidos à risca a fim de evitar que
problemas surjam por falha no cumprimento dos mesmos (MELO, 2001).
Considerando a teoria apresentada será possível destacar os pontos a melhorar e,
possivelmente, como essa melhoria será realizada.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Os estudos de Lakatos e Marconi (2003) descrevem o método comparativo como uma
análise de diferenças e semelhanças. Já para Gil (2002, p. 16 e 17), “o método comparativo
tem o objetivo de identificar fatores, situações, grupos e descobrir diferenças e igualdade de
aspectos”.
A presente pesquisa tem caráter documental e bibliográfico, que segundo Gil (2002, p.
45) “ [...] vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda
podem ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa”. Quanto a abordagem
utilizamos a qualitativa que, de acordo com Prodanov e Freitas (2003) tem como objetivo
entender as relações convergentes. Ainda segundo os autores, o principal instrumento dessa
abordagem é o pesquisador que deve fazer a análise de forma neutra.
Quanto aos objetivos, a pesquisa se caracteriza como descritiva.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A análise SWOT, uma das ferramentas gerenciais propostas neste trabalho, pôde ser
aplicada com sucesso. Nela, podemos analisar a organização em seus ambientes internos e
externos como proposto pelos autores citados acima. Já o ciclo PDCA permanece em
desenvolvimento. No decorrer de sua implementação, a empresa passou por divergências as
quais atrasaram a conclusão do ciclo. No entanto, a parte analítica pôde ser efetuada para que
as demais etapas do ciclo pudessem ser apontadas.
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OPORTUNIDADE AMEAÇAS
Preço competitivo no mercado Crise econômica e política
Assistência diferenciada
Flexibilidade Variações nas taxas de câmbio
Alta demanda por produtos de maior Políticas internas a favor do mercado interno
tecnologia - levando a importação Aumento da tributação dos produtos
importados
Greves de fiscais e auditores dos órgão
competentes
EXTERNO
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Atualmente, a referida ferramenta está passando pelo processo analítico desta última
fase de implementação. Até o momento da redação deste artigo, os apontamentos mostrados
na ferramenta estão atendendo positivamente as demandas da empresa.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Pode-se considerar que a análise SWOT foi uma ótima ferramenta gerencial em nível
analítico, ou seja, pôde-se realmente analisar a empresa e ver os pontos fracos e fortes da
mesma. Esse passo é essencial para que melhorias sejam propostas e inseridas na organização.
Porém, deve-se considerar o agravante das ameaças encontradas: a crise econômica atual teve
e continua tendo um grande impacto no setor de comércio exterior, principalmente com as
variações cambiais. Ao analisar, clientes que costumavam possuir de dois a três processos de
importação por mês, passaram a ter apenas um por mês ou começaram a trabalhar de forma
esporádica. Isso causou um impacto considerável na empresa.
Assim, conclui-se que a empresa em questão possui um alto nível de conhecimento
técnico, mas só isso não é suficiente para a prosperidade do negócio. A organização precisa se
atualizar em termos de gestão financeira, gestão pessoal – fazer a separação da pessoa física
da pessoa jurídica, gestão de marketing e gestão de riscos. Neste último quesito, devemos
considerar que o medo de mudança, de uma quebra de sociedade por exemplo, seja um risco
menor do que insistir em uma parceria que não prospera, ou insistir num modelo de negócio
que deixou de dar resultados pelo medo ou pela falta de conhecimento de aplicar um novo.
Como secretários executivos, esta atualização e renovação de conhecimento é imprescindível,
e é isto que nos permite gerir ou ajudar a gerir uma organização. Contudo, o secretário
executivo não possui agir por conta própria na tomada de decisões. Uma ordem de mudança,
uma guinada de gerenciamento deve partir da hierarquia máxima. O que se pode fazer são
sugestões de ferramentas, tentativas de emprega-las aos poucos até que uma mudança seja
efetiva.
5 REFERÊNCIAS
AMARO, Mariza de O. S. Sua organização está preparada para uma contingência?
Programa de Pós-Graduação de Engenharia de Sistemas e Computação. Rio de Janeiro:
UFRJ, 2004.
BADIRU, A. B. AYENI, B. J. Practitioner’s guide to quality and process improvement.
London: Chapman & Hall, 1993. 353p.
CHIAVENATO, Idalberto; SAPIRO, Arão. Planejamento Estratégico – Fundamentos e
Aplicações. Rio de Janeiro: Campus, 2004.
CLARK, A. B. How managers can use the Shewhart PDCA cycle to get better results.
Houston: Jesse H. Jones Scholl of Business – Texas Southern University, 2001.
CORRÊA, A.; BARBOSA, D.; PAIXÃO, J.N.V.; BRAZ, M.R.S. Geração de Conhecimento
a partir do uso do ciclo de PDCA.
DAYCHOUM, M. 40 Ferramentas e técnicas de gerenciamento. 2. ed. Rio de Janeiro:
Brasport, 2007.
DAYCHOUM, M. 40+16 Ferramentas e técnicas de gerenciamento. 5. ed. Rio de Janeiro:
Brasport, 2016.
FISCHIMANN, Adalberto Américo, Planejamento estratégico na prática / Adalberto A.
Fischimann, Martinho Isnard Ribeiro de Almeida: São Paulo, 2ª ed., 14ª reimpr: Atlas 2009.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo, v. 5, , 2002.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia
científica. São Paulo: Atlas, 2003, p. 4150-465.
MATTOS, Frederico B. de M. – A utilização do método PDCA para a melhoria dos
serviços de empreiteiras em obras de edificações. Rio de Janeiro, 2013. Disponível em:
http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10007900.pdf Acesso em: 05 de Julho
de 2016.
MELO, C. P. CARAMORI, E. J. PDCA Método de melhorias para empresas de
manufatura - versão 2.0. Belo Horizonte: Fundação de Desenvolvimento Gerencial, 2001
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1 INTRODUÇÃO
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
Carreira (2009, p. 94) explica processo como “uma série de atividades decompostas
em tarefas, que, por sua vez, são decompostas em operações, que são responsáveis pela
produção de bens e serviços”. Freitas e Guareschi (2012) afirmam que todo produto ou
serviço só se concretiza por meio de um processo e da mesma maneira não acontece um
processo sem um produto ou serviço. As autoras complementam que todo processo deverá ser
executado de maneira controlada, a fim de ser monitorado de tal forma que venha agregar
valor à organização, havendo assim a necessidade de padronizar os processos como forma de
diminuir as perdas, sejam elas financeiras ou intelectuais.
Vale destacar que, anteriormente, Cantidio (2009) expôs que um processo
padronizado é um método efetivo e organizado de produzir sem perdas, uma vez que a
padronização almeja o desempenho máximo dos colaboradores em suas atividades e
operações por meio da repetição. Mais recentemente, Resende (2015) comenta que padronizar
significa criar procedimentos e métodos que garantam a efetividade em todas as etapas de um
processo, de forma quase totalmente uniforme e regular e que, com base nesses
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E Freitas e Guareschi (2012, p. 58) o definem como “[...] um instrumento que tem
como objetivo regulamentar uma instituição, um sistema ou uma atividade, de forma a guiar
os agentes integrantes do processo, seja na condição de executores ou na condição de clientes
ou usuários”.Ressalta-se que o uso de manuais administrativos traz uma série de vantagens
para as organizações, entre elas podem ser citadas:
De acordo com Dias (2002) a gestão incorpora a administração e faz dela mais uma
das funções necessárias para seu desempenho. De forma mais específica Pereira et al. (2013)
ressaltam que a administração pode ser vista como uma filosofia na empresa, a qual busca
criar uma visão sistêmica da organização, com foco nos objetivos e, por meio dela, garantir a
coordenação das atividades e dos resultados almejados pela própria administração.
Nesse contexto, inclui-se a administração de eventos, cujo significado de evento para
Pereira et al. (2013) é todo acontecimento que foi previamente planejado, organizado,
coordenado, no intuito de reunir pessoas com objetivos em comum no mesmo lugar e na
mesma hora. Na mesma linha, Resende (2015, p. 8) define eventos como “ações coordenadas
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por profissionais, com objetivo especifico e perfil definido, onde estão envolvidos
planejamento, organização e realização de um projeto pré-concebido”.
Sobre a organização de eventos, Pereira et al. (2013) salientam que alguns fatores
devem ser levados em consideração, entre eles destacam-se: recursos humanos, recursos
financeiros, recursos materiais, dentre outros. Os autores complementam que é “importante
seguir algumas etapas para a organização de eventos. Essas etapas servem para saber o que
deve ser feito, quando deve ser feito, por quem será feito, e como será feito. São elas:
planejamento, organização, execução e feedback” (PEREIRA et al., 2013, p. 2).
Sobre a gestão de eventos, Oliveira et al. (2012) explicam que tal ação proporciona à
empresa um meio de se mostrar criativa e inovadora no mercado de trabalho, oferecendo
produtos e serviços diferenciados e com qualidade. Cada evento é único e, por esse motivo, a
empresa precisa se manter atualizada para que se diferencie no mercado e para que isso
aconteça é preciso planejar, executar e concluir de forma clara e objetiva atendendo as
exigências e expectativas dos interessados (OLIVEIRA et al., 2012).
Pereira et al. (2013) complementam tal informação ao apontar aspectos essenciais
para o sucesso de um evento:
[...] os eventos podem ser um sucesso e ter grande utilidade para seu público. Porém,
para que isso aconteça, é necessário que ao organizá-los alguns aspectos sejam
levados em consideração, ou seja, quem vai organizar, como organizar e quando
organizar. Em função disto, ter um modelo de organização de eventos é de grande
utilidade, pois serve como parâmetro, roteiro, para executar todas as tarefas
necessárias, com eficiência nos processos e eficácia nos resultados, sem esquecer-se
de nenhuma atividade, delegando-se corretamente as tarefas aos seus respectivos
responsáveis (PEREIRA et al., 2013, p. 10).
Giorno (2015) considera que todo evento abrange três momentos distintos
classificados como fases, conforme ilustra a Figura 1:
Figura 1 – Fases do evento
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Sob esse aspecto, Sampaio Netto e Medeiros (2015) pontuam algumas considerações
acerca da atuação do profissional de secretariado executivo na padronização de
procedimentos. São elas:
Dessa forma, o profissional pode, entre outras atividades, colaborar com a empresa,
no sentido da padronização de processos, ação que contribuirá com a agilidade e eficiência do
trabalho. Percebe-se, entretanto, que são necessárias múltiplas competências ao profissional
para executar a tarefa de padronização, a qual contribui para estabelecer padrões definidos na
empresa.
De acordo com a ABNT NBR 1653 (2016), cada vez mais ratifica-se a importância
do mapeamento, análise e definição das competências de um profissional. A definição de
competências (conjunto dos conhecimentos, habilidades e atitudes) é necessária na
identificação de um profissional adequado para um determinado trabalho a ser desempenhado.
Para o organizador de eventos, a definição das competências torna-se ainda mais importante
(ABNT, 2016, p. 3).
Giorni (2015) nessa mesma linha de pensamento afirmou que os eventos impactam
diretamente nas atividades econômicas das organizações e, com o aumento das exigências
atuais, é necessário que em sua organização e efetivação haja profissionais especializados,
responsáveis e capacitados. Para Azevedo e Costa (2000), o perfil empreendedor do
profissional de secretariado possibilita sua participação junto à equipe que organiza, planeja e
executa eventos empresariais. Souza (2015) adiciona que além das tarefas relacionadas ao
planejamento e execução de eventos, o profissional de secretariado possui grandes habilidades
descritivas, podendo ser amplamente explorado na elaboração de manuais de normas e
procedimentos que auxiliam na padronização de processos, entre eles, o processo de eventos.
Para tanto, Resende (2015) afirma que é importante criar um padrão por diversos
motivos como, por exemplo, facilitar os treinamentos da equipe, o acompanhamento de cada
etapa, o controle da evolução do evento e, principalmente, garantir que a equipe estará
treinada e organizada para realizar eventos com sucesso. Diante disto, dentre os profissionais
existentes no ramo de organização de eventos da área secretarial tem se destacado por seu
perfil inovador, criativo e empreendedor.
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Souza (2015) complementa a informação ao afirmar que este tipo de profissional tem
um perfil que se assemelha ao do organizador de eventos. Sendo assim, a autora explica que
suas características, somadas aos conhecimentos sobre marketing, cerimonial e protocolo
contribuem, para o bom desempenho e realização dos eventos nas organizações, sendo
altamente indicados para a execução destas tarefas.
É importante ressaltar ainda, que nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso
de graduação em Secretariado Executivo, dispostas pela Resolução n.º 3, de 23 de junho de
2005, há menção para a inserção, na matriz curricular, de disciplinas que envolvam conteúdos
básicos, específicos e teórico-práticos. Entre os específicos, ressalta-se a gestão secretarial e
as técnicas secretariais, matérias que englobam, na maioria dos planos de ensino, tanto a
padronização, quanto a organização de um evento como um todo.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
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acredita-se que o manual trará ganhos tanto qualitativos, quanto quantitativos (ZAGO, 2011)
para o TRESC, entretanto, tais resultados só serão perceptíveis com a aplicação efetiva do
manual.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
6 REFERÊNCIAS
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1 INTRODUÇÃO
Com o passar dos tempos, o profissional de secretariado, enquanto função técnica passa
a ter várias atribuições dentro das organizações, atuando no campo operacional e, também, no
gerencial. Antes da regulamentação profissional, suas funções estavam limitadas à
organização da agenda, servir café e datilografar documentos. Com a regulamentação da “[...]
lei nº 7.377/1985, complementada pela lei nº 9261/1996”, o profissional de secretariado
passou a desempenhar várias atividades: Art. 4º - São atribuições do Secretário Executivo:
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áreas de atuação em: assessor atuando nos processos decisórios, gestor atuando em funções
gerenciais, empreendedor buscando ideias e sugestões inovadoras, consultor utilizando
conhecimento para ajudar a organização criando estratégias e assim aumentando a qualidade e
a eficácia organizacional. Diante dessas cinco áreas de atuação, este artigo se propõe a
abordar a consultoria, primeiramente pelo interesse que as autoras em contribuir com as
reflexões teóricas sobre a consultoria secretarial. Este estudo justifica-se a sua importância
devido à eximidade de trabalhos publicados nesta área em periódicos científicos. Conforme
estudo elaborado por Gonçalves e Santiago (2016, p.3), as edições da Revista Expectativa,
Gesec e Secretariado em Revist@ congregam apenas seis (06) artigos publicados sobre
Consultoria Secretarial até o ano de 2016.
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Para falarmos sobre consultoria precisamos saber seu significado. Existem várias
definições para explicar a palavra consultoria. De acordo com Caplan (1970 apud MANCIA,
1997) consultoria é:
O consultor interno faz parte da hierarquia da organização, na maioria das vezes age
de acordo com a ordem do seu superior, do que por vontade própria acarretando resultados da
consultoria que não são esperados (MOCSÁNYI, 1997, apud BELFORT, 2004). Além de
que, por estar inserido dentro da organização muitas vezes não consegue enxergar alguns
problemas que surgem.
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Já o consultor externo é visto segundo Castro citada por Antunes e Araújo (2013),
como um conselheiro, pois espera que ele seja facilitador e que use suas habilidades para
identificar o problema dando o conselho correto, de forma adequada no tempo certo. O
consultor externo se arrisca em um mercado ainda maior, pois ele trabalha com diversos
clientes. Esse tipo de consultor não tem nenhum vínculo com a organização a qual irá exercer
o serviço de consultoria. O consultor externo está fora da organização e não tem nenhuma
ligação com o executivo, assim, tem total liberdade para dá sua opinião e interagir. O mercado
de trabalho é maior para esse tipo de consultor (MOCSÁNYI, 1997, apud BELFORT, 2004).
Por não ter nenhum envolvimento com a organização que está prestando o serviço de
consultoria, sua atuação se torna imparcial.
A consultoria interna e externa é importante e cada uma tem sua especificidade. Sua
contratação dependerá do tipo de trabalho que será realizado e as reais necessidades da
organização/cliente (BLOCK, 2001, apud MORATO, 2010). Segundo Artico e Cantarotti
(2013), a consultoria externa, apresenta dois papéis indispensáveis para sua atuação no
mercado: o consultor de recursos e o consultor de procedimentos. O consultor de recursos
fornece informação técnica e serviço ou programa de ação, transferindo
conhecimentos para o indivíduo, grupo ou organização. Por outro lado, espera-se
que os conhecimentos ministrados afetem atitudes, o comportamento individual
subsequente e, finalmente, o desempenho da organização (KUBOR, 1986 apud
ARTICO; CANTAROTTI, 2013, p. 7).
O planejamento de um projeto pode ser definido como sendo a estrutura lógica das
tarefas a serem executadas, suas interdependências e suas durações normais de
tempo, possibilitando saber qual a duração mínima de execução de todo o projeto.
Planejar implica em dizer como, quando, onde e com que recursos (físicos e
humanos) alguma coisa que nunca foi feita antes poderá ser realizada através da
execução de um projeto. Requer: uma intensa previsão baseada na lógica;
elaboração de processos; comparações com projetos semelhantes; estimativas de
tempo; análise de custos; participação de especialistas; análise de riscos e
conhecimento dos recursos disponíveis (ANTUNES, 2011, p. 6).
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todos os fatores necessários para o seu projeto de consultoria, analisar a rotina da organização
e propor mudanças que venham ser favoráveis para a correção dos procedimentos.
O consultor em arquivística é o responsável por assumir a gestão de documentos da
organização a qual está prestando seu serviço de consultoria, podendo reorganizar o arquivo
ou implantar um Centro de Gestão de Documentos. O Centro de Gestão de Documentos
atende as demandas da organização através de serviços, o que for necessário para que as
organizações gerenciem e utilizem de forma adequada e com eficiência as informações
geradas externas e internas (VELASCO; KAROLINA; VIANA, 2012).
A consultoria arquivística tem todas as ferramentas para desempenhar um excelente
trabalho dentro da organização. “Inclui tecnologia, metodologia e a equipe operacional
especializada para assumir a operação do Centro de Gestão de Documentos, dimensionada
conforme as necessidades apresentadas pelo cliente” (VELASCO; KAROLINA; VIANA,
2012, p. 83). Algumas organizações não possuem trabalhadores capacitados e as ferramentas
necessárias para usar de forma adequada seus arquivos.
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5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O método utilizado para fazer essa pesquisa foi de cunho descritivo e bibliográfico
com a abordagem do tipo qualitativa, além da pesquisa de campo feita através da entrevista.
“As pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de
determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre
variáveis”. (GIL, 2002, p. 42). Buscou-se verificar a relação da atuação profissional do
Secretário Executivo como consultor através da descrição no referencial teórico de algumas
áreas em que ele pode atuar, assim como apresentar as exigências mercadológicas para prestar
o serviço de consultoria.
Já a pesquisa bibliográfica, Severino (2007, p. 122) diz que “é aquela que se realiza a
partir do registro disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos impressos,
como livros, artigos, teses etc.” Esse tipo de pesquisa tem sua vantagem, pois ela permite que
o investigador obtenha um grande conhecimento de determinado assunto.
A abordagem qualitativa “trabalha com o universo dos significados, dos motivos, das
aspirações, das crenças, dos valores e das atitudes” (DESLANDES, 2008, p. 21). Primou-se
por compreender a atuação do Secretário como consultor no Estado da Paraíba, através de
entrevistas, validando os motivos e cenários que estimularam esta atuação profissional. Para
isso, foi utilizada a pesquisa de campo, que de acordo com Severino (2007) em seu processo:
“[...] o objeto/ fonte é elaborado em meio ambiente próprio. A coleta dos dados é feita nas
condições naturais em que os fenômenos ocorrem, sendo assim diretamente observados, sem
intervenção e manuseio por parte do pesquisador” (SEVERINO, 2007, p. 123). Os sujeitos da
pesquisa são os profissionais de secretariado formados pela UFPB até o ano de 2014. A
amostra, então, são apenas os profissionais que atuam como consultor, seja como consultor
interno ou externo.
Em busca dos dados para esta pesquisa a primeira atividade foi procurar a
Coordenação do Curso de Secretariado Executivo Bilíngue da UFPB, a fim de conseguir os
contatos de todos os egressos. A coordenação do curso de Secretariado Executivo Bilíngue
Campus IV forneceu contatos dos alunos egressos, alguns contatos o sistema da UFPB não
conseguiu processar, por estar desatualizado pelos próprios alunos. Esta pesquisa abordou os
profissionais de secretariado formados pela UFPB até o ano de 2014, pois a relação dos
contatos dos concluídos do ano de 2015 ainda não constava no sistema da UFPB. O quadro a
seguir especifica a quantidade de contatos obtidos.
Quadro 1- Contatos obtidos de profissionais de secretariado formados pela UFPB até 2014.
2010.2
Ano/ Semestre da conclusão 2011.1- 2011.2
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2013.1- 2013.2
2014.1- 2014.2
Quantidade de egressos 76
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6 RESULTADOS E DISCUSSÕES
[...] o consultor não pode sair por aí oferecendo e vendendo seus serviços, o que ele
pode é tornar seu produto conhecido através de algumas técnicas de mercado, como:
palestras, publicações, ou rede de relacionamentos. Ele deve elaborar sua proposta e
plano de trabalho de acordo com uma estrutura de projetos, para facilitar a análise e
o acompanhamento pela empresa-cliente, bem como a própria realização dos
serviços de consultoria (MOCSÁNYI, 1997, citada por BELFORT, 2004, p. 8).
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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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1 INTRODUÇÃO
Grande parte dos problemas encontrados nas organizações são resultado da falta de
comunicação ou comunicação mal interpretada (KUNSCH, 1986). Consequentemente, a
fluidez da comunicação interna amplia a visão do colaborador no sentido de expor a
importância das tarefas que realiza e daquilo que ele produz. (LEITE, 2006). Vale lembrar,
que para Chinem (2003) a comunicação organizacional interna, quando bem planejada e
executada, pode ser considerada uma ferramenta estratégica de gestão, que auxilia na
manutenção de um clima organizacional favorável, fato que se supõe, reflete no aumento da
produtividade.
Sobre o planejamento do uso dos canais de comunicação, Bortolotto e Willers (2005)
indicam que essa ação requer a atuação de profissionais com competência para promover e
participar da melhoria do processo de gestão e desenvolvimento das organizações, do
aumento de produtividade e competitividade. Considerado tal contexto, acredita-se que o
profissional de Secretariado Executivo pode atuar nele, já que, com a evolução do perfil
profissional, além do cumprimento das rotinas secretariais, são capazes de agir, também, em
termos de gestão no ambiente organizacional (CARVALHO, 1998; MEDEIROS;
HERNANDES, 1999).
Azevedo e Costa (2004) complementam o exposto ao identificarem que a profissão
de secretariado vem sofrendo mudanças significativas. Nesse sentido, as autoras afirmam que
“O especialista em determinadas tarefas está sendo substituído por aquele com visão
abrangente, que saiba trabalhar em equipe, conhecendo a totalidade dos projetos da empresa”
(2004, p. 145). Alinhado a tal pensamento está o papel do Secretariado Executivo como
agente facilitador, que permite ao profissional articular-se com diferentes áreas
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organizacionais, podendo atuar desde o atendimento e assessoria até a gerencia, por isso,
justificando assim, a importância do domínio da comunicação. (OLIVEIRA, 2011).
Observa-se que Martins e Fortes (2008) já indicavam que uma das principais
qualidades do profissional Secretário Executivo é a capacidade de se comunicar, sendo que,
além de dominar os mais variados conhecimentos técnicos, econômicos e financeiros, o
profissional precisa também, ter um bom comportamento interpessoal. Diante do
contextualizado e da premissa de que o profissional de secretariado atua como um agente da
comunicação no ambiente organizacional surge como pergunta de pesquisa: como é percebida
pelos sujeitos organizacionais a comunicação interna em uma empresa de tecnologia e a
atuação do profissional de secretariado nesse contexto?
A partir do questionado, tem-se como objetivo principal deste artigo conhecer as
percepções sobre a comunicação interna em uma empresa de tecnologia e a atuação do
profissional de secretário executivo nesse contexto. Para alcançar o proposto, foram
elaborados três elementos estruturantes, são eles: a) identificar as formas de comunicação
interna utilizadas na empresa objeto deste estudo; b) conhecer a percepção dos colaboradores
sobre as formas de comunicação interna e c) averiguar o entendimento dos colaboradores
sobre a atuação do profissional de secretariado no processo de comunicação.
Justifica-se o estudo a partir da constatação de que a comunicação interna é elemento
aplicado diariamente, tanto pelo profissional de Secretariado quanto por qualquer outro
colaborador em uma organização e que ela possui elevado grau de importância para o
desenvolvimento organizacional. Nesse sentido, em relação à contribuição teórica, o trabalho
apresenta o alinhamento entre a atuação do profissional de secretariado e a mediação da
comunicação interna. A contribuição prática desta pesquisa está baseada na identificação e
avaliação dos meios de comunicação, elaborados por um profissional de Secretariado
Executivo, para melhorar a fluidez da comunicação interna em uma empresa de tecnologia.
No que diz respeito à contribuição social deste estudo, espera-se que ele possa apontar a
capacidade de atuar do profissional de secretariado na comunicação do ambiente interno
organizacional. Acredita-se que a pesquisa poderá também, ser utilizada como apoio para
trabalhos futuros, quando houver buscas sobre a temática ora apresentada.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 COMUNICAÇÃO
De acordo com o que dispõe a teoria, como também, evidenciado por fatos
empíricos, a globalização econômica mundial, iniciada no último século, exigiu a
universalização dos mercados e, consequentemente, o aprimoramento da comunicação
organizacional, uma vez que, a comunicação tem o objetivo de produzir consenso, gerar
aceitação e consentimento (GARCIA, 2006). No que se refere ao processo de comunicação
organizacional, ressalta-se o dito por Torquato (1986, p. 16):
Em primeiro lugar, cabe lembrar que a organização persegue seu equilíbrio entre as
partes que a formam. Seu equilíbrio é resultante da disposição ordenada entre as
partes. Essa integração é obtida graças ao processo comunicacional. Aparece, assim,
a primeira relação entre comunicação e empresa.
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solução de problemas, sendo eles pessoais ou da organização como um todo. Nesse sentido,
deve ser, estratégica, umbilicalmente associada ao processo global de gestão (BUENO, 2007).
No que se refere as organizações, a comunicação assume caráter externo e interno, todavia
este estudo concentra suas atenções para o segundo.
Gerar consentimentos e produzir aceitação devem ser dois dos principais objetivos
da comunicação interna. Trabalhando na direção de obter consenso sobre os
sistemas de valores da organização, a comunicação, em determinados momentos, é
vital para encaminhar soluções e para atingir as metas programadas.
Kunsch (2003) explica que a comunicação interna, quer seja global ou lateral, deverá
ser amplamente ponderada e alinhada com outros sistemas organizacionais, de forma a atingir
as potencialidades máximas que lhe são atribuídos. Tomasi e Medeiros (2007) complementam
ao dizerem que a comunicação dentro da organização se manifesta de diferentes formas e
direções, tanto que se pode dizer que é por meio da comunicação que se faz uma organização.
No que se refere à direção da comunicação interna, observa-se que ela pode fluir tanto
no sentido vertical, quanto no horizontal (ROBINS, 2005). Sobre tal divisão, Rego (1986)
enfatiza que esses sentidos exercem uma influência significativa sobre a eficácia do processo
de comunicação interna. O Quadro 1 sintetiza tais sentidos,
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daqueles que as exercem, ou seja, sobre seu quadro funcional. Bekin (2005) complementa que
a importância dos meios de comunicação interna visa ao eficaz gerenciamento do
relacionamento dos funcionários e a sua variedade tem por objetivo atender as demandas e
necessidades específicas da organização.
Observa-se que Davis (1996) e Robins (2005) discorrem sob a mesma corrente
teórica, visto que há complementariedade nas informações apresentadas em seus respectivos
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Observa-se que as empresas, procuram profissionais que tenham em seu perfil a capacidade
de gerenciamento, habilidade para tomar decisões, relacionar-se com todos os níveis hierárquicos,
bem como, capacidade para entender o negócio e as estratégias da organização. Acredita-se que para
atuar em tal espaço organizacional são necessárias características como a polivalência, pró-atividade,
resiliência e dinamismo (MEDEIROS; HERNANDES, 1999).
Nessa mesma linha, porém anteriormente, Natalense (1995) verificou que, se destaca
entre outras profissões a figura do secretário executivo, profissional que tem como atribuições o
planejamento, a organização e o controle de seus trabalhos rotineiros, como reuniões, preparação de
viagens, entre outras atividades da sua competência. Para a autora, o profissional atua também, como
um agente facilitador, que cria condições para as relações interpessoais, ou seja, media e colabora
para que as relações fluam entre os diversos públicos que compõem a empresa.
Nesse sentido, Natalense (1995) propõe que esse profissional precisa ser alguém que
apresente soluções ou, ao menos, lance ideias que possam resolver determinadas situações. Ademais,
o secretário precisa ter iniciativa, ser participativo, persistente, conhecedor de cultura geral, e
mostrar-se comprometido com as suas atividades. (NATALENSE, 1995). Nessa perspectiva, o
profissional de Secretariado Executivo destaca-se como um elemento chave da organização
(BÍSCOLI; CIELO, 2004).
Sob tal posicionamento, Biscoli e Cielo (2004) destacam que o profissional tem o perfil
adequado para assessorar a gestão de empresas e que pode também, efetuar projetos e diagnósticos
de análise organizacional, fornecer o suporte necessário para produzir as mudanças exigidas pelo
ambiente interno e externo às organizações, tanto no que se refere às estratégias organizacionais,
equipes de trabalho, cultura organizacional, gestão de empresas, ou mesmo, no que diz respeito às
práticas de assessoria e promoção de eventos organizacionais, reorganização interna (layout, equipes
de trabalho, arquivos, atendimento, etc.) ou ainda, o suporte às relações externas com a comunicação
evidenciada em negociações tanto nacionais quanto internacionais. Vale destacar que, anteriormente
Torquato (1991) afirmou que o profissional de secretariado executivo tende a desenvolver maiores
habilidades comunicativas e usar a comunicação como ferramenta diária, devido às responsabilidades
adquiridas na administração de departamentos, como gerenciar as questões rotineiras e a assessorar
os chefes.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para alcançar o proposto por este estudo, foi utilizada uma combinação de métodos,
os quais caracterizam-se pelo conjunto de atividades sistêmicas e racionais que permite
alcançar o objetivo e traçar o caminho a ser seguido, como também detectar erros e auxiliar
nas decisões (LAKATOS; MARCONI, 1985). Assim, no que se refere a abordagem do
problema, foi realizada uma pesquisa qualitativa, que, de acordo com, Lakatos e Marconi
(1985) apresenta uma análise mais detalhada sobre as investigações, hábitos, atitudes,
tendências de comportamento, etc. Nesse sentido, este trabalho buscou conhecer a visão dos
sujeitos sobre o processo de comunicação interna em uma organização como também, o
entendimento que eles tinham sobre a atuação do profissional de secretariado nesse processo.
No que se refere aos objetivos, utilizou-se o método descritivo, já que descreve a
atuação do Profissional de Secretariado Executivo na comunicação interna de uma empresa.
Para Perovano (2014) o método descritivo visa à identificação, registro e análise das
características, fatores ou variáveis que se relacionam com o fenômeno ou processo.
No que diz respeito a natureza este estudo, classificou-se como aplicada, uma vez
que objetiva verificar a forma com que o profissional de secretariado atua na comunicação
interna em uma empresa de tecnologia e assim melhorar tais canais comunicativos da
organização. De acordo com Barros e Lehfeld (2000, p. 78), a pesquisa aplicada tem como
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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Nota-se que em nenhum momento a comunicação foi avaliada como “muito boa”, 01
dos colaboradores selecionaram a opção de comunicação “muito ruim” e mais 01 “ruim”.
Entretanto, um total de 04 colaboradores caracterizaram a comunicação como “boa” e
“regular”, deduz-se, então, que a maioria identifica a comunicação interna equilibrada. Assim,
supõe-se que o exposto por Torquato (1986, p. 16) “[...] que a organização persegue equilíbrio
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entre as partes que a formam. Seu equilíbrio é resultante da disposição ordenada entre as
partes. Essa integração é obtida graças ao processo comunicacional”, está presente na cultura
organizacional da empresa ora analisada.
Na sequencia indagou-se aos sujeitos como eles consideravam a comunicação entre
eles e seus respectivos superiores, o Gráfico 2 indica que:
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Diante do apresentado, acredita-se que o objetivado para este estudo foi alcançado,
bem como, respondida a questão de pesquisa: como é percebida pelos sujeitos organizacionais
a comunicação interna em uma empresa de tecnologia e a atuação do profissional de
secretariado nesse contexto? Salienta-se que se buscou a resposta para a pergunta, a partir da
visão dos colaboradores da empresa ora estudada e verificou-se a necessidade de melhorias na
comunicação interna como também, que metade dos sujeitos não conhecem a profissão
secretarial, tão pouco a atuação do profissional.
A partir dos resultados objetivos nesse estudo, elencou-se algumas sugestões, para a
empresa ora estudada: a) trabalhar na integração de departamentos, para que a comunicação
entre eles se torne tão positiva quanto a comunicação entre colaboradores de mesmo setor; b)
promover mais eventos ou momentos de recreação, dentro ou fora da empresa, para aumentar
a frequência de uso da comunicação informal e assim melhorar o relacionamento dos
colaboradores de diferentes departamentos; c) como forma de minimizar as barreiras físicas
comunicativas, é necessário rever a estrutura organizacional, principalmente na questão de
barulhos ou ruídos excessivos; d) oferecer formas de introduzir os colaboradores aos
conhecimentos a cerca da profissão de Secretariado Executivo, como palestras, ou até mesmo
a disponibilização de materiais digitais.
Em termos de limitações do estudo, citam-se o pouco número de sujeitos
respondentes, durante a pesquisa de campo e também, o impedimento de generalizações, por
se tratar de um estudo de caso. Para estudos futuros sugere-se que sejam implementadas as
sugestões descritas e a replicação deste estudo a fim de verificar se houve mudanças no
ambiente organizacional no que se refere a comunicação interna e sobre a atuação do
profissional de secretariado. O estudo pode ainda, ser ampliado para outros sujeitos na mesma
empresa, na matriz ou em outras filiais.
Em termos gerais, ao final deste estudo acredita-se que a comunicação interna em
uma empresa é elemento essencial para a organização, pois conforme Torquato (2004) tem a
missão de gerar consentimentos e produzir aceitação e, sendo assim é de vital importância
para encaminhar soluções e atingir as metas. O profissional de secretariado, por sua formação
e também, pelo que já está teorizado por meio de pesquisas na área pode ser considerado um
agente promotor da facilitação desse instrumento, no entanto, observa-se que na empresa ora
estudada tal competência é desconhecida, por pelo menos metade dos sujeitos participantes da
pesquisa.
6 REFERÊNCIAS
ABRAMO, P. Pesquisa em ciências sociais. In: HIRANO, S.(Org.). Pesquisa social: projeto
e planejamento. São Paulo: T. A. Queiroz, 1979
ARAÚJO, C. et al. Estudo de Caso. Métodos de Investigação em Educação. Instituto de
Educação e Psicologia, Universidade do Minho, 2008. Disponível em <
http://grupo4te.com.sapo.pt/estudo_caso.pdf>. Acesso em: setembro de 2016.
AZEVEDO, I.; COSTA, S. I. Secretária: um guia prático. São Paulo: Senac, 2004.
BARROS, A. J. S. e LEHFELD, N. A. S. Fundamentos de Metodologia: Um Guia para a
Iniciação Científica. 2 Ed. São Paulo: Makron Books, 2000.
BATISTA, F. F. Modelo de gestão do conhecimento para a administração pública
brasileira: como implementar a gestão do conhecimento para produzir resultados em
benefício do cidadão. [S. l.: s.n], 2012.
BEKIN, S. F. Endomarqueting como praticá-lo com sucesso. São Paulo: Editora Pearson
Prentice Hall, 2005.
BÍSCOLI, F. R. V.; CIELO, I. D. Gestão Organizacional e o perfil do Secretário Executivo.
Revista Expectativa. Toledo: edunioeste, v.3, n.3, 2004.
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1 INTRODUÇÃO
Esse perfil profissional é ratificado por Maerker (1999, p.57), quando diz que o
profissional de Secretariado “hoje em dia, é aquela interessada em conhecer e compreender o
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ponto de vista da empresa nos assuntos mais importantes, preparada para encaminhar o cliente
a soluções e filtrar os problemas antes de chegarem ao executivo”.
Por isso, enxerga-se o profissional de Secretariado Executivo como um agente
fundamental na estrutura organizacional, com o seu trabalho pautado nas práticas do
assessoramento executivo à gestão empresarial. Contudo, para que ele auxilie nas
necessidades organizacionais e esteja em consonância com o mundo do trabalho, é necessário
que as instituições, que ofertam a formação para o profissional de secretariado, acompanhem
a evolução da profissão e sua integração ao atualizado contexto macro e microorganizacional.
A evolução das funções secretariais nas organizações foi preludiada com a
publicação das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) do curso de Secretariado Executivo,
a Resolução CES/CNE 003/2005, a qual norteou as adaptações dos currículos dos cursos de
Secretariado, de modo a garantir a construção de um perfil acadêmico do secretariado. Em seu
artigo 4º, a Resolução CES/CNE 003/2005 determina que o curso de Secretariado Executivo
deve formar profissionais com aptidão para desenvolver as seguintes competências:
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construção do conhecimento deve ser conduzida por um formador que agregue em sua
formação experiência, práxis e o conhecimento referentes à área.
Todavia, percebe-se que docentes que não têm formação em Secretariado Executivo
encontram-se à frente de disciplinas do curso e, por sua vez, identifica-se o/a secretário/a
docente o formador adequado para os/as secretários/as. Por isso, é preciso que a formação
secretarial seja contemplada por profissionais que tenham a graduação e experiência na área
secretarial, assim como experiência investigativa stricto sensu para que estejam melhor
habilitados a ensinarem e reproduzirem uma prática profissional, como afirma Tardif (2002):
Sobre isto, Faria e Reis (2008) esclarecem que tais premissas ocorrem, pois o próprio
curso de Bacharelado em Secretariado Executivo não se destina à formação de profissionais
para a docência, fomentando uma problemática que esse estudo: a carência de secretários-
docentes para atuar na formação de novos secretários. Por hora, pretende-se responder a
seguinte pergunta-problema: quais as estratégias utilizadas pelos Secretários-Docentes para
atrair os estudantes de Secretariado para atuar na docência do Ensino Superior?
Assim, este trabalho objetivou identificar as estratégias utilizadas pelos secretários-
docentes para ampliar a docência secretarial. Enquanto que os objetivos específicos foram
identificar os fatores que levaram os secretários-docentes da Universidade Federal de
Pernambuco a seguirem esta carreira, verificar se disciplinas específicas de Secretariado
como, por exemplo, técnicas secretariais, podem ser lecionadas por professores de outras
áreas do conhecimento e, por fim, analisar as competências são necessárias para o profissional
de secretariado a inserir-se na docência.
Tem-se como objeto empírico a Universidade Federal de Pernambuco, por ter sido a
primeira Instituição de Ensino Superior que teve o curso de Secretariado Executivo
reconhecido pelo MEC e, atualmente, tem em seu quadro docente apenas 05 professores com
graduação em Secretariado. Apesar do reconhecimento ter ocorrido, no ano de 1978, há 39
anos, ainda é incipiente o quadro de docentes com formação na área, de maneira que o curso
possui uma grande participação de professores das outras áreas de conhecimento lecionando
disciplinas específicas de Secretariado sem ter a graduação e nem experiência prática com
Secretário.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
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O secretário representa uma liderança direta e indireta, atua como ponte e agente
facilitador dos relacionamentos e processos de trabalho, interagindo no sentido
vertical e horizontal do ambiente empresarial, utilizando ainda nesse processo a
capacidade de aprendizagem com foco no desenvolvimento dessa competência
(PORTELA; SCHUMACHER, 2009, p. 166-167).
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escola deve abrir suas portas e derrubar suas paredes não apenas para que possa entrar o que
se passa além de seus muros, mas também para misturar-se com a comunidade da qual faz
parte”.
A participação e o fortalecimento das relações em sala de aula entre educando-
educando e educador-educando e suas respectivas conexões com a sociedade são também
elementos constituintes que devem compor o exercício daqueles que buscam consolidar-se em
meio ao ensino do século XXI, afinal, o saber como explica Tardif (2002):
[...] o saber não é uma coisa que flutua no espaço: o saber dos professores é o saber
deles e está relacionado com a pessoa e a identidade deles, com a sua experiência de
vida e com a sua história profissional, com as suas relações com os alunos em sala
de aula e com os outros atores escolares na escola, etc. Por isso é necessário estudá-
lo relacionando-os com esses elementos constitutivos do trabalho docente (TARDIF,
2002, p.11).
Assim, é imprescindível ampliar o número de docentes na área de secretariado, que
tenha a formação específica, sem, contudo, deixar de proporcionar a interação com outros
conhecimentos que complementem o saber do estudante. Como ressalta Gil (2011, p.19) “no
caso de disciplinas de cunho mais prático convém também que o professor detenha sólida
experiência na área”. Entende-se, então, que as disciplinas específicas de secretariado devem
ser lecionadas pelos respectivos profissionais.
Para isso, é necessário que os profissionais de secretariado atuem tanto na área
docente quanto na administrativa, pois os discentes necessitam de professores que, além de
conhecer a teoria, compreendam e atuem em prol da práxis educativa, formando sujeitos
inconclusos e capazes para buscar uma educação contínua e propiciar uma maior qualidade ao
ensino secretarial (FREIRE, 2011). Em complemento, pode-se inferir que o estímulo à
docência secretarial deve também estar acompanhada da necessidade de os currículos dos
projetos dos cursos de Secretariado possuírem disciplinas de didática, atividades de
monitorias que possam despertar naqueles que possuam vocação e interesse, o desejo de se
inserir na carreira docente.
Conforme expressa Tardif (2002):
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didáticas específicas para cada disciplina. Ou seja, pressupõe que o docente conheça a fundo a
profissão para a qual está ajudando a formar”. Como observa Faria e Reis (2008), as
exigências para ser um professor universitário no Brasil é que o candidato possua:
Concorda-se com os autores que nos concursos públicos, quando lançados, aos
candidatos é exigido em seu perfil a formação em Secretariado Executivo, todavia, o que se
observa é que, apesar dos cursos de Secretariado terem ampliado as buscas nas Instituições
ainda se tem um reduzido número de concursos públicos e vagas voltados à docência.
Percebe-se também que o fato ocorre, muitas vezes, porque as próprias Instituições
aproveitam professores concursados de outras áreas para ministrar disciplinas no curso de
Secretariado.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
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Fui convidada para dar uma palestra sobre minha atuação profissional, ao final fui convidada
DOCENTE 3 para ministrar aula. Gostei.
Inicialmente, as aptidões pessoais para a docência (gosto pelos estudos, organização didático
pedagógica, capacidade de interagir com pessoas no ambiente de sala de aula).
Com o passar do tempo e as experiências como secretário executivo em universidades
DOCENTE 4 proporcionaram uma nova visão da docência no ensino superior.
Fonte: Dados da Pesquisa
O Docente 1 deixa claro o seu desejo em ser professor para “poder contribuir para
um país melhor, com relação à educação”, abarcando o conceito de educação” foi
incentivado a utilizar a docência para transformar a sociedade e, por isso, justifica sua escolha
da prática docente pelo interesse em “poder contribuir para um país melhor, com relação à
educação”. Daí decorre afirmar que despertar a curiosidade e a reflexão acerca das
necessidades de transformação da sociedade, também pode inspirar profissionais a serem
multiplicadores dos saberes, desenvolvendo nele o interesse em contribuir com a cidadania
plena dos sujeitos.
Já o Docente 2, teve “o desejo de compartilhar as competências em Secretariado,
além de ver a necessidade de docentes formados na área que pudessem melhor correlacionar
o conteúdo das disciplinas à realidade cotidiana dos secretários”. Além de querer
compartilhar seus conhecimentos na área de secretariado com os potenciais profissionais, ele
enxergou uma necessidade e um nicho de mercado que estava descoberto, pois as disciplinas
de Secretariado eram lecionadas por professores de outras áreas do conhecimento por não
haver muitos secretários-docentes. Uniu-se a vontade de expor suas competências adquiridas
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Quadro 3: Disciplinas Específicas de Secretariado que são lecionadas por professores de outras áreas do
conhecimento.
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na sua visão, são imprescindíveis são imprescindíveis para a atuação do professor em sala de
aula.
Quadro 4: Competências e habilidades necessárias para ser docente
O Docente 1 declara que o secretário que deseja se docente precisa ter ”desejos e
sonhos da docência, persistência, amor pela profissão”, pois a motivação interior, o sonho
em ser professor permitirá este secretário se empenhar e se dedicar no exercício desta
profissão. Deve-se ter persistência para alcançar este objetivo, vista que o processo seletivo
exige preparação e currículos sólidos e atualizados. Mas, o amor profissão de Secretariado
tem que predominar. Amar aquilo que será o motivo das aulas é muito importante para que os
indivíduos se sintam motivados e satisfeitos diariamente.
Os Docentes 2 e 4 reafirmam a necessidade do secretário ter conhecimento prático de
Secretariado, adquirido tanto pela formação em Secretariado quanto pela vivência no próprio
mercado de trabalho.
O Docente 3 vai além das competências citadas pelos colegas e endossa que o
Secretário precisa seguir a formação continuada em pós-graduação lato sensu e stricto sensu,
cursando especialização em Didática do Ensino Superior e Mestrado e Doutorado,
respectivamente. Como a área profissional de secretariado ainda não dispõe de mestrado na
área, deve-se buscar a formação em outras áreas do conhecimento.
Desse modo, observa-se a relevância do profissional de Secretariado como parte da
construção da aprendizagem do novo/a profissional secretário/a, podendo contribuir com
embasamentos teóricos e práticos, associar conhecimentos práticos junto aos estudantes,
assim como despertar a curiosidade para novos conhecimentos através do estimulo à pesquisa
secretarial. Todavia, vê-se nos atuais secretários-docentes uma grande responsabilidade e
missão para influenciar e mentorar novos secretários para atuarem como professores.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O profissional de secretariado e sua crescente relevância para o mundo do trabalho
justifica a necessidade de cursos de bacharelado em Secretariado Executivo, assim como a
formação de profissionais capacitados que formem novos secretários, conforme as exigências
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6 REFERÊNCIAS
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1 INTRODUÇÃO
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
Howard Gardner, na década de 1980, em conjunto com colegas que faziam parte do
Grupo de Pesquisa Harvard Project Zero, desenvolveu um estudo que questionava a
limitação em medir a inteligência apenas pelo raciocínio lógico e linguístico, como faz o
conhecido Teste do QI (Quociente de Inteligência). Gardner (1995) argumenta que é
importante reconhecer que a riqueza do ser humano se encontra justamente na combinação de
diferentes capacidades, habilidades e talentos, o que chamou de inteligências múltiplas (IMs).
Embora admita que seja possível haver outras inteligências além daquelas por ele descritas,
agrupou, em sua Teoria das IMs, oito3 tipos diferentes de inteligências: linguística, lógico-
matemática, espacial, musical, cinestésico-corporal, naturalista, intrapessoal e interpessoal.
A inteligência linguística, segundo Armstrong (2009), é a habilidade de se comunicar
tanto na escrita quanto verbalmente. Nessa inteligência percebe-se a facilidade em escolher
3
Cabe esclarecer que nos estudos iniciais, em 1983, Gardner (1995) descrevia sete tipos de inteligência. Mais
tarde, segundo Armstrong (2009) Gardner acrescentou mais duas inteligências: a naturalista e a existencial. No
entanto, essa última não foi tão explorada quanto essas oito mencionadas neste artigo. Por essa razão, para
efeitos de teste de sua teoria, optou-se por utilizar apenas as oito descritas.
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bem as palavras, tanto para influenciar pessoas ou para informá-las. Cita como exemplos
profissões que se utilizam bem da retórica e da explicação, como escritores, poetas,
jornalistas, dramaturgos, editores, entre outros. Segundo Antunes (2001, p. 16), essa
inteligência “caracteriza-se por extrema sensibilidade a estrutura, som, significado e funções
da palavra na linguagem”.
A inteligência lógico-matemática, por sua vez, para Gardner (1995), é mais
percebida em indivíduos que possuem uma capacidade maior de abstração, que têm facilidade
em lidar com números, que criam hipóteses para testá-las. Antunes (2001) cita como exemplo,
ícones da matemática como Einstein e Pitágoras e destaca as profissões de engenheiro e
projetistas como profissões em que, em geral, estão inseridos aqueles que se destacam por
essa inteligência. Armstrong (2009) acrescenta as profissões de contadores, cientistas,
estatísticos e programadores, profissões que fazem uso maior da categorização, classificação e
inferência.
Armstrong (2009, p. 7) explica que a inteligência espacial “envolve a sensibilidade a
cor, a linha, a forma, ao espaço”4 e a conexão entre elas e inclui a capacidade de se orientar
por esses elementos citados. Gardner (1995, p. 15) explica que esta inteligência tem relação
com a “capacidade de formar um modelo mental de um mundo espacial e de ser capaz de
manobrar e operar utilizando esse modelo”. Nogueira (2001) acrescenta que a inteligência
espacial está associada à capacidade de exceder acontecimentos espaciais para o concreto.
Antunes (2001) traz como exemplos de profissões marcantes dessa inteligência, os arquitetos,
publicitários e inventores. Cita Oscar Niemayer e Frida Kahlo como exemplos proeminentes
desse tipo de inteligência.
Já a inteligência musical, na visão de Gardner (1995, p. 23), oferece um sistema de
acessibilidade e sensibilidade. Antunes (2001), além de citar verdadeiros gênios da música
como Beethoven e Mozart, explica que a capacidade de perceber diferentes timbres, tons ou
formas de expressão musicais pode estar relacionada a esse tipo de inteligência. Armstrong
(2009) complementa que é a capacidade de perceber, discriminar, transformar e expressar
formas musicais, como nos aficionados por música, críticos musicais, compositores e músicos
em geral.
No que diz respeito à inteligência corporal-cinestésica, Green et al. (2005) explicam
que essa inteligência utiliza o corpo para expressar ideias e sentimentos. Gardner (1995, p. 15)
entende que essa capacidade resolve problemas utilizando “o corpo inteiro, ou partes do
corpo”, como os atletas fazem, por exemplo. No entanto, não são apenas atletas que estão
inseridos nessa inteligência, Antunes (2001) e Nogueira (2001) citam também mímicos,
mágicos e bailarinos e reforçam que esta habilidade está relacionada com o equilíbrio, a força
e a sensibilidade.
Já no que se refere à inteligência naturalista, Green et al. (2005) ressaltam a
capacidade de reconhecimento do meio ambiente do indivíduo e Armstrong (2009) acrescenta
a sensibilidade a outros fenômenos naturais, como formação de nuvens, montanhas. De
maneira geral, é a “capacidade de realizar qualquer tipo de discriminação no campo da
natureza, reconhecendo, respeitando e estudando outro tipo de vida que não só a humana”
(NOGUEIRA, 2001, p. 34).
No que tange à inteligência interpessoal, Gardner (1995) explica que é uma
capacidade de sensibilidade maior em relação ao outro, percebendo suas motivações e
compreendendo como agem e conseguem maiores respostas dos indivíduos para que
cooperem. Antunes (2001) recorre à empatia para explicar essa inteligência, pois estes
4
Esta e todas as citações de obras em inglês, utilizadas neste artigo, foram traduzidas pelas autoras, salvo
referências em contrário.
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Pensar a sala de aula colocando em prática a utilização das IMs pode ter uma
consequência essencial na mudança de mentalidade do educador e do educando, o que reflete
necessariamente na maneira de ensinar, de aprender, de avaliar e ser avaliado
(ARMSTRONG, 2009). Antunes (2000, p. 13), especialista em inteligência e cognição,
considerou a introdução das IMs uma “tendência estimuladora” e “um novo paradigma de
compreensão do ser humano que abandona sua avaliação através de sistemas limitados”.
Fleetham (2006, p. 11) complementa essa argumentação afirmando que as
consequências dessa mudança de foco tornam as IMs estreitamente relacionadas com o estilo
de aprendizagem e as habilidades do pensamento. Os estilos de aprendizagem concernem às
“maneiras diferentes que o aluno capta a informação”, já as habilidades de pensamento
representam as maneiras diferentes que o aluno “processa, armazena e retém a informação”,
enquanto que as inteligências múltiplas dizem respeito aos diferentes talentos e habilidades
que um aprendiz utiliza na resolução de problemas.
Para que estes três níveis possam ser trabalhados, é necessário, segundo Gardner
(1995), identificar as inteligências mais presentes em cada indivíduo, bem como aquelas em
que apresenta mais carência. No entanto, há um passo anterior nesse processo, que é, como
explica Armstrong (2009, p. 20), avaliar os próprios docentes, não só para que eles
compreendam os procedimentos, mas para que se autoavaliem em relação as suas superações
e limitações. Em suas palavras, fazer isso irá “tornar evidente como nossa fluência pessoal (ou
ausência dela) em cada uma das oito inteligências afeta nossa competência (ou falta de
competência) nos vários papéis que temos como educadores”.
Um outro aspecto relevante elencado por Fleetham (2006) é o aumento da autoestima
do educando. Ao valorizar as diferentes habilidades e reconhecer talentos outros que os
tradicionalmente valorizados pela academia, identificados em testes de QI, por exemplo, as
IMs expandem o que é considerado sucesso, o que colabora para a autoestima e,
consequentemente, a automotivação. Como é amplamente divulgada nos estudos em
educação, a motivação figura entre um dos principais fatores para facilitar a aprendizagem.
Entre eles, Boruchovitch (2008) destaca que o aluno motivado desenvolve habilidades, realiza
mais tarefas e supera desafios.
Algumas críticas têm aparecido desde o surgimento da Teoria das IMs. Entre as
principais, encontra-se aquela que aponta a falta de embasamento empírico para afirmar que
as oito inteligências são de fato inteligências. Isso porque, como argumenta Visser, Ashtoon e
Vernon (2006), essas poderiam ser capacidades secundárias ou até terciárias do ser humano.
Além disso, o próprio Gardner (2003), ao propor sua teoria, afirmava ser uma necessidade
questionar do que se tratava a inteligência, conceito na época atribuído apenas às
inteligências, principalmente linguísticas e matemáticas. Ao se deparar com essas críticas,
esse autor usa, em linhas gerais, a neurociência para mostrar que cada uma das inteligências
por ele citada tem um local de operação específico no cérebro. Mas admite que outras
inteligências poderiam ser também descritas. No entanto, acaba por mantê-las nesse número
pela própria operacionalização do conceito, o que sem dúvida já amplia e enriquece o
processo de ensino-aprendizagem tal como era concebido antes de suas teorias e a de seus
seguidores.
Em síntese, a base para utilizar as IMs no contexto de ensino-aprendizagem na
universidade é, em primeiro lugar, identificar os tipos de inteligência tanto entre os docentes
quanto entre os acadêmicos, para depois pensar em possibilidades para a sala de aula. Esta é a
proposta deste estudo, que passa a descrever os procedimentos metodológicos utilizados para
tal fim.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
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participam de uma trilha perceptiva. Assim, pode-se inferir que, atividades como essas,
podem auxiliar no desenvolvimento da inteligência naturalista.
Com índices menores, mas próximos entre si, estão as inteligências corporal-
cinestésica (35,54%) e linguística (35,35%). De acordo com Walter et al. (2006, p. 5-6) “a
inteligência corporal-cinestésica (motricidade) se relaciona ao movimento físico, ao controle
do corpo e de objetos, ao tempo e ao conhecimento/sabedoria do corpo”. Neste caso, essa
inteligência pode ser mais desenvolvida entre os acadêmicos de Secretariado Executivo da
UPF através de atividades teatrais, inseridas nas próprias disciplinas. Um exemplo de
aplicação pode ser visualizado na disciplina de Técnica Secretarial II, em que a ementa prevê
o estudo do cerimonial e protocolo. Neste conteúdo específico, tendo em vista a preparação
do acadêmico para atuar em eventos, como mestre de cerimônia, poderia ser realizada uma
aula em um estúdio de vídeo, onde o acadêmico possa ser filmado em uma situação fictícia
atuando como mestre de cerimônia. Após isso, o vídeo pode ser assistido pelo professor e
pelo acadêmico, visando observar gestos, expressões faciais e corporais, auxiliando na
melhoria da performance do acadêmico e possibilitando o próprio conhecimento corporal.
Isso tudo, trata-se da linguagem não verbal, a qual é de extrema importância no contexto
profissional de um secretário executivo, e, portanto, pode ser mais explorada.
No que tange à inteligência linguística, para Gardner (1994), está relacionada à
linguagem falada, significados e relações entre palavras. Essa inteligência tem relação com a
leitura e escrita, e, portanto, tem plenas condições de ser mais enfatizada no curso de SEC da
UPF. Os docentes podem inserir em todas as disciplinas atividades que envolvam, por
exemplo, a produção de textos, artigos, visando à publicação, o que faz com que os
acadêmicos visualizem as possibilidades de compartilhamento de ideias. Analisando a matriz
curricular do curso, visualizam-se ações como esta nas seguintes disciplinas: Iniciação ao
Conhecimento Acadêmico, Leitura e Produção de Textos, Gramática Aplicada ao Texto,
Textos Acadêmicos e Oratória, Pesquisa em Secretariado e o Estágio Profissional
Supervisionado I e II. Todas as disciplinas citadas trazem em sua ementa atividades de leitura
e escrita, o que auxilia no desenvolvimento da inteligência linguística. O que se pode sugerir,
talvez, seria uma articulação entre algumas destas disciplinas, tendo em vista a construção de
projetos de pesquisa que possam transcender um semestre, tendo sequência no outro, e, por
conseguinte, uma interação entre as disciplinas, incentivando assim, a leitura e a escrita. Além
disso, o estímulo à participação dos acadêmicos em grupos de pesquisa também pode
influenciar no desenvolvimento de habilidades inerentes à inteligência linguística. O
envolvimento com a pesquisa requer muita leitura, para então, surgir a escrita, portanto,
apresenta forte influência. Cabe ressaltar que o desenvolvimento da inteligência linguística é
essencial ao profissional de Secretariado.
A inteligência espacial obteve um índice de 30,35% entre os acadêmicos. Para
Gardner (1995, p. 15) ela é a “capacidade de formar um modelo mental de um mundo espacial
e de ser capaz de manobrar e operar utilizando esse modelo”. Nesse sentido, talvez, a
inteligência espacial possa ser mais explorada por meio de atividades que promovam a
construção de mapas mentais sobre os conteúdos estudados, facilitando, inclusive, o
aprendizado dos mesmos.
Com relação à inteligência lógico-matemática, inteligência menos desenvolvida
pelos acadêmicos, obteve um percentual de 25,41%. Foi a única média com percentual menor
que 30%. Entre as possíveis justificativas para esse resultado, está o fato da matriz curricular
do curso não prever muitas disciplinas que trabalhem com cálculos. No currículo em questão,
somente a disciplina de Gestão Financeira prevê cálculos, conforme explicita a ementa que
contém: formação e controle de estoques, fundamentos de custos, formação de preços e ponto
de equilíbrio operacional, noções básicas de matemática financeira, análise de investimento,
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melodias no idioma estudado, visto que, ao ingressar no curso, o aluno opta pela Língua
Inglesa ou Espanhola.
Observa-se, ainda, uma diferença de 22% entre a inteligência com o maior e o menor
percentual, interpessoal (48%) e lógico-matemática (26%), o que denota certa
heterogeneidade na turma. O primeiro ano é a turma que ficou em segundo lugar referente à
média final das IMs com 35,50%.
Na sequência, na Figura 3, apresenta-se o relatório do IIM do segundo ano. De
imediato percebe-se que essa é a turma que obteve a menor média final das IMs, com 32,04%.
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Constata-se, ainda, na Figura 3 que o segundo ano é a turma mais homogênea, com
16,38% de diferença entre a inteligência com o maior percentual e com o menor percentual,
musical (39,10%) e lógico-matemática (22,72%), respectivamente. Nota-se também que o
segundo ano apresenta a menor média final da IMs, com 32,04%.
Na Figura 4, visualiza-se o relatório do IIM do terceiro ano.
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Observa-se que a média das médias relativas das IMs dos docentes (50,25%) ficou
acima do percentual de cada turma individualmente. Se comparar a média dos docentes em
relação à do terceiro ano (40,70%), tem-se 9,55% de diferença, a qual, não apresenta um
índice muito elevado, o que pode retratar certa homogeneidade entre professores e
acadêmicos no que se refere ao percentual obtido de inteligências múltiplas desenvolvidas.
No entanto, se a média das médias das IMs não apresenta grande diferença
comparada à média do terceiro ano, a primeira colocada como inteligência mais desenvolvida
pelos docentes difere muito. A inteligência linguística aparece na primeira colocação,
responsável por 70% da pontuação. Tal fato pode ser justificado pela preparação que a
docência requer, ou seja, leitura, escrita, pesquisa, o que reflete na inteligência linguística.
Além disso, outro aspecto que pode respaldar esse índice é a própria titulação dos docentes, os
quais possuem mestrado, doutorado e pós-doutorado, o que demanda um maior número de
publicações do que a graduação.
Logo em seguida, com percentual de 66%, está a inteligência interpessoal,
acompanhada da intrapessoal, com 64%. Essas colocações se assemelham aos resultados dos
acadêmicos, onde as inteligências interpessoal e intrapessoal apareceram entre as quatro mais
desenvolvidas, justificadas pelas disciplinas do curso e pela própria necessidade da profissão.
Na quarta colocação está a inteligência musical (52%), a qual também aparece entre
as mais desenvolvidas no segundo e terceiro ano e em terceiro lugar no índice geral das três
turmas. Na sequência vem a inteligência espacial (44%), sucedida da corporal-cinestésica
(40%), ambas na casa dos quarenta. As inteligências menos desenvolvidas pelos docentes são,
respectivamente, lógico-matemática (36%) e naturalista (30%).
Observa-se uma diferença entre a inteligência menos desenvolvida pelos docentes e a
menos desenvolvida pelos acadêmicos. Para os docentes, aparece a naturalista (30%), já para
os acadêmicos a lógico-matemática (25,41%). A inteligência naturalista, no relatório do IIM
de todas as turmas, está na quarta colocação. Deste modo, sugere-se aos docentes que possam
refletir sobre a melhoria desta inteligência, visto que, os alunos têm habilidades mais
desenvolvidas na inteligência naturalista para solução de problemas. Isso pode facilitar o
aprendizado em alguns conteúdos e disciplinas.
No que tange ao fato da inteligência lógico-matemática estar entre as menos
desenvolvidas para acadêmicos e professores, tal situação pode se justificar pela formação na
área (dos cinco docentes que participaram da pesquisa, três são da área secretarial), a qual
prevê poucas disciplinas voltadas a conteúdos que envolvam cálculos. Na verdade, ao analisar
a matriz curricular vigente durante a aplicação desta pesquisa, conforme já mencionado,
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identificou-se somente uma disciplina com cálculos em sua ementa, ou seja, a Gestão
Financeira.
Desse modo, após análise de todos os resultados, sugere-se a reflexão sobre a
melhoria das inteligências, tanto por parte dos professores, quanto dos acadêmicos. No
entanto, cabe aos professores analisarem e refletirem com mais profundidade sobre os dados
ora apresentados, podendo assim, rever as metodologias de ensino-aprendizagem utilizadas,
adaptando-as e aprimorando-as, visando, através delas, promover o desenvolvimento
constante de todas as inteligências, pois para um profissional de secretariado, todas são
relevantes.
Norteados pela afirmação de Gardner (1995) de que a inteligência é a combinação de
diferentes capacidades, os professores podem, através da análise dos resultados do Inventário
de Inteligências Múltiplas (IIM), pensar em estratégias de ensino que desenvolvam no aluno a
habilidade de utilizar as diferentes inteligências que possuem para auxiliar na resolução de
problemas. Essa análise facilitará, ainda, a compreensão da razão pela qual os alunos
aprendem de maneiras diferentes, assim, o professor poderá preparar suas aulas com
atividades mais próximas dos alunos, colaborando para a efetividade do aprendizado.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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6 REFERÊNCIAS
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1 INTRODUÇÃO
A profissão de secretariado, durante muito tempo, tem sido estereotipada nas mais
diversas práticas discursivas (LUGLI, 2015), e a forma como os profissionais são visualmente
representados influencia substancialmente nessas construções. Partindo dessa situação e
considerando que o momento atual dá espaço para pesquisas e discussões que desnaturalizem
esses paradigmas relacionados à profissão, o presente estudo tem como objetivo analisar
como o secretariado e consequentemente o(a) profissional da área são visualmente
representados em capas da revista.
Dessa forma, ao compreender que os textos são manifestações materiais de atos de
linguagem e que estes apresentam características recorrentes, as quais permitem classificá-los
em gêneros (CHARAUDEAU, 2009), utilizo como objeto de estudo o gênero capa de revista,
o qual, segundo Puzzo (2009a, 2009b) constrói-se por meio da composição híbrida de texto e
imagem, remetendo o público-alvo a modelos sociais pré-construídos, que, compartilhados e
configurados como recorrentes, orientam à identificação genérica, permitindo o seu
reconhecimento imediato como tal.
Puzzo (2009a, 2009b) considera que a capa apresenta-se como a vitrine de uma
revista e, de acordo com a autora, além do caráter híbrido revelado por meio da utilização de
diferentes modos semióticos em sua composição, apresenta também hibridismo no que se
refere às funções comunicativas a que atende, isto é, a de informar e, ao mesmo tempo,
persuadir. Nesse sentido, além de informar o público-alvo sobre os assuntos tratados na
edição da revista, divulga o próprio produto "revista", na tentativa de atrair sua atenção e/ou
persuadi-lo à leitura.
Medeiros, Borges e Miranda (2010, p. 85-86) consideram as capas de revista como
um sistema de signos cujo sentido ou significado é mediado pela relação entre as imagens e o
texto que as acompanha, nesse sentido, tanto a manchete (texto) como a ilustração (imagem)
servem de âncora e suporte para espelhar o conteúdo principal da revista, o que,
consequentemente, retratam um ponto de vista, opiniões e ou intenções representativas da
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visão de mundo compartilhada por sujeitos de uma determinada esfera social. Assim,
considerando que a capa da revista espelha seu conteúdo, os autores entendem que sua
composição é o discurso diretamente dirigido a quem lhe interessa (Ibid., p. 78).
Para Polchlopek (2011), as capas das revistas traduzem o modo como um fato é
relatado em contextos culturais diversos, revelando o posicionamento ideológico dos veículos
de comunicação em questão. Sendo assim, ao analisar capas de revistas é possível apreender
representações pertencentes ao ambiente cultural observado e essas representações são
construídas por meio de um sistema de valores, práticas e ideias que tornam possível a
comunicação entre os membros de uma comunidade discursiva 5, fornecendo-lhes um código
para nomear e classificar aspectos do mundo e da realidade individual e social (MOSCOVICI,
2007, p. 21).
A análise apresentada neste artigo6 contempla o estudo de capas de oito edições da
revista Excelência veiculadas de 2012 a 2013 e tem como objetivo central observar as
representações visuais dos(as) profissionais de secretariado nesse contexto. Para tanto,
ancoro-me na perspectiva teórica e metodológica da sócio-semiótica visual, bem como em
alguns elementos da Gramática do Design Visual de Kress e van Leeuwen (1996).
A pesquisa justifica-se nas constantes concepções negativas relacionadas à profissão
de secretariado, as quais invocam valores morais dominantes, os quais são, frequentemente,
reproduzidos pelos meios de comunicação, que funcionam como os principais responsáveis
pela disseminação de representações socialmente construídas, as quais, por sua vez, dialogam
e se (re)produzem, contribuindo para que as representações se perpetuem. O tema ganha ainda
maior relevância ao compreendermos que as representações influenciam na formação da
identidade dos(as) profissionais, principalmente daqueles que estão em formação ou iniciando
sua atuação em um mercado de trabalho cada vez mais volátil, que exige um posicionamento
profissional consciente e crítico frente aos desafios da conjuntura profissional do secretariado.
Cabe esclarecer meu lugar de fala dentro deste estudo. Parto do lugar de ex-estudante
e profissional de secretariado, portanto, com alguma vivência e experiência relacionada ao
objeto de investigação: as representações acerca da profissão. Observo as representações a
partir do viés da linguagem, assumindo uma perspectiva crítica e tratando o estudo também
como um projeto politicamente investido que busca mudança nos modelos de representação
da profissão. Destaco também nessa sessão introdutória que optei escrever este artigo em
primeira pessoa, o que faço sem receio de perder a cientificidade, visto que sigo o rigor
acadêmico necessário, no entanto, assim como Nonato Júnior (2011), não creio na ciência
neutra, mas sim naquela implicada às nossas produções como sujeitos, profissionais,
pesquisadores e agentes transformadores da realidade.
Para localizar o leitor na presente leitura, cabe mencionar que o artigo encontra-se
dividido em: sessão introdutória, com um panorama geral da proposta de pesquisa;
apresentação do referencial teórico utilizado, dando ênfase à sócio-semiótica visual e à
Gramática do Design Visual; exposição dos aspectos metodológicos concernentes à pesquisa,
bem como a apresentação do corpus de análise e procedimentos de coleta; os resultados e
discussões a partir da análise realizada; e as considerações finais.
5
Heberle (1997, p. 53) define comunidade discursiva como: “[...] um grupo de indivíduos que compartilham
objetivos comuns, que têm mecanismos participativos de intercomunicação, e que tenham adquirido algum
léxico específico relacionado ao campo.” Tradução de: “A discourse community is a group of individuals who
share common public goals, who have participatory mechanisms for intercommunication, and who have
acquired some specific lexis related to the field.”
6
Este artigo é um recorte do meu projeto de doutorado em Estudos da Tradução pela Universidade Federal de
Santa Catarina (PGET-UFSC) que se propõe a analisar como a profissão de secretariado é culturalmente
representada em ambientes culturais distintos (Brasil e Inglaterra) observando por quais filtros culturais e
ideológicos perpassam tais representações.
147
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
[...] procuram criar uma representação de qualquer objeto ou entidade, seja física ou
semiótica, e no qual o seu interesse no objeto, no momento de fazer a representação,
é complexo, emerge da história cultural, social e psicológica do produtor do signo e
é enquadrado pelo contexto específico no qual o produtor produz o signo. (KRESS;
VAN LEEUWEN, 2006, p. 7).
148
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7
“constituem o assunto da comunicação; ou seja, as pessoas, os lugares ou as coisas (incluindo ‘coisas’
abstratas) representadas” (KRESS; VAN LEEUWEN, 2006, p. 48).
149
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distância ou afinidade social é medida, por exemplo, pelo tamanho da moldura e tipos de
enquadramento, codificando uma relação imaginária de maior ou menor distância social.
A distância ou afinidade social é medida pelo tamanho da moldura e tipos de
enquadramento e pode codificar uma relação imaginária de maior ou menor distância social e
a atitude é expressa pelo ângulo frontal ou oblíquo, determinando poder, ângulo alto ou baixo
e no nível dos olhos, determinando realismo, além disso, os ângulos também determinam
poder, envolvimento ou distanciamento. O quadro a seguir traz as representações de atitude
com base em Kress e van Leeuwen (2006).
Kress e van Leeuwen (2006), consideram que as cores formam parte do conjunto de
recursos selecionados para atribuir significados à composição, isso é feito de acordo com
necessidades, interesses e em um determinado contexto comunicativo. Os autores apresentam
as características distintivas da cor e a partir desse recurso é discutido acerca da materialidade
destas e como estas podem construir significados (NATALINO, 2014, p. 61). Algumas das
categorias para a interpretação das cores empregadas nas composições são: a modulação, a
saturação, a diferenciação, a iluminação e o brilho.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
8
As edições selecionadas fazem parte de um recorte do corpus de pesquisa do meu projeto de tese de doutorado
em Estudos da Tradução que contempla outros materiais, além das capas de revista, considerando o critério
temporal de 2012 a 2017.
151
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REPRESENTAÇÃO PARTICIPANTES
Número e sexo
Caracterização:
1 – Aparência
idade
raça/ etnia
corpo
cabelo
aspecto
2 – Atitude
expressão facial
pose
vestuário
TIPO FEMINILIDADE/ MASCULINIDADE
CENÁRIOS, FUNDOS
ADEREÇOS, OBJETOS
II – Dimensão interacional
Ato da imagem (tipo de contato)
Tamanho do enquadramento/ escalas de planos
(distância social)
Ângulo (horizontal-envolvimento/ vertical-poder)
Marcadores
Saturação da cor (preto e branco/saturação máxima)
Diferenciação cromática (máxima/monocromatismo)
Modulação cromática (modulação máxima / cor plana)
Contextualização
Tipo de representação
Profundidade / perspectiva (presente / ausente)
Iluminação
Brilho
Discursos
Fonte: Mota-Ribeiro (2010).
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
152
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9
“A Pesquisa Mensal de Emprego (PME), foi implantada em 1980, com a finalidade de produzir indicadores
para o acompanhamento conjuntural do mercado de trabalho nas regiões metropolitanas de Recife, Salvador,
Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e de Porto Alegre. Trata-se de uma pesquisa domiciliar urbana
realizada através de uma amostra probabilística, planejada de forma a garantir os resultados para os níveis
geográficos em que é produzida” (IBGE, 2016).
10
Ocupada, aqui, seria empregada, inserida no mercado de trabalho.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
6 REFERÊNCIAS
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1 INTRODUÇAO
A rede social Facebook, uma das opções da mídia que circula na internet, se tornou
uma ferramenta importante e rápida de divulgação de ideias e informações. A maior parte dos
conteúdos postados se dá de modo informal e sem fundamentação teórica. Contudo, ainda
assim, por vezes contribui para moldar o pensamento e a sensibilidade dos sujeitos na
formação da imagem a respeito de um determinado tema.
O Facebook foi lançado em 4 de fevereiro de 2004, por Mark Zuckemberg e por seus
colegas de quarto Eduardo Saverin, Dustin Moskovitz e Chris Hughes, estudantes da
Universidade de Harvard. Hoje é reconhecida como uma das redes sociais mais utilizadas em
todo o mundo. Os usuários devem se cadastrar e criar um perfil pessoal, adicionar outros
usuários, podendo trocar mensagens ou compartilhar fotos, mensagens, textos e vídeos de
interesse.
Silveira (2009) explica que a sociedade em rede digital se diferencia das formações
de redes sociais tradicionais, pois a internet permite que os indivíduos estejam em permanente
contato, por meio de comunicações eficazes. Sobre a mídia tradicional, a autora entende,
como todo veículo midiático que circule fora do ambiente das novas tecnologias, entre eles: a
televisão, o rádio, o jornal impresso e demais mídias convencionais.
Rezende (2016) explica que “com o hibridismo dos meios de comunicação, a mídia
passou a implicar uma nova qualificação da vida”. Ou seja, o usuário da rede social pode
curtir determinada página e receber informações de interesse, pode ainda, estocar
informações, bem como acelerar facilmente a circulação destas por meio da rede social
digital, postando ou enviando informações, vídeos e imagens. A autora afirma ainda que
“neste cenário, a representação do espaço passou a incorporar novas formas (o virtual, o
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2. REFERENCIAL TEÓRICO
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Para esta análise pretende-se abordar alguns conceitos importantes da AD, tais como:
memória discursiva, condições de produção, pré-construídos, formações discursivas e posição
sujeito.
Davallon explica sobre a memória:
(...) para que haja memória, é preciso que o acontecimento ou o saber registrado saia
da indiferença, que ele deixe o domínio da insignificância. É preciso que ele
conserve uma força a fim de poder posteriormente fazer impressão. Porque é essa
possibilidade de fazer impressão que o termo “lembrança” evoca na linguagem
corrente. Mas a contrapartida seria que a memória coletiva só retém do passado o
que ainda é vivo ou capaz de viver na consciência do grupo que o mantém. Por
definição, ela não ultrapassa o limite do grupo. (DAVALLON, 1999, p. 25)
Dessa forma, sob à luz da AD todo discurso produz sentidos a partir de outros
sentidos já cristalizados na sociedade. Assim, pode-se considerar que os sentidos são
produzidos junto com os sujeitos, sustentados pela memória discursiva. Isto permite a
permanência ou a ruptura do que já está posto como estabilizado, o que está funcionando
como sentidos já cristalizados, legitimados, naturalizados pelos sujeitos na sociedade. Logo,
apesar de encontrar pesquisadores da área e pessoas com a formação em secretariado que
defendem o reconhecimento da profissão, este reconhecimento sendo marcado pelo título de
profissional de secretariado, abarcando assim aqueles que possuem uma regulamentação, e
que executam tarefas voltadas para a gestão, ainda é possível que discursos circulem gerando
um efeito de sentido contrário. Isso porque o que está cristalizado e circula como discurso
natural é que a imagem da secretária remete àquela mulher da década de 50, sem formação
específica e que executa atividades técnicas.
Consequentemente, como afirma Orlandi (2012) o sentido é determinado pelas
posições ideológicas colocadas em jogo no processo sócio histórico em que as palavras são
produzidas, ou seja, as palavras mudam de sentido segundo as posições daqueles que as
empregam. Essas posições ideológicas provocam reflexão acerca do sujeito, visto que ele não
é, para a AD, o mesmo sujeito empírico, mas sim um sujeito do discurso, que vai portar essas
marcas ideológicas, sócio históricas, que se vê como fonte de seu discurso.
Pêcheux (1975) define posição sujeito como a posição que cada sujeito assume em
um discurso, devido a identificação que se dá entre o sujeito que enuncia e o sujeito do saber,
que é a forma-sujeito. Courtine (1982) complementa explicando que o conceito de formação
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O discurso se constitui em seus sentidos porque aquilo que o sujeito diz se inscreve
em uma formação discursiva e não outra para ter um sentido e não outro. Por aí
podemos perceber que as palavras não têm um sentido nelas mesmas, elas derivam
seus sentidos da formação discursivas em que se inscrevem. As formações
discursivas, por sua vez, representam no discurso as formações ideológicas. Desse
modo, os sentidos sempre são determinados ideologicamente. (ORLANDI, 2012, p.
43)
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Sobre o processo de desenvolvimento desta reflexão, salienta-se que a pesquisa é de
caráter científico, que aqui entende-se por:
Como uma pesquisa científica, busca se encontrar e desenvolver melhorias para uma
coletividade de pessoas e também, aumentar e proporcionar novas visões e reflexões a cerca
do tema, bem como produzir discussões teóricas que poderão ser utilizadas futuramente em
diversas pesquisas que busquem mais uma vez auxiliar e enriquecer o conhecimento existente.
A pesquisa se caracteriza por ser de caráter qualitativo, cujo objetivo é de resgatar o
imaginário social sobre um dado tema. A pesquisa qualitativa é de caráter delimitado, o
pesquisador escolhe quem irá entrevistar, em que período coletará os dados e etc. O
pesquisador qualitativo busca entender o contexto no qual as coisas estão inseridas (GIL,
1991).
Foram fixados três momentos para a realização das atividades desta pesquisa
científica:
A primeira parte deste trabalho se caracteriza por ser bibliográfica. Através do
levantamento bibliográfico foi realizada a fundamentação teórica e também selecionadas as
obras que serviriam de base para as análises. Além disso, as leituras realizadas nesse período
foram de extrema importância para as delimitações do tema.
A segunda parte foi dedicada à construção do arquivo por meio da coleta do material
de análise. Optou-se por delimitar a busca na rede social Facebook, definindo como material
de análise os comentários gerados pelo vídeo institucional postado na página do Facebook da
empresa Cacau Show. A seleção dos comentários foi realizada por meio da busca pelas
palavras: 1. Secretária, 2. Secretário e 3. Profissional de Secretariado. Essa busca se justifica
uma vez que a proposta é contrapor comentários que parte de uma FD e de outra, como já foi
explicado. Feita a seleção do material o corpus foi recortado e o distribuído em duas tabelas:
Comentários de pessoas que criticam a propaganda (Grupo 1), Comentários de pessoas que
defendem a propaganda (Grupo 2). Tal separação foi realizada a fim de tornar mais didática a
análise, contudo ela se construirá de forma sempre conjunta com a teoria e comparativa entre
as tabelas. Seria possível apresentar muitos outros comentários, contudo, ainda por questão
metodológica no que diz respeito à formatação deste trabalho, optou-se por apresentar a
análise de seis comentários apenas, três de cada grupo.
Para cumprirmos nossos objetivos, utilizou-se como base teórico-metodológica a
Análise de Discurso de linha francesa, especificamente, a vertente representada por Michel
Pêcheux e seus desdobramentos com a linguista Eni Orlandi. Para discutir questões relativas
às condições de produção específicas do secretariado toma-se por base trabalhos de Neiva;
D’Elia (2014) e Nonato Júnior (2009).
162
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TEMA: Modernidade Líquida
28 a 30 de junho de 2017
4. DISCUSSÕES E RESULTADOS
A página do Facebook da Cacau Show tem 8.709.749 curtidas11. A Cacau Show
utiliza a página para divulgar os produtos e postar os vídeos institucionais/comerciais.
Percebe-se este fato, pelas postagens da empresa. Toda postagem é para enaltecer os produtos,
seja com fotos ou vídeos. Destaca-se que postagens de vídeos institucionais, com o apelo à
comemoração de uma data é recorrente. No último ano a Cacau Show postou vídeos para
comemorar não só o dia da “secretária”, mas também o dia do médico, do professor, da
criança, dos namorados entre outros.
11
Este número de curtidas, refere-se ao mês de setembro de 2016, data que foram coletadas as informações da
página da Cacau Show.
163
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uma pesquisa prévia do setor de marketing a respeito do que se fala. Além disso entende-se
pelas publicações de pesquisadores da área do secretariado que esta profissão está
consolidada, conforme explicado na fundamentação teórica.
Observando as condições de produção deste material é importante explicar que o dia
do secretariado é comemorado todo dia 30 de setembro, pois durante a segunda fase da
Revolução Industrial, iniciada em 1860, Christopher Sholes inventou um tipo de máquina de
escrever. Sua filha Lilian Sholes testou este invento, tornando-se a primeira mulher a
escrever em uma máquina, em público. Lilian nasceu no dia 30 de setembro de 1850, e, em
comemoração ao centenário de seu nascimento, as empresas fabricantes de máquinas de
escrever fizeram diversas comemorações, entre elas o concurso para escolher a melhor
datilógrafa. Estes concursos atingiram um sucesso considerável e passaram a ser realizados
anualmente, como muitas secretárias participavam, o dia passou a ser conhecido como o dia
das secretárias. Dito isto, se torna possível identificar que esses acontecimentos, essa tradição
que foi vigente durante muito tempo contribuiu para a formação de pré-construídos acerca da
profissão. Se na atualidade, há apenas alguns meses, em 2016, este vídeo pode circular com
esses dizeres e ainda gerar todos os comentários que gerou é possível dizer que esta memória
discursiva, da secretária da Revolução industrial, contribui até os dias atuais para que circule
os dizeres a respeito “da secretária” tecnicista. É possível dizer que esta memória contribui
para a solidificação do pré-construído e portanto, constitui parte das condições de produção
para os comentários que serão analisados a seguir.
Com o surgimento das associações da classe de secretários do Brasil, iniciou-se uma
divulgação e popularização do dia 30 de setembro como sendo o “Dia da(o) Secretária(o). Em
alguns Estados brasileiros, o dia foi oficialmente reconhecido. Em São Paulo, por exemplo, a
lei n°1.421 de 26 de outubro de 1977, reconhece e oficializa 30 de setembro como “Dia da(o)
Secretária”(o). (FENASSEC12 2016)
Porém, mesmo diante das mudanças formais apontadas ainda é possível encontrar
pré-construídos que partem de outra FD em relação à profissão, sendo que considera-se
alguns condizentes ao profissional de secretariado e outros não. Sobre o pré-construído
Pêuchex (1995, p. 164) afirma que “corresponde ao “sempre-já-aí” da interpelação ideológica
que fornece impõem a “realidade” e seu “sentido” sob a forma da universalidade”. Assim,
encontramos dizeres, como dos comentários dos usuários da rede, que se expressam tendo
determinadas referências já estabilizadas do que é ou não é um profissional de secretariado
“uma secretária”.
Dito isto, alguns comentários foram selecionados para a análise e serão apresentados
a seguir:
12
A FENASSEC – Federação Nacional das Secretárias e Secretários é uma entidade sindical de segundo grau,
criada em 31 de agosto de 1988 em Curitiba, Paraná. É uma entidade de direito privado, sem fins lucrativos, com
o objetivo de representar toda a categoria secretarial em todo o território nacional. (Fonte:
http://www.fenassec.com.br)
164
IX ENCONTRO NACIONAL DOS ESTUDANTES DE SECRETARIADO
TEMA: Modernidade Líquida
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Falar implica incluir o lugar de onde se fala e a fala do Outro – lugar do simbólico –,
mesmo que isso não seja transparente para o sujeito. Falando, o sujeito não está em
simbiose com o mundo. Ao entrar na linguagem e ao estabelecer uma distância entre
as palavras e as coisas, distância necessária para constituição da subjetividade, o
sujeito se vê submetido ao funcionamento de uma estrutura linguística, ou seja,
encontra-se submetido a uma estrutura de linguagem, por um lado, e a sentidos já
constituídos na historicidade e na memória, por outro.
165
IX ENCONTRO NACIONAL DOS ESTUDANTES DE SECRETARIADO
TEMA: Modernidade Líquida
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pensa produzir em seu interlocutor. Este imaginário nos remete à afirmação de Pêcheux
(1993, p. 75) de que “um discurso é sempre pronunciado a partir de condições de produção
dadas”. Dentre tais circunstâncias, Pêcheux (1993, p. 82) destaca as formações imaginárias:
“O que funciona nos processos discursivos é uma série de formulações imaginárias que
designam o lugar que A e B se atribuem cada um a si e ao outro, a imagem que eles fazem do
seu próprio lugar e do lugar do outro.”
É possível dizer ainda que há uma marcação de posição ideológica, também em C2 e
C3 já que ela afirma: “Profissionais de secretariado”, ou seja, é possível dizer que ela possui o
léxico utilizado pela comunidade acadêmica de secretariado. Assim percebe-se que C2 e C3
se colocam como posição sujeito formado em secretariado e como profissionais atuantes da
área de secretariado executivo. Conforme explicado por Pêcheux (1975) a posição sujeito é a
posição que cada sujeito assume em um discurso, devido a identificação que se dá entre o
sujeito que enuncia e o sujeito do saber, que é a forma-sujeito.
Percebe-se que tanto em C2 como em C3 há a mobilização de enunciados que advêm
de uma mesma formação discursiva. Para Pêcheux (2005) esses enunciados são os que podem
e devem ser ditos em determinadas condições de produção, e neste caso percebe-se que os
dois comentários mobilizam tanto o estudo quanto o registro profissional para autorizar seus
discursos. Há portanto, uma FD que regula os dizeres acerca do profissional formado na área
e que possibilita o surgimento desse tipo de comentário no Facebook.
Os comentários selecionados que são favoráveis a campanha se encontram abaixo na
tabela a seguir:
É possível dizer que estes internautas partem de uma memória discursiva diferente
para tratar da profissão do secretariado. Orlandi (2012, p. 31) explica que a memória
discursiva seria “o saber discursivo que torna possível todo dizer e que retorna sob a forma do
pré construído, o já dito, que já está na base do dizível, sustentando cada tomada de palavra”.
Achard (1999, p.14) complementa que no que diz respeito a memória, há um funcionamento
da linguagem que comporta somente um “registro discursivo” o que permite reconhecer as
palavras em diferentes contextos, mas que justamente é o causador do problema dessa análise
que está sendo apresentada. Em C4 notamos que o internauta se sente ofendido, vítima de
preconceito por ler que as discussões não incluem o secretário do lar na categoria profissional
do secretariado.
De acordo com Achard (1999) há sempre uma regularidade que chamam por
implícitos para o analista, e que neste caso implica que o termo secretária do lar existe e
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circula dentro de uma regularidade discursiva, apresentada no vídeo e nos comentários. Visto
que, a memória não se estabelece por Leis, registros, tempo de estudo e sim pela circulação
dos enunciados. Então, quando surge em C4, C5 e C6 a afirmação de que quem realiza
serviço doméstico é secretária sim, é apresentada uma outra regularidade de circulação. Dito
isto, essa regularidade é o que contribui para a reafirmação da memória do termo.
Além disso, em C4, C5 e C6 é possível ver as marcas linguísticas da identificação do
sujeito social com esta determinada FD que incorpora o “secretário do lar” enquanto
secretário. C4 diz: “eu sou uma secretária do lar”, C5 comemora : “Dia da secretária do lar
(... ) parabéns para mim” e C6 ainda considera: “Me perdoe as outras categorias de
secretárias, executivas e afins, mas as do LAR, tem todo meu carinho amor e respeito”. Dessa
forma, é possível perceber que a FD do secretariado informal é aquela com a qual esses
sujeitos se identificam e, portanto, os passa a constituir enquanto sujeitos.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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redes sociais são grandes influenciadoras dos indivíduos, e só fazendo circular os discursos
oficiais e científicos que a área terá possibilidade de se consolidar para diferentes públicos.
6 REFERÊNCIAS
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Papel da memória. Tradução e introdução José Horta Nunes. Campinas: Pontes, 1999.
COURTINE, Jean-Jacques. Définition d’orientations théoriques et construction de procédures
en analyse du discours. Philosophiques, vol. IX, número 2, octobre 1982.
D’ELIA, Bete; AMORIM, Magali; SITA, Mauricio. Excelência no Secretariado: a
importância da profissão nos processos decisórios. São Paulo: Ser Mais, 2013.
DAVALLON, J. A imagem, uma arte da memória? In: ACHARD, P.(et al.) Papel da
Memória. Trad. José Horta Nunes. Campinas: Pontes, 1999.
FENASSEC. Dia Nacional do Secretariado. Disponível em
http://www.fenassec.com.br/b_osecretariado_dia_secretaria.html. Acesso em: 20 de março de
2017
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas S.A, 1991.
GRIGOLETTO, Evandra. Do lugar discursivo à posição-sujeito: os movimentos do sujeito-
jornalista no discurso de divulgação científica. In: Práticas discursivas e identitárias –
sujeito e língua. CAZARIN, E.A.; GRIGOLETTO, E. ; MITTMANN, Solange (Orgs.). Porto
Alegre: Nova Prova, 2008.
KEHDI, Valter. Formação de palavras em português. São Paulo: Ática, 1992.
MAGALHÃES, G. Introdução à metodologia da pesquisa: caminhos da ciência e
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MAGALHÃES, B.; MARIANI, B. Processos de subjetivação e identificação: ideologia e
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2010.
NEIVA, Edméa Garcia; D’Elia. As novas competências do profissional de secretariado. 3.
Ed. São Paulo: IOB Folhamatic, 2014.
NONATO JÚNIOR, R. Epistemologia e teoria do conhecimento em secretariado
executivo: a função das ciências da assessoria. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2009.
ORLANDI, E. P. Discurso em Análise: Sujeito, Sentido, Ideologia. Campinas, SP: Pontes
Editores, 2012.
_____.Análise de Discurso: princípios e procedimentos. 10. ed. Campinas, SP: Pontes
Editores, 2012.
_____.As formas do silêncio - No movimento dos sentidos. SP: Editora da UNICAMP,
2007
PÊCHEUX, M. Semântica e Discurso: uma crítica a afirmação do óbvio. Trad. Eni
Orlandi [et al] 3 ed. São Paulo: Editora da Unicamp, 1995
_____.(1999). A Imagem, uma arte de memória? In: Davallon, J. et al. (Org.). Papel da
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POSSENTI. S. Questões para analistas do discurso. São Paulo, SP: Parábola Editorial,
2009
168
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RESUMO: Diante da real evolução da carreira secretarial, durante a qual se observa que o
profissional se reinventou e passou a dominar diversas atividades organizacionais, inclusive,
no plano estratégico e que dentre elas, está a gestão de conflitos, este estudo tem como
objetivo, verificar se os currículos dos cursos de graduação em Secretariado Executivo das
Instituições de Ensino Federal apresentam elementos que indiquem o desenvolvimento das
competências para a gestão de conflitos. Em termos metodológicos, está pesquisa optou pela
abordagem qualitativa, de natureza básica e descritiva quanto aos objetivos. No que se refere
à coleta de dados selecionou-se, a partir do critério de nota máxima no Exame Nacional de
Desempenho dos Estudantes, Instituições de Ensino Superior Público Federal, que ofertam o
curso de graduação em secretariado e quanto às técnicas aplicadas utilizou-se a bibliográfica e
documental. Depois de confirmada a necessidade do desenvolvimento de competências para a
gestão de conflitos, com base nos marcos legais da profissão secretarial, identificou-se que os
cursos de graduação, avaliados durante a pesquisa, apresentam elementos, em seus currículos,
que oferecem a possibilidade de desenvolvimento da gestão de conflitos aos graduandos.
1 INTRODUÇÃO
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2 REFEREENCIAL TEÓRICO
Saber agir Saber o que e por que fazer algo; saber julgar, escolher, decidir.
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AÇÕES SIGNIFICADOS
Fonte: Elaborado pelas autoras com base em Fleury e Fleury (2001) e Fleury (2002).
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cursos de graduação devem focar em formar profissionais que atuem como assessores
executivos, o mais perto possível dos centros deliberativos da organização, possuindo
condições de também, executar funções de gestor, empreendedor e articulador.
Vale lembrar que o desenvolvimento de competências é também matéria tratada pelo
Ministério de Educação, que estabeleceu por meio da Resolução n. 3, de 23 de junho de 2005,
as diretrizes curriculares nacionais para os cursos de graduação em Secretariado Executivo,
cujo artigo 4º determinou quais são as habilidades e competências que devem ser
desenvolvidas durante o processo de formação,
ANTES DEPOIS
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ANTES DEPOIS
* Mecânica * Criativa
* Submissa * Empreendedora
* Dependente * Autônoma
* Disponível * Acessível
* Seguidora * Líder
A partir dos estudos de Natalense (1998), outros autores começaram a focar seu
trabalho no sentido da transformação da profissão, entre eles destacam-se o de Carvalho e
Grisson (2002, p. 447) quando comentam a transformação no perfil do profissional de
secretariado executivo que: “deixou de ser uma executora de pequenas tarefas para exercer
funções criativas [...]”. Nesse sentido, Carvalho e Grisson (2002) e Cordeiro (2009) acreditam
que tal fato ocorreu porque o profissional de Secretariado Executivo buscou o
aperfeiçoamento de suas competências.
Neiva e D’Elia (2009) expõem que ao longo dos anos, a profissão e o profissional
enfrentaram diversas transformações. O avanço da tecnologia possibilitou que novos
processos passassem a fazer parte do dia a dia do Secretário. O Quadro 4 retrata as mudanças
no perfil do profissional de Secretariado Executivo.
Quadro 4 – Perfil do profissional de secretariado
Ontem Década de 1990 Século XXI
175
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[...] há pouco tempo o conflito estava interligado a uma conduta indesejável e era
visto como uma característica de indivíduos que não conseguiam se relacionar com
os outros, que não faziam parte da equipe ou, simplesmente, não se encaixavam. A
melhor maneira de lidar com o conflito era evitá-lo. [atualmente] é visto como uma
dinâmica interpessoal e quando tratado de maneira correta, pode ser ao menos
administrado, muitas vezes, resolvido e, provavelmente, terá resultados bastante
criativos.
Tal idealização do conflito alinha-se ao teorizado por Robbins (2005, p. 327, grifo do
autor) sobre a influência do conflito nos grupos organizacionais: “[...] alguns conflitos apoiam
os objetivos do grupo e melhoram seu desempenho; estes são os conflitos funcionais, formas
construtivas de conflito. Por outro lado, existem conflitos que atrapalham o desempenho do
grupo; são formas destrutivas ou disfuncionais de conflito”.
Quanto há definição do melhor método para conduzir situações de conflito nas
organizações é necessário reparar no histórico de cada situação. A resistência, que é uma
característica daquele que defende sua opinião, é normal em todas as esferas de conflito, e
sendo assim, é preciso competência para gerir e até mesmo sanar situações de conflito
(MOREIRA; OLIVO, 2012). Quanto a questão da competência para gerir situações
antagônicas, Durante et al. (2010, p. 12), evidenciam que os profissionais de Secretariado
Executivo:
Com base no exposto, é visível que a gestão de conflitos está cada vez mais presente
no cotidiano do profissional de Secretariado Executivo, fundamentando assim o proposto por
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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
No que se refere a abordagem este estudo adotou-se a qualitativa, assim sendo, não
houve preocupação com a representatividade numérica, mas com o aprofundamento da
compreensão do fenômeno (GERHARDT; SILVEIRA, 2009). Neste caso, se buscou
entendimento sobre a possibilidade de desenvolvimento da competência para gerir conflitos
em cursos, específicos, os de graduação em secretariado.
Quanto aos objetivos a pesquisa é descritiva, pois de acordo com Gil (2002, p. 42)
“tem como objetivo primordial descrição das características de determinada população ou
fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis”. Assim, foram descritos os
elementos como competências, secretariado e gestão de conflitos e as relações entre eles.
Em relação à natureza da pesquisa, de acordo com Gerhardt e Silveira (2009, p. 34) é
considerada básica, pois tem como objetivo “[...] gerar conhecimentos novos, úteis para o
avanço da Ciência, sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais”.
Ou seja, o estudo não é aplicado, apenas faz considerações sobre o desenvolvimento da
competência para gestão de conflitos.
No que se refere às técnicas de coleta de dados, esta pesquisa caracteriza-se como
bibliográfica e documental. Bibliográfica, pois há a utilização de material teórico, retirado de
livros e periódicos dos campos pesquisados Gil (2002), que, diante do proposto, envolve as
áreas de secretariado, competências e gestão de conflitos. No que se refere a documental, este
estudo utilizou legislação da área secretarial, especificamente a Lei 7.377, de 30 de setembro
de 1985, tendo em vista que a Lei n.º 6.556, de 5 de setembro de 1978, não traz elementos
sobre as atribuições contemporâneas do secretariado executivo e a Lei n.º 9.261, de 10 de
janeiro de 1996, apenas altera os art. 2º, 3º, 4º e 6º da Lei 7.377, que não tratam das
atribuições. Utilizou-se ainda, documentos oficiais das Instituições de Ensino Superior (IES)
selecionadas para estudo e, a partir das Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de
graduação, em Secretariado Executivo – Resolução N° 3 de 23 de junho de 2005, outro marco
legal da profissão secretarial, verificou-se a necessidade de desenvolver competências para a
gestão de conflitos nos cursos de graduação das IES.
Comprovada tal primordialidade, partiu-se, então, para a escolha das IES a serem
analisadas. Observa-se que se trata de um universo de 47 instituições que ofertam o Curso e,
optou-se pela verificação dos planos de ensino das universidades federais com nota 5 no
ENADE, consideradas de excelência, por terem o melhor desempenho no Exame Nacional de
Desempenho dos Estudantes.
Definida a amostra da pesquisa, Universidade Federal de Viçosa (UFV) e
Universidade Federal do Ceará (UFC), iniciou-se a partir da ementa de cada uma das
disciplinas que compõem o currículo do curso de secretariado das universidades, a busca por
elementos que indicassem o desenvolvimento da competência para a gestão de conflitos. Para
tanto, foram estabelecidas palavras-chave associadas ao tema, tais como: conflitos, gestão de
conflitos, conflitos interpessoais, relacionamento interpessoal, mediação e negociação.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
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II. assistência e assessoramento direto a executivos; Não está relacionado com gestão de conflitos.
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Fonte: Elaborado pelas autoras com base em Lei n. 7.377, de 30 de setembro de 1985.
I - capacidade de articulação de acordo com os níveis Não está relacionado com gestão de conflitos.
de competências fixadas pelas organizações;
II - visão generalista da organização e das peculiares Não está relacionado com gestão de conflitos.
relações hierárquicas e inter-setoriais;
III - exercício de funções gerenciais, com sólido Não está relacionado com gestão de conflitos.
domínio sobre planejamento, organização, controle e
direção;
IV - utilização do raciocínio lógico, crítico e analítico, Não está relacionado com gestão de conflitos.
operando com valores e estabelecendo relações
formais e causais entre fenômenos e situações
organizacionais;
V - habilidade de lidar com modelos inovadores de Não está relacionado com gestão de conflitos.
gestão;
VII - receptividade e liderança para o trabalho em Não está relacionado com gestão de conflitos.
equipe, na busca da sinergia;
VIII - adoção de meios alternativos relacionados com Não está relacionado com gestão de conflitos.
a melhoria da qualidade e da produtividade dos
serviços, identificando necessidades e equacionando
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soluções;
X - gestão e assessoria administrativa com base em Não está relacionado com gestão de conflitos.
objetivos e metas departamentais e empresariais;
XI - capacidade de maximização e otimização dos Não está relacionado com gestão de conflitos.
recursos tecnológicos;
XII - eficaz utilização de técnicas secretariais, com Não está relacionado com gestão de conflitos.
renovadas tecnologias, imprimindo segurança,
credibilidade e fidelidade no fluxo de informações;
XIII - iniciativa, criatividade, determinação, vontade Não está relacionado com gestão de conflitos.
de aprender, abertura às mudanças, consciência das
implicações e responsabilidades éticas do seu
exercício profissional.
Fonte: Elaborado pelas autoras com base em Resolução da Câmara de Educação Superior n. 3 de 2015.
5 RESULTADOS
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7 REFERÊNCIAS
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RESUMOS EXPANDIDOS
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1 INTRODUÇÃO
De acordo com art. 44, inciso III, da Lei N. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, os
programas de Pós-Graduação representam os cursos de mestrado, doutorado, especialização,
aperfeiçoamento entre outros, destinados àqueles que tenham concluído um curso de
graduação e que sejam capazes de atender as exigências da instituição que pretendem
ingressar (BRASIL, 1996). Sob tal disposição, inserem-se os Programas de Pós Graduação da
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que em termos de estrutura administrativa
conta com uma secretaria, cuja função é dar suporte ao coordenador, aos discentes e aos
docentes, que integram o programa. Desse modo, acredita-se que para o funcionamento
efetivo do programa, como um todo, é preciso que o servidor responsável pelo setor
desenvolva competências específicas, principalmente, naquilo que se refere à gestão do
conhecimento, uma vez que os coordenadores dos programas têm uma função temporária, isto
é, um mandato de dois anos, renovável por mais dois.
Neste cenário, encontra-se o profissional de secretariado executivo como sujeito
responsável pela secretaria de um programa de pós graduação na UFSC, que se pressupõe, em
concentrar informações, as quais precisam ser geridas para fins de assessoramento. A partir de
tal premissa, surge como questionamento: como o profissional de secretariado realiza a gestão
do conhecimento a partir das suas competências no Programa de Pós-Graduação em
Engenharia de Automação e Sistemas (PPGEAS) da UFSC? Diante do problematizado, este
estudo tem como objetivo verificar como o profissional de secretariado realiza a gestão do
conhecimento a partir das suas competências no Programa de Pós-Graduação em Engenharia
de Automação e Sistemas (PPGEAS) da UFSC. Este estudo se justifica pela observação do
crescimento exponencial dos Programas de Pós-Graduação na UFSC, o que torna evidente a
importância das atividades realizadas nas secretarias dos PPGs e, neste caso, no PPGEAS.
Outra motivação para a pesquisa é a percepção de que a troca periódica de coordenadores
ocasiona, de certa forma, uma descontinuidade do conhecimento e o profissional de
secretariado, neste caso, como responsável pela secretaria administrativa tem papel essencial,
no sentido de manter a continuidade e a fluidez das informações e dados do programa.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
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6 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para alcançar o objetivo deste estudo, que está em fase de desenvolvimento, será
aplicada a abordagem qualitativa e como estratégia o estudo de caso. O que se pretende é
apresentar as atividades realizadas pela secretaria do PPGEAS, as ações que essas atividades
demandam e associá-las aos modos de conversão do conhecimento, para então promover a
gestão. Como procedimentos técnicos opta-se pela utilização das pesquisas bibliográfica e
documental, por meio das quais será possível elaborar a fundamentação teórica e embasar a
análise de dados. A observação participante também será utilizada no sentido de apurar, a
partir das atribuições do Secretário Executivo na UFSC, quais competências este profissional
irá utilizar para promover a gestão do conhecimento.
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7 RESULTADOS E DISCUSSÃO
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8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
9 REFERÊNCIAS
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TEMA: Modernidade Líquida
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IX ENCONTRO NACIONAL DOS ESTUDANTES DE SECRETARIADO
TEMA: Modernidade Líquida
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1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Ao longo dos anos, os fatores que contribuíram para a motivação dos indivíduos
passaram a ser vistos de diferentes formas e as empresas precisaram se adaptar a estas
mudanças, uma vez que a motivação afeta diretamente a produtividade dos colaboradores e
tende a garantir melhores resultados. Este trabalho apresenta as abordagens, além de outros,
do autor Chiavenato e principalmente Daniel Pink, que desenvolveu sua teoria motivacional
baseada no tripé: autonomia, excelência e propósito. Para ele, os fatos que motivam os
colaboradores têm “menos a ver com recompensas externas para as quais a atividade conduz e
mais com a satisfação inerente da atividade em si” (PINK, 2010 p. 69). Logo, hoje em dia,
apenas as recompensas externas como dinheiro e bônus, por exemplo, não são suficientes para
manter o funcionário satisfeito e motivado.
Para Pink (2010), na motivação intrínseca somos movidos pela necessidade de
conduzir nossa vida, de aprender e criar novas coisas e de fazer o melhor para nós e para o
mundo.
Portanto, os fatores intrínsecos incluem variáveis mais pessoais e surgem de dentro do
indivíduo, como o desejo de ser reconhecido, o sentimento de responsabilidade,
desenvolvendo o sentimento de desafio no próprio trabalho, possibilitando o crescimento
pessoal e profissional. Desta maneira, o indivíduo busca novidades e desafios, sem a
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TEMA: Modernidade Líquida
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necessidade de pressão externa ou concessão de prêmios pela execução da tarefa, uma vez que
a participação nessa é a principal recompensa.
Conforme destaca Chiavenato (2008), os mecanismos de recompensas de uma
organização contribuem para incentivar os funcionários a colaborar com o crescimento da
organização, resultando em maior comprometimento por parte dos trabalhadores. No entanto,
é preciso ter cuidado para que essas recompensas, em vez de incentivar os funcionários,
terminem por minar sua disposição.
Na visão de Pink (2010, p. 39), “são aqueles menos motivados pela busca de
recompensas externas que acabam por recebê-las”.
A motivação 2.0 propunha que “o caminho para melhorar o desempenho, aumentar a
produtividade e estimular a excelência é recompensando o bom e punindo o mau” (PINK,
2010. p. 17). Porém, essa teoria possui alguns problemas de compatibilidade com os modelos
atuais de negócios e que pode até prejudicar o desempenho e a motivação intrínseca de cada
ser humano. Assim, a motivação 3.0, proposta por Pink, surge como necessidade de novas
práticas alinhadas com a motivação intrínseca: realizar a tarefa à sua maneira, a paixão pelo
que faz e a vontade de ser cada vez melhor, independentemente de ser recompensado por
realizar ou punido por não realizar as metas estipuladas. A motivação 3.0 deve contemplar
três elementos essenciais: autonomia, excelência e propósito.
Assim, é importante permitir que cada indivíduo realize a tarefa à sua maneira,
“valorize a autonomia, não o controle. Estabeleça o resultado que você espera, porém em vez
de especificar precisamente a forma de alcançá-la, deixe as pessoas livres quanto à execução
da tarefa”. (PINK, 2010 p. 57).
Na visão de Pink (2010) as pessoas precisam de autonomia sobre a tarefa que fazem,
sobre o tempo para executá-las, sobre a equipe que trabalham e a técnica que utilizam.
Podemos concluir, então, que a autonomia é capaz de despertar, no trabalhador, maior
interesse nas atividades e em realizá-las com dedicação.
O segundo elemento apresentado por Pink trata da excelência. Assim, Pink (2010, p.
99) enfatiza que
O empenho como um caminho para a excelência é uma força poderosa em nossa
vida pessoal. Embora sendo estratégia eficaz em relação à sobrevivência, a
conformidade é péssima para a realização pessoal. Uma vida plena exige bem mais
do que a mera obediência aos que estão o controle.
Para Teresa Amabile, professora na Harvard University, “o desejo de fazer algo por
considerá-lo profundamente realizador e pessoalmente desafiante inspira os níveis mais
elevados de criatividade, seja nas artes, nas ciências ou nos negócios”. (PINK, 2010 p. 103).
O terceiro elemento apresentado por Pink (2010) em busca do upgrade na motivação
3.0 é encontrar propósito em nossas atividades, para assim fazer a tarefa em nome de algo
maior. Para ele “os humanos por natureza estão em busca de propósito – uma causa maior e
mais duradoura do que eles mesmos” (PINK, 2010 p. 189).
Para sentir-se motivado, além de gostar, o indivíduo precisa ver significado naquilo
que faz e acreditar que isto é importante. Desta forma, fazendo o que se tem afinidade, as
pessoas conseguirão lidar melhor com situações de estresse durante períodos longos de tempo.
Assim sendo, as empresas devem investir nesse tripé: conceder autonomia aos
trabalhadores no que fazem; estimular a busca pela excelência na execução de suas atividades;
proporcionar meios para que eles encontrem um propósito para realizarem as tarefas e
busquem melhorar em alguma coisa. Com essas ações, eles passam a ter percepção de suas
habilidades ampliada e os mantêm motivados de forma intrínseca.
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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A pesquisa é definida por Lakatos e Marconi (2012, p. 43) como “um procedimento
formal com método de pensamento reflexivo que requer um tratamento científico e se
constitui no caminho para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais,
viabilizando encontrar respostas para questões propostas, através de métodos científicos”.
Para esta pesquisa, utilizamos a metodologia de modalidade quantitativa, qualitativa,
de campo e participante. Lima (2008) afirma que a pesquisa quantitativa “é orientada pelo
raciocínio hipotético-dedutivo”, e que para isso o pesquisador:
[...] delineia o universo da pesquisa ou define criteriosamente a amostra que será
estudada e define de maneira fundamentada as variáveis (independentes e
dependentes) que serão consideradas. O processo de coleta de dados prioriza
números e informações que possam ser quantificadas, os dados coletados e
processados são interpretados e analisados com os recursos oriundos da Estatística, e
a preocupação central reside em testar a hipótese para validá-la ou não (LIMA,
2008, p. 28).
A pesquisa qualitativa pode ser definida como um meio para explorar ou para entender
o significado que um indivíduo ou um grupo atribuem a um problema social ou humano, e seu
processo envolve a análise dos dados indutivamente construída a partir das particularidades
para o tema geral e as interpretações feitas pelo pesquisador acerca destes dados
(CRESWELL, 2010).
Quanto ao tipo participante o pesquisador participa das atividades a fim de observar os
fenômenos e compartilhar a vivência, participando de forma sistemática e permanente, ao
longo do tempo de pesquisa (SEVERINO, 2012).
Por fim, a pesquisa de campo se dá pelo fato de aplicarmos questionário a 10
colaboradores que trabalham como auxiliares operacional na organização estudada. Foi
possível mensurar as respostas obtidas no questionário, analisando-as qualitativamente,
tornando viável a percepção sobre as necessidades motivacionais do quadro de funcionários
da referida organização.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
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TEMA: Modernidade Líquida
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Este trabalho teve como principal objetivo levantar as principais necessidades dos
servidores no que compreende motivação dentro de um setor público. Por meio dele, pode-se
elencar os fatores que prejudicam a motivação dos servidores públicos do Almoxarifado
Central da Prefeitura de Maringá e analisar a falta das políticas motivacionais por parte do
órgão municipal. Contudo, após aplicação de ferramentas, como inclusão do feedback, houve
aceitação positiva dos servidores e tal fato contribuiu para que estes reconhecessem a
importância do trabalho que desenvolvem pela cidade.
Percebeu-se, também, que quando o funcionário se sente parte de uma empresa, ele
apresenta resultados satisfatórios. A sensação de pertencimento a uma equipe vencedora o
torna mais motivado e confiante a se envolver em projetos da empresa. Fato que gera aumento
da produtividade e cria forças em busca de resultados comuns.
O líder exerce influência sobre seus colaboradores e precisa transmitir confiança a
eles, pois as pessoas acreditam que com ele e por meio dele, podem alcançar os objetivos
estabelecidos na organização. As empresas devem reconhecer que os fatores utilizados
atualmente para motivar seus colaboradores estão ligados a aspectos que vão além das
tradicionais bonificações. Os colaboradores desejam ter autonomia para que eles encontrem o
propósito para realizar suas atividades diariamente, dando-lhes oportunidade de crescimento,
proporcionando um ambiente criativo a fim de valorizar as ideias, que podem contribuir para
o crescimento de todos.
6 REFERÊNCIAS
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1 INTRODUÇÃO
O endomarketing, tema deste estudo, pode ser considerado o conjunto de atitudes que
as organizações exercem para conquistar, motivar, satisfazer e aperfeiçoar os consumidores
internos, ou seja, os funcionários, para que os mesmos satisfaçam os desejos e necessidades
dos clientes externos. Dada a importância do endomarketing para o processo produtivo e de
crescimento das organizações, e ciente do papel do indivíduo nesse processo, nos últimos
anos a temática tem sido amplamente discutida, tanto por pesquisadores quanto por
profissionais que atuam nas mais diversas formas organizacionais (SOUZA e MIRANDA,
2015).
No entanto, observa-se que em muitas empresas, o endomarketing é utilizado como
forma estratégica de obter resultados nas vendas e fidelização de clientes, não exercendo o
real papel, qual seja, a valorização do funcionário enquanto capital humano da organização.
Diante disso, muitas organizações estão buscando estratégias para que seus
colaboradores desenvolvam o senso de pertencer e não somente de estar empregados. Nesse
sentido, por meio de incentivos aos colaboradores, as organizações almejam buscar uma
forma de que os objetivos, tanto das organizações, quanto dos colaboradores, não se
confrontem, pelo contrário, unam-se em prol de um benefício satisfatório para ambos.
Dessa maneira, essa pesquisa ampara-se no fato de que a percepção com relação a
estudos na área de marketing, mais precisamente em endomarketing, vem ganhando espaço,
tanto na teoria, quanto na prática e procurou responder à seguinte questão de pesquisa: qual é
a percepção dos docentes do curso de Secretariado Executivo da Universidade Estadual do
Oeste do Paraná (Unioeste) no que tange ao marketing interno utilizado pela citada instituição
de ensino superior (IES)? Quanto aos objetivos delineados para o presente estudo tem-se o
propósito de identificar as principais ações de endomarketing utilizadas na IES estudada e a
participação dos docentes do curso de Secretariado Executivo nesse processo. Assim, para
que seja possível alcançar os objetivos propostos, este estudo apresenta um levantamento
bibliográfico à guisa de autores que buscam esclarecer o assunto e também uma pesquisa
exploratória junto aos docentes do curso de Secretariado Executivo da Unioeste.
Quanto aos resultados, compreende-se que essa pesquisa possa contribuir para
permear reflexões acerca da importância do endomarketing para IES e especificamente para a
área de secretariado executivo, no que se refere às ações de melhoria do processo de gestão
dos cursos e formação profissional.
Para galgar o objetivo desta pesquisa, esse estudo está subdivido em cinco capítulos.
Apresentará, além desse primeiro capítulo introdutório, um segundo capítulo apresentando os
referenciais teóricos que embasaram esta pesquisa. O terceiro capítulo apresenta os
procedimentos metodológicos utilizados para atingir o objetivo deste estudo; o quarto capítulo
destina-se a apresentar os resultados obtidos e as discussões acerca dos mesmos. O quinto e
último capítulo deste estudo, aborda as considerações finais.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
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28 a 30 de junho de 2017
No ano de 2016, o curso contava com um corpo de 19 docentes, 10 deles efetivos e 9 deles
vinculados a IES por contratos temporários.
Durante os 29 anos de história, o curso formou 727 discentes. O número expressivo de
formados enfatiza a necessidade de docentes preparados e satisfeitos para que possam orientar
e incentivar esses alunos nos âmbitos profissional, acadêmico e pessoal.
Dos 19 docentes que atuavam no curso de Secretariado Executivo da Unioeste no ano
de 2016, 16 responderam ao questionário, representando 84,21% dos professores do curso.
Verificou-se, em relação ao perfil dos respondentes que, a maioria dos docentes eram
mulheres (68,8%), dado esse que corrobora com a realidade do curso no país, formado em sua
maioria por mulheres; e com idade igual ou superior a 40 anos (50%). Com relação à
escolaridade dos docentes do curso, 50% responderam que possuem doutorado, 50%
mestrado, porém 12,5% estão com o doutorado em andamento, um grau de instrução
considerado significativo, levando em consideração a inexistência de programas de pós-
graduação stricto sensu na área de secretariado. Além disso, no geral os docentes possuem
uma vinculação com a IES de 10 a 20 anos, o que garante um grau de rotatividade baixo e
consequente satisfação com a IES e o curso.
A indagação sobre o ponto de vista dos docentes no que diz respeito à preservação do
clima e da cultura organizacional por meio da comunicação interna do curso de Secretariado
Executivo da Unioeste recebeu ponderação positiva, já que a metade dos respondentes
acreditam que sempre exista essa preservação. Dos respondentes, 43,8% acreditam que a
política de marketing interno utilizada pela Unioeste sempre contribui para aumentar o grau
de comprometimento do docente, 31,3% acreditam que quase sempre esse endomarketing
contribui e 25% relatam que às vezes a política auxilia.
Na questão que indagou aos docentes se o endomarketing da Unioeste tem valorizado
a criatividade, esforço, iniciativa e envolvimento no curso verificou-se que somente 18,8%
acreditam que essa valorização quase nunca aconteça, porém, o restante realizou apontamento
positivos, como sempre e quase sempre.
Indagou-se também se os docentes obtêm retorno do líder/coordenador sobre o seu
desempenho nas atividades funcionais, questão essa que foi positivamente avaliada, já que
50% dos respondentes acusam sempre receber esse retorno. Outro ponto questionado foi a
facilidade que o líder/coordenador possui em se relacionar com os docentes e obteve
predomínio nas avaliações positivas com 68,8% dos docentes afirmando que o
líder/coordenador sempre se relaciona com facilidade.
A clareza, a eficiência e a rapidez com que as informações de interesse comum dos
docentes chegam a eles também foi investigada e mais da metade dos mesmos afirmam
receber quase sempre essas informações. No que tange a resolução e atenção dada aos
problemas entre docentes e discentes na IES estudada, a opinião dos docentes que recebeu o
maior número de resposta foi sempre, com 56,3%.
No questionamento sobre a resolução dos problemas entre os docentes percebe-se o
cuidado do curso e da IES para com os seus professores, já que 87,6% realizaram avaliação
positiva deste quesito. Observa-se que 68,8% dos docentes sempre indicariam a Unioeste para
outras pessoas trabalharem. Contatou-se também que os fatores que mais motivam os
docentes na IES são a atividade/função, horário de trabalho, as relações com os colegas e
trabalho em equipe. Já os que mais os desmotivam são: ambiente de trabalho, normas e
condutas e falta de reconhecimento. A última opção de resposta disponibilizada aos docentes
merece um adendo, já que oito dos 16 professores disseram que nenhuma das alternativas
anteriores eram as que os desmotivavam.
A satisfação dos docentes também foi questionada e observa-se que 62,5% dos
docentes se dizem satisfeitos com a relação de trabalho oferecida pela IES estudada, o que
indica que as políticas de endomarketing da IES estão atuando corretamente.
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TEMA: Modernidade Líquida
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Na questão aberta e que indagava o que a instituição poderia oferecer para aumentar a
motivação e a satisfação dos docentes, foram observados aspectos em comum, como um
quadro maior de funcionários e professores, recursos para a estrutura física, o maior apoio e
desenvolvimento da pesquisa e a diminuição da burocracia.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
6 REFERÊNCIAS
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1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Este capítulo apresenta uma breve discussão sobre o desenvolvimento das CCE’s
analisadas e as estratégias de ensino utilizadas na disciplina de Empreendedorismo.
A partir da análise das respostas do primeiro questionário aplicado (Gráfico 1), no
início da disciplina, pode-se considerar que os acadêmicos já apresentavam perfil
empreendedor, pois possuíam um considerável grau de desenvolvimento das CCE’s
analisadas. Foi possível observar que na maioria das dez características analisadas, a
pontuação final ultrapassou 15 pontos na primeira investigação. Especificamente, a média dos
pontos obtidos pelos acadêmicos ultrapassou 15 pontos em todas as características já antes da
disciplina, exceto “correr riscos calculados”, na qual apresentaram a média de 14,4 pontos.
Destaque-se, porém, que nesta 1° fase os 34 acadêmicos analisados, na média, não
atingiram 20 pontos em nenhuma das características, indicando que os investigados em geral
não apresentavam nenhuma característica empreendedora fortemente desenvolvida.
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IX ENCONTRO NACIONAL DOS ESTUDANTES DE SECRETARIADO
TEMA: Modernidade Líquida
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Nota-se que houve melhoria de todas as características analisadas depois das aulas, o
que é bastante satisfatório e está em conformidade com Dornelas (2001) e Dolabela (1999),
autores que sustentam que o processo empreendedor pode ser apreendido, desde que mediante
metodologias específicas, dinâmicas e construtivistas.
É importante observar que “correr riscos calculados”, característica de menor
desenvolvimento na primeira aplicação, foi justamente a que apresentou a maior evolução na
segunda fase de aplicação. Mesmo assim, com a mesma pontuação final da CCE “Persuasão e
rede de contatos”, nestas CCES os acadêmicos necessitam de maior evolução.
Pode-se verificar também, que a característica que menos evoluiu foi “busca de
informações”. Vale ressaltar que esta CCE é fundamental para o empreendedor, pois quanto
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TEMA: Modernidade Líquida
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maior o número de informações, melhor será o seu planejamento estratégico, análise dos
riscos e tomada de decisões.
Por fim, vale mencionar que a CCE “estabelecimento de metas” teve um aumento de
1,2 pontos, sendo esta também a característica de maior expressividade para os acadêmicos
nas duas fases da pesquisa. Inclusive é a única CCE que os acadêmicos atingiram mais de 20
pontos. Este resultado é bastante positivo, pois os investigados estão num momento
profissional de suas vidas que exige tomada de decisão, sendo que a definição de planos e
metas para atingir esses objetivos desejados é fundamental.
De modo geral, pode-se inferir que os acadêmicos de Secretariado Executivo
analisados possuem perfil empreendedor, porém ainda precisam aperfeiçoar suas CCE’s,
principalmente no que se refere a correr riscos calculados e a adquirir uma rede de contatos
que seja importante e persuasiva para suas carreiras profissionais.
Na sequência, apresenta-se uma breve discussão sobre as estratégias de ensino que
contribuíram para o aumento de todas as CCE`s dos alunos ao longo de um ano letivo. A
referida disciplina possui uma carga horária de 68 h e é trabalhada em regime anual.
No decorrer do processo de aprendizagem, os acadêmicos foram submetidos a
situações e experiências práticas do cotidiano de empreendedores e intraempreendedores
(indivíduos que atuam de forma empreendedora enquanto colaboradores em outras
organizações). As principais estratégias utilizadas foram: histórias de empreendedores; vídeos
sobre pessoas criativas; palestras; leituras sobre cases empreendedores; teatros; dinâmicas;
estudos de casos; viagens e visitas a incubadoras de empresas e parques tecnológicos;
encontros e troca de ideias com empreendedores da região; filmes; discussões sobre
abordagens recentes no campo do empreendedorismo (social, coletivo, ambiental, cultural,
esportivo); projetos intraempreendedores e ainda, uma atividade final feita em grupo. Esta
atividade ao final da disciplina tem o intuito dos acadêmicos praticarem de “forma concreta”
alguma ação empreendedora e é intitulada pelo professor da disciplina como “Desafio
Empreendedor”. Os alunos o fazem coletivamente e possuem autonomia sobre o tipo da ação
a ser realizada. A turma em questão optou por planejar e organizar um encontro esportivo
para toda a comunidade acadêmica de Secretariado Executivo da universidade, para fins de
integração social e esportiva. Ressalta-se que todos os recursos financeiros arrecadados com
este momento chamado de “I Integrasec” foram doados para uma entidade de assistência a
pacientes de câncer. Assim, com essa ação, os acadêmicos puderem colocar em prática as
abordagens de empreendedorismo social, coletivo, cultural e esportivo, vistas anteriormente
em sala de aula.
Pode-se inferir que todas essas estratégias utilizadas durante a disciplina estão em
conformidade com Filion (2000) e Ferreira e Mattos (2003), quando afirmam que as práticas
de ensino que incentivam o empreendedorismo são as interativas e construtivistas.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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6 REFERÊNCIAS
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
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Por fim, na última questão, é possível perceber que um percentual próximo de 58%
concorda plenamente que o estágio é um suporte que contribui para o alcance dos objetivos
pessoais, dos objetivos da IES e também da empresa concedente de estágio. Ainda, 36,84%
concordam parcialmente com essa afirmação. Dessa forma, reafirmam a importância da
prática do Estágio Supervisionado em Secretariado Executivo para os três atores envolvidos.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o objetivo de analisar a opinião dos acadêmicos concluintes (ano letivo de 2016)
sobre o Estágio Supervisionado do Curso de Secretariado Executivo da Unioeste, este estudo
utilizou como coleta de dados a aplicação de um questionário com oito questões fechadas.
Após a análise dos dados coletados, é possível concluir que há influência positiva do
Estágio Supervisionado do referido curso para o desenvolvimento da carreira profissional dos
acadêmicos. Isso porque elevado índice de acadêmicos considerou o estágio uma
oportunidade de agregar conhecimentos para a profissão e uma troca de conhecimento mútua
entre os três atores: acadêmico, instituição e empresa concedente, entre outros aspectos que
permite compreender que o Estágio Supervisionado do Curso de Secretariado Executivo da
Unioeste é alinhado com os anseios do mercado de trabalho e com habilidades múltiplas.
Todavia, foi possível verificar a necessidade de esclarecer sempre aos acadêmicos a
importância do estágio para a carreira profissional e, além disso, a importância dos
professores e orientadores acompanharem mais frequentemente os estagiários em suas
práticas empresariais, de forma a conduzí-los mais seguros para a prática empresarial.
Observando o exposto, conclui-se que o objetivo geral deste resumo foi atendido,
porém, é importante mencionar que não se teve a pretensão de esgotar o assunto em questão.
Pelo contrário, são resultados primários de um trabalho maior, que envolve um relatório de
Estágio Supervisionado em Secretariado Executivo. Por isso, para pesquisas futuras sugere-se
justamente que outros atores sejam também ouvidos em relação ao Estágio Supervisionado na
área secretarial.
6 REFERÊNCIAS
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1 INTRODUÇÃO
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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Secretariado Executivo > Modalidade presencial > Grau bacharelado > Situação em atividade,
os demais campos foram deixados em branco. A partir dos critérios de busca aplicados foram
identificados 92 cursos com a situação “em atividade”. Ressalta-se que para fins de
confiabilidade dos dados, para este estudo foram considerados também os cursos com status
“em suspensão”, porém que ainda estão ativos. Por meio dos dados coletados, foi possível
identificar também a localização dos cursos por unidades de federação do país.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
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Isso posto, pode-se afirmar que as DCN não estabelecem diretrizes para a atuação do
profissional bacharel em secretariado executivo, na docência no ensino superior. Ou seja, os
profissionais bacharéis são preparados durante a graduação para atuação direta nas
organizações.
Como ocorre em outras áreas do conhecimento, os docentes de secretariado
executivo fundamentam seus conhecimentos para o ensino na experiência da prática
profissional e nos cursos de pós-graduação que realizam (BARROS; SILVA; LOPES, 2014).
Para tanto, é primordial que se busque aperfeiçoamento acerca dos conhecimentos
pedagógicos, para se estabelecer uma relação entre ensino-aprendizado entre docentes e
alunos.
Compreende-se assim, que a formação pedagógica de docentes que atuam no ensino
superior nos cursos de bacharelado em secretariado executivo, não ocorre apenas por meio do
planejamento proposto pelas DCN, tendo em vista essa formação técnica. Nesse contexto, o
profissional que atua em disciplinas específicas da área, apenas com a formação de graduação,
pode enfrentar desafios no que tange ao preparo didático-pedagógico para o ensino, conforme
também afirmaram Barros, Silva e Lopes (2014).
Acredita-se que esses docentes, busquem aperfeiçoar seus conhecimentos para a
prática didático-pedagógica, por meio da realização de cursos de pós-graduação lato e strictu
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sensu. Contudo, tal constatação demanda de pesquisas futuras para ser investigada e
explorada.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O processo formativo dos profissionais que atuam na docência no ensino superior deve
ser compreendido não apenas em seu campo específico de formação, mas também na área
didático-pedagógica, visto que esse docente assume responsabilidade significativa na
formação e na educação profissional dos discentes.
A ação docente nas IES contudo, por vezes, não perpassa por um processo de
formação pedagógica. Assim, no que se refere ao desempenho do docente no nível superior,
Abreu e Masetto (1997, p.1) afirmam que “é comum existir uma lacuna: o professor se
caracteriza como um especialista no seu campo de conhecimentos; este é, inclusive, o critério
para sua seleção e contratação; porém, não necessariamente este professor domina a área
pedagógica”.
No que se refere ao curso de secretariado executivo, por se tratar de uma graduação
que forma bacharéis, o ensino volta-se para a atuação prática do profissional nas
organizações. Conforme pode-se compreender por meio desse estudo, a matriz curricular
desses cursos, tampouco suas DCN, preparam os profissionais para atuação na docência do
ensino superior.
Nesse contexto, paralelamente aos aspectos profissionais, como agenda de pesquisas
futuras, merece destaque uma maior compreensão acerca da atuação dos bacharéis em
secretariado executivo na docência no ensino superior e uma investigação acerca de que
maneira esses profissionais capacitam-se para a atuação docente.
6 REFERÊNCIAS
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teóricos. 11. ed. São Paulo: MG Ed. Associados, 1997.
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trabalho docente. Revista de Políticas Públicas. São Luiz: edição especial, p. 441-452, 2012.
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1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Pena (2000, p. 5) alerta que “há uma grande carência de estudos acerca do tema
egressos no Brasil”, embora seja um importante indicador de qualidade. Para Teixeira e
Maccari (2014, p. 8) “uma IES que almeja ser reconhecida por entregar valor em seus
serviços educacionais deve-se respaldar nos egressos”. Além do mais, a instituição precisa
despertar interesse por parte dos ex-alunos em contribuir com ela. Eles ainda afirmam que a
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IES deve “incentivar os egressos a apoiar e participar dos programas, serviços e eventos da
associação” (TEIXEIRA; MACCARI, 2014, p. 5).
Nesse contexto, faz-se necessário o entendimento do termo egresso. Para Lousada e
Martins (2005, p.74), “egresso é aquele que efetivamente concluiu os estudos, recebeu o
diploma e está apto a ingressar no mercado de trabalho”. Existem também outras definições
que afirmam que egresso pode ser considerado o que desistiu dos seus estudos, abandonou,
transferiu de instituição e/ou jubilou por exceder o período para conclusão de curso. No
presente trabalho, egresso é considerado o ex-aluno que concluiu os estudos e recebeu o
diploma no referido curso.
Os egressos representam uma benéfica fonte de informação sobre possibilidades de
avaliação de cursos universitários. Segundo Meira e Kurcgant (2009, p. 482), “dentre as
diferentes possibilidades de avaliação de cursos universitários, registra-se a alternativa de
averiguar a opinião do egresso quando já exercendo atividades profissionais” e a partir dessa
opinião, realizar alterações necessárias para que este profissional esteja apto a exercer sua
profissão. A avaliação procedente dos egressos merece um enfoque especial, pois, “estes
fornecem subsídios fundamentais para o estabelecimento do elo entre a graduação e a prática
profissional, ao avaliarem o currículo a que foram submetidos e a prática diária nas
organizações” (CIELO; SCHMIDT; KÜHN, 2010, p.11). Para tal, é necessário criar uma
forma de retorno de informações destes ex-alunos até o curso. Além do mais, “estabelecer um
canal de comunicação com os egressos implica ouvir aqueles que pela instituição passaram e
cujas percepções, pareceres e críticas possam fundamentar projetos institucionais”
(MACHADO, 2010 p. 63).
Para que haja uma comunicação efetiva entre a universidade e egresso, é necessário
estabelecer um vínculo entre ambos. A gestão de um ex-aluno pode ser fundamental para que
haja transformações positivas a respeito da formação e das ementas das disciplinas ofertadas
pelo curso. Assim, para Cabral e Pacheco (2015, p.4), “uma das maneiras de consolidar o
relacionamento entre as universidades e seus egressos é o desenvolvimento de portais virtuais
e interativos que atualizem e forneçam informações úteis aos egressos”. Da mesma forma,
servem para esse objetivo inclusive os e-mails e redes sociais que são tão utilizadas
atualmente para estabelecer uma rede de contatos e para lazer, além de criar um networking
com outros egressos e que podem inclusive indicar vagas de empregos (SANTOS; SOUZA,
2015, p. 53).
Até, por que, conforme Teixeira e Maccari (2014), quanto maior a conexão entre os
egressos e a IES, maiores serão as possibilidades de retroalimentação do conhecimento e,
além do mais, os ex-alunos contribuem para a conservação das tradições históricas da
instituição. Contudo, esse é um árduo trabalho, pois devem ser contatados todos os egressos e
ouvir seus feedbacks para que haja uma efetividade na relação e a possibilidade de um bom
desempenho do projeto. Esses autores também verificaram que os principais benefícios
oferecidos pelas IES nacionais que despertam interesse nas associações de egressos são:
divulgação de vagas; eventos exclusivos para egressos; acesso à biblioteca da instituição;
acesso ao perfil de outros egressos e descontos em produtos ou serviços através de empresas
parceiras.
Quanto às dificuldades desse processo, Bernard e Rensleight (2008 apud TEIXEIRA e
MACCARI, 2014) afirmam que é um desafio manter relacionamento com egressos e ainda
mais desafiador é a divulgação de informações em portais online, pois é preciso disponibilizar
informações que gerem interesse no público alvo.
Por fim, apesar da relevância, estudo desenvolvido por Santos e Souza (2015) sobre a
gestão dos egressos no Brasil, chegou a conclusão de que de todas as IES pesquisadas apenas
33% fazem tal processo. Assim, embora ainda haja uma porcentagem muito grande de
instituições que não realizam um processo de gestão de egressos, esta se torna fundamental
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para a IES manter um vínculo com esses atores. Além disso, os ex-alunos podem contribuir,
permitindo que o curso se desenvolva conforme as demandas existentes.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Esse capítulo apresenta uma breve discussão sobre o caso da gestão de egressos do
curso de Secretariado Executivo da UNIOESTE, no Paraná. No ano de 2014, iniciou-se no
referido curso a criação de um banco de dados e ações voltadas para a gestão de egressos. Tal
processo teve continuidade em 2015 e 2016, a partir do trabalho de conclusão de curso de
Stülp (2016). As principais ações deste processo são apresentadas na sequência.
Inicialmente, para fins de atualização do banco de dados de egressos do curso, foram
encaminhados questionários aos egressos formados nos anos de 2014 e 2015, via e-mail. De
um total de 45 egressos, obtiveram-se respostas de 26 pessoas (57%). Os principais resultados
obtidos com a aplicação do questionário são aqui apresentados.
Primeiramente, os ex-alunos foram questionados em relação à continuidade nos
estudos. Nesse aspecto, apenas dois egressos (7,6%) responderam que haviam iniciado outro
curso de graduação. Além disso, 34% dos respondentes afirmaram que possuíam curso de
pós-graduação em andamento ou concluído. Os resultados foram satisfatórios, pois
demonstraram que vários egressos continuam estudando e buscando conhecimentos. Visto
que “o processo de aprendizagem do conhecimento nunca está acabado, e pode enriquecer-se
com qualquer experiência” (DELORS; EURAZIO, 2016, p.12). Em relação às áreas dessa
pós-graduação, os resultados apontaram que 23% estão cursando em Assessoria Executiva,
área específica do curso de Secretariado Executivo, o que demonstra motivação em seguir a
carreira secretarial. Outras áreas apontadas foram Administração e Controladoria.
Ainda em relação à especialização, foram relacionados os motivos pelos quais os
egressos optam por cursar alguma pós-graduação. Neste sentido, destacaram-se:
aperfeiçoamento e desenvolvimento pessoal e profissional; melhoria na renda e exigências do
mercado de trabalho.
Na sequência, investigou-se a atuação profissional atual dos egressos. Verificou-se que
88% estão realizando alguma atividade profissional ou acadêmica. Destes, 77% atuam no
setor privado como colaboradores; outros ainda atuam como empreendedores ou em alguma
instituição pública, como concursados. Na sequência, foi questionado a respeito do porte da
empresa ou instituição em que atuam. Dos 23 egressos que responderam esta questão, 09
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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6 REFERÊNCIAS
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Revista Expectativa – Unioeste. Vol. IX. Nº9. Jan-Dez 2010. p.9-24.
DELORS, J; EURAZIO, J. C; Educação: um tesouro a descobrir. 2016. [s.i]. Disponível
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cursos de Ciências Contábeis. Revista Contabilidade & Finanças. vol.16 n.37 São Paulo
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MACHADO, G. R. Perfil do Egresso da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 2010.
337 f. Tese (Programa de Pós-Graduação em Educação) – Universidade Federal do Rio
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Revista Escola de Enfermagem USP, São Paulo, v. 43, n. 2, p.481-485, 2009.
MOURA, J. E. de; SCHMIDT, C. M. Gestão de egressos no ensino superior: construção
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PENA, M. D. C. Acompanhamento de egressos: análise conceitual e sua aplicação no âmbito
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Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2000.
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associações de alunos egressos baseado em benchmarking. In: XIV COLÓQUIO
INTERNACIONAL DE GESTÃO UNIVERSITÁRIA – CIGU. Anais... UFSC, 2014. p.1-13.
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IX ENCONTRO NACIONAL DOS ESTUDANTES DE SECRETARIADO
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1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
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que todos eles utilizam a mesma plataforma de gestão editorial, o software gratuito
denominado Open Journal System (OJS), oferecendo acesso aberto, irrestrito e gratuito ao
conteúdo dos periódicos, logo, tornando possível enfatizar a facilidade em que contribui com
a disseminação das publicações de pesquisas em secretariado. Martins et al (2014, p. 71)
asseguram tal propagação:
Para tanto, pretendemos nos aprofundar nos estudos de documentos para averiguar a
viabilidade e planejamento para a elaboração de um periódico científico de envergadura, com
qualidade para receber e disseminar os estudos secretariais.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os questionários de pesquisa para a quantificação dos interessados em publicar no periódico
em potencial estão em fase de elaboração e os dados serão coletados na sequência. Em seguida, o
segundo questionário será elaborado e seus dados serão coletados para analisar a quantidade de
membros do colegiado dispostos em auxiliar na gestão da revista. A partir da análise de ambos os
questionários, pretendemos traçar planejamento preliminar para a implantação da revista, em um
segundo momento de levantamento bibliográfico, desta vez acerca dos procedimentos necessários à
elaboração de um periódico.
É importante ressaltar que a criação de mais um periódico científico abre o leque de opções
de disseminação de pesquisas desenvolvidas no secretariado, bem como auxilia a construção do
conhecimento, que se encontra em progressão no meio secretarial. Beneficia, também, todos os
pesquisadores de outras instituições de ensino e segmentos, por existir mais um canal de publicações
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
6 REFERÊNCIAS
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
Sendo o gênero Ata regulado por normas de caráter textual, no qual se configura a
tessitura de diferentes vozes, vozes de protagonistas da informação e vozes de um agente-
enunciador (secretário das Atas) que, ao relatar a informação, transfere, em parte, a
responsabilidade da enunciação ao falante, este estudo torna-se relevante para a compreensão
do gênero e para repensar o ensino de língua espanhola na esfera secretarial.
As formas verbais que fazem parte da organização textual, portanto, adquirem seus
efeitos de sentido específicos da situação de comunicação e é nesse processo de transmissão
da fonte da informação por meio dos verbos de dizer que acontece a evidencialidade,
categoria gramatical, cujo significado primário é a fonte da informação, de acordo com
Aikhenvald (2006). Assim, os significados evidenciais são percebidos, em nosso corpus, por
meios de expressões que indicam “isso foi dito por tal pessoa”.
Sendo a heterogeneidade de vozes uma característica prototípica do gênero, que
segundo Bronckart (1999, p.326), “podem ser definidas como as entidades que assumem (ou
às quais são atribuídas) a responsabilidade do que é enunciado”, consideramos relevante
identificar a os verbos de dizer presentes no gênero que orientam uma determinada leitura da
situação comunicativa.
Pretendemos demonstrar que há uma volatilidade de significados de verbos de dizer
que torna a compreensão de suas formas e funções essencial para a planificação do ensino e
aprendizagem do gênero.
Somando-se a isso, a compreensão das propriedades sintáticas, semânticas e
pragmáticas do gênero Ata é condição sine qua non para que o profissional de Secretariado
Executivo possa ler e produzir esse gênero com adequação, o que demanda o reconhecimento
de suas características particulares e nos motiva a tomar esse gênero como objeto de estudo
para poder planejar o seu ensino de acordo com suas propriedades temáticas, composicionais
e linguístico-discursivas.
Para tanto, o estudo visa demonstrar as funções dos verbos dicendi, com marcas de
discurso reportado nos textos analisados, considerando o contexto em que emergem, dado que
partimos do princípio de que a escolha dos verbos está totalmente associada ao mundo físico e
sociosubjetivo que, segundo Bronckart (1999), é parte indissociável da arquitetura textual.
Em face aos objetivos deste estudo, nos apoiamos na teoria funcionalista (NEVES,
2006; WILLETT, 1988; DALL’AGLIO-HATTNHER, 2007) para a análise das unidades
léxico-verbais e na proposta teórica de gêneros textuais (BAJTÍN, 2005;
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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
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introdutório; ii) contextualização com verbos no pretérito; iii) propostas dos participantes da
reunião com verbos no presente.
O presente do indicativo configura-se como um mecanismo de ação verbal
característico desse gênero por referir-se ao aspecto dêitico espaço-temporal como “aqui e
agora”.
A contextualização com os verbos no pretérito, por sua vez, aponta para a referência a
um assunto tratado que está relacionado com uma proposta realizada no passado e que precisa
ser discutida no momento da reunião.
Quanto às propostas originadas na reunião do dia, há predominância de verbos no
presente, porquanto remetem às ações que carecem de aprovação futura. Dada a sua relação
com o futuro, de acordo Rojo e Alexandre Veiga (2000), utiliza-se, em espanhol, tanto o
presente do indicativo quanto o futuro, uma vez que o tempo presente tem uma correlação
com o futuro.
No que se refere ao estudo dos verbos de dizer, observamos que na produção textual
do gênero Ata, é desnecessário recorrer com frequência à repetição de alguns verbos dicendi,
como “afirma, explica” etc, pois há uma variedade de sinônimos parciais que podem ser
mobilizados para evitar a repetição. Além disso, os verbos de dizer não se caracterizam como
verbos com significados estanques, podendo ser determinados apenas em suas relações
contextuais.
Constamos também que as ocorrências encontradas refletem que o gênero se
caracteriza pela forte presença de verbos dicendi com valor evidencial de fonte definida e que
predominam as unidades léxico-verbais que podem ser classificadas com valor positivo, de
acordo com as classificações do SO-CAL (Dicionário de Orientação Semântica), elaborado
por Taboada et.al (2011) para análise de sentimentos.
Esses dados revelam que o teor de reprodução de vozes textualizado pelas Atas
apontam para uma imagem positiva e cortês da situação interativa representada pelas reuniões
que deram origem a esse gênero de caráter probatório e que esta característica está associada
aos marcadores evidenciais que, ao terem a função de sinalizar a autoria dos protagonistas da
informação, precisam preservar a imagem dos enunciadores por meio de verbos positivos.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os dados revelam que não há uma fórmula fixa para ser aplicada na organização das
unidades léxico-verbais que concretizam o gênero, pois é o contexto do relato que vai permitir
as escolhas adequadas dos verbos para gerenciar a progressão temática em meio à descrição
do discurso alheio, característico das Atas.
Embora a pesquisa não esteja concluída, os objetivos delineados de análise apontam a
relevância deste estudo, uma vez que uma vez que na gramática de língua espanhola adotada
para o ensino, assim como nos livros didáticos diversos já adotados no curso de Secretariado
Executivo, não são apresentadas informações sobre o leque de possibilidades de uso dos
verbos de dizer, aspecto essencial para os estudos de um profissional de Secretariado
Executivo.
6 REFERÊNCIAS
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1 INTRODUÇÃO
Em 2017, o Brasil encontra-se em uma crise econômica que vem ocorrendo desde,
aproximadamente, 2014. Essa situação tem gerado, além de outras consequências, um
aumento no desemprego. Segundo Goes e Pilatti (2013), esta crise pode ocorrer devido à
diminuição de postos de trabalho, nos quais máquinas substituem trabalhadores e, também,
estes estarem despreparados para ocupar tais cargos ao procurá-los.
Contudo, apesar da situação que se alastra no país, algumas estratégias podem ser
utilizadas para driblar a crise e manter a empregabilidade do trabalhador. É preciso que as
pessoas busquem sempre se manter atualizadas, que possuam estudo compatível com os
cargos almejados, sejam criativas, pró-ativas e, fundamentalmente, possuam domínio de outra
língua, além da língua materna.
De acordo com Minarelli (1995) a definição de empregabilidade pode ser “a
condição de dar emprego ao que sabe, a habilidade de ter emprego” (1995, p. 37). Goes e
Pilatti (2013, p. 59) também definem empregabilidade como sendo “a soma de competências
(educação formal), habilidades (experiência adquirida) e atitudes (características pessoais),
utilizadas para conquistar e manter um trabalho”.
No atual momento em que se encontra o Brasil, a língua inglesa pode, ainda, ser
considerada um fator que defina quem será contratado por uma empresa para exercer
determinado cargo, pois, segundo O Globo (2012), apenas 5% da população brasileira têm
domínio dessa língua. Nesse sentido, é possível visualizar que, no Brasil, ainda é necessário
melhorar esse aspecto que é fundamental à empregabilidade. De acordo com pesquisa
divulgada pela empresa chilena Education First, o Brasil encontra-se na 40ª posição em um
ranking envolvendo 72 países, sendo considerado com um nível baixo de proficiência.
Considerando o exposto, buscou-se responder a seguinte pergunta de pesquisa: de
que forma a língua inglesa pode se tornar um diferencial em relação à empregabilidade do
secretário executivo?
Dessa forma, considerou-se o objetivo geral deste trabalho demonstrar a importância
da língua inglesa como competência na empregabilidade do profissional de secretariado
executivo. Sendo os objetivos específicos: a) demonstrar a importância do inglês na
empregabilidade; b) confirmar a importância da língua inglesa para o secretário executivo; c)
advertir sobre a importância em se ter fluência da língua inglesa aos acadêmicos de
secretariado executivo.
Para isso, o trabalho organiza-se, além desta introdução, em: a) referencial teórico; b)
procedimentos metodológicos; c) resultados e discussões; e, por fim, d) as considerações
finais.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Nesta parte, referências bibliográficas serão apresentadas com o intuito de sustentar
este estudo, nesse sentido, todo o aporte teórico pertinente encontrado pelos autores será
mostrado para, então, apresentarem-se os resultados e discussões acerca do assunto.
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necessidade de uma língua eficiente de comunicação entre nações colocaram a língua inglesa
como uma espécie de língua franca da atualidade”.
Assim, a graduação de Secretariado Executivo fornece um aporte teórico
multidisciplinar aos seus graduandos, porém alguns acadêmicos ainda sentem insegurança
frente a este mercado competitivo, por serem designados a tarefas importantes, como por
exemplo, tomada de decisão (CIELO; SCHMIDT; KUHN, 2010).
Nesse sentido, Pilatti e Santos (2008) destacam que dentre as atribuições de um
secretário executivo, que envolvem o domínio da língua inglesa, encontram-se: comunicação
direta com clientes estrangeiros, revisão de textos e escrita em inglês, contato com clientes e
fornecedores em redes sociais, assessoria direta a executivo em reuniões e viagens
estrangeiras, entre outras. Além disso, destacam que o domínio de uma língua estrangeira, é a
possibilidade de aumento salarial.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
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6 REFERÊNCIAS
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IX ENCONTRO NACIONAL DOS ESTUDANTES DE SECRETARIADO
TEMA: Modernidade Líquida
28 a 30 de junho de 2017
1 INTRODUÇÃO
No Brasil, o exercício do serviço público atrai muitas pessoas, seja pela estabilidade,
seja pelos salários. Entretanto, o que já foi visto como função de alto status na sociedade,
hoje, em alguns casos, pode ser considerado uma garantia de proventos, de locus de trabalho,
sem a necessidade de muito desenvolver-se profissionalmente para manutenção do cargo.
No entanto, com o cenário econômico apresentado nos últimos anos, diminuiu-se
consideravelmente a abertura de concursos públicos em todas as esferas. O mesmo cenário
acontece na instituição de ensino superior escolhida para a pesquisa.
Neste trabalho, pretende-se realizar um estudo com foco nos servidores de nível
médio, atuantes em serviços secretariais, que tem sofrido com a falta de reposição no quadro
funcional da instituição em questão. Esse cenário é agravado pelo fato de que as políticas
públicas por parte do governo do Estado têm sido de reduzir as contratações de servidores
efetivos, optando pela contratação de pessoal temporário. Isso tem fragilizado de modo
demasiado o atendimento nos mais diversos setores da Universidade. Há vários casos de
departamentos onde não há nenhum servidor efetivo, e nem mesmo o servidor na modalidade
“temporário”.
Além disso e em virtude dessa política, a rotatividade de funcionários tem sido muito
grande, fato que enfatiza ainda mais a necessidade de capacitação dos servidores que atendem
ao público e trabalham nos setores de secretaria.
Como a maioria dos servidores que trabalham nesses setores são técnicos
administrativos de nível médio, não lhes são exigidos o diploma universitário, apesar dos
benefícios salariais que este poderia lhe trazer. A qualificação na área de secretariado é ainda
menos encontrada, profissão que desenvolveria as habilidades mais necessárias para o
exercício da função. É importante ressaltar que estamos falando de recursos humanos com
alguns anos exercendo tais funções, estando enquadrados na carreira de servidores já também
estabelecida há alguns anos.
A Universidade costuma oferecer cursos de qualificação a seus servidores, por meio
da divisão de Treinamento e Desenvolvimento, vinculada à Pró-Reitoria de Recursos
Humanos e Assuntos Comunitários. Entretanto, comumente a procura se dá em razão de que a
participação em cursos promove a ascensão de níveis na carreira do servidor e, com isso, o
aumento em seus salários. Assim, eles estão geralmente interessados na carga horária
fornecida pelo curso e não em seu conteúdo, problema para o qual o desenvolvimento desta
pesquisa procura encontrar possíveis formas de alterar.
Para o presente estudo, o foco se dá na elaboração de cursos que desenvolvam as
habilidades secretariais em servidores técnico-administrativos de nível médio que atuem em
secretarias na instituição de ensino pesquisada, por meio da identificação das maiores
dificuldades encontradas pelos servidores em seu trabalho diário. O tema foi escolhido por
uma das pesquisadoras atuar nesta instituição há aproximadamente 14 anos, e, por estar
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
As organizações têm, cada vez mais, referendado a necessidade da gestão de recursos
humanos. Segundo Chiavenato (2004, p. 577), Gestão de Pessoas é o “conjunto de políticas e práticas
necessárias para conduzir os aspectos da posição gerencial relacionados com pessoas ou recursos
humanos, incluindo recrutamento, seleção, treinamento, recompensas e avaliação do desempenho”.
Assim, é cada vez mais comum ver esse tipo de política aplicada à administração das mais diversas
instituições, do setor privado ao público, já que ela reflete a cultura da organização, além de outros
fatores como estrutura organizacional, processos internos, entre outros (BRUNELLI, 2008). É
importante lembrar que no caso do setor público, esse avanço é mais lento, visto que muitas
instituições ainda buscam por atualizações tecnológicas, e ainda predominam a execução de trabalho
burocrático e operacional (AMARAL; LOPES, 2014).
O Departamento de Aspectos Econômicos e Sociais na ONU (2006, p.389) afirma que os
governos devem “desenvolver uma estratégia de Gestão de Recursos Humanos fundamentada em três
escolas ou modelos de administração pública: a administração pública tradicional; a gestão pública,
incluindo a Nova Gestão Pública; e a governança responsiva”.
Amaral e Lopes (2014), considerando o exposto acima, alegam que a Administração Pública
tradicional tem seu ponto forte na imparcialidade e meritocracia, enquanto o modelo de gestão pública
tem como atributos a gestão por desempenho e por resultados. Já a escola de governança traz à tona
novas abordagens a fim de tornar a administração pública mais responsável frente à demanda dos
cidadãos.
Bergue (2007) conceitua a Gestão de Pessoas no serviço público como o esforço orientado
para o suprimento, a manutenção e o desenvolvimento de pessoas nas organizações públicas,
observadas as necessidades e condições do ambiente em que se inserem. Para o próprio servidor, a
gestão da carreira é vista pela perspectiva do tempo trabalhado no qual ele poderá solicitar a ascensão
de níveis, e com isso o aumento de seus ganhos.
A partir dos conceitos iniciais mobilizados, atesta-se a hipótese da necessidade em melhorar
o desempenho dos setores públicos no país. Uma forma possível de alcançar esse objetivo é através da
melhoria do serviço prestado por seus trabalhadores, o que geralmente fica a encargo dos setores de
Treinamento e Desenvolvimento de cada instituição.
Amorin e Silva (2012) destacam que a seleção desses servidores é por meio de concurso
público, onde são exigidos dos candidatos, geralmente, apenas conhecimentos teóricos. O aprendizado
do servidor se dá durante o estágio probatório, onde também se conhece suas habilidades
comportamentais (CORREA apud AMORIN; SILVA, 2012). Assim, se verifica que melhorar a
capacidade de trabalho de servidores dos quais não são exigidas habilidades específicas durante seu
processo de seleção é um desafio. Amorim e Silva (2012, p. 6) afirmam: “o treinamento é um meio
usado pelas organizações que desejam manter seu quadro de funcionários preparado para as demandas
ambientais e também um aliado para a motivação”.
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Considerando a natureza dos serviços executados pela maioria dos servidores de nível médio
atuantes nas secretarias dos departamentos da universidade pesquisada, acreditamos que esse
treinamento trará melhores resultados desenvolvendo suas habilidades secretariais, especificamente na
área de gestão secretarial, visto que o profissional de secretariado atua como peça fundamental nas
organizações. (LESSA; SCHELL, 2015).
Segundo Durante e Fávero (2012), “foi adotado o termo Gestão Secretarial para designar o
modo mais gerencial de secretariar, o profissional de Secretariado em uma posição um pouco mais
elevada, de assessor para gestor” (DURANTE; FÁVERO apud SILVA, BARROS; BARBOSA, 2012,
p.109).
Portanto, reasseguramos que a capacitação dos servidores de nível médio, por meio da
descoberta de suas insuficiências, pode ser um caminho para a melhoria da eficiência e eficácia da
atuação no serviço público.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Lakatos e Marconi (2012, p.43) definem pesquisa como:
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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
O presente trabalho se encontra na fase de elaboração do questionário, e por meio
dele pretendemos identificar as maiores dificuldades no exercício do atendimento ao público e
no trabalho rotineiro do servidor para, assim, levantar quais habilidades auxiliariam nessas
dificuldades. A partir deste levantamento, definiremos as temáticas de maior urgência a serem
exploradas em cursos de curta duração. Por fim, após análise, os cursos serão elaborados,
visando suprir as carências apontadas no questionário.
É possível antever algumas dificuldades quanto à aplicação deste estudo. A falta de
recursos financeiros vivenciadas pelas universidades estaduais de modo geral, é amplificada
quando se considera os valores destinados ao setor de treinamento e desenvolvimento. Esse
aspecto influencia na quantidade de cursos oferecidos, principalmente no que tange a
contratação de pessoal para ministrá-los.
Outro problema já observado é a visão que os próprios servidores têm sobre a
realização de cursos de capacitação, já que geralmente participam deles com o intuito de
acumular as horas necessárias para a progressão de nível na carreira e não considerando
prioritariamente o conteúdo ofertado.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
6 REFERÊNCIAS
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CHIAVENATTO, Idalberto. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas
organizações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
CRESWLL, John W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. 3. ed.
Porto Alegre, RS: Artmed, 2010.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 2. ed. SP: Atlas, 1991.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6. ed. SP: Atlas, 2012
LAKATOS, Eva; MARCONI, Marina. Metodologia do Trabalho Científico. 7. ed. SP :
Atlas, 2012.
LESSA, Josiane Kirchener; SCHELL, Marcos Machado. As competências do Profissional de
Secretariado e a utilização de Ferramentas de Gestão nas Organizações. In: Modelos de
Gestão no Contexto do Profissional de Secretariado. MARTINS, Cibele Marsalini;
D’ELIA, Bete (org.). Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração.UFSC,
2015.
LIMA, Manolita Correia. Monografia: a engenharia da produção acadêmica. 2. ed. Rev. e
atualizada. São Paulo: Saraiva, 2008.
ONU/Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais. A Gestão de Pessoas como recurso
estratégico. In: Revista do Serviço Público. Brasília, Jul/Set 2006. Disponível em:
http://antigo.enap.gov.br/index.php?option=com_docman&task=cat_view&gid=853. Acesso
em 31/01/2016.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. 23. ed. SP: Cortez,
2007.
SILVA, Joelma Soares da; BARROS, Conceição de Maria Pinheiro e BARBOSA, Maria
Flaviana Silva. Fundamentação Da Gestão Secretarial: Um Estudo Bibliométrico. In:
Revista de Gestão e Secretariado - GeSec, São Paulo, v. 3, n. 2, p 106-126, jul./dez. 2012.
Disponível em: https://www.revistagesec.org.br/secretariado/article/view/114/pdf_14. Acesso
em 01/02/2016.
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1 INTRODUÇÃO
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TEMA: Modernidade Líquida
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Para tanto, o trabalho estruturou-se com base em um constructo teórico que versa
acerca do e-commerce, suas características e surgimento no Brasil. Na sequência, cita-se a
metodologia utilizada no estudo, os resultados obtidos e por fim, as considerações do estudo.
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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
6 REFERÊNCIAS
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