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EAD

Informática como Recurso


Didático-Pedagógico:
1ª parte
3
Prof.ª Ms. Alessandra Corrêa Farago
Prof. Ms. Randal Farago

1. OBJETIVOS
• Reconhecer a importância do processador de textos no
processo de ensino-aprendizagem.
• Analisar as diferentes estratégias didáticas no uso do Paint
e do Word em sala de aula.
• Perceber as possibilidades de utilização do Paint e do Word
como ferramentas na construção do conhecimento.
• Conhecer as funções básicas dos produtos de automação
da microinformática, bem como compreender conceitos
computacionais que facilitem a incorporação de ferra-
mentas específicas nas atividades pedagógicas.
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2. CONTEÚDOS
• Sistema Operacional: Windows.
• Processador de texto: Word.
• Programa com recurso para arte: Paint.
• Uso do Paint e do Word em sala de aula.

3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE


Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que
você leia as orientações a seguir:
1) Nesta unidade, discutiremos as diferentes estratégias
didáticas no uso do Paint e do Word em sala de aula.
Para que você amplie essa discussão é interessante que
realize a leitura do livro de Seymour Papert, A máquina
das crianças: repensando a escola na era da informática.
Porto Alegre: Artes Médicas, 2002.
2) A biografia resumida de Seymour Papert, autor que fun-
damenta teoricamente esta unidade, disponibilizamos a
seguir:

Seymour Papert
Papert é matemático, Ph.D, diretor do grupo de Episte-
mologia e Aprendizado do Massachusetts Institute of Te-
chnology (MIT) e um dos fundadores do MIT Media Lab,
onde continua pesquisando. Ele também trabalha em
um programa de educação de jovens infratores em Mai-
ne (EUA) (imagem disponível em: <http://3.bp.blogspot.
com/_CeTa0BASado/TD8H4IzdpKI/AAAAAAAAAA8/
lz9zD13Xno8/s320/Seymour_Papert.jpg>. Acesso em: 12
jan. 2012. Texto disponível em: <http://www.dimap.ufrn.
br/~jair/piu/artigos/seymour.html>. Acesso em: 12 jan.
2012).

4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Na Unidade 2, estudamos as diferentes Tecnologias da Infor-
mação e da Comunicação (TICs), suas potencialidades, limitações
e implicações pedagógicas.
© U3 – Informática como Recurso Didático-Pedagógico: 1ª parte 93

Nesta unidade, ampliaremos nossos conhecimentos sobre a


tecnologia computacional, conhecendo as possibilidades de utili-
zação do MS-Paint e do MS-Word como recursos na construção do
conhecimento.
Nosso objetivo é compreender as funções básicas dos pro-
dutos de automação da microinformática, bem como entender
conceitos computacionais que facilitam a incorporação de ferra-
mentas específicas nas atividades pedagógicas.

5. COMPUTADOR E SISTEMA OPERACIONAL


O computador nada mais é do que um equipamento que ar-
mazena e/ou manipula, lógica e matematicamente, quantidades
numéricas representadas física ou digitalmente. São exemplos de
computadores o ábaco, a calculadora e o computador digital.
Observe o ábaco na Figura 1:

Figura 1 Ábaco.

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É interessante saber que:


A história do computador tem seu início há muito tempo, desde
quando o homem descobriu que somente com os dedos, ou com
pedras e gravetos, não dava mais para fazer cálculos. Diante disso,
surge, há aproximadamente 4.000 a. C., um aparelho muito simples
formado por uma moldura retangular de madeira com varetas pa-
ralelas e pedras deslizantes. Esse aparelho era chamado de ábaco
– palavra de origem Fenícia (SANTOS; RODRIGUES, 2012).

O ábaco é utilizado para executar tarefas repetitivas. Com a


ajuda de tal equipamento, conseguimos uma economia de tempo,
bem como maior credibilidade nos cálculos ou perfeição nas tare-
fas em geral.
Já o computador possui uma série de comandos, conhecidos
como "instruções". Para um conjunto de instruções que realizam
uma dada tarefa, damos o nome de software ou programa. O
software que faz a comunicação entre o usuário e o computador
é o sistema operacional, sem o qual não é possível utilizar o
computador.
No mercado atual, encontramos vários tipos de sistemas
operacionais que executam tarefas a partir de comandos visuais
(figuras ou ícones). A maioria desses softwares adotou o sistema
gráfico por ser mais amigável com o usuário, permitindo maior po-
pularização do microcomputador, chegando até a área da Educa-
ção. Entre eles, podemos destacar: System 8, da Apple; Windows,
da Microsoft; e OS/2, da IBM. Vale ressaltar que existem sistemas
operacionais como o Linux, Android, Symbian, Ubuntu.
Um computador pessoal ou PC (do inglês Personal Computer)
é organizado e basicamente composto por:
• Unidade Central de Processamento ou CPU (do inglês
Central Processing Unit): interpreta, carrega informações
contidas nos programas e executa instruções. Pode ser
considerada o cérebro do computador e é constituída por
milhares de circuitos ligados a um chip, como mostra a
Figura 2.
© U3 – Informática como Recurso Didático-Pedagógico: 1ª parte 95

Figura 2 Unidade Central de


Processamento.

• Memória: é o local onde ficam armazenados os dados do


computador e as instruções dos programas. Observe a Fi-
gura 3.

Figura 3 Memória.

• Unidades de entrada e saída de dados: teclado, mouse,


scanner, entrada de discos e leitora de códigos de barras
são exemplos de unidades de entrada. Como exemplos
de unidades de saída, temos o monitor, a rede de compu-
tadores, CD-ROM e impressoras. Observe as unidades de
entrada e saída na Figura 4.

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mouse disquete
teclado

Sistema
Operacional

processador
(CPU)

chip de
memória

rede de computadores CD ROM impressora


Fonte: Almeida e Almeida (2000, p. 12).
Figura 4 Unidades de entrada e saída de dados.

Sistema operacional Windows


O sistema operacional é um conjunto de programas que per-
mite a criação e manutenção de arquivos, além da execução de
programas e da utilização do mouse, do teclado, do vídeo, do CD-
ROM, da impressora, do scanner, da webcam etc.
O Windows, da Microsoft, tornou-se um dos sistemas opera-
cionais mais utilizados no mundo, pois tem a característica de ser
© U3 – Informática como Recurso Didático-Pedagógico: 1ª parte 97

um sistema amigável ao usuário. Sua opção pelo sistema gráfico


permite que qualquer pessoa execute tarefas com facilidade, aces-
sando a maior parte dos recursos que ele possui.
O símbolo do Windows lembra uma janela (tradução de
window) estilizada, pois o sistema trabalha com "janelas" que
são abertas pelo usuário.
Antes de surgir o Windows, os sistemas operacionais eram
difíceis de serem utilizados, pois os comandos eram feitos por
meio de códigos digitados. Também não havia a facilidade do po-
sicionamento do mouse em um dado ícone para executar a tarefa
com um ou dois cliques sobre este.
Hoje, além de termos essa facilidade, as figuras dos ícones
facilitam a utilização de outros programas mesmo que jamais os
tenhamos visto anteriormente, como ocorre, por exemplo, quan-
do efetuamos as ações indicadas nos ícones de abrir, fechar, co-
piar, colar, recortar etc.
O Windows permite, também, trocar informações entre di-
ferentes documentos, que podem ser elaborados por um mesmo
programa ou por outro.
A seguir, veremos alguns programas, com seus respectivos
ícones, que são encontrados no Windows e que serão tratados
neste Caderno de Referência de Conteúdo.

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6. PAINT: PROGRAMA FEITO PARA ARTE


O MS-Paint, ou simplesmente Paint, é um programa para de-
senho, com recursos muito fáceis de serem usados. Com os inúme-
ros recursos que oferece (por exemplo, lápis, borracha, tintas spray,
pincéis, cores, formas básicas – quadrado, retângulo, elipse etc.), é
possível desenvolver várias atividades pedagógicas, como:
1) representação de figuras geométricas;
2) estudo das cores;
3) construção de cenários;
4) histórias do dia a dia etc.
Veja alguns exemplos do que podemos obter com o uso do
Paint:

Para chegar ao programa Paint, devemos proceder da se-


guinte maneira: Iniciar/Programas/Acessórios/MS-Paint. Observe
a imagem que você encontrará na tela do computador:
© U3 – Informática como Recurso Didático-Pedagógico: 1ª parte 99

Ao entrar no Paint, podemos ver, no lado esquerdo da tela,


um menu de ferramentas. É interessante clicar sobre cada uma de-
las e verificar suas funções.

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Spray de cor

Podemos escolher, também, as cores que queremos traba-


lhar. Observe que a cor selecionada está destacada no quadrado
maior, à esquerda do menu:

Agora, podemos abrir cada um dos menus a seguir e explorar


suas funções:

Para salvar seu arquivo, clique em Arquivo/Salvar Como (dê


um nome para seu arquivo)/Salvar. Veja:
© U3 – Informática como Recurso Didático-Pedagógico: 1ª parte 101

Para imprimir o arquivo, clique em Arquivo/Imprimir.../Im-


primir (ou OK).

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Paint e prática em sala de aula


Você sabe utilizar o Paint como recurso didático-pedagógico?
Como sabemos:
[...] o computador integrado às práticas de sala de aula funciona
como um catalisador para a criação de ambientes de aprendizagem
interdisciplinares, cujos elementos fundamentais são [...] os profes-
sores e os alunos (TAVARES et al., 2012).

Dessa forma, esses espaços de aprendizagem oportunizam


situações interdisciplinares, desafiadoras e significativas, levando
os alunos a resolverem situações-problemas e a explorarem am-
bientes virtuais diversificados, por meio de descoberta, busca e
seleção de informações para a realização de projetos didáticos e a
constante reconstrução do conhecimento.
O professor deve considerar que as atividades realizadas com
a utilização do computador e desenvolvidas com os alunos podem
surgir de um tema emergente, referente aos conteúdos que de-
verão ser tratados na disciplina a ser apresentada. Podem, ainda,
surgir do contexto no qual o aluno está inserido e/ou de uma ques-
tão ou problema social, econômico e político que se deseja inves-
tigar. Isso leva à elaboração e ao desenvolvimento de um projeto e
instrumentaliza o aluno para ser o sujeito de sua história.
Assim, objetivando a compreensão dos problemas atuais,
o professor ouve seus alunos e considera as necessidades deles,
suas preocupações e seus interesses, para promover a construção
de conhecimentos que possam auxiliá-los a compreender e trans-
formar o presente, tendo em vista a formação de uma sociedade
mais participativa e igualitária.
De acordo com Tavares et al. (2012):
Os temas transversais são um ponto de partida para investigar
questões relacionadas a fatores éticos, econômicos, convívio social,
preservação da natureza, biodiversidade, poluição, qualidade da
água, recuperação dos espaços escolares, aproveitamento do lixo
orgânico etc., bem como para estabelecer conexões com diferentes
áreas do conhecimento, tais como Ciências, [...] Geografia, História,
Língua Portuguesa, Matemática, Artes, Biologia, Física, Química etc.
© U3 – Informática como Recurso Didático-Pedagógico: 1ª parte 103

O Paint é um software editor de desenhos que, embora seja


simples, pode enriquecer e divertir as aulas. Podemos utilizá-lo nas
atividades em que os alunos precisem se expressar por meio do de-
senho. Podemos também integrá-lo a outros programas ou aplicati-
vos, incrementando trabalhos de produção de textos, o jornalzinho
da escola, o convite da festa junina, os cartões de natal, as cartas aos
pais, a ilustração de livros produzidos pelos alunos, entre outros.
A seguir, encontramos algumas sugestões que devem ser re-
elaboradas e apropriadas a cada situação específica, segundo os
objetivos pedagógicos da atividade.
Vamos a elas:
• A CRIAÇÃO COLETIVA DE DESENHOS ou cenários sobre determi-
nado tema é um trabalho interessante e promove situações de
colaboração, troca, respeito ao outro etc., que devem ser discu-
tidas coletivamente para dar continuidade à atividade de acordo
com os objetivos pedagógicos.
• A REPRESENTAÇÃO DE UM ESPAÇO por meio da elaboração de
uma planta baixa favorece o desenvolvimento da orientação es-
pacial, propicia a visualização, interpretação e análise da forma
como as relações são percebidas. Esses espaços podem ser locais
significativos na vida dos alunos, tais como a escola, a residência,
um local visitado anteriormente e que está sendo objeto de es-
tudos (museu, parque, marco representativo de certo aconteci-
mento histórico...).
• A ELABORAÇÃO DE MAPAS ou de guias de ruas, bairros, cidades,
itinerários de ônibus, caminhos percorridos pelo aluno ao se des-
locar para a escola, roteiros de viagens, excursões etc., favorece
a compreensão dos espaços, de sinais de trânsito e símbolos grá-
ficos, bem como a análise de importantes fatores que influem na
vida de cada comunidade e caracterizam cada local.
• A REPRESENTAÇÃO DA LINHA DO TEMPO, que revela a evolução
de determinados acontecimentos ou fatos históricos e, principal-
mente, a própria vida do aluno, é uma atividade que promove a
compreensão histórica e ajuda o aluno a situar-se como sujeito
de seu tempo.
• A RECONSTRUÇÃO DE HISTÓRIAS DA LITERATURA INFANTO-
JUVENIL, nas quais os alunos se colocam como personagens e
desenvolvem em conjunto outras atividades, como encenação
teatral, é uma estratégia que facilita a compreensão da literatura
e pode desenvolver o prazer pela leitura.

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• EM MATEMÁTICA, O PROFESSOR PODERÁ UTILIZAR AS FIGURAS


GEOMÉTRICAS para trabalhar conceitos de semelhança e propor-
cionalidade, representação de diagramas, operações aritméticas,
frações e outros conceitos cuja representação, por meio de dese-
nhos elaborados pelos alunos, permite que o professor provoque
a reflexão e a interpretação do seu significado (TAVARES et al.,
2012).

7. WORD: EDITOR DE TEXTOS EFICIENTE


O MS-Word, ou simplesmente Word, é um programa para
edição de textos que apresenta muitos recursos para a escrita,
como copiar, recortar e colar, formatar fontes (tipos, tamanhos e
cores), criar tabelas e inserir gráficos e figuras. Ele ainda possui um
corretor ortográfico padrão ou escolhido pelo usuário, que auxilia
nos erros de digitação ou gramaticais.
Com esse corretor, os erros de digitação (ortográficos) ou as
palavras desconhecidas (palavras que não estão no dicionário do
Word) são sublinhados em vermelho. Já os erros de concordância
ou outros erros gramaticais vêm sublinhados em verde.
Para entrar no Word, clique em: Iniciar/Programas/Micro-
soft Word.
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Para iniciar um novo arquivo, podemos simplesmente come-


çar a digitar na página em branco ou abrir um novo arquivo, clican-
do em Arquivo/Novo, ou clicar no ícone que representa uma folha
em branco:

Em seguida, podemos salvar o arquivo com um nome especí-


fico (que lembre seu conteúdo) em uma pasta qualquer:

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A seguir, apresentamos os recursos mais utilizados no


Word:

Abrir arquivos. Salvar arquivos.

Imprimir arquivos. Executar correção.

Recortar bloco. Copiar bloco.

Colar bloco. Texto em negrito.

Texto em itálico. Texto sublinhado.

Alinhar à esquerda. Centralizar.

Alinhar à direita. Justificar.

Para praticar um pouco esse editor de texto e explorar alguns


de seus recursos, digite um texto qualquer, salve-o, faça a corre-
ção ortográfica (e gramatical) e torne a salvá-lo. Feche o arquivo e
retorne à tela do Windows. Depois, acesse novamente o arquivo
pelo ícone do Word.
Os nomes dos quatro arquivos mais recentes utilizados ficam
no lado direito da página do Word, permitindo acesso rápido por
meio de links. Veja se a versão de seu Word permite essa facilidade.
Você pode configurar o menu com os botões que mais utili-
za. Para isso, vá em Exibir/Barra de ferramentas/Personalizar, es-
colha os botões na caixa de comandos e arraste-os até o menu
principal.
Quando utilizar o corretor ortográfico, tenha o cuidado de
verificar se o seu texto está realmente correto. Por exemplo, se
você quiser digitar a palavra "sábia", mas, por algum engano, digi-
tar "sabia" ou "sabiá", o corretor não encontrará erro algum nessa
parte do texto, porém a frase não terá o sentido correto.
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Podemos, também, inserir figuras no decorrer do texto em


que estamos trabalhando. Veja como é fácil: clique em Inserir/Fi-
gura/Clip-art (ou "Do arquivo", ou, ainda, "do scanner ou câme-
ra"). Se for "Do arquivo", podemos utilizar algum trabalho do Paint
ou outro arquivo de imagem salvo no computador. Veja o exemplo.

Para inserir tabelas nos arquivos do Word, clique no desenho


da tabela, conforme o exemplo a seguir, e escolha a quantidade de
linhas e colunas da tabela. Note no desenho que, ao posicionar-
mos o cursor (seta do mouse) sobre o ícone, uma janela automa-
ticamente é aberta, com maiores detalhes ao usuário. Exemplo:
"Inserir tabela".

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Caso queira montar uma tabela com cálculo em determinada


célula, você terá essa opção. Para tanto, efetue o seguinte procedi-
mento: Tabela/Fórmula e, em seguida, digite a fórmula no campo
especificado. Veja a seguir uma sugestão de tabela com aplicação
em sala de aula:

Sugestão de fórmula–––––––––––––––––––––––––––––––––––
Um exemplo para o uso de fórmula poderia ser uma tabela que contivesse os
números de chamada, os nomes e as idades dos alunos. Na última célula das
idades, poderia haver uma média aritmética.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

Word e prática em sala de aula


O Word pode ser utilizado como recurso didático-pedagógico
em diferentes situações em sala de aula. Os recursos disponíveis
nesse software editor de textos permitem:
1) trabalhar com os alunos a correção ortográfica das pala-
vras em Português ou até em outros idiomas;
2) trabalhar a produção e formatação de textos;
3) organizar diferentes tipos de listas em ordem alfabética;
4) mudar fontes de letras, bem como cores, estilos para
elaboração de capas de trabalhos, cartões, cartas, entre
outras;
5) elaborar cartas com diferentes formatos;
6) ilustrar cartões com desenhos feitos no Paint, acompa-
nhados de textos escritos no Word.
© U3 – Informática como Recurso Didático-Pedagógico: 1ª parte 109

Dessa forma, pode-se utilizar o Word para trabalhar em sala


de aula os diversos estilos de carta, fax, memorando e relatório,
como complemento de alguma outra atividade desenvolvida.
É possível elencarmos uma infinidade de situações didáticas
com o uso do Word:
1) elaborar o jornal da escola, trabalhando todos os recur-
sos de edição e revisão dos textos;
2) organizar concursos de produção textual, os famosos
"concursos de redação", sendo o texto editado e revisa-
do por meio do Word;
3) ilustrar e elaborar histórias, desenvolvendo a criativida-
de e a autonomia do aluno;
Veja os exemplos dados por Almeida e Almeida (2000, p. 32-33)
sobre a utilização do software Word no trabalho educativo da escola:
Carta-Correspondência: Para a conceituação, diferenciação e aná-
lise dos diversos tipos de correspondências, pode-se elaborar um
projeto de produção de cartas, envolvendo os mais diversos temas
e integrando o conteúdo dos textos a ilustrações, cabeçalhos, ro-
dapés etc.
Concurso de cartas/cartão: O concurso tem por finalidade aliar a
criatividade da produção visual à consistência de texto. O ideal é
fazer vários tipos de correspondência, valorizando diversas formas
de expressão escrita.
Produção de jornais: A produção de jornais apresenta inúmeras
possibilidades e coloca o aluno em contato com a linguagem infor-
mativa, aproximando-o de fatos cotidianos. Veja alguns exemplos:
Notícias através dos tempos (comparação histórica) – pode-se es-
tabelecer uma análise comparativa entre notícias atuais e fatos his-
tóricos. Jornal da escola – produção do jornal escolar objetiva levar
informações sobre as atividades desenvolvidas na escola aos seus
alunos e à comunidade. Jornal temático – a escola elege um tema
a ser trabalhado sob os diversos aspectos abordados pelas discipli-
nas. A partir da realização deste trabalho, produz-se um jornal que
permita ao aluno perceber as várias faces do conhecimento.
Convites dos eventos da escola: a produção de convites para even-
tos a serem realizados na escola envolve o conhecimento sobre a
atividade em questão e noções básicas de organização e comunica-
ção na transmissão de informações.

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Cartazes informativos: a produção de cartazes informativos valo-


riza a comunicação na comunidade escolar – desde a indicação de
salas até informações sobre atividades – despertando o interesse
do aluno para participar das atividades do cotidiano.
Redação, histórias e poemas: Com o Word, é possível elaborar um
livro de histórias e/ou de poemas. Essas atividades podem ser fei-
tas individual ou coletivamente, cada uma com sua riqueza para
a aprendizagem. A elaboração coletiva possibilita a conexão e a
aceitação de idéias entre os alunos, podendo ser realizada entre
grupos de uma classe ou entre classes diversas. Ou entre alunos de
diferentes escolas que se comunicam a distância e trabalham de
forma cooperativa.

8. TEXTO COMPLEMENTAR
Seymour Papert é sul-africano, visionário no que tange à uti-
lização das TICs na educação. Em 1980, ele já havia publicado um
livro sobre como utilizar as máquinas no ensino.
Papert defende que os cidadãos precisam saber lidar com
as novas exigências da sociedade. A seguir, leia alguns trechos da
entrevista que ele concedeu ao Departamento de Informática e
Matemática Aplicada, da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte (UFRN).

A maior vantagem competitiva é a habilidade de aprender–––


O que os cidadãos do futuro precisam saber?
Como lidar com desafios. Precisam saber como enfrentar um problema inesperado
para o qual não há uma explicação preestabelecida. Precisamos adquirir habilidades
necessárias para participar da construção do novo ou então nos resignarmos a uma
vida de dependência. A verdadeira habilidade competitiva é a habilidade de apren-
der. Não devemos aprender a dar respostas certas ou erradas, temos de aprender a
solucionar problemas.
E por que ainda existe tanta resistência para adotar novas formas de ensino?
Acho que antes as pessoas eram mais resistentes. Quando as tecnologias eram
caras e distantes, qualquer proposta parecia muito radical. Atualmente, com fácil
acesso, a necessidade de se preparar para um mundo cada vez mais informatizado
estimula os cidadãos a buscarem o novo. Hoje, três milhões de crianças norte-ame-
ricanas deixaram escolas tradicionais e seus pais buscam outras formas de ensino,
muitas vezes em suas próprias casas.
© U3 – Informática como Recurso Didático-Pedagógico: 1ª parte 111

Isso não parece ser o fim da escola?


Não. Mas é um forte indício de que a escola da forma que a conhecemos, e que nos-
sos pais e avós conheceram, precisa mudar radicalmente (PAPERT, 2012).

Papert pondera, ainda, que o currículo que a escola tem nos dias atuais precisa ser muda-
do para que se incorpore as TICs ao processo educativo. Essa análise é feita por Papert,
como pode ser visto a seguir:
E o currículo que as escolas têm hoje? O que tem de ser mudado para incorpo-
rar as necessidades da era da informação?
O currículo, no sentido de separar o que deve ser aprendido e em que idade deve ser
aprendido, pertence a uma época pré-digital. Ele será substituído por um sistema no
qual o conhecimento pode ser obtido quando necessário. Qualificações serão basea-
das no que as pessoas tiverem feito, produzido. Muito do conteúdo do atual currículo
é conhecimento de que ninguém precisa ou é necessário apenas para especialistas.
Esse é um dos aspectos que você critica na educação tradicional: a segrega-
ção das crianças por idade. Por quê? Qual seria a solução?
É um absurdo achar que só se deve aprender determinado conteúdo quando se tem
sete anos e outro quando se tem oito. A idéia de um currículo linear lembra o sistema
de produção em série industrial. Temos de aprender a perceber a necessidade de
cada indivíduo. Ele é quem vai ditar o que precisa aprender, a que hora e com que
intensidade.
Ou seja, devemos dar às crianças poder para controlar seu processo de apren-
dizado. Mas que poder é esse?
Devemos dar a chance de as crianças apontarem suas necessidades de aprendiza-
do. Mas elas já estão fazendo isso. As crianças das novas gerações cada vez apren-
dem mais fora da escola. Nos Estados Unidos, 60% das crianças em idade escolar
têm computador em casa. É verdade que nem todas usam o computador como uma
ferramenta eficaz, mas algumas o fazem e têm ricas experiências de aprendizado.
São elas que estão chegando à escola e questionando "por que não estamos fazen-
do aqui o que sabemos como fazer em casa"? Elas estão pressionando as escolas
e os professores a mudar as coisas. Caso contrário, elas mesmas o farão (PAPERT,
2012).

––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

9. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Confira, a seguir, as questões propostas para verificar seu de-
sempenho no estudo desta unidade:
1) Em que aspectos a informática – vista como ferramenta – pode contribuir
para a motivação e o processo de aprendizagem?

2) Qual a importância das informações apresentadas na unidade para sua for-


mação?

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3) Quais as contribuições dos programas estudados na unidade para otimizar o


processo de ensino-aprendizagem?

4) Explique e destaque quais os pontos fundamentais do que foi apresentado


para a incorporação da informática em sala de aula.

10. CONSIDERAÇÕES
Com o estudo desta unidade, tivemos a oportunidade de
entender conceitos computacionais dos programas Paint e Word.
Esperamos que os conhecimentos adquiridos facilitem a incorpo-
ração dessas ferramentas específicas nas atividades pedagógicas.
Na próxima unidade, conheceremos as ferramentas compu-
tacionais Excel, PowerPoint e Publisher.

11. E-REFERÊNCIAS

Lista de figuras
Figura 1 Ábaco. Disponível em: <http://lh6.google.com/constalves/R-7Pqdcah8I/
AAAAAAAAAEY/p3k-xp-MWT0/abaco%5B2%5D.gif>. Acesso em: 12 jan. 2012.
Figura 2 Unidade Central de Processamento. Disponível em: <http://eletrohoo.paros.
uni5.net/artigos/adm_conteudo/imagens/hardware/cpu.jpg>. Acesso em: 12 jan. 2012.
Figura 3 Memória. Disponível em: <http://www.rotsinformatica.com.br/images/
MemoriaNote.jpg>. Acesso em: 12 jan. 2012.

Sites pesquisados
PAPERT, S. Entrevista a Ana Souza: a maior vantagem competitiva é a habilidade de
aprender. Disponível em: <http://www.dimap.ufrn.br/~jair/piu/artigos/seymour.html>.
Acesso em: 12 jan. 2012.
SANTOS, E. A.; RODRIGUES, J. M. Evolução dos computadores. Disponível em:
<http://www.slideboom.com/presentations/73846/Evolu%C3%A7%C3%A3o-dos-
Computadores>. Acesso em: 12 jan. 2012.
TAVARES, A. M. B. N. et al. Informática no contexto escolar da rede municipal de Natal:
uma proposta de uso pedagógico dos recursos computacionais. Orientação de Denilton
Silveira de Oliveira. In: NTE NATAL. Projeto de uso dos laboratórios. Disponível em: <http://
nte-natal.pbworks.com/w/page/5368956/Projeto-de-uso-dos-laborat%C3%B3rios>.
Acesso em: 12 jan. 2012.
© U3 – Informática como Recurso Didático-Pedagógico: 1ª parte 113

12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


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ALMEIDA, F. J.; ALMEIDA, M. E. B. Aprender construindo: a informática se transformando
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BELLONI, M. L. O que é mídia e educação. Campinas: Autores Associados, 2001.
CARRAHER, D. O papel do computador na aprendizagem. Revista Educação e Informática,
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HERRERA, A. O. et al. Tecnologia em exercício. São Paulo: FDE, 1995.
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Claretiano - Centro Universitário


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