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Da diáspora: identidades e mediações culturais - Stuart Hall (2003)

1. Pensando a diáspora: reflexões sobre a terra no exterior


2. Diáspora negra afro-caribenha no pós-guerra; p.25.
3. “Os destino dos caribenhos que vivem no Reino Unido, nos Estados Unidos ou
no Canadá não é mais “externo” à história caribenha do que o Império foi para a
chamada história interna da Grã-Bretanha.” p.25
4. DIÁSPORA: “luz que ela é capaz de lançar sobre as complexidades”. p.26
5. Hall (2003) mostra que a relação e identidade com a “terra de origem”,
permanecem fortes, mesmo com o passar de gerações.
6. “Na situação da diáspora, as identidades se tornam múltiplas.” p.27
7. A experiência da diáspora e a construção de identidades culturais.
8. “[...] cada disseminação carrega consigo a promessa do retorno redentor.” p.28
9. “Possuir uma identidade cultural [...] é estar primordialmente em contato com um
núcleo imutável e atemporal, ligando ao passado o futuro e o presente numa linha
ininterrupta.Esse cordão umbilical é o que chamamos de “tradição”, cujo teste é
o de sua fidelidade às origens, sua presença consciente diante de si mesma, sua
“autenticidade”. É, claro, um mito - com todo o potencial real dos nossos mitos
dominantes de moldar nossos imaginários, influenciar nossas ações, conferir
significados às nossas vidas e dar sentido à nossa história.” p.29
10. “Um povo não pode viver sem esperança.” p.30
11. MODERNIDADE: “Um mito fundador com violência; uma sociedade criada a
partir de violações.” - o lugar da escravidão na formação do Caribe; p.30 - 31 - os
recrutas da modernidade; p.32
12. “Uma diferença cultural que não funciona através de binarismos.” p.33
13. “A diferença sabemos, é essencial ao significado, e o significado é crucial à
cultura.” p.33
14. “[...] as culturas sempre se recusam a ser perfeitamente encurraladas dentro de
fronteiras nacionais. Elas transgridem os limites políticos.” p.35-36
15. “A cultural é uma produção.” p.44
16. A cultura é um trabalho. No sentido, de que “não é uma questão do que as
tradições fazem de nós, mas daquilo que nós fazemos das nossas tradições.
Paradoxalmente, nossas identidades culturais, em qualquer forma acabada, estão
à nossa frente. Estamos em processo de formação cultural.A cultura não é uma
questão de ontologia, de ser, mas de tornar.” p.44
17. “A alternativa não é apegar-se a modelos fechados, unitários e homogêneos de
“pertencimento cultural”, mas abarcar os processos mais amplos - o jogo da
semelhança e da diferenças.” p.47
18. MULTICULTURALISMO NÃO É A MESMO COISA QUE
MULTICULTURAL
19. MULTICULTURAL: “Descreve as características sociais e os problemas de
governabilidade.” p.52
20. MULTICULTURALISMO: “Descreve uma série de processos e estratégias
políticas sempre inacabados.” p.53. Também descreve “as estratégias e políticas
adotadas para governar ou administrar problemas de diversidade.” p.52
21. MULTICULTURALISMO DE BUTIQUE: “comercializado e consumista, que
celebram a diferença sem fazer diferença.” p.54
22. As sociedades multiculturais não são algo novo, nem surgiram com a
modernidade. p.55
23. Sobre o ressurgimento da “questão multicultural” e o fenômeno do “pós-colonial”
- o pós-colonial “não sinaliza uma simples sucessão cronológica do tipo
antes/depois.” p.56 - “marca uma passagem de uma configuração ou conjuntura
histórica de poder para outra.” p.56
24. A contração do espaço-tempo, característica do mundo moderno, tem afetado as
sociedades centrais, periféricas ou marginalizadas. p.58 Dentro de forma de
“desestabilização” - o sistema continua sendo de “desigualdades e instabilidades
cada vez mais profundas”. Onde ninguém, nenhuma nação, “possui o controle
absoluto.” p.59
25. A globalização como um contraditório processo de homogeneização e um sistema
de con-formação da diferença; p.59
26. Differance (Derrida): “caracteriza um sistema em que cada conceito (ou
significado) está inscrito em uma cadeia ou em um sistema, dentro do qual ele se
refere ao outro e aos outros conceitos (significados), através de um jogo
sistemático de diferenças.” p.60-61
27. Os significados estão “em processo”. p.61
28. “O termo “comunidade” (como em “comunidade de minorias étnicas) reflete
precisamente o forte senso de identidade grupal que existe entre esses grupos.
Entretanto, isso pode ser algo perigosamente enganoso. Esse modelo é uma
idealização dos relacionamentos pessoais dos povoados compostos por uma
mesma classe, significando grupos homogêneos que possuem fortes laços internos
de união e fronteiras bem estabelecidas que os separam do mundo exterior.” p.65
29. PERTURBANDO A LINGUAGEM DE “RAÇA” E “ETNIA”: “O surgimento da
questão multicultural produziu uma “racialização” diferenciada de áreas centrais
da vida e cultura britânicas.” p. 68
30. “Raça” é uma construção política e social. É a categoria discursiva em torno da
qual se organiza um sistema de poder socioeconômico, de exploração e exclusão
- ou seja, o racismo.” p.69
31. “Já a “etnicidade” gera um discurso em que a diferença se funda sob
características culturais e religiosas.” p.70
32. “[...] o racismo biológico e a discriminação cultural não constituem dois sistemas
distintos, mas dois registros do racismo.” p.71
33. DESESTABILIZANDO A CULTURA: “desde o começo do “projeto” global do
Ocidente no fim do século quinze, o binarismo Tradição/modernidade tem sido
progressivamente minado.” p.73
34. “O hibridismo não se refere a indivíduos híbridos [...] Trata-se de um processo de
tradução cultural, agonístico uma vez que nunca se completa, mas que permanece
em sua indubilidade.” p.74
35. HOMI BHABA: “Não é simplesmente apropriação ou adaptação; é um processo
através do qual se demanda das culturas uma visão de seus próprios sistemas de
referência, normas e valores, pelo distanciamento de suas regras habituais ou
“inerentes” de transformação. Ambivalência e antagonismo acompanham cada
ato de tradução cultural, pois o negociar com a “diferença do outro” revela uma
insuficiência radical de nossos próprios sistemas de significado e significação.” p.
75
36. DESESTABILIZANDO AS FUNDAÇÕES DO ESTADO CONSTITUCIONAL
LIBERAL: “um terceiro efeito transruptivo da “questão multicultural” é seu
questionamento dos discursos dominantes da teoria política ocidental e as
fundações do Estado liberal.” p.76-77
37. “O universalismo pós-iluminista, liberal, racional e humanista da cultura ocidental
parece não menos significante historicamente, mas se torna menos universal a
cada momento. ” p.77
38. “A questão multicultural tem ajudado a desconstruir algumas outras incoerências
do Estado constitucional liberal.” p.79 - principalmente em relação a sua
neutralidade.
39. “A vida individual significava está sempre incrustada em contextos culturais e é
somente dentro destes que suas “escolhas livres” fazem sentido.” p.80
40. “Todos nós nos originamos em vocabulários culturais e sem eles não conseguimos
produzir enunciações enquanto sujeitos culturais. Todos nós nos originamos e
falamos a partir de “algum lugar”: somos localizados - e neste sentido até os mais
“modernos” carregam traços de uma “etnia”. p.83.
41. QUANDO FOI O PÓS-COLONIAL?
42. “Porque o pós-colonial é também um tempo de “diferença”? Que tipo de diferença
é essa e quais as suas implicações para a política e para a formação dos sujeitos
na modernidade tardia?” p.101.
43. “Os binarismos políticos não estabilizam permanentemente o campo do
antagonismo político ( se é que já o fizeram antes), nem conferem a este uma
inteligibilidade transparente.” p.104
44. “O que o conceito pode nos ajudar a fazer é descrever ou caracterizar a mudança
nas relações globais, que marca a transição ( necessariamente irregular) da era dos
Impérios para o momento da pós-independência ou da pós-descolonização.” p.107
45. “O termo se refere ao processo geral de descolonização que, tal como a própria
colonização, marcou com igual intensidade as sociedades colonizadoras e as
colonizadas.” p.108.
46. “Ele nos obriga a reler os binarismo como formas de transculturação, de tradução
cultural, destinadas a postular para sempre os binarismos culturais do tipo
aqui/lá”. p.109 - “Seu valor teórico, portanto, recai precisamente sobre sua recusa
de uma perspectiva do “aqui” e “lá”, de um “então” e “agora”, de um “em casa”
e “no estrangeiro.” p.108.
47. O termo oferece “outra narrativa alternativa/destacamento conjunturas- chaves
àquelas incrustadas na narrativa clássica da modernidade.” p.112
48. “O pós-colonial se refere-à “colonização” como algo mais do um domínio direto
de certas regiões do mundo pelas potências imperiais.” p.112.
49. “Na narrativa reencenada do pós-colonialismo, a colonização assume o lugar e a
importância de um amplo evento de ruptura histórico - mundial.” p.112

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