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PERGUNTAS REFERENTES AO CAPITULO 2 - REMOÇÃO TÉRMICA

 
1. Qual das técnicas de eletroerosão é mais utilizada e por que?

O processo mais empregado de remoção por descargas elétricas é o processo


EDM de penetração, seguido do EDM a fio. A motivação desta seqüência é a
clientela de produtos: Matrizes de injeção e forjamento e matrizes de extrusão
respectivamente.

2. Quais são os materiais que podem ser usinados por remoção térmica?

Todos os materiais que apresentam uma fusão definida podem ser removidos por
processos térmicos no estado líquido. Praticamente todos os materiais podem ser
removidos termicamente por ablação e sublimação.

3. Qual o destino da solução (dielétrico + material removido) após o fim do


processo?

O material sólido é removido do dielétrico por filtros, de forma que temos que nos
preocupar apenas com o descarte dos filtros. Tratando-se de um dielétrico a base
de hidrocarbonetos, valem os cuidados e requesitos para o descarte dos mesmos.

4. O que é feito com o fio no processo de eletroerosão a foi quando termina a


sua vida?

Vendido como sucata de metal amarelo

5. A escolha do dielétrico é função do material que será usinado?

Em princípio não. O dielétrico é mais uma função da máquina. Se ela foi projetada
para um hidrocarboneto, não pode empregar água e vice-versa.

6. Por que a água não pode ser usada como dielétrico em outros tipos de
processos já que para a eletroerosão por fio ela traz tantas vantagens?

Não há objeção de empregar água desmineralizada e deionizada em outros


processos EDM, desde que a máquina seja projetada para esta aplicação, seja feita
de material não oxidável.

7. Quais os casos que justificam o uso da eletroerosão?

A eletroerosão é um processo para fabricação de peças isoladas, no máximo para


pequenas séries.

8. Como é realizado o corte para analisar a seção de uma peça usinada por
eltro-erosão sem que o processo de corte afete as características do material e
possibilite a analise?

A preparação de corpos de prova para a análise metalográfica de um componente


não deve afetar as características do componente a ser analisado. O corte deve ser
feito com um rebolo de características adequadas, como  granulometria fina,
dureza baixa e taxa de retificação pequena, e empregando fluido de corte
abundante. Caso não se consiga efetuar o corte por ‘cut off’, pode-se empregar
corte por eletroerosão e remover a camada afetada pelo corte por lixamento fino
ou remoção eletroquímica.

9. Em uma das aulas o professor falou sobre a dificuldade para repor um


arame de eletro-erosão após ter arrebentado durante o processo, pois o
arame sai um pouco encurvado da bobina devido ao enrolamento. Gostaria
de saber se já existe e se seria viável a utilização de um mecanismo para
desentortar o arame de eletro-erosão, de maneira análoga como é feito com
arame de soldagem?

O fio de eletroerosão por fio pode ser direcionado por um jato de água. Não há
necessidade de proceder um endireitamento do mesmo.

10. No processo de eletro-erosão de peças de alumínio se inverte o potencial


da ferramenta e da peça para possibilitar o rompimento da camadas de
óxidos na superfície da peça, porém invertendo este potencial irá aumentar o
desgaste da ferramenta que passará a ser o cátodo. Existe a possibilidade de,
na eletro-erosão de peças de alumínio, se iniciar o processo com o potencial
invertido e, após eliminada a camada de óxidos, mudar o potencial de modo
que a peça seja o cátodo e a ferramenta o ânodo sem que a superfície da peça
volte a se oxidar?

Se faz isto quando se trabalha com gerador de relaxação.

11. Quanto de material da poça líquida é removido pela onda de choque?

Se considerarmos que todo o material é removido na forma líquida, proporcionado


pela onda de choque que varre a superfície dos eletrodos), podemos avaliar o
comportamento da taxa de remoção e verificar que esta passa por um ótimo,
função da corrente e do tempo de descarga. Avaliando o resultado de trabalho,
(corte e polimento metalográfico, podemos avaliar o quanto de material
ressolidificado encontramos na superfície do componente. Um valor numérico
(porcentual) não tenho disponível.

12. Qual é a eficiência da onda de choque na remoção do material da poça?

A eficiência da remoção depende do tempo de descarga e da corrente de descarga.


O corte da energia da descarga tem que ser procedida no instante em que temos a
maior quantidade de material líquido na poça.

13. Qual a influencia da densidade do dielétrico?

Tanto mais denso o dielétrico, maior a pressão no canal de descarga e maior o


efeito da onda de choque que arre a superfície dos eletrodos.

14. Dielétricos menos densos promovem uma limpeza maior da fenda de


trabalho?

A limpeza no canal de descarga é garantida principalmente pelo fluxo de


dielétrico, menos pela sua densidade.

15. Dielétricos mais densos podem provocar uma maior pressão no canal de
descarga já que uma maior quantidade de massa precisa ser deslocada para
formação do canal?

Exatamente.

16. Estes fatores são importantes na seleção do dielétrico ou a


compatibilidade com o material dos eletrodos é o principal fator para a
escolha do dielétrico?

Deveríamos escolher o dialético mais eficiente para a erosão por descargas


elétricas. Isto poderia levar ao uso da água em todas as situações. Porém a
preparação da água é cara e esta precisa ser continuamente deionizada. Além disto
a máquina ferramenta deve ser construída de material inoxidável, o que torna a
mesma mais cara. Os fatores econômicos resultantes é que fazem a escolha cair
dominantemente ainda para dielétricos a base de hidrocarbonetos.

17. Por que as partículas removidas variam de tamanho quando se usam


diferentes dielétricos?

Porque todos os fenômenos físicos de uma descarga, sua implosão e a onda de


choque são alteradas.

18. Quanto de material da poça líquida é removido pela onda de choque?

Depende do estágio da descarga na sua interrupção

19. Qual a influencia da densidade do dielétrico? Dielétricos menos densos


promovem uma limpeza maior da fenda de trabalho? Dielétricos mais densos
podem provocar uma maior pressão no canal de descarga já que uma maior
quantidade de massa precisa ser deslocada para formação do canal?
A limpeza da fenda de trabalho depende da viscosidade do dielétrico.
Viscosidades maiores exigem maior pressão para promover o escoamento e assim
dificultam a manutenção da estabilidade da abertura da fenda de trabalho. A
eficiência da remoção depende da densidade e da elasticidade (módulo Bulk) do
dielétrico. Tanto maior a densidade e o módulo Bulk, o tanto maior será a pressão
no canal de descarga, e consequentemente também a temperatura.

20. Estes fatores são importantes na seleção do dielétrico ou a


compatibilidade com o material dos eletrodos é o principal fator para a
escolha do dielétrico?

Em princípio temos dois grupos de dielétricos. Baseados em Hidrocarbonetos e


baseados em água. Não há problemas de incompatibilidade com os materiais dos
eletrodos.

21. Por que as partículas removidas variam de tamanho quando se usam


diferentes dielétricos?

Por que a onda de choque no final da descarga tem eficiência dependente do


dielétrico.

22. Por que apenas para microerosão ou eletroerosão por fio é possível
trabalhar com água desmineralizada como dielétrico? Neste caso a fenda de
trabalho é menor. Existe alguma coisa relacionada ao tamanho da molécula?
Existe alguma influência no fato das moléculas da água serem polares e do
dielétrico serem apolares?

Tanto na eletroerosão por fio como na eletroerosão por penetração se pode


trabalhar com água destilada, e deionizada. Na eletroerosão a fio é necessário
trabalhar com água para obter um melhor arrefecimento dos eletrodos. Na
eletroerosão de penetração os eletrodos tem massa grande e o problema de
arrefecimento dos mesmos não é crítico, permitindo que se trabalhe com
hidrocarboneto. Trabalhar com água é mais caro, mas também é mais eficiente.

23. Quais seriam as diferenças na superfície usinada, se para os mesmos


parâmetros de usinagem mudássemos apenas o dielétrico hidrocarboneto por
água?

Detectaríamos uma variação na rugosidade  e na região afetada pelo processo


(difusão de hidrogênio, difusão de carbono), além de diferenças na profundidade
da camada termicamente afetada.

24. A água usada como dielétrico contém apenas partículas do metal usinado.
Ela pode se simplesmente filtrada e jogada na natureza sem causar danos
ambientais?

A água empregada na eletroerosão por faíscas é limpa. Pode botar até na bateria
do carro.

25. A usinagem por eletroerosão é uma tecnologia totalmente dominada?

Totalmente é um termo forte. Sempre tem alguém que encontra mais uma
incógnita aqui e acolá. Mas o domínio tecnológico está bastante avançado.

26. Uma das características do processo de eletroerosão por faíscas é a


reprodução da forma do eletrodo na peça. No entanto, os eletrodos são, por
exemplo,  corpos cilíndricos com furo passante para alimentação de
dielétrico.  Como realizar então um furo em uma peça, com diâmetro
suficientemente grande para que seja obrigatória a alimentação de dielétrico
pelo canal, com remoção de todo material do furo (sem que haja formação de
um cilindro na peça de forma igual ao furo de alimentação do dielétrico)?

No lugar do furo no eletrodo se forma uma espiga na peça. Esta espiga deve ser
removida posteriormente. Se o diâmetro do furo for pequeno, e/ ou o eletrodo
executar um movimento oscilatório correspondendo ao diâmetro do furo, esta
espiga já é eliminada durante o processo.

27. Por que o aumento da temperatura do dielétrico facilita a ‘quebra’ do


mesmo (referente ao perigo de fogueiras no solo onde se encontram as
unidades geradoras de energia)? Tem algo a ver com o grau de agitação de
moléculas e posição mais energética dos elétrons do dielétrico?

Tanto mais quente o dielétrico, o tanto mais ‘agitados’ (ionizados) estão os


elétrons. Menos energia deve ser distendida para quebrar o dielétrico.

28. No site do LMP, é apresentado um trabalho que trata da medição de


desgaste de canto vivo em eletrodos de cobre na eletroerosão por faísca. Para
tanto, utiliza-se uma câmera digital, que transmite a imagem do canto no
fundo da cavidade para um software. Desse modo, a medida do desgaste no
canto vivo do eletrodo é feita indiretamente. Qual seria a vantagem de tal
processo de medição? Não seria mais simples levantar o eletrodo para fora da
peça e realizar a medição nele mesmo?

No trabalho que foi desenvolvido pelo Bragini teve-se o objetivo de avaliar o


desgaste do canto vivo do eletrodo como função do volume total removido e dos
parâmetros elétricos da descarga. Para facilitar a medição optou-se por um
eletrodo bipartido, uma vez que assim poderia se garantir que a imagem na câmara
estivesse bem focada e a medição seria faxcilitada.
29. Foi dito em sala de aula que existem sistemas de laser capazes de elevar a
temperatura em pequenas regiões até a ordem de 100.000.000 ?C, utilizados
na fusão de H em He. Qual seria a tecnologia empregada no sentido inverso,
ou seja, que possibilite alcançar temperaturas da ordem do zero absoluto, 0
K?

O zero absoluto ainda não foi atingido. Para se atingir temperaturas próximas ao
zero absoluto, trabalha-se com hélio líquido, que é resfriado por evaporação. 

30. É dito no livro texto que na eletroerosão por fio utiliza-se água ao invés de
hidrocarbonetos como dielétrico, devido a uma série de vantagens
apresentadas. Uma destas vantagens é a formação de partículas erodidas
menores, facilitando por exemplo a lavação. Por que tais partículas são
menores do que as erodidas utilizando-se hidrocarbonetos como dielétrico?
Seria pelo fato de utilizar-se uma maior fenda de trabalho, sendo menor a
energia liberada em uma faísca?

Para a mesma energia de descarga, uma descarga realizada em água leva a uma
onda de choque mais abrupta, decorrente da menor compressibilidade e maior
densidade da água. A fenda de trabalho é função da tensão de descarga e deve ser
considerada. Se tivermos tensões de descarga maiores para a descarga em água,
teremos mais perdas para o dielétrico, e assim também partículas de remoção
menores, pois menos energia está disponível na mancha catódica sobre a peça.

31. Existe alguma indicação quanto ao tipo de fluido dielétrico usado nas
operações de desbaste ou acabamento?

Não.

32. Seria economicamente viável usinar por eletroerosão materiais de baixa


dureza em série?

Só se a geometria não puder ser obtida por outro processo de fabricação.

33. Quais características físico-químicas são mais importantes na escolha do


fluido dielétrico?

Característica dielétrica e estabilidade no tempo.

34. Como a umidade e a temperatura ambiente podem alterar o processo de


eletroerosão?

A umidade tem pouca influência sobre o resultado de trabalho. Mas a temperatura


ambiente afeta diretamente a dimensão do componente. Dependendo da exatidão
requerida, devemos estabilizar a temperatura da máquina ferramenta, dielétrico e
do ambiente de trabalho.

35. Qual seria o custo adicional na aquisição de uma máquina de eletroerosão


planetária comparada a uma máquina de eletroerosão dita tradicional (3
eixos)?

A eletroerosão planetária obteve o seu nome decorrente dos mecanismos


planetários que inicialmente eram empregados para gerar movimentos orbitais em
torno do eixo do eletrodo. Hoje os movimentos planetários em máquinas de 3 a 5
eixos comandados numericamente são função de uma sub-rotina do programa da
máquina.

36. Pergunta feita em aula: Como é feito a desmineralização e desionização


da água que funcionará como fluido de trabalho para muitos processos de
usinagem.
Primeiro a água é destilada. Depois ela passa por um filtro que contém uma resina
deionisadora.

37. Considerando que todos os processos de usinagem provocam defeitos


inerentes (que eu conheça), qual processo de usinagem podemos citar que
menos (qualitativo e quantitativo) defeito provoca? A eletroerosão pode ser
considerada visto que a ablação ocorre a nível microscópico?

O processo de fabricação que menos defeitos provoca no componente é a remoção


eletroquímica, seguido do polimento.

38. Na pág 65 do nosso livro texto, é dito que a profundidade da região


termicamente afetada pelo processo de eletroerosão(geralmente é maior
afetada quando se trabalha com eletrodos de grafite, comparado com
eletrodos de cobre). Porquê?

No balanço de energia o eletrodo de grafite absorve menos energia que o de cobre,


portanto resta mais energia para o eletrodo peça e para o dielétrico. 

39. fenômeno de ablação poderia ser usado para retirada de material em


peças com tensões residuais na sua superfície, minimizando os defeitos?

Com certeza. Mas infelizmente só conseguimos energias de descarga muito


pequenas que permitem aproveitar este fenômeno e só para superfícies de eletrodo
também muito pequenas (efeito capacitivo)

40. Qual é a precisão do processo de remoção térmica? E qual é a qualidade


da superfície gerada? É necessária alguma etapa de acabamento superficial
como retifica, quando se deseja superfícies bem acabadas?
De qual o Processo que você está falando? Todos os processos, como plasma
corte, corte por laser, oxicorte, remoção por descargas em arco e em faíscas são
processos de remoção térmica. A pergunta deve ser clara. Se você se refere aos
processos de descrga por faísca e laser a resposta foi amplamente discutida em
sala de aula e está apresentada no material disponibilizado.

41. A utilização do processo de remoção térmica se deve a alta dureza do


material e à complexidade de forma a ser gerada. Porém existe um limite
máximo de dureza a partir do qual o processo de remoção é ineficiente?

Em todos os processos de remoção térmica a dureza do material não influencia o


processo. As características térmo-físicas e elétricas sim.

42. Quais são as características dos fenômenos skin e pinch durante uma
descarga elétrica?

O efeito SKIN é o efeito de condução de cargas elétricas pela superfície de um


condutor quando se tem uma variação simultânea da tensão e da corrente. O efeito
pinch é o efeito de estrangulamento do canal de plasma produzido pelo campo
magnético que contorna o condutor (canal de plasma)

43. Quais propriedades físicas um material deve apresentar para poder ser
utilizado com o eletrodo ferramenta de erosão por faísca?

Ser condutor de eletricidade. Desejados são alta condutividade, elevado ponto de


fusão, elevado calor latente de fusão.

44. Porque para a eletroerosão de ligas de metal duro, os tempos de aplicação


de descarga elétrica são curtíssimos (te < 5 µs) se comparados a eletroerosão
em aços? (KONIG, W.; KLOCKE, F. Fertigungsverfahren Abtragen und
Generieren).

Porque metais duros são extremamente suceptíveis à formação de trincas.

45. Porque na retificação eletroerosiva, as ferramentas utilizadas são


geralmente discos de grafite profilados? Qual a vantagem da utilização desse
material se nesse processo a remoção do material é decorrente de descargas
elétricas e não há remoção mecânica?

Na  ‘retificação’ por EDM com eletrodo rotativo não há remoção abrasiva. O
termo é empregado de forma não adequada. Hoje, nos centros de EDM, quando se
dispõe do 4o  e do 5o eixo, não se fala mais em ‘retificação’.

46. Como materiais de ferramentas de eletroerosão geralmente empregam-se


grafite e cobre eletrolítico. Para a erosão com mínimo desgaste,
principalmente na eletroerosão do metal duro são empregadas ligas
sinterizadas de tungstênio e cobre. Por que para a erosão de ligas de titânio
geralmente são empregados eletrodos de latão? Qual a vantagem do emprego
deste material?

Não sei precisar, mas acredito que seja por motivos econômicos.

47. Numa superfície eletroerodita a camada superficial solidificada por


choque térmico é consideravelmente mais dura que as camadas inferiores. Ao
mesmo tempo observa-se que ela é mais frágil. Porque a profundidade da
região termicamente afetada geralmente é maior quando se trabalha como
eletrododos de grafite ao invés de eletrodos de cobre? Como fica o
comportamento desta região termicamente afetada com a variação do tempo
de descarga?

Faça-se um balanço de energia. Se a energia de descarga for unitária, o total desta


energia vai se distribuir entre o eletrodo peça, eletrodo ferramenta e dielétrico. Se
mudarmos o eletrodo ferramenta de cobre para grafite, o grafite tendo menor
condutividade térmica, absorve menos energia. Portanto mais energia tem que ir
para o eletrodo ferramenta e para o dielétrico.

48. É possível realizar a eletroerosão de penetração em materiais não


condutores de eletricidade como cerâmica, por exemplo? Se for possível,
como é realizada a dopagem para este se tornar condutor elétrico? Esta
dopagem é a mesma realizada para uma eletroerosão a fio, ou existe alguma
diferença?

Materiais não condutores de eletricidade não podem ser erodidos por edm.
Cerâmicas dopads conduzem eletricidade e são trabalhadas assim como materiais
metálicos, observando características específicas de energia de descarga, etc. A
dopagem é feita na matéria prima (pó), antes da sinterização.

49. Quais as maiores diferenças entre a retificação eletroerosiva e a


retificação eletroquímica? Qual promove um acabamento melhor? E qual
processo destes afeta mais a estrutura e as características propriedades do
material?

Retificação EDM é EDM. Não tem parcela de retificação. Na retificação ECM se


tem uma superposição do processo ECM e retificação. A qualidade de superfície é
função do processo dominante para ECM – retificação, ou das características das
descargas no processo de retificação EDM.

50. Existem acessórios que auxiliam na remoção do material retirado pelo


processo e Eletro_Erosão?
A bomba de dielétrico.

51. Quanto ao processo de usinagem por eletroerosão, utilizado para a 


fabricação dos bicos injetores da BOSCH, qual princípio físico garante que a
ponta do eletrodo vibre, formando um canal cônico? isto se deve ao tipo de
gerador utilizado? De que forma os parâmetros são regulados para que no
início da furação o eletrodo não possa vibrar tanto como no final, em virtude
da geometria do furo? Devido as reduzidas dimensões dos furos,
consequentemente tem-se os eletrodos com diâmetros em décimos de
milímetros. Qual processo é utilizado, bem como o material empregado, na
fabricação do eletrodo?

O sistema de avanço do eletrodo de prata ou tungstênio é constituído de uma fieira


prismática, sobre a qual o eletrodo desliza. O comprimento em balanço no início
da furação é pequeno. A vibração pequena. A medida que o eletrodo avança, o
comprimento em balanço aumenta e a vibração possível aumenta. A excitação do
eletrodo só é possível para geradores de relaxação.

52. Na eletroerosão por faíscas, a utilização de materiais com camada 


passivadora para o eletrodo peça, como por exemplo o alumínio, não tem-se a
necessidade da modificação dos parâmetros após a quebra desta camada? Ou
após cada ciclo de erosão(faísca), a camada passivadora volta a se formar,
dificultando a erodibilidade?

Por isto se inverte a polaridade. A camada passiva só se forma sobre o ânodo.

53. Como se deioniza a água para que esta possa ser utilizada como
dielétrico?

A deionização da água é feita na passagem por uma resina, contida em um


cartucho, que reage com os íons da água e assim deioniza a água. A formulação da
resina é know how de fornecedores e pouco encontrei sobre estas.

54. Mantendo-se todos os parâmetros de eletroerosão por faísca constantes,


variando-se apenas o dielétrico, o resultado da usinagem da peça sofre
grandes variações?

Se você variar o dielétrico dentro de um mesmo grupo, as variações normalmente


são pequenas. Mas variando de hidrocarboneto para água, as diferenças são
acentuadas.

55. Na eletroerosão por faísca, percebe-se que o mecanismo térmico está em


primeiro plano em termos de remoção de material (vide os fenômenos de
evaporação e ablação). Contudo, afirma-se no texto que o mecanismo térmico
não é o único mecanismo de remoção. Creio que os outros mecanismos a que
o texto se refere são o eletromagnético e mecânico. Desta forma, gostaria de
saber como estes outros mecanismos de remoção ocorrem na eletroerosão por
faísca.

Os mecanismos térmicos envolvem tudo que está relacionado com a temperatura


(ablação, sublimação fusão, e indiretamente a implosão do canal de plasma)
material removido apenas mecanicamente, se refere ao estado sólido (por exemplo
as particulas de carboneto não fundidas durante uma descarga). O efeito ‘pinch’,
estrangulamento por forças eletromagnéticas, é pequeno, quando comparado ao
efeitos de implosão do canal de plasma.

56. No escopo da eletroerosão, qual dos seus processos é o mais difundido


atualmente?

Eletroerosão de penetração (1, 3 e 5 eixos) e eletroerosão a fio (3 e 5 eixos).

57. A eletroerosão por faísca é interessante para a usinagem de materiais com


altos pontos de fusão e ebulição, tendo em vista que este processo possui
dependência dos mecanismos térmicos de remoção? Em caso negativo, quais
processos seriam mais indicados?

De acordo com o mostrado na figura 2.25 a erodibilidade de um material piora


com o aumento da temperatura de fusão e com o aumento da condutividade
térmica.

58. Em quais situações devemos empregar eletrodos de grafite e em quais o


cobre é mais adequado?

Com a diminuição do tamanho do grão de grafite dos eletrodos de grafite hoje


disponíveis, tem se mostrado que o resultado de trabalho é melhor em quase todas
as aplicações. No entanto nem sempre se pode justificar o uso do grafite
economicamente, pois ainda é bem mais caro que o cobre eletrolítico.

59. Porque nos processos de microerosão e de eletroerosão por fio pode-se


trabalhar com água desmineralizada como dielétrico e, de modo geral, em
outros processos de eletroerosão não?

O calor específico da água é aproximadamente duas veze maior que o de


hidrocarbonetos. Quando necessitamos uma eficiência maior de refrigeração dos
eletrodos (que é o caso da microerosão), trabalha-se com água destilada e
deionizada.

60. Professor, no texto (página 65) afirma-se que a profundidade da região


termicamente afetada é maior quando se trabalha com eletrodos de grafite do
que quando se trabalha com eletrodos de cobre. Porque isso ocorre?

Se fizermos um balanço da energia de uma descarga elétrica, esta se distribui para


o eletrodo ferramenta, eletrodo peça e dielétrico. Se o eletrodo ferramenta tiver
uma alta condutividade térmica, ele absorve mais energia, sobrando menos para o
eletrodo peça. Como o cobre tem uma maior condutividade térmica que o grafite,
teremos uma maior parcela de energia indo para  a peça, e conseqüentemente, uma
maior região termicamente é observada na peça.

61. Em termos ambientais e de segurança do trabalho, quais os


procedimentos necessários para uso, armazenagem e descarte de dielétricos
utilizados em processos de eletroerosão?

Com o emprego de água, não temos problemas nenhum. Com hidrocarbonetos


sim. Mas estes podem ser incenerados e a energia aproveitado para aquecimento
de caldeiras, por exemplo.

62. Sobre bicos injetores feitos por processo de eletro-erosão, o professor


afirmou que são considerados furos profundos (dados do prof.: profundidade
= 1 mm; diam. = 0,1 mm), minha pergunta é qual é a relação
profundidade/bitola para se classificar um furo profundo? Esta classificação
depende do processo de fabricação?

Considera-se um furo profundo quando a relação de profundidade/diâmetro for


maior que 3/4.

Sugestão de aula: O professor poderia fazer algumas exposições como slides,


transparências, filmes e visitas para produzir comentários mais interativos com a
turma. A aula é boa, mas cansativa pois é de tom constante e de grande volume de
novas informações em pouco tempo de absorção, o que fica difícil de
entendimento e para visualização.Este comentário não tem caráter destrutivo ou de
objeção, e está sendo feito para melhoria da aula.

63. Como é definido a velocidade da bobina, em um processo de corte por


eletro-erosão com fio, para evitar o desgaste localizado?

A velocidade do fio é detrimnada pela ruptura do mesmo durante o corte. Se


romper, é por que estava muito devagar. Se programarmos uma velocidade muito
alta, o custo de fio pode levar a um aumento do custo de produção incompatível
com o trabalho que estamos realizando. Quando se requer uma precisão
dimensional maior, deve-se aumentar a velocidade do fio.

64. A superfície do material é afetada termicamente na eletroerosão, é


possível ou utiliza-se esta pecularidade para um tratamento térmico
(têmpera, recozimento) logo após?

Raras vezes se tem sucesso em termos de ter vantagens do ‘defeito’ térmico


provocado no componente que leve a um aumento da vida do componente.

65. No processo de EDM, porquê a região termicamente afetada é maior


quando se utiliza eletrodo  de grafite, comparado com a de cobre?

Faça-se um balanço de energia. Se a energia de descarga for unitária, o total desta


energia vai se distribuir entre o eletrodo peça, eletrodo ferramenta e dielétrico. Se
mudarmos o eletrodo ferramenta de cobre para grafite, o grafite tendo menor
condutividade térmica, absorve menos energia. Portanto mais energia tem que ir
para o eletrodo ferramenta e para o dielétrico.

66. A que se dá o fato de ocorrer formação de óxidos no eletrodo?

No processo de ECM há formação de oxigênio no ânodo quando se emprega uma


solucão eletrolítica de nitratos. Assim o ânodo está sujeioto à oxidação.

67. Como se realiza o processo de EDM para materiais como o alumínio?

Preferencialmente com inversão de polaridade.

68. O eletrodo de grafite apresenta uma desvantagem que é sua contaminação


com o fluido dielétrico que compromete substancialmente sua performance.
Existe algum procedimento que visa descontaminá-lo?

O dielétrico tem que ser continuamente filtrado. Com isto se resolve o problema
do excesso de grafite no dielétrico.

69. É possível de se fabricar uma peça do tipo ‘eixo escalonado’ pelo  processo
de EDM?

Tecnicamente, não vejo por que não. Economicamente pode ser uma má escolha.

70. No processo de eletroerosão, fala-se muito da utilização de eletrodos de


cobre e grafite. Existe algum outro material que é utilizado?

Possível é empregar qualquer material condutor de eletricidade. O resto são


motivos econômicos. Prata e ouro dão bons resultados. Cobre-tungstênio é
econômico na eletroerosão de metal duro.

71. Eleroerosão a Fio vs Eletroerosão por Penetração: Existe algum caso em


que se pode obter a peça através  somente do processo por penetração?
Os campos de aplicação dos dois processos são quase que excludentes. O processo
de penetração é empregado para obter cavidades (matrizes de forjamento e de
injeção, por exemplo). O processo de corte por fio é obtido para obter punções e
estampos para estampagem e matrizes de extrusão.

72. A falta de energia elétrica de uma máquina pode acarretar algum


problema sério no formato da peça, devido ao fato de se perder o ponto onde
se estava trabalhando? Ou a máquina sempre possibilita o regresso do
trabalho no ponto cujo qual ela estava efetuando a eletroerosão por faísca
antes do ocorrido?

Numa máquina de penetração convencional, principalmente quando se trabalha


com eletrodos filigranos, pode ocorrer uma queda do eletrodo sobre a peça e
consequentemente uma deformação do eletrodo. Eletrodos maiores podem
suportar seu peso próprio mais o peso do sistema de avanço sem maiores
problemas. Em máquinas de comando numérico a referência da máquina é
perdida, mas pode ser reencontrada baseado na referência do sistema de medição
da máquina e em avanço rápido retornar até a posição onde o trabalho foi
interrompido.

73. Pode se utilizar no mecanismo de eletroerosão por faísca uma material


para recobrir a peça a ser usinada afim de diminuir a zona termicamente
afetada da peça de forma a evitar uma retifica posterior dela? Este processo
de cobrir a peça com outro material (chapa fina) seria mais rentável ao invés
da peça sofrer uma retifica?

Não entendo como você quer cobrir a peça com algum tipo de cobertura que
depois sofrerá a remoção por EDM. A cavidade tem que ser feita
independentemente da cobertura inicial. O processo é um processo térmico de
remoção e temos que conviver com a ZTA.

74. Existe algum tipo de processo de remoção térmica que não fragilize a
superfície da peça? Em geral esta fragilização é preocupante ou não deve ser
levada em conta? Explique o por quê?

Um processo de remoção térmica pode remover material em três estados da


matéria: Líquido, vapor e plasma. Na remoção na fase líquida sempre teremos
vestígios de material líquido sobre a superfície. Se o material tiver uma contração
de solidificação no congelamento, teremos tensões residuais de tração na camada
da superfície do componente. Se o material ainda sofrer um coquilhamento na
solidificação, estas tensões residuais estarão presentes em um material frágil,
propiciando a formação de trincas. A remoção no estado de vapor ou de plasma
deixa menos resíduos na superfície, e no caso de uma ablação não teremos
nenhuma ZTA.

75. Como é o funcionamento de uma retificadora eletroerosiva? A


movimentação do eletrodo sobre a peça é parecida com o processo de
retificação comum em termos de velocidade de avanço?

Não dou ênfase no termo retificação EDM. Prefiro EDM com eletrodo rotativo.

76. Existe um limite para o comprimento do eletrodo quando analisadas suas


propriedades condutoras? Ocorrem perdas significativas de potência no
eletrodo dependendo de seu comprimento?

O comprimento do eletrodo passa a ser um problema de estabilidade. Quando o


eletrodo tem dimensões de alguns milímetros de seção transversal, a perda de
energia não é considerável e não tempos problemas de flambagem ou de vibrações
autoexcitadas. Mas quando o eletrodo tem apenas alguns décimos de mm de
diâmetro, além da perda de energia pela resistência elétrica do condutor, temos
problemas de flambagem (térmica) e vibrações autoexcitadas.

77. Durante o desbaste, isto é, erosão com energia de descarga elevada, a


abertura da fenda de trabalho devido as descargas muito energéticas, ou
devido a tensão em aberto pequena, é tão grande que descargas malogradas
do processo podem ser corrigidas sem que com o afastamento ou
aproximação do eletrodo se tenha descargas em aberto ou curto-circuito.
Qual o significado de descargas malogradas? Como estas afetam o processo?

No processo de Eletroerosão por descargas elétricas se aceita que um certo


número de descargas falhas, ou malogradas. Estas descargas, tanto em regime de
desbaste, como também em regime de acabamento decorrem de curtos-circuitos
entre os eletrodos e partículas de remoção. No desbaste, com energia de descarga
grande, a rugosidade das superfícies dos eletrodos ferramenta e peça é grande.
Como o referencial da tensão estabelece a abertura da fenda de trabalho medida
entre os dois picos de rugosidade mais próximos, a fenda de trabalho média fica
aumentada pelo valor de Ra, de forma que a perda de carga para o dielétrico é
baixa e as partículas podem ser removidas sem problemas. No regime de
acabamento a rugosidade das superfícies dos eletrodos é pequena (Ra pequeno) de
forma que a fenda de trabalho média é praticamente a própria fenda de trabalho.
Com isto, para a tensão de trabalho igual à empregada no regime de desbaste, a
ocorrência de descargas falhas é maior. Para evitar isto, aumenta-se a tensão de
trabalho no regime de acabamento.

78. Um eletrodo é empregado apenas para a fabricação de um componente.


Se depois da operação de desbaste o eletrodo não tiver mais as características
necessárias para garantir dimensões e qualidade do componente a ser
fabricado, no regime de acabamento deve ser empregado um novo eletrodo.
No caso de um eletrodo de forma livre (superfície tridimensional) é comum
fabricar-se dois eletrodos com a mesma forma e dimensões. O eletrodo de
desbaste é corroído por algum tempo em ácido, de forma que suas dimensões
são reduzidas proporcionalmente à reação ácida. Com isto, durante o
desbaste deixamos um sobrematerial na peça que é removido com energia de
descargas menores na fase de acabamento.

Classicamente se procedia a remoção ácida de um serto volume do material do


eletrodo de desbaste. Hoje com os modernos centros de usiangem e as facilidades
de programação de superfícies de forma livre, acredito que seja mais fácil usinar
diretamente o eletrodo de desbaste com sua geometria final.

79. A Máquina de eletroerosão que o laboratório possui deixa o fluido de


trabalho a mostra, e devido as reações físico-químicas do processo acredito
que geram gases,  que no caso de em linhas de produções podem ser
quantidades consideráveis, e portanto nocivas a saúde. Pela maquina ser de
concepção mais antiga, tais efeitos não eram considerados, ou estudados, e
hoje em dia há uma proteção ou estudo a respeito nas máquinas modernas?

Mesmo nas máquina antigas se consideravam os vapores, que se não fazem um


mal imediato, podem causar um prejuízo a longo prazo. Sempre se recomenda que
a máquina seja instalada em ambiente ventilado. Estas exigências de ventilação
hoje são redobradas, o que é facilitado quando a máquina trabalha com água
destilada.

80. No Brasil onde a eletroerosão é mais empregada, e no caso de AACHEN


ou outros centros de pesquisa avançados, o que se pesquisa a respeito da
mesma?

A eletroerosão é um processo tipicamente de matrizaria. No Brasil só encontramos


pesquisas contundentes na PUC em Curitiba. O resto dos trabalhos que surgem,
não são de maior relevância, pois trabalham com equipamentos pouco apropriados
para a pesquisa ( o nosso por exemplo)

81. É possível prever o tamanho do eletrodo para termos determinadas


dimensões finais, sem ajustar os parâmetros do processo? Ou para cada
eletrodo é necessário iniciar o processo e ir ajustando-o conforme o
necessário?

É possível determinar a dimensão de um eletrodo de desbaste, executar a cavidade


desbastada e preparar um eletrodo de acabamento para gerar a forma final.

82. Por que só no metal duro é que existe uma diferença verificável a
qualidade superficial pelo uso de geradores de impulso a de relaxação. No
caso de outro material usinado, a variação da qualidade pelos dois geradores
não é considerável?

O metal duro, em decorrência de seus constituintes, leva a formação de uma


camada passiva quando trabalhado com polaridade catódica. Quando se trabalha
com gerador de relaxação não temos uma polaridade definida, pois a descarga é de
corrente alternada. Consequentemente temos uma diferença na característica da
superfície eletroerodida.

83. Como um dos exemplos da apostila a aplicação na eletroerosão é a


produção de furos, para a refrigeração das palhetas de turbinas, que por este
processo geram  furos  com superfície real maior que furos convencionais
devidas as crateras produzidas, tornando a refrigeração mais eficiente, mas
tais crateras não geram concentrações de tensão podendo levar a trincas e
falhas eventuais se alguma coisa der errado no processo e passar
despercebida pelo operador?

A eletroerosão por descarga elétrica só pode ser empregada para a furação das
palhetas estacionárias de uma turbina (estator), que não sofre a solicitação
dinâmica no limite da resistência, como é o caso das palhetas do rotor.

84. Em que casos a tempera superficial ocasionada pela eletroerosão é


prejudicial?

A têmpera não é o problema. O problema é a ressolidificação. Na tempera


geramos tensões residuais de compressão. Na ressolidificação tensões residuais de
tração.

85. Qual a durabilidade e uma média de custos de um eletrodo de um


processo de eletro-erosão por faísca?

Isto depende fundamentalmente da geometria do eletrodo. Geometrias ssimples


tem custo baixo, Requisitos de pouca exatidão, também levam a custos baixos e
durabilidade maior do eletrodo.

86. Qual a precisão dimensional e rugosidade de uma peça usinada através de


um processo de eletro-erosão?

Depende da máquina. Existem máquinas que garantem uma exatidão na ordem de


1 µm.

87. Como prever trinca em uma matriz fabricada por eletro-erosão?

Pela escolha dos parâmetros de acabamento pode se diminuir as trincas, não


eliminá-las. A remoção final deve ser feita por outro processo.

88. Pode-se afirmar que a eletroerosão é um processo que está sendo cada vez
menos empregado em matrizarias? O ideal na fabricação de matrizes seria a
associação do fresamento e da eletroerosão por faísca?
Na fabricação de matrizes de grande porte com formas pouco complexas a
eletroerosão por descargas elétricas (EDM) está perdendo o mercado para o
fresamento duro. N a fabricação de matrizes de pequeno porte o campo da EDM
ainda é muito grande.

89. No rompimento do dielétrico no processo de eletroerosão por faísca, caso


uma pessoa encostar o dedo no dielétrico durante esse rompimento, ela
poderá sofrer um choque elétrico?

O dielétrico é não condutor de eletricidade. Não representa perigo para o


operador. Mas botar o dedo no eletrodo é fatal. Melhor é não botar os dedos onde
não deve.

90. O aumento da voltagem do eletrodo no processo de eletroerosão à faísca


gera sempre um aumento na remoção de material da peça?

A parcela de energia responsável pela remoção de material no eletrodo peça é


referente apenas à queda de potencial anódica ou catódica (dependendo da
polaridade do eletrodo peça). A queda de potencial no dielétrico (arco) não
aumenta a taxa de remoção, Como quando aumentamos a tensão na EDM
aumentamos a fenda de trabalho, logo a queda de tensão no eletrólito, não temos
um aumento de remoção de material.

91 Em que casos deve-se inverter a polaridade da peça e do eletrodo? Em que


casos o eletrodo desgasta mais que a peça?

Materiais que apresentam a formação de uma camada passivadora (óxido) na


superfície, que seja de difícil ruptura (alumínio, titânio, metal duro)

92. Caso não ocorra o fluxo de água ascendente no início da furação (no
processo de furação por eletroerosão de bicos injetores ), o que acontecerá:
ocorrerá a conclusão do furo porém será mais demorado, ou o eletrodo irá
desgastar até o fim sem a conclusão do furo?

Na eletroerosão passante com eletrodos de pequeno porte ocorre uma instabilidade


no instante da perfuração. Se tivermos um fluxo de dielétrico apenas na direção de
furação, no instante da perfuração as partículas de remoção se deslocarão no
sentido do furo e obstruirão este furo. Assim novamente o material da partícula
tem que ser removido. Se tivermos um jato no lado inferior da peça, o instante da
perfuraçào o fluxo de dielétrico continua sendo contrário ao sentido de perfuração
e as partículas de remoção não obstruem a saída.

93. Como é controlado a distância eletrodo-peça por meio de fuso de esfera


recirculante (eletrônico)?
Em princípio se tem o mesmo tipo de malha fechada como para o sistema
hidráulico. A partir da informação da tensão desejada e tensão medida entre o
eletrodo ferramenta e o eletrodo peça se estabelece uma ação sobre o sistema de
avanço, de forma que a tensão medida se iguale à tensão desejada. É admitido um
diferencial para mais e para menos, de forma que isto representa a dinâmica do
sistema.

94. Porque, ao reverter os pólos na usinagem por faísca, se torna mais fácil a
remoção em materiais que formam óxidos mais estáveis (Al por exemplo),
uma vez que a resistência entre eletrodo-peça continuará a mesma?

Óxidos só se formam sobre o ânodo e na maioria dos óxidos metálicos, estes são
isolantes.

95. Que ordem de grandeza deve ter o tempo de intervalo (t0) para que se
dissipe o canal de ionização e o pulso seguinte possa se dar em outro local?

O tempo de intervalo entre duas descargas é da ordem de 10 % do tempo de


período na eletroerosão EDM de penetração, e da ordem de 40 à 60 % do tempo
de período na eletroerosão EDM à fio.

96. O processo de erosão por arco não foi aprofundado na apostila. Qual seu
embasamento e princípio de funcionamento?

Semelhante ao processo EDM, com menor controle da descarga e abertura da


descarga por contato galvânico ente os eletrodos. As correntes elétricas são muito
grandes e o tempo de descarga suficiente para formar uma descarga em arco. A
danificação metalúrgica da superfície gerada é muito grande.

97.  Quais são as vantagens do processo de erosão por arco em relação ao


processo de erosão por faísca?

Trata-se de dois campos de aplicação distintos. A erosão por arco elétrico é


unicamente um processo de desbaste, ao passo que a erosão por descargas
elétricas na forma de faíscas pode tanto ser um processo de desbaste, mas
principalmente é um processo de acabamento. A eletroerosão por arco é
empregada pra retirar ferramentas quebradas (machos, brocas, alargadores, entre
outras) de peças com valor agregado alto, ou para confeccionar furos em blocos de
aço ou metal duro que servirá de início para um recorte por eletroerosão por fio.
As máquinas apenas dispõe de um posicionamento simples e a regulagem do
avanço do eletrodo é rudimentar. Nas máquinas de EDM o gerador é sofisticado, o
sistema de posicionamento complexo e o custo de hora máquina é alto, de forma
que, apesar de ser possível de realizar trabalhos que normalmente são feitos por
descarga em arco, estas se limitam para trabalhos de obtenção de cavidades.
98.  Porque a posição relativa entre eletrodo e peça é importante na
concepção do equipamento?

Normalmente você está interessado em obter componentes dentro de um certo


padrão de exatidão. Você não vai investir U$ 1.000.000,00 em um equipamento
com uma sofisticação tremenda, e não dar a atenção devida às dilatações térmicas.

99.  Quais são as principais desvantagens da utilização de reservatório de


dielétrico na própria máquina?

Muitas máquinas de EDM usam o tanque de dielétrico na própria máquina, com a


vantagem de economizar espaço, já que a parte inferior da máquina quase sempre
está disponível para um reservatório. Se tivermos uma estabilização adequada da
temperatura deste reservatório, o fato de o reservatório estar associado à máquina
não se reflete negativamente sobre o comportamento da mesma, sendo que a
exatidão requerida pode ser atingida dentro dos padrões especificados pelo
fabricante. Um tanque fora da máquina pode ser maior e ter uma estabilização da
temperatura simplificada, por Ter mais superfícies expostas ao ambiente. Por
outro lado necessita-se de mais espaço para a instalação da máquina.

100.Na retificação eletroerosiva por faísca (EDM), além da taxa de remoção


muito pequena, quais são as demais desvantagens em relação à retificação
mecânica?

          Salientei que a retificação por EDM tem este nome por motivos históricos e
que se trata apenas de um processo EDM com eletrodo rotativo (que
originalmente foi instalado em uma retificadora plana). Pela cinemática
semelhante é possível traçar alguns paralelos. Mas não fazer uma comparação
direta. Todos os efeitos e resultados possíveis para EDM de penetração, são
possíveis para EDM com eletrodo rotativo. Inclusive obter uma forma em um
pacote composto de vários materiais distintos (cobre - ferro - alumínio - metal
duro, por exemplo) o que não seria possível na retificação.

101.Porque a profundidade termicamente afetada geralmente é maior


quando se trabalha com eletrodos de grafite quando comparados com os de
cobre?

           fizermos o balanço térmico de uma descarga elétrica teremos que a energia
elétrica consumida se divide em três parcelas: uma que vai na forma de energia
térmica para o eletrodo, uma que vai para o dielétrico e a terceira que vai para a
peça. Se mudarmos as propriedades físicas destes três parceiros, mudaremos
também a parcela de energia que vai ser absorvida por cada um deles. Mantendo a
energia de descarga e alterando apenas o material do eletrodo de cobre para grafite
teremos que a parcela de energia que vai para o eletrodo de grafite é menor que a
parcela de energia que foi para o eletrodo de cobre. Consequentemente sobra mais
energia para o dielétrico e também para o eletrodo peça. Desta forma a taxa de
remoção aumenta.

102.Porque a água tem que ser destilada e deionizada para utilização na


eletroerosão?

          Isto é fundamental. Pois temos que trabalhar com um líquido com
propriedades dielétricas e não com uma solução eletrolítica. A condutividade
residual da água destilada e deionizada ainda está situada na faixa de µS, de forma
que sempre teremos uma pequena parcela de remoção eletroquímica quando
trabalhamos com água como dielétrico.

103.Na eletroerosão a fio, o movimento de embobinamento do fio, serve


somente para compensar o desgaste?

          Dominantemente.

104.Uma máquina-ferramenta (fresadora) que interpola em três eixos


simultaneamente, não faz o mesmo trabalho do que uma máquina de
eletroerosão planetária? A máquina de eletroerosão planetária tem algum
recurso a mais de deslocamento?

          As máquinas de eletroerosão planetárias originalmente executavam o


movimento planetário gerado por uma cadeia cinemática de engrenagens. A
amplitude do movimento planetário era função da cadeia cinemática e muito
rígido. Mudanças normalmente estavam associadas à substituição do cabeçote
planetário. Hoje o movimento planetário é efetuado por comando numérico e você
tem toda a liberdade de programação em três eixos.

105.Considerando na eletroerosão por faísca os efeitos de pressão, vazão e


posição do bico de saída do dielétrico no aço 56NiCrMov7 com eletrodo de
cobre na peça (pág 42-44, apostila de remoção). Pode-se esperar uma
mudança significativa dos efeitos enumerados anteriormente para eletrodo de
grafite?

          A função de lavação tem que ser cumprida nos dois casos. Se empregarmos
a mesma energia de descarga, as variações no resultado serão dominantemente
função da mudança do material do eletrodo e não da lavação. A influência da
lavação é menor que a influência do material de eletrodo.

As perguntas seguintes gostaria que não considerasse nota, entretanto, gostaria de


uma reposta, pois está gerando muita dúvida para mim em virtude de que somente
assisto metade do número de aulas.

106.que é “” na figura 2.1? (pág 6, apostila de remoção)


Não consigo descobrir um “Teta grego” na figura 21, só vejo círculos contendo
cargas positivas e círculos contendo cargas negativas.

107.O que é e na figura 2.2? e  é relação de contato na mesma figura? (pág


9, apostila de remoção)

Na fig. 2.2 temos te (tempo de descarga) e   (relação de contato) .

108.O que é uma faísca deionizada?

Faísca deionizada está errado. Deveria ser “Deionização da região onde ocorreu a
descarga imediatamente anterior”.

109.Para fabricar eletrodos de cobre por conformação utiliza-se uma matriz.


A impressão que se tem é que o eletrodo poderia ser usinado por processo
convencional. O que justifica economicamente o processo? Produção seriada
de eletrodos? (pág.77)

A fabricação de eletrodos por conformação a partir de uma chapa exige a


disponibilidade de uma matriz. Dependendo das exigências de precisão, esta
matriz pode ser de cimento, ou de madeira, proveniente de uma modelaria
clássica, onde estes são feitos manualmente. Só se justificaria a produção de
matrizes para a conformação de eletrodos, se o volume de eletrodos a serem
fabricados for grande e justificar este procedimento.

110.Na fabricação por eletroerosão por fio tem-se um aumento da vida da


ferramenta (matriz de recorte). O que novos estudos, tem revelado em
relação a causa de aumento de vida, deste tipo de ferramenta? (pág. 91)

Os defeitos metalúrgicos introduzidos no componente pelas descargas elétricas


nào podem ser totalmente eliminados pelo processo de acabamento na
eletroerosão a fio. Desta forma sempre teremos que contar que o fim da vida de
uma ferramenta de recorte esteja associado a um lascamento ou quebra. Se
compararmos duas matrizes de recorte com geometria simples (circular, por
exemplo), uma feita por eletroerosão e outra feita por retificação, pode-se estimar
que a feita por retificação atingirá uma vida mais longa que a feita por
eletroerosão EDM. Para geometrias complexas a fabricação da matriz de recorte
por retificação exige a fabricação de segmentos que devem posteriormente ser
montados. Isto leva à uma imprecisão inerente à estas montagens. A eletroerosão a
fio permite atingir uma qualidade geométrica de forma mis simples, de forma que
os defeitos introduzidos pela descarga elétrica tem um efeito menor sobre a vida
da ferramenta de recorte que os defeitos decorrentes da imprecisão geométrica
introduzida pela montagem dos segmentos da matriz fabricada por retificação.

111.O que limita o tamanho da matriz em 400 cm2 na eletroerosão química?


(pág. 95)

A densidade de corrente necessária e a fonte disponível.

112.O que é regime de canal simples e canal duplo? (pág. 83)

No regime de canal simples, vários geradores sincronizados são acoplados à


apenas um eletrodo. No regime de canal duplo, o eletrodo é bipartido e as partes
do eletrodo são isoladas eletricamente entre si. Cara segmento do eletrodo é
alimentado por um gerador, de forma que podemos aumentar a taxa de remoção
total. Quando temos dois cartões de potência em uma máquina de EDM de
penetração, podemos trabalhar com dois eletrodos eletricamente isolados entre
sim fixos no mesmo sistema de avanço. Isto faz sentido para eletrodos de porte,
como por exemplo encontrados em matrizes de conformação de chapas, na
indústria automobilístida.

113.Como garantir na usinagem por eletroerosão por faísca que uma


descarga não se dará no mesmo ponto diversas vezes consecutivas, já que o
local onde ocorre a descarga é também influenciada pela temperatura além
da distância entre os eletrodos?

O tempo do intervalo tem que garantir que a região onde ocorreu a descarga seja
suficientemente deionizada para que não ocorra uma nova descarga no mesmo
local. Se a deionização foi suficiente, então na região desta descarga a abertura da
fenda de trabalho é maior que nas regiões vizinhas e a descarga seguinte não pode
ocorrer nesta região e sim numa da vizinhança.

114.Pode-se afirmar que quanto mais denso o dielétrico (até um certo limite),
melhor será a taxa de remoção? ...decorrente o fato que um dielétrico mais
denso propicia a passagem da fenda de trabalho e produz uma onda de
choque maior.

Um dielétrico mais denso tem maior inércia e leva à uma maior pressão no canal
de plasma, provocando uma onda de choque mais forte na implosão do canal de
plasma favorecendo a remoção.

115.O pulso representado na figura 2.6(d) – pág 15 possui tensão e corrente,


porém gerado por partículas livres no dielétrico. Esse pulso possui taxa de
remoção menor que o pulso representado na figura 2.6(a), entretanto é
contado da mesma forma como um pulso bom. Esta característica influencia
nos cálculos de rendimento? Como solucionar o problema?

O pulso gerado por um contato galvânico não é um pulso bom, pois não tem uma
participação eficiente na remoção de material.
116.Para obtenção de uma superfície mais bem acabada no processo de
eletroerosão por faísca é possível realizar a usinagem com a distância fixa
entre o eletrodo ferramenta e o eletrodo peça? Posso afirmar que se utilizar
baixas taxas de remoção os picos serão removidos, e assim que a distância for
suficientemente grande para que não haja mais descargas a superfície estará
“totalmente” lisa?

A característica da fenda de trabalho é inerente ao processo de eletroerosão por


faíscas e se estabiliza para uma diferença de potencial. Como temos desgaste do
eletrodo ferramenta e também do eletrodo peça, sempre teremos uma rugosidade
residual. Diminuindo a energia de descarga a rugosidade diminui. Para
superacabamento, com tempos de descarga da ordem de 200 ns, é possível obter
superfícies quase espelhadas.

117.O que restringe na prática o uso de máquinas de eletroerosão com mais


de 4 canais na técnica de múltiplos canais?

Como temos apenas um sistema de avanço, em regime de acabamento as


dificuldades de remoção das partículas superam as dificuldades inerentes à
pequena taxa de remoção. É possível fazer um sistema com mais canais, mas não
nos dá mais vantagens econômicas.

118.Na pág 52 – 1º parágrafo é afirmado que eletrodos de alumínio ou aço


possuem altas taxas de desgaste. Quais características diferenciadas estes
materiais proporcionam para ainda assim serem aplicados?

O alumínio tem baixa temperatura de fusão (+/-600o C), porém alta condutividade.
A baixa temperatura de fusão é dominante sobre o desgaste.

O aço possui uma temperatura de fusão de +/- 1500o C e baixa condutividade. A


baixa condutividade concentra a temperatura da descarga em uma pequena região,
elevando o desgaste.

119.A usinagem na eletroerosão a fio com fio de carbono proporciona uma


superfície mais dura devido a resolidificação do material carbono sobre a
superfície? As condições de corte podem ser ajustadas de forma a adquirir
uma superfície com características a uma superfície tratada termicamente?

Não tenho informações sobre o uso de fio de carbono na EDM a fio. Mas fazendo
um paralelo com a EDM de penetração com grafite, ou mesmo com EDM com
eletrodo de cobre em dielétrico de hidrocarboneto, onde a deposição de carbono
sobre a peça leva à uma pequena difusão de carbono para a camada limite,
verificamos uma influência metalúrgica no componente. Esta porém é muito
pequena e se restringe à região afetada pela descarga (alguns µm)
120.O método de rebarbação por remoção termoquímica tem influência
sobre as características da superfície (textura e integridade)? 

Só na região da rebarba removida. O restante do componente permanece frio.

121.Na visita ao LMP vimos uma maquina de eletroerosão. O professor


esvaziou o dielétrico durante a usinagem e provocou um inicio de fogo. Para
apagar o fogo apenas desligou a maquina. No caso, se o dielétrico fosse a
gasolina quais seriam os procedimentos?

Eu não faria este experimento com Gasolina, nem que tivesse todo um aparato de
combate ao fogo à disposição.

122.Na eletroerosão, mesmo depois de ser filtrado o que é feito com o fluído
dielétrico quando saturado? Qual é a media de uso desse dielétrico?

Normalmente uma máquina de eletro erosão EDM é equipada com filtros para
limpar o dielétrico. As propriedades deste dependem de sua limpeza.  Partículas
muito finas (principalmente pó de grafita) não são eliminadas pelos filtros e com o
tempo o dielétrico fica turvo. Costuma-se dizer que atingiu o fim de vida. Mas
tecnicamente poderia continuar sendo usado. O dielétrico a base de
hidrocarboneto velho pode ser queimado em qualquer tipo de incinerador
industrial. Dielétricos a base de água, quando contaminados com sais
(condutividade elétrica acima de 15µmS) podem ser descartados na rede pluvial.

123.Na eletroerosão a fio, o fio é sempre renovado para garantir que não
arrebente. Na maioria dos casos esse processo é feito durante a usinagem
constantemente. Esse fio é reaproveitado? Quantas vezes? O fio é feito apenas
de cobre?

O fio na eletroerosão a fio é renovado constantemente durante o trabalho, com


uma velocidade que varia de 2 a 10 m/min. Depois do uso é descartado. O fio
mais comum é feito de uma liga de cobre, estanho e zinco (latão). Fios mais
modernos são os mesmos fios de latão revestidos com uma fina camada de
estanho. Para situações especiais são empregados finos fios de molibdênio
(diâmetros inferiores à 0,1 até 0,03 mm).

124.    Normalmente quando pensamos em materiais dúcteis, com ponto de


fusão baixo, associamos a facilidade de remoção de materiais na usinagem.
Por que a eletroerosão por faísca de materiais com temperatura de fusão
elevada, como metal duro, a parcela de remoção é maior do que nos materiais
dúcteis?

A remoção de material no processo EDM é uma função da combinação das


características termo físicas do material com as características da descarga. Um
material de temperatura de fusão baixa e elevada condutividade pode Ter uma
taxa de remoção menor que um material de temperatura de fusão mais elevada,
porém baixa condutividade témica.

125.Porque ocorrem erros na transferencia de medidas de modelos em


máquinas por fio com eletrodo bobinado?

Deve ser uma característica inerente à máquina com que você trabalhou. Ver
especificações técnicas do equipamento, eventualmente acionar o Fabricante.

126.A espessura do fio na eletroerosão a fio está relacionado com a espessura


de corte? Por exemplo se eu usar um fio com diâmetro maior eu posso
trabalhar com o corte de peças com espessura maior.

Não necessariamente. Porém é um bom indicativo para quem trabalha com fios
muito finos. Dificilmente se vai trabalhar com fios mais espessos que 0,3 mm.
Mas fios de 0,05 mm de diâmetros são bastante limitados na espessura do material
cortado.

127.A alta temperatura sobre a superfície de uma peça pode ocasionar


problemas de integridade da peça, como microtrincas , alteração na dureza ,
entre outras. a eletroerosão acredito que estes problemas podem ser
freqüentes pelo tipo de processo. Como posso evitar esses tipos de problemas
não perdendo eficiência de máquina na operação de desbaste e acabamento?

As trincas só podem ser minimizadas pela diminuição da energia de descarga e


para Ter eficiência e produtividade deve-se combinar de forma adequada
parâmetros de desbaste, sobrematerial de acabamento e parâmetros de acabamento
para um eletrodo de acabamento. Eventualmente até intercalar um préacabamento.

128.Pode-se dizer que 50% de uma boa taxa de remoção na eletroerosão a


faísca se dá a uma boa limpeza na fenda de trabalho? Porque?

A limpeza da fenda de trabalho é fundamental para garantir uma minimização de


descargas falhas. Se a limpeza não for adequada ainda se podem formar
aglomerados de resíduos do dielétrico combinados com partículas de remoção,
formando uma borra (chamada de grafite na indústria) que leva a danificação da
peça e do eletrodo.

129.Por que apesar da água deionizada apresentar um ótimo rendimento


como dielétrico na eletroerosão por faísca ela não utilizada em larga escala?

As máquinas para trabalharem com água devem ser feitas de materiais resistentes
à corrosão. Isto as torna mais caras na aquisição. A manutenção da água com
características d condutividade elétrica melhor que 15 µS é mais cara que a
manutenção de um hidrocarboneto.

130.No processo de eletroerosão por faísca a descarga elétrica se da em três


etapas. Dentre essas etapas ocorrem dois efeitos chamados de “skin” e
“pinch”, o que viria a ser esses dois efeitos?

Efeito Skin (pele): Numa mudança brusca de tensão e corrente os elétrons passam
a ser conduzidos pela superfície do condutor (típico em dimensionamentos de
condutores para radiofreqüência).

Efeito Pinch: Passando uma corrente elétrica por um condutor, forma-se um


campo eletromagnético em torno do condutor que comprime o condutor.

131.O processo de remoção térmica a fio fica limitado a processos que


necessitam de remoção de material para áreas com geometria reta?

Em se tratando de um corte em apenas uma passagem o processo EDM a fio


apenas recorta geometrias compostas por linhas retas, não necessariamente
prismáticos.

132.Um dielétrico sujo é aquele que não consegue levar as partículas erodidas
e fica um pó no fundo da cavidade?

Define-se um dielétrico sujo aquele que está turvo. A


contaminação pode ser excessiva quando leva a falhas de
ignição. Dielétricos baseados em querosene tendem a turvar
mais depressa.

133.Na técnica de canais múltiplos o numero de descargas maiores pode 


haver um aquecimento excessivo da superfície  e como conseqüência a
integridade  da superfície pode  ser afetada ?

Canais múltiplos significa múltiplas descargas, porém uma descarga em cada


segmento do eletrodo, de forma que a energia da descarga vai definir a
característica da integridade da superfície erodida.

134.O numero de descargas maiores, aumenta a possibilidade de curto-


circuito ou estas possuem um sistema de controle de variáveis do processo ?

O curto circuito só pode ocorrer se houver contato entre eletrodo e peça.


Normalmente ele decorre de uma malha de controle não adequada no sistema de
movimentação do eletrodo ou de um sistema de avanço muito lento, de forma que
a malha de controle não consiga manter a fenda de trabalho numa dimensão
adequada.
135.Não consegui entender  a Figura 2.15 pág. 37  ? (Dependência entre a
condutividade média relativa e a relação de contato)

A relação de contato   é definida como sendo a relação entre o tempo de pulso e o


tempo de período. Para uma relação de contato   igual à unidade o meio dielétrico
na fenda de trabalho não deioniza no final de cada pulso e a condutividade média
relativa é estabelecida em 100 %. Nesta condição temos uma descarga contínua e
o processo EDM não funciona. Uma relação de contato  igual à zero não faz
sentido, por que não temos descargas, portanto não temos remoção e a
condutividade média relativa é dita igual à zero. Se passarmos a fornecer pulsos
para o eletrodo, a ionização do meio na fenda de trabalho é função da duração do
intervalo. Intervalos maiores levam à uma deionização maior, intervalos menores
uma deionização menor. Seja: Tanto menor o intervalo (relação de contato
próxima à unidade), o tanto maior é a condutividade média relativa do meio
dielétrico.

136.Na figura 2.41 pág. 44 apostila, quando é citado raio externo é referencia
ao eletrodo ? 

A figura 2.41 se refere à eletroerosão de uma cavidade empregando um eletrodo


cilíndrico com um furo de alimentação de dielétrico no centro. A figura é
simplificada, pois apenas apresenta metade da cavidade (suficiente para a
interpretação, pois trata se de uma geometria simétrica de revolução). O raio
externo se refere à periferia do eletrodo. O raio interno se refere ao raio obtido na
parte central do eletrodo.

137.Quais as principais diferenças entre erosão por arco e erosão por faísca?

Principalmente a duração do tempo de descarga e a forma de abertura do arco. Na


eletroerosão a arco a abertura do arco se dá por contato.

138.Por que materiais com ponto de fusão maior possui uma remoção de
material maior na eletroerosão por penetração?

Isto só vale se ao mesmo tempo que a temperatura de fusão aumenta, a


condutividade térmica do material diminuir em relação ao material de
comparação.

139.Como que é feita a rotação do fio na eletroerosão a fio com eletrodo


bobinado?

Não é feita a rotação do fio. Ele desgasta apenas no lado dianteiro na linha de
corte.

140.Na retífica eletroerosiva, como se garante uma remoção uniforme de


material quando se usina uma peça com material composto (sandwich)?

A remoção não é totalmente uniforme, pois a queda de potencial no eletrodo peça


depende do material e a taxa de remoção ainda depende das características
específicas de remoção que cada um dos materiais apresenta. Mas as diferenças
são muito pequenas.

141.Na eletroerosão por fio, a velocidade de bobinamento do fio influencia na


taxa de remoção de material?  Como é passado este fio pela peça, cada
descarga sempre é dada com uma parte de fio que ainda não passou pela
peça?

O fio tem movimento contínuo. A velocidade de passagem se situa na faixa de 23


– 10 m/min. E o fio apresenta um certo desgaste no lado Que aponta no sentido do
vetor de avanço. O fio usado é descartado.

142.Por que geralmente eletrodos de grafite possuem uma região


termicamente afetada na peça maior que os de cobre?

          Devido ao balanço energético. A grafita absorve menos calor que o eletrodo
de cobre, e consequentemente sobra mais energia da descarga para o eletrodo peça
e para o dielétrico.

143.É correto afirmar que eletrodos com pior acabamento da superfície


removem mais material?

Não.

144.Para haver um controle do processo EDM em termos da camada afetada


térmicamente podemos utilizar a rugosidade como um padrão de referência,
devido a correlação aumento da remoção a rugosidade aumenta
proporcional?

A rugosidade no processo EDM é um bom indicativo da energia de descarga


empregada, portanto também para os defeitos térmicos produzidos.

145.No momento que o eletrodo desgasta ele fica com uma camada de resido
na superfície, deve-se limpar o eletrodo ou é insignificante para a descarga
elétrica?

Os resíduos de hidrocarboneto (cor preta) que se depositam de forma visível sobre


eletrodos de cobre, e de forma invisível sobre eletrodos de grafite, devem ser
considerados apenas se forem excessivos, pois podem levar à formação de uma
borra que pode prejudicar a geometria do componente em fabricação. Um excesso
de deposição indica problemas na lavação.

146.E possível realizar o processo de remoção térmica pôr faísca em


materiais ditos não condutores, quando este são submetidos  a uma dopagem
galvânica?

A dopagem com elementos condutores torna a cerâmica condutora de eletricidade.


Sendo condutor de eletricidade ele se torna aplicável para o processo EDM.

147.O processo de remoção por ataque ácida pode ser usada para um alivio
de tensões superficiais resultantes de processos de usinagem anteriores, visto
que a remoção química não introduz novas tensões superficiais?

É um campo de aplicação do processo ECM.

148.Qual é a profundidade de avaria media térmica e mecânica encontrada


nas peças submetidas  a remoção  por eletro-erosão por faisca?

De alguns micrométros até mais de um milímetro de profundidade. A


profundidade das trincas dependem da característica do material erodido e da
energia das descargas.

149.O que origina as vibrações do eletrodo na erosão por arco?

Na eletroerosão por arco temos descargas bastante energéticas, o que excita o


eletrodo mecanicamente e o leva a vibrar. Objetivam-se curtos-circuitos para abrir
o arco.

150.O que justifica o eletrodo de cobre possuir menor desgaste relativo


comparado com outros eletrodos quando se aumenta a energia de descarga
(aumento da corrente)?

Para energia de descarga grande o cobre possui um desgaste relativo maior que o
grafite. (Ver gráfico na apostila).

151.O tempo de intervalo (na descarga) para uma eficiente taxa de remoção é
feita experimentalmente ou existe algo já como fonte de pesquisa?

Existem anos de pesquisa e experiência profissional disponíveis na área de


eletroerosão por faíscas. Não que se possa dizer que tudo está determinado. Mas
muitas máquinas CNC tem bancos de dados que facilitam a vida do operador na
escolha correta dos parâmetros de regulagem da máquina, efetuando-a
automaticamente.
152.O que é ângulo de inclinação página 44? Não entendi?

A representação esquemática da peça no gráfico da figura 2.21, apresenta uma


linha de centro na parte esquerda da figura. Isto significa que temos a
representação de uma peça cilíndrica com um rebaixo produzido por um eletrodo
tubular (também cilíndrico). A parte frontal do eletrodo desgasta e apresenta uma
inclinação do raio para a periferia. Esta inclinação depende do sentido do fluxo do
dielétrico.

153.Como é que o aumento da freqüência de descarga diminui a largura de


corte. Qual a relação de uma com a outra, se a energia de descarga for
mantida constante?

Aumentando a freqüência de descarga diminui a amplitude de vibração do fio, e


consequentemente a largura da fenda de trabalho.

154.Por que meio se dá preferencialmente a ruptura do fio de corte?

O fio na eletroerosão é tracionado para ficar em uma linha reta. Quando ocorre
uma descarga elétrica sobre o fio, este esquenta e diminui a resistência à tração  do
mesmo. Se ele estiver esticado demais, ele rompe.

155.O tempo de descarga não influencia na espessura de difusão (região entre


a camada superficial e a estrutura básica da peça)?

Influencia. A difusão é dependente do tempo e da temperatura.

156.Ocorre têmpera na camada superficial?

Se nos tivermos aquecimento da camada superficial acima da temperatura de


austenitização e um resfriamento supercrítico teremos tempera.

157.Quando não ocorre deionização total do canal de descarga podem


ocorrer caminhos preferências para a descarga seguinte?

Exatamente, como explicado detalhadamente na aula inicial.

158.A eletroerosão é feita aberta ou fechada, onde se obtém de 5 a 50 bar no


processo?

No canal de descarga ocorrem pressões elevadíssimas durante a descarga. Se


considerarmos que atingimos temperaturas de 20 a 30 kK (30.000 K), e o
dielétrico não tem tempo de se deslocar, teremos que Ter pressões altas no canal
de descarga. A inércia do dielétrico se incumbe disto.
159.Na eletroerosão, existe a possibilidade do surgimento de tensões
residuais; por tratar-se de remoção de material baseada fundamentalmente
em fenômenos térmicos, até que ponto essas tensões residuais comprometem
o uso da peça usinada?

Por causa da ressolidificação temos tensões térmicas residuais de tração. Para


materiais frágeis isto sempre compromete um componente utilizado sob condições
dinâmicas.

160.Existem uma infinidade de materiais que podem ser usinados por


eletroerosão; porém como ocorre em outros processos de fabricação existem
aqueles materiais facilmente trabalhados, garantindo bom acabamento
superficial, fácil remoção e economicamente viável. Que materiais seriam
esses na eletroerosão? Seria correto afirmar que materiais de alto ponto de
fusão são bons para trabalhar através da eletroerosão?

Quando foi discutida a erodibilidade de materiais verificou-se que o principal fator


que influencia a erodibilidade dos metais é o seu ponto de fusão. Tanto mais alto,
pior a erodibilidade. Porém, a condutividade térmica, o calor latente de fusão, a
recristalização também influenciam a erodibilidade.

161.Na utilização de hidrocarbonetos como dielétrico, a elevadas


temperaturas pode ocorrer a difusão de carbono para a peça usinada
caracterizando um tratamento superficial de cementação. A dúvida é:
Consegue-se um bom resultado desta “cementação” apenas controlando os
parâmetros da eletroerosão?

A cementação depende da temperatura e do tempo. Na eletroerosão certamente


temos a temperatura, porém não temos o tempo para garantir uma boa
profundidade de cementação. Verifica-se que ela ocorre, porém não a título de
mudar subtancialemtne as propriedades do componente.

162.Para confecção de eletrodos de grafite por usinagem convencional foi


comentado que o diamante seria a ferramenta mais adequada. Este tipo de
usinagem não facilitaria a difusão de carbono, ocasionando um alto desgaste
da ferramenta?

Carbono para carbono não difunde. Além disto as temperaturas na usinagem de


grafite são relativamente baixas.

163.O grande campo de aplicação da eletroerosão é a confecção de peças


complexas e matrizes, correto? Porém fazendo uma comparação entre a
usinagem convencional e a eletroerosão para a fabricação de uma peça
simples, quando seria justificada a utilização da eletroerosão?
Não se justifica.

164.Em relação à fabricação de eletrodos de grafite, gostaria de saber se o


controle de sua rugosidade é uma tarefa simples. Que valores típicos de
rugosidade são obtidos para tal material? Qual a influência da rugosidade do
eletrodo no acabamento do componente que sofre a eletroerosão?

A determinação da rugosidade de materiais porosos não pode ser feita com a


mesma forma de avaliação empregada na avaliação da rugosidade de materiais
não porosos. Embora possam ser empregados pontas de diamante, o raio destas
deve ser maior que a dos poros, para que o poro não seja reconhecido como
rugosidade. Se a rugosidade de processo estiver na mesma ordem de grandeza dos
poros, esta não pode mais ser determinada por este procedimento simples e deve-
se desenvolver softwares que permitam filtrar a influência da porosidade sobre o
resultado de medição, e assim ter uma informação clara sobre a rugosidade de
processos na fabricação de um eletrodo de grafite. Os valores da rugosidade de
processo dependem do processo de fabricação empregado e são limitadas pelo
tamanho do grão empregado na fabricação do grafite em questão. Num eletrodo de
grafite, preparado para trabalhos de acabamento, marcas de fresamento no
eletrodo podem ser visualizadas na superfície da peça erodida.

165.Quais materiais são mais indicados como ferramentas de corte para


usinagem de grafite?

O material mais recomendado para a usinagem de grafite é o diamante mono - e


policristalino. Importante é que se trabalhe com gumes muito afiados, pois o
grafite não permite deformações plásticas.

166.Durante a fabricação de blocos de grafite, sabe-se que o pó de grafite é


prensado em placas para posterior união (através de colas especiais) e
posterior sinterização dos blocos formados. Gostaria de saber se a interface
entre as placas apresenta propriedades mecânicas diferentes em relação ao
interior das placas. Caso afirmativo, tais diferenças prejudicam a usinagem
do grafite? 

Segundo a informaçào que me consta o grafite é produzido através da


compactação de pó em uma prensa. Sucessivas cargas de pó na mesma matriz
permitem a obtenção de um bloco  com dimensões razoáveis (mais de um metro
cúbico). O bloco de grafite é sinterizado. O bloco sinterizado é cortado em
pedaços e estes podem ser colados com colas condutoras de eletricidade para obter
um bloco mais próximo à forma final do eletrodo de grafite a ser fabricado. Se a
união entre os blocos de grafite for bem feita, a união não deixa marcas no
componente eletroerodido.

167.Como é controlada a oscilação do eletrodo durante a operação de


eletroerosão para realização do furo cônico dos bicos injetores da Bosch?

A oscilação do eletrodo para a furacão de pequenos furos com conicidade negativa


é feita pelo controle do comprimento do eletrodo. Tanto maior o eletrodo, tanto
maior a amplitude de vibração da parte frontal do eletrodo. Para garantir uma
pequena abertura da parte superior do furo produzido, a distância da pinça que
segura o eletrodo à peça deve ser mantida constante. O eletrodo que avança pela
pinça (ou conjunto de um prisma e uma placa plana) é excitado pelas próprias
descargas de um circuito de relaxação (RLC).

168.Na fabricação dos bicos injetores para motores diesel, realizada pela
Bosch, seria viável a utilização de corte a laser no lugar da eletro-erosão a
fio? (Obs.: para se conseguir a conexidade negativa se posicionaria o foco
pouco antes do furo).

Está sendo trabalhado nisto, mas não se obteve repitivilidade e a camada


termicamente afetada é grande. Inclusive o Prof. Lago fez alguns testes para a
Bosch Curitiba.

169.Quais as principais diferenças de funcionamento dos processos de


remoção por feixe de elétrons e de eletro-erosão por eletrodos. (Eles me
parecem muito semelhantes).

O feixe de elétrons não emprega uma ferramenta. O feixe de elétrons é


bombardeado na posição que se deseja a remoção e funciona no vácuo.

170.Por que, na usinagem de metal duro, devemos inverter a polaridade da


mesa e do eletrodo, e quais as conseqüências se eu não inverter a mesma?

Obtém se uma taxa de remoção maior e menor desgaste do eletrodo.

171.Na eletroerosão, gostaria de saber por que a "fumaça" que sai do


dielétrico sobe formando uma espécie de cone, envolvendo até a haste de
suporte do eletrodo, em vez de se dispersar no ar?

O vapor quente condensa na parede do eletrodo relativamente frio, e assim se tem


a impressão que a névoa não se dispersa. Na verdade a névoa se forma nas
proximidades do eletrodo e só posteriormente é que se dispersa no ar. O vapor nós
não enxergamos. (não tem fumaça, fumaça é decorrente de queima incompleta +
vapor de água condensado)

172.Sobre a eletroerosão a fio, gostaria de saber por que em vez de eu usar


como dielétrico querosene, eu devo utilizar água deionizada? O que poder
acontecer se eu trocar o dielétrico?
A água tem uma maior capacidade de refrigeração que os dielétricos  baseados em
hidrocarbonetos. Como o fio tem uma capacidade térmica muito baixa, a parcela
de calor  de cada descarga que vai para o fio deve ser retirado pelo dielétrico. Esta
retirada é melhor feita pela água. O custo da água dionizada é mais elevado que o
custo de dielétrico baseado em hidrocarbonetos (querosene dearomatizado). Se
empregar querosene no lugar de água, tenho que trabalhar com intervalos maiores
entre duas descargas consecutivas, para permitir que o fio esfrie. Com isto diminui
o rendimento do processo.

173.Eu estava acompanhando um processo de estampagem simples de corte


no qual utilizava-se uma ferramenta de metal duro, feita por eletroerosão.
Verifiquei a mesma através de análise no laboratório e constatei o
aparecimento de microtrincas. Estas trincas, por sua vez, eram fruto de
alguma corrosão que eu não tinha conhecimento. Depois de várias tentativas
e ensaios de corrosão, propus a hipótese de que essas trincas eram devido a
cavitação que ocorreu no processo de fabricação da ferramenta. Isso pode
acontecer?  Como posso evitar isso?

O processo de eletroerosão é particularmente indicado para quando se quer trincas


em um componente. (ironia) Principalmente em metal duro e em aços ferramenta
o processo de eletroerosão deixa trincas na camada superficial, que devem ser
removidas no caso de se tratar de ferramentas de corte (tanto de estampagem
como de usinagem.

174.Qual a diferença entre raios catódicos e raios


anódicos?

Raios catódicos são emitidos pelo cátodo, anódicos pelo ânodo

175.A quantidade de material a ser removido no período


de uma descarga nos eletrodos peça e ferramenta
dependem de que fatores?

Da energia, d tempo em que esta energia é liberada , da densidade de energia, do


dielétrico, do material da peça e dfo material do eletrodo.

176.Qual o processo de eletrerosão mais difundido


atualmente?

Eletroerosão por faíscas. Nesta o processo de corte com fio e de penetração estão
mais ou menos representados de forma simétrica, uma vez que um complementa o
outro.

177.Professor, talvez eu não tenha comparecido às aulas,


mas gostaria de saber mais sobre a eletroerosão
planetária: quais as vantagens se comparado com outros
processos de eletroerosão, porque não é tão difundido
quanto os outros processos de eletroerosão?

Na eletroerosãoplanetária o eletrodo se move segundo uma micro trajetória


planejada em relação à peça. Com isto conseguimos uma limpeza melhor da fenda
de trabalho, pois em um lado do eletrodo temos uma fenda de trabalho maior, e
menores perdas de carga.

178.Professor, não entendi bem a retífica eletroerosiva.


Existe uma remoção mecânica propriamente dita nesse
processo?

Não existe remoção mecânica no processo. O nome se deve ao fato de o processo


Ter sido apresentado em sua premiere numa retificadora plana modificada, onde o
eletrodo rotativo estava colocado no lugar do rebolo. No mais a máquina
apresentava os mesmos movimentos de uma retificadora plana e a penetração do
cabeçote era controlado como em uma máquina de eletroerosão de penetração.
Hoje, qualquer máquina de eletroerosão de penetração de 5 eixos, permite a
rotação do eletrodo, e ninguém fala mais em retificação eletroerosiva por
descargas elétricas.

179.Porque para tempos de descarga extremamente


curtos faz-se polarização catódica da ferramenta?

Por que para tempos extremamente curtos de descarga temos uma maior remoção
no ânodo.

180.Em quais situações devemos empregar eletrodos de


grafite e em quais o cobre é mais adequado?

O grafite é caro. Grafite barato tem grãos grandes, o que


prejudica a resistência do eletrodo, não permite fabricar detalhes
e leva à um péssimo acabamento na EDM. Grafite de micro-grão
dá resultados melhores que o cobre, mas custa na faixa de R$
1.000,00 o kg. Apear da densidade menor, é caro. O grafite
também tem suas dificuldades de ser usinado. De forma que o
cobre eletrolítico, cobre berílio e o cobre tungstenado são ainda
os materiais de eletrodo preferidos.

181.Como pode-se evitar o erro de perfil de formação de


barrilete na tecnologia da eletroerosão por fio?

Não trabalhando com gerador de relaxação, que excita o fio em sua freqüência
natural, e sim com gerador de pulsos e procurar trabalhar com uma freqüência de
descargas longe da frequência natural do fio empregado.

182.Professor, na página 63 na última frase da página é


dito que "quando se trabalha com descargas muito
energéticas, a camada superficial é caracterizada por
mudanças na composição química decorrente da mistura
de material do eletrodo e de produtos da decomposição do
dielétrico." Mas isso é significativo?

Ficou claro (subtituí ela por camada superficial)

183.Porque quando se trabalha com eletrodos de grafite, a


profundidade da região termicamente afetada é
geralmente maior que quando se trabalha com
cobre(pag.65)?

Alguém mais perguntou isto, veja nas respostas do colega.

184.Professor , a camada limite e a topografia superficial


dependem do dielétrico?

Dependem. Pois o dielétrico define a pressão no canal de descarga (elasticidade do


dielátrico), da perda de energia (condutividade e capacidade térmica do
dielétrico), assim como da fluidez (remoção de partículas) , entre outras.

185.Porque com um aumento da corrente na eletroerosão


por fio há uma melhora da qualidade superficial?

Com o aumento da energia de descarga piora a qualidade da supefície


eletroerodida por descargas elétricas.

186.No Processo de remoção de material por


eletroerrosão , o material que é removido é chamado de
Borra e sai no formato esférico mas esta esfera é oca,
como isto acontece?

Devido à condições de alta pressão que reinam na mancha catódica e anódica


(superfícies atingidas pela descarga sobre os eletrodos), a temperatura do líquido
nestas regiões ultrapassa a temperatura de liquefação na temperatura ambiente.
Quando a descarga cessa de receber energia, a temperatura e a pressão no canal de
descarga decrescem de forma muito rápida. A quantidade de calor armazenada na
região superaquecida líquida não pode ser dissipada por condução de forma o
suficientemente rápida, e a física manda a temperatura desta região se estabilizar
na temperatura de liquefação para a pressão ambiente. Em decorrência de haver
mais energia acumulada no líquido que o possível para manter a temperatura de
liquefação, o excesso de energia é retirado da região por ebulição. Como
simultaneamente o canal de plasma implode, a onda de choque sucessiva atinge a
superfície da peça em ebulição e remove bolhas de metal. Estas resfriam e
solidificam antes de poderem entrar em colapso, o que é uma forma de explicar a
existência de partículas esféricas ocas na borra da eletroerosão por faíscas.

187.Qual é as principais medidas de segurança para evitar


acidentes em um equipamento de Eletroerosão, e em caso
de acidentes o que deve ser feito para controlar.

O acidente mais frequente na edm é fogo. Quando ocorrer, imediatamente desligar


a máquina, o que pode ser feito automaticamente por um detector de chama. Seo
dielétrico estiver com temperatura abaixo da temperatura de ebulição o fogo se
apaga automaticamente. Na usinagem EDM podem ocorrer contaminações pelo
tipo de alguns hidróxidos de metais pesados formados. Mas com cuidado podem
ser evitados os acidentes.

188.É possível usinar uma peça através da eletroerosão


sendo que a peça é do mesmo material do eletrodo?

Sim, só que não temos o benefício de condutividade térmica diferenciada entre o


eletrodo e a peça, de forma que o desgaste relativo se torna maior que para uma
escolha otimizada de material para o eletrodo.

189.O que justifica a utilização da eletroerosão na


fabricação de peças complexas sendo que a fabricação do
eletrodo é tão difícil quanto a usinagem da peça por meios
convencionais?

O eletrodo é positivo. Usinar um canto vivo positivo é muito mais fácil que um
canto vivo negativo.

190.O que aconteceria se o material usinado ou erodido


por eletroerosão  não fosse retirado da fenda de trabalho?

O material não retirado da fenda de trabalho muda as características do dielétrico e


à partir de um certo momento teríamos apenas curto circuitos.

191.É possível fazer eletroerosão por imersão com lavação


forçada pelo dielétrico? Se sim, uma lavação forçada não
pode fazer com que se perca o controle dimensional da
peça erodida?
A lavação forçada leva à uma pressão dentro da fenda que integrada sobre a área
do eletrodo leva à uma força de afastamento do eletrodo em relação à peça. Esta
força deve ser controlada pelo sistema de avanço. Se isto não for mais possível,
corremos o risco de Ter defeitos de forma na peça produzida.

192.Porque a profundidade da região termicamente


afetada, na eletroerosão, é maior quando se utiliza
eletrodos de grafite, comparando com eletrodos de cobre?

Para uma certa energia de descarga a energia total se divide entre a energia
dissipada na peça, no dielétrico e no eletrodo ferramenta. Se o eletrodo ferramenta
apresentar uma pequena condutividade térmica, a parcela de energia que pode ser
dissipada por ele diminui. Sobra mais para a peça e para o dielétrico, de forma que
os defeitos térmicos na peça aumentam.

193.Na usinagem por eletroerosão por faísca, qual é a influência de cantos


vivos na  forma geométrica dos eletrodos? Eles podem aumentar o desgaste
dos eletrodos? A maior solicitação mecânica que estas regiões sofrem
influenciam na sua vida?

O eletrodo na eletroerosão por faíscas não sofre ações mecânicas que possam
levar a uma alteração de forma significativa, porém a solicitação térmica dos
cantos vivos e maior que as regiões planas, de forma que os cantos vivos
desgastam mais depressa que as regiões planas.

194.Existem formas geométricas de eletrodos para eletroerosão por faísca


que maximizem o processo de corte? Por exemplo, ao invés do uso de formas
poligonais, o uso de formas cilíndricas que proporcionem uma maior área do
eletrodo.

Na eletroerosão a fio sempre se empregam fios cilíndricos.

195.É possível obter resultados de acabamento superficial na usinagem


através de  eletroerosão por faísca que possam eliminar  passes de
acabamento, como é feito através de super acabamento em operações de
torneamento eliminando passes finais de retificação?

A eletroerosão por faíscas com descargas na faixa de nanosegundos permite a


remoção de material na região da ablação, ou seja, sem transferência de calor para
a peça. Mas apenas é possível obter pequenas áreas polidas por este processo e é
muito demorado, pois a energia por descarga é muito pequena.

196.A eletroerosão é sempre mais demorada do que os outros processos de


fabricação mais usuais, como torneamento, fresamento, etc.? É viável a sua
aplicação em grandes lotes?

A eletroerosão por descargas elétricas pela própria natureza do processo é um


processo lento. Mas existem situações onde não é possível aplicar outro processo,
e nestes casos, passa a ser um processo rápido. Eventualmente pode ser
empregado na fabricação seriada.

197.Os fios de molibdênio utilizados na eletroerosão a fio são fabricados por


extrusão de pó metálico? Ele é utilizado para diminuir o barrilamento na
fenda de trabalho?

Os fios de molibdênio apresentam uma maior resistência à tração que o fio a base
de cobre, tanto na temperatura ambiente, como também na temperatura de
trabalho. Isto permite trabalhar com fios mais finos (até 0,03 mm).

198.No processo de eletroerosão a superfície do material é afetada


termicamente, esta característica pode ser usada com o propósito de
aumentar a dureza da superfície do material através de uma tempera?

Em casos de o componente ser empregado apensa sob tensões de compressão,


sim.

199.Problema: usinar um entalhado interno em um eixo vazado por


eletroerosão por faísca. Minha questão é a seguinte: a face do eletrodo tem a
forma do ranhurado e fará a usinagem, os flancos do eletrodo sendo
condutores não acabarão alargando o entalhado ao avançar axialmente? Os
flancos do eletrodo podem ser isolados através de uma "pintura" com um
material isolante?

Na eletroerosão por faíscas a fenda de trabalho é repleta de dielétrico e as faíscas


só ocorrem nos locais mais estreitos da fenda. O desgaste da parte frontal do
eletrodo faz com que o furo fique cônico, mas nunca maior que o eletrodo + a
fenda de trabalho. Na eletroerosão química a fenda de trabalho está repleta de um
eletrólito, condutor de eletricidade, de forma que não há impedimento de a
corrente fluir, também pelas laterais do eletrodo, e não apenas no lado frontal,
onde a fenda de trabalho é menor. Como a densidade de corrente diminui com o
aumento da abertura da fenda de trabalho, a remoção lateral é menos significativa
que a remoção frontal e ocorre sempre que empregamos um dielétrico baseado em
sal de cozinha, mas cessa quando a fenda de trabalho for menor que a densidade
de corrente passivadora, quando do emprego da solução eletrolítica baseada em
nitrato de sódio.

200.Como é feita a filtração do fluido dielétrico contaminado e que tipo de


bomba é utilizado para o bombeamento do mesmo?
Os filtros de dielétrico baseados em hidrocarbonetos são semelhantes aos filtros
empregados para filtrar combustíveis (cartuchos de papel filtro). No caso de se
tratar de filtros para dielétricos baseados em água, a filtragem de partículas ainda
deve ser acrescida de uma filtragem por resinas especiais que objetivam
neutralizar os íons de oxidrila e de hidrogênio presentes na água.

201. O fluído dielétrico sendo um hidrocarboneto, pode contaminar a


superfície de um aço durante o processo de eletroerosão através da difusão de
carbono?

Sim, sempre. Mas a profundidade se restringe a camada da superfície, menor que


a camada termicamente afetada (trincas e ZTA).

202.A adição de elementos de liga no alumínio, como o silício, tem alguma


influência sobre a eficiência do processo de eletroerosão deste material (já
que altera as suas propriedades mecânicas)?

Para porcentagens de silício abaixo do eutético o silício está dissolvido na matriz


de alumínio. Neste caso não há alterações significativas da erodibilidade do
alumínio. Para ligas hipereutéticas (+ que 12,5 % de Si), as inclusões de silício
podem levar a mudanças na topografia da peça erodida. Enquanto a energia de
descarga for grande, poucas diferenças serão detectadas. Mas para energias de
descarga decrescentes, as inclusões se tornarão mais nítidas na superfície.

203.Há alguma maneira de se estimar previamente o desgaste provável em


um eletrodo (sabendo o material a ser eletroerodido, o tipo e geometria do
eletrodo e os parâmetros utilizados)?

Para geometrias simples a estimativa do desgaste do eletrodo leva à resultados


bastante precisos, mas para geometrias complexas esta previsão se torna cada vez
mais incerta. Principalmente se tivermos elementos filigranso no eletrodo, o
comportamento de desgaste não é muito previsível.

204.A influência da diferença de potencial aplicada no processo sobre a


temperatura da região de eletroerosão pode vir a ser prejudicial?

A diferença de potencial na eletroerosão por faíscas é função das características do


material da peça, do material do eletrodo e do dielétrico empregado. Um aumento
da fenda de trabalho leva a um aumento da queda de potencial no canal, sem no
entanto afetar a queda anódica e a queda catódica. Como apenas estas duas
últimas afetam  a remoção de material nas superfícies dos eletrodos, a variação da
diferença de potencial é apenas necessária para controlar a vazão do dielétrico na
fenda de trabalho.

205.Para cortar uma peça de metal duro ( K10 ) utilizou-se o processo de


eletro-erosão por faísca com eletrodo laminar de cobre. Antes do final do
corte a peça de metal duro fraturava.

a) A que se justifica a fratura da peça de Metal Duro antes do final da


operação de corte?

Em decorrência das descargas sempre surgem pequenas fissuras na camada da


superfície usinada por EDM no Metal duro. Se em decorrência da energia de
descarga empregada e as condições de arrefecimento da peça de metal duro
ocorrerem temperaturas mais altas abaixo da superfície em relação à temperatura
na superfície, estas microtrincas podem propagar para regiões mais profundas.
Num novo aquecimento da superfície as tensões subsuperficie são trativas e
podem levar à ruptura do componente de Metal duro.

b) Em um corte por eletro-erosão com fio como é definido a velocidade da


bobina para evitar o desgaste localizado e evitar que o fio se rompa muito
freqüentemente?

O fio não deve romper. Se romper temos a opção de aumentar a velocidade de


passagem do fio.

206.No caso da eletroerosão por faísca, podemos ter quatro formas de lavação
da fenda de trabalho, fig. 27 da apostila, no caso da letra c da figura, lavação
através do eletrodo. Como é a impressão resultante na peça, ela é na forma
do eletrodo, ou é em forma do eletrodo com uma região central por onde
passa o fluido de lavagem, que não ocorre eletroerosão ?

A presença de um furo no eletrodo, leva a formação de uma espiga na peça que


deve ser removida posteriormente.

207.Quando aumentamos a corrente de descarga e mantemos a duração do


pulso constante, temos um crescimento progressivo da taxa de remoção
devido a maior energia útil presente, ao mesmo tempo temos um aumento do
desgaste relativo, por que isto não é valido quando temos eletrodos de
cobre ? 

Quando aumentamos a energia de descarga, devemos procurar trabalhar na faixa


de corrente e tempo de duração de descarga para a qual temos a máxima taxa de
remoção. Nos eletrodos de grafite temos um menor desgaste relativo para energias
de descarga grandes, para eletrodos de cobre em energias de descarga pequenas.
Por isto o grafite é preferencialmente empregado para trabalhos de desbaste. Os
novos grafites com granulometria submicromátrica, também permitem excelentes
resultados em trabalhos de acabamento.

208.No caso de eletroerosão por faísca, qual a influencia no acabamento


superficial da peca no caso de mantermos o tempo de pulso constante e
aumentarmos ou diminuirmos a corrente de descarga ? Por que na
eletroerosão a fio, a profundidade da região afetada termicamente é maior
quando trabalhamos com eletrodos de grafite, se comparados com eletrodos
de cobre ?

Na eletroerosão a fio não trabalhamos com fios de grafite. Pelo ao menos nunca
ouvi desta aplicação. Na eletroerosão de penetração empregando eletrodos de
grafite, temos uma região termicamente afetada maior que para o emprego de
eletrodo de cobre, para demais parâmetros iguais, por que no balanço da energia,
menos energia vai para o eletrodo de grafite. Sobra mais para a peça.

209.Devido ao fato de ocorrerem elevadas temperaturas nos locais que a


faísca atua, porque não ocorrem tensões residuais, pois a peça é aquecida
apenas localmente. Ou se ocorre, elas são prejudiciais?

Na eletroerosão por descargas elétricas sempre temos tensões residuais de tração


na camada afetada pelo calor, as vezes tão grandes que levam à formação de
microtrincas na região da desvcarga.

210.Se uma geometria complexa é requisitada numa peça com elevada dureza
(usinagem por eletroerosão), como será feita a geometria no eletrodo para se
obter tal peça? Será utilizado usinagem tradicional?

A fabricação de eletrodos mais comum é a usinagem convencional. Mas existem


uma série de processos não convencionais para fabricação de eletrodos, inclusive
a montagem de blocos padronizados.

211.Sempre que se tiver alguma peça cuja cavidade tenha 2 lados abertos, é
mais vantajoso utilizar eletroerosão a fio do que penetração?

Quando se tratar de um furo passante, onde a parede pode ser descrito por
segmentos de linha retas, a eletroerosão por fio é o processo mais recomendado.

212.Para haver a formação da faísca tem-se que romper a resistência do


dielétrico, e quando se tem uma certa quantidade de partículas no dielétrico,
isto acarreta uma diminuição na sua resistência dielétrica. Porque então é
feita a limpeza total do dielétrico? Como foi visto na aula prática o dielétrico
no inicio da usinagem esta isento de partículas.

Uma certa contaminação do dielétrico é sempre vantajosa para garantir a


estabilidade do processo. Apenas o dielétrico demasiadamente sujo causa
problemas de descargas falhas. Alguns dielétricos ficam escuros muito rápidos e
precisam de um sistema de filtragem mais eficientes, outros precipitam os
contaminantes com mais facilidade e permanecem transparentes por mais tempo,
mesmo que filtragem não seja tão eficiente.

213.Tem-se uma peça que precisa de um furo de poucos milímetros de


diâmetro e elevada profundidade. Utiliza-se eletroerosão por penetração.
Como será feita a limpeza? Não considerar o fato de o eletrodo ter de sair
completamente da peça, pois isso tornaria o processo muito lento. E também
não considerar a possibilidade de realizar furos na peça e no eletrodo para
fazer a limpeza.

Até a faixa de 1 mm de diâmetro podem ser empregado eletrodos ocos para


efetuar a furação de um furo com relações profundidade / diâmetro de até 100.
Estes eletrodos apresentam normalmente três furos não centrados e devem ser
girados durante a furação. Pelos furos do eletrodo é bombeado o dielétrico.

214.No caso de ser necessária a inversão de polaridade entre a peça e o


eletrodo (agora peça + e eletrodo -) como fazer para minimizar a
erodibilidade do eletrodo?

A inversão da polaridade só é feita se o resultado de trabalho apresentar alguma


vantagem em relação a polaridade direta. Se tivermos um desgaste de eletrodo
maior, a vantagem deve estar em outro fator.

215.Por que, na usinagem de metal duro, devemos inverter a polaridade da


mesa e do eletrodo, e quais as conseqüências se eu não inverter a mesma?

Obtém se uma taxa de remoção maior e menor desgaste do eletrodo.

216.Na eletroerosão, gostaria de saber por que a "fumaça" que sai do


dielétrico sobe formando uma espécie de cone, envolvendo até a haste de
suporte do eletrodo, em vez de se dispersar no ar?

O vapor quente condensa na parede do eletrodo relativamente frio, e assim se tem


a impressão que a névoa não se dispersa. Na verdade a névoa se forma nas
proximidades do eletrodo e só posteriormente é que se dispersa no ar. O vapor nós
não enxergamos. (não tem fumaça, fumaça é decorrente de queima incompleta +
vapor de água condensado)

217.Sobre a eletroerosão a fio, gostaria de saber por que em vez de eu usar


como dielétrico querosene, eu devo utilizar água deionizada? O que poder
acontecer se eu trocar o dielétrico?

A água tem uma maior capacidade de refrigeração que os dielétricos  baseados em


hidrocarbonetos. Como o fio tem uma capacidade térmica muito baixa, a parcela
de calor  de cada descarga que vai para o fio deve ser retirado pelo dielétrico. Esta
retirada é melhor feita pela água. O custo da água deionizada é mais elevado que o
custo de dielétrico baseado em hidrocarbonetos (querosene desaromatizado). Se
empregar querosene no lugar de água, tenho que trabalhar com intervalos maiores
entre duas descargas consecutivas, para permitir que o fio esfrie. Com isto diminui
o rendimento do processo.

218.Eu estava acompanhando um processo de estampagem simples de corte


no qual utilizava-se uma ferramenta de metal duro, feita por eletroerosão.
Verifiquei a mesma através de análise no laboratório e constatei o
aparecimento de microtrincas. Estas trincas, por sua vez, eram fruto de
alguma corrosão que eu não tinha conhecimento. Depois de várias tentativas
e ensaios de corrosão, propus a hipótese de que essas trincas eram devido a
cavitação que ocorreu no processo de fabricação da ferramenta. Isso pode
acontecer?  Como posso evitar isso?

O processo de eletroerosão é particularmente indicado para quando se quer trincas


em um componente. (ironia) Principalmente em metal duro e em aços ferramenta
o processo de eletroerosão deixa trincas na camada superficial, que devem ser
removidas no caso de se tratar de ferramentas de corte (tanto de estampagem
como de usinagem.

219.Em moldes fabricados por eletroerosão, sempre é necessário remover a


camada afetada termicamente?

A camada termicamente afetada pelo processo de eletroerosão por faíscas só tem


que ser removida, quando o componente  (matriz) for submetida a ciclos de tensão
compressiva e trativa. Isto ocorre em matrizes de forjamento e de injeção, onde
temos ciclos de aquecimento seguidos de resfriamento. Durante o ciclo de
resfriamento temos tensões de tração na superfície que se somam às tensões
residuais de tração que já temos na superfície do componente eletroerodido por
faíscas. Neste caso temos que remover a camada afetada, sob o risco de perdermos
a matriz.

220.Por que não é usada água desmineralizada como dielétrico para os


processos de eletroerosão por faísca, apenas na microerosão e na eletroerosão
por fio?

A água demineralizada e deionizada é mais cara que os hidrocarbonetos


empregados na eletroerosão de penetração. Mas apresentam uma característica de
arrefecimento melhor que os hidrocarbonetos, e em conseqüência , são de maior
vantagem na microerosão onde o sobreaquecimento do eletrodo leva à um
aumento do desgaste.

221.É possível o uso de hidrocarbonetos na microerosão?

É possível, porém as desvantagens são maiores que as vantagens. O desgaste dos


eletrodos se torna muito grande.

222.Gostaria de saber sobre os fenômenos físicos durante uma descarga


elétrica, principalmente as etapas de SKIN,PINCH e a terceira etapa quando
o efeito SKIN acontece novamente, mesmo com o desligamento da energia
elétrica. E qual influência destes efeitos sobre o canal de descarga?

Os efeitos Skin são decorrentes da brusca variação da tensão e corrente no tempo.


Como conseqüência a corrente é conduzida pela superfície do condutor (idêntico
aos fenômenos de condução de cargas elétricas na superfície de condutores em
radiofreqüência). Isto leva à um aquecimento da superfície do condutor.

O efeito pinch é de estrangulamento da seção transversal do condutor, pelas forças


gradas pelo campo magnético induzido em torno do condutor, neste caso o canal
de plasma. Efeito semelhante explica o estrangulamento da gota de solda na ponta
do eletrodo.

223.No processo de eletroerosão existem muitas variaveis como tensão


trabalho e tensão de descarga, bem como, corrente trabalho e descarga, qual
a diferença entre elas?

A tensão de trabalho é medida em um voltímetro comum e indica a tensão média


durante o processo. A tensão de descarga é a tensão instantânea ao longo da
descarga. Na corrente a mesma explicação.

224.Senhor comentou bastante a respeito da usinagem


dos bicos injetores cônicos. Não seria possível a usinagem
desses bicos através da eletroerosão a fio com um pré
furo?

O problema é que o furo tem um diâmetro de 0,11 mm e 1 mm de profundidade.


Para trabalhar na eletroerosão a fio deveríamos ter um préfuro a ser executado
com diâmetro ainda menor, para daí, por eletroerosão por fio executarmos o furo
cônico.

225.Se o ânodo é a parte que sofre o maior aquecimento na eletroerosão, por


que se utiliza a polaridade invertida em alguns casos, como no metal duro?

O maior aquecimento no ânodo ocorre durante os instantes iniciais da descarga.


Como a densidade de energia diminui de forma mais rápida na superfície anódica
que na superfície catódica, o tempo necessário para obter a máxima taxa de
remoção no cátodo é maior que no ânodo. Assim, mais fácil de realizar
eletrônicamente. Alguns materiais, como o metal duro, onde temos duas fases
sendo removidas, uma no estado sólido e outra no estado líquido, a inversão da
polaridade leva a resultados melhores.

226.Por que só se pode usinar diamante sintético na eletroerosão com


geradores de relaxação?

Só se pode usinar diamante sintético policristalino ligado com ligante metálico. Se


não houver o ligante metálico, também não usina. Não há a exigência de ser
sintético.

227.Por que na eletroerosão por fio, o fio deve ser renovado constantemente?
Isso é para que o desgaste do fio não tenha influência no processo?

Se você não renovar o fio (que está esticado até um valor próximo a tensão de
ruptura), ele rebenta.

228.Em termos de qualidade superficial, quais as vantagens da retificação


por eletroerosão em comparação com a retificação mecânica e com a
eletroerosão por submersão?

O nome de “retificação por eletroerosão”, ou “retificação eletroerosiva” decorre


da cinemática do equipamento (eletrodo rotativo e peça com deslocamento linear.
A comparação não pode ser feito em termos de dois processos de retificação e sim
em termos de eletroerosão por faíscas comparado com retificação.

229.Qual a influência da lavação sobre a estabilidade do arco? As variações


da qualidade superficial e geometria formada são devido a variação da forma
do arco ou devido ao movimento das partículas removidas?

Não devemos falar em estabilidade do arco, pois na eletroerosão se formam


apenas faíscas (curta duração). A formação de arcos é indesejada, pois apresentam
longa duração e danificam metalurgicamente a superfície trabalhada.

230.Na eletroerosão com eletrodo de carbono em dielétrico de um


hidrocarboneto pode acontecer de partículas de carbono se associarem aos
átomos de carbono do eletrodo, fazendo com que o mesmo aumente em
dimensão e massa. Porém, se essas partículas se adsorvem a superfície do
eletrodo este tende a aumentar de tamanho e consequentemente a distância
eletrodo-peça tende a diminuir. Isso não levaria a um desgaste acentuado do
eletrodo nesta posição fazendo com que o “equilíbrio” se restabeleça? Então
por que mesmo assim existe o problema de aumento da dimensão do
eletrodo?

O aumento de tamanho do eletrodo é compensado pelo desgaste, de forma que


raríssimas vezes vamos detectar um “desgaste negativo” do eletrodo. A fenda de
trabalho permanece constante. Se o eletrodo tiver um aumento de dimensão, a
cavidade que está sendo produzida também o terá.

231.A lavação lateral pode, embora que apenas em valores muito pequenos,
desviar o arco produzido na eletroerosão. Quais os problemas que isso traz ao
processo, mesmo se os desvios fossem maiores, já que o arco é estabelecido da
mesma maneira entre eletrodo e peça?

As velocidades de escoamento do dielétrico são muito pequenas em relação a


velocidade de deslocamento de cargas elétricas no arco. O efeito de cantos
(concentração de linhas de fluxo) tem um efeito mensurável sobre o resultado de
trabalho.

232. Na eletroerosão por faísca o material da superfície de uma peça


fabricada passou pela fase líquida. Há portanto com certeza uma zona
termicamente afetada (ZTA), que não se restringe apenas a região que passou
pela fase líquida devido às elevadas temperaturas comuns do processo.
Comparado aos processos convencionais de usinagem, como torneamento e
fresamento esta ZTA é maior ou menor. A impressão que se tem de início é
que esta ZTA seja bem maior devido as temperaturas que o processo alcança,
tal fato se confirma?

Como no processo de eletroerosão por faíscas temos uma região fundida, e nos
processos convencionais não, a Zona termicamente afetada é normalmente maior.
Portanto também podemos Ter regiões termicamente afetadas grandes em
processos de retificação de desbaste.

233.Por que na eletroerosão cilíndrica por faísca com lavação central a


remoção maior é realizada sempre na região de saída do dielétrico e o ângulo
de inclinação observada no fundo da peça é mais crítico para eletrodos de
diâmetros menores e com vazões maiores de dielétrico?

Na eletroerosão com eletrodo cilíndirco e alimentaçào de dielétrico pelo centro, a


medida que o dielétrico passa pela fenda de trabalho ele vai contaminando com as
particulas de remoçào e com dielétrico decomposto, de forma que a sua
condutividade elétrica aumenta. Com isto uma maior concentração de descargas é
observada na perifieria do eletrodo. Maior desgaste e maior taxa de remoção é
observada nesta região. Igualmente também um numero crescente de descargas
falhas.

234.Por que após a ruptura do dielétrico na usinagem por eletroerosão por


faísca, em relação aos seus extremos, a superfície anódica é maior que a
superfície catódica?

Por que as temperaturas são mais elevadas (trabalho de entrada dos elétrons na
superfície anódica).

235.Por que na usinagem por eletroerosão por faísca com eletrodo de grafite
é mais adequado o uso de altas correntes e tempos de erosão longos, sendo o
contrário do que ocorre com o eletrodo de cobre, onde diminuindo-se estes
parâmetros o desgaste do eletrodo é atenuado?

Quando se emprega o grafite em dielétrico de hidrocarboneto podemos usurfruir


de uma certa recuperação de massa referente à decomposição do dielétrico que se
deposita sobre o eletrodo de grafite e passa a fazer parte dele. No leetrodo de
cobre não temos esta recuperaçào. Em desbaste ela é mais pronunciada. No
acabamento os eletrodos de grafite sempre estavem em desvantagem como o
cobre, pois nào permitiam fabricar detalhes muito filigranos. Hoje, com os grafites
fabricados a partir de pós submicrométricos esta vantagem está desaparecendo
também para o acabamento Infelizmente estes grafites ainda são muito caros.

236.É significativo a variação da composição metalúrgica superficial de uma


peça usinada por eletroerosão por faísca, com eletrodo de grafite, através da
difusão dos elementos do eletrodo e do próprio dielétrico na superfície da
peça? (Pois na usinagem com este tipo de eletrodo prefere-se altas correntes
de descarga e longos tempos de erosão, e consequentemente maiores
solicitações térmicas).

Se voce usinar com diversas comosições (material de eletrodo – dielétrico)


observam-se as influências de cada um dos componentes empregados na região
metalurgicamente afetadas pelo processo EDM. Como a camada
metalurgicamente afetada normalmente tem que ser removida por outros motivos,
acaba não sendo um problema imediato para o componente.

237.Numa remoção térmica por descarga elétrica gasosa, pode ocorrer


ruptura de partículas do material no início da descarga. Esse processo é
mecânico?

O que você quer dizer com ruptura? Átomos sendo partidos? Isto não ocorre neste
nível de densidade de energia. Sem risco de explosão termonuclear.

238.Quando se deseja evitar o surgimento de curto-circuitos, descargas falhas


e impulsos em vazio, qual seria a máquina ideal a ser utilizada no processo de
eletroerosão?

Fabricante? Não sei. Mas a máquina deve ter um controle adaptativo com uma
certa lógica embutida. Máquinas que não tem isto, hoje não vendem mais.

239.Sabendo que existe uma diminuição da taxa de remoção com o aumento


da temperatura de fusão e que a prata e o cobre desviam do comportamento
esperado , qual outra  propriedade física do material está envolvida? 

A condutividade térmica crescente diminui a erodibilidade.

240.Entre os eletrodos de grafite e os de liga de cobre , qual tem maior


durabilidade?

Depende da aplicação. Com grafite de micro-grão se obtém resultados excelentes,


inclusive nos detalhes. O custo de grafite é mais elevado que o do cobre.

241.A taxa de remoção de material se eleva mais com aumento da corrente ou


com o aumento da área de contato?

A área do eletrodo não tem uma grande influência na taxa de remoção do material,
uma vez que ocorre somente uma descarga por vez.

242.Na eletroerosão a fio o barrilamento é uma função do diâmetro do fio e


dos parâmetros de lavação. Ele também não é função da tensão aplicada ao
fio e do vão entre os apoios deste?

O barrilamento é principalmente uma função do diâmetro, da distância entre as


fieiras (apoios), da densidade e da tensão aplicada no fio. Se ele for excitado na
freqüência natural, que é o caso do gerador de relaxação, o fio vibra como uma
corda de piano.

243.Qual o valor geralmente apresentado pra este fenômeno?

O barrilamento está situado na faixa de micrometros.

244.Este barrilamento decorre das oscilações na freqüência natural como se


fosse uma corda de violão?  Se  for este o caso um comprimento livre bastante
grande poderia diminuir as distorções?

Vide resposta 245.

245.Na eletroerosão de materiais compósitos metálicos, pode-se dizer que as


características de usinagem são similares as características do material de
base?

Em princípio não. Se tomarmos o metal duro, composto de cobalto e carboneto de


tungstênio. A erodibilidade é fortemente influenciada pelas características
termofísicas do carboneto de tungstênio.

246.É comum o uso da eletroerosão como solução para usinagem de furo com
pequeno diâmetro e com comprimento relativamente grande, dada a
dificuldade de se obter tal furo com as técnicas usuais de usinagem?

Furos de diâmetro pequeno e grande profundidade são sempre um problema de


fabricação. A eletroerosão por faíscas no entanto tem sido uma soluçào para
muitos destes casos.

247.Atualmente a preocupação ambiental tem ganhado especial consideração


das industriais que vem buscando utilizar produtos de baixa toxidade e que
causem pequenos impactos ambientais. Sobre este aspecto, como os
dielétricos para eletroerosão têm evoluído?  O preço de dielétricos que
causam poucos problemas ambientais ainda é muito alto?

Os dielétricos empregados da eletroerosão por descargas elétricas são


hidrocarbonetos leves não aditivados. Estes podem ser incinerados sem
preocupações.

248.Como se da o processo de erosão por arco voltaico?

O processo de erosão por arco voltaico é caracterizado por uma seqüência de


descargas na forma de arcos elétricos. A duração de cada descarga pode ser de 0,1
s ou até mais. Temos uma danificação metalúrgica muito grande da superfície
produzida, e por conseqüência tem limitações de aplicação (remoção de brocas e
machos quebrados, furos iniciais para a eletroerosão por fio).

249.No processo por arco voltaico, como se dá o controle


do corte?

Semelhante à eletroerosão por faíscas, só que muito menos tolerado. Não estamos
preocupados com a danificação metalúrgica do componente.

250.Em uma aula foi mostrado um eletrodo muito fino,


muito difícil de ser visto a olho nu. Como são manuseados
esses eletrodos?

Um eletrodo destes é normalmente fabricado na própria máquina que


posteriormente irá efetuar a usinagem. Uma recolocação centrada de um eletrodo
destes na máquina seria uma tarefa bastante difícil.

251.Devido as dimensões desse eletrodo citado


anteriormente, se houver algum erro nos parâmetros do
processo, ocorre a perda total dele? O controle dos
parâmetros é feito de forma computacional?

A “Charmilles”, fabricante do eletrodo apresentado em sala de aula, desenvolveu


uma máquina especificamente para o propósito de efetuar micro furos. Atingiram
o objetivo com um sistema de controle totalmente sofisticado. Uma descarga em
falho, um curto circuito põe o eletrodo a perder.

252.Como ocorre uma descarga anômala?

Uma descarga que apresenta anomalias no comportamento da tensão e corrente


durante a descarga é uma descarga anômala. Um curto circuito provocado por uma
partícula de remoção, faz desaparecer o pico inicial da tensão em aberto. É uma
anomalia.

253.Em que aspectos a retificação eletroerosiva leva


desvantagens em relação ao processo mecânico?

A retificação eletroerosiva tem o nome decorrente da cinemática, e não relativo ao


processo. É uma eletroerosão por descargas elétricas com eletrodo rotativo.

254.Por que a polarização catódica da ferramenta não faz


sentido para tempos longos de intervalo?

Para tempos de descarga extremamente curtos são aproveitados os fenômenos de


evaporação na superfície anódica, e assim temos uma taxa de remoção maior que
no cátodo. Para tempos de descarga mais longos a taxa de remoção é maior no
lado catódico.

255.Não entendi bem a palavra erodibilidade. Seria a


capacidade de um material sofrer erosão? porque as
características mecânicas não influenciam essa 
características?

Por que depende das características termofísicas do material e não do tratamento


térmico.

256.Em todos os processo de eletroerosão que eu já vi, a peça é totalmente


mergulhada no dielétrico. E como a função do dielétrico é de resfriar a peça.
Não poderíamos utilizar jatos de fluidos como no processo, por exemplo, de
torneamento?

Quando se trabalha com dielátrico à base de água isto é feito (por exemplo na
eletroerosão a fio). Quando se trabalha com dielétrico à base de um
hidrocarboneto, isto é perigoso, pois o dielátrico pode se incendiar.

257.Por que tem se o melhor aproveitamento quando se utiliza polaridade


catódica na peça?

O maior aquecimento no ânodo ocorre durante os instantes iniciais da descarga.


Como a densidade de energia diminui de forma mais rápida na superfície anódica
que na superfície catódica, o tempo necessário para obter a máxima taxa de
remoção no cátodo é maior que no ânodo. Assim, mais fácil de realizar
eletrônicamente o desligamento da descarga (tempo decorrido maior).

258.Para que se tenha um sistema estável não se pode ter variação muito
grande na vazão do dielétrico. Qual é a influência do dielétrico para causar
essa instabilidade na eletroerosão?

Uma mudança na rigidez dielátrica, turbulência na fenda de trabalho, regiões com


bolhas de cavitação, entre outras.

259.Quando se utiliza eletrodo de cobre, ocorre a formação de uma fina


camada de carbono na superfície do eletrodo. E quando o eletrodo é de
grafite, essa camada de carbono não pode ser prejudicial para o processo, já
que o carbono tem afinidade com o grafite?

Quando se trabalha com eletrodo de grafite, em decorrência da deposição de


carbono sobre a superfície do eletrodo, podemos inclusive Ter desgaste
“negativo”. Por isto temos que cuidar em operações de acabamento, para garantir
as tolerâncias desejadas. Infelizmente o “crescimento” do eletrodo não é regular e
einfluenciado pela forma geométrica do eletrodo. No desbaste não tem problema.
A velocidade de desgaste é menor que no uso de cobre.

260.Com a aula prática que tivemos juntamente com o Luciano Sena, foi
comentado que o fluidos dielétrico utilizados na eletroerosão são geralmente
querosene e água deionizada. Foi comentado depois disso que a água ionizada
é mais utilizada para eletroerosão a fio e a querosene em processos com
eletrodo. Qual é a qualidade que cada um desses elementos possuem, que os
faz adequado aos referidos processos ?

O hidrocarboneto é um dielétrico naturalmente. A água tem que ser tratada


adequadamente para se tornar um “quase dielétrico”. O calor específico da água é
quase o dobro do calor específico do hidrocarboneto, o que torna o mesmo mais
eficiente no arrefecimento.

261.Na eletroerosão por eletrodo que foi realizada no experimento pode-se


perceber que o fluido dielétrico (no caso, a querosene) fica de uma cor escura,
como se ficasse sujo, depois de um tempo de usinagem. Por que isso
acontece ? Assim como o eletrodo fica sujo de preto, parecendo uma fuligem.

O dielétrico a base de hidrocarboneto se decompõe em seus elementos químicos.


O carbono se precipita sobre o eletrodo e dilui no dielétrico. Precisa ser filtrado
para não sujar demais e mudar as propriedades dielétricas do produto.
262.Sabe-se que na usinagem por eletroerosão são
utilizados mais comumente os eletrodos de cobre
eletrolítico e de grafite. Gostaria de saber em que
situações se emprega o cobre eletrolítico e em quais
situações se emprega o grafite.

O grafite está sendo preferido em operações de desbaste e


também de acabamento por permitir um rendimento maior que o
cobre. Mas para poder usar o grafite como material de eletrodo
devo Ter uma infra-estrutura adequada para usinar o mesmo.
Trabalha-se com elevadas rotações na árvore e com muito
desenvolvimento de pó de grafite. O que é um problema para o
ambiente.

263.Em algumas situações na usinagem por eletroerosão,


são utilizados eletrodos de ligas de alumínio e até aços
são empregados. Gostaria de saber em que situações se
faz necessário o uso de tais eletrodos.

Alumínio e aço não são adequados para a fabricação de eletrodos, devido a sua
boa erodibilidade por descargas elétricas. Se alguém usa eletrodos destes materiais
ele deve ter uma razão pessoal para fazê-lo.

264.Sobre eletrodos feitos por galvanoplastia, estes são


fabricados diante de que condições? Quando por exemplo
há a inviabilidade de outros eletrodos? E em que casos
isso se dá? E quanto a sua eficiência, eles são tão
eficientes quantos os eletrodos de grafite ou os de cobre ?

Eletrodos feitos por galvanoplastia são feitos a partir de um componente já


existente. Copia-se o componente negativamente por galvanoplastia, de forma que
se produz um eletrodo com o qual se fabrica a cavidade na qual posteriormente vai
ser injetado o material para a produção do novo componente. Fidelidade de cópia
não é 100%, pois teremos a fenda de trabalho que vai modificar a cavidade
produzida. A espessura da camada galvânica aplicada deve ser suficiente para
garantir que não seja desgastada antes que se tenha erodido a cavidade até o final.

265.Na fabricação de eletrodos de grafite, quando se


aplicada a usinagem por ultra-som ?

A usinagem por ultra-som é aplicável principalmente na fabricação de eletrodos


pequenos com detalhes filigranos (limites superiores de dimensão 100 x 100
mm2).
266.Quando os eletrodos são fabricados por
galvanoplastia ?

Eletrodo feito por galvanoplastia é feito a partir de um modelo existente (cópia).

267.Na eletroerosão por imersão, em que consiste a


técnica de canais múltiplos (página 82) e a técnica de
canal simples ?  Em quais casos elas são aplicadas ?

       A técnica de canais múltiplos consiste em um gerador em que várias partes de


potência são alimentadas por um gerador de onda, de forma que trabalham
sincronizados. Isto permite ligar os quatro segmentos de potência em paralelo ou
em eletrodos isolados eletricamente um do outro. Neste caso teremos um maior
número de descargas simultâneas e maior taxa de remoção (sem danificações
metalúrgicas que ocorreriam no caso de trabalhar com todos os amplificadores de
potência interligados).

268.Não entendi a retificação eletroerosiva. Gostaria de


saber em que ocasiões esta é aplicada e devido a que
fatores.

A retificação eletroerosiva tem, em princípio um nome errado. Deveria ser


eletroerosão com eletrodo rotativo. Mas pela semelhança física das primeiras
máquinas  que trabalharam neste princípio, se deu o batismo do processo.

269.A rebarbação térmica é utilizada somente em peças


pequenas (segundo o que entendi) ? Creio que há o
problema do tamanho da campânula que impeça a
rebarbação de peças grandes, ou não existe tal
inconveniente ?

O tamanho da campânula é uma limitante. Temos um aumento da pressão em


torno de 16 a 32 vezes em relação à pressão de carga durante a detonação da carga
de hidrogênio e oxigênio.

270.Que acabamento pode-se esperar de um processo de retificação


eletroerosiva quando comparado a um processo de retificação mecânica?

A retificação eletroerosiva só tem este nome por que a cinemática mecânica do


processo coincide com a retificação com rebolos. No mais, trata-se de um
processo de descargas elétricas e as características da superfície são as respectivas
à energia de descarga empregada no processo.

Na retificação com rebolos as características da superfície refletem as condições


de retificação empregadas.

271.Na eletroerosão por fio sempre ocorrerá o efeito barrilete por menor que
seja, ou é possível se obter uma superfície perfeitamente plana?

A formação da fenda em forma de barrilete é função da excitação do fio esticado


na fenda de trabalho. No processo de descargas por relaxação a própria fenda de
trabalho é parte integrante do circuito de carga e descarga do capacitor. Quando
uma descarga ocorre em um lado do fio, este é excitado e na vibração subseqüente
a fenda de trabalho no lado oposto à primeira descarga é diminuída e a descarga
ocorre neste lado. Como as descargas ocorrem como uma função da excitação do
fio, na freqüência natural do fio, a fenda automaticamente se forma na forma de
um barrilete. Quando trabalhamos com gerador de pulsos, é possível procurar uma
freqüência de descargas diferente da freqüência natural do fio na fenda de
trabalho, de forma que o fio não entra em ressonância. Continua-se detectando
uma pequena formação de barrilete, mas muito menor que no caso do emprego de
um gerador por relaxação.

272.Não entendi claramente o que é um sistema eletrolítico passivador e quais


seus efeitos diretos no processo de remoção de material.

Na remoção eletroquímica dois mecanismos de remoção são explicados para o uso


de soluções salinas. Um com o emprego de cloreto de sódio, no qual a dissolução
do ânodo se dá pela formação de cloretos metálicos, pouco solúveis e que devem
ser afastados da superfície anódica pelo jato forte da solução eletrolítica. Estes
cloretos metálicos reagem com a água formando hidróxidos metálicos, liberando o
íon Cloro, que novamente reage com a superfície anódica. O outro com o emprego
de Nitreto de sódio, para o qual na faixa de baixa diferença de potencial toda a
energia elétrica é consumida na formação de óxidos na superfície anódica,
normalmente maus condutores de eletricidade, de forma que depois de um
aumento inicial da densidade de corrente, atinge-se o potencial de flade, a
densidade de corrente cai à um valor muito baixo, passa se pela região passiva, e
continuando-se a aumentar a diferença de potencial a densidade de corrente
novamente aumenta, denotando a ruptura da camada passivadora e iniciando a
remoção de material. Esta característica típica para o nitrato de sódio, pode ser
aumentada empregando se sais passivadores, de forma que a remoção de matéria
ocorra apenas para diferenças de potencial muito elevadas. Com isto se consegue
garantir uma menor diferença entre a inclinação das paredes do eletrodo em
relação a inclinação das paredes da cavidade produzida.

273.Na eletroerosão quais são os efeitos predominantes na remoção do


material? Qual a atuação do efeito skin na remoção? E qual a atuação do
efeito pinch?

Os efeitos dominantes na remoção de material são os efeitos termofísicos. A


implosão do canal de plasma leva à uma súbita diminuição da temperatura e
pressão na região da incidência do canal de plasma sobre os eletrodos, provocando
o colapso do canal de plasma e a ebolição do material líquido e superaquecido. A
onda de choque de expansão se segue a implosão do canal de plasma varre a
superfície da poça líquida, arrastando o material líquido consigo e expulsando-o
pela borda da poça. As gotículas podem solidifcar na forma de esferas sólidas ou
de esferas ocas (caso tenham se formado de uma partícula em ebulição). Os
efeitos Pinch e Skin tem apenas uma importância secundária na remoção do
material.

274.Na eletroerosão de metal duro (por exemplo) como se dá a remoção dos


carbetos? E como fica a qualidade da superficie?

Os carbonetos de tungstênio, tântalo e nióbio apresentam uma temperatura muito


superior à temperatura de fusão do ligante metálico, geralmente cobalto.
Consequentemente parte dos carbonetos não é fundida e sim removida no estado
sólido, levando a formação de partículas não esféricas.

275.Ao utilizar-se um eletrodo de cantos vivos, pode haver alguma


concentração de energia devido ao canto vivo? O desgaste é preferencial no
canto vivo? Se for a vida do eletrodo é menor que os eletrodos que não
utilizam canto vivo?

O canto vivo desgasta mais rapidamente que a parte plana do eletrodo, não por
conseqüência de concentração de linhas de fluxo, e sim pela pior dissipação do
calor no eletrodo o canto apresenta temperaturas mais elevadas que o restante do
eletrodo. Com isto uma tendência de arredondamento do canto. As descargas
ocorrem sempre na região mais próxima entre o eletrodo e a peça, de forma que
não ocorrem as concentrações típicas de concentração de linhas de fluxo, como na
remoção eletroquímica.

276.Por que no processo de eletroerosão a energia deve ser fornecida por


corrente contínua e não alternada?

Na eletroerosão por descargas elétricas desejamos aproveitar o efeito anódico e


catódico na descarga, para maximizar a remoção de material no componente e
minimizar a remoção de material no eletrodo ferramenta. Para isto devemos Ter a
polaridade definida na descarga. Mesmo para um gerador de relaxação, a primeira
onda elétrica da descarga (onde se dissipa a maior parcela de energia) deve Ter
polaridade definida.

277.O dielétrico deve ser contaminado para um maior rendimento da


máquina?

Quando se trata de dielétricos com base em hidrocarbonetos, que apresentam uma


característica dielétrica muito elevada, um certo nível de contaminação é
desejável, garantindo uma melhor estabilidade de processo e menos descargas
falhas e descargas em vazio.

278.Possuimos aqui na empresa que eu faço estágio, 2


máquinas de eletroerosão relativamente simples, somente
para alguns reparos em moldes de injeção. Os eletrodos
que nós usamos, a grande maioria, são usinados aqui
mesmo, salvo alguns para aplicações específicas, e são
esses o motivo da minha pergunta. Para trabalhos de
melhor precisão e acabamento, usamos eletrodos de
grafite, que são bem mais caros. Esses já vem no formato
desejado. O que acontece é que uma vez comprados esses
eletrodos, não conseguimos mais modificá-los para outros
fins. Gostaria de saber como eu posso fazer para erodir
grafite?

A eletroerosão de grafite é possível, porém as taxas de remoção são muito baixas e


o desgaste relativo muito elevado. Teremos que preparar vários eletrodos de cobre
para obter um bom resultado na confecção de um eletrodo de grafite. Não é
econômico. O grafite defe ser usinado com ferramentas de corte de geometria
definida, por abrasão ou por ultrassom.

279.Qual o tipo de eletrodo a ser usado? Quais as limitações do processo? É


possível fazê-lo em máquinas simples?

Normalmente era empregado o eletrodo de cobre, pois este podia ser usinado nas
mesmas instalações fabris que componentes de aço ou outros materiais. Nos
últimios anos foram desenvolvidas fresadoras “grafitieras”, com cabeçotes de até
180.000 rpm, comandadas numericamente, que adequadamente programadas
permitem usinar o eletrodo até elevados graus de acabamento só por fresamento
(normalmente empregando fresas de diamante). Isto está tirando muito do
mercado do eletrodo de cobre, pois se consegue garantir uma melhor estabilidade
dimensional da matriz fabricada (o coeficiente de dilatação térmica do grafite é
muito baixo).

280.Gostaria de saber se existe na literatura, uma relação/tabela que me


indique, a partir do formato e da dimensão da peça a ser usinada, o
dimensional do eletrodo a  ser usado para que se consiga uma precisão
dimensional exelente? (levando em consideração o material, máquina,
dielétrico, potência...).

Se você tem requisitos dimensionais para o seu molde, você deve procurar
descobrir quais os fatores que poderão influenciar o dimensional de seu
componente e com isto estabelecer limites para os fatores influentes. Por exemplo
a variação da temperatura durante a fabricação é um fator influente. A Força de
fixação é um fator influente. Aí entra o raciocínio de engenharia e a solução deve
ser encontrada individualmente. Para isto a gente mantém vocês durante 5 anos na
escola e garantir que vocês descubram correlacionar as diversas matéria. Pode até
ser que tenha alguma informação em alguma tabela. Mas acho que é mais um
problema de engenharia.

281.No caso do  fluido dielétrico é indispensável um banho completo na peça


para usinagem por eletroerosão? Quais os aspectos negativos em caso de
negativo. (Faço essa pergunta, pois aqui na empresa, para usinagem de
pequenos orifícios, o que se faz é o posicionamento de 2 bicos que jogam o
liquido contra a peça, não necessitando um banho completo. Um bico tem a
função de retirar o material erodido e o outro tem a função de refrigerar a
peça. É muito prejudicial esse tipo de utilização?)

O dielétrico tem a função importante de estabilizar a temperatura da peça. Se isto


pode ser garantido com um jato externo, não há problemas. Mas quando o rigor
dimensional é elevado, nem só a peça deve estar submersa no dielétrico, e sim este
precisa ser renovado com uma freqüência suficientemente elevada para garantir a
manutenção da temperatura da peça. Máquinas mais sofisticadas circulam
dielétrico termicamente estabilizado por toda a estrutura da máquina ferramenta.

282.Em termos de rendimento de processo, qual a relação de desbaste médio,


entre uma usinagem por eletroerosão para desbaste e usinagem por
eletroerosão para acabamento fino? Em termos de custo, seria a mesma
relação? Um eletrodo usado para desbaste pode ser usado para acabamento
fino apenas ajustando parâmetro da máquina?

Se você empregou um eletrodo para o desbaste, este sofreu um certo desgaste e


apresenta crateras na sua superfície. Se você empregar o mesmo eletrodo para
acabamento fino, as crateras devem ser eliminadas e a diferença de potencial entre
eletrodo e peça deve ser aumentado. Assim se consegue, em alguns casos,
empregar o mesmo eletrodo para desbaste e acabamento. Outra solução para o
aproveitamento do eletrodo de desbaste para o acabamento é a eletroerosão
planetária. Aumentando o curso do movimento planetário é possível compensar o
desgaste do desbaste.

Normalmente, em máquinas convencionais, se emprega um eletrodo para o


desbaste, e um ou mais para o acabamento.

283.Texto retirado do capítulo 2: "...admite-se que o


grafite em decorrência de sua estrutura e porosidade é
mais receptivo para as partículas existentes no canal de
descarga que se depositam no eletrodo ferramenta ou
difundem para  dentro do eletrodo ferramenta."
Como estes fatores explicam o menor desgaste do
eletrodo de grafite com o aumento da corrente de
descarga?

No desbaste o eletrodo de grafite, absorvendo partículas de carbono, aumenta a


sua massa, que compensa parcialmente a perda de massa pelo desgaste. Assim, a
relação de desgaste é menor. O cobre não apresenta esta absorção de carbono e
apresenta uma relação de desgaste pior. No acabamento, onde a energia de
descarga é menor, não se dispõe de temperatura suficiente para desintegrar
grandes quantidades de dielétrico, tão pouco, temperatura suficiente para fixar
partículas de carbono ao eletrodo de grafite. Para o eletrodo de cobre a dissipação
térmica do calor de uma descarga no eletrodo é eficiente, havendo pouca ou quase
nenhuma perda de material e com isto relação de desgaste pequena.

284.Na eletroerosão por fio ocorre a formação de barrilete


decorrente de vibrações do fio. De onde se originam estas
vibrações?

No caso da eletorerosão a fio ser alimentada por um gerador de relaçação, a


freqüência de descarga se estabelece como um múltiplo ou submúltiplo da
freqüência de vibração do fio. Cada descarga excita o fio e o faz vibrar para o lado
oposto. A menor fenda de trabalho se dá do lado oposto e a próxima descargfa
ocorre onde a fenda for menor.

285.A que nível de tensões é submetido o fio uma vez que


ele sofre desgaste, é reposto continuamente mas tem que
permanecer "esticado", firme.

O fio é esticado por um tensionador mecânico ou eletrônico. No tensionador


mecânico pesos controlam a tensão do fio, no sistema eletrônico sensores medem
e corrigem a tensão do fio.

286.Na eletroerosão por fio a taxa de corte aumenta de


maneira hiperproporcional com a freqüência de descarga,
isto ocorre em virtude da diminuição da largura de corte e
por conseqüência uma diminuição do volume removido.
Esta variação se devem as forças de descarga que atuam
no sentido contrário a um movimento oscilatório do fio
transversalmente ao sentido de corte. Que forças são
estas? De onde se originam?

Tome como exemplo uma corda de violão. Se você exita uma corda de violão
numa freqüência maior que a freqüência natural, seja, ela recebe um novo impulso
contrário ao movimento, antes que tenha atingido o máximo de sua amplitude, ela
vai vibrar com uma amplitude menor. Isto também ocorre na eletroerosão por
faísacs, quando aumentamos a freqüência de descarga, tanto para o gerador de
relaxação, como também no gerador de pulsos.

287.Como é feita a colocação do dielétrico na região de corte em eletroerosão


a fio?

Uma tubeira joga um jato de dielétrico de forma concêntrica com o fio, de cima
para baixo, de forma que garantimos um fluxo de água ou dielétrico na fenda de
corte.

288.Se nos geradores de relaxação é difícil controlar os fenômenos elétricos e


de remoção geométrica, como então eles podem ser utilizados em máquinas
para acabamento muito fino?

No acabamento fino a freqüência de descarga é elevada, normalmente muito


maior que a freqüência natural  do fio. Assim os efeitos das vibrações deixam de
existir. Também o desgaste para descargas extremamente curtas é pequeno, de
forma que não se tem os problemas do desbaste.

289.Por que quando estamos trabalhando com relação de contato


maximizada só é possível aumentar o número de descargas por unidade de
área e de tempo, usando-se vários geradores em paralelo ligados em
segmentos isolados do eletrodo ferramenta?

Na eletroerosão só ocorre uma descarga entre o eletrodo e a peça. Não é possível


Ter duas descargas simultâneas.  Para poder ter duas descargas simultâneas na
mesma máquina, temos que trabalhar com dois ou mais eletrodos eletricamente
isolados entre si, fixos no mesmo sistema de avanço, e alimentar cada um destes
eletrodos com um gerador.

290.O que é turvamento do dielétrico?

Os dielétricos a base de hidrocarbonetos apresentam uma desintegração por parte


de uma descarga elétrica. Os resíduos desta desintegração são hidrogênio e
carbono. O hidrogênio se combina com o oxigênio da atmosfera, e evapora, e o
carbono, não encontrando oxigênio quando ainda está quente, precipita na forma
de carbono elementar (alguns nanômetros de espessura). Estas partículas, assim
como uma cortina de fumaça no escape de um motor diesel mal regulado, turva o
dielétrico, pois as partículas não são filtradas pelos filtros comuns (1 µm).

291.Pode existir uma máquina que empregue a técnica de canais múltiplos e


que tenha mecanismos de avanço independentes para cada eletrodo
ferramenta, aumentando assim a taxa de remoção?

A Bosch em Curitiba tem máquinas deste tipo, no entanto elas não são
denominadas de canais múltiplos, e sim máquinas com geradores múltiplos, e cada
eletrodo é conduzido por um sistema de controle, como se fosse uma máquina
individual. Apenas é possível fazer mais que uma operação por peça por vez.

292.Por que para tempos de descarga longos é melhor utilizar a polaridade


anódica e para tempos curtos o indicado é a polaridade catódica? Qual a
relação dessa polaridade com o tipo do material que está sendo usinado e com
o material do eletrodo?

Para tempos de descarga extremamente curtos temos uma melhor remoção no


eletrodo com polaridade anódica, conseqüência da maior temperatura no ânodo
que no cátodo no início da descarga. Par descargas mais longas este mecanismo se
inverte e consegue-se uma maior remoção de material no eletrodo catódico. Assim
se escolhe a polaridade anódica para a peça quando se trata de tempos de descarga
extremamente curtos e a polaridade catódica para tempos de descarga mais
longos.

293.Como trabalhei por algum tempo com análise de superfícies, gostaria de


saber quais os valores mínimos de Ra e Rt que podem ser obtidos no processo
de eletroerosão de superacabamento?

Na eletroerosão com tempos de descarga na faixa de 200 ns é possível atingir


qualidades superficiais espelhadas (1/40 do comprimento da luz visível).

294.Por que a região termicamente afetada é maior quando trabalhamos com


ferramentas de grafite do que quando trabalhamos com ferramenta de
cobre?

Se você tem uma energia de descarga de, digamos 1 J. Esta energia deve ser
dissipada no eletrodo ferramenta, eletrodo peça e dielétrico. Mantendo o material
da peça e o dielétrico, trocando apenas o eletrodo de cobre pelo de grafite, e
repetirmos o balanço térmico, teremos que, conseqüência da maior condutividade
térmica do cobre, uma maior parcela da energia da descarga pode ser dissipada no
eletrodo de cobre que no eletrodo de grafite. Consequentemente temos mais
energia disponível para dissipar no dielétrico e no eletrodo peça. O dielétrico fica
mais quente e a peça sofre maiores danificações metalúrgicas.

295.Remoção Térmica - Topografia da Superfície. A dependência da


rugosidade média Ra em função da energia de descarga está representada no
gráfico bilogarítmico, se fosse cartesiano (verdadeira grandeza) teríamos
curvas desproporcionais, figura 2.32;

Frase sem anexo: Por que o gerador capacitivo possui uma


mesma curva para o metal duro e para o aço e o gerador
de impulsos tem curvas distintas tanto para o metal duro
quanto para o aço ? Por que a energia de descarga We se
torna mais preponderante em níveis mais altos de mJ ?

Na cópia xerox que eu uso, a diferença da rugosidade Ra para a usinagem do aço


com gerador de pulsos e gerador capacitivo não é significativa. Já para o metal
duro podemos verificar uma diferença significativa entre a rugosidade do
componente usinado quando trabalhamos com gerador de pulsos e gerador de
relaxação. A menor rugosidade no emprego do gerador de relaxação no metal duro
é explicada explicitamente no texto, ser decorrente do abrandamento mais suave
da energia no final da descarga. Não entendo como no seu exemplar isto se
alterou.

296.A queda insignificante para energias de descarga muito grandes é


decorrente da formação de microfissuras. Estas partem da superfície e, desta
forma, aliviam as regiões de tensão máxima. Este comportamento somado ao
efeito das tensões residuais ainda existentes, não favorece a propagação das
microfissuras durante o trabalho?

A pergunta está um pouco confusa, mas acho que peguei. Para energia de descarga
muito grande a medição de tensões residuais na superfície revela níveis baixos,
muito mais baixo que as tensões residuais referidas ao regime de acabamento.
Mostra-se que abaixo da superfície as tensões residuais decorrentes do regime de
desbaste novamente aumentam e posteriormente caem ao valor do material de
base. O alívio de tensões na superfície não nos deve enganar com respeito ao uso
do componente. As trincas que aliviaram as tensões máximas estão presentes e
assim são fator que favorece a fadiga.

297.No rebarbamento térmico em peças de aço pode ocorrer a presença de


gotículas de escória no lugar onde houve o rebarbamento, estas góticas são
representativas na peça processada ou não?

Dependendo do tamanho da rebarba removida termicamente, os resíduos de


escoria devem ser removidos por um processo de tamboreamento. Mas como a
escória é frágil, esta remoção é muito mais fácil que a remoção da rebarba toda
pro tamboreamento.

298.Existe aplicações de Rebarbação térmica p/ peças grandes (Tamanho


maiores que 500 mm) . Se houver é viável?

Acredito que seja pouco viável, pela necessidade da construção de um recipiente


muito grande com força de fechamento proibitiva.

299.Existe vantagens de um dielétrico à base de hidrocarbonetos em relação à


água desmineralizada ou vice-versa?

 Para a usinagem de peças grandes, geralmente se empregam dielétricos à base de


hidrocarbonetos. A máquina ferramenta não precisa ser de material inoxidável e o
hidrocarboneto é mais barato na manutenção que a água destilada (demineralizada
e deionizada)

Última Atualização 19/03/2004


 
http://www.lmp.ufsc.br/disciplinas/emc5277/docs/docs/cap_2.htm

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