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A sementeira do nominalismo

Os Founding Fathers da modernidade

1) Ibn Ruxd (Averróis): a unidade do intelecto agente, a teoria da dupla


verdade, a cisão entre fé e razão. O monopsiquismo: a existência de
instâncias alheias ao eu, uma forma de laicização do diabólico, a existência
de um supra-eu. O homem menos pensa do que é pensado por instâncias.
2) Dietrich de Freiberg, ou Teodoricus Teutonicus (1250-1311): escreve o De
ente et essentia. O ser não é ato de ser. O ser não é ontologicamente um ato,
mas apenas expressa gnosiologicamente um ato. Propõe a identidade entre
esse e essentia nas criaturas. A negação do actus essendi tomista.
3) Duns Scot (1266-1308): a tese da univocidade de ente, a univocatio entis, a
distinctio formalis, e o voluntarismo.
4) Guilherme de Ockham: o nominalismo e a derrota do realismo lógico.
5) Liberalismo: o subjetivismo.
Étienne Tempier: publica em 1270 os 13 erros filosóficos do averroísmo, e em 1277,
publica a famosa condenação de 219 proposições julgadas heterodoxas.

A raiz das duas dobradiças da modernidade:


1) O renascimento humanista
2) A reforma protestante (a revolução francesa como reforma laicizada).

Averróis (1126-1198), foi um polímata cuja obra abrange uma gama diversificada de
assuntos, incluindo filosofia, teologia, medicina, astronomia, física, jurisprudência,
direito islâmico e linguística. Seus trabalhos filosóficos incluem numerosos comentários
sobre Aristóteles, motivo pelo qual Averróis ficou conhecido no ocidente como "O
Comentador". Também serviu como juiz e médico. A verdade é teológica, islâmica.
A teoria do intelecto: o intelecto agente (divino – põe em ato os conceitos divinos) e o
intelecto possível (potencia, único, separado, supraindividual, saber coletivo da
humanidade, que guarda a evolução da humanidade). O intelecto possível seria o
mesmo para todas as pessoas. Há diferença entre fantasia e intelecto possível. A
fantasia atualiza através do intelecto agente. Quando todo intelecto possível for
atualizado ele se identificará com o intelecto agente (mística).
A fantasia é individual e sensível. Acolhe os universais enquanto potência. Não está em
grau de compreende-los. Dá a impressão de que o conhecimento seja individual.
O homem seria um misto do intelecto possível com a fantasia. Para Averróis, todo o
conhecimento provém de Deus.
Avicena (930-1037), foi um polímata persa que escreveu tratados sobre variado
conjunto de assuntos, dos quais aproximadamente 240 chegaram aos nossos dias. Em
particular, 150 destes tratados se concentram em filosofia e 40 em medicina.
Avicena separa existência de essência. Deus como ser necessário, e os seres
contingentes criados. Os demais entes contingentes tem sua essência diferente de sua
existência. Para os entes contingentes a existência é um acidente.
Teoria das inteligências: a criação do mundo foi um ato necessário e não livre.
O “avicenismo” também teve influência na Europa medieval, particularmente as suas
doutrinas sobre a alma e a distinção entre existência-essência, principalmente por causa
dos debates e tentativas de censura que elas provocaram na Europa escolástica. Essa
situação foi particularmente visível em Paris, onde o “avicenismo” foi proscrito em
1210. Mesmo assim, a sua psicologia e a sua teoria do conhecimento
influenciaram William de Auvergne e Alberto Magno, enquanto que a sua metafísica
teve impacto no pensamento de Tomás de Aquino.

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