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ESCOLA MUNICIPAL MAJOR JOSÉ TENÓRIO DE ALBUQUERQUE LINS

ALUNO (A) ______________________________________________ Nº ________ SÉRIE: ____º ANO _____


PROFESSORA: DAIANE COSTA DATA _____/_____/_____

Língua Portuguesa
Leia o texto abaixo que se refere ao que aconteceu à Malala depois do atentado.

Problemas, soluções
Naqueles primeiros dias no hospital, minha mente oscilava entre um mundo real e um mundo de
sonhos. Eu achava que tinha sido baleada, mas não tinha certeza — era sonho ou memória?
Esquecia as palavras também. Escrevia para os enfermeiros pedindo um fio para limpar os dentes.
Sentia uma dor de cabeça latejante e incessante; via tudo dobrado; quase não conseguia ouvir; não podia
mexer o braço esquerdo ou fechar o olho esquerdo — mas, por algum motivo, tudo o que eu queria fazer
era passar fio dental.
— Está tudo bem com seus dentes — os médicos diziam. — Mas sua língua está amortecida.
Eu tentava fazer que não com a cabeça. Não, eu queria explicar, tinha alguma coisa presa nos meus dentes. Mas fazer que
não com a cabeça disparava a dor, então eu ficava quieta. Não conseguia convencê-los. E eles não conseguiam me convencer.
As luzes fortes do quarto eram torturantes, pareciam facas quentes e brancas entrando em meus olhos, principalmente o
pobre olho esquerdo, que não fechava. Apaguem as luzes, eu implorava em meu caderno.
Os enfermeiros faziam o que podiam para escurecer o quarto, mas, assim que eu sentia algum alívio da dor, meus
pensamentos iam para papai. Meu pai?, escrevia mais uma vez no caderno. Quando você não consegue se mexer, nem ouvir
nem ver direito, a mente gira e gira — e a minha acabava sempre na mesma pergunta. Onde estava meu pai?
Meus pais sabiam onde eu estava? Talvez estivessem andando pelas ruas e pelos becos de Mingora procurando por mim.
Mas sou uma pessoa esperançosa, então onde vejo problemas sempre busco soluções. Pensei em ir até a recepção do hospital
pedir para ligar para casa.
Mas percebi que não tinha dinheiro para pagar por uma ligação tão cara. E nem sabia como ligar para o Paquistão de onde
estava. Aí pensei: Preciso sair e começar a trabalhar para ganhar dinheiro para poder ligar para minha família para que
possamos nos reunir de novo.
Então a dra. Fiona entrou no quarto e me entregou um recorte de jornal. Era uma foto de papai ao lado do chefe do
Exército do Paquistão. Meu pai estava vivo! E no fundo da foto estava Atal!
Sorri. Alguma coisa ruim tinha acontecido comigo. Mas eu estava viva e agora sabia que meu pai também estava. Era um
motivo para agradecer.
Naquela noite dormi um pouco melhor, mas tive vários sonhos estranhos. Sonhei que estava em uma cama cercada de
muitas pessoas. Sonhei que era baleada. Sonhei com bombas explodindo.
Agora que sabia que minha família estava a salvo, passava todo o tempo me preocupando com o pagamento do
tratamento. Obviamente meu pai estava em casa porque estava vendendo tudo o que tínhamos para pagar por tudo aquilo.
Nossa casa era alugada; o prédio da escola também. Mesmo que vendesse tudo o que tínhamos, nunca seria suficiente. Ele
estava pegando dinheiro emprestado? Estava ligando para os amigos para pedir empréstimos?
Mais tarde, naquele mesmo dia, o homem que falou comigo em urdu, o dr. Javid Kayani, entrou com um celular.
— Vamos ligar para seus pais — ele disse com naturalidade.
Eu não conseguia acreditar.
— Você não vai chorar — ele disse com segurança. — Não vai choramingar. Vai ser forte. Não queremos que sua família
se preocupe.
Concordei com a cabeça. Não tinha chorado nenhuma vez. Meu olho esquerdo
estava sempre lacrimejando, mas eu não tinha chorado.
Depois de uma série de toques e bipes, ouvi a voz querida e familiar de papai.
— Jani? — ele disse. — Como você está, minha jani?
Não conseguia responder por causa do tubo na minha garganta. E não conseguia
sorrir porque meu rosto estava amortecido. Mas estava sorrindo por dentro, e sabia
que meu pai sabia disso.
— Vou chegar logo — meu pai disse. — Descanse, e em dois dias estaremos aí.
A voz dele era alta e clara. Talvez um pouco clara demais.
Então percebi: também tinham falado para ele não chorar.

1. Releia: “minha mente oscilava entre um mundo real e 2. A garota estava sentindo muitas dores em seu corpo,
um mundo de sonhos”. A palavra sublinha significa: mas o que mais a incomodava naquele momento era:
a. ( ) girava a. ( ) uma vontade de passar o fio dental
b. ( ) imaginava b. ( ) uma vontade de ligar para seu pai
c. ( ) sonhava c. ( ) uma dor de cabeça latejante
d. ( ) agitava-se d. ( ) o fato de não conseguir ouvir
3. Releia: “Não conseguia convencê-los”. A palavra b. ( ) como se fosse uma ligação fácil
sublinhada refere-se: c. ( ) como se fosse uma ligação rápida
a. ( ) Aos pais da menina d. ( ) como se fosse uma ligação demorada
b. ( ) Aos enfermeiros 8. O que a garota imaginou que seu pai estivesse fazendo
c. ( ) Aos médicos antes de ir encontra-la no hospital? Marque a alternativa
d. ( ) Aos amigos de seu pai ERRADA.
4. Releia: “As luzes fortes do quarto pareciam facas a. ( ) Ele estava vendendo tudo para pagar a conta do
quentes e brancas entrando em meus olhos”. A menina hospital
compara a dor da luz com a dor de facas quentes e b. ( ) Ele estava tentando empréstimo no banco
brancas. Isso indica que: c. ( ) Ele estava tentando empréstimo com os amigos
a. ( ) A dor era incômoda d. ( ) Ele estava tentando conseguir remédios para o
b. ( ) A dor era insuportável tratamento
c. ( ) A dor era suportável 9. Releia: “Mas estava sorrindo por dentro, e sabia que
d. ( ) A dor era constante meu pai sabia disso”. Apesar de não conseguir falar, a
5. Apesar de estar passando por uma situação terrível, a menina tinha certeza de que seu pai sabia que ela estava
garota continuava esperançosa e grata. Que ideias ela feliz. Por que?
teve para conseguir contato com a família? a. ( ) Porque eles tinham uma ligação muito forte
a. ( ) Ela pensou em telefonar ou arranjar um emprego b. ( ) Porque só de saber que ela estava ouvindo a voz do
b. ( ) Ela decidiu ir na recepção e pedir informações pai, já era o suficiente para acalmar e alegrar a menina
c. ( ) Ela resolveu escrever uma carta c. ( ) Porque ele percebeu o médico sorrindo ao lado da
d. ( ) Ela pensou em conseguir um empréstimo garota
6. Como a menina descobriu que seu pai estava vivo? d. ( ) Porque seu pai sempre foi um homem muito sábio
a. ( ) Através de uma notícia no telejornal 10. Como a garota percebeu que alguém falou para seu pai
b. ( ) Através de uma notícia no rádio que ele não chorasse?
c. ( ) Através de um jornal do hospital a. ( ) Porque sua voz estava embargada
d. ( ) Através de uma foto recortada de um jornal b. ( ) Porque sua voz estava alta e clara demais
7. Releia: “— Vamos ligar para seus pais — ele disse com c. ( ) Porque sua voz estava baixa e confusa
naturalidade. Da expressão sublinhada infere-se: d. ( ) Porque sua voz estava muito alta
a. ( ) como se fosse uma ligação tranquila

11.Informe em que voz estão os verbos das frases abaixo: VOZ ATIVA, VOZ PASSIVA, VOZ REFLEXIVA.
a. Malala foi baleada por membros do Talibã. _______________________________________________________________
b. Ela não desistiu da luta pela igualdade de direitos entre meninas e meninos. _____________________________________
c. Ela se preocupava com a vida de seu pai. _________________________________________________________________
d. Os médicos e enfermeiros ajudaram a garota a durante a ausência da família. ____________________________________
e. Cartas foram enviadas de vários lugares do mundo para a garota. ______________________________________________
f. Malala ganhou o Prêmio Nobez da Paz em 2014. __________________________________________________________
g. O governo paquistanês pagou as despesas da menina no hospital de Londres. ____________________________________
h. Malala ficou conhecida no mundo inteiro. ________________________________________________________________
i. As garotas paquistanesas enfrentam uma luta grande pela igualdade de direitos. __________________________________
j. Escolas de meninas foram bombardeadas pelo Talibã muitas vezes. ____________________________________________
k. Malala sentia-se confortada pelas cartas. _________________________________________________________________

12.Imagine uma situação de violência contra mulher que você já viveu ou presenciou. Escreva uma carta para essa mulher.
Fale sobre o que você viu, ouviu e percebeu daquela cena de violência. Fale o que você pensa que deveria ser feito para
que outras mulheres não sofram mais o que ela sofreu. Observe abaixo o roteiro a ser seguido para a carta:

Partes da carta:
Local e data
Saudação
Apresentação (quem você é)
Palavras de encorajamento
Apresentação da situação: contar sobre o que presenciou que
aconteceu com ela
Apresentar sua opinião: contar o que você pensa sobre o ocorrido
e que medidas deveriam ter sido tomadas depois desse
acontecimento
Falar sobre que lições podem ser tiradas do sofrimento que ela
viveu e o que deve ser feito para que isso não continue a acontecer
com outras mulheres.
Despedida
Assinatura

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