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Baruch Spinoza – Deus sive natura

Spinoza (1932-1677) Judeu sefardita.


Spinoza é o filósofo dos filósofos: Gilles Deleuze
“A ordem e a conexão das ideias são a mesma que a ordem e conexão das coisas” –
mente e corpo são a mesma coisa. Todas ideias seriam verdadeiras, pois elas
existem, e dizem respeito a realidade, porém elas se apresentam de formas
confusas, o erro não é uma ideia falsa, mas uma ideia confusa, mal ordenada.
Afetos primários: desejo, alegria e tristeza.
O desejo é um afeto. O desejo é um afeto ontologicamente anterior aos demais,
embora lhes seja concomitante. O desejo é decorrente do fato de sermos parte da
natureza e estarmos em relacionamento com o que nos apetece. Nós percebemos o
desejo.
A defesa e a reatividade em face ao outro: afetos passivos. A defesa gera aumento
de potência, o controle gera aumento de potência, mas se trata de uma relação
coercitiva e passiva.

3 níveis de ideias
1° - O imaginário: experiência errática: opinião, imaginação, as ideais são
verdadeiras, mas não estão organizadas, estão mal ordenadas.
2° - A razão: Noções comuns, experiência comum, ideias adequadas das
propriedades das coisas.
3° - ideia que precede de uma ideia adequada da essência formal de certos
atributos de Deus. Ideia verdadeira.
Acreditar em bem e mal, em punições, implica em acreditar que o universo foi
feito para nós, um pensamento que decorre de três ilusões.
As 3 ilusões: 1) a ilusão das causas finais: acreditar que o universo foi feito para
você, somos modos de Deus. 2) ilusão teológica: acreditar que a natureza foi feita
para os humanos, apesar de existirem seres muito mais abundantes do que nós na
Terra. 3) a ilusão dos decretos livres: acreditar que nossa consciência pode
determinar todas as coisas. Ilusões que no fundo deriva de seu narcisismo.
A confusão entre liberdade e consciência. Agir pela força dos afetos. Liberdade
significa estar bem encontrado, estar de posse do conatus.
Afeto: são as afecções do corpo, é aquilo que aumenta o diminui a nossa potência.
As afecções, ou ideias das afecções do corpo, pelas quais a sua potência é
aumentada ou estimulada, ou diminuída, refreada.
Conatus: quando está se referindo apenas a mente, ele se chama vontade. Quando
está se referindo a mente e ao corpo, ele se chama apetite.
Desejo: apetite, junto com a consciência que dele se tem.
Amor/prazer: alegria acompanhada de uma causa externa.
Raiva: tristeza ou dor, acompanhada de causa externa.
Paixão: alienação do desejo à imaginação.
Esperança: alegria instável.
Medo: tristeza instável.
Desespero: tristeza surgida de coisa futura sobre a qual não há dúvida.
Glória: alegria acompanhada de uma ideia de uma causa interior (se julga
louvado).
Vergonha: tristeza acompanhada de uma ideia de uma causa interior (se julga
culpado).
Satisfação: alegria acompanhada de uma ideia de si como causa.
Arrependimento: tristeza acompanhada de uma ideia de si como causa.
Humildade: tristeza acompanhada da ideia de nossa debilidade.
Amor próprio: alegria acompanhada da ideia de nossa virtude, ou seja, de nossa
potência de agir soberba (estima de si acima da justa).
Não existe o Bem e o Mal, existe o bom e o mau para nós. Não existem valores
absolutos, não existem fatos morais, só existem interpretação de fatos morais.
Nada no universo é bom ou mal absolutamente, tudo está em relação a nós.

Não é por julgarmos uma coisa boa que nos esforçamos por ela, que a queremos, que a
apetecemos, que a desejamos, mas, ao contrário, é por nos esforçarmos por ela, por
querê-la, por apetecê-la, por desejá-la, que a julgamos boa.
– Espinoza, Ética, parte III, proposição 9 esc.

Não é por que consideramos uma coisa boa que a queremos, que a desejamos. Aos
contrário, é porque a desejamos que a consideramos uma coisa boa.
O problema da definição de Razão. A metafisica colonizadora de Aristóteles
caucionou um ideal de razão segregador – um modo de pensar que estatuiu um
modelo de homem. O poder é um fetiche da razão. Em torno de um suposto Bem
para o outro, sempre se fez muito mal, em nome de um Bem moral, se fez muito
mal. A moral é intrinsecamente colonizadora, que gera afetos tristes. Alegrias
passivas que sustenta o poder – o fetiche da potência, é a impotência de culturas e
pessoas que faz desejar, buscar esse gozo perverso de um domínio, uma imposição,
imperativa e categórica sobre o outro.
Giordano Bruno (1548-1600) foi um teólogo, filósofo, escritor, matemático, poeta,
teórico de cosmologia, ocultista hermético e frade dominicano italiano condenado à
morte na fogueira pela Inquisição romana (Congregação da Sacra, Romana e
Universal Inquisição do Santo Ofício) com a acusação de heresia ao defender
alegações consideradas erros teológicos. É considerado por alguns como um mártir
da igreja dos tempos de então, tendo contribuído para avanços significativos do
conhecimento do seu tempo. Ele é conhecido por suas teorias cosmológicas, que
conceitualmente estenderam o então novo modelo copernicano. Ele propôs que as
estrelas fossem sóis distantes cercados por seus próprios planetas e levantou a
possibilidade de que esses planetas criassem vida neles próprios, uma posição
filosófica conhecida como pluralismo cósmico. Ele também insistiu que o universo
é infinito e não poderia ter "centro".
O Deus não é voluntarioso.
Natureza naturante: a substância e seus atributos. Atividade infinita, causadora do
real. Causa eficiente imanente.
Natureza naturada: a totalidade dos efeitos da atividade da natureza naturada.

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