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A natureza dos afetos

Toda ação é interessada


Afeto ativo: aumento da potência de agir.
Afeto passivo: são reativos a alguma provocação, é a diminuição da potência de
ser, de agir, de viver, são opressivos e geram a tristeza.
Alegria passiva: alegria reativa, alegria simples, que vem de fora. São respostas
reativas, no prazer ao se vingar, o prazer dentro de uma passionalidade. O prazer
com o mal do outro. Passa pela ideia de comparação, de competição.
Alegrias ativa: quando na interação minha potência aumenta, quanto a interação é
causa transitiva.
Dor e prazer estão amorosamente entrelaçadas, então não tem como ter somente
prazer, para ter prazer é preciso interagir, mas ao interagir haverá dor. Não
aceitar as dores nos coloca no caminho da melancolia.
Alegria passiva: descarregar a tensão, retirando um motivo de tristeza. É o modelo
do alívio. Sensação do aumento de potência por causa da vingança, é uma
reatividade (não aumenta a potência). A alegria passiva é reativa, alegrias
autodestrutivas, que não apagam o incômodo interno, vem da tristeza e gera novas
tristezas, vem da diminuição de potência que gera novas diminuições de potência.
Relação compulsiva com alegrias passivas. A tristeza que vem interromper um
ciclo de alegrias passivas é boa. Por vezes uma pessoa se deprime por não dispor de
coragem para vivenciar suas dores.
Quando eu não aceito as dores, a tendência é que eu recubra a dor com o
sofrimento. Quando eu consigo aceitar as dores, isso me faz aceitar as titillatio, e
fico com uma disposição afetiva mais aberta a hilaritas (alegria mais plena). Não
existe hilaritas passiva, existe tão somente titillatio passiva.
Amor est laetitia concomitante idea causae externae.
Amor est titillatio, concomitante idea causæ externæ.

As Hilaritas são alegrias ativas.


Titillatio (é pontual): prazer. Dolor: dor. Hilaritas (prazer pleno) implica maior
potência. A titillatio está para a hilaritas como a dolor está para a melancolia. A
hilaritas tem o poder de nos tomar por inteiro, mas ela começa na interação com o
outro, ela se inicia como titillatio, ela tem na titillatio sua causa transitiva.
O tratado da emenda do intelecto: 1) corpo, sentidos: conhecimento por imaginação,
2) razão: o conhecimento por intelecção.

Deus não teria nenhum constrangimento sobre si, e seria um ser livre.
Deus é livro, porque nada o constrange.
Definição negativa: a liberdade seria a ausência de constrangimento. Os homens são
necessariamente constrangidos por forças externas. Os homens estão, necessariamente,
se confrontando com forças que vem de fora. Todos os seres que existem são dotados de
ação e de paixão, os homens não poderiam ser ativos porque dependem da força que
vem de fora. O Homem seria um ser apaixonado, ele não age somente a partir de si. O
homem sendo tomado como um corpo apaixonado, como um corpo que se compõe
pelos encontros de forças exteriores, é prisioneiro da servidão, porque a liberdade é
igual a causa ativa, a efetuação de natureza. É livre o ser que, ao agir, efetua sua
natureza, e os homens, que estão em confronto com outros homens e com a natureza.
O homem não é a causa ativa de suas ações.
Pergunta: o homem poderia ter a sua vida produzida por forças que vem de dentro?

Leis férreas e necessárias.


A vida é negentropia, a entropia já estava posta antes da vida. A natureza é sempre
efetuação, ela não é aristotélica, não está caminhando para um fim, ela nunca vai se
consumar, ela é processo: devenires.
O Deus da teologia tradicional é o Deus do terror, o Deus de Adão. Quem reza é o
homem do primeiro gênero, no terceiro gênero não se reza para Deus, se compreende a
natureza – associação com Deus para se passar para uma vida superior. A natureza não é
mestra, ela é via de associação, composição, para se produzir o pensamento.

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